by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
1
by Daniel Pina
Índice Mãe há só uma, mas algumas são lixadas……………… Pág. 4 Crónica Daniel Pina As Viagens de Nadkarni ………………………………..….. Pág. 6 Entrevista O Cinema Português precisa de si …….………………. Pág. 12 Crónica João Espada Os primeiros 15 anos ……………………..….………….. Pág. 14 Crónica Paulo Cunha Especial 25 de Abril ……………………….…………….. Pág. 16 Porque não existem Crónica Paulo Bernardo
na Europa …………..… Pág. 20
O Povo, a Política e os senhores políticos …….……. Pág. 22 Crónica Hélder Rodrigues Lopes Regional ……….………………………………..…………. Pág. 24 Ginásio Clube de Faro: Em busca do glamour perdido ………..………………. Pág. 28 Reportagem Regional …..……………………………………………….. Pág. 36 ALGARVE INFORMATIVO #6
2
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
3
by Daniel Pina
Mãe há só uma, mas algumas são lixadas…
P
Daniel Pina Jornalista Danielpina@sapo.pt Algarveinformativo@sapo.pt
(…) Se o homem quer ter um filho mais cedo, azar, bem podem ter conversas a dois que, se a mulher não estiver para aí virada, não há nada a fazer. Porque as mulheres vivem em casa dos pais até mais tarde no século XXI, porque os jovens se casam ou vão viver juntos mais tarde, porque as mulheres querem ter, e com todo o direito, a sua própria carreira profissional, e não ficar em casa a dar biberão e trocar fraldas. (…) ALGARVE INFORMATIVO #6
arece de propósito. A minha sobrinha/afilhada não aguentou mais tempo na barriga da mãe e nasceu na quinta-feira. Nada que interesse ao público em geral, é apenas um motivo de grande satisfação pessoal. Este sábado, a filha de Kate e William não quis deixar os ingleses mais tempo à espera e lá se decidiu, finalmente, a nascer. Um nascimento que, ao contrário do primeiro, já é assunto de conversa em todo o mundo. E hoje, domingo, é Dia da Mãe. Portanto, não há nada a fazer, tenho mesmo que escrevinhar qualquer coisa sobre a nobre figura da mãe, embora, como em tudo na vida, haja uns com mais sorte do que outros na que lhe sai na rifa. E também já se sabe que, em tudo que acontece na privacidade do lar, quem manda é a mulher, neste caso a mãe. Se o homem quer ter um filho mais cedo, azar, bem podem ter conversas a dois que, se a mulher não estiver para aí virada, não há nada a fazer. Porque as mulheres vivem em casa dos pais até mais tarde no século XXI, porque os jovens se casam ou vão viver juntos mais tarde, porque as mulheres querem ter, e com todo o direito, a sua própria carreira profissional, e não ficar em casa a dar biberão e trocar fraldas. Assim, se na tal conversa a dois, a mulher começar a levantar reticências, é melhor o homem recuar se não quiser passar umas noites a dormir no sofá. Mais tarde, quando o relógio biológico soar finalmente à mulher, damos logo por isso e quase que nem temos voto na matéria. De repente, a mulher não quer esperar mais tempo, porque já tem 30 anos, porque não quer ter uma grande diferença de idade para o filho, porque não vale a pena estar a pensar em garantir uma maior estabilidade profissional e financeira pois, nos tempos que correm, já nada é certo. Não é que sejamos «violados» ou forçados a nada, simplesmente, naquele momento, somos como um touro com uma toalha 4
vermelha à frente, perdemos toda a racionalidade e vamos em frente sem pensarmos em mais nada. Com os primeiros meses de gravidez chega o típico enjoo e outras maleitas às mulheres, que logo começam a acusar os maridos de lhe terem desgraçado a vida e que nem se atrevam a achar piada aos desejos inesperados, por que levam com um tabefe nas ventas. Os meses passam, as mulheres ganham volume e o mesmo acontece com os ataques verbais, porque eram todas jeitosas e agora parecem vacas parideiras. Aproxima-se a data do nascimento e, se cometemos a loucura de comprar alguma coisa para nós, salta logo a dica: “Sempre quero ver o que me compras, depois de andar com o TEU filho nove meses na barriga”. Naquele momento, o filho é só NOSSO e parece que a mulher foi ludibriada para engravidar. Nasce a criança e, claro, é a cara chapada da MÃE, não tem uma ponta de semelhança com o PAI. Se a criança dorme bem, está visto que sai à MÃE, se berra muito, tem o feitio desgraçado do PAI. “Nem penses que vais dormir para a sala, pensas que foi só fazê-lo?”, ouvimos frequentemente. E até pode ter os olhos, o queixo e a boca do avô paterno, mas nada do PAI. Os anos passam, a criança cresce e, se é fofinha e bem comportada, é a filha querida da MÃE. As mulheres falam com as amigas e dizem sempre a «MINHA» filha, raramente a nossa, mesmo quando o pai está ao lado a ouvir a conversa. Se a criança parte um vaso ou se se porta mal na escola, “Vê bem o que o TEU filho fez”, dispara a mulher para o marido. Mãe que evita ao máximo dar umas palmadas no rabiosque do filhote, mesmo que merecidas, deixando que sejam os pais a ser os «maus da fita». E os episódios, que os homens depressam se habituam a encarar com humor e boadisposição (que remédio), lá se vão repetindo pela vida fora. Por isso, mãe há só uma, mas algumas são lixadas… .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
5
by Daniel Pina
Luís Nadkarni na Índia, onde visitou Goa
As Viagens de Nadkarni Três anos após «Aventuras de uma Vida», Luís Nadkarni editou novo livro, «As minhas Viagens», um manancial de experiências do dinâmico farense, desta feita focado nas viagens que foi fazendo desde os seus tempos de jovem. Entretanto, depois de conhecer a fundo a América Latina e ter percorrido os caminhos dos seus ancestrais na Índia, as próximas aventuras já estão definidas e passam pelos países árabes e o extremo oriente. Entrevista: Daniel Pina ALGARVE INFORMATIVO #6
6
by Daniel Pina
F
oi há coisa de três anos que tive a última conversa mais extensa com Luís Nadkarni e o farense, hoje com 55 anos, andava atarefado com a preparação da expedição ao Bouhacene, na Serra Nevada. Antes disso, já tinha conquistado o Almanzor, na Serra de Gredos, e o Dôme Goûter, nos Alpes, levando a bandeira da capital algarvia a três cumes acima dos quatro mil metros de altitude. Estas facetas deram, na época, origem a um livro com as «Aventuras de uma vida» do antigo instrutor de vela, alpinista, espeleologista, jornalista e ator amador. Decorrido este espaço de tempo, novo livro foi lançado, agora com o título «As minhas viagens», e aqui estávamos nós novamente à conversa, na pastelaria Gardy, em plena Rua de Santo António, em Faro. “A minha carreira profissional sempre esteve ligada à náutica e fui, durante largos anos, atleta de vela, tendo conquistado mesmo alguns títulos. No final da década de 80 tirei o curso no antigo ISEF, em Lisboa, para monitor de vela, fui treinador, estive ligado à pesca offshore”, resume um pouco o seu trajeto profissional, antes de abordar uma das suas grandes paixões, a escalada. “Fiz um projeto a três anos para conquistar três cumes, consegui arranjar patrocinadores e tive sucesso nessa minha aventura, chegando aos 4362 metros de altitude”. Sobre este aspeto, Luís Nadkarni sublinha que, quando se vai à montanha com um propósito, é impossível ter ALGARVE INFORMATIVO #6
garantias de sucesso, por muito bem planeada que seja a expedição. “Estamos sempre dependentes das condições meteorológicas e de outros fatores e basta ver o que aconteceu agora com os terramotos do Nepal, que provocaram uma avalanche no Monte Everest, em que a maior parte das vítimas estava nos campos base. Escalar uma montanha desta altitude exige um processo de aclimatação que pode levar quase um mês”, frisa.
O resultado das aventuras de Nadkarni como alpinista, e outras, estiveram assim na base do primeiro livro, uma compilação de textos que foi publicando ao longo dos anos em diversos blogues ou jornais regionais. “São episódios de escalada, vela, espeleologia, canoagem, boxe, cinema, rádio, jornalismo. Entretanto, nos anos 80 e 90 vivi muitas peripécias nas viagens que realizei, num período em que estavam na moda os inter-rails. Para mim, contudo, eles eram
Luís Nadkarni de regresso às origens, no centro histórico de Faro 7
by Daniel Pina
demasiado previsíveis, preferia ir sozinho à descoberta”, lembra. “Apanhava o comboio para Vila Real de Santo António, atravessava o Rio Guadiana no ferry, em Ayamonte seguia de autocarro para Sevilha e, a partir daí, já não fazia planos. Tanto podia ir de autocarro, comboio ou à boleia para os meus destinos”. Europa, América do Sul e Índia são os cenários do último livro, mas mais carimbos constam no passaporte de Luís Nadkarni desde então, sinal de que a idade não é um impeditivo para rumar a países menos convencionais. “É o espírito da descoberta e de ter novas experiências que me move e que esteve um pouco adormecido na década de 2000, porque tinha muitos compromissos profissionais ligados à náutica. Nos últimos anos comecei a ter mais disponibilidade e fui três vezes à América do Sul e à Índia, mas já não pode ser de uma forma improvisada, tem que ser tudo mais pensado”.
Em Maceió, no Brasil
Ora, como Luís Nadkarni não nada propriamente em dinheiro, passou a estar mais atento às diversas oscilações que existem nos preços das viagens aéreas e, quando elas atingem um nível conveniente, não pensa duas vezes e reserva logo o lugar. “A partir desse ponto arranca a planificação do resto, hotéis, transportes no terreno, itinerário e tudo o mais. Em Março, arranquei para Santiago do Chile e já tinha estudado
Numa viagem de autocarro em Lima, capital do Perú ALGARVE INFORMATIVO #6
8
bem a cidade, portanto, foi fácil descobrir os locais de interesse”.
A paixão pela América Latina De Santiago do Chile para Valparaíso, Coquimbo, La Serena, rumo a Paracas, já no Perú, Lima, depois Costa Rica, Nicarágua, México, Los Angeles na Califórnia, atravessar o Atlântico para Londres, Lisboa e Faro, foi uma viagem que durou sensivelmente um mês e que correu, garante Luís Nadkarni, sem percalços. “Tenho tido a estrelinha da sorte de nunca me ter acontecido nenhum problema de maior. Por exemplo, estava precisamente em Valparaíso quando houve um grande incêndio. Tinha acabado de me instalar no hotel, fui visitar uns morros que lá existem e apercebi-me da coluna de fumo. Passado algumas horas foi uma verdadeira tragédia, tiveram que evacuar 15 mil pessoas e demoraram três dias para dominar o incêndio. Foi um
by Daniel Pina
memória. “A América Latina tem sítios fantásticos e cada país possui os seus encantos. O Chile é incrível. O Perú é muito interessante e tive a oportunidade de ir a Pachacamac, um ambiente desértico com ruínas onde descobriram umas múmias. Gostei imenso da Costa Rica, o povo é extremamente simpático e têm um lema, «a pura vida». Fui ao Rio Tárcoles, que está infestado com crocodilos enormes, e à floresta ver os vulcões. Em Los Angeles Festas tradicionais no Perú dei só uma voltinha rápida, porque tinha voo marcado, mas deu para comprovar que ali é episódio mais agitado mas ando nos transportes público tudo à grande, não são nunca corri perigo”, recorda o ou a pé, sou um verdadeiro entrevistado. camaleão”, indica, dando outra avenidas, são autoestradas”, dica simples de adotar. “Dividir sintetiza, com um brilho nos Nadkarni sabe, no entanto, que visitar determinadas partes sempre o dinheiro em quantias olhos. pequenas por vários bolsos ou Poucos minutos de conversa do globo acarreta riscos mais partes do corpo e, quando se bastam para concluir que Luís elevados e alguns conhecidos paga qualquer coisa, saca-se só Nadkarni não se limita a visitar seus não têm tido a mesma as atrações turísticas da praxe, sorte que ele. Uma amiga, aliás, de uma nota”. os pontos de passagem foi assaltada em Buenos Aires Momentos de aflição nunca quando se preparava para teve nas suas viagens, mas o que obrigatória, indo mais longe, aos locais catitas, em discurso direto atravessar uma passadeira de não faltam são episódios peões, com todos os engraçados e outros repletos de com os indígenas. “Em Paracas, fui a um Museu que, visto de inconvenientes que tal emoção, os tais que vão fora, parece uma barraca de acarretou, entre cancelar perdurar para sempre na sua cartões de crédito, ir à embaixada para contatar Portugal e conseguir, finalmente, um novo passaporte para regressar a casa. “Em Lima, capital do Perú, há uma polícia específica para apoiar o turista, mas é impossível proteger-se todas as pessoas que visitam o país, porque há elementos que andam mesmo à «caça» dos estrangeiros. Mas, se andarmos com grandes máquinas fotográficas ao ombro, ou se chegarmos ao almoço e sacarmos de um maço de notas para pagarmos um café, claro que o risco aumenta. Eu faço como qualquer cidadão local, Em visita a Santiago do Chile ALGARVE INFORMATIVO #6
9
by Daniel Pina
Na floresta da Costa Rica
madeira, mas é valiosíssimo. Tem lá as caveiras dos antepassados com as cabeças ovais, é de uma riqueza fabulosa. Gosto sempre de ver os museus e as zonas históricas, não sou propriamente de ir passear nas praias. Aliás, nestas viagens todas, se dei três ou quatro mergulhos foi uma sorte”, assegura, sem se mostrar muito preocupado com isso, não tivesse o Algarve algumas das praias mais bonitas do mundo. “Quando fiz as Caraíbas, a Seven Mile Beach, nas Ilhas Caimã, é bastante bonita, de água limpa e areia branca, mas
só fui vê-la. Nas Honduras já dei uns mergulhos, mas o meu objetivo é falar com as pessoas e, na América Latina, temos a vantagem da língua ser similar. Em Lima, fui a um café que tinha wi-fi para enviar umas fotos, estive à conversa com o empregado, que me deu umas boas dicas de sítios interessantes para ver”, exemplifica, considerando que os latinos são melhor recebidos naqueles países do que, por exemplo, os ingleses, alemães ou holandeses.
Cabo de San Lucan, no México ALGARVE INFORMATIVO #6
10
Os destinos que se seguem Ao contrário do que se possa imaginar, Luís Nadkarni nunca chegou a estar em contato com as comunidades de portugueses existentes em diversos países da América Latina, optando por interagir mais com os nativos, comendo nos seus restaurantes, provando os seus pratos típicos, a cerveja, o café. “Costumo fazer isso, sim, quando viajo na Europa. Vivi três anos em Amesterdão, na década de 80, regressei lá recentemente e tive muito gosto em visitar os portugueses que lá residem. E o mesmo aconteceu na minha deslocação à Índia, porque fui a Goa, mais concretamente a Pangim, onde nasceu o meu avô. Arranjei um motorista para me levar do aeroporto à cidade e, mal soube o meu nome, ofereceu-se logo para ser o meu guia pessoal enquanto lá estivesse”, relata, esclarecendo que Nadkarni é proveniente da casta Brâmane, uma das mais importantes da nação. “Estive nas Fontaínhas, onde vivem muitos portugueses, e verifiquei que eles sentiam uma enorme nostalgia. Fiquei alojado num hotel no centro da cidade,
by Daniel Pina
pé, em Santiago do Chile e Buenos Aires a mesma coisa, e aproveito para tirar fotografias nos centros históricos. Como e bebo de tudo, nunca tive um problema de saúde, nesse aspeto tenho sido bastante afortunado”. De regresso ao Algarve há sensivelmente um mês, em Julho já está de partida para o sul de Itália, para a Sicília. Fazendo as contas, depois de Marrocos em Janeiro, Holanda em Fevereiro, América do Sul em Março, quase se pode dizer que Luís Nadkarni Em Paracas, no Perú está tanto tempo no Algarve andava a pé ou com esse prioridades, pois não pode como por esse mundo fora. “Vou motorista, e parecia que fazia visitar tudo ao mesmo tempo. andando neste ritmo e nunca parte deles”. “Trabalhei três meses como sei o que vem a seguir, mas não skipper numa embarcação em posso garantir que esteja outro Depois da ida a Goa para Cabo Verde, mas é um país livro na forja. O sucesso deste conhecer as suas raízes especial, porque falam a nossa último está nas peripécias que ancestrais e de conhecer língua e a moeda é o escudo. relato e, nestas últimas viagens praticamente toda a América África, para já, não me puxa que tenho feito, não tem Latina, Luís já traçou os planos muito”, reconhece, sem fechar acontecido muita coisa para o futuro e, desta vez, os contudo a porta a esses inesperada e que justifique eleitos são os países árabes, destinos. “Nem é tanto pela fazer um capítulo sobre isso. independentemente dos questão de dinheiro, porque Como não gosto de ficcionar e conflitos militares e tensões normalmente consigo arranjar só escrevo a verdade, ainda não sociais que têm proliferado por viagens e alojamento baratos, o tenho uma estrutura base para terras muçulmanas. “Já andei por alguns pontos de Marrocos tempo é que não dá para tudo. uma terceira obra, porque o E sinto-me fresco para estas meu objetivo não é fazer um e o exotismo e simpatia das roteiro de viagens sem sal e pessoas abriram-me bastante o expedições, a idade ainda não apetite. Este rótulo de terrorista pesa. No Rio de Janeiro devo ter pimenta” . que se dá aos muçulmanos não andado quatro horas seguidas a condiz com a verdade e ainda não perdi a esperança de visitar o Irão e os seus vizinhos. Depois, vou para o Extremo Oriente, especialmente o Japão, Vietname, Filipinas, havendo também a hipótese de dar um salto à Austrália e Nova Zelândia”, adianta o entrevistado, já a imaginar as próximas aventuras. Olhando para o globo terrestre, fica de fora a África pura, uma situação que Luís Nadkarni justifica simplesmente pela necessidade de traçar A caminho de Los Angeles, nos Estados Unidos da América ALGARVE INFORMATIVO #6
11
by Daniel Pina
João Espada Professor, Artista Plástico e Presidente da Casa da Cultura de Loulé Joao_espada@hotmail.com
O Cinema Português precisa de si
A
(…) Mesmo com poucos recursos financeiros, os produtores, realizadores e atores nacionais tem dado grandes provas de qualidade e profissionalismo. Se com pouco se faz tanto e com boa qualidade, imagine se essas produções tivessem um digno apoio. Estaríamos perante um caso bem sério de produção nacional (…) ALGARVE INFORMATIVO #6
lguns dias atrás participei numa tertúlia informal e espontânea num café com história, o café Calçinha, em Loulé. Entre tantos temas abordados, uns com mais detalhe e outros de forma mais breve, falou-se de Cinema Português. Após várias ideias, desejos e conceitos discutidos alguém comentou: o nosso cinema está a evoluir muito, só falta ser descoberto pelos espetadores portugueses. Uma curta observação, mas muito assertiva e cheia de razão. Mesmo com poucos recursos financeiros, os produtores, realizadores e atores nacionais tem dado grandes provas de qualidade e profissionalismo. Se com pouco se faz tanto e com boa qualidade, imagine se essas produções tivessem um digno apoio. Estaríamos perante um caso bem sério de produção nacional. Contudo, a realidade não é essa. Existem excelentes argumentos que estão na gaveta à espera de uma oportunidade e poucos são os filmes que vão saindo. O governo reduz e congela a progressão de apoios, os patrocínios são cada vez menos e, por último, existe um certo ceticismo do 12
público em geral perante o cinema português. Por outro lado, de nada me vale os comentários genéricos de queixume por parte de algumas pessoas quando reclamam uma maior presença de cinema português nas salas do nosso país e nos canais de televisão, quando estas não fazem a sua parte. E fazer a sua parte é ir ao cinema ver curtas, médias e longas-metragens nacionais. Através deste simples ato, estamos apoiar a produção nacional e a reforçar a ideia que deverá existir um maior investimento no cinema português Ainda assim, ao longo dos últimos anos temos assistidos a brilhantes produções cinematográficas. Todavia, precisamos de muitas mais. Para tal, reforço mais uma vez, é preciso apoiar a nossa produção, é preciso ir ao cinema e ver o que é nosso. Temos excelentes atores, realizadores e argumentistas, agora precisamos de excelentes consumidores de cinema nacional. Já agora, quando é que foi a última vez que viu no cinema um filme português? .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
13
by Daniel Pina
Os primeiros 15 anos
S
Paulo Cunha
(…) Como muitas outras associações por este Algarve fora, este coletivo existe fruto da dedicação de uma mão cheia de carolas que, apaixonada e abnegadamente, dá do seu tempo, da sua família e da sua realização pessoal para fazer e ver acontecer aquilo que acredita ser o melhor para o enriquecimento cultural da região em que vive: o «seu» Algarve (…) ALGARVE INFORMATIVO #6
into algum pudor e até o «seu quê» de relutância em escrever este «público desabafo», pois sinto estar a advogar em causa própria, mas… muito provavelmente, se não for eu a fazê-lo, ninguém o fará! Poderá não ser informação ou notícia que mereça destaque ou partilha mas, para mim e para outros tantos como eu, ver o sonho tornado realidade e, volvidos quinze anos, merecer reconhecimento dos pares e das instituições parceiras deixame, sem qualquer margem para dúvidas, orgulhoso e reconhecido. Quando, ainda nos últimos meses do século passado, no escritório do meu amigo Mário Silva em S. Brás de Alportel, com ele congeminava a criação de uma nova associação cultural, suficientemente abrangente e eclética relativamente às várias vertentes artísticas, aos múltiplos gostos e influências culturais, às diversas faixas etárias, às muitas proveniências regionais e às variadas parcerias institucionais, jamais imaginaria que a «Associação Cultural Música XXI» nos «tocasse», algarvios, como tocou. A grande maioria não a conhece pelo nome, nem dela alguma vez ouviu falar mas, por certo, já assistiu ou participou nalguma iniciativa por ela produzida ou realizada. A título de exemplo refiro a edição de múltiplas edições literárias e discográficas, a realização da «Música de Pais para Filhos» em várias cidades algarvias, a produção da exposição fotográfica «World Press Photo» em Portimão, a realização do «Festival de Órgão» em Faro, entre muitas outras que seria fastidioso e descabido aqui enumerar. Estive dez anos à frente da direção da dita e, chegada a altura, saí pelo meu próprio pé deixando-a, aparentemente, 14
com saúde financeira suficiente e bastante para continuar na senda do investimento cultural a que de início se propôs. Mas… refém dos muitos créditos por receber de várias autarquias parceiras em produções e iniciativas conjuntas, tem vido a sentir nos últimos anos a crise que atacou, também, o livre associativismo em Portugal. Como muitas outras associações por este Algarve fora, este coletivo existe fruto da dedicação de uma mão cheia de carolas que, apaixonada e abnegadamente, dá do seu tempo, da sua família e da sua realização pessoal para fazer e ver acontecer aquilo que acredita ser o melhor para o enriquecimento cultural da região em que vive: o «seu» Algarve. Aquilo que nela me dá mais motivos de orgulho são - e continuarão a ser - os associados que dela fazem uma verdadeira associação. Não são tantos como eu gostaria e desejaria, pois acredito nas associações feitas por pessoas e não por profissionais do associativismo, mas são os suficientes para que quando com eles reúno na qualidade de presidente da sua Assembleia Geral, perceba o ânimo, o empenho, o agrado e a alegria com que, usando a «Música XXI», tentam dar o ênfase, a preponderância, a relevância e a dignidade de que a arte é credora e merecedora, especialmente, a sul. Saber que o legado nasceu e foi construído assente em princípios de honestidade, integridade, respeitabilidade, perseverança, dedicação e trabalho dá a todos que fizeram a sua história, de muitas estórias feita, um lugar na história. Para quem tem e preserva a memória! .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
15
by Daniel Pina
Castro Marim comemorou 41.º Aniversário da Revolução dos Cravos
C
om o intuito de celebrar os valores de Abril e perpetuar na memória de todos a conquista da almejada democracia em Portugal, a Câmara Municipal de Castro Marim dedicou um vasto programa cultural e desportivo às comemorações do 41.º aniversário do 25 de Abril. Para os alunos das escolas de Castro Marim, as celebrações começaram logo no dia 21, com o espetáculo de teatro «Liberdades», trazido pelo projeto VATe da Companhia de Teatro do Algarve (ACTA). A maior “prova de maturidade democrática”, parafraseando o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, foi no entanto o debate «Refletir o 25 de Abril», que decorreu no dia 24 de abril, na Biblioteca Municipal de Castro Marim, com casa cheia. Moderado por José Nunes e João Viegas, diretor e professor do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, participaram representantes de cada partido político, designados pela Distrital do Algarve, nomeadamente Manuel Afonso do Bloco de Esquerda, Paulo Neto do Partido Comunista Português, José Baía do Partido Socialista, Vítor
ALGARVE INFORMATIVO #6
Hugo do CDS-PP e Bruno Inácio do Partido Social Democrata, também deputado na Assembleia da República. No dia 25 de abril, o programa arrancou com uma arruada da Banda Musical Castromarinense pelas ruas da vila de Castro Marim. Seguiu-se-lhe o hastear da Bandeira Nacional no edifício dos Paços do Concelho e uma largada de pombos. As celebrações prosseguiram depois num carácter mais lúdico-desportivo, com a realização do Passeio Familiar de Bicicleta em Altura, que reuniu este ano cerca de 40 pessoas, e com o Workshop de Defesa Pessoal, com cerca de 60 participantes, promovido pelo Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Leões do Sul Futebol Clube. O último dia das comemorações do 41.º Aniversário do 25 Abril, dia 26 de abril, foi passado entre o Passeio Fotográfico «Pela Nossa Serra», organizado pelo Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Câmara Municipal (CCD), e o Torneio de Sueca no Rio Seco, uma iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural do Rio Seco . 16
by Daniel Pina
Muitas atividades no 25 de Abril de Lagoa Desenvolvimento da Mexilhoeira da Carregação e Sociedade Recreativa Irmãos Unidos. Os eventos foram diversos, de 23 a 26 de abril, tendo como palcos o Auditório Municipal de Lagoa, na Escola de Artes Mestre Fernando Rodrigues, no Auditório do Convento de São José, ruas, jardins, parques desportivos e sedes de associações. Entre os pontos altos, destacaram-se a «Assembleia Municipal» dos alunos do 9.º ano da Espamol e da Escola Internacional, presidida por um Deputado Municipal, e a inauguração da «Horta Urbana de Ferragudo», com os convidados a pegarem nas 41.º aniversário do 25 de Abril foi enxadas e, em plena atividade laboral rural, fazerem a assinalado em conjunto pela Assembleia e plantação de pés de parreira. No dia 26 de abril, as Câmara Municipal de Lagoa, Juntas de Piscinas Municipais de Lagoa dinamizaram diversas Freguesia de Ferragudo e Porches e Uniões das atividades em que participaram cerca de 180 pessoas, Freguesias de Lagoa e Carvoeiro e de Estombar e entre utentes e público em geral. O dia da liberdade foi Parchal, em festejos que contaram igualmente com a festejado com aquatlo (prova de natação seguida de colaboração da sociedade civil, através das suas corrida), surf indoor (experiência e contacto com uma Associações, entre as quais se destacaram a Sociedade prancha de surf e base desta modalidade na piscina), Recreativa Capricho Estombarense, ADR Quinta de São aula de hidroginástica, que teve como inovação a Pedro, Sociedade Recreativa Boa União Parchalense, presença do DJ Alexandre Ramos, e um espetáculo de Rancho Folclórico do Calvário, Associação Académica Natação Sincronizada por parte das alunas das Piscinas da Bela Vista, Associação dos Amigos para o Municipais de Lagoa e Portinado .
O
Dia da Liberdade assinalado em Olhão
P
ouco passava das 9h30 da manhã de sábado, 25 de Abril, quando as bandeiras de Portugal, Município de Olhão e União Europeia foram hasteadas nos Paços do Concelho de Olhão, assinalando o início das diversas atividades previstas para o Dia da Liberdade no concelho. Apesar da ameaça iminente de chuva, «A Portuguesa», interpretada pela Banda Filarmónica 1.º de Dezembro, de Moncarapacho, serviu de pano de fundo ao momento solene do hastear das bandeiras, cerimónia a que assistiram várias dezenas de olhanenses. Marcaram igualmente presença o Corpo de Bombeiros Municipais de Olhão e a sua fanfarra, assim como escutas e escuteiros do concelho. O presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, fez questão de agradecer a todos individualmente, dizendo que se sente “orgulhoso da presença de cada um num dia tão importante para os ALGARVE INFORMATIVO #6
17
portugueses, numa altura em que o 25 de Abril é já um homem ou mulher madura de 41 anos”. Estas cerimónias foram apenas um dos vários momentos que marcaram as comemorações dos 41 anos do Dia da Liberdade em Olhão, que passaram por eventos desportivos e culturais por todo o concelho .
by Daniel Pina
Lagos lembrou 25 de Abril com esperança no futuro
O
41.º aniversário do 25 de Abril foi comemorado em Lagos num espírito de esperança e confiança num futuro melhor e na certeza de que será sempre necessário continuar a afirmar e construir abril. As cerimónias tiveram início na Praça Gil Eanes, onde se procedeu à tradicional cerimónia do Hastear da Bandeira, com a presença dos eleitos locais, forças militares e policiais e das coletividades da cidade, altura em que a Banda Filarmónica Lacobrigense 1.º de Maio interpretou o Hino Nacional. Depois, foi a vez de se conhecerem as várias mensagens simbólicas deste dia, no decorrer da Sessão Solene Conjunta da Assembleia Municipal de Lagos, da Câmara Municipal e da Assembleia da Juventude, que também ali teve lugar. Depois de todos os representantes das forças políticas terem discursado, e dos representantes das escolas terem apresentado a sua atuação, foi a vez de Maria Joaquina Matos, Presidente da Câmara Municipal de Lagos, tomar a palavra. A autarca começou por lembrar a importância deste dia para o país, altura em que “Portugal iniciou uma nova época na história contemporânea”. “Foi um longo caminho, de avanços e recuos, mas é indiscutível que o nosso país de há 41 anos deu passos enormes”, reforçou a presidente. “Nos últimos anos tem-se comemorado o 25 de ALGARVE INFORMATIVO #6
18
Abril numa época de desemprego e de grande desencanto. É agora altura, e de forma urgente, de inverter esta espiral negativa. É urgente saber ter esperança e confiança num futuro melhor, é urgente reabilitar a política e os políticos e trabalharmos todos juntos nos valores de abril, que sempre nos devem guiar. E é continuando a construir e a afirmar abril que saberemos dar o melhor ao nosso país e à nossa cidade de Lagos”, afirmou a terminar a sua intervenção. O último discurso da Sessão Solene coube ao Presidente da Assembleia Municipal de Lagos, Paulo Morgado, que relembrou que esta data fez renascer a esperança no povo. “Muita coisa mudou com o 25 de Abril, nomeadamente o fim da opressão, da censura prévia, da polícia política. Foi o princípio de um novo tempo – o tempo da liberdade, que é o fundamento do progresso das comunidades”, sublinhou, acrescentando que “sem liberdade, nunca conseguiremos mudar o mundo”. À Sessão Solene seguiram-se durante a tarde, e nos dias seguintes, várias atividades recreativas e desportivas um pouco por todo o Concelho, das quais se pode destacar a inauguração das duas exposições no Centro Cultural de Lagos - «Pano de Cena» e «EntreOlhares» (que podem ser visitadas até ao dia 25 de julho), e o espetáculo musical proporcionados pela estreia da Jazz’Arte Big Band, da Academia de Música de Lagos. Igual destaque para a realização da iniciativa «As Vésperas», que decorreu na noite de 24 de abril, na Biblioteca Municipal de Lagos, perante uma vasta plateia que presenciou as histórias do 25 de Abril contadas (e pintadas) pelos convidados desta tertúlia: Manuela Caneco, José Veloso e Fernando Dacosta .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
19
by Daniel Pina
Porque não existem Startups na Europa
P
Paulo Bernardo Empresário pb700123@gmail.com
(…) A Europa está presa a normas que não a deixam inovar, até os urinóis são regulamentados por regras comunitárias. Vida difícil está para quem quer empreender e inovar na Europa. Para os que estão a pensar que isto não é bem assim, vejam o caso do UBER e de muitas outras empresas que, se fossem criadas na Europa, nunca teriam sido autorizadas devido aos espartilhos legais (…) ALGARVE INFORMATIVO #6
rocurando na net por uma definição que me parecesses interessante para startup, nenhuma me encheu as medidas, umas porque dizem muito, outras porque dizem muito pouco. Usando a minha definição, startup é uma empresa jovem constituída por alguns loucos bem preparados que tem grandes hipótese de fracassar mas, se tiverem sucesso, vão ganhar muito dinheiro. Pegando na minha definição, poderei dizer que o risco destas empresas é muito pequeno pois, no início, o que as move é o gozo de fazer coisas, o foco no lucro é um assunto que pode nunca chegar. Assim, o que se perde quando, na maior parte das vezes se fracassa, são horas de divertimento que são feitas à volta de um projeto empresarial, enquanto outros vêm televisão ou jogam numa consola qualquer. Contudo, esta malta louca (porque se pensassem muito iriam fazer outras coisas) quando acerta começa a ter algum sucesso e, nesta fase, algumas vezes surgem outros loucos prontos a investir neles, colocando dinheiro e partilhando o risco. Passando esta fase, a maior parte das vezes o dinheiro desaparece, o produto não vingou e a malta ficou mais experiente. Mas se, por azar dos azares, até têm sucesso (até aqui já se fartaram de trabalhar e gastar neurónios) ai a coisa fica complicada porque vem um papão e compra a startup. Nesta fase aparecem nos jornais como uns tipos loucos que tiveram muita sorte e que, com uma brincadeira que fizeram na garagem, ficaram milionários. Isto na Europa é impossível de acontecer e em Portugal ainda menos pois, em primeiro lugar, a maior parte das casas não têm garagem, depois, se tiverem garagem, é para guardar tudo mais o carro. 20
Deixando agora de ironias, a primeira fase da minha descrição até pode acontecer na Europa mas, quando se procura um investidor, tudo acabou, temos que atravessar o Atlântico e fazer o caminho das pedras. Não é fácil mas é possível. Aqui neste lado é mesmo impossível. A Europa está presa a normas que não a deixam inovar, até os urinóis são regulamentados por regras comunitárias. Vida difícil está para quem quer empreender e inovar na Europa. Para os que estão a pensar que isto não é bem assim, vejam o caso do UBER e de muitas outras empresas que, se fossem criadas na Europa, nunca teriam sido autorizadas devido aos espartilhos legais. Nota da semana: A violência que se vive neste país, em especial a que é feita contra mulheres, crianças e idosos. Violência esta fruto do desemprego, do desespero, da falta de medicação, da fome. Mas que raio, onde chegamos, foi para isto que todos nós penamos e vamos continuar a penar? Para ter um país mais desigual, onde os mais frágeis são abandonados. Para onde vão os elevados impostos que pagamos, para pagar juros para encher os cofres. Que discurso mais salazarento o deste governo que assobia para o lado e julga que todos somos parvos. Figura da semana: Sampaio da Nóvoa pela coragem de avançar, mesmo sabendo que não vai ser fácil, que não é uma estrela de televisão, que não tem a Santa Casa, mas que tem princípios e discernimento para ver que o rei vai nu, que é necessário trazer gente nova para a política, pois os outros todos tem culpa .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
21
by Daniel Pina
O Povo, a Política e os senhores políticos
Hélder Rodrigues Lopes
(…) Desde muito cedo que os organizados na Ideologia, (os senhores políticos), quiseram apoderar-se do Poder que a Política proporciona e para isso transformaram o exercício político num jogo exclusivo e de exclusão, de acesso muito restrito e também ele mecanizado igualmente com a escassez do acesso ao trabalho, particularmente o trabalho especializado (…) ALGARVE INFORMATIVO #6
A
Política e os senhores políticos é sempre um tema que me fascina pela forma como a interação entre o Povo e os senhores da política se desenrola, particularmente em períodos eleitorais, e também as consequências inerentes a um afastamento dramaticamente progressivo entre estas duas classes sociais. Como já se entrou em campanha eleitoral para as legislativas, é-me querido abordar este tema. A Política é intrínseca ao comportamento humano e já Platão afirmou que “o Homem é um animal político”. A Política tem uma agregação ao Poder, particularmente sobre as Massas, explícita, é certo, mas esta particularidade não a torna exclusiva de alguns. Ao longo dos tempos, o conceito sobre a Política tem vindo a ser discutido, pelo que podemos afirmar que a Politica é o alicerço do Pensamento antes da Ação. Quer isto dizer que a Ação desencadeada tem por base um Pensamento reflexo nos valores e princípios adquiridos por cada. No entanto, se o mesmo Pensamento tiver por base um conjunto de doutrinas, sobre a organização do Mundo, que se denomina por Ideologia, conceptualizadas por um único indivíduo ou por um grupo, sendo estas impostas ou aceites, a Ação desencadeada passa a ser condicionada e orientada sobre a Ideologia. Então, sempre que cada Indivíduo abdicar da capacidade de Política, está diretamente a criar a possibilidade de outros organizados pela ideologia, os denominados Políticos, a exercerem uma dominação cujo veículo é a manipulação, 22
persuasão ou mesmo dissuasão, utilizando fórmulas prescritas, dominadas pelas ofertas de objetos insignificantes, pela devastação da vida privada dos opositores, como forma mais eficaz para a não discussão das diferenças, entre outros instrumentos, manipuladores e de dominância, cujo intuito principal é o da manipulação da Consciência das Massas, ao que se denomina por Poder Político. O Poder Político é a capacidade de um indivíduo para modificar intencionalmente os juízos, as atitudes e os comportamentos das massas. Este tem sido o Exercício Político neste nosso Portugal. Desde muito cedo que os organizados na Ideologia, (os senhores políticos), quiseram apoderar-se do Poder que a Política proporciona e para isso transformaram o exercício político num jogo exclusivo e de exclusão, de acesso muito restrito e também ele mecanizado igualmente com a escassez do acesso ao trabalho, particularmente o trabalho especializado. Muitos indivíduos, por influência, optam pelos partidos políticos como garantes de uma vida melhorada, o que fez com que os novos líderes estejam fortemente deficitários de experiência generalizada. Numa Sociedade onde o exercício político é exclusivo de alguns e onde existe uma abdicação vincada da participação na reflexão política pela maioria, os excessos passam a ser uma prática comum. O Povo concebe os políticos, será sempre o Povo responsável pela subestimação que vem dos políticos. Os Tempos podem ser diferentes se o Povo assumir a sua capacidade de POLÍTICA .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
23
by Daniel Pina
Albufeira recebeu delegação de Cork
D
e 18 a 23 de abril, Albufeira recebeu um grupo de operadores turísticos irlandeses que, durante seis dias, conheceu de perto as potencialidades do concelho, não só na época balnear, mas também durante outros períodos do ano. A comitiva, que integrou o vice-presidente do município de Cork, Kenneth O’Flynn, e o cônsul honorário de Portugal em Cork, George Barter, foi recebida nos Paços do Concelho por Carlos Silva e Sousa, que sublinhou a importância de se reforçarem contatos comerciais e institucionais, já que ambas as cidades têm bastantes pontos em comum, que devem ser aproveitados: “A Irlanda é o 5.º mercado emissor de turistas para o Algarve, com forte potencial de crescimento, cuja importância deve ser potenciada”, referiu o autarca. Carlos Silva e Sousa lembrou que Albufeira representa 40 por cento da capacidade hoteleira do Algarve e que acolhe uma média aproximada de 400 mil pessoas durante os meses de verão. “O Algarve tem todas as condições para atrair mais e melhor turismo, e para isso é fundamental reforçarmos a posição de Albufeira em mercados consolidados, como o irlandês, em que existe uma afinidade natural, onde temos
ALGARVE INFORMATIVO #6
uma notoriedade muito relevante e, nesse sentido, estamos a abrir algumas portas que me parecem importantes para o futuro”, referiu o presidente da Câmara albufeirense. O encontro serviu para fortalecer alguns pontos de contacto entre as duas cidades, de forma a ser criada uma agenda de trabalho comum, que privilegie as áreas de turismo, emprego, cultura, desporto e juventude. Durante a estadia, o grupo conheceu as diversas componentes do produto turístico de Albufeira, desde unidades hoteleiras de referência à degustação da gastronomia regional pela mão de conceituados restaurantes locais, alguns deles galardoados a nível internacional. Locais emblemáticos como o Centro
24
Antigo da cidade, a Oura Strip, o Castelo de Paderne, o Largo de Pescadores de Olhos de Água, as praias reconhecidas mundialmente ou a Lagoa dos Salgados com toda a sua fauna e flora também foram paragens obrigatórias, assim como a visita ao parque temático Zoomarine, ao Parque Aventura, à Adega do Cantor Cliff Richard, à freguesia da Guia para provar o famoso frango ou à aldeia de Paderne para experienciar um Safari no Barrocal algarvio. A comitiva participou ainda num passeio de barco, onde ficou a conhecer as diferentes experiências que podem ser usufruídas em Albufeira e no Algarve, como o mergulho, passeios pedestres, de bicicleta ou de barco, observação de aves, observação de golfinhos, safaris de jipe pelo barrocal, entre muitos outros .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
25
by Daniel Pina
Campanha contra a Violência Doméstica relançada em Albufeira
D
ecorreu em Albufeira, no dia 23 de abril, o relançamento da campanha regional contra a violência doméstica «Nunca é tarde», que contou com a presença da secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, e dos três embaixadores, Ruy de Carvalho, Bárbara Guimarães e João de Carvalho. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Silva e Sousa, referiu que as pessoas mais debilitadas, nomeadamente os idosos, não podem ser espoliadas da sua dignidade, liberdade, bens materiais e sujeitas a maus tratos físicos e psicológicos. “Tem que haver reprovação social e a coragem por parte das vítimas para denunciar estas situações. Uma sociedade que não sabe valorizar e respeitar os seus idosos é uma sociedade que está doente”, afirmou. O autarca salientou que, em muitos dos casos, os bens materiais estão na origem do problema, o que associado a ALGARVE INFORMATIVO #6
flagelos sociais como a droga, o alcoolismo e o desemprego agravam muito a situação. “São problemas que existem de facto, mas que não podem justificar este tipo de ações”. A Campanha «Nunca é Tarde» foi lançada em Novembro de 2014 em várias plataformas de comunicação (TV, mupis, caixas multibanco, cartazes, folhetos), em dezembro passou por uma fase de trabalho de bastidores e, a partir do mês de janeiro, surgiu a ideia de replicar a iniciativa a nível regional. “Desde o início da campanha tem sido desenvolvido um enorme trabalho de consciencialização e, paralelamente, investimos na criação de infraestruturas destinadas ao acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Atualmente, existem 37 casas abrigo com 600 lugares e mais 130 vagas para situações de emergência. Implementámos, também, um conjunto variado de medidas, com vista a reforçar a segurança das vítimas: transporte seguro, 26
subvenção às casas abrigo – aproximadamente 830 mil euros em ano e meio - de forma a facilitar o processo de autonomia, rendas de baixo custo, criação da rede de municípios solidários com as vítimas de violência doméstica, legislação no âmbito das rendas apoiadas, articulação com o IEFP que possibilita o acesso privilegiado a formação e emprego (+ de 1.200 mulheres atendidas), promoção de ações de formação com as forças de segurança (GNR e PSP), a Procuradoria-Geral da República e o Centro de Estudos Judiciários, com o objetivo de sensibilizar estas entidades para a problemática das vítimas, entre outras”, referiu Teresa Morais. A violência doméstica é crime público em Portugal desde 2000, o que significa que o procedimento criminal não depende de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o conhecimento do crime para se dar início ao procedimento criminal. Apesar da quantidade de notícias que surgem todos os dias na comunicação social, segundo a secretária de Estado, a violência doméstica não é hoje mais expressiva do que há alguns anos atrás. “O que acontece atualmente é que a violência é mais visível e a sociedade tem cada vez maior intolerância para com a falta de dignidade e para o incumprimento dos direitos fundamentais das pessoas” .
by Daniel Pina
Carlos Silva e Sousa reforça política de proximidade
A
freguesia da Guia serviu de ponto de partida para a nova forma de auscultação das populações e das forças mais vivas do concelho, que o presidente da Câmara Municipal de Albufeira tem vindo a privilegiar ao longo do seu mandato. Carlos Silva e Sousa, acompanhado pela sua adjunta, Ana Pífaro, e pelo presidente da Junta, Joaquim Vieira, visitaram alguns locais da freguesia que necessitam de intervenção municipal e contactou diretamente com a população, promovendo o diálogo e a interação com os munícipes e o comércio local. “É importante ver in loco as situações reportadas pelos presidentes de Junta como de maior importância e urgência de intervenção”, destaca Carlos Silva e Sousa, alegando que “é sempre diferente do que receber uma comunicação em papel”. O edil visitou a Escola Básica 1,2,3 da Guia, cujo espaço
ALGARVE INFORMATIVO #6
exterior necessita de algumas reparações. Recorde-se que este estabelecimento de ensino, em funcionamento desde setembro de 2011, foi uma das obras estruturantes em termos de educação, com um investimento total a rondar os sete milhões de euros- incluindo o edifício escolar, pavilhão e acessos. Carlos Silva e Sousa deslocouse também à Fonte da Guia, zona que carece de reabilitação através da colocação de mesas de merenda, de forma a
27
dinamizar e atrair mais pessoas para esta zona pedonal. O edifício do antigo ATL da Guia, atualmente desativado, fez parte do roteiro da visita, assinalado por Joaquim Vieira como um local a ser reaproveitado para outros projetos, entre eles o ensino de música a crianças e jovens. Na ordem de trabalhos esteve ainda o embelezamento da rotunda principal da freguesia, situada na EN125, a pavimentação da Estrada dos Barrancos, a recuperação do Polidesportivo da Guia, e a resolução de situações pontuais na Urbanização Sol Nascente. A Presidência Aberta faz parte de um conjunto de medidas de proximidade, onde se inclui a descentralização das reuniões públicas camarárias que, no ano passado, percorreram todas as freguesias do concelho, assim como o Orçamento Participativo, que já vai no seu segundo ano .
by Daniel Pina
Pedro Bartilotti (ao centro) com Rui Barrela, Palmira David,Vítor Ramos, Mariana Reis e João Fontaínhas ALGARVE INFORMATIVO #6
28
by Daniel Pina
Ginásio Clube de Faro Em busca do glamour perdido Uma das mais emblemáticas associações de Faro conta com uma nova equipa diretiva que pretende reconquistar o glamour de outros tempos e assegurar a sustentabilidade da centenária instituição. E, ao percorrer os salões do Ginásio Clube de Faro, percebe-se que há uma revigorante energia no ar e uma aposta em atividades e ofertas recreativas mais modernas. Tudo isto sem nunca descaracterizar o ambiente, a mística e o cheirinho especial de uma casa que nasceu ainda na Monarquia, cresceu durante o Estado Novo, adaptou-se com dificuldade à sociedade moderna mas quer agora proliferar no século XXI. Texto e Fotografia: Daniel Pina
N
o segundo andar do n.º 12 da Rua Ivens, coração da cidade de Faro, situa-se o Ginásio Clube de Faro, associação sem fins lucrativos fundada em 1898 e que conta com uma nova direção desde o final do ano transato. À cabeça de uma equipa mais extensa está Pedro Bartilotti, conhecido empresário da capital algarvia que, mal soube da situação em que se encontrava a centenária instituição, arregaçou mangas e decidiu levar o barco para a frente. “Em agosto, setembro de 2014 verificamos que os dirigentes já estavam há muitos anos à frente do Ginásio Clube de Faro e queriam passar o legado. Tivemos várias reuniões com a antiga direção, juntámos um grupo de cerca de 20 associados, houve uma Assembleia-Geral em Dezembro e a nossa lista foi a única que concorreu. Depois de tomarmos posse, abrimos as portas no início de Fevereiro”, conta o presidente. No seu característico jeito pausado e ponderado, Pedro Bartilotti explica que na cidade existem várias associações, o Clube Farense mais vocacionado para os aristocratas, o Ginásio Clube de Faro direcionado para a burguesia, os «Artistas», o Grémio e outras para ALGARVE INFORMATIVO #6
29
by Daniel Pina
mais tornar-se frequentador regular do espaço. “Houve uma senhora que propôs o marido para associado mas, como ele era apenas Sargento-Mor, foi recusado, era preciso ter uma patente maior. Com o 25 de abril, as portas abriram-se mais à população em geral e isto perdeu um pouco da sua mística. Havia eventos periódicos pelos quais as pessoas ansiavam o ano inteiro, começavam a escolher a roupa com meses de antecedência, a palavra «associativismo» era compreendida por todos. Temos aqui a segunda televisão que apareceu em Faro e havia horas pré-determinadas até para se ouvir a rádio. Hoje, as pessoas nem sabem bem o que escolher, face à panóplia de alternativas”. Sem querer falar em elitismos, o presidente da direção reconhece que, a partir do momento em que qualquer cidadão pôde entrar no Ginásio Clube de Faro, desapareceu um pouco aquele apetite pelo «fruto proibido» e que o ambiente também terá perdido glamour e magia. “São riscos que se assumem e que, umas as classes mais humildes. O Ginásio aqui permanecesse. vezes resultam, noutros casos Ginásio funcionou no rés-doDepois, com o 25 de abril, e à nem por isso. Por algum motivo chão do n.º 12 da Rua Ivens até semelhança do que se passou grande parte destas associações 1960, altura em foi construído o no país inteiro, ficou tudo um tem fechado portas, porque não atual edifício, de modo que, pouco à deriva. Com a entrada se conseguiram adaptar aos durante dois anos, a sede na década de 80, conseguiu-se tempos modernos”, analisa o funcionou no Hotel Central, estabilizar a situação em termos entrevistado. “Queremos que os antiga Segurança Social. Em diretivos e de afluência de associados tenham regalias, 1962, o Ginásio Clube de Faro associados”, relata. porque são pessoas que regressou ao seu berço mas, Com uma risada bem-disposta, acreditam e vivem o projeto, e desta feita, para o segundo piso. Pedro Bartilotti lembra os definimos uma quota anual de “Na época era presidente o 12 euros. Para já temos cerca estatutos do Ginásio Clube de Eng.º Almeida Carrapato, que de 90 sócios, que é bastante Faro e reconhece que, nos deixou um espólio muito bem bom para quem abriu portas há tempos áureos, não era organizado e chegou a acordo poucos meses, e lançamos qualquer pessoa que podia com os senhorios para que o atividades como a dança sequer entrar na sede, quanto ALGARVE INFORMATIVO #6
30
by Daniel Pina
contemporânea para adultos e dança criativa para crianças, ioga, fado vadio aos domingos à tarde, ciclos quinzenais de cinema às sextas-feiras à noite, aulas de desenho e pintura, clube de poesia, recitais e aulas de piano. Temos um piano Yamaha que nos foi cedido por
ALGARVE INFORMATIVO #6
uma senhora do Porto e que foi décadas retratadas em escolhido há cerca de 20 anos fotografias antigas espalhadas pelo Pedro Burmester”. pelas paredes, fazendo companhia a pósteres de filmes de cinema da época, sessões de Eventos sim, fado, regras de conduta mas não todos emolduradas, decisões das direções do antigamente que Salão principal com sofás dos nos deixam com um sorriso nos anos 40, espelhos de 1900, lábios, tudo nos transporta para cenários antigos, quase como se mergulhássemos numa série do pós II Guerra Mundial. “Antes de abrirmos portas convidámos um estofador, um antiquário e um carpinteiro para ver o que valia a pena restaurar e o que se podia recuperar. Catalogámos o espólio todo, os móveis que não estavam em 31
by Daniel Pina
condições de utilizar estão guardados num armazém e ainda enchemos dois camiões com coisas que não interessavam para nada. Era importante abrir o clube em condições mais condignas”, explica Pedro Bartilotti. E como para tudo é preciso dinheiro e as quotas dos sócios são insuficientes, houve que
ALGARVE INFORMATIVO #6
criar, então, outras fontes de rendimento, algumas delas já referidas pelo presidente de direção. “As aulas são pagas, ou em mensalidade ou à sessão, conforme a atividade, e parte desse valor reverte para nós na forma de donativo dos professores. As sessões de cinema são gratuitas e, no caso do fado vadio, cobra-se o
32
montante simbólico de três euros, havendo descontos para os associados. O nosso salão está disponível para qualquer instituição, entidade ou pessoa que ali queira dinamizar um evento e a única coisa que exigimos é que os organizadores se façam sócios”, adianta, dando o exemplo do recém-criado Clube da Aeronáutica, cuja primeira sessão se realizou no Ginásio Clube de Faro. Portas abertas mas não escancaradas, diga-se em abono da verdade, pois nota-se um cuidado em selecionar atividades e iniciativas que não choquem com a história e tradição do Clube. “São coisas mais calmas e zen, o ioga, o piano, o desenho e pintura, o fado. Não quer dizer que, de vez em quando, não tenhamos um evento mais «mexido» e, em Junho, vamos ter uma tarde de
by Daniel Pina
salsa. Agora, concertos de rock ou aulas de artes marciais, zumba e aeróbica, isso não”, assume, não querendo seguir o caminho de outras associações que, mercê de terem boas sedes e de, normalmente, estarem localizadas em zonas centrais das cidades, cometem o erro de aceitar todos os eventos ou atividades que os buscam. “Compreendo as dificuldades que as associações sentem na atualidade e sei que não é fácil decidir entre ter ou não uma atividade que será uma fonte de rendimento mas que não se encaixa na filosofia do espaço ou da direção. Infelizmente, a componente financeira leva-nos a tomar decisões que, noutros tempos, seriam impensáveis”, reconhece Pedro Bartilotti. E isto porque os mecenas de antigamente já não existem, as câmaras municipais não têm dinheiro para pagar as suas
ALGARVE INFORMATIVO #6
contas, quanto mais apoiar associações culturais e recreativas, dos tutelares da Cultura não chegam subsídios e as empresas também não têm meios para patrocinar determinados eventos. “Esta situação da oferta de um piano da máxima qualidade é algo raríssimo, quase impossível de acontecer nos dias atuais, é uma daquelas felizes exceções. Desde 2010 que deixou de haver apoios ao associativismo e toda a gente teve que começar a puxar pela imaginação e a fazer toda a ginástica possível e imaginável para angariar fundos. Quem possui sede própria tem, em princípio, maiores facilidades e nós, graças a alguns contatos e amigos, temos recebido boas ajudas”, destaca o dirigente. “São apoios fundamentais para, de tempos a tempos, oferecermos algo mais aos
33
Pedro Bartilotti: (…) Compreendo as dificuldades que as associações sentem na atualidade e sei que não é fácil decidir entre ter ou não uma atividade que será uma fonte de rendimento mas que não se encaixa na filosofia do espaço ou da direção. Infelizmente, a componente financeira leva-nos a tomar decisões que, noutros tempos, seriam impensáveis (…) associados em termos de eventos, aquele chamado «nome» para dar uma pedrada no charco”.
by Daniel Pina
Apostar em parcerias fortes Se o Salão é o espaço nobre da sede do Ginásio Clube de Faro, outros recantos e zonas carismáticas se podem encontrar e onde aconteceram inúmeros episódios, uns caricatos, outros hilariantes quando transportados para o século XXI. “Na sala do jogo, no pós-25 de Abril, volta e meia apareciam as esposas a levar os maridos pelas orelhas para casa, porque o vício era muito grande na época. Agora, vamos reconverter o espaço para receber jogos de tabuleiros. Outra sala recebe normalmente workshops, sessões de cinema e exposições. Quanto ao Salão, está preparado praticamente para tudo”, observa Pedro Bartilotti, quase como se fosse uma das visitas guiadas que faz
ALGARVE INFORMATIVO #6
quando chegam pessoas novas ao Clube. “Ficam maravilhadas com a televisão oval de 1957, os espelhos maravilhosos que já muita gente quis comprar, os sofás, as fotos espalhadas pelas paredes”, garante. E como o espólio é enorme, o presidente admite que uma das grandes carências do Ginásio Clube de Faro passa pelo Secretariado, problema que deverá ser resolvido no curto prazo com a chegada de uma funcionária através do Instituto do Emprego e Formação Profissional. “É nossa intenção realizar, até ao final do ano, uma grande exposição com alguma da história da associação e, como todos nós trabalhamos, não há tempo para tudo, por muito boa vontade que tenhamos”, reconhece. “A Mariana Reis tratou de toda a parte da decoração, juntamente com a
34
Ana Pereira, a Luísa Faria e o José Guerreiro, e o objetivo foi dar um ar mais fresco e cuidado, mas mantendo a tradição. O vintage está na moda, a nova geração está a preocupar-se muito mais com a decoração do antigamente e cada vez vamos dar mais importância às raízes”, verifica, satisfeito. Neste pressuposto, Pedro Bartilotti acredita que este género de associações tem condições para recuperar um pouco do seu glamour e ter um espaço próprio na sociedade moderna, desde que haja matéria humana para tratar das questões logísticas e administrativas. “Estamos situados no coração da cidade de Faro e, com duas ou três pessoas que ajudem no secretariado, triplicamos ou quadruplicamos o rendimento da associação. Basta ter no
by Daniel Pina
início alguma paciência e calma, fazer uma programação sustentada e reunir um grupo de pessoas profissionais, credíveis e boas naquilo que fazem”, defende o presidente, não preocupado com a concorrência das novas tecnologias e a comodidade que as pessoas buscam no seu lar após um dia no emprego. “Trabalhamos em rede com
ALGARVE INFORMATIVO #6
parcerias fortes e o cinema, por exemplo, teve sempre sessões esgotadas, numa sexta-feira às 21h30. São várias associações e instituições a caminhar para o mesmo objetivo, a fazer divulgação todas juntas. Uma pessoa sozinha acaba por se desmotivar, porque as ideias também se esgotam”. Não haja dúvidas, pois então, que o Ginásio Clube de Faro está
35
cheio de pujança e vontade para enfrentar mais um século de vida. “É uma referência a nível regional e, em termos de espaço, é mais rico do que muitas associações que são badaladas simplesmente por se encontrarem em Lisboa”, justifica em final de conversa, porque se preparava para arrancar uma aula de ioga e o sossego era imperativo .
by Daniel Pina
Feira do Campo promoveu serra de Castro Marim
R
ealizou-se, no dia 26 de abril, a segunda edição da «Feira do Campo» em Furnazinhas, freguesia de Odeleite. A aldeia recebeu centenas de visitantes, convidados a descobrir a povoação, a natureza que a
Furnazinhas. Durante a tarde, os visitantes tiveram ao seu dispor ateliers de confeção de pão no forno de lenha e de queijo de cabra, num reencontro com as antigas formas de fazer estes dois produtos da gastronomia local. A par destas atividades decorreram variadas mostras, de produtos locais, de espécies agrícolas e ornitológicas e também de fotografia. Os passeios de burro foram, à semelhança da edição anterior, um dos maiores circunda e a singularidade dos atrativos para os mais pequenos. usos e costumes locais. A animação de rua e o grupo de baile «+ 2» deram ritmo ao Um passeio pedestre, com evento, organizado pela Junta de cerca de oito quilómetros, inaugurou e evento e contou com Freguesia de Odeleite, com o apoio da Associação Alcance, a participação de cerca de 100 pessoas, que puderam apreciar a Associação Odiana e da Câmara plenitude da natureza intacta das Municipal de Castro Marim .
Portuguese Travel Cookbook apresentado em Alcoutim
A
Casa dos Condes, Biblioteca Municipal de Alcoutim, recebeu, no dia 24 de abril, a apresentação do livro «Portuguese Travel Cookbook», de Nelson Carvalheiro, bloguer português recentemente premiado como autor do melhor blog de viagens do mundo. A apresentação esteve a cargo do fotógrafo italiano Emanuele Siracusa e contou com a presença do autor. Nelson Carvalheiro é natural de Marinha das Ondas, Figueira da Foz, vive em Berlim e é autor do blogue «People, Travel, Food». Foi numa viagem à India, em 2014, que Nelson Carvalho conheceu Emanuele Siracusa, fotógrafo que percorre o mundo procurando registar fotografias com base ALGARVE INFORMATIVO #6
36
na identidade cultural das civilizações, nas suas festividades e crenças. Desde esse momento tornaram-se amigos e começaram a discutir e definir aquele que seria o livro agora apresentado. «Portuguese Travel Cookbook» nasceu pois da paixão pela gastronomia, pela fotografia e pelas histórias de vida das gentes. O livro é uma viagem pelos sabores genuínos de Portugal que resultou de um périplo, realizado pelos dois amigos num mês, por mais de 300 localidades portuguesas em busca da gastronomia tradicional, mas também da história e das pessoas por detrás de cada tasca, restaurante e cozinha .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
37
by Daniel Pina
Lagoa apresentou Plano Municipal para a Igualdade e Cidadania
T
eve lugar no dia 22 de abril, no Auditório Municipal, a apresentação do Plano Municipal para a Igualdade e Cidadania 2015/2017, cerimónia e sessão de trabalho que contou com muita assistência e o acolhimento do grupo de percussão do Curso Vocacional Anim’arte do Agrupamento de Escolas Rio Arade, que percorreu a praça do Auditório e as ruas da cidade. No interior do Auditório, foi possível apreciar um período musical pelo grupo Duo Sax, que também abrilhantou a pausa para café, servida pelos alunos do Curso Restaurante e Bar do Agrupamento ESPAMOL. O Presidente da Câmara, Francisco Martins, iniciou a sessão, apresentando a estratégia e princípios que estão ALGARVE INFORMATIVO #6
subjacentes ao Plano Municipal para a Igualdade e Cidadania, que constitui um instrumento de política global orientadora no quadro da definição, da execução e da avaliação das ações desenvolvidas pela autarquia de uma forma transversal e generalizada. A implementação desta estratégia não só contribuirá para promover uma igualdade efetiva e responder melhor às necessidades e às aspirações dos diferentes cidadãos, mas também terá como consequência uma melhor utilização dos recursos humanos e financeiros do Município de Lagoa, bem como uma melhor qualidade da tomada de decisão e um melhor funcionamento da democracia, com consequentes ganhos nos resultados da 38
Organização e do público que serve. O Plano Municipal para a Igualdade e Cidadania 20152017 transpõe para a realidade local as diretivas internacionais e nacionais em matéria de direitos humanos e de promoção de uma cidadania participativa e proactiva, de valorização das pessoas. O Presidente da Câmara destacou ainda a existência de uma Comissão para a Igualdade e Cidadania, coordenada pela Conselheira Local para a Igualdade, cuja missão é a operacionalização e a monotorização anual deste instrumento de planeamento inclusivo e promotor de uma maior proximidade aos cidadãos que será, de facto, para concretizar .
by Daniel Pina
Ferragudo já tem Horta Urbana
F
oi formalmente inaugurada a Horta Urbana de Ferragudo, no dia 25 de abril, numa cerimónia que contou com a participação do Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Francisco Martins, restante executivo e do Presidente da Assembleia Municipal, Águas da Cruz. Acedendo ao convite formulado pelo Presidente da Junta de Freguesia do Ferragudo, Luís Alberto, os convidados pegaram na enxada e, em plena atividade laboral rural, plantaram 10 pés de parreiras.
ALGARVE INFORMATIVO #6
O ato serviu igualmente para assinalar em Lagoa o Ano do Vinho e da Vinha, num pequeno terreno cedido por uma urbanização e destinado à preparação e cultivo de 10 talhões de horta urbana. Ali, os
39
cidadãos, mediante inscrição, poderão produzir uma agricultura sustentável, trabalhando eles próprios a terra, semeando e colhendo os produtos da sua preferência .
by Daniel Pina
Vítor Aleixo iniciou ciclo de visitas ao tecido empresarial
O
presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, iniciou, no dia 24 de abril, um ciclo regular de visitas, centradas na economia local e na valorização dos recursos, posicionando o Município como um interlocutor cooperante, na criação, consolidação e desenvolvimento de atividades que dinamizem a economia e criem emprego. A Área Empresarial de Loulé, onde neste momento estão instaladas cerca de 130 empresas e onde trabalham mais de mil pessoas, foi o foco desta visita. Nas instalações do NERA, Associação Empresarial da Região do Algarve, foi valorizado quer pelo presidente da Autarquia, quer pelo presidente do NERA, Vítor Neto, a importância do trabalho conjunto de ambas as organizações na dinamização e qualificação da Área Empresarial de Loulé e na melhoria logística para a realização de eventos promocionais, esperando-se, no
ALGARVE INFORMATIVO #6
futuro, o aprofundamento deste trabalho em cooperação. Na sede da AIDA - Associação Interprofissional para o Desenvolvimento da Produção e Valorização da Alfarroba, Manuel Caetano, da direção daquela entidade, evidenciou o trabalho que esta associação desenvolve em parceria com centros de investigação para que a alfarroba possa ser valorizada através da diversificação das
40
suas utilizações. Por seu turno, José Filipe sublinhou a importância do apoio que é dado aos agricultores, na captação de ajudas e no financiamento a projetos. Durante o tempo de vida da AIDA, que apoia e se articula com a AGRUPA, uma cooperativa de produtores, já foram disponibilizados aos agricultores mais de nove milhões de euros, sem contabilizar outros financiamentos que não se processam através da organização. Esta iniciativa finalizou com uma visita a uma empresa dedicada às energias renováveis, enquanto área económica em desenvolvimento, espaços públicos que importa qualificar e um encontro com a Comissão Permanente dos Empresários da AEL, onde pelos mesmos foi sublinhada a importância desta interação entre o executivo, os serviços e as empresas .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
41
by Daniel Pina
Loulé já tem Skate Parque street workout, que foi de resto a proposta vencedora da freguesia de S. Clemente na primeira edição do Orçamento Participativo do Município de Loulé, e um espaço aberto para a prática de desporto informal. Durante a inauguração, o Radical Skate Clube de Lisboa promoveu um momento de animação com demonstrações de alguns skaters campeões nacionais, bem como exibições de skaters locais. A Casa da Cultura de Loulé iniciou neste m numeroso público, Este será mais um dia as atividades da sua secção constituído sobretudo equipamento ao dispor da de desportos radicais designada por jovens adeptos população, direcionado por IMPACTO Clube de dos desportos radicais, esteve sobretudo para os mais jovens Desportos Radicais, criada com o presente, no dia 25 de abril, na que cada vez mais se dedicam às objetivo de aumentar e inauguração do Skate Parque de atividades radicais, pretendendo diversificar a oferta de Loulé, um novo equipamento há ser também, nessa medida, um atividades ao dispor da muito aguardado pelos ponto de encontro e de convívio população. Este projeto nasceu praticantes destas modalidades e um polo de atração de de uma ideia inicial do Paulo e que pretende trazer uma nova praticantes desta modalidade à Cabral, que após algumas dinâmica ao Parque Municipal e cidade de Loulé. O investimento reflexões em grupo de trabalho às atividades desportivas do rondou os 130 mil euros e é o da Casa da Cultura de Loulé, e Concelho. Refira-se que a grande primeiro de outros com o apoio da Câmara maioria dos praticantes de skate, equipamentos que irão surgir Municipal de Loulé, ganhou patins ou BMX utilizavam o nesta zona do Parque, forma . espaço da Cerca do Convento nomeadamente um parque de mas passam a ter, a partir de agora, um local apropriado para praticar estas modalidades. Localizado num terreno a norte contíguo ao Parque, entre este e a Circular, onde em tempos se localizou o Bairro de Santa Luzia, o equipamento está instalado num terreno de 18 mil metros quadrados e inclui um skate parque semicircular com três plataformas de saída radiais que se encaixam nos taludes existentes e uma «bowl». Foi concebido por Francisco Lopez, arquiteto que é também skater.
U
ALGARVE INFORMATIVO #6
42
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
43
by Daniel Pina
São Brás de Alportel mantém gestão financeira exemplar
F
oi aprovada a prestação de contas da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, referente a 2014, com saldo de conta de gerência de 887 mil e 644,02 euros, numa votação que contou com a abstenção dos vereadores eleitos pelo PSD/PP. Após um ano de muitas realizações, com diversas obras concretizadas, novos serviços criados e inúmeras iniciativas desenvolvidas, este resultado permite ao executivo liderado por Vítor Guerreiro ampliar as rubricas do Orçamento Municipal de 2015, dando continuidade à forte dinâmica de ação autárquica nas mais diversas áreas. A Assembleia Municipal de dia 23 de abril, em reunião ordinária, contou com a presença do Revisor Oficial de Contas, José Maria Ribeiro da Cunha, em representação de «Amável Calhau, Ribeiro da Cunha & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas», responsável pela audição das contas do município. Na ocasião da avaliação das contas, o Revisor teve a oportunidade de enaltecer os resultados muito positivos após a sua análise, com relevo para o elevado rigor na gestão financeira da Câmara Municipal, sendo posteriormente aprovada pela Assembleia Municipal, por unanimidade, a 2ª Revisão Orçamental de 2015.
ALGARVE INFORMATIVO #6
A apertada gestão financeira, com elevados níveis de rigor e controle orçamental, o exercício de priorização de investimentos e de oportunidades, a poupança e constante rentabilização de recursos e a aposta na realização de candidaturas a fundos comunitários são a chave para um resultado financeiro que mereceu o enaltecimento do Revisor Oficinal de Contas que desenvolveu trabalho na autarquia. Em comparação com os últimos seis anos, 2014 foi daqueles em que se efetuaram maiores investimentos, pese embora tenha sido um período com menor receita do município, sobretudo de transferências do Estado, e em que a despesa foi também reduzida. O grande projeto de conclusão da Circular Norte, os investimentos contínuos na melhoria do Parque Escolar, a
44
aposta na renovação urbana com a execução da Praça da República e o culminar do Plano de Reabilitação das Entradas da Vila, a par de uma atenção constante dedicada à área social, com um reforço do investimento no Programa de apoio social de cariz habitacional «Mão Amiga», foram algumas das áreas prioritárias em 2014. Ao longo do ano transato, o executivo municipal dedicou-se a concretizar os objetivos delineados no Orçamento Municipal e nas Grandes Opções do Plano, conseguindo reforçar a competitividade e a sustentabilidade do concelho, concretizar o maior número de projetos definidos e cumprir todas as responsabilidades financeiras, através de um controlo de gastos rigoroso e uma avaliação constante das prioridades de investimento .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
45
by Daniel Pina
Alcoutim organiza II Festival de Caminhadas
R
ealiza-se, de 8 a 10 de maio, o 2.º Festival de Caminhadas de Alcoutim, uma organização da autarquia local, em colaboração com diversas associações e clubes desportivos do município e da região do Algarve. A iniciativa proporcionará três dias de caminhadas temáticas, observação e interpretação da natureza, observação de aves, passeios de barco, observação astronómica, concertos, cinema e muita animação. Este evento é um valor acrescido na estruturação da oferta turística do território, dado o aumento significativo na procura de atividades de turismo ativo no panorama turístico nacional e internacional. Com a realização do Festival, a autarquia de Alcoutim pretende oferecer um vasto leque de atividades que conciliam o
ALGARVE INFORMATIVO #6
enorme potencial natural de todo o Algarve Natural com todo o património local, valorizando a cultura, a história, as gentes, a economia e as paisagens fantásticas que a região oferece. O dia 8 será o dia para as populações escolares do município, com caminhadas ao longo de etapas da Via Algarviana e com jogos e atividades para os mais pequenos, guiados pela Associação Almargem. Da parte da tarde decorrerá «A Rota da Felicidade», percurso motivacional para os funcionários das várias instituições locais, associações e empresas de turismo ativo, orientado pelo Clube da Amizade. No fim de semana haverá percursos que tiveram grande sucesso na 1ª edição do Festival, em 2014, como as «Manhãs com o pastor», em que
46
os grupos acompanharão o pastor com as suas cabras e poderão degustar um pequeno-almoço serrano. Para os mais valentes, existe o percurso «Algarve, com aroma a Alentejo e Espanha», que com um trajeto desde o Pomarão, em Mértola, até Sanlúcar de Guadiana, em Espanha, oferece ao caminhante cenários de três regiões com o Rio Guadiana como pano de fundo. Há ainda a caminhada noturna dedicada à astronomia, que este ano se realizará na zona do monte das Cortes Pereiras, com o nome «Olhar o Céu, Gravar na Pedra», e que tratará o tema da arqueoastronomia. Haverão também caminhadas relacionadas com os temas do contrabando e da guarda-fiscal, da arquitetura local, das plantas aromáticas, do porco preto, entre outros. O festival terá ainda atividades no programa como a exposição «My Fukushima», no caís da vila, um concerto pelo Quarteto Concordis no sábado à tarde, projeções de cinema, um workshop de bastões de caminhadas, o 8.º grande prémio de atletismo do Centro de Apoio aos Trabalhadores da Câmara Municipal de Alcoutim, e degustação de produtos .
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
47
by Daniel Pina
Terras de Sal conquistou prémios em Concurso Nacional âmbito do desenvolvimento económico local e a autarquia tem apoiado este tipo de iniciativa e investido também no mesmo sentido”, realçou o edil de Castro Marim, Francisco Amaral. A cooperativa castromarinense une produtores de sal marinho tradicional e flor de sal de Castro Marim, com o intuito de promover, valorizar e comercializar estes produtos artesanais. O 2.º Concurso Nacional de Sal, Ervas Aromáticas e Condimentos foi cooperativa Terras de gratificante dignificação dos uma iniciativa da Qualifica – Sal, de Castro Marim, produtos produzidos na Reserva Associação Nacional de conquistou três Natural do Sapal de Castro Municípios e de Produtores para medalhas de ouro, uma de prata Marim e Vila Real de St. António. a Valorização e Qualificação dos e uma menção honrosa no 2.º “Estamos muito orgulhosos com Produtos Tradicionais Concurso Nacional de Sal, Ervas o reconhecimento do excelente Portugueses, em colaboração Aromáticas e Condimentos, que trabalho da Terras de Sal, pelo com o Centro Nacional de se realizou no dia 7 de abril, no segundo ano consecutivo. O Exposições e Mercados Centro Nacional de Exposições, aproveitamento dos recursos Agrícolas. em Santarém. A Terras de Sal endógenos, neste caso do Sal, é arrecadou então a medalha de uma das maiores apostas no ouro nas categorias «Sal Marinho», «Flor de Sal» e «Flor de Sal Aromatizada», com o produto Flor de Sal de Castro Marim com Vinho do Porto, e a medalha de prata na categoria «Sal Marinho Líquido». A Cooperativa conquistou ainda a menção honrosa para a embalagem pelos materiais escolhidos – vidro (permitindo a visibilidade para o produto) e cortiça (material nobre e tradicional). Para Castro Marim, este é um enorme reconhecimento do trabalho desenvolvido na salicultura tradicional e uma
A
ALGARVE INFORMATIVO #6
48
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
49
by Daniel Pina
ALGARVE INFORMATIVO #6
50