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Quarteto Concordis uma paixão imensa pela música e pela guitarra Carnaval de Loulé voltou a sair à rua

Cine-Teatro Louletano de portas abertas à cultura 1

Bubba Brothers animam noites algarvias ALGARVE INFORMATIVO #44


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SUMÁRIO

6 Afinal ficou tudo na mesma… ou pior! Opinião Daniel Pina

8 Carnaval de Loulé Sociedade

16 Quarteto Concordis Cultura

24 Quando os nossos «fusíveis» fundem… Opinião Paulo Cunha

26 O A Crise de Confiança Opinião Paulo Bernardo

28 Prometido. Cumprido! Opinião José Graça

30 Algarve Cultural – Um ativo para o desenvolvimento regional Opinião Dália Paulo

32 Cine-Teatro Louletano Cultura

40 Bubba Brothers Animação

48 Atualidade 66 Sugestões ALGARVE INFORMATIVO #44

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OPINIÃO DANIEL PINA Diretor

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redução dos preços, o Estado inventa um novo imposto, ou aumenta os já existentes, de modo a não perder receitas. Receitas que servem para tapar os buracos orçamentais e para continuar a alimentar as gorduras do aparelho. É que nem sequer servem para apostar mais na Cultura, na Saúde, na Educação, nem sequer para promover mais e melhor Portugal em termos turísticos. É dinheiro que vão tirar aos bolsos dos portugueses para disfarçar os erros estratégicos cometidos pelos governantes há não sei quantos anos, para ajudar a pagar os elefantes-brancos que se construíram nas últimas décadas, e mais aqueles que ainda pensam em construir. Mas a minha rabugice fica ainda pior quando o novo governo teima em continuar a dizer que a austeridade acabou, aliás, adaptaram ligeiramente o discurso, afinal não terminou ainda, mas começamos a caminhar para o fim da austeridade. Só que não foi bem isso que o PS prometeu durante a campanha para as Legislativas. Tudo bem que aumentaram o salário mínimo, que vão aplicar mais impostos aos ricos, aos bancos, às grandes empresas, que cumpriram algumas das suas promessas eleitorais. Contudo, basta uma medida ou duas como esta subida do ISP para os portugueses ficarem outra vez na mesma, ou ainda pior do que estavam. E quando começam a falar no início do fim da austeridade, do primeiro passo para isto ou para aquilo, eu lembro-me logo da conversa de senhores que estiveram anteriormente na cadeira do poder, de que estávamos a entrar na fase final da espiral recessiva, de que se tinha começado a inverter o ciclo negativo, de que já se começava a vislumbrar uma possível luz ao final do túnel. Quando os governantes aderem a este discurso que nem é branco nem preto, que nem é carne nem peixe, que se está a dar o primeiro passo para o início do arranque do pontapé de saída para o sinal de partida para isto ou aquilo, dispara logo em mim uma carrada de sinais de alerta a avisarem-me que, pelos vistos, mudam os partidos, mas ficamos todos na mesma… ou pior .

ste fim-de-semana podia vir o Papa Francisco a Portugal, podia cair um arranha-céus no centro de Lisboa ou Porto, podia outro antigo governante ou banqueiro de elite ser preso, podia até aumentar de forma disparatada o preço dos combustíveis, que tudo era ofuscado pela derrota do Benfica perante o Porto em pleno Estádio da Luz. Andavam os tais seis milhões de adeptos convencidos da vida que o tricampeonato já estava no papo, depois de terem chegado finalmente ao topo da classificação geral, para, como diz boa parte da imprensa, terem descido à terra com o desaire de sexta-feira. Sobre isso não me vou alongar mais, até porque, à hora que escrevo isto, o «meu» Sporting ainda não jogou com o Nacional da Madeira no Estádio da Choupana e já todos aprendemos que é melhor não atirar foguetes antes da hora, não vá depois termos que engolir em seco mais um sapo. Portanto, não sou daqueles que só segunda-feira é que vai reparar que o preço dos combustíveis aumentou outra vez, em virtude da subida do ISP em seis cêntimos por litro. Mas o mais ridículo é que esta subida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos acontece para compensar a descida das cotações do petróleo nos mercados internacionais, o que gerou uma perda de receitas para o Estado. O aumento total dos combustíveis deverá rondar os 7,38 cêntimos por litro, traduzindo-se em mais cerca de 400 milhões de euros de receitas para o Estado este ano, que teve que inventar medidas-extra de austeridade para agradar a Bruxelas, caso contrário, não havia Orçamento de Estado para ninguém. E se já fazia confusão a toda a gente o facto do preço dos combustíveis não acompanhar a descida, para níveis históricos, do petróleo, agora, pelos vistos, deixou de fazer sentido a lei da procura e oferta dos mercados, uma das bases de todos os ensinamentos sobre Economia. Ou seja, a livre concorrência entre empresas e as vontades dos mercados internacionais deixam de interessar porque, mesmo que isso conduza a uma

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SOCIEDADE

CARNAVAL DE LOULÉ O corso mais antigo de Portugal saiu à rua O Carnaval mais antigo de Portugal voltou a trazer à cidade de Loulé largas dezenas de milhar de visitantes, nos dias 6, 7 e 9 de fevereiro, naquela que foi a sua 110.ª edição. A sátira política foi uma constante, com as recentes eleições legislativas a colocarem novos personagens nas cadeiras do poder, mas o mundo do futebol também foi alvo de uma atenção especial. Uma festa que há muito deixou de ser amadora e de cariz popular e que se tornou num dos principais cartões-de-visita da animação do concelho de Loulé e da região algarvia. Texto:

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Avenida José da Costa Mealha, em Loulé, recebeu, nos dias 6, 7 e 9 de fevereiro, o mais antigo corso carnavalesco do país, já sua 110ª edição, desta vez subordinado ao tema «O Grande Naufrágio». Com os piratas a serem os atores principais da festa, estiveram 17 carros alegóricos em ação com a sua habitual sátira política, sempre bem secundados pelas escolas de samba, os grupos de animação em representação de algumas coletividades do concelho, os cabeçudos, os gigantones, e entre outros motivos de interesse, tudo isto envolvendo cerca de 700 figurantes. As figuras da política e do desporto e os casos que marcam a atualidade foram os protagonistas dos desfiles, com o Capitão António «Gancho» Costa a surgir ao leme de um barco pirata cor-de-rosa, de espada em punho, tal como o Capitão Pedro «Gancho» Passos Coelho, que durante quatro anos foi o terror dos mares, e agora se encontra à deriva. Em barcos menores vislumbravam-se mais dois piratas, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Já no barco presidencial, o Capitão Marcelo Rebelo de Sousa era acompanhado no mar por Maria de Belém, uma das suas opositoras nesta corrida a Belém, pelo atual Presidente da República, Cavaco Silva, e pelos exChefes de Estado, Jorge Sampaio e Mário Soares, todos dentro de barris que boiavam nas águas eleitorais. Para além dos tradicionais ícones do mundo desportivo, o desfile contou também com uma carro dedicado ao Professor José Baptista, artista plástico que durante anos colaborou na organização deste Carnaval. No corso estiveram igualmente presentes a Escola de Samba «Vai quem quer» de Estarreja, a Escola de Samba «Tribal», a Escola de Samba «Independentes da Vila», a Escola de Samba Paraíso Tropical de Penafirme da Mata, a Escola de Samba Vila Régia e a Escola de Samba «Os Cariocas».

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Um edil que, no Carnaval da sua infância, fez muitos milhares de flores de papel, “mas essa tradição, essa espontaneidade e adesão amadora, perderam-se um pouco com o tempo”. “Hoje, o Carnaval é um evento muito profissional, organizado e institucional”, compara o edil, recordando um tempo em que os habitantes se reuniam à porta fechada para criar os carros das suas coletividades. “Os de Quarteira traziam um carro, os de Alte e Benafim também, era uma festa vivida de forma mais genuína pelas pessoas. A vida mudou e o Carnaval não escapou, naturalmente, a essa mudança dos tempos”.

E, no ano em que o Carnaval de Loulé assinalava os 110 anos de existência, a autarquia local voltou a associar o corso a causas solidárias, com 50 por cento das receitas arrecadadas com a bilheteira a serem atribuídas a instituições e a projetos sociais. “Essa é uma tradição que foi retomada, que se prende com o espírito que esteve presente na primeira edição do Carnaval de Loulé, em 1906, quando as receitas reverteram para o chamado «Bodo aos Pobres». Hoje, uma parte significativa da receita é destinada às várias IPSS do Concelho que colaboram com a Câmara na implementação das políticas sociais que neste momento estão muito presentes”, frisou o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo.

Vítor Aleixo assegurou ainda que os três corsos organizados no 13

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concelho – Loulé, Quarteira e Alte – convivem perfeitamente, até porque cada um tem a sua própria filosofia. “Colaboramos com todas as iniciativas carnavalescas, o de Alte tem um cariz mais de interior, o de Quarteira tem um cenário magnífico, mas o investimento fundamental da autarquia, em termos de organização, de promoção e de meios financeiros e humanos, está centrado em Loulé”, indica, acrescentando que o facto do Carnaval, este ano, acontecer mais cedo do que o normal não causou mais dores de cabeça às equipas responsáveis pela montagem do evento. “A Câmara Municipal de Loulé tem um capital humano bastante rico, com pessoas muito experientes a organizar e a executar os diversos eventos de dimensão nacional e internacional que a autarquia promove. É uma situação que não nos traz constrangimentos e até houve edições que aconteceram mais encostadas à festa do Réveillon”.

edição do Carnaval Infantil. “É uma iniciativa com uma participação muito impactante de todas as escolas e aí há que destacar o papel quer dos pais das crianças que colaboram na preparação dos trajes e, naturalmente, dos professores”, enaltece o presidente da Autarquia. Na segunda-feira à noite, as atenções centraram-se no «Palácio» do NERA, onde teve lugar o famoso «Baile de Gala do Carnaval». No plano desportivo, o CIMAV – Clube Internacional da Marina de Vilamoura organizou também o 42.º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro, aberta aos barcos das classes 420, (II) PAN 470, Snipe, F18, Dart 18, Laser 4.7, Laser Radial, Laser Standar Finn, 49er, 49er FX. No Domingo Gordo de manhã, a Avenida José da Costa Mealha foi palco de mais uma Prova de Atletismo e de Marcha Passeio de Carnaval, numa organização conjunta da Autarquia de Loulé e Associação de Atletismo do Algarve. Já na manhã do dia de Entrudo, a muito animada Corrida Carnavalesca das Barreiras Brancas desceu à cidade para mais um momento hilariante nesta grande festa de Carnaval .

A par do desfile, a organização do Carnaval de Loulé promoveu um vasto programa de animação durante estes dias. Assim, na sextafeira de manhã, dia 5 de fevereiro, as escolas públicas e privadas do 1.º Ciclo e Pré-Escolar do Concelho de Loulé participaram em mais uma

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CULTURA

QUARTETO CONCORDIS Uma paixão imensa pela música e pela guitarra Com mais de uma década de existência, o Quarteto Concordis não é dos projetos musicais mais mediáticos da região algarvia, mas será, por ventura, dos mais talentosos. Um paradoxo de simples explicação: tocam música de câmara, à guitarra, sem uma vocalista de aspeto vistoso, em espaços intimistas e eventos específicos. Não admira, por isso, que atuem mais vezes no estrangeiro, ou em Lisboa e Porto, do que no Algarve, mas isso não impede estes quatro virtuosos da guitarra de se dedicarem de corpo e alma à música e ao instrumento que amam. Não para serem famosos ou ricos, mas para mostrarem aos outros as potencialidades da guitarra e o prazer que se pode retirar da sua execução. Texto:

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João Venda, Rui Mourinho, Rui Martins e Eudoro Grade, o Quarteto Concordis, na sede do Club Farense, em Faro

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profissionais dos seus elementos. O projeto foi retomado mais tarde, em 2005, desta feita com Eudoro Grade, Rui Mourinho, Fernando Ponte e Rui Martins, figurino que se prolongou até 2012, 2013, quando Fernando Ponte optou por sair, por dificuldade de gestão das várias agendas, sendo substituído por João Venda.

Quarteto Concordis nasceu por iniciativa de Eudoro Grade, com o propósito de abordar, de uma forma original e variada, o vasto reportório existente para a música de câmara executada por guitarra, mas também de divulgar novas obras, num contexto de diferentes estilos e linguagem musicais. Para tal convidou mais três instrumentistas de elite, mas a formação original durou pouco tempo por questões pessoais e

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Quatro guitarristas com formação superior na música e no instrumento, não estamos propriamente a falar

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daqueles jovens que aprendem a tocar com os amigos nos recreios do liceu ou sozinhos, debruçados nos livros ou na internet. Quatro homens com os seus próprios projetos a solo dentro da área clássica e de música de câmara, a par das facetas de professores, e que decidiram unir-se simplesmente pelo prazer de tocarem em conjunto, explica Rui Mourinho. “Nunca nos preocupamos em ser famosos, mas sim em continuarmos a aprender uns com os outros e em mostrarmos o nosso trabalho a quem estivesse interessado. Claro que a atual conjuntura económica tem sido bastante ingrata para a cultura e as oportunidades de tocar em Portugal diminuíram, ao contrário do que tem sucedido no plano internacional, onde as solicitações aumentaram nos últimos anos”, analisa o entrevistado.

câmaras municipais e estas têm sentido fortes constrangimentos económicos. Há dois anos estivemos no Festival Internacional de Guitarra de Lagoa, um evento superinteressante que aconteceu numa antiga adega e a sala estava cheia e com um ambiente espetacular. Público há, falta é uma programação mais consistente e que seja devidamente divulgada”, afirma. Eventos que têm públicos de todos os tipos e feitios, melhor dizendo, de todas as idades e nacionalidades, outro aspeto em que Rui Mourinho prefere não entrar em estereótipos. “O programa que apresentamos não é direcionado para uma elite, é um repertório que qualquer pessoa pode compreender e sentir prazer a escutar. Não tocamos nada de uma complexidade tal que necessite de um código para o perceber”, afiança. Seja como for, escolher o repertório não é tarefa fácil, envolve bastante pesquisa, prossegue Rui Mourinho. “O ano passado começamos a interpretar uma «fantasia» de um compositor inglês baseada em temas da ópera Carmen, de Bizet. Tocamos igualmente temas do Carlos Paredes, com arranjos do compositor algarvio Pedro Louzeiro, com os quais qualquer português se identifica e que fazemos questão de incluir nos nossos espetáculos realizados no estrangeiro”.

Rui Mourinho não é daqueles, porém, que entra em generalizações exageradas de que os portugueses só gostam de música pimba, fado ou pop/rock anglo-saxónico. “As pessoas têm gostos muito abrangentes, têm interesses diversificados, não têm é tempo para consumir produtos culturais. Chegam ao fim do dia cansadas a casa e sem grande disponibilidade para ir ver um concerto ou recital”, aponta, ainda que reconheça que este projeto está direcionado para espaços específicos e mais intimistas. “O Algarve possui diversos equipamentos propícios a este tipo de concerto, mas tudo depende dos programadores e das

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Programas que, imagine-se, já incluíram temas de Queen ou da série televisiva «The Simpsons», tudo pode ser adaptado para demonstrar a versatilidade da guitarra, quando bem executada. E todas as «armas» são importantes para cativar a assistência durante os concertos, isto porque as pessoas estão habituadas a ouvirem música tocada por diferentes instrumentos em simultâneo e acompanhadas por voz. “Na nossa ótica, um espetáculo ao vivo implica comunicação entre os músicos e quem nos está a ouvir e estamos sempre a interagir com eles. Não podemos ter aquela postura de músicos distantes, que chegam, sentam-se, tocam e vãose embora. Nós falamos sobre a história do programa, pormenores, curiosidades e as pessoas respondem muito bem a isso. Mesmo no pop/rock, dizemos que vamos «ver» um concerto, não «ouvir», porque necessitamos dessa interação”, descreve.

Crescer com a música Conforme referido anteriormente, os integrantes do Quarteto Concordis, para além de músicos, são também professores, maridos, pais, o que complica a gestão, como se adivinha, das diversas agendas. Pior do que isso, estão espalhados, em termos de residência, um pouco por toda a região, contudo, conseguem reunir-se pelo menos uma vez por semana para ensaiar. “Obviamente que há ainda o trabalho de manter atualizado o repertório que possuímos e explorar coisas novas, para além do debate de ideias, porque somos quatro pessoas diferentes. Tocar acaba por ser o mais fácil, todos sabemos o que temos que fazer em palco”, assume Rui Mourinho.

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João Venda, Rui Martins, Eudoro Grade e Rui Mourinho durante o processo criativo

Brincadeiras em tom sério, com um enorme respeito pela música e pelo público, afiança o guitarrista, sem esconder a paixão que nutre por esta arte e por este instrumento em particular. Um amor e diversão que, acrescenta, se estendem às próprias aulas que os quatro dão. “Temos alunos com diferentes ritmos de aprendizagem, como é natural, mas queremos ensinar-lhes o prazer que podem retirar da música. Esta partilha, respeito e diversão existem, tanto na nossa atividade enquanto docentes, como a tocar, seja a solo ou no quarteto”, salienta, antes de revelar que o grupo está em laboratório em processo de gravação e que, mais uma vez, não estão preocupados

A familiaridade com o repertório facilita, então, a química durante as atuações, são quatro homens experientes, com formação superior, uma sensibilidade extremamente afinada para a música. Daí que o entrevistado revele que as interpretações não são estáticas, antes pelo contrário, são bastante dinâmicas. “Às vezes estamos a tocar uma obra e um elemento faz uma pequena nuance porque sentiu algo naquele momento e, graças ao nosso entrosamento, os outros respondem de acordo. São pormenores, uma articulação diferente numa linha melódica, piadas internas que nos deixam de sorriso nos lábios e essa diversão passa para a plateia”, aponta Rui Mourinho.

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com vendas ou retornos financeiros do disco de estreia.

“Sou docente há 16 anos e já vi de tudo. Tive alunos que seguiram para cursos superiores de música e, hoje, são meus colegas, outros optaram por percursos completamente distintos. O Vítor Bacalhau, por exemplo, foi meu aluno e está a fazer um trabalho

E como estamos a falar de quatro professores, será que teremos mais guitarristas de eleição a caminho ou as novas gerações preferem atividades mais estáveis em termos económicos? ALGARVE INFORMATIVO #44

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fantástico na área do blues, o que me deixa bastante orgulhoso. Eu próprio comecei a estudar com o Eudoro”, conta. “Nós mostramos-lhes como é que isto funciona e o que é que se pode fazer com isto, o resto é com eles. A única coisa que não queremos é que um aluno chegue ao final do

curso e diga que não gosta de música. Isso sim é frustrante, significa que não conseguimos transmitir a nossa mensagem”, reforça um dos membros fundadores do Quarteto Concordis.

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OPINIÃO QUANDO OS NOSSOS «FUSÍVEIS» FUNDEM… PAULO CUNHA

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oi sem grande surpresa que, mais uma vez, ouvi noticiado num canal televisivo que “Um estudo realizado com cerca de mil professores de escolas portuguesas revelou que 30% dos docentes padeciam da síndrome de burnout, ou seja, estavam exaustos emocionalmente e sem qualquer sentimento de realização profissional”. Este estudo levado a cabo durante três anos, entre 2010 e 2013, por uma equipa de investigadores do ISPA - Instituto Universitário teve como base os resultados obtidos na inquirição feita a cerca de mil docentes que davam aulas a alunos do 2.º, 3.º ciclos e ensino secundário. Tendo como objetivo perceber se existiriam mais docentes em stress ou em burnout, no final verificou-se que 30% dos professores estavam em burnout, uma percentagem que fica um pouco acima dos números habituais registados nos outros países, que rondam entre os 15 e os 25%. Apurou-se também que a maior parte dos docentes em burnout são mais velhos, têm vínculo à função pública e dão aulas no ensino secundário. O estudo revelou ainda que existem entre 20 a 25% de docentes que sofrem de stress, ansiedade e depressão. Convém também referir que o estudo foi feito numa altura em que se registaram algumas mudanças, tais como a avaliação de professores, o aumento de alunos por sala de aula ou o aumento da idade de reforma. Não sendo exclusiva do sistema educativo, esta maleita afeta também todas as profissões com contacto constante, direto e prolongado com pessoas, aliado também a uma dedicação exacerbada à atividade profissional. Tendo em conta todas as mudanças sociais e políticas, o burnout começa já a ser um problema social de extrema relevância devido à exaustão emocional e falta de realização profissional. Afeta não só o professor, mas também o contexto educacional, uma vez que o

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mal-estar sentido pode originar problemas de saúde, perda de motivação, irritabilidade, aumento dos níveis de absentismo e abandono da profissão, o que pode interferir na realização dos objetivos pedagógicos propostos. A síndrome burnout (do inglês to burn out, queimar por completo) é um processo lento que se vai instalando e acaba por ser detetado quando a exaustão ultrapassa um determinado limite, a realização profissional diminui e o cinismo aumenta, altura em que muitos já não têm força para se controlar. Acontecendo, por norma, a meio da carreira, entre os dez a quinze anos de atividade, é típico em pessoas altruístas que se dedicam muito ao emprego e pode ser afetado por outras características individuais, como por exemplo o estado civil, sendo mais propensos os não casados ou sem relação afetiva estável. Os sintomas psicológicos do burnout podem ser um cansaço extremo, falta de paciência para atender os outros, o que é grave em profissões de ajuda como os bombeiros, polícias ou médicos. Atitudes depressivas, irritabilidade, autoagressividade ou heteroagressividade, sensação de vazio e cansaço físico e emocional extremo são outros sintomas. Tendo mais de três décadas de interação, observação e análise do sistema educativo onde, profissionalmente, me insiro, tenho na apresentação e análise destes dados um motivo de preocupação acrescido, pois enquanto professor e encarregado de educação aflige-me e preocupa-me constatar que um em cada três professores portugueses está em burnout. De que serve, e a quem serve ter as luzes do conhecimento apagadas? É que com os “fusíveis fundidos” não há luz que se acenda na aprendizagem dos nossos alunos. Para bom entendedor… .

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OPINIÃO A CRISE DE CONFIANÇA PAULO BERNARDO Empresário

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oje, os doentes não acreditam nos médicos e vão confirmar na internet. Hoje, o doente não acredita no medicamento e vai confirmar na internet. Hoje, o aluno não acredita no professor e vai confirmar na internet. Hoje, o povo não acredita nos políticos e vai reclamar na internet. Hoje, o povo não acredita na polícia e reclama na internet. Hoje, todas as religiões desconfiam das outras e geram desconfiança. Hoje, os clientes não acreditam nos bancos e reclamam. Hoje, ninguém acredita na economia e desiste de fazer algo. A crise é, essencialmente, de confiança e sem confiança o mundo não pode melhorar. Hoje, vivemos à volta da internet, meio fabuloso de conhecimento, mas ainda maior de desconhecimento, de lançamento de dúvidas e teorias da conspiração. Não me venham acusar de ser contra a internet, pois muito do meu negócio existe graças a ela. Mas temos sim que ser contra o mau uso da internet e contra a falta de cultura que a própria gera. E sem cultura é fácil gerar desconfiança e a desconfiança gera medo e o medo gera dois sentimentos, ou a reação ou a inação. A reação cria guerras e a inação faz com que as pessoas sejam facilmente controladas. Assim, o mundo atual tem estes dois fatores bastante presentes, guerras em locais que há pouco tempo seria impensável e as massas completamente controladas pela inação. Soluções só existe uma: dar mais conhecimento e cultura a toda a população, pois não podemos viver numa época em que existe tanta informação e tão pouco conhecimento. Eu faço a minha parte tentando deixar um pouco do que sei a quem esta à minha volta, em primeiro lugar com a minha

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filha e sobrinhos. São eles a próxima geração e é nela que nos temos que focar. Não sei se vai ser o suficiente, mas fica o alerta: sem cultura, o mundo afunda-se rapidamente e não vejo uma solução. Contudo, acredito sempre na capacidade do mundo de se regenerar, por isso, desculpem esta visão um pouco pessimista mas possivelmente é da idade. Nota da semana: A vitória do Porto na Luz. Sou Benfiquista, mas tenho que dar os parabéns ao Porto por ter conseguido reagir aos seu problemas e vir ganhar a Lisboa. Também fico satisfeito por ver mais um treinador português a treinar um dos três grandes. A vitória também serviu para acabar com a confusão de quem estava em primeiro lugar no campeonato. Assim, tudo resolvido e prontos para mais uma semana de jogos europeus, que espero que traga três vitórias para as equipas europeias. Figura da semana: Mário Centeno, Ministro das Finanças de Portugal, não tem a vida fácil pois herdou um país que o anterior governo geriu sem qualquer respeito pelo povo de Portugal e respeito sim pelos donos do capital. Centeno quer inverter esta posição de estar de cócoras perante o capital e fazer que o país cresça. Objetivo que não é fácil e exige muito trabalho de negociação. Até agora tem levado o barco a bom porto e para os que dizem que é impossível mudar o sistema, vejam o que o atual presidente da Argentina Mauricio Macri fez nos poucos meses que tem de mandato .

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OPINIÃO PROMETIDO. CUMPRIDO! JOSÉ GRAÇA Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve

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Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses, sendo expetável que os distintos eleitos representem os interesses e as expetativas dos seus concidadãos, no cumprimento do programa eleitoral apresentado previamente e sufragado de forma universal, igual, direta, secreta e periódica. A Constituição da República Portuguesa, que comemora em abril quarenta anos de vigência, prevê que os partidos políticos concorrem para a organização e para a expressão da vontade popular, no respeito pelos princípios da independência nacional, da unidade do Estado e da democracia política. No caso concreto do Parlamento, as candidaturas são apresentadas, nos termos da lei, pelos partidos políticos, isoladamente ou em coligação, podendo as listas integrar cidadãos não inscritos nos respetivos partidos, sendo os deputados eleitos por círculos eleitorais geograficamente definidos na lei, por forma a assegurar o sistema de representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt na conversão dos votos em número de mandatos. Já abordámos aqui o papel central desempenhado pela Assembleia da República, centralidade essa reforçada num cenário em que nenhuma das forças partidárias, partidos ou coligações, logrou alcançar maioria absoluta, como é o caso atual. Ultrapassado o primeiro processo de constituição de Governo, que não conseguiu obter a necessária aprovação do seu Programa, Portugal vive nos dias que correm uma situação inédita, que é ter como Primeiro-Ministro alguém que não venceu as eleições, mas cuja capacidade de diálogo e negociação permitiu alcançar uma maioria de apoio entre os 230 deputados. Já era uma prática frequente na Europa e poderá ser uma realidade em Espanha no futuro próximo! Contudo, recentremos esta crónica no papel desempenhado pelos deputados no exercício das suas funções. Os deputados exercem livremente o seu mandato, sendo-lhes garantidas condições adequadas ao eficaz exercício das suas funções, designadamente ao indispensável contato com os cidadãos eleitores e à sua informação regular. Constituem poderes dos Deputados, entre outros consignados no regimento da Assembleia da República, apresentar projetos de revisão constitucional; apresentar

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projetos de lei, de Regimento ou de resolução, designadamente de referendo, e propostas de deliberação e requerer o respetivo agendamento; participar e intervir nos debates parlamentares, nos termos regimentais; fazer perguntas ao Governo sobre quaisquer atos deste ou da Administração Pública e obter resposta em prazo razoável, salvo o disposto na lei em matéria de segredo de Estado; requerer e obter do Governo ou dos órgãos de qualquer entidade pública os elementos, informações e publicações oficiais que considerem úteis para o exercício do seu mandato; e, requerer a constituição de comissões parlamentares de inquérito. É neste domínio que gostaria de tecer algumas considerações sobre o exercício desses poderes ou, como foi durante muito tempo o caso, a omissão em relação aos seus deveres. Parece-nos desadequado que, após a eleição, os deputados das maiorias desapareçam do mapa ou só apareçam para tecer loas ao executivo da sua cor, numa clara atitude de procura de sobrevivência nas próximas listas. Pior, é a mudança drástica de atitude após perderem o poder executivo, passando a trabalhar que nem formiguinhas, levantando dúvidas e suspeições sobre todo e qualquer intenção de quem mereceu a confiança do povo para governar. Muito pior, é quando abordam matérias com as quais nunca se mostraram preocupados, parecendo até que nos últimos anos nunca estiveram ou foram deputados no Parlamento. Escuso-me de citar António Aleixo, porque a sabedoria popular saberá julgar e condenar estas atitudes e comportamentos no tempo certo! Por outro lado, apesar destes eleitos representarem todo o país e não os círculos por que são eleitos, não podemos deixar de sublinhar que os seus poderes são suficientes fortes para continuarem a defender os interesses e as expetativas dos seus concidadãos, seja através de projetos de resolução e de recomendação ao Governo. Doa a quem doer, porque as promessas são sempre para cumprir! . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966

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OPINIÃO ALGARVE CULTURAL – UM ATIVO PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL DÁLIA PAULO Diretora do Museu Municipal de Loulé

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oão Lúcio no poema «O Meu Algarve» enaltecendo as características da região escrevia: “Que fizeste este Céu para inspirar a Arte/ E lhe deste por isso o melhor sol do mundo”, este sol que décadas depois (quase) levou a que a identidade e o património regionais perigassem, porque foi “consumido” de forma pouco integrada e sustentada. Nestas últimas décadas vários foram os pensadores da região que vieram reforçar a necessidade de olhar para este território e para os seus recursos endógenos e finitos (como é o património) e valorizá-los – entre os quais José Eduardo Horta Correia, Francisco Lameira e o saudoso António Rosa Mendes. No dealbar deste milénio a estratégia regional começou a integrar o Património Cultural como um fator decisivo para a afirmação e desenvolvimento sustentável da região veja-se o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL) ou as criações de Gabinetes Técnicos Locais nas autarquias, que centravam a sua atuação sobretudo nos Centros Históricos das cidades. Um caminho que se pautou pelo aumento da qualidade de vida e do ambiente urbano, um dos fatores essenciais para a fixação/criação das indústrias culturais e criativas, aliás como define a Convenção Quadro do Conselho da Europa Relativa ao Valor do Património Cultural para a Sociedade (Convenção de Faro, 2005) que tem como um dos objetivos “a preservação do património cultural e a sua utilização sustentável têm por finalidade o desenvolvimento humano e a qualidade de vida”, colocando o património ao serviço da sociedade na contemporaneidade. Os níveis de integração regional do património cultural numa estratégia transversal que vise a coesão territorial, a criação contemporânea, o emprego (também no sector criativo) e a economia, assim como a qualidade de vida ainda estão grosso modo por alicerçar e por congregar numa linha comum de atuação que seja transversal a um ordenamento do território sustentado e inteligente (o novo modelo regional pode vir a ser diferenciador e congregador destas linhas de atuação). O Plano Intermunicipal Algarve 2020 (março 2015) sobre o emprego nas atividades culturais e criativas na região indica que a mesma “apresentava, na segunda

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metade da década anterior, pesos no total de emprego inferiores aos valores médios do país”, isto significa que a aposta regional no sector criativo mantém-se aquém do expectável. Num momento em que os diversos estudos europeus, veja-se a título de exemplo Cultural Times, The first global map of cultural and creative industries (dezembro de 2015), que aponta as indústrias culturais e criativas e o turismo cultural e criativo como dois dos mais importantes ativos das economias regionais e locais. A região do Algarve deve assentar o seu desenvolvimento na sua matriz identitária, nas suas práticas culturais e criações artísticas que a diferenciam face a outras regiões nacionais e, talvez mais importante, face a outras regiões internacionais que têm como atividade central o turismo. Não abordo aqui (apenas) a cultura pela cultura, mas porque é essencial para que a região cresça e continue a ter um turismo forte e qualificado. As instituições regionais e locais devem fazer um trabalho conjunto para que a área cultural seja uma forte aliada no combate à sazonalidade, como fator de coesão social, assim como seja entendida como um sector económico onde o Algarve detém uma vantagem comparativa face ao resto do país, com condições únicas para permitir aos seus agentes uma forte presença no exterior e assim construírem um sector capaz de gerar mais-valias superiores. Isto no momento em que se prepara uma candidatura a Faro, Capital Europeia da Cultura 2027 é essencial que a sua força seja alicerçada numa clara e consistente estratégia regional, num caminho que tem de ser começado a construir conjuntamente, hoje, fixando criadores e “fazendo” do Algarve um verdadeiro território criativo. Para isso o desafio aos responsáveis é para que a implicação regional, a colaboração e a participação sejam efetivas, porque como António Ramos Rosa afirmava “a finalidade da construção não é a obra acabada” mas o processo, no caso de Faro, Capital Europeia da Cultura 2027 esta deve criar lastro e ser de (des)envolvimento efetivo da região .

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CULTURA CINE-TEATRO LOULETANO Uma casa de portas abertas à cultura O primeiro mês do ano já deu para ver que a programação do CineTeatro Louletano para 2016 vai ser rica em espetáculos das mais variadas formas de expressão artística, das ofertas convencionais aos conceitos menos tradicionais e, por isso mesmo, mais arriscados, apresentando os nomes consagrados, mas dando igualmente oportunidade aos artistas do concelho e da região. Um programa recheado de novidades de onde sobressai a primeira edição do Festival Som Riscado, mas muitos mais motivos há para visitar este equipamento cultural. Entrevista:

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ão só de praias, golfe e animação noturna vive o concelho de Loulé, com uma série de produtos culturais a projetaremno, tanto a nível nacional como internacional. Eventos emblemáticos como o Festival MED, a Noite Branca, o Festival de Jazz, os Encontros de Música Antiga ou o Salir do Tempo, mas a atividade cultural é constante e um dos principais palcos é, sem dúvida, o Cine-Teatro Louletano, local de excelência para espetáculos de teatro, dança, música, poesia, enfim, ALGARVE INFORMATIVO #44

de todas as artes performativas. Um palco onde as novidades para o corrente ano são muitas e onde se inclui a edição zero de um formato de cariz interdisciplinar denominado SOM RISCADO, que acontecerá de 31 de Março a 3 de Abril. “O evento surge no âmbito de uma estratégia mais vasta do Município de Loulé de trabalhar a Cultura como ponto essencial do pensamento e da transformação da cidade. Queremos colocar a Cultura e as Artes ao serviço do que é atualmente Loulé e, a partir dai, 32


contribuir para uma mudança do olhar das pessoas sobre a cidade e o concelho”, explica Dália Paulo, Diretora do Departamento de Desenvolvimento Humano e Coesão. Um evento que pretende ser complementar e não concorrente ao que acontece na região como um todo e que coloca um enfoque especial nos públicos jovem e jovem-adulto, para os quais existe menor oferta de produtos, garante a responsável pelo Cine-Teatro Louletano. “É objetivo do Município criar públicos, hábitos e cidadãos pensantes e resolvemos juntar as artes performativas e as artes visuais neste novo formato porque entendemos que, hoje em dia, não faz sentido colocar tudo em caixinhas separadas, mas sim trabalhar a cultura no seu todo. O

Cine-Teatro desenvolve um trabalho continuado e de qualidade desde a sua reabertura, há cinco anos, mas diagnosticamos três áreas em que era necessário imprimir um novo fôlego”, prossegue a antiga Diretora Regional da Cultura do Algarve. A par dos segmentos «jovem» e «jovem-adulto», o SOM RISCADO englobará atividades direcionadas para as famílias e para os mais novos, na linha de um trabalho pedagógico de educação para a arte e de uma programação concebida em rede, com outras instituições de Loulé e fora de portas do CineTeatro Louletano. “Isto tudo só é possível porque a equipa foi reforçada e, para além de mim e da

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Luísa Piedade, inclui agora o Paulo Pires, que está intimamente ligado a este festival. O intuito é criar uma relação efetiva e afetiva com a comunidade local, com artistas de fora e de dentro, para aprendermos a ouvir os outros e para permitir que eles também nos possam olhar de perto”, frisa Dália Paulo, adiantando que o programa terá um nível mais de reflexão e debate – coordenado pela Universidade do Algarve, através do CIAC; um nível mais performativo, onde se apostou numa música portuguesa mais minimalista e eletrónica; e um nível expositivo, no qual os artistas visuais abordam o som de Loulé.

verdadeiramente espetacular, e é preciso dar a estes miúdos a possibilidade de ver e de fazer acontecer na sua terra. O SOM RISCADO implica isso mesmo, o «fazer»”, destaca a entrevistada. Dália Paulo reconhece ainda que uma faixa significativa da população está afastada da cultura, nomeadamente os jovens-adultos, por estarem precisamente a aprender a ser adultos, a lidar com os afazeres profissionais, a começar a formar as suas próprias famílias. “Só com propostas que vão ao encontro da sua linguagem e necessidades é que os conseguimos cativar, mostrar-lhes o que as cidades têm para lhes oferecer, envolve-los na comunidade. É um «pensar a cidade» que se vai disseminar ao longo do ano por outros projetos que fazem parte da programação anual do Cine-Teatro, não vai terminar no último dia do festival”, assegura, lembrando que Loulé tem um tecido cultural e criativo bastante fortes e com larga tradição. “São muitas associações que nos dão uma maior consistência e que nos levam a fazer mais e melhor”.

Atividades que, conforme indicado, não se limitarão apenas ao Cine-Teatro Louletano, desenvolvendo-se igualmente no CECAL, sede da Casa da Cultura de Loulé, no Studio 43, de Beau McClellan, bem como na via pública, junto ao castelo e ao edifício da Câmara Municipal de Loulé. E a vertente da formação, como seria de esperar, não foi esquecida, especificamente nas áreas técnicas do som e imagem, isto porque o poder local cada vez mais tem que se substituir ao poder central nesta matéria. “As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia estão no terreno e próximas das necessidades das pessoas e não é por acaso que criamos o Conservatório de Música de Loulé, embora sejamos, para já, uma secção da Academia de Música de Lagos. Temos, desde o ano letivo 2014/2015, um ensino articulado e credenciado com 350 alunos, o que é ALGARVE INFORMATIVO #44

Programar sem medo de arriscar Propostas, formatos, enfim, uma postura diferente de estar e oferecer cultura que, não faz mal voltar a dizer, se prolonga ao longo de todo o

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Boris Chimp 504 - Futuro do Som (de LoulĂŠ)

Boris Chimp 504 - Multiverse 35

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Filipe Raposo e António Jorge Gonçalves, foto Alfredo Rocha, do espetáculo «4 Mãos»

Holy Nothing

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ano neste equipamento, promovendose uma interação constante entre os artistas e o público. Na hora da verdade, procura-se desconstruir a ideia que as pessoas às vezes têm de que é fácil estar em cima do palco, sem noção de todo o trabalho que é realizado antes disso, durante semanas a fio, antes de uma atuação. “Pensa-se que os artistas são alguém que tem um poder divino e que não têm trabalho, o que não é verdade. Nas «Conversas à quinta…» falamos de como se pensa a cidade através da cultura. Nos «Sabores da Cultura» trazemos as pessoas que estão neste momento a criar no Algarve, para contar o que estão a fazer e como, as dificuldades que sentem”, descreve, continuando: “Só ganhamos massa crítica nesta região se não tivermos medo de conversar e isso passa por tertúlias informais, onde o

pensamento é livre, onde não há certo nem errado, onde tudo o que vem para cima da mesa pode ser aproveitado. Depois, a partir dessas conversas, o público começa a pensar de maneira diferente e a exigir mais e melhor dos programadores do CineTeatro”, sublinha Dália Paulo. Uma infraestrutura com as limitações advindas da sua antiguidade – apesar de ter sido renovado recentemente, nomeadamente no que toca à lotação, de apenas 310 lugares sentados, mas um equipamento localizado em pleno centro da cidade e que está ao dispor de todas as associações nela existente. “Há a ideia errada de que, em Portugal, não se faz voluntariado, mas as associações vivem dessas

Dália Paulo, Diretora do Departamento de Desenvolvimento Humano e Coesão da Câmara Municipal de Loulé 37

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Sensible Soccers

tem que servir para os consagrados e para as lotações esgotadas mas, acima de tudo, para criar um desconforto e inquietação que deixem as pessoas a pensar naquilo que viram. Serviço público não é oferecer apenas espetáculos que enchem os espaços, embora todos os programadores gostem de ter a casa cheia, mas ajudar a transformar quem nos visita e quem conhece o que aqui fazemos”, aponta a interlocutora.

pessoas que abdicam dos seus tempos livres pelo bem comum, e os equipamentos públicos têm que contribuir para que essa causa não esmoreça e que esteja ao serviço da comunidade”, defende a Diretora do Departamento de Desenvolvimento Humano e Coesão da Câmara Municipal de Loulé. Ora, olhando para a programação do primeiro semestre de 2016, rapidamente reconhecemos os nomes de alguns dos artistas ou grupos que vão subir ao palco do Cine-Teatro Louletano, mas outros são menos mediáticos ou convencionais, o que demonstra que o executivo camarário e os coordenadores deste equipamento não têm receio de arriscar, de apostar em espetáculos cujo sucesso é mais incerto. “Esta casa

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Claro que espetáculos menos convencionais não significam menor qualidade, simplesmente são algo que o público não está tão habituado a assistir. Em simultâneo, o ter portas abertas aos artistas e associações da terra serve de motivação para os jovens do

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concelho que estão a estudar as artes performativas, com a certeza de que terão um palco onde apresentar o seu trabalho, desde que este tenha qualidade para tal. “É fundamental dar a garantia de que este é o palco de todos aqueles que querem experimentar e fazer. O «dentro» e «fora» não interessa, o importante são os projetos que nos apresentam e os caminhos que podemos trilhar em conjunto. Queremos ser parceiros verdadeiros, e isso também quer dizer lançar desafios diferentes a quem nos procura. Os equipamentos culturais, os criadores, as universidades e as associações têm que trabalhar juntas para se ter maior massa crítica e a tal possibilidade de se arriscar”, sustenta Dália Paulo.

apoiados, desde o período em que ainda estão na escola, até ao momento em que decidem tentar a profissionalização. “Sem espaços deste género, o arriscar é sempre mais difícil e os municípios têm desempenhado um papel fulcral na fixação dos artistas nos seus concelhos. Não é só utilizar os chavões, é estar verdadeiramente ao lado das pessoas quando elas mais precisam. Estamos sempre a ver bandas experimentais nasceram noutros pontos de Portugal e temos que estimular isso no Algarve, porque há miúdos fabulosos a ensaiar na Casa da Cultura de Loulé e que não podem passar despercebidos do resto da comunidade, e o mesmo sucede de Quarteira até Alte”, afirma Dália Paulo, deixando o convite para não perder a edição «zero» do SOM RISCADO .

Fica assim a certeza de que não faltam jovens com vontade de criar e mostrar aos outros o que nasceu da sua inspiração e que eles devem ser

Sampladélicos 39

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BUBBA BROTHERS Uma dupla diferente de DJ’s a animar as noites algarvias Texto:

| Fotografia:

É verdade que o boom dos DJ’s parece ter abrandado nos últimos anos, provavelmente mais um reflexo da crise que se instalou por tempo incerto em Portugal, mas continuam a proliferar jovens em busca do El Dorado, de portátil debaixo do braço ou leitores de mp3 no bolso das calças, a passar os seus sets de house music ou os êxitos dos ritmos africanos. Numa destas noites encontrámos, porém, uma dupla de DJ’s bem diferente, quase à moda antiga, old school, não com os tradicionais vinis, mas os «cd’s» que também caminham a passos largos para a extinção. E, depois de algumas horas a escutar o pop/rock dos Bubba Brothers, ficamos com uma vontade indomável de os ver novamente, porque a noite foi, mesmo, arrasadora. 41

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ANIMAÇÃO

Justino Santos e Eliseu Correia formam os Bubba Brothers

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Bem vistas as coisas, foi uma verdadeira viagem musical onde escutamos de tudo um pouco, The Doors, Led Zeppelin, Deep Purple, Dire Straits, Eric Clapton, Bob Marley, até as «nossas» Doce, mas também temas mais recentes das novas vagas musicais, nomeadamente o house.

rimeiro foi no Caffé-Bar Origens, no Montenegro, logo de seguida no Restaurante Sushi Yama, em Almancil, uma agradável dose dupla com uma dupla, salvo a redundância, de DJ’s à moda antiga, os Bubba Brothers. À moda antiga não pela idade, embora Eliseu Correia esteja com 48 anos e Justino Santos já tenha completado o meio século de vida, mas por trazerem às costas várias malas carregadas de «cd’s» e por tocarem, com uma diversão inigualável, os êxitos do pop/rock desde os anos 60 ao novo milénio. ALGARVE INFORMATIVO #44

Três dias depois reencontramos Eliseu e Justino, agora num ambiente mais calmo, e ficamos a saber que a primeira atuação aconteceu em setembro de 2014. Amigos de infância, vizinhos na freguesia do Montenegro,

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concelho de Faro, sempre partilharam os mesmos gostos musicais e, por assim dizer, a mesma tristeza por não encontrarem, no tecido da animação noturna do Algarve, espaços onde se pudessem divertir com os familiares e amigos da mesma faixa etária. “Como eu, na brincadeira, punha música nos eventos da EC Travel, falei com o Justino, cuja alcunha é o «Sapo», para tentarmos resolvermos esse problema. Assim nasceram o DJ EC e o MC Frog, na época ainda não existiam os Bubba Brothers”, recorda o empresário Eliseu Correia. “A primeira atuação correu tão bem que decidimos continuar com esta aventura e começamos a pensar então no nome da dupla. «Brothers» era fácil, somos quase irmãos, o «Bubba» tem piada e faz logo pensar em diversão e noite”, prossegue Justino Santos, que é vendedor de produtos alimentares de profissão.

definidos. “Parecemos a Linda de Suza, com uma mala enorme atrás cheia de «cd’s»”, acrescenta, sorridente. Uma dupla que vem suprir uma grande falha no mercado da animação noturna, porque todas as pessoas, dos oito aos 80 anos, apreciam o puro pop/rock, daí verem-se rapidamente envolvidas na magia da noite durante os live sets dos Bubba Brothers. Atuações que são bastante cuidadosas, apesar do ar descontraído, às vezes eufórico, que os dois exibem quando estão ao leme das mesas de mistura, mas é, efetivamente, um trabalho sem rede, sem recurso às novas tecnologias. “No início, quando ainda não tínhamos muita segurança, levávamos uma listagem toda bonita com o número das faixas, o Justino colocava os «cd’s» todos por ordem nas malas, aquilo parecia uma linha de montagem, saia um, entrava o outro que se seguia. Hoje, acontece exatamente o contrário. Podemos levar uma ideia base, mas depois tudo varia com o tipo de pessoas que está à nossa frente”, explica Eliseu Correia. “O que mais me chateia quando vou a um bar é encontrar alguém que está a fazer uma atuação para ele próprio. Leva a sua pen, não olha para os clientes, volta e meia levanta o braço e faz um movimento frontal, como se estivesse a saudar o público, mas ele não está lá”, critica o empresário de turismo.

De novo surge a palavra diversão na conversa, algo natural, Eliseu e Justino apenas pensam em divertir-se e em divertir quem assiste às suas atuações, não andam nisto para ganhar dinheiro. “O importante é sentir uma enorme empatia com as pessoas nas nossas viagens musicais. Muitas vezes começamos com temas atuais, depois vamos para os anos 70 e 80, depois recuamos ainda mais, à década 60, ou seja, tudo pode acontecer, não há duas noites iguais. Na segunda-feira, às 2h30 estávamos a passar Bee Gees, Gloria Gaynor e Doce e a malta estava em delírio”, conta Eliseu, garantindo que não têm alinhamentos pré43

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fio a meter música, do que é misturar Janis Joplin com uma batida atual. Às vezes surgem-me ideias durante a noite, meto os dois «cd’s» a tocar um ao lado do outro, misturo e vejo se ficou bom ou uma porcaria”, desvenda Eliseu.

Eliseu e Justino não sabem se são melhores ou piores em termos técnicos do que os outros Dj’s, nem sequer estão muito preocupados com isso, o que não significa que encarem esta atividade de modo leviano e sem a devida seriedade, antes pelo contrário. “Para já, é preciso haver um grande conhecimento das músicas, depois, praticamente comunicamos por sinais de fumo quando é preciso mudar algo no alinhamento. Estão ali centenas de «cd’s» e, em dois ou três minutos, tenho que descobrir um tema que o Eliseu me pede de repente. São coisas feitas em cima do joelho, na hora, de forma natural e que nos dá um imenso gozo”, frisa Justino, com Eliseu a admitir que, trabalhar desta maneira, os deixa mais vulneráveis a erros. “Nós detestamos quando isso acontece, mas até acaba por ser positivo, porque as pessoas ficam conscientes de que aquilo que estão a ver é mesmo ao vivo, que não são dois indivíduos a fazerem playback”, reforça o DJ EC.

Não somos DJ’s de casamentos e batizados Desta viagem musical não fazem parte alguns estilos, percebemos de imediato. Também se adivinha que alguns temas são imprescindíveis, êxitos transversais a todas as gerações, as «músicas de emergência», como rotulam Eliseu e Justino, que metem toda a gente a dançar na pista. “A qualidade é intemporal, mas o segredo não é pôr as pessoas a dançar, é mantêlas na pista durante toda a atuação”, salienta Eliseu, ao que Justino acrescenta: “Chegamos a tocar seis ou sete horas, temos hora de entrada, a de saída é sempre incerta”. Claro que tudo seria mais fácil se os Bubba Brothers aderissem às novas tecnologias, certamente causava menos dores de costas levar um computador portátil do que uma mala ou duas carregadas de «cd’s», mas depressa respondem que não seria a mesma coisa. E transitar para o vinil é um objetivo da dupla para os próximos tempos, embora admitam que isso exige mais conhecimentos a nível técnico. “O CD e o vinil continuam

E como os dois levam, de facto, esta brincadeira muito a sério, Eliseu Correia fez mesmo questão de se certificar na conceituada London Sound Academy, para demonstrar que não eram mais uns «curiosos» que andavam a brincar aos «dj’s». “Não queremos, de modo algum, denegrir uma profissão que dá bastante trabalho. Eu também não tinha noção do que implica estar horas a ALGARVE INFORMATIVO #44

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de animação noturna, cujo principal interesse é o nível de faturação, ter a casa cheia com clientes a gastar dinheiro, mesmo que isso signifique aderir a ondas musicais que não são as suas prediletas, mas que atraem mais pessoas. Nada que chateie os Bubba Brothers, que até são um pouco «esquisitos» em relação aos sítios onde passam música. “Há certos estilos que não estão no nosso ADN, que não nos divertem, enquanto DJ’s ou como clientes”, garante Justino Santos. E o certo é que contatos não faltam, normalmente de «boca a boca», pessoas que se cruzaram com a dupla e que não esqueceram a experiência. “Elas não sabem bem explicar o que viram, dizem que é algo diferente, mas que a

a ser a maneira mais genuína de passar música. O vinil ainda é mais difícil, nem sequer é trabalhar sem rede, é trabalhar com leões atrás de nós”, comentam, ao mesmo tempo que notam que os DJ’s de maior renome internacional estão a regressar a estes formatos, como que para distinguir os DJ’s de «casamentos e batizados» dos verdadeiros profissionais. “A nossa ideia é montar dois leitores de «cd’s» e dois gira-discos, funcionarmos com quatro pistas, o que vai dar muito mais trabalho, mas também bastante mais gozo”, revela Eliseu. Novas gerações de DJ’s, novas gerações de públicos, mas também uma nova geração de empresários, de proprietários de estabelecimentos

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animação é certa. Não somos mainstream, o nosso estilo é aquilo que consideramos ter qualidade”, sublinha Eliseu. Noites bem conseguidas que demonstram que o pop/rock de outros tempos continua a ter o seu espaço,

Infelizmente, noites com os Bubba Brothers não acontecem todas as semanas, porque ambos têm as suas vidas pessoais e carreiras profissionais e, pior do que isso, admitem, com um encolher de ombros, já não têm 20 anos. “Nós não conseguimos chegar a um local,

contudo, não é fácil encontrar um espaço onde se possa ouvir desde The Chemical Brothers a Ray Charles, Bee Gees, Aretha Franklin ou Gloria Gaynor, para desalento dos dois entrevistados. “Tenho muita dificuldade em acreditar que alguém vá a um bar ou discoteca para levar quatro ou cinco horas a ouvir exatamente a mesma batida, mas é isso que grande parte dos DJ’s faz, porque é isso que os proprietários querem”, desabafa Eliseu Correia.

fazer um set de duas horas, arrumar as malas e irmos embora. Aliás, sentimos um amargo de boca quando temos que interromper a festa a meio porque vai tocar outro DJ a seguir a nós. Se nos deixarem, e o público quiser, estamos ali cinco ou seis horas e quase que há uma legião de fãs que já nos segue onde quer que vamos tocar, porque sabem que vai valer a pena”, afiançam Justino e Eliseu .

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ATUALIDADE

ALBUFEIRA PROMOVE GINÁSTICA AO AR LIVRE

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om o objetivo de incentivar a prática regular de exercício físico ao ar livre, a Câmara Municipal de Albufeira encontra-se a instalar aparelhos de fitness em vários parques e jardins da cidade. Já é possível praticar ginástica nos circuitos criados no Parque da Alfarrobeira e no Parque Verde urbano à entrada da cidade (junto ao Centro de Saúde Albufeira). Foram instalados 16 máquinas de fitness, um investimento de 23 mil e 849 euros, e a população tem agora ao seu dispor um conjunto de equipamentos que lhe permitirão criar hábitos de vida mais saudáveis. “A atividade física melhora a qualidade de vida em todas as idades. Os benefícios são evidentes: melhor equilíbrio, mais força, melhor coordenação psicomotora, flexibilidade e resistência”, destaca Carlos Silva e Sousa. “Além disso, uma vida ativa traz maiores possibilidades de criar novas amizades, de manter laços com a comunidade e de contactar com pessoas de todas as idades, reduzindo-se, assim, a solidão e a exclusão social”, acrescenta o presidente da autarquia .

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ATUALIDADE JUNTA DE FREGUESIA DE FERREIRAS VAI TER NOVA SEDE aferir da possibilidade de vir a ser instalado no rés-do-chão do prédio a sede da Junta de Freguesia. Refira-se que a Junta de Freguesia de Ferreiras está instalada num prédio arrendado, com uma renda anual de 19 mil euros. Esta aquisição insere-se num objetivo mais alargado do município que visa não só aumentar o número de frações para habitação social, mas também garantir a compra de um espaço não habitacional que poderá vir a ser utilizado por serviços públicos que se querem perto das populações, tendo a Junta de Freguesia da Ferreiras natural prioridade. Ferreiras é, a seguir a Albufeira, a freguesia que mais cresceu nos últimos dez anos, tendo passado de 4 951 residentes em 2001 para 6 406 residentes em 2011 (dados do último recenseamento do INE), o que implica uma enorme pressão a nível das infraestruturas básicas, habitação, educação e prestação de serviços. Carlos Silva e Sousa considera que as obras devem arrancar o mais rapidamente possível, sublinhando que “o imóvel tem excelentes condições para dar resposta a algumas necessidades da freguesia”.

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Município de Albufeira adquiriu um prédio urbano, no sítio de Tominhal/Lagoas, na Freguesia de Ferreiras, constituído por nove frações autónomas (cinco fogos destinados a habitação e quatro lojas), pelo valor de 250 mil euros. A decisão de adquirir o imóvel foi tomada, por unanimidade, na sessão de Câmara do dia 16 dezembro, com o objetivo de o recuperar com vista a dar resposta a necessidades de habitação social. No dia 4 de fevereiro, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, foi uma vez mais visitar o imóvel, acompanhado pelo presidente, pelo secretário da Junta de Freguesia de Ferreiras, Fernando Gregório e Duarte Cabrita, respetivamente, e pelo vereador do PS, Rogério Neto. A ocasião serviu para

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ATUALIDADE LOULÉ VAI TER «FÉRIAS PARA TODOS» NA PÁSCOA E VERÃO Loulé, o Mercado Municipal de Loulé, entre outros, aos quais se juntam ações no Posto da GNR, no Quartel dos Bombeiros Municipais, e em várias instalações de clubes, associações e grupos que mais uma vez se associaram a esta iniciativa da Câmara Municipal de Loulé. Serão várias entidades, clubes e associações que este ano se juntam para proporcionar umas férias inesquecíveis a todos os participantes, ao mesmo tempo que oferecem novas experiências e hábitos de vida saudáveis, promovendo a sociabilização, a evolução intelectual e emocional dos participantes e, simultaneamente, apoiando as famílias que se encontram a trabalhar neste período de interrupção letiva.

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stão abertas até ao dia 19 de fevereiro as inscrições para o programa «Férias para Todos 2016», uma iniciativa da Câmara Municipal de Loulé que tem em vista a realização de atividades de tempos livres dirigidas aos alunos com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos, durante o interregno escolar da Páscoa e do Verão. Relativamente à Páscoa, as iniciativas irão decorrer de 28 de março a 1 de abril, e no Verão, de 13 de junho a 29 de julho, no horário das 9h às 17h.

«Férias para Todos» decorrerá nas seguintes escolas: EB Professor Manuel Alves e EB Hortas de Santo António, em Loulé, EB 2/3 S. Pedro do Mar e EB 2/3 D. Dinis, em Quarteira, EB n.º2 de Almancil, EB Boliqueime, EB Alte e EBI Salir. Na Páscoa, as «Férias para Todos» são gratuitas (o almoço tem o custo normal do período escolar) e no Verão têm um custo associado de 20 euros por semana (almoço incluído). As inscrições podem ser feitas nas escolas ou na Divisão de Educação e Juventude da Câmara Municipal de Loulé, impreterivelmente até ao dia 19 de fevereiro .

Entre as várias atividades, o programa prevê a utilização de diversos equipamentos desportivos e culturais do Município, como as Piscinas Municipais, os Campos de Ténis, o Minigolfe, o Parque Municipal, a Biblioteca Municipal, o Pólo Museológico dos Frutos Secos, o Pólo Museológico de Salir, o Pólo Museológico de Alte, o Centro Ambiental de

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ATUALIDADE ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES E AUTARQUIA DE LOULÉ LANÇAM PRÉMIO LITERÁRIO

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través de um protocolo celebrado entre o Município de Loulé e a Associação Portuguesa de Escritores, vai ser lançado o Grande Prémio de Literatura (Crónica e Coletânea de Dispersos Literários) APE/CM Loulé. As duas instituições uniram esforços e instituem este Grande Prémio Literário, na área específica da Crónica e Coletânea de Dispersos Literários, que pretende ser uma referência nacional na divulgação da literatura e dos autores. A cerimónia de entrega deste Grande Prémio de Literatura realizar-se-á anualmente, no Dia do Município em Loulé, com o escritor premiado a receber um prémio de 10 mil euros. No âmbito desta iniciativa, pretende-se igualmente promover nas escolas e/ou espaços culturais do Concelho de Loulé um programa de iniciativas com os autores premiados. Recorde-se que, em 2014, a Câmara Municipal de Loulé assinou um Memorando de Entendimento com a Associação Portuguesa de Escritores que teve em vista a cooperação entre as duas entidades de forma a promover a difusão da literatura nacional e a da língua e da literatura portuguesas, através de iniciativas realizadas no Concelho de Loulé.

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A Associação Portuguesa de Escritores foi criada em 1973 e faz parte dos seus propósitos promover a difusão interna e externa da literatura nacional, a defesa da língua e da literatura portuguesas como património e promover manifestações de carácter cultural e reuniões de escritores para convívio e discussão de assuntos que lhes interessem, e ainda tomar iniciativas para estímulo e valorização da atividade literária. É reconhecidamente a mais importante organização representativa dos escritores portugueses, e como tal, é Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique (1984), e Membro-Honorário da Ordem da Liberdade (1990) .


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ATUALIDADE MUNICÍPIO DE SILVES ASSINA PROTOCOLO COM EXÉRCITO presença dos militares na serra, onde têm uma base logística na Quinta Pedagógica. “A grande dimensão do território florestal de Silves, percorrido por grandes incêndios florestais durante as últimas décadas, o despovoamento a que se encontra sujeito que determinou o fim de importantes áreas agrícolas de proteção, a orografia acidentada com difíceis acessos, as especificidades do uso do solo, dão cumulativamente fundamento à necessidade urgente em intervir na área florestal, no sentido de evitar e/ou minimizar as consequências de situações similares às verificadas nos grandes incêndios de 2003 e 2005 que devastaram o concelho de Silves e parte substancial do Barlavento Algarvio”, explica Nelson Correia, Comandante Operacional Municipal (COM-Silves) e responsável pelo serviço de Serviço de Proteção Civil e Florestas (SMPCF) da CMS. Esta necessidade de uma intervenção profunda foi o grande

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m protocolo que prevê a realização de diversos trabalhos de defesa da floresta contra incêndios será assinado entre a Câmara Municipal de Silves (CMS) e o Exército Português no próximo dia 16 de fevereiro, pelas 12h, no Salão Nobre do edifício dos Paços de Concelho, em Silves. Este protocolo, que permitirá uma intervenção muito alargada no que toca à área territorial a abranger e estrutural na defesa da área florestal do concelho de Silves, surge como consequência da relação estreita de cooperação existente entre estas duas entidades, relação essa que se intensificou no ano de 2015 e que permanecerá muito produtiva durante o ano de 2016, com a

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suporte para o desenvolvimento da ação em parceria com o Exército Português, que visa, conforme salienta o COM-Silves, “operacionalizar estruturas de apoio à prevenção e ao combate através da reabilitação/beneficiaç ão de caminhos e aceiros florestais, nos quais, em complementaridade, poderão ser estabelecidas faixas de gestão de combustíveis (FGC) adicionais em áreas estratégicas, que poderão ser executadas pelo Município ou por outras entidades, designadamente as ZIF”.

protocolo incidem em toda a área florestal do concelho, mas em particular na área envolvente à cidade de Silves, fortemente afetada pelo grande incêndio de 2003. As freguesias de Silves, SB Messines e S. Marcos da Serra e a mata nacional da Herdade da Parra, sob gestão do Instituto de Conservação da Natureza e florestas (ICNF) também são pontos prioritários de atuação das equipas do Exército Português. “Foram definidas áreas preferenciais de atuação, que consubstanciam bolsas estratégicas que funcionarão como sectores «tampão», onde poderão ser posicionados em maior segurança meios de combate a incêndios florestais”, conta o COM-Silves. Nessas áreas será feita a reabilitação de caminhos pelas linhas de cumeada, que permitam o trânsito e cruzamento de duas viaturas», bem como a execução de faixas de proteção adjacentes a essas vias de circulação.

O protocolo que agora será assinado continua a prever que os trabalhos desenvolvidos pelos militares do Regimento de Engenharia N.º1, sedeado em Tancos, realizados ao abrigo do «Plano de Atividade Civil do Exército Português», sejam definidos e coordenados pelos elementos do SMPCF, com o apoio da Unidade de Máquinas e Viaturas (UMV) e do Sector da Educação da CMS que, em conjunto, garantem a sustentação logística das operações, contando ainda com o apoio externo de várias associações e entidades, designadamente o aconselhamento técnico do Comandante dos Bombeiros de Silves, Comandante Luís Simões. Entre os meios e recursos envolvidos nestes trabalhos, Nelson Correia destaca o “empenhamento de duas máquinas de rastos pesadas (tipo D6) do exército, uma retroescavadora, um porta máquinas, uma viatura de transporte de combustível e uma viatura de apoio mecânico da autarquia”.

Para além disto, serão reabilitados caminhos/acessos de penetração secundários a executar nos braços das principais linhas de cumeadas com a criação de áreas de viragem/retorno para

Os trabalhos a desenvolver através deste 57

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ATUALIDADE intervencionadas. “Os trabalhos já executados, entre a Barragem do Arade (a Oriente) e a localidade do Farelo (a Ocidente) consubstanciam uma área de proteção à cidade de Silves e áreas edificadas envolventes no interface Barrocal/Serra e traduzem, até à data, a reabilitação de 60 km de rede estruturante e cerca de 20 Km de acessos e caminhos de transição secundários”, revela Nelson Correia, destacando igualmente a reabilitação e constituição de acessos a nove pontos de água nos lugares de Bastos, Monte da Corcha, Farelo e São Bom Homem.

veículos e feitas linhas para acesso apeado, bem como serão regenerados os caminhos florestais de transição entre as frentes de trabalho. Garantir o acesso a pontos de água estratégicos será outra das preocupações, bem como a limpeza dos espaços envolventes desses pontos de água, nomeadamente nos meses em que se prevê maior crescimento de vegetação (abril e maio). Também, nestes serviços, se envolverão as equipas de sapadores florestais municipais. Outra das ações a realizar no âmbito do protocolo será a colocação de sinalética de apoio e orientação aos meios envolvidos na prevenção e no combate aos incêndios florestais.

Para Rosa Palma, Presidente da CMS, “este protocolo é determinante para a defesa do nosso território e para que se garanta um trabalho orientado para a prevenção, mas que permita, em condições de catástrofe e de incêndio, agir com prontidão e com segurança, na preservação do património natural, edificado e pessoas”. “Estamos certos que este será um protocolo modelo, que outras autarquias replicarão, já que tem garantido um trabalho extremamente produtivo e uma confluência de sinergias que servirão para criar pontes e entendimentos futuros para uma melhor gestão do território” .

Tendo em consideração que este trabalho de entreajuda entre a CMS e o Exército Português decorre há cerca de dois meses e meio, já diversas áreas foram

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MONTE GORDO E VRSA LIDERARAM TAXA DE OCUPAÇÃO NO ALGARVE EM 2015

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zona turística de Monte Gordo e Vila Real de Santo António liderou as taxas de ocupação no Algarve, no ano de 2015, ao registar uma taxa de ocupação média de 71,1 por cento, de acordo com os dados da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). O bom desempenho das unidades hoteleiras do concelho durante 2015 reflete, aliás, a tendência que se vem registando mês após mês, com a zona de Monte Gordo a assinalar máximos consecutivos nas taxas de ocupação hoteleira do Algarve, mantendo boa parte dos seus quartos ocupados mesmo durante a época baixa. “Para estes dados muito tem contribuído a aposta do município no turismo desportivo e de saúde, de que são exemplo os milhares de estágios desportivos registados no Complexo Desportivo Vila Real de Santo António, recentemente integrado na rede de Centros de Alto Rendimento Desportivo (CAR)”, considera Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.

agora registadas. As excelentes prestações do concelho em termos turísticos já tinham sido atestadas pelo motor de busca online «Trivago», que colocou Monte Gordo no «top 10» dos destinos turísticos nacionais mais procurados por portugueses e espanhóis no Verão de 2015. Da mesma forma, Vila Real de Santo António viu, no Verão de 2015, a praia da Fábrica, também conhecida por praia de Cacela Velha, ser considerada pela revista «Condé Nast Traveler» como uma das 15 melhores do mundo. Esta zona balnear, situada no Sotavento do Algarve, foi distinguida ao lado de praias como Riviera Maia (México), Capri (Itália) ou Ilha da Páscoa (Chile) .

A organização de eventos estratégicos como a Passagem de Ano, o «Mundialito» e a «Copa do Guadiana», bem como a aposta no turismo de natureza e saúde são outros dos fatores que explicam as boas marcas

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ATUALIDADE

VRSA INVESTE 2,5 MILHÕES DE EUROS NA REQUALIFICAÇÃO DA HABITAÇÃO SOCIAL

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Câmara Municipal de Vila Real de Santo António completa, em 2016, um investimento superior a 2,5 milhões de euros em obras de requalificação dos bairros de habitação social do concelho e prepara-se para dar início a um novo projeto inovador de proximidade para aumentar ainda mais as respostas sociais do município. “Este conjunto de obras, executadas nos últimos quatro anos, representa um sinal claro das políticas de família e de intervenção social, que sempre se mantiveram no topo das prioridades

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orçamentais”, frisa Conceição Cabrita, vice-presidente da autarquia VRSA. Em paralelo com o plano de requalificação da habitação, a edilidade vila-realense irá lançar, nos próximos dias, o projeto «Realizar: obras sociais». Esta nova valência irá agregar, de forma integrada, todas as intervenções concretizadas no setor da habitação, aumentando ainda mais a proximidade entre a Câmara Municipal e os munícipes. “Numa primeira fase, o projeto Realizar irá integrar todas as 60


A esta lista acrescem as empreitadas do município no Bairro do Farol, cujos arranjos exteriores somam-se à intervenção de fundo desenvolvida pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), avaliada em 635 mil euros, bem como as múltiplas melhorias já levadas a cabo no bairro dos Navegantes, em Monte Gordo, onde foi executada a pintura interior dos espaços comuns dos quatro blocos e reparados diversos equipamentos nos espaços comuns e interiores.

iniciativas de cariz social que viermos a desenvolver ao nível da habitação. Numa segunda fase, iremos incluir neste programa um conjunto de ações de proximidade destinadas a melhorar a qualidade de vida de quem mais precisa”, nota Conceição Cabrita, também responsável pelo pelouro de ação social. Atualmente, a autarquia encontra-se a efetuar intervenções no Bairro da Caixa, em VRSA, obra que inclui a reabilitação e a pintura de dezenas de edifícios. Simultaneamente, iniciou, este mês, a requalificação e impermeabilização das coberturas e fachadas do bairro da Manta Rota, na freguesia de Vila Nova de Cacela. Este conjunto de trabalhos soma-se às obras já efetuadas no Bairro 112 fogos, à entrada da cidade, que contemplaram a recuperação das fachadas e a pintura integral dos edifícios, bem como a consolidação das coberturas do Bairro 160 Fogos, em VRSA (ainda em curso).

Em 2016, o pelouro da ação social da Câmara Municipal de VRSA destaca-se ao receber uma verba de 1,1 milhões de euros, mantendo a generalidade dos apoios que vêm sendo prestados. Além do apoio à habitação, ao arrendamento e à reabilitação das habitações, ganham relevo neste domínio os projetos sociais nas áreas da saúde e da terceira idade, bem como as medidas de auxílio à compra de bens alimentares e medicamentos .

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ATUALIDADE

FESTIVAL MED É FINALISTA EM QUATRO CATEGORIAS DOS IBERIAN FESTIVAL AWARDS

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Festival MED é finalista em quatro categorias nos Iberian Festival Awards: «Best Medium Sized Festival» (votação do público) e «Best Touristic Promotion», «Best Cultural Programme» e «Contribution to Sustainability» (votação do júri). Naquela que será a primeira edição dos Iberian Festival Awards, iniciativa que pretende reconhecer todos aqueles que contribuíram para o sucesso dos festivais ao nível da organização mas também da produção, logística, ativação de marcas, entre outras áreas, em Portugal e Espanha, o Festival MED estará ao lado dos principais festivais ibéricos. Os vencedores serão conhecidos no dia 3 de março, no auditório da FIL, em Lisboa, numa cerimónia integrada no Talkfest – International Music Festivals Forum. Cada categoria terá um vencedor global (1.º lugar) e um vencedor de cada país (1.º lugar do país não vencedor). Este é mais uma iniciativa que manifesta o reconhecimento público pelo trabalho realizado pela organização do Festival MED e por todos aqueles que estão envolvidos neste evento.

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LAGOS É PALCO DE PARTIDA PARA A VOLTA AO ALGARVE EM BICICLETA

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ponto de partida da mais importante prova velocipédica do país vai ser na Praça do Infante, em Lagos, no próximo dia 17 de fevereiro. A prova conta com um percurso de 756 quilómetros divididos por cinco etapas que decorrem entre 17 e 21 deste mês.

desportivas tão prestigiadas, e que integram sempre atletas de elevado nível competitivo”. “Por ser, também, um evento desportivo e social incontornável na oferta de animação do nosso município é com entusiasmo que, uma vez mais, nos associamos a este grande acontecimento”.

De acordo com a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), organizadora deste que é, atualmente, não um, mas o evento de referência na vida desportiva da região, a prova conta com etapas e oportunidades para todo o tipo de corredores, sejam eles roladores e sprinters ou trepadores. A Volta ao Algarve vai estar na estrada entre os dias 17 e 21 de fevereiro disputada por 192 ciclistas de 24 equipas, sendo que 12 delas competem no WorldTour.

É neste sentido que a autarca faz votos de que esta 42ª edição “proporcione emoções fortes e corresponda às expectativas de todos os que, com o seu empenho, teimam (e ainda bem!) em manter esta Volta a «rolar» pelo nosso Algarve”. Refira-se a propósito que a Câmara Municipal de Lagos deliberou na sua reunião pública de 16 de dezembro de 2015, por unanimidade, atribuir um subsídio no valor de seis mil euros à FPC, reforçando a importância que esta prova desportiva tem no panorama local, regional, nacional e mesmo internacional .

Para o Município de Lagos é, nas palavras da Presidente da autarquia, Maria Joaquina Matos, “uma honra receber manifestações 63

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PORTUGUESES EM DESTAQUE NO TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DE VILAMOURA

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s portugueses Manuel Ramos e Beatriz Gago estiveram em grande no 42.º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, que decorreu em Vilamoura nos dias 6 e 8 de fevereiro. Com 27 pontos, o velejador, de 13 anos, conquistou o 3.º lugar do pódio, enquanto a velejadora portimonense, também de 13 anos, com 49 pontos, alcançou a 1ª posição entre as participantes do sexo feminino e o 11.º lugar na classificação geral.

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A prova Optimist contou com um total de 186 crianças e jovens de 12 nacionalidades, das quais 120 portuguesas. Outros 170 velejadores e surfistas – nas classes Laser 4.7 (39 participantes), Laser Radial (28), 420 (94), Snipe (44), Dart 18 (14) e Surf (120); que disputam a PAN-Prova de Apuramento Nacional e, no âmbito do surf, participantes na 1ª Etapa do Circuito de Surf Algarve 2016 – marcaram presença na Marina de Vilamoura durante estes dias de competição no Algarve, que se 64


refletiram no turismo da região. O resort atraiu cerca de mil visitantes neste período do Carnaval, foram servidas mais de 2500 refeições e ocupados mais de mil quartos de hotel e apartamentos. De acordo com Paul Taylor, Presidente de Vilamoura World, Vilamoura pretende tornar-se um dos principais destinos do mundo para a prática de desporto. “As condições meteorológicas e as instalações contribuem para que Vilamoura seja o destino ideal para muitas modalidades, como é o exemplo da vela. Em 2016, vamos organizar série de eventos deste desporto e, em junho, vamos receber com grande orgulho o Campeonato Mundial de Optimist”, adiantou.

O próximo evento de vela irá decorrer nos próximos dias 20 e 21 de fevereiro e a próxima regata teste está agendada para os dias 15 a 19 de abril, em Vilamoura. Já o Campeonato do Mundo de Optimist irá decorrer entre os dias 25 de junho e 4 de julho na Marina de Vilamoura .

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CHEF AUGUSTO LIMA Consultor/Formador

SABORES ÁRABES INGREDIENTES (PARA 4 PESSOAS) 400 Gr. Batata-doce 8 Unidades Figo seco Q.b. Cominho em pó Q. b. Azeite Q.b. Alecrim 1 Unidade Cebola 2 Unidades Alho

COMO FAZER Assar a batata com pele. Fazer um azeite temperado com a pimenta rosa e folhas picadas de alecrim. Misturar bem e reservar. Retirar a pele à batata. Reservar. Cortar a cebola em ½ lua, os figos, espalmados, em juliana, o alho, laminado e a batata, fatiada fina ou em brunesa. Saltear em fio de azeite, o alho e o figo. Adicionar de imediato o alecrim, a cebola, e a batata. Saltear e temperar de flor de sal e cominho. Empratar, no centro de um prato, utilizando um aro alto com cerca de 5/6 cm de altura. Decora a gosto. Eu utilizei «palha» de batata-doce. Em volta colocar o azeite.

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SUGESTÕES LOMBINHO DE PORCO CONFITADO/MOLHO DE VINHO DO PORTO/PÊRA AÇAFROADA/PALHA DE LEGUME INGREDIENTES (4 PESSOAS) Para o lombinho 500 Gr. Lombinho porco 4 Unidades Pêra 1 Unidade Malagueta fresca Q.b. Azeite Q.b. Alecrim fresco Q.b. Batata-doce Q.b. Flor sal Rui Simeão

Para o molho 3 Dl. Vinho Porto 25 Gr. Açúcar 1 Unidade Estrela de anis Q,b, Tomilho fresco 1 Unidade Cebola roxa Q.b. Vinagre Q.b. Flor de sal RS

Para a palha legumes 1 Unidade Beterraba 1 Unidade Batata-doce 1 Unidade Cenoura Q.b. Óleo/azeite

COMO FAZER O LOMBINHO Marinar com o sumo de laranja, as ervas e os alhos esmagados com casca. Escorrer e secar os lombinhos. Grelhar. Finalizar com flor de sal. Empratar conforme.

COMO FAZER A PALHA DE LEGUMES Cortar os hortícolas com casca em juliana. Deixar em água por 15 minutos. Escorrer, secar e fritar em óleo ou azeite. Secar em papel de cozinha.

COMO FAZER O MOLHO Para fazer o molho, fazer uma calda com o açúcar, o vinagre, a estrela de anis e tomilho. Quando engrossar, juntar a cebola em brunesa, metade de uma malagueta sem sementes e o vinho. Ferver até apurar. Finalizar, temperando com flor de sal.

COMO FAZER AS PÊRAS Cozer as peras, inteiras, descascadas em água e corcuma ou açafrão das índias. Empratar conforme fotografia

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SUGESTÕES XELB Bolinho de grão de bico e laranja/molho de mel de S. Marcos da Serra e cravinho INGREDIENTES (4 PESSOAS) Para o bolinho de grão 200 Gr. Grão de bico cozido 90 Gr. Açúcar 25 Gr. Farinha milho fina 20 Gr. Amêndoa laminada 2 Dl Unidade Sumo de laranja 1 Unidades Laranja (raspa) 2 Unidades Gemas 1 Unidade Ovo inteiro 40 Gr. Mel silvestre José Chumbinho

Para o molho de mel 100 Gr. Mel silvestre José Chumbinho 100 Gr. Água 2 Unidades Cravinho 1 Unidade Limão (algumas gotas)

COMO FAZER O BOLINHO Esmagar o grão-de-bico, grosseiramente. Juntar todos os ingredientes (apenas metade da amêndoa). Mexer suavemente. Untar formas com azeite (aros de 4 cm). Colocar uma folha de silpac em tabuleiro, as formas em cima e enche-las com o aparelho. Levar ao forno pré aquecido a 160º. Cozer por 20 minutos. Retirar e cobrir com o mel e restante amêndoa. Voltar a colocar no forno por mais 10 minutos, aumentando a temperatura nos últimos 5 minutos para 200º. Arrefecer. Servir com o molho e decorar a gosto.

COMO FAZER O MOLHO DE MEL Juntar todos os ingredientes. Levar ao lume e assim que rompa fervura, dois minutos depois retirar. Adicionar as gotas de limão. Deixar arrefecer e colocar no frio sem o cravinho. Usar. Decorar a gosto.

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ANTÓNIO LOPES Head Sommelier Conrad Algarve

“Em mês de Dia dos Namorados, temos um Covela Rosé 2014, de cor vermelha, a cor do amor, um vinho feito com a nossa casta rainha – touriga nacional – tal como as mulheres também são as nossas rainhas. É um vinho que tem muita fruta vermelha, da região dos vinhos verdes, do Minho, com uma ótima acidez e que pode ser bebido a solo ou com algumas harmonizações gastronómicas, com saladas de frutos vermelhos ou pratos com redução de frutos vermelhos não caramelizados”.

COVELA ROSÉ 2014 Região: Vinhos Verdes – Baixo Douro. Terroir: Solos graníticos que formam um anfiteatro natural virado a sul. Terraços implantados a baixa altitude na margem direita do rio Douro na zona austral da Região dos Vinhos Verdes (Minho). Clima: Inverno frio e Verão quente e seco – na fronteira entre o clima continental do Vale do Douro e a influência marítima do Douro Litoral. Enologia: A Quinta de Covela pratica a agricultura biológica. Na adega não se utilizam enzimas, as fermentações são espontâneas e as colagens, se necessárias, são efectuadas com bentonite. Antes do engarrafamento, os vinhos são estabilizados pelo frio e submetidos a uma ligeira filtração. Vinificação propositada para a obtenção de um vinho rosado elegante e fresco (não é um rosé obtido a partir de sangrias). Vindima manual e transporte em pequenas caixas para evitar o esmagamento. Curta maceração pelicular. Suave prensagem. Fermentação em cubas de inox com controlo de temperatura. Estágio sobre borras finas até meados de Janeiro. Casta: Touriga Nacional, a casta ex-libris do Douro. Álcool: 12,6 %/vol. Acidez Total: 6,3 g/l pH: 3,24 Açúcares Totais: 4,3 g/l Dióxido de Enxofre Total: 76 mg/l Produção: 6.256 garrafas de 750ml e 400 magnums e 36 double magnums. Enólogo: Rui Cunha. Viticólogo: Gonçalo Sousa Lopes.

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SUGESTÕES “E numa altura de festejar o namoro, porque não experimentar o Espumante Vértice, do Douro, da casta Gouveio, com aromas pouco normais em Portugal, da crosta de pão, fermento, brioche. Possui uma acidez extraordinária, frescura, uma bolha muito fina, bem equilibrada, portanto, serve para começar ou terminar uma refeição, que dá prazer em beber por si só ou com comida”.

GOUVEIO VÉRTICE 2007 Região: Douro. Solos: Graníticos. Altitude Média: 550 metros. Enólogos: Celso Pereira e Pedro Guedes. Estágio: Mínimo 60 meses. Álcool: 12 %/vol. pH: 3,04. Açúcares Totais: 5g/dm3. Garrafa: 75cl Euro. Capacidade: 750 ml.

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FICHA TÉCNICA DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P 8135-157 Almancil Telefone: 919 266 930 Email: algarveinformativo@sapo.pt Site: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal FOTO DE CAPA: Ricardo Gonçalves

ESTATUTO EDITORIAL A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética profissional, pelo

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que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos.

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