REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #272

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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 21 de novembro, 2020

JOSÉ APOLINÁRIO: “ALGARVE VAI SER CAPAZ DE ULTRAPASSAR A SITUAÇÃO DIFÍCIL QUE VIVE”. «O REI E A SEREIA» | FESTIVAL SPOKEN WORD DO ALGARVE | FESTIVAL DO CONTRABANDO 1 ALGARVE INFORMATIVO #272 «GREEN UP» | GALA CELESTE RODRIGUES | RÚBEN GONÇALVES | «LIBRO DEL BUEN AMOR»


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18 - «O Tráfico de Artes no Guadiana - Festival do Contrabando»

30 - José Apolinário, presidente da CCDR Algarve ALGARVE INFORMATIVO #272

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OPINIÃO 66 - «O Rei e a Sereia» da Casa da Cultura de Loulé

118 - Alexandra Rodrigues Gonçalves 120 - Augusto Pessoa Lima

54 - Festival Spoken Word do Algarve

80 - «Libro Del Buen Amor» no Teatro Lethes

94 - Rúben Gonçalves expõe em Loulé

106 - Gala Celeste Rodrigues no Lethes 11

44 - «Green Up» desafia jovens empreendedores a apresentar ideias para um turismo mais sustentável ALGARVE INFORMATIVO #272


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«TRÁFICO DE ARTES NO GUADIANA» ANIMOU ALCOUTIM NUM FESTIVAL DO CONTRABANDO ADAPTADO À PANDEMIA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina «Tráfico de Artes no Guadiana Festival do Contrabando» regressou a Alcoutim, entre 10 e 15 de novembro, com a quarta edição a acontecer em formato online, mas continuando a apostar no fomento e na divulgação artística. No decorrer dos cinco dias foi transmitido o documentário «220 metros de Guadiana» de Paulo Vinhas Moreira, ALGARVE INFORMATIVO #272

que tem conquistado vários prémios, assim como o filme «E o Rio Corre» do programa «Mar Limiar», do arquivo da RTP de 1976. Destaque igualmente para a instalação da peça «Lontra» do artista plástico Bordalo II, inserida no projeto «Big Trash Animals», bem como o «Túnel do Contrabando», no Castelo de Alcoutim, executado pela cooperativa de arquitetura Voltes, de Espanha. Sob o tema da observação de estrelas foi apresentado «Sob os Trilhos da 18


Estrela do Norte», com relatos com base no capítulo «A Estrela do Norte» das «Histórias do Contrabando» de Paulo Vinhas Moreira, em parceria com a Tour Estela. O programa incluiu ainda a transmissão da instalação habitada/performance «Alcoutim Fronteira Fire Words», do Artelier by Nuno Paulino, companhia artística de âmbito nacional que já apresentou um espetáculo no festival Burning Man, nos Estados Unidos, em 2019. O teatro físico marcou também presença com dois espetáculos pelo Teatro Só, «Sorriso» e «Somente». Este ano sem ponte flutuante no Rio Guadiana a ligar Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, nem mercado nas ruas das duas vilas, não houve o habitual frenesim musical e teatral, mas não faltaram as «Paródias do Contrabando», com a Água

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Ardente Produções Teatrais a realizar várias transmissões de pequenos sketches do festival. Em suma, a edição de 2020 expôs o ADN do Contrabando em novos moldes, deixando uma marca visível no território, apresentando a identidade de uma região no presente, mas com os olhos postos no futuro. Por isso, Osvaldo Gonçalves agradeceu aos técnicos da autarquia que tornaram possível “reinventar toda

a dinâmica do festival e levá-lo às casas das pessoas”. “Neste momento particularmente difícil e exigente das nossas vidas, é fundamental, até mesmo imprescindível, que não abdiquemos, em nenhum momento, da nossa natureza resiliente, de modo a que não

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João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, e Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial

tenhamos a tentação de ceder ao medo e ao cansaço e, assim, deixarnos vencer por esta pandemia. Agir com a certeza, a calma e a prudência que a situação impõe é essencial para que tenhamos a capacidade de sair vencedores desta crise sanitária, que já criou uma crise económica e que ameaça também com uma crise social”, avisou o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. Numa cerimónia singela realizada no Cais da Vila de Alcoutim, onde ficará a escultura «Lontra» de Bordalo II, Osvaldo Gonçalves apelou à adoção de uma postura defensiva, orientada pelas normas estipuladas pela Direção-Geral de ALGARVE INFORMATIVO #272

Saúde, mas pediu também um esforço para se tentar levar a vida com a normalidade possível.

“Reinventemo-nos como no passado, adaptemo-nos às circunstâncias, à semelhança do que fizeram os nossos antepassados contrabandistas, que usaram da arte e engenho para superar as dificuldades que diariamente tinham de enfrentar para vencer este rio e a vigilância apertada nas margens, sabendo que dessa capacidade dependia terem pão nas suas mesas”, recordou o edil alcoutenejo. “Sabiam esperar longas horas, às vezes dias, escondidos no fundo de um 20


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barranco, aguardando que o perigo passasse e que pudessem prosseguir com a maior segurança. Hoje, estamos juntos a este rio para apresentar a arte como veículo transformador e evocativo das memórias ligadas ao contrabando. Na lontra destacam-se as suas capacidades de camuflagem, rapidez e astúcia, que lembram também os requisitos e as qualidades que os contrabandistas deviam ter para sobreviver num meio frequentemente hostil”.

assistido nas últimas décadas e que constitui uma ameaça à própria sobrevivência do território. “Contudo,

Aproveitando a presença na cerimónia de Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, Osvaldo Gonçalves abordou as assimetrias deste concelho do sotavento algarvio e o despovoamento que se tem

por políticas descentralizadoras e por investimentos estruturais que criem condições para um futuro mais promissor, permitindo o alívio da pressão do litoral e

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a pandemia veio evidenciar as fragilidades existentes nas áreas metropolitanas e no perigo da litoralização, ao mesmo tempo que se percebem muitos dos benefícios do interior. Olhemos, finalmente, para estes territórios com uma visão estratégica que permita um desenvolvimento efetivamente sustentável”, pediu o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. “Territórios que anseiam

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criando as condições necessárias para a fixação das famílias e para um desenvolvimento mais coeso do país”, reforçou. O autarca falou ainda de iniciativas de importância crucial para o progresso de Alcoutim, logo a começar pela ponte que ligará a sede de concelho à vizinha Sanlúcar de Guadiana, anunciada pelo Primeiro-Ministro António Costa e aprovada na Cimeira Ibérica que teve lugar, a 10 de outubro, na cidade da Guarda. “É uma ligação fundamental

para que estas duas margens possam aumentar a simbiose do crescimento que tanto ambicionamos. Assim como a continuidade do IC27 e as obras da EN124 seriam importantíssimas para romper a interioridade do Algarve, contribuindo, assim, para a minimização do problema da 23

saturação do litoral e com um impacto positivo nos concelhos de Faro, São Brás de Alportel, Loulé, Tavira, Mértola, Almodôvar e Alcoutim. A construção de uma Unidade de Cuidados Continuados é outra das nossas ambições, um projeto que, para além de complementar a Rede de Cuidados Continuados, aliviará a pressão dos hospitais e criará dinâmicas económicas e sociais no concelho”, enumerou Osvaldo Gonçalves.

CCDR ESTÁ A DESENHAR PLANO DE AJUDA AO ALGARVE Após o descerrar da placa alusiva à inauguração da escultura de Bordalo II, Ana Abrunhosa destacou o papel que a cultura e a história têm no ALGARVE INFORMATIVO #272


desenvolvimento dos territórios, sejam eles do litoral ou do interior, e no desenho de um futuro mais sustentável.

“A cultura é mais do preservar o passado, é a base de tudo, cruzando-se com o turismo, a agricultura, a pesca e a indústria. Com a entrada de Portugal na CEE, desapareceram as fronteiras e deixou de fazer sentido o ALGARVE INFORMATIVO #272

contrabando nos seus moldes antigos. Fazermos parte da União Europeia traz-nos grandes desafios, mas também oportunidades, e hoje temos instrumentos para enfrentar os tempos difíceis que vivemos, uma guerra que tem um inimigo invisível e, por isso, muito mais 24


diferente, como acontece este ano com o Festival do Contrabando. Muitas pessoas estão a sofrer, não se trata de meros números, mas de famílias que estão em luto e a perder o seu emprego e modo de vida. Por isso, não podemos baixar os braços e temos que canalizar a nossa revolta para ajudar quem precisa”. Ana Abrunhosa relembrou igualmente que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve está a trabalhar num plano de contingência para ser aplicado no curto prazo e que se somará a todas as iniciativas governamentais de apoio à atividade económica. “O turismo é

complicado de combater. Uma guerra que nos está a cansar porque nos coloca restrições todos os dias, mas temos que continuar a ser fortes e resilientes, como o soubemos ser em todos os momentos da nossa história”, afirmou a Ministra da Coesão Territorial.

“Há que saber resistir e continuar a fazer, nem que seja de maneira 25

importantíssimo para Portugal e está a sofrer bastante, o que nos obriga a fazer as coisas de maneira diferente, com mais criatividade, inovação e sustentabilidade. É essencial diversificar a base económica do Algarve e também aqui a Europa vai ser fundamental. Já existiam fundos comunitários que visam promover o desenvolvimento das regiões, mas, por causa da pandemia, esse pacote financeiro foi reforçado em mais 300 milhões de euros, para apoiar o turismo e atividades económicas que lhe sejam complementares, mas também outras que sejam ALGARVE INFORMATIVO #272


alavancadas no conhecimento e tecnologia”, sublinhou a Ministra da Coesão Territorial. A governante frisou ainda que os investimentos a realizar nos tempos atuais devem ter sempre em consideração as questões ambientais, e disso mesmo é exemplo a futura ponte internacional que vai ligar Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana. “Está inscrita na

estratégia de desenvolvimento transfronteiriço, foi avalizada pelos dois governos, tem recursos financeiros atribuídos e, agora, é mãos ao trabalho. Temos que começar a fazer os projetos, sempre com a noção de que é necessário preservar os ecossistemas e o nosso Rio Guadiana”, referiu Ana Abrunhosa, considerando também essencial ALGARVE INFORMATIVO #272

assegurar-se a navegabilidade do Guadiana desde a sua foz até Mértola.

“Estão concluídas duas fases, falta a terceira, do Pomarão a Mértola, que começa com um estudo prévio realizado com o Ministério do Mar. Hoje, o nosso problema, felizmente, não é falta de recursos, mas sim alocá-los nos projetos estratégicos e estruturantes que nos permitam que, daqui a 10 anos, sejamos uma região e um país mais desenvolvidos, onde as pessoas tenham melhor qualidade de vida, onde tenhamos orgulho de viver e trabalhar, e que deixemos aos nossos filhos”, concluiu Ana Abrunhosa, antes de rumar ao Castelo de Alcoutim para inaugurar o «Túnel do Contrabando» . 26


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“ALGARVE VAI SER CAPAZ DE ULTRAPASSAR A SITUAÇÃO DIFÍCIL QUE VIVE”, ACREDITA JOSÉ APOLINÁRIO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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e visita a Alcoutim no dia 15 de novembro, Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, declarou que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve está a trabalhar num plano de contingência para ser aplicado no curto prazo e que se somará a todas as iniciativas governamentais de apoio à ALGARVE INFORMATIVO #272

atividade económica para fazer face à crise provocada pela covid-19. Na ocasião, a governante referiu, igualmente, que o maior problema de Portugal, neste momento, não é a falta de recursos financeiros, mas sim a necessidade de alocá-los em projetos estratégicos e estruturantes que permitam que, daqui a 10 anos, o Algarve e Portugal sejam mais desenvolvidos e que as pessoas tenham melhor qualidade de vida, 32


NUT2 e NUT3, revelando a excelência da articulação entre os níveis regional e local da Administração, garantindo o respeito pelo princípio da subsidiariedade e permitindo que se faça a nível local aquilo que ali deve ser feito”, considerou, na altura, a Ministra da Coesão Territorial, que tutela o funcionamento das CCDR’s. “Vamos

enfim, que os nossos filhos tenham um futuro mais auspicioso e brilhante. No dia seguinte, à conversa na sede da CCDR Algarve, em Faro, o novo presidente do organismo, José Apolinário, relembrou que foi aprovada, no dia 11 de setembro, pelo Conselho Regional do Algarve, a Estratégia de Desenvolvimento Regional ALGARVE 2030, “um exercício pioneiro porque conjuga numa única estratégia os níveis 33

enquadrar, não só os 320 milhões de euros que resultariam do modelo normal de aplicação dos fundos comunitários, mas também os 300 milhões de euros suplementares negociados em Bruxelas, no fecho do quadro financeiro. Estamos a preparar o modo como estes 620 milhões de euros devem ser impulsionados, com a noção de que devem ser mais vocacionados para a diversificação da base económica do Algarve, para apoiar outras atividades para além do turismo, como sejam a agroindústria, a transformação dos produtos endógenos, a aquicultura, a alimentação do futuro, o aproveitamento das energias renováveis e da capacidade técnica para as trabalhar, a reparação naval, mas também a inovação e a medicina, maximizando o extraordinário estímulo que nos é dado pelo ABC – Algarve Biomedical Center e pala Universidade do Algarve”, referiu José Apolinário. ALGARVE INFORMATIVO #272


A este pacote financeiro somam-se os fundos advindos do Plano de Recuperação e Resiliência, que preconiza um conjunto de investimentos do poder central relativos à eficiência hídrica, mas também outros fundos públicos destinados à dinamização de políticas públicas de habitação e ainda mais investimentos em infraestruturas, como é exemplo a anunciada nova ponte internacional que irá ligar Alcoutim a Sanlúcar de Guadiana, ou a ligação de São Brás de Alportel a Faro, a Variante Norte à cidade de Olhão e o Porto de Recreio de Portimão, “investimentos

estruturantes cruciais e fundamentais para o Algarve”, entende José Apolinário. “No imediato, estamos a fazer um esforço, em concertação com as autarquias, para acelerar a execução do Quadro Comunitário e para colocar mais seis milhões de euros nos promotores dos projetos nas próximas semanas. O objetivo é passar a taxa de execução do CRESC Algarve de 39 para 41 por cento”, explica o presidente da CCDR Algarve.

“Em simultâneo, tem-se intensificado o trabalho de coordenação entre vários organismos governamentais descentralizados na região, para melhor responder à situação muito difícil que se vive no Algarve, tanto do ponto de vista social como económico. O principal desafio é procurar ajustar meios e acelerar os ALGARVE INFORMATIVO #272

pagamentos aos beneficiários”, acrescenta o entrevistado. Pegando nas palavras da escritora algarvia Lídia Jorge, José Apolinário concorda que o maior desafio que os portugueses têm pela frente é o de superar as dificuldades sentidas, no diaa-dia, enquanto indivíduos, comunidades e instituições. “E temos

que meter na cabeça que o 34


Algarve é capaz de dar a volta à situação difícil que vive. A quem tem responsabilidades na administração pública, seja a CCDR, as autarquias ou os serviços desconcentrados na região, compete não baixar os braços, ser resilientes e procurar ajudar as pessoas e as empresas”, defende. Para esse fim estão também a ser identificados quais os projetos que 35

podem ser integrados no Plano de Recuperação e Resiliência, tais como políticas de habitação, criação de unidades de cuidados continuados, intervenções em centros de saúde e nas florestas. “São meios

financeiros geridos a nível nacional, mas vamos procurar colocar, em parceria com a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, o máximo de projetos de ALGARVE INFORMATIVO #272


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interesse regional dentro desse Plano de Recuperação e Resiliência”, garante José Apolinário.

DIVERSIFICAÇÃO DO TECIDO ECONÓMICO NÃO ACONTECE DE UM DIA PARA O OUTRO Depois de anunciados os meios financeiros disponibilizados pela União Europeia aos diversos Estados Membros para enfrentar a pandemia da covid-19, reanimaram-se as vozes daqueles que entendem que o Algarve sempre foi, e continua ser, esquecido pelo poder central em matéria de investimentos estruturantes. Sobre esse assunto, José Apolinário recorda que, em determinado momento da história recente, se optou por prosseguir-se num caminho em que se considera o país como um todo, mas destaca o novo modelo de eleição dos presidentes das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional pelos autarcas de cada região.

“Deixamos de ser apenas nomeados pelo governo e passamos também a nascer de um colégio eleitoral composto pelos representantes dos municípios e das freguesias da região, pelo que é natural que tenhamos a ambição de ser portavozes dos anseios do Algarve junto de Lisboa e do poder central. O nosso principal desafio, neste momento, é responder às pessoas e às empresas, é apoiar outras atividades económicas para além do turismo, sem, com isto, maldizer o 37

turismo. O turismo tem aqui um espaço de reinvenção e alinhamento com os novos desafios da sustentabilidade e da economia circular que deve ser especialmente aprofundado”, salienta o entrevistado, falando da maior eficiência energética nos hotéis e alojamentos, da utilização mais racional da água, da utilização de águas residuais na rega dos campos de golfe ou da menor produção de resíduos sólidos. Em cima da mesa estão, por isso, vários projetos para diversificar o tecido económico do Algarve, com José Apolinário a dar o exemplo de um laboratório colaborativo entre a Universidade do Algarve e as empresas da aquicultura, no sentido de contribuir para a sua inovação e melhoria do serviço prestado. “Há que dar mais

músculo criativo e capacitar uma atividade que, felizmente, está a dar passos muito seguros e consolidados no Algarve”, comenta, com um sorriso, o antigo Secretário de Estado das Pescas, reconhecendo, porém, que todas estas intenções não se vão concretizar de um dia para o outro. “Os fundos estão a

ser canalizados, numa primeira instância, para respostas sociais e de formação social. O CRESC Algarve 2020 ainda agora canalizou 4,8 milhões de euros para o Instituto do Emprego e Formação Profissional para implementar ações de ALGARVE INFORMATIVO #272


Elsa Cordeiro, José Apolinário e José António Pacheco, a nova direção da CCDR Algarve

qualificação das pessoas e de reconversão profissional. Claro que estas medidas não vão ter um efeito imediato na mudança da base económica do Algarve. No curto prazo, precisamos apoiar as empresas, aqueles que têm capacidade exportadora, criar uma almofada social que permita gerir o desemprego, disponibilizar recursos financeiros para que as pessoas consigam viver com dignidade. A manutenção da dignidade da pessoa humana é uma exigência da Carta dos Direitos das Nações Unidas, da Constituição Portuguesa, da nossa forma de estar na vida”, enfatiza. ALGARVE INFORMATIVO #272

Vencer a pandemia, superar a crise de saúde pública, a crise económica, a crise social, implica também vencer uma crise de autoestima, acreditarmos em nós próprios, sublinha José Apolinário. “O Verão correu melhor

no Algarve do que se perspetivava em março ou abril, o problema é que, por estarmos muito dependentes do turismo, não estávamos preparados para lidar com uma segunda vaga desta dimensão. Estamos na época alta do golfe e do turismo sénior, que dinamizam a hotelaria, a restauração e o pequeno comércio, que foi bastante 38


afetada pela pandemia. Mas a responsabilidade dos serviços públicos é não baixar a bandeira. A nossa mensagem tem que ser de resiliência”, frisa o presidente da CCDR Algarve. “A Segurança Social e o Instituto do Emprego têm de responder com as medidas de apoio social e económico e de formação profissional. Na CCDR, temos de melhorar e acelerar a aplicação dos fundos comunitários que estão à nossa disposição e preparar medidas para apoiar as empresas, numa perspetiva de futuro, e criar condições para que os fundos adicionais definidos para o Algarve contribuam, efetivamente, para a diversificação da base económica”.

NÃO PERDER O FOCO DOS PROJETOS ESTRUTURANTES Apoiar hoje quem mais precisa não pode, contudo, retirar o foco da preparação do dia de amanhã, com o anterior Secretário de Estado das Pescas a socorrer-se do exemplo dos faróis colocados em locais estratégico da costa para evidenciar a importância de se definir um rumo seguro para o futuro. Mesmo que a pandemia tenha surgido num momento em que ainda não estava concluída a execução do atual Quadro Comunitário de Apoio e que já estava praticamente fechado o que se segue. “A

que toca aos fundos europeus que já estavam alocados, todavia, tem havido medidas nacionais de emergência para fazer face aos novos desafios que surgiram nestes últimos meses. Contudo, mais do que lutar pela mudança, neste momento temos que puxar por iniciativas que já estão prontas para avançar. A Sociedade Água de Monchique, por exemplo, é um projeto sólido do ponto de vista financeiro, que recebeu apoio do Programa Operacional e que tem ambição de exportar. Ora, cada vez que consumirmos «Água de Monchique», estamos a dar emprego a pessoas que trabalham numa empresa instalada no interior do Algarve. Se consumirmos conservas portuguesas, nem todas serão do Algarve, mas existem duas ou três fábricas em Olhão”, indica José Apolinário. Um objetivo, portanto, da CCDR Algarve é dar a conhecer mais empresas de sucesso que laboram no Algarve, algumas delas contempladas com apoios do CRESC Algarve 2020, de modo a ajudá-las no seu crescimento.

“É preciso olhar numa lógica de consumir mais próximo e, desse modo, diminuir também a pegada ecológica e valorizar o emprego criado pelas empresas que estão na região”, confirma.

flexibilidade de mudança é curta no 39

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Apesar de ter sido eleito há poucas semanas como presidente da CCDR Algarve, José Apolinário, e a sua equipa, conhecem já o terreno e as batalhas que têm pela frente, até porque promoveram ALGARVE INFORMATIVO #272

reuniões, antes das eleições, com autarcas de todas as câmaras municipais, assembleia municipais e juntas de freguesia da região.

“Assumimos o compromisso de, depois de eleitos, continuarmos a 40


fazer reuniões com todos os autarcas do Algarve, porque foram encontros muito interessantes em que as pessoas despiram as camisolas partidárias e deram as suas opiniões sobre qual deveria ser a estratégia do Algarve e sobre a revisão do PROTAL e os investimentos estruturantes. Nesta fase, queremos puxar pelas empresas e melhorar a colaboração entre os vários organismos. Esse tem sido, nestes 15 dias, o nosso trabalho de manhã à noite”, garante o entrevistado. “Encontramos, na CCDR Algarve, uma equipa altamente profissional e motivada e temos procurado colocar o nosso foco no acompanhamento de alguns investimentos estruturantes, casos da eletrificação da linha férrea, do Porto de Portimão, da Ponte Alcoutim-Sanlúcar, da ligação Faro-São Brás de Alportel e da Variante Norte de Olhão, de modo a não perder as oportunidades de financiamento que surgem”, acrescenta. Em final de conversa, José Apolinário volta a reforçar que a CCDR Algarve deseja fazer parte das soluções, em colaboração com os autarcas e com os demais organismos estatais descentralizados na região, assumindo a coordenação interserviços prevista na lei.

“Não podemos baixar bandeiras. Precisamos ter a capacidade de 41

superação da situação que vivemos, porque é isso que fazem os empresários que têm que pagar salários no final do mês e os médicos e enfermeiros que garantem os cuidados de saúde. O Algarve pode e é capaz, não podemos ter uma atitude derrotista, de falta de esperança em relação ao futuro. A nossa responsabilidade é definir caminhos e utilizar bem os dinheiros públicos”, declara, confiante, mas sem querer entrar em euforias desmesuradas. “Há que ter

os pés bem assentes na terra, pois o impacto social e económico da crise do turismo vai prolongar-se para além da chegada das vacinas. Primeiro é preciso haver uma vacina e tratamento para a covid19 e que se faça a imunização das populações. Depois, é necessário que os mercados emissores de turistas tenham também eles condições para as pessoas virem passar férias no Algarve”, aponta, cauteloso. “Quando estamos a navegar à noite, o brilho do farol vai ficando mais intenso à medida que nos aproximamos de terra. A perspetiva de haver vacina e tratamento é uma notícia positiva, mas há muitas variáveis a ter em conta. Seja como for, o Algarve pode e é capaz de vencer a crise”, conclui José Apolinário . ALGARVE INFORMATIVO #272


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«GREEN UP» DESAFIA JOVENS EMPREENDEDORES A CRIAREM PROPOSTAS PARA UM TURISMO MAIS SUSTENTÁVEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina reparar empreendedores que saibam aproveitar a procura turística e direcioná-la para a sustentabilidade é o objetivo do «Green Up», o programa de ideação em turismo promovido pela «Territórios Criativos» e Turismo de Portugal e dirigido a Escolas de Hotelaria e Turismo de todo o país. Na sua segunda edição, o «Green Up» aposta ALGARVE INFORMATIVO #272

no Turismo Sustentável e Economia Ambiental, com o intuito de encontrar ideias inovadoras no sector juntos dos jovens qualificados em turismo. A valorização dos produtos e dos serviços endógenos, a sustentabilidade dos territórios e a promoção da economia circular são os pilares do programa, sendo que as 35 ideias selecionadas vão receber apoio, ao longo de um programa de ideação, 44


para ajudar a transformá-las em projetos, dando aos empreendedores acesso a formação, mentorias e a uma vasta rede de contactos, desde especialistas em turismo sustentável a investidores e business angels. Os primeiros três classificados recebem ainda 5.000, 1.000 e 500 euros, respetivamente. “Numa

época em que o turismo foi tão afetado, com os números a revelarem uma descida substancial 45

dos índices de atividade, é imprescindível procurarmos novas formas de operar. A sustentabilidade é um ponto fulcral para a estratégia do Turismo de Portugal e o «Green Up» pretende encontrar empreendedores com ideias nesta área em particular. ALGARVE INFORMATIVO #272


Sabemos que há ideias muito boas por aí, queremos ajudá-las a tornarem-se realidade”, explicou Maria Loureiro de Lemos, uma das coordenadoras do programa a nível nacional, durante a apresentação que teve lugar, na Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão, no dia 11 de novembro. O «Green Up» está enquadrado no Plano Turismo + Sustentável 20-23, que procura fomentar o uso adequado dos recursos ambientais e o respeito pela autenticidade sociocultural das comunidades e garantir viabilidade a longo prazo das atividades económicas, contando, para isso, com a participação informada de todos os stakeholders relevantes e realizando uma monitorização constante do seu impacto. Quanto aos objetivos, são claros, conforme referiu Maria Loureiro de Lemos perante uma plateia atenta: aumentar a procura turística em Portugal ALGARVE INFORMATIVO #272

e nas várias regiões; crescer a um ritmo mais acelerado nas receitas do que nas dormidas; alargar a atividade turística a todo o ano; aumentar as habilitações da população empregada no Turismo; assegurar que a atividade turística gera um impacto positivo nas populações residentes; incrementar os níveis de eficiência energética nas empresas do Turismo; impulsionar uma gestão racional da água no setor; e promover uma gestão eficiente dos resíduos na atividade turística nacional. E esta atuação estará assente em quatro eixos: estruturar uma oferta cada vez mais sustentável; qualificar os agentes do setor; promover Portugal como um destino sustentável; e monitorizar as métricas de sustentabilidade no setor. Num discurso informal com os alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Portimão, Maria Loureiro de Lemos contou que iniciou a sua carreira, há cerca de 15 anos, numa startup sedeada em Lagos, que dois anos depois foi 46


adquirida por uma empresa norteamericana. “Com 25 anos passei, de

repente, a gerir uma multinacional. Seis anos depois decidi mudar de vida e criei uma empresa de turismo gastronómico, com a qual participei, há quatro anos, num programa semelhante ao «Green Up», o «Taste Up». Não ganhei, fiquei em terceiro lugar, mas mesmo eu, que já tenho muita experiência no ramo, aprendi imenso naquele bootcamp de empreendedorismo e fiquei com uma rede de contatos que tem sido bastante valiosa no meu percurso”, revelou a empresária. “Estamos aqui à procura de uma bolsa de ideias para projetos que possam estruturar a oferta turística do Algarve e para vos dar ferramentas, competências e conhecimentos para tornar esses projetos uma realidade e para que

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possam crescer e evoluir”, reforçou a lisboeta radicada no Algarve há década e meia. O «Green Up» tem como princípios orientadores, entre outros, atuar na minimização do impacto das alterações climáticas; alinhar com a agenda para a economia circular e promover a transição climática; envolver os stakeholders do setor num compromisso conjunto; alinhar com a visão da Organização Mundial de Turismo para uma recuperação responsável do setor do turismo, pós crise covid-19; e agir com foco nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

“O grande ponto de viragem no que toca ao impacto das alterações climáticas foi a Segunda Guerra Mundial. Antes disso, pensávamos que todos os nossos recursos eram inesgotáveis, algo que, hoje,

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sabemos que não é verdade. A economia da Segunda Guerra Mundial aumentou a consciência sobre os custos ambientais de progresso económico, surgiram os primeiros conservacionistas focados no uso inteligente e eficiente dos recursos naturais e, depois, apareceu um movimento do consumidor que exigia um ambiente limpo, seguro e bonito como parte de um alto padrão de vida. Os ambientalistas voltaram-se ALGARVE INFORMATIVO #272

para a ação política como meio de proteger a Terra e, em 1971, nasceu a Greenpeace. A partir daí, a preocupação ambiental tornouse num movimento de massas”, lembrou a coordenadora do «Green Up». Num passado mais recente chegou-se à conclusão que o desenvolvimento sustentável deve ter em conta cinco P’s: Pessoas, de modo a acabar com a pobreza e a fome em todas as suas formas e garantir a dignidade e igualdade; Planeta, protegendo-se os 48


a tudo, à economia, pobreza, igualdade, a todos os aspetos da vida em comunidade”, esclarece Maria Loureiro de Lemos. “Não conseguimos ter um planeta e uma sociedade sustentáveis se continuarem pessoas a morrer à fome, ou de doenças perfeitamente tratáveis. E as coisas avançam mais depressa com parcerias, portanto, não podemos estar de costas voltadas uns para os outros. Depois, temos a sorte de viver num país bastante seguro e justo, mas sabemos bem que isso não acontece no mundo inteiro e que há, inclusive, países muito desenvolvidos que estão a caminhar para uma visão menos igualitária e justa”.

recursos naturais e o clima para as gerações futuras; Parcerias globais e sólidas; Paz, fomentando-se sociedades pacíficas, justas e inclusivas; e Prosperidade, para assim garantir vidas prósperas e gratificantes em harmonia com a natureza. Princípios e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável expressos na Agenda 2030 e que devem ser adotados por todos os Estados Membros das Nações Unidas até 2030. “Temos

tendência para pensar que a sustentabilidade se refere apenas ao meio ambiente, mas diz respeito 49

Depois de abordar, de forma resumida, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e projetos reais que já estão a ser implementados no seu âmbito, à escala local, nacional e global, Maria Loureiro de Lemos apresentou então esta segunda edição do «Green Up», que se dirige preferencialmente a empreendedores com habilitações na área do Turismo, sejam do 12.º ano, CTESP, Licenciatura ou Mestrado, com ideias que ofereçam soluções inovadoras. E o objetivo é apoiar projetos que desenvolvam respostas aos seguintes desafios no turismo: soluções digitais para PME; projetos sustentáveis e de economia ambiental; valorização dos recursos e produtos ALGARVE INFORMATIVO #272


locais dos territórios do interior do país. Para além disso, pretende-se promover o desenvolvimento e implementação de ideias inovadoras com soluções B2B ou B2C com impacto positivo no meio ambiente, sociedade e economia e que valorizem os recursos naturais; e potenciar projetos de Turismo Sustentável que preconizem soluções em resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “Vocês

que vão sair para o mercado de trabalho nos próximos anos vão ter uma tarefa mais complicada, devido aos efeitos da pandemia no turismo global. Por isso, queremos dar-vos competências para, caso vão trabalhar por conta de outrem, se consigam desenvolver melhor dentro das empresas; se optarem por criar o vosso próprio projeto, que tenham as bases para o fazer com sucesso”, indicou Maria Loureiro de Lemos. A intenção é receber 10 ideias de projeto de cada uma das 12 Escolas de Hotelaria e Turismo de Portugal, das quais serão selecionadas 35, sendo que cada projeto deve envolver, pelo menos, duas pessoas.

“A nossa experiência diz-nos que trabalhar sozinho é muito difícil. A diversidade também é necessária e encorajada, porque é bom ter pessoas com percursos de vida diferentes para pensarem no mesmo problema de forma distinta”, explica a coordenadora do programa. As candidaturas devem ser efetuadas online, até dia 1 de dezembro, ALGARVE INFORMATIVO #272

descrever sucintamente a ideia de projeto, de que forma é inovadora ou diferente em Portugal e que problema pretende resolver. “Não é

necessário ter nenhum plano de negócio preparado, trata-se apenas de apresentar ideias”, esclarece Maria Loureiro de Lemos. Os 35 selecionados irão participar num bootcamp de ideação online, nos dias 10 e 11 de dezembro, transmitido a partir da Plataforma Empresarial de Alvaiázere+, cujo programa vai abordar assuntos como proposta de valor, design thinking, startup academy plan ou fontes de financiamento disponíveis. Os finalistas terão depois direito a sessões de mentoria e consultadoria nos dias 4 e 18 de janeiro de 2021, para dar apoio na identificação de oportunidades para o projeto, na estruturação do modelo de negócio e na validação do Produto Mínimo Viável. Os cinco finalistas do Programa de Ideação serão anunciados a 22 de janeiro, com a grande final do «Green Up» a acontecer a 27 de janeiro.

“Todas as ideias são válidas. Não se preocupem se ela não se insere na vossa área de formação, ou se pensam que vai exigir um investimento muito avultado. Não deixem que os pequenos obstáculos vos impeçam de perseguir os vossos sonhos, estamos aqui para vos ajudar a perceber se os projetos são possíveis e viáveis”, concluiu Maria Loureiro de Lemos .

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GIMNÁSIO CLUBE DE FARO ORGANIZOU MAIS UM FESTIVAL SPOKEN WORD DO ALGARVE Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina e Irina Kuptsova

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o último fim-desemana antes das restrições impostas para combater a pandemia da covid19, o Gimnásio Clube de Faro organizou, nos dias 14 e 15 de novembro, mais uma edição do Festival Spoken Word do Algarve – Calceteiros de Letras. O evento contou, no sábado, com a apresentação do projeto «Ele escreveu por 25 tostões» dos algarvios João Caiano e Martim Santos / Lágrima, inspirado numa das muitas histórias do avô de João Caiano. “Eram cartas/sonetos de

amor que escrevia para quem não tivesse capacidades. Romântico já o era, ouvir essas histórias”, descreve o ator. Após um breve intervalo, seguiu-se ALGARVE INFORMATIVO #272

«On the Road Jack Kerouac», de Tó Trips, famoso músico dos Dead Combo, e Tiago Gomes, da Revista Bíblia, em que os dois performers e o vídeo remeteram os espectadores para a «Route 66», na América de todos os sonhos. No domingo, dia 15 de novembro, foi a vez de se assistir a «Diz-me, António», espetáculo em forma de tributo à obra de António Aleixo, no qual três criadores intérpretes nas áreas da dança, música e palavra dita – Armando Correia, Carolina Cantinho e Pedro Pinto – se reúnem para refletir sobre o Poeta Algarvio. Houve ainda espaço para «Momento», dedicado ao poeta olhanense Pedro Jubilot, sua obra e percurso literário, ele que foi, precisamente, o vencedor do prémio «Calceteiros de Letras» de 2020 . 56


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CASA DA CULTURA DE LOULÉ APRESENTOU «O REI E A SEREIA» Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes

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o âmbito da Bolsa de Apoio ao Teatro 2020 da responsabilidade da Câmara Municipal de Loulé, a Casa da Cultura de Loulé levou a cena, no dia 8 de novembro, no Cineteatro Louletano, a peça infantil «O Rei e a Sereia», com texto de António Clareza e encenação de Mariana Teiga. Diz a história que, num reino muito distante, igual a tantos outros já ALGARVE INFORMATIVO #272

retratados em muitas peças ao longo dos tempos, vivia um Rei a quem o habituaram a pensar que, como homem poderoso que era, tinha ainda a vantagem de ser dono da Terra e dos Mares, coisa que ninguém jamais ouvira falar. O tal Rei, que vivia numa tristeza profunda, pois jamais encontrara a companheira ideal para com ele governar tão grande Reino, descobriu uma certa manhã, à beira mar, um ser bem estranho, nada mais nada menos do que uma Sereia, por quem se apaixonou de imediato. 68


Na mesma manhã, também uma estrelado-mar foi trazida pela maré até junto do palácio real, onde conheceu tão ilustre personagem real, tentando ajudar a solucionar tão intrigado problema amoroso. Chamada a Conselheira do Reino e um Adivinho de saberes inconfessáveis, os mesmos tentaram igualmente trazer à luz do dia a solução para a concretização do amor deste Rei por uma Sereia do fundo dos Oceanos. Mas dentro desta história coube ainda o Pirata da Perna de Pau e um pássaro de

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asas cortadas que habita há centenas de anos numa gaiola, longe da liberdade com que sempre sonhou. «O Rei e a Sereia» contou com as interpretações de António Clareza, António Pinto, Eládio Floro, Nathalie Florence, Regina Silva, Rita Farrajota, Sérgio Sousa e Verónica Chapuça. Os figurinos foram concebidos por Aldina Amélio, Carina Amélio, Manuela Teiga, Maria João Catarino, Maria José Oliveira e Maria Vitória Mendonça .

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TEATRO GUIRIGAI LEVOU «LIBRO DEL BUEN AMOR» AO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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nserido no Circuito Ibérico de Artes Cénicas, o Teatro Guirigai, de Badajoz, trouxe a peça «Libro del Buen Amor» até à capital algarvia, mais concretamente ao Teatro Lethes, no dia 10 de novembro. Uma história em que a Comparsa del Arcipreste chega comemorando a procissão da Virgem e a fertilidade da Terra, anunciando os prazeres do Bom Amor e o bom humor necessários para as artes da sedução. A companhia espanhola encena a juventude inexperiente do Arcipreste apaixonado por cristãs, mouras e judias; os conselhos de Don Amor e Vénus; as histórias de amantes preguiçosos, as de Pitas Payas; o amor de Don Melón e Dona ALGARVE INFORMATIVO #272

Endrina; a astúcia de Trotaconventos; e a luta entre Don Carnal e Dona Cuaresma. No fim, a Comparsa despede-se comemorando a plenitude da freira Dona Garoza. Interpretada por Raúl Rodríguez, Magda Gª-Arenal, Jesús Peñas, Mercedes Lur e Asunción Sanz, «Libro del Buen Amor» tem Texto e Direção de Agustín Iglesias, com Música Original de Fernando Ortiz, Cenografia de Marcelino Santiago Kukas, Figurinos de Luisa Santos, Espaço Cénico de Jean Halbing e Iluminação de Lucía Alvarado. A companhia conta com os apoios do Gobierno de España, através do Ministerio de Educación, Cultura y Deporte . 82


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RÚBEN GONÇALVES EXPÕE NO CENTRO DE EXPERIMENTAÇÃO E CRIAÇÃO ARTÍSTICA DE LOULÉ Texto: Daniel Pina Fotografia: Daniel Pina

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oi inaugurada, no dia 13 de novembro, no CECAL – Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé, a exposição «Até ao Nosso Encontro», de Rúben Gonçalves, na qual o jovem artista explora algumas das temáticas que tem vindo a adotar no seu trabalho nos últimos anos – casos da melancolia, memória, nostalgia e o conceito de morte – relacionando-as depois umas com as outras. “As obras apresentadas em

Loulé são uma coletânea de distintos momentos emocionais, diferentes fases de um sentimento de saudade e representações artísticas da evolução da melancolia do isolamento, da solidão”, explica.

mostra foram produzidas no isolamento, e as restantes no pósisolamento, desenvolvendo uma espécie de desabafo emocional com o espectador e criando um diálogo ótico com o mesmo. «Até ao Nosso Encontro» é a primeira de várias exposições que se fazem parte da nova medida municipal de apoio aos artistas visuais do concelho de Loulé, inserida no Programa de Ação para a Gestão da Crise Económica e Social, e que se estende, até dezembro de 2021, numa primeira fase com apoio à criação e exposição em vários espaços municipais. A exposição pode ser visitada até dia 16 de janeiro de 2021, de terça a sextafeira, das 10h às 13h30 e das 14h30 às 18h, e aos sábados, entre as 11h e as 17h30 .

A maioria das obras presentes nesta ALGARVE INFORMATIVO #272

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FADO AQUECEU TARDE DE DOMINGO NO TEATRO LETHES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova

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Teatro Lethes, em Faro, foi palco, na tarde de domingo, 15 de novembro, de mais uma edição da Gala de Fado Celeste Rodrigues, uma organização da Associação de Fado do Algarve que reúne vários fadistas e guitarristas da região algarvia. Em contexto de pandemia, o Fado – Património Cultural Imaterial da ALGARVE INFORMATIVO #272

Humanidade, aqueceu almas e corações dos presentes, graças às excelentes interpretações de Luís Manhita, Estrela Maria, Hélder Coelho, Tatiana Pinto, Alcino Bom, Vânia Leal, Rui de Sousa, Argentina Freire, José Manuel Ferreira, Cremilde, João Leote, Melissa Simplício e Teresa Viola. A acompanhar as belas vozes estiveram os músicos Valentim Filipe, Jorge Franco, Nuno Martins, Tiago Valentim e Tó Correia . 108


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OPINIÃO Estado… de nervos Alexandra Rodrigues Gonçalves (Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve) oucura, fatiga, desespero. São muitos dias passados, e muitos dias futuros de incerteza, com uma perspetiva de continuação da Pandemia e dos seus efeitos, que nos conduzem no momento a um desânimo geral. Vivemos um dos momentos mais difíceis da história moderna do Turismo (e não só…) e para o qual não existe data intelligence que nos ajude. Hoje será anunciado novo Estado de Emergência, mas ninguém quer o confinamento total. A avaliação do desempenho dos mercados emissores de turismo para Portugal revela-se assustadora. Em termos globais, a procura turística internacional decresceu 70 por cento nos primeiros 8 meses de 2020 e, da mesma forma, as receitas decresceram. O Verão tentou uma breve reabertura, sobretudo, por via do turismo interno, que todavia, rapidamente demonstrou que seria «sol de pouca dura».

«sol de pouca dura» Ontem, os dados oficiais do desemprego no Algarve apresentavam um aumento de ALGARVE INFORMATIVO #272

134,2 por cento de inscritos nos centros de emprego, em relação a período homólogo (dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional). A perspetiva de uma vacina amplamente disseminada no primeiro semestre de 2021 transmite alguma esperança, pois a confiança e a segurança na saúde assumem-se como elementos principais na decisão de viajar, sobretudo alémfronteiras. Mas é com esperança que encetamos novos desafios e novas oportunidades, no primeiro webinário do Curso de Turismo de Portimão, sob o tema «Turismo e Relações Internacionais», abordando oportunidades para os mercados da China, México, Polónia e Marrocos. O Turismo é uma atividade global, mas os seus mercados têm especificidades que é preciso conhecer. Foi com enorme satisfação que enquanto Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve me associei a este primeiro webinário, sob a responsabilidade e empreendimento da Direção do Curso de Turismo - Professor Doutor Virgílio Machado (diretor) e Professor Doutor Joaquim Contreiras (subdiretor). 118


Gostava também de demonstrar o nosso maior apreço aos nossos convidados – Dr. Tiago Brito, do Turismo de Portugal; a Dr.ª Alina Di-Bella, da Rede México-Portugal Global; ao Sr. Elidérico Viegas, prezado Cônsul Honorário no Algarve da República da Polónia, e ao nosso Arquiteto José Alberto Alegria Cônsul Honorário no Algarve do Reino de Marrocos. As diferenças culturais, se por um lado emergem como fontes de atratividade para estes mercados, podem ser elementos condicionadores de sucesso, ficando evidente que estes mercados pressupõem estratégias, estudo e conhecimento, para que exista eficácia e eficiência no esforço desenvolvido. Foi de uma enorme riqueza a informação partilhada. Na noite anterior, o Mestrado em Turismo teve como convidado na Unidade Curricular de Turismo e Administração, o Presidente do Turismo de Portugal, Dr. Luís Araújo assumia que esta Pandemia 119

tinha vindo demonstrar a enorme fragilidade do Turismo e das economias muito centradas no mesmo, mas, por outro lado, sublinhava que nunca se tinha demonstrado tanto o reconhecimento alargado da sua importância. Na mesma sessão apontava também como três grandes desafios para o Turismo do Futuro: a sustentabilidade, a digitalização e a qualificação dos recursos humanos. O «turismo» e as «pessoas» foram destacados como elementos principais da notoriedade positiva da marca «Portugal». É neste percurso que nos encontramos, como entidade formadora principal de ensino superior qualificado em Turismo na região, estamos a construir conhecimento para todos nós e certamente estreitar oportunidades para o desenvolvimento do turismo no Algarve. Dia 30 de novembro, pelas 18h, sobem ao palco virtual, as «Atracções Turísticas e Culturais» (sigam a página de facebook da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve @esght.ualg). A retoma das mobilidades que substanciam o prazer de viajar ainda vai levar algum tempo, mas necessitamos de voltar a olhar para «fora de portas», de reaproximarmo-nos e de preparar o futuro, pois a agonia interna está à vista. ALGARVE INFORMATIVO #272


OPINIÃO A teoria do caos ou como separar o trigo do joio (1) Augusto Pessoa Lima (Cozinheiro, Consultor e Formador) e o caos é útil para forjar novas ordens, também o pode ser para compor um novo planeamento na gestão dos ERB (Estabelecimentos de Restauração e bebidas), com um plano redutor, carrasco, de tantos projetos ruinosos à nascença, sem plano de negócios, filosofia de crescimento ou estrutura credível que inundam o nosso Portugal, vivendo do esforço dos outros, de quem cumpre as regras, sustentando-se dos erros e incongruências da lei, fazendo do errado, o sistema, apesar de corrompido e corruptor, que todos os anos arruína famílias, negócios, profissionais, engrossando a economia paralela com graves problemas na sustentabilidade da segurança social, formação e aprendizagem, desigualdade e um sem número de pequenos grandes problemas que um dia irão, com toda a certeza criar uma avalanche que tudo destruirá na sua passagem. Infelizmente, na minha opinião, a má gestão desta crise sanitária, no que diz respeito às regras demasiado penalizantes para as pequenas empresas, apenas acelerou a ALGARVE INFORMATIVO #272

ruína do sistema debilitado que essas empresas tinham. O caos sempre trouxe oportunismo e continuará a trazer. As pequenas e médias empresas deveriam ter um organismo que concentrasse saber, que fosse baliza de um conjunto de fórmulas e regras que não permitissem a charlatões e criminosos, deambular o tempo suficiente para permitir tal prática ruinosa. O caos traz também a reposição do forte, do mais bem preparado, separando o trigo do joio. Uma questão dramaticamente vivida é a forma como muitos empresários, promotores, encaram a questão técnica da gestão dos seus negócios, perigando todo um mundo de aspirações e vontades. Enquanto a prática comum da fuga aos impostos e à segurança social, com a declaração do valor desfasado da realidade de um salário, for aceite como normal e com a passividade dos governos, nada evitará que futuras crises, sejam quais forem, tragam por arrasto, a derrocada das empresas. 120


Neste exato momento, os cidadãos trabalhadores, que contavam com uma simulação de reforma, por exemplo, de 1.600 euros, viram, ou ainda não sabem ou se aperceberam que lhes foi retirado, eu diria roubados, 400 euros, assim, sem mais nem menos, pelo governo, sem autorização expressa dos contribuintes. Mas o que tem isto a ver com o anteriormente falado? Tudo! O sistema está corrompido, as leis são ignoradas, ninguém presta contas ou se preocupa com o amanhã do país. E tudo começa pelos empresários, pelas empresas que manifestamente se iniciam no jogo do roubo às instituições. Num país onde verdadeiramente o povo mandasse, preocupando-se com a gestão do que é seu, logo, de todos nós, dificilmente as crises que vão surgindo trariam efeitos tão negativos. A sabedoria popular, muitas vezes deficitária da realidade, leva contudo à justificada prática de questionar, de perguntar. Em inúmeros comentários das redes sociais, muitos perguntam? Crise dos restaurantes? Então o que fizeram ao dinheiro? Não o pouparam? É certo que isto é verdade, mas também é verdade que muitos o fazem e sabem gerir, mas vêm-se a braços com um sistema político que tudo permite, inclusive o roubo declarado através de impostos e impostinhos de pequeno 121

valor, mas geradores de muito dinheiro, levando o governo a ser comparado com um sócio parasita, que nada faz, não trabalha e rouba o verdadeiro gestor, sufocando-o. Como? Por que ele foi cumpridor, gerou riqueza, cumpriu e vai ter que pagar, por conta, o IRS e coisas tão disparatadas como o IVA, o imposto sobre o valor acrescentado, o mais injusto de todos, obrigando a quem menos recebe, pagar mais. E se o governo rouba, porque diabo não roubo eu? Óbvio! O exemplo deve vir sempre de cima. O estado é o menos líder de todos os gestores, diretores, chefes e donos deste país e as suas regras, as menos justas e claras .

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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #272

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