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ALGARVE INFORMATIVO Revista semanal - 30 de janeiro, 2021
ALGARVE VAI TER LISTA VERMELHA DAS ATIVIDADES ARTESANAIS AUTARCAS FRANCISCO AMARAL E OSVALDO GONÇALVES ANTEVEEM 2021 1 ALGARVE INFORMATIVO #279 APEXA SEMPRE AO LADO DOS UTENTES E SEUS FAMILIARES | «CADOIÇO VIVE»
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14 - APEXA
36 - Osvaldo Gonçalves
26 - Francisco Amaral 46 - Red Book de Atividades Artesanais
OPINIÃO
56 - «Cadoiço Vive» ALGARVE INFORMATIVO #279
70 - Paulo Cunha 72 - Ana Isabel Soares 74 - Adília César 76 - Fábio Jesuíno 78 - Nuno Campos Inácio 8
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Nuno Neto, Daniela Sousa e Nuno Miguel Neto
APEXA SEMPRE AO LADO DOS UTENTES E SEUS FAMILIARES, MESMO EM TEMPO DE PANDEMIA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina funcionar há pouco mais de um mês, o Espaço Ágora, na Quinta da Palmeira, no centro de Albufeira, congrega alguns dos projetos mais emblemáticos da APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excepcional do Algarve, mas a caminhada arrancou no último trimestre de 2019, altura em que recebeu o espaço da parte ALGARVE INFORMATIVO #279
da Câmara Municipal de Albufeira com o intuito de se criarem mais respostas, a nível reabilitativo e social, no concelho, para as pessoas portadoras de deficiência. “É muito diferente
estarmos ao pé da maior parte dos nossos utentes, do que fazermos a intervenção na Escola Primária de Valverde, em frente ao Shopping da Guia, onde se localiza a nossa sede”, afirma Nuno 14
Miguel Neto, Gestor de Projetos e de Relações Externas da APEXA. O Ágora é, por isso, uma agregação de projetos e serviços na área educacional, reabilitativa e social, um amplo espaço de atendimento aos utentes e suas famílias, uma extensão da parte administrativa da APEXA, mas também a nova «casa» do RIA – Reabilitar e Intervir no Autismo, com consultas diárias e individuais e atividades pós-curriculares para grupos; e do «Pescador de Sonhos», mais focado no apoio ao estudo e à família. Para tal foram necessárias obras de requalificação deste antigo jardim-de-infância que estava fechado há quase seis anos, e que duraram alguns meses. “Contamos
com o apoio regular da Câmara Municipal de Albufeira em termos de manutenção e limpeza e o RIA,
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como projeto vencedor do Prémio BPI la Caixa Capacitar, conquistou um apoio financeiro que nos permitiu criar novas salas e modificar alguns equipamentos, obras que ainda estão a decorrer. O resto são fundos próprios e donativos de mecenas”, explica Nuno Miguel Neto. A inauguração oficial do Espaço Ágora estava agendada para 19 de março de 2020, para assinalar o aniversário da APEXA, mas, três dias antes, Portugal entrou em confinamento, devido à pandemia por covid-19. “Acabamos
por fazer uma inauguração 100 por cento online, a 23 de dezembro, mas as respostas já se encontravam a funcionar em
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pleno e respeitando o contexto de pandemia. Temos muito cuidado com o número de utentes e com o número de técnico que trabalham com eles, para além, claro, de se respeitarem todas as medidas de segurança obrigatórias e mais algumas. Para além disso, criaramse duas «bolhas», de modo que não há contato entre os dois projetos”, refere o entrevistado. Entretanto, a APEXA conquistou outro apoio importante, do Portugal Inovação Social, “um reconhecimento do
trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela associação há mais de uma década, mas que também traz mais responsabilidade”, admite Nuno Neto, ALGARVE INFORMATIVO #279
Presidente da Direção da APEXA. “É
notória a grande dependência das pessoas com deficiência em relação às instituições em que estão inseridas. Uma resposta social começa a funcionar, há uma lista de espera, e as vagas são logo preenchidas. E assim vai ser até a resposta social deixar de existir ou até as pessoas deixarem de precisar de apoio. Faltava, porém, algum meio para registar e avaliar a evolução dos utentes”, prossegue Nuno Miguel Neto, lembrando que, “por muito que os
técnicos desejem e se esforcem nesse sentido, há casos em que é bastante difícil os utentes evoluírem”. 16
Para fazer essa avaliação nasce o Projeto Recria – Centros Reabilitativos e Inovadores do Algarve, com a APEXA a desenvolver escalas terapêuticas de diversos quadrantes, de terapia da fala, terapia ocupacional, psicologia, nível de dependência ou de autonomia, entre outros, que permitem atestar se existiu uma evolução ou retrocesso no período de seis meses. “Preparamos um PDI –
Plano de Desenvolvimento Individual para cada utente, que pressupõe a criação de nove objetivos, organizados em três domínios, com o propósito de usar as forças para melhorar as fraquezas. E, para tal, temos cinco caixas de ferramentas, os Centros
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Reabilitativos e Inovadores do Algarve”, aponta Nuno Miguel Neto. A primeira delas é o Centro de Desenvolvimento Pessoal, que atua, de forma intensiva, na integração dos utentes na sociedade e no mercado de trabalho. “São pessoas com
deficiência, mas com um nível de autonomia muito superior ao estereótipo, por assim dizer, mas que continuam a debater-se com problemas de exclusão”, lamenta Nuno Miguel Neto. Uma segunda caixa de ferramentas aplica novas tecnologias, nomeadamente um exoesqueleto em formato de luva que funciona como um controlo remoto para a televisão e que possibilita trabalhar a motricidade dos utentes.
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“Estamos a utilizar também software de realidade aumentada e a trabalhar a motricidade fina com uma pegboard eletrónica para encaixar peças”, revela o Gestor de Projetos da APEXA, antes de passar para a terceira caixa de ferramentas, que ALGARVE INFORMATIVO #279
envolve a terapia inclusiva. “Um
utente que tem terapia ocupacional, também pode, e deve ter, terapia da fala, psicologia ou fisioterapia, quando necessário. Nesse sentido, pedem-se estratégias aos técnicos 18
pretende ser uma sala de terapias ao ar livre, com esculturas musicais e sonoras, cascata com água, uma parede verde para trabalhar cheiros e texturas, até uma horta. A quinta e última caixa de ferramentas será um parque pedagógico, que ficará na antiga Escola Primária de Vale de Margem, cedida à associação pelo Município de Silves, para promover diversas competências sociais, mas também para combater o isolamento social. “Se houver uma turma de
crianças que queira ver como se apanha figo ou se coze pão, desenvolvemos uma interação com idosos que tenham esses conhecimentos”, exemplifica Nuno Miguel Neto.
DEFICIÊNCIA POUCO FALADA …E APOIADA DURANTE A PANDEMIA
de cada área e esse uso combinado potencia um maior desenvolvimento das pessoas”. Um jardim sensorial deverá ser inaugurado, ainda em 2021, na sede da APEXA, na Escola Primária de Valverde, e 19
Munidos destes cinco Centros Reabilitativos e Inovadores do Algarve será possível, então, aos técnicos perceber que pessoas estão a evoluir, estagnadas ou, pelo contrário, a regredir, mas a ideia não é, nem nunca será, excluir os casos menos bemsucedidos e focar os esforços nos bemsucedidos, afirma prontamente Nuno Miguel Neto. “O nosso objetivo é
sempre que os nossos utentes cresçam e se desenvolvam. O mal é alguém estar estagnado quando até tem potencial para evoluir. Se queremos fazer uma sopa e apenas colocamos batatas, é ALGARVE INFORMATIVO #279
óbvio que o resultado final vai ser um puré de batata. Para ser uma sopa, temos de meter mais ingredientes. No caso da deficiência, é preciso experimentar abordagens diferentes e estas cinco caixas de ferramentas são extremamente versáteis e estão em constante evolução”, destaca Nuno
importante destinada à produção de ferramentas e à partilha de conhecimento”, frisa o entrevistado.
Miguel Neto.
trabalho por uma grande transparência e vontade em que as coisas aconteçam pela positiva. Isso dá-nos uma imagem de credibilidade que facilita, felizmente, a obtenção de apoios e financiamentos para os projetos que desenvolvemos”, diz o presidente da Direção. “Quando o impacto social vai ao encontro dos desejos dos mecenas, das
Quanto ao apoio do Portugal Inovação Social – Parcerias para o Impacto, diz respeito ao período de setembro de 2019 a setembro de 2022, com um montante a rondar os 300 mil euros, e o primeiro ano foi preenchido com a produção e teste de ferramentas, até ser apresentado, formalmente, ao público, a 23 de dezembro de 2020. “O principal custo
do projeto diz respeito a recursos humanos, mas comporta uma fatia ALGARVE INFORMATIVO #279
Ideias não faltam na APEXA, garante, entretanto, Nuno Neto, na procura constante de soluções para os utentes, mas também para as famílias, nas componentes da reabilitação e apoio social. “Sempre pautamos o nosso
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autarquias, das entidades e organismos, a tarefa torna-se menos penosa. A APEXA nunca se deixou travar pela falta de dinheiro. Preparamos um projeto, vamos apresentá-lo a quem nos pode apoiar financeiramente e assim temos vindo a percorrer este caminho”, descreve Nuno Neto. Uma tarefa, contudo, que foi bastante dificultada com o surgimento da pandemia e, embora se aborde constantemente o seu impacto nas famílias e empresas, raramente se ouve falar dos problemas que tem causado às pessoas portadoras de deficiência. “As
crianças com deficiência sofreram bastante quando as escolas fecharam, algumas deixaram de ter
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acesso ao pouco apoio que recebiam. As dificuldades foram atenuadas nos casos em que os pais tinham possibilidade de recorrer ao privado, mas nem todos possuem essa folga financeira e estamos a falar de consequências para o resto da vida”, alerta Daniela Sousa, coordenadora do Gabinete de Intervenção Social da APEXA.
“Passando-se a fase de desenvolvimento infantil, já não é possível obter-se as competências que deviam ter ganho nessa altura”, justifica. A conhecida dinâmica da APEXA permitiu, todavia, dar a volta às adversidades colocadas pela covid-19,
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com algumas estratégias de acompanhamento online de modo aos pais dos utentes não se sentirem abandonados e, acima de tudo, para que as terapias não fossem totalmente interrompidas. “Os apoios social e
psicológico foram reforçados, mas o apoio terapêutico passou por um período difícil e as instituições tiveram que adaptar os seus métodos de trabalho. Nós criamos o «APEXA Online» e o «Amigo Excecional», projeto no qual voluntários com formação superior se deslocavam a casa dos nossos utentes, para os ajudar na vertente psicológica e na animação sociocultural, sempre cumprindo com todas as regras de segurança e de saúde. Tenho muito orgulho no que conseguimos fazer em 2020”,
permanecerá. A entrevistada avisa ainda que também os utentes adultos são prejudicados por esta situação, sobretudo nas suas capacidades de comunicação e socialização. “Os pais
conseguem dar continuidade às capacidades executivas nas tarefas domésticas e ao desenvolvimento físico em caminhadas. Já o conviver e criar relações com os outros ficaram bastante afetados, conforme constatamos quando retomámos as atividades presenciais. Eles quase que tinham receio de falar uns com os outros. Alguns utentes são do espetro do autismo, que não têm uma capacidade inata de comunicar, e notaram-se retrocessos”, comenta Daniela Sousa.
afirma Daniela Sousa. Para além do empenho e profissionalismo dos técnicos da APEXA e dos voluntários, a assistente social assegura que nada teria sido possível sem o apoio, in loco, das famílias. “Não se
consegue fazer uma teleterapia sem estar um dos pais ao lado do utente. No fundo, são eles os nossos olhos e mãos no local. Para isso é necessário também capacitar os pais para que compreendam os objetivos da terapia, um trabalho longo e árduo que ainda está em curso”, admite Daniela Sousa, até porque Portugal está de novo confinado e não se sabe quanto tempo assim ALGARVE INFORMATIVO #279
A responsável pelo Gabinete de Intervenção Social da APEXA lembra ainda que, aquando do primeiro confinamento, em março e abril de 2020, se partiu de imediato para o ensino à distância, para a solução da telescola, com estes utentes a ficarem de parte. Felizmente, no presente confinamento, para além de não estar contemplado, para já, o ensino à distância, as crianças com necessidades especiais de aprendizagem podem continuar a ir à escola, à semelhança dos filhos de todos aqueles que estão na linha da frente no combate à covid19. “Em Portugal, primeiro define-
se o geral, depois o subgeral e só então se vai para o específico. 22
Quando a DGS definiu as normas sanitárias e de segurança, os centros de apoio a pessoas com deficiência foram os últimos a saber o que podiam fazer e como o podiam fazer”, critica Nuno Miguel Neto. Apesar das dificuldades, a direção da APEXA mostra-se confiante de que a associação vai continuar a cumprir com a sua missão em 2021, para bem dos seus utentes e familiares. “Temos a
vantagem de, agora, já termos uma estrutura montada e sabermos exatamente o que precisamos fazer. Mas não é fácil trabalhar nestas condições, porque estamos a mudar de realidade de 15 em 15 dias”, desabafa Daniela Sousa. “Em 2021 23
vamos colocar na prática tudo aquilo que tivemos que reinventar em 2020 e o trabalho online permite-nos chegar a mais pessoas”, acrescenta, com Nuno Miguel Neto a frisar que a maior parte dos projetos da APEXA não foi interrompida por causa da pandemia.
“O mais afetado foi o desporto adaptado, porque não há normas claras para o uso das piscinas e só agora se vai percebendo o que se pode fazer nos pavilhões. Era o projeto mais interativo até mesmo entre associações e, como é óbvio, nestas condições não podemos realizar, por exemplo, um TIFA – Torneio Internacional de Futebol Adaptado. O lado bom da pandemia é que veio espicaçar ALGARVE INFORMATIVO #279
ainda mais a massa criativa da APEXA e isso nota-se na realização de novas atividades”, aponta Nuno Miguel Neto. O Gestor de Projetos e de Relações Externas da APEXA não quis terminar a conversa, porém, sem deixar um alerta para a responsabilidade social da própria comunicação social. “Acredito que
muitos jornais e, essencialmente, as televisões, não têm noção do real poder que exercem junto da opinião pública e, se tiverem, ainda mais grave é a situação. Estamos a falar de pessoas com deficiência e que, muitas vezes, possuem uma sensibilidade superior a todos nós e há quase um ano que apenas se fala em covid-19”, dispara Nuno Miguel ALGARVE INFORMATIVO #279
Neto. “Temos crianças que, pela
sua própria natureza, correm logo para nos abraçar e que agora estão tristes porque não o podem fazer. E temos utentes que não saem de casa desde o dia 16 de março de 2020, porque os pais têm medo do vírus. Como é que demonstramos que o risco que as crianças têm de apanhar a covid19 é muito inferior aos reais danos que estão a sofrer com a interrupção das suas terapias? São problemas ligados ao sedentarismo, à obesidade, às competências sociais, e vai ser muito difícil, senão impossível, recuperar o tempo perdido”, finaliza Nuno Miguel Neto .
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CASTRO MARIM COM MUITA OBRA EM CURSO PARA RECUPERAR DOIS ANOS PERDIDOS DEVIDO À OPOSIÇÃO NA CÂMARA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina astro Marim vai ter, em 2021, o maior orçamento municipal desde 2013, no montante global de 21 milhões, 90 mil e 995 euros, sendo 11 milhões, 82 mil e 226 euros de despesas correntes e 10 milhões, 8 mil e 769 euros de despesas de capital. Um Orçamento e Grandes Opções do Plano do Município ALGARVE INFORMATIVO #279
de Castro Marim que refletem igualmente os dois primeiros anos do atual mandato de Francisco Amaral, com atrasos na execução de obras gerados por uma oposição maioritária que chegou mesmo a ditar eleições intercalares em 2019. São exemplo deste impasse a Estrutura de Proteção do Cordão Dunar em Altura (Passadiço da Praia de 26
Altura), o Centro de Atividades Náuticas da Barragem de Odeleite e a Rede de Rega da Várzea de Odeleite, investimentos estruturantes para o desenvolvimento do concelho de Castro Marim e com compromissos financeiros assumidos no âmbito do Portugal 2020. O foco está colocado, então, na execução de projetos de elevada expressão e que representam consideráveis riscos de perda de muitas condições de cofinanciamento já garantidas, nomeadamente, a Rede de Rega da Várzea de Odeleite, a Ciclovia 125-6 (Espargosa-Praia Verde), a Rede de Abastecimento de Água de Maravelha e Matos, o Centro de Atividades Náuticas da Barragem de Odeleite, o Centro Experimental do Queijo e da Cabra de Raça Algarvia no Centro Multiusos do Azinhal, o lançamento do concurso para Abertura da Porta Este do Castelo de Castro Marim e a obra da Envolvente da Casa do Sal. Muito importante para 2021 será também a execução do Plano de Pormenor N.º 1 de Altura, que está em curso e cujas obras de urbanização e infraestruturas implicam a requalificação do espaço envolvente à Escola de Altura. E outra área determinante neste orçamento é a Recolha de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana, para a qual se prevê a abertura de procedimentos para contratação de pessoal e outro equipamento operacional, como viaturas, e que representam um peso orçamental muito significativo. No orçamento para 2021 está preconizada igualmente a alteração ao Protocolo «Empreendimento Turístico da Verdelago», cuja execução se planeia entre 2021 e 2024 e cujas contrapartidas 27
ascendem aos 3,2 milhões de euros, integrando a requalificação da Rua da Alagoa, em Altura, a construção da Rotunda da Praia Verde, a construção do Pavilhão Multiusos de Altura e a beneficiação e requalificação da zona nascente da Avenida 24 de Junho, em Altura. Quanto ao desenvolvimento rural, o investimento centra-se sobretudo na regularização de centenas de quilómetros de caminhos agrícolas, ação iniciada em 2016, bem como na continuação do grande projeto que é levar água canalizada a todas as povoações do interior do concelho castro-marinense. Projetos não faltam, portanto, para o executivo constituído por Francisco Amaral, Filomena Sintra e Victor Rosa, mas o autarca português há mais anos em atividade está habituado a lidar com as dificuldades e nunca virou as costas à luta, por muito dura que ela seja. “Sai de Alcoutim com uma
Câmara Municipal muito arrumadinha e organizada e cheguei a Castro Marim, há sete anos, com uma crise instalada no país e que não nos permitia, por exemplo, contratar recursos humanos, nem sequer para substituir as pessoas que se reformavam. Também não tinha maioria na Assembleia Municipal, pelo que, com determinação e com o apoio da equipa que me rodeia, fizemos o trabalho que foi possível. Seguiram-se dois anos sem maioria no executivo em que ALGARVE INFORMATIVO #279
a oposição se juntou para boicotar qualquer coisa que quiséssemos fazer. Todos os assuntos, por mais banais que pudessem ser, tinham de ir a reunião de câmara, que duravam cinco ou seis horas, massacres autênticos, o que nos obrigou, em 2019, a «jogar a tolha ao chão» e pedir eleições intercalares”, recorda Francisco Amaral. ALGARVE INFORMATIVO #279
Do ato eleitoral de 2019 resultou uma maioria absoluta, o que lhe permitiu governar bem durante sensivelmente um ano, até à chegada da covid-19 ao Algarve. “Recuperamos algum do
tempo perdido e lançamos obras importantíssimas, que tinham sido atrasadas propositadamente pela oposição. Entretanto, apareceu esta pandemia e, 28
famílias que estão a passar por muitas dificuldades, algumas delas estamos a ajudar inclusive a pagar a renda da casa”. Apesar de todos os contratempos, Francisco Amaral revela que não se perderam fundos comunitários e que todas as obras previstas foram lançadas, com maior ou menor atraso, estando a decorrer normalmente e cumprindo com todos as regras de higiene e segurança. “Temos tido
felizmente, temos um bom Delegado de Saúde em Castro Marim, uma pessoa muito preocupada e trabalhadora. Contudo, a situação pode alterar-se de um dia para o outro e a população está consciente disso”, afirma o edil castro-marinense, acrescentando que, desde a primeira hora, foram implementadas no concelho políticas de apoio social às famílias. “Há 29
muito cuidado no que toca ao aproveitamento dos fundos comunitários e não sei se há no Algarve alguém que perceba mais desse assunto do que a minha vice-presidente. A minha equipa é incansável e estamos a levar avante este concelho. Neste momento está a avançar um projeto de alguma dimensão e de grande qualidade, a «Verde Lago», entre a Praia Verde e Altura, algo semelhante a Quinta do Lago e Vale do Lobo. É um projeto gerador de emprego e riqueza que já criou dezenas de postos de trabalho e, quando estiver a funcionar em pleno, serão centenas de postos de trabalho. Está-se a ver, finalmente, a «luz ao fundo do túnel» em empreendimentos turísticos que estiveram encalhados anos a fio, como a Quinta do Vale e a Almada de Ouro”, destaca o entrevistado. ALGARVE INFORMATIVO #279
UM ORÇAMENTO RESPONSÁVEL E COM OS PÉS FIRMES NO CHÃO O maior orçamento municipal desde 2013, precisamente em ano de eleições autárquicas, poderá dar azo às tradicionais críticas de que os políticos guardam sempre obras para inaugurar nas vésperas de irem a votos. Francisco Amaral esclarece, contudo, que, em quase três décadas de atividade autárquica, nunca fez essa gestão de calendário e, para além disso, lembra que muitas obras se atrasaram devido à atitude da oposição entre 2017 e 2019.
“Faço o maior número de obras possível, sem nunca entrar em loucuras. Fazer projetos e lançar obras é relativamente fácil, o busílis da questão é quem, quando e como se paga a obra. É importante que os políticos tenham os pés bem assentes no chão, porque podemos estar a hipotecar o futuro do país e do concelho para os próximos anos e quem vai pagar as loucuras que nós fazemos são os nossos filhos e netos”, avisa o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim. “Há dinheiro, faz-se obra, não há dinheiro, não se faz. Tenho uma vice-presidente espetacular em termos de competência e capacidade que conhece todos os programas comunitários, sabe onde se pode ir buscar dinheiro para aqui e para acolá. E, quando são projetos ALGARVE INFORMATIVO #279
que interessam ao concelho, que vão valorizar e alavancar a economia local, há que avançar, sem loucuras, com passinhos firmes e responsáveis”, reforça o autarca. Francisco Amaral vai mais longe e afirma que, em Castro Marim, não existem duas verdades: uma do PSD e a outra da oposição. “Basta ir ao
YouTube ver o que se passava nas reuniões de câmara, a obstaculização constante para que as obras não avançassem. Infelizmente, tivemos dois anos de estagnação e agora estamos a tentar recuperar o tempo que se perdeu. E a população, quando nos deu aquela vitória eleitoral em 2019, demonstrou que estava bem ciente do que estava a acontecer”, declara o entrevistado, sublinhando ter-se tratado da maior votação de sempre do PSD em Castro Marim. As obras estão, então, a avançar, mas a pandemia ditou a interrupção de toda a dinâmica cultural no concelho em 2020, com alguns eventos-âncora a serem cancelados devido à covid-19. E, a ver pelo dramático início de 2021, corre-se o risco do mesmo suceder este ano. “Quem vive da cultura, dos
espetáculos, está a passar bastante mal e espero sinceramente que haja políticas governamentais para apoiar essas 30
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pessoas e famílias. O desemprego ligado ao turismo, aos hotéis, restaurantes, cafés, também é enorme, é horrível o que estamos a viver”, desabafa Francisco Amaral. “Não se podem tomar medidas de ânimo leve. Encerrar é fácil, é só mandar fechar as portas… e as consequências disso”, questiona o presidente de câmara, acrescentando que o poder local também não tem capacidade para acudir a todos os pedidos de ajuda. “Nos momentos de
crise escutamos sempre os ALGARVE INFORMATIVO #279
governantes a falar em muitos apoios que, depois, não existem na prática, ou envolvem imensas burocracias”. Como médico de profissão, Francisco Amaral não compreende também a aparente «guerra» que existe entre a saúde pública e a saúde privada. “O
Serviço Nacional de Saúde e o sistema privado devem ser complementares, não há aqui razão para qualquer guerra ou preconceitos ideológicos, mas 32
Mas as prioridades eram outras. Uma pessoa que espera anos por uma consulta ou cirurgia está a sofrer e, às vezes, até morre enquanto espera”, dispara, irritado. “Os serviços, sejam estatais, privados ou sociais, devem ser complementares, de forma pacífica, sem guerras, ódios ou preconceitos”. Aprovados que estão o Orçamento e as Grandes Opções do Plano do Município de Castro Marim, resta saber se existem Plano B ou folga para imprevistos, porque já se percebeu que a situação epidemiológica não está a evoluir da forma que se esperava. “Há
parece que, fruto da pandemia, os governos acordaram de repente para esta matéria”, critica o entrevistado. “Há quantas dezenas de anos há listas de espera enormes e desumanas para consultas externas de especialidade? E para as cirurgias? E para os exames auxiliares de diagnóstico? Qual era o problema do Estado contratualizar com os hospitais particulares e as clinicas privadas a resolução dessas listas de esperas? 33
programas para ajudar a dar a volta à situação da cultura, relacionados com fundos comunitários, em todo o país e mais uma vez se constata a fragilidade do Algarve. Para o norte e centro existem milhões de euros, o Algarve tem 800 mil euros, a dividir pelos 16 municípios algarvios. Teremos que puxar pela cabecinha para desenvolver ações e iniciativas ligadas à cultura e à animação e as obras previstas também vão avançar. Estamos atentos e tentamos ajudar toda a gente, dentro das nossas possibilidades”, garante Francisco Amaral .
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“HABITAÇÃO É A PRINCIPAL APOSTA DE ALCOUTIM PARA 2021”, INDICA OSVALDO GONÇALVES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina vida nunca foi fácil para quem lidera os destinos de Alcoutim e de outros concelhos do interior, lutando, no dia-a-dia, contra as consequências da desertificação e despovoamento, do isolamento e do envelhecimento da população, dos entraves burocráticos ao investimento, da pouca capacidade para atrair e fixar as ALGARVE INFORMATIVO #279
novas gerações. A todos estes «inimigos» sobejamente conhecidos juntou-se, em 2020, mais um, o novo coronavírus, que até veio chamar a atenção para as vantagens de se viver em locais de menor densidade populacional, onde o verde ainda impera, onde o betão não está massificado. “Esta tragédia mundial
veio tornar mais apelativos os mesmos territórios que o evoluir dos tempos foi «secando» de 36
pessoas. A natureza está a dizer-nos para fazermos uma pausa, para repensarmos o futuro, para refletirmos sobre aquilo que estamos a fazer ao nosso planeta”, entende Osvaldo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. Alcoutim que, até 5 de setembro de 2020, conseguiu manter uma situação epidemiológica imaculada, enquanto os surtos de covid-19 devastavam a maior parte de Portugal. A 2 de outubro, um surto num lar levou, infelizmente, à morte de três utentes em poucos dias, mas a pandemia voltou a ficar controlada até ao início de 2021, “quando sentimos
novamente os efeitos do que acontecia noutros concelhos”. “Não vivemos numa ilha, apareceram surtos nos concelhos de Mértola, Tavira, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Loulé, e a mobilidade que caracteriza as pessoas também facilita a transmissão do vírus”, admite o autarca, garantindo que desde a chegada da covid-19 ao Algarve que o Município de Alcoutim assumiu uma postura bastante defensiva e preventiva. “Em 2020,
tivemos uma despesa na ordem dos 370 mil euros com questões relacionadas com a covid-19, o que, para um orçamento apertado como o nosso, é bastante significativo. Aliás, o Tribunal de Contas considerou Alcoutim como o terceiro concelho de Portugal com maior despesa, em termos per 37
capita, com a covid-19. Quando elaboramos, em 2019, o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2020, ninguém contava com esta pandemia, mas não poupamos esforços para a combater”. O aumento de interesse pelo interior não se reflete, contudo, em oportunidades concretas para ali se investir, seja para comprar casa ou para montar negócio, admite Osvaldo Gonçalves, e um dos principais problemas prende-se, sem dúvida, com a questão da habitação. “Quando
olhamos para o número de casas espalhadas pelo concelho e que estão desabitadas, muitas delas devolutas, vemos ali um enorme potencial para captar novos residentes, até porque temos boas vias de comunicação a ligarnos ao litoral. Só que esse trabalho é moroso e complexo, demora, pelo menos, uma década a fazer-se e só há pouco tempo é que se começaram a dar os primeiros passos nessa matéria”, refere o edil alcoutenejo, acrescentando que esta tem sido uma prioridade dos orçamentos municipais dos últimos anos. “Há muita gente a
procurar Alcoutim para viver, mas não encontra casa para comprar ou alugar. Acredito que, até março ou abril, vamos ter aprovada a nossa Estratégia Local de Habitação, mas já investimos, ALGARVE INFORMATIVO #279
no ano transato, cerca de milhão e meio de euros em obras que estão praticamente concluídas, nomeadamente um Parque Habitacional em Alcoutim e um Lote ALGARVE INFORMATIVO #279
Habitacional em Martim Longo”, indica o entrevistado. “Claro que, depois, seguem-se outros desafios, mas a habitação é primordial”, reforça. 38
Para complicar ainda mais a situação, encontram-se em Alcoutim imensos condicionalismos referentes ao ordenamento do território e às questões ambientais, reconhece Osvaldo Gonçalves. “Se quiser fazer um 39
loteamento habitacional em Alcoutim, para dar resposta à procura existente e que iria criar uma maior dinâmica económica no concelho, tenho que me preparar para cinco, seis ou sete anos a «traçar o caminho das pedras». Há cinco anos tivemos a ideia de fazer um parque de campismo numa área que é considerada reserva agrícola e reserva ecológica e ainda cá andamos a tentar criar um PIR – Projeto de Interesse Regional que viabilize o processo. É este o cenário que vivemos em Alcoutim”, desabafa. “As Estratégias Locais de Habitação estão muito direcionadas para resolver os problemas das pessoas, e têm bons instrumentos para o fazer, mas privilegia-se a recuperação e reabilitação de imóveis e não a construção de novos. E nós não conseguimos criar condições atrativas de habitabilidade ao reabilitarmos uma casa que foi construída, há 80, 90 ou 100 anos, de acordo com as necessidades dessa época. Temos que ser pragmáticos e honestos nesta avaliação. A maior parte das casas que temos disponíveis para reabilitar no concelho de Alcoutim são espaços muito exíguos e apertados, às vezes as casas estão amontoadas ALGARVE INFORMATIVO #279
umas em cima das outras, o que não se compadece com as necessidades dos tempos modernos”.
NUNCA ESTICAR AS PERNAS MAIS DO QUE AS CALÇAS PERMITEM Osvaldo Gonçalves defende, por isso, maior flexibilidade para se construir lotes habitacionais, sempre no rigoroso respeito pelo ambiente, considerando que os fundamentalismos não são benéficos para ninguém. E o mesmo sucede com a instalação de empresas, de empreendimentos turísticos, de unidades fabris. “Há algumas semanas um ALGARVE INFORMATIVO #279
empresário manifestou interesse em investir em Alcoutim na área da habitação e indiquei-lhe algumas opções e contatos. Entretanto, já me disse que, provavelmente, terá de alterar as suas intenções de investimento, porque as dificuldades são enormes. É um jovem com ideias, dinheiro e vontade de investir e o mais certo é ir para outro lado qualquer”, lamenta o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, defendendo a criação de instrumentos facilitadores nestas matérias. “Mais
importante do que arranjar cofinanciamentos para os 40
investimentos era existir uma estrutura que facilitasse o estudo de viabilidade e a aprovação dos projetos”, frisa. Enquanto tal não acontecer, Osvaldo Gonçalves acredita que não se vai conseguir atrair novos residentes, nem sequer impedir os nascidos em Alcoutim de rumar a outras paragens onde tenham emprego e, agora, casa para viver e constituir família. “Se calhar foi um
erro criar-se tantas reservas ecológicas e reservas agrícolas. Concordo com o princípio por detrás da sua criação, eu e a maior parte dos autarcas, porque somos amigos do ambiente. Mas esses processos têm que ser dinâmicos e não estáticos, nem de tal forma morosos que coloquem em causa tudo o resto”, critica o entrevistado. A falta de acessibilidades foi apontada, durante muitos anos, como um entrave ao desenvolvimento de Alcoutim, nomeadamente a não conclusão do IC 27, mas a situação pouco se alterou depois dessa empreitada estar finalizada. Fala-se, agora, da construção de uma ponte a ligar Alcoutim a Sanlucar de Guadiana, com o edil alcoutenejo a entender que será uma infraestrutura positiva para ambos os lados do Rio Guadiana. “Volvidos
alguns dias da Cimeira da Guarda, notou-se logo alguma procura de terrenos para comprar no concelho, o que demonstra que estes investimentos mexem com a dinâmica e desenvolvimento dos 41
territórios. «Não há bela sem senão», mas estou convicto de que, construindo-se essa ponte, o saldo será francamente positivo”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim. Um dia antes de Portugal entrar em novo confinamento, Osvaldo Gonçalves olhava para o Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2021 e apontava os vários projetos que dependiam de fundos comunitários para avançar no terreno. “A nossa estrutura
económica é o que é e temos tido sempre a prudência de fazer obras apenas quando há dinheiro para as pagar, nunca esticando mais a perna do que as calças permitem. Por isso, temos privilegiado a execução de obras para as quais vimos candidaturas aprovadas. Algumas delas transitaram para 2021 e temos outras novas, cujo investimento total ultrapassa 1 milhão de euros, mas o nosso principal foco será, conforme referido, a habitação”, frisa, adiantando ainda que há vários projetos e intenções inscritos no Orçamento, mas cuja concretização depende da evolução da pandemia em Portugal, no Algarve e em Alcoutim.
“Em 2020 tivemos que cancelar o nosso maior evento cultural – o Festival do Contrabando – e outras iniciativas, feiras, festas e espetáculos que aconteciam em todo o concelho. Com este ALGARVE INFORMATIVO #279
confinamento, desconfio que as coisas se vão repetir este ano e que não iremos realizar muitas iniciativas que estão previstas, pelo menos até ao Verão”, antevê o autarca. Osvaldo Gonçalves esclarece, entretanto, que não se perderam fundos comunitários, nem se deixaram de fazer ALGARVE INFORMATIVO #279
obras, em 2020, devido à covid-19, por não serem empreitadas de grande dimensão. “Se estivéssemos a falar
de mega investimentos, provavelmente o cenário seria diferente. É verdade que houve atrasos em alguns casos, mas os empreiteiros fazem as obras, nós pagamos tudo a tempo e horas e quem fica mais beneficiado nisto 42
astronómico e de um albergue que irão apoiar a recentemente inaugurada nomenclatura dos Caminhos de Santiago em cima da GR15; a construção de uma área de serviço para autocaravanas; a reabilitação urbana em várias freguesias do concelho e a construção de uma ciclovia em Alcoutim. “É um
tudo é a população”, afirma, voltando a destacar os investimentos em execução na área da habitação, designadamente um Loteamento Habitacional em Martim Longo com 26 lotes e um Parque Habitacional em Alcoutim de cinco moradias. A estas obras somam-se a criação de um espaço para promover os produtos endógenos, um investimento significativo apoiado pelo CRESC Algarve 2020; a construção de um observatório 43
Orçamento Municipal ligeiramente superior a 11 milhões de euros, no qual se incluem encargos com a ação social que ascendem ao meio milhão de euros e despesas correntes, relacionadas sobretudo com o pessoal, que ultrapassam os três milhões de euros. Fazemos muito com os recursos financeiros ao nosso dispor, sendo bons gestores da «coisa pública». Não nos podemos esquecer que Alcoutim tem quase 600 quilómetros quadrados, o que se traduz numa rede viária enorme que exige um investimento brutal em repavimentações e que não é financiado por fundos comunitários. Em 2020 substituímos também vários veículos de transporte escolar, porque os miúdos são poucos, mas estão muito dispersos pelo território, o que implica mais viagens, mais motoristas, mais autocarros. E as pessoas muitas vezes nem reparam nessas despesas”, finaliza Osvaldo Gonçalves. ALGARVE INFORMATIVO #279
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Algarve vai ter uma Lista Vermelha das Atividades Artesanais Texto: Daniel Pina | Fotografia: Projecto TASA Algarve vai produzir, de forma pioneira a nível nacional, um «Red Book – Lista Vermelha das Atividades Artesanais Algarvias». O livro será o culminar de um trabalho de investigação e inventariação no âmbito Projeto Magalhães ICC que junta o Algarve, Alentejo e Andaluzia, sendo promovido pela CCDR Algarve e desenvolvido no terreno pela Proactivetur. ALGARVE INFORMATIVO #279
O objetivo é proceder ao registo das artes tradicionais do Algarve e sua catalogação de acordo com o seu grau de risco ou de viabilidade, de modo a construir quatro listas de Domínio das Técnicas e Ofícios Tradicionais, designadamente: a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve Desaparecido; a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve que Pode Necessitar de Salvaguarda Urgente; a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve que Pode Necessitar de 46
Salvaguarda; e a Lista do Património Cultural Imaterial do Algarve Atualmente Viável. “É fundamental conhecer
nacional que define, igualmente, ações de conservação daquelas que estão em maior risco de extinção. “Em
com maior profundidade a realidade das atividades artesanais, no sentido de se poder apontar caminhos para a salvaguarda de importantes manifestações da identidade e memória coletiva do Algarve”, explica a CCDR Algarve, que,
Portugal não existe nada semelhante no que toca às Artes e Ofícios e pretende-se identificar as que já estão extintas e desenvolver um plano de resgate para as que estão a seguir por esse caminho”, refere João Ministro, da Proactivetour. “O livro deverá ser publicado em junho deste ano e o intuito é que, depois, se olhe para o estado atual das artes e se atue sobre aquelas que ainda têm viabilidade e importância no mercado, de modo a não desaparecerem”, reforça o
em 2010, já tinha criado o Projecto TASA – Técnicas Ancestrais Soluções Atuais, gerido desde então pela Proactivetour. O livro é inspirado num Red Book desenvolvido no Reino Unido há vários anos que agrega as artes tradicionais ameaçadas, assim como no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, um estudo e catalogação das espécies ameaçadas existentes no território
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empresário e engenheiro do ambiente.
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João Ministro
Não é necessário ser um especialista na matéria para perceber que muitas artes e ofícios já estão extintas, como os tanoeiros e os paneleiros, que faziam, respetivamente, barris e panelas, mas outras estão em franco crescimento, dai a pertinência de se realizar este estudo. “O
Algarve sempre foi riquíssimo em artes, mas existe uma clara sensação de que algumas estão em declínio, como os cesteiros ou ferreiros; e de que outras estabilizaram ou encontraram caminhos diferentes. Nas que estão em declínio, há que verificar em quais é que ainda existem mestres no ativo”, confirma o entrevistado. “Estamos a falar de artes artesanais que são transmitidas de geração em geração e não propriamente de 49
artes urbanas ou de bijuteria. São artes e ofícios ancestrais que tiveram ou que ainda têm uma história enraizada na região, umas exclusivas do Algarve, outras que se encontram noutros pontos do país. Por isso mesmo, uma das fases do projeto foi a constituição de uma equipa técnico-científica que junta várias instituições, encabeçada pela Universidade do Algarve e onde se encontra também a Direção Regional de Cultura do Algarve. No final, os parâmetros e os critérios vão estar muito bem afinados, mas tudo começa com um levantamento exaustivo que começou recentemente”, indica João Ministro. ALGARVE INFORMATIVO #279
É certo que o projeto é pioneiro em Portugal, mas este trabalho de salvaguarda já tem sido efetuado por algumas entidades ou autarquias, como é o caso do «Loulé Criativo», promovido pela Câmara Municipal de Loulé, e que tão bons resultados práticos tem dado nos últimos anos. E o próprio Projecto TASA é outro exemplo, portanto, a Proactivetour sabe bem no que está envolvida. “Provavelmente, ao nível
do Algarve, somos a entidade com a base de dados mais completa em termos de artesãos. A nossa experiência diz-nos também que há câmaras municipais com listagens mais ou menos atualizadas, outras que não possuem qualquer registo deste género. Existem ainda algumas associações de artesanato,
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com as quais iremos trabalhar nesta fase de inventariação, mas, no geral, as artes e ofícios têm perdido protagonismo na região”, lamenta João Ministro.
REJUVENESCIMENTO DOS MESTRES É FUNDAMENTAL Um problema óbvio que se coloca a qualquer tentativa de revitalização destas artes ancestrais é a idade avançada dos mestres que ainda as praticam, como é fácil de constatar quando visitamos as tradicionais feiras que se realizam, durante o Verão, no Algarve. A isso acresce, depois, a dificuldade de demonstrar, às novas gerações, que as artes e ofícios podem
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dar lugar a atividades económicas rentáveis e sustentáveis. “Infelizmente,
este trabalho foi bastante desvalorizado ao longo das últimas décadas. No fundo, são elementos do nosso património ancestral que tinham uma função muito específica no passado, nomeadamente relacionadas com a agricultura e a pesca, ou seja, eram úteis no dia-adia. Com a mudança dos tempos, essas funções foram desaparecendo e também se introduziram outros materiais, como o plástico, bastante mais baratos”, analisa João Ministro. Para criar valor a estas artes e ofícios nasceu, há sete anos, o Projecto TASA, 51
mas o entrevistado aponta que continua a não se dar o devido valor económico a peças que demoram bastantes horas a ser produzidas. “É
necessário, portanto, um forte esforço de valorização para que a gente nova demonstre interesse em abraçar essas artes e ofícios, sabendo que poderá ter futuro nelas. Para isso há que trabalhar com a inovação, o design e a arquitetura”, entende o empresário. “O problema é que muitos dos mestres são, de facto, pessoas de idade avançada que já nem precisam daquele rendimento, fazem-no apenas para se entreter. Não houve um rejuvenescimento ALGARVE INFORMATIVO #279
nas artes e ofícios, uma realidade para a qual o Livro Vermelho vai olhar atentamente. Vamos analisar o mercado e as perspetivas de inovação existentes em cada arte, indicando quais as que precisam de uma intervenção rápida”. Falando do Projecto TASA em concreto, João Ministro indica que são principalmente os estrangeiros que demonstram maior interesse nestas peças antigas «transportadas» para o Século XXI, a par de gabinetes de arquitetura, hotelaria e restauração que lidam com nichos de maior poder económico. “Vai ser preciso
sensibilizar os consumidores finais para o valor intrínseco destas peças, mas também as próprias entidades, porque o mercado é cada vez mais global, devido às ferramentas online. Existe uma abertura crescente em consumir local, em ALGARVE INFORMATIVO #279
comprar objetos com história, há oportunidades para explorar”, garante, acrescentando que as novas gerações estão muito mais vocacionadas para lidar com estes desafios do que os antigos mestres.
“No Projecto TASA trabalhamos com cerca de 50 artesão, a média de idade anda à volta dos 63 anos, nalgumas artes supera os 75 anos. Obviamente que nenhuma destas pessoas vai investir num curso de redes sociais ou de como criar uma loja online, o que reforça a importância do rejuvenescimento das artes e ofícios. Mas há um conjunto de malta nova que aperfeiçoa as técnicas de produção e que, ao mesmo tempo, sabe tirar fotografias e comunicar através das redes sociais e vai tendo sucesso na sua caminhada. Sentimos que há uma 52
procura generalizada por estes objetos, portanto, há que criar condições para que os mais jovens os aprendam a fazer”, volta a dizer João Ministro. E se é difícil arranjar, então, mestres disponíveis para transmitir os conhecimentos aos mais novos, por vezes os mecanismos legais e os apoios governamentais também não facilitam a tarefa, desabafa o entrevistado. “No
Projecto TASA já desenvolvemos duas ações de transmissão de saberes, mas pelos nossos próprios meios ou com apoio das autarquias. Os cursos do Instituto do Emprego e Formação Profissional, por exemplo, exigem grupos de 15 pessoas, um número impossível de juntar à volta de um cesteiro. No
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máximo conseguimos três ou quatro pessoas a trabalhar com um mestre”, evidencia João Ministro, outro assunto que deverá ser aprofundado no Livro Vermelho. “O
objetivo é inventariar a realidade atual e sistematizar linhas de trabalho para cada arte e ofício, seja ao nível de ações de transmissão de saberes, de capacitação, de apoio aos mestres. E, estando a metodologia criada, facilmente pode ser replicada noutra região, porque este fenómeno não acontece apenas no Algarve, mas no país inteiro. Precisamos de saber qual o melhor caminho a seguir para recuperar as artes que estão em risco de extinção”, remata João Ministro .
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RIBEIRA DO RESPIRA N Texto: Daniel Pina | Fotografia: ALMARGEM ALGARVE INFORMATIVO #278 ALGARVE INFORMATIVO #279
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Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, desenvolveu, em parceria com a Câmara Municipal de Loulé, e com financiamento do Fundo Ambiental, o projeto «Cadoiço Vive», que trouxe uma nova vida a um troço periurbano da Ribeira do Cadoiço, em Loulé, numa estratégia de conservação da natureza e renaturalização de ecossistemas. Foram quatro meses de medidas concretas para devolver esta área a um estado mais natural e próspero, com a renaturalização da galeria ripícola e o reforço da fauna silvestre. Ao todo,
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aplicaram-se sete técnicas de engenharia natural, removeram-se mais de 40 toneladas de espécies de plantas invasoras e plantaram-se 100 árvores e arbustos nativos. Para aumentar os possíveis locais de nidificação ou repouso de diferentes espécies, bem como a taxa de sobrevivência dos indivíduos face a condições mais agrestes, foram também colocados 13 abrigos para morcegos, 30 caixas-ninho para aves e 4 hotéis para insetos. O projeto surgiu do reconhecimento do grande potencial paisagístico e natural da Ribeira do Cadoiço, da qual se destacam as duas quedas de água e formações rochosas impressionantes, e que tem vindo a ser progressivamente
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infestada por diferentes espécies de flora exóticas invasoras, com ameaça para a biodiversidade do local e da própria integridade das margens da ribeira. A candidatura aprovada pelo Fundo Ambiental no âmbito do programa «Conservação da Natureza e da Biodiversidade — Melhoria do conhecimento e do estado de conservação do património natural», foi uma sequência do trabalho contínuo que a Almargem e a Câmara Municipal de Loulé tem realizado, ao longo dos últimos anos, na Ribeira do Cadoiço e área envolvente, nos quais se incluem dois projetos do Fundo Ambiental e dezenas de atividades de educação ambiental, entre elas duas edições do evento «Cadoiço em Festa». “É uma zona ALGARVE INFORMATIVO #279
riquíssima a nível paisagístico e que tem sempre água, algo que não se encontra em todos os lados do Algarve. Temos efetuado várias ações de educação ambiental e caminhadas interpretativas, ou seja, muita sensibilização, mas faltava um projeto que tentasse restabelecer um equilíbrio natural mais adequado na Ribeira do Cadoiço. Esta candidatura do Fundo Ambiental focava-se na questão da conservação, pura e dura”, distingue André Pinheiro, na Associação Almargem. 60
Fruto do apoio técnico e científico da Universidade do Algarve, da Universidade de Coimbra, da Associação Tagis, da Associação Vita Nativa, da empresa «Engenho e Rios» e do biólogo Mário Carmo, agora vai ser possível manter, a longo prazo, a zona intervencionada em boas condições e com pequenas ações de voluntariado, seja com escolas ou com os sócios da Almargem. “O problema das
plantas invasoras é que, neste momento, estão em todo o lado, pelo que o Cadoiço não era uma exceção no que toca a massas de água. As pessoas têm jardins e plantas exóticas que depois se transformam em invasoras, a 61
questão é que em poucos sítios se fazem intervenções para a sua renaturalização. E também é preciso escolher os locais onde realizá-las, pois não há dinheiro para fazer tudo”, explica André Pinheiro. A par das plantas invasoras, estes locais são normalmente afetados pela deposição ilegal e irresponsável de lixo, mas o entrevistado esclarece rapidamente que os residentes cuidam bastante bem da Ribeira do Cadoiço.
“A ribeira nasce a norte de Loulé e sai a sul da cidade, na zona do Cadoiço, e é nesse espaço que ALGARVE INFORMATIVO #279
julgamos existir muita contaminação devido a descargas ilegais. As edificações foram construídas em cima do Cadoiço há dezenas de anos e foram «enterrando» a ribeira e, agora, a Câmara Municipal está a tentar atenuar a situação”, aponta André Pinheiro. Esse não foi, porém, o foco do «Cadoiço Vive», mas sim as plantas invasoras, só que, ao removerem-se 40 toneladas destas espécies, podia ser colocada em causa a própria integridade física da ribeira. Nesse sentido, foram implementadas técnicas de engenharia ALGARVE INFORMATIVO #279
natural para proteger as margens da ribeira e favorecer o aparecimento mais acelerado das plantas nativas. Em simultâneo, foram colocados os referidos abrigos para animais. “Não é
uma técnica que atraia novas espécies, mas permite que aquelas que já lá existem fiquem mais protegidas”, frisa André Pinheiro, lembrando que o projeto teve direito a uma verba de 80 mil euros, financiados a 95 por cento pelo Fundo Ambiental. E essa ajuda permitiu, então, chamar diversos especialistas para remover as plantas invasoras, tratar da segurança da ribeira e 62
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perceber que espécies nativas fazia mais sentido tentar recuperar, tanto de plantas como de aves e insetos. “Queríamos
fazer um trabalho o mais completo possível, daí contarmos com a parceria de tanta gente”, refere o elemento da Almargem.
UM PARAÍSO NO CENTRO DE LOULÉ Quatro meses depois, o projeto está finalizado, o que não significa que o trabalho esteja todo feito, até porque a verba proveniente do Fundo Ambiental não permitia, como é óbvio, atuar sobre toda a Ribeira do Cadoiço. Por isso, foram ALGARVE INFORMATIVO #279
selecionados troços para intervencionar, nomeadamente os mais próximos da cidade, por serem os mais afetados, mas também por serem aqueles onde as pessoas mais iriam valorizar os resultados alcançados.
“Mas não podemos baixar os braços, caso contrário, as plantas invasoras voltam a aparecer, e em força. Fizemos uma limpeza inicial profunda com profissionais e com maquinaria pesada e, no futuro, iremos realizar ações de menor dimensão para remover os pequenos brotos de invasoras que vão surgir”, adianta André Pinheiro. 64
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cuidada. “Esta é uma ribeira que Entretanto, a Câmara Municipal de Loulé já revelou publicamente os seus planos para o Parque Urbano e Agrícola de Loulé, que incluem a remoção de plantas invasoras nos locais que agora não foram intervencionados. “O «Cadoiço Vive»
veio em boa altura porque, quando o projeto da autarquia avançar, estaremos em condições de partilhar a nossa experiência, aquilo que aprendemos com o que aqui fizemos, para que não se tenham que realizar coisas desnecessárias”, acredita o entrevistado, mostrando-se esperançado que toda a zona ganhe uma maior vitalidade agora que está mais
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terá sempre que conviver com a espécie humana e o truque da conservação passa pelo equilíbrio. Ficaram para trás os tempos em que se isolavam completamente os locais e se investia dinheiro para os manter sem, depois, se retirar deles qualquer proveito direito. O trabalho realizado teve como objetivo tornar a Ribeira agradável e visitável, permitindo o usufruto das pessoas. Toda a zona fica mais valorizada e tornase ideal para conduzir ações de educação ambiental com crianças,
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em parceria com a Câmara Municipal de Loulé”, sublinha André Pinheiro. Um espaço de lazer, um «pulmão verde» que, lembra o entrevistado, está ao alcance de qualquer louletano. “Nem é
preciso qualquer transporte, porque o Cadoiço está, literalmente, à distância de três minutos a pé do centro de Loulé. A zona da cascata é a mais impactante e surpreende até os visitantes que veem uma imagem no Google e que não acreditam que 67
tal seja possível no interior de uma cidade. É uma cascata lindíssima, muito larga, com seis metros de altura, e existe também uma catarata, ainda maior, mas que se encontra em terrenos privados. E ser uma ribeira que nunca secou nos últimos anos é bastante importante, não só para refrescar a cidade, mas para toda a natureza que depende desta água”, assegura o ambientalista . ALGARVE INFORMATIVO #279
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OPINIÃO Ora então, bom dia! Paulo Cunha (Professor) á algum tempo, depois de um dia mais atribulado no meu local de trabalho, em tom de catarse, escrevi e partilhei o seguinte texto numa rede social: - Ainda gostava de saber qual é a explicação que todos os pais, que exalam fel quando falam dos professores dos seus (super) filhos, arranjam para a ausência das mais elementares regras de educação no seu quotidiano. Já não falo de boa educação, porque, afinal de contas, quem sou eu, simples professor, para saber o que é a Educação?! Todas as segundas-feiras, invariavelmente, chego à escola e não tenho direito a um «Bom dia». Quando abro a porta, os alunos atropelam-se por me passar à frente e, já dentro da sala de aula, espero quase cinco minutos que se calem para poder desejar-lhes o «Bom dia». Quando lhes pergunto se acham ser normais tais atitudes, respondem-me que sim, que os pais nunca lhes disseram nada em contrário. É claro que não se deve «tomar o trigo pelo joio», mas quando tais situações passam a ser corriqueiras dá que pensar... Desculpem lá este desabafo, mas quem não se sente não é filho de boa gente, e como ALGARVE INFORMATIVO #279
já não vou para novo, cada vez mais custa-me ver certos pais a descarregarem nos professores as frustrações guardadas desde o tempo de estudante, tratando como «pequenos reis e pequenas rainhas» os filhos que não tiveram tempo ou pachorra para educar. E depois é ver certos doutores a «malharem forte e feio» nesta classe que, para além de os ter ensinado e formado, segundo eles: "destruiu o ensino... em décadas de borga!". Antes fosse, poupava-me os cabelos brancos e a tensão elevada que todos os dias trago para casa. E já agora: «Bom Dia» para todos vós! Num novo tempo, em que as máscaras, o afastamento social e a diminuição da componente prática tomaram conta das escolas, na minha ingénua (ou desejada) interpretação da vida, esperei, após o confinamento a que fomos forçados, um renovado regresso à Escola, tal como se tivéssemos feito um «reset» e o espaço Escola se transformasse num lugar de ensino e aprendizagem onde o respeito pelos agentes educativos imperasse. Qual quê?! Alguns alunos, no período de confinamento, somente marinaram a «fina» educação com que foram temperados. Num primeiro período 70
letivo em que as escolas portuguesas não fecharam, com as portas e janelas abertas, foi fácil perceber a forma como os professores tiveram de gerir os comportamentos anómalos e inesperados dalguns alunos. Obviamente, quando as coisas não correm a contento dos aprendizes, as culpas partilhadas à hora de jantar com os familiares serão sempre desses malfadados e prepotentes professores. Seres que têm a veleidade de pedir bom comportamento e algum estudo, para que assim possam ensinar quem quer aprender e, já agora, obter a satisfação de algum retorno. Integro uma classe profissional que se está a habituar a ser motivo de escárnio e maldizer nos grupos privados de «whatsapp» e «messenger». Em plena aula, um aluno disse-me que quase todas as turmas têm esta espécie de minis 71
«Associações de Pais» virtuais, para que os pais possam assim queixar-se dos professores. Obviamente, a ser verdade, tal facto entristece-me! A amargura e o rancor são tão grandes que, um destes dias, fui acusado por uma encarregada de educação de não sorrir para os alunos. Ora se estou amordaçado por uma máscara que me deixa apenas os óculos (quase sempre embaciados) à vista, terei de pintar um sorriso na máscara ou, em última instância, tirá-la para assim melhor entreter e alegrar os alunos? Sim, porque para alguns, um professor de Educação Musical é, sobretudo, um «entertainer». Enfim… Não me queixo, apenas constato o que vejo e, sobretudo, sinto. Como grande parte dos professores, gosto do que faço e por eles, por vezes, desabafo. Bom dia e fiquem bem! . ALGARVE INFORMATIVO #279
OPINIÃO Décima primeira tabuinha - Tempos Ana Isabel Soares (Professora Universitária) m destes dias, Patti Smith publicou no Instagram (uma rede social que se alimenta de fotografias de instantes, tiradas pelos seus utilizadores, ou por eles reproduzidas nos seus «perfis», que, por sua vez, são o recanto que cada um de nós acolhe como exclusivo pessoal de uma privacidade gradualmente perdida no exato momento em que julgamos estar a preservá-la: o perfil de Patti Smith no Instagram chama-se «@thisispattismith», para não nos enganarmos, e o nome dela, de repente, ganha reverberação, alonga-se e minusculiza-se no caminho) – publicou no Instagram, dizia, imagens do cajado que Virginia Woolf usou, da cama onde a escritora inglesa se deitou, do rio em cujas margens passeou. Patti Smith é a minha amiga Patti porque a sigo no Instagram – carreguei num botanito que diz «seguir» e vou vendo, acompanhando, seguindo, as imagens que ela publica, fotografias de si mesma ou de outros, feitas por ela ou por outros, mas que ela escolhe mostrar. Patti também é amiga, como eu, da Virginia. Somos todas iguais, magníficas, publicadoras (se bem que me parece que a Virginia não tem perfil no Instagram). A Patti mostrou-me o cajado da Virginia – porque era o dia de aniversário do ALGARVE INFORMATIVO #279
nascimento da Virginia – e encantei-me a olhar para a «cane», primeiro, depois a pensar «bengala», e, por fim, reolhando, perceber que aquilo não era uma bengala, mas um cajado: cajado de pega torta, cana retorta, apoio de velho, um cajado. Aquele instante da Patti, que até escreveu a legenda das imagens como se fosse um poema (para ser lida como se fosse um poema), era constituído por lembranças da Virginia, entre as quais a de um cajado. (Mas não nos lembramos todas do mesmo modo, não usamos as células do cérebro da mesma maneira. Eu, por exemplo, que olhei agora para uma porta lascada no armário da cozinha – lembrome que fui eu que a lasquei, ao fim de mais de quinze anos de uso em que esteve incólume; lembro-me de, no momento em que provoquei a ferida, pensar para mim mesma, com uma certeza inabalável, que jamais esqueceria esse instante, que me ficaria como cicatriz no pensamento o segundo do embate, a falha, a quebra do tempo. E agora, por mais meditação que pratique, macacos me mordam se me recordo do que tinha na mão quando desferi o golpe). No Twitter (outra rede social, em que também podem aparecer imagens, mas o que mais se preza são as palavras 72
Foto: Vasco Célio
escritas, contidas em contínuos curtos e com limite de número de caracteres, para que a nossa vontade de dizer tenha de achar modo de se refrear, ou de, em subterfúgios, se multiplicar – eu subtweeto, eu retweeto, eu faço threads) – no Twitter, dizia, dou-me igualmente com personalidades. Troco mensagens com Chaucer («@LeVostreGC», que é como quem diz «o Vosso Geoffrey Chaucer», ou, nas palavras com que se apresenta, «Chaucer Doth Tweet», fabuloso sinal do convívio entre o Inglês Médio em que a pessoa que se chamou Geoffrey Chaucer – que muito viveu e muito escreveu e muito publicou no século XIV em Inglaterra – e esta emanação das memórias literárias de uma língua no presente em que nada, 73
afinal, se contém), gozo e republico (retweeto) as suas palavras: as frases de Chaucer são expressões de delicadeza, incitam à apreciação do que é belo, à harmonia entre as pessoas, ao fruir da poesia. Muitas vezes, são nada mais do que listas do que existe e é bom: “Kyndenesse, justice, fierce compassioun, love, musique, art, every language & every storye, taking care of those in need, learninge, writing, celebrating difference, science, weirdnesse, theatre, listening, selflessnesse, poetry, humility, respect, dignitye, care, & rock and rol”. (Ou seja: os alegres jograis da Idade Média e Patti Smith) .
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OPINIÃO Notas Contemporâneas [8] Adília César (Escritora) “A consciência é uma outra ilusão, uma modalidade efémera, pois que nada de eterno se pode nela realizar. De que serve ter sido, ou procurar ser, justo e bom? Justiça e bondade findam no pó, infecundos como o pó. A vida é um desolado logro. E o melhor é morrer, pois que nos liberta da miséria, da vergonha, do horror da universal falsidade. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma)
ONTEMPLAR as ideias como quem olha botões de rosa no tecto do jardim. Num lugar médio, alguns espinhos predestinam-te aos acontecimentos e ocultam-se num plano profundo as raízes da linguagem: esplendor de sabedoria atrás de uma cortina. Mas é o idioma do medo, algoz de todas as dúvidas, que te fustiga. Enrolas-te nesse destino cruel para a pele sentir o frio desde o primeiro inverno. É urgente sentir alguma coisa. Quando as pétalas das flores desaparecem, há sempre uma ideia de inverno que perdura, não se sabe se por um instante ou por toda a eternidade. Não se sabe ainda nada sobre esse imenso frio da ignorância. Aqui tão perto, outras Flores do Mal* apregoam crimes de decadência e tédio e conduzem, impunemente, à absolvição.
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* A ÉTICA como salvação implica um olhar amplo, como uma espécie de respiração da vida que a visão periférica alcança. No caminho dos meus olhos, o que guardo predispõe-me à acção: eu e os outros, eu com os outros, eu por dentro dos outros. O simples olhar não convoca o desequilíbrio nem as decepções, apenas a serenidade de uma flor, a força de uma gaivota, o poder das ondas, a liberdade das nuvens, a sabedoria de uma árvore, permanecem plasmados na retina. Todo o universo silencioso em meu redor. O que fazer com o que não compreendo? * OS SILÊNCIOS também têm sangue, recolhido nas palavras sentidas, pensadas, ditas e escritas. Sensibilidade, inteligência, criatividade, pensamento divergente. O Mal e o Bem à disputa pelo lugar mais 74
improvável: a cabeça ou o coração olham-se de frente, sem distracções; constroem pontes entre a realidade e a imaginação, sem demagogias. A ética pode salvar-nos, mas o que nos perde é o ar que respiramos e a cedência aos nossos impulsos mais viscerais, animalescos, dementes. * A CONFIANÇA e o cristal são tesouros sólidos, difíceis de preservar. Os seus constituintes átomos, moléculas, iões, pensamentos e actos - estão organizados num padrão tridimensional bem definido, que se repete nos seus espaços de permanência, interiores ou exteriores, formando uma estrutura com uma geometria única, sendo que cada pessoa exibe a sua substância mais ou menos confiável. Tanto a confiança como o cristal perecem quando menos se espera, pelo toque brusco, pela vibração exasperada, pelo pensamento estupidificado ou pelo acto enganador. É necessário um apurado desvelo na sua manutenção, sendo irreversível a sua quebra. * RECOMECEMOS sem angústias a reorganização do mundo. Plantemos as Flores do Bem. 75
Pois se há uma névoa que tudo apaga, também há um perfume que perdura na obra incessante da civilização. Quero acreditar que ainda há tempo . *«Esse/Paira sobre a vida e entende sem explicar a língua das flores/A comunicação do mudo vivo.», p. 37, in As Flores do Mal, Charles Baudelaire, tradução de Maria Gabriela Llansol.
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OPINIÃO A importância dos influenciadores digitais em tempos de pandemia Fábio Jesuíno (Empresário) importância e crescimento dos influenciadores digitais têm aumentado nos últimos anos. São fundamentais para ajudar na divulgação de campanhas de solidariedade e a combater o discurso de ódio. Os influenciadores digitais são pessoas, personagens ou grupos que ganharam grande popularidade nas redes sociais. Estes influenciadores criam uma enorme variedade de conteúdos que acabam gerando um número de fãs que seguem as suas atividades com grande interesse e eventualmente partilham com outras pessoas. Muitos influenciadores digitais estão a ter um papel importantíssimo neste momento difícil devido à pandemia de COVID-19, divulgando e criando campanhas de solidariedade para ajudar quem tem mais necessidades, criando uma onda contagiante e positiva que está a chegar a um número cada vez maior de pessoas. Os exemplos são cada vez mais e isso demonstra que as redes ALGARVE INFORMATIVO #279
sociais podem e devem ser usadas para contribuir para uma sociedade melhor e mais capaz de desenvolver laços de entreajuda. Um dos fenómenos que mais cresce em Portugal atualmente é o discurso de ódio nas redes sociais, que inclui todas as formas de expressão que promovem o ódio racial, a xenofobia, a homofobia, o antissemitismo e outras formas de ódio baseadas na intolerância, algo que necessita de ser combatido rapidamente. Os influenciadores digitais são muito importantes para combater este fenómeno, alguns já o estão a fazer de forma muito positiva, sensibilizando e promovendo debates para falarem sobre este assunto com os seus seguidores. Sendo eles muitas vezes vítimas do discurso de ódio, devem alertar para este tipo de questões, que são cada vez mais frequentes nos meios digitais. O discurso de ódio faz cada vez mais vítimas, que muitas vezes estão escondidas com medo de pedirem ajuda, onde os influenciadores digitais têm um 76
papel fundamental para levarem essas vítimas a pedirem ajuda e apoio. Quero destacar o trabalho positivo que muitos influenciadores portugueses estão a fazer neste momento em 77
Portugal, contribuído para uma sociedade melhor, criando e divulgando campanhas de solidariedade e contribuindo para combater o discurso de ódio . ALGARVE INFORMATIVO #279
OPINIÃO A visita de D. Sebastião ao Algarve e a elevação de Lagos a cidade Nuno Campos Inácio (Editor e Escritor) om o início de um novo ano, foi achado oportuno alterar o âmbito dos artigos de opinião para a Algarve Informativo. Não pretendemos elaborar artigos de história do Algarve, mas tão-só recordar factos e acontecimentos muitas vezes ignorados na própria região, tendo por base uma das efemérides da semana. Para este primeiro artigo escolhemos a elevação da vila de Lagos a cidade, por D. Sebastião, em 27 de janeiro de 1573. A Carta Régia de elevação de Lagos a cidade é desconhecida, pelo que não conseguimos interpretar convenientemente as motivações do jovem rei D. Sebastião para tal decisão. Esta data foi consensualmente aceite por constar num manuscrito do Século XVIII, de autor desconhecido, conhecido por «Antiguidades de Lagos e Suas Igrejas», onde o autor garante ter encontrado esse documento no arquivo da Câmara Municipal de Lagos. ALGARVE INFORMATIVO #279
Certo é que, em janeiro de 1573, D. Sebastião estava no Algarve, tendo entrado neste reino atravessando a vau o rio de Odeceixe, aproveitando a maré vazia do dia 18 de janeiro, tendo pernoitado nesse lugar. No dia seguinte deteve-se em Aljezur, de onde seguiu para a «vila de Lagos», estatuto que ainda detinha nessa data, onde foi recebido em clima de festa. A 21 de janeiro foi para o Cabo de São Vicente, onde permaneceu até dia 23, alojado no convento. Esta permanência em Sagres terá impressionado bastante o jovem monarca. Era a terra do seu «tio», o Infante Dom Henrique, que aí faleceu, coberto em véu de glória. Não terá sido por acaso que D. Sebastião regressou ao Cabo de São Vicente em setembro desse mesmo ano, para no seu convento se armar cavaleiro da Ordem de Cristo. O desejo de combater os sarracenos e ampliar o império português seria bastante influenciado pelas histórias que ouvia sobre os seus ancestrais, de entre eles Dom Henrique e o Infante Santo. 78
Regressou à região em 1574, reuniu-se em São Vicente com D. Jerónimo Osório em 1575, voltou em 1576 e em 1578, antes de seguir para Alcácer Quibir. É evidente que o rei criou ligações fortes ao Algarve com a sua jornada a este reino, que o acompanharam até à derradeira batalha. O regresso a Lagos foi feito a pé, passando pelas localidades de Aldeia do Bispo, Raposeira, Figueira, Budens, Almádena, Vale de Boi e Espiche. Na manhã do dia 24 ouviu missa na ermida da Ponta da Piedade e navegou até Portimão, acompanhado por uma baleia que o foi saudar. Deteve-se nessa vila até dia 26, partindo ainda de madrugada para Monchique. Chegamos, então, ao dia 27 de janeiro de 1573, aquele que marca a elevação de 79
Lagos a cidade. Nessa terça-feira, pelas cinco horas da madrugada, D. Sebastião embarcou num bergantim e subiu o rio até à cidade de Silves, a sede do bispado algarvio. Nesse tempo, a cidade de Silves seria uma mera sombra do auge islâmico, despovoada e arruinada. Depois de ter passado por Lagos e Vila Nova de Portimão, localidades marítimas com forte desenvolvimento e acumuladoras de riquezas, o monarca não terá reconhecido em Silves a dignidade de capital do Algarve. E terá sido ali mesmo, na conferência que teve nessa noite com D. Jerónimo Osório, que decidiu elevar Lagos à categoria de cidade e sede de bispado do Algarve. Na crónica dessa jornada, consta que «Esta cidade é a mais antiga de todas as do Algarve. É da Rainha Nossa Senhora e não chega a 300 vizinhos. Teve já muitos mais; é toda cercada de muro e tem ALGARVE INFORMATIVO #279
algumas aldeias, em seu termo, que têm muitos mais vizinhos. Cá dizem que é terra muito doentia, pelo que se despovoa, e está muito destroçada, tanto que as casas que caiem não as tornam a levantar. Lagos pediu a El-Rei que a fizesse cidade e El-Rei concedeu sua petição e daqui, de Silves, lhe mandou provisões disso». Lagos concretizava assim o seu desejo de ser cidade, numa humilhante vingança à oposição que Silves fez à criação desse concelho, que reduziu bastante o termo da capital algarvia. Se, quanto à elevação de Lagos a cidade, os silvenses pouco poderiam fazer, já a resistência à transferência do bispado, que já durava desde a década de 1540, mostrou-se mais eficaz. Silves viria a ALGARVE INFORMATIVO #279
perder o estatuto de sede episcopal em 1577, não para Lagos, mas para Faro. Tratou-se de uma meia vitória dos lacobrigenses, que contribuiu para o desprestígio de Silves nos séculos seguintes. A jornada de D. Sebastião não terminou em Silves. No dia 28 de janeiro foi para Albufeira, passando por Alcantarilha. A 29 foi para Loulé, passando pelo morgado de Quarteira. Até ao dia 5 de fevereiro, o cortejo régio passou por Faro (30 e 31 de janeiro), Tavira (31 de janeiro a 2 de fevereiro), Castro Marim (3 e 4 de fevereiro) e Alcoutim (5 de fevereiro). Apesar de o relato da jornada de D. Sebastião pelo Algarve constituir 80
actualmente uma fonte documental indispensável para a caracterização das localidades algarvias quinhentistas, indispensável na elaboração de qualquer trabalho histórico ou monográfico da região, Lagos tem sido a localidade que mais tem perpetuada na memória a imagem meio real, meio mítica do jovem rei, magnificamente interpretada por João Cutileiro, que recentemente nos deixou, no início de um janeiro nubloso. Quatro séculos e meio são apenas uma linha de tempo, quando se une o presente ao passado .
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CÂMARA DE ALBUFEIRA AMPLIA REDE DE ÁGUAS RESIDUAIS E DE ABASTECIMENTO NA ZONA DE TEXUGUEIRAS Município de Albufeira tem vindo a apostar na rede de águas residuais domésticas e de abastecimento de água, traduzindo-se, globalmente, num investimento superior a quatro milhões de euros. Segue-se, em fevereiro, a zona de Texugueiras, cuja empreitada de ampliação da rede de águas residuais domésticas e rede de abastecimento de água implica um investimento de 297 mil e 80,39 euros + IVA. ALGARVE INFORMATIVO #279
A obra compreende a ampliação da rede de abastecimento de água em 980 metros e da rede de águas residuais domésticas em 705 metros prevê-se um prazo de execução de 120 dias, pelo que é previsível que a totalidade dos habitantes de Texugueiras esteja servida em breve por estas infraestruturas essenciais à qualidade de vida. “Uma cobertura integral
do concelho da rede de águas residuais domésticas e abastecimento de água foi um compromisso nosso para com o 84
bem-estar das populações desde a primeira hora que assumi a gestão deste Município”, lembra José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “A água e a higiene é uma
área essencial para que um concelho prossiga o seu
desenvolvimento. É também, seguramente, o fator primordial para que possamos viver e desfrutar de um concelho ambientalmente cada vez mais digno e prudente”, reforça .
ALBUFEIRA OBTÉM O MELHOR RESULTADO DE SEMPRE NA BANDEIRA VERDE ECOXXI Município de Albufeira voltou a ser distinguido com a Bandeira Verde ECOXXI 2020, uma iniciativa da Associação Bandeira Azul da Europa que visa reconhecer as melhores práticas de sustentabilidade a nível municipal, através da avaliação, por um conjunto de peritos, de 21 indicadores e 71 subindicadores nas áreas ambiental, social e económica. O galardão é atribuído aos municípios que atinjam um índice ECOXXI igual ou superior a 50 por cento, sendo que Albufeira alcançou este ano o melhor resultado de sempre, um índice global de 68,6 por cento. Entre os vários indicadores de sustentabilidade ambiental em apreciação, Albufeira destacou-se ao nível da Promoção da Educação Ambiental por iniciativa do Município, pela Sustentabilidade das Zonas Balneares, Cooperação com a Sociedade Civil em Matéria de Ambiente e de Promoção do 85
Desenvolvimento, Certificação de Sistemas de Gestão, Saúde e BemEstar, Água Segura e Qualidade dos Serviços Prestados aos Utilizadores. ela primeira vez, indicadores específicos nos âmbitos das Alterações Climáticas e da Saúde e Bem-estar, sendo que são considerados ainda outros temas como: Educação para a Sustentabilidade; Sustentabilidade em Zonas Balneares; Cidadania; Participação e Governança, Transparência, Digitalização e Conetividade; Emprego; Cooperação com a Sociedade Civil; Certificação de Sistemas de Gestão; Ordenamento do Território; Conservação da Natureza; Gestão e Conservação da Floresta; Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro; Água Segura e Qualidade dos Serviços de Água Prestados aos Utilizadores; Produção e Recolha Seletiva de Resíduos Urbanos; Valorização do Papel da Energia na Gestão Municipal; Mobilidade Sustentável; Agricultura e Desenvolvimento Rural Sustentável e Turismo Sustentável . ALGARVE INFORMATIVO #279
ALCOUTIM VAI TER CICLOVIA Município de Alcoutim viu aprovada, no dia 29 de dezembro de 2020, uma candidatura do PAMUS – Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável, designada por «Acesso em Modos Suaves à Zona Oeste de Alcoutim». A intervenção desenvolve-se na via de acesso à ribeira dos Cadavais e praia fluvial de Alcoutim, com início na Av. Fernando Lopes Dias, em Alcoutim, e conta com financiamento FEDER para a implementação dos modos suaves (andar a pé e de bicicleta). A candidatura tem enquadramento no Programa Operacional CRESC Algarve 2020, eixo prioritário 3 – Promover a
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sustentabilidade e eficiência dos recursos, objetivo temático 4 – Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores, prioridade de investimento – 4.5 – A promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoção de mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação, tipologia de intervenção – 4.6 – Mobilidade urbana sustentável e encontra-se integrada no PAMUS (Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável), na tipologia construção de ciclovias ou vias pedonais. Pretende-se a melhoria das condições de promoção da mobilidade pedonal e ciclável,
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reduzindo em proporção a utilização do automóvel e contribuindo para a implementação de um sistema de mobilidade mais sustentável e eficiente que contribua para a redução da emissão de gases com efeito de estufa, o que é obtido através da criação de áreas de circulação não automóvel. Os pavimentos propostos, numa extensão de 180 metros, diferenciam as zonas de peões, com lajetas em betão na cor terracota, ciclovia, com lajetas em betão na cor amarela e as de acesso
automóvel, com cubos de granito escuro. Será ainda criada uma zona para estacionamento das bicicletas, efetuada a integração paisagística e instalado equipamento urbano. A operação, que se prevê estar concluída até 31 de dezembro de 2021, com um investimento total de 113 mil e 309,59 euros, tem um investimento elegível de 38 mil e 368,56 euros, ao qual foi atribuída uma comparticipação comunitária (FEDER) de 18 mil e 371,25 euros .
CASA DA CRIANÇA DO ROGIL VIU APROVADA CANDIDATURA AO FUNDO DE SOCORRO SOCIAL Presidente da Administração Regional da Saúde, a Direção da Casa da Criança e a Câmara Municipal, em junho de 2019, da qual resultou a definição de uma estratégia conjunta para encontrar as soluções face ao desequilíbrio financeiro desta IPSSS, acima de tudo na área da Saúde, através da Unidade de Longa e Média Duração.
oi aprovada a candidatura da Casa da Criança do Rogil ao Fundo de Socorro Social, por parte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Esta candidatura é consequência do trabalho iniciado, numa reunião de trabalho havida em Aljezur, com a Diretora da Segurança Social, o 87
Do conjunto de medidas e soluções apontadas surgiu a possibilidade de aumento do número de camas da Unidade, assim como a candidatura ao Fundo Socorro Social e iniciar uma auditoria de apoio. Até ao momento já foram aprovadas mais cinco camas, passando de 30 para 35, foi realizada a auditoria de apoio e foi agora aprovada a candidatura ao Fundo de Socorro Social, num valor até 121 mil e 850,80 euros . ALGARVE INFORMATIVO #279
FAMÍLIAS VULNERÁVEIS DE CASTRO MARIM PODEM REQUERER VALES ALIMENTARES s vales alimentares foram uma das medidas excecionais e temporárias implementadas pelo Município de Castro Marim para responder à crise económica e social instalada pela pandemia COVID-19. Assim sendo, as famílias que se encontrem em situação de fragilidade económica devido aos efeitos da pandemia, devem apresentar a sua candidatura ao Gabinete de Ação Social do Município de Castro Marim,
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preenchendo um formulário e reunindo alguma documentação comprovativa da sua situação económica (disponível em https://cmcastromarim.pt/site/conteudo/acaosocial-medidas-extraordinarias), para depois enviar para acao.social@cmcastromarim.pt. Os vales serão atribuídos mensalmente e incluem a aquisição de bens alimentares e outros bens de primeira necessidade, sendo de uso exclusivo em superfícies comerciais do concelho.
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Procurando responder ao mesmo contexto de fragilidade económica, existem outras medidas em vigor, como o apoio ao arrendamento durante os seis meses (suscetível de renovação) e a extensão dos benefícios do Cartão do Idoso (à exceção da aquisição de medicamentos) à franja populacional
mais impactada pela crise económica trazida pela pandemia. Cada beneficiário/agregado só poderá usufruir de uma das medidas referenciadas, devendo também preencher uma declaração de honra onde garanta que não beneficia de apoio semelhante e para o mesmo fim.
UNIVERSIDADE DO ALGARVE VAI TER MESTRADO EM GESTÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS Universidade do Algarve vai reforçar a sua oferta formativa com um novo mestrado em Gestão de Pequenas e Médias Empresas (PME), que visa proporcionar uma formação distintiva que privilegie o estudo das mais recentes tendências das ciências empresariais, apoiando, assim, o desenvolvimento da região, através de uma forte ligação às empresas e instituições. Com recurso a ferramentas digitais e sempre numa perspetiva de aplicação prática dos conceitos ao tecido empresarial, em particular às pequenas e médias empresas, este mestrado será lecionado pela Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, no Campus de Portimão.
estudos conducentes ao grau de mestre na área de gestão concentramse em grandes empresas, enquanto que as PME apresentam características e desafios específicos, que devem ser explorados e compreendidos de modo a desenvolver uma gestão mais eficaz e eficiente num ambiente de negócios cada vez mais complexo. Em relação às saídas profissionais, o mestrado em Gestão de Pequenas e Médias Empresas reveste-se da maior importância para o desempenho de funções de gestão e direção de PME, bem como de diversas funções, designadamente nas áreas de planeamento e estratégia, de gestão financeira, de marketing, de recursos humanos e de operações As candidaturas irão decorrer de 24 de fevereiro a 9 de abril .
As PME representam mais de 95 por cento das empresas em muitos países e exercem um papel preponderante nas suas economias. A maioria dos ciclos de 89
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MUNICÍPIO DE LAGOS INVESTE MAIS DE 1 MILHÃO DE EUROS NA PAVIMENTAÇÃO DE VIAS E ARRUAMENTOS DO CONCELHO
rçada em 1 milhão, 71 mil e 248,18 euros (acrescida de IVA), arrancou uma nova de pavimentação e, em algumas artérias, de realização de correções ao nível da drenagem de águas e nas calçadas, em variadíssimos pontos do concelho de Lagos, com o intuito de criar mais segurança, melhor mobilidade e maior conforto. Para o mês de janeiro está prevista a pavimentação e arruamento de troços na Rua D. Vasco da Gama e na Avenida da República, o que envolverá condicionamento ao trânsito. Os ALGARVE INFORMATIVO #279
trabalhos na Rua D. Vasco da Gama (entre o Edifício Paços do Concelho Séc. XXI e o entroncamento da Rua Dr. José Cabrita) têm início previsto para o dia 29 de janeiro e término a 4 de fevereiro, o qual implicará o estreitamento da via com recurso a sinalização semafórica e corte pontual da mesma, continuando, no entanto, a ser assegurado o acesso àquela rua. Já na Avenida da República, a intervenção será feita entre a rotunda junto ao supermercado LIDL e a Rotunda das Cadeiras, a realizar em duas fases, com início previsto para o dia 25 de janeiro e término para o dia 29 do mesmo mês, a qual implicará na primeira fase o estreitamento da via, com recurso a sinalização adequada, e na segunda fase o corte da via e o desvio do trânsito. Em fevereiro, terão também início as intervenções nalgumas vias de Espiche, Portelas, Almádena e Barão de São João, o que envolverá um plano de sinalização temporária para garantir todas as condições de segurança do tráfego rodoviário e pedonal . 90
LOULÉ ABRE CANDIDATURAS PARA APOIO A ASSOCIAÇÕES CULTURAIS E RECREATIVAS
stão abertas, até 31 de março, as candidaturas para o apoio ao movimento associativo cultural e recreativo da Câmara Municipal de Loulé, para o ano de 2021. Podem beneficiar deste apoio todas as associações e outras instituições legalmente constituídas, sem fins lucrativos, sedeadas no concelho de Loulé e que nele desenvolvam atividades de natureza e interesse público com intervenção nas áreas cultural e recreativa. O estatuto de utilidade pública, o historial associativo e cultural, o desenvolvimento de atividade regular, a valorização do património cultural do concelho, a realização de iniciativas com vista a inclusão ou o contributo para a formação e integração de novos públicos são alguns dos critérios na atribuição 91
destes apoios financeiros. Os candidatos deverão apresentar as suas propostas através do envio do formulário de candidatura, devidamente preenchido, e respetivos documentos anexos, à Câmara Municipal de Loulé, via email cmloule@cm-loule.pt. Para a solicitação de documentação e mais informações, os interessados poderão contactar a Divisão de Cultura, Museu e Património pelo telefone 289 400 885/914 619 229 ou pelo email julieta.caetano@cmloule.pt Com este apoio ao movimento associativo cultural e recreativo, que será posteriormente concretizado através da celebração de contratosprograma, a Câmara Municipal de Loulé tem por objetivo promover o desenvolvimento cultural e aumentar a participação da cidadania no concelho, dotar as associações da capacidade de desenvolvimento do Plano Anual de Atividades no que respeita à criação, produção e divulgação, e, ao mesmo tempo, permitir o acesso aos apoios de forma transparente e rigorosa. Estes apoios têm sido determinantes para manter uma dinâmica e uma programação cultural de referência no concelho de Loulé e constituem um elemento de grande importância numa altura em que o mundo da cultura está a viver dias muito difíceis .
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LOULÉ VAI TER UMA NOVA ESCOLA PARA 200 ALUNOS ara dar resposta ao importante aumento do número de alunos no concelho, a Câmara Municipal de Loulé aprovou, no dia 20 de janeiro, em Reunião de Câmara, o projeto de execução e o início do concurso para a construção da Escola JI+EB1 Hortas de St. António 2, na cidade de Loulé. A escola representa um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros, será construída na freguesia de S. Sebastião e terá capacidade para acolher ALGARVE INFORMATIVO #279
200 crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos. Estão previstas, no projeto, quatro salas, na componente de jardim-deinfância, e quatro outras para o 1.º ciclo do ensino básico (do 1.º ao 4.º ano). O pátio central englobará uma zona de atividades com um campo de basquete e equipamento infantil. O novo estabelecimento permitirá responder à necessidade de muitas famílias louletanas, assim como aliviar a lotação dos estabelecimentos já existentes . 92
SÃO BRÁS DE ALPORTEL REATIVA REFEITÓRIO SOCIAL ESCOLAR PARA APOIAR ALUNOS E FAMÍLIAS VULNERÁVEIS DO CONCELHO necessitar desta ajuda, dado o contexto de crise económica e social.
tendendo ao agravamento da situação epidemiológica nacional que levou ao encerramento das escolas, o Município de São Brás de Alportel, em parceria com o Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas, prontamente deu início a todos os procedimentos para reativar o Refeitório Social Escolar, uma medida de apoio alimentar essencial durante a pausa letiva presencial para ajudar as crianças e as famílias mais vulneráveis do concelho. Esta medida foi lançada, numa primeira edição, na pausa letiva presencial de março de 2020, e será agora retomada e reforçada, prevendo-se um crescente número de famílias a 93
Para além das crianças e jovens que beneficiam de ação social escolar (escalões A e B), esta medida abrange também outras crianças, jovens e familiares, oriundos de agregados com vulnerabilidade social, mediante encaminhamento por parte dos Serviços Sociais, num esforço logístico e financeiro assumido pelo Município, dando assim prioridade à proteção das crianças e à promoção da sua saúde e bem-estar. Para prestar apoio alimentar, em regime de take away, estão a funcionar dois refeitórios para evitar concentração de pessoas nos pontos de entrega das refeições, nomeadamente, na Escola Básica EB1/JI de São Brás de Alportel e na Escola Secundária José Belchior Viegas. Para que nenhuma criança fique sem acesso a alimentação, caso seja necessário, os serviços do Município farão entrega das refeições ao domicílio .
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ÁGUA MONCHIQUE LANÇA GARRAFA DE ÁGUA MINERAL 100% RECICLADA Sociedade da Água de Monchique vai disponibilizar ao mercado, dentro em breve, uma garrafa de água mineral totalmente produzida com PET reciclado (rPET). E, por cada milhão de garrafas produzidas, deixarão de ser consumidos cerca de 30 mil quilos de PET virgem, o que representa uma poupança anual estimada de sensivelmente 100 toneladas de PET virgem. A mais recente novidade Monchique integra o ambicioso compromisso assumido pela empresa em diminuir a sua pegada ambiental e que a levou, por exemplo, a antecipar, já em 2020, as metas definidas pela União Europeia para 2030 no que se refere à integração de 30 por cento de PET reciclado nas suas embalagens. Na característica tonalidade grená, cor identificativa da marca, a 100% Monchique Sport fabricada a partir de plástico totalmente reciclado, vai chegar às grandes superfícies e a algumas lojas bio e dietéticas, encerrando um processo que envolveu muita pesquisa e tecnologia e que fortalece a economia circular. O compromisso da Água Monchique com a sustentabilidade ambiental levou a empresa a criar a marca «100% Monchique», “um símbolo dos
desafios que nos movem e um apelo para o despertar urgente para um consumo mais consciente, ALGARVE INFORMATIVO #279
contribuindo para a mudança sistêmica que é urgente operar”, destaca Vítor Hugo Gonçalves, CEO da Sociedade da Água de Monchique. O plástico que envolve os packs da nova 100% Monchique Sport provém também ele de plástico 100 por cento reciclado. A Sociedade da Água de Monchique disponibilizará, dentro em breve, uma versão em caixa de cartão de origem certificada ambientalmente. O design da garrafa, bem como a identidade da nova marca 100% Monchique, foi desenvolvida pela Upstairs Design Studio. A Resilux, S.A, empresa especializada em pré-formas de PET, foi o parceiro selecionado para o desenvolvimento da atual solução rPET. “Mais do que nova
embalagem, a 100% Monchique Sport reflete a transformação que a empresa tem vindo a operar ao longo dos últimos anos. Queremos que os consumidores continuem a reconhecer e a confiar na Monchique e na sua capacidade de disponibilizar ao mercado soluções cada vez mais inovadoras, assentes numa economia circular e na utilização de materiais sustentáveis. Esta é a hora de intensificar as nossas políticas e ações de responsabilidade ambiental”, reafirma Vítor Hugo Gonçalves. 94
De facto, a reorganização de toda a estrutura produtiva operada na fábrica da Água Monchique ao longo dos últimos anos teve como pilar essencial a redução da pegada ecológica da empresa. As várias soluções de sustentabilidade ambiental implementadas, apesar da duplicação da capacidade produtiva da unidade, permitem uma redução de cerca de 15 por centp no consumo energético. A redução e a reutilização do plástico é outra das preocupações centrais da Monchique. Assim, a eliminação do consumo de plástico retrátil nas taras de cinco litros permite que a empresa deixe de enviar para o mercado cerca de 25 toneladas de plástico de embalagem por ano. Outra das mudanças prende-se com a redução em mais de 16 por cento do peso do garrafão, o que permite poupar cerca de 100 toneladas de PET por ano. Outro fator relevante nesta busca pelo equilíbrio ambiental é o facto das restantes taras Monchique já incorporarem na sua produção 30 por cento de PET reciclado, cumprindo antecipadamente as metas europeias delineadas para 2030. O compromisso de sustentabilidade da Sociedade da Água de 95
Monchique envolveu ainda o regresso da Monchique em tara de vidro. A Água Monchique foi também a primeira marca de água mineral a disponibilizar uma inovadora app – a «myMonchique» – onde se destaca o sistema de gamification de incentivo à reciclagem e em que os consumidores são desafiados a registar o momento em que reciclam as garrafas de Água Monchique e a partilhá-lo nas suas redes sociais, acompanhado pelo hashtag #ecoselfie. A marca acredita que “esta funcionalidade irá
desencadear um novo e inovador movimento nas redes sociais: o #ecoselfie, que irá viralizar a adoção da app ao mesmo tempo que estimulará o ato de reciclagem”, entende Vítor Hugo Gonçalves .
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DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Projecto TASA A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #279
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