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DAVID FONSECA vem a Olhão mostrar o seu novo «EU» Molière - Uma escola diferente em Pêra Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira 1

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ALGARVE INFORMATIVO #48, 13 DE MARÇO, 2016 10 - Festival de Artes de Albufeira

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SUMÁRIO Daniel Pina

24 - David Fonseca

Pág. 8

Paulo Cunha Pág. 34

Paulo Bernardo Pág. 36

José Graça Pág. 38

Dália Paulo Pág. 40

52 - Atualidade 5

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OPINIÃO LIBERDADE DE EXPRESSÃO… ESSA UTOPIA DA VIDA! DANIEL PINA Diretor

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im Kardashian voltou a estar no centro das atenções do mundo inteiro nesta semana que agora termina. Nada de estranhar, nota-se que a moça gosta que o seu nome ande de boca em boca e tudo faz para que isso aconteça com regularidade. Também acredito que muitas «bocas» tudo fizessem para andar em cima dela, mas isso já não vem ao caso. O certo é que Kim sabe como se manter na ribalta ano após ano, pelos vistos até faz disso profissão, entre programas de televisão sobre a vida da sua família, sessões fotográficas polémicas, vídeos comprometedores, mexericos para aqui, rumores para acolá. Algo que imensos aspirantes a celebridades em Portugal tentam fazer para ter os seus 15 minutos de fama prolongados para além dos tais 15 minutos, mas, para variar, também ainda não chegamos aos pés dos americanos nesse aspeto em concreto. Desta vez a polémica estalou por colocar uma fotografia nua numa popular rede social, ainda que com umas barras negras a tapar as partes mais pudibundas. Muitos famosos criticaram o gesto, outros famosos reproduziram o gesto para mostrar a sua solidariedade, mas tudo isto volta a demonstrar que a liberdade de expressão, essa tal coisa estranha que está consagrada nos Direitos Humanos e escrevinhada na maior parte das constituições do mundo civilizado, ainda é uma utopia. Quer dizer, há liberdade de expressão, ninguém nos dá um tiro ou nos manda para a prisão simplesmente por expressarmos a nossa opinião, dentro dos limites do bom senso, claro, mas há umas repercussões mais diretas do que outras. Ora, se há profissão onde essa tal liberdade de expressão é mais dúbia é precisamente o jornalismo, como muito bem sabemos. É certo que há órgãos de comunicação social que levam

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essa liberdade de expressão para além dos tais limites do bom senso, por vezes ultrapassando até os limites legais e do código deontológico, mas fazem-no porque sabem que isso, infelizmente, é rentável, que são as notícias que nascem dessa postura que mais vendem, que mais hits geram nos sítios de internet. Depois, levam com uma repreensão, com uma palmada no rabiosque, com uma multa, com uma ordem de restrição, mas até essa punição – justa, na maior parte das vezes – serve de notícia, para vender jornais, para ter mais gostos no Facebook. Quem leva estas coisas da ética e do bom senso mais a sério tem, no entanto, dores de cabeça acrescidas, porque a censura já não existe, supostamente, mas há muitas maneiras de punir um jornalista, ou um órgão de comunicação social, por aquilo que aparece escrito ou por ter sido dito por esta pessoa e não por aquela. E, sabendo bem que essa é a triste realidade em Portugal, um jornalista dá por ele a pensar, mesmo que inconscientemente, “será que fica bem escrever «capelinhas» nesta reportagem” ou “será que fica mal aquele senhor falar em «tachos» naquela entrevista”. Ao mesmo tempo, o diretor lá vai pensando, também, “será que aquele senhor não leva a mal por termos entrevistado este fulano em vez dele”, “será que esta peça, por muito interessante que seja, não vai dar muitas dores de cabeça”. Imagine-se, agora, quando o jornalista até é o diretor, são pensamentos e dores de cabeça a dobrar, a atormentá-lo, a dar-lhe cabo da paz e sossego, do prazer de escrever. Porque, na hora da verdade, goste-se ou não, a liberdade de expressão ainda é uma utopia e convém que a formiguinha não chateie muito, pois é logo esmagada por algum elefante do sistema . 8


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Jovens prodígios brilharam em Albufeira

O Auditório Municipal de Albufeira esgotou por completo para receber, no dia 5 de março, a grande final do XIV Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira. 20 concorrentes espalharam beleza e talento pelo palco, perante uma plateia bastante entusiasmada e um júri com uma tarefa complicadíssima para decidir os vencedores de um dos mais importantes festivais de artes do país. Texto:

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Fotografia:

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epois de duas meiasfinais disputadas nos últimos fins-de-semana de fevereiro, o Auditório Municipal de Albufeira estava a postos para receber, no dia 5 de março, a final do XIV Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira e num instante se ocuparam todos os lugares disponíveis. Os familiares e amigos afinavam as gargantas, aqueciam as mãos e preparavam os cartazes de incentivo, como verdadeiras claques de apoio aos artistas, uns de palmo e meio, outros mais grandotes, que subiriam ao palco dentro de minutos. O júri, constituído por Nilsen Jorge, diretora artística da Associação DANCENEMA, Carla Nunes, professora de Dança e Produtora da Associação DANCENEMA, Hugo Alves, trompetista, compositor, diretor de Orquestra e fundador da Orquestra de Jazz do Algarve, João Galante, pianista, compositor e cantor e, em

representação da comunicação social, Elisabete Jorge, estava preparado para dar a sua pontuação. O executivo municipal marcou presença praticamente na sua totalidade, com o presidente Carlos Silva e Sousa, as vereadoras Marlene Silva e Ana Vidigal, e o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Freitas, muito atentos ao desenrolar dos acontecimentos na primeira fila. O apresentador de serviço subiu ao palco e sem mais demoras deu início a uma tarde que prometia aquecer o coração da assistência e que arrancava com a vertente dos 6 aos 11 anos. No palco encontrava-se já colocado o piano para Tiago Mendes, 8 anos, de Albufeira, interpretar «Comptine d’un Autre Été» e «D-Day» e num instante se ouviram os primeiros aplausos da tarde, que se repetiram minutos depois, após a brilhante atuação de

Grupo Infantil da Escola de Dança SPLASH, Vila Real de Santo António

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Grupo de Dança ARUTLA, Altura

Diana Pinheiro, 10 anos, de Faro, em representação do Conservatório Regional do Algarve, que dançou «Fairy Doll». A dança prosseguiu, desta feita com a Companhia de Dança «Idade do Ouro», com um trio de raparigas de 10 e 11 anos a apresentar «Ausência». Numa primeira vertente quase dominada pela dança, foi a vez do Grupo de Dança ARUTLA, de Altura, levar a palco «The Disco Divas», um fenómeno de sincronismo de diversas jovens dos 7 aos 9 anos.

Tiago Mendes, Albufeira

raparigas dos 9 aos 11 anos a interpretar «Hello». Uma pequena pausa na dança para se escutar a

Talento que continuou bem patente nas alunas da Karen’s International Dance Studios, com o grupo Freestyle de

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guitarra portuguesa pelas mãos de Raul Mira, 11 anos, de Lagoa, que tocou os temas «Baile de Roda» e «Verdes Anos». A dança regressou em peso com a escola SPLASH, proveniente de Vila Real de Santo António, com o grupo infantil, dos 6 aos 10 anos, a trazer até Albufeira «Wild Dances». Depois, foi a vez do Grupo de Dança ARABESQUE, de Quarteira, com raparigas dos 6 aos 9 anos, a reproduzirem «Reino de Xadrez», a que se seguiu a Companhia de Dança «Idade do Ouro», também de Vila Real de Santo António, com a «Potro Selvagem» executada por elementos dos 7 aos 10 anos. A primeira parte chegava ao fim da melhor forma com «Surpresa», da Companhia de Dança do Algarve, com jovens dos 6 aos 8 anos provenientes de Faro.

Diana Pinheiro, Faro

Enquanto os elementos do júri faziam as contas da primeira vertente, houve oportunidade para trocar umas breves palavras com Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, para quem era bastante gratificante ver a preocupação que os algarvios dão à cultura no crescimento dos seus filhos. “Tem sido uma tarde extremamente agradável e com um espetáculo que seria considerado muito bom em qualquer parte do mundo”, frisa, destacando igualmente a presença de diversos grupos e associações de uma ponta à outra da região. “O Algarve tem vários concelhos, mas nenhum deles é uma concha, fazemos todos parte de uma Raul Mira, Lagoa

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região de gente alegre, bem-disposta e com grande potencial. Fico muito satisfeito por ver que esse potencial está a ser bem aproveitado, desenvolvendo a sensibilidade dos mais jovens para a cultura, para as artes. É algo bastante prometedor para o nosso futuro”. Companhia de Dança «Idade do Ouro», Vila Real de Santo António

Uma mostra impressionante de talento numa época em que são conhecidas as dificuldades que atravessa o ensino artístico, mas que não impede que crianças com apenas seis anos idade já subam ao palco para cantar, dançar, tocar música. Algo que só é possível devido ao esforço dos pais, como é óbvio, mas também das autarquias que vão apoiando as diversas Grupo Freestyle da Karen’s International Dance Studios, Albufeira associações que existente na região não sirva de disponibilizam estas atividades. impedimento para se trazer grupos “Ninguém consegue fazer nada e associações de outros pontos de sozinho, temos que remar todos Portugal. “Temos em casa muito juntos para o mesmo lado para que os talento mas, como referi, não nos jovens tenham oportunidade de podemos fechar numa concha, caso desenvolver as suas qualidades. A contrário, não evoluímos. Há que cultura marca presença forte no estar aberto a Portugal e ao mundo Algarve e isso dá-me uma grande e o Algarve é uma terra por onde alegria”, confessa o edil, embora passaram imensos povos, daí a considere que o enorme talento

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nossa grande riqueza humana”. Festival de Artes Infantil e Juvenil que dá, assim, o pontapé de saída para uma intensa animação no concelho de Albufeira, em que todas as semanas acontecerão eventos de enorme qualidade. Assim é o Cross das Amendoeiras ou a Festa do Basquetebol, o maior acontecimento federado juvenil do país, tudo para que os jovens possam competir de forma saudável. “Aqui, o mais importante não é ganhar, é competir, fazer o melhor, com um espírito saudável. São jovens que nos enchem a alma de alegria”, reforça o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, um sentimento partilhado por Alexandra Rodrigues, Diretora Regional da Cultura do Algarve. “Estas são as melhores tardes que uma pessoa no meu cargo pode ter, porque estão em palco várias faixas etárias, em diversas áreas artísticas, a demonstrar o talento que existe dentro destas crianças. Isto significa que vamos ter adultos que, para além de perceberem e apreciarem a cultura nas suas diferentes vertentes, têm em si um imenso

Escola de Música da Sociedade Musical e Recreio Popular de Paderne

Grupo de Dança ARABESQUE. Quarteira

Companhia de Dança do Algarve, Faro

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Companhia de Dança «Idade do Ouro», Vila Real de Santo António

Escola de Dança SPLASH, Vila Real de Santo António

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talento”, enaltece a representante do poder central. Alexandra Rodrigues sublinha o papel das associações, de todos aqueles que trabalham com os mais jovens, mas deixa também uma palavra de apreço em relação aos próprios pais, que continuam a apostar na educação dos seus filhos para a cultura e para as artes. “A participação nas artes faz parte do desenvolvimento humano e era bom que todos pudessem ter esta oportunidade. Claro que cada um faz a sua opção, outros preferem o desporto, mas ficamos com a certeza de que há muita gente no Algarve a fazer coisas bastante boas. Já existe um número substancial de concursos e festivais nos diversos concelhos e isso é fundamental para que estes jovens possam, depois, partilhar o seu talento com o resto da população”, acrescentou.

Annael Natzkaya e Savva Pereversev, Faro

Miguel Alexandre Carvalho, Vila Real de Santo António

Concluído o intervalo, as emoções estavam ao rubro para assistir aos artistas dos 12 aos 17 anos e o tiro de partida foi dado pela Escola de Música da Sociedade Musical e Recreio Popular de Paderne, com elementos dos 8 aos 17 anos a tocarem «Maria and Tonight» e «Acidentaly in Love». Da capital algarvia veio uma dupla de violinistas de 12 e 14 anos, Annael Natzkaya e Savva Francisca Pestana e Matilde Nende da Escola de Dança de Lagos

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Pereverzev, que interpretaram «Concerto para dois violinos» de Bach, seguindo-se Miguel Alexandre Carvalho, de 16 anos, do Conservatório Regional de Vila Real de Santo António, para executar, com uma mestria impressionante, uma peça de Chopin ao piano. A dança regressou com um «Experimento» de Francisca Pestana e Matilde Nande, da Escola de Dança de Lagoa, e continuou pelo reino da «Amazónia Selvagem», com as raparigas dos 13 aos 17 anos da FUETE – Academia de Dança de Albufeira.

Luís Miguel Mira, Lagoa

O acordeão também marcou presença, como seria de esperar, no XIV Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira, com Luís Miguel Mira, 15 anos, de Lagoa, a tocar «Carnivale» e «Abelha Mestra» e Francisco Francisco Monteiro, Portimão Monteiro, 16 aos, de 17 anos, a executarem um medley de Portimão, a apresentar «Tango por três danças. Finalmente, a estreia do Claud» e «Libertango». Mas foi a dança Conservatório Regional do Algarve que voltou a estar em evidência com mais Maria Campina no festival, com jovens três grupos. Primeiro, a Escola de Dança dos 11 aos 13 anos a brilharem com SPLASH, de Vila Real de Santo António, «Mendigos». com jovens dos 14 aos 17 anos a encherem o palco com «Dangerous». Depois, a Associação Soul, de Albufeira, Quase sem darmos por isso, pelo seu grupo hip hop junior, dos 10 aos tínhamos chegado ao fim das 19

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FUETE - Academia de Dança de Albufeira

Hip Hop Júnior da Academia Soul, Albufeira

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atuações, 20 momentos de indiscutível talento, de uma qualidade ao nível dos melhores profissionais, em que todos mereciam ganhar. Aliás, como frisaram os responsáveis pelo festival, todos eram justos vencedores, apesar de só alguns levarem para casa prémios monetários. E foi tal o nível apresentado que o júri não chegou a um consenso sobre o vencedor da vertente dos 12 aos 17 anos, de modo que foram atribuídos dois primeiros lugares, no valor de 500 euros cada. Para o segundo posto estavam reservados 300 euros, para o terceiro, a quantia de 200 euros mas, como já se referiu, todos eram justos vencedores. A tarde já ia longa, o nervosismo, e cansaço, eram evidente em todos os participantes, perfilados em palco para receberem os justos aplausos do público que encheu o Auditório Municipal de Albufeira. Era o momento da verdade, o mais esperado, conhecer aqueles que ocupavam o pódio. Assim, na vertente dos 6 aos 11 anos, o terceiro lugar foi para o Grupo de Dança ARUTLA, de Altura, na segunda posição ficou o

Diana Pinheiro, vencedora da vertente dos 6 aos 11 anos, com Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara Municipal de Albufeira

Tiago Mendes, 2.º lugar na vertente dos 6 aos 11 anos, com Alexandra Rodrigues, Diretora Regional da Cultura do Algarve

ARUTLA, 3.º lugar da vertente dos 6 aos 11 anos, com Marlene Silva, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Albufeira 21

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FUETE, 1.º lugar da vertente dos 12 aos 17 anos, com Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara Municipal de Albufeira

jovem pianista Tiago Mendes, de Albufeira, com a bailarina Diana Pinheiro, de Faro, a conquistar a posição mais elevada. Na vertente dos 12 aos 17 anos, a competição foi renhida, com a dupla de violinistas de Faro, Annael Natzkaya e Savva Pereverzev, a quedarem-se na terceira posição, o pianista Miguel Alexandre Carvalho, de Vila Real de Santo António, a ocupar o segundo lugar e, no topo da classificação, em ex aequo, o acordeonista de Lagoa Luís Miguel Mira e a FUETE – Academia de Dança de Albufeira .

Luís Miguel Mira, 1.º lugar da vertente dos 12 aos 17 anos, com Alexandra Rodrigues, Diretora Regional da Cultura do Algarve

Miguel Alexandre Carvalho, 2.º lugar da vertente dos 12 aos 17 anos, com Marlene Silva, vereadora da Cultura

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Annael Natzkaya e Savva Pereverzev, 3.º lugar na vertente dos 12 aos 17 anos, com Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira 22


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David Fonseca, uma das mais carismáticas vozes da música portuguesa da atualidade, é a cereja no topo do bolo do 7.º aniversário do Auditório Municipal de Olhão, que se assinala no próximo dia 24 de março. Um concerto que incluirá temas do seu mais recente disco, «Futuro EU», para além dos sucessos de 18 anos de carreira, numa noite que o cantor e compositor promete ser inesquecível. E nós acreditamos, porque já sabemos que David Fonseca gosta muito de inovar e de surpreender os seus fãs. Texto:

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Auditório Municipal de Olhão comemora, a 24 de março, sete anos de existência e, para abrilhantar ainda mais a noite de gala, o executivo camarário liderado por António Miguel Pina convidou David Fonseca para vir apresentar o seu último disco de originais, «Futuro EU». Curiosamente, 18 anos depois de ter fundado os «Silence 4» e 13 anos depois de ter lançado o seu primeiro disco a solo, este é o primeiro cantado na língua mãe, mas David Fonseca depressa esclarece que não sabe se o seu futuro «eu» será mesmo em português ou se regressará aos temas em inglês, como tem sido seu apanágio. “Sinceramente, não faço a mais pequena ideia, não faço planos do que vou fazer no futuro. Uma das coisas boas de estar numa área criativa é não ter nenhum tipo de amarras ou a obrigação de seguir este caminho ou aquele”, explica o leiriense, que sempre foi um grande adepto de descobrir novas facetas enquanto compositor e intérprete.

língua. Desde que faço música, não há nenhum disco onde não tenha feito algumas experiências, ido para sítios diferentes”, indica o entrevistado, que sentia bastante curiosidade em ver o resultado de cantar em português. As experiências têm pautado, de facto, a carreira de David Fonseca, que promoveu, de forma inédita, o primeiro disco com concertos em 20 universidades do país. Anos depois, criou uma comunidade online, a «Amazing Cats Club», que pretendia agrupar os entusiastas da sua obra artística. Mais experiências aconteceram no final de 2010, quando concebeu o espetáculo «U Know Who I Am – one man, a thousand instruments and a Polaroid», em que se apresentou em palco acompanhado apenas dos seus instrumentos e de uma máquina fotográfica. E, em 2012, mais uma inovação, relatar um ano da sua vida através de canções, com os discos «Seasons Rising» e «Seasons Falling». “Vim parar à música um pouco por coincidência e sempre me atraiu a ideia de podermos experimentar, de não precisarmos cair em rotinas. Percebi, depois, que esta atividade pode ser rotineira como qualquer outra, portanto, cabia-me a mim não deixar que isso acontecesse. Por isso, sempre que termino um disco ou uma tournée, é minha obrigação, como artista, criar algo novo, que não repita aquilo que acabei de fazer. A minha

Escrever em português não foi, assim, uma necessidade, nem tão pouco um impulso do momento, aconteceu, talvez, por coincidir com os ensaios, em 2014, para a reunião dos «Silence 4». “Metade da semana estava com eles, a outra metade passava numa casa dos meus avós, em Peniche, a tentar compor um disco novo. Acho que quis distanciar ainda mais uma coisa da outra e explorar outros caminhos e, desta vez, isso aconteceu através da

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Foto: Rui Miguel Pedrosa

profissão principal, no fundo, é a criatividade”, sublinha David Fonseca.

meu universo musical muito bem definido e é nele que as minhas criações se movimentam. Não vou fazer um disco de hardcore metal, isso não teria sentido absolutamente nenhum. Não vou trilhar um caminho onde não me sinto confortável sou para ser novidade”, garante, sem vontade de quebrar aquilo que já fez, mas de construir novos andares na mesma torre.

E se, por vezes, parece ser fácil ser criativo, mais complicado é não cair em excessos, ultrapassar demasiadas barreiras de um momento para o outro, ir para além do que é desejável ou aceitável e nisso David Fonseca tem sido um mestre, como autor, compositor e intérprete. “Tenho o

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(...) “Se as canções forem boas e os artistas tiverem qualidade, não é complicado chegarem ao topo, qualquer pessoa pode escrever um êxito. O problema é ter continuidade, porque, como é natural, não é possível que todas as canções sejam um sucesso. Não é assim que funciona uma carreira” (…)

Um universo musical que atrai públicos de várias gerações, desde os fãs dos primeiros tempos dos «Silence 4» aos mais recentes entusiastas, mas isso é algo que não acarreta uma maior responsabilidade para o artista. “A grande vantagem em experimentar ao longo destes anos todos é, realmente, a renovação constante de públicos. Há uns que estão comigo desde o início, outros não resistiram a algumas experimentações que fiz, mas, a cada disco que componho, há sempre novas pessoas a ouvir o meu projeto. É esse o motivo dos meus espetáculos serem literalmente transversais, há de tudo na plateia”, observa, com um sorriso.

às editoras é que deviam prestarlhes atenção, dar-lhes possibilidade para virem cá para fora”.

O difícil é criar êxitos com consistência David Fonseca não é muito de fazer planos, portanto, podemos adivinhar que, quando os «Silence 4» nasceram, não lhe passou pela cabeça que iriam dar origem a uma nova vaga do rock português, que muitos artistas e bandas seguiriam as suas pisadas, inclusive adotando o inglês como língua principal dos seus projetos. Aliás, lembra que os «Silence 4» não eram propriamente populares, por não acompanharem as modas da época. “Não havia ninguém como nós, batalhamos imenso para conseguirmos gravar um disco e nada indicava que iriamos ter aquele sucesso. No fundo, viramos um bocadinho a direção que havia em Portugal em termos musicais”, analisa o leiriense. “Penso que as outras bandas já existiam, o que mostramos

Dificuldades para se lançar um disco que, atualmente, quase parecem uma miragem de outros tempos, com vários artistas a optarem por edições de autor ou por, simplesmente, colocarem os seus trabalhos online, no youtube, nas várias plataformas digitais que o século XXI lhes oferece, cenário que, segundo David Fonseca, tem, como tudo na vida, um lado bom e um lado mau. “A nova geração tem esta possibilidade tremenda de comunicar para os outros aquilo que está a fazer, o que é ótimo. Tomara eu, na altura dos «Silence 4», poder colocar as nossas demos na internet, mas não existia nada de «iTunes» ou «Spotify». No entanto, se a banda tivesse aparecido hoje, julgo que não

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teríamos a menor hipótese no mercado atual”, aponta, explicando de imediato. “O mercado está bastante diluído em imensas bandas e, às vezes, surgem num dia, desaparecem no outro, e ninguém se lembra delas ou do que fizeram”.

as duas décadas de carreira, rótulo que suscita uma risada ao entrevistado. “Acima de tudo, esta profissão tem que ser divertida para mim, como autor e intérprete. Se isto fosse uma constante repetição, não teria interesse nenhum nela”, volta a frisar. “A música ainda é um espaço artístico que precisa ser reinventado sistematicamente e tento não estragar a oportunidade que me foi dada para contribuir para que tal aconteça”.

Neste contexto, o compositor e intérprete entende que o mais difícil neste ramo é, precisamente, fazer dele a sua profissão de forma estável e prolongada, ou seja, criar uma carreira. “Se as canções forem boas e os artistas tiverem qualidade, não é complicado chegarem ao topo, qualquer pessoa pode escrever um êxito. O problema é ter continuidade, porque, como é natural, não é possível que todas as canções sejam um sucesso. Não é assim que funciona uma carreira”, avisa David Fonseca, adiantando que a rapidez e o facilitismo que a internet proporcionam nem sempre são benéficos para esta caminhada. “Hoje, se as coisas não correm logo bem a uma banda com o primeiro disco, acaba por desaparecer e dar lugar a outra. As bandas precisam de tempo para crescer, para aprender coisas, para chegar mais perto do seu público, o que exige bastante dedicação dos artistas. É um pouco como a alta competição, não nos podemos deixar ir abaixo com as lesões ou resultados menos bons, porque estamos nesta profissão para a vida toda”, defende.

Quanto ao concerto de 24 de março, num auditório municipal e em dia de aniversário, que podem os algarvios esperar de David Fonseca, questionamos. “Vai ser, de certeza, um concerto mais intimista do que se fosse ao ar livre. Os teatros e auditórios têm esse condão de trazer as pessoas para «dentro» do próprio espetáculo, podemos falar uns com os outros de tão perto que estamos, e isso altera a forma como as músicas são tocadas. Obviamente que vai centrar-se bastante no último disco, mas terá muitas canções de outros trabalhos”, adianta, sem querer revelar mais pormenores para não estragar a surpresa. “O que posso garantir é que, quem estiver em Olhão connosco, não se vai arrepender. Vai carregar este espetáculo na memória durante bastante tempo, porque vai ser muito forte em termos visuais e musicais, com uma performance pouco habitual”, finaliza. E, com um abrir de apetite destes, nós lá estaremos, sem dúvida .

Incertezas e dificuldades que não facilitam a vida dos músicos em Portugal, daí que já se possa quase considerar David Fonseca como um dos «dinossauros do rock», perto de atingir ALGARVE INFORMATIVO #48

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OPINIÃO 365 DIAS MULHER PAULO CUNHA

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gora que o dia em que simbolicamente se homenageia e celebra o género feminino já passou - e porque, da mulher, todos os dias o são - sinto-me ainda mais compelido em aqui deixar o meu modesto, mas sentido contributo em relação a esta data carregada de tanto simbolismo histórico e civilizacional. Começo, antecipadamente, por pedir as mais sinceras desculpas a todos a quem as minhas palavras possam, de algum modo, parecer sexistas. Escrevo-as assumindo uma visão desejável de um mundo onde a única característica que nos diferencie não seja o género, mas unicamente o sexo com que nascemos. Humanos apenas… Considerando-me um privilegiado por, desde sempre, ter trabalhado num mundo laboral (Educação) onde as mulheres sempre estiveram em maioria e sempre desempenharam lugares de coordenação e direção, tenho a plena noção que vivo numa «bolha» onde a realidade diária não espelha as desigualdades e assimetrias profissionais que grande parte das mulheres sentem no seu dia-a-dia em diversos contextos geográficos, socioeconómicos e socioculturais. Continua a «fazer-me espécie» consagrar um dia à mulher, pois da forma como é aproveitado e usado por algumas, sempre me pareceu redutor e até banal, tal a importância do evento histórico que a data evoca. Mas o que mais me confrange e preocupa é constatar que muitos dos jovens com quem convivo diariamente inculcaram a ideia que este dia é o dia em que as mulheres ficam dispensadas de fazer as «tarefas de mulher» para assim puderem festejar o «seu dia». Seja nas relações profissionais, sociais ou familiares, a mulher continua a carregar e a ser vítima de um fardo demasiado pesado, assente

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na tradição, cultura e religião, onde o preconceito e o estigma continuam a minar e a condicionar uma plena vivência democrática e igualitária entre seres humanos. Diferentes entre si, iguais nos direitos e nos deveres! Tão simples na teoria mas tão longe de ser verdade numa realidade onde a educação, ou a falta dela, tem um peso central e primordial. Sejam homens ou mulheres, quanto mais sensibilizados e alertados para a necessidade de mudar o que não está bem, em prol duma sociedade onde a palavra «todos» abarque efetivamente os dois géneros, mais rapidamente teremos uma sociedade mais feliz e realizada e, consequentemente, mais produtiva. Ao contrário do velho discurso de certas avós que, não raras vezes, desabafavam a «maldição» de terem nascido mulher, enquanto ao mesmo tempo bendiziam a sina dos seus filhos homens, a atualidade tem vindo a garantir a afirmação, o orgulho e a satisfação de ser e viver a feminilidade em toda a sua plenitude. Colocar na ordem do dia a discussão da justa e devida paridade entre sexos não tem dia. É um erro crasso eleger apenas o homem como causador principal da desigualdade de direitos e deveres entre géneros, tendo em conta que muitos dos comportamentos que se perpetuam de geração em geração são incutidos através da assimilação dos modelos familiares. Lutar pelos direitos da mulher não constitui uma guerra entre sexos. É uma luta que deverá ser feita a dois (mulher e homem), onde os principais vencedores serão os vindouros, herdeiros e transmissores de uma nova forma de pensar, estruturar e viver a vida. Para que todos os dias sejam «Dia do Ser Humano»… simplesmente! . 34


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OPINIÃO O HOMEM QUE NÃO FAZIA NADA PAULO BERNARDO Empresário

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m qualquer organização, seja ela grande ou pequena, existem sempre Homens que tudo fazem e outros que nada fazem. Em todas as organizações existem Homens que são únicos, que sem eles a mesma era apenas uma miragem, pois são estes génios os responsáveis por tudo, tendo mesmo o dom da ubiquidade. São estas pessoas, como é óbvio, que fazem as organizações funcionar, que têm ideias, que supervisionam, que desenvolvem todo o relacionamento da mesma. São únicos. Todos os dias recebemos notícias do fecho de empresas porque estes génios desapareceram, desde grandes multinacionais até ao café da esquina. É assim a economia mundial, não se pode fazer nada. Em todos os cursos de economia e gestão é tratado este tema da forma mais erudita, tendo a London Business School a famosa cadeira «History of Man Ubiquitous» e a Hec Paris a cadeira «Je suis plus omnipresente», dada pelo famoso catedrático e teórico Jean-Baptiste Seulement. Todos sofremos nos últimos anos a famosa crise que teve início em 2008, fruto do desaparecimento de um grande pai de várias empresas, o célebre Lehman Brothers. Contudo, quero falar um pouco dos Homens que nada fazem, essas figuras que alguns dizem que não existem, mas que eu tenho a certeza que existem e que colocam o mundo a andar. São as pessoas que não aparecem, que não dão nas vistas e que muitas vezes ignoramos, que todos os dias abrem os Bancos para nos servir, que nos tratam quando chegamos ao Hospital, que nos atendem numa Instituição Pública, que ensinam os nossos filhos, que protegem os nossos bens. O mundo é gerido e mantido por uma massa anónima de Homens que, por não se colocarem em

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bicos de pés, apenas são notados no dia em que faltam, que mudam de emprego, que se reformam. Nesse dia, o Homem anónimo passa a ser o Senhor ou a Senhora tal que fazia tanta falta. Ao longo da minha vida conheci alguns Homens tão importantes que se tornaram inúteis e outros a que ninguém deu atenção e que para mim sempre foram indispensáveis. Aprendi muito com estes seres a quem se dá pouca atenção, mas que colocam as organizações a funcionar, a dar resultados, a atingir objetivos. E que, no final do dia, e da vida, continuam a ser pessoas queridas e estimadas, enquanto muitos Homens que tudo faziam, morreram sozinhos e tristes pois nunca souberam respeitar os outros. Nota da semana: Vai para todas as Mulheres, que são o principal fator de mudança e equilíbrio no mundo. Pode parecer um contraste, mas elas são as primeiras a aceitar a mudança das coisas e são as que conseguem que o mundo se equilibre. São elas que fazem que os homens cresçam e muitas vezes, para não dizer sempre, são elas o grande fator de desenvolvimento do homem. Esta atitude que muitas vezes as ofusca e prejudica deveria ser mais valorizada e respeitada. Obrigado a todas as mulheres da minha vida, que me fizeram em grande parte ser o que sou hoje. Figura da semana: Marcelo, claro. O Presidente que conquista o povo pela sua forma própria de comunicar. Acima de tudo, é um comunicador e sabe como motivar este povo entristecido pelos últimos políticos. Não o apoiei, mas hoje é o meu Presidente e espero que consiga utilizar todos os meios para motivar o povo e fazer entender que valemos mais do que aquilo que nos dizem . 36


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OPINIÃO MARCELO CHEGOU JOSÉ GRAÇA Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve

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pesar de prolongada no tempo e insípida como nunca, a campanha eleitoral para a Presidência da República acabou há mais de um mês, o titular do cargo já foi empossado perante o Parlamento nos termos constitucionais e ainda ninguém avisou Marcelo Rebelo de Sousa para tal facto… Na Assembleia da República fez-se um intervalo na discussão na especialidade da proposta de Orçamento de Estado para 2016 apresentada pelo Governo e das propostas de alteração apresentadas por todos os partidos, com exceção do maior que não está lá para isso, pois continua a pensar que foi espoliado do direito divino de governar a coisa pública. Entretanto, por estes dias, Assunção Cristas assume as funções de governanta na casa que foi e será sempre de Paulo Portas que, ao que parece e já foi transmitido pelos mais próximos, substituirá o comentador que está agora para Belém nas funções que este desempenhou nos últimos anos. Segundo aqueles, o irrevogável líder do CDS-PP prepara-se para fazer o mesmo percurso de Marcelo, nunca deixando de considerar em primeiro lugar o interesse próprio, embora sem esquecer os velhos princípios alcandoraram a máquina de triturar políticos aos píncaros do jornalismo português nos anos noventa. Apesar de poder vir a ser numa casa (mal) frequentada por «serventuários de Sócrates», conforme alertou esta semana Octávio Ribeiro, quem está na vida pública que se cuide! Regressemos a Belém, que é aquilo que trás hoje a estas linhas. Melhor do que ninguém, Marcelo Rebelo de Sousa sabe como manter-se na abertura dos programas noticiosos das televisões ou nas primeiras páginas dos jornais. Se o Povo gosta do Papa Francisco, a primeira viagem de Estado do mandato presidencial terá que ser a Roma. Esquecidos já do convite formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa ao Santo Padre para visitar Portugal em 2017, durante as comemorações do Centenário das Aparições de

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Fátima, os órgãos de comunicação social vão sublinhar o encontro com Francisco e o Povo até vai acreditar que o convite partiu de Belém… Agradecido com a recusa de António Guterres ao desafio das Presidenciais, este Presidente da República rapidamente fez as pazes com os seus potenciais eleitores designando-o como «a» referência da sua geração e apoiando a sua candidatura a Secretário-Geral das Nações Unidas na primeira oportunidade. Não há nada como um bom desafio externo para unir o Povo! Esperamos agora pelo seu papel determinante na aprovação do Orçamento de Estado ou no apoio ao Governo para consolidar o papel de Portugal no seio das nações, para divulgar os nossos valores e a nossa cultura. A este Governo ou a outro qualquer que emane da vontade do Povo! Esperamos agora que saiba distinguir bem os papéis de cada ator da vida política e não apouque o cargo que ocupa, pois já nos bastaram dez anos de desilusões. A Presidência da República é como uma flor que necessita permanentemente de ser regada. Se é verdade que a Constituição traça as suas competências, é fundamental que cada titular exerça o cargo com liberdade e deixe a sua marca sem ferir a autoritas do cargo. Conhecedor por excelência destes limites e exigências, estou convencido que Marcelo Rebelo de Sousa saberá traçar o seu caminho sem cair na tentação de interferir na esfera governativa. Ao abrir os gabinetes ministeriais ao Presidente da República, António Costa conclui um processo aberto com o convite a Cavaco Silva para presidir ao seu derradeiro Conselho de Ministros, dedicado às temáticas do Mar. Perante as dificuldades que se avizinham, e no atual contexto parlamentar, Portugal precisa de todos e ninguém está a mais! . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966. 38


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OPINIÃO A PROPÓSITO DO DEBATE DE «NÓS» E OS «OUTROS»… ORGANIZADO PELA ACESSO CULTURA DÁLIA PAULO Diretora do Museu Municipal de Loulé

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esde dezembro de 2014 o Algarve juntou-se a Lisboa e ao Porto e começou a organizar os debates mensais da Acesso Cultura¸ realizados com o objetivo de refletir sobre questões relacionadas com a acessibilidade, entendida no sentido lato – física, social e intelectual. O debate de fevereiro (juntando-se Évora aos outros três) à volta do tema «Nós» e os «outros»: o papel dos equipamentos culturais na crise dos refugiados”; realizou-se na Casa das Artes, em Tavira e contou com a moderação de Tela Leão, programadora cultural e teve como convidados: Ana Borges, coreógrafa da companhia Corpodehoje; Paula Ferreira, Bibliotecária na Biblioteca Municipal de Tavira e João Ventura, diretor do Teatro Municipal de Portimão. Foi um debate participado que mostrou duas necessidades: a de abordar estas questões sem medo tendo a capacidade de nos ouvir uns aos outros e, por outro lado, de informação, considerando que a existente tem sido deficitária e truncada e que, por vezes, não chega às pessoas. E o que é que isto tem a ver com os equipamentos culturais? Tudo. No Algarve o tema ainda anda afastado da maioria das programações dos equipamentos culturais, assim como da criação artística; contudo, Ana Borges considerou que “as artes e nomeadamente as performativas podem ter um papel importante porque trabalham com

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as emoções, com o «momento presente» e para alguém que viu o passado ruir, que tem incerteza no futuro, as artes podem ajudá-los a viver e agarrar o único momento que pode fortalecer «o presente»”, para isso é necessário que se quebre a barreira do desconhecido, do medo e sobre isso João Ventura recordou os muros físicos (que infelizmente estão a reaparecer) e os muros do medo, que se adensam. As instituições culturais devem ser um dos motores para a demolição dos muros do medo; a cultura transforma (ou ajuda a transformar) devendo contribuir para um acolhimento mais informado; para uma racionalização do medo; para servir de lugares de encontro (mesmo que de confronto controlado) e assim contribuir para que não se pense em «nós» e nos «outros» mas que se pense apenas na Humanidade como um todo, diferente e complementar. Nesse sentido Paula Ferreira reforçou que as bibliotecas são lugares de resiliência e criatividade e que têm um papel fundamental na informação. Num mundo global e globalizado, o poder e a banalização das imagens condicionam a ação ou a reação e os comportamentos perante o outro. Recordo Susan Sontag quando no seu livro Olhando o Sofrimento dos Outros (2003) nos alertou, e continua atualíssimo, para a “insensibilidade ao horror que todos os dias tomamos, via televisão e jornais da manhã” e quando disse que “estamos a perder a nossa capacidade para reagir”. A banalização das

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imagens que por vezes são olhadas apenas com uma dimensão estética, quando a ética devia estar presente e de como a cultura pode promover o «combate» à apatia e, também, contribuir para literacia visual, essencial para a leitura do mundo hoje, para eliminar preconceitos e para ver para além do visível. Este tema «nós» e os «outros» tem sido objeto de muitas desconstruções. Um excelente exemplo é o livro de BD de Daniel Pennac e Serge Bloch «Eux c'est nous» (2015), explicando porque se deve ajudar os refugiados e lembrando que: «Et ce sont eux, tous ces réfugiés du vingtième siècle, jugés chaque fois trop nombreux, qui font, avec nous, la France d'aujourd'hui», falando de arménios, italianos, portugueses que ao longo das décadas chegaram a França. É, também, para isso que as instituições culturais são fundamentais, ao contribuir para uma visão de longa duração, de memória histórica, para que possamos perceber que, ao longo dos séculos, «nós» também já fomos os «outros» e que podemos a qualquer momento voltar a sê-lo! Neste âmbito, Anabela Afonso alertou-nos para o que

considerou ser o momento “de não deixar abrir fossos insanáveis entre nós, de não se abrir trincheiras e que o papel da cultura deve ser de religar através da discussão, da desconstrução do «outro» e da informação”. Isto significa que o papel das instituições culturais não é sobrepor-se a outras mas trabalhar em parceria e criar uma dimensão positiva, nos refugiados e em nós através da informação, do diálogo, do questionamento e da construção de uma identidade conjunta a partir do hoje. É este o desafio para o qual estamos a ser chamados: ou agimos de imediato ou estaremos a abrir uma clivagem entre nós que pode ser difícil de voltar a unir, pelo que se apelou a que as instituições culturais regionais agarrassem este assunto e fossem trabalhando o tema, será que conseguiremos (queremos) estar à altura?... .

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MOLIÈRE Uma escola diferente em Pêra Foi na pacata vila de Pêra, concelho de Silves, a poucos quilómetros da costa, que descobrimos a Molière, uma escola de circo e artes plásticas aberta ao público desde setembro do ano transato. À conversa com a responsável Daniela Laginha ficamos a conhecer alguns dos motivos para se visitar esta antiga escola primária, com workshops e eventos em torno da Dança Oriental, Pintura, Música, Parkour, Cozinha, Yoga, Hip-Hop, Escultura, Teatro, Arte Urbana, Capoeira e muito mais. Texto: ALGARVE INFORMATIVO #48

| Fotografia:

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convite para um workshop de tango despertou a vontade de rumar a Pêra, vila localizada junto à mais mediática Armação de Pêra, no concelho de Silves, para conhecer de perto a Molière, uma escola de circo e artes plásticas. Depois de alguns minutos algo «perdido» entre ruelas estreitas e muitos cruzamentos, descobri que a escola, afinal, era mesmo uma escola, neste caso uma escola primária desativada cuja utilização foi cedida pela junta de freguesia a Daniela Laginha e Miguel Costa, os responsáveis pela Molière. “Porque não abrir um espaço onde todas as pessoas pudessem estar ligadas à arte, pensámos nós um dia quando passamos aqui em frente e vimos isto fechado”, conta Daniela, explicando que a empresa Molière já existe há quatro anos, sendo a responsável pela criação do espetáculo de circo «A Baia dos Piratas» do Zoomarine. “As coisas foram crescendo com o tempo e sentimos a necessidade de ter um espaço físico para criar mais animações e produções”.

capoeira, escultura, teatro, música e cozinha. “Estamos a formar outras pessoas para, se quiserem, trabalharem connosco. Não há necessidade de trazer artistas de Lisboa ou Porto quando existe tanto potencial no Algarve”, justifica a algarvia de 32 anos, que muito nova teve que descobrir o seu caminho na arte e aprender por ela própria. “Nunca me preocupei em ter um diploma para pendurar na parede, queria, sim, trabalhar, fazer coisas. Os meus pais nunca me deixaram ir para o circo, mas tive a sorte do circo vir ter comigo”, adianta, com um sorriso. Uma vontade de respirar, de viver a arte circense que é partilhada por outros jovens que não se deixam seduzir pela educação mais formal, para além do facto de ainda não ser muito divulgada na região, nem sequer encarada com grande seriedade por alguns setores da sociedade. “Pensam no animador, no palhaço, cujo trabalho não é remunerado, que são pessoas que andam ali a fazer umas macacadas. É uma ideia totalmente errada que mexe com a cabeça dos mais novos e os deixa algo hesitantes em seguir este rumo. Isto não é só colocar um nariz e pintar-se, tem as acrobacias aéreas, os malabarismos, os figurinos e cenografias, mas demora tempo a mudar algumas mentalidades”, reconhece.

Uma dupla de artistas, animadores, criativos, que no pico do Verão se transforma numa equipa de 12 elementos a dinamizar eventos em toda a região. Com a abertura da Escola Molière, alarga-se, entretanto, o leque das ofertas, com aulas de tango, dança oriental, hip-hop, parkour, yoga, pintura, arte urbana,

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de algumas semanas e contratamos os professores certos para dar as aulas, outras vezes são os próprios formadores que nos procuram. Isto não é a escola da Daniela e do Miguel, é de todos os que querem partilhar algo com os outros”, salienta.

Por isso mesmo, Daniela Laginha bate palmas aos que têm «coragem» de cruzar as portas da Escola Molière, aos que não se importam de ser olhados um pouco de lado, para mais numa vila pequena como Pêra. Curiosamente, ainda há pouco tempo estiveram num festival de circo no Kuwait, com artistas de todo o mundo, e sentiram todo o seu valor reconhecido. “Mas o mais importante é acordarmos de manhã e termos esta vontade enorme de fazer coisas, desconfio que dormimos sempre a sonhar com o trabalho”, indica a entrevistada. Claro que parte desse «trabalho» é realizado por artistas e formadores especializados nas suas diferentes áreas, tudo é feito com profissionalismo na Molière. “Organizamos workshops intensivos

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Mas a Molière não é só uma escola circense, de artes performativas, é igualmente uma galeria, um projeto abrangente que contou, desde logo, com o apoio do presidente da junta de freguesia, João Palma, para satisfação da dupla. “Por vezes, os locais mais pequeninos e com pouca vida podem tornar-se especiais e vêm cá pessoas de toda a região e de outras zonas de Portugal. Até se perguntam «onde é que é Pêra»?

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Ele acreditou que a escola tinha pernas para andar, a junta de freguesia assume a vertente social, nós a componente cultural, juntamos as duas coisas e cá estamos desde Setembro”, prossegue Daniela, sempre bemdisposta.

Queremos fazer coisas diferentes Para o sucesso de qualquer empreitada desta natureza muito contribui a oferta educativa, neste caso concreto, de workshops, e a estratégia da Molière foi escolher o que não se encontra noutras associações ou escolas e que se adequasse ao próprio espaço, com uma aura rústica, uma química especial,

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Daniela Laginha, uma das fundadoras da Molière, a par de Miguel Costa

levou, contudo, a que se apostasse nos cursos que estão na moda e que são lecionados logo ao virar da esquina, confirma Daniela. “Queremos disciplinas que de alguma forma estão relacionadas com a nossa atividade profissional, com as artes circenses, com o espetáculo. O Yoga, por exemplo, é muito importante para sabermos relaxar, para andarmos com a mente equilibrada, não temos só porque sabemos que vai haver procura. Se tivéssemos essa postura, metíamos aqui aulas de zumba, ballet ou karaté, esta sala seria fantástica para isso”, dispara, abrindo os braços para mostrar que,

muito pouco formal. “Mudamos tudo de três em três meses, não queremos que se instale a rotina e, assim, quem frequenta uma ação, depois pode inscrever-se noutra. As exposições também rodam mensalmente, sejam de fotografia ou pintura”, descreve Daniela Laginha. “Se houver uma grande rotatividade, as pessoas não se cansam, não se deixam desleixar, não começam a faltar às aulas, e têm a oportunidade de experimentar mais coisas”, acrescenta a empresária. Num instante decorreu meio ano de atividade, sem nunca se dar o passo maior que a perna, até porque, na fase inicial, houve necessidade de realizar um investimento significativo. Isto não

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de facto, o espaço desta escola é pouco comum.

Molière. “Já conheci muitas pessoas que saem do Chapitô e de outras escolas do género, tiram um curso e dizem que são artistas. Tem que se nascer artista e, por vezes, o aperfeiçoar das técnicas é sinónimo de querer fazer tudo muito bem e igual aos outros. Temos que ser nós mesmos, não sermos autómatos, termos tudo controlado ao milímetro”, aconselha.

Daniela Laginha destaca, sem dúvida, a «alma» que esta antiga escola primária possui, fundamental para que as pessoas se sintam bem, quer a trabalhar, quer a ter aulas. Até porque, não nos podemos esquecer, gerir uma empresa, ou uma escola de artes, também tem a sua parte chata, a componente administrativa, a burocracia do dia-a-dia, algo que choca com a faceta criativa da entrevistada. “Não é fácil mas, quando fazemos por amor, não há nada que nos canse. Não queremos uma coisa demasiado formal, dentro do sistema, queremos ser livres, na medida do possível”, salienta, não escondendo a satisfação por ver alguns artistas já a despontar na

Uma opinião com conhecimento de causa, porque Portugal é, sem dúvida, um país pequeno e todos os artistas que se movimentam neste ramo conhecem-se uns aos outros, sabem a sua qualidade, o nível técnico. “O problema daqueles que se julgam grandes artistas é que, depois, também fazem grandes

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exigências, exigem logo cachets elevados. Às vezes aprendemos imenso em trabalhos onde não somos sequer remunerados. O que vale receber muito dinheiro num espetáculo e depois ficar meses em casa sem fazer nada”, questiona Daniela, situação que, infelizmente, acontece frequentemente no nosso país.

culturais. “As experiências com culturas de diferentes países ensinam-nos bastante e não abrimos isto só para formarmos os outros, também queremos aprender coisas novas. Viemos para cá sem fazermos muitos planos para o futuro, mas está a ser uma aposta ganha. O espaço é maravilhoso, não podia ser desperdiçado só com os ensaios para as nossas produções ou como local de armazenamento de cenários. A escola tem carisma, alma, magia, cada dia é uma descoberta e permite-nos conhecer quem está à nossa volta e quem nos apoia verdadeiramente”, termina Daniela, já com um grupo de alunos à porta para frequentar um workshop .

Entretanto, a boa aceitação da Molière implica um reforço da estrutura, revela a empresária, nomeadamente uma funcionária para manter a porta aberta todo o dia. E como há um edifício ainda por requalificar neste antigo estabelecimento de ensino, o objetivo é criar um género de residência artística para realizar intercâmbios

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ATUALIDADE ALCOUTIM PROMOVE FESTIVAL DE CAMINHADAS

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os dias 9 e 10 de abril, a Câmara Municipal de Alcoutim vai levar a efeito, em colaboração com o Ayuntamiento de Sanlúcar de Guadiana, a terceira edição do Festival de Caminhadas de Alcoutim. A iniciativa proporciona dois dias de caminhadas temáticas, observação e interpretação da natureza, observação de aves, passeios de barco, observação astronómica e degustação de produtos. O festival contará com oito percursos guiados, com vários níveis de dificuldade, que decorrerão nas várias freguesias do concelho de Alcoutim e na margem espanhola do Rio Guadiana. Com a realização do festival, a autarquia alcouteneja pretende oferecer um vasto leque de atividades que conciliam o enorme potencial natural do território com todo o património local, valorizando a cultura, a história, as gentes, a economia e as paisagens fantásticas que a região oferece. “Dado o aumento significativo na procura de

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atividades de turismo ativo no panorama turístico nacional e internacional, este evento tem vindo a constituir-se como um produto âncora na estruturação da oferta turística do território”, refere Osvaldo dos Santos Gonçalves, presidente da Câmara Municipal. Ao longo dos dois dias de festival haverá caminhadas com os mais diversos temas, alguns que se repetem dos anos anteriores devido ao êxito alcançado, como as «Manhãs com o pastor», «Os Caminhos de Ronda do Guadiana» ou «Algarve, com aroma a Alentejo e Espanha». Este último, com um trajeto que inicia em Alcoutim com um passeio de barco, passa pelo Pomarão, concelho de Mértola, e termina em Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, oferece ao caminhante cenários de três regiões com o Rio Guadiana como pano de fundo. A observação astronómica também volta a ser uma das atividades possíveis de realizar durante o festival, designadamente com a caminhada noturna «Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana, entre castelos e estrelas». Haverá ainda caminhadas relacionadas com os temas da observação de aves, da arquitetura local, das plantas aromáticas, da cestaria, e do fabrico de pão .

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ATUALIDADE FOI INAUGURADO O BALCÃO ÚNICO MUNICIPAL DE LAGOA

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Câmara Municipal de Lagoa inaugurou, no dia 4 de março, com a presença do Secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel, o novo sistema de atendimento público – que concentra num só espaço a maioria dos serviços municipais prestados aos cidadãos – denominado por «Balcão Único Municipal». “A partir de agora os serviços prestados serão mais rápidos, mais eficazes e facilitarão a vida dos que recorrem aos serviços da Câmara, pois há uma grande equipa em front office, mas também muitas outras pessoas atrás a trabalhar em equipa para a solução dos problemas que possam vir a ser apresentados pelos munícipes, uma centralização dos serviços neste Balcão Único que, de forma fácil e célere, a todos beneficiará”, destacou Francisco Martins, o edil lagoense. O representante do governo salientou igualmente a importância deste novo espaço para a população por tudo se concentrar num

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só balcão, saudando o presidente da Autarquia de Lagoa por ter avançado com a Modernização Autárquica, numa altura em que o atual governo está muito empenhado na modernização e simplificação administrativa, através do programa simplex. O Balcão Único de Lagoa está dotado dos principais serviços que importa colocar numa interação direta com os cidadãos: um atendimento multicanal, personalizado, seja ele pessoal, informático ou telefónico, que a Câmara quer de elevada qualidade e competência, sempre no sentido da satisfação da sua população numa resposta direta às questões que surgem no dia-a-dia. O espaço conta com seis postos individuais de atendimento, dois postos avançados de tesouraria, dois gabinetes de atendimento técnico e um posto de auto-utilização onde o cidadão poderá realizar consultas sobre os processos relacionados com os seus pedidos, com horário contínuo de atendimento, entre as 9h às 16h30, de segunda a sexta-feira. Para o bom funcionamento desta nova maisvalia, em que se impõe uma valorização da imagem e da funcionalidade dos seus agentes baseada no profissionalismo e simpatia, a aposta municipal foi focada na formação da equipa de funcionários atendedores, na aquisição de software moderno e na criação de uma área decorada com cores alegres, situada logo na entrada do edifício sede da Câmara .

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ATUALIDADE MUNICÍPIO DE OLHÃO APOIA ANA CABECINHA NA PREPARAÇÃO PARA OS JOGOS OLÍMPICOS

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atleta Ana Cabecinha, em representação do Clube Oriental de Pechão, participará pela terceira vez consecutiva nos Jogos Olímpicos, que se realizarão este ano no Rio de Janeiro, no Brasil, fruto do brilhante 4.º lugar obtido nos Mundiais de Atletismo de Pequim – 2015. O Comité Olímpico de Portugal e a Federação Portuguesa de Atletismo são as entidades responsáveis pela atribuição de apoio aos atletas da modalidade de atletismo presentes neste evento. Embora esse apoio esteja a ser materializado, estas duas entidades ainda não definiram o montante global a atribuir, o que não tem permitido que a atleta e o seu treinador definam o plano de preparação final para os Jogos. Assim sendo, o apoio financeiro atribuído pela Câmara Municipal de Olhão, no montante de 7 mil e 500 euros, servirá para comparticipar a preparação da atleta, contribuindo para a realização de estágios em altitude (em Espanha) e para a participação em outras provas internacionais (Challenge Internacional de Marcha da IAAF – Associação Internacional de Federações de Atletismo). Para além do apoio financeiro, a autarquia olhanense aprovou também a concessão de apoio logístico, que se materializa na dispensa de serviço do técnico da autarquia e

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treinador da atleta, Paulo Murta. Esta maior disponibilidade para se dedicar ao treino é um objetivo de longa data do treinador e da atleta, que tem vindo a ser adiado por a Federação Portuguesa de Atletismo não ter conseguido junto do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) a requisição do técnico, para que este assumisse aquelas tarefas com a dedicação necessária. Segundo António Miguel Pina, esta decisão do executivo camarário faz justiça a um técnico que tanto tem contribuído para o sucesso da modalidade no concelho e no País. “O competente trabalho de Paulo Murta tem sido o verdadeiro sustentáculo do fomento da modalidade no concelho de Olhão. O Clube Oriental de Pechão é uma verdadeira escola de atletas, que conta atualmente com sete internacionais entre os mais de 100 atletas federados que treinam sob as suas cores” . 56


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ATUALIDADE IMÓVEIS DO CENTRO HISTÓRICO DE VRSA VÃO SER TRANSFORMADOS EM HOTÉIS DE CHARME

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município de Vila Real de Santo António e a empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU) lançaram, no dia 10 de março, a hasta pública para o arrendamento e posterior adaptação em unidade turística de três imóveis situados no centro histórico da cidade. A medida tem como meta a reabilitação, exploração e manutenção de um conjunto de edifícios que serão transformados em hotéis de tipologia superior/charme e faz parte do pacote de investimentos turísticos previstos para o município - avaliados em 200 milhões de euros - apresentados recentemente na Bolsa de Turismo de Lisboa. Os imóveis de matriz pombalina estão localizados em plena Baixa Pombalina, zona candidata a Património da Humanidade da Unesco, e onde dentro de dias irá também

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arrancar a obra de reconstrução do histórico Hotel Guadiana. Depois de recuperadas, as unidades destinam-se exclusivamente a utilização turística, cujo conceito estará alicerçado na história de Vila Real de Santo António, criando um novo segmento baseado no património e na cultura locais. “Esta operação faz parte da estratégia de recuperação do património edificado da cidade e contribui fortemente para a notoriedade do concelho enquanto destino turístico e cultural. Com este projeto, estamos não só a valorizar e a recuperar o nosso património, mas também a promover a diferenciação do destino a nível nacional e internacional, potenciando um turismo de qualidade superior e cultural”, frisa Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. O Centro Histórico de Vila Real de Santo António constitui, na atualidade, um excelente exemplo da arquitetura e do urbanismo do século XVIII. Trata-se de uma cidade fábrica, fundada nos ideais iluministas, cuja importância está preservada no Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Pombalino de VRSA, o que levou à constituição da primeira Área de Reabilitação Urbana (ARU) do país. Também dentro de dias, a autarquia de VRSA dará início à obra de reabilitação do emblemático Hotel Guadiana, igualmente localizado no centro histórico da cidade, assegurando a sua reabertura e a respetiva transformação em hotel de charme . 58


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ATUALIDADE

FLAMENCO ESTÁ DE VOLTA A FARO

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os dias 29 e 30 de abril, o Teatro das Figuras irá receber mais uma edição do Festival Flamenco de Faro, que conta com um workshop de tangos, um dos «palos» (géneros) menos complexos do flamenco. Nesta edição, o workshop será lecionado por dois bailaores de reconhecido prestígio: Alicia Márquez e Ramón Martínez, que serão também os protagonistas do espetáculo «BAILARTE FLAMENCO», no dia 30 de abril. «BailArte Flamenco» é um espetáculo de cante, guitarra, cajón e baile que teve estreia, em maio de 2015, na Bienal de Arte Flamenco de Málaga. Nele, o bailaor natural de Málaga conta com a presença da sevilhana

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Alicia Márquez, uma bailaora licenciada em Dança Espanhola, e formada em Flamenco na Escola de Matilde Coral. Alicia Márquez também fez parte do elenco de baile da Compañia Andaluza de Danza durante sete anos. É um espetáculo de flamenco primitivo, no qual a essência mais pura do corpo expressase sem complexos, sem normas, dois corpos que dançam sem estar sujeitos a estereótipos, e que respondem ao desejo de reencontrar-se com o seu impulso vital, com a sua alma. Ao longo de aproximadamente 70 minutos são abordados diferentes «palos» do flamenco – alegrías, malagueña, seguiriya, taranto, caña e bulerías . 60


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ATUALIDADE CENÁRIOS ESTÃO DE REGRESSO

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Câmara Municipal de Loulé realiza, de 13 de março a 17 de abril, pelas freguesias do Concelho, mais uma edição do CENÁRIOS – XI Mostra de Teatro de Loulé. No âmbito da política cultural do Município, a Autarquia continua a apoiar os grupos de teatro locais, através da atribuição da Bolsa de Apoio ao Teatro, destinada à criação de espetáculos inéditos para este evento. O evento arranca no Grupo Desportivo Ameixialense, a 13 março, pelas 16h, com a peça «Faz-me lá um Borreguinho», pela Associação Artística Satori. Este espetáculo sobe também ao palco do Cine-Teatro Louletano (20 de março, 15h30) e auditório da Escola EB 2, 3 Prof. António de Sousa, em Almancil (9 de abril, 16h). O Teatro Análise de Loulé traz a esta edição do CENÁRIOS «E o Espetáculo Vai Continuar…», em cena no dia 19 de março, pelas 16h, no Centro Paroquial da Tôr, no dia

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24 de março, pelas 21h30, no Cine-Teatro Louletano, e no dia 2 de abril, pelas 16h, na Casa do Povo de Alte. Outro dos grupos que habitualmente participa nesta Mostra de Teatro é a Arte de Viver – Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Loulé, que desta feita leva a cena um clássico: «Auto da Barca do Inferno». As apresentações estão agendadas para os dias 20 de março, às 16h (Casa do Povo de Querença), 8 de abril, às 21h30 (Cine-Teatro Louletano) e 17 de abril, às 16h (auditório do Centro Autárquico de Quarteira). Finalmente, «Varandas da Memória», o espetáculo criado pelo Ao Luar Teatro, vai estar em cena nos dias 16 de março, às 16h, no Centro Comunitário de Vale Silves, 3 de abril, às 16h, no Centro Paroquial de Salir, e 17 de abril, pelas 15h30, no Cine-Teatro Louletano. Nas freguesias a entrada para os espetáculos é livre, enquanto que, no CineTeatro, o preço das entradas é o seguinte: «Faz-me lá um Borreguinho» (Associação Artística Satori) – 3 euros; «E o Espetáculo Vai Continuar…» (Teatro Análise de Loulé) – 5 euros; «Auto da Barca do Inferno» (Arte de Viver – Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Loulé) – 5 euros; «Varandas da Memória» (Ao Luar Teatro) – 3 euros. O Cenários – XI Mostra de Teatro de Loulé pretende promover o teatro junto de vários públicos e, simultaneamente, incentivar os grupos de teatro do Concelho a prosseguirem o seu trabalho .

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ATUALIDADE

BTT LOULÉ/BPI ENTROU A GANHAR NA TAÇA DE PORTUGAL DE OBTT

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o passado fim-de-semana de 5 e 6 de março, a Equipa de OBTT do Club BTT Terra de Loulé (BTT Loulé/BPI) venceu coletivamente o primeiro troféu, na prova de arranque da Taça de Portugal 2016 da modalidade, na Mealhada. O evento foi organizado pelo Clube de Aventura da Bairrada, em parceria com as Freguesias de Vacariça e Luso, a Câmara Municipal da Mealhada, a Freguesia de Cordinhã, a Câmara Municipal de Cantanhede e a Federação Portuguesa de Orientação. O troféu Bairrada O-Meeting Mountain Bike Orienteering 2016 – BOM MTBO, pontuável para o World Ranking Events (WRE), de Orintação em BTT, incluiu um percurso de distância média, no sábado e um de distância longa, no domingo. Participaram 208 atletas, representando 46 clubes/seleções, de 10

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nacionalidades diferentes, com especial evidência para o BTT Loulé/BPI (20 atletas), seguido do Team Finland e COC (13 atletas). Na elite masculina, Davide Machado, do Club de Orientação do Minho, foi o vencedor no conjunto dos dois dias, mesmo com a forte concorrência dos atletas estrangeiros. Na elite feminina, a vencedora foi a atleta finlandesa Marika Hara, 7ª no ranking mundial. No que diz respeito aos atletas do BTT Loulé/BPI, o destaque vai, mais uma vez, para o coletivo, tendo estado presentes na Bairrada duas dezenas de atletas algarvios, dos quais 11 dos escalões jovens (entre os 13 e 20 anos). Foi o revalidar da aposta nesta modalidade que poderá levar, ainda esta época, à internacionalização de alguns dos seus jovens atletas, durante o MTBO 2016 Junior World Mountain Bike Orienteering Championships e European Youth Mountain Bike Orienteering Championships, que decorrerá precisamente nesta região, no próximo mês de Julho .

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ATUALIDADE TAÇA DE PORTUGAL DE DOWNHILL TROUXE MAIS DE 250 ATLETAS A SÃO BRÁS DE ALPORTEL

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s vertiginosas descidas do Arimbo, em São Brás de Alportel, acolheram o arranque da Taça de Portugal em Downhill, no fim de semana de 4 a 6 de março, com a participação de mais de 250 atletas de todo o mundo. Os melhores pilotos da modalidade, incluindo alguns que integram o Top 20 Mundial, puderam usufruir de uma das maiores potencialidades do território são-brasense, uma pista em plena Serra do Caldeirão que cativa o olhar para uma das mais belas paisagens do algarve. Foi neste cenário idílico de natureza pura que foram disputados os primeiros lugares do pódio, nas mais diferentes categorias com destaque para a conquista do master 40 e master 50 para os são-brasenses, Rui Cruz e José Salgueiro, respetivamente, da equipa X Dream Município São Brás de Alportel/Motoclube de Faro. Nos Master 30,

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Rui Cabrita, da Wildpack Algarve Racing, conquistou o 1.º lugar do pódio e nos Master 60 o vitorioso foi Rui D’Almeida, como individual. Na categoria de Elite e com um impressionante percurso de 2:23. segundos o vencedor da prova foi Edgar Gonzalez da Vadebicis – Mondraker, naquela que foi a sua primeira grande vitória em território português. Tahnee Seagrave, da equipa Transition FMD Racing alcançou o primeiro lugar na Categoria de Elites Femininas. Nas categorias mais jovens, Cláudio Sousa destacou-se nos Cadetes e Charlie Hatton nos Juniores, provando que o Downhill é uma modalidade com futuro! Esta prova, a contar para a Taça de Portugal de Downhill, integrou ainda a 1ª etapa da primeira prova europeia da modalidade a contar para o Ranking da Union Cycliste Internationale (UCI). No final da prova, Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, sublinhou que “a extraordinária dedicação e profissionalismo da organização, fez com que os atletas e o público tenham ficado maravilhados com esta prova”. O seu discurso encerrou com o agradecimento público a todos os elementos da Associação X- Dream, voluntários, funcionários da câmara municipal, elementos dos Bombeiros Voluntários de São Brás de Alportel, patrocinadores e “um abraço especial ao mentor e impulsionador deste grande evento, Rui Barros da Cruz” . 66


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ATUALIDADE ALGARVE ELEITO «MARCA DE CONFIANÇA» 2016

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Algarve acaba de ser eleito «Marca de Confiança» dos portugueses na categoria de Regiões de Turismo pelos leitores das Seleções do Reader’s Digest, a revista mais lida em todo o mundo, com 100 milhões de leitores. O Algarve ocupa o lugar de topo desta categoria, introduzida pela primeira vez em 16 anos nos prémios da publicação, destacando-se entre todas as regiões turísticas nacionais. A qualidade, a relação custo/benefício e a perceção das necessidades do cliente são, segundo este estudo, os atributos que contribuíram para a eleição do Algarve como marca de confiança dos portugueses com significativos índices de votação. Esta é a 16ª edição do estudo que anualmente visa identificar as marcas em que

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os consumidores mais confiam e avaliar os níveis de confiança em produtos e serviços de 65 categorias, permitindo às empresas aferir o índice de fidelidade dos seus clientes. Em Portugal, a avaliação foi levada a cabo através de questionários aos 13200 assinantes da revista Selecções do Reader’s Digest. O Algarve ficou posicionado nos lugares de topo das marcas nacionais premiadas na secção de turismo e lazer, a par de outras marcas como a Abreu, na categoria de Agências de Viagens e do grupo Pestana na nova categoria de Cadeias de Hotéis. “O Algarve assume-se hoje como a principal região turística do país, concentrando mais de um terço de todas as dormidas realizadas em Portugal e esta nomeação só vem comprovar isso”, refere Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, acrescentando: “A confiança é um valor essencial na relação dos consumidores com um destino turístico e para isso contribuem também outros atributos do Algarve como o clima, a segurança, a oferta diversificada, as boas acessibilidades e a hospitalidade” .

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ATUALIDADE ALGARVE LANÇA APPS COM INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL

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Região de Turismo do Algarve acaba de lançar duas novas apps para sistemas Android e iOS – Rota Omíada no Algarve e Algarve Eventos. De utilização simples e intuitiva, estas aplicações gratuitas possibilitam o acesso imediato a informação turística em tempo real, tornando-se numa ferramenta de grande utilidade para os visitantes e para os próprios residentes. Com a nova aplicação móvel da Rota Omíada, o utilizador pode explorar o legado da dinastia árabe omíada no Algarve, com recurso a um mapa da região com as 14 localidades que nela se inserem – Alcoutim, Martim Longo, São Brás de Alportel, Estoi, Faro, Silves, Monchique, Aljezur, Vila do Bispo, Alvor, Vilamoura, Tavira, Cacela Velha e Vila Real de Santo António -, e descobrir os

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pontos de interesse de cada local. O ecrã inicial apresenta quatro botões de navegação que permitem ao utilizador aceder de modo imediato ao mapa interativo e às rotas nele identificadas, a informações relevantes sobre a região e a outras informações úteis. Já a geolocalização fornece direções para um ponto específico no mapa e com ela explorase a região através da funcionalidade de realidade aumentada. A aplicação está para já disponível em três idiomas: português, espanhol e inglês. Com a app Algarve Eventos será mais fácil saber os destaques do mês, os eventos mais próximos e os que estão prestes a iniciar. O utilizador poderá pesquisar de forma rápida os eventos que estão a decorrer no Algarve, por categoria ou por proximidade, com recurso a um mapa interativo e realidade aumentada. Essa pesquisa está organizada por categorias - Música, Dança, Teatro, Exposições, Desporto, Festas e Festivais, Feiras e Mercados -, por datas e por local de realização, sendo ainda possível obter informação sobre as tabelas de marés e contatos úteis. “O mundo digital proporciona milhares de oportunidades para o turismo. O turista de hoje usa a internet não só para se inspirar como para planear e organizar a sua viagem”, refere Desidério Silva, presidente da RTA, reforçando que a aposta do Algarve no marketing digital através da ativação destas duas novas apps, da presença nas redes sociais e em outros canais de comunicação online está em sintonia com as novas tendências e os novos perfis do turista que procura informação precisa e imediata para a sua viagem . 70


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CHEF AUGUSTO LIMA Consultor/Formador

OS CINCO (ELEMENTOS) Doce, salgado, picante, รกcido, amargo (Figo/muxama/malagueta/azeite/colorau) INGREDIENTES 1 a Figo branco de carne rija Q.B. Muxama 1 unidade pequena Malagueta Q.B. Azeite Q.B. Colorau

COMO FAZER Cortar o figo a meio pela longitudinal. Colocar uma fatia de muxama e encimar com uma ou meia malagueta. Regar com bom azeite e umas gotas de sumo de laranja e polvilhar com bom colorau. Nota: deve comer todos os elementos de uma sรณ vez e beber de seguida um cรกlice de um vinho adamado ou um licor como o moscatel Algarvio From Algarve.

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SUGESTÕES ENTRECOSTO DE PORCO, POLVO, RADICCHIO VERDE (CHICÓRIA) TOMILHO E AÇAFRÃO INGREDIENTES (6 PESSOAS) 700 Gr. Entrecosto de porco 700 Gr. Polvo 1 ou mais unidades Radicchio verde 1 Malagueta 4 dentes Alho Q.B. Azeite Q.B. Açafrão Q.B: Flor de sal Rui Simeão Q.B. Vinagre de vinho

COMO FAZER Asse o entrecosto depois de o ter marinado em vinho branco, tomilho ou alecrim e sal. Coza o polvo, sem água, com uma cebola, uma folha de louro e uma malagueta. Em tacho bem tapado por cerca de três quartos de hora). Retire-o assim que esteja «al dente»assim como o entrecosto que deve ficar tenro mas sem se desfazer e tenha atenção para que escorra bem do caldo. Corte ambos em seis pedaços iguais. Numa sertã, coloque bom azeite, aloure dentes de alho esborrachados, com casca e junte os pedaços de entrecosto e de polvo. Acrescente raminhos de tomilho cabeçudo e deixe alourar. Acrescente o radichio, cortado em quartos, se for pequeno ou separado em meias folhas, se for grande. Salteia, polvilhe com açafrão das Índias e refresque com um golpe de bom vinagre de vinho. Fica muito bem acompanhado de um arroz, feito com o caldo do polvo e a gordura do entrecosto.

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SUGESTÕES TARTE DE CARAMELO COM GELADO DE FLOR DE SAL Ingredientes para a base 180 Gr. Farinha de trigo 30 Gr. Amêndoa moída 10 Gr. Farinha de alfarroba 10 Gr. Açúcar 60 Gr. Azeite Q.B. Água bem fria

Ingredientes para o caramelo 300 Gr. Açúcar 120 Ml. Natas 70 Gr. Manteiga 2 Gr. Flor de sal

Como fazer a tarte Pise um pouco mais a amêndoa de modo a que fique um granulado mais fino, sem contudo ser uma farinha. Misturar os ingredientes secos, acrescentar a gordura e um pouco de água se necessário, para formar uma bola, sem amassar. Envolver em saco ou película aderente e levar ao frigorífico por pelo menos 30 minutos. Pré aquecer o forno a 180º. Estender a massa com um rolo, entre duas folhas de papel vegetal, cortar um círculo maior que a tarteira e nela colocar. Cobrir com papel vegetal e tapar com fijão, grã ou outro material. O peso fará com que a massa não suba durante a cozedura. Assar por cerca de 15 a 20 minutos. Arrefecer antes de desenformar.

Como fazer o caramelo Levar o açúcar e a água ao lume e deixar ferver até que se inicie o estágio de caramelo. Fora do lume, mexam até obter o tom pretendido. Adicionar as natas, sem parar de mexer e de seguida a manteiga, envolvendo até que derreta toda. Deixar arrefecer um pouco e distribuir pela base. Podem optar por adicionar a flor de sal no início ou no fim, quando fria. Isto, se não acompanharem a tarte com um gelado de flor de sal, como a minha proposta.

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FICHA TÉCNICA DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P 8135-157 Almancil Telefone: 919 266 930 Email: algarveinformativo@sapo.pt Site: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: David Fonseca

ESTATUTO EDITORIAL A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética

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profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos.


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