ALGARVE INFORMATIVO #56

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Hugo Alves prepara novo disco de jazz DIA DE LOULÉ TERRAS DO SAL BRUNO SARUGA 1

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CONTEÚDOS

Terras do Sal - 8

Bruno Saruga - 48

Atualidade - 56

Dia de Loulé - 18

Hugo Alves e os Magic Stars - 40 ALGARVE INFORMATIVO #56

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OPINIÃO Calcinha para baixo, rabinho para cima, faça favor de se servir! Daniel Pina - 6 Quem num coro canta seus males espanta! Paulo Cunha - 26

Os quatro de Nelspruit Paulo Bernardo - 28

Franciscus José Graça - 30

Uma medida do Orçamento de Estado que tem ser divulgada! Dália Paulo - 32

O amanhã não é um almoço a preço fixo Mirian Tavares - 34

in(pertinências) Augusto Lima - 36

O Governo das Esquerdas: O corolário das falácias Carlos Gouveia Martins - 38

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Calcinha para baixo, rabinho para cima, faça favor de se servir! Daniel Pina

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á coisas que é preciso ter paciência de santo para aguentar, outras coisas, acho que nem os próprios santos teriam paciência para as aturar e eu, confesso, de santo pouco ou nada tenho, e o que me falta em santo sobra-me em rabugice. E esta semana esgotou-se por completo a pouca paciência que ainda me sobrava para lidar com esta pouca-vergonha, para não falar em incompetência e falta de respeito pelos outros, que se tem passado com as obras da EN 125. A tampa começou a saltar-me na quarta-feira. Com uma reportagem marcada para as 14h em Albufeira, abalei de Almancil com mais de uma hora de antecedência e fiz-me à EN 125 e, por incrível que pareça, cheguei ao meu destino em coisa de 20 minutos. Trânsito a circular com perfeita normalidade, nada de semáforos na berma da estrada a empatar quem tem horários para cumprir, provavelmente deviam estar os senhores engenheiros e técnicos e arquitetos a almoçar confortavelmente. De regresso a Almancil, pelas 16h30, confiei na sorte e meti-me outra vez na EN 125. Mas a sorte, desta vez, não quis nada comigo, nem com outras centenas de condutores, e dessa vez levei mais de uma hora para percorrer a mesma distância. Provavelmente os tais senhores engenheiros e técnicos e arquitetos terminaram o almoço com ideias de infernizar outra vez a vida dos algarvios, e turistas, e toca a acender os famigerados semáforos de circulação alternada. E eu, parado quase uma hora numa reta da EN 125, a pensar para os meus botões que raio de planeamento de obras é este, que se lembram de alterar por completo o trânsito de um momento para o outro, sem qualquer aviso, sem que ninguém saiba, com um mínimo de antecedência, o que se vai passar no espaço de poucas horas.

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Sexta-feira, outra machadada na minha paciência, que já definhava. De manhã, notícias a dizer que tinha sido aprovada a redução de portagens na Via do Infante. O blablabla do costume do «Prometemos! Cumprimos!». Estranhei! Duvidei! Depois, afinal, o que tinha sido aprovado era uma iniciativa do Partido Socialista para propor a redução do valor das portagens. E isto porque, entretanto, tinha sido rejeitada uma proposta para a abolição das ditas portagens. Como já devem ter reparado ao longo destes anos, não tenho propriamente uma cor política. Tenho conhecidos e amigos em todos os partidos. Desculpem-me lá o desabafo, se calhar vocês até são a exceção à regra. Mas a regra é que, na minha rabugenta opinião, os políticos são todos iguais. Durante as campanhas eleitorais, prometem isto e aquilo e, quando chegam ao poder, afinal o que prometeram não é praticável, não é possível de concretizar neste momento, blablabla... Quem promete uma coisa quando está na oposição, faz outra quando está no poder, estranho fenómeno a que, infelizmente, já estamos todos habituados. Portanto, esta coisa de andarem a atacar-se uns aos outros porque uns queriam abolir as portagens e os outros é que não quiserem, ou não deixaram, é jogar areia para os olhos dos contribuintes. Assim como o parlamento aprovar uma proposta do partido que está no poder, a sugerir que o partido que está no poder faça isto ou aquilo, é jogar areia para os nossos olhos. Porque, mesmo que a intenção seja honesta, entre avançarem ou não avançarem ideias ou propostas ou sugestões, vai o parlamento de férias e nada se decide antes de acabar o Verão.

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E foi já sem paciência nenhuma que me acudisse que fico a saber, logo de manhã deste sábado, que a EN125 entre a Maritenda e as Fontainhas vai ser cortada segunda-feira e até 15 de Julho. Coisa pouca, mais de dois meses, não dois meses no tranquilo Inverno, mas no sufoco do Verão. São quase 10 quilómetros de uma das zonas mais movimentadas da EN 125, onde todos os dias passam milhares de algarvios a caminho do trabalho, ou no exercício da sua profissão, sem esquecer os turistas, que vão desaparecer no mapa, obrigando-nos todos a regressar ao passado, a andar aos ziguezagues pelas velhinhas estradas municipais. Aquelas em que os nossos pais e avós andavam de lambreta, ou de burro, para ir visitar as namoradas à aldeia vizinha, ou para ir ao mercado de outra cidade, ou para ir para os terrenos plantar laranjas, batatas e sei lá o quê. Pior do que isso é que, mais uma vez, ninguém é informado de nada, é tudo decidido pela socapa para que não salte a tampa aos simpáticos algarvios. De modos que, na segunda-feira de manhã, vai uma pessoa tranquilamente para o

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trabalho pela EN 125 e, de repente, começa a apanhar com aqueles agradáveis sinais amarelos de «Desvio» a mandar-nos ir para a esquerda e direita, por quilómetros a fio, por estradas sem quaisquer condições para receber um afluxo de viaturas não sei quantas vezes superior ao normal, até chegarmos ao nosso destino, atrasados, claro. Isto se o nosso destino não estiver precisamente nos tais 10 quilómetros da EN 125 que vão fechar durante dois meses. Dois meses em que, ou muito me engano, ou teremos uma rotina igual ou pior a quem vive na margem sul de Lisboa e tem que ir todos os dias trabalhar para a capital. Dois meses em que teremos que sair mais cedo de casa para chegar a tempo ao trabalho e em que vamos chegar a casa atrasados para o jantar. Dois meses em que iremos afugentar milhares de turistas por causa da confusão do trânsito. Portanto, desculpemme lá a rabugice, meus amigos políticos, não levem isto para o lado pessoal, mas vocês são todos iguais .

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Sal de Castro Marim à conquista do mundo Em plena Reserva Natural do Sapal de Castro Marim, com o Rio Guadiana no horizonte, a atividade é muita nas salinas da Cooperativa «Terras do Sal», a grande responsável pela revitalização de todo um setor que estava a desaparecer no extremo do sotavento algarvio. Hoje, o sal de Castro Marim é conhecido nos quatro cantos do mundo, exportado para vários continentes, premiado nos mais prestigiados concursos internacionais, tudo assente numa produção artesanal, à moda antiga e com a qualidade do produto final sempre em mente. Texto:

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Fotografia:

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na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim que se localizam as salinas integradas na «Terras do Sal», cooperativa formada em 2004 e constituída, atualmente, por 10 cooperantes, seis dos quais em atividade. Produtores que sentiram a necessidade de se unirem para lidar melhor com um mercado que se transformou por completo no final do século passado, conseguindo, desta forma, uma maior capacidade de resposta e mais visibilidade. "As salinas tradicionais estavam praticamente extintas, perdeu-se uma geração de salineiros em Castro Marim, devido às mudanças radicais que aconteceram em Vila Real de Santo António”, confirma o Diretor de Operações Luís Rodrigues.

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Recuando um pouco na história, o sal de Castro Marim conheceu um grande desenvolvimento quando as indústrias conserveiras estavam ao rubro no concelho vizinho de Vila Real de Santo António, mas a capacidade de produção das salinas tradicionais do Sapal de Castro Marim depressa foi ultrapassada pela demanda, assim se passando a produzir sal de modo industrial. “Essa produção industrial acabou por canibalizar a produção artesanal. Nos anos 80/90, as indústrias conserveiras, por questões de rentabilidade, deslocalizaram-se para Matosinhos, Açores e outros pontos de Portugal e o próprio sal industrial praticamente

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desapareceu. Mantiveram-se apenas em atividade as unidades com menores encargos, ou seja, deixou-se de dar tanta importância à qualidade e privilegiou-se o preço”, prossegue Luís Rodrigues com o seu relato. Entretanto, no virar do século, encetaram-se esforços para não deixar morrer um conhecimento ancestral que ainda persistia em muitas famílias de salineiros e tentou-se revitalizar a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim, focada na produção artesanal, um processo que durou vários anos, antes mesmo do nascimento da Cooperativa «Terras do Sal». Mas o facto é que se perdeu toda uma geração de salineiros, quer por causa do advento da industrialização do processo, como do próprio boom que a atividade turística conheceu na 11

região nas últimas décadas do século XX e que afetou praticamente todo o setor primário. “Em Castro Marim assistiu-se a uma fuga para a solução, as pessoas tiveram que virar-se para as atividades que realmente tinham necessidade de mão-deobra, visto que a indústria conserveira estava a desaparecer. O problema é que se perdeu parte desse conhecimento que se devia perpetuar de geração para geração”, lamenta o entrevistado. Olhando para os cooperantes em si, é fácil adivinhar que uns serão já de idade avançada, outros, pertencentes a uma nova geração que percebeu que, afinal, o turismo não é garantia de sucesso e rentabilidade para todos e que há ALGARVE INFORMATIVO #56


Luís Rodrigues é o Diretor de Operações da «Terras do Sal»

que procurar outras fórmulas de sucesso na vida. “Temos alguns produtores mais idosos, mas também sangue novo que nada tinha a ver com o sal e que decidiu investir nesta atividade. Isso gerou uma necessidade de mão-de-obra que é suprida pelos castro-marinenses, pessoas que tinham partido para outros destinos e que agora regressaram ao ramo. É uma matériaprima produzida dentro de Castro Marim e que tem sido importante para sustentar muitas famílias”, frisa o Diretor de Operações. O processo não foi, porém, fácil, até porque a produção de sal não é tão linear, tão simples, como possa parecer à primeira-vista. “Temos um caderno de encargos muito apertado e o nosso sal é produzido com ALGARVE INFORMATIVO #56

ausência de máquinas, só são permitidas durante as limpezas. Todo o movimento de águas, todo o processo até à formação de sal, faz-se por gravidade, o que implica um conhecimento empírico, que está implícito em muitos dos salineiros de Castro Marim. Isso confere ao nosso sal uma qualidade e uma pureza excecionais, fora do comum”, garante Luís Rodrigues, adiantando que esta produção está sujeita a uma sazonalidade, o que não impede que a Cooperativa funcione o ano todo. “O ciclo começa em abril, maio, com as limpezas, e depois a produção fazse até que o tempo o permita, setembro, outubro”. Uma sazonalidade que, convém frisar, contribui igualmente para a

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sustentabilidade ambiental do Sapal de Castro Marim, já que as salinas são fundamentais para o ecossistema desta reserva natural e para a preservação de muitas espécies. Assim, fora da época de produção, estas salinas são inundadas até sensivelmente um palmo de água acima dos contornos quadriculares dos terrenos, e é ali que várias aves se conseguem alimentar, sobretudo aves que não voam, normalmente de pernas longas.

Inovar, trabalhar, investir Uma grande vantagem da cooperativa é permitir aos seus associados usufruir de um rendimento ao longo de todo o ano, mesmo tratando-se de uma produção sazonal, o que seria mais complicado se permanecessem isolados, a trabalhar por si só, sem toda a rede organizacional da «Terras do Sal» que ajudasse nas questões das encomendas, fichas técnicas, controlo de qualidade, análise das matériasprimas, criação de produtos de merchandising e participação em concursos internacionais. Isto porque o sal é um produto bem mais diversificado do que o consumidor final imagina, habituado ao longo de décadas à existência apenas de sal fino e sal grosso. “Esse sal que se encontra nos supermercados a 15 ou 20 cêntimos é um sal industrial, que está desprovido de outros sais minerais, tem 99,9 por cento de cloreto de sódio e outros produtos químicos que

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lhe são adicionados para tentar mantê-lo seco. Antigamente, nos restaurantes, metia-se arroz nos saleiros. Hoje, substitui-se o arroz por um químico”, esclarece Luís Rodrigues. “O nosso sal tem cerca de 70 por cento de cloreto de sódio, é muito rico noutros sais minerais”, distingue. Já o aparecimento, melhor dizendo, comercialização, de outros tipos de sais surgiu em resposta às próprias necessidades do mercado, aponta o entrevistado. “A flor de sal era chamada o coalho, não tinha grande valor comercial para os salineiros por ser bastante leve. A indústria conserveira precisava de sal grosso para intercalar as ALGARVE INFORMATIVO #56


camadas de peixe, para que ele não se colasse um ao outro, pelo que a flor de sal só se valorizou mais ALGARVE INFORMATIVO #56

recentemente”, conta Luís Rodrigues. “O sal líquido é um dos produtos mais inovadores que temos, mas é, provavelmente, um dos mais antigos das salinas, simplesmente, nunca foi analisado e encarado como um produto vendável. A grande diferença é que tem menos cinco vezes de sódio do que o normal, e tem o cloreto de magnésio, um sal de difícil precipitação e que se vai concentrando. Ou seja, no fim, temos um produto muito rico em magnésio e pobre em sódio, tudo o que se quer para uma dieta equilibrada”, enfatiza o especialista na matéria. E por falar em dieta equilibrada, Luís Rodrigues lamenta que o sal seja «diabolizado» pelos médicos, assegurando que o problema não é o sal, em si, mas as doses em que é consumido. “O sal industrial é um caso à parte mas, podendo-se utilizar sal artesanal, os ditos efeitos nefastos para a saúde pública são facilmente combatidos com uma utilização equilibrada. Todos os sais são fundamentais, os próprios desportistas fazem uma remineralização depois de grandes esforços. Não se pode diabolizar o 14


Fase de embalamento, 100 por cento manual, dos produtos da Cooperativa «Terras do Sal»

sal, há que esclarecer as pessoas”, apela o entrevistado. De volta à inovação que se tem assistido neste setor, ela não se limita ao aparecimento de novos produtos, é toda a questão das marcas, embalagens, rótulos, merchandising, que deve ser cuidadosamente planificada. E, graças a esse cuidado, a «Terras do Sal» exporta para diversos países da Europa, bem como para os Estados Unidos da América, Canadá, Israel e outros destinos. “É essencial acompanharmos as novas tendências, estarmos atentos ao que tem mais impacto, e temos feito isso com a prata da casa. Temos uma nova marca, a «RAW», que significa «cru», que tem tido uma aceitação bastante boa, um impacto visual muito 15

conseguido”, revela, confirmando que essa visibilidade e notoriedade advém igualmente dos concursos internacionais. “Neste mercado global, todos os elementos diferenciadores são cruciais. Castro Marim tem, na sua maioria, uma certificação da «Nature et Progres», que vem de França, o país que originou o mercado da flor de sal. Mais exigente ainda é a SATIVA, que criou um caderno de encargos exclusivamente para a produção de sal artesanal. Nos concursos, fazem-se provas de sal, flor de sal e de outras misturas e, este ano, fomos uma vez mais premiados com medalhas de ouro para a nossa flor de sal, para a mistura para saladas e para o sal artesanal”, destaca. ALGARVE INFORMATIVO #56


Neste mercado global, fica assim a certeza de que a matéria-prima de Castro Marim é muito diferente dos restantes concorrentes e as grandes comparações fazem-se, atualmente, com França. E se a flor de sal é similar nos dois países, a história é outra no que diz respeito ao sal, com o Algarve a produzir um sal extremamente branco e sem qualquer manuseamento, sem ser lavado. “Isso fez com que os franceses mudassem a designação do seu sal cinzento para integral, procuram depreciar o sal algarvio, o que não condiz com a realidade, e a razão são as condições climatéricas. Nós conseguimos manter o nosso sal nas salinas por quatro, cinco, seis semanas, sem que haja chuvas a perturbar a formação dos cristais límpidos como eles são. Já os franceses têm que fazer uma recolha quase diária do sal e têm que misturá-lo com argilas”, aponta Luís Rodrigues. O clima ajuda, os terrenos existiam e foram recuperados, há sangue novo no ramo e os conhecimentos ancestrais foram salvos, mas ainda há obstáculos para ultrapassar no dia-adia e o principal objetivo da «Terras do Sal» é ganhar mais quota de mercado. “A sustentabilidade de cooperativa já foi alcançada, agora, queremos assegurar o escoamento de toda a produção de Castro Marim. Para tal, é preciso chegar a novos mercados e isso consegue-se com mais visibilidade e aceitação dos consumidores. Como é óbvio, há uma ALGARVE INFORMATIVO #56

diferença significativa no custo de produção do sal artesanal para o sal industrial, mas esse investimento dilui-se porque nenhuma família consome grandes quantidades de sal e, para além, os benefícios para a saúde são muito maiores no artesanal”, afiança Luís Rodrigues. Crescimento que obrigará, também, a mudanças no processo de embalamento, que é 100 por cento manual, e à construção de uma nova unidade de transformação. “A ideia é industrializar um pouco mais o embalamento, sem nunca abandonar a produção artesanal ou reduzir a nossa mão-de-obra, antes pelo contrário. Até porque as salinas artesanais que estão ativas devem rondar os 30 a 40 por cento da capacidade total de Castro Marim, produzindo cerca de 1200 a 1500 toneladas de sal ao ano, e por volta de 100, 120 toneladas de flor de sal. E mesmo estas salinas não estão a laborar a 100 por cento”, afirma o Diretor de Operações da «Terras do Sal», pelo que há um franco potencial para a produção aumentar ainda mais. “Claro que a produção de sal não é a galinha dos ovos de ouro, há aqui salinas para venda a preços astronómicos e que nada têm a ver com a realidade. É um trabalho muito duro, mas com potencial, desde que se invista tempo e dinheiro” .

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Loulé festejou

Dia do Município

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Dia do Município de Loulé celebrou-se a 5 de maio e o momento mais importante de uma semana de atividades foi a entrega de 12 Medalhas Municipais de Mérito a personalidades e instituições do concelho que se destacaram no campo cultural, ALGARVE INFORMATIVO #56

artístico, científico, técnico, profissional, empresarial, comercial, turístico, político e desportivo, contribuindo, assim, com o seu percurso e ação para o engrandecimento do Município. A escritora Lídia Jorge, que em 1993 (data inaugural desta iniciativa) 18


recebeu uma Medalha Municipal de Mérito – Grau Prata, foi este ano distinguida com o louvor mais alto atribuído pela Autarquia: Medalha de Honra do Município de Loulé. Ao poeta, romancista, contista e ensaísta Casimiro de Brito foi entregue a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, igual distinção entregue, a título póstumo, ao médico Abreu e Silva. Também o Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF) recebeu a Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, assim como os antigos presidentes da Câmara Municipal de Loulé, Joaquim Vairinhos e José Cavaco, este último a título póstumo. As Medalhas Municipais de Mérito – Grau Prata foram entregues ao impulsionador do Encontro de Música Antiga de Loulé, o músico, pedagogo e professor de flauta de bisel e de classe de conjunto Francisco Rosado, a título póstumo; ao Dom José Beach Hotel; ao Pároco de Loulé há quase 50 anos, Henrique Varela; e ao Sport Clube Escanchinas. Já o Grau Bronze destas Medalhas Municipais de Mérito teve como destinatários Filipa Faísca, poetisa e intérprete de contos tradicionais que participou em diversas recolhas de tradições orais e na elaboração do Romanceiro Popular português; 19

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

Casimiro de Brito com o edil Vítor Aleixo

Familiares de Abreu e Silva com o vereador Paulo Martins

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e a Jack Petchey, filantropo, empresário e fundador da Fundação Jack Petchey. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, falou destes Agraciados como “uma referência, os melhores exemplos, referentes sólidos e âncoras que nos obrigarão a olhar para o futuro”. O reitor do INUAF, Ventura Mello Sampaio, com o vereador Eugénio Guerreiro

Familiares de José Cavaco com a vereadora Emília Victor

Em Dia do Município, o edil falou igualmente do trabalho que tem sido realizado neste mandato, baseado num “programa eleitoral claro e objetivo”, perspetivando o que será o futuro. Referindo-se à “amplitude deste novo ciclo autárquico”, o edil citou as áreas de intervenção onde o papel da Autarquia tem sido mais evidente: educação, cultura, apoio social, desporto, valorização do património material e imaterial, dinamização da vida associativa, turismo criativo, qualidade e tratamento do espaço público, aposta em projetos inovadores, como os da eficiência energética, da gestão eficiente da água, da mobilidade sustentável, do ambiente, os efeitos das alterações climáticas, as dinâmicas participativas criadas com a implementação do orçamento participativo, nas cidades dinâmicas das cidades inteligentes e nos princípios basilares de uma cidade educadora.

Joaquim Vairinhos com o edil Vítor Aleixo

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As questões financeiras não foram esquecidas por Vítor Aleixo neste momento, designadamente “os 80 milhões de euros da dívida com que fomos confrontados nos primeiros dias da nossa gestão”. “Foi um combate que travámos com uma gestão séria e estruturada que, reduzindo a despesa, privilegiou o equilíbrio entre o deve e o haver e, mais do que isso, criou condições para o nosso desempenho futuro, para que as finanças se mantenham saudáveis por muitos e bons anos”, disse o presidente da Autarquia. Entretanto, como o Governo decidiu não retirar aos municípios as receitas de IMT, como estava anteriormente previsto, Vítor Aleixo acredita que será possível iniciar e concretizar um conjunto de obras que procuram atender às reais necessidades. Assim, estão previstas intervenções, sobretudo nos centros urbanos de Loulé, Quarteira e Almancil, que passam pela construção de equipamentos de natureza desportiva, social e cultural, além das que se encontram já programadas como o Solar da Música Nova, o Palácio Gama Lobos e as novas fases do Passeio das Dunas, em Quarteira. Este papel do Município não se limitará às obras físicas, mas a outras funções viradas para o bem-estar das populações. Finalmente, o autarca considerou 21

Familiares de Francisco Rosado com Heloísa Madeira, 1ª Secretária da Mesa da Assembleia Municipal de Loulé

João Soares, do Dom José Beach Hotel

O Pároco Henrique Varela com a vereadora Ana Machado

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que, apesar do enfoque desta política municipal estar no Litoral, onde se concentram as maiores necessidades e reside a maior parte da população, “o litoral e a sua especificidade não será esquecido, naquele que é um Concelho único a nível do País”.

O presidente do Sport Clube Escanchinas, com o vereador João Martins

Filipa Faísca com o vereador Pedro Oliveira

A manhã do dia 5 de maio terminou no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a cerimónia de entrega do Grande Prémio Literário Associação Portuguesa de Escritores/Câmara Municipal de Loulé. A primeira edição desta iniciativa distinguiu as áreas de Crónica e Dispersos Literários e o grande vencedor foi José Tolentino de Mendonça, com o livro «Que coisas são as nuvens». Dois dias antes, a 3 de maio, foi a vez de se descerrar a placa com a atribuição do nome do Cónego Clementino de Brito Pinto à Escola EB1 n.º2 de Almancil, vulgarmente conhecida como «Escola Amarela». Com este ato, a Câmara Municipal de Loulé pretendeu identificar a comunidade escolar com uma prestigiada personalidade desta freguesia e Vítor Aleixo aproveitou para destacar as excelentes condições de ensino desta escola, uma referência no Concelho, e que passa agora a

Representantes da Fundação Jack Petchey com a vereadora Marylin Tomás

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Atribuição de Patrono do Cónego Dr. Clementino de Brito Pinto à «Escola Amarela» de Almancil

ter como patrono um homem que foi uma referência cultural no Algarve, em particular nesta freguesia. Em foco nas comemorações esteve igualmente o projeto «Viver Loulé», um processo de adaptação da cidade de Loulé a um modelo sustentável e eficiente de mobilidade e que deverá ser futuramente aplicado aos demais aglomerados urbanos, nomeadamente a Quarteira e Almancil. E com o intuito de envolver a comunidade escolar como agentes ativos das mudanças de paradigma, com a criação de infraestruturas nas escolas (parqueamentos, oficinas, bicicletas de empréstimo), ações de sensibilização e a criação de percursos casa-escola acompanhados, foram entregues pela autarquia bicicletas de uso partilhado às escolas da cidade: EB 2,3 Padre Cabanita, EB 2,3 Eng.º Duarte Pacheco e Secundária de Loulé, num total de 36 unidades, 10

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para cada uma das três escolas e seis para uso dos funcionários da Autarquia. A semana de comemorações arrancou, no dia 2 de maio, com a apresentação ao público, na Sala da Assembleia Municipal, da nova marca corporativa que irá acompanhar toda a mudança de paradigma na Cidade e no Concelho de Loulé, tendo em vista as adaptações às alterações climáticas. «Loulé Adapta» é a face visível das 28 opções de adaptação que fazem parte da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, isto porque a subida do nível do mar, o aumento da temperatura e da frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos como ondas de calor, secas, episódios de precipitação excessiva e concentrada, e consequentemente de incêndios, inundações, cheias e intensificação da erosão costeira, são

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Loulé é o único da região algarvia. Esta Estratégia tem como objetivo diminuir as vulnerabilidades atuais e futuras do Município, aumentar a sua capacidade adaptativa face aos eventos extremos projetados, salvaguardar o seu património humano, Entrega das Bicicletas de Uso Partilhado aos Agrupamentos de Escolas natural e material e da Cidade de Loulé contribuir para aumentar a consciencialização e a capacitação da população. A elaboração do Plano de Contingência Municipal para Períodos de Seca, Plano de Ação Municipal para a Energia Sustentável, Programa Municipal para o Uso Eficiente da Água, a promoção da Apresentação Estratégia Municipal sobre as Alterações Climáticas Mobilidade e Marca Loulé Adapta Sustentável, o alguns dos eventos e impactos com que o reforço de espaços verdes e promoção de Município de Loulé terá que lidar no sustentabilidade ambiental, a criação do decorrer deste século. Observatório do Ambiente ou a reabilitação das ribeiras e galerias ripícolas associadas são algumas das Este instrumento de adaptação do território e da gestão e ação municipal às opções estratégicas de adaptação . mudanças climáticas tem, à cabeça, o Programa AdaPT, sendo que, de entre os 26 municípios que integram o projeto, ALGARVE INFORMATIVO #56

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Quem num coro canta seus males espanta! Paulo Cunha

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ltimamente têm sido divulgados uma série de estudos científicos que apontam para os benefícios de cantar em grupo: - Benefícios para vários estados mentais, comprovados pela associação da estrutura e da melodia da música à atividade cardíaca dos membros de um coro, onde o ato de cantar em uníssono desencadeia um efeito de sincronização, fazendo com que o ritmo cardíaco dos cantores aumente e diminua ao mesmo tempo e à mesma velocidade, proporcionando assim um efeito similar aos exercícios de ioga; - Benefícios ao nível do bem-estar de pacientes com determinadas doenças incapacitantes como a doença de Parkinson, esclerose múltipla e doenças respiratórias, e que assim, através da prática coral, aumentam a exercitação dos músculos associados à emissão vocal e controlam melhor os seus níveis de stresse e de ansiedade; - Benefícios na socialização e entreajuda entre pessoas que padecem de sintomas aliados a estados de solidão, angústia e depressão. Cada vez mais se verifica que certas empresas e organismos oficiais adotam e incentivam o canto coral entre os seus funcionários com o intuito de assim poderem garantir e promover uma maior integração, interação, proatividade e desenvolvimento cognitivo e motor entre os seus funcionários, bem como incentivar a diminuição ou até mesmo o abandono do uso do tabaco e do álcool. Jordi A. Jauset, especialista em neurociência musical, salienta que cantar num coro ajuda a construir uma relação de confiança, de coesão e até mesmo de generosidade com os colegas. O autor do livro «Cerebro y música: una pareja

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saludable» explica que cantar é uma atividade eficaz contra estados de stresse e depressão: "Cantar aumenta os níveis de cortisol e oxitocina, hormonas que, entre outras coisas, aumentam a autoconfiança e o nível de bem-estar pessoal". Jauset salienta também que o canto pode atuar como uma espécie de armadura contra doenças neuro-degenerativas: “Cantar é uma espécie de ginástica neuronal”. Cantar em grupo é uma expressão da vontade coletiva. Basta pensar nos cânticos de apoio nos estádios de futebol, nas canções de trabalho, nos hinos, nas procissões, nos festivais de música, nos coros de igreja ou nas marchas militares. A história prova-nos que os rituais sincronizados sempre contribuíram para a solidariedade de grupo. Há mais de quatro décadas a cantar em coro e a coordenar grupos corais, posso hoje afirmar, inequívoca e perentoriamente, que cantar num coro é algo ao alcance de todos que (simplesmente) tenham a capacidade de entoar a afinação pretendida e de se ouvir, ouvindo ao mesmo tempo os outros. Mas mais importante que tudo isso, para integrar um coro é preciso ser (ou aprender a ser) humilde, respeitador, solidário, cumpridor, disponível e participativo. É talvez o coletivo onde os vários grupos que o integram (naipes) mais se respeitam e entreajudam, sempre com o intuito de alcançar o objetivo de transformar um ato natural e singular num enorme prazer coletivo. É esse o segredo para querer cantar num coro: colocar o nosso timbre vocal à disposição do enorme arco-íris sonoro que constituirá um bem comum: o todo que nos/vos (en)cantará! . 26


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Os quatro de Nelspruit Paulo Bernardo

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elspruit é uma pequena cidade na África do Sul, cidade que me proporcionou a vivência de mais um episódio para me ficar na memória. Estando em trabalho em Maputo, cidade que me surpreendeu por muitos motivos, todos eles bastante positivos. Bem estruturada, bem organizada, com uma boa oferta de produtos, e com uma energia única no mundo. Energia estranha, que nos envolve como o colo de mãe, onde podemos ficar o resto da vida. Também uma cidade cheia de vontade de resolver os seus problemas com o passado e poder ganhar o seu lugar no continente africano e no mundo. Parabéns ao povo de Moçambique e às suas novas gerações, que trabalharam pra estudar e que se revêm em muito daquilo que nos é comum. Obrigado ao Sr. Langa, taxista, com pose de estadista, que me levou pelas ruas menos confusas do que eu esperava de Maputo e me ia dando aulas de geografia sobre Moçambique e a cidade. Mas onde entra Nelspruit nesta história? Esta foi a cidade que me proporcionou um momento muito interessante na minha vida e me permitiu perceber o que Portugal perdeu com a saída dos seus quadros nos últimos anos. Quando cheguei a Maputo, reencontrei-me com um grande amigo, profissional excecional que está a fazer a sua carreira por aquelas latitudes. Aqui, já Portugal está a perder. Através dele tive a possibilidade de conhecer mais duas pessoas que me adotaram logo como mais um do grupo, ou não fossem eles homens do Norte. Foi com este trio de profissionais excecionais que fiz a viagem até Nelspruit. Para além da experiência de conhecer mais um pouco de Moçambique e muito mais da África do Sul, pela experiência da fronteira, pelas diferenças ainda entre os dois lados.

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Mas o mais importante da viagem foi a experiência que vivi com os meus companheiros de viagem. Pessoas que trabalham muito, mas mesmo muito, mas onde a lamentação não existe e a saudade é abafada pelo convívio entre os amigos. Parecíamos um grupo de estudantes a fazer uma viagem de liceu, descontraídos, bem-dispostos e a aproveitar a vida. Foi esta experiência, de viver descontraído, levando a vida muito a sério, mas brincando, que me ficou. Por isso, podemos ser muito bons profissionais sem ter que ser uns chatos do caraças a levar a vida de uma forma cinzenta. Um brinde aos quatro de Nelspruit, com o Gin especial do Pacheco. Nota da semana: A ida do Presidente Marcelo a Moçambique, falou, dançou, ajudou, discursou. Foi um grande embaixador da nova imagem de Portugal, descontraída e não chata. Com cheiro a mar e não a mofo. Obrigado Presidente, não o apoiei, mas hoje digo que estava errado. Obrigado pelo que está a fazer a este país, devolvendo o sorriso ao rosto de todos nós. Figura da semana: Sadiq Khan, 45 anos, novo presidente da Câmara de Londres, devolvendo aos Trabalhistas o município após oito anos. Mas o que tem este homem de especial, para além de ser filho de um condutor de autocarros paquistanês, ter estudado na escola pública e ter crescido numa habitação social? É a demonstração viva de que o que se passa hoje na Europa é uma farsa e muito fruto de uma direita quase extrema que usa estratégias primárias para atingir o poder .

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Franciscus José Graça

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implesmente Francisco. Foi este o nome que o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio quando foi eleito pelos seus pares como o 266.º Papa da Igreja Católica sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013. Foi assim e tudo mudou… É o primeiro papa nascido no continente americano e também o primeiro latino-americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornouse Arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001, com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, pelo Santo Padre São João Paulo II. Ao longo dos primeiros três anos de pontificado, voltou a colocar a Igreja Católico no centro das atenções, não apenas pela forma discreta e humilde como resolveu viver os seus dias no Vaticano, mas pela intervenção sistemática sobre os principais problemas da Igreja e do Mundo, convidando permanentemente ao debate e à reflexão sobre os temas mais polémicos e convenientemente adormecidos nas consciências de tanta gente… Esta semana, o Papa recebeu no Vaticano o prémio internacional ‘Carlos Magno’2016, estabelecido após a II Guerra Mundial, na cidade alemã de Aachen, “outrora centro do mundo Ocidental”, conferido todos os anos por uma Comissão Executiva formada por representantes da sociedade e da Igreja, presidido pelo presidente da Câmara, pelo decano da Catedral e pelo reitor da Universidade de Aachen. A condecoração tomou o nome de Carlos Magno, primeiro imperador do Sacro Império Romano, coroado pelo Papa Leão III. Pelas suas conquistas, estabeleceu a Europa Ocidental e a posição do continente na Idade Média, assumindo-se como o “pai da Europa”. Na presença dos mais altos dignitários europeus, Francisco apresentou no seu discurso de agradecimento o “sonho” de um “novo humanismo” europeu, alicerçado nos princípios fundadores da

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União Europeia, criticando os governantes calculistas que desviam o olhar da crise dos refugiados e governam sem garantir a defesa dos valores da honestidade ou a beleza da cultura. “Sonho com uma Europa jovem, capaz de ainda ser mãe: uma mãe que tenha vida, porque respeita a vida e dá esperanças de vida. Sonho com uma Europa que cuida das crianças, que socorre como um irmão o pobre e quem chega à procura de acolhimento, porque já não tem nada e pede abrigo”, sublinhou Francisco, fazendo lembrar um discurso histórico de Martin Luther King, acrescentando que “sonho com uma Europa que escuta e valoriza as pessoas doentes e idosas, para que não sejam reduzidas a objetos de descarte, porque são improdutivas. Sonho com uma Europa onde ser migrante não seja delito, mas apelo a um maior compromisso com a dignidade de todos os seres humanos”. Evocando o seu discurso no Parlamento Europeu, em novembro de 2014, o pontífice propôs uma atualização da “ideia de Europa”, uma Europa “capaz de dar à luz um novo humanismo baseado sobre três capacidades: a capacidade de integrar, a capacidade de dialogar e a capacidade de gerar”, de forma a contrariar as preocupações existentes com o enfraquecimento do projeto europeu e a perda progressiva de relevância do continente no cenário internacional. “Que te aconteceu, Europa humanista, paladina dos direitos humanos, da democracia e da liberdade? Que te aconteceu, Europa terra de poetas, filósofos, artistas, músicos, escritores?” perguntou Francisco, deixando as respostas em aberto para estes dias europeus de maio e obrigando-nos a sonhar com um novo rumo para a Europa. Porque, somos todos Europa! . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966

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Uma medida do Orçamento de Estado que tem ser divulgada! Dália Paulo

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Constituição da República Portuguesa no número 1 do artigo 42.º especifica que “é livre a criação intelectual, artística e científica” e, no ano em que se comemoram os 40 anos da Constituição da República Portuguesa, o Orçamento de Estado (publicado pela Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março) confere a liberdade para que cada cidadão, na altura em que preenche a sua declaração de rendimentos (IRS), escolha uma pessoa colectiva associação, fundação ou cooperativa de natureza e interesse cultural - de utilidade pública para consignar 0,5% do seu IRS, de acordo com o número 1 do artigo 152º do Código de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (com a redacção dada pelo OE2016). Uma medida possível pelo olhar atento às questões culturais da maioria que aprovou o orçamento e, sobretudo, por iniciativa da deputada Gabriela Canavilhas que soube muito bem traduzir o sentir dos agentes culturais que há muito reivindicavam esta possibilidade. Estamos perante uma medida que, creio, vai fazer a diferença e contribuir para mudar práticas e para potenciar relações de maior proximidade entre a criação e os públicos. Porquê? Porque impele as associações, fundações ou cooperativas culturais a produzir novos diálogos com os públicos, criar maior proximidade e construir laços de afeto. Dir-me-ão isso já existe; sim, mas este incentivo fiscal permitirá reforçar o existente. Por outro lado, propõe a implicação e a co-responsabilização dos cidadãos no apoio à cultura, assim como na escolha de que projecto artístico apoiar, sem mediação, numa relação direta entre criadores e cidadãos. Exigirá mais de ambos: aos cidadãos que sejam mais atentos e

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exigentes e aos criadores que, nunca colocando em causa a liberdade e a qualidade da criação, consigam criar “comunidades de cidadãos” que lhes reconheçam valor e “(in)utilidade” para consignar parte do seu rendimento. Esta é uma medida que promoverá uma cidadania mais ativa, mais consciente e que terá como consequência assim espero - o reforço da criação artística fora dos grandes centros de Lisboa e do Porto. Uns verão nesta medida uma tentativa de desresponsabilização do Estado no apoio à criação e à cultura; mas, do nosso ponto de vista, trata-se, tão somente de uma coresponsabilização dos cidadãos e, acima de tudo, de lhes permitir fazer as suas escolhas e de um aprofundamento da democracia e da cidadania. Por outro lado, de uma maior liberdade de atuação para os criadores que podem diversificar as suas fontes de receita. José Tolentino de Mendonça, na qualidade de premiado da 1.ª edição do Grande Prémio Literário APE/CMLoulé, dizia-nos, entre tantas outras coisas, que uma capacidade importante (quase sublime) e por vezes pouco praticada é a de saber escutar o mundo. Pois bem, aqui estamos perante uma medida que resulta da escuta dos agentes culturais. A medida é hoje uma realidade. Agora é o tempo das associações começarem a fazer caminho, pois como nos lembra o poeta António Machado “Caminante, no hay camino,/ se hace camino al andar”, e esse caminho faz-se pelo passar da palavra; parafraseando José Tolentino de Mendonça: agora só resta tornares-te (poema, no original) portador da palavra .

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O amanhã não é um almoço a preço fixo Mirian Tavares

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stava à procura de um livro na estante e, sem querer, esbarro numa obra do Deleuze. Olho a data, coisa que costumava fazer antes - além do nome, punha a data e a cidade onde o livro fora comprado. Era nómada, na altura. E muito gostava de lembrar, guardava bilhetes de avião, de comboio, de concertos, de peças que vi, recortes de jornal, cartas… Na folha de rosto estava escrito: Vitória, 1989. Muitas lembranças, claro, todas já muito distantes. E o livro falava mesmo disso, de memórias. Da busca de um tempo perdido, do significado de tudo ou da sua não significação: "Pode-se evocar o platonismo de Proust, aprender é ainda relembrar; mas, por mais importante que seja o seu papel, a memória só intervém como meio de um aprendizado que a ultrapassa tanto por seus objetivos quanto por seu princípio. A Recherche é voltada para o futuro e não para o passado". Uma busca em direção ao futuro, mesmo que evoque a cada passo aquilo que ficou para trás, o intangível. E do intangível, confesso, não gosto muito. Tive sempre receio daquilo que não posso olhar nos olhos, tocar, perceber suas reentrâncias, linhas e curvas. Perceber. Afinal sou, mesmo sem querer, uma semioticista. Sempre andei na demanda da significação e com o passar do tempo percebi algumas coisas: uma delas é que tudo adquire novos significados. A significação é um processo em eterna convulsão. O problema é que, às vezes, compreendemos demais, vemos demais, quase como se vislumbrássemos o futuro. E esquecemo-nos que é importante

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também não percebermos. A minha recherche, nesse instante, é pelo momento, na sua inteireza. Pelo valor de memória que cada instante possui. Vivemos agora o que depois pode ficar impresso na nossa mente. E há coisas que ficam registadas como memórias que gostamos de visitar (há sempre umas quantas que preferimos esquecer). Gosto de memórias sensíveis, de instantes, tangíveis, autossignificantes, que não precisam de legenda ou de tradução. O escritor Caio Fernando Abreu disse um dia: “(…) o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje? Só quero ir junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, até um lugar que não sei onde fica, e que você até pode chamar de morte, mas eu chamo apenas de porto.” O dia de amanhã é uma incógnita, não é um almoço a preço fixo, como escreveu Benjamin Péret, porque dele nada sabemos. Às vezes gostaria de ter um amanhã que se sabe, que eu pudesse controlar, que não se alterasse, que eu construísse com as minhas próprias mãos. Mas ele sempre nos escapa. Porque a vida, que é feita de hojes e de muitos amanhãs, está sempre a escapar-nos. Por isto é fascinante e por isto prosseguimos. O amanhã, como disse o poeta, jorrará do deserto como um oásis flutuante onde as pedras gritam aos berros. E a nossa procura pelo futuro deve ser construída agora, enquanto se vive o momento em toda a sua plenitude e inteireza .

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in(pertinências) Augusto Lima

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s bons produtos, plantados e regados com amor e dificuldade, desapareceram das nossas praças e mercados, trazidos por adoráveis analfabetos ou enternecedores e experientes de vida, aldeões financeiramente falidos, sem possibilidade de comprarem a tal máquina registadora mais o programa de faturação. Os super e hipermercados engordam e condicionam as compras e a alimentação de todos nós, afetada pela fuga dos rurais para as já lotadas obscenas cidades. Culpados: certamente nós, profissionais, mas também os gestores e o Governo, o sistema enfim… Tendo uma das cozinhas mais fascinantes do mundo é vibrantemente amargo vermos nascer, tal qual cogumelos silvestres, outras de má qualidade, por esses lugares afora onde, os estrangeiros que nos visitam esperariam encontrar a nossa identidade cultural. O que os espera? Espaços de comidas sem alma, mas que eles gostam. Gostam? Ou se acomodaram a gostar? Pergunto mais: Como é possível gostar? Será que existe uma elite que se dedica à apologia do mau? O bom é inimigo da perfeição, dizem. Muitos não perceberam ainda a verdade que encerra – querer atingir um estatuto sem olhar

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para trás atento às pequenas coisas pode ser e é, catastrófico. Cada vez mais existem pessoas com uma capacidade relevante de vencer e que ficam pelo caminho por se tornarem arrogantes. As vitórias devem ser celebradas mas sem nunca deixar que a vaidade lhes tire a simplicidade e a vontade de aprender cada vez mais A par de uma cidade que cresce ordenada territorialmente e se quer dotada de espaços que valorizam a vida, também seria necessário, um grupo de homens sábios ponderarem sobre o n.º de espaços a abrir e com referência à sua Tipologia. Sendo o Verão Sazonal, a empregabilidade tende a se tornar precária e dependente Quantos Bares suporta uma cidade? Quantos Restaurantes suporta uma cidade? Quantos Cafés? E que parte da cidade mais precisa? Quem é o proprietário? Pertence a que área? Tem formação? Pretende vir a ter? Contratou um profissional? Mas já há mui e boas cousas e casas, antigas, agora renovadas, na cor e no interior, com madeiras, ferros, cerâmicas, Bordalos e tapetes que apresentam à Mesa, o Portugal genuíno ou vestido de adereços e roupas novas . 36


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O Governo das Esquerdas: O corolário das falácias

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Carlos Gouveia Martins

ivemos diariamente confrontados com narrativas socialistas. José Sócrates foi quem as tornou célebres, mas agora temos António Costa que as desenterrou e tem distribuído diariamente pelo país. A narrativa socialista quer-nos fazer acreditar em cinco falácias. A primeira falácia em que querem que acreditemos é que os problemas do país simplesmente desapareceram só porque as esquerdas estão no poder. “Virar a página da austeridade”, dizem eles, quando o que temos é um Governo que ainda vive da estabilidade herdada mas sabe que este é um ativo que rapidamente se extinguirá porque limita-se a desfazer o que foi feito. A segunda falácia em que querem que acreditemos é que se o Governo das Esquerdas existe, logo é bom. António Costa tem consciência da paralisia da sua coligação. É um Governo de serviços mínimos e com uma incapacidade reformista genética. Por isso apressou-se a criar uma perceção de excecionalidade nos atos mais banais da governação. O orçamento é um bom exemplo: todos os Governos aprovam orçamentos, às vezes mais do que um por ano (como também parece vir a ser o caso deste!). Mas, ao contrário de todos os outros, este Governo foi o único autointitulado heroico por ter um Orçamento! É a apologia do êxito na vulgaridade. A terceira falácia em que querem que acreditemos é que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa apoia o primeiro-ministro. Mas a isto chama-se apenas normalidade institucional. Mal vai um país quando se acredita que o Presidente e o Primeiro-Ministro têm de ser líderes de fação! Essa é a visão que a esquerda cultivou e isso torna-a incapaz de reconhecer a normalidade onde ela existe. Ela é bem-vinda e o PSD, no Governo ou oposição, sempre contribuiu para que ela florescesse. A quarta falácia é que o líder do PSD é um homem isolado. “Pedro Passos Coelho é um líder isolado”, dizem eles. Isolado, o único político europeu a ganhar eleições

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depois de aplicar um programa de austeridade causado pelo PS, negociado pelo PS e negado três vezes pelo PS. Isolado, o homem que teve quase dois milhões de votos há sete meses. Isolado, o homem que foi reeleito com 95% do partido. Se isto é estar isolado, acho que nunca nenhum de nós vai querer saber o que é estar acompanhado. A quinta, e última falácia, que a geringonça nos quer impingir é que o PSD é um partido neoliberal. António Costa, o principal causador do afastamento do PS do espaço do socialismo democrático, precisa de criar um bode expiatório para as linhas de falhanço que se formam no horizonte. Cinicamente tem ensaiado apelos para que o PSD venha negociar com o PS. Mas alguém que tenha os olhos abertos acredita que Costa quer negociar com o PSD? Mas alguém acredita que o mesmo Costa que em campanha prometeu chumbar tudo o que viesse da coligação, quer agora negociar de boa vontade? A única coisa que está na cabeça de Costa é arranjar uma maneira de responsabilizar o PSD pelo inevitável desconchavar da sua frente de esquerda. Se o PS não conseguir apresentar um plano por insuficiência dos seus parceiros mas, ainda assim, tiver vontade de reformar o país, então que se reponha a ordem natural das coisas. E nesse caso, que seja António Costa, líder da oposição, a apoiar e negociar com Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro. Tenho a convicção de que um governo com uma base politicamente tão larga seria certamente capaz de fazer as reformas de que Portugal precisa. Mas essa foi uma urgência à qual Costa virou Costas, correndo para os braços das esquerdas que o coroaram primeiroministro. Sá Carneiro deixou-nos um legado que é um princípio de ação politica: Primeiro Portugal, depois o partido, só no fim a circunstância pessoal. No PS é precisamente tudo ao contrário: primeiro as circunstâncias do líder, depois o partido e só no fim Portugal .

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Hugo Alves prepara novo disco de jazz Por ocasião de «Os Dias do Jazz», fomos assistir ao concerto do quarteto de Hugo Alves, «Magic Stars», no Teatro das Figuras, em Faro, uma amostra do novo disco, o quinto, do músico, compositor, maestro e professor natural de Lagos. Um álbum de jazz para o qual o trompetista convidou Michael Lauren, Gregory Burk e Luís Henrique e que estará ao dispor dos amantes desta sonoridade dentro de poucos meses. Texto: Fotografia:

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epois de alguns anos ausente dos estúdios de gravação, o conceituado trompetista Hugo Alves prepara-se para lançar mais um álbum de originais, acompanhado por Luís Henrique (baixo elétrico), Michael Lauren (bateria) e Gregory Burk (piano), com a convicção de que o jazz continua a ter o seu público num mercado discográfico dominado pelo pop/rock e outros estilos mais mediáticos. Mergulhado nos afazeres do dia-a-dia enquanto líder da Orquestra de Jazz do Algarve, o projeto do quarteto estava na calha há algum tempo e o lacobrigense não quis, porém, perder a oportunidade de ter ao seu lado três artistas deste calibre. “Trabalho com o Michael há mais de 10 anos e o Greg participou no meu último disco, o «Double Dose», um duo gravado, em 2010, no Centro Cultural de Belém. O Luís Henrique faz parte há algum tempo da Orquestra de Jazz do Algarve, tem crescido imenso e achei que tinha muito para acrescentar a este disco”, explica Hugo Alves, ainda a recuperar do concerto dado no Teatro das Figuras, em Faro, no dia 1 de maio. Um disco que é diferente do trabalho realizado habitualmente pela Orquestra de Jazz do Algarve, até porque um quarteto e uma big band de 16/17 elementos não podem ser comparados em termos de som e repertório. A isso acresce o facto do álbum ser constituído por temas escritos de propósito para esse fim e com uma roupagem mais leve do que o habitual. “Está a mover-se nalgumas linguagens

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mais funk e latin e essa mistura teve uma boa aceitação da parte do público. Os espetáculos estiveram cheios, as pessoas gostaram muito e recebi imensas mensagens de encorajamento”, afirma o compositor, ao mesmo tempo que garante que, pela música ser, em si, mais simples, não é executada com menos responsabilidade e rigor. “Existe música bem tocada e música menos bem tocada e nós, como profissionais, estamos sempre interessados em fazer as coisas bem”. O que se constatou igualmente neste rol de atuações na última quinzena de abril é que a música deste quarteto, que Hugo Alves decidiu designar por «Magic Stars», atinge todas as pessoas, é transversal a quaisquer estratos etários ou níveis culturais, mas isso mesmo já o entrevistado tinha reparado nos espetáculos da Orquestra de Jazz do Algarve. “Estamos a atrair um público que não é o tradicional amante de jazz, mas que está a começar a gostar desta música. O jazz é um fenómeno recente em Portugal, apareceu apenas depois do 25 de abril, quando se estava a fazer o que chamamos de free jazz, o jazz mais barulhento e ruidoso, sem tantas fronteiras”, descreve, adiantando que a nova geração de músicos de jazz só surgiu no nosso país após os anos 80. “Esta música demora muito tempo a ser maturado em cada pessoa, pelo que foi preciso esperar alguns anos até

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se perceber o que seria, eventualmente, o jazz nacional. Hoje, isso já se está a definir, para o que contribuíram, também, as escolas superiores de jazz”. Assim sendo, Hugo Alves não ficou surpreendido por observar espetadores mais novos nos concertos, porque o ensino da música está mais democratizado, deixou de estar limitado às elites, às famílias mais abonadas financeiramente, o que eleva o nível cultural das novas gerações. “Mesmo que alguém esteja a estudar música clássica, sente curiosidade em conhecer outras coisas. Dou aulas numa licenciatura de jazz no Porto, estive ontem a fazer exames de admissão, e tive pela frente jovens de 17 e 18 anos. Todos os anos são

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dezenas de candidatos, portanto, alguma coisa está, de facto, a acontecer”, sublinha, satisfeito, embora pense que este fenómeno não seja resultado de uma política cultural dinamizada pelas instâncias superiores. “A política de criação de novos públicos às vezes é um bocadinho difícil de compreender. Resulta nalgumas situações, noutras, nem tanto”, entende, sem se querer alongar mais no assunto. Uma nova fornada de músicos, e compositores, que vem contrariar a ideia que se tem de que todo o jazz foi escrito há algumas décadas, nomeadamente do outro lado do Atlântico, uma opinião que gera um sorriso no professor e maestro. “O jazz está a ganhar a sua prateleira

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Gregory Burk

Michael Lauren

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do século XX, uma prateleira que é muito boa, mas que não está arrumada. Isto porque, no século passado, surgiram estilos novos a cada década, sem nunca se deixar de tocar os estilos anteriores. O último capítulo terá sido escrito nos anos 70, nos anos 80 assistiu-se a uma série de fusões, e isso permite que os concertos possam ser bastante diferentes”, comenta Hugo Alves. “Às vezes pedem-me para tocar hard bop, típico dos anos 60, ou bebop, dos anos 40, mas isso já começa a ter alguma distância e os músicos dinossauros dessas épocas já foram desaparecendo com o tempo”.

Jazz foi o berço da música popular Compositor de eleição, Hugo Alves admite ser um pouco à moda antiga, old school, ou seja, treinou-se a ele próprio e bebeu, nesse processo, de várias influências, o que se nota na sua musicalidade. Influências que, diga-se de passagem, são relativas, porque, na opinião do entrevistado, o jazz é a fonte de onde jorrou toda a música popular do século XX. “Até aos anos 40, o jazz era música de entretenimento e dança, foi só com o bebop que passou a ser uma música mais improvisada. O jazzband, por exemplo, era o nome que se dava à bateria, um instrumento que terá sido criado provavelmente para o jazz”, conta. Prosseguindo com a sua aula de história, Hugo Alves lembra que, nesse ponto de viragem, alguns músicos preferiram não seguir os novos caminhos 45

do jazz e criaram projetos que estavam relacionados com outras sonoridades. “No verdadeiro Rhythm and Blues, o Chuck Berry escreveu um tema intitulado «This is Rock and Roll Music» e assim nasce o Rock’n’Roll. Não foi o Elvis Presley que o criou, como muitas vezes se pensa”, elucida o lacobrigense. “Esta música nova mantém toda a forma que funcionava no jazz e evolui de um modo tão rápido que, nos anos 50, começa a fundir-se com outras coisas. A primeira fusão do Dizzy Gillespie foi logo na década 50 com os músicos latinos que estavam em Nova Iorque, criando-se assim o latin jazz. A salsa era o ritmo que se podia tocar quando se tinham músicos porto-riquenhos, cubanos e da República Dominicana todos juntos. Há uma evolução dura no swing que é muito específica do jazz, mas tudo o resto apareceu a partir do esquema utilizado por esta música popular”. Misturas para aqui, fusões para acolá, mas a verdade é que nem todos conseguem escrever música, muito menos música para jazz e para ser tocada por vários instrumentos. E, nesse aspeto, Hugo Alves aproveita para desmistificar o processo criativo, assegurando que compor é 99 por cento técnica e 1 por cento criatividade. “Não há nenhuma entidade superior que nos mete as coisas na cabeça. Nos últimos dois meses tenho estado a fazer músicas para três discos, portanto, se estivesse à espera de qualquer inspiração, estava tramado. É com técnica e conhecimento que tudo ALGARVE INFORMATIVO #56


funciona”, frisa o trompetista, reconhecendo que há quem dependa mais do que outros dessa tal veia inspiradora. Depois de compor, há que produzir, e também essa vertente do trabalho dos «Magic Stars» é assumida por Hugo Alves, que produziu todos os seus discos e da Orquestra de Jazz do Algarve, e todos eles distinguidos com prémios. “Isto não é fazer nove ou 10 temas e mandá-los para dentro de um disco. Há que criar uma filosofia, uma história que todo o disco tem que contar. Ninguém escreve um livro onde os capítulos não tenham nada a ver uns com os outros, ou isso pode acontecer, desde que haja um capítulo que depois faça a unificação daquilo tudo”, esclarece o entrevistado. “Existem inúmeros pormenores a ter em conta, o ALGARVE INFORMATIVO #56

som que se está a tocar, os instrumentos, os próprios músicos. Não trabalho com o baterista ou o pianista A ou B por serem meus amigos, mas porque sei o que cada músico pode acrescentar ao disco em cada situação”. Está explicado, então, o motivo das bandas de jazz serem tão instáveis em termos de constituição, mas isso não constitui um entrave, ou uma maior dificuldade, à gravação dos discos, indica Hugo Alves, com um sorriso. “Os discos de jazz têm a particularidade de se gravarem num par de horas, não fazemos milhares de takes como noutros estilos. Depois, é tentar levar o projeto para a estrada e dar os concertos”, termina Hugo Alves .

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Hugo Alves

Luís Henrique

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“Crudiveganismo é uma filosofia de vida”, afirma

Bruno Saruga Bruno Saruga foi o convidado da demonstração gastronómica que teve lugar, no dia 30 de abril, no Mercado Municipal de São Brás de Alportel, e trouxe consigo uma proposta crudívora. Espicaçada a curiosidade, fomos até Faro conhecer a «Saruga Mercearia Saudável», a primeira mercearia vegan, ou seja, sem quaisquer alimentos de origem animal, a nível nacional. Texto:

| Fotografia:

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a manhã do último sábado de cada mês, os frequentadores do Mercado Municipal de São Brás de Alportel já se habituaram a assistir a demonstrações gastronómicas mas, no dia 30 de abril, a sugestão era diferente, uma proposta crudívora do são-brasense Bruno Saruga, proprietário da «Saruga Mercearia Saudável», a primeira mercearia vegan do país – sem alimentos de origem animal à venda –, situada em Faro. Assim ficamos a saber que Bruno Saruga se tornou Vegano em 2012 e, há dois anos, Crudívoro, sempre na companhia e com o apoio da esposa, e foi com o intuito de falar da sua experiência pessoal que apresentou uma refeição composta por sushi vegano, esparguete à bolonhesa cru e mousse de chocolate.

Uma mercearia que, mais do que um negócio, é o reflexo de uma filosofia de vida, de um modo de estar em equilíbrio com o planeta onde habitamos, mas o sãobrasense não foi sempre assim, revela, sem quaisquer problemas. “Cresci como outra pessoa qualquer, tive as minhas experiências e contatei com alguns vícios da vida como o tabaco, álcool, drogas leves, outras menos leves, jogo. A verdade é que me sentia infeliz, andava frequentemente em sofrimento, porque tinha uma vida desequilibrada”, conta o entrevistado, avisando que, quem não tem um certo equilíbrio a nível mental, físico e emocional, está em sérios problemas e precisa de ajuda.

Uns dias depois, fomos visitar uma mercearia que dá prioridade, então, aos produtos de origem vegetal e que são uma alternativa a tudo aquilo que se pode encontrar num estabelecimento dito «normal». “Não há aqui nada de carne, peixe, ovos, leite, mel. Temos uma linha de produtos praticamente à base de plantas, frutos, inclusive cascas de árvores, feitos com base em grãos, nas leguminosas e nas sementes. Mesmo na parte da higiene e cosmética tentamos ter produtos que não são testados em animais e que não possuem ingredientes de origem animal”, salienta Bruno Saruga.

Como é tradicional nestas histórias, houve um clique que levou Saruga a passar da teoria à prática, designadamente um documentário intitulado «Terráqueos», que nem sequer conseguiu ver até ao fim. “É horrível o que se passa na indústria da produção de alimentos de origem animal. A minha esposa já estava sensibilizada para essa questão e não comíamos carne em casa, mas eu comia fora, com os amigos. Depois, decidimos substituir toda a nossa alimentação por alimentos de origem vegetal”, relata, com os primeiros passos a serem a aquisição de uma máquina para fazer tofu e uma máquina para fazer

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Bruno Saruga na demonstração gastronómica realizada no Mercado Municipal de São Brás de Alportel

pão. “Começamos a fazer receitas deliciosas e conseguimos manter todo o prazer de comer, sem necessitar de consumir produtos de origem animal”, garante. Bruno Saruga reconhece, entretanto, que a mudança foi facilitada por ter sido efetuada pelos dois elementos do casal em total comunhão de pensamento e vontade. “Sou abençoado pelo destino porque encontrei a pessoa com que me encaixo e ela encaixa-se em mim. Quando as pessoas têm naturezas bastante diferentes, pode tornar-se um problema, mas há que saber compreender a relação e as decisões que devem ser tomadas. Infelizmente, muitas pessoas acabam por

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desculpar-se com o marido ou a mulher para permanecer no erro, para percorrer o caminho mais fácil, e isso vai originar muitos dissabores e mal-estares no futuro”, alerta o são-brasense.

Só o homem se alimenta de comida morta Primeiro Vegano, depois Crudívoro, mas nunca fundamentalista, pois aceita que há pessoas que, de facto, não podem abdicar de produtos de origem animal, até por serem originários de países com escassez de vegetais. “Penso que a carne não é benéfica em nenhum ponto do planeta, acho que só pode trazer ALGARVE INFORMATIVO #56


consequências graves à saúde humana. Por outro lado, retirar alguns benefícios dos animais faz parte da evolução das espécies, haver uma troca entre ambos os lados”, considera, num momento mais calmo da sua mercearia, enquanto explica que Veganismo e Vegetarianismo é idêntico em termos alimentares. “O vegetariano puro também não come ovos ou mel. O vegano é um conceito que vai mais além da comida, pensa também nas escolhas que faz no vestuário, ou seja, não compra nada de pele, também não vai a um zoológico ou a um circo para não patrocinar a exploração animal nesse sentido”, distingue. Uma postura de vida partilhada por inúmeras pessoas, até figuras mediáticas a nível mundial, como é o caso do exBeatle Paul McCartney, que uma vez ALGARVE INFORMATIVO #56

afirmou que, se os matadores tivessem paredes de vidro, todos seriamos vegetarianos. E Bruno Saruga, que não segue nenhuma religião em particular, admirando-as a todas, relembra um dos 10 mandamentos, «Não Matarás!». “Nunca em parte alguma diz «Não Matarás Humanos!». É óbvio que aqui entramos num campo sensível, dizem logo que também matamos as plantas, mas isso é um erro. Quando consumimos os nossos alimentos, eles estão vivos, por isso é que somos crudívoros. Claro que, se vierem umas bananas do outro lado do mundo, em contentores dentro dum barco, já chegam muito pobres em nutrientes, pelo que devemos comer a fruta e os vegetais com a máxima frescura possível”, aponta o entrevistado.

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Continuando a falar sobre a sua filosofia de vida, Bruno Saruga relembra que, na natureza, não existe nenhum outro animal que se alimente de comida morta e que mesmo a comida em decomposição está a gerar outro tipo de vida. “Os humanos consomem comida vazia. Pode ter algum conteúdo nutricional, mas não é a mesma coisa dentro do nosso organismo”, indica, ao mesmo tempo que critica todos aqueles que apregoam os perigos existentes para a saúde por não se comer produtos de origem animal. “Será que estão conscientes do que dizem? Será que sabem, verdadeiramente, o que são proteínas? Onde é que elas se encontram? Como é que ela reage no nosso organismo? Infelizmente, falamos de bastantes coisas sem nexo, transparecemos muito facilmente a nossa ignorância. As

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pessoas que realmente se têm destacado ao longo da história são as que nos mostram com o exemplo, e não com o falar”, sublinha. Bruno Saruga incentiva, assim, as pessoas a pesquisarem, a compreenderem, por si mesmas, os assuntos que lhes dizem respeito, ao invés de assumirem como dados adquiridos o que este ou aquele diz, seja nos jornais, nas revistas, nas televisões ou nas redes sociais. Ainda para mais, ter uma vida saudável tornou-se um conceito bastante relativo nos dias modernos, na opinião do entrevistado. “O alemão Otto Heinrich Warburg ganhou um Prémio Nobel, em 1931, por apresentar as causas primárias do cancro, mas claro que ninguém fala disso, porque o tratamento do

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cancro tornou-se uma mega-indústria que faz mover triliões de dólares, ou euros. Ele dizia que uma alimentação e um estilo de vida antinaturais são dos principais fatores para se ter cancro. Nós, sendo crudiveganos, estamos muito próximos de uma alimentação mais natural mas, a partir do momento que como um abacaxi, já estou a cometer um erro, porque no Algarve não crescem abacaxis. Devíamos alimentar-nos fundamentalmente daquilo que temos na região, porque são esses frutos da natureza que têm as energias necessárias para termos qualidade de vida, para levarmos uma vida mais natural”, defende. Uma vida mais natural que é prejudicada, também, pelo simples facto de trabalhar numa loja, neste caso a sua

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mercearia, por não se exercitar, não apanhar luz do sol, por não se expor a agentes externos, daí que Bruno Saruga reconheça que ainda tem que fazer muitas mudanças no seu quotidiano. “O mundo está a ficar saturado e o próprio corpo superior do qual nós fazemos parte vai-se encarregar de implementar as mudanças necessárias para se salvar. Da mesma forma que eu deixei de fumar, beber e consumir drogas e, com essa alteração, destruí muitas das coisas que estavam mal dentro de mim, o próprio planeta está a despertar e existem energias que vão favorecer quem está mais apto. Aliás, sempre sobreviveu o mais apto, não foi o mais inteligente ou o mais forte”, refere. “Não podemos andar nesta ambição e ganância por

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recursos e posses, porque a mãe-terra está a ser destruída”. No meio disto tudo, a mercearia acaba por ser um símbolo do apego de Bruno Saruga a um estilo de vida em sociedade, tal e qual a conhecemos, é um desafio que se colocou a si próprio para se conectar àquilo em que mais acredita. “Não me sentia bem no trabalho em que estava, cada vez se explora mais as pessoas, e optei por criar algo de que senti falta quando me tornei vegetariano e vegano. Estabeleci para mim mesmo que isto seria um projeto temporário, pelo menos comigo à frente, mas falar de futuro é sempre incerto. Até posso ter que ficar aqui a vida toda”, diz-nos, consciente de que ter uma mercearia saudável é bom para o organismo, mas não tão bom para a conta bancária. “A partir do momento que eliminamos uma série de produtos, também perdemos uma série de clientes. A loja é um local onde só determinado tipo de pessoas se sente bem e há clientes que entram, sentem a energia da mercearia, verificam que não temos o que elas pretendem e já não regressam. Tentamos passar a mensagem do veganismo e tenho a certeza que já mudei a vida de muita gente, através das experiências que partilho, das energias que aqui fluem”.

Alportel, de que há três pilares da sociedade que jamais deveriam ser privatizados: Justiça, Educação e Saúde. “E, neste momento, está em marcha a privatização do maior bem de que a humanidade alguma vez usufruiu, a água. Eu consumo água de um poço aberto há mais de ano e meio, nunca tive qualquer problema de saúde, e as pessoas andam a beber água com cloros e floretos, com coisas que, realmente, são prejudiciais. Nós mudamos o mundo com escolhas conscientes e recebemos o resultado daquilo que semeamos” .

Antes de finalizar, Bruno Saruga repete o alerta dado na demonstração gastronómica do Mercado Municipal de São Brás de

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ECONOMIA «OCULISTA DE ALBUFEIRA» APRESENTA A PRIMEIRA FÁBRICA DE ÓCULOS DO ALGARVE

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«Oculista de Albufeira» é um projeto 100 por cento português e cujo conceito é uma resposta ao novos clientes que emergiram da crise que se instalou em Portugal nos últimos anos, ou seja, mais informados no que toca às lentes e armações que desejam e pouco propensos a pagar as quantias exorbitantes de outros tempos. “O mercado mudou por completo desde 2008 e não somos nós que vendemos barato, são os outros que vendem caro”, frisa o empresário Alexandre Freitas.

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A primeira fábrica de óculos do Algarve está associada ao Grupo HPA – Hospitais Particulares do Algarve, mais uma evidência de que a ideia de que o barato não é bom está completamente errada. Quanto a lojas, está atualmente presente em Albufeira e São Bartolomeu de Messines, mas encontra-se em andamento a criação de uma rede de franchising para que qualquer ótica interessada possa aderir ao novo conceito. “O «Oculista de Albufeira» surgiu em 2009, a fábrica de lentes está sedeada em Lisboa e a de armações no norte de Portugal. Só trabalhamos com criadores nacionais, com estilistas e modelos portugueses, todo o acabamento e finalização das lentes é realizado no nosso território, o que fez com que as melhores marcas de lentes se tenham também associado a nós”, revela Alexandre Freitas. Um conceito que não passa exclusivamente pela venda dos óculos, mas também pelas próprias consultas de

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oftalmologia, feitas nas unidades do Grupo HPA, tudo pelo valor de 199,99 euros (lentes progressivas), ou 98,99 euros (lentes longe ou perto) ou seja, pela quantia que, há alguns anos, era gasta apenas na armação dos óculos. “Temos uma variedade de duas mil e 500 armações e utilizamos uma lente de última geração, free form, totalmente adaptável a cada cliente, à sua graduação e ao seu rosto. É um produto a baixo custo, mas com uma qualidade bastante acima da média”, sustenta o empresário. Alexandre Freitas reconhece, contudo, que não é fácil combater a mentalidade de que o barato é de menor qualidade, mas a verdade é que a política do «Oculista de Albufeira» não passa por lucrar com os problemas de saúde dos seus clientes. “Preferimos ganhar pouco, mas muitas vezes, do que ganhar muito, mas apenas em algumas ocasiões. Por isso, os nossos clientes chegam desde o norte do Alentejo até Vila Real de Santo António, Aljezur ou Vila do Bispo. Até dos Açores já nos apareceram clientes”, indica.

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Mais apreensivo fica o entrevistado quando se aborda a questão dos profissionais que trabalham nas óticas em Portugal, sobretudo por se estar a falar em saúde publica. “Os nossos profissionais são todos credenciados e reconhecidos pelas entidades competentes e esperamos que, com a nova legislação da Entidade Reguladora da Saúde, desapareçam os «trapaceiros» que existiam neste mercado. Aquelas pessoas que se intitulam «doutores» sem o serem, os técnicos que, antes, vendiam outro tipo qualquer de mercadoria e hoje fazem óculos”, avisa Alexandre Freitas. “Espero que o Governo tenha mão pesada para estes infratores e para alguns indivíduos que cometem erros cruciais com a saúde das pessoas. Há casos de pacientes que entram numa consulta com princípio de glaucoma e vendem-lhes óculos de lentes progressivos, situações que não podem continuar a acontecer”, critica o responsável do «Oculista de Albufeira» .

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ATUALIDADE SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO VISITOU IV EDIÇÃO DO OPTO secundário e profissional), que encontram em Albufeira a oportunidade de refletir e decidir sobre as suas escolhas vocacionais. Durante três dias, os jovens têm acesso à divulgação de ofertas de formação profissional de ensino secundário e superior, disponibilizadas por mais de 70 expositores, entre entidades de ensino públicas e privadas, politécnicos, universidades representativas de todo o país, empresas e centros de formação.

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IV edição do OPTO - Fórum de Educação e Formação do Algarve arrancou no dia 4 de maio e prolonga-se até dia 6 de maio, no Pavilhão Desportivo de Albufeira, com um conjunto alargado de expositores, atividades, workshops, palestras e demonstrações sobre os mais variados temas direcionados aos jovens. A abertura oficial aconteceu por volta das 16h, com a presença do secretário de Estado da Educação, João Costa, que acompanhou o presidente da Câmara Municipal, Carlos Silva e Sousa, a delegada regional do IEFP, Madalena Feu, e o delegado regional de Educação, Francisco Marques, na visita aos expositores.

O programa inclui provas gastronómicas, apresentação de cocktails, workshops, conferências, demonstração de diversas profissões e propostas de animação, a maior parte protagonizadas por alunos de várias escolas do Algarve e de outras regiões do País. Entre as atividades permanentes, destaque para o simulador de voo, serigrafia, robótica, fotografia, escalada, batismo de mergulho, cavalos, multimédia ou atividades laboratoriais .

O certame, que se afirma como uma das maiores e mais importantes iniciativas realizadas no País na área da educação e da formação profissional, é já uma referência para os alunos do Algarve (3.º ciclo,

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ATUALIDADE EQUIPAMENTO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA ENTREGUE AOS BOMBEIROS DE ALCOUTIM circulação até à chegada das equipas diferenciadas e, eventualmente, o restabelecimento do normal funcionamento cardíaco e respiratório (INEM, 2011). Uma reanimação básica de qualidade amplia grandemente as hipóteses de sobrevivência da vítima.

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presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo dos Santos Gonçalves, deslocou-se, no dia 29 de abril, ao quartel dos bombeiros voluntários de Alcoutim para proceder à entrega de equipamento de suporte básico de vida (SBV), comporto por um Kit Desfibrilhação Automática Externa (DAE) de treino completo e um manequim Suporte Básico de Vida (SBV) infante, destinado a formação. O suporte básico de vida (SBV) é um conjunto de procedimentos bem definidos e com metodologias padronizadas para todos os países da União Europeia, tendo como objetivos o reconhecimento das situações em que há risco de vida iminente, saber quando e como pedir ajuda; saber iniciar de imediato e sem recurso a qualquer equipamento (à exceção do equipamento de proteção),manobras que contribuam para preservar a oxigenação e a

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O equipamento doado à Corporação de Bombeiros permite servir de base à lecionação de cursos, garantindo assim uma preparação teórica dos formandos, possibilitando uma intervenção mais eficaz, resultado de um maior conhecimento e prática das etapas de socorro determinantes para a sobrevivência da vítima. A eficiência e rapidez de resposta no auxílio a vítimas são determinantes para um resultado positivo na intervenção. “Os bombeiros desempenham um importantíssimo papel na nossa comunidade, no combate a incêndios, no socorro às populações transporte de doentes, entre outras áreas, tornando-se importantíssimo criar as condições que permitem o desempenho das competências atribuídas à instituição”, salientou o presidente da câmara, Osvaldo dos Santos Gonçalves .

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ATUALIDADE

FARO APOIA O EMPREENDEDORISMO

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Município de Faro, prosseguindo a sua política de estímulo ao empreendedorismo e à criação de emprego, organiza em 2016 um ciclo de seminários, em conjunto com o IEFP, IP, dedicado à divulgação das ferramentas e mecanismos existentes que apoiam o empreendedorismo e a criação de emprego. Considerando que, suportados pelo novo quadro de financiamento comunitário, outras possibilidades se abrem para o investimento privado e para a criação de emprego, arrancam assim um conjunto de Seminários, a realizar em todas as freguesias do concelho, especialmente dedicados às pessoas que se encontram em situação de desemprego ou de trabalho precário, bem como aos jovens e recémlicenciados em busca do primeiro emprego.

Auditório da Escola Superior de Saúde de Faro, no dia 17 de maio, pelas 15h, com o seguinte programa: «O mercado de trabalho e os instrumentos de apoio promovidos pelo IEFP», «Microcrédito social: grandes ideias, pequenos negócios», Casos de sucesso. Com estas sessões, e com o apoio da Associação Nacional de Direito ao Crédito, pretende-se dar a conhecer as diversas tipologias de apoio público e bancário existentes, em particular a todos aqueles que pretendem avançar com projetos individuais de criação do seu próprio emprego e trilhar o caminho do empreendedorismo, em áreas tão diversas como a prestação de serviços, obras, arranjos e manutenções, ou mesmo de investimento na melhoria da sua atividade atual .

O primeiro seminário, subordinado ao tema: Faro apoia o Empreendedorismo, terá lugar no

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ATUALIDADE LOULÉ ACOLHE VIII ENCONTRO DE PARTILHAS DE PRÁTICAS EDUCATIVAS DE CIDADANIA

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os próximos dias 10, 11 e 12 de maio, a cidade de Loulé (INUAF e Cerca do Convento) recebe, a partir das 9h30, o VIII Encontro de Partilhas de Práticas Educativas de Cidadania (ENPAR), organizado pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - Direção de Serviços da Região Algarve, visando a promoção e valorização de práticas educativas das escolas da região. Durante os três dias do encontro irão ser partilhadas exposições, demonstrações, momentos culturais, comunicações e encontros de animação, com aquilo que de melhor se faz nas escolas e com outros agentes da comunidade educativa para todos os que o queiram visitar. Este ano, o encontro contará também com a participação do agrupamento de escolas de Sabóia (Baixo Alentejo). Aproveitando a cidade de Loulé enquanto Cidade Educadora, a organização deste evento surge da parceria da DGESTE-DSRAL com o Município de Loulé e o Centro de Formação do Litoral à Serra. Mantendo o espírito de voluntariado e de partilha que caracteriza os participantes deste programa, o ENPAR assumese uma vez mais como o pleno exercício de uma Cidadania consciente, democrática e partilhada: professores, educadores, formadores, alunos de todos os níveis de ensino e outros agentes educativos, lado a lado, mostrando o Ensino nas

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suas múltiplas perspetivas, de quem o dá e de quem o recebe. Ao entrar na sua oitava edição, o que começou em 2009, como um concurso que pretendia premiar atividades realizadas nas escolas ligadas à Cidadania Democrática, seria a semente do que viria a ser o ENPAR, é em 2016 uma abordagem de Cidadania muito mais abrangente e muito mais participada e enquadrada na vivência do conceito de desenvolvimento sustentável, culminando na partilha de momentos, atividades, conquistas vividas ao longo do ano nas escolas e noutras entidades educativas. O programa ENPAR promove, assim, projetos, trabalhos e atividades já constantes nos projetos educativos das escolas e outros agentes educativos, valorizando e dando visibilidade ao que de bom se faz na região, através da partilha e disseminação de experiências educativas, numa perspetiva integradora com caráter transversal a todas as áreas curriculares da educação . 64


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ATUALIDADE FORMALIZADA REDE DE BIBLIOTECAS DE OLHÃO utilizadores, através do site www.bibliotecasolhao.pt, onde é possível pesquisar por título, autor ou assunto, entre outros. A Rede de Bibliotecas de Olhão (RBO) é um núcleo de parceria interinstitucional composto por entidades públicas e privadas, entre elas – por parte do Município – a Biblioteca Municipal José Mariano Gago, o Arquivo Municipal António Rosa Mendes e o Museu Municipal Edifício do Compromisso Marítimo, assim como por 14 bibliotecas escolares.

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oi assinado, no dia 3 de maio, o protocolo de formalização da Rede de Bibliotecas de Olhão (RBO) e apresentados o portal www.bibliotecasolhao.pt e o catálogo coletivo da Rede. A iniciativa realizou-se na Biblioteca Municipal de Olhão José Mariano Gago, onde decorre, até dia 4 de maio, o Encontro da Rede de Bibliotecas «Contarolando», que termina às 21h, no Auditório Municipal, com o espetáculo «Serafim e as Vozes da Cal». Há 20 anos foi criado o Programa Rede de Bibliotecas Escolares a nível nacional e, em outubro de 2003, fazia-se o primeiro acordo de colaboração que instituiu a criação de uma rede de bibliotecas escolares no concelho de Olhão que, para além das escolas, inclui a autarquia como parceiro natural. Agora, formalizou-se esta Rede, tendo o protocolo sido assinado pelos representantes do Município de Olhão, Agrupamentos de Escolas Dr. Alberto Iria, Dr. Francisco Fernandes Lopes, João da Rosa e Prof. Paula Nogueira e ainda do Colégio Bernardete Romeira. A partir de agora, existem em rede mais de 130 mil documentos, disponíveis para cerca de 10 mil

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O presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, que abriu a sessão e teve a seu lado a representante da Delegação Regional de Cultura Graça Lobo e a coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares Manuela Silva, enfatizou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por todos para a consolidação da Rede de Bibliotecas de Olhão e agradeceu aos professores e funcionários do Município que se dedicam diariamente a este tema. “Apesar do momento de crise que vivemos, nunca deixámos de investir em setores como a educação e a cultura e continuámos a insistir no nosso fundo documental, ao contrário de outros municípios”, destacou o edil olhanense. Depois desta sessão, o encontro continuou com as presenças de Olga Fonseca, Adriana Nogueira, Cristina Taquelim e Anabela Baptista, que falaram sobre o real e o imaginário e a reescrita da mitologia e houve conversas sobre textos e contextos de intervenção. Durante a tarde, decorreu uma oficina de escrita criativa sobre «A Imaginação por Detrás da Mão» e «Contos ao Desafio», com Cristina Taquelim, José João Santos, Vítor Dias, João Evaristo, Carlos Campaniço e Fernando Guerreiro .

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ATUALIDADE OLHÃO EM DESTAQUE NA PRÓXIMA NOVELA DA SIC Tomar, Dornes, Lisboa, Madeira e Amesterdão. São já conhecidos alguns dos atores que fazem parte do elenco, como é o caso da tripla que filmou em Olhão – Isabel Abreu, Pêpê Rapazote e Luís Garcia – mas também Gonçalo Diniz, Sandra Barata Belo, Marco Delgado, Bárbara Lourenço, Cristina Homem de Melo ou Leonor Seixas.

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lhão foi recentemente palco de vários dias de filmagens para a próxima novela da SIC, «Rainha das Flores», que estreia no dia 9 de maio. A equipa de 35 pessoas da SP Televisão, produtora da telenovela, passou pelos Mercados de Olhão, Cais T, Ilha da Armona, Ria Formosa, porto de pesca, Largo da Restauração e estação da CP local. Os atores Isabel Abreu (Narcisa), Luís Garcia (Bruno) e Pêpê Rapazote (Daniel) protagonizaram várias cenas em Olhão, o local que serve de início à história de Narcisa e do filho. É aqui que vivem mãe e filho, que se dedicam à apanha de bivalves na Ria Formosa. Amarga pela forma como a vida a tem tratado, Narcisa acredita que tudo o que de mal lhe aconteceu é culpa da irmã Rosa. Bruno, o filho, é um sonhador. Só quer ser livre e escolher o seu próprio caminho, libertando-se das amarras da mãe.

O jovem Luís Garcia – Bruno em «Rainha das Flores» – era um dos rostos da série online da SIC Radical «Aposta Que Amas», onde dava vida a Salvador e também já é conhecido da série da TVI «Morangos com Açúcar», passando agora a ser um dos protagonistas da próxima produção da SIC. «Rainha das Flores», da autoria de Alexandre Castro, conta a história de Rosa, uma mulher de fé que durante uma peregrinação a Fátima sofre um grave acidente e fica com amnésia retrógrada, e de Narcisa – vive em Olhão com o filho – que tenta aproveitar-se do acidente da irmã para ficar com a riqueza que ela construiu na última década. Bruno é filho de Narcisa e sobrinho de Rosa. Vive no Algarve, com a mãe, mas muda-se com ela quando Daniel, marido de Rosa, vai buscar a irmã desconhecida da mulher. Quando se muda para a casa dos Sousa a vida dele começa a mudar, para melhor. Vai passar a sentir-se livre e capaz de desafiar a mãe. O gatilho desta mudança vai ser Sofia, filha de Daniel. Bruno e Sofia vão ser o casalinho jovem desta história .

O enredo da nova telenovela da SIC, que substituirá «Poderosas», decorre em Olhão,

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ATUALIDADE «TROPICAL VIBES» É O MOTE DO III LOTA COOL MARKET

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os próximos dias 28 e 29 de maio, Portimão irá acolher a 3ª edição do Lota Cool Market, este ano sob o mote «Tropical Vibes», um Mercado de Novo Artesanato, Design & Produtos Gourmet de produção nacional que trará pelo terceiro ano consecutivo à Zona Ribeirinha e Antiga Lota projetos de criativos nacionais e inovadores, revelando novas tendências e produtos originais, com a participação desde já confirmada de mais de 50 expositores, oriundos de diferentes partes do país e do Algarve. Diana Condesso, a mentora desta iniciativa, conta mais uma vez com a organização da Teia d’ ImpulsosAssociação Social, Cultural e Desportiva e o apoio institucional da Câmara Municipal de Portimão e da Junta de Freguesia de Portimão. «O mercado mais cool do sul» apresentará propostas muito cool de design, vintage e produtos gourmet, atraindo todos os públicos e colocando a mesmo na rota de mercados deste género que já são uma referência em muitas cidades europeias. O tema desta edição definirá o ambiente e os expositores, os motivos tropicais das palmeiras, das folhagens verdes,

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das frutas como o ananás e bananas, os pássaros e as flores aliados à decoração dos expositores trará simplicidade e leveza relembrando o filme emblemático dos anos 80: «A Lagoa Azul». Este mercado tem o berço em Portimão, no Algarve, um lugar denominado por muitos como um pequeno paraíso e já com bastantes palmeiras no seu repertório, céu limpo e água azul e de fazer inveja, à margem do Rio Arade e com palmeiras a ornamentar num espaço onde se promete alegria, cor e diversão em «cabanas» criadas a propósito pelos participantes que com os seus artigos para todos os estilos irão apresentar a qualidade e o bom gosto numa mostra diversificada e inovadora. A grande alteração desta edição são os dois dias de Mercado, sendo que no dia 28, o horário é das 16h às 24h e no dia 29, das 12h às 18h. O Lota Cool Market é de entrada livre e no recinto haverá espaço não só para a mostra e venda de produtos de novo artesanato, design e gourmet como para o entretenimento e música alusiva ao tema. Para complementar este ambiente tropical, o cartaz musical deste ano vai ser muito «Caetano/Tom Jobim» pelo conceito da sonoridade brasileira tranquila ideal para um final de tarde tropical e que alinha com o espírito cool deste evento. No sábado, dia 28 de maio, existirão dois momentos musicais ao vivo. Um ao fim da tarde, com Tiago Valentim e Bruno Vítor, que vão trazer uma sonoridade tropical muito na onda de Caetano Veloso e Tom Jobin outro à noite, com Gijoe, um Dj que é reconhecido a nível nacional e residente em Portimão, estando ainda por confirmar algumas boas surpresas . 70


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ATUALIDADE RELATÓRIO DE CONTAS ESPELHA EFICÁCIA DA GESTÃO SÃO-BRASENSE

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Relatório de Prestação de Contas 2015, aprovado no passado dia 26 de abril, em sessão da Assembleia Municipal de São Brás de Alportel, revela uma vez mais eficaz exercício de execução orçamental do Município de São Brás de Alportel, com a transição de um saldo para o ano de 2016 de 894 mil e 810,53 euros, reflexo de uma rigorosa e exigente gestão dos recursos. A Prestação de Contas é um instrumento financeiro que apresenta uma panorâmica do que foram as ações económicas e financeiras realizadas durante o ano de 2015, mostra da aposta diversificada nas diferentes áreas de intervenção do poder local, com o objetivo de maximizar todos os recursos disponíveis nacionais e comunitários com vista a dotar o concelho de mais e melhores infraestruturas e melhorar quantitativa e qualitativamente a vida dos sãobrasenses.

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O Relatório de Prestação de Contas 2015, supervisionado pelo auditor externo Amável Calhau, Ribeiro da Cunha & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Certificação Legal de Contas apresenta em síntese uma perspetiva clara das ações económicas e financeiras, espelha a eficiência na utilização dos meios afetos à prossecução das atividades desenvolvidas e a eficácia das mesmas. Neste sentido, a conclusão deste documento é inequívoca: a Câmara Municipal de São Brás de Alportel apresenta uma gestão de referência, no que diz respeito ao equilíbrio orçamental e execução do mesmo. O montante de 894 mil e 810,53 euros que transita para 2016 consolida esta estabilidade financeira defendida por Vítor Guerreiro, Presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel . 72


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ATUALIDADE SÃO BRÁS DE ALPORTEL REFORÇA PLANO DE APOIO À FAMÍLIA VALE + alargando esta medida a todos os alunos do 1.º e 2.ºciclos do concelho de São Brás de Alportel, mediante a atribuição do «Vale + Educação» para a aquisição de manuais e material escolar, nas papelarias do comércio local.

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o âmbito do Plano de Apoio à Família «VALE +», o Município de São Brás de Alportel aprovou, no dia 3 de maio, o reforço do Vale + Educação, a primeira das medidas do Plano de Apoio à família, ampliando a sua ação aos alunos do 2.º ciclo do ensino básico. Lançado com o objetivo de ajudar as famílias são-brasenses a dar resposta ao esforço financeiro que lhes é exigido no início de cada novo ano letivo, a autarquia criou, no ano letivo 2015/2016, o Vale + Educação, num investimento global de 13 mil e 500 euros, distribuídos em vales individuais atribuídos a cada aluno do 1.º ciclo do ensino básico, para utilização nos estabelecimentos de papelaria locais.

Tendo em consideração que o Orçamento de Estado para 2016 contempla a distribuição gratuita dos manuais escolares a todos os estudantes do 1.º ano do 1.º ciclo do ensino básico, os montantes de incentivo concedidos para cada aluno/a para todo o ano letivo de 2016/2017 ficam estabelecidos em 20 euros para o 1.º ano do 1.º ciclo e 30 euros para os 2.º, 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo e para os 5.º e 6.º anos relativos ao 2.º ciclo e nesta 2ª edição também abrangido nesta medida. Trata-se de mais um importante investimento na educação, entendida como pilar fundamental na edificação da comunidade que se pretende mais justa, inclusiva e melhor preparada para os desafios do futuro, onde a família é a base fundamental. O Plano de Apoio à Família «VALE +» integra gradualmente diversas medidas nas áreas da educação, saúde e natalidade .

Neste momento, avaliados os bons resultados da medida, e mediante a rigorosa gestão de recursos financeiros, a autarquia são-brasense pretendeu dar continuidade a este plano,

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ATUALIDADE VRSA LANÇA CONCURSO PÚBLICO PARA CONSTRUÇÃO DE HOTEL NO COMPLEXO DESPORTIVO centro histórico da cidade, possuindo todas as comodidades associadas à prática desportiva. “O futuro hotel representa um sinal claro da atratividade económica de VRSA, que ganha o seu primeiro hotel de gama superior, e é sinal do reconhecimento do Complexo Desportivo, procurado há muito por milhares de atletas olímpicos e pelas melhores equipas mundiais”, afirma Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.

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autarquia de Vila Real de Santo António lançou, através da empresa municipal VRSA SGU, um concurso público para a construção, exploração e gestão de uma unidade hoteleira de gama superior no Complexo Desportivo de VRSA. O futuro hotel dará resposta aos milhares de estágios de atletas de alta competição que anualmente escolhem esta estrutura de treino já classificada como Centro de Alto Rendimento (CAR) e será um complemento ao turismo desportivo, responsável pelas boas taxas de ocupação hoteleira do concelho.

A construção de um novo alojamento com mais de duzentas camas mostra igualmente o potencial económico do Complexo Desportivo e comprova a aposta feita no turismo desportivo e de bem-estar, de que é também exemplo o Centro Médico Internacional de VRSA, vocacionado para a medicina desportiva e de reabilitação. As propostas a concurso serão valorizadas tendo em consideração o valor da contrapartida económica e a proposta de intervenção. Deverão igualmente contemplar um plano de marketing que deverá posicionar a marca do equipamento hoteleiro e vocacioná-lo para o segmento do desporto e bem-estar .

A unidade terá a tipologia mínima de 4 estrelas e cerca de uma centena de quartos. Será construída junto aos campos de ténis do Complexo Desportivo e localizada a poucos metros da Mata Nacional das Dunas Litorais e do

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ALGARVE INFORMATIVO #56


FICHA TÉCNICA DIRETOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina (danielpina@sapo.pt) CPJ 5852 EDITOR: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina SEDE DA REDAÇÃO: Rua Estrada de Faro, Vivenda Tomizé, N.º 12P 8135-157 Almancil Telefone: 919 266 930 Email: algarveinformativo@sapo.pt Site: www.algarveinformativo.blogspot.pt PROPRIETÁRIO: Daniel Alexandre Tavares Curto dos Reis e Pina Contribuinte N.º 211192279 Registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social com o nº 126782 PERIODICIDADE: Semanal CONCEÇÃO GRÁFICA E PAGINAÇÃO: Daniel Pina FOTO DE CAPA: Daniel Pina

ESTATUTO EDITORIAL A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista regional generalista, pluralista, independente e vocacionada para a divulgação das boas práticas e histórias positivas que têm lugar na região do Algarve. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista independente de quaisquer poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, defendendo esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes e colaboradores. A ALGARVE INFORMATIVO promove o acesso livre dos seus leitores à informação e defende ativamente a liberdade de expressão. A ALGARVE INFORMATIVO defende igualmente as causas da cidadania, das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas da comunidade, concedendo voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelos princípios da deontologia dos jornalistas e da ética

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profissional, pelo que afirma que quaisquer leis limitadoras da liberdade de expressão terão sempre a firme oposição desta revista e dos seus profissionais. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista feita por jornalistas profissionais e não um simples recetáculo de notas de imprensa e informações oficiais, optando preferencialmente por entrevistas e reportagens da sua própria responsabilidade, mesmo que, para tal, incorra em custos acrescidos de produção dos seus conteúdos. A ALGARVE INFORMATIVO rege-se pelo princípio da objetividade e da independência no que diz respeito aos seus conteúdos noticiosos em todos os suportes. As suas notícias narram, relacionam e analisam os factos, para cujo apuramento serão ouvidas as diversas partes envolvidas. A ALGARVE INFORMATIVO é uma revista tolerante e aberta a todas as opiniões, embora se reserve o direito de não publicar opiniões que considere ofensivas. A opinião publicada será sempre assinada por quem a produz, sejam jornalistas da Algarve Informativo ou colunistas externos. 78


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