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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 12 de setembro, 2020
MÁKINA DE CENA ESTREIA NOVA PEÇA EM LOULÉ DIVAM 2020 | 10.ª ROTA DO PETISCO | MINISTRA DA COESÃO TERRITORIAL EM SÃO BRÁS 1 ALGARVE INFORMATIVO #264 MINISTRO DA DEFESA EM QUARTEIRA | ORQUESTRA DE JAZZ DO ALGARVE E MARIA ANADON
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46 - Rota do Petisco jรก estรก no terreno
58 - Mรกkina de Cena estreia nova peรงa a 26 de setembro ALGARVE INFORMATIVO #264
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OPINIÃO 104 - Mirian Tavares 106 - Fábio Jesuíno 108 - Vera Casaca 110 - Alexandra Rodrigues Gonçalves 112 - Augusto Pessoa Lima 16 - DiVaM 2020
94 - Ciclo Lethes Clássico
20 - Ministro da Defesa inaugurou Estação Salva-Vidas em Quarteira
36 - Avenida da Liberdade de São Brás
84 - Monday
30 - Barbearia Social de Portimão
70 - Orquestra de Jazz do Algarve
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DIVAM DE 2020 É DEDICADO AOS «DIREITOS HUMANOS, IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina s Ruínas Romanas de Milreu acolheram, no dia 5 de setembro, a cerimónia de apresentação da sétima edição do programa cultural da Direção Regional de Cultura do Algarve, DiVaM 2020 – Dinamização e Valorização dos ALGARVE INFORMATIVO #264
Monumentos, que conta com a parceria de 27 associações culturais da região, assim como dos Municípios de Aljezur, Vila do Bispo, Portimão, Albufeira e Faro. A programação cultural arrancou logo no dia 5 e irá decorrer até meados de dezembro, em seis monumentos afetos à DRCALg, designadamente, as Ruínas Romanas de Milreu, a Fortaleza de Sagres, a 12
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, os Monumentos Megalíticos de Alcalar, o Castelo de Paderne e o Castelo de Aljezur.
habituais nove meses para cerca de três meses e meio, o que levou a uma calendarização mais intensa de atividades culturais e artísticas. “Para
A temática «Direitos Humanos, Igualdade e Não Discriminação» constitui o denominador comum que abraça a programação de 2020, procurando-se responder a questões tão importantes como «Quais as responsabilidades das entidades culturais naquilo que é o pensamento, o debate e a prática, no âmbito da nossa vida em comum, na nossa região e no mundo?» ou «Como pode o património e a sua dinamização ajudar a dar resposta às violações de direitos humanos, que acontecem todos os dias e tão perto de nós?». Um programa que, devido à situação de pandemia que Portugal atravessa, apenas agora foi para o terreno, passando dos
tal contribuiu igualmente um maior número de projetos culturais apoiados, opção que não foi alheia à situação de fragilidade de muitos agentes culturais da região”, explicou Adriana Freire Nogueira. “O DiVaM constitui um projeto promotor do valor do património, não apenas como testemunho do passado, da memória e da identidade, mas determinante para que as pessoas que vivem esse património o possam ver com um novo olhar,
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integrando novas perspetivas e narrativas e contribuindo para uma sociedade mais inclusiva”, sublinhou
região”, indicou, aproveitando para
Adriana Freire Nogueira revelou que muitos eventos estão ainda por marcar, devido a todas as incertezas provocadas pela covid-19, e mesmo algumas das datas já definidas poderão sofrer alterações.
lembrar que a tutela dos Monumentos Megalíticos de Alcalar e das Ruínas Romanas da Quinta da Abicada vai passar para a Câmara Municipal de Portimão, o mesmo sucedendo com o Castelo de Paderne para o Município de Albufeira, do Castelo de Loulé para a Autarquia de Loulé e do Castelo de Aljezur para o Município de Aljezur.
“Candidataram-se 30 associações, foram apoiadas 27, com um total de 42 atividades repartidas por 28 projetos culturais, sendo objetivos do DiVAM aproximar as pessoas aos monumentos sob a responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Algarve e sensibilizar a comunidade para o património cultural existente na
Esta aproximação ao património é fomentada também, no que concerne ao público escolar, por via do programa HARPA – Histórias, Arte e Património
a Diretora Regional de Cultura do Algarve.
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“Ficaremos apenas com as Ruínas Romanas de Milreu, a Fortaleza de Sagres e a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, de modo que o DiVAM dos próximos anos terá que ser repensado”.
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do Algarve. “Ao começarmos este
trabalho pelos mais pequenos ficamos com a certeza de que, mais tarde, serão adultos muito mais conscientes para o património que os rodeia e que deverão proteger, pois essa missão não cabe somente ao Estado”, defende Adriana Freire Nogueira, referindo ainda que a Fortaleza de Sagres é o monumento predominante do DiVAM 2020, com 15 atividades, seguindo-se as Ermidas de Nossa Senhora de Guadalupe, com seis atividades e as Ruínas Romanas de Milreu com 14 atividades, a que se somam mais duas atividades no Castelo de Paderne, duas nos Monumentos Megalíticos de Alcalar e duas no Castelo de Aljezur. Depois de se escutar as palavras de Adriana Freire Nogueira, houve 15
oportunidade para assistir a «Música: de todos e para todos», uma performance musical, com instrumentos de sopro e percussão e direção de Albano Neto, cujas peças musicais, de influências de vários pontos do mundo e com um simbolismo associado à questão dos direitos humanos, foram intercaladas com a oralidade dos microcontos de Fernando Guerreiro, num fio condutor demonstrativo da universalidade da música e da importância da palavra, como forma de transmitir uma mensagem. «Música: de todos e para todos» realizou-se na sequência da celebração do Dia Nacional das Bandas Filarmónicas e é da responsabilidade da ACREMS – Associação Cultural e Recreativa Escola de Música Sambrasense . ALGARVE INFORMATIVO #264
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MINISTRO DA DEFESA NACIONAL INAUGUROU ESTAÇÃO SALVA-VIDAS E POSTO MARÍTIMO DE QUARTEIRA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, deslocou-se a Quarteira, no dia 8 de setembro, para presidir à inauguração oficial da Estação Salva-Vidas e do Posto Marítimo de Quarteira, localizadas no Porto de Pesca de Quarteira, numa cerimónia que contou com as presenças do Chefe do EstadoMaior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante António Mendes ALGARVE INFORMATIVO #264
Calado, do presidente da Comissão de Defesa Nacional, Marcos Perestrello, do Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e do Diretor-Geral da Autoridade Marítima e ComandanteGeral da Polícia Marítima, ViceAlmirante Luís Sousa Pereira, para além de vários deputados algarvios na Assembleia da República e dos responsáveis autárquicos locais. Uma moldura humana que reconheceu o trabalho efetuado na Estação Salva-Vidas de Quarteira, que, 20
Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, Diretor-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima
recorde-se, foi ativada a 27 de maio do corrente ano e, neste período, já registou 16 saídas de socorro, tendo assistido três embarcações e 34 pessoas. “O
dispositivo da Autoridade Marítima Nacional é o conjunto dos meios, pessoas e infraestruturas e das práticas e procedimentos que nos permitem dar uma determinada resposta operacional. E, quando assumi estas funções, há cerca de quatro anos, saltou-me logo à vista uma lacuna grande na área do salvamento aqui no Algarve”, referiu o Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, explicando que, entre Portimão e Olhão, não existia qualquer Estação Salva-Vidas.
“Edificar, em Quarteira, uma 21
Estação Salva-Vidas foi, talvez, uma das minhas primeiras decisões estratégicas. Expressei essa preocupação ao presidente da Câmara Municipal de Loulé, que me disse logo que a Autoridade Marítima Nacional podia contar com todo o apoio que a autarquia pudesse dar. Faltava o apoio, amigo, do Ministério do Mar, através da Docapesca, que nos disponibilizou este espaço e aquele onde fica o Posto Marítimo”. Reunidas as vontades e as capacidades, o sonho realizou-se, para satisfação do Diretor-Geral da ALGARVE INFORMATIVO #264
João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional
Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima. “Graças ao
alinhamento destas vontades estamos em condições de continuar a prestar um serviço público e de proximidade às populações, muito mais capaz e eficiente”, garantiu o Vice-Almirante Luís Sousa Pereira, antes de passar a palavra a Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé.
“É um dia muito importante para a freguesia de Quarteira e para todo o concelho de Loulé. Quarteira vive intensamente o mar e o seu legado, a história das suas gentes está intrinsecamente ligada à atividade piscatória, sendo que, hoje em dia, no Porto de Quarteira contam-se mais de 250 embarcações de pesca. ALGARVE INFORMATIVO #264
Quarteira é também uma zona balnear de renome, que vê a sua população triplicar nos meses de Verão. Aqui, o binómio «sol e praia» é o grande atrativo de milhares de famílias e turistas, que escolhem todos os anos o concelho de Loulé para desfrutar do seu tempo de repouso”. Vítor Aleixo falou dos dois quilómetros de praia de Quarteira galardoadas com Bandeira Azul e outras distinções ambientais, das suas múltiplas concessões balneares e de uma intensa atividade náutica de recreio, “pelo que é nosso dever
dar resposta às necessidades prementes da população local, sobretudo dos pescadores, e dos 22
Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé
visitantes, para garantir a sua segurança, tanto em mar como em terra”. “Estas infraestruturas permitem proporcionar aos munícipes e a todos os que visitam o concelho de Loulé um grau de segurança de excelência, no que respeita ao salvamento e socorro a náufragos, mas também na fiscalização e policiamento”,
um financiamento de 725 mil euros para apoiar a recuperação e adaptação destas infraestruturas, no âmbito de um protocolo assinado, em 2019, e que inclui também a recuperação de umas moradias para instalação de marinheiros em serviço na freguesia de Quarteira”.
salientou o edil louletano, que enalteceu as vantagens do relacionamento da autarquia com a Autoridade Marítima Nacional na prossecução do interesse público. “Melhorar o desempenho
O responsável autárquico recordou que a Estação Salva-Vidas de Quarteira já salvou vários praticantes de kitesurf, assistiu pessoas na praia de Quarteira, auxiliou um veleiro ao largo de Vilamoura e realizou apreensões em ações de policiamento. “O
dos serviços e órgãos da administração pública beneficia, com certeza, os seus utentes e a cidadania em geral. Por isso, a Câmara Municipal de Loulé atribuiu 23
investimento ainda há pouco tempo foi efetuado e já começa a dar resultados. Estou convicto de ALGARVE INFORMATIVO #264
que este dia irá marcar positivamente toda a comunidade quarteirense e os seus pescadores, que vivem do mar e para o mar”, afirmou Vítor Aleixo. “Para nós estão, em primeiro lugar, as pessoas, a sua segurança e bem-estar”, reforçou. Antes do descerrar da placa alusiva à inauguração do equipamento, o Ministro da Defesa Nacional reconheceu que o Algarve se encontrava desguarnecido nesta matéria, nomeadamente entre Portimão e Olhão. “Estas instalações
permitem melhorar as condições de trabalho dos elementos da Autoridade Marítima Nacional e de atendimento ao público que ALGARVE INFORMATIVO #264
servem, assim como da busca e salvamento marítimo. Aqueles e aquelas cuja atividade diária está ligada ao mar entendem a importância das estruturas de apoio, vigilância e fiscalização que a Autoridade Marítima Nacional proporciona em todo o território nacional”, indicou João Gomes Cravinho, realçando o compromisso do Governo para a contínua valorização, consolidação e modernização desta estrutura vital para o exercício da soberania nacional no mar e nas áreas sob jurisdição marítima. “E estamos
comprometidos com o trabalho contínuo de consolidação de competências da centenária 24
Polícia Marítima, assegurando, apesar das difíceis circunstâncias económicas e sociais que a pandemia nos trouxe, o gradual reforço dos seus efetivos”. O governante voltou a agradecer o apoio da Câmara Municipal de Loulé e da Docapesca para a concretização da Estação Salva-Vidas e Posto Marítimo de Quarteira, “que refletem o
reconhecimento da importância da Autoridade Marítima Nacional para a comunidade e para o país”. “Esta colaboração resulta diretamente do seu prestígio, e da qualidade, profissionalismo e dedicação dos seus militares, militarizados e civis. Mas é também oportuno recordar o 25
importante, e porventura menos conhecido, trabalho da Autoridade Marítima Nacional no apoio ao combate aos incêndios e à época balnear. A disponibilidade de todos os seus membros para serem parte integrante das soluções que o país e os portugueses precisam é inspiradora. Diariamente, a Autoridade Marítima Nacional garante a segurança dos navegantes, salva vidas, transporta doentes, combate a poluição no mar, contribui para a segurança da navegação através dos seus faróis e da manutenção dos farolins, boias e balizas”, destacou João Gomes Cravinho. ALGARVE INFORMATIVO #264
Entretanto, com a entrada em funcionamento do sistema «Costa Segura» em 2019, a Autoridade Marítima Nacional tem à sua disponibilização mais um instrumento, eficaz e de baixo custo, no apoio às atividades diárias, monitorizando eventos, em tempo real, em 28 instalações localizadas em toda a costa. “Fora de fronteiras, nas
missões da União Europeia, a Polícia Marítima tem desempenhado um papel extraordinário na salvaguarda da vida humana no Mediterrâneo ao longo de sete anos e de forma permanente desde 2018. O número total de migrantes salvos ascende a mais de sete mil”, enfatizou o Ministro da Defesa Nacional. “Por todas estas razões, o Governo está comprometido com o objetivo de consolidar o edifício jurídico da ALGARVE INFORMATIVO #264
Autoridade Marítima Nacional e com o reforço dos recursos humanos da Polícia Marítima. Desde 2017, abrimos três concursos que permitiram 39 novas admissões na Polícia Marítima e, dentro em breve, teremos mais 25 admissões, num processo que nos está a permitir recuperar, ano após ano, da situação deficitária resultante de uma década sem recrutamento. Damos, assim, o nosso contributo para que a Autoridade Marítima Nacional possa continuar a servir Portugal e os portugueses, em cooperação com as autarquias, a comunidade local e todos aqueles que potenciam o exercício da soberania nacional”, finalizou João Gomes Cravinho .
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Isilda Gomes, Bruno Santos e Maria Manuela Santos
BARBEARIA SOCIAL DA CÁRITAS DIOCESANA DE PORTIMÃO FOMENTA A INTEGRAÇÃO SOCIAL DOS MAIS DESFAVORECIDOS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina oi inaugurada oficialmente, no dia 10 de setembro, a Barbearia Social de Portimão, que passará a funcionar, às terças-feiras, das 15h as 17h, nas instalações da Cáritas Paroquial de Nossa Senhora da Conceição - Matriz de Portimão, localizadas no antigo edifício da Caixa Agrícola, com entrada para a Rua Diogo Gonçalves. O projeto foi idealizado pelo ALGARVE INFORMATIVO #264
jovem barbeiro Bruno Santos e venceu a primeira edição do Prémio Municipal do Voluntariado, realizada em 2019, tendo como principal objetivo fomentar a integração social dos menos favorecidos através da mudança de visual, facilitando, deste modo, também a sua integração no mercado de trabalho. O momento contou com a presença de Isilda Gomes, presidente da Câmara 30
Municipal de Portimão, que não escondeu a satisfação por ver mais um projeto concretizado, mais uma ideia que se tornou realidade, sempre em prol da população. “A autarquia lançou um
desafio ao movimento social, que é extremamente rico em Portimão, para apresentar propostas de melhoria de prestação de cuidados e de serviços à nossa comunidade, sobretudo àqueles mais carenciados. E, ao entregarmos este prémio, em 2019, disse sempre que a imagem é fundamental para a nossa autoestima. Se não gostarmos da nossa imagem, não gostamos de nós próprios”, referiu a edil portimonense. A Barbearia Social da Cáritas Diocesana de Portimão irá, na opinião de Isilda Gomes, ajudar muitos cidadãos a recuperar, então, a sua autoestima,
“para que não percam o gosto pela vida e que não deixem de lutar por uma vida melhor”. “É obrigação da Câmara Municipal abrir-lhes portas, indicar-lhes caminhos, proporcionar-lhes serviços essenciais. Por isso, tenho que agradecer à Cáritas Diocesana de Portimão por ter apresentado este projeto e por já o ter implementado, assim como por todo o serviço que presta à comunidade, e que é imprescindível, ainda mais nos tempos de grandes dificuldades que vivemos”, frisou a autarca, nunca 31
esquecendo os cidadãos mais vulneráveis. “Temos que estar
atentos às situações mais complicadas e mais difíceis dos nossos concidadãos, por forma a que os consigamos ajudar a ultrapassar esta fase problemática. Ninguém é feliz com dificuldades, mas queremos que, pelo menos, tenham o mínimo de dignidade, e isso passa pela sua imagem, pelo modo como se vestem, pela alimentação e habitação”, enfatizou Isilda Gomes. Quanto a este projeto em concreto, tornou-se realidade graças ao prémio de cinco mil euros, verba que depois foi multiplicada pelo efeito do voluntariado, destacou a presidente da Câmara Municipal de Portimão. “O
movimento social não gasta dinheiro, multiplica dinheiro, porque tem muitos voluntários. Neste caso, se tivéssemos que pagar a um barbeiro para aqui vir trabalhar, os cinco mil euros não chegavam para nada. O prémio permitiu requalificar as instalações e adquirir o equipamento, o resto é feito pelo voluntariado”, destacou Isilda Gomes, aproveitando para endereçar um profundo agradecimento a Maria Manuela Santos, presidente da Cáritas Diocesana de Portimão. “São cerca
de 90 voluntários a ajudar no diaa-dia e que serão ainda mais ALGARVE INFORMATIVO #264
Bruno Santos, o mentor da Barbearia Social da Cáritas Diocesana de Portimão
necessários nos próximos tempos. A Câmara Municipal criou os Contratos Covid para apoiar as instituições do concelho, sobretudo aquelas que fornecem alimentação a quem dela precisa e, quando essa verba terminar, estamos prontos para continuar a apoiar. Quero «fome zero» em Portimão e não há razão nenhuma para que isso não seja uma realidade. Se a autarquia se recusasse a ajudar, se não houvesse instituições a fazer esse trabalho, as pessoas podiam queixar-se. Mas as portas da Câmara Municipal estão sempre abertas para ajudar os mais carenciados”, garantiu Isilda Gomes.
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Entretanto, depois do sucesso obtido em 2019 com a primeira edição do Prémio Municipal do Voluntariado, a Câmara Municipal de Portimão volta a apoiar e distinguir as melhores práticas nesta área, incentivando o exercício da responsabilidade social e da cidadania ativa, através do estímulo à apresentação de projetos inovadores. O Prémio visa distinguir projetos de voluntariado e solidariedade com impacto mensurável na vida dos destinatários, nas áreas da solidariedade e saúde, ambiente, economia social, educação e formação, com o intuito de promover a melhoria da qualidade de vida das crianças, jovens, pessoas idosas, cidadãos portadores de deficiência, sem-abrigo, migrantes, etnias e outras pessoas em situação vulnerável . 32
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AVENIDA DA LIBERDADE DE SÃO BRÁS DE ALPORTEL TORNOU-SE MAIS MODERNA E AMIGA DAS PESSOAS Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina eve lugar, no dia 10 de setembro, a inauguração da obra de requalificação do primeiro troço da Avenida da Liberdade, respeitante à terceira fase da requalificação do Largo de São Sebastião e ruas adjacentes, numa cerimónia que foi presidida pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. ALGARVE INFORMATIVO #264
Uma importante intervenção que acontece precisamente 100 anos depois de ter sido feito o projeto inicial desta Avenida de São Brás de Alportel, impulsionado, na altura, pelo Vereador João Viegas Louro. “Ao fim de um
longo caminho e muitos obstáculos, eis que, em 1930, um grupo de proprietários, constituído por António de Sousa 36
Dias Sobrinho, José Baptista Dias Gomes, Belchior Martins Galego, João Pires Neves e António Galego, ofereceu os terrenos para abrir a avenida. Em sua memória e para a História fica o nosso profundo agradecimento”, afirmou Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel. Em 1940 seria finalmente aprovada a construção da Avenida Dr. Oliveira Salazar, que por deliberação camarária de 28 de junho de 1974, sob proposta de um grupo de democratas são-brasenses, se passou a designar «Avenida da Liberdade», em tributo à Revolução dos Cravos. “É este legado dos nossos
antepassados que preservamos e a quem prestamos homenagem, com
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a requalificação da artéria principal da nossa vila e que faz parte do passado das nossas gentes e fará certamente parte do futuro que hoje estamos a construir”, referiu o edil sãobrasense, adiantando que a obra de requalificação da Avenida da Liberdade integra uma ampla estratégia de valorização do Centro Histórico e do património local. “Um percurso que
privilegia as acessibilidades, a segurança rodoviária, os espaços verdes, a eficiência de recursos e a fruição do espaço público pelos são-brasenses e por quem nos visita, um atrativo que alavanca o turismo e a economia local”, descreveu.
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Com a requalificação do primeiro troço da Avenida da Liberdade conclui-se a última etapa do Projeto de Requalificação do Largo de São Sebastião e Ruas Adjacentes, que teve o seu início com a requalificação do Largo de São Sebastião (concluída em 2017), e a segunda etapa com a requalificação da Rua Gago Coutinho (finalizada em 2018). A derradeira fase do projeto implicou um investimento no valor de 257 mil e 603,94 euros (IVA incluído), sendo parte deste investimento integrado no PARU – Plano de Ação e Regeneração Urbano, ALGARVE INFORMATIVO #264
financiado por fundos comunitários a 65 por cento, “um apoio que tem
sido fundamental para potencializar o orçamento municipal e continuar a fazer mais com menos”, assumiu Vítor Guerreiro. “E nós estamos sempre bastante atentos aos fundos comunitários, pois para nós são determinantes para a execução de muitos projetos”, acrescentou.
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emoldurada por estabelecimentos do comércio local, cuja valorização e dinamização constitui também uma prioridade para a autarquia. A intervenção permitiu ainda o aumento da segurança rodoviário, dando mais conforto e segurança para os peões; a substituição das infraestruturas subterrâneas, que já estavam obsoletas; a valorização dos recursos endógenos, como a pedra, que está bem patente na calçada, e no mobiliário urbano, “pois nós
também somos terra de canteiros, que sempre trabalharam o calcário e a brecha”; e a valorização do Património Edificado e Imaterial, que pretende eternizar a Procissão de Aleluia, símbolo maior do Património Cultural de São Brás de Alportel, através da passadeira de flores feita em calçada. “Esta obra faz parte de
A presente intervenção teve como prioridade a construção de acessibilidades para pessoas com mobilidade condicionada, conquistandose mais um passo fundamental no Plano «São Brás Acessível para Todos», privilegiando passeios amplos, isentos de barreiras arquitetónicas, e com faixas de piso totalmente plano. Aumentaram-se os espaços verdes, mas mantiveram-se o estacionamento para pessoas com mobilidade condicionada e lugares para cargas e descargas, numa artéria 39
uma estratégia global que temos vindo a colocar em prática para alcançar um concelho cada vez mais moderno e seguro, melhor ordenado, com mais qualidade de vida para todos, com maior dinâmica económica e atratividade turística. Estamos a prosseguir esta estratégia com a intervenção que está em curso no Troço Central da Avenida e que permitirá continuar o circuito acessível, que muito em breve ligará o centro histórico à zona mais a norte da nossa Vila”, adiantou Vítor Guerreiro. ALGARVE INFORMATIVO #264
Segundo o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, a qualidade das infraestruturas, dos espaços públicos e das vias de circulação, pedonais, clicáveis e para o automóvel,
pois é com a participação de todos que construímos um concelho melhor”, justificou Vítor
“é fundamental para melhorar o dia-a-dia das pessoas e para projetar um concelho preparado para o futuro”. “Esta obra tem também uma dimensão participativa importante, que vem na continuidade da prática de gestão participada da autarquia, e na sequência do procedimento adotado aquando da concretização da obra de requalificação do Largo de São Sebastião. Os são-brasenses foram convidados a dar a sua opinião neste projeto, assim como noutras intervenções importantes,
“porque resulta de um trabalho de equipa, com autarcas determinados e excelentes profissionais”. “Neste momento temos mais de 10 quilómetros de passeios acessíveis no nosso concelho, porque São Brás de Alportel pode e deve ser vivido por todos. E temos a boa notícia de que a requalificação do troço da EN2 que faz a ligação de São Brás de Alportel à Via do Infante vai ser inscrito brevemente em Orçamento de Estado. É uma obra fundamental para aumentar a
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Guerreiro, sublinhando que todo este esforço só atinge as metas traçadas
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segurança nestes seis quilómetros de curvas e dar ainda mais atratividade a este concelho, ficando São Brás de Alportel mais acessível e próximo de tudo”, declarou o autarca. Encantada com São Brás de Alportel ficou Ana Abrunhosa, que antes de rumar à Avenida da Liberdade foi recebida pelo executivo municipal nos Paços do Concelho e percorreu o centro histórico da vila. “Quero dar-vos os parabéns
pela obra que agora inauguramos, porque é um exemplo de coesão territorial e de como se deve planear o futuro. Queremos um país próspero, mas que todos beneficiem desse crescimento, seja onde for que estejamos a viver ou a
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trabalhar. Coesão territorial que se faz primeiro no seio do Governo, quando falamos todos uns com os outros para saber quais os problemas que existem no território e como melhor os resolver, numa perspetiva integrada. E temos também a gestão dos fundos comunitários a nível regional”, recordou a Ministra da Coesão Territorial, garantindo que virá a São Brás de Alportel sempre que tal for considerado importante, “para
sentir o viver e pulsar dos vossos problemas e alegrias”. Para a governante, projetos como aqueles a que assistiu em São Brás de Alportel significam espaços verdes e espaços públicos acolhedores para os
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cidadãos; transportes adequados às realidades e necessidades locais e regionais; mobilidade sustentável com recurso à ciclovia e transportes públicos; mobilidade para aqueles que muitas vezes estão excluídos, para pessoas com necessidades especiais; serviços públicos eficazes e eficientes; escolas seguras, modernas e capazes de dar aos jovens as qualificações que precisam para se prepararem para o futuro; empresas robustas capazes de dar trabalho qualificado e bem remunerado, e capazes de se diferenciarem daquilo que já existe; respeito pelo património material e cultural da população. “O futuro faz-se
preservando e respeitando o passado e a nossa identidade”, defendeu Ana Abrunhosa. “Não há progresso e desenvolvimento se não tivermos orgulho daquilo que ALGARVE INFORMATIVO #264
temos e daquilo que somos. Melhorar a qualidade de vida é aquilo que nos move e, depois da festa de uma inauguração, começamos logo a pensar nos projetos que se seguem, por isso, acredito que virei mais vezes a São Brás de Alportel, nos dias de festa, mas também nos dias normais, para conversar com as pessoas na rua, com os comerciantes e empresários, com os autarcas. Só conhecendo os problemas é que podemos desenhar as medidas para os solucionar”, justificou a Ministra da Coesão Territorial .
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10.ª ROTA DO PETISC MELHOR DA GASTRO MESMO EM CONTEXT Texto: Daniel Pina
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CO DIVULGA O ONOMIA ALGARVIA, TO DE PANDEMIA
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e 11 de setembro a 11 de outubro, o melhor da gastronomia algarvia vai ser servido em 231 estabelecimento de restauração distribuídos por 13 concelhos – Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Monchique, Lagoa, Silves, Albufeira, Loulé, Faro, Olhão, São Brás de Alportel e Tavira – naquela que é a 10.ª edição da Rota do Petisco, uma iniciativa da Associação Teia d’Impulsos que promete voltar a fazer as delícias de todos os amantes da boa cozinha, mesmo em contexto de pandemia. Uma odisseia que chega a praticamente toda a região, na
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maior Rota do Petisco de sempre que começou a ser preparada logo assim que terminou o Verão de 2019 e que pretendia ser um grande evento festivo. “Em finais de fevereiro já
tínhamos cerca de 300 estabelecimentos inscritos, a Rota acontecia em maio, só que, em março, instalou-se a pandemia da covid-19 em Portugal, foi decretado o Estado de Emergência, e percebemos que era impossível avançamos com o que estava planeado. Adiamos para setembro, houve estabelecimentos que encerraram portas e desistiram, outros
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preferiram ficar de fora por causa das novas datas, mas também houve alguns novos que decidiram entrar”, conta Nuno Vieira, o coordenador da área cultural e recreativa da Teia d’Impulsos. Uma das principais novidades da presente edição é a chegada da Rota do Petisco a Loulé, o maior concelho do Algarve, com cerca de duas dezenas de estabelecimentos aderentes, ficando de fora apenas os três concelhos do extremo do sotavento, nomeadamente Castro Marim, Alcoutim e Vila Real de Santo António. O que não deverá acontecer em 2020, face ao panorama que se vive, são 49
os grandes grupos de amigos a percorrer a Rota em tom festivo, mas o cerne do evento – ir ao restaurante provar um petisco – não acarreta nenhum risco acrescido a uma simples deslocação a um estabelecimento de restauração. “O objetivo maior é
divulgar a nossa gastronomia e criar riqueza, quer em termos sociais como económicos, para a restauração local, para além de proporcionar momentos agradáveis para quem anda a fazer a Rota do Petisco. Contudo, tivemos que cancelar todos os eventos festivos que ALGARVE INFORMATIVO #264
tradicionalmente ocorriam em paralelo com a Rota, para evitar os aglomerados de pessoas”, indica Nuno Vieira. “Este ano também não teremos os habituais carimbos para que não haja o manuseamento do passaporte para além do seu possuidor, pelo que as pessoas, ao adquirirem a sua ementa, vão receber um autocolante que depois colam no local específico. O passatempo de ilustração, que obrigava ao manuseamento dos toalhetes, também não vai acontecer”, indica o entrevistado. A Rota do Petisco de 2020 terá um Plano de Contingência assente nas conhecidas normas da Direção-Geral de Saúde e a
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esperança é que o evento traga, de facto, animação e movimento à restauração algarvia, numa altura em que o volume de negócio decai após o mês de agosto e a primeira quinzena de setembro. Várias alterações que tiveram que ser implementadas num curto espaço de tempo, pelo que Nuno Vieira admite que o mais simples teria sido, de facto, não se realizar o evento.
“Ficar quieto e aguardar que a normalidade regressasse era, sem dúvida, o caminho mais fácil, mas a Teia d’Impulsos gosta de desafios e pensamos que a Rota do Petisco pode replicar o que sucedeu em 2011. Naquele ano o Algarve atravessava uma grave crise económica, a restauração de Portimão estava a passar por
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tempos muito difíceis, e a Rota permitiu dar-lhe um «boost», criou uma oportunidade de desenvolvimento económico e social. Nunca nos passou pela cabeça que, uma década depois, poderíamos voltar a desempenhar o mesmo papel para aumentar o nível de frequência dos estabelecimentos aderentes até meados de outubro e a fazer com que as pessoas se habituem novamente a ir à restauração”, admite o dirigente associativo. O sucesso da Rota do Petisco apanhou, sem dúvida, de surpresa a Teia d’Impulsos, constituindo um motivo de orgulho para este grupo de amigos de
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Portimão que compõe a sua direção.
“O evento nasceu muito dirigido para a cidade, mas, face ao seu êxito, fomos sendo convidados para alargar o conceito a outros concelhos. A Rota estava inicialmente focada nos petiscos tradicionais algarvios, depois fomos expandindo a oferta para outros petiscos e doces que fossem confecionados com produtos tradicionais regionais. Os estabelecimentos apresentam a sua ementa da Rota, na modalidade «Petisco» (prato + bebida) com o preço unitário de três euros e, na modalidade «Doce» (sobremesa + bebida), pelo valor de dois euros. Mais
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recentemente surgiu a Rota dos Chefs, com nove petiscos de autor ao mesmo preço do menu tradicional”, descreve Nuno Vieira. Chefs que, este ano, serão em menor número do que nas edições anteriores, porque diminuiu também o número de hotéis participantes na Rota, face à covid19. Temos, portanto, uma ementa especial para a Rota do Petisco que, olhando para os preços praticados, não gera um avultado retorno financeiro para os restaurantes, mas Nuno Vieira realça a importante mais-valia em termos promocionais, de modo que existem restaurantes, alguns até de renome nacional, que são completamente aficionados deste conceito e participam desde a primeira edição. Há também estabelecimentos que abriram portas há pouco tempo e aproveitam a Rota para se darem a conhecer ao público. “A
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recompensa económica direta da Rota do Petisco pode não ser significativa, excetuando aqueles estabelecimentos que geram um movimento enorme. Estamos, todavia, perante um tipo de publicidade extremamente económica e que leva, efetivamente, as pessoas aos estabelecimentos”, frisa o entrevistado.
SER SOLIDÁRIO ENQUANTO SE PETISCA Ao longo de 10 anos o conceito da Rota do Petisco foi evoluindo no que diz respeito ao tipo de petiscos disponíveis, mas também no públicoalvo, com Nuno Vieira a recordar que, inicialmente, se privilegiaram os jovens adultos. “Curiosamente, o evento
depressa se tornou num projeto
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dos 9 aos 99 anos, com grande parte dos participantes a terem mais de meio século de vida”, revela o dirigente da Teia d’Impulsos, acrescentando que, com a introdução de menus especialmente dedicados para as crianças, a Rota conquistou definitivamente as famílias. E o passaporte acaba por gerar uma competição amigável entre os participantes, até porque, conforme diz Nuno Vieira, “os portugueses gostam muito de colecionar”. “A Rota dura
cerca de um mês, não é algo que acontece num fim-de-semana, o que dá tempo para as pessoas irem colecionando os carimbos – este ano autocolantes – e existem até prémios para aqueles que vão pelo menos a 12 estabelecimentos”. Outra faceta de enaltecer é a Rota Solidária, o que sucede, em 2020, pelo sétimo ano consecutivo, com o valor de
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1,50 euros pagos na aquisição do Passaporte a destinarem-se, na íntegra, para apoiar projetos sociais com atividade nas localidades aderentes à Rota do Petisco. Algo que não é de estranhar, uma vez que a Teia d’Impulsos é uma associação dedicada à vertente cultural, desportiva e social.
“Nos primeiros dois anos, como eram poucos os estabelecimentos aderentes, existia apenas um flyer promocional da Rota. Com o crescimento do evento e a necessidade de publicitar de forma mais adequada os restaurantes e os parceiros, surgiram os atuais livros que constituem o passaporte. Para criar alguma responsabilidade na sua utilização, decidimos que ele teria um custo associado e que essa verba fosse financiar a Rota Solidária”, conta Nuno Vieira.
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Rota Solidária que, anualmente, gera entre 20 a 25 mil euros que são distribuídos igualmente por 10 projetos sociais do Algarve e, na décima edição, as instituições apoiadas são o Agrupamento de Escola Júdice Fialho, o «Férias Inclusivas para a Comunidade Algarvia», o Teatro Infantil de Portimão, a Espiral de Vontades, o Agrupamento de Escola do Rio Arade, a «Vela Solidária», a Fundação Irene Rolo, a Casa do Povo de São Bartolomeu de Messines, a Associação para a Intervenção e Reabilitação de Populações Deficientes e Desfavorecidas e a Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais. “Seis a
oito meses antes de acontecer a Rota do Petisco começamos a divulgar a Rota Solidária às várias instituições, que apresentam as suas candidaturas. Há projetos que se conseguem concretizar somente com o dinheiro recebido da Rota, ALGARVE INFORMATIVO #264
para outros de maior magnitude esta verba é mais um importante contributo”, assume Nuno Vieira. Quanto a expetativas, o entrevistado declara que o simples facto da Rota do Petisco acontecer em 2020 já deve ser encarado como uma vitória “e como
uma mensagem para a comunidade de que é possível realizarem-se coisas, em segurança, e que não podemos parar”. “Como é óbvio, este ano não estamos à espera de grandes enchentes nos restaurantes como se verificava nas edições anteriores, mas tudo depende do evoluir da situação epidemiológica nas próximas semanas. O próprio estado do tempo será uma condicionante e, a manterem-se estes fins-de-tarde e noites agradáveis em setembro 54
e outubro, claro que apetece mais estar numa esplanada a provar um petisco”, diz Nuno Vieira, confessando que, na Teia d’Impulsos, ainda não se pensa na 11.ª edição. “Temos a
convicção de que, em 2021, volte a acontecer a Rota do Petisco, mas não sabemos que caminho irá seguir. Fomos os primeiros a trazer para Portugal um conceito que já existe no estrangeiro, como é o caso da Rota das Tapas na Andaluzia, mas, entretanto, ele já foi replicado noutras localidades do país, com outras denominações, o que veio valorizar o trabalho que realizamos 55
no Algarve. Por isso, crescer para fora da região não faz muito sentido e, mesmo dentro do Algarve, o mais importante é a sustentabilidade do projeto e não propriamente chegarmos aos 16 concelhos”, conclui Nuno Vieira . ALGARVE INFORMATIVO #264
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MÁKINA DE CENA ESTREIA NOVA PEÇA DE TEATRO A 26 DE SETEMBRO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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epois de vários meses de confinamento, a Mákina de Cena apresentou, para setembro, um programa variado, desta feita fora de casa. No dia 9 regressou o Clube de Leitura Teatral, com Tiago Correia e o texto do seu espetáculo «Turismo», e, no dia 11, foi inaugurada, no CECAL – Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé, a exposição «ISO[LADOS]», composta por fotografias tiradas precisamente em período de confinamento, em resposta ao desafio lançado pela associação cultural de Loulé. Contudo, o grande destaque do mês é a estreia absoluta, no dia 26 de setembro, no Cineteatro Louletano, pelas 21h30, da nova produção teatral da Mákina, «Dois ALGARVE INFORMATIVO #264
perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!», inspirado em «À espera de Godot», de Samuel Beckett, com dramaturgia e encenação de Carolina Santos, que convidou alguns atores de Loulé e Faro para encetar uma gigantesca aventura pelos caminhos do absurdo, do não-lugar e, claro, da sobremodernidade. Agenda cheia para a Mákina de Cena no último quadrimestre de 2020, mas os primeiros tempos de confinamento foram bastante confusos, admite Marco Martins, “porque ninguém
sabia o que estava a acontecer, nem como podia perspetivar o amanhã”. “Volvido um mês, as coisas foram-se tornando mais claras e começamos a pensar em ideias e formatos que se 60
conseguissem adequar ao momento que estávamos a viver. Assim surgiu a open call para a exposição de fotografia, que pretendeu ser um desafio artístico interessante para todas aquelas pessoas que estavam fechadas nas suas residências”,
da Coisa», uma excelente criação própria de 2019, foi, por exemplo, uma das vítimas da pandemia da covid-19. “A Casa
da Mákina fechou e a nossa atividade fora de portas ficou bastante limitada, mas fomos desenhando aquilo que poderíamos realizar no exterior ou em espaços explica o músico e dirigente associativo. mais amplos. No caso da “Sabíamos que uma exposição é «ISO[LADOS]», fomos convidados uma iniciativa em que se pode pela Câmara Municipal de Loulé controlar a afluência de público e para apresentá-la no CECAL, ao assim estarmos todos em segurança. A nossa preocupação era invés de ser na nossa sede. O nosso objetivo é que a programação se encontrar algo desafiante a que as pessoas pudessem aderir e, depois, consiga adequar a outros espaços e que possamos trabalhar em que se pudesse colocar cá fora de modo seguro”, reforça o entrevistado. conjunto com outras associações da cidade”, indica Carolina Santos. A par da preparação da exposição fotográfica «ISO[LADOS]», a Mákina de Cena teve dois contributos para a programação online que o Cineteatro Louletano levou a cabo durante o Verão – 20:20 Psicose e Drama & Bass – mas grande parte do que estava preparado para 2020 teve, de facto, que ser reduzido e repensado, confirma Carolina Santos.
“Estavam agendadas duas produções teatrais, uma série de clubes de jazz, ações de formação de jazz e teatro, e muitas delas tiveram que ser reprogramadas para a próxima temporada, mediante a evolução da situação epidemiológica e as regras que serão impostas pelo Estado de Contingência a partir de 15 de setembro”, refere a atriz e encenadora, lembrando que a tournée de «O Relatório 61
Ponto de honra sempre foi manter «Dois perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!», uma criação da Mákina de Cena, subsidiada pela Bolsa de Apoio ao Teatro da autarquia louletana e cuja estreia estava agendada para o primeiro semestre de 2020, indo a cena uma segunda produção no último quadrimestre do ano. Esta foi, entretanto, adiada para 2021, mas outras atividades estruturais da Mákina de Cena sentiram os efeitos do novo coronavírus, casos do Clube de Jazz e do Clube de Leitura Teatral. “São dois pilares da Mákina
que fazem com que as pessoas saibam qual é o nosso trabalho e que se aproximem de nós, de modo que as retomámos logo que foi possível”, aponta Carolina Santos, com Marco Martins a revelar que existiam mais de 20 alunos a frequentar aulas ALGARVE INFORMATIVO #264
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individuais e de conjunto de jazz antes do surgimento da covid-19. “Fomos
forçados a congelar os vários workshops com formadores de relevo que estavam programados, mas abrimos, no dia 15 de setembro, as pré-inscrições para o Clube de Jazz, embora estejamos todos dependentes das novas diretrizes da Direção-Geral de Saúde. Creio que conseguimos gerir bem as aulas individuais no nosso espaço, mas as aulas de conjunto são uma incógnita”, admite o músico. “Mas foi fantástico verificar que uma série de alunos se mostraram fidelizados às aulas, que telefonaram várias vezes para saber quando é que elas seriam retomadas”, acrescenta. As contingências inerentes às sedes das associações são um problema que está a 63
afetar diversas entidades, mas a verdade é que elas não podem parar, sob risco de depois não conseguirem regressar à normalidade. Algo que nem sequer passou pela cabeça do corpo diretivo da Mákina de Cena, até porque apenas foi encerrada a Casa da Mákina e não interrompida a atividade criativa.
“Tentamos sempre manter-nos presentes e as redes sociais foram importantes durante o período de confinamento. Tivemos as duas performances solicitadas pelo Cineteatro Louletano, mas aproveitamos também para criar o próprio site da associação. E, em setembro, houve a oportunidade de um verdadeiro regresso, com coisas importantes a acontecer, a estreia de uma nova peça e a primeira exposição da Mákina de Cena”, destaca Carolina Santos, falando ainda da ALGARVE INFORMATIVO #264
parceria existente com o Festival Verão Azul. “Fazemos parte da rede de
parceiros locais e regionais que eles estabeleceram e todos os meses estão a ser feitas formações de artes performativas”.
QUANDO O ABSURDO DO MUNDO REAL SUPLANTA O DA FICÇÃO O principal destaque deste quadrimestre é, de facto, «Dois perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!», nos planos da Mákina de Cena há quase um ano e cujo elenco estava «fisgado» há vários meses.
“O Samuel Beckett é um dos meus autores preferidos, os seus temas sempre mexeram muito com o meu imaginário e levar a palco este ALGARVE INFORMATIVO #264
universo «godotiano» era algo que me atormentava há algum tempo. Beckett está muito concentrado e datado porque, embora as coisas aconteçam num tempo indeterminado, a sua escrita está bastante associada a um certo período histórico. O que tentamos fazer foi encontrar o absurdo do presente que colasse com o imaginário da espera eterna, daquilo que nunca acaba”, explica a encenadora, adiantando que os ensaios tinham arrancado em dezembro de 2019. “É uma peça
muito densa e difícil, que não vamos levar a cena na sua totalidade, e o primeiro brainstorming foi quase em cocriação com o elenco. Após o confinamento, o ritmo alterou-se 64
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um pouco, mas chegamos a um ponto em que decidimos que a história iria decorrer no Algarve, uma região que é um símbolo da eterna esperança, da espera pelo turismo, onde há a ideia de que aquilo que vem de fora é que é bom. Associamos a noção de recuperação e de prosperidade há ideia de alguém que não é de cá, de ALGARVE INFORMATIVO #264
alguém externo que traz as soluções, que nos ajuda a avançar”, desvenda Carolina Santos. Protagonizado por Filipa Rodrigues, João Caiano, Pedro Paulino, Renato Brito e Tata Regala, «Dois perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!» localiza as duas personagens principais num aeroporto qualquer e vai buscar a ideia antropológica de Marc Augé do «não lugar», aquele que não possui 66
Esta era, pois, a ideia inicial antes da pandemia e, de repente, ficamos todos congelados, à espera, por causa da covid-19. Uma situação que acabou por validar ainda mais a pertinência de «Dois perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!», na opinião da encenadora. “Realçou-se a ideia de
que a solução do problema vem de fora, que nada parte de nós, a par de um desejo e fé de que vai ficar tudo bem. Ainda durante a pandemia comecei a introduzir na dramaturgia a ideia de que as personagens estão num espaço pós-apocalíptico, de que o mundo foi atingido por algo que ninguém consegue explicar, o que justifica algumas das ações que temos observado, mesmo no mundo real”, salienta Carolina Santos. “A pandemia veio reforçar o sentido da peça, é algo que ainda nos está a acontecer”, entende Marco Martins, com a parceira a acrescentar que, de facto, a realidade, por vezes, suplanta a ficção. “Temos assistido a identidade, nenhuma ligação cultural à sociedade. “Um aeroporto acaba por
ser tão global como um deserto e as duas personagens estão ali à espera de uma entidade que os vai salvar. Salvar do quê, para quê, como e quando, não sabemos, nem sequer percebemos há quanto tempo é que eles lá estão à espera”, indica Carolina Santos. 67
demonstrações, reivindicações e loucuras durante este período que julgamos ser matéria de um filme. É difícil assistir ao absurdo em cima do palco, mas acontecem coisas mais absurdas no mundo real”, desabafa a entrevistada, antes de retomar os ensaios com o elenco de «Dois perdidos no horror elíptico da sobremodernidade!» .
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ORQUESTRA DE JAZZ DO LGARVE E MARIA ANADON ENCERRARAM «A CULTURA SAI À RUA – VERÃO 2020» Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
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hegou ao fim, no dia 5 de setembro, no recinto da FATACIL, em Lagoa, o programa «A Cultura sai à Rua – Verão 2020», dinamizado pela Câmara Municipal de Lagoa em julho e agosto e constituído por 22 espetáculos, que tiveram lugar nas várias freguesias do concelho. “Conseguimos
mobilizar 126 artistas da música e dança à magia e envolver cerca de 200 profissionais do som e luz, da fotografia e vídeo. Estamos satisfeitos, valeu a pena o nosso esforço para trazermos novamente a cultura a Lagoa”, referiu Luís Encarnação, edil lagoense, antes do início do concerto da Orquestra de Jazz do Algarve. Um programa de animação de Verão que contou com cerca de 1.300 espetadores e cuja receita de bilheteira reverteu para uma instituição particular de solidariedade social do concelho, com a verba de 5.300 euros a destinar-se, por sorteio, ao Centro de Apoio Social de Porches. “Vamos
continuar com as nossas vidas, procurando resgatar a nossa forma de estar e viver na época précovid19. Temos que manter a esperança, mas sabemos que os tempos que aí vêm não serão fáceis. ALGARVE INFORMATIVO #264
Por isso, este gesto é um sinal que queremos dar de alento e conforto às IPSS, que estão na linha da frente no combate a esta pandemia de saúde pública, e àquela que se seguirá, a das dificuldades sociais. No Município de Lagoa tudo faremos para 72
recuperar a vida que tínhamos antes de março de 2020”, assegurou Luís Encarnação. Quanto ao concerto da Orquestra de Jazz do Algarve, a convidada especial foi Maria Anadon, para o repertório «Settin' Standards», numa pequena viagem pelos temas e estilos que o Jazz e o Swing nos 73
deram nos últimos 100 anos. Maria Anadon é uma das mais incontornáveis e consagradas vozes do jazz português e, em conjunto com a Orquestra, interpretou temas como «How High The Moon», «Take The A Train», «All Of Me» e «The Man I Love», sob direção musical do maestro Hugo Alves . ALGARVE INFORMATIVO #264
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CONCERTOS AO ENTARDECER DA ARQUENTE REGRESSARAM COM MONDAY Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova
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s «Concertos ao Entardecer» da ArQuente estão de regresso para a sua 10.ª edição, com o primeiro evento a ter lugar, no dia 5 de setembro, no Pátio da Galeria Arco, em pleno centro histórico de Faro, com Monday. O projeto a solo de Catarina Falcão apresentou-se pela primeira vez no Algarve, com as canções do seu mais recente trabalho, «Room for All», lançado ALGARVE INFORMATIVO #264
há poucos meses e amplamente elogiado pela crítica. Catarina Falcão é uma das metades das bem conhecidas Golden Slumbers, duas irmãs que, entretanto, foram ganhando espaço e crescendo em direções diferentes. Separaram-se sem, no entanto, se desunirem, antes construindo percursos paralelos, como é o caso deste Monday, em que prevalece a vontade artística por um som de um certo recolhimento introspetivo, alguma soturnidade 86
sonora evidente, um piscar de olhos a uma típica folk, tudo parte da marca registada da família Falcão. O Ciclo «Concertos ao Entardecer» teve início em Faro, em 2011, na sede da Associação ArQuente, na Galeria Arco, e em 2014, graças ao apoio do programa DiVaM – Dinamização e Valorização de Monumentos, estendeu-se à Fortaleza de Sagres. Uma das finalidades deste projeto é aliar a divulgação de bandas/artistas emergentes, essencialmente no panorama nacional, a uma componente paisagística, arquitetónica, histórica e 87
patrimonial. A intenção passa por proporcionar ao público um conceito abrangente de fruição de diversos objetos artísticos que se interligam e potenciam. “Procura-se uma certa
transcendência, a busca de um tempo e de um lugar fora desse mesmo tempo ou lugar. Quere-se uma viagem para lá do que se vê e se ouve, mas que valorize simultaneamente o que se vê e o que se ouve, num espaço que se acrescenta a cada nota musical”, explica a organização .
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AGRUPAMENTO DE MÚSICA DE CÂMARA DA ORQUESTRA CLÁSSICA DO SUL RECORDOU BEETHOVEN NO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina| Fotografia: Irina Kuptsova
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eethoven foi, sem dúvida, um dos compositores que mais influência teve nas gerações posteriores e, entre as várias formações que abordou, o corpo de obras que deixou para quarteto de cordas ainda hoje é um marco inigualável. No dia 3 de setembro, os espetadores de mais um episódio do «Ciclo Lethes Clássico» tiveram oportunidade de assistir, no Teatro Lethes, em Faro, ao primeiro e um dos mais célebres quartetos dedicados ao seu patrono russo, o conde Andreas Razumovsky, pelas talentosas mãos de Emil Chitakov e João Castro (violinos), Ângela Silva (viola) e Mikhail Shumov (violoncelo), do Agrupamento de Música de Câmara da Orquestra Clássica do Sul. Do programa constou o Quarteto Razumovsky Op. 59 n.º 1, composto por: I. Allegro; II. Allegretto vivace e sempre scherzando; III. Adagio molto e mesto; e IV. Thème russe. Allegro. O evento foi organizado pela Orquestra Clássica do Sul, com o apoio do Teatro Lethes . ALGARVE INFORMATIVO #264
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OPINIÃO Estanque Exposição de Angelo Gonçalves Mirian Tavares (Professora Universitária) “Pois a arte – e afinal não vejo outra definição que englobe todas as demais – é uma atividade que consiste em produzir relações com o mundo, em materializar de uma ou outra forma suas relações com o tempo e o espaço”. Nicolas Bourriaud ificilmente resisto à tentação de procurar sentidos nas palavras, para além daqueles que elas contêm. O escritor argentino Julio Cortázar dizia que as palavras eram um mistério que ele gostava de desvendar, de penetrar, para criar novas relações, e revelações, mesmo, e sobretudo, nas palavras banais do quotidiano. “Yo parezco haber nacido para no aceptar las cosas tal como me son dadas". Angelo Gonçalves é um artista que, como o escritor argentino, não aceita as coisas como lhe são dadas – usa os objetos (palavras) banais do quotidiano e com eles cria a sua arte. Uma arte que está em processo desde que ele começou a explorar, de forma mais densa e consciente, as camadas de significação que se ocultam sob os tetos das palafitas, das casas provisórias, da impermanência do que devia ser ALGARVE INFORMATIVO #264
permanente e sólido. Mas, ao contrário de diversos artistas contemporâneos, que agem sobre os objetos artísticos anteriores, que habitam, e tomam para si, as artes de outros e atuam sobre elas, num processo a que o Nicolas Borriaud chama de pós-produção, Angelo Gonçalves atua sobre o real, sobre a materialidade dos objetos que são, quase sempre, restos e sobras da sociedade de consumo. Estanque é uma exposição e uma proposição – estancar é conter o curso dos líquidos, e é também esgotar-se, chegar a um ponto fixo, do qual não se consegue sair. O que não traduz o fluxo irreprimível do artista que apresenta, nessa exposição, 2 pinturas, 2 fotografias e 2 instalações construídas in situ. Nenhuma delas está estanque, pois são dialogantes – entre si mesmas e entre outras exposições do artista. Há, no entanto, um elemento comum: a água que está contida, representada através das palavras e das imagens, insinuada pelos recipientes que 104
Foto: Victor Azevedo
compõem os objetos, pelas manchas nas pinturas, mas, efetivamente, ausente. A fragilidade das instalações corresponde à fragilidade da escultura fotografada que foi escolhida, pelo próprio artista, como a imagem desta exposição: uma palafita, com seus pilares à mostra, como desnudados pela água que parece rarear. Há outra fotografia, que acompanha esta imagem, que mostra o manancial seco, com a casa/palafita no meio, perdida entre as margens que se estendem e tomam o lugar outrora ocupado pela água. Em galego, estanque é o nome que se dá a uma barragem, a um tanque artificial. Como aquelas que estancam os rios que 105
deveriam fluir. Como disse, mais que uma exposição, Angelo Gonçalves apresenta-nos uma proposição que é antagônica à ideia de estancar, de cortar o fluxo, de chegar a um ponto, aparentemente, final. Marcel Broodthaers afirmou que “desde de Duchamp, o artista é o autor de uma definição”. O artista, como Cortázar, define a função dos objetos nas suas criações, afastando-os da sua aparente banalidade e criando novos sentidos que podem estar estagnados num tempo e espaço definidos, mas que continuam o seu percurso para além do momento exato, e estanque, da sua criação . ALGARVE INFORMATIVO #264
OPINIÃO 3 tendências de empreendedorismo pós-pandemia Fábio Jesuíno (Empresário) m tempos incertos e de grandes desafios como este em que vivemos, ser empreendedor é ainda mais arriscado, mas ao mesmo tempo existe uma motivação extra para encarar os problemas e encontrar soluções inovadoras. É nestes momentos, onde a cultura empreendedora deve ser promovida com mais força, incentivando a criação de novas startups e apoiando as atuais de forma a combater a crise económica provocado pelo Covid-19. Para fomentar o espírito empreendedor, decidi escolher e analisar algumas tendências de empreendedorismo pós-pandemia:
Produtos artesanais Uma tendência com elevado valor nos últimos anos que não têm tido muita projeção mediática, mas com impacto na nossa sociedade, contribuindo cada vez mais para a criação de novos negócios de sucesso. As pessoas gostam cada vez mais de serem diferentes, ter produtos ALGARVE INFORMATIVO #264
personalizados, únicos de pequenas produções, os quais são cada vez mais procurados, criando uma grande oportunidade de negócio. Os produtos artesanais como as cervejas, queijos, sabonetes, perfumes, roupas e joias são alguns exemplos que se destacam pela qualidade superior.
Artigos em segunda mão Os negócios relacionados com artigos usados estão em grande expansão, este tipo de negócio ganha relevo principalmente em momentos de crise onde as famílias contam com menos dinheiro e aumentam os níveis de poupança, procurando produtos com valores mais baixos. Os negócios em segunda mão relacionados com telemóveis e roupa são os que mais se destacam, com vários exemplos de lojas especializadas neste tipo de produtos.
Influenciadores É a tendência com maior evolução nos últimos anos, com impacto em grande 106
escala na sociedade e principalmente neste momento onde estamos cada vez mais online, Youtubers, instagramers, bloggers que inspiram grandes números de seguidores, despertando o investimento das marcas. Uma actividade em grande crescimento e cada vez com mais concorrência. Os negócios de influenciadores digitais estão ligados directamente a criação de conteúdo, conseguido atrair 107
investimento através da promoção de marcas externas e ou próprias focadas meritoriamente em comercio electrónico. Estas são as três tendências que, na minha opinião, vão fazer a diferença no mundo do empreendedorismo póspandemia. Tenho a convicção que vão gerar vários tipos de negócios muito lucrativos . ALGARVE INFORMATIVO #264
OPINIÃO Disposta ao sacrifício ou nem por isso? Vera Casaca (Argumentista e Realizadora de Cinema) esta crónica é daquelas mais pessoais, porque enfim, o cansaço que se abate sobre mim já tem tantas semanas que me parece crónico, e porque é meu, por isso é pessoal. Crónica Pessoal. Bem, isto para vos contar duas coisas. Heis que há seis semanas me surgiu uma bonita oportunidade na vida profissional. Não podia estar mais satisfeita, é verdade. Sou daquelas que acredita que a «sorte» deve ser vista como a bola no futebol americano: quando surge, agarra-te a ela com unhas e dentes e corre de forma tão feroz como um musculado Quarterback. Não sou musculada, não tenho treinador, nem proteções, nem chumaços que me aparem as quedas, mas o desejo de correr é muito e, assim que surgiu esta oportunidade, corri. Não no campo, mas pelo nosso bonito país, encontrando-me a fazer mais vezes a rota Algarve/Norte que o alfapendular. Isto porque preciso de me encontrar com quem tem loucura suficiente para se meter em mais uma aventura cinematográfica.
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Então toca a beber cafés, música aos berros no carro, dormir mal e pouco em camas que não são a minha, fazer e desfazer malas, tentar nutrir o meu interesse e dos envolvidos no projeto, e manter, se existe, alguma sanidade nesta mioleira. Essa é a primeira parte da história: quando surge uma boa oportunidade devemos agarrá-la com unhas e dentes e poderia ser intitulada de: «Uma Canibal Ambiciosa». Agora a segunda parte é o outro lado da moeda. E aqui sei que estou convosco e mais uns milhões de pessoas: os malabaristas. Malabaristas metafóricos. Daqueles que estão nos bastidores do circo, sem fazer nada, à espera que o palhaço faça as suas proezas para serem vocês a entrarem. E pumba! Passam de um sereno humano para uma máquina atrapalhada que tenta manter todas as bolas no ar. O problema não são as três bolas com que treinámos, mas sim as bolas inesperadas que a vida nos manda. Subitamente damos por nós a manter o equilíbrio de mil coisas ao mesmo tempo - até com os pés as pontapeamos.
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Se na primeira parte desta história imperava música alta para manter o ânimo, a cafeína para as pálpebras não se fecharem, então agora nas noites não faltam os chás para dormir – que se diga de passagem são publicidade enganosa – o duche quente para relaxar os músculos, as músicas zen do youtube, e mais a catrefada de coisas para enganar um cérebro que mesmo fatigado insiste em não repousar. Dou por mim a ter uma vida social quase nula, independente da Covid. Aguento-me bem sozinha pois sou introvertida, mas chega um ponto que preciso de ter uma conversa cara a cara e que não envolva dedos num teclado e emojis. Esta segunda parte poderia intitular-se «Uma solitária malabarista cansada ou de ressaca – parece-me o mesmo». Sinto que o entusiasmo de novos projetos acaba por ser diluído neste rodopio cansativo. Sinto pena, porque quando faço um «zoom-out» e vejo a situação de longe e de forma imparcial, apercebo-me do quão abençoada sou. Afinal não sou daqueles privilegiados que conseguiram manter o seu trabalho apesar da pandemia? Continuo a escrever a filmes, a escrever para 109
artigos, até contribui para um livro que foi publicado recentemente: «Antologia de Contos do Algarve». E levo às costas mais dois projetos, o que se tornou um pouco difícil de gerir. Mas desde quando é que qualquer tipo de trabalho não nasce de um verdadeiro espírito de sacrifício? . ALGARVE INFORMATIVO #264
OPINIÃO Rentrée! Alexandra Rodrigues Gonçalves (Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve) oje estava sem qualquer ideia para escrever e a palavra que me vinha à cabeça era «rentrée», que no dicionário da Priberam diz: rentrée |rãtrrê| (palavra francesa), nome feminino: 1. Reabertura dos teatros no começo do ano dramático; 2. Nova aparição, após uma ausência, de um artista titular de um papel; 3. Reinício de atividades ou de funções de uma instituição, geralmente após férias (ex. rentrée política, rentrée escolar). Este ano o sentimento de rentrée é muito estranho, pois o recomeço demonstra-se muito incerto, confuso e altamente desolador para a economia e bem-estar regional. Hoje, conhecemos as regras que nos vão nortear a partir de 15 de setembro e até que novas medidas tenham que ser tomadas. Ouvimos dizer que temos que evitar ficar doentes, evitar ajuntamentos com mais de 10 pessoas, ou grupos com mais de quatro nos espaços comerciais, evitar beber no espaço público, desencontrar horários, evitar conviver, tudo pela saúde pública…isto é, ALGARVE INFORMATIVO #264
mantermo-nos longe uns dos outros, física e psicologicamente. Mas também ouvimos afirmar que temos que continuar a viver, a estudar, a trabalhar, a tentar manter a economia a respirar, e que o Elefante Branco tem autorização para abrir até às 4h da manhã. Hoje, soubemos que Portugal volta a sair do corredor aéreo britânico dos países considerados seguros (sabendo nós o que isto significa para o Algarve, ainda que se segredasse, entre muitos, que teria sido melhor que Portugal nunca tivesse sido incluído na lista dos países seguros, pois eles estão muito piores que nós). Ontem, soubemos que Marisa Matias vai ser candidata à Presidência da República e hoje que Ana Gomes também será – uma das candidatas anuncia a luta contra o medo, a outra contra o Marcelo (Tino de Rans já se anunciara na luta contra o «populismo»). Hoje, soubemos também que as eleições para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais vão ser dia 13 de outubro, mas que quase tudo já está eleito.
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cidades e muitos outros eventos ficarão por acontecer. Hoje, soubemos que os espetáculos e recintos desportivos irão continuar sem público. Nas escolas, as coisas têm-se vindo a saber há mais tempo, mas a incerteza coexiste. Há saudade e ansiedade, dizem os estudantes, os professores e os demais colaboradores. Hoje, soubemos que o campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, ficou praticamente reduzido a cinzas com os vários incêndios que ocorreram nas últimas horas. A situação parece descontrolada e há milhares de migrantes bloqueadas na estrada, sob vigilância das forças de segurança. Hoje, soubemos que a farmacêutica Astra Zeneca suspendeu os testes à vacina para a Covid-19 com a Universidade de Oxford, devido a reação adversa grave de um dos voluntários. A responsabilidade é partilhada por todos Longe de outras «rentrées», o espectáculo é outro e os cenários muito devastadores. As principais salas culturais recomeçam agora a contratar e a programar, e a maioria dos festivais não aconteceu. Anuncia-se mesmo que o Carnaval não irá realizar-se em várias 111
Vivemos um misto de sentimentos, nesta nova normalidade, e vamos ter que estar à altura desta ameaça invisível, com coragem e sobretudo com muita sensatez. A responsabilidade é partilhada por todos, pelo que, cada um tem de ser exigente consigo próprio e comprometer-se com a sua higiene e segurança! Uma excelente «rentrée escolar» para todos! Nota final: Termino esta crónica a 11 de setembro de 2020, data em que perfazem 19 anos sobre os terríveis atentados terroristas à Torres Gémeas nos EUA. Dia em que eu e o meu irmão gémeo comemoramos 48 anos. Nos últimos anos, as ameaças terroristas foram o nosso maior medo, hoje outras ameaças surpreenderam o Mundo. Viva a vida, a alegria e a nossa existência .
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OPINIÃO Associativismo e Sindicância II Augusto Pessoa Lima (Cozinheiro, Consultor e Formador) história dos sindicatos dos trabalhadores, de forma comum sempre quis assegurar os seus direitos. Em Portugal, esta luta tem início na década de sessenta, após o país abrir portas às grandes empresas, algumas multinacionais, acelerando um processo de dependência de trabalho proporcionado pelas grandes fábricas, onde era comum muitas horas de trabalho a troco de ordenados baixos. A actividade dos grupos de trabalhadores contra este sistema acelerou-se nos finais do antigo regime e tomou atitudes muitas vezes inadequadas e extremistas no tempo dos primeiros governos, com o pináculo nos governos de Vasco Gonçalves O 25 de Abril assegurou constitucionalmente esses direitos e as lutas que sempre foram levadas a cabo pelas Centrais Sindicais, sempre associadas às classes mais desfavorecidas, reviam-se nos partidos de esquerda, centro esquerda e centro direita. Como associativista, consigo pensar em formas de defender a classe dos ALGARVE INFORMATIVO #264
Cozinheiros, através de um Sindicato, valorizando-os na profissão, no trabalho que executam, na importância que têm e no salário que auferem, sem, contudo, haver a necessidade de filiação partidária. E entendo que a questão dos salários, não sendo a menor, também não deve ser a mais importante, como se vem defendendo nos Sindicatos tradicionais, pois ela não é tão linear assim e depende sempre de comparação com outras profissões. Quanto vale um Cozinheiro? E quando pergunto, quanto vale, faço-o não comparativamente com outras profissões, mas também o posso fazer, comparando a responsabilidade de quem cozinha, se pensarmos que comida é saúde pública, a carga horária praticada, os dias de folga, face a qualquer outra profissão, o desgaste psicológico e stress acumulado, as doenças profissionais e os males inerentes, quer sejam sociais, pessoais ou familiares. Com as crises recentes, houve fuga de profissionais do sector para outros países. A ordem era de emigrar e eles o fizeram pela saúde económica da família. E com a crise veio a êxodo de todos os que tinham ou não, profissão indiferenciada para a Indústria que 112
ninguém aparentemente se parece incomodar, mas que alimenta muita boca, a Indústria da Restauração e os seus ERB’s. Com a crise, vieram ainda as exigências vãs a quem não sabe, mas que se paga como se soubesse. E quando pergunto – Quanto vale um cozinheiro, obviamente que depende se executa na perfeição ou com sentido de responsabilidade o que lhe é proposto quando diz que se candidata a determinado posto. O problema é que quem contrata quer que o cozinheiro tenha experiência no cargo para o qual se candidata ou é contratado, tenha conhecimentos de HACCP, resistência ao stress, que se adapte a turnos e que seja multifunções. E quanto paga? Muito mal, face a todas as exigências, mais os pressupostos das inúmeras atribulações acima descritas. Os Cozinheiros têm uma profissão de risco, mas não é assumida. Alguns riscos Térmicos – Ambientes cuja temperatura media é superior a 35.º C; Toxicológicos – Ambientes pouco ventilados sujeitos à inalação diária de fumos e outros agentes toxicológicos, como produtos químicos; De incêndio – Gorduras aquecidas, maquinaria; De eletrocução – equipamentos não correctamente instalados; Queimaduras e escaldões – Gorduras, líquidos e equipamentos quentes, vapores e produtos químicos; Cortes, abrasões e entaladelas – Facas, equipamentos de corte, portas e mecanismos hidráulicos; 113
Quedas e lesões músculo-esqueléticas – movimentação manual ou através de equipamentos de cargas, pisos escorregadios, tropeções. Algumas doenças Surdez, cegueira, doenças psicossociais como o stress – causas: Garga horária excessiva, tomadas de decisão importantes, relações interpessoais com colegas e chefias, etc.. Dores de coluna, junções. Um excelente artigo sobre o trabalho desenvolvido por um grupo de especialistas sobre as doenças e riscos dos trabalhadores de cozinhas profissionais pode ser lido aqui: http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S030376572003000200011 . ALGARVE INFORMATIVO #264
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