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AUREA volta a deslumbrar com «Restart» 1
MÃE SOBERANA CAMINHADAS NO AMEIXIAL ACADEMIA DE DANÇA DE ALBUFEIRA ALGARVE INFORMATIVO #53
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ALGARVE INFORMATIVO #53, 16 DE ABRIL, 2016 38 - Aurea
46 - Academia de Danรงa de Albufeira ALGARVE INFORMATIVO #53
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SUMÁRIO
18 - Caminhar pelo Ameixial
Daniel Pina 8
Paulo Cunha 28
Paulo Bernardo 30 José Graça 32
Bruno Inácio 34 Mirian Tavares 36
8 -Mãe Soberana 5
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Liberdade sim, mas com cabecinha… Daniel Pina
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Facebook é uma maravilha, não haja dúvidas disso, uma verdadeira janela aberta para o mundo, com todas as vantagens e desvantagens que dai advém. E se muito se fala do impacto que a mais famosa rede social do mundo teve na vida dos artistas, dos políticos, dos desportistas, enfim, das figuras ditas conhecidas, ela também veio mexer com a vida dos próprios jornalistas e de quem vive do jornalismo. Ainda me lembro quando me iniciei nestas andanças, em 1998. Ninguém falava de Facebook, Twitter, Google Plus ou Instagram, nem sequer tinha aparecido ainda o Hi5. O mais parecido que existia era o velhinho Mirc, mas para conversar entre amigos, pouco ou nada utilizado para fins profissionais. Por isso, o jornalista de imprensa fazia o seu trabalho, a sua notícia, entrevista ou reportagem era publicada num jornal ou revista, fosse diário, semanal ou mensal, e a história normalmente acabava por ali. Palavras a elogiar o trabalho, como é normal em Portugal, poucas ou nenhumas. Se tivéssemos cometido um pequeno erro, podíamos receber um telefonema a alertar para o facto. Se o erro fosse maior, o telefonema era mais vigoroso, ou tínhamos direito a uma carta a reclamar, ou até mesmo a uma visita pessoal do ofendido. Mas, na grande esmagadora dos casos, e acredito que os meus colegas jornalistas partilhem da mesma opinião, não fazíamos a mínima ideia de como o nosso trabalho estava a ser recebido pelo público final. Depois, se calhar, volvidas umas semanas, ou meses, encontrávamos alguém conhecido que lá dizia “Olha, gostei muito daquele teu texto!”.
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Assim era o Jornalismo Antes-Facebook. Depois, o Mark Zuckerberg lembrou-se de inventar o Facebook e entrámos na era do Jornalismo Depois-Facebook. Como é sabido, a generalidade dos órgãos de comunicação social têm as suas próprias páginas nesta rede social, na qual inserem os links das notícias que remetem os facebookianos para os respetivos sítios de internet desses jornais e revistas, e num ápice somos bombardeados com as reações dos leitores àquilo que escrevemos, às vezes antes mesmo dos textos serem publicados nas versões em papel. São os gostos ou desgostos, as caras sorridentes ou irritadas, as partilhas, os comentários positivos ou negativos, as opiniões e desabafos. Por vezes, os tais telefonemas a avisarem que está para ali alguma coisa errada no texto. No meio disto tudo, o que me faz espécie é que todos os facebookianos de repente se transformaram em cronistas e pseudojornalistas, despejando na rede social as suas opiniões, desabafos, críticas ao poder local, a este ou aquele governante ou empresário. Umas vezes com textos que são um verdadeiro atentado à língua portuguesa, com acordo ou sem acordo ortográfico. Outras vezes com opiniões que ultrapassam o bom-senso, ao ponto de se tornarem ofensivas, porque sabem que é a maneira mais rápida de transmitirem a sua mensagem aos visados, desde presidentes de câmara municipal ou junta de freguesia, a secretários de estados e ministros, até ao senhor administrador deste banco ou daquela empresa.
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É a tal liberdade de expressão, como rapidamente disparam quando alguém lhes sugere alguma moderação, algum tento na língua, neste caso, nas palavras que escrevem. Esquecem-se, porém, que a liberdade de expressão não serve de desculpa para tudo, aliás, a liberdade de uma pessoa supostamente termina onde a liberdade da outra começa, porque há que respeitar o vizinho. Mas como é que se mete isso na cabeça de uma pessoa que, de repente, descobriu a ferramenta perfeita para desabafar ou discutir sobre tudo e mais alguma coisa, doa a quem doer? Mas o que mais me chateia é quando se aproveitam das notícias publicadas no Facebook por órgãos de comunicação social para dizerem de sua sentença e, quando são aconselhadas a moderarem a linguagem, lá vêm com a conversa da liberdade de expressão ou, pior ainda, com acusações de censura, de que os jornalistas são uns vendidos, que apagam comentários que
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possam comprometer contratos de publicidade. Essa nunca foi, nem será, a postura do «Algarve Informativo» e basta acompanhar com atenção as notícias que são publicadas no Facebook para perceber que alguns presidentes de câmara devem andar regularmente com as orelhas quentes com esta ou aquela crítica. O jornalismo deve ser isento de questões comerciais e é por esse valor que sempre me pautei. Agora, quando começam em ataques pessoais, com palavras ofensivas, com desabafos que, por vezes, são mais extensos que a própria notícia, porque aproveitam o tempo de antena para atacar tudo e todos, para lavar roupa suja na praça pública, aí, sim, há que moderar, que tentar colocar algum bom-senso nas pessoas. Não é, nem nunca será, por estar preocupado em perder ou ganhar algum contrato de publicidade. É, sim, por saber que a liberdade de uma pessoa termina onde a liberdade da outra começa… .
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Duas festas para uma Mãe apenas: a Soberana É descrita como “a maior manifestação de fé a sul de Fátima” e, a avaliar pelas muitas pessoas que acorreram a Loulé, a afirmação pode bem ser verdade. A cidade assistiu, emocionada, às duas festas da «sua» Mãe Soberana (primeiro a Pequena, depois a Grande). Sempre por entre muitos “Vivas!”, muitas lágrimas e muitos gestos de pura devoção. Texto:
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Fotografia:
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27 DE MARÇO (FESTA PEQUENA)
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passo largo, o andor vai descendo a famosa ladeira. Atrás de si dezenas de pessoas seguem, como se de um farol-guia se tratasse, o trajeto daqueles homens que, em ombros, carregam a imagem de Nossa Senhora da Piedade. À berma da ladeira são também muitos os homens e mulheres que, de lenço a esvoaçar, louvam a imagem de Nossa Senhora da Piedade. Quis o calendário que o dia em que a religião Católica celebra a Páscoa coincidisse com a «Festa Pequena» da Mãe Soberana. O ambiente não podia ser, por conseguinte, mais religioso. O forte calor que se faz sentir vai muito para além da meteorologia: há naquela descida (e naquela festa) um calor muito
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peculiar que advém da devoção, da entrega e da fé que as pessoas depositam na Mãe Soberana. Como se do céu descesse à terra, todos os anos a «Mãe Soberana» muda de morada por duas semanas. Vem do alto da sua ermida (o Santuário da Nossa Senhora de Piedade) para o calor das «suas» gentes. Para a Igreja de São Francisco, no centro da cidade de Loulé, mais concretamente. Desde que se lembra que Catarina Rocheta vai à Festa da Mãe Soberana, seja a Grande, seja a Pequena. “Não abdico de vir aqui todos os anos. Ver tanta gente junta movida pela fé é muito bonito. Principalmente na Festa Grande, onde são ainda mais pessoas.
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Jesus e a sua mãe vieram ao mundo para nos salvar e esta é uma maneira de lhes prestarmos homenagem”, diz, entre lágrimas. Magra, de rugas bem salientes no rosto e com 89 anos, a natural de Vale Judeu, uma aldeia próxima da cidade de Loulé, recorda tempos antigos da Festa: “Quando eu era criança, nos dois dias da Festa havia, a toda a volta do Santuário, muitas pessoas pobres, descalças, a pedir. É uma imagem que guardo. Hoje já não acontece isso, o que não significa que a Festa seja melhor”. Acutilante na crítica que faz, Catarina Rocheta explica prontamente a sua opinião. “O que noto é que antigamente as pessoas eram mais movidas pela fé. Ela sentia-se mais na Festa. Hoje as pessoas perderam a fé. Vêm aqui só por vir”, argumenta.
O avanço dos tempos e a Mãe Soberana Junto a Catarina está o seu filho José Simão. De mãos dadas e com um olhar
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ternurento para com a mãe vai bebendo cada palavra que ela diz. Há uma cumplicidade que transborda. Porém, este carinho não o inibe de discordar com a mãe. Aos 60 anos também já assistiu a dezenas de Festas da Mãe Soberana e deixa um recado: “Eu acho, sinceramente, que a Festa tem acompanhado os avanços dos tempos. A minha mãe disse que nota menos fé nas pessoas, mas a minha opinião é que a fé não tem de ser pesarosa. Antigamente as pessoas eram mais pesarosas. Mas não é por andarmos mais tristes que temos mais fé”, entende. A Festa Pequena é, como o próprio nome indica, de menor dimensão aquando comparada com a Grande. Vêm-se, no Santuário, da descida da ladeira, e em todo o trajeto que o andor faz até à Igreja de São Francisco, muitas pessoas, mas tal é uma ínfima parte do número de fiéis
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que acorrem a Loulé na Festa Grande. José Simão vê nisso uma explicação fácil: “A Festa Grande é como que um regresso a casa; depois das duas semanas em que a imagem da Mãe Soberana esteve junto das pessoas, todos se querem despedir, de forma simbólica, acompanhando-a no regresso”, conclui.
encontro para muitas pessoas antes da procissão até ao Santuário da Nossa Senhora da Piedade. É ali que os muito respeitados «homens do andor» se encontram para, juntos, seguirem até à estátua de homenagem ao Engenheiro Duarte Pacheco, onde é celebrada uma missa, antes da procissão que levará a Mãe Soberana de volta à «sua» casa.
10 DE ABRIL (FESTA GRANDE) Desde manhã cedo que em Loulé se sente que o dia é de Festa. As ruas estão cortadas ao trânsito, as lojas abertas (a um Domingo) e ouve-se, quase de hora a hora, um estridente barulho de foguetes que anunciam que o dia é, de facto, especial para aquela cidade. Contudo, é da parte da tarde que se vivem o centro das festividades. Neste sentido, o Lar da Santa Casa da Misericórdia de Loulé é o ponto de 13
O vice-presidente da Câmara Municipal de Loulé, Hugo Nunes, é uma dessas (muitas) pessoas que por ali se concentram. De sorriso no rosto, vai distribuindo cumprimentos e pins alusivos à Mãe Soberana. Conhecedor, de uma maneira privilegiada, das pessoas para quem, diariamente, trabalha (os louletanos) identifica a Festa da Mãe Soberana como sendo muito mais do que uma festa religiosa. “Esta festa já se mistura muito com a identidade louletana e ALGARVE INFORMATIVO #53
com a relação que os louletanos têm com a sua cidade”, sublinha. Nesse sentido, a autarquia tem promovido um conjunto de iniciativas entre Festas (a Pequena e a Grande). “Ano após ano temos tentando enriquecer o programa durante as duas semanas entre Festas. Há todo um conjunto de associações e coletividades que também tem ajudado a esta realidade. Este ano, por exemplo, tenho de destacar a sessão que houve com Lídia Jorge, na Igreja de São Francisco, onde nos explicou a própria relação que ela tem com a Mãe Soberana. Tenho a forte expectativa de que, no futuro, a Festa se prolongue, começando antes da Festa Pequena, e acabando já depois da Grande”, antevê.
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Porém, a verdade é que a Festa Pequena ainda é tida como menos significativa do que a Festa Grande. Tal, para Hugo Nunes, não tem uma explicação única, mas sim várias. “A maior de todas será a beleza adicional que há na subida da ladeira. O verdadeiro sacrifício e empenho dos louletanos na sua ligação para com a padroeira é muito mais forte na Festa Grande”, conclui.
“Nunca vi nada assim” Junto à estátua de homenagem ao Engenheiro Duarte Pacheco está tudo a postos. A missa já acabou; os «homens do andor» já chegaram. Nada mais falta para que a procissão até ao alto do Santuário de Nossa Senhora da 14
Piedade comece. No espaçoso largo da estátua os fiéis aguardam pelo seu início. Há novos, velhos, brancos, negros, portugueses e estrangeiros. Wolfgang Buarst é alemão, está de visita ao Algarve, e foi a Loulé de propósito para a Festa Grande da Mãe Soberana. De boné na cabeça, vai olhando e sorrindo para toda aquela envolvência. “Tenho uns amigos, que moram em Armação de Pera, que me disseram que tinha de vir aqui hoje. Estou-lhes muito agradecido. Sinceramente, nunca vi nada assim”. Wolfgang não consegue esconder a emoção ao ver a procissão a sair rumo ao Santuário. Os olhos azuis tornam-se ainda mais claros. “A devoção das pessoas toca-me. É uma manifestação de crença enorme. Em Nuremberga, de onde sou natural, não há esta paixão.
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Aquele gesto com os lenços é emocionante”. O turista, de visita a Loulé, refere-se, com efeito, ao abanar dos lenços, em sinal de respeito e devoção, para com a Mãe Soberana que vai sendo repetido por muitas pessoas. Quem ouve Wolfgang facilmente pensa que o discurso é de alguém marcadamente católico-romano. Surpresa das surpresas, o alemão é, de facto, católico… mas protestante. “Mesmo não conseguindo perceber o que foi dito, quer na missa, quer nos cânticos, sinto-me cheio de fé. Para mim, o ser protestante apenas difere nos rituais da missa; a verdade é que esta Festa é uma manifestação de fé enorme e isso é o que importa. Uma coisa é certa: esta foi a primeira vez que vim cá, mas não será, com certeza, a última”, conclui.
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Um regresso em forma de «até logo» Desde a estátua ao Engenheiro Duarte Pacheco, passando pela Avenida José da Costa Mealha e pela Igreja de São Francisco, muitos já foram os metros percorridos com o andor em ombros. Ainda assim, a força dos homens do andor não fraqueja. O momento mais esperado de toda a procissão está prestes a chegar: a subida da ladeira. Aqueles homens, firmes no seu trabalho, começam, em passo acelerado, a subir aqueles ingremes metros, que antecedem o Santuário. A força aplicada naquele passo, quase em de corrida, que as flores de amendoeira que embelezam o topo do andor vão dando pequenos saltos.
dezenas de pessoas que vão louvando a «sua» Mãe Soberana. O cenário é único. Atrás do andor segue, também, muita gente. Se é verdade que o ditado português diz que «para baixo todos os santinhos ajudam», ali são as pessoas que ajudam a Santa a subir. A voltar a casa. Há cordões de pessoas que vão ajudando os homens do andor na sua árdua tarefa. Ouvem-se suspiros de cansaço e palavras de incentivo para aqueles que vão começando a fraquejar. De repente, ouve-se um silêncio logo seguido de uma salva de palmas. “Viva a Mãe Soberana!”, gritase a plenos pulmões. Depois da descida na Festa Pequena, e da subida na Festa Grande, Nossa Senhora da Piedade voltou a casa. Ao seu Santuário .
Ao longo de toda aquela ladeira há ALGARVE INFORMATIVO #53
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A pé pelos encantos
do Ameixial
O fim de semana prolongado do 25 de abril vai ser palco do 4.º Festival de Caminhadas do Ameixial, quatro dias de caminhadas em plena Serra do Caldeirão, onde o Algarve encontra o Alentejo, e com a misteriosa Escrita do Sudoeste como pano de fundo. Percursos e passeios temáticos, workshops técnicos, palestras, atividades para famílias, momentos musicais, provas gastronómicas e muita animação prometem fazer as delícias de quem quiser passar uns dias diferentes, no interior do concelho de Loulé. Texto: Daniel Pina | Fotografia: D.R. ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #53 #53 ALGARVE
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rranca no dia 22 de abril, prolongando-se até ao feriado do 25 de abril, a quarta edição do Festival de Caminhadas de Ameixial, uma iniciativa da responsabilidade da Câmara Municipal de Loulé e da QRER - Cooperativa Para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, dinamizada pela Proactivetur e Projeto ESTELA, que promete colocar num alvoroço completo, no bom sentido, esta freguesia do interior algarvio, em plena Serra do Caldeirão, onde o Algarve dá lugar ao Alentejo. E se hoje as caminhadas estão na moda, este foi o primeiro festival do género a nascer na região, com diversas atividades associadas ao contato com a natureza e ao bem-estar. “No concelho de Loulé existem muitos percursos pedestres marcados e a Proactivetur, como empresa virada para o turismo responsável e para o ecoturismo, decidiu criar um evento que reunisse as pessoas que gostam de caminhar pela natureza, também para desenvolver um território que está bastante afastado do litoral e que não é muito frequentado. Antigamente, o Ameixial era uma zona de passagem, no entanto, com a construção da autoestrada e do IC1, a EN2 ficou completamente abandonada”, indica Bruno Rodrigues. O certo é que o Ameixial é um território riquíssimo a nível
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paisagístico, etnográfico e gastronómico, mas igualmente pela «Escrita do Sudoeste», que serviu de mote de partida para este festival. “É uma das primeiras escritas existentes na Península Ibérica e, no Ameixial e no Baixo Alentejo, foram encontradas estelas com gravações da Escrita do Sudoeste”, explica o geólogo e guia, reconhecendo que as caminhadas estão na moda e são um gosto transversal a todas as idades, estratos sociais e nacionalidades. “Há quatro anos, os praticantes de caminhada faziam-no para descobrir novos territórios, para conhecer botânica e fazer observação de aves, ou simplesmente para usufruir um pouco do património natural que temos. Desde então, as pessoas descobriram, felizmente, que existe um mundo para além dos centros comerciais, onde se sentem bem e vão reconhecendo as suas heranças culturais. Não é só para perder umas gordurinhas para o Verão, mas porque ganham uma paz de espírito muito grande”, analisa Bruno Rodrigues, ele próprio um fervoroso adepto das caminhadas e do trail running. Caminhadas que acontecem normalmente logo pela manhã, esteja sol ou faça chuva, esteja calor ou frio, mas nada impede estes apaixonados de percorrer alguns quilómetros até aos locais
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de partida para, depois, fazerem mais uns quilómetros a pé. “As pessoas ficam completamente viciadas e fazem uma programação anual das caminhadas que pretendem realizar, com os festivais de caminhadas e com o programa Marcha-Corrida do Instituto Português do Desporto e Juventude. E não se importam de acordar às seis da manhã de domingo para isso. O comodismo está a ser colocado de parte e as pessoas, atualmente, mexem-se a caminhar e mexem-se para caminhar”, indica o farense, lembrando que há um grande número de rotas pelo país todo e que os próprios concelhos as associam a outros pontos de interesse local, tudo para cativar grupos e excursões. «Equipamentos desportivos» que nos são fornecidos pela natureza, ao ALGARVE INFORMATIVO #53
contrário dos outros, construídos pela mão do homem à custa de dezenas de milhar, centenas de milhar ou milhões de euros, e que há que rentabilizar o máximo possível. Contudo, estas atividades não estão isentas de custos, esclarece Bruno Rodrigues. “A marcação dos percursos implica despesas com a limpeza, delimitação e sinalética, mas as veredas já existem, é uma questão de classificá-las e organizá-las”, frisa.
Muito mais do que caminhar Claro que organizar um festival desta dimensão é bem mais complicado do que promover uma simples caminhada que ocupe uma manhã e parte da tarde, isto 22
apesar de, no Ameixial, já existirem cinco percursos permanentes – Corte de Ouro, Azinhal dos Mouros, Revezes, Besteiros e a ligação do Ameixial à Via Algarviana. “Mas nós temos mais de 30 percursos e passeios temáticos e familiares e longas caminhadas e, para além das questões logísticas, há que coordenar todo o evento com a população local. Quem ganha mais com este Festival são os habitantes do Ameixial, que têm que se preparar para receber algumas centenas de visitantes numa aldeia onde vivem apenas algumas dezenas de pessoas”, evidencia o entrevistado. Percebe-se, de facto, que a enorme afluência que o Ameixial regista nestes dias muda por completo o dia-a-dia da aldeia, daí que tudo tenha que ser preparado com o devido cuidado. Exemplo disso é a coordenação com os restaurantes e snack-bares para garantir menus para as diferentes refeições através da aquisição prévia de senhas. “Um restaurante que está habituado a servir 15 ou 20 refeições por dia não está minimamente preparado para servir 100 ou 150, por isso, é necessária essa antecipação. Para pernoitar, está disponível, gratuitamente, um parque de autocaravanas da Junta de Freguesia do Ameixial, o campo de futebol fica disponibilizado para quem quiser acampar, com balneários e tudo, e há um salão também para quem optar pelo saco23
O geólogo Bruno Rodrigues integra a organização do Festival de Caminhadas do Ameixial
cama”, adianta Bruno Rodrigues. Mas há também quem possa pernoitar de maneira diferente, revela o elemento da organização, com três tendas de glamping à disposição de quem quiser mais mordomias, quase como se estivessem num quarto de hotel, com a exceção da casa-de-banho privativa. A afluência ao Festival de Caminhadas do Ameixial tem vindo a crescer de ano para ano e, para a presente edição, são esperadas entre 400 a 500 caminhantes, mas o número de pessoas envolvidas nas diversas atividades pode chegar ao dobro. Atividades que são variadas e que arrancam com jornadas técnicas ALGARVE INFORMATIVO #53
As artes tradicionais do interior algarvio fazem parte dos atrativos do Festival de Caminhadas do Ameixial
sobre glamping e a inauguração de uma exposição de fotografias sobre as três edições anteriores, onde os participantes vão partilhar alguns dos momentos que registaram para a posteridade. Os outros dias começam com uma sessão de yoga na eira, com uma vista soberba. “Depois, para além dos percursos marcados, vamos ter caminhadas com um pastor, interpretativas de botânica e geologia, de observação de aves, do património histórico e arqueológico, com a Escrita do Sudoeste. A mais longa será a proposta do penúltimo setor dos Caminhos de Santiago do Sul/Eixo Central, entre Salir e o Ameixial, outra acontecerá entre o Ameixial e Almodôvar, de 25 quilómetros cada uma”, antevê Bruno Rodrigues.
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As partes da tarde serão preenchidas com workshops técnicos sobre questões alimentares, segurança nas caminhadas, primeiros-socorros, material desportivo, o que levar nas caminhadas, umas ministradas por representantes de lojas especializadas, outras por quem está habituado a realizar longas caminhadas em autonomia. “Queremos mostrar os dois mundos. Não só as lojas dizerem o que é bom para nós, mas que aqueles que andam no terreno partilhem as suas experiências, o que funciona bem ou não”, salienta, continuando a olhar para o extenso programa do festival, onde se incluem diversas atividades orientadas para as
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famílias e iniciativas culturais. “Temos uma instalação artística da autoria da Sara Navarro que, no sábado à noite, vai cozer obras em barro numa fogueira, à volta da qual vamos também fazer uma churrascada. Tudo com música e dança à mistura, para que as pessoas tenham um fim-de-semana particularmente rico e cheio de experiências diferentes”.
Terminar com um sorriso nos lábios Pode-se dizer, assim, que estamos perante umas miniférias, não para gozar na praia, piscina ou parque aquático, mas em redor da natureza e Bruno Rodrigues assegura que há imensas famílias seduzidas por estas ofertas. A pensar nisso existem, inclusive, caminhadas mais pequenas para que as crianças consigam participar. “Queremos que o Ameixial seja um local de reunião familiar, entre amigos, entre pessoas que partilham o mesmo gosto pelas caminhadas e pela natureza. À noite, sentamo-nos todos à mesa para aproveitar as iguarias da gastronomia serrana, as migas com carne de porco, os ovos com ervilhas, o pão caseiro, os queijinhos e presunto, o repasto perfeito no final de uma caminhada”, descreve. E a olhar para o programa de caminhadas, depressa se constata
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que há alternativas para os adeptos da caminhada pura, mas também para quem gosta de conhecer todos os pormenores dos locais por onde vão passando, os tais passeios interpretativos. “Nenhuma caminhada, mesmo as mais longas, se esgota no caminhar apenas de pensamento na meta, pelo que todos os guias têm formação e conhecimento para fornecer informação sobre o que vão encontrando. Nas caminhadas maiores não há tanto tempo para isso, apenas um apontamento ou outro sobre a história do percurso. Os passeios temáticos foram uma tentativa de diversificar o programa e de ir ao encontro daquilo que o público pretende”, sublinha Bruno Rodrigues. “Sempre houve pessoas mais apaixonadas pela geologia, botânica, história, pelas aves, e queremos corresponder às expetativas de todos os caminhantes. A magia do festival passa igualmente por nunca se saber exatamente o que se vai encontrar, pois esta altura do ano é ótima para a observação de aves e de plantas”, acrescenta o geólogo. Uma magia que começa no dia 22 de abril, mas o pensamento está já na edição de 2017, admite Bruno Rodrigues, pois é no terreno que se começa logo a analisar o feedback dos participantes, a pensar em coisas novas, a fazer ALGARVE INFORMATIVO #53
contatos com outros guias. Ou seja, a moda parece estar a deixar de ser moda, as caminhadas vieram para ficar e o Festival do Ameixial, que foi o primeiro da região destes eventos, quer continuar a crescer de ano para
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ano. “Dando sempre aquilo que as pessoas procuram, conhecimento, harmonia, bem-estar, de maneira a que saem do Ameixial felizes, satisfeitas e com boas memórias para o futuro”, conclui .
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Intervir musicalmente?... Sempre! Paulo Cunha
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e é impossível dissociar o 25 de abril da história da música contemporânea portuguesa, também é verdade que muito do que originou a revolução dos cravos começou a ser construído com palavras e notas musicais. Para além das estórias que ajudaram a construir a história de um país que iniciou uma revolução política com música, é de salientar a importância que muitos músicos de vários quadrantes musicais tiveram – e continuam a ter – na consciencialização cívica e política de muitos que (ainda) teimam em fazer a vida acontecer. Se atentarmos nas grandes revoluções, registamos que sempre houve escritores, músicos, pintores e escultores na sua génese, a provocar e estimular a consciência para aceitar a mudança. Fernando Namora, no caderno «Sentados na Relva» afirmou que "A arte era o nosso veículo de protesto; impunha-se que os romances e os poemas que escrevíamos fossem a voz desses homens cujo grito não era ouvido, fossem o registo de uma realidade iníqua que urgia denunciar e resgatar.". Em Portugal as «canções da resistência» assumiram uma função social e política desde o princípio dos anos 60, nomeadamente com a eclosão da Guerra Colonial em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Muitos foram os poetas/músicos que encontraram a palavra e a música exata para esse momento. Mesmo aqueles que, aparentemente, não entraram na denúncia do regime, escreveram letras e músicas onde a revolta estava alegórica, subliminar e metaforicamente presente. As «canções de resistência» ou «canções de protesto», consideradas após a revolução de abril de 1974 como «canções de intervenção», eram constituídas por poemas e músicas de
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denúncia e surgiam como forma de lutar por um mundo melhor. Possuíam uma mensagem universalista, livre de qualquer constrangimento social ou político. Na sua base estiveram, muitas vezes, poemas que exprimiam o sentimento de um povo oprimido e maltratado, com esperança de liberdade e justiça social. Noutros países, constituíram, sobretudo, canção de protesto de movimentos pacifistas e antibelicistas. Passadas as campanhas de dinamização cultural, as manifestações de engajamento partidário e o exacerbamento panfletário, eisnos chegados a um tempo em que falamos deste período da história da música portuguesa já “devidamente” enquadrado no século passado. Mas estará a «música de intervenção» já arrumada numa das estantes da história destinada a ser periodicamente revisitada sempre que chega abril? Enquanto músico e professor tenho feito a minha quota-parte para que tal não aconteça! Sei também que por este país fora, muitos pedagogos, professores, divulgadores, jornalistas e músicos de vários géneros musicais imprimem às suas dissertações, ações culturais, criações e apresentações musicais, toda uma carga ideológica e cívica que não é indiferente a quem os escuta e com eles desperta para outra realidade diferente daquela que nos é “vendida” por muitos. Continuo a pensar que enquanto houver um músico/poeta que consiga juntar as 26 letras do alfabeto português e as 7 notas musicais com o intuito de lutar pela manutenção e preservação da liberdade e da justiça social, continuará a haver «música de intervenção» em Portugal. Até porque: “Músico de intervenção é aquele que intervém para além da Música!” . 28
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O mundo aos ziguezagues Paulo Bernardo
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or imperativos da crise tive que crescer para fora de Portugal e isso obrigou-me a passar muito tempo longe da família, os primeiros a sofrer com a ausência e distância, mas, como se diz, o que haveremos de fazer? Depois, tenho os amigos para os quais quase não tenho tempo, mas é a vida. Mas a distância e a mudança constante de latitude tem duas grandes vantagens: uma é que mostra e prova que o que se faz em Portugal, naquilo que hoje é apelidado de produtos da quarta revolução industrial, tem valor no mercado, e isso deixa-me bastante contente; por outro lado, essa distância também me dá mais frieza para ver que Portugal está a ser levado por um caminho que não augura nada de bom. O que chega por aqui são discussões inócuas sobre se o ministro devia usar gravata ou não, como se o mérito se avaliasse pela gravata, ou se o cartão do cidadão é discriminatório. Chama-se a isso fazer pó, ou seja, tentar esconder as verdadeiras discussões com coisas que não levam o país a lado nenhum. Assim, vamos ser apenas competitivos pela pobreza e pela desgraça dos outros. Como exemplo temos os políticos a falarem de melhores anos de sempre no turismo, sem referir que a nossa concorrência está quase morta e que os preços em Portugal não sobem. Meus amigos, assim não vamos lá. Se quisermos mudar de sistema, temos que pegar o boi pelos cornos e discutir, os impostos, o nosso sistema produtivo, a fuga de capitais, o interior do país, a nossa agricultura de primores, a exploração de petróleo, o ensino, o grande problema da justiça. Não vale a pena andar por Lisboa a discutir o sexo dos anjos, que isso só nos leva para o enriquecimento de alguns, para a fuga
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de cérebros e empreendedores, para a criação de mais problemas e para o empobrecimento do país. Não é isto que eu pretendo para o paraíso que Portugal é. Eu faço a minha parte, crio emprego no meu país e no país dos outros que me acolhem, desenvolvo produtos de valor acrescentado, tenho a empresa no Algarve que é uma periferia, participo na vida política, na vida associativa, estou a dar o meu melhor. Assim, o que peço a quem tem responsabilidades é que faça o mesmo e não ande apenas a governar-se, em vez de nos governar. Nota da semana: Vai para os Benfiquistas de Maputo, nunca tinha visto nada disto. O amor que esta população sente por um clube que fica no outro lado do mundo. Desde os miúdos mais pequenos em que os pais fazem um esforço enorme para ter um equipamento oficial, até ao velhote que se lembra do senhor Coluna e do Eusébio. Não é por ser benfiquista, mas que é impressionante é. Figura da semana: João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria. Conheço o João não sei já desde quando, fez-me ir numa noite de chuva de Faro à Marinha Grande para assistir a um evento na época em que ele estava a coordenar a ANJE por lá. O último desafio juntos foi o apoio aos refugiados, em que aceitei o repto e consegui mobilizar alguns recursos no Algarve para enviarmos em conjunto com o resto do país. Por isso, João, faz o que sabes fazer por este País, ele necessita de pessoas como tu .
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Todo o Algarve, todo o ano! José Graça
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ão sei se hoje faz sol como habitualmente ou se São Pedro resolveu propiciar-nos com um dos raros dias cinzentos de chuva que afligem os nossos citadinos, não sei nem me interessa muito pois a situação de seca tende a agravar-se, classificando-se como “seca severa em mais de metade do país e extrema em um por cento no Algarve, existindo já défice de humidade no solo”. Não é este o cenário atual, mas até poderá ser nos tempos mais próximos… Na Páscoa de 2012, sei que choveu de forma persistente ou esporádica durante quatro dos cinco dias que demora a percorrer de bicicleta a Via Algarviana, começando com um banho torrencial no Cabo de São Vicente e com alguns aguaceiros no troço final entre Vaqueiros e Alcoutim. Mas, nos últimos tempos, não tem sido assim e é bom que os algarvios e as instituições que se gerem as questões hídricas comecem a preocupar-se com a forma como utilizamos a água na região… Para o leitor que está defronte do seu computador lendo estas linhas a conversa poderá ser estranha, nunca lhe faltou água na torneira e os dias de chuva são uma chatice medonha, prejudicando gravemente a circulação automóvel nas cidades e entre elas, criando uma incómodas poças de lama aqui e além e, particularmente, levantando sempre sérias dúvidas na escolha do vestuário mais adequado para enfrentar cada jornada de trabalho. Pior, prometeram-lhe uma infinidade de dias solarengos e não tem onde apresentar a sua reclamação! Contudo, a semana que agora termina foi coroada com uma notícia que pode parecer insignificante, mas que fará toda a diferença no futuro próximo dos algarvios e da nossa relação com a natureza. Para além da resolução a médio prazo dos problemas de poluição da Ria Formosa, a construção da nova estação de tratamento de águas residuais (ETAR) Faro/Olhão será um fator de promoção da qualidade das águas balneares no Algarve Central e, last but not least, concorrerá para o fecho da Ecovia do Litoral unindo estas duas cidades do Sotavento e criará uma verdadeira alternativa ciclável às bermas de EN125.
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As Ecovias do Algarve são infraestruturas vocacionadas para a utilização de bicicleta, preferencialmente, sendo constituídas por quatro eixos principais: Ecovia do Litoral, Ecovia do Guadiana, Ecovia da Costa Vicentina e Ecovia do Interior. A Ecovia do Litoral é uma infraestrutura (quase) contínua, constituída por doze segmentos, que percorre todo o litoral da região ao longo de 214 quilómetros, desde São Vicente ao cais fronteiriço de Vila Real de Santo António, por caminhos próximos do mar que atravessam doze dos dezasseis concelhos do Algarve Por seu lado, a Via Algarviana é uma Grande Rota Pedestre (GR13) com uma extensão de 300 quilómetros, na sua maioria instalados na serra algarvio e o itinerário atravessa onze concelhos do Algarve, registando-se a preocupação de aproximar a via dos locais de maior interesse natural e cultural, bem como de serviços de alojamento e restauração, incluindo empreendimentos de Turismo Rural, aldeias típicas do interior algarvio, etc. Na última Bolsa de Turismo de Lisboa, foi apresentada a Grande Rota do Guadiana (GR15) com cerca de 65 quilómetros entre Alcoutim e Vila Real de Santo António, unindo as vias já referidas e visando a afirmação do território do Baixo Guadiana como uma zona pedestrianismo e de turismo de natureza, tendo como grandes trunfos a paisagem, património, etnografia, atividade física e ar puro que enquadram os produtos turísticos de Cycling & Walking. Ainda longe dos padrões europeus neste domínio, o Algarve já começou a dar passos importantes para o desenvolvimento sustentável da oferta neste domínio permitindo cumprir um dos objetivos do programa ALLGARVE: viver todo o Algarve ao longo de todo ano. Faça chuva ou faça sol, deixe esse computador e vá descobrir o segredo mais famoso da Europa! . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966
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O mar, o turismo e as portagens Bruno Inácio
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esafiado pelo incansável Daniel Pina para colaborar com o «Algarve Informativo», inauguro neste número um conjunto de crónicas onde procurarei destacar e comentar a cada escrita, um número, um facto, uma pessoa e um local. Sempre com o Algarve em pano de fundo, procurarei dar o meu singelo contributo para a discussão no plano público e mediático regional, espaço que tantas vezes nos parece uma miragem. Aos que me derem a honra de ler as linhas que escrevo, agradeço a paciência e o interesse. 7615 Este é o número de veículos que em média passou por dia na A22 no último trimestre de 2015. Este valor mostra um aumento consolidado da procura desta via desde o terceiro trimestre de 2013. Este é mais um bom argumento para pressionar o Governo a reduzir as tarifas de portagem da Via do Infante. Passados quase cinco meses de governação do novo executivo e quase sete das eleições, impõem-se decisões tendo em conta que todos os partidos que elegeram deputados pelo Algarve, apresentaram nos seus programas eleitorais a redução ou a extinção do pagamento. Taxa Turística O município de Vila Real de Santo António vai implementar uma taxa turística. Quer isto dizer que o turista pagará 1 euro por noite (até um máximo de 7 euros) sempre que ficar em alojamento qualificado. Esta medida retoma um importante debate que deve ser feito: o investimento que as entidades públicas, nomeadamente as autarquias, têm que fazer para
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garantir serviços públicos de qualidade ao longo de todo o ano, que um destino turístico de excelência exige. Das duas, uma: ou o Estado central reconhece esta especificidade e a retrata na lei das finanças locais ou outras autarquias vão seguir este exemplo. Vilamoura Foi considerada a praia mais acessível do País por um conjunto de organismos públicos nacionais. Duas razões levam-me a fazer esta referência. A primeira porque a atribuição deste prémio mostra que a consolidação de um destino turístico exige hoje um conjunto de investimentos cada vez mais exigentes e multifacetados que vão muito além das básicas condições de acolhimento. Depois porque Vilamoura soube a seu tempo se posicionar e investir na requalificação pública urbana, tendo-se transformado num verdadeiro exemplo a seguir. Ana Paula Vitorino A Ministra do novo Ministério do Mar visitou o Algarve e falou com intervenientes do sector que agora tutela. É um bom sinal para a região, cujo desenvolvimento centrado na economia do mar tantas vezes tem sido castrado pela falta de políticas publicas para o incentivar. Questões como a descentralização para os municípios da gestão das frentes de mar, permitindo assim a sua requalificação e qualificação turística ou o reforço do financiamento para a investigação académica e a consequente transferência de conhecimento para a economia, são algumas das matérias onde se espera ação e não apenas um Ministério para Algarvio ver . 34
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O Brasil não é um país para principiantes Mirian Tavares
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om Jobim disse um dia, a propósito desse imenso e complexo país continental, que o Brasil não é para principiantes. Nos últimos dias, muitos amigos me têm perguntado o que se passa no e com o Brasil. E tenho confessado alguma ignorância. Porque já não vivo lá há tantos anos que seria leviano dizer que compreendo perfeitamente o atual momento. Mas na verdade percebo. Pelo facto de lá ter nascido e vivido grande parte da minha vida, porque sempre me interessei pelos processos de construção, de desconstrução e de reconstrução do país. Estava na universidade quando o PT dava os primeiros passos. Vivi no estado que elegeu o primeiro governador do partido. Estava em São Paulo quando o PT elegeu Luiza Erundina para o órgão máximo do município. Foram, sem dúvida, grandes anos. Eu fazia Mestrado em São Paulo e a cidade fervilhava de opções culturais e artísticas distribuídas de forma gratuita, ou muito acessível, um pouco por todo o lado. Senti também na pele, sendo nordestina, o preconceito contra a Presidente do município – por ser mulher, de esquerda e nascida num estado do Nordeste do Brasil. Naquela altura já eram muitas as vozes que bradavam absurdos como “volte para sua terra,” como se a terra fosse pertença de alguém; sobretudo uma terra espoliada e habitada por dezenas de povos que se misturaram e criaram, de alguma forma, uma nação cuja identidade é múltipla e simultaneamente única. Só quem está imbuído da lógica do país pode perceber as diferenças abissais entre os estados do Norte/Nordeste e do Sul/Sudeste. Não são apenas diferenças de hábitos e de costumes,
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mas de modos de pensar. Há um enorme preconceito da parte mais branca e rica contra a outra, que os primeiros julgam mais mestiça ou negra e pobre. Há, na verdade, um enorme desconhecimento do que são os outros e das suas realidades. E este desconhecimento, que gera preconceito, alimenta a ideia, difundida pelo escritor Gilberto Freyre, de que o país é dividido em «casa grande» e «senzala». O que se passa, neste preciso instante, às vésperas de uma decisão que é, acima de tudo, inconstitucional, é uma espécie de folie a deux partilhada por milhões: derrubar o governo Dilma é acabar com a corrupção e reinstaurar a tal ordem e progresso que está inscrita na bandeira nacional. É também correr com o PT que se tornou corrupto e corruptor após mais de 12 anos de governo. Mas há um subtexto, que os principiantes não chegam a perceber: por um lado, a Presidente não é corrupta, apesar de poder ser incompetente e pouco carismática; por outro, os representantes da lei e da ordem estão, quase todos, implicados em processos de corrupção. Se Dilma cair, o país vai ser entregue aos donos da «casa grande» que pretendem que o resto do país continue a ser uma «senzala». Meu pai sempre foi um homem de direita. E votou em Lula. E nunca se arrependeu. Eu, que sempre fui de esquerda, não apoio a permanência no poder de um partido que perdeu seu rumo. Mas não posso aceitar que os suspeitos do costume apareçam como salvadores da pátria. Que é uma mátria, matriz identitária de um povo que precisa se conhecer melhor, se quiser, uma vez mais, se reerguer .
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volta a deslumbrar com «Restart» Quatro anos depois do lançamento de «Soul Notes», Aurea entrou de rompante em 2016 com o seu terceiro álbum, de nome «Restart», saltou num ápice para os tops nacionais e voltou a evidenciar todo o seu talento. Já com presenças confirmadas na Semana Académica da Universidade do Algarve e no Festival do Marisco de Olhão, é com um tremendo prazer que a diva do soul português regressa à sua região para cantar, conforme revelou em conversa com o Algarve Informativo. Texto:
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urea saltou para a ribalta, em setembro de 2010, quando se estreou no meio musical com um álbum homónimo, tendo de imediato sido considerada como uma das melhores vozes portuguesas da atualidade. Não foi de admirar, por isso, que «Aurea» tenha disparado para o número 1 dos tops nacionais de vendas e alcançado a dupla platina, feito de invejar numa
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época em que cada vez se vendem menos discos de música. Um ano depois, novo disco, desta feita ao vivo no Coliseu dos Recreios, que obteve o mesmo sucesso, mercê da voz poderosa e sedutora desta algarvia de gema, bem como da sua beleza e simpatia deslumbrantes. 2011 que foi, de facto, o ano de afirmação de Aurea, vencendo o Globo de Ouro de melhor Artista a Solo e
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conquistando o troféu de melhor Artista Português dos MTV Music Awards, feito que repetiu em 2012. Uma senda vitoriosa que prosseguiu com o segundo disco, «Soul Notes», a atuar em inúmeros festivais, a dar voz a filmes de animação, a ser júri de programas de televisão, inclusive a ser o rosto de uma conceituada marca de automóveis. Depois, um interregno, momento de recarregar as baterias, até ressurgir, no início de 2016, com «Restart», e a história parece destinada a repetir-se, pois saltou diretamente para os tops nacionais. E lá começou novamente a azáfama das entrevistas para a televisão, rádios, jornais e revistas, não há tempo para descansar, enquanto se prepara igualmente para ir para a estrada, para os concertos ao vivo, aquilo que verdadeiramente apaixona os artistas. “Felizmente, a resposta do público está a ser bastante positiva, tenho recebido imensas mensagens de carinho, apoio e incentivo e espero poder andar a cantar as minhas músicas, de norte a sul de Portugal, para estar mais perto das pessoas”, confirma Aurea. Curiosamente, a silvense até estava apostada em seguir uma carreira na representação e chegou a iniciar o curso na Universidade de Évora, nunca imaginando que a sua vida pessoal e profissional pudesse se alterar de um dia para o outro. “Eu e a minha equipa sempre fizemos o
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nosso trabalho com toda a dedicação e empenho, com o objetivo de dar ao público o melhor de nós, mas os prémios foram uma enorme surpresa e um incentivo para continuarmos a fazer cada vez mais e melhor”, sublinha, revelando que o clique, o momento em que tudo se transformou por completo, foi ter conhecido Rui Ribeiro. “Ele percebeu que eu gostava de cantar, compôs uma música para mim, gravamos e mostrou o tema a uma produtora com quem ele trabalhava na altura. Eles gostaram, chamaram-me e perguntaram-me se eu queria gravar um disco”, recorda Aurea. Os passos seguintes foram congelar a matrícula na universidade e mudar-se para Lisboa e o resto da história é mais ou menos do conhecimento público. Mas o sucesso nunca foi um dado adquirido, até porque Aurea interpreta um estilo – a soul music – que não tem grandes tradições em Portugal, ao contrário do que sucede do outro lado do Atlântico e em alguns países do Velho Continente. “A escolha teve a ver com o meu gosto pessoal, com aquilo que me sinto mais confortável a cantar, com o género com que me identifico mais. Não é, de facto, o estilo mais óbvio para se ter êxito, assim como cantar em inglês, mas nós temos que seguir aquilo que o nosso ALGARVE INFORMATIVO #53
coração nos diz. Apaixonei-me logo pelos temas que o Rui Ribeiro compôs e estava descoberto o caminho que queria percorrer”, indica Aurea. Ora, como os dinossauros da música dizem frequentemente, ter um sucesso é relativamente fácil para quem tem boa voz, subir ao topo está ao alcance de qualquer um que apresente um trabalho de qualidade, o mais ALGARVE INFORMATIVO #53
complicado depois é manter-se lá, é construir uma carreira sólida e longa, é fazer um segundo disco, e um terceiro, com a mesma qualidade. E, ouvindo «Restart», fica-se com a plena convicção de que Aurea, com os seus 28 anos, tem todos os pergaminhos para ser bem-sucedida. Apesar disso, a jovem assegura que não está, nem nunca esteve nas nuvens. “Sou uma
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tem necessidades diferentes com o decorrer do tempo e quem me ouvia no «Aurea», provavelmente agora gosta de ouvir outras coisas. Da mesma forma, há pessoas que podem não se ter identificado com o primeiro disco, e agora gostam deste”, analisa.
Um regresso às origens O sucesso é, assim, imprevisível neste mundo supercompetitivo em que todos os dias aparecem e desaparecem artistas e Aurea tinha a lição bem estudada, mas admite que é reconfortante ter assinado por uma grande editora como a SONY, um reconhecimento do seu talento. “Eles são maravilhosos, assim que ouviram as minhas primeiras músicas, falaram logo comigo e mostraram interesse em trabalharmos juntos. Acreditaram em mim e espero que esta ligação se mantenha por muitos anos”, afirma, sorridente.
mulher com os pés muito bem assentes na terra e, na altura em que lancei o primeiro disco, com 23 anos, também era uma «miúda» bastante consciente daquilo que me rodeava, do que estava a fazer e das coisas com que podia, ou não, contar. Realmente, nada é certo, o que nos obriga a estar constantemente a trabalhar, a evoluir, a oferecer coisas novas ao público. O próprio público
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De olhos postos no futuro, Aurea reconhece, porém, que a vida dos próprios artistas deixou de se resumir a compor músicas, graválas num disco e interpretá-las ao vivo, sobretudo desde o advento das redes sociais, em que os fãs querem acompanhar a par e passo o quotidiano dos seus ídolos. “Eu encaro o meu trabalho como outra profissão qualquer, com a maisvalia de que faço aquilo que
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realmente gosto de fazer e isso só acontece porque o público me dá essa possibilidade. Claro que a vida de artista é mais exposta e temos que saber lidar com esse facto. Umas vezes estamos mais à vontade com essa exposição, noutras, nem tanto, mas faz parte da nossa vida”, entende a entrevistada, que sempre foi mais reservada antes de se tornar uma popstar. Fama que, convém dizer, não veio alterar a essência de Aurea, os seus gostos pessoais, os seus relacionamentos, apesar do tempo disponível, como é natural, ser mais reduzido. “Nunca abdiquei daquilo que me faz feliz. Nunca deixei de ir aos mesmos sítios, de falar e estar com as mesmas pessoas, faço exatamente o mesmo de antes. A diferença é que, às vezes, saio à rua e as pessoas vêm falar comigo, pedem para tirarmos uma fotografia juntas”, aponta, uma rotina a que a artista já se habituou e que a enche de satisfação. “É um sinal que têm carinho por mim e isso é ótimo”. Rotinas de estrela que, na hora da verdade, poucos algarvios têm conseguido conquistar. Basta pensar que, durante quase duas décadas, do Algarve apenas saltaram para a ribalta os IRIS e os «Entre-Aspas», depois com Viviane a seguir uma carreira a solo. Hoje, já temos também a Aurea e Diogo Piçarra, mas talento não falta, certamente, na região. “Há que ser realista, as coisas normalmente giram em torno de Lisboa e nem todos os ALGARVE INFORMATIVO #53
jovens têm meios para se puderem deslocar para a capital, para arriscarem e investirem numa carreira na música. Mas já ouvi imensos projetos algarvios e sei que existe bastante talento no Algarve, e em todo o país, de uma forma geral”, responde a entrevistada. Quanto ao título do álbum em si, «Restart», um recomeço, um regresso às origens, tem algum significado especial para Aurea, quisemos saber, com a conversa já a caminhar para o seu término. “Desde o «Soul Notes», em 2012, foram quatro anos cheios de experiências, de viver emoções novas, de passar por algumas desilusões também. Fiz um balanço da minha vida, do que já fiz até à data, e senti que estava a começar de novo, que ia partir outra vez do zero”, explica, já ansiosa por se meter à estrada, pelos concertos ao vivo, com o espetáculo da Semana Académica da Universidade do Algarve ao virar da esquina. “Andamos em ensaios, a fazer arranjos especiais para as atuações ao vivo, a preparar os alinhamentos, onde estará o disco novo, mas também temas antigos. Vai ser, sobretudo, um espetáculo fresco, animado, porque estamos cheios de vontade de meter em palco este «Restart». E regressar ao Algarve faz-me sempre muito bem. Adoro acabar os concertos e ir dormir a casa dos meus pais, vai ser maravilhoso”, conclui Aurea .
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Academia de Dança de Albufeira coleciona prémios Depois de ter estado em destaque em mais um Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira, onde conquistou o primeiro prémio da categoria dos 12 aos 17 anos, a Academia de Dança de Albufeira participou em mais concursos e as suas alunas voltaram a encher de orgulho os professores Angelika Makarova e Konstantin Makarov. Uma semana antes de novo troféu, desta feita nos Olhos d’Água, o Algarve Informativo viajou até Albufeira para conversar com estes antigos bailarinos profissionais. Texto:
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ngelika Makarova e Konstantin Makarov são os fundadores da Academia de Dança de Albufeira e os grandes responsáveis por tantos jovens deste concelho fazerem aquilo que mais gostam na vida – dançar – ainda que muito poucos depois sigam a carreira de bailarinos profissionais. O certo é que prémios não faltam no currículo dos cerca de 80 alunos desta dupla russa, a esmagadora maioria raparigas, dos 4, 5 anos, até aos 17, 18 anos. Nessa fase da vida, têm que rumar à universidade ou entrar no
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mercado do trabalho e, infelizmente, a dança fica para trás. São poucos os que, em Portugal, conseguem fazer disto a sua atividade profissional, mas os momentos perduram na memória e saem desta academia melhores seres humanos, mais responsáveis, com maior capacidade de organização e gestão do tempo, até de se relacionarem uns com os outros. Radicados no Algarve há mais de duas décadas, Angelika e Konstantin trabalharam vários
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anos como bailarinos para os Casinos do Algarve antes de criarem a Academia de Dança de Albufeira, em 2005, vocacionada para a dança clássica, contemporânea e sapateado. “A ALGARVE INFORMATIVO #53
clássica porque é a base de todos os outros tipos de dança, o sapateado porque é a especialidade do Konstantin”, justifica Angelika, acrescentando que o número de alunos 50
foi crescendo de ano para ano, face à qualidade do trabalho que apresentavam. “As pessoas acreditam em nós e temos, atualmente, nove grupos, de acordo com as idades e as disciplinas em que andam. A escola está aberta a todos os interessados em experimentar, não fazemos audições para escolher as crianças que entram ou não”, esclarece Konstantin. Grupos divididos por disciplinas e escalões etários, com menos horas de treino por semana para os mais novos, como é normal, até porque, no início, as crianças e os pais têm que perceber se é mesmo aquilo que desejam. Mães que, de tanto irem levar as filhas às aulas, 51
acabaram por ficar com o bichinho, existindo, por isso, um grupo também de adultos e que participa regularmente nos espetáculos da Academia de Dança de Albufeira. “Dizem-nos que é muito bom para esquecerem os problemas do trabalho e de casa durante uma hora, a trabalhar o corpo, a dançar, a gastar energia”, aponta Angelika, garantindo que não é necessário ter um corpo de medidas perfeitas para entrar para a escola, sejam adultos ou crianças. “No entanto, temos regras bem definidas e rigorosas e, ao fim de um mês ou dois, digo às que têm uns quilinhos a mais para fazerem uma dieta”, admite. ALGARVE INFORMATIVO #53
Regras que são para cumprir, aliás, o rigor, a disciplina, o enfoque para os resultados, são tradicionais na cultura russa. Os pais dos alunos isso mesmo reconhecem e a primeira preocupação é que os filhos tenham uma atividade física saudável, que ganhem outro bemestar. “Quando os filhos começam a participar nos concursos de dança, levam mais a sério a vertente artística. Até reclamam quando o filho não é escolhido para um espetáculo”, revela Konstantin, consciente que muitas destas raparigas não vão fazer disto o seu ganha-pão. Isso não as impede, contudo, de continuarem a sua caminhada e o casal confirma que algumas alunas estão na Academia praticamente desde a sua fundação. ALGARVE INFORMATIVO #53
“Outras começaram há poucos dias e vão ter mais dificuldade em entrar no grupo, em chegar ao mesmo patamar. Têm que se esforçar mais, empenhar-se, porque eu não posso andar com as outras para trás”, justifica o antigo bailarino profissional.
Rigor, disciplina e vontade de vencer Ballet, dança contemporânea, de caráter, jazz e sapateado são as disciplinas lecionadas na Academia de Dança de Albufeira, com hip-hop e outros estilos a serem alvo apenas de workshops com outros professores. Em qualquer estilo, as alunas sabem
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que não há espaço para distrações, para faltar quando a praia pisca o olho, ou quando se está mais cansada da escola. “São bastante certinhas, com boas notas na escola, têm tudo muito bem programado. Temos, no mínimo, cinco espetáculos por ano em Albufeira, portanto, há objetivos concretos para atingir. E a estes somam-se as participações em concursos e festivais e atuações noutras cidades do Algarve e do resto do país”, salientam Angelika e Konstantin. Em jeito de brincadeira, Angelika avisa logo as suas alunas de que é «proibido» ficarem doentes. Já Konstantin diz que os próprios pais marcam as férias de família para alturas em que prejudiquem o mínimo
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possível os ensaios e espetáculos, reflexo da seriedade com que encaram o trabalho desenvolvido na Academia de Dança de Albufeira. E para todo este sucesso contribui o facto das aulas serem focadas em espetáculos concretos e com data marcada, não se anda ali apenas a aprender uns passos de dança. “Os pais incutem nos filhos a noção de que o mais importante é participar, que ganhar não é fundamental, mas nós somos russos, temos uma mentalidade vencedora, por isso, queremos fazer sempre o melhor e de olhos postos nos primeiros prémios”, frisa Konstantin. No entanto, nem tudo são rosas neste ramo e Angelika lamenta que se abram tantas escolas de dança
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sem docentes profissionais a dar aulas. “Nós fomos bailarinos profissionais, mas também temos diplomas de professores certificados pela Academia de Dança da Rússia, sabemos o que estamos a fazer. Como isso não acontece em todas as escolas, é normal que os seus resultados nem sempre sejam bons e que as nossas alunas estejam sempre a ganhar prémios”, salienta Angelika. “Mesmo assim, quando chega a altura de selecionar os cursos, muitos pais dizem às filhas para escolherem outra profissão, porque na dança é difícil arranjar trabalho, o que é verdade. Quando querem realmente ser bailarinas ou professoras, têm que tomar essa decisão bem cedo e
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pensar logo numa escola superior de dança”. Tal não significa que os anos passados na Academia de Dança de Albufeira sejam um desperdício, antes pelo contrário, por tudo aquilo que já se disse e muito mais. Estas raparigas aprendem cedo a lidar com a pressão, com horários apertados, com objetivos rigorosos, a ter uma mentalidade vencedora, mas também convivem com a cultura, interpretam todos os estilos de dança, ouvem música durante as aulas. “Mas Albufeira é uma cidade difícil para se criar bailarinos, porque os pais têm negócios na hotelaria e restauração e nem
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sempre é fácil trazerem os filhos às aulas. Depois, quando são mais velhos, há muitos alunos que continuam no negócio de família”, observa Konstantin. Seja que caminho decidirem seguir, os prémios, esses, ficam para a posteridade e ainda recentemente a Academia de Dança de Albufeira participou no Dançarte com cinco danças de sapateado, tendo saído do festival com o primeiro lugar no escalão dos 8-10 anos, o primeiro lugar em dueto 11-13 anos, o primeiro lugar em sapateado dos 14-16 anos, primeiro lugar em dueto 17-25 anos e ALGARVE INFORMATIVO #53
um segundo lugar em sapateado dos 11-13 anos. Ou seja, em cinco números, quatro primeiros lugares e um segundo. E mais eventos estão na agenda, o próximo já no dia 23 de abril, um torneio de danças de salão nos Olhos d’Água. Aulas é que continuarão a ser apenas em Albufeira, apesar das várias abordagens para se estenderem a outros concelhos do Algarve. “Albufeira é a nossa casa, esta academia é a nossa família, é aqui que queremos ficar”, finalizam Angelika e Konstantin, já a olhar para o relógio porque iam arrancar as aulas deste dia . 56
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ATUALIDADE ALUNOS DE ALBUFEIRA COM NECESSIDADES ESPECIAIS TÊM AULAS DE NATAÇÃO ADAPTADA competências”, explica Maria Manuel Genelioux, professora responsável pelo projeto.
Município de Albufeira, o Futebol Clube de Ferreiras e o Agrupamento de Escolas de Ferreiras firmaram um protocolo de colaboração com o objetivo de criar uma turma de natação adaptada, nas Piscinas Municipais, dirigida aos alunos com necessidades especiais. Duas vezes por semana, este grupo de 20 jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos tem a oportunidade de ter contacto com a água, quer através de aulas de adaptação ao meio aquático quer de natação adaptada.
As aulas são dadas por Paulo Sousa, licenciado em Educação Física com especialidade de Natação e Treinador de Desporto para Deficientes que, desde 2015, integra a equipa de Natação do Futebol Clube de Ferreiras. “Pretendemos proporcionar aos jovens com necessidades educativas especiais a possibilidade de terem contacto com a natação, ensiná-los a nadar e oferecer-lhes uma atividade complementar ao currículo escolar”, salienta António Colaço, presidente do Futebol Clube de Ferreiras. O dirigente destaca o envolvimento de Sónia Demétrio, responsável pela modalidade de Natação do clube e líder deste projeto, e também da Associação de Solidariedade com as Crianças Carenciadas do Algarve (ACCA) e do Laranjal Golf Quinta do Lago, parceiros do Futebol Clube de Ferreiras na área da Natação Adaptada.
Os alunos frequentam os estabelecimentos de ensino EB1 de Paderne, EB 1 de Ferreiras e EB 2,3 Professora Diamantina Negrão e têm em comum o facto de possuírem limitações significativas que os obrigam a ter um currículo específico adaptado às suas necessidades educativas especiais. “Estas aulas estão integradas no plano educativo de cada aluno com o intuito de ajudá-los a desenvolver a sua autonomia, interação social, comunicação, entre muitas outras
A Câmara Municipal de Albufeira apoia o projeto através da cedência da utilização das Piscinas Municipais e do transporte dos alunos. “Numa sociedade que se pretende justa e desenvolvida, queremos que estes jovens tenham um tratamento que, sendo diferenciado, promove a igualdade de todos”, defende Carlos Silva e Sousa, garantindo que a Câmara Municipal irá dar continuidade ao programa que “dignifica Albufeira e os albufeirenses” .
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SERVIÇOS DA UMS DE ALCOUTIM VÃO SER MELHORADOS
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Município de Alcoutim, representado pelo presidente, Osvaldo dos Santos Gonçalves, e a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS Algarve), representada pelo presidente do Concelho Diretivo, João Moura Reis, assinaram, no dia 12 de abril, um protocolo de colaboração que visa melhorar a prestação de cuidados de saúde à população do concelho, designadamente através da Unidade Móvel de Saúde (UMS). O documento prevê o alargamento dos serviços prestados pela UMS, nomeadamente com a realização de consultas domiciliárias, quer médicas quer de enfermagem, promovidas por profissionais afetos à ARS, assim como o alargamento do horário dos serviços prestados por esta unidade de saúde.
garante que o acordo agora assinado irá permitir uma melhoria dos serviços de saúde prestados no território do concelho, face às necessidades diagnosticadas. “O que se pretende é, através da otimização dos recursos humanos, financeiros e materiais, proporcionar aos cidadãos o acesso a serviços de saúde de maior proximidade e qualidade”, frisa o autarca. A UMS está especialmente vocacionada para a prevenção, vigilância de saúde e auxílio na realização de consultas médicas domiciliares programadas pelo médico de família, bem como a prestação de cuidados de enfermagem à população mais idosa e com mais dificuldades de acesso aos serviços de saúde .
Osvaldo Gonçalves, presidente da autarquia,
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ATUALIDADE FIDELIDADE DOOU SETE MIL EUROS AO MUNICÍPIO DE CASTRO MARIM
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Fidelidade – Companhia de Seguros S.A. atribuiu um donativo, no valor de sete mil euros, ao Município de Castro Marim. O valor doado pela Seguradora ao Município, ao abrigo do Estatuto dos Benefícios Fiscais, foi este ano destinado ao mecenato cultural, que se traduziu na aquisição de novos instrumentos para a Banda Musical Castromarinense. A prioridade dada este ano ao mecenato cultural insere-se também na política social do município, na área da educação, em particular no papel da Banda Musical Castromarinense enquanto motor de construção da personalidade dos jovens do concelho e formação de novos talentos. Os novos instrumentos musicais permitirão à Banda Musical Castromarinense a execução de outras pautas, indo ao encontro das necessidades
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elencadas pela direção ao executivo municipal. O ato de entrega do donativo decorreu, no dia 14 de abril, na Casa da Música, em Castro Marim, local que serve de sede à Banda Filarmónica e onde funciona a Escola de Música. A Banda Musical Castromarinense é a instituição cultural mais antiga do concelho de Castro Marim, com 91 anos de existência, desempenhando um papel fundamental na vida cultural do município e na formação musical das crianças e jovens. Filomena Sintra, vice-presidente da Câmara Municipal e vereadora do pelouro da Cultura, congratulou-se pelo apoio concedido, salientando a gratidão do município a todos os que têm contribuído para o perdurar de anos desta atividade .
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ATUALIDADE ÁGUAS DO ALGARVE INVESTE QUASE 14 MILHÕES DE EUROS NA ETAR FARO-OLHÃO
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ealizou-se em Faro, no dia 15 de abril, no edifício sede da Águas do Algarve, SA com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, a assinatura do Contrato de Empreitada para a Conceção – Construção da ETAR de FaroOlhão, entre a Águas do Algarve SA (representada pelo Presidente Joaquim Peres e a Administradora Isabel Soares), e o Consórcio Oliveiras SA/ Acciona Agua SA, (representada por Carlos Simões e Emanuel Correia), no valor de 13 milhões e 900 mil euros. Presentes neste ato estiveram também os Presidentes das Câmaras Municipais de Faro, Rogério Bacalhau, Olhão, António Pina e de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro. Atualmente, na sua grande maioria as águas residuais geradas na cidade de Faro são tratadas na ETAR de Faro Nascente, localizada a cerca de 2,5 km a Este desta cidade e implantada em terreno localizado neste concelho. A atual ETAR de Olhão Poente localiza-se a cerca de um quilómetro a Oeste da cidade de Olhão, no concelho de Olhão. As infraestruturas de tratamento existentes encontram-se subdimensionadas face às condições de afluência (qualitativa e quantitativa) atuais e assentam em sistemas de lagunagem, que se revelam desadequados face aos níveis de qualidade agora exigidos para o efluente tratado a descarregar no meio recetor. Neste contexto, foi elaborado o Estudo Prévio do Sistema Intermunicipal de interceção e tratamento de águas residuais de Faro e Olhão,
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tendo-se concluído que a solução técnicoeconomicamente mais vantajosa corresponde à construção de uma única ETAR – futura ETAR de Faro-Olhão – no local da atual ETAR de Faro Nascente, com a consequente desativação das atuais ETAR de Faro Nascente e ETAR de Olhão Poente e ligação do subsistema de saneamento de Olhão Poente à nova ETAR. Assim, a futura ETAR de Faro-Olhão irá situar-se no local da atual ETAR de Faro Nascente, no concelho de Faro, freguesia da Sé, a cerca de dois quilómetros a Este da cidade de Faro, numa parcela no local do Sítio da Garganta, incluída na zona lagunar da ria Formosa. A nova infraestrutura assegurará o tratamento dos efluentes produzidos no concelho de Faro (freguesias União de Freguesias de Faro, União das Freguesias de Conceição e Estoi), concelho de São Brás de Alportel (freguesia de São Brás de Alportel) e de Olhão (freguesias de Olhão, Pechão e Quelfes). Tratando-se de uma ETAR cujo 64
processo de tratamento terá de ser capaz de produzir um efluente final de elevada qualidade, de acordo com os parâmetros definidos pelo Normativo de Descarga lhe foi imposto pela Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Esta ETAR de Faro-Olhão é um projeto há muito desejado, sendo o mesmo de elevada importância, quer para os três concelhos envolvidos (Olhão, Faro e São Brás de Alportel), quer para o meio ambiente. Enquadra-se ainda nesta obra o projeto alusivo ao Sistema Elevatório de Olhão, cujo valor acumulado (ETAR + Sistema Elevatório) envolve um investimento total da Águas do Algarve SA de 22 milhões, 597 mil e 500 euros. A dimensão deste investimento na nossa região permite contar com o apoio de Fundos Comunitários do POSEUR no valor de 85 por cento.
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A decorrer a bom ritmo está igualmente a elaboração do projeto para lançamento do concurso do Sistema Elevatório de Olhão e posterior Reabilitação das Estações Elevatórias de Faro e Olhão. Para o dimensionamento do Sistema e respetivas reabilitações serão adotados os valores estipulados no «Estudo Prévio do Sistema Intermunicipal de Interceção e Tratamento De Águas Residuais de Faro e Olhão». A Estação Elevatória do Sistema Elevatório de Olhão será instalada na ETAR de Olhão Poente, situada a aproximadamente a um quilómetro a Oeste da cidade de Olhão, mais concretamente na Ilha da Lebre (Salinas do Afincão) .
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ATUALIDADE ESTRADA ENTRE FALFOSA E SANTA BÁRBARA DE NEXE VAI SER REPAVIMENTADA
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oi celebrado, no dia 14 de abril, mais um contrato de execução de uma obra integrada do «Faro Requalifica», programa municipal de melhoria da rede viária e de espaços públicos da cidade e freguesias. Trata-se, desta vez, da empreitada de repavimentação da EM520, entre Falfosa e Santa Bárbara de Nexe, com o objetivo melhorar as condições de segurança e conforto da ligação naquela via, a qual não recebia qualquer melhoramento há mais de dez anos. Os trabalhos consistem na repavimentação e nivelamento de todo o troço, no arranjo das
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bermas e na implementação de sinalização horizontal e vertical. Esta empreitada, uma das mais significativas do programa, foi adjudicada ao concorrente «Candeias & Silva Lda.», pelo montante de 120 mil e 286,85 euros, mais IVA à taxa legal em vigor. A intervenção, cujo investimento é na totalidade da câmara municipal, vem dar resposta a reivindicações antigas da população da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, melhorando o acesso às diversas localidades da freguesia . 66
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ATUALIDADE QUARTEIRA QUER LIGAR PASSADO, PRESENTE E FUTURO
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rrancou, no dia 13 de abril, o programa comemorativo do Centenário da Freguesia de Quarteira que irá apresentar, até 12 de abril de 2017, várias ações subordinadas ao tema «Da História à Contemporaneidade – construindo o território e religando pessoas», numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Loulé, em parceria com a Junta de Freguesia de Quarteira, e com o forte envolvimento da sociedade civil. Os objetivos gerais deste programa passam por homenagear os quarteirenses que, ao longo de um século, construíram o território, aprofundar o conhecimento da história local e perspetivar o futuro de Quarteira para as próximas décadas, alicerçando num conhecimento real e fazendo-o de forma colaborativa e participativa. Para esse fim foi criada uma Comissão de
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Honra, composta por quarteirenses de diversos quadrantes sociais, que contribuíram, na sua área, para o desenvolvimento da sua terra: Luísa Pontes (presidente da Comissão), professora aposentada, ex-vereadora da Câmara Municipal de Loulé e profunda conhecedora da memória coletiva e da história oral desta terra; Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia; Gilberta Alambre, ligada à área social de Quarteira; Hélder Rita, durante muitos anos presidente da QUARPESCA e personalidade representativa da comunidade piscatória; Isidoro Correia, autarca local e amante e conhecedor da história de Quarteira; João Soares, empresário ligado ao turismo e proprietário do Hotel D. José; João Felizardo, homem ligado ao associativismo desportivo e social; Luís Guedes, operário, 68
oriundo dos estratos mais populares; João Carlos Santos, jovem promissor desta terra, interessado no estudo da história de Quarteira com obra publicada e membro da Assembleia Municipal de Loulé; e Isolete Correia, diretora da Marina de Vilamoura e que está ligada aos primeiros momentos de desenvolvimento do projeto de Vilamoura. Apesar do programa ainda não estar fechado, de entre as ações a realizar ao longo de 2016/2017 destacam-se os «Laboratórios da Memória», espaços de partilha e de afetos que pretendem, através do recurso à fotografia, contar a história e as estórias das instituições da freguesia; «Nós ao Espelho», um programa de exposições temáticas; «O Longe é Aqui», com a participação de músicos de fora a trabalhar com artistas de Quarteira; «Dar Cor à freguesia», com um programa de arte urbana com os artistas locais; «Sou do bairro e convido-te a…», programa de intersecção entre as artes e os bairros sociais que permitirá visitas aos bairros e uma maior integração dos bairros na comunidade; «Ser presidente de junta por um dia», programa para as escolas do 1.º ciclo da freguesia que possibilitará os vencedores de passarem um dia a ser eles os presidentes de junta; «Quarteira em 2027…», um concurso para o 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário onde as turmas vão concorrer com ideias a nível de urbanismo para a freguesia e as vencedoras serão expostas; «Galeria de autarcas de freguesia», ao longo dos 12 meses serão homenageados, durante um mês, os executivos municipais desde 1916; «Conversas à volta do Poder local democrático», ciclo de conferências sobre o poder local, com especialistas na matéria de várias universidades portuguesas; «Quarteira em livros», edição de livros sobre a freguesia; «Memória futura», trabalho de videomapping sobre a história de Quarteira que será apresentado na noite de 12 para 13 de abril de 2017. Pretende-se, ainda, que neste ano se inicie o Centro de Artes Contemporâneo em Quarteira, que pretende ser um centro de criação artística por excelência, ligado às artes performativas e visuais. Quanto às escolhas para integrar a
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Comissão, Vítor Aleixo considerou que muitos outros teriam aqui lugar mas que estes nomes são bem representativos de Quarteira. “Esta é uma Comissão de gente prestigiada, que vai dar a cara por este projeto e que vai ter um papel muito importante nestas comemorações”, considerou o presidente da Câmara Municipal de Loulé. O autarca adiantou ainda que serão convidados todos os antigos presidentes de Junta ainda vivos – Bota Espadinha, Filipe Viegas e José Coelho Mendes - para participarem neste programa, bem como os diretores de agrupamentos de escolas da Freguesia, um representante do Colégio de Vilamoura, a Paróquia de Quarteira e um representante da Vilamoura World. “Este programa é um forte contributo para que as pessoas em Quarteira sintam que estão num Município que é coeso, que não deixa ninguém para trás”, salientou. Já Telmo Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, considerou que não fazia sentido fazer um dia de festa, e que seria importante haver muitas mais intervenções e procurar alguns nichos da sociedade para tentar demonstrar o que realmente é Quarteira. “Grande parte da população não sabe o significado desta data por isso não faria sentido um evento pontual”, explicou. “Vai ser um ano muito interessante e com uma quantidade de eventos que vão demonstrar aquilo que foi, é e que pode vir a ser a freguesia”, acrescentou o autarca. Quanto a Luísa Pontes, que irá presidir à Comissão, falou da importância que esta iniciativa terá, sobretudo nas escolas, já que “a população de Quarteira, embora jovem, é descaracterizada e em muitos casos desconhece a terra”. Conhecedora das raízes de Quarteira e das várias fases da história desta antiga aldeia piscatória e agrícola até ao grande centro turístico que é hoje, Luísa Pontes garantiu que “há muito trabalho a fazer” para o sucesso desta iniciativa .
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ATUALIDADE BENEFICIAÇÃO DA REDE VIÁRIA AVANÇA NA FREGUESIA DE QUELFES
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rede viária de Quelfes vai ser alvo, nos próximos tempos, de intervenções de repavimentação e beneficiação profundas no valor de cerca de 600 mil euros. Algumas intervenções já começaram e foi recentemente assinado o contrato de adjudicação de mais uma empreitada. Ambas são da responsabilidade da empresa António & Jorge Almeida – Construções S.A.. No caso do troço do Caminho Municipal 516-3 compreendido entre Olhão, Brancanes e Poço Longo, os trabalhos de beneficiação já tiveram início e contemplam, para além da repavimentação de uma faixa de rodagem de cinco metros em toda a extensão intervencionada, a criação de valetas marginais à via sempre que seja possível, para além da reformulação das passagens hidráulicas existentes, assim como a criação de novas passagens em locais que se considere necessário. Os trabalhos estão orçados em 300 mil euros e estarão concluídos em 90 dias.
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Uma outra «vaga» de intervenções começará também em breve, no Caminho do «Buraco», no Caminho da «Ponte Velha de Quelfes», no Caminho do «Europontal / Espanha» e na travessia de Quelfes da Estrada Nacional 398. Com um prazo de execução de 150 dias e um custo de 300 mil euros, a empreitada contempla a repavimentação de toda a extensão intervencionada, para além da respetiva criação de valetas e reformulação e criação de passagens hidráulicas. Em algumas zonas, a via será alargada e as calçadas pavimentadas. No Caminho da «Ponte Velha de Quelfes», será construída uma conduta de abastecimento de águas, em substituição da existente. Com estas intervenções, a freguesia de Quelfes verá uma parte substancial da sua rede viária completamente renovada. “Tratase de empreitadas prioritárias, no entender deste executivo, uma vez que dotarão estas artérias de condições de circulação muito mais seguras, quer para os automóveis, quer para os próprios peões, sem esquecer, naturalmente, os benefícios que vão também ser feitos ao nível das infraestruturas”, considera o presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina .
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ATUALIDADE AUTARQUIA SÃO-BRASENSE ESTIMULA DE APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
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Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas de São Brás de Alportel acolheu, no dia 14 de abril, a sessão de entrega de 100 maletas pedagógicas «Aqui há… Matemática», para o uso de novos estímulos de aprendizagem da matemática, um investimento da Câmara Municipal de São Brás de Alportel que revela uma vez mais a importância da educação na formação das crianças e jovens são-brasenses. A aquisição destes materiais integra o Projeto «Aqui há matemática…no Museu», que explora a matemática tendo por base o património local, nomeadamente o Museu do Trajo de São Brás de Alportel, e que terá continuidade pedagógica através da utilização destas maletas. O projeto teve o seu início com uma formação, sob orientação das educadoras Olga Ludovico e Graça Bernardo, aos educadores de infância e professores do 1.º ciclo do
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Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas, no sentido de darem continuidade à estimulação da aprendizagem da matemática e do património de forma diferente e divertida. De acordo com os documentos orientadores da Educação Pré-Escolar e programa do 1.º CEB, o desenvolvimento matemático nos primeiros anos é fundamental, dependendo o sucesso das aprendizagens futuras da qualidade das experiências proporcionadas às crianças. Estes pressupostos, a par da curiosidade e da apetência natural das crianças para descobrir e experimentar, justificaram a exploração ativa e lúdica do Museu do Trajo de São Brás de Alportel, tendo em vista a exploração de conceitos matemáticos e o conhecimento do património. A conciliação destas áreas numa abordagem diferente facilita a absorção de conceitos base, uma conquista que pretende ser fortificada com a aplicação no dia-a-dia dos conteúdos das maletas entregues. Este investimento da autarquia reconhece igualmente o trabalho e dedicação de todos os profissionais de educação que, além do programa definido pelo Ministério da Educação, investe na aplicação de novos métodos de ensino .
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ATUALIDADE FOI APRESENTADA A MARCA «SILVES: CAPITAL DA LARANJA»
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Castelo de Silves foi palco, no dia 9 de abril, da apresentação da nova marca «SILVES: CAPITAL DA LARANJA», perante várias dezenas de convidados, entre entidades regionais, autarcas e produtores do concelho. A marca, pertença da Câmara Municipal de Silves e que poderá ser usada pelos produtores do concelho, surge como uma forma de reforçar, no consumidor regional, nacional e internacional, o carácter e identidade únicos deste produto emblemático do concelho, vincando o posicionamento favorável do produto e associando-o ao nome «Silves». O reconhecimento da importância deste produto singular levou o atual executivo camarário a promover a criação e registo da marca, que procurará promover o património e o território, associando o produto laranja à sua história, qualidades organoléticas e importância no mercado. “O lançamento desta marca tem
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como objetivos dar uma nova visibilidade e notoriedade a este produto, tão emblemático da nossa terra e, através disso, contribuir para a promoção do território e da própria cultura agrícola, estimulando tudo aquilo que está associado à produção de citrinos, e promover a identificação de Silves à laranja”, explicou Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves. O logotipo da marca «Silves: Capital da Laranja» é composto por um corte transversal de uma laranja (onde se podem identificar com clareza os gomos), com um recorte na sua parte inferior correspondente ao perfil do castelo da cidade, promovendose, assim, uma associação direta e imediata entre aquele que é o elemento patrimonial de Silves mais conhecido - o castelo - e o fruto – laranja. A marca servirá ainda de chapéu a diversas ações promocionais da marca e do produto ao longo do ano, nomeadamente aos Sunsets do Castelo, Fim de semana gastronómico com sabor a Laranja, provas desportivas, fóruns de discussão entre produtores e a um evento dedicado exclusivamente à laranja, a promover em novembro próximo . 74
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ATUALIDADE
AUTARQUIA DE VILA DO BISPO CEDE ESPAÇO À ASSOCIAÇÃO DE MARISQUEIROS
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Associação de Marisqueiros de Vila do Bispo — Costa Vicentina obteve, com o apoio técnico da autarquia local, uma candidatura aprovada no âmbito do PIC PROMAR, no valor de 140 mil e 730,29 euros, que contemplou a aquisição de serviços, material e equipamento específico, para a implementação de ações de valorização do percebe, através da melhoria de condições no processo da apanha, escolha, pesagem, embalamento, escoamento e promoção do mesmo. Tendo em conta que a sede desta Associação não tinha condições para armazenar e laborar com o material e equipamento adquirido, uma vez que o mesmo não pode funcionar numa zona habitacional, a Câmara Municipal de Vila do Bispo cedeu um espaço existente no Mercado Municipal, para
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colocação e laboração do equipamento específico de escolha, pesagem e embalamento. Neste âmbito, foi assinado um protocolo de colaboração, no dia 11 de abril, entre a autarquia, representada pelo seu presidente, Adelino Soares, e a Associação de Marisqueiros, representada pelo seu presidente, Paulo Barata, onde define os termos da cedência de utilização daquele espaço municipal, designado como espaço de arrecadação anexo ao Mercado de Vila do Bispo com 14,38m2. Este espaço destina-se exclusivamente ao desenvolvimento de atividades no âmbito dos estatutos da referida entidade .
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ATUALIDADE PROJETO IMPETUS ESTÁ NO TERRENO no passado mês de janeiro de 2016 e findando em 30 de junho de 2019.
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Águas do Algarve, S.A. (AdA) viu ser aprovado mais um projeto de Investigação e Desenvolvimento, no âmbito do Programa LIFE 2014-2017, subprograma Environment. O Projeto denominado Improving current barriers for controlling pharmaceutical compounds in urban wastewater treatment plants, com o acrónimo IMPETUS, tem como objetivo testar medidas para melhorar a remoção de compostos farmacêuticos em ETAR de águas residuais urbanas com sistemas de tratamento convencionais por lamas ativadas. O projeto, em que participarão oito entidades, é coordenado pelo LNEC, tendo para além da AdA a participação de EHS – Environmental and Regional Development Consulting, Lda, EPAL/Águas de Lisboa e Vale do Tejo, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Universidade do Algarve. O projeto terá a duração de três anos e meio, tendo-se iniciado
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A AdA realizará ensaios à escala piloto na ETAR de Faro Noroeste, previsivelmente em 2017, onde serão testados vários produtos químicos adsorventes, produzidos a partir de resíduos endógenos – como a alfarroba e a cortiça – e biopolímeros coagulantes, produzidos a partir de extratos de acácia. A utilização destes produtos tem como principais premissas, para além da sua eficiência na remoção de compostos farmacêuticos, o seu baixo custo e a minimização dos consumos energéticos associados, para além de se poder utilizar resíduos como produto. A monitorização de compostos farmacêuticos (cerca de 20 fármacos) exigirá igualmente a adoção de métodos analíticos fiáveis e robustos. O projeto tem um caráter de demonstração e visa que as tecnologias testadas com sucesso possam ser aplicadas noutros sistemas de tratamento a nível europeu. O orçamento total do projeto é de um milhão, 64 mil e 452 euros, tendo um apoio comunitário de 855 mil e 589 euros. O orçamento afeto à AdA é de 155 mil e 496 euros, sendo 60 por cento dos custos elegíveis financiados pelo programa LIFE .
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ATUALIDADE MAR SHOPPING ALGARVE É O NOME DO NOVO CENTRO COMERCIAL DE LOULÉ marketing da IKEA Centres no mercado europeu.
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AR Shopping Algarve é o nome do segundo centro comercial da IKEA Centres em Portugal, a inaugurar no verão de 2017, em Loulé. A empresa do Grupo IKEA, que detém e gere 41 centros comerciais e 25 «retail parks» em 14 países, adota, assim, a marca MAR Shopping para os seus projetos no país. Com oito anos de implementação no mercado português, altura em que inaugurou o primeiro MAR Shopping, em Matosinhos, a IKEA Centres considera «MAR» o sinónimo do maior património histórico, cultural e emocional do país. “Nenhum outro país tem um passado e um presente tão intimamente ligados ao «MAR». Dos descobrimentos, à influência no sucesso do turismo para a economia e projeção de Portugal, poucos países têm neste elemento um ativo tão estratégico para o seu desenvolvimento futuro”, afirma a diretora de
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Ana Machado salienta ainda o facto de este ser um nome que reflete o posicionamento do Grupo, que privilegia o envolvimento com os elementos naturais das regiões em que está implementado. “Por todas estas razões, o nome para os nossos centros comerciais em Portugal só poderia ser «MAR». Afinal, estamos num país com uma linha de costa de 2.830 km, detentor da 11ª maior Zona Económica Exclusiva do Mundo, a maior da União Europeia”, justifica a responsável. Localizado em Loulé, o MAR Shopping Algarve faz parte de um complexo comercial alargado, de 82 mil metros quadrados, que também inclui o Designer Outlet Algarve – gerido pela ROS Retail Outlet Shopping –, uma loja IKEA totalmente integrada, bem como uma área de lazer ao ar livre. Com 220 lojas e 3.500 lugares de estacionamento, o novo complexo comercial com orientação familiar (tal como já acontece com o MAR Shopping Matosinhos), assume um papel de relevo no desenvolvimento da região. No total, o Grupo IKEA investe 200 milhões de euros num projeto que permitirá criar três mil postos de trabalho diretos e indiretos. A abertura do MAR Shopping Algarve e da primeira fase do Designer Outlet Algarve está prevista para o verão de 2017. A loja IKEA deverá abrir em abril do mesmo ano .
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ATUALIDADE
BUBBA BROTHERS REGRESSAM AONDE TUDO COMEÇOU
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s Bubba Brothers, sem dúvida uma das duplas de DJ’s mais sui generis da atualidade, vão regressar às suas origens, que é como quem diz, onde começaram a pôr música, no próximo dia 23 de abril, designadamente ao «2Beer or Not 2Beer», na freguesia do Montenegro, concelho de Faro. O bar de Nuno Machado e Jorge Humberto caminha a passos largos para festejar os dois anos de existência, no dia 24 de junho, sempre direcionado para o pop/rock clássico e para uma clientela adulta, como verificamos numa visita ao espaço numa destas noites. “Não queremos cá modernices, deixamos as quizombas para os outros, apostamos numa clientela da nossa idade e que gosta de boa música. Também damos oportunidade a bandas novas para atuar
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ao vivo, normalmente aqui jovens da zona”, explica Nuno Machado. Música ao vivo e live acts de DJ’s preenchem, assim, as noites de fim de semana, com a vantagem dos artistas trazerem atrás de si novos clientes, os fãs. Durante a semana, predomina a música ambiente e os concertos ao vivo no grande ecrã, tornando o «2Beer or Not 2Beer» o espaço ideal para desfrutar de bons momentos na companhia da cara-metade e dos amigos, simplesmente a conversar ou de volta do snooker, setas, matraquilhos e flippers à moda antiga. E em fim de semana prolongado do 25 de abril, os Bubba Brothers foram os eleitos para animar as hostes na
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noite de sábado. “Acaba por ser a preparação para a grande festa do 2.º aniversário do bar, onde vão estar presentes, como é óbvio, pois fazem parte da família. É uma festa para começar a seguir ao almoço e prolongar-se até de madrugada”, antevê Nuno Machado. Será, então, mais uma prestação da dupla DJ EC e MC Frog, ou Eliseu Correia e Justino Santos, o regresso ao berço dos Bubba Brothers. “Foi aqui que tudo começou e a nossa ideia inicial era simplesmente pôr música neste bar. A malta gostou, tornamo-nos quase DJ’s residentes do «2Beer or Not 2Beer» e depressa começaram a surgir convites para irmos atuar noutros estabelecimentos do sul do país”, recorda Eliseu
Correia. O passa-a-palavra foi sendo cada vez maior, os Bubba Brothers percorreram a região toda e ainda recentemente foram cabeças de cartaz da Páscoa da Trigonometria, na Quinta do Lago, no coração do Triângulo Dourado do Algarve. Voltar a casa é, contudo, sempre especial, por muito que todos os bares e discotecas sejam importantes. “Temos um carinho muito especial por este bar, até porque somos os dois do Montenegro, esta é a nossa terra”, assegura Eliseu Correia, confirmando que a atuação do dia 83
23 de abril será apenas o aguçar do apetite do que vai acontecer depois a 24 de junho. “Aqui jogamos literalmente em casa, é diferente de quando vamos pôr música numa discoteca com 400 ou 500 pessoas e onde conhecemos 10 por cento delas. Neste bar, todas as caras são familiares, fazem parte da nossa vida”, destaca ainda o DJ EC. Entretanto, por se estar a recordar a Revolução dos Cravos, Eliseu Correia e Justino Santos vão fazer um pequeno tributo a Zeca Afonso no arranque do espetáculo, seguindose os Bubba Brothers do habitual. “Podemos ir dos anos 60 até ao último sucesso de ontem, dos blues ao rock. Há clássicos como os Doors,
Deep Purple, Led Zeppelin, Clash, Eric Clapton, Bob Marley que fazem parte do nosso histórico, de resto, tudo pode acontecer”, promete Eliseu Correia, satisfeito pelas solicitações serem maiores do que a capacidade de resposta da dupla. “Temos a nossa vida profissional, já há muitas datas que se cruzam, no Algarve e fora do Algarve e, infelizmente, temos que recusar algumas atuações que outros DJ’s, se calhar, andam atrás delas meses a fio”, finaliza Eliseu Correia.
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