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TATIANA PINTO (EN)CANTA NA RUA DA LUA ALGARVE PISCA O OLHO AOS TURISTAS DA BICICLETA RICARDO TEODÓSIO QUER SER CAMPEÃO NACIONAL DE RALIS TEATROS DO ALGARVE ADEREM 1À REDE AZUL ALGARVE INFORMATIVO #40
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SUMÁRIO 6 Mesmo que não sirva de nada, temos que bater o pé ao petróleo! Opinião 8 Algarve quer atrair turistas da Bicicleta Reportagem 16 Ricardo Teodósio Entrevista 24 Então: «Vá-de-Viró» para todos vós! Opinião 26 É hora de construir!… Opinião 28 Conhece as competências da sua Assembleia Municipal? (Parte 4) Opinião 30 Tatiana Pinto (en)canta na Rua da Lua Entrevista 36 Teatros do Algarve abraçam Rede AZUL Reportagem 42 Atualidade 50 Agenda 8 - Turistas da bicicleta
56 Sugestões
30 - Rua da Lua 36 - Rede AZUL
16 - Ricardo Teodósio ALGARVE INFORMATIVO #40
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OPINIÃO MESMO QUE NÃO SIRVA DE NADA, TEMOS QUE BATER O PÉ AO PETRÓLEO! DANIEL PINA Diretor
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sta semana começo a minha habitual crónica com um flashback, um género de viagem ao passado, mais concretamente ao número 26 da Revista Algarve Informativo, no início de setembro de 2015. Por entre a análise do que tinha sido o Verão no reino dos Algarve e dos últimos acontecimentos da campanha para as Eleições Legislativas, que ditariam a derrota de Pedro Passos Coelho e a vitória (?) de António Costa, escrevi eu qualquer coisa assim parecida:
contestam as portagens na Via do Infante. Já se sabe como são os portugueses, gostam muito de criticar e dar ideias mas, quando é altura de se juntarem todos e meter mãos à obra, arranjem sempre algo mais interessante para ocupar o tempo” (…). Fim de flashback, regressemos ao presente. Na época fui alertado pelos tais grupos informais e plataformas sobre a problemática da exploração do petróleo e estava a decorrer uma petição online para levar ao Parlamento Europeu, mas os algarvios andavam completamente alheios ao que se passava. É compreensível, tratavase do Verão, da altura do ano em que tem que se trabalhar mais do que nunca para ganhar dinheiro que chegue para pagar as contas do resto do ano. Com o objetivo de realizar uma reportagem abordei vários dirigentes regionais, autarcas, representantes de associações e, pasme-se, na maior parte dos casos parecia que eu sabia mais da situação do que eles próprios.
(…) “Eu, como sou uma pessoa mais terra-aterra, ando mais preocupado com a prospeção e exploração de petróleo e gás natural a poucas milhas da costa algarvia. A polémica disparou mal se começou a falar nessa possibilidade e umas das vozes mais contestatárias foi do louletano Mendes Bota, na altura deputado do Parlamento Europeu. Depois, como estes processos são longos e nem sempre são tão mediáticos, o assunto caiu quase no esquecimento, até que se começaram a conhecer os consórcios que estavam a candidatar-se às licenças de prospeção e exploração e quais as respetivas zonas.
Ninguém estava ao corrente de que zonas do Algarve seriam concessionadas, de quando a prospeção e exploração iriam avançar, da quota-parte dos proveitos que ficaria em Portugal ou na região. Nalguns casos percebi um certo receio de não quererem agitar muito as águas quando as eleições estavam à porta. Noutros, realmente não estavam ao corrente da situação porque, efetivamente, tudo tinha
Logo surgiram grupos, plataformas e petições a contestarem o processo e a alertarem para os perigos para o Algarve, uma região que vive quase exclusivamente do turismo e das atividades marítimas. Antes do Verão chegou a haver manifestações contra a exploração de petróleo na costa algarvia que, infelizmente, ainda tiveram menos adesão que as que
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encalhar um petroleiro a poucas milhas da costa algarvia, não são eles que se lixam. Se os trabalhos de perfuração causarem um sismo, e até se sabe que esta zona é sensível nessa matéria, não são eles que se lixam. Não são as praias deles que ficam cobertas de crude. Não são as correntes marítimas deles que são alteradas. Não é a pesca deles que morre. Não são os negócios deles que vão à falência. Não é o turismo que definha por completo. E não desaparece só por um ano ou dois porque, caso aconteça um acidente, o meio ambiente demora muitos anos a recuperar e, depois disso, perde-se mais uma série de anos para reconquistar os turistas que partiram para destinos concorrentes.
sido conduzido no segredo dos Deuses. É que, pelos vistos, como a maior parte dos portugueses andava de férias pelo sul do país, os anteriores governantes apressaram-se em assinar os contratos com os consórcios internacionais sem que ninguém desse por isso. Depois, as águas começaram a agitar-se por si só, apareceram mais grupos informais, organizaram-se eventos para alertar para o perigo da exploração de petróleo e gás natural ao largo da costa algarvia, contudo, aconteceu precisamente o mesmo que em relação às portagens na Via do Infante: reduzida adesão. Pior do que isso, muitos acusaram os promotores desses eventos de quererem ganhar protagonismo para benefício próprio. Daí que estranhe a comoção que se gerou nas últimas semanas, as sessões públicas de contestação, tudo a gritar contra a exploração de petróleo no Algarve. Ainda por cima, com os contratos assinados há vários meses e as condições a virem à luz do dia, já se percebeu que Portugal vai ter direito a uma mísera percentagem das receitas que possam existir e, no que toca ao Algarve, como é normal, nada nos toca.
Como o mal não lhes está a bater à porta, é fácil dizer que as receitas devem ser distribuídas de forma igual pelo país, para terem mais uma autoestrada que não lhes serve para nada, para terem mais um equipamento elefante branco que não vai ser utilizado, para os governantes remodelarem as frotas de viaturas e comprarem fatos novos. Depois, se calhar, lá se perguntam: “Raios, então agora onde é que vamos passar as férias do Verão”. Por isso, apesar de, pelos vistos, não servir de nada irmos para a rua gritar contra a exploração de petróleo no Algarve, não podemos ficar em casa.
Entretanto, os novos governantes já deram a perceber que não vale a pena fazer barulho, que os contratos estão assinados, que o processo é para ir para a frente e que as condições estão definidas preto no branco. E, como seria de esperar, lá se ouviram as vozes daqueles que têm um ódio de estimação pelo Algarve a dizer que o petróleo, a existir, é de Portugal, portanto, as receitas têm que ir para o governo, ou seja, para os senhores importantes que estão sentados nos gabinetes de Lisboa usarem para taparem buracos orçamentais. Defendem, de forma veemente, que o Algarve não deve ser privilegiado no que toca à distribuição das receitas.
Provavelmente não servirão de nada as manifestações, os pedidos de audiência ao primeiro-ministro, as sessões extraordinárias das câmaras municipais e das associações empresariais, mas temos que continuar a batalhar. Nem que seja para que percebam que não nos comem por tolos. Que não andamos para aqui a dormir. Que não somos subservientes. Que não se devem lembrar apenas dos algarvios quando chega o Verão. Temos que deixar de ser aqueles senhores e senhoras «paz de alma», sempre sorridentes, amáveis e prestáveis, pelo menos quando estamos a lidar com os políticos e quando está em causa o futuro da região .
Nas palavras de Luís Vicente, diretor da ACTA, quase me apetece dizer “Ignorantes, calemse!”. É muito fácil para esses senhores, que vivem em Lisboa, no Porto, ou noutro ponto qualquer do país, mandar esses bitaites da boca para fora. Se houver um derrame de petróleo na costa algarvia, não são eles que se lixam. Se 7
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TURISMO
ALGARVE QUER ATRAIR TURISTAS DA BICICLETA Várias vezes eleito melhor destino de praia e de golfe da Europa e do Mundo, sobejamente conhecido pelo seu clima, unidades hoteleiras, tradições e gastronomia, o Algarve aponta agora baterias para um novo mercado que lhe permita combater a eterna sazonalidade, designadamente o turismo da bicicleta, sejam estágios de equipas profissionais de ciclismo, sejam eventos de cicloturismo, sejam cidadãos anónimos com a paixão pelas duas rodas. Para esse fim nasceu uma parceria entre a Região de Turismo do Algarve e a Federação Portuguesa de Ciclismo, com a primeira oficina de capacitação e sensibilização a encher por completo o auditório da sede do turismo algarvio no início de janeiro. Texto: Daniel Pina Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo e RTA ALGARVE INFORMATIVO #40
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stá a ser criada uma nova arma na luta contra a típica sazonalidade do turismo algarvio, um produto que pretende aumentar a atratividade da região durante os meses da época baixa, apoiando-se, para isso, nas suas excelentes condições naturais e climatéricas, na oferta hoteleira, na hospitalidade da população, na história e património cultural. Um produto que, na hora da verdade, já existe, mas para fins domésticos, mas que pretende ser agora potencializado para captar turistas de todo o mundo unidos pela paixão comum pelas bicicletas. E, para melhor dar a conhecer este potencial, e a parceria agora efetuada entre a Região de Turismo do Algarve e a Federação Portuguesa de Ciclismo, teve lugar uma oficina de capacitação onde se demonstrou que o ciclismo é uma modalidade em constante evolução e crescimento e que o Algarve possui todos os requisitos para se afirmar como um destino
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de excelência para a prática do ciclismo, tanto competitivo como de lazer. Isto porque o Algarve é conhecido pelos seus Verões longos e quentes e por Invernos amenos e curtos e porque a precipitação se concentra no Outono e Inverno, havendo poucos dias ao longo do ano com chuva e um elevado número de horas de sol. Em simultâneo, técnicos da Federação Portuguesa de Ciclismo apresentaram uma caracterização geral do praticante de ciclismo e avançaram com 42 possíveis percursos para ciclismo que atravessam toda a região do Algarve. Algarve que, para este propósito, foi dividido em três zonas – Este (Sotavento), Central e Oeste (Barlavento) – para os quais foram elaborados percursos de iniciação ou nível 1, com distância até 70 quilómetros e até mil metros de acumulado positivo; percursos de nível 2, com entre 70 a 120 quilómetros de distância, dificuldade 10
baixa/média (até 1800 metros de acumulado positivo); percursos de nível 3, entre 120 e 150 quilómetros de distância e dificuldade média (até 2500 metros de acumulado positivo); e percursos de nível 4, com mais de 150 quilómetros de distância e mais de 2500 metros de acumulado positivo. Perante uma plateia cheia de responsáveis autárquicos e empresários do ramo, Desidério Silva mostrou-se satisfeito por verificar que já existem muitos hoteleiros e prestadores de serviços que conseguem oferecer pacotes integrados vocacionados para este nicho de mercado. “Isso é bastante importante numa região em que, infelizmente, e durante muito tempo, cada um trabalhou para si e a olhar para o seu umbigo. Neste momento, já todos percebemos que o futuro passa pela realização de parcerias e o papel da Região de Turismo do Algarve é ajudar a que haja uma oferta mais integrada e diversificada. Temos cá as camas, a restauração, o património, a cultura e a nossa identidade e grande parte destes percursos passam por zonas da região que são menos conhecidas e mediáticas”, frisou o presidente do Turismo do Algarve, apelando a que a hotelaria algarvia se adapte rapidamente a este novo tipo de clientes e às suas necessidades específicas. “No Verão temos uma taxa de ocupação de quase 100 por cento, agora há que procurar que, nos outros meses, esse valor suba dos 35 para os 45, 50 por cento, para a média anual se cifrar nos 65 por cento”.
Desidério Silva e Delmino Pereira
nós temos condições excelentes para que elas venham para o Algarve”, afirmou o dirigente, lembrando que existem 18 equipas a nível mundial na primeira divisão, a que se juntam 20 na segunda divisão e 180 na terceira divisão. “Este desporto tem-se tornado mais difícil e exigente e, por isso, os atletas têm que treinar cada vez mais. Em Portugal, também temos perto de 16 mil filiados na federação, em que 75 por cento são de ciclismo de lazer, não competitivo, com praticantes a partir dos 30 anos, e este mercado é também uma oportunidade turística a ter em conta”. Delmino Pereira nota igualmente que o perfil do ciclista amador, de lazer, mudou no passado recente, pertencente a uma classe social média/alta, com maior poder de compra, mais exigente nas experiências que procura, um cenário que não é exclusivo de Portugal, mas semelhante em todo o mundo. O trabalho a levar a cabo no Algarve passa, então, por criar produtos para conquistar esse mercado e a Federação Portuguesa de
Da parte da Federação Portuguesa de Ciclismo, o presidente Delmino Pereira não poupou elogios à região algarvia, garantindo que esta têm as características ideais para a prática desta modalidade. “A maior parte das equipas do World Tour estão neste momento em estágio no sul de Espanha e 11
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contudo, ele tem que ser criado primeiro. É o momento ideal para atacarmos em força, sem medo, porque o turista em bicicleta gosta de destinos diferentes e há zonas e mercados que existem há mais de uma década e que já estão a ficar saturados”, reforça, acrescentando que este trabalho começou pelo ciclismo de estrada, mas vai ser alargado ao ciclismo de montanha já em 2016. “E o Algarve tem características excelentes também para esta modalidade, porque existem imensos caminhos, percursos e trilhos fantásticos, sítios simplesmente apaixonantes”.
Ciclismo está disponível para ser um parceiro nesta caminhada, lado a lado com a Região de Turismo do Algarve. “O ciclismo contempla alguns pormenores de segurança e de natureza técnica e estamos dispostos a transmitir os nossos conhecimentos para precaver acidentes e para que as condições logísticas necessárias sejam cumpridas. A Federação de Ciclismo do Luxemburgo, por exemplo, está recetiva a vir estagiar no Algarve, mas precisa de uma solução para transportar cerca de 40 bicicletas. Temos que estar preparados para oferecer soluções competitivas para estas questões, caso contrário, as seleções nacionais e as equipas profissionais vão para outros destinos”, avisa Delmino Pereira.
Um mercado sempre em crescimento
E para facilitar a promoção do Algarve junto dos turistas de bicicleta, nada melhor que a Volta ao Algarve, enfatiza o presidente da Federação, face ao enorme prestígio que a prova tem no continente europeu. “Talvez seja a corrida mais importante a seguir às incluídas no World Tour e as equipas pedem-nos para participar, o que nos oferece um mediatismo único. É uma janela de oportunidade que devemos utilizar para alavancar todo o produto,
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No uso da palavra, Sandro Araújo, vicepresidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, explicou que existem várias modalidades dentro deste desporto, desde o mediático ciclismo de estrada ao ciclismo de pista, passando pelo ciclocross, o BTT, o BMX, o trial, o paraciclismo e o ciclismo para todos, englobando-se neste último todas as vertentes não competitivas. “Precisamos ter cada vez mais pessoas a andar de bicicleta, interessadas no desporto, tenham ou não capacidade para grandes desempenhos competitivos. A bicicleta é apaixonante e pode gerar um mercado de enorme rentabilidade e que não vai parar de crescer nos 12
próximos anos. Vamos ter ciclistas com mais idade e que vão continuar a querer pedalar graças à democratização de novos tipos de bicicletas. Para além disso, está na moda a corrida, que é uma modalidade com mais impacto físico ao nível das articulações, e muitos praticantes vão mudar para o ciclismo numa fase mais avançada da sua vida”, garantiu o Coordenador do Programa Nacional de Ciclismo para Todos.
a própria sustentabilidade do turismo no futuro. Não é possível, do ponto de vista da pressão urbanística, continuar a sobrecarregar as infraestruturas e é francamente positivo ter mais pessoas a utilizar a bicicleta, em detrimento do automóvel”, defende Sandro Araújo. “Vamos ter mais turismo e receitas, mas sem um acréscimo de poluição e do desgaste das estruturas. Para isso, claro, tem que haver uma mudança cultural e as nossas cidades têm que encarar o peão e o ciclista de outra maneira”, alerta.
Entretanto, arrancou em 2015 o programa «Cyclin’Portugal» para promover Portugal como um destino de excelência para a prática de ciclismo, um trabalho que está a ser iniciado com o Algarve, através de um conjunto de quatro eventos de alta competição, de uma prova de massas e da divulgação internacional do destino Algarve junto do público-alvo desta iniciativa: equipas profissionais, seleções nacionais e turistas velocipédicos. “O ciclismo pode contrabalançar o excesso de sazonalidade do Algarve, mas pode ser importante para
Uma nova realidade com que muitos destinos concorrentes já estão a lidar e o Algarve parte com algum atraso nesta corrida, nomeadamente em relação ao sul de Espanha, Grécia, Turquia e algumas ilhas do Mediterrâneo, mas esse atraso possibilita igualmente que se evitem os erros que os outros já cometeram anteriormente. “O turismo de bicicleta é muito mais do que o cicloturismo. Na 13
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Volta ao Algarve teremos cá milhares de pessoas que vão pernoitar na região para assistir às etapas. Não são ciclistas, mas são turistas que gostam da bicicleta. E, se as condições forem apelativas, podem pegar numa bicicleta e ir fazer 10 quilómetros só pelo prazer”, adianta Sandro Araújo, chamando a atenção para um estudo realizado pelo Parlamento Europeu que evidencia que este é, de facto, um dos mercados com maior índice de crescimento na atualidade. “Estamos a falar de 44 mil milhões de euros/ano e Portugal tem uma quota ínfima deste bolo. É um mercado composto maioritariamente por homens da classe média e média/alta, dos 30 aos 50 anos, com poder de compra, exigente e conhecedor da oferta que lhe foi feita. Nesta primeira fase, pretendemos trabalhar o potencial dos estágios desportivos, associado a um tipo de turista experimentado, porque ainda não temos condições nas cidades – ao nível dos estacionamentos –, na cultura rodoviária, nos serviços de apoio, que consigam ser
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compatíveis com uma massificação do turismo da bicicleta”, sublinha. Um bolo grande do qual Portugal, e o Algarve, querem ter uma fatia importante e, na maior parte dos casos, nem serão necessários grandes investimentos estruturais, uma vez que as condições naturais e a capacidade hoteleira já existem. “Serão adaptações pontuais, alterações nas ruas das cidades, reparação de passeios, criação de estacionamentos para bicicletas. Também não são precisas ciclovias em todo o lado e a solução mais óbvia, em muitas zonas, é o tráfego partilhado. No fundo, é gastar dinheiro de uma maneira diferente para criar um mercado em franco crescimento e sustentável. O melhor postal que existe de França é o Tour de France e a organização tem um helicóptero só para andar a filmar os castelos e aquelas magníficas paisagens. Isto é um investimento com um retorno incrível” . 14
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DESPORTO
RICARDO TEODÓSIO prepara projeto para ser Campeão Nacional de Ralis Depois de ter sido vice-campeão nacional em 2014 e de 2015 ter sido um ano quase sabático, Ricardo Teodósio pretende atacar o título no Campeonato Nacional de Ralis que arranca em Março, em Fafe. Um objetivo ambicioso, ao volante de um Ford Fiesta R5, e com José Teixeira como navegador, mas o piloto «espetáculo» sabe que, se lutar com as mesmas armas dos seus mais diretos adversários, tem todas as condições para ser bem-sucedido. A primeira batalha passa, porém, por angariar o orçamento suficiente para participar em todas as provas e, para esse efeito, Ricardo Teodósio lançou uma campanha de crowdfunding, conforme explicou ao Algarve Informativo. Texto e Fotografia Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #40
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icardo Teodósio é daqueles pilotos que dispensa qualquer apresentação para quem acompanha regularmente o desporto motorizado em Portugal e no recente Rallye Casinos do Algarve, disputado nos concelhos de São Brás de Alportel e Loulé, mostrou mais uma vez que continua a ser um dos principais candidatos à vitória em qualquer prova em que participa. Aliás, no passado mais recente tem quatro vice‐campeonatos nacionais do agrupamento de produção, com o título nacional a escapar-lhe muitas vezes por entre os dedos devido a problemas mecânicos ou à impossibilidade de comparecer em todos os ralis.
Famoso pela espetacularidade dos seus desempenhos, embora nem todos gostem do seu modo «atravessado» de conduzir, subiu ao pódio do Rali de Portugal em 2009. No ano seguinte, dominou a seu belo prazer o Campeonato Regional Sul de Ralis, ganhando cinco das seis provas disputadas, título que renovou em 2011, num ano em que venceu igualmente a classe Open no Vodafone Rali de Portugal e dominou o Porto Motorshow, levando a melhor sobre muitos pilotos de gabarito. Entre 2012 e 2013, Ricardo Teodósio marcou presença em várias provas, sempre na luta pela vitória e, em 2014, o algarvio regressou ao
José Teixeira e Ricardo Teodósio em São Brás de Alportel, antes de partirem para o primeiro dia do Rallye Casinos do Algarve de 2015
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seguir, era tempo perdido uma curva atrás da outra. Ao quarto quilómetro, o carro simplesmente desligou-se e, pelo que o meu irmão me disse, eu era o mais rápido até àquele local. É uma característica minha, e não é para me gabar, mas adapto-me depressa às condições”, indica, confessando que as lombas e os buracos foram outra situação complicada de gerir, devido às diferenças óbvias entre as viaturas. “Passas com o R5 por uma vala de água com 40 centímetros de fundo e nem te apercebes disso, o carro é tão bom que não se sente o chão, a tração é fantástica”.
campeonato nacional de produção (grupo N ‐ RC2N), venceu o Grupo RC2N no Vodafone Rali de Portugal, prova em que foi o terceiro melhor português na classificação geral. Um ano em cheio em que assegurou o vice‐campeonato e o título para o seu navegador, José Teixeira. Ricardo Teodósio optou, entretanto, por dedicar o ano de 2015 à preparação de um projeto que lhe permitisse lutar com as mesmas armas pelo Campeonato Nacional de Ralis de 2016 e o último teste foi, podese dizer, o Rallye Casinos do Algarve, onde já pilotou a viatura eleita para alinhar na presente temporada, um Ford Fiesta R5. Os contratempos, contudo, fizeram-se mais uma vez sentir, algo a que o entrevistado já está, infelizmente, habituado. “Tínhamos previsto fazer 50 quilómetros de estrada antes do rali para eu me sentir à vontade com o carro, mas o motor partiu-se logo aos 24 quilómetros. A M-Sport enviounos um motor novo, do norte da Inglaterra, na quinta-feira, mas ficou retido na Bélgica por questões burocráticas. Contatos para aqui e para ali, acabei por ficar com o motor do carro com que o Ricardo Moura tinha batido no Rali da Madeira. O motor chegou na noite de sexta-feira e só no sábado de manhã é que consegui fazer a verificação oficial da viatura, poucas horas antes do Rallye Casinos do Algarve arrancar”, relata.
Os percalços repetiram-se no segundo dia de prova mas Ricardo Teodósio venceu mesmo um dos troços do Rallye Casinos do Algarve, sinal de que, quando não há problemas mecânicos ou imprevistos, não fica atrás de ninguém em termos de qualidade de condução. “O carro esteve parado mais de três minutos na primeira vez, da segunda foram mais 28 segundos, também apanhamos pela frente outros colegas que nos atrapalharam um pouco, portanto, tirando esse tempo perdido, tinha sido segundo da classificação geral. Isto deu-me ainda mais alento para competir este ano no Campeonato Nacional de Ralis”, refere.
Apesar de ter apenas 27 quilómetros andados no Ford Fiesta R5, Ricardo Teodósio partiu com confiança para a prova rainha organizada pelo Clube Automóvel do Algarve, ainda que ciente de alguns problemas nos timings das travagens. “Estava acostumado ao Mitsubishi Lancer e, com o R5, travava cedo demais em determinadas curvas. Chegava mesmo a ter que meter novamente uma mudança e travar logo a
Corro para ganhar, não para transportar carros Com o projeto para 2016 em preparação há algum tempo e os apoios necessários a aparecerem, aumentaram as preocupações dos rivais, pois todos conhecem o valor de Ricardo Teodósio, a sua agressividade nos troços, até os seus jogos psicológicos, aqueles de que
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se fala tanto agora no futebol, os tais «mind-games». “Há pilotos mais frágeis do que outros nesse aspeto, eu dizia que os jogava para fora da pista e, mal chegava atrás deles, uns deixavam-me passar, outros saíam de pista sozinhos”, conta, com um sorriso. “Quando participo numa prova é para lutar pelos lugares da frente e, se tiver um carro igual aos dos outros, consigo alcançar os meus objetivos. E não ando a treinar nos troços às escondidas como alguns dizem que eu faço, e como outros fazem mesmo, porque isso é batota. Por isso é que vários pilotos portugueses vão correr para o estrangeiro e são poucos os que mostram alguma coisa, pois estão mal habituados. Vão para casa dos vizinhos com vícios e, se forem apanhados a treinar antes da hora, são logo desclassificados”, aponta o entrevistado.
mas também não é daqueles que chega aos troços de pé leve no acelerador, entra logo «a matar», com a «faca nos dentes», atitude que surpreende os navegadores quando não o conhecem. “Não costumo enganar-me nas notas e, quando isso acontece, normalmente é por defeito, ou seja, tenho é que andar mais depressa. Também sei que, às vezes, exagero, mas é a minha maneira de conduzir”, reconhece, frisando que a maior acalmia de 2015 não se deveu a qualquer desânimo ou vontade de desistir, simplesmente sabia que era preferível concentrar os meios financeiros num projeto com cabeça, tronco e membros para a presente temporada. “Criamos o crowdfunding e acreditamos que vamos conseguir reunir os apoios que nos faltam. De acordo com um estudo feito por uma empresa especializada, só no Rallye Casinos do Algarve
Ricardo Teodósio não é de fazer batota,
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todo que havia, chatear este e aquele patrocinador, para além da minha mãe, era amigos a trabalharem comigo à borla, mas não deu, ficamos em segundo. Preferi ficar um ano praticamente parado para não se repetir a história”, explica, adiantando que, em 2016, não vai correr pelas cores da «Teodósio Competições» por uma razão muito simples: “Não tem, neste momento, condições técnicas para dar assistência a um R5. Depois, se for correr pela minha equipa, há logo comentários e palpites, porque as pessoas são mesquinhas e rápidas a criticar e a falar do que não sabem”. Ora, como já se sabe que Ricardo não tem papas na língua, há pessoas que depois levam com respostas à altura. “Digo-lhes logo que, se me pagarem, corro da maneira que eles quiserem, se for preciso levo o carro de marcha atrás no rali inteiro. Mas, enquanto for eu a pagar as contas, com a ajuda dos meus patrocinadores, corro da minha maneira e as coisas normalmente resultam”.
demos um retorno de 53 mil euros aos nossos patrocinadores. Um campeonato completo custa de 200 a 300 mil euros, depende do que vai acontecendo ao longo da época e do material que utilizamos, e uma equipa espanhola feznos um orçamento bastante simpático. Anda atrás de mim há alguns anos e, em 2016, essa parceria deve mesmo ir para a frente”. Patrocinadores que, na sua maioria, surgem na sequência do negócio de família, do Restaurante O Teodósio – o Rei dos Frangos, na Guia, o que entristece imenso o conceituado e experiente piloto. “Sou tão conhecido, as pessoas gostam de mim, dizem que sou o piloto espetáculo, eu falo com toda a gente e, depois, não há apoios das entidades competentes e das grandes empresas nacionais”, desabafa. “Na semana do Rallye Casinos do Algarve, tivemos mais de 107 mil visualizações na nossa página do Facebook. Ora, se cada pessoa me desse só um euro, estava o orçamento reunido. Sozinho, vou participando nas etapas à medida que vou arranjando dinheiro para isso. Em 2014, fui vicecampeão nacional com um carro que não tinha nada a ver com os outros, fiquei mesmo à frente de alguns R5. Perdi para o Adruzilo Lopes, talvez o piloto com mais títulos nacionais nos ralis, mas ia com o material espremido ao máximo”, lembra.
Confiante de que o projeto, com mais ou menos dificuldades, vai-se tornar realidade, Ricardo Teodósio já olha para os pilotos que vai ter pela frente nas oito etapas, logo a começar pelo Rali Serras de Fafe, entre 4 e 5 de março. Seguemse depois o Rali de Castelo Branco (22 e 23 de abril), o Sata Rali Açores ERC (2 a 4 de junho), o Rali Vidreiro (24 e 25 de junho), o Rali Vinho da Madeira ERT (3 a 5 de agosto), o Rali de Mortágua (16 a 17 de setembro), o Rali Cidade de Guimarães (14 e 15 de outubro) e o Rali Casinos do Algarve (12 e 13 de novembro). “Os adversários vão ser os mesmos do costume, porque pilotos novos não há, ou então aparecem com
E se há coisa que Ricardo Teodósio detesta é ser um simples «transportador» de carros, ou seja, limitar-se a ir do ponto A ao B ao ritmo possível e ficar na expetativa de que os adversários sejam acometidos por azares ou problemas mecânicos. “Os últimos três ralis que fiz no Nacional foram um sacrifício. Foi juntar o dinheiro
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José Teixeira e Ricardo Teodósio na cerimónia do pódio do Rallye Casinos do Algarve de 2015, que se disputou nos concelhos de Loulé e São Brás de Alportel no mês de novembro
carros inferiores, numa classe de tração à frente, ou num grupo N. O Ricardo Moura ainda está na dúvida, mas vamos ter o José Pedro Fontes, o Fernando Peres – que comprou o carro com que participei no Rallye Casinos do Algarve –, o Carlos Martins, o Pedro Meireles, o irmão Paulo também é capaz de vir, o Carlos Vieira, que deu nas vistas na época passada. No meio disto tudo, o José Pedro Fontes é o único que faz aquilo que gosta e ainda ganha dinheiro, o resto paga para correr”, analisa.
passam disso mesmo, de barulho, mas fica a ideia de que o campeonato será bastante competitivo e não se pode participar com o material contado, a rezar para não haver contratempos e a pensar nos problemas de terceiros para subir na classificação geral. “Gosto da «guerra» com todos na luta, não é ser campeão porque fui o único que acabei a prova. Isso é a mesma coisa que ser o campeão aqui da minha rua, sou o único que ando de carro, os outros andam de bicicleta a pedal”, salienta Ricardo Teodósio, antes de abalar para Inglaterra para testar o Ford Fiesta R5 com que vai acelerar este ano .
Mas há outros pilotos que estão na calha para participar no Campeonato Nacional de Ralis em 2016, ainda não confirmados, mas os zunzuns vão aumentando de tom, casos de Bruno Magalhães, Bernardo Sousa, Miguel Campos e Armindo Araújo. Claro que, às vezes, os rumores não
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OPINIÃO ENTÃO: «VÁ-DE-VIRÓ» PARA TODOS VÓS! PAULO CUNHA
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que um crítico musical apelidou de “original e… muito Váde-Viró”. Sendo um grupo que tocava, pelo menos, mais do que uma vez por mês, com o passar do tempo transformou-se num grupo hibernado, condenado como muitos outros grupos algarvios a deixar de existir, a ter que mudar de nome ou a «travestir-se». Hoje, com um naipe de músicos de exceção que se respeitam e admiram enquanto profissionais, e que adoram tocar juntos, continuam, abnegada e estoicamente, a encontrar-se apenas para desfrutar do prazer que a sua música lhes proporciona. Muitos algarvios ficam admirados e impressionados por saber que o grupo ainda existe, pois nunca mais dele ouviram falar, outros questionam as razões porque não são convidados a tocar na região de onde são oriundos pois (tal como o vinho do Porto) cada vez estão melhores… Não respondendo publicamente, sabem de antemão que não tocando no «seu» Algarve jamais serão conhecidos e reconhecidos no resto do país. Obviamente tenho refletido muito sobre as razões que fizeram com que tantos grupos musicais que fizeram parte do nosso património musical algarvio tenham cessado a sua atividade. São por demais evidentes, e somadas tiveram efeitos nefastos e irreversíveis na produção musical da região. Porque os velhos hábitos, estigmas e preconceitos passam de geração em geração, muitas das entidades públicas e privadas que contratam músicos fazem-no com base nos pressupostos com que a generalidade dos programadores e produtores usam na sua escolha: o que é novidade é que «pega»; o que vem de fora é que é bom; o que está na moda é que vende; se não passa na rádio e televisão não interessa; se é da região tem qualidade inferior; se é da terra toca à «borla» ou com um grande «desconto» no cachet, para assim se promover. Efetivamente está na altura de dar um grande vá-deviró nesta forma encapotada de desprezar o que é nosso. De que serve apregoar aos quatro ventos a nossa grandiosidade, quando os atos revelam a pequenez de quem os pratica? Não há maior afirmação de uma região do que aquela que é feita com a sua cultura! E não é preciso sair do Algarve para o constatar… .
uando em setembro de 1992 um grupo de jovens alunos me interpelou numa das escadarias do Conservatório Regional do Algarve (Faro), questionando a possibilidade de poder vir a coordenar uma classe de conjunto alternativa e complementar às que então existiam, estava longe de imaginar que, volvidos mais de 23 anos, hoje dedicaria o meu tempo a um grupo que cresceu comigo e que me ajudou a crescer. Prontamente o desafio foi aceite e daí nasceu um agrupamento com caráter académico e pedagógico que se veio a denominar «Grupo de Música Tradicional do C.R.A.». Cedo percebi que uma das formas de o fazer crescer seria convidar para o integrar, gente que «soubesse da poda», com conhecimentos adquiridos na escola musical da vida e, o mais depressa possível, dá-lo a conhecer ao mundo. E assim foi… Quando demos por isso estávamos a tocar em todo o Algarve, divulgando a «nossa» música e a instituição à qual pertencíamos. Um ano depois sentimos o natural desejo de batizar o grupo com um nome que o identificasse em termos do género musical, do objetivo, e da região de proveniência. «Vá-de-Viró» foi decisão consensual, pois o seu significado (frase utilizada pelos pescadores algarvios com a qual se dá ordem para fazer virar o barco quando se pretende recolher as redes de pesca) assentava que nem uma luva no seu propósito quanto ao destino da música de cariz tradicional. Tendo a sua música chegado aos ouvidos de um produtor musical responsável por uma editora internacional dedicada à edição de música étnica (Playa Sound), prontamente foi convidado para gravar um disco (Escale au Portugal) com distribuição mundial. Daí, e por consequência, começaram as primeiras digressões internacionais (Canadá, Alemanha e Espanha). Com a desvinculação da instituição onde nasceu e a inevitável saída e entrada de novos elementos com formação e percursos musicais diferenciados, em conjunto com o consequente crescimento musical e artístico dos seus membros, cada novo registo discográfico veio a refletir mudanças constantes num som
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OPINIÃO É HORA DE CONSTRUIR!... DÁLIA PAULO Diretora do Museu Municipal de Loulé
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edição em 2012 e que este ano terá a 2.ª edição; há quatro anos estiveram envolvidos 30 criadores nacionais que percorreram/ viveram a Serra do Caldeirão (Serra de Mú) tendo resultado em projetos artísticos de grande intensidade e cheios de novas pistas para fazer diferente, o que ainda não se fez! Desejo que a edição de 2016 consiga abrir novos modos de fazer. Outro projeto cultural que faz a diferença é o Ao Luar Teatro, uma Companhia de Teatro que se instalou em 2010 na Serra do Caldeirão e que com a sua resiliência e qualidade tem, paulatinamente, feito a diferença neste território, conseguindo contribuir para o fortalecimento da identidade e para valorização das tradições, aliandoas às linguagens e necessidades do mundo de hoje. E, por último, o VATE, Vamos Apanhar o Teatro, da ACTA, Companhia de Teatro do Algarve, que foi Prémio Gulbenkian Educação (2010); um projeto itinerante que leva aos sítios mais improváveis um autocarro encantado e a beleza de fazer teatro. Estes projetos são verdadeiramente diferenciadores e regionais e têm contribuído para o acesso à cultura a todos, tal como consagrado na constituição e, neste ano de comemorações, é preciso que se possa dar mais um passo e torná-los verdadeiros parceiros de desenvolvimento regional. Ao trabalho do poder local muito se deve o cumprimento da constituição na questão do acesso à cultura, mas como nos mostra o Eurobarómetro de 2013 - sobre o acesso e a participação cultural, que coloca Portugal nos últimos (e no último) lugar dessa participação – muito caminho há a percorrer, sobretudo num trabalho conjunto entre educação e cultura, porque devemos ter presente que em 1970 o nível de alfabetismo da população portuguesa era de 25.7%, sendo em 2011 de 5,2% (dados INE). Estes números explicam a posição de Portugal no Eurobarómetro 2013 e, por outro lado, a falta de investimento e de políticas transversais e duradoras que tenham como foco uma Escola Pública para todos e uma escola onde as Artes sejam parte integrante dos curricula. É tempo de concretizar. Há urgência! A cultura e a educação devem estar no centro da agenda política do país .
duardo Lourenço no Labirinto da Saudade dizianos que estava na “(…) hora de fugir para dentro de casa, de nos barricarmos dentro dela, de construir com constância o país habitável de todos, sem esperar de um eterno lá-fora ou lá-longe a solução que, como no apólogo célebre, está enterrada no nosso exíguo quintal. Não estamos sós no mundo, nunca o estivemos.” Acredito que sim, que está nas mãos de cada um de nós a mudança e que este é novamente o tempo de o fazermos, porque há anos mais felizes ou propícios para isso. Neste novo ano, as comemorações dos 40 anos da Constituição da República Portuguesa e das primeiras eleições para o poder local são um excelente mote para inspirar novos caminhos e reforçar os valores democráticos. A possibilidade de ter um novo Presidente da República e de nos ser permitido (agora) perceber que há outras soluções que passam, acima de tudo, pela dignidade da pessoa como valor fundamental da construção do país habitável, é mais um motivo (creio eu!) para queremos fazer parte deste tempo hoje. Nestes 40 anos de poder local e de Constituição da República Portuguesa muito mudou. Ao poder local se deve o melhor e o pior destas décadas, as questões da assimetria regional e da desertificação, da descaracterização e do desenraizamento serão provavelmente as que, como nos mostram os dados estatísticos, aumentam a cada década em vez de diminuírem. São questões que a todos preocupam mas que falta (ainda!) um planeamento concertado para as inverter. Há projetos culturais que são verdadeiramente disruptivos, intensos e questionadores e que têm sido desenvolvidos no Algarve; precisamos de os valorizar, de os entender para além do espartilho da Cultura e de permitir que continuem a fortificar e a contribuir para tornar esta região coesa. Estes projetos devem ter por base a Educação e a Cultura para que a Democracia e a Cidadania possam ser consolidadas e densificadas. Darei três exemplos da área cultural e que se olhados de uma perspetiva estratégica, creio podermos ter um Algarve habitável. O Festival “encontros do DeVIR”, com a 1.ª
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OPINIÃO CONHECE AS COMPETÊNCIAS DA SUA ASSEMBLEIA MUNICIPAL? JOSÉ GRAÇA Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve
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o longo das últimas semanas, efetuámos uma abordagem genérica das competências das assembleias municipais e nesta edição vamos falar sobre as competências do seu presidente e da mesa… Ao contrário do presidente da Câmara Municipal, que é o primeiro cidadão da lista mais votada, o presidente da Assembleia Municipal e os secretários da Mesa são eleitos pelos seus pares na primeira sessão do órgão deliberativo do Município após a sua eleição ou na sequência de vacatura do cargo, competindo ao plenário deliberar se a eleição é uninominal ou por listas, na ausência de disposição regimental. Nos termos da lei, compete à mesa elaborar o projeto de regimento da assembleia municipal ou propor a constituição de um grupo de trabalho para o efeito; deliberar sobre as questões de interpretação e integração de lacunas do regimento; elaborar a ordem do dia das sessões e proceder à sua distribuição; verificar a conformidade legal e admitir as propostas da câmara municipal legalmente sujeitas à competência deliberativa da assembleia municipal; encaminhar, em conformidade com o regimento, as iniciativas dos membros da assembleia municipal, dos grupos municipais e da câmara municipal; assegurar a redação final das deliberações; realizar as ações que lhe sejam determinadas pela assembleia municipal no exercício da competência de fiscalização da atividade da câmara, serviços municipalizados ou empresas e outras entidades do perímetro municipal; encaminhar para a assembleia municipal as petições e queixas dirigidas à mesma; requerer à câmara municipal ou aos seus membros a documentação e informação que considere necessárias ao exercício das competências da assembleia municipal, assim como ao desempenho das suas funções, nos termos e com a periodicidade julgados convenientes; proceder à marcação e justificação de faltas dos membros da assembleia municipal; comunicar à assembleia municipal a recusa da prestação de quaisquer informações ou documentos, bem como a falta de colaboração por parte da câmara municipal ou dos seus membros, as decisões judiciais relativas à perda de mandato em que incorra qualquer membro e o expediente relativo aos assuntos relevantes; exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinadas pela assembleia municipal e exercer as demais competências legais.
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O pedido de justificação de faltas pelo interessado é feito por escrito e dirigido à mesa, no prazo de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião em que a falta se tenha verificado, e a decisão é notificada ao interessado, pessoalmente ou por via postal. Das deliberações da mesa da assembleia municipal cabe recurso para o plenário do órgão. Pela sua parte, ao presidente da assembleia municipal compete representar a assembleia municipal, assegurar o seu regular funcionamento e presidir aos seus trabalhos; convocar as sessões ordinárias e extraordinárias; abrir e encerrar os trabalhos das sessões; dirigir os trabalhos e manter a disciplina das sessões; assegurar o cumprimento da lei e a regularidade das deliberações; suspender e encerrar antecipadamente as sessões, quando circunstâncias excecionais o justifiquem, mediante decisão fundamentada a incluir na ata da sessão; integrar o conselho municipal de segurança; comunicar à assembleia de freguesia ou à câmara municipal as faltas dos presidentes de junta de freguesia e do presidente da câmara municipal às sessões da assembleia municipal; comunicar ao Ministério Público competente as faltas injustificadas dos restantes membros da assembleia, para os efeitos legais; exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinados pelo regimento ou pela assembleia municipal e demais competências legais. Compete ainda ao presidente da assembleia municipal autorizar a realização de despesas orçamentadas relativas a senhas de presença, ajudas de custo e subsídios de transporte dos membros da assembleia municipal e de despesas relativas às aquisições de bens e serviços correntes necessárias ao seu regular funcionamento e representação, comunicando o facto, para os devidos efeitos legais, incluindo os correspondentes procedimentos administrativos, ao presidente da câmara municipal. Compete aos secretários coadjuvar o presidente da assembleia municipal no exercício das suas funções, assegurar o expediente e, na falta de trabalhador designado para o efeito, lavrar as atas das sessões . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966. 28
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MÚSICA
TATIANA PINTO (EN)CANTA NA RUA DA LUA Depois do pop/rock dos «Topázio» e da música do mundo dos «Rosa Negra», a algarvia Tatiana Pinto dá rosto e voz a um novo projeto musical que alia a típica canção lusitana à música tradicional portuguesa. Falamos de «Rua da Lua», uma banda de qualidade inegável que se apresta para lançar o seu álbum de estreia, com as sonoridades do acordeão, guitarra clássica, contrabaixo e percussão a encantarem quem os ouve, a fazerem-nos viajar ao passado, mas com uma expetativa tremenda em relação ao que o futuro nos reserva. O Algarve Informativo esteve à conversa com a cantora natural da Fuzeta e apresenta aos seus conterrâneos uma rua que vale a pena percorrer vezes sem fim. Entrevista: Daniel Pina 31
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s «Rua da Lua» nasceram em 2008, constituídos por Carlos Lopes, Tiago Oliveira, Manú Teixeira e Rui Silva, com a vontade de dar uma nova cor ao fado, mas também à música tradicional portuguesa, com temas que retratam histórias do dia-a-dia, mas que também evocam memórias do passado e jogam o olhar ao futuro. Na mão, o CD de estreia «Rua da Lua», que inclui nove originais e duas versões de temas que fazem parte do imaginário lusitano. Músicos de qualidade acima da média a que se juntou mais recentemente a voz de Tatiana Pinto, para acompanhar os sons do acordeão, guitarra clássica, contrabaixo e percussão, num mix que une gerações e que nos transporta para uma viagem que se quer repetir.
participou depois nos programas «Chuva de Estrelas» e «Academia de Estrelas», entre outros e, mais tarde, integrou os «Rosa Negra», projeto que terminou em meados de 2010. Entretanto, foi mãe, reencontrou-se enquanto mulher e cantora e, volvidos três anos, aceitou o desafio para ser a vocalista dos «Rua da Lua». “Começamos a tocar e a ensaiar com vista a alcançar os objetivos que eles já tinham definido, um caminho que lhes permitisse lançar um álbum e apresentar a sua música ao grande público. O repertório já existia mas houve necessidade de nos conhecermos melhor, de criar uma química entre todos. São temas com um cunho bastante pessoal e não fazia sentido eu chegar e limitar-me a emprestar-lhes a minha voz”, conta a algarvia, visivelmente fascinada com esta nova aventura.
Tatiana Pinto de quem nos lembramos ainda adolescente no projeto de pop/rock Topázio. A jovem nascida na Fuzeta
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Uma sonoridade muito própria que alia o 32
fado à música tradicional portuguesa e na qual Tatiana Pinto se sente como peixe na água, embora não se considere uma fadista assumida. “Tenho algumas dificuldades em adotar esse rótulo porque gosto muito de navegar por mares nunca navegados. Sou uma intérprete com alguma loucura, vou buscar inspiração a todos os tipos de música e deixo-me envolver por aquilo que o mundo me dá”, descreve a entrevistada. “Quando entrei para o grupo, falaram-me da portugalidade do projeto e pensei que fosse uma coisa mais fadista, mas não tem essa pretensão. É um projeto que vai buscar um pouco da música tradicional e do fado, com palavras que remetem a uma atmosfera portuguesa, à saudade, às nossas ruas e hábitos, às nossas memórias”.
Uma sonoridade muito exportável Mais vale tarde do que nunca, lá diz o ditado, e esta nova corrente vem contrariar quem diz que os portugueses estão menos atentos à cultura, que só ouvem música pimba, concorda Tatiana Pinto. Uma situação para a qual contribui a linguagem utilizada e formas mais atuais de compor os temas, direcionados para públicos mais jovens. “O facto de existirem fadistas como a Mariza, a Ana Moura ou a Carminho, ajudou o fado a entrar nas novas gerações, não só pelas vozes, mas pelos seus percursos. Aliás, sinto um orgulho imenso quando ouço fado a tocar na Rádio Comercial, quando isso, há cinco anos, era praticamente impensável. Hoje, não vale a pena continuar a cantar que Alfama cheira a rosas ou a jasmim quando isso deixou de corresponder à realidade”, sublinha a algarvia.
Quatro instrumentistas, uma cantora, todos eles com proveniências musicais diferentes, desde a música clássica à tradicional, passando, claro, pelo fado, e tudo isso se nota quando se escutam os temas de «Rua da Lua», um som que não está preso a nenhum estilo, mas que é atual, contemporâneo, mas também tradicional. “Já estava mais que na altura de irmos buscar o melhor que temos na música portuguesa e não termos receio de fazermos experiências ou misturas. Os nossos vizinhos espanhóis têm um orgulho invejável na sua cultura e sempre fizeram isso. Veja-se o Alejandro Sanz, um cantor totalmente comercial mas com um cunho fantástico do flamengo e não é por ser um artista de cariz internacional que esquece as suas raízes”, indica Tatiana, considerando que este fenómeno, para não variar, chegou com atraso a Portugal. “Eu sou da geração em que o fado não se ouvia, estava morto, escondido nas ruas de Alfama e Mouraria. Temos que aceitar que a evolução é natural e que estamos numa fase de redescobrir, e em vários aspetos, desde o turismo à cultura”.
O mundo e as pessoas mudam, a música não pode ficar imutável, mas os próprios intérpretes tiveram que adaptar-se aos tempos modernos em pormenores tão simples como a roupa que vestem e a maneira como se comportam em palco. Uma atenção que se estende a todo o material promocional, cartazes, videoclips, sítios de internet e páginas do Facebook, tudo fundamental para cativar novos públicos, concorda Tatiana Pinto. “Acredito que ainda faz sentido haver aquelas fadistas com xaile preto e que quase não se mexem no palco, é uma personagem que respira bem nas casas de fado, deixa-nos sentir o negro das palavras que cantam. Contudo, isso não move as grandes massas nem atrai as novas gerações. Felizmente que agora existe liberdade para fazermos o que 33
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quisermos da cultura, dar-lhe a roupagem que mais nos agradar, sem ofender os mais puristas”. Seja como for, por muito apelativa e moderna seja a embalagem, um projeto como a «Rua da Lua» nunca será de massas, nunca vai encher um Meo Arena ou um Estádio da Luz, mas também não são esses os palcos que seduzem estes músicos, preferindo recintos mais intimistas ou festivais. “Acho que não há cantor nenhum que não gostasse de ter uma grande vivenda com piscina e que só saísse de casa quando houvesse espetáculos nos Estados Unidos, mas há que ter os pés bem assentes na terra. Os «Rua da Lua» querem tocar e mostrar o seu trabalho, querem continuar a criar, com a humildade suficiente para respeitar os caminhos que se vão abrindo”, afirma a vocalista.
palcos e festivais de todos os cantos do mundo, venham eles”, diz, bemdisposta. Quanto a Tatiana Pinto, admite que continua na sua eterna caminhada sem estar à procura de nada em concreto, depois de ter estado ligada ao pop/rock, ao fado, aos musicais, à world music. “Não me consigo caracterizar enquanto cantora. Deixo-me ir, desligo-me de tudo o que me rodeia, sinto-me livre dessa maneira. Por vezes corre bem, noutras vezes nem por isso, mas a vida é assim. O fado é, realmente, a música com que mais me identifico, mas sou a típica senhora que está parada no trânsito a cantar Rihanna aos altos berros dentro do carro. Depois, na altura de cantar, assumo as influências que a vida me dá”, revela, convicta de que 2016 será o início de um novo ciclo dos «Rua da Lua». “Somos todos diferentes, respeitamos o espaço de cada um e criamos um ambiente musical bastante convidativo. Estou crente de que iremos ser muito bem aceites pelo público” .
Um caminho que contemplará, já nas próximas semanas, o lançamento do disco de nome homónimo e depois é partilhar a música com os portugueses de lés-a-lés e com a queira ouvir, com a certeza de que este tipo de trabalho agrada bastante a outras culturas, das Américas ao continente asiático. “Exportar a nossa música é um dos objetivos delineados, pois temos a plena consciência de que este som é mais vendável no estrangeiro do que se fossemos uma banda normal de pop/rock ou de música popular portuguesa. Acho que encaixaríamos perfeitamente em
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Cine-Teatro Louletano
TEATROS DO ALGARVE ABRAÇAM REDE AZUL Trabalhar em rede parece ser a palavra de ordem nos últimos tempos, mas esse já é um velho anseio dos homens e mulheres da Cultura do Algarve, conscientes do erro que é promover eventos nas mesmas datas e a poucos quilómetros de distância uns dos outros. Falta depois público em número suficiente para encher as várias salas de espetáculos, são economias de escala que se perdem, é menos poder negocial que se tem junto do poder central e de quem «vende» esses produtos, contudo, da teoria, com quem todos mais ou menos concordam, à prática, tem sido um caminho duro e difícil de percorrer. É esta a batalha que Joaquim Guerreiro e Dália Paulo se propõem travar e vencer, com a ajuda de todos os parceiros que constituem a recém-criada AZUL – Rede de Teatros do Algarve. Texto: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #40
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TEATRO
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programadores e ouvimos as várias vantagens e desvantagens de cada uma delas”, conta Joaquim Guerreiro, antes de enumerar as 11 estruturas já associadas à AZUL, nomeadamente o Auditório Municipal de Albufeira, o Teatro Municipal de Faro, o Auditório Municipal de Lagoa, o Centro Cultural de Lagos, o Cineteatro Louletano, o Auditório Municipal de Olhão, o Teatro Municipal de Portimão, o Cineteatro de São Brás de Alportel, o Teatro Mascarenhas Gregório (Silves), o Teatro António Pinheiro (Tavira) e o Centro Cultural António Aleixo (Vila Real de Santo António).
Teatro das Figuras, em Faro, foi o local eleito para dar a conhecer a AZUL – Rede de Teatros do Algarve, uma rede informal que tem por missão programar e apoiar a criação e a produção cultural e regional, de modo a potencializar a circulação artística na região, rentabilizar os vários equipamentos culturais existentes e reforçar a oferta cultural do Algarve como um todo. Uma maior dimensão que possibilitará, igualmente, a captação de produções nacionais e internacionais a valores mais compatíveis com a realidade regional e com os tempos que correm, daí que, em teoria, todos reconheçam o mérito e a pertinência da rede nascida do esforço conjunto de Joaquim Guerreiro, diretor do Teatro das Figuras e antigo vereador da cultura da Câmara Municipal de Loulé, e Dália Paulo, chefe de Divisão de Cultura e Património da autarquia louletana e exDiretora Regional da Cultura do Algarve. Rede de Teatros do Algarve que começou a ver a luz do dia em fevereiro de 2014, ganhando gradualmente escala à medida que iam acontecendo os contatos com os vários municípios da região. “É um projeto inovador desde logo por assentar nos técnicos dos teatros e não em políticos ligados às infraestruturas. Quisemos conhecer as experiências de outras redes de municípios, de equipamentos e de
Depois de encontrados os parceiros iniciais para a rede avançar, os objetivos também foram fáceis de delinear, desde identificar dinâmicas de programação cultural existentes nos espaços aderentes; promover reuniões de trabalho entre os técnicos, mediadores e
Joaquim Guerreiro e Dália Paulo são os mentores da AZUL 37
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Teatro Municipal das Figuras
agentes culturais; qualificar as equipas técnicas e artísticas; criar um evento regional descentralizado pelos vários municípios; apoiar a criação e a mobilidade dos agentes locais, bem como a circulação dos seus trabalhos pelos espaços da rede; e criar um circuito de informação interno e externo à rede. “A ideia é que não haja choque de programação dos diversos equipamentos, para que o público não seja prejudicado. Sozinhos não vamos a lado nenhum, não temos escala, peso, porque a cidade de Amadora, por exemplo, tem mais habitantes que o Algarve inteiro. Se não estivermos unidos, a nossa voz não se faz sentir nas altas instâncias, nas direções gerais, nas secretarias de Estado, nos ministérios”, garante Joaquim Guerreiro.
ter dúvidas ao destacar um dia em particular, aquele em que todos apresentaram as suas programações de forma aberta e sem medos. “A rede pretende valorizar e densificar a criação cultural na região, apoiando as estruturas artísticas de cariz amador, porque o apoio à criação e à qualificação das associações e das equipas artísticas é uma das grandes carências do Algarve. Depois, quer realizar o tal trabalho de programação em rede, permitindo a criação de sinergias e de economias de escala na coprodução e compra de espetáculos, assim como na concertação de agendas”, frisa, recordando o que aconteceu, por exemplo, no dia 1 de outubro de 2014, quando estava Pedro Burmester a atuar em Loulé e, em Faro, à mesma hora, António Pinho Vargas.
Um trabalho que vai basear-se em três eixos – apoio à criação, programação e formação – mas primeiro que tudo foi necessário quebrar barreiras e desconfianças, admite Dália Paulo, daí não
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A iniciar uma caminhada que se espera que chegue a bom porto, a Rede AZUL quer promover e apoiar, no imediato, a 38
criação de produtos nas estruturas artísticas de cariz amador e de outros agentes culturais, nas áreas da Música, Dança, Teatro e Performance, servindo também de mediador e facilitador com as estruturas profissionais. “Para além disso, é nosso desejo estimular as estruturas sediadas na região para novos Joaquim Guerreiro, Alexandra Rodrigues Gonçalves (DRCAlg), Rogério desafios artísticos e Bacalhau (Faro), Gracinda Rendeiro (Olhão), Maria Carvalho Afonso criativos e fomentar (Lagos), Ana Fazenda (Portimão) e Dália Paulo criadores e estruturas emergentes dotados de inegável conhecemo-nos todos, mas temos que consistência, exigência e qualidade nos organizar e cooperar mais uns com artísticas. Privilegiar igualmente os outros”, defendeu o autarca. “Somos abordagens interdisciplinares ao nível dos uma região em que a principal economia conteúdos e formatos das criações; advém do turismo, mas que está valorizar as colaborações e intercâmbios centrada em alguns meses do ano. entre diferentes criadores e estruturas Precisamos combater essa sazonalidade artísticas, sedeadas ou não no Algarve; e e só conseguimos fazer isso com facilitar o acesso do público à produção produtos específicos, um dos quais a artística no que toca à sua itinerância, cultura. Temos que vender a nossa condições de ingresso e divulgação”, cultura, o nosso património, a nossa continuou Dália Paulo. gastronomia”, salienta. Para comprovar a validade da cultura como produto em que se deve apostar ainda mais, o edil farense lembrou que o Teatro das Figuras ultrapassou, em 2015, os 46 mil espetadores, que o Museu Municipal passou dos 13 para os 20 mil visitantes e que a Galeria Trem também aumentou para 10 mil o número de pessoas que foram ali assistir a exposições ao longo do ano transato. “Isto demonstra que há público, que há pessoas dispostas a usufruir dos equipamentos culturais, portanto, é um investimento que está a ter retorno. Como Faro não tem o «sol e praia», só podemos crescer mais se apostarmos no
Uma rede fundamental para a cultura algarvia Quem não faltou à cerimónia de apresentação foi Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, que salientou o facto do Algarve ser muito homogéneo em termos territoriais e populacionais, não negando, porém, o problema que decorre da sua reduzida dimensão e de ter apenas cerca de 440 mil habitantes. “Por outro lado, vamos de Faro a Portimão ou a Vila Real de Santo António em pouco mais de meia hora, uma hora e pouco de uma ponta do Algarve à outra, e 39
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para junto de nós todos os municípios e os agentes culturais do Algarve. Deste modo, teremos condições para que esta caminhada seja bem-sucedida, caso contrário, não vamos, infelizmente, chegar lá”. Envolvida no processo desde meados de 2015 tem estado Alexandra Rodrigues Gonçalves, Diretora Regional da Cultura do Algarve, que evidenciou desde logo que a Rede Azul introduz novos caminhos na história dos teatros no Algarve, ao mesmo tempo que lembrou que, nos últimos anos, tem sido efetuado um grande esforço de investimento das autarquias na construção, recuperação e adaptação de cineteatros e outros equipamentos culturais destinados à apresentação e produção de espetáculos. “A proposta de criação de redes no contexto cultural não é nova, nem recente, mas é fundamental ao desenvolvimento de políticas e estratégias culturais. Pode, efetivamente, ser uma forma de ultrapassar a ausência de reformas institucionais maiores ou da produção de reformas de enquadramento legal”, indicou.
Auditório Municipal de Olhão
nosso património e cultura e os poderes públicos, sejam centrais ou locais, têm uma palavra importante a dizer nessa matéria”, entende Rogério Bacalhau. Um trabalho que, contudo, deverá ser empreendido igualmente pelos agentes culturais, as companhias, as associações, pois são eles que, na hora da verdade, produzem cultura, com maior ou menor apoio das entidades públicas. E, nesse sentido, o autarca não pode deixar de referir o projeto «Faro – Capital Europeia da Cultura 2027». “Só poderemos levar esse anseio por adiante se conseguirmos trazer
Para Alexandra Rodrigues Gonçalves, a consolidação e a sustentabilidade das redes deve ser uma preocupação desde o primeiro momento, sob Muitos agentes culturais compareceram à apresentação da Rede AZUL
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pena de, aos olhos das outras organizações, crescerem com uma dinâmica de protagonismo, que possa colocar em causa a sua continuidade. Mais do que isso, a ligação com as restantes instituições e agentes culturais deve ser constante e não perder de vista os benefícios a gerar para a comunidade. “Num passado não muito longínquo, os teatros e Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves cineteatros chegaram a ter uma proposta de criação de rede prevista pela política pública para a área da cultura, tal como a rede de bibliotecas, a rede de arquivos e a rede de museus, entre outros, que associados ao programa de criação e reabilitação das infraestruturas criariam financiamento à sua programação. Contudo, isso não se concretizou e os teatros e cineteatros têm vivido Centro Cultural de Lagos grandes oscilações nos seus orçamentos e estruturas organizativas”, lamentou a promoção de projetos comuns de dirigente. educação e criação artística; da partilha de oportunidades de formação; e da rentabilização dos investimentos Quanto à Rede AZUL, a Diretora Regional efetuados nos espaços e em da Cultura do Algarve enfatiza os benefícios equipamentos. “A Rede Azul será, com o advindos da definição de uma estratégia nosso esforço conjunto, um efetivo colaborativa, sistémica e integrada; da projeto de cooperação cultural e irá intensificação do diálogo intermunicipal; do certamente promover o estabelecimento de parcerias e desenvolvimento e a capacitação das fortalecimento da dinâmica de redes, comunidades dos territórios concelhios criando oportunidades de circulação envolvidos. O Algarve necessita de ter artística; da possibilidade de avaliar e esta voz de união em torno da cultura”, monitorizar em conjunto as ações públicas desenvolvidas; do desenvolvimento e da apelou . 41
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ATUALIDADE ALCOUTIM SAI A GANHAR DA REVISÃO DA REDE ECOLÓGICA NACIONAL Administração Central do Estado como a Direção Geral do Território, a Comissão Nacional da REN (agora incluída na Comissão Nacional do Território), CCDR Algarve, e outras tendo a proposta sido finalmente aprovada pela Comissão Nacional da REN e CCDR do Algarve. A REN agora aprovada traduz uma clara redução das áreas do concelho abrangidas por este regime, ainda que estejam em causa regras e metodologias diferentes que resultaram das alterações legislativas, não sendo pois possível uma comparação direta e simples entre a anterior REN e a agora aprovada.
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Reserva Ecológica Nacional (REN) foi instituída pelo DecretoLei n.º 321/83, de 5 de julho, com o objetivo de proteger os recursos naturais, especialmente a água e o solo, de salvaguardar processos indispensáveis a uma boa gestão do território e de favorecer a conservação da natureza e a biodiversidade, componentes essenciais do suporte biofísico do nosso país. As características da abrangência da REN e a realidade do concelho levaram a Câmara Municipal a iniciar em Abril de 2013 o processo de elaboração de uma proposta de revisão da REN, a ser apresentada à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e que foi aprovada em Novembro de 2015, aguardando a respetiva publicação.
A Câmara Municipal de Alcoutim obteve assim a melhoria da delimitação da REN e garante a aplicação das boas práticas de ordenamento do território no seu território. O Município utiliza todos os instrumentos de Gestão Territorial, como o PDM de Alcoutim e o PROT Algarve que estabelecem as opções de ordenamento do território e de urbanismo que melhor servem o desenvolvimento do concelho, garantindo a execução de obras de forma adequada a usos urbanos e à edificação, em prol do desenvolvimento de projetos inovadores e estruturantes para o sector do Turismo, para a Economia e para o crescimento sustentado do concelho de Alcoutim .
No decurso deste intenso processo foram consultadas as entidades relevantes da
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ATUALIDADE DISPAROU O NÚMERO DE UTENTES DOS ESQUIPAMENTOS DESPORTIVOS DE FARO
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m tempo de balanço, o Município de Faro voltou a divulgar dados particularmente positivos, desta vez no que respeita à prática de atividade física e desportiva no concelho. Assim, em 2015, a autarquia registou um total de 348 mil e 789 utilizações das infraestruturas desportivas, nomeadamente Piscinas, Pista de Atletismo, diversos campos e pavilhões desportivos e Centro Náutico da Praia de Faro, representando um acréscimo aproximado de 10 por cento relativamente ao ano de 2014. destaque, tendo-se registado 7211 participantes na edição de 2015, mais 1698 que no ano anterior.
Mais interessante ainda é verificar que o número de pessoas que se revelam adeptos da atividade desportiva e utilizam os equipamentos municipais tem revelado uma tendência geral de crescimento ao longo dos últimos cinco anos: em 2010, registaram-se 197.211 utilizações; em 2011, o número foi de 213.277; em 2012, o número cresceu para 238.230; no ano de 2014, foram 316.336 os utentes das instalações desportivas e, em 2015, registaram-se mais 32.453 praticantes relativamente ao ano anterior. Também no seguimento do trabalho de promoção de atividades informais praticadas ao ar livre, em 2015, as caminhadas estiveram em destaque. O Município registou um total de 4102 participantes nas suas marchaspasseio, quase o dobro do número registado em 2014 (2096). Também o evento «Faro Ativo» mereceu particular
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Conclui-se assim que em Faro há cada vez mais interessados em praticar, de forma sistematizada ou ocasional, diversas modalidades desportivas, concretizandose o objetivo da autarquia de combater o sedentarismo da população do concelho, possibilitando o acesso livre à prática desportiva. Perante estes dados, o Município de Faro espera que 2016 seja um ano de consolidação desta tendência ascensional, porquanto é sua intenção continuar a investir no melhoramento dos equipamentos existentes e no apoio ativo das associações e clubes desportivos, vetores estratégicos no âmbito do alargamento da prática desportiva, em prol da melhoria da qualidade de vida dos seus munícipes . 44
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ATUALIDADE EIXO OLHÃO-FARO LIDERA SUBIDAS NA TAXA DE OCUPAÇÃO DAS UNIDADES HOTELEIRAS
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turistas, as maiores subidas registadas foram protagonizadas pelos mercados espanhol, com mais 26,5 por cento, holandês (+24,4 por cento) e alemão (+18,9 por cento). Por zonas geográficas, os maiores aumentos comparativamente com 2014 foram registados em Olhão/Olhão (+28,2 por cento), Carvoeiro/Armação de Pêra (24,7 por cento) e Monte Gordo/Vila Real de Santo António (+18,9 por cento). Por categoria de alojamento, as subidas foram comandadas pelos aldeamentos e apartamentos turísticos de 5 e 4 estrelas, com um aumento de 16,8 por cento, seguindo-se os hotéis e aparthotéis de 3 estrelas, com mais 9 por cento.
e acordo com os dados preliminares divulgados pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), a zona de Olhão/Faro liderou em dezembro a subida da taxa de ocupação das unidades de alojamento, face a igual período de 2014, com um aumento de 28,2 por cento, com os turistas espanhóis a protagonizarem esta subida. No último mês de
Estes são valores que, para o presidente da Câmara Municipal, António Miguel Pina, refletem o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, quer pela Autarquia, quer pelos empresários ligados ao turismo do concelho, no sentido de qualificar a oferta de Olhão nesta área. “Olhão dispõe, cada vez mais, de uma oferta apetecível em termos de alojamento, liderada pelo hotel de 5 estrelas, mas também acompanhada por um aumento em termos quantitativos e qualitativos no que diz respeito aos Alojamentos Locais. Se a isto acrescentarmos a superior oferta em termos de restauração de que dispomos, a par da inigualável beleza natural do concelho, os dados estão lançados para que, cada vez mais, Olhão seja um destino de eleição para o turismo algarvio, doméstico e estrangeiro”, enfatizou o edil .
2015, a taxa de ocupação global média por quarto das unidades hoteleiras e empreendimentos turísticos do Algarve foi de 32,3 por cento, revelando um aumento de 11,1 por cento face ao registado em dezembro de 2014. O volume de negócios aumentou acima do verificado na ocupação, tendo registado uma subida de 13,7 por cento em termos homólogos. Em relação à proveniência dos
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LUSITANO GINÁSIO CLUBE MONCARAPACHENSE INAUGURA RELVADO SINTÉTICO logisticamente, e um particular, que cedeu uma faixa de terreno, para onde se expandiu o recinto do Mocarapachense. O contributo da Autarquia surge no âmbito de um protocolo celebrado com o clube, na ordem dos 250 mil euros. Este acordo prevê que sejam cedidos a outros clubes do concelho, em particular da freguesia, 50 por cento da taxa de ocupação do novo Campo da Torrinha.
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oi inaugurado, no dia 10 de janeiro, o novo relvado sintético do Lusitano Ginásio Clube Moncarapachense, um anseio antigo do clube de Moncarapacho que agora se concretizou com o apoio da Câmara Municipal de Olhão. O jogo de inauguração foi um amigável entre a equipa da casa e o Sporting Clube Olhanense.
Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal, António Miguel Pina, felicitou o Lusitano Ginásio Clube Moncarapachense pela nova «casa» e aproveitou para sublinhar o investimento contínuo que a Autarquia tem feito na área do Desporto, e que se torna patente, uma vez mais, na atribuição desta verba ao Moncarapachense, “para que não só este como outros clubes do concelho disponham de condições condignas para a prática da sua atividade desportiva” .
O novo campo de relvado sintético é uma requalificação do anterior pelado, e é fruto de uma colaboração entre o clube, a Câmara Municipal de Olhão, a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta, empresas locais, que colaboraram 47
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ATUALIDADE ORÇAMENTO DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO PARA 2016 DÁ PRIORIDADE À AÇÃO SOCIAL, EDUCAÇÃO E DESPORTO
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Câmara Municipal de Vila Real de Santo António definiu, para 2016, um orçamento de cerca de 41 milhões de euros, onde volta a ser dada prioridade às áreas da educação, ação social, saúde e desporto. O pelouro da ação social destaca-se ao receber uma verba de 1,1 milhões de euros, mantendo a generalidade dos apoios que vêm sendo prestados. Nesta área, ganham relevo os programas de apoio à
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habitação e de reabilitação dos bairros de habitação social, que serão dotados com meio milhão de euros. Também os projetos sociais nas áreas do apoio alimentar, no auxílio à compra de medicamentos e no apoio à terceira idade são contemplados com uma verba próxima dos 100 mil euros. Já os programas de saúde municipais recebem um investimento de 150 mil euros, onde 48
familiarmente responsável”, destaca Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.
se destaca o projeto de cuidados de saúde «Cuidar», através do qual já foram realizadas duas centenas de cirurgias oftalmológicas e mais de 2500 consultas. O setor da educação volta a ser prioridade, sendo contemplado com 1,5 milhões de euros. Nesta área, mantémse o programa de atribuição gratuita de livros escolares a todos os alunos do primeiro ciclo residentes no município ou que frequentem as escolas do concelho. Ainda neste pelouro, somam-se os apoios ao nível das refeições, transportes escolares, recursos humanos, atividades extracurriculares e obras de requalificação do parque escolar. Relativamente ao desporto e ao apoio a clubes e coletividades, o orçamento municipal de VRSA reserva para 2016 uma dotação de 1,4 milhões de euros, onde se insere a cedência dos espaços municipais para a prática desportiva, bem como o transporte dos atletas e coletividades.
O orçamento para 2016 destina igualmente 15,8 milhões de euros para a adesão voluntária do município ao Fundo de Apoio Municipal. Com esta medida, a autarquia prossegue a sua política de consolidação das finanças municipais, cumprindo os seus compromissos e injetando liquidez na tesouraria. Estas medidas juntam-se ao Plano de Contenção Financeira da Câmara Municipal de VRSA, em vigor há mais de quatro anos, que já permitiu uma poupança superior a 12 milhões de euros, resultado da aplicação de uma centena de medidas. Através deste conjunto de ações, está cumprido um dos principais objetivos deste executivo que era regularizar e normalizar a situação económico-financeira da autarquia, respondendo de uma forma eficaz à situação conjuntural de crise, que foi o fator responsável pela redução das receitas municipais nos últimos cinco anos .
A par destes investimentos, a empresa municipal VRSA SGU encontra-se a finalizar a maior obra pública jamais realizada no concelho - avaliada em mais de 30 milhões de euros – que colocou um ponto final aos esgotos não tratados no Rio Guadiana e requalificou todas as redes de abastecimento de água. “Sem abdicar de qualquer das suas políticas sociais e dos apoios na área da educação e da saúde, a autarquia vilarealense continua a colocar-se ao lado de quem mais precisa, medidas que lhe voltaram a conferir, pela sétima vez consecutiva, o prémio de autarquia 49
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agenda MÁRCIA APRESENTA NOVO ÁLBUM EM LOULÉ
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reconhecida intérprete Márcia ruma a Loulé no próximo dia 23 de janeiro, sábado, pelas 21h30, para apresentar «Quarto Crescente», o seu terceiro álbum de originais, num concerto que promete ser marcante. Neste novo trabalho existe «A Insatisfação» (primeiro single) ou «A Urgência», mas também um «Ledo Sorriso» ou um «Bom Destino». O disco, editado a 15 de junho de 2015, foi produzido por Dadi Carvalho, músico e produtor brasileiro (conhecido pelos trabalhos com os Tribalistas, Marisa Monte, Carminho e Caetano Veloso), por Filipe C. Monteiro e pela própria Márcia, e sucede aos aclamados «Casulo», editado em maio de 2013 e eleito pela revista Blitz um dos discos do ano, e «Dá» (2010). Este último teve uma nova edição em novembro de 2011, na qual, ao alinhamento original, se juntou o tema «A pele que há em mim (quando o dia entardeceu)», em dueto com JP Simões, o qual já ultrapassou no Youtube os dois milhões de visualizações e valeu a Márcia uma nomeação para os Globos de Ouro.
cantora e compositora, mesmo que ao princípio a música não passasse de um hobby sugerido pela guitarra do irmão. Esse passatempo foi conquistando cada vez mais espaço e em 2002 frequenta a Escola de Jazz do Hot Club. Foi em 2009 que Márcia se estreou em nome próprio com um EP de cinco temas intitulado Márcia, publicado pela Optimus Discos. Algum público mais atento já a reconheceria como uma das vozes do Real Combo Lisbonense, do qual fez parte entre 2008 e 2012 .
Márcia queria ser pintora e cursou BelasArtes mas fez também tangentes ao cinema. Talvez seja por isso que a sua música tem a delicadeza de um traço numa página em branco ou invoque cores pintadas com paciência numa tela, criando-nos imagens tão fortes na cabeça. Márcia, na verdade, descobriu-se como
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ARTES E OFÍCIOS SÃO TEMA DE DESAFIO FOTOGRÁFICO EM SÃO BRÁS permitindo pôr a descoberto alguns dos mais antigos e valiosos valores do Algarve, tantas vezes desconhecidos, aproximando os fotógrafos, amadores ou profissionais, do património da sua Terra. A relação com o tema das Artes e Ofícios, a qualidade técnica, a criatividade e a originalidade são os quatro critérios em avaliação pelo júri do concurso, composto por cinco elementos.
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Câmara Municipal de São Brás de Alportel lança, no mês de fevereiro, o Desafio Fotográfico «Algarve Genuíno, Artes e Ofícios», dirigido a todos os enamorados da fotografia, e que culminará com uma exposição no Centro de Artes e Ofícios, para dar a conhecer uma seleção dos melhores trabalhos fotográficos apresentados. O Desafio pretende descobrir novos olhares e registos de fotógrafos amadores ou profissionais sobre as artes e ofícios da região algarvia, sendo esta a temática do concurso que decorre de 1 a 29 de fevereiro.
Os vencedores serão conhecidos no dia 31 de março e a entrega dos prémios realizar-se-á no dia 8 de abril no Centro de Artes e Ofícios, aquando a inauguração da exposição «Algarve Genuíno, Artes e Ofícios», com uma mostra dos melhores trabalhos a concurso. Cada participante pode apresentar o máximo de três fotografias em formato digital, a preto e branco ou a cores .
Com esta iniciativa procura-se estimular a observação, o interesse e a curiosidade dos participantes, pelo património imaterial das terras do sul de Portugal, 51
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agenda CINE-TEATRO LOULETANO RECEBE VI MOSTRA DE CINEMA DA AMÉRICA LATINA
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ntre os dias 28 e 31 de janeiro (quintafeira a domingo), o Cine-Teatro Louletano recebe pela primeira vez a Mostra de Cinema da América Latina, numa parceria com a Casa da América Latina em Lisboa, na sequência da apresentação da 6ª edição da Mostra, em Lisboa, no Cinema São Jorge, em dezembro de 2015. Será a primeira vez que esta Mostra é realizada fora da capital, levando assim a mais recente produção cinematográfica latinoamericana a outros pontos do país.
chileno La mujer de barro, de Sérgio Castro, distinguido nos Festivais de Sundance e de Turim. O programa da Mostra em Loulé começa no dia 28 de janeiro (quinta-feira), pelas 18h, com o filme El Clan (Argentina/Espanha, 2015, 108’), seguindose no dia 29 (sexta-feira), às 21h, a película Que horas ela volta? (Brasil, 2015, 111’). No dia 30 de janeiro (sábado), há duas sessões: Esther en alguna parte (Cuba/Perú, 2013, 84’) às 17h e Francisco de Buenos Aires (Argentina/Itália, 2014, 72’) às 21h. No último dia, 31 (domingo) há novamente duas exibições, com os filmes Las sufragistas (México, 2012, 77’) às 17h e La mujer de barro (Chile/Argentina, 2015, 90’) às 21h .
O grande destaque vai para dois filmes indicados para Óscar de Melhor Filme Estrangeiro: El Clan (Argentina), thriller policial de Pablo Trapero, que venceu o Leão de Prata para Melhor Realizador em Veneza; e Que Horas Ela Volta? (Brasil), realizado por Anna Muylaert e premiado nos festivais de Sundance (Prémio do Júri) e de Berlim (Prémio do Público). Outros exemplares da excelência do cinema latino-americano serão estreados nesta Mostra, como é o caso de Las Sufragistas, documentário irrepreensível sobre a luta das mulheres mexicanas pelo direito ao voto, realizado por Ana Cruz, ou ainda do
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A IDENTIDADE DO ALGARVE EM EXPOSIÇÃO EM LAGOA
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o âmbito do tema do ano 2016 «A Nossa Gente a Nossa Identidade», a Câmara Municipal de Lagoa, em parceria com a RAalg – Rede de Arquivos do Algarve, apresenta a exposição «A Identidade do Algarve: forais, alvarás e cartas régias», que estará patente até 26 de fevereiro, no Convento de S. José, em Lagoa. A mostra permite conhecer a evolução da administração régia da região e a consequente formação dos concelhos que integram o distrito de Faro, que começou na segunda metade do século XIII, apenas se concluindo já no período republicano. A reprodução dos exemplares originais da documentação que deu origem à criação dos atuais 16 concelhos, dá a conhecer uma faceta da história desta região, com os interesses sociais, económicos e políticos que prevaleceram na delimitação geográfica administrativa ao longo dos tempos. constituem o distrito de Faro? A estas perguntas responde a exposição da RAalg – Rede de Arquivos do Algarve, que tem por missão a valorização dos arquivos como sistemas de informação essenciais às organizações, promover a preservação, gestão e divulgação do património arquivístico algarvio, através da criação de projetos com qualidade técnico-científica no âmbito da arquivística, refletindo boas práticas, normalização e capacidade de concretização .
Desde a recuperação da população cristã do território algarvio que o Algarve foi tradicionalmente reconhecido como uma região distinta do restante território nacional. Tal pode ser constatado pelo exemplo do simples facto de, ainda no início do século XIX, os selos postais para esta região serem ao custo dos para o estrangeiro e não ao do para outras regiões do país. Quais foram as estratégias políticas para a organização administrativa desta região? Quando, como e porquê foram criados os concelhos que atualmente
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agenda VIRGEM SUTA ATUAM EM SILVES
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duo de Beja Virgem Suta, composto por Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo, vem a Silves nos dias 28 e 29 de janeiro, para participar na rúbrica Lado B. Esta atividade é promovida pela Câmara Municipal de Silves e integra a Programação Cultural em Rede (Biblioteca + Teatro). portuguesa «Olhos nos Olhos» e que, posteriormente, teve uma nova versão com a participação especial de Manuela Azevedo, dos Clã. Lançaram, em 2015, «Limbo», o seu terceiro disco de originais, considerado o “retrato de uma estrada criativa onde as canções têm sempre mais do que um sentido”. Apesar de se autointitularem um grupo de música moderna portuguesa, a tradição e a portugalidade, que assumem, acompanham-nos e, com naturalidade, tocam adufe e cavaquinho. Aliado a isto encontra-se a ironia, singular, que faz o seu público rir depois de desconstruir cada mensagem que as suas canções encerram.
No dia 28, pelas 21h30, os Virgem Suta estarão na Biblioteca Municipal de Silves para uma conversa à volta de livros, músicas e filmes que marcaram as suas vidas e, no dia seguinte, também pelas 21h30, subirão ao palco do Teatro Mascarenhas Gregório onde, num tom de brincadeira e ironia que os caracteriza, contarão histórias através das suas canções, como «Tomo Conta Desta Tua Casa», «Dança de Balcão», «Vovó Joaquina», «Maria Alice» e as mais recentes «Ela queria» e «Regra Geral». Relembre-se que esta dupla, que segue o instinto e a vontade única de fazerem a «sua música», marcada pela energia, ironia e franqueza, sem concessões, teve como ponto de partida Linhas Cruzadas, música que integrou a banda sonora da telenovela
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ANA MOURA EM DOSE DUPLA EM FARO Portugal no dia 12 de março com um concerto no Pavilhão Multiusos de Guimarães e ruma depois a sul, onde atua na Arena D’Évora, dia 1 de abril. A MEO Arena, em Lisboa, recebe Ana Moura no dia 9 de abril e no dia 16 do mesmo mês é a vez do Coliseu do Porto. A artista segue depois para os Estados Unidos, para se apresentar em várias cidades, entre elas Boston, São Francisco e Nova Iorque, onde atua no lendário Carnegie Hall. De regresso ao continente Europeu, tem ainda concertos marcados na Alemanha, Suíça e Áustria.
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na Moura sobe ao palco do Teatro das Figuras de Faro, não uma mas duas vezes, isto porque o primeiro concerto, marcado para 2 de abril, esgotou por completo e houve oportunidade de agendar uma segunda data, dia 3 de abril às 18h30. Ana Moura inicia a digressão mundial de apresentação do seu mais recente álbum de originais «Moura» com um concerto em Aveiro, no dia 9 de janeiro. No dia 19 de fevereiro arranca a digressão internacional com um concerto em Paris, no Olympia, seguindo depois para o Luxemburgo e Roménia. A digressão chega às maiores salas de
Ana Moura é uma das maiores artistas portuguesas da atualidade. O álbum anterior, «Desfado», atingiu a quíntupla platina, conquistando a marca do álbum mais vendido em Portugal na última década. Ana Moura terminou um ano de sucesso com o lançamento do seu novo álbum de originais «Moura», que chegou à platina em apenas duas semanas, mantendo-se nos lugares cimeiros do top nacional de vendas desde então .
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CHEF AUGUSTO LIMA Consultor/Formador
FILETES DE CAVALA ALHADA SERVIDA EM CAMA DE BATATA-DOCE INGREDIENTES (PARA 4 PESSOAS) 2 unidades – batata doce média 1 folha – louro 1 – cebola roxa 500 gr – cavala 1/ 2 limão – sumo q.b. – azeite q.b. – orégão q.b. – alho q.b. – tomilho cabeçudo
COMO FAZER Assar a batata com casca. Arrefecer e descascar. Amanhar a cavala, cortar a cabeça e salgar (pouco sal). Fazer caldo com água, a casca da cebola, o tomilho cabeçudo e parte do azeite. «Escalfar» o peixe (assim que o caldo tiver fervido por alguns minutos, colocase o peixe e apaga-se o lume. O peixe cozerá apenas no calor do caldo. Tapado). Pode-se, querendo, «alimar» a cavala, no final. Cortar a batata em rodelas finas, colocar em prato, à volta do mesmo e por cima desta, os lombos de cavala e a cebola, em rodelas muito finas. Regar com azeite, o sumo de limão e o orégão. Pode também servir-se com algum do caldo, embebendo a batata. Escalfar – Técnica de cozer alimentos, adequada a produtos de pequena/média dureza e tamanho. Cozinhar em líquido (caldo, bebida, leite, infusão) a baixa temperatura, sem que a água ferva.
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SUGESTÕES MON COELHO CHIQUE Uma homenagem ao medronho, cinegéticas e espécies espontâneas do Concelho de Monchique
INGREDIENTES 1 – Coelho (selvagem ou caseiro); Q.b. – Cogumelos selvagens (qualquer); 2 – Marmelos; 2 – Cebolas médias; 4 dentes – Alho (grandes); 1 dl – Medronho; 1 dl – Azeite; 1 dl – Banha; 1 – Laranja grande; Q.b. – Colorau; Q.b. – Cominho em pó/grão; Q.b. – Carqueja (ramos e folhas); 1 Folha de Louro; 1 – Malagueta; Q.b. – Sal 100% natural Rui Semião
INGREDIENTES PARA A SALADA Q.b. – Folhas mix de alfaces; 1 – Cebola roxa; Q.b. – Medronhos frescos pequenos; Q.b. – Amêndoa laminada ou granulada; Q.b. – Azeite; 1 – Laranja grande
COMO FAZER O COELHO Se for bravo, selvagem, doméstico (cunicultura para uso pessoal), deve ser após amanhado, muito bem lavado e deixado a marinar por 24 horas. No caso de usar um coelho de compra (cunicultura intensiva), deverá igualmente ser bem lavado e não precisa de mais do que seis a oito horas de tempo de marinada. Separe o coelho por patas, dianteiras e traseiras e corpo. Corte em dois, pelas articulações, as pernas. Abra o corpo a meio, separe as duas partes e corte em quatro peças cada parte. Num recipiente, preferencialmente de inox, junte o coelho, o medronho, o colorau, a carqueja (ramos e folhas), o alho com casca, esmagado e o louro. Junte um fio de azeite e misture tudo muito bem. Reserve pelo tempo indicado em local fresco. No dia, aqueça num tacho a banha e o azeite e coloque os pedaços de coelho um a um, de modo a que fiquem bem selados. Diminua a temperatura, acrescente ½ dl de medronho, o sumo de uma laranja, dois alhos com casca, esmagados, a malagueta e deixe cozinhar, tapado, pelo tempo necessário a que fique tenro, sem nunca ficar seco (desidratado). Entretanto, corte, rapidamente, sem descascar, os marmelos em duas metades e cada uma delas em três gomos. Corte duas cebolas pequenas em gomos e salteie tudo em fio de azeite. Assim que caramelizados, adicione os cogumelos inteiros ou cortados em pedaços generosos se grandes. Acrescente o salteado ao coelho. Polvilhe com o cominho e as folhas de carqueja e misture com delicadeza. Sirva acompanhado com a salada especial.
COMO FAZER A SALADA Numa tigela (a que vai à mesa), junte as folhas de alfaces, a cebola cortada em meia-lua (meias rodelas) ou brunesa (cubinhos), como preferir e os medronhos, inteiros ou cortados a meio. Bata, muito bem, num outro recipiente, o sumo de uma laranja e um fio de azeite, até que se verifique uma emulsão. Junte ao preparado e envolva delicadamente. Polvilhe com as sementes e a amêndoa. 57
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SUGESTÕES CATAPLANA DE FIGOS, ESPECIARIAS E TOMILHO LIMÃO AL INGREDIENTES (PARA 4 PESSOAS) 300 gr Figo seco 2 Cebolas roxas 100 gr Amêndoa granulada/filetada 1 Limão grande (sumo e raspa) 1 Laranja grande (sumo e raspa) 2 Estrelas de anis 1 Canela (pau) 150 gr Mel silvestre/laranja/alfarroba/outro 1 dl Água ½ dl Medronho 1 folha de louro Q.b. Tomilho limão fresco
COMO FAZER Fazer sumo dos citrinos e recolher as raspas. Retirar os pedúnculos aos figos. Na Cataplana, colocar o mel, louro e especiarias, e deixar ferver, tapado. Juntar a cebola e deixar cozinhar por um minuto. Acrescentar o medronho e «pegar fogo», colocando um fósforo aceso junto ao preparado, assim que inicie fervura. Adicionar os figos, as raspas, os sumos e o tomilho. Tapar e levar a ferver por cerca de três a quatro minutos. Torrar a amêndoa e polvilhar o preparado.
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ANTÓNIO LOPES Head Sommelier Conrad Algarve
CONCEITO 2013 Classificação: Regional Duriense Região: Douro/ V.N. de Foz Côa Solo: xistoso Castas: Bastardo Vinificação: as uvas são transportadas para a adega em caixas de 20 quilos. Os cachos inteiros são transferidos para o lagar e pisados a pé. A encuba é feita imediatamente após o final da fermentação alcoólica Estágio: Oito meses em barricas de três e quatro anos de carvalho francês Enóloga: Rita Marques Álcool: 13,5% vol. Açúcar: inferior a 2 g/L pH: 3,45 Acidez: 5,8 g/L
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SUGESTÕES
QUINTA DA SEARA dORDENS 2013 Região: Douro Castas: 50% Malvasia Fina 30% Rabigato 20% Fernão Pires Vinificação: Contato pelicular a frio, prensagem com esgotamento parcial. Fermentação parcial em barricas de carvalho francês. 40% em cuba, betonaje com borras finas. Estágio: Estagiou 60% do vinho durante seis meses em barrica de carvalho francês e dois meses em garrafa. Álcool: 13,5% vol. Acidez total: 4,7 gr/dm3 pH: 3,36 Produtor: Sociedade Agrícola Quinta Seara D’ordens, Lda Enólogo: Luís Soares Duarte
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FICHA TÉCNICA DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P 8135-157 Almancil Telefone: 919 266 930 Email: algarveinformativo@sapo.pt Site: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal
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