#287
ALGARVE INFORMATIVO 17 de abril, 2021
CASA DAS VIRTUDES ESTREIA «MEMÓRIAS» | CÉSAR MATOSO & TIAGO SEQUEIRA EM LOULÉ 1 ALBUFEIRA 21 - SUMMIT | LÍGIA OLIVEIRA E FERNANDO GASPAR EXPÕEMALGARVE EMINFORMATIVO FARO E#287LOULÉ
ALGARVE INFORMATIVO #287
2
3
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
4
5
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
6
7
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
8
9
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
90 - César Matoso e Tiago Sequeira 18 - Albufeira 21 - Summit
34 - Taça de Portugal de Downhill
66 - Fernando Gaspar 50 - «Memórias» na Casa das Virtudes
OPINIÃO
78 - Lígia Oliveira ALGARVE INFORMATIVO #287
100 - Mirian Tavares 102 - Adília César 106 - João Ministro 108 - Nuno Campos Inácio 10
11
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
12
13
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
14
15
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
16
17
ALGARVE INFORMATIVO #287
José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira
ALBUFEIRA 21 – SUMMIT ANALISOU PANORAMA ATUAL E LANÇOU PONTES PARA O FUTURO Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Município de Albufeira niciou-se, no dia 8 de abril, o «Albufeira 21 – Summit», um encontro de especialistas e agentes locais com o intuito de debater as situações mais prementes da atualidade em diversas áreas do concelho, bem como apontar o que serão as grandes necessidades de futuro. Serviu este encontro para repensar especificamente o que deverá ser candidatado aos fundos europeus aquando da implementação da ALGARVE INFORMATIVO #287
estratégia Portugal 2030, tendo sido abordadas cinco áreas– Ação Social; Saúde; Património Natural e Cultural; Juventude e Desporto; e Segurança e Proteção Civil – e todos os intervenientes salientaram que a lição que se retira desta pandemia é a importância de se trabalhar em rede e que, para o efeito, os meios digitais em muito contribuem para a sua eficácia, sendo por isso duas áreas a apostar no futuro. 18
A sessão de abertura, a cargo do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, ficou marcada pela necessidade de dar uma maior e melhor resposta a uma das agendas fundamentais do Plano 2030: as pessoas. O autarca destacou que foi a política financeira que implementou no passado que permitiu ao Município enfrentar a crise. “Ninguém fica para trás, o
Município tem uma responsabilidade coletiva e de solidariedade, que nesta época difícil que enfrentamos nos permitiu apoiar as famílias, as empresas, as associações e as IPSS, a economia circular, e continuamos empenhados para que o concelho não pare. Albufeira tem a obrigação
19
de estar preparada para seguir em frente”, afirmou o edil albufeirense, referindo que este encontro é fundamental porque reúne um conjunto de 80 especialistas em diferentes áreas que vão ajudar a pensar o futuro do concelho. “Temos
que saber ouvir quem sabe mais do que nós para nos ajudar a agir. Este é o momento de ficar lado a lado e discutir questões essências para o nosso futuro na área da Ação Social, Saúde, Segurança, Cultura e Juventude, Segurança, alterações climáticas, mudanças de comportamentos gerados pela pandemia, o que irá implicar novas formas de atuação e enormes desafios”.
ALGARVE INFORMATIVO #287
Na área da Ação Social foi reforçada a necessidade de haver uma reflexão sobre os efeitos da pandemia na saúde mental dos utentes das instituições, colaboradores e famílias e repensar os contextos laborais e formativos da população. Quanto à Saúde, Paulo Morgado, Presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, alertou que, a seguir a esta pandemia, “de certeza que outras virão”. “O
grande desafio, agora que as autarquias têm responsabilidade na área da Saúde, passa por incrementar a telemedicina, a telemonitorização, ou seja, usar os meios informáticos para dar uma melhor resposta às necessidades das pessoas. Uma linha de futuro ALGARVE INFORMATIVO #287
passa, não só pela personalização, mas também pela capacidade de tratar problemas com eficácia à distância e isso só com telemedicina e telesaúde”, acrescentou, adiantando estarem previstos cerca de 470 milhões de euros na União Europeia para esta área. No que respeita ao Património Natural e Cultural, a Diretora Regional da Cultura do Algarve, Adriana Nogueira, notou que “trabalhar em
rede é fundamental no desenvolvimento que se deseja para o Algarve”. No que concerne ao Geoparque Algarvensis, Luís Pereira, o responsável municipal por esta candidatura à UNESCO, considerou que
“a geodiversidade do território 20
permite uma maior coesão territorial entre barrocal e a serra”, constituindo um dos grandes pilares para o Geoturismo, a partir da valorização do território, da ciência e das pessoas e suas tradições. Custódio Moreno, da Direção Regional da Juventude e Desporto do Algarve, frisou a necessidade de se conferir maior empowerment à juventude, pensando o futuro com os jovens e não pensando em soluções «para» os jovens. O presidente da Federação Portuguesa de Futevólei, Carlos Coimbra, apontou que Albufeira tem que recuperar os espaços de convívio nas ruas e que isso passa por estratégias a pensar nas pessoas, quer ao nível dos espaços das escolas, quer, por exemplo,
21
“das praias, excecionais para serem otimizadas para o convívio ao longo de todo o ano, para caminhar, fazer yoga, futebol, futevólei, ou seja, fazer da praia o parque da cidade”. Quanto à Segurança e Proteção Civil, foi apontado estarem já definidos os principais riscos. Implementar a videovigilância, o «patrulheiro digital» e repensar os horários dos estabelecimentos de bebidas, foram algumas das medidas consideradas importantes pelos oradores envolvidos neste painel. Reposicionar o quartel do Bombeiros Municipais, criar instalações da Proteção Civil mais próximas das populações e dotar a Polícia Municipal
ALGARVE INFORMATIVO #287
de mais competências que não sejam só as de fiscalização, foram outras das principais sugestões deste painel. , que contou com as participações do Comandante Vaz Pinto, do Comandante dos Bombeiros Voluntários de Albufeira, António Zua, do Comandante da Polícia Municipal de Albufeira, José Nascimento, bem como do Tenente Henriques, da GNR e o Comandante Gonzáles da Polícia Marítima, Fernando Martins, da Cruz Vermelha e Leonor Teixeira, do Serviço Municipal de Proteção Civil, num painel moderado pela vereadora responsável por esta área, Cláudia Guedelha.
VALORIZAR MAIS A «GALINHA DOS OVOS-DE-OURO» O segundo dia do Albufeira 21 Summit arrancou com o painel sobre Turismo, com João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve a apresentar diversos dados sobre o setor: registou, em 2019, 20,9 milhões de dormidas (29,8 por cento do total em Portugal), representa 35,6 por cento do número de camas em Portugal (empreendimentos turísticos), com uma estada média de quatro a seis noites e os proveitos totais do ano antes da pandemia foi de 909,6 milhões de euros. Na economia regional, o turismo significa 61 por cento. João Fernandes apontou como orientações estratégicas três caminhos: controlar a pandemia (criar planos de contingência nas empresas em articulação com ARS Algarve); ajudar as empresas e trabalhadores (o Algarve regista a taxa de desemprego mais elevado do país); e retomar as ligações aéreas e promover o destino. No que diz ALGARVE INFORMATIVO #287
respeito à retoma das ligações aéreas, disse haver a necessidade de antecipar já este ano a contratualização com as principais companhias aéreas para o Algarve, estabelecer uma nova base da Easyjet e negociar com a Administração da TAP e Ministério da Administração Interna para reforço das ligações aéreas Faro-Lisboa, bem como as ligações ponto-a-ponto, Faro e cidades europeias. João Fernandes considerou que, em matéria de produto, a oferta de sol e mar, golfe e turismo residencial encontram-se consolidados, encontrando-se em desenvolvimento o Turismo Náutico (que já está classificado com 5 âncoras), de Natureza e de Negócios, a par das ofertas complementares da Gastronomia e Vinhos, Touring, Turismo e Saúde, bem como os segmentos de Turismo de Cruzeiro, Desportivo, Turismo Acessível e Sénior e Autocaravanismo. Contudo, este desenvolvimento depende do Planeamento da região e passa por três eixos: o Plano de Eficiência Hídrica do Algarve; o Observatório do Turismo Sustentável do Algarve (reconhecido pelo World Tourism Organization UNWTO); e o Projeto Região Inteligente Algarve. A primeira mesa-redonda do dia foi moderada por Délio Pescada, Chefe de Gabinete do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, e abordou a problemática do Turismo, tendo como palestrantes Ricardo Clemente, vereador da Câmara Municipal de Albufeira, Vítor Vieira, Diretor dos 22
Apartamentos do Parque e João Guerreiro, Diretor do Hotel Rocamar. “As
procurado por turistas holandeses e canadianos, realçando, no entanto, que
perspetivas são positivas a partir da segunda quinzena de maio e junho, dependendo da decisão do Reino Unido de integrar o Algarve em Zona Verde a partir de 17 de maio”,
“é o produto sol e mar que paga as contas, pelo que não pode ser descurado”.
indicou João Guerreiro, mostrando-se preocupado com a possibilidade de haver um retrocesso devido ao aligeirar das medidas. Ricardo Clemente afirmou que
“temos um excelente produto, mas estamos a vendê-lo mal, temos que valorizar o produto, quer em termos de preço, quer da qualidade dos serviços prestados”. Vítor Vieira, por sua vez, realçou a necessidade de diversificar o produto, promovendo o Turismo de Natureza, sobretudo em época média/baixa, que é muito 23
Seguiu-se o tema Hotelaria e Restauração, tendo José Leandro, decano do Turismo de Albufeira, recordado o desenvolvimento do turismo como indústria, numa altura em que não havia regras, “o que até
permitiu o aceleramento desse desenvolvimento”. “Hoje, a convergência de opiniões é cada vez menor e há regras a mais. Estamos numa pandemia que relevou a fragilidade humana e a dos setores e nunca se falou tanto em resiliência. Só espero que os ALGARVE INFORMATIVO #287
balões de oxigénio cheguem enquanto estamos vivos. Para o futuro, o que falta? Entendermonos”, declarou José Leandro, acrescentando que, antes da Covid-19, “o
Algarve estava a viver uma outra pandemia, a do tudo incluído”. Com moderação de Rogério Neto, vereador da Câmara Municipal, Cristóvão Lopes, empresário e delegado da AHRESP, notou ser difícil olhar para o futuro quando “temos um problema
com o presente, que é o de uma grande incerteza”. “30 por cento dos negócios não vão voltar a abrir, perdendo-se um know-how valiosíssimo, o de bem receber”. Rui Justo, diretor do Balaia Golfe Village e representante da APAL, é de opinião de ALGARVE INFORMATIVO #287
que “voltar a conquistar os
mercados, a segurança e a confiança é fundamental para o que se avizinha”, lançando o desafio de se olhar melhor as questões ambientais e culturais. Carlos Oliveira, diretor geral da Vagatur Lda, apontou a necessidade de haver em Albufeira centros de desporto de alto rendimento ao ar livre, de se valorizar o núcleo histórico e de se requalificar a Avenida Sá Carneiro. Rui Justo lembrou que o setor registou quebras de 90 por cento e confirmou que muitas unidades não vão abrir. “As pessoas gostam
do Algarve e do turismo residencial, não só pelo clima, mas pela nossa amabilidade. Temos que continuar a apostar no turismo residencial”. 24
COMPLEMENTAR O TURISMO DE SOL E MAR A abertura do painel dedicado à Animação Turística esteve a cargo de Élio Vicente, da ANIMA, que apresentou dados inequívocos que colocam a animação turística como um setor de enorme potencial na economia e no turismo da região, com um impacto na economia de 20 por cento, só ultrapassado por Lisboa com 35 por cento, o que representa cerca de 70 a 80 milhões de euros gerados em atividades de animação turística, com destaque para os parques aquáticos e marítimoturísticas. “O Turismo poderá não ser
uma alavanca como foi anteriormente, há uma enorme incerteza e a recuperação deverá começar só em 2022, pelo que há a necessidade de tomar medidas urgentes”, apelou. O debate que se seguiu foi moderado por Mário Silva,
25
Diretor Geral da Easy Divers, e teve como intervenientes Pedro Bacalhau, Diretor Geral da AlgarExperience, Carla Ponte, Chefe de Divisão de Turismo da Autarquia de Albufeira, e Carlos Mealha, Diretor do Grupo Mealha. Pedro Bacalhau frisou que as empresas marítimo-turísticas integram um setor em pleno crescimento e que marca a diferença no mercado externo. A animação noturna é uma das áreas que mais sofreu com a pandemia e Carlo Mealha defendeu que o setor tem que ser valorizado e que é urgente desmitificar a má imagem que se criou em torno do turismo de massas e dos problemas de segurança na noite. Já Carla Ponte recordou que, nos últimos 15 anos, “Albufeira tem marcado a
agenda da animação da região e do País com eventos âncora como a Passagem de Ano, sendo o mais conhecido logo a seguir à Madeira”. “Albufeira é um destino de Sol e Praia e reconhecido pela sua animação noturna, pelo que
ALGARVE INFORMATIVO #287
não podemos negar a nossa vocação. Temos é que trabalhar ao nível da complementaridade, conjugando de forma eficaz os vários nichos de mercado existentes, que passam pela gastronomia e vinhos, saber bem receber, pelo nosso mar, clima, luz, identidade cultural e o turismo de natureza – refira-se que em apenas dois anos tivemos cerca de 110 mil visitantes nos nossos percursos pedestres – apostar no Turismo Criativo e no desenvolvimento de estratégias de captação de novos turistas, reposicionar o destino e melhorar a imagem e envolver a comunidade local no processo”, indicou, sublinhando que “o Turismo de Sol e Praia está consolidado, agora é preciso estruturar tudo o que existe como complementaridade do produto”. O último tema da manhã foi o da Indústria, Comércio e Serviços, com Paulo Alentejano, presidente da ACRAL, como palestrante e Sara Caravela, vereadora do Município de Albufeira, a moderar uma mesa com as presenças dos empresários Helena Dias, Honório Teixeira e António Xufre. Na sua intervenção, Paulo Alentejano lembrou que 96 por cento das empresas em Albufeira no setor do comércio e serviços têm menos de 10 funcionários e declarou que “a crise
económica não pode esperar pela resolução da crise pandémica”. “O Primeiro-Ministro e o Presidente da ALGARVE INFORMATIVO #287
República reconheceram já que o Algarve deve ter um tratamento diferenciado na resolução da crise, no entanto, isso não se reflete no apoio às empresas”, apontou, temendo ainda que a transição digital possa ser um fator de exclusão de muitos comerciantes, pois nem todos terão a capacidade de se ajustarem a esse embate. No período da tarde, o «Albufeira 21 Summit» deu primazia aos temas Emprego e Empreendedorismo, Agricultura e Mar, Educação e Formação Profissional e aos Serviços Municipais das áreas de Transportes Urbanos, Higiene Urbana, Eficiência Energética e Águas e Saneamento. Segundo a Diretora do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Madalena Feu, em fevereiro de 2021, Albufeira registava 6 mil e 658 desempregados, para um total de 33 mil e 459 a nível do Algarve (cerca de 20 por cento) com o grosso dos inscritos registados há mais de um ano (resultado da suspensão das atividades e da crise pandémica), os quais apresentam um nível de escolaridade bastante superior à média do Algarve (43,6 por cento inscritos com o nível secundário em Albufeira, enquanto nos restantes concelhos é de 36,8 por cento). Madalena Feu sublinhou que
“nesta crise provocada pela Covid-19, Albufeira já ultrapassou a crise verificada em 2012/2013, sendo o único concelho do Algarve em que isto aconteceu”. Como caminhos para o futuro de 26
Albufeira em termos de Emprego e Empreendedorismo, a dirigente do IEFP apontou a diversificação da economia local e da oferta turística e a qualificação/reconversão de Recursos Humanos. Para o efeito, irá ser construído, em parceria com o Município de Albufeira, um Pólo de Formação Profissional em Ferreiras para jovens e adultos, especialmente vocacionado para o Turismo e outros setores com potencial de crescimento no concelho, nomeadamente na área da transição digital e da promoção da aprendizagem ao longo da vida. A mesa de debate que se seguiu foi moderada por Cristiano Cabrita, chefe de Divisão de Comunicação, Relações Públicas e Relações Internacionais do Município de Albufeira, com as presenças dos empresários Ricardo Mariano, Pedro Bastos e Nuno Palma. A mesa sobre o tema Agricultura e Mar contou com a intervenção de Pedro Valadas Monteiro, da Direção Regional de Agricultura e Mar, 27
que frisou que estas áreas podem alavancar a economia com o desenvolvimento de sinergias com o Turismo. Na sua intervenção identificou várias ameaças, nomeadamente ao nível do litoral, com uma enorme sobrecarga populacional, e um interior envelhecido; alterações climáticas que afetam o território, sobretudo a zona sul de Portugal e a Andaluzia com períodos de seca recorrentes; a tendência para concentração de construções e atividades fixas na faixa costeira; a sobrecarga dos sistemas lagunares; o desordenamento das atividades marítimo-turísticas; a enorme pressão exercida sobre a biodiversidade com implicações enormes a nível das pradarias marinhas e da sobrevivência de espécies em vias de extinção como o cavalo-marinho; a erosão costeira, etc. “Mas nem tudo
são ameaças, pois temos um conjunto extenso de oportunidades: um litoral com ALGARVE INFORMATIVO #287
cerca de 987 quilómetros de costa, a maior população consumidora de peixe da Europa com espaço para a produção de aquacultura e o turismo tem vindo sempre a crescer, à exceção deste período de pandemia”. A respetiva mesa foi moderada por Nuno Tiago Pinto, Chefe de Redação da Revista Sábado, que se fez acompanhar de empresários ligados a ambos os sectores, nomeadamente: Joana Fernandes, sócia da Quinta do Canhoto, uma das duas empresas do concelho de enoturismo, cuja adega abriu em 2020; João Bacalhau, sócio-gerente da Horta da Orada; Luís Silva, gerente da Quinta do Mel; e Miguel Reis, presidente da APPA – Associação Profissional de Pescadores Amadores, que recordou que os pescadores estiveram com paragens ALGARVE INFORMATIVO #287
consecutivas de atividade e que os preços decresceram devido ao encerramento de restaurantes e hotéis.
“A tendência é pescar cada vez menos no mar e mesmo assim sob a ótica de uma pesca sustentável para que os stocks de peixe não acabem. Para o efeito, vamos ter uma área marítima protegida na baía entre Armação de Pera e Galé, mas a nossa pesca é de embarcação de pequeno porte, não temos autonomia para afastamento da costa”, explicou.
ALBUFEIRA VAI SER SEGURA NO VERÃO Na área da Educação e Formação Profissional, Mauro Figueiredo, docente da Universidade do Algarve, estruturou a sua apresentação em três 28
pilares fundamentais: a tecnologia como fator essencial na prática pedagógica, a transformação pedagógica e a transformação do espaço de aprendizagem. E o Albufeira 21 Summit chegou ao fim, no dia 10 de abril, com o presidente da Autarquia a expressar o seu contentamento pelos resultados. Um dos destaques deste dia foi a campanha «Albufeira Safe», desenhada para um Verão mais seguro em 2021 e assente num turismo responsável. A apresentação esteve a cargo de Délio Pescada, Chefe do Gabinete do Presidente, que apelou a que todos vistam a «camisola» desta iniciativa, a qual passa pela criação da aplicação APP Albufeira Safe, com informações alusivas ao uso da máscara, distâncias, limites de grupo, localização do comércio, o acesso e as regras de permanência nas praias.
“Albufeira dá passos para garantir um turismo em ambiente seguro e onde os riscos são minimizados”, assegurou. Para esta campanha foi criado o slogan «Albufeira – sinta-se em casa» para outdoors, mupis e multibancos em todo o país e será comunicada aos operadores turísticos na língua dos países emissores. Esta garantia de segurança vai passar por uma “testagem em massa
de forma gratuita a residentes e turistas, como emissão de comprovativo e a colocação de dispensadores de álcool gel em todos os estabelecimentos do concelho”, adiantou.
Francisco Ferreira, presidente da Zero, falou na necessidade de uma transição climática “justa que garanta uma sólida sustentabilidade”. “Temos
tratado o planeta como esgoto e uma das consequências imediatas, na área da saúde, é a morte de seis mil pessoas por ano, só em Portugal”, disparou. «A Água é Vida, Território e Turismo» foi a frase com que Pedro Coelho, diretor regional da Administração Regional Hidrográfica do Algarve, deu mote à sua intervenção, apontando como principal problema da região a escassez hídrica, sendo que nos últimos três anos se verificaram valores extremamente baixos de precipitação.
“No âmbito do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve estão inscritos 200 milhões de euros: 25 milhões para o controlo de perdas no setor urbano; 17 milhões para redução de perdas no setor agrícola; 5 milhões para o reforço da governança a nível dos recursos hídricos; 23 milhões para promover a utilização de água não tratada; 75 milhões para aumentar a capacidade disponível e resiliência das albufeiras/sistemas de adução em alta; e 45 milhões para promover a dessalinização da água do mar”, descreveu.
O último dia do Summit contou com diversas intervenções focadas na transição climáticas e na transição digital. No que diz respeito à transição climática, 29
No âmbito da transição digital, Tiago Cortez, gestor dos Projetos Especiais Cofina, trouxe o Prémio Nacional de Sustentabilidade, aberto a todos os ALGARVE INFORMATIVO #287
empresários. Por seu turno, Rui Pedro Pinto, gestor da Inovação – Hub Lisbon Azambuja, desafiou Albufeira a criar um Centro de Competências para o Turismo, apostando no Turismo 4.0 e que a criptografia quântica é uma das formas seguras de apostar no digital. “Albufeira
é um local bom para viver, pode acolher os nómadas digitais e vejo na paisagem de Paderne uma potencialidade para as ZLT – Zonas Livres Tecnológicas”, disse. «A cidade como plataforma» foi o tema dominante da intervenção de Miguel de Castro Neto a propósito da transição digital. José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, apresentou o Programa Algarve 2030, enquadrando Albufeira no âmbito dos desafios regionais, e apontou que o Programa Operacional Regional tem a expectativa de gerir 600 milhões de euros, sendo que 300 milhões estão ALGARVE INFORMATIVO #287
destinados a impulsionar a competitividade, o crescimento e a criação de emprego na região. Como grandes desafios e oportunidades para Albufeira como Embaixadora do Turismo, José Apolinário identificou quatro grandes áreas ao nível do Território, Competitividade, Pessoas e Sustentabilidade. Antes da sessão de encerramento dos trabalhos, usou da palavra o presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, Paulo Freitas, que notou que o principal eixo de todas as questões e inovações se prende com as pessoas. “É com
elas que se constrói o futuro e não se pode pensar apenas nos que nos visitam, mas também nos que cá vivem, para se evitar um gap entre o que queremos e o que somos” . 30
31
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
32
33
ALGARVE INFORMATIVO #287
GONÇALO BANDEIRA DOMINOU NO REGRESSO DO DOWNHILL A SÃO BRÁS DE ALPORTEL Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #287
34
35
ALGARVE INFORMATIVO #287
campeão nacional de Downhill, Gonçalo Bandeira, entrou da melhor forma na nova temporada, ao impor-se, no dia 11 de abril, em S. Brás de Alportel, na primeira corrida pontuável para a Taça de Portugal de DHI. O atleta da Lousã não deu hipóteses à concorrência e, logo na descida de qualificação, estabeleceu a melhor marca da jornada, 2'43''955. Na final, disputada da parte da tarde de domingo, Gonçalo Bandeira foi um pouco mais lento, com 2'44''412, mesmo assim o suficiente para se sagrar vencedor. Tiago Ladeira (Miranda Factory Team) foi o rival mais próximo e melhorou a marca pessoal entre a descida matutina e a vespertina, acabando no segundo lugar, a 687 milésimos de Gonçalo Bandeira. O britânico Brett Wheeler (MCF/XDream/Município de S. Brás) fechou o pódio, a 2,859 segundos. Na ALGARVE INFORMATIVO #287
categoria feminina de elite, Margarida Bandeira imitou o irmão Gonçalo e também suplantou a concorrência, cumprindo a descida final em 3'36''503, menos 49,731 segundos do que Joana Nunes (Casa do Povo de Abrunheira) e menos 59,582 segundos do que Marta Simões (CAJ Raposa). Rui Freitas foi o melhor entre os juniores, com 2'55''182, menos 4,330s do que Mario Ruiz (Miranda Bike CC) e menos 21,130 do que Luís Cunha (Bike House DH Team/Guimarães). Em cadetes triunfou Bernardo Rocha (AEBTT Rio/Mr. Print), enquanto que Nui Tai (Wildpack Algarve Racing) estreou a nova categoria de infantis. Entre os veteranos destacaram-se o master 30 Rui Cabrita (Wildpack Algarve Racing), o master 40 Paulo Domingues e o master 50 José Salgueiro (MCF/XDream/Município de S. Brás). A Wildpack Município de S. Brás venceu por equipas . 36
37
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
38
39
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
40
41
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
42
43
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
44
45
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
46
47
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
48
49
ALGARVE INFORMATIVO #287
«MEMÓRIAS» É A NOVA PRODUÇÃO DA CASA DAS VIRTUDES Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #287
50
51
ALGARVE INFORMATIVO #287
streia, no dia 23 de abril, com sessões às sextasfeiras, sábados e domingos até 2 de maio, «Memórias», o novo espetáculo de circo contemporâneo da Casa das Virtudes, em Faro. Nesta criação utópica de Gérald Oliveira e Ricardo Morujo, dois escribas que vagueiam pelo mundo mundano vão recolhendo as memórias e vivências dos seres que o habitam, invisíveis a olho nu, mas onde a sua presença é sempre notável. “Sendo
totalmente alheios a um comportamento humano, como ALGARVE INFORMATIVO #287
crianças em brincadeiras, no decorrer da escrita dos seus diários, a sua curiosidade por vivenciar as entidades que observaram leva-os numa viagem de experimentação pelas sensações recolhidas, boas, más e, por vezes, piores”, descrevem os encenadores e intérpretes. “Será que o seu discernimento pelos seres humanos irá residir no amor e na compaixão, ou na desistência pelos seus atos que foram capazes de coligir pelas memórias 52
53
ALGARVE INFORMATIVO #287
das várias personas? Já diziam que o Homem é do tamanho do seu sonho... Talvez vivamos todos um pesadelo”, acrescentam os dois artistas residentes da Casa das Virtudes. A Casa das Virtudes é um projeto cultural que abriu portas, em Faro, com a finalidade de acolher e promover as artes e os artistas portugueses e de origem lusófona, baseando-se numa programação multifacetada, como o circo, a dança, a música e as artes plásticas, entre outros. “Como agentes
culturais, a nossa principal missão centra-se na comunicação com a comunidade através das artes, ALGARVE INFORMATIVO #287
contagiando com a sua vivacidade, a sua vertente interventiva, cultural e social”, explicam Gérald Oliveira e Ricardo Morujo. “Baseado na génese da
cultura, é fundamental agregar diversos parceiros ao projeto, com o intuito de desenvolver um trabalho em «rede» com várias estruturas culturais já existentes. Acreditamos no trabalho em regime de parceria, fortalecendo o know-how de cada parceiro num objetivo conjunto”, reforçam dois dos membros-fundadores da Casa das Virtudes . 54
55
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
56
57
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
58
59
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
60
61
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
62
63
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
64
65
ALGARVE INFORMATIVO #287
GALERIA DE ARTE DO CONVENTO DO ESPÍRITO SANTO REABRE COM EXPOSIÇÃO DE FERNANDO GASPAR Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #287
66
67
ALGARVE INFORMATIVO #287
m Loulé, a nova exposição «Cada Lugar/Each Place», de Fernando Gaspar, marcou a reabertura, a 5 de abril, da Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, que pode ser visitada até 23 de maio. “Arrasto o silêncio sobre
a matéria, incorporo e contamino. Faço-me montanha, angulosa vontade por entre o linho e o aço, e o plano das mesas. Tendão a tendão solto os rios e os naufrágios, as mortes que a noite amarra às vedações, à luz fria e fronteiriça dos holofotes. Dos lugares emana o alcatrão e o pólen, o tempo de um grito. Com as mãos e o peito moldo tudo, tudo ALGARVE INFORMATIVO #287
esmago e reformo; risco no chão a importância das coisas, escrevo o tamanho das sombras na espessura do vento. Da minha cabeça, desce até à crosta da Terra, o alfabeto dos pássaros e das crias, perfumando as árvores, fertilizando os vales, as infindáveis planícies. Cada lugar é um amanhã”, descreve Fernando Gaspar sobre a sua arte. Segundo o curador João Moniz, a pintura de Fernando Gaspar encontra-se ligada a uma abstração gestual, com um Retenue – que significa uma aproximação entre Pierre Soulages e os negros profundos de Hans Hartung – processos de trabalho onde a vivência do pintor é aproximada ao pintor do cavalete, École de Paris e, mais tarde, ao 68
69
ALGARVE INFORMATIVO #287
movimento Rapard-Surface.
“Fernando Gaspar não está preocupado, na sua linha de trabalho, em estabelecer paralelos com a realidade visual, ele vê pela sua síntese, a sua linha situa-se numa abstração, onde o papel da imagem é referido na sua própria profundeza visual. Onde esses ALGARVE INFORMATIVO #287
fundos parecem nuvens de um mundo onde a própria pintura reside em vácuos: eis o segredo”, entende João Moniz. Sendo sempre difícil definir a pintura por palavras, o curador indica que a pintura de Fernando Gaspar escolhe um caminho solitário, silencioso, projetado 70
numa aventura, relacionando-se entre a pintura e o diálogo que esta própria interioriza. “A cor aparece, não
como um apontamento decorativo, mas sim na viagem onde ela se projeta quase numa monocromia dentro de uma vivência da própria cor monocromática. O tom, os tons 71
que ele utiliza em cada quadro, faz com que a composição criada reflita um trabalho de dualidade onde a força impera num gestualismo dual entre a linha e a tela”, sublinha João Moniz, acrescentando que o intuito deste artista parece ser sempre o mesmo,
“marcando uma posição diferente, ALGARVE INFORMATIVO #287
num minimalismo, variando entre séries aonde se projeta o idêntico sendo sempre diferente, a persistência solitária deste pintor concentra-se numa atenção profunda para se perceber onde está a subtil diferença do mesmo, sendo diferente”. João Moniz afirma ainda que a pintura de Fernando Gaspar nos deixa marcas infindáveis na sua profundeza, situandose “entre o gestualismo abstrato e
o contemplativo da nuvem que aparece na textura da tela e se distancia na sua viagem, coerência essa entre a profundeza do diálogo que ele estabelece e o ofício que ALGARVE INFORMATIVO #287
toma a forma da pintura”. “Dou margem absoluta a esse mistério do concreto do visual, onde ele domina a técnica das cinzas carvão, indo atualmente para a escultura que acaba e permanece em painéis de pintura, pintura essa que o move até nós no fundamento da cultura e na diferença que ele gera. Figurar a memória, memórias do tempo, tempo esse dedicado à pintura pelo artista que nos transmite a sua visão interior plástica”, finaliza o curador de «Cada Lugar/Each Place», que pode ser visitada, de terça-feira a sábado, das 10h às 16h30, na Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé . 72
73
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
74
75
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
76
77
ALGARVE INFORMATIVO #287
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Irina Kuptsova
ALGARVE INFORMATIVO #287
78
79
ALGARVE INFORMATIVO #287
eabriu as portas, no dia 8 de abril, a POP UP Gallery Faro, com a inauguração da exposição «Entre a Terra e o Mar» de Lígia Oliveira, uma série sobre os jardins subaquáticos únicos das ervas marinhas, trazendo a delicadeza desses ecossistemas ameaçados dos quais depende grande parte da vida nos nossos mares. A sua linguagem visual revela a trajetória de Lígia Oliveira, com uma abordagem multinível aos elementos e um diálogo cuidadoso com os materiais: perspetivas aéreas das paisagens onde crescem as pradarias marinhas, entre os bancos de areia em constante mutação e as correntes do mar. “Movimento e
fluidez das ervas marinhas, na areia e debaixo d'água, fluindo entre as ALGARVE INFORMATIVO #287
marés com pinceladas atentas e espontâneas; cor e ritmo, articulados com a superfície texturizada do papel de algodão. E detalhes das ervas marinhas em vários estados de crescimento, através de linhas calmas e simples e gradientes tonais sutis”, descreve a artista. A criação de «Entre a Terra e o Mar» envolveu o mergulho no trabalho de cientistas, bem como trabalho de campo para estudar as características destas plantas e a beleza surpreendente das suas paisagens. “As
minhas pinturas são feitas de composições que conectam natureza e abstração. Procuro uma representação simbólica 80
81
ALGARVE INFORMATIVO #287
primordial da natureza, num processo onde a crueza e a essência dos materiais são expostos, tal como são. Os materiais naturais possuem certas qualidades que espero trazer à tona de forma significativa, num processo de escuta profunda: dos temas naturais e dos próprios materiais, em composições construídas com sentido poético, visando uma experiência sensorial destes elementos. A minha intenção é que estas obras funcionem como um símbolo – uma reflexão sobre os desafios ambientais que enfrentamos no contexto da crise climática, mas também do imenso ALGARVE INFORMATIVO #287
potencial que temos para resolvê-los”, explica Lígia Oliveira. A POP UP Gallery Faro, situada na Baixa de Faro, funciona como um pequeno centro criativo, dinamizando eventos culturais e possibilitando a partilha e criação artísticas nas áreas da pintura, ilustração, cerâmica e joalharia. Nela coabitam quatro estúdios de artistas residentes, um espaço de exposições e workshops e uma loja, onde é possível encontrar peças únicas de autor. Também aos fins de semana estão previstas acontecer várias oficinas criativas, tanto para adultos como para crianças, com o intuito de consolidar este espaço enquanto centro educativo e artístico da capital algarvia . 82
83
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
84
85
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
86
87
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
88
89
ALGARVE INFORMATIVO #287
CÉSAR MATOSO E TIAGO SEQUEIRA JUNTOS NO AUDITÓRIO DO SOLAR DA MÚSICA NOVA Texto: Daniel Pina | Fotografia: Jorge Gomes
ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #287 #287
90 90
91 91
ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #287 #287
conhecido fadista algarvio César Matoso juntou-se ao pianista Tiago Sequeira para um concerto realizado no Auditório do Solar da Música Nova, em Loulé, no dia 10 de abril, e transmitido em direto através das redes sociais do Cineteatro Louletano. «Encontro ao Piano» apresentou fados e canções num concerto intimista em que as palavras e as melodias ganharam cor e expressão ao som do piano, contando e vivendo histórias numa só linguagem, a música. “Voltámos ao palco e
todas as palavras são poucas para descrever o que senti. Há um ano atrás talvez olhasse para este espetáculo como mais um dos tantos que estava a fazer na altura. Hoje valorizo ainda mais estas oportunidades”, agradeceu, no final, César Matoso .
ALGARVE INFORMATIVO #287
92
93
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
94
95
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
96
97
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
98
99
ALGARVE INFORMATIVO #287
OPINIÃO Símbolos Pandémicos – Fábio Alexandre/Basap Mirian Tavares (Professora Universitária) Being an artist now, means to question the nature of art. If one is questioning the nature of painting, one cannot be questioning the nature of art... That is because the word ‘art’ is general, and the word ‘painting’ is specific. Painting is a kind of art. If you make paintings, you are already accepting (not questioning) the nature of art. Joseph Kosuth
m 1969, o artista Joseph Kosuth escreve um ensaio que se torna emblemático para o universo das artes: Art After Philosophy. Kosuth respondia, ou tentava fazê-lo, à provocação lançada séculos antes pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, que vaticinou a morte da arte, não como um fim em si mesma, mas como uma passagem entre um estado mais concreto e um estado mais conceptual, em que o objeto converter-se-ia em pensamento/filosofia. Os anos 60 do séc. XX afirmaram novos modos artísticos e assumiram, muitas vezes, o desaparecimento do objeto, substituído pelo gesto, ou projeto, do artista. O próprio Kosuth, nas suas obras, eliminou os traços tradicionais da criação e assumiu a arte como pensamento ou linguagem, levando o conceito de arte até ao limite, o que provocaria, de acordo com a presciência de Hegel, a sua morte, ou destruição. Passadas algumas ALGARVE INFORMATIVO #287
décadas do texto do artista norteamericano, a arte, enquanto objeto, não deixou de existir nem de provar a necessidade de ir para além do gesto, ele mesmo, e de chegar a um objeto – visível, concreto –, cuja existência se dá através da pintura, do desenho ou da escultura. Fábio Alexandre, aka Basap, é um artista contemporâneo que recorre aos meios tradicionais da produção de objetos artísticos, mas que os utiliza como linguagem. Ao longo da sua ainda curta carreira, começou por experimentar o espaço urbano como suporte para a criação de um alfabeto plástico e foi, aos poucos, construindo um vocabulário peculiar que, mais tarde, incorpora nas suas criações de atelier. O espaço urbano é demasiado preenchido para que algo sobressaia no meio da cacofonia visual, tem de ser fruto de um gesto ao mesmo tempo simples e preciso: com a precisão de uma marca que se reproduz e que se converte em linguagem, uma linguagem de protesto, 100
Foto: Victor Azevedo
de marcação de território, de exercício da cidadania do artista. Na exposição Símbolos Pandémicos, o artista apresenta uma conjugação do seu gesto público com o seu gesto privado: pinturas e esculturas em que vemos reverberar o vocabulário das ruas, os sinais, elementos gráficos simples e facilmente identificáveis, ao mesmo tempo que deparamos com a sofisticação das composições em telas que se multiplicam, que dialogam entre si, que revelam o artista que, aos poucos, foi depurando o seu vocabulário à procura duma simplicidade que, não 101
nos enganemos, é bastante complexa. Os símbolos de um momento, em que todos vivemos de incertezas, são símbolos de negação, de proibição, de interdição e de questionamento. Mas são também símbolos da capacidade de criação de um artista que transforma em linguagem, em mensagem, em pensamento, tudo aquilo que sentimos, mas não temos capacidade para expressar. Fábio Alexandre, aka Basap, nesta exposição, dá voz, através da arte, a todos nós .
ALGARVE INFORMATIVO #287
OPINIÃO Notas Contemporâneas [13] Adília César (Escritora) “Eu penso que o riso acabou – porque a humanidade entristeceu. E entristeceu – por causa da sua imensa civilização. (…) O homem de acção e pensamento, hoje, está implacavelmente votado à melancolia”. Eça de Queirós (1845-1900), in Notas Contemporâneas (1909, obra póstuma)
RA UMA VEZ um homem, dono de todo o universo. Nas manhãs de cada um dos dias, o homem contemplava o seu pequeno-grande mundo, até a lua chegar, tentando encontrar um ritmo de vida, uma pulsão, um sentido. O tempo passou. Os cabelos e as barbas do homem cobriram o seu corpo, deram a volta ao mundo e embranqueceram. Depois de muitos sóis e de muitas luas, o homem sentiu-se cansado, mas não havia chão onde se deitar. Então, deixou-se ficar de pé, naquele lugar pensante que era apenas responsabilidade sua. Os braços e as pernas, alinhados com o corpo, faziam agora parte de uma estrutura mental focada num único pensamento. Um lugar-corpo entranhado por uma memória obsessiva. “Sou um homem. Penso. Estou de pé e não há vento que me derrube”. O corpo secou e toda a matéria se fundiu numa substância hirta e luzidia, de cor indefinida. O vento, que sempre morou por ali, também não desistiu de lutar pelo seu sentido, o sopro da terra. Fez esvoaçar continuamente a ALGARVE INFORMATIVO #287
claridade dos cabelos e das barbas do homem, que eram vistos de dia e de noite, como se a eternidade fosse apenas isso. Um homem fiel a si próprio. Um ser racional criador de ideais. Um homem vivo transformado numa bandeira, a primeira de toda a humanidade, a esvoaçar na utopia. * A MELANCOLIA nasceu com os primeiros homens. Que difícil era, para eles, encontrar alegria na escuridão. Desde o século V A.C. que as pessoas temiam o sinistro humor, chamando-lhe bílis negra. Na Grécia clássica Hipócrates acreditava que o corpo era composto por quatro humores – cólera, fleuma, sangue, melancolia – os quais ditavam as disposições e justificavam o carácter psicológico e social de cada ser humano. A cólera implicava um indivíduo irascível; a fleuma tornava-o tranquilo; o sangue dava-lhe vigor; a pessoa taciturna padecia de um excesso de bílis negra e estaria condenada a sofrer consequências nefastas. Galeno, um médico hipocrático 102
da antiguidade disse que os melancólicos «odeiam todas as pessoas que vêem, estão sempre carrancudos e parecem aterrorizados, como crianças ou adultos sem instrução nas trevas mais profundas». * A TRADIÇÃO disseminada à volta de um conceito de melancolia negativa continua a surgir ao 103
longo da Idade Média, facilitando uma panóplia de pecados, como a luxúria, a preguiça, a avareza e a ganância, observados em comportamentos de possessão demoníaca e desespero blasfemo. Existem muitas evidências relacionadas com a forma como os médicos da Antiguidade e da Idade Média tratavam a melancolia recorrendo a curas mais ou menos dolorosas, mas quase sempre humilhantes: sangrias, purgas, banhos quentes, exercício físico rigoroso, ALGARVE INFORMATIVO #287
sessões de hipnotismo. No século XX, os médicos passaram a receitar ópio e láudano para vergar os espíritos angustiados, que se tornaram dramaticamente dependentes das misérias curativas: mentes embrutecidas e corpos danificados, portanto. E, assim, a predisposição para a melancolia adequava-se perfeitamente ao estado de espírito filosófico e até ao brilhantismo intelectual que acompanhavam as personalidades geniais de todas as épocas. Seria a melancolia uma condição da genialidade? * MAS voltemos atrás. Ficino consultou uma obra antiga com o título Problemas, que se pensa ter sido escrita pelo próprio Aristóteles e onde se inclui a seguinte passagem: “Porque será que todos os que alcançaram a eminência na filosofia ou na política ou na poesia ou nas artes são claramente melancólicos?”. Seria a melancolia, afinal, uma virtude? um sinal de graça intelectual? Uma não-doença? Em 1489, Ficino começa a escrever O Livro da Vida, um poderoso tratado sobre a relação integral entre a melancolia e a meditação, argumentando a seguinte ideia revolucionária: a tristeza pode ser um catalisador de um tipo especial de génio capaz de explorar as fronteiras mais obscuras do espírito, como por exemplo, as almas filosóficas que conseguem mover-se entre opostos. Estes seres especiais pairam sobre o limbo do invisível eterno e o visível controlado pelo tempo. Para eles, não há meio-termo. ALGARVE INFORMATIVO #287
* QUAL É a obra interminável da vida melancólica? Se aceitarmos que as pessoas que querem ser felizes a todo o custo e aquelas que tendem para a tristeza em qualquer circunstância não são assim tão diferentes umas das outras, é fácil perceber que estes dois tipos têm receio da fina e frágil película do meio-termo. Não conseguem admitir a angústia das sombras e buscam incessantemente a pálida claridade da lucidez. Se os felizes vão numa direcção, os infelizes vão noutra. São como amantes secretos, criando-se e recriando-se num processo dialéctico. Uns não sobrevivem sem os outros e todos pretendem a paz profunda, a tranquilidade interior e verdadeira, a tolerância face ao princípio fundamental da vida: precisamos dos dois lados do mundo. E se a melancolia persistente revela uma certa alegria na descoberta da tristeza, por fim, desvendada, é possível vivermos no meio-termo, conciliando a alegria e a tristeza através de uma responsabilidade criativa para imaginar relações misteriosas entre opostos.
* A IRONIA desta tese pode conduzir-nos a uma outra teoria talvez mais perigosa: a melancolia ajuda-nos a confiar num mundo que é, sem dúvida, instável e povoado de mentirosos, mantêm-nos honestos . 104
105
ALGARVE INFORMATIVO #287
OPINIÃO A insanidade João Ministro (Engenheiro do Ambiente e Empresário) ão acredito em mudanças significativas e transformadoras do nosso paradigma de desenvolvimento a curto prazo. Infelizmente. O que temos vindo a assistir nos tempos que correm, levam-me a ter um pensamento pouco risonho sobre o futuro da região nos próximos anos. Espero e desejo estar enganado. Continuamos a encarar o território como um mero «armazém» de onde tudo se retira, sem planeamento, equilíbrio ou retorno. E sem uma devida preocupação com as pessoas que cá vivem – ou que querem cá viver – e com os testemunhos preservados ao longo de gerações que são a seiva da nova cultura imaterial. Para muitos isto não passará de uma ideia algo catastrofista e tudo estará afinal bem. A tecnologia tudo resolve e as recorrentes medidas de minimização e/ou compensação maquilharão os erros. Tudo se permite e nada de contraria. A ausência de harmonia, pensamento ou planeamento é um dado entranhado. Nos anos 80 e 90, quando muito se alertou sobre a enorme pressão imobiliária que se previa sobre o litoral, os denunciantes – também apelidados de fundamentalistas e até de «ecoxiitas» - foram ridicularizados. Veja-se o que passou. Hoje é quase unânime por investigadores, ALGARVE INFORMATIVO #287
decisores e até pela população em geral que se cometeram erros graves. Erros hoje irreversíveis, com consequências à vista. Basta pensar nos fenómenos associados às alterações climáticas, nomeadamente a subida do nível médio do mar, e vamos ter muito que resolver ao longo da linha de costa. O desordenamento do litoral algarvio é de tal ordem que é mesmo um (mau) caso de estudo apontado numerosas vezes. Mas o pior é que continuamos a «alimentá-lo»! Os debates de hoje diversificaram-se, porém. A disponibilidade de água e a progressão da agricultura intensiva entre os mais activos. As opiniões que se vão lendo por aí são, nalguns casos, surreais. Mesmo proferidas por professores universitários que se dizem especialistas na matéria. Veremos como estamos daqui a 10 ou 20 anos. Nessa altura saberemos quem tinha razão, se os ambientalistas (onde me incluo, já agora) ou os «progressistas», para os quais a natureza não tem limites. Não que estejamos perante uma competição entre os «verdes» e os «cinzentos» ou entre os «românticos» e os «realistas». Estamos sim perante um confronto de ideias que se espraiam entre as preocupações a médio e longo prazo com o equilíbrio e as capacidades de carga da região – alinhadas aliás, em todas a orientações europeias previstas no pacto ecológico verde, por exemplo – e aquelas que 106
(quase) tudo negam, olhando o território apenas na lógica mercantilista e extractiva. E da doutrina política claro. O ponto de equilíbrio entre ambos pensamentos dificilmente se alcança, não fosse o caso da própria legislação em vigor ser frequentemente usurpada a favor dos prevaricadores. Vejam-se os casos recentes em Lagos, com o já famoso pomar de abacates instalado em zonas de REN, das enormes despedregas em zonas de RAN ou das desflorestações dentro das áreas protegidas. Se queremos assistir a alterações na forma como gerimos e planeamos o território, algo tem de mudar. A começar nas instituições. As tão faladas reformas recorrentemente exigidas pelos partidos de oposição, estão na maioria dos casos por fazer. E sem as melhorar, optimizar ou reajustar, não podemos ambicionar outra coisa senão o mesmo que temos assistido nas últimas décadas. 107
Como dizia Einstein, insano é continuar a fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Não acredito que estejamos insanos ou que queiramos caminhar nesse sentido. Mas às vezes penso que de lúcido pouco temos. P.S. – A Assembleia da República aceitou, por grande maioria, discutir na especialidade a criação de lei para proibir a venda de armadilhas para capturar aves selvagens. Finalmente. Sempre foi proibido capturar aves silvestres, mas não era interdito vender os engenhos para essa captura. Algo no mínimo caricato. Pois parece que finalmente vamos ver esta questão resolvida. A Sociedade Para o Estudo das Aves em boa hora juntou dados científicos sobre este problema e lançou petição que contou com mais de 4 mil assinaturas. Apenas o PCP votou contra. Nada que nos surpreenda… . ALGARVE INFORMATIVO #287
OPINIÃO Cheira a alcatrão? Certamente é ano de eleições Nuno Campos Inácio (Editor e Escritor) ntigamente as eleições municipais realizavam-se anualmente. No final de dezembro reuniam-se as autoridades locais e escolhiam os que haveriam de servir no ano seguinte. A título de exemplo, para que possam compreender o ritual subjacente à eleição dos autarcas, transcreve-se um Auto de Eleição do antigo concelho de Sagres, para o ano de 1763: Auto de como se abriu o primeiro pelouro dos oficiais que hão de servir na Câmara da vila de Sagres no ano que vem de 1763 Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e sessenta e dois anos aos vinte e seis dias do mês de Dezembro do dito ano e nesta Vila do Bispo e casas da Câmara dela sendo aí presente o Tenente José Marreiros de Arez Juiz Ordinário e Órfãos na vila e Praça de Sagres e os mais vereadores e Procurador do Concelho todos abaixo assinados estando todos juntos em auto de Câmara com todas as solenidades de Direito; e neste mesmo dia mandaram vir a sua presença a arca que serve dos pelouros da mesma vila e Praça a qual abrindo-se de ALGARVE INFORMATIVO #287
dentro dela se tirou um fôlego de pano de linho dentro do qual meteu um menino de oito anos a mão e tirou uma bola de cera que era o primeiro pelouro dos ofícios que hão de servir na Câmara da dita vila e Praça no ano que vem de mil setecentos e sessenta e três no dito pelouro estava um papelinho assinado pelo Doutor Bernardino Pereira de Castro Juiz de Fora na cidade de Lagos que veio a esta vila em correição, o qual papelinho o seu teor de verbo a verbo era o seguinte; Juiz José Marreiros da Raposeira; Domingos Gonçalves e Domingos Gonçalves; Vereadores João Rodrigues o moço, João Matoso Sintra e Vicente Gonçalves Marques; Procurador José Freire da Raposeira; os quais todos se acham vivos e desimpedidos para exercerem seus cargos e logo mandaram se passasse e se remetesse ao Doutor Corregedor da Comarca para os confirmar em seus cargos e para constar mandaram fazer este auto que todos assinaram e eu José Ribeiro Tomás Escrivão da Câmara que o escrevi No início de janeiro era realizada a tomada de posse e o novo executivo começava a trabalhar. É certo que a responsabilidade do poder local desta época não é minimamente comparável à que existe na actualidade, parecendo não fazer sentido o regresso à 108
eleição anual dos autarcas. No entanto, quando se aproxima a data das eleições, começam a surgir saudosistas que defendem esse regresso ao passado. Isto porque, apesar de serem eleitos para quatro anos, salvo poucas e honrosas excepções, só cheira a alcatrão no ano das Eleições Autárquicas. Ou seja, num mandato de quatro anos, os três primeiros são de ócio (a que chamam de preparação, idealização e projecção) e o último de trabalho, ou seja, de concretização. Depois de três anos em que nada aconteceu, nos últimos meses cortam-se todas as ruas, tratam-se dos jardins, arranjam-se as calçadas, os autarcas saem dos gabinetes e começam a andar nas ruas, regressam aos funerais, participam nas procissões, começam a tratar os eleitores pelo nome, telefonam aos dirigentes associativos, começam a fazer promessas, promessas e mais promessas. Explicam que aquele ano foi para arrumar a casa, mas no próximo é que vai ser… Obras do primeiro ao último dia. A herança foi difícil, mas já têm projectos para os próximos vinte anos. Da oposição começam a sair comunicados, depois de três anos de um silêncio sepulcral, em que se estiveram fechados num sarcófago para que não fossem vistos nem importunados, começam a votar contra e a apresentar propostas, também elas para o mandato seguinte, para demonstrarem que serão capazes de fazer mais e melhor. Começam a aparecer em eventos municipais a que nunca foram, começam a telefonar aos amigos, começam a criticar as obras que, só nesse ano e por esse ano, serão concretizadas. A verdade é que antigamente ser autarca era um sacrifício, um dispêndio, uma perda de tempo. Os eleitos desejavam que o ano passasse depressa para que pudessem 109
passar o testemunho para a vítima seguinte. Actualmente tornou-se numa profissão, o garante de um ordenado para o sustento da família. Os eleitores têm memória curta e esquecem-se rapidamente do que foi feito ao longo de todo o mandato, concentrando-se exclusivamente na dinâmica imposta nos últimos meses anteriores às eleições. Por isso, para garantirem a reeleição, todos os projectos são concretizados no último ano, para que todos, no momento de colocar a cruz, se lembrem de que depois de três anos de marasmo, finalmente têm obra feita. Depois… Bem, depois são mais três anos de desilusão e um de alcatrão. Talvez o ideal seja mesmo um regresso ao passado e o retorno das eleições anuais, para que a avaliação seja constante e o trabalho realizado também .
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
110
111
ALGARVE INFORMATIVO #287
DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 3924 Telefone: 919 266 930 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P, 8135-157 Almancil Email: algarveinformativo@sapo.pt Web: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. ALGARVE INFORMATIVO #287
112
113
ALGARVE INFORMATIVO #287
ALGARVE INFORMATIVO #287
114