ALGARVE #234 INFORMATIVO
Revista semanal - 1 de fevereiro, 2020
JOÃO PEDRO PAIS BRUTAL EM LAGOA «NOITES BRANCAS» |«AMÁLIA, FADO & SAUDADE»|«DIVERTIMENTOS E SINFONIAS» 1 ALGARVE INFORMATIVO #234 CONGRESSO DA ANAFRE| GERMINARTE | «DIZ-ME, ANTÓNIO» |«100% LOCAL»
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20 - Misericórdias do Algarve
104 - João Pedro Pais em Lagoa
54 - «Diz-me, António»
10 - Congresso Nacional da ANAFRE em Portimão ALGARVE INFORMATIVO #234
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92- «Noites Brancas» no Lethes
66 - S. Brás promove «100% Local»
132 - Centro de Saúde de Albufeira
40 - Formação Transitiva GerminArte
30 - «Amália, Fado & Saudade» 78 - «Divertimentos e Sinfonias»
OPINIÃO 124 - Adília César 126 - Ana Isabel Soares 128 - David Martins 130 - Fábio Jesuíno 7
138 - 5 Escultores em Loulé ALGARVE INFORMATIVO #234
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FREGUESIAS REUNIU-SE EM PORTIMÃO PARA FALAR DA DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias reuniuse no seu XVII Congresso Nacional, nos dias 24 e 25 de janeiro, no Portimão Arena, num fim-de-semana muito ativo que contou com as presenças do PrimeiroMinistro António Costa e de Fernando Negrão, Vice-Presidente da Assembleia da ALGARVE INFORMATIVO #234
República. «Freguesia: Mais próxima e solidária. Mais descentralização!» foi o lema escolhido para transmitir a ideia de desenvolvimento das comunidades e coesão territorial, numa preocupação conjunta de reforma que seja descentralizada e mais próxima dos cidadãos. Descentralização que assume um papel importante enquanto motor de desenvolvimento do interior, quer em 10
relação aos municípios, como em relação às freguesias, porque as competências passam a estar mais perto das pessoas, através dos municípios e das freguesias.
“As freguesias são quem conhece melhor as pessoas com quem convivem diariamente, são elas que identificam melhor os seus problemas. E estamos aqui a falar da maior reforma do Estado, sobretudo no que diz respeito às autarquias locais. A descentralização vem finalmente dar mais e melhores meios às câmaras municipais e às juntas de freguesia para que possam responder melhor aos seus munícipes e é para eles que nós trabalhamos, é por eles que nós lutamos”, declarou Isilda Gomes.
A presidente da Câmara Municipal de Portimão frisou, durante a sessão de abertura do congresso, que não se trata de dar mais poder aos autarcas, mas sim conferir-lhes mais meios para que consigam corresponder aos anseios e necessidades dos seus conterrâneos. “A descentralização é
uma pedra angular do poder autarca. É certo que há problemas e dificuldades, mas temos um Primeiro-Ministro, uma Ministra e um Secretário de Estado que, com o seu dinamismo, força e determinação, vão eliminar os constrangimentos para que, em 2021, esta reforma administrativa seja um sucesso. E para isso estão a ouvir, de norte a sul do país, quais as dificuldades que Isilda Gomes, presidente da Câmara Municipal de Portimão
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Primeiro-Ministro António Costa
subsistem”, elogiou a edil portimonense. “Sabemos que há pessoas que não desejam a descentralização, que é difícil, por vezes, largar-se o poder que se tem, mas estou convicta de que as câmaras, juntas e governo encontrarão o modo e o meio para combatermos esses percalços”.
presidentes de juntas de freguesia levaram todas as competências que entenderam levar. Fizeram-se as contas e transferiram-se as verbas correspondentes, para que o serviço que prestamos à comunidade seja cada vez melhor”, referiu a autarca. “Foi para isso que fomos eleitos, assim como os nossos deputados da Assembleia da República”, concluiu.
Para Isilda Gomes, a descentralização administrativa é fundamental e há que meter as mãos à obra, ao invés de se estar à espera que as coisas apareçam feitas. “Em 2019, o Município de Portimão já aceitou as competências todas e elas estão a andar, mas as câmaras municipais também têm que delegar competências para as juntas de freguesia. E os meus
A Sessão de Abertura do XVII Congresso Nacional da ANAFRE chegou ao fim com a alocução de António Costa, que assumiu que as freguesias são parceiros essenciais para o desenvolvimento das políticas governamentais e para a aproximação do Estado aos cidadãos. “Desde 2015
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que assistimos a uma significativa recuperação e crescimento da capacidade financeira dos nossos municípios e das nossas freguesias, o que permitiu que se desse início à reforma mais importante para a organização do Estado, a descentralização. Importa assinalar que passamos de 187 milhões de euros de transferências do Estado para as freguesias, em 2015, para 224 milhões de euros em 2020, o que representa um reforço de 20 por cento ao longo destes últimos cinco anos”, sublinhou o PrimeiroMinistro. “O novo mapa de exercício local das políticas de governo, em áreas tão essenciais como a Educação ou a Saúde, a Proteção Civil ou o Turismo e Transportes, possibilita que as diversas regiões de Portugal consigam maximizar o seu potencial de criação de riqueza e de resposta de proximidade aos cidadãos. A consolidação deste processo em 2020 e 2021 tem de ser uma prioridade para todos e só assim assistiremos a uma real aproximação às democracias mais avançadas da Europa”, avisou. António Costa não tem dúvidas de que a transferência de competências do governo para as câmaras municipais e destas para as juntas de freguesia permite responder melhor às necessidades dos cidadãos, incrementar a qualidade dos serviços públicos, afirmar a cidadania e fomentar a democracia ALGARVE INFORMATIVO #234
participativa. “O novo mapa do
exercício local das políticas das freguesias está em construção e abrange áreas relevantes como a gestão dos espaços públicos, a manutenção das creches e escolas do primeiro ciclo, a gestão de feiras, mercados e parques de estacionamento. Este processo exige um acompanhamento permanente e um diálogo constante e só com uma relação 14
de confiança reforçada será possível uma mudança tranquila”, entende o Primeiro-Ministro, realçando ainda a importância de “não nos
enganarmos uns aos outros, porque não vai ser fácil a execução desta reforma”. “Mas há uma coisa que vos posso garantir a todos: adiar por medo é simplesmente dar oportunidade àqueles que querem adiar mais uma vez uma descentralização que há muito já devia ter sido feita. A 15
monotorização é essencial porque a descentralização não pode falhar. Nem por carência dos meios necessários, nem pelo receio de que o poder mais próximo é menos exigente na disciplina das finanças públicas. Aliás, temos todos muito a aprender com a gestão que as câmaras municipais e as juntas de freguesia têm feito dos seus recursos”. ALGARVE INFORMATIVO #234
ELEIÇÕES NAS CCDR NÃO COMPROMETEM NEM CONDICIONAM POSSÍVEL REGIONALIZAÇÃO Parceria, compromisso, responsabilidade e confiança mútua serão, então, fundamentais para o sucesso da Descentralização Administrativa, com a qualidade de vida dos portugueses a constituir a prioridade máxima de todos os envolvidos. Mas António Costa assumiu igualmente como uma prioridade a democratização das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. “Desejamos
que já neste primeiro semestre de 2020 seja possível proceder ao reforço da legitimidade democrática das CCDR para que possam exercer plenamente o papel de centros de planeamento e definição de estratégias de ALGARVE INFORMATIVO #234
desenvolvimento regional no próximo ciclo de programas operacionais. Também aqui não é tempo de adiamentos, pois temos um calendário bastante exigente para começar a preparar o Portugal pós-2020”, alertou o Primeiro-Ministro, defendendo, por isso, que os presidentes das CCDR sejam eleitos diretamente pelos autarcas das respetivas regiões, ao invés de serem nomeados pelo poder central. “Há quem tema que este
passo comprometa o estudo da introdução no país da futura regionalização que muitos desejam. Outros anteveem que seja a antecipação de uma regionalização que não desejam. Este passo que agora damos não visa comprometer nem condicionar nada. Num momento próprio, quando Portugal estiver 16
maduro para essa discussão, seguramente que se voltará a decidir se o país quer ou não a regionalização. Esta legitimação democrática reforçada das CCDR garante apenas que os seus presidentes não sejam a voz do governo nas regiões, mas sim a voz dos autarcas no país”, esclareceu. António Costa sublinhou ainda o aumento em 7,5 por cento das transferências financeiras do Orçamento de Estado para as juntas de freguesia, para que elas possam responder mais eficazmente às necessidades das populações. “Este reforço
orçamental permite igualmente a criação de um quadro de pessoal estável em cada freguesia. Serão
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criadas condições para que todas as juntas de freguesia possam contar, pelo menos, com um elemento eleito a meio tempo, pois só assim será possível o exercício pleno das novas competências que venham a aceitar”, considera o PrimeiroMinistro. “E o Governo está disponível para retomar o diálogo com a Associação Nacional de Municípios Portugueses e com a Associação Nacional de Freguesias com vista à apresentação de uma proposta de lei que permita introduzir as correções estritamente necessárias na reorganização territorial”, finalizou .
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Júlio Pereira, Armindo Vicente e Rui Gingeira
SECRETARIADO REGIONAL DE FARO DA UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS TEM NOVOS CORPOS SOCIAIS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina s Misericórdias do Algarve estiveram reunidas, em Albufeira, no dia 25 de janeiro, para procederem à eleição e tomada ALGARVE INFORMATIVO #234
de posse dos novos Corpos Sociais do Secretariado Regional de Faro para o triénio 2020-2023, que passaram a ser liderados por Armindo Vicente, Provedor da Misericórdia de Vila do Bispo. Rui Gingeira e Júlio Pereira, Secretário da Misericórdia de 20
Monchique e Provedor da Misericórdia de São Brás de Alportel, respetivamente, passam a ser o 1.º e 2.º Secretários. A cerimónia começou com as palavras emocionadas de Patrícia Dias Seromenho, anterior presidente e que vai agora integrar o Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas. “É
importante darmos continuidade às nossas responsabilidades e ao nosso trabalho e termos a humildade de dizermos que não somos capazes de fazer tudo. Tive uma equipa fantástica e conseguimos realizar muito em prol das Misericórdias do Algarve e do setor social na região, numa articulação estreita, proativa, de conciliação, com todas as entidades, desde a Diocese à Segurança Social. Somos apenas o
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rosto de 23 Misericórdias do Algarve e tentamos construir de forma positiva para resolver o problema das pessoas”, frisou Patrícia Dias Seromenho. Sai Patrícia Dias Seromenho, entra Armindo Vicente, que já fazia parte dos corpos sociais anteriores, assim como Rui Gingeira, juntando-se agora ao trio Júlio Pereira. “Espero estar à altura
da confiança que me foi depositada, é uma grande responsabilidade, mas quero dar o meu contributo, com a ajuda de todos vós”, afirmou ainda a Provedora da Misericórdia de Albufeira na hora da despedida. “Foi um
orgulho e um prazer representar a União das Misericórdias
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Portuguesas no Algarve, trabalhando com a região e para a região”. Neste momento significativo para as Misericórdias do Algarve marcou presença D. Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve, que deixou a garantia ao novo Secretariado Regional de Faro de que a Diocese do Algarve continuará a ajudar no que lhe for possível na sua nobre missão. “Quanto
mais e melhor conheço as Misericórdias do Algarve, mais aprecio e respeito o vosso serviço. Há tanto bem que se semeia diariamente neste nosso Algarve que não devemos perder tempo com «nuvens passageiras» que só perturbam e escondem este bem. Podeis contar comigo para aquilo que esteja ao meu alcance”, assumiu D. Manuel Neto Quintas. Ao ato não faltou igualmente José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, “porque o
sentido de reconhecimento e gratidão pelo trabalho desenvolvido pelas Misericórdias é fundamental”. “A sociedade tem que perceber que elas desempenham um papel imprescindível. Se um clube ALGARVE INFORMATIVO #234
desportivo acabar amanhã, daí não advém grande mal ao mundo, mas o mesmo não aconteceria no caso das Misericórdias. E ainda bem que existem pessoas com vontade para lhes dar o seu tempo, de forma empenhada e dedicada”, enalteceu o edil albufeirense, assegurando que a autarquia que lidera manterá também o seu apoio a esta causa. “No fundo,
todos estamos imbuídos da mesma missão, do mesmo princípio, ajudar os outros. A forma de atingir esses objetivos é que poderá ser diferente”, acrescentou José Carlos Rolo. 22
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Feito o juramento e assinada a ata por Armindo Vicente, Rui Gingeira e Júlio Pereira, usou da palavra o novo presidente do Secretariado Regional de Faro da União das Misericórdias Portuguesas, que recordou as lições do seu antigo professor no curso de Teologia, o Padre Manuel Maria Madureira, da Diocese de Évora:
“«Quando as premissas são falsas, as conclusões nunca são verdadeiras». Estou aqui para trabalhar e para servir. Não tenho ambições políticas, aliás, sou vereador da Câmara Municipal de Vila do Bispo e dispensei os meus pelouros para me dedicar exclusivamente à Misericórdia, e com um grande prejuízo mensal”, referiu, antes de lembrar outras palavras, desta feita do Papa Francisco, que disse que «agradecer é a melhor forma de mudar o mundo». “Patrícia, foi um
gosto trabalhar contigo, aprendi imenso. A nossa união fez a diferença e a nossa representação perante a tutela foi bastante marcante. Vou tentar estar a esse nível e dar continuidade ao trabalho realizado”, afirmou. Elogios endereçou igualmente Armindo Vicente a Rui Gingeira, “uma pessoa
muito valorosa e com um trabalho fantástico em Alcantarilha e Monchique que nem sempre é reconhecido, por estar normalmente na sombra”. Amizade ALGARVE INFORMATIVO #234
de longa data tem entretanto com Júlio Pereira, de São Brás de Alportel, duas misericórdias que possuem as mesmas respostas sociais e semelhante número de funcionários. “Temos uma
grande missão pela frente e acredito que vamos estar à altura dela, contando com a ajuda de todas as Misericórdias. Em Vila do Bispo, em quatro anos quase que duplicamos a Santa Casa da Misericórdia, em número de funcionários, de pessoas apoiadas e de orçamento, e isso deve-se também ao Bispo do Algarve, que na altura certa nos deu confiança. Quanto aos Municípios, eles são, em muitos dos concelhos do Algarve, parceiros fundamentais no apoio às Misericórdias na sua ação do dia-a-dia. E não esqueço que foi essencial a colaboração da Câmara Municipal de Albufeira para se realizar neste concelho, em 2019, o Congresso Nacional das Misericórdias”, destacou Armindo Vicente. “Estarei sempre disponível para ajudar todas as Misericórdias do Algarve, para dar o melhor de mim em função das vossas necessidades. Quando não souber, peço ajuda. Quando não conseguir fazer alguma coisa, peço à União ou a quem nos possa ajudar, porque terá que haver sempre uma resposta”, concluiu .
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«AMÁLIA, FADO & SAUDADE» CELEBROU 100.º ANIVERSÁRIO DA FADISTA EM OLHÃO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Município de Olhão/Adilson Vicente
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o ano em que Amália Rodrigues faria 100 anos, o Auditório Municipal de Olhão apresentou, no dia 25 de janeiro, «Amália, Fado & Saudade», protagonizado por grandes nomes do fado como Maria Mendes e Jorge Baptista da Silva. Em dueto ou a solo, os dois artistas foram acompanhados ao vivo por três músicos que marcam presença regular em prestigiadas casas de fado de Lisboa.
canções internacionais como «Maria La Portuguesa» e «Tarantela», o público assistiu à interpretação das grandes obras da fadista portuguesa, num espetáculo que é uma viagem pela vida e obra da diva do fado. Às vozes dos dois extraordinários cantores e à excelente execução de três músicos ao vivo (viola portuguesa, guitarra de fado e acordeão), juntaram-se atrativas projeções de vídeo e algumas passagens da vida de Amália Rodrigues, tornando o espetáculo ainda mais cativante.
Através da interpretação de fados tradicionais, como «Povo que Lavas no Rio», «Há Festa na Mouraria» ou «Foi Deus», passando pelas marchas e folclore, à semelhança de «Fadinho da Ti MariBenta» ou «Covilhã Cidade Neve», até
Este espetáculo é produzido pela «Sonhos em Cena», também responsável pelos últimos êxitos de Florbela Queiroz, António Calvário e Natalina José .
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LOULÉ CONTINUA A APOSTAR NA FORMAÇÃO EM ARTE PARA A INFÂNCIA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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Cineteatro Louletano promoveu, de 27 a 29 de janeiro, no Auditório do Solar da Música Nova, a Formação Transitiva GerminArte, ministrada pela Companhia de Música Teatral. A ação vem no seguimento da aposta estratégica na área da Arte para a Infância, nomeadamente na vertente formativa, que este equipamento cultural de Loulé tem vindo a desenvolver deste 2016, numa lógica de continuidade e aprofundamento e com um estreito envolvimento de várias entidades e instituições do concelho de Loulé e da região algarvia, nomeadamente da Universidade do Algarve através da sua Escola Superior de Educação e Comunicação (ESEC). ALGARVE INFORMATIVO #234
A Formação Transitiva GerminArte, proposta pelo segundo ano consecutivo pelo Cineteatro Louletano, integra-se no projeto «GerminArte – Transformação Artística para o Desenvolvimento Social e Humano a partir da Infância» e é composta por três módulos - «Bebé Plimplim», «Super-sonics» e «Colos de Música» procurando proporcionar a todos os inscritos vivências musicais que possam enriquecer a interação com bebés e crianças. Tendo como princípios basilares a teoria de aprendizagem musical e a conceção da música como instrumento de comunicação, os módulos propõem atividades de movimento, de exploração vocal e de aprendizagem de canções e cantos rítmicos; atividades de escuta ativa, movimento e prática vocal; e atividades 42
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de escuta tímbrica, composição e performance musical com recursos sonoros não convencionais, valorizando o seu potencial expressivo e inclusivo. Além de possibilitar a fruição de momentos significativos de interação musical e o contato com outros profissionais do setor que lidam com a infância em diferentes contextos, a Formação Transitiva GerminArte explora instrumentos comunicacionais ao nível do corpo, da voz e da utilização de recursos sonoros diferenciados. Em Loulé, a formação teve uma duração total de nove horas, divididas por três módulos de três
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horas cada. A Companhia de Música Teatral regressará novamente a Loulé com Helena Rodrigues, diretora artística daquela estrutura, Jorge Parente, Paulo Maria Rodrigues e Rita Roberto como formadores do ciclo formativo intensivo (42 horas), que ocorrerá de 20 a 26 de julho, denominado «Mil Pássaros - Formação Imersiva em Arte para a Infância», após o assinalável impacto da formação «Jardim Interior» realizada, em Loulé, no ano transato .
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ANTÓNIO ALEIXO, O POETA ALGARVIO, RECORDADO EM ALBUFEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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epois da estreia em Faro e da passagem por Castro Marim, «Dizme, António», uma produção da Azul – Rede de Teatros do Algarve e da ArQuente Associação Cultural, com o apoio do programa «365 Algarve», viajou até Albufeira, na noite de 24 de janeiro, para uma sessão muito recheada de público no Auditório Municipal. Em palco conjugaram-se o poema, o corpo, a voz e a música, mas o público também deu a sua voz e, à semelhança dos espetáculos anteriores, este também contou com a participação de jovens da cidade, porque o objetivo é levar a poesia de António Aleixo a todas as pessoas e a todas as gerações. António Aleixo é, pois, a figura central desta criação artística de Armando Correia, Carolina Cantinho e Pedro Pinto, num espetáculo de dança contemporânea e de declamação de poesia que pretende ser um tributo ao seu nascimento e obra. “O movimento, a palavra e a música em busca de uma poética da performance, em que três criadores/intérpretes se reúnem para refletir sobre o Poeta Algarvio”, sintetizam. E a reação do público em Albufeira, mesmo dos estrangeiros que se encontravam na assistência, foi bastante positiva, numa noite impactante que nos fez recordar as palavras eternas de António Aleixo . ALGARVE INFORMATIVO #234
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ASSOCIAÇÃO IN LOCO E MUNICÍPIO DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROMOVERAM O CONSUMO SUSTENTÁVEL Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
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Vânia Martins, Luís Reis e Marlene Guerreiro
«100% Local» percorreu, em 2019, cinco dos sete concelhos parceiros e, em janeiro, foi a vez de São Brás de Alportel acolher a iniciativa, na manhã do dia 25, no Mercado Municipal, com uma mostra de produtores do concelho e da região e a sempre cativante demonstração gastronómica, desta feita a cargo do Chef Luís Reis, da «Forneria do Largo». Não faltou ainda o espetáculo de rua «A Corda!», produzido pelo Colectivo JAT – Janela Aberta Teatro e adaptado para se integrar nas ações de sensibilização deste projeto, abordando temáticas que incentivam ao consumo local. A par do mercado de produtores, identificados com o Cartão de Produtor 100% Local, esteve em exibição, à entrada 69
do Mercado Municipal, «A Balança», uma instalação artística de Tó Quintas que pretende ilustrar os desequilíbrios provocados pelas opções de consumo e os seus impactos. A peça é inspirada nas antigas balanças de mercado e inclui mensagens de educação alimentar, em especial para os hábitos de consumo, que focam algumas problemáticas como a importação de produtos exóticos e fora de época, que produzem uma maior pegada ambiental, reduzem a qualidade e frescura dos alimentos e transformam as paisagens. O projeto «100% Local» conta com o apoio dos municípios de Albufeira, Faro, Tavira, Olhão, Silves, Loulé e São Brás de Alportel, sendo cofinanciado pelo NOPLANETB-AMI, pelo Instituto Camões e pela União Europeia .
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ENSEMBLE DE SOPROS DA ORQUESTRA CLÁSSICA DO SUL APRESENTOU «DIVERTIMENTOS E SINFONIAS» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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deslumbrante Igreja da Misericórdia de Faro recebeu, no dia 25 de janeiro, o Ensemble de Sopros da Orquestra Clássica do Sul, o «Além Tejo», constituído por todos os sopros e percussão da orquestra, com um programa de transcrições para sopros da obra de reconhecidos compositores como Ludwig van Beethoven. A dirigir o ensemble esteve o Maestro Titular Rui Pinheiro. O concerto teve início com «Divertissement, Op. 36» de Émile Bernard, culminando na «Sinfonia n.º 2 em Ré maior, Op. 36», de Beethoven. ALGARVE INFORMATIVO #234
Émile Bernard foi um compositor francês do período Romântico e organista em Notre Dame. Compôs «Divertissement» por volta do ano de 1890, uma peça deveras interessante por ter sido escrita para dois quintetos de sopros, um formato pouco comum naquela época. Anos antes, o compositor alemão Ludwig van Beethoven completou a «Sinfonia n.º 2» (entre 1801 e 1802), altura em que descobriu que iria ficar surdo. Esta Sinfonia apresenta uma forma solidamente clássica, com mais ornamentação clássica do que os trabalhos subsequentes, e ficou claro na estreia, em 1803, que a peça era assumidamente inovadora . 80
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«NOITES BRANCAS» FOI A CENA NO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina| Fotografia: Irina Kuptsova
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programação de 2020 do Teatro Lethes, em Faro, deu o «pontapé-desaída», em termos teatrais, no dia 24 de janeiro, com «Noites Brancas» do Teatro Art’Imagem. Na peça, interpretada por Flávio Hamilton e Carina Ferrão, temos um sonhador perpétuo que não consegue parar de pensar e caminha incessantemente pelas noites e ruas de um espaço que na realidade não existe (S. Petersburgo no romance), sendo contagiado pelas emoções das pessoas que contacta. Entretanto, vê Nastenka a chorar numa ponte sobre o rio Nieva, prossegue, ela grita, ele volta e salva-a. Conta-lhe então ALGARVE INFORMATIVO #234
Nastenka, precisamente no dia previsto para reencontrar o seu amor, que está presa à saia da avó por um alfinete. O texto original de Fiódor Dostoiévski tem aqui Dramaturgia e Encenação de Pedro Carvalho, com Tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra. O Desenho de Luz foi da responsabilidade de Pedro Carvalho, que também assinou o Espaço Cénico, em parceria com José Lopes. A Direção Plástica e Figurinos foram de Marta Silva e a Sonoplastia e Criação Musical de Carlos Adolfo. A ida a cena no Teatro Lethes foi promovida pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve .
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JOÃO PEDRO PAIS BRUTAL EM LAGOA Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
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om mais de duas décadas de carreira, João Pedro Pais regressou, em 2019, com um novo álbum, o 11.º da sua discografia, o fantástico «Confidências (de um homem vulgar)», que espelha na perfeição a essência deste lisboeta que sempre se assumiu como um homem perfeitamente igual a tantos outros, com a diferença que ALGARVE INFORMATIVO #234
escreve umas músicas e depois as canta para outras pessoas. E, no domingo, 26 de janeiro, perante um Auditório Carlos do Carmo, em Lagoa, completamente esgotado, como já tinha acontecido na noite anterior, João Pedro Pais afirmou isso mesmo num dos vários diálogos sinceros e honestos que teve com a plateia. “Eu
não pertenço a associações ou não dou a cara por campanhas 106
porque acho que não sirvo de referência para ninguém. Sou uma pessoa completamente normal, também cometo erros como toda a gente, fiz o meu caminho o melhor que soube fazer”. Por nunca querer ser uma vedeta, João Pedro Pais não é, de facto, uma popstar, um daqueles nomes que, se perguntarmos a alguém para nos dizer, 107
assim de repente, 10 músicos portugueses famosos, esteja na ponta da língua da generalidade das pessoas. O certo é que, quando decide sair do seu cantinho, fá-lo sempre com discos incríveis, com canções de mensagens fortes, umas de pop, outras de rock mais forte, e que, conforme se confirmou nos espetáculos de Lagoa, o público sabe de cor e salteado, de trás para a frente. E esses momentos são mesmo arrepiantes. Quando vemos ALGARVE INFORMATIVO #234
uma plateia a cantar em uníssono, no tom, afinada, quase não deixando ouvir o próprio artista, tal a energia que colocam nas suas palavras. É incrível. Os pelos dos braços levantam-se todos. Somos percorridos por um sentimento de pertença a uma massa coletiva que não é frequente acontecer. E João Pedro Pais não se cansou se gabar a qualidade vocal dos algarvios. Já quarentão, João Pedro Pais continua a parecer um puto reguila a quem meteram uma guitarra na mão e lhe disseram para ir para cima do palco. Irradia satisfação, os olhos brilhos, canta, toca viola e piano, anda de um lado para o outro, interage com o público e com a extraordinária banda que o acompanha na estrada. Não se preocupa em pentear o cabelo, em dissimular as rugas que já vai tendo, em vestir-se com pompa e circunstância. Leva simplesmente o alinhamento preparado e vá de tocar. E tal é a paixão e a alegria com que João Pedro Pais está em palco que muitas vezes reparamos no sorriso que os restantes elementos da banda têm no rosto ao ALGARVE INFORMATIVO #234
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olharem para este «monstro» que têm pela frente. E quando o público responde de forma apaixonada ao que escuta, a informalidade é total. Porque é destes espaços mais pequenos e íntimos que João Pedro Pais mais gosta, de auditórios em que consegue olhar as pessoas nos olhos, falar com elas abertamente, contar coisas que lhe aconteceram, na semana passada ou há muitos anos. E assim os lagoenses e algarvios ficaram a conhecer o Sargento Faneca dos tempos do serviço militar obrigatório e que não gostava de músicos. Ou dos problemas que teve para dizer ao microfone Massachusetts, estado norte-americano onde foi receber um prémio há uns anos. Ou a sensação que foi ter o açoriano Nuno Bettencourt, um dos maiores guitarristas do mundo, a tocar em palco a seu lado. Mas também ALGARVE INFORMATIVO #234
lembrou o episódio do enfermeiro brasileiro que pagou seis mil euros por uma polaroid que Madonna tirou no recente concerto que deu em Lisboa. E confessou o muito que chorou na semana transata quando morreu a sua cadela. Perante tanta partilha pessoal, é normal que o público se renda aos pés de João Pedro Pais, um daqueles génios que, felizmente, temos o privilégio de conhecer em vida, de estar e falar com ele, num concerto que ultrapassou a barreira das duas horas. Porque, conforme referiu o cantor e compositor, na noite anterior tinha tocado duas horas e parecia mal tocar menos tempo para as pessoas que voltaram a encher o Auditório Carlos do Carmo na tarde de domingo. Pessoas que, curiosamente, 110
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demonstram bem a força da música de João Pedro Pais, porque ali estavam verdadeiras famílias, crianças, adolescentes, homens e mulheres adultos, idosos. E mais fantástico ainda foi verificar que, mesmo que João Pedro Pais tenha trazido os principais sucessos dos seus 23 anos de carreira com uma nova roupagem – e muito boa, diga-se de passagem – as pessoas rapidamente reconheciam os temas, respondiam com aplausos, cantavam os refrões. Pelo meio dos êxitos de outros discos, João Pedro Pais interpretou, claro, músicas de «Confidências (de um homem vulgar)», um disco repleto de canções extraordinárias que certamente ficarão ALGARVE INFORMATIVO #234
para a história, como «A Minha Estrada», «Santo Domingo», «Fazes-me Falta», «Tudo o Que Procuro» ou «Delicado». E, para não variar, a assistência já sabia as letras de cor, para surpresa deste lisboeta que, no final do século passado, saltou para a ribalta no programa «Ídolos» da SIC ao interpretar o «Solta os Prisioneiros» dos Delfins e que, para muita, mas mesmo muita satisfação dos portugueses, construiu uma carreira sólida, à sua maneira, sem atalhos, sem populismos ou falsidades, e que nos continua a brindar com canções maravilhosas. Obrigado João! .
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OPINIÃO Contra o esquecimento Adília César (Escritora) “Desde que comecei a desenhar a carvão, percebi que carvão e cinzas são iguais. E que esses seres humanos foram reduzidos a cinzas” Manfred Bockelmann*
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berço errado dos filhos do Holocausto. Talvez não haja uma injustiça maior do que a de nascer vítima da sua própria inocência e fragilidade. Crianças invocadas como impuras, vítimas das trevas da repressão. Não são mártires despojados da sua individualidade, os seus rostos não estão marcados pela fome, doença ou exaustão, os seus corpos não estão amontoados sobre outros cadáveres. Elas estão vivas e ainda enfrentam o martírio. Não sabendo o que as espera, «sabem» o que já não as espera: uma infância transfigurada pela crueldade. O médico, de bata branca e lábios finos, prepara o equipamento fotográfico e as tabelas de registo. Recebeu ordens para documentar todo o processo experimental. Na sua frente, mais uma «praga popular» que precisava de ser eliminada para garantir a suposta «pureza do sangue alemão». Erdmann tem 7 anos e ainda está a usar a roupa que trazia quando entrou no campo de Auschwitz. Tenta ajeitar o botão que parecia segurar um mundo de incerteza e submissão ao medo. O médico pergunta-lhe o nome e o rapaz responde “Erdmann Schmidt”, tentando mostrar-se afável e obediente. Apesar do ambiente aparentemente calmo e inócuo, o seu olhar vai ganhando uma dimensão inquiridora perante o desconhecido, abrindo-se à imaginação. O
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homem insiste na posição que ele deve tomar para ser fotografado, olhando-o de frente. Erdmann ainda sorri. Está tão nervoso que não consegue sequer pestanejar. Os olhos abertos, tão abertos como fontes de água começam a secar, a desvanecer a memória de outros tempos mais felizes. Erdmann já não sorri. Ele «sabe» da inevitável tragédia daquele lugar, já ouviu contos de fadas em que homens maus impossibilitavam os finais felizes. Estou a ver-te, meu pequeno Erdmann, apesar de não estar aí contigo para te poder salvar. Tu és «o outro», mas és o «outro-emmim». És tão belo, pareces emanar uma claridade própria da infância perante a tragédia irreparável. Vestes a tua melhor roupa. És todo luz de vida, mas hoje, perante o flash da máquina fotográfica, a esperança abandona-te, escurece as paredes brancas e imaculadas do espaço. Não sabes explicar porquê. Não sabes o que te farão, mas tens frio, sentes um frio palpável por dentro, levas as mãos ao peito e logo a enfermeira vem colocá-las, prontamente, onde elas estavam antes, encostadas ao teu corpo, como se fosses uma máquina. Talvez aqueles braços já não fossem os teus e por isso deixaste-os caídos, separados dos ombros, inaugurando uma nova posição aliada à força da gravidade que é agora a mãe da angústia, a tua única mãe. Os pesadelos abrem-se como desenhos da infância, apagando-se à medida que vão sendo feitos: inúteis, portanto, os 122
pensamentos e os acontecimentos desenhados. Um conflito entre a utilidade e o propósito da existência. Os minutos passam encostados à porta, querem entrar à força para te levarem de uma vez por todas. Perdoa-me, mas não te posso dizer que a tua carne será cortada e cosida. Que o teu sangue secará sobre as tuas dores perversas. Que chorarás o terror dos dias e das noites, o tempo eterno desse lugar. Que o teu espírito enfrentará o duro desígnio do esquecimento. Perdoa-me, meu querido Erdmann, mas não te posso dizer que serás assassinado no dia 12 de Junho de 1943. Ninguém chorou por ti. Seria maravilhoso se pudessem fazê-lo agora, para que a tua vida tenha um desenho mais colorido. Porque se os seres humanos não se lembrarem da sua história, é porque não viveram . * A exposição especial «Manfred Bockelmann. Desenhar contra o esquecimento» foi inaugurada em Maio de 2013 no Museu Leopold de Viena e recebeu cerca de 100 mil visitantes nessa primeira exibição pública. Mostrou retratos em larga escala, feitos com carvão quebradiço sobre juta, de crianças e jovens que foram vítimas do maior genocídio do século XX, às mãos dos executantes do regime nazi. Os seus desenhos deixam-nos sem palavras, horrorizados e abalados. Manfred Bockelmann usa como modelo as fotografias tiradas pelas SS, nas quais a vida que se reflete nos olhos e rostos das inúmeras crianças assassinadas tanto nos emociona. Os retratos, de aparência «inacabada», provocam precisamente o drama da infância interrompida, logo «inacabada». O projecto «Drawing against oblivion» do artista austríaco Manfred Bockelmann pretende arrancar da anonimidade algumas das vítimas mais desprotegidas do maior genocídio do século XX. A ética humanística da exposição e do documentário exibido em 2015 proporciona a empatia com o espectador e 123
torna-a uma das mais significativas para a história do Holocausto, no sentido de dar um nome e uma identidade aos rostos antes fotografados nos campos de concentração. O filme leva-nos numa viagem através de arquivos nos Estados Unidos, no campo de concentração de Auschwitz e de testemunhos de sobreviventes do Holocausto, que na altura eram crianças. A exposição e o documentário são apelos à tolerância e à humanidade, e tornam visível a única coisa que podemos fazer: tomar consciência do que aconteceu para evitar que algo semelhante se repita. Em Portugal, por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto (2019) foi inaugurada no dia 31 de Janeiro, no Andar Nobre da Assembleia da República, a exposição «Desenhar contra o esquecimento». Ficou patente até 8 de Março de 2019.
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OPINIÃO Do Reboliço #70 Ana Isabel Soares (Professora) Reboliço olha para as árvores. Tirando a torre do Moinho Grande, são elas os monumentos de onde vive. À distância, fixa-se a torre do castelo da cidade, a bela torre do castelo da cidade, debruada a espigões de pedra como uma renda ao contrário. Entre ela e o monte onde o Reboliço passa os dias, fica o cemitério – lembras-te, Reboliço, quando foi de se acabar o moleiro e ali o enterraram, de como pensaste que não deixaria jamais de olhar pelo seu moinho? Pois já ali não está: veio, nos veios da água debaixo da terra (que nesta terra a água viaja por dentro, a pouca, demora e viaja), descendo a pouco inclinada encosta da planície, gotinha a gotinha, em moléculas trazidas no dorso das minhocas, ao colo das formigas, tica-quetica, agarrar-se às raízes de uma das figueiras pequenas, das que bordejam o carunchoso, antes do poço. Veio, ticaque-tica, assomar-se à nespereira do canto, à tangerineira que o alecrim alegra e o espinafre esfria, aos talos das couves que alteiam. Tica-que-tica, veio o velho atravessando a horta, passado o arbusto de rapazinhos, desconsiderar estacas e vedação e colar-se aos ramos subterrâneos da figueira grande. Não ALGARVE INFORMATIVO #234
quer senão aquilo, não precisa senão daquilo e é dele e dos mortos anteriores que se fazem os nós-patas-elefantinas do tronco da figueira grande. Da soleira do moinho, o Reboliço vê o topo da figueira, o seu princípio do lado do ar; se desce à porta da casa, vê o seu começo do lado da terra. Esteja onde estiver, aquele é o eixo do lugar. É à roda dela que o vento se chega. Nos dias mais mansos, bole do lado da estrada de baixo, vem de sul, morno e simpático. Descido o socalco, dir-se-ia “Hoje não há vento”, e só junto à torre se daria por ele: no jardim, nenhuma folha larga, das dos jarros, ou das altas dos narcisos, se incomoda. Na copa de louro, só o verde mais de cima se inquieta, sinal fraco. No lado de baixo da casa, na parede nua que dá para nascente fica o lugar mais sossegado – o mais baixo, o mais abrigado. Mas dali não se vê senão silos ao longe, as vilas pequenas a acender luzinhas ao anoitecer. (“Olha ali, a Vidigueira!” “Sabes tu se é a Vidigueira!, Pode ser Vila de Frades”, ouviu o bicho a dois mocinhos de meia dúzia de anos cada, falando com a afirmação dos velhos, de olhos a estrear e bons). Lá em cima, à porta do moinho, soprando pouco, é quanto basta para o Reboliço gozar a aragem; na força dos dias de boa moenda, encosta-se à pedra do umbral, 124
Foto: Vasco Célio
deixa o corpo para o lado de dentro, apoia o focinho nas patas da frente e olha para o ar (ou esconde-o entre o lombo, se for de frio). Dali, sente que a força do vento é pequena comparada com a sua, guardião do moinho: as pálpebras pesam-lhe a abrir, a pele faz ondas como o crespo do mar na borrasca, e as orelhas viajam para trás. Mas olha para a figueira grande e, vendo-lhe os ramos imóveis, vê neles o corpo forte do moleiro que, precisamente nesses dias em que soprava mais poderoso, carregava sacas, entrava 125
e saía, descia e subia escadas, orientava varas e velas, fechava e abria pano, bufava, bufava e bulia. (Se perguntassem ao Reboliço como sabe ele estas coisas, olharia com os olhos pequeninos em desdenhosa surpresa e responderia que é o vento que lhe diz) . * Reboliço é o nome de um cão que o meu avô Xico teve, no Moinho Grande. É a partir do seu olhar que aqui escrevo. ALGARVE INFORMATIVO #234
OPINIÃO Bye Bye Reino Unido David Martins (Diretor de Marketing e Alojamento) com franca tristeza que acordo hoje e constato que a nossa União Europa está mais fraca. Efetivamente, o Brexit formalizou-se às 23h da noite passada, hora nacional, e o Reino Unido já não faz parte do projeto europeu que integrou ao longo dos últimos 48 anos.
instituições europeias. É a ideia generalizada que se está a gastar os recursos todos com os outros e que nada de benéfico se obtém em troca. É a ideia, perigosa, que os outros são todos maus e que não devemos aceitá-los ou apoiá-los. A generalização sempre foi um erro e neste, como noutros casos, não traz grandes proveitos.
Para mim, que sou de uma geração que viu a Europa crescer, tornando-me um europeísta convicto, e que gostaria de ver o nosso território mais coeso, mais próspero e mais solidário no futuro, a perda deste membro da «família» é uma perda de grande dimensão e que poderá ser o prelúdio de um futuro menos risonho para o nosso projeto comum. A ver vamos...
Ainda a este propósito, recordo-me das campanhas «Keep the pound and save democracy» que proliferavam na altura e que ganhavam expressão e peso. Pensava: como é possível tal disparate, não obstante a decisão legítima de aderir ou não à moeda única? Vai perder-se a democracia se se pertencer a um projeto comum? A limite perder-se-ia alguma autonomia, mas daí até perder a democracia vai uma grande distância…
É
Desde há muitos anos que percebi que a mentalidade de «ilhéu» de uma grande parte dos cidadãos desses países motivou a desconfiança da sua integração no seio desta família europeia e que o euroceticismo sempre foi uma marca do povo britânico. A este propósito recordome que, há precisamente 20 anos, quando tive oportunidade de viver em terras de Sua Majestade, durante quase um ano, convivi com muitas pessoas céticas que tinham inclusive desconfiança dos «continentais» e de muitas das ALGARVE INFORMATIVO #234
Sem grande necessidade de aprofundamento sobre os impactes que esta saída irá provocar, é mais do que evidente a perda para a nossa segurança comum – com um mundo cada vez mais complexo e, permitam-me, por vezes, irracional; para a nossa economia comum – que cada vez é mais disputada e nem sempre justa; para o reforço da democracia comum; para a livre circulação das pessoas e bens, etc.… Em suma, para a aproximação dos povos que, 126
apesar de tudo, partilham dos valores da liberdade, fraternidade e solidariedade. Não obstante os acordos transversais que foram obtidos até à data, e que terão que ser aprofundados até ao final do ano e nos meses seguintes, espero honestamente que tenhamos sempre a capacidade de nos mantermos unidos neste espaço geográfico e que a relação de Portugal com este conjunto de países se mantenha inalterado. Sempre fomos um parceiro próximo e privilegiado, e assim espero que nos consigamos manter. Na minha área profissional que é o turismo, muito dependente deste mercado, faço votos para que todos os stakeholders, públicos e privados, continuem a fazer o seu trabalho de proximidade e continuemos a dar as boas-vindas aos muitos milhares de cidadãos que nos visitam anualmente e que investem no nosso país. Por outro lado, não menos importante, faço votos para que o Reino Unido 127
mantenha a sua abertura para bem acolher e dar garantias de qualidade de vida e emprego aos muitos portugueses que escolheram esse país à procura de novas oportunidades. Termino com um pensamento traduzido num ditado popular: «bom filho a casa torna». Será isso possível algum dia? . ALGARVE INFORMATIVO #234
OPINIÃO Como ter sucesso no Instagram Fábio Jesuíno (Empresário) Instagram é a rede social que tem crescido mais nos últimos anos em todo o mundo e onde têm nascido os principais influenciadores digitais. A rede social visual, onde as imagens e os vídeos são os seus principais conteúdos, conta atualmente com mais de 1,2 mil milhões de utilizadores e é a preferida pela maioria das marcas ou organizações para divulgar as suas atividades, serviços ou produtos. Os números são impressionantes. O Instagram é utilizado diariamente por mais de 500 milhões de pessoas, são publicadas cerca de 60 milhões de fotografias e é a rede social que apresenta a maior taxa de envolvimento. Considero que para ter sucesso no Instagram é importante ter em conta os seguintes pontos: 1 - Público alvo Para uma estratégia de sucesso é fundamental determinar o público alvo da sua marca ou organização e saber com quem vai comunicar é determinante para conseguir alcançar grandes resultados. Tente conhecer a faixa etária dos utilizadores da sua marca, o que gostam ALGARVE INFORMATIVO #234
de fazer e os assuntos que preferem, dessa forma vai permitir ter informações para criar conteúdos que sejam do interesse do seu público. 2 - Original e criativo Um dos fatores mais importantes é saber destacar-se da multidão e criar conteúdos únicos é essencial para cumprir esse objetivo. Comunicar com fotografias originais e com qualidade, evitando bancos de imagens e contratando fotógrafos profissionais é o caminho para o sucesso. Nos vídeos deve ser criado um guião, usar teleponto e ter em atenção a qualidade do áudio. 3 - Interaja com os utilizadores As redes sociais são redes de ligações entre utilizadores e as interações são fundamentais. Numa loja física é importante ser simpático e agradável com o possível cliente, nas redes sociais devemos agir da mesma forma, respondendo a perguntas rapidamente, agradecendo um determinado comentário, sendo sempre educado e, acima de tudo, falando a linguagem do seu público alvo. 4 - Saber usar hashtags Saber usar as hashtags é importantíssimo para o sucesso de uma 128
publicação, permitindo que seja mais facilmente encontrada. As hashtags devem ser utilizadas nas publicações depois de uma breve descrição. Para usar as hashtags de uma forma eficiente, deve analisar a imagem ao pormenor e escolher as que estão relacionadas com a sua publicação. Recomendo que não utilize mais de 20 hashtags por publicação. Deve utilizar algumas plataformas digitais de pesquisa de hashtags, como, por exemplo, a TagsFinder. 129
5 - Parcerias Fazer parcerias com outros utilizadores, marcas ou organizações que estejam relacionadas com o seu público alvo vai ajudar no crescimento da sua base de seguidores. Parcerias com influenciadores digitais são uma excelente opção para conseguir resultados rápidos e consistentes. Nas parcerias deve sempre analisar os números ao pormenor, verifique se os seguidores dos parceiros são reais e se têm interações nas publicações. Uma dica importante na escolha do parceiro é ter em atenção que quantidade não significa qualidade, pois já realizei campanhas com pequenos influenciadores que tiveram melhores resultados do que com influenciadores com muitos seguidores. Ter sucesso no Instagram deve ser sempre sustentado por um planeamento com base numa estratégia com objetivos e fases específicas ao longo do tempo. Devemos sempre oferecer ao nosso público alvo conteúdos que sejam do seu gosto e por vezes surpreendê-lo. Comece hoje a sua caminhada rumo ao sucesso no Instagram . ALGARVE INFORMATIVO #234
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CENTRO DE SAÚDE DE ALBUFEIRA RECEBEU NOME DE MANUEL DOS SANTOS SERRA Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina Ministra da Saúde, Marta Temido, e a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, deslocaram-se a Albufeira, no dia 23 de janeiro, para participarem na cerimónia de homenagem, a título póstumo, ao médico Manuel dos Santos Serra, durante a qual foi atribuído o seu nome ao Centro de Saúde de Albufeira. “Santos Serra foi ALGARVE INFORMATIVO #234
muito mais do que um médico. Foi poeta e escritor, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira durante três mandatos, teve um passado de luta contra a Ditadura, chegou-lhe a ser vedado o trabalho por lutar pela Democracia em tempos que já lá vão. Foi sempre um democrata e um lutador por Albufeira, uma terra que, apesar de não ter 132
Jamila Madeira, Marta Temido, Paulo Morgado e José Carlos Rolo
José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “Foi um
histórias. Não cobrava as consultas a quem não tinha meios para as pagar, o que é demonstrativo de um grande altruísmo, de um coração e alma enormes”, lembrou o edil albufeirense. “É da mais elementar justiça esta homenagem, uma atitude de realçar da parte do Ministério do Saúde, até porque estes momentos são bastante significativos nos tempos que correm, em que nos deparamos constantemente com notícias negativas”.
Humanista e um grande amigo. Conversávamos muito longamente porque era um bom contador de
Para Marta Temido, este era “um dia de afetos”, lembrando que, aquando
nascido aqui, sempre considerou como sua”, recordou Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve.
“Um cidadão inteiro, íntegro, que fez muito bem pelos albufeirenses e pelos algarvios”, descreveu ainda Paulo Morgado, dai considerar que a atribuição do seu nome ao Centro de Saúde de Albufeira é perfeitamente justa.
“É um exemplo para todos nós pela sua dedicação às pessoas que servia”, reforçou, opinião partilhada por
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do falecimento de Manuel dos Santos Serra, de imediato surgiu a ideia de batizar com o seu nome o Centro de Saúde de Albufeira. “Um homem que
nasceu em Penela, perto de Coimbra, veio em criança para o Algarve, voltou a Coimbra para se licenciar em Medicina e que regressou logo a Albufeira, onde esteve impedido de exercer a sua profissão durante o período do Estado Novo, devido à oposição que fazia à Ditadura. Depois, foi diretor desta unidade ao longo de 22 anos, mais de duas décadas a trabalhar em prol do Serviço Nacional de Saúde”, destacou a governante, salientando ainda o seu amor ao Algarve e a Albufeira, “esta «cidade branca»
como ele a caracterizava na sua ALGARVE INFORMATIVO #234
obra”, mas também a sua forma reta e justa de fazer medicina. “Foi um homem atento, muito cuidadoso, relativamente reservado no uso da palavra, que guardava para o momento final da consulta, em que dava bons conselhos e amizade. Tinha um juízo técnico bastante atento e apurado, uma disponibilidade para ouvir o outro e dava conselhos técnicos entrecruzados por humanismo e sentimentos de amizade em relação aos outros”. O Ministério da Saúde quis associarse, por isso, à homenagem a uma figura muito importante para a construção do Serviço Nacional de Saúde, “na
certeza de que temos que 134
respeitar a memória e saber cultivar os afetos”. “Estas homenagens são também inspiradoras para os novos profissionais de saúde. Há muitos desafios para o SNS, muitos problemas para resolver, que precisam da nossa coragem e do nosso inconformismo, e esse foi outro traço da personalidade de Manuel Santos Serra. Temos de trabalhar todos os dias na justiça social para melhor servir o povo e incrementar as suas condições de vida”, frisou Marta Temido, antes do descerrar da placa com o novo nome do Centro de Saúde de Albufeira. Manuel dos Santos Serra, médico, poeta-escritor, político, faleceu a 29 de novembro de 2018, aos 92
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anos. Enquanto médico destacouse pelas suas qualidades humanas, de altruísmo e ética. Integrou e apoiou instituições de solidariedade social e cultural, entre as quais os Bombeiros Voluntários, dos qual foi fundador, a Santa Casa da Misericórdia de Albufeira e o Centro Cultural António Sérgio. Manuel dos Santos Serra participou ativamente na criação do Serviço Nacional de Saúde, sendo um dos seus principais incentivadores na região do Algarve. No concelho de Albufeira foi responsável pela criação do Centro de Saúde, onde foi diretor entre 1975 e 1997, tendo dedicado toda a sua vida à defesa dos valores da Medicina, Cidadania, do Humanismo, da Liberdade e da Democracia .
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CONVENTO ESPÍRITO SANTO, EM LOULÉ, ACOLHE EXPOSIÇÃO DE CINCO ESCULTORES Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina té 28 de março, a Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, em Loulé, recebe a exposição de escultura «5 Escultores Paralelos na Voz Criativa», da autoria de Beatriz Cunha, Manuela Castro Martins, Paulo Neves, Rui Matos e Vítor Ribeiro. Na mostra são apresentadas várias obras realizadas em pedra, ferro, vidro, ALGARVE INFORMATIVO #234
madeira e bronze. Pedra representada por Vítor Ribeiro, nas suas florestas brancas, Rui Matos na plenitude do eu do outro lado da sombra, Manuela Castro Martins do símbolo ao barroco na forma do sagrado à paixão, Paulo Neves na espiral dos anéis e para terminar Beatriz Cunha na memória do sagrado. A exposição pode ser visitada, de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30, e aos sábados, das 9h30 às 16h, com entrada livre . 138
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #234
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