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FESTA DAS TOCHAS FLORIDAS E AINDA: PROJETO TASA PALテ,IO DE ESTOI TEATRO DO OPRIMIDO
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ALGARVE INFORMATIVO #51, 2 DE ABRIL, 2016
8 - Festa das Tochas Floridas
38 - Laura de Witte
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SUMÁRIO 20 - Palácio de Estoi
Daniel Pina Pág. 8
Paulo Cunha Pág. 32
48 - Projeto TASA
José Graça Pág. 34
Augusto Lima Pág. 80
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Venham daí mais procissões !!! Daniel Pina
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o domingo de Páscoa rumei a São Brás de Alportel logo pela manhã para mais uma Festa das Tochas Floridas, com uma hora de antecedência para estacionar com calma e fotografar o tapete de flores que percorria as principais ruas da vila antes de começar a missa e a procissão. Afinal, houve quem fosse bem mais madrugador do que eu, com milhares de estrangeiros a chegarem em autocarros que nunca mais acabavam e que me estragaram os planos de deixar o carro perto da ação.
em plena Serra do Caldeirão, que não tem praias nem campos de golfe para piscar o olho aos visitantes tradicionais do Algarve, portanto, em vez de se lamentarem, os responsáveis autárquicos decidiram apostar no que têm de único para oferecer, neste caso uma festa religiosa repleta de história, tradição e mística. Uma aposta ganha e que atrai a São Brás de Alportel cada vez mais turistas na altura da Páscoa e eles ficam, de facto, maravilhados com a beleza que encontram na Festa das Tochas Floridas. Aliás, ai de quem se atrevesse a tapar-lhes a vista, a impedi-los de tirar fotografias e gravar vídeos. Nem eu me livrei de apanhar um raspanete dum cidadão de idade avançada, provavelmente dos 60 anos para cima, que num instante me perguntou, em inglês, se ia ficar ali parado à frente dele, alguns minutos antes de começar a procissão, no Largo da Igreja. Eu, como grande adepto que sou do Herman José, armei-me em carapau de corrida e lancei-lhe o eterno chavão “I’m from Press!”, ao que ele prontamente respondeu “And i’m from Canada” e disse que tinha viajado milhares de quilómetros de propósito para ver a Festa das Tochas Floridas.
Já de mochila às costas e máquina fotográfica na mão, vi-me rodeado pelos tais estrangeiros, mais até do que portugueses, homens e mulheres que sabiam ao que vinham, com roupa confortável, chapéu na cabeça e muitos deles com equipamento bem melhor do que o meu. São os turistas de meia-idade e carteira recheada que procuram experiências diferentes e momentos especiais, para guardar na memória, mas também para registar para a posteridade, em fotografias e vídeos para fazer inveja aos amigos e familiares que ficaram em casa. Turistas que tomaram o pequeno-almoço nos cafés da vila, que provavelmente iam almoçar nos restaurantes da vila – que estava a ser palco de uma Semana Gastronómica – que compravam bolos nas doceiras da vila, ou uma peça em cortiça ou cerâmica dos artesãos da vila. Uma vila que está localizada
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Eu olhei para ele, reparei que não estava com cara de bons amigos, sorri e fui tirar fotografias para outro sítio, só para levar
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mesma maneira que Loulé tem as festas da Mãe Soberana e que Tavira, Olhão, Faro, Portimão e outras cidades têm as suas típicas procissões da Semana da Páscoa. Eventos fora da época alta, com orçamentos perfeitamente aceitáveis e que atraem turistas vindos de todo o mundo precisamente porque, nos países deles, não têm nada disto. Turistas que não se deixam seduzir por praias, parques aquáticos, bares ou discotecas, já não têm idade para isso, agora querem experiências que realmente lhes toquem na alma e, felizmente, o Algarve tem muito disso para oferecer. Basta que tiremos as palas da frente dos olhos e deixemos de pensar apenas no caminho fácil do «sol e praia» .
com outros turistas que também não queriam perder pitada da procissão. Turistas que, curiosamente, até se agachavam para compor os arranjos de flores, que não resistiam muito tempo à passagem de milhares de pessoas por cima. E que pediam aos locais para fazerem pose de tochas floridas em punho. Agora, como de costume, vem a parte da moral da história. A Festa das Tochas Floridas é organizada pela Paróquia de São Brás de Alportel com a colaboração da autarquia, das associações locais e das gentes da terra, que apanham as flores durante a semana, que compõem os tapetes de flores nas ruas durante a noite, que montam as barraquinhas na véspera, que colocam as faixas nos prédios uns dias antes, e tudo isto com um orçamento que deve ser praticamente irrisório. Da
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TOCHAS FLORIDAS atraíram milhares de turistas a São Brás de Alportel São Brás de Alportel voltou a ser um dos pontos mais quentes do Algarve no Domingo de Páscoa, muito por culpa da Festa das Tochas Floridas, cada vez mais um chamariz para milhares de turistas que chegam de Espanha, França e Reino Unido, mas também já do outro lado do Oceano Atlântico, mais concretamente dos Estados Unidos da América e do Canadá. Uma festa que combina a vertente religiosa com a tradição desta vila da Serra do Caldeirão, com os homens de São Brás, dos mais novos aos mais idosos, a desfilarem, engalanados, empunhando com orgulho as suas «tochas» e gritando «Ressuscitou como disse: Aleluia! Aleluia! Aleluia!». Texto: ALGARVE INFORMATIVO #51
Fotografia: 8
Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel
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uitas são as manifestações religiosas que animam o Domingo de Páscoa no Algarve mas nenhuma tem ganho tanta popularidade no passado recente como a Festa das Tochas Floridas, em São Brás de Alportel, de tal modo que rapidamente perdemos a conta aos autocarros de turistas estrangeiros que chegam de Espanha, França e Reino Unido. Estrangeiros normalmente de meia-idade ou para cima disso, o tal chamado «turismo sénior», acompanhados das suas caras-metades ou das famílias completas, todos eles de máquinas fotográficas em punho para captar os melhores momentos da procissão que parte do Largo da Igreja Matriz e percorre as principais ruas desta vila do interior algarvio, aquele que aparece menos vezes nos canais de televisão internacional, que faz menos vezes capas de revista do turismo, que ocupa menos páginas nas brochuras das agências de viagens.
longo do percurso, em maior número até do que portugueses, isto porque a maior parte dos homens de São Brás de Alportel fazem parte da procissão, ficando apenas as mulheres na assistência. Turistas que não se remetem ao papel de simples espetadores, interagem, e muito, com as gentes locais, até com os profissionais de imagem, perguntando a que se deve esta procissão, por que razão só participam homens, o que significam as tochas, por que motivo umas são mais elaboradas do que outras. E interagem também com os homens que vão chegando ao Largo da Igreja com as suas tochas, pedem-lhes, sem pudor ou vergonha, para fazer pose para a fotografia, para depois mostrarem aos amigos e familiares dos seus países de origem, já não apenas do Velho Continente, mas também dos Estados Unidos da América e do Canadá. Não surpreende, por isso, que o número de visitantes vá crescendo a olhos vistos de ano para ano e o balanço da edição de 2016, nas palavras de Vítor Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, é extremamente positivo, até porque o São Pedro desta vez ajudou e não banhou a multidão com chuva e frio, como aconteceu nos anos transatos. “Tivemos uma afluência bastante grande, milhares de estrangeiros a fotografar e filmar a
Imagens de rara beleza mas assistir à Festa das Tochas Floridas é um cocktail para todos os sentidos, as cores e o movimento para a visão, o cheiro das flores para o olfato, os cânticos para a audição, o sentir a textura das folhas para o tato, o degustar, depois, os doces regionais, o medronho, a gastronomia serrana, para o paladar. Por isso, não nos admiramos por ver tantos turistas de sorriso nos lábios e olhos brilhantes ao
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procissão da parte da manhã, a registar o que observam, escutam e sentem. À tarde, tivemos as atividades culturais e os espetáculos musicais a animarem o Largo da Igreja”, conta o edil, ainda a recuperar da azáfama deste fim de semana prolongado. “É a maior festa do nosso concelho e temos apostado na sua promoção e divulgação, em parceria com a Região de Turismo do Algarve, os hotéis e as agências de turismo. Hoje, os próprios operadores já criam pacotes para as férias da Páscoa para os seus clientes que incluem a vinda a São Brás de Alportel”, indica. Uma festa que enche de orgulho os sãobrasenses e que é complementada, de há uns anos a esta parte, por uma Semana Gastronómica, pois o paladar também é uma excelente forma de cativar os turistas que visitam a região. “As filas são enormes nos restaurantes, já são ALGARVE INFORMATIVO #51
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conhecidos pela qualidade que oferecem, e o objetivo é que esses clientes regressem, noutra altura, para almoçar ou jantar em São Brás. Fazemos igualmente uma feirinha de doces no Largo de São Sebastião e as nossas doceiras venderam imensos bolos regionais. Em frente ao edifício da Câmara Municipal decorre também uma feira de artesanato, com as pessoas a trabalharem ao vivo e a mostrarem o que temos de melhor para oferecer”, destaca Vítor Guerreiro. Tradição, gastronomia, artesanato, tudo em perfeita comunhão e a causar furor junto dos milhares de turistas que assistem à procissão e que nem imaginam que todo este aparato é preparado em poucos dias e pela prata da casa. “A apanha das 13
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flores começa na segunda-feira com a colaboração de muitos voluntários e dos funcionários da autarquia, nomeadamente das auxiliares das escolas, que estão encerradas para as férias da Páscoa. Na Sexta-Feira Santa e no sábado há uma grande azáfama junto à igreja para se preparar as flores, que passa por tirar as pétalas e cortar a verdura. Depois, às quatro da manhã de domingo, encontramo-nos todos junto à igreja para montar as passadeiras de flores”, revela o autarca, garantindo que todo esse trabalho é voluntário e feito com um tremendo amor à festa e à terra. Uma tarefa em que Vítor Guerreiro participa igualmente há largos anos, não como presidente de Câmara, mas como são-brasense, findo o qual vai a casa tomar banho num instante, vestir ALGARVE INFORMATIVO #51
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o fato e fazer a sua tocha, com a ajuda imprescindível da mãe, uma tradição dentro da própria tradição. Às 10h, começa a missa na Igreja Matriz, uma hora depois arranca a procissão pelas principais artérias da vila, segue-se a tarde cultural e, logo a seguir ao jantar, o presidente, que também é um marido, pai e homem, está com a bateria completamente descarregada. “É muito cansativo, mas extremamente gratificante”, admite, sorridente. Curiosamente, esta rotina, que se repete de ano para ano nos bastidores, tem ganho cada vez mais entusiastas, revela Vítor Guerreiro. “São imensas pessoas que chegam logo de madrugada para tirar fotografias às ruas enfeitadas e à passadeira, com o nascer do sol a incidir sobre as ruas, é um ambiente estupendo”, finaliza, aproveitando para deixar o convite para nova visita ao concelho, desta feita para mais uma Feira da Serra, no início do Verão. “Vamos comemorar as bodas de prata do 15
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certame e aproveitamos as férias escolares para ampliar e preparar o recinto. Após alguns anos a termos como convidados especiais o medronho, a alfarroba, o figo, a amêndoa e a cortiça, em 2016, o tema principal será a «Inovação», a forma como todos estes produtos tradicionais são trabalhados e colocados no mercado de forma inovadora”.
O nascer da tradição A história das «Tochas Floridas» remonta aos primeiros anos do século XVII, época em que os algarvios começaram a realizar a Procissão de Aleluia, na manhã do Domingo de Páscoa, com um forte frenesim religioso. Nessa altura, as confrarias, constituídas unicamente por homens, eram obrigadas a levar uma tocha acesa ou luminária e opas vestidas. Com o passar dos anos, a escassez de cera levou à sua substituição por paus pintados e ornamentados com flores, no cimo do qual se colocava, então, uma pequena vela. Uma característica que se manteve, contudo, foi a de apenas os homens erguerem as tochas na frente da procissão, isto porque as irmandades, onde estavam as mulheres, seguiam atrás. As confrarias viriam a desaparecer mais tarde, mas a procissão das «Tochas Floridas» manteve-se, com outra alteração de fundo: os hinos, responsos e o Aleluia em honra da Ressurreição do Senhor deixaram de ser entoados por coros e passaram a ser proferidos unicamente pelo povo, devido à falta de clero e de cantores.
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Mas há outra história por detrás desta manifestação. De facto, os mais velhos dizem que, aquando da invasão do Algarve por parte dos ingleses, os são-brasenses aproveitaram esta festa religiosa para enfeitar as suas alfaias agrícolas e mocas de flores e conseguiram aproximar-se dos invasores e expulsá-los, aproveitando ao máximo o efeito surpresa e a força dos seus braços. Assim se explica que, após percorrerem o tapete de flores com um quilómetro de extensão, os participantes regressam ao largo da igreja e alguns ainda retratam a luta entre são-brasenses e ingleses e partem as suas tochas floridas, na verdade, paus e canas de bambu mascaradas . ALGARVE INFORMATIVO #51
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Uma visita ao …
Palácio de Estoi O concelho de Faro foi o escolhido para a realização de mais uma FAM Trip da Região de Turismo do Algarve e depois de, na edição anterior, termos ficado a conhecer melhor a Cidade Velha de Faro, desta vez viajamos até à vila de Estoi, mais concretamente ao Palácio de Estoi.
Texto: Daniel Pina Fotografia: Daniel Pina
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objetivo das FAM Trip da Região de Turismo do Algarve é «Redescobrir os Segredos do Algarve» e o destino eleito, em março, para esta ação destinada a agentes de turismo e jornalistas foi o concelho de Faro. Assim, depois do início da manhã ter sido preenchido por uma visita pela Cidade Velha de Faro, designadamente pelo Centro Interpretativo do Arco da Vila, Museu Municipal e Sé de Faro, foi tempo depois de rumar à vila de Estoi, cuja localização, boa qualidade de solos e existência de várias fontes riquíssimas de água e bons ares fizeram com que fosse fortemente povoada desde os tempos mais remotos. Condições privilegiadas que proporcionaram mesmo que, durante o Período Romano, ali fosse construída a Villa de Milreu, que se crê ter sido habitada por governadores de Ossónoba, capital da província. ALGARVE INFORMATIVO #51
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Em tempos mais próximos da atualidade, Estoi continuou a ser escolhida pelas famílias mais nobres da cidade de Faro, que ali tinham as suas explorações agrícolas e lagares, para construírem as suas casas «apalaçadas», onde viviam parte do ano. E um desses edifícios mais carismáticos e famosos é, sem dúvida, o Palácio de Estoi, construído por iniciativa de Francisco José Moreira de Brito de Carvalhal e Vasconcelos, Conde de Carvalhal, que herdou o terreno do pai, falecido em 1782. Não tendo aproveitado nenhuma das edificações existentes, a obra arrancou a partir de 1782-1783, não se sabendo, com certeza, o autor do projeto. Nesse sentido, o seu putativo autor é o arquiteto régio Mateus Vicente de Oliveira (17061785), que projetara décadas antes os planos para o Palácio de Queluz.
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O Palácio de Estoi pode ser considerado um dos melhores exemplares da arquitetura civil da segunda metade do século XVIII, mas não teve um trajeto fácil, isto porque o filho do Conde de Carvalhal morreu sem ter deixado descendentes, tendo estipulado em testamento que a propriedade fosse vendida e o lucro distribuído pelos mais desfavorecidos. Depois de ter sido votado quase ao desaparecimento, pode-se dizer que foi salvo por José Francisco da Silva, que comprou a propriedade, em 1893, e gastou avultadas verbas na restauração do que estava arruinado e na construção de alguns elementos novos, com o projeto a cargo do Arquiteto Domingos da Silva Meira, grande adepto da escultura.
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Prova desta predileção do arquiteto são os bustos de Almeida Garret, António Feliciano de Castilho, Bocage e do Marquês de Pombal que se encontram na alameda central. Os recantos do jardim são pontilhados por frescos de fontes e pequenas estruturas arquitetónicas onde se localizam estátuas de mais figuras notáveis, entre elas os poetas Goethe, Schiller, Milton ou Camões, ou os políticos e militares Moltke ou Bismark, mas ali se observam igualmente figuras de mármore mais modestas que ilustram personagens do campesinato português.
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A fortuna despendida na recuperação do Palácio de Estoi granjeou a José Francisco da Silva o título de Visconde de Estoi e a obra foi inaugurada em 1909, mantendo-se na posse da família até 1987. É neste ano que o edifício é adquirido pela Câmara Municipal de Faro, sendo, desde 2009, uma unidade hoteleira integrada na rede de Pousadas de Portugal. Para esse efeito sofreu obras de adaptação e ampliação, com projeto do Arquiteto Gonçalo Byrne e do Arquiteto Paisagista João Cerejeiro, sendo a única Pousada de Portugal integrada no segmento de «Pousada Histórica Design» na Região. Apesar da reconversão em unidade hoteleira, manteve-se a traça histórica e romântica do Palácio de Estoi, com o seu interior extremamente detalhado e elaborado à base de estuque e pastel. No jardim permanecem as palmeiras e as laranjeiras, que contribuem para o ambiente rococó do palácio. No terraço inferior vislumbra-se um pavilhão com azulejos azuis e brancos, a «Casa da Cascata», em cujo interior se encontra uma cópia das «Três Graças», de Canova. No terraço superior, o «Patamar da Casa do Presépio», deparamo-nos com um pavilhão grande com vitrais, ninfas e nichos em vários azulejos. ALGARVE INFORMATIVO #51
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De cor rosa, a fachada é composta por um corpo retangular comprido, com o módulo central mais destacado e ressaltado. O piso térreo é marcado por arcaria, o superior por pilastras lisas e rusticadas, com portas com óculo superior, de molduras mistilíneas, com balcão gradeado em ferro. Já as outras alas do palácio são compostas por portas e janelas com frontões clássicos. Os telhados inclinados são dissimulados por corrida balaustrada, rematada por urnas e estátuas. O palacete é agora ocupado pelas áreas sociais, do restaurante às várias salas de estar, enquanto os 60 quartos e as três suítes do hotel estão localizados numa ala moderna e construída de raiz. Tudo isto a apenas 10 quilómetros de distância da capital de distrito, à qual a comitiva da FAM Trip regressou ainda a tempo de almoçar no Restaurante «A Tertúlia Algarvia», na Cidade Velha de Faro .
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Querida avó, querido avô… Paulo Cunha
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á já alguns anos que é possível encontrar nalguns sítios alojados na Internet, um texto sobre os avós, pretensamente escrito por uma menina de oito anos. Reza o seguinte: “Uma avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem “Despacha-te!”. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertarnos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Toda a gente deve fazer o possível por ter uma avó, sobretudo se não tiver televisão.”. Texto escrito com a inocência própria de uma criança e focalizado na figura da avó, pode - e deve - ser direcionado e interpretado no universo dos dois avós em geral. É um facto, é impossível lê-lo sem ser contagiado pelas palavras ternurentas, cândidas e até humoradas com que uma neta vê e presenteia a sua avó! A ligação entre netos e avós é uma ligação única, diferente daquela que os mais novos têm com os pais e da que têm com outros adultos, sejam eles familiares ou não. Criam-se laços marcados por uma profunda ternura, pela experiência e também pela ausência da responsabilidade final enquanto educadores, podendo assim desfrutar da relação de uma forma mais sã, alegre e descontraída. Numa sociedade como a portuguesa, o papel dos avós é,
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na maioria das vezes, central e nuclear na vida das crianças. Ao criarem os pais, os avós transmitiram-lhes um conjunto de valores que muito provavelmente serão replicados na educação dos filhos. Ao passar tempo com os mais velhos, as crianças compreendem o que esteve na origem dos princípios da sua família, o que lhes transmitirá uma forte noção de pertença e de referenciais futuros. O avô e a avó são um porto seguro e os mais novos sabem-no, mesmo que de forma instintiva. Sabem também que não se relacionam com os mais velhos da mesma forma que o fazem com os pais. Por muito que a educação respeite os mesmos princípios, os cenários e os contextos são diferentes, acabando as crianças por se adaptar de forma imediata. Todos nós, pais, sabemos que na casa dos avós os mimos são mais do que muitos e não acabam… E ainda bem! Os avós ajudam a educar, mas também a “deseducar”. Compram inúmeros brinquedos, guloseimas, roupas, etc. Deixam passar a hora de dormir. Permitem a quebra de certas regras… E ainda bem! São estas pequenas transgressões que, de forma inconsequente, permitem a estes pequenos seres em formação, viver e desfrutar uma infância única e insubstituível, a sua… Juntos integram a única e verdadeira instituição não oficial de beneficência e solidariedade social (os avós de Portugal), que de forma graciosa e benemérita ajuda a sarar as feridas provocadas por todos aqueles que nos obrigam a colocar a produção à frente da educação e fruição dos nossos filhos. Já pais, os nossos pais continuam a dar-nos “berço” e “colo” através dos nossos filhos. Possamos nós retribuir com a mesma afetividade, disponibilidade, dinamismo e dedicação que eles, benditos e preciosos avós! . 32
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Quarenta anos sem regiões administrativas! José Graça
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provada pela Assembleia Constituinte em 2 de abril de 1976, a Constituição da República Portuguesa consagrava as regiões administrativas como umas das categorias de autarquias locais, classificando estas como pessoas coletivas territoriais dotadas de órgãos representativos, visando a prossecução de interesses próprios das populações respetivas. Sem qualquer alteração básica nestas quatro décadas, o originário artigo 237.º dispunha que a organização democrática do Estado compreenderia a existência de autarquias locais, estabelecendo-se logo de seguida que no continente as autarquias locais seriam as freguesias, os municípios e as regiões administrativas. Em relação às primeiras estamos conversados, apesar das tentativas de redefinir os territórios das freguesias a régua e esquadro e de novas formas de associativismo pretenderem reduzir o número de municípios, esperando-se agora que as promessas de reavaliação dos processos feitos nas costas dos autarcas e das pessoas conte efetivamente com a participação informada dos cidadãos. Sendo a divisão administrativa do território estabelecida por lei, só passados muitos anos se voltaria ao assunto, com a publicação da lei-quadro das regiões administrativas em 13 de agosto de 1991, no final da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva, estabelecendo um conjunto de regras e princípios para a sua concretização no terreno. Porém, tudo encalhou novamente ao prever-se a obrigatória criação simultânea das regiões administrativas e ao fazer depender a instituição em concreto de cada região administrativa do voto favorável da maioria das assembleias municipais que representem a maior parte da população da área regional, de acordo com o último recenseamento geral efetuado. Este conjunto de travões jurídico-legais, a divisão das opiniões sobre o número ótimo de regiões e as conjunturas políticas momentâneas colocaram o processo na gaveta por mais cinco anos. Apesar da
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criação da Comissão de Apoio à Reestruturação do Equipamento e da Administração do Território, que procurou eliminar os obstáculos existentes e valorizar as potencialidades da regionalização, durante o primeiro governo de António Guterres, os resultados do referendo em 1998 foram um banho de água fria para os seus defensores. Quarenta anos depois continuamos sem regiões administrativas e com um edifício institucional de âmbito regional polvilhado de instituições sem poder político efetivo e sem capacidade de intervenção, utilizando de forma pouco eficaz recursos escassos, sejam financeiros ou humanos. E parece que não aprendemos ou não queremos aprender… Apesar do inegável sucesso das outras autarquias locais – municípios e freguesias, muito devido ao contacto próximo com as populações e ao escrutínio direto das suas ações, mas também às conquistas que foram concretizando em termos de autonomia administrativa e financeira, o Estado teima em adiar e dificultar a instituição em concreto das regiões administrativas. Se o mapa das regiões já não é um problema e se as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são para avançar, é este o tempo de relançar o debate e promover o cumprimento do preceituado constitucional de 1976. Parece haver na Assembleia da República uma maioria suficiente para remover os travões constitucionais, tal como prometido por Passos Coelho antes de ser primeiro-ministro, e o aprofundamento das medidas de descentralização administrativa incluídas no programa do atual governo só beneficiaria com tal deliberação… Este é um tempo de confiança, mas também de esperança no encerramento de um ciclo iniciado há quarenta anos! . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966 34
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Teatro
do Oprimido contra os tabus e preconceitos
A cultura acontece, existe, respira ao virar de cada esquina, mas estamos mais habituados a conviver com ela em espaços tradicionais como os teatros, auditórios, bibliotecas, nos vários equipamentos culturais que foram criados com essa finalidade. O Teatro do Oprimido acontece, porém, normalmente fora desses mesmos espaços, por vontade própria ou por decisão dos poderes mais altos, por abordar temas que podem ser incómodos, polémicos, sensíveis. Mas é contra os tabus e os preconceitos que o Teatro do Oprimido pretende lutar e essa luta pode ser travada em qualquer local, por mais informal que seja, e por mais amadores que sejam os seus «atores». Texto:
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Laura de Witte, uma francesa a residir em Portugal desde 1996 e, no Algarve, desde 2010, por se ter apaixonado e casado com um farense, o conhecido cenógrafo Tó Quintas.
Teatro do Oprimido é um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, com o intuito de democratizar os meios de produção teatral, o seu acesso às camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade através do diálogo e do teatro. Nascido nas décadas de 60 e 70 do século passado, pretende, assim, usar o teatro como ferramenta de trabalho político, social, ético e estético, bebendo das experiências que Boal teve na América Latina e na Europa. É esse trabalho que tem sido realizado na região algarvia por ALGARVE INFORMATIVO #51
Chegada a Portugal, a antiga professora de espanhol mergulhou no mundo da educação não formal, ou seja, toda aquela que se desenrola fora dos tradicionais estabelecimentos de ensino e foi assim que se envolveu com o Teatro do Oprimido. “É uma arte diferente, um teatro político, de intervenção, feito principalmente por pessoas que não são atores. São cidadãos normais que têm uma história para contar e o público é
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convidado a debater e a propor alternativas àquilo que observa. É uma mistura de educação, arte, intervenção social, política”, explica a fundadora da Mandacaru, uma cooperativa de intervenção social e cultural que combina ferramentas como o teatro, circo, dança e fotografia. Não estamos perante um teatro muito comercial, antes pelo contrário, é um teatro que incomoda, por fazer perguntas que muitos prefeririam que não fossem colocadas, por dar a voz a quem normalmente não a tem, por provocar o pensamento e o debate de ideias. “Mas não é um teatro fatalista ou triste, pois sonhamos, criamos alternativas, e os temas variam consoante os grupos de trabalho”, esclarece Laura de Witte. “Em Portugal, espera-se Laura de Witte junto à sua famosa bicicleta muito que as respostas, as a arranjar desculpas para não fazer as soluções, cheguem de fora, fica-se à coisas, e isso não acontece apenas espera que os problemas sejam com os portugueses. O fazer algo resolvidos pelos outros. Se há alguma custa, é arriscado, incerto, ficamos coisa que me incomoda, sou eu que expostos. Os portugueses lutam tenho que agir”, defende. imenso no seu dia-a-dia, não é fácil viver em Portugal, mas ainda persiste Laura de Witte admite, contudo, que algum medo de fazer algo em grupo, esta postura mais passiva possa advir do coletivamente. As festas das aldeias, facto de Portugal ter vivido durante por exemplo, são extremamente bem décadas numa Ditadura e de, mal organizadas e toda a gente participa, abraçou a Democracia, ter ingressado das crianças aos velhotes. numa União Europeia onde praticamente Infelizmente, há assuntos em que tudo é ditado pelos países mais percebem que têm pouco poder para importantes e pelos órgãos sediados em decidir e vão-se abstendo desse Bruxelas. “O meu marido diz-me isso papel”, analisa a entrevistada. frequentemente, mas andamos sempre
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o Centro Comunitário da Horta da Areia e a Fundação António Silva Leal, porque as coisas não mudam em dois anos. Têm uma equipa, uma sala e um público bem definido e estamos a explorar outras ferramentas para lá do Teatro do Oprimido”, indica.
Apesar desta constatação, Laura de Witte teme que os portugueses não aguentem por muito mais tempo estas pressões externas e que um simples episódio pode tirá-los do conformismo e levá-los a atuar com mais vigor. “É importante sabermos de onde viemos, o que fizemos noutros tempos, mas o antigamente acabou, há que ir para a frente. Os desafios e as ferramentas são diferentes e eu sou otimista por natureza”, garante a francesa, não negando que a Mandacaru tem tido os seus altos e baixos, como qualquer cooperativa, desde que apareceu, em 2005. “Mais uma vez, é muito mais fácil ter um patrão que toma as decisões e que paga o nosso salário, do que criar algo de raiz. Dá mais liberdade, pois fazemos o que queremos, mas exige, por outro lado, maior disciplina e responsabilidade”.
Outro projeto é dinamizado com o MAPS – Movimento de Apoio à Problemática da SIDA, na Cidade Hayward, desde 2013, com um grupo de adultos que já vai na sua quarta peça, sempre a abordar problemáticas específicas destes cidadãos. “A última incide sobre os dilemas que se colocam a quem acaba de sair da prisão”, refere, antes de recordar outro parceiro, o Núcleo do Algarve da Rede Europeia Anti-Pobreza, com o qual teve um grupo de mulheres, «As Bonitezas», que entretanto deixou de existir. Mas há ainda tempo para outro projeto pedagógico, desta vez direcionado para as crianças, com a Amarelarte – a TV Frentex, um minifórum que fala sobre piolhos. “É um fenómeno que, para mim e para a Nicole Lissy, é perfeitamente normal, mas que em Portugal é um tabu, uma coisa terrível que descrimina as crianças nas escolas. Curiosamente, esse problema está mais na cabeça dos adultos do que dos mais pequenos”, desabafa Laura.
Todos somos oprimidos Mais liberdade e realização profissional tem Laura de Witte ao envolver-se com o Teatro do Oprimido, basta-lhe uma sala e um grupo de pessoas para trabalhar, não precisa de papel e caneta, quadro negro na parede, computador na mesa. Isto porque a metodologia é clara, fácil de transmitir, bastante poderosa e pode ser aplicada por toda a gente, independentemente da sua idade ou fisionomia. “Comecei com um Contrato Local de Desenvolvimento Social, em 2010, com a Cruz Vermelha, em dois bairros de Faro – a Horta da Areia e a Cidade Hayward. Esse projeto terminou em 2012, mas continuei a trabalhar com
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Verifica-se, assim, que as parcerias com associações ou instituições são importantes para se entrar dentro de comunidades mais sensíveis e se conseguir desenvolver algum trabalho no local, mas a dirigente e formadora
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avisa, prontamente, que todos sofremos algum tipo de opressão, e não apenas aqueles que tradicionalmente são rotulados de «oprimidos». “É muito mais complicado criar uma peça com pessoas que, à partida, dizem que não sentem opressão, do que com pessoas perfeitamente conscientes de que têm problemas. E são eles que decidem que tema se vai abordar. No MAPS falamos sobre descriminação no trabalho, violência doméstica e os ex-presidiários. Com os jovens da Horta da Areia foi o bullying e a descriminação na escola. Numa ação de formação que realizamos recentemente com professores, educadores, músicos, pessoas muito bem inseridas na sociedade, contaramse histórias impressionantes de opressão no seio da família”, aponta Laura de Witte.
Episódios de opressão que muitas vezes passam despercebidos às próprias vítimas, por entenderem que são normais e porque se criou a ideia de que só os «pobres» é que têm problemas. “É um discurso bastante utilizado pelos políticos, existem os «pobres» e os «outros», mas a linha é bem mais ténue. Depois, não se tem consciência de que há um sistema que nos oprime, ou que somos oprimidos pelo patrão, marido, mulher ou professor, e não ter vergonha de assumir e falar destas coisas em público é um passo enorme, porque se apanha com mais um «rótulo». Ser pobre não é vergonha nenhuma, nem é minha culpa”, dispara Laura, irritada com esse discurso bastante apregoado pelos governantes. “Quando a crise começou, a culpa vinha de fora, era
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cicatriz no rosto, por ter SIDA, por ser cigano, ideias que passam para fora das comunidades através das peças, realizadas em locais neutros, mas arranjar financiamento para tal é uma batalha terrível. “Se tivesse mais dinheiro e tempo disponível, as peças davam um grande salto em termos de qualidade teatral e estética, mas vamos crescendo devagarinho. As pessoas, os «atores», empenham-se imenso, só faltam aos ensaios por questões de saúde”, assegura. Um teatro que luta contra os tabus e preconceitos, mas isso não significa que se abordem todas as temáticas, há um cuidadoso processo de seleção conduzido pelos próprios atores, sublinha Laura. “Quando estávamos a fazer Teatro do Oprimido numa prisão, em Coimbra, o grupo utilizava metáforas para transmitir a sua mensagem sobre o sistema prisional em Portugal. Numa comunidade cigana, é normal o casamento de raparigas de 15 ou 16 anos, só que não é um assunto do qual os de fora queiram ouvir falar. Há temas que debatemos mas que não transpomos para o exterior para não enfraquecer o grupo”, justifica a francesa.
provocada pelos políticos. De repente, somos nós os culpados, porque não somos empreendedores, porque não sabemos trabalhar, porque somos preguiçosos. Claro que temos uma quota-parte da culpa, mas grande parte da responsabilidade é de quem estava acima de nós a tomar decisões, de quem geria o destino do país”.
Proteger sempre o grupo
Ora, se a sociedade civil ainda não está suficientemente preparada para ser confrontada com determinadas realidades, também há assuntos que podem não agradar aos próprios poderes instalados, o que gera uma dinâmica bastante interessante na
Desconstruir discursos perigosos é precisamente outra faceta do Teatro do Oprimido, a par de fazer frente aos tais tabus e preconceitos que se vão instalando nas rotinas do dia-a-dia. O não arranjar emprego por se ter uma
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Laura de Witte na TV Frentex
atividade principal está relacionada com a educação para os direitos humanos. “O manual «Compasso» foi traduzido agora para português e esse trabalho de sensibilização é feito diretamente com as escolas. Por exemplo, o núcleo do Algarve da Rede Europeia Anti-Pobreza anda, desde janeiro, a realizar sessões sobre os refugiados em Albufeira, com metodologias participativas. O primeiro passo é explicar quais são estes direitos humanos, após isso, perceber se os temos ou não. Qualquer criança sabe o que é brincar, amar, comer, beber, dormir, receber carinho. São direitos que parecem adquiridas logo à nascença, mas implicaram séculos de luta e, infelizmente, nem todos os seres humanos os têm” .
ótica de Laura de Witte. “Puxamos até onde podemos puxar e o grupo também sabe quais os limites que não pode ultrapassar. Não é apenas uma questão de depois não se conseguir obter apoios financeiros das entidades ou empresas, é proteger a própria integridade do grupo”, afiança, assumindo, assim, o papel de mediadora, facilitadora, o «coringa», como se costuma dizer na gíria do Teatro do Oprimido. “É quem garante que não se manipula a metodologia, que se respeitam as regras do jogo durante a peça e o debate. E quem assegura que não haja opressão inclusive dentro do grupo”, refere. Apaixonada pelo Teatro do Oprimido, Laura de Witte não sonha fazer carreira no teatro clássico, embora gostasse de aprofundar algumas técnicas teatrais, e isto porque, na hora da verdade, a sua 45
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Artesanato e design juntos no Projeto TASA O Projeto TASA – Técnicas Ancestrais Soluções Atuais nasceu, em 2010, de uma iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve com o intuito de aliar novas tendências de design à atividade artesanal, de modo a tornar estes ofícios ancestrais em profissões de futuro. Desde então, o TASA tem sido dinamizado pela empresa de Turismo Responsável – Proactivetur e todos os anos são integrados novos artigos no catálogo de produtos que já não são apenas oriundos do Algarve, mas também do Alentejo e da vizinha Andaluzia. Texto: Fotografia:
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promover o artesanato como uma profissão de futuro e com rentabilidade.
na Rua de Portugal, perto do centro de Loulé, que se localiza a sede da Proactivetur, a empresa responsável pela dinamização do Projeto TASA, criado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, em 2010. Na altura, dois designers reuniram-se com vários artesãos algarvios durante um ano, com eles trabalharam diferentes técnicas e materiais e dessa parceria nasceram cerca de 20 produtos. Depressa se percebeu, contudo, que o projeto ficaria por ali caso não tivesse subjacente uma dinâmica comercial, ou seja, se não fosse agarrado por uma entidade que continuasse a desenvolver o trabalho iniciado pela CCDR, com o objetivo de
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Das duas propostas apresentadas foi selecionada a da Proactivetur, que faz a gestão do Projeto TASA desde 2013, período durante o qual foram lançados mais 15 novos produtos e mais 10 serão incluídos no catálogo em 2016. Para além disso, o TASA já inclui artesãos do Alentejo e da Andaluzia, sinal de que esta metodologia pode ser aplicada noutras regiões e, inclusive, de países diferentes. “Todos os produtos realizados no âmbito do projeto são exclusivos desta rede e é bastante importante o diálogo entre o artesão 50
Sara Fernandes, da Proactivetur, a entidade dinamizadora do Projeto TASA
modernos. Sentem que este «casamento» é uma mais-valia para os dois lados”, refere Sara, embora admita que há sempre pessoas que são mais resistentes à mudança e à inovação do que outras. “Mas, no geral, a recetividade dos artesãos foi positiva, também pela perspetiva de que os seus produtos seriam valorizados através do marketing, do design, da fotografia, ferramentas que, por vezes, não estavam ao seu dispor. Também dinamizamos a rede com a realização de convívios sempre que é possível juntar a maior parte dos artesãos, para eles saberem como as coisas estão a correr”.
e o designer no momento de criação e desenvolvimento. O designer pode ter uma ideia, mas o artesão tem um conhecimento de várias décadas de como o material se vai comportar, do que funciona ou não. É uma troca de experiências bastante gratificante para ambas as partes”, explica Sara Fernandes, da Proactivetur. Foi fácil, então, conciliar novas tendências com conhecimentos ancestrais, mas também homens e mulheres de diferentes gerações, por todos reconhecerem a necessidade de fazer algo diferente para ser aceite pelo mercado. “Os designers são, na sua maioria, jovens e a nova visão que têm das coisas é aproveitada pelos artesãos, que são já de idade avançada, para eles próprios criarem produtos mais
Na prática, o TASA trabalha, atualmente, em regime de freelancer com duas designers, Alexandra
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necessidades que existiam antigamente, criando utensílios ou ferramentas com os materiais que possuíam na época, e quisemos manter esse traço. Assim, tendo noção dos artesãos e das matérias-primas que estão disponíveis, surgem algumas ideias e esboços que depois são apresentadas pelas designers aos artesãos para saber se é possível produzir-se aquilo ou não, qual o melhor tipo de material, até se chegar ao protótipo e à peça final”, descreve Sara Fernandes. Aprovado o objeto, avança-se para a fase de produção efetiva e ai coloca-se o problema da quantidade, porque o artesanato não é, como se sabe, uma produção em massa, aliás, nem sequer é muito fácil fazer duas peças exatamente iguais. No entanto, colocar a «máquina», por assim dizer, a trabalhar é ainda mais complicado porque a maior parte das peças tem a participação de vários artesãos, misturando-se diferentes técnicas e materiais. “A nossa tábua, por exemplo, é em madeira e tem uma taça em barro. Ora, primeiro tem que ser feita a taça pelo oleiro, para depois se levar à artesã que trabalha em madeira, para se fazer a tábua à medida. Não é uma gestão de recursos fácil de se fazer porque há artesãos que estão muito distantes, a nível geográfico, uns dos outros”, sublinha a entrevistada.
Gonçalves e Ana Rita Aguiar, que efetuam uma investigação prévia sobre elementos da região que podem ser importantes para a conceção de novos produtos, para além de recuperar outros tipicamente algarvios, mas dando-lhes outra roupagem ou funcionalidade. “Todos os objetos do TASA são úteis, têm uma função, não são meramente decorativos. O artesanato surgiu precisamente para colmatar ALGARVE INFORMATIVO #51
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forma os dois pratos da balança, com o desejo de vender mais produtos de um lado, e a capacidade de os produzir do outro, mas os clientes também devem valorizar o trabalho artesanal e compreender se tiverem que aguardar para terem as suas peças. “Sabem que existe um tempo
A solução é aproveitar os períodos do ano em que os artesãos estão mais livres de compromissos, nomeadamente o Inverno, por existirem menos mercados e feiras de artesanato, para se acumular stock dos produtos em catálogo. Posto isto, é imperativo equilibrar da melhor
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de espera maior quando a produção é manual e não em série, feita numa fábrica, por isso, acabam por encomendar mais cedo se precisarem ter mesmo o produto numa data específica. Claro que é difícil, porque vivemos numa época em que tudo é imediato e há quem peça produtos para a semana seguinte, o que nem sempre é possível de satisfazer”, salienta Sara Fernandes. “São peças que não dependem só de uma pessoa, são feitas todas à mão e até depende de haver matéria-prima ou não em certas alturas do ano. Mas, quando se quer um produto especial, que se sabe que é único, está-se disponível para esperar”, garante.
norte a sul de Portugal com produtos em exposição, número que não deverá aumentar muito mais precisamente para não haver ruturas de stock ou esperas excessivamente longas nas encomendas. Isso não impede que as solicitações sejam cada vez maiores, um reconhecimento do bom trabalho desenvolvido pela Proactivetur com o Projeto TASA. Sinal positivo é recebido, igualmente, quando participam em feiras e a internacionalização deu-se logo em 2014, através de um prémio atribuído pela Universidade do Algarve e que permitiu a presença em três certames além-fronteiras. “Foi muito bom para testarmos os nossos produtos e a própria marca. Todos os anos estamos nas principais feiras ou mercados que acontecem no Algarve e em Lisboa e isso garante-nos logo mais clientes. Em 2016, vamos apostar bastante no marketing digital, mais direcionado para alguns mercados internacionais, com o lançamento da loja online e a renovação do sítio de internet”, prossegue Sara Fernandes.
Não deixar morrer os ofícios Face a todas estas condicionantes, o Projeto TASA coloca maior enfase em lidar com o cliente final e não com grandes superfícies ou cadeias de lojas de decoração, como atesta a criação, no final de 2015, de uma loja online. “É uma forma das pessoas chegarem rapidamente aos nossos produtos e temos sempre um stock garantido. Quando são quantidades maiores, normalmente tratam-se de restaurantes ou ateliers de arquitetura e decoração que desejam produtos personalizados, que é outra faceta importante do TASA. Como temos uma rede significativa de artesãos e designers, torna-se fácil desenvolver produtos específicos para cada cliente”, indica Sara Fernandes, falando ainda de uma rede de 15 lojas localizadas de
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Estrangeiros que, como se adivinha, ficam encantados com as peças comercializadas pelo Projeto TASA, mas os portugueses também têm noção de que se está na presença de produtos bastante interessantes. “Percebem que foi feito um trabalho de investigação e desenvolvimento para recuperar um material ou técnica. Portugal está a dar cada vez
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mais valor ao que é feito cá e, principalmente, por mão portuguesa. Para os estrangeiros, é uma oferta diferente da que estão habituados a encontrar nos seus países e que encaixa muito bem nos seus gostos pessoais. São peças que procuram para as suas casas e cozinhas e ligadas às nossas raízes e tradições, que eles apreciam bastante”, observa a entrevistada. A principal preocupação da Proactivetur prendese, então, com a idade avançada da maior parte destes artesãos e com o real perigo de algumas destas artes e ofícios desaparecerem no futuro próximo, confirma Sara Fernandes. “Infelizmente, há artes em que a única pessoa que possui esse conhecimento já tem 70 ou 80 anos e não tem possibilidade de ensinar os mais novos ou mesmo de produzir peças. É uma luta diária, porque gostaríamos de incluir na nossa oferta outros materiais e técnicas, e estamos sempre à procura de artesãos e de pessoas que estejam interessadas em aprender”, enfatiza. “Dinamizamos alguns workshops e cursos ligados às artes e ofícios, felizmente com uma participação aceitável, mas é necessário que as
pessoas se dediquem efetivamente à profissão para lhe dar continuidade. Queremos afirmar estes produtos no mercado também para que os jovens entendam que a profissão de artesão tem futuro, mas convém que haja uma ação mais forte e concertada no campo da formação para se inverter esta tendência e não se percam mais técnicas” .
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ATUALIDADE ESPÓLIO DO JORNAL «AAVEZINHA» DÁ ORIGEM A BIBLIOTECA-MUSEU
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espólio do Jornal «aAvezinha», fundado em Paderne, a 21 de fevereiro de 1921, por quatro mulheres, vai estar disponível ao público, mediante um protocolo assinado com o Município de Albufeira, de modo a permitir o acesso àquele vasto manancial de edições, livros e maquinaria que ao longo do tempo permitiu a saída do jornal algarvio, liderado desde o 25 de Abril por Arménio Aleluia Martins, uma das personalidades mais conceituadas da cultura algarvia. No sentido de apoiar pessoas carenciadas da aldeia de Paderne, as jovens Maria Marques, Maria Elói, Maria Mendes e Maria Correia resolveram, no início do ano de
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1921, fundar um jornal intitulado «aAvezinha». As duas primeiras edições, em Março e Abril de 1921, foram manuscritas e apresentavam os seus contos e poemas. Como a venda se traduziu em sucesso, o então pároco de Paderne, Padre João dos Santos Silva, tomou a iniciativa de editar o jornal, ficando como o seu diretor. Assim, a terceira edição (17 de Julho de 1921,) do jornal passa a ser editado na Praça da República, em Paderne, tendo como diretor o pároco e como editor, José Gaspar Rodrigues. A impressão era feita em Faro. Posteriormente, o Padre João dos Santos Silva passou a ser o editor, além de diretor. Até 1936, o jornal era mensal e trazia artigos das fundadoras e de outras mulheres, também
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com pseudónimos como Camélia, Gardénia, Margarida, Orquídea e outros. Nesse ano foi suspenso, para só retornar depois do 25 de Abril com Arménio Aleluia Martins, um dos mais carismáticos nomes da cultura algarvia, que em Maio de 1977, por cortesia, cede a direção do jornal a uma das fundadoras, Maria da Conceição Elói (a Madressilva). A numeração da edição foi reiniciada, indicando que se tratava da segunda série (Maio de 1977 foi a edição número 1 da segunda série). Posteriormente, a numeração do ano do jornal passou a ser em relação ao ano de 1921: por exemplo, a edição comemorativa dos 75 anos em 1996 é identificada como Ano 75 (2.ª série, n.º 541) 14 de Março de 1996. Esta numeração do ano e da edição mantém-se até hoje e ainda com Arménio Aleluia Martins à frente deste título. Em Abril de 1983, o jornal passou a ser publicado quinzenalmente e, em Janeiro de 1984, semanalmente. No começo do século 21 o jornal era semanal e estava disponível em página específica na Internet (www.jornalavezinha.com). Atualmente, o jornal é publicado no facebook .
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ATUALIDADE DIA MUNDIAL DA FLORESTA E DA ÁRVORE CELEBRADO EM ALBUFEIRA
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Município de Albufeira voltou a celebrar o Dia Mundial da Floresta e da Árvore, um evento que, no passado dia 21 de março, reuniu aproximadamente quatro centenas de pessoas, no Parque da Alfarrobeira. A iniciativa contou com a participação de crianças e utentes de estabelecimentos de ensino e várias associações de âmbito social do concelho, nomeadamente os Jardins de Infância Grãozinho de Areia, Vale Pedras, Caliços, Centro Infantil Quinta dos Pardais, ATL da Escola EB1 de Olhos de Água, Escola EB 2,3 Dr. Francisco Cabrita, APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve, Casa de Repouso Nossa Senhora da Guia e dos Lares e Centros de
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Dia da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira: Casa da Paz, Lar São Vicente e Lar Roseiral. À semelhança do que aconteceu na edição de 2015, os Bombeiros Voluntários de Albufeira associaram-se ao evento, aproveitando para apresentar os meios e equipamentos que utilizam no combate aos incêndios. Paralelamente à celebração da efeméride, a iniciativa visou, igualmente, dar a conhecer os espaços verdes do concelho, designadamente o Parque Urbano da Alfarrobeira, infraestrutura que já possui o estatuto de «pulmão verde» da cidade. Após a sessão de BoasVindas, que contou com as presenças do presidente do Município, Carlos Silva e Sousa, da vereadora responsável pelo Ambiente, Ana Vidigal, do vice58
presidente José Carlos Rolo, do vereador Rogério Neto e do presidente da Junta de Freguesia de Paderne Miguel Coelho, o programa prosseguiu com a entrega dos certificados no âmbito do projeto/concurso «Enfeites de Natal Reciclados», cujos trabalhos estiveram em exposição, primeiro na Galeria de Arte Pintor Samora Barros, e a partir de janeiro até ao final do mês de março, no Parque da Alfarrobeira, onde podem ser apreciados por todos. A entrega dos prémios aos estabelecimentos de ensino vencedores, que contou com a presença dos representantes da Caixa de Crédito Agrícola, Luís Alves, e da empresa Ecoambiente, Telma Farinha, foi aproveitada, também, para distribuir centenas de vasos com sementes de petúnia por todos os participantes. Seguiu-se uma apresentação teatral que serviu de pretexto para despertar as crianças para a importância da preservação das Florestas, nomeadamente a necessidade de reduzir a pegada ecológica e ensinarlhes, de forma lúdicopedagógica, atitudes e comportamentos responsáveis relativamente à preservação do meio ambiente .
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ATUALIDADE LOULÉ CONTINUA A APOSTAR NA CRIATIVIDADE
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epois dos festejos do Dia do Pai e da Páscoa, há que não deixar a rotina instalar-se e, por isso, o «Loulé Criativo Turismo» preparou um programa repleto de surpresas para as próximas semanas. Entrelaçar saberes num fascinante passeio fotográfico finalizado com a realização de uma joia, numa vertente mais ecológica, aprender a reciclar e trabalhar o cartão para redecorar a casa, surpreender no Dia da Mãe
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com uns deliciosos bombons de frutos secos, sentir a textura da tinta e deixar-se levar pela profundidade das cores, ou aprender Português ao ritmo da cultura local, são as apostas dos parceiros do Loulé Criativo Turismo para abril. A maior parte das experiências decorre na cidade de Loulé ou em Almancil, onde a artista plástica Adérita Silva abre as portas da sua galeria para despertar sensações inspiradas em objetos repletos 60
de histórias antigas; ou mesmo em Boliqueime, onde a parceira Cartão Concept convida a descobrir a sua oficina de arte, numa experiência de três dias em que a criatividade culminará numa impressionante mesa-decabeceira louletana. A escola de Línguas Faust, em parceria com o Loulé Coreto Hostel, também propõe um curso intensivo de Português, em regime de alojamento e pequeno-almoço, com várias excursões em diversas partes do Concelho .
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ATUALIDADE PORTO DE PESCA DE OLHÃO SERÁ PALCO DE EXERCÍCIO DE COMBATE À POLUIÇÃO DO MAR
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Porto de Pesca de Olhão vai ser palco, no dia 12 de maio, de um exercício de combate à poluição do mar por hidrocarbonetos. «Olhão 2016», como é denominado o simulacro, é uma organização conjunta do Departamento Marítimo do Sul da Autoridade Marítima Nacional, Autoridade Nacional de Proteção Civil, Câmara Municipal de Olhão e DOCAPESCA. O exercício tem três objetivos principais, no que diz respeito às operações de combate à poluição do mar: treinar de
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modo consistente os meios atribuídos ao Departamento Marítimo do Sul e à Capitania do Porto de Olhão; treinar e incrementar a cooperação com outras entidades, em particular as autarquias, e demonstrar à população em geral as capacidades e determinação dos serviços responsáveis pelo combate à poluição do mar no Algarve. A escolha do Porto de Pesca de Olhão deve-se ao facto de se tratar de um local com forte tráfego marítimo, associado à sua localização no coração do Parque Natural da Ria Formosa. As entidades 62
organizadoras reconhecem ainda a importância do turismo, recreio, valores naturais e patrimoniais, tendo em vista prevenir e combater eficazmente a poluição do mar por hidrocarbonetos nas praias e nos portos. Cerca de 60 pessoas vão estar diretamente envolvidas na ação bem como, no que diz respeito a meios materiais, embarcações para a manobra de barreiras de contenção do poluente, recuperadores, material absorvente, tanques portáteis, equipamento ligeiro de limpeza, viaturas pesadas e ligeiras, tratores e equipamento de proteção individual. Os hidrocarbonetos naturais são compostos químicos constituídos apenas por átomos de carbono e de hidrogénio, aos quais se podem juntar átomos de oxigénio, azoto ou nitrogénio e enxofre, dando origem a diferentes compostos. Os mais comuns são o petróleo, o gás natural e o carvão .
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ATUALIDADE PORTIMÃO DEDICA ABRIL AO EMPREGO E FORMAÇÃO
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ortimão dedica os dias 8, 9, 14, 15 e 16 de abril ao emprego e formação com as atividades «Oficina das Profissões», dedicada a crianças e jovens entre os 3 e os 12 anos e «Start Work – Mostra de Empreendedorismo, Emprego e Formação Profissional», direcionada a jovens (a partir dos 13 anos) e adultos. Nos dias 8 e 9 de abril, o grupo de empresários BNI SUL promove a «Oficina das Profissões», um evento de solidariedade social que visa contribuir para a educação e o despertar das crianças e jovens para aprendizagens no mundo empresarial dos adultos. Pretende desta forma incutir o espírito empreendedor nos mais novos e demonstrar como se trabalha em equipa, ressaltando a importância da criação de
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sinergias entre as várias áreas/profissões e possibilitando o contacto direto com empresários da região algarvia, que através de jogos vão construir cenários das próprias atividades empresariais. Paralelamente o evento, que se realiza em ambos os dias entre as 9h30 e as 19h, no Portimão Arena, possui uma vertente de beneficência, numa ação de beneficência que visa angariar produtos alimentares e produtos de higiene básica para crianças desfavorecidas. A entrada na Oficina das Profissões é gratuita, sensibilizando-se quem visitar o evento que traga consigo um alimento ou produto de higiene básica que deseje oferecer. O dia 8 de abril é dedicado exclusivamente à visita de infantários, creches e escolas, 64
com o dia 9 aberto ao público em geral. Nos dias 14, 15 e 16 de abril, é a vez do Portimão Arena servir de palco para a «Start Work – Mostra de Empreendedorismo, Emprego e Formação Profissional», num certame dedicado à divulgação de ofertas de emprego, formação profissional, ensino secundário normal e profissionalizante e ensino superior, disponibilizadas por empresas e instituições de ensino públicas e privadas, politécnicas e universitárias existentes na região do Algarve. Com entrada gratuita, a decorrer entre as 10h e as 19h, a «Start Work» irá reunir num só espaço o maior número possível de empresas e instituições da região, com atendimento presencial aos visitantes. Simultaneamente, no palco instalado no interior do pavilhão, estão agendadas iniciativas de animação a cargo das instituições de ensino presentes e no auditório (com capacidade para 200 pessoas) estão agendados workshops e demonstrações temáticas e sessões de esclarecimento de curta duração promovidas pelas empresas e instituições presentes, com vista à apresentação e divulgação de ofertas de emprego, oferta formação profissional e superior existentes .
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ATUALIDADE
SÃO BRÁS DE ALPORTEL PROMOVEU INTERCÂMBIO MUSICAL
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e 25 a 28 de março, São Brás de Alportel promoveu a interculturalidade musical ao acolher o Centre Musical Municipal e o Município de Roche La Molière, de França, mediante a presença de uma comitiva que veio partilhar experiências com a Banda Filarmónica de São Brás de Alportel. Este intercâmbio musical contou com a deslocação de uma delegação francesa composta por alunos, professores e responsáveis do Centre Musical Municipal, acompanhados pelo responsável pela Divisão de Cultura do Município de Roche La Molière, Didier Richard.
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A visita resultou de um primeiro contacto estabelecido em dezembro de 2015, por uma delegação de diretores da Banda Filarmónica de São Brás de Alportel com o município de Roche La Molière e o Centre Musical Municipal. Este encontro inicial proporcionou a partilha de experiências artísticas e pedagógicas entre as instituições envolvidas. No âmbito deste segundo encontro decorreu, no dia 25 de março, pelas 11h, no Salão Nobre da Câmara Municipal, uma cerimónia de boas-vindas onde foram firmados os alicerces de uma geminação que se pretende não apenas formal, mas verdadeiramente 66
participada e vivida pela comunidade. Este intercâmbio na área da música abre horizontes para uma ambição maior, a de promover intercâmbios noutras áreas, como por exemplo no desporto, na dança, entre outras. O intercâmbio culminou com a integração de quatro músicos do Centre Musical Municipal de Roche La Molière, na Banda Filarmónica de São Brás de Alportel, no habitual acompanhamento musical da Procissão da Aleluia, realizada no domingo de Páscoa, dia 27 de março .
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ATUALIDADE
TAVIRA ACOLHE CERIMÓNIA DE ABERTURA DOS JOGOS DE QUELFES
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cerimónia de abertura dos VII Jogos de Quelfes terá lugar, no dia 9 de abril, pelas 18h, no Pavilhão Municipal Dr. Eduardo Mansinho, dando início ao mais emblemático evento de promoção do olimpismo em Portugal, direcionado para o 1.º Ciclo do Ensino Básico. A sessão inaugural conta com a presença dos representantes dos concelhos participantes, do Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, e do Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, Humberto Santos. O programa inclui a contagem decrescente para o início dos
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Jogos, desfile com as bandeiras de Portugal e Espanha, hinos dos respetivos países e hino olímpico, desfile dos alunos, juramento dos participantes e juízes, visualização do vídeo da cidade de Tavira e da Estafeta Chamada para os Jogos, bem como um momento musical. A cerimónia atinge o seu ponto alto, no final, com a chegada dos atletas que transportam, desde Olhão, a chama para o acendimento da pira. Em ano de Jogos Olímpicos, esta edição decorre, até dia 23 de abril, em Faro, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Tavira e Ayamonte, sob a chancela oficial da Academia Olímpica 68
Internacional, do Centro Internacional da Trégua Olímpica, assim como da família olímpica e paralímpicas nacionais. No dia 17 de abril, o Município de Tavira, em parceria com o Clube Náutico, dinamiza a prática de vela, no Sítio das Quatro Águas. 230 alunos dos Agrupamentos Escolares Dr. Jorge Augusto Correia, D. Manuel I, JardimEscola João de Deus e Fundação Irene Rolo participam, ao longo de duas semanas, nos diferentes concelhos aderentes, em modalidades como basquetebol, atletismo, natação, futebol, andebol, boccia, lenço grego e vela .
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ATUALIDADE TAVIRA GANHA SALA MULTISSENSORIAL SNOEZELEN
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avira conta, a partir de dia 29 de março, com uma sala de terapia multissensorial Snoezelen, inaugurada pela Fundação Vodafone Portugal na Fundação Irene Rolo, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que apoia pessoas com deficiência e incapacidades, de diferentes grupos etários. Do Holandês SNUFFELEN (cheirar), com DOEZELEN (relaxar), a sala Snoezelen é um espaço que, através de terapias de estimulação sensorial, proporciona relaxamento e bem-estar a pessoas com necessidades especiais, recorrendo ao uso de estímulos sensoriais, que podem ser
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usados de forma individual ou combinada, dos efeitos da música, sons, luz e estimulação táctil. Uma das principais vantagens desta terapia reside no facto de não depender da comunicação verbal, podendo proporcionar estímulos a pessoas que de outra forma não seriam alcançadas. Esta sala está equipada com equipamento específico para pessoas com limitações neuromotoras e cognitivas. Com vista à promoção do seu autocontrolo, autonomia, espírito de descoberta e exploração, estas pessoas poderão usufruir de diferentes estações de terapia, nomeadamente colunas de
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água, fibras óticas, plataformas almofadadas, cama de água, baloiço e projetor de jogos de luz e de cor. O espaço está ainda equipado com um computador de interface táctil e um software adequado a unidades de multideficiência, que inclui cerca de 40 atividades para o desenvolvimento de diferentes capacidades através, por exemplo, da experimentação da relação causa-efeito ou do controlo preciso do ponteiro do rato. A sala Snoezelen vai permitir que os utentes da Fundação Irene Rolo, assim como de outras Instituições do concelho de Tavira com as quais esta entidade celebre protocolo, possam igualmente usufruir de sessões de terapia devidamente acompanhados por técnicos especialistas. A Fundação Irene Rolo foi criada por doação de Irene Dulce da Palma Arez Rolo, em 15 de Abril de 1982, e tem como missão apoiar pessoas com necessidades especiais e suas famílias, bem como outros públicos vulneráveis, no âmbito da prevenção, acolhimento, reabilitação, formação profissional e inserção social, com vista à promoção da qualidade de vida .
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ATUALIDADE SECRETÁRIO DE ESTADO DO AMBIENTE INAUGUROU ETAR DE VILA DO BISPO E SAGRES
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secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, esteve em Vila do Bispo, no dia 24 de março, para descerrar a placa da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Vila do Bispo e Sagres. A obra, realizada pelas Águas do Algarve, significou um investimento que rondou os 2, 3 milhões de euros e irá servir mais de 14 mil habitantes em época alta. A conclusão desta infraestrutura vem colocar um ponto final num longo processo que envolveu a sua construção e a dificuldade na aquisição do
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terreno. Para ultrapassar este último obstáculo, a obra acabou por ser executada num terreno da Câmara Municipal sito em Estreitura (Ponte da Granja) freguesia de Vila do Bispo e Raposeira. A nova ETAR irá tratar as águas residuais de uma parte do concelho de Vila do Bispo, nomeadamente as que atualmente afluem às ETAR`s de Vila do Bispo, Raposeira e Hortas de Tabual e ainda os afluentes à Estação Elevatória do Emissário Submarino do Martinhal (Sagres). Com a entrada em funcionamento desta 72
infraestrutura serão desativadas estas instalações de tratamento, as quais possuem um grau de tratamento deficiente, e como tal, incrementando uma melhoria substancial no meio onde atualmente se efetuam as suas descargas. Para o presidente da autarquia, Adelino Soares, a nova ETAR significa o culminar de várias diligências realizadas pela Câmara Municipal para que esta obra se concretizasse e que agora irá permitir uma a melhoria substancial da qualidade de vida ambiental no concelho, dado que é uma resposta adequada às necessidades do município. O edil aproveitou a presença do secretário de Estado do Ambiente no concelho para lançar o desafio ao governo central para construir uma nova ETAR em Burgau. Para as Águas do Algarve, esta obra significa uma melhoria dos níveis de tratamento das águas residuais e consequentemente da qualidade do efluente a ser devolvido aos cursos naturais e que irá dispor ainda de uma linha dedicada e adequada ao tratamento de efluentes provenientes de limpa-fossas. Este equipamento deverá entrar em funcionamento no próximo mês de junho .
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ATUALIDADE LUÍS GOMES ELEITO PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL DA CÂMARA DE COMÉRCIO PORTUGAL - CUBA
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presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, foi eleito, no dia 29 de março, presidente da Assembleia da Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo Portugal – Cuba. O sufrágio teve lugar durante a Assembleia Geral do organismo, realizada no Porto, onde foi também aprovado o plano de ação para 2016 e definido um conjunto de estratégias para potenciar a internacionalização das empresas, no âmbito do quadro comunitário Portugal 2020.
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A integração do autarca vilarealense nos quadros da Câmara de Comércio PortugalCuba tem em consideração as parcerias e projetos estabelecidos - desde há muito - entre o município de Vila Real de Santo António e a República de Cuba, nomeadamente na área da saúde, cultura e educação, o que já potenciou a criação de diversos programas pioneiros na área da oftalmologia. Para Luís Gomes, esta sua nova função tem igualmente em consideração o importante papel do organismo no fomento das relações entre Portugal e Cuba, o que tem
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permitido promover, organizar e coordenar reciprocamente missões empresariais e culturais, ampliando a projeção económica dos dois países. De acordo com Américo Castro, presidente da Câmara de Comércio Portugal-Cuba, os investimentos já acordados e em fase final de negociação das empresas portuguesas em Cuba já ascendem a 30 milhões de euros, tendo sido celebrados diversos memorandos de entendimento com empresas portuguesas que pretendem investir na indústria de moldes plásticos, de componentes para automóveis, na área do papel, ou na indústria da construção. A Câmara de Comércio Portugal – Cuba foi constituída a 2 de junho de 2014, sob a forma de associação sem fins lucrativos, e tem como objetivo apresentar as oportunidades de investimento em Cuba quer ao nível da área de negócios, quer sob o prisma fiscal. No âmbito da sua atuação detém ainda competências e relações institucionais junto dos Governos, Embaixadas e outras entidades com vista a apoiar e assessorar as empresas .
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ATUALIDADE FASE DISTRITAL DA 10ª EDIÇÃO DO CONCURSO NACIONAL DE LEITURA É EM LOULÉ
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fase distrital do Concurso Nacional de Leitura (CNL), cuja promoção e coordenação é da responsabilidade da DireçãoGeral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, na qualidade de parceira do Plano Nacional de Leitura, é anualmente realizada por uma biblioteca pública municipal, selecionada para o efeito. Este ano, o convite para levar a cabo este evento foi dirigido à Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, com a Prova Distrital a ter lugar no dia 19 de abril. A participação no Concurso Nacional de Leitura está aberta aos alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do secundário
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apurados na 1ª fase do Concurso Nacional de Leitura do distrito de Faro, sendo que as obras a concurso são: «Casos do Beco das Sardinheiras», de Mário de Carvalho e «O Estrangeiro», de Albert Camus, para o 3.º ciclo; e «Terra Sonâmbula», de Mia Couto e «O Ano Sabático» de João Tordo, para o ensino secundário. As provas escritas realizar-se-ão na Biblioteca Municipal de Loulé e as provas orais decorrerão no Cine-Teatro Louletano. O júri designado para presidir às provas escritas do Concurso Nacional de Leitura é constituído por três elementos – Guida Jordão (coordenadora da Biblioteca Municipal de Loulé), Filomena Branco e 76
Salomé Portela, ambas professoras aposentadas – a quem caberá a supervisão de todo o processo de realização e correção das provas e a apresentação da lista dos concorrentes vencedores que passam à fase seguinte, a das provas orais. O júri designado para presidir às provas orais é constituído por três figuras de reconhecido mérito local e nacional – Rita Moreira (chefe da Divisão de Cultura, Bibliotecas e Arquivo), Dino D’Santiago (cantor) e Luís Vicente (ator e diretor da ACTA) – a quem caberá a supervisão de todo o processo de realização e avaliação destas provas e o apuramento dos concorrentes vencedores que representarão o distrito na fase nacional. Serão atribuídos certificados de presença e um prémio simbólico a todos os concorrentes que participaram na fase distrital do Concurso Nacional de Leitura. Serão ainda atribuídos diplomas e prémios aos primeiros classificados de cada ciclo de ensino. Estão a concurso 125 alunos do 3.º ciclo do ensino básico e 41 alunos do ensino secundário, perfazendo um total de 166 alunos .
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ATUALIDADE ALGARVE É REGIÃO CONVIDADA DA FEIRA MUNDO ABREU
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Algarve é a «Região Convidada» do Mundo Abreu, uma das maiores feiras de viagens de venda direta ao público da Europa, que no fim de semana de 9 e 10 de abril ocupará todo o pavilhão 3 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. Expositor de primeira linha nas várias edições do evento, a Região de Turismo do Algarve (RTA) renova, assim, a aposta na promoção interna do maior destino de férias dos portugueses – onde realizaram
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cerca de 3,9 milhões de dormidas no último ano – e assume maior visibilidade na campanha de comunicação multimeios do evento. Em 2016, a oferta turística do Algarve ocupará um espaço central exclusivo na feira, de aproximadamente 700 metros quadrados, onde a RTA marca presença com um balcão de atendimento e uma zona lounge. Além disso, a brochura com ofertas de férias «Portugal Sensacional», já em distribuição, dedica mais de
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duas dezenas de páginas “ao mais popular destino turístico de Portugal, e um dos mais conhecidos da Europa, o Algarve”. Seja por este rasgado elogio da organização do evento ou pela qualidade da hotelaria algarvia, amplamente conhecida dos portugueses, no sábado (9 de abril), das 11h às 22h, e no domingo (10), das 11h e as 20h, é esperada uma corrida às reservas de férias no Algarve por parte dos mais 120 mil visitantes esperados pela organização .
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As minhas sugestões Chefe Augusto Lima
Pita Ingredientes Q.b. – Figo de pita Q.b. – Muxama Q.b. – Cebola roxa Q.b. – Azeite Q.b. – Tomilho cabeçudo Q.b. – Pimenta rosa grão
Como fazer Preparar de véspera a emulsão de azeite, juntando o azeite, o tomilho (folhas) e a pimenta, esmagada. Deixar macerar por um dia. Descascar e cortar em rodelas (nem finas nem grossas), os figos. Cortar muito fina, a muxama, e a em meia lua fina, a cebola. NO fundo prato, espalhar uma porção de azeite, colocar em volta o figo e por cima deste a muxama. Temperar de novo com o azeite.
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Primavera I Borrego de Ovelha Churra Algarvia/Couscous/Geleia de cebola roxa/Guisado de tomate, pimento e azeitona verde Ingredientes para o Borrego (4 pessoas) 600 gr – Costeletas de Borrego de Ovelha Churra Algarvia Q.b. – Azeite Q.b. – Alecrim de tomilho fresco Q.b. – Dentes de alho com casca, pisados Q.b. – Piri-piri Q.b. – Sal marinho 100% natural Rui Simeão
Ingredientes para o couscous 400 gr – Coscous Q.b. – Caldo legumes ou chá de hortelã Q.b. – Azeite Q.b. – Sal marinho 100% natural Rui Simeão Ingredientes para o Guisado 1 – Cebola 1 – Pimento vermelho 1 – Tomate grande vermelho 1 Folha – Louro Q.b. – Azeitonas verdes Q.b. – Azeite Q.b. – Vinho branco
Ingredientes para a Geleia 4 – Cebolas roxas Q.b. – azeite Q.b. – Mel Silvestre José Chumbinho Q.b. – Vinagre (cerca de duas colheres sopa) 2 Grãos – Cravinho 1 Unidade – Anis estrelado Q.b. – Água (cerca de quatro colheres sopa)
Como fazer o Borrego Corte, apare, seque a sela e borrego. Corte em costeletas (duas a duas, aproximadamente) e limpe as costeletas de peles e carnes (corte Francês). Reserve. Pré aqueça um tacho com azeite ou mistura de azeite ou óleo. É aqui que vai cozinhar, confitar as costeletas.
Como fazer o coucous Faça caldo de legumes ou chá de hortelã. Coloque o couscous num tabuleiro ou outro recipiente alto. Deite uma pequena parte do líquido que escolheu fazer e mexa bem, envolvendo. Tape e deixe cozer. Verifique a cozedura e adicione um pouco mais se necessário. Rectifique os temperos. Reserve.
Como fazer o Guisado Corte em brunesa pequena, o pimento, o tomate, a cebola e as azeitonas. Junte tudo num tacho em lume brando e deixe apurar, tapado. Rectifique os temperos no final. Reserve.
Como fazer a geleia Pique as cebolas ou corte-as em brunesa muito pequena. Junte todos os ingredientes num tacho e deixe cozinhar tapado, em fogo lento, até obter uma geleia. Reserve.
Terminar Confite o borrego, colocando-o na gordura quente mas sem que ferva, junto com as ervas e os alhos pisados. Deixe, cozinhar lentamente até ao ponto de cozedura desejado. Termine corando as costeletas numa sertã. Tempere e sal grosso. 81
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