ALGARVE INFORMATIVO 16 de julho, 2016
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Eliseu Correia Mais do que um empresário de sucesso, um grande homem com um coração de ouro A música eletrónica dos Epiphany|Algarve Nature Week ruma a Tavira 1Jovens algarvios rendidos à Guitarra Portuguesa | Uma manhã com ALGARVE osINFORMATIVO golfinhos#66
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OPINIÃO Chegaram os 30 dias infernais Daniel Pina - 8
Nos emigrantes vi o vigésimo quarto jogador da Seleção Portuguesa de Futebol! Paulo Cunha - 42
O renascimento da AMAL (3) José Graça - 44
Da Carta de Siena à Resolução n.º 1 do Conselho Internacional de Museus Dália Paulo - 48
Divagações sobre os dias quentes Mirian Tavares - 50
O dinheiro para a cultura, o exemplo do Moto Clube de Faro, um autarca que combate incêndios e o filme de sempre: as portagens Bruno Inácio - 52
Restauração, Restauradores e outros amores Augusto Lima - 54
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CONTEÚDOS
A MÚSICA ELETRÓNICA DOS EPIPHANY - 56
EC TRAVEL DISTINGUIU MELHORES DO TRADE NUMA NOITE MÁGICA - 10
UMA MANHÃ COM OS GOLFINHOS - 32
JOVENS ALGARVIOS RENDIDOS À GUITARRA PORTUGUESA - 64 5
ALGARVE NATURE WEEK RUMA A TAVIRA - 26 ALGARVE INFORMATIVO #66
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Chegaram os 30 dias infernais Daniel Pina
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omeçou a roda-viva para os jornalistas algarvios, sem mãos a medir para acudir a tantas solicitações, umas com interesse jornalístico, outras apenas para piscar o olho aos milhares de turistas que já vão enchendo o Algarve do barlavento ao sotavento e que, bem espremidas, pouco ou nenhum interesse jornalístico têm. Não que isso impeça os promotores ou organizadores dos ditos eventos de nos massacrarem o juízo, porque lá vai estar atriz de novela, ou aquele modelo, ou aquela figura pública que apareceu, há não sei quantos anos, num reality-show qualquer. Nós bem explicamos que há coisas que só interessam às revistas cor-de-rosa, e essas não temos cá no Algarve, mas eles insistem, dizem que vai ser uma noite divertida, que podemos beber uns copos e curtir a música, ainda por cima à borla. Tudo porreiro quando temos 20 e poucos anos e nenhumas preocupações na cabeça, bem diferente quando somos quarentões, com mulher e filhas em casa à nossa espera e com prazos para cumprir. Mas eles continuam a insistir, chegam mesmo a perguntar quanto custa para fazermos a reportagem, com medo que não saia nada na imprensa sobre os eventos e depois ficam mal vistos junto dos patrocinadores e parceiros. É o tal mês da confusão total, que arranca em meados de julho e termina em meados de agosto. Já nem sequer temos dois meses para alegrar os empresários, os proprietários de bares, restaurantes e discotecas. As aulas dos miúdos acabam tarde e este ano começam logo no início de setembro, portanto, pouco tempo há para as famílias se desligarem das obrigações do quotidiano e desfrutarem das merecidas férias no Algarve. Não há tempo e, claro, não há dinheiro, porque continuamos todos na corda-bamba, sem saber bem o que isto vai dar. Segurança no emprego não é total e nunca temos a certeza se, quando chegarmos de férias, a empresa ainda lá está à nossa espera. As ameaças de sanções da União Europeia são outra dor-de-cabeça, com os portugueses a temerem mais austeridade a caminho, depois do governo de António Costa ter dado – será que deu mesmo? – alguma folga à corda com que andamos no pescoço há uns anos. Ainda por cima, grande parte das
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famílias ainda não recebeu o reembolso do IRS que, provavelmente, ajudaria a pagar as férias no Algarve. Apesar disso, ninguém tem dúvidas de que o Algarve está mais movimentado nestes dias, com a primeira fornada de turistas nacionais a juntarem-se aos já muitos milhares de estrangeiros que enchem as nossas praias e as esplanadas dos restaurantes e bares. E que entopem a EN 125. Uma rua que, apesar das promessas das entidades responsáveis, continua em obras, como se já não bastassem as habituais manobras estranhas com que os nossos visitantes nos brindam no dia-a-dia. Está uma barraca a vender fruta na berma da estrada, vai de travar e estacionar. Chegam a uma rotunda nova, toca a abrandar de repente para descobrir para onde têm que ir. Mudam de ideias assim do nada, é fazer inversão de marcha em plena EN 125. Têm medo que as praias fechem, siga de ultrapassar carros à maluca, sem qualquer respeito pelas regras de segurança. Enfim, é o sufoco a que os algarvios estão habituados, com a agravante de nós próprios nos depararmos com constantes surpresas na estrada à medida que as obras vão avançando. Mas continua a ser o «nosso» Algarve e, apesar de ser lisboeta de nascença e ter vivido na capital até terminar o curso universitário, hoje sou mais um algarvio marafado que não hesita em chamar uns valentes nomes aos lisboetas apressados e aos estrangeiros distraídos. Com a vantagem que, atualmente, não tenho que andar a correr atrás dos tais eventos mediáticos de interesse jornalístico dúbio para aturar com pseudo personalidades e gente com tiques de vedeta. Aliás, tive uma semana em cheio, com o que de melhor o Algarve tem para oferecer, e sem nada de stresses. Um workshop de guitarra portuguesa com jovens de sorriso nos lábios a mostrar os seus dotes; uma gala com os profissionais do turismo algarvio organizada pela EC Travel; uma visita à concentração de motos de Faro; e um passeio inesquecível ao largo da costa com golfinhos por companhia. Assim se esfumaça o stress das viagens pela EN 125 e se acalmam os nervos que alguns turistas nos causam e com a certeza de que este Algarve acontece todo o ano e não apenas durante os 30 dias do pico do Verão .
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EC Travel
distinguiu melhores do trade numa noite mágica O Grande Real Santa Eulália, em Albufeira, vestiu-se de glamour para assistir à gala dos «V Algarve Travel Awards», um momento de convívio, uma reunião de família, em que a EC Travel de Eliseu Correia distinguiu os melhores do turismo algarvio ao longo do ano transato. Uma festa com toda a pompa e circunstância, mas num clima de grande informalidade, que contou com os concertos de Jorge Palma e Frankie Chavez e as atuações dos Bubba Brothers e de Viviane e que se prolongou até ao nascer do sol.
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ntes de começar, peço desculpa se esta peça não segue a tipologia mais correta do jornalismo profissional e se não cumpre com todos os passos e protocolos tradicionais, mas escrevi o texto ainda no rescaldo da gala dos «V Algarve Travel Awards», que teve lugar, no dia 8 de julho, em Albufeira. Influenciado pelo tom informal e festivo daquela noite, será quase uma reportagem em jeito de crónica, portanto, perdoem-me os colegas mais puristas. Posto este aparte, confesso que, até finais de 2015, não conhecia o Eliseu Correia. Muito menos tinha ouvido falar da EC Travel. Não sendo propriamente um especialista em turismo, nem sendo a «Algarve Informativo» uma revista
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vocacionada para esse setor de atividade em particular, estava assim justificado o meu desconhecimento. Com o tempo vim a constatar que este empresário – e numa alogia ao futebol que nos concentra todas as atenções por estes dias – quase brilha mais fora do campo de jogo do que dentro das quatro linhas. O primeiro contato deu-se via Facebook, por ocasião de uma reportagem que fiz sobre a história da Sandra e da Miriam, de São Brás de Alportel. Num breve comentário, o Eliseu escreveu algo do género «É de homem». Realmente, não é todos os dias que a imprensa dá tamanho destaque a histórias de vida como aquela, mas esta tem sido a filosofia deste projeto jornalístico, portanto,
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agradeci as palavras e continuei na azáfama do costume. De repente, o Eliseu Correia e a EC Travel começaram a ser referidos em vários trabalhos que ia realizando, não pelas vozes de agências de comunicação ou assessores de imprensa, mas pelas vozes de cidadãos comuns. Assim aconteceu numa reportagem que fiz com os maratonistas Paulo Soares, Jorge Varela e Flávio Fernandes, com Paulo a vestir uma t-shirt da EC Travel para a fotografia e todos a referirem o importante apoio daquela empresa para o Clube Desportivo Areias de São João. Depois, notícias sobre Hélder Farroba e Ricardo Monteiro, dois tetraplégicos que conseguiram ter novas cadeiras de rodas graças aos apoios de alguns cidadãos, com particular destaque para Eliseu
Correia. Mais apoios para associações de solidariedade social e clubes deram lugar a notícias nas semanas que se seguiram. Por essa altura, já começava a ficar com uma imagem de quem era o Eliseu Correia, um grande profissional de turismo que não virava as costas ao meio que o rodeava, mas que não buscava a fama por ser solidário para com os mais necessitados. Aliás, rapidamente me apercebi que o seu mural do Facebook tinha mais fotografias alusivas ao Benfica e aos Bubba Brothers, do que propriamente à EC Travel. Mas com 2015 prestes a terminar e a empresa a registar um valor recorde de faturação, justificouse então uma entrevista para o «Algarve Informativo».
Um dos momentos altos da noite, com os convidados a cantarem o hino nacional
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Eliseu Correia recebeu o Prémio Melhor Amigo, uma surpresa de José Casimiro, João Soares e Daniel Queirós
Cheguei aos escritórios de Olhão com uma grande sessão fotográfica imaginada na cabeça, mas o Eliseu Correia depressa me trocou as voltas, ao aparecer de calças de ganga e t-shirt preta, a tal t-shirt da EC Travel, aliás, a t-shirt que todos os funcionários trajavam. Na sede, também nada de pisos de mármore ou quadros chiques nas paredes, tudo mobiliário funcional e confortável para quem trabalha. Enfim, nada de mariquices, apesar da empresa faturar milhões de euros ao ano. E, ao fim de alguns minutos de conversa informal já com o gravador ligado, percebi finalmente por que razão o nome de Eliseu Correia demorou tanto tempo a chegar ao meu conhecimento. O Eliseu não é politicamente correto, falinhas mansas ou paninhos quentes. Não diz aquilo que mais agrada ouvir aos ALGARVE INFORMATIVO #66
governantes ou aos dirigentes associativos. Diz o que tem a dizer, coloca o dedo na ferida, chama os bois pelos nomes, fala do que é bem-feito, mas também do que está errado. Acha engraçado quando alguns dirigentes ou governantes nacionais descobrem a pólvora e avançam com programas para promover isto ou dinamizar aquilo, quando os nossos vizinhos espanhóis já fazem o mesmo há 10 ou 20 anos. E quando um empresário tem esta postura e este modo de estar na vida e adota um discurso que, embora seja realista, nem sempre é conveniente para os poderes instalados, é normal que não ocupe cargos de destaque nesta ou naquela associação ou entidade, ou que não seja muitas vezes entrevistado para este ou aquele órgão de comunicação social. 14
Jorge Palma e Viviane abrilhantaram a gala dos «Algarve Travel Awards»
Muitas estrelas brilharam numa noite inesquecível Felizmente, o trade não dá grande importância ao que é politicamente correto, mas sim ao que funciona, ao que dá bons resultados, ao que gera produtos e serviços de qualidade superior para oferecer aos seus clientes e, nisso, ninguém pode apontar o dedo à EC Travel e à rede de parceiros e
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colaboradores que tem espalhado pelo país inteiro. E foi para prestar o merecido reconhecimento aos homens e mulheres que contribuem para o principal setor de atividade da região algarvia que nasceram os «Algarve Travel Awards», cuja quinta edição levou quase 500 pessoas aos jardins do Grande Real Santa Eulália, no dia 8 de julho. Uma noite mágica, verdadeiramente inesquecível, com os convidados a apresentarem-se vestidos a rigor e a serem recebidos pela equipa da EC Travel, de sorrisos nos lábios e também
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trajados a preceito, eles como Han Solo, elas como Princesa Leia, da épica saga Guerra das Estrelas de George Lucas. Muitas fotografias com o anfitrião da noite, Eliseu Correia, depois um cocktail com uma vista soberba para o Oceano Atlântico, antes da conhecida voz da RFM Carla Rocha dar início à gala de atribuição dos Óscares do Turismo Algarvio. O pontapé de saída foi dado por José Casimiro, que chamou ao palco João Soares e Daniel Queirós para baralharem o protocolo e
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praticamente colocarem Eliseu Correia a chorar em cima do palco, ao atribuírem-lhe o Prémio Melhor Amigo. De regresso ao alinhamento oficial, e com o jantar pelo meio, começaram a ser entregues os galardões nas diferentes categorias, a saber-se: Drive On Holidays (Melhor Empresa de Aluguer de Veículos), Auramar Beach Resort (Melhor Hotel 3 Estrelas), Luna Hotels & Resorts (Melhor Departamento de Reservas), Brisasol (Melhor Aparthotel), Alfagar I Village (Melhor Aldeamento), Adriana Beach Club (Melhor All Inclusive), Cerro Mar Atlântico (Melhor Apartamentos
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Turísticos), enquanto Patrícia Correia recebeu o Prémio Revelação. Com uma temperatura bastante agradável e as estrelas a brilharem forte no céu, foi altura de outra estrela brilhar intensamente, desta vez no palco, Jorge Palma, um dos grandes ícones do rock português de todos os tempos. E que espetáculo, não há palavras, com a plateia em delírio e muitos hóspedes desta unidade hoteleira de cinco estrelas a aproveitarem o brinde inesperado das varandas dos seus quartos. E quem vibrou bastante foi o próprio
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Tal não foi, infelizmente, possível, pois ainda havia mais prémios para atribuir, ficando-se a conhecer os vencedores das derradeiras categorias: Nau Hotels & Resorts (Melhor Departamento Comercial), Alfamar Beach & Sport Resort (Melhor Hotel 4 Estrelas), Real Marina Hotel & SPA (Melhor Hotel 5 Estrelas), Nau Hotels & Resorts (Melhor Cadeia de Hotéis). A finalizar, como de costume, três prémios individuais: Joaquim Canastro foi distinguido como «Personalidade do Ano», César Raposo recebeu o Prémio Carreira e Viviane levou para casa o Prémio Algarve. Viviane que, como os restantes homenageados, foi completamente apanhada de surpresa, já que pensava que ia simplesmente atuar na gala. E foram bem audíveis as palavras que lançou a Tó Viegas mal Eliseu Correia anunciou o prémio: “Tu sabias disto Tó?”, ao que Eliseu Correia respondeu, ao microfone: “Sim Viviane, ele sabia”, para risada geral.
Uma festa de Karma positivo
Jorge Palma, que ultrapassou em muito a duração prevista do concerto. Aliás, chegou mesmo a dizer que, enquanto não desligassem o som, continuava a tocar pela noite dentro. ALGARVE INFORMATIVO #66
Foi precisamente depois da atuação de Viviane, altura em que a festa se mudou dos jardins do Grande Real Santa Eulália para o Le Club, que consegui finalmente apanhar Eliseu Correia para dois dedos de conversa, para saber como estava a correr a noite. Uma pequena pausa onde o empresário 18
não escondeu a emoção por se ver rodeado de tantos amigos, já para não falar do pai e do irmão. “São coisas que mexem com uma pessoa e este deve ser o único dia do ano em que misturo a minha vida pessoal com a profissional. A família é extremamente importante para mim e, nestas ocasiões, ainda me lembro mais de quem já cá não está, da minha mãe, é muita emoção”, admite. “E a história do Prémio Melhor Amigo foi uma tremenda maldade que me fizeram, mas acabei por provar um bocadinho do meu próprio veneno e foi um momento espetacular”. Ora, analisando friamente o evento, poder-se-ia dizer que estávamos simplesmente perante uma agência de viagens de incoming e centenas de fornecedores, mas era palpável o sentimento de irmandade, de amizade, que percorria as várias mesas, sendo difícil distinguir quem era funcionário da EC Travel, diretor hoteleiro, elemento de departamento comercial ou de uma rent-a-car. “É um todo que se junta e uma prova que, quando nos unimos, as coisas acontecem. A gala consegue juntar no mesmo espaço pessoas que se veem muito poucas vezes ou quase nunca e ninguém está preocupado com formalidades, com o que cada um tem vestido, se pegou no talher ou no
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copo certo. Estamos em casa”, resume Eliseu Correia. E, de facto, nesta noite, ninguém pensa que, se calhar, na mesma mesa estavam sentados alguns concorrentes, unidades ou empresas que, por ventura, até tiveram um melhor ano económico do que eles próprios, nem sequer se questiona quem merece ou não ganhar os vários prémios atribuídos. “Às vezes vamos a jantares de gala e sentimo-nos completamente
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deslocados, devido à formalidade do evento ou à distância com que as pessoas falam umas com as outras. Aqui, respira-se um Karma positivo”, garante, não conseguindo contabilizar o tempo que demorou a preparar esta gala. “A parte da criatividade normalmente é só minha. Depois, debito aquilo que sonhei e a minha equipa fica a olhar para mim, com um ar bastante preocupado, a pensar; ‘do que é que este maluco se lembrou agora?’. Executar aquilo que penso é muito difícil e é preciso ter uma paciência enorme para me aturar”, reconhece, enaltecendo todo o empenho dos seus funcionários no diaa-dia. Com o Le Club a ficar com uma moldura humana impressionante, Eliseu Correia revela que uma gala desta dimensão tem centenas de pequenos pormenores que passam despercebidos da maioria dos convidados. “Nada acontece por coincidência, é tudo mastigado vezes sem conta para tudo correr bem”, indica, aproveitando para explicar que os premiados foram aqueles que mais contribuíram para um bom desempenho do turismo algarvio ao longo de 2015, de acordo com índices e ratings oficiais, tenham ou não qualquer relação comercial com a EC Travel, porque isto não são «Os Prémios do Eliseu». Situação distinta são os prémios individuais, nomeadamente a «Personalidade do Ano», «Carreira», «Revelação» e «Algarve», onde os distinguidos são escolhidos pela equipa de Eliseu
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Correia. “Na minha maneira de ver as coisas, sempre pelo copo meio cheio, quem não vence num ano, vai esmerar-se para tentar ganhar no ano seguinte”, aponta.
Sem limites à vista E por falar em categorias, há algumas nos «Algarve Travel Awards» que chamam especial atenção a quem está habituado a ver só as unidades hoteleiras e os seus diretores a serem galardoados. “Ao fim e ao cabo, quem trabalha mais diretamente connosco são os departamentos comerciais e de reservas e achei por bem que essas pessoas, que estão escondidas nos «buracos» dos seus escritórios, também tivessem a hipótese de serem reconhecidas”, justifica. Entretanto, o pensamento de Eliseu Correia já está virado para o 6.º Aniversário da EC Travel, no dia 3 de dezembro, e adianta que as bases para a gala do próximo ano também já estão delineadas. “O tema vai ser 00EC, ou seja, dedicado ao James Bond, mas ainda pensei em fazer uma brincadeira em torno dos «7 Magníficos» ou dos 7 Pecados Mortais. Este ano, auscultando as pessoas que estiveram presentes, só posso estar satisfeito”, diz-nos o empresário, sem conseguir expressar por palavras o que lhe ia na alma. Uma gala que foi transmitida, recorde-se, em direto para o canal MEO da EC Travel, mas que poderia ter passado 20
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A festa prolongou-se pela noite dentro no Le Club com as atuações de Frankie Chavez e dos Bubba Brothers
em qualquer dos principais canais nacionais, tal a qualidade da emissão e do espetáculo. “Uma coisa é fazer uma asneira, que já é grave, para 450 pessoas verem. Mais grave é todo o país assistir a isso. Confesso que isto mexeu comigo, mas estou consciente da pressão que coloco sobre a minha equipa e sobre mim próprio”, comenta.
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No final, Eliseu Correia chamou a equipa da EC Travel ao palco para agradecer publicamente todo o seu empenho e dedicação
E apesar dos cinco dedos de conversa já se terem esgotado há muito tempo, ainda houve tempo para pensar que esta empresa, afinal de contas, nem sequer tem tanto tempo de vida como se possa imaginar, se olharmos para os resultados que apresenta ano após ano e para a dimensão da gala a que estávamos a assistir. “Eu não sou um fenómeno, mas levanto-me antes de toda a gente e normalmente deito-me quando já estão todos a dormir. Sem qualquer tipo de vaidade, e com um imenso orgulho, acho que já ninguém nos tira da História. Estou farto de dizer que estou mais preocupado com a qualidade do que com a quantidade, e que esta faturação já é fantástica, mas as pessoas continuam a empurrarnos para a frente e não conseguimos ALGARVE INFORMATIVO #66
parar”, refere, sem deixar de responder ao facto da empresa ter apenas cinco anos de existência. “São cinco anos, mas feitos à velocidade de 20 anos dos outros. A empresa tem que fazer dinheiro para ter 19, 20 pessoas a trabalhar, mas mantemos, em simultâneo, uma vertente social bastante forte e estamos preparados para organizar este género de eventos. Como é que isto tudo é possível? Porque a minha equipa é muito boa e tem um grau de loucura e uma capacidade de resistência sem iguais para me aturar”, finaliza, a correr, porque era hora de Frankie Chavez atuar no Le Clube e, para terminar a noite, de Eliseu Correia e Justino Santos, vulgo Bubba Brothers, ocuparem a cabine de DJ . 22
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Depois do Passeio das Dunas, ALGARVE NATURE WEEK ruma às Quatro Águas, em Tavira Sensivelmente mês e meio após o término da segunda edição do «Algarve Nature Week», a Região de Turismo do Algarve deu a conhecer, no dia 12 de julho, os resultados desta importante mostra de turismo de natureza, que confirmaram um crescendo em relação ao primeiro ano. Conhecido foi também o local eleito para a terceira edição, que vai decorrer de 5 a 14 de maio de 2017. Assim, depois do Parque Ribeirinho de Faro e do Passeio das Dunas, em Quarteira, será a vez da zona das Quatro Águas, em Tavira, receber os amantes do turismo de natureza e turismo ativo. Texto:
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apresentação do balanço da «Algarve Nature Week 2016» teve lugar, no dia 12 de julho, no auditório da sede da Região de Turismo do Algarve, em Faro, com muitas das empresas participantes nesta mostra de turismo de natureza a fazerem-se representar e a darem igualmente a sua opinião sobre o que correu bem e menos bem. O evento, recorde-se, foi organizado pela RTA, entre os dias 13 e 22 de maio, no Passeio das Dunas, em Quarteira, contemplando cerca de 150 atividades. “Foi uma criança que nasceu e que está a crescer a passos largos, confirmando que foi uma aposta certa. Agora, naturalmente, terá que seguir desígnios mais exigentes e segmentados, como é o caso do «Cycling & Walking». A iniciativa visa diferentes públicos e
não é apenas uma mostra, embora essa seja, de facto, a faceta mais visível do que acontece durante essa semana”, referiu João Fernandes, vice-presidente do Turismo do Algarve. Turismo de natureza que se afirma cada vez mais como um produto sustentável e com enorme potencial, como demonstram as recentes políticas públicas de intervenção no território. “Ao mesmo tempo, as entidades públicas estão a constituir-se como facilitadores da atividade dos profissionais do setor e queremos dar-lhes a oportunidade, não só de se darem a conhecer, mas também de terem pontos de contato com os compradores destes serviços, nomeadamente com operadores internacionais especializados dos
Filipe Silva, vogal do Turismo de Portugal, e João Fernandes, vice-presidente da Região de Turismo do Algarve
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nossos principais mercados emissores de turistas”, sublinhou João Fernandes, salientando que o objetivo é contribuir para a diminuição da sazonalidade e promover uma maior coesão territorial.
seu horário e ir para casa”, afirmou João Fernandes, lembrando que outra grande mais-valia desta mostra é a participação de produtores e artesãos locais e regionais, que têm enriquecido a vivência daqueles espaços.
Durante a sessão, o vice-presidente da RTA revelou que a ambição é levar a cabo 16 edições do «Algarve Nature Week», de modo a percorrer todos os concelhos da região. E para isso é fundamental o contributo dos inúmeros parceiros, bem como dos funcionários da própria casa, pois trata-se de um evento organizado integralmente pela Região de Turismo do Algarve. “São longos meses de preparação e estes homens e mulheres contrariam aquela imagem, que muitas vezes é divulgada erradamente, de que os funcionários públicos apenas procuram cumprir o
No uso da palavra, Filipe Silva, vogal do Turismo de Portugal, começou por enaltecer o papel dos participantes no «Algarve Nature Week», na sua maioria microempresas com recursos limitados e que se empenham arduamente neste evento, mas que também estarão envolvidas no projeto «Cycling & Walking». “Vamos ter cerca de 12 reuniões com as associações que estão a fazer a gestão dos vários recursos e infraestruturas, com os municípios para tratar de questões específicas que tinham sido
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sinalizadas desde o início do projeto, e com as empresas, porque não é sentados numa secretária em Lisboa que conseguimos resolver os problemas que existem no terreno”, indicou o responsável. “Em relação ao «Algarve Nature Week», sentimos que há margem para progredir e melhorar e, da parte do Turismo de Portugal, há um grande compromisso em matéria de articulação com a nossa rede externa e para potenciar as ações mais direcionadas para os negócios propriamente ditos. A promoção deste evento em termos internacionais passa por sinalizar que o Algarve tem uma semana exclusivamente dedicada ao turismo de natureza, mas que serve para divulgar também todos os outros produtos e serviços, desde o «Cycling & Walking» ao «Birdwatching», «Mergulho» e outras valências”. O balanço da segunda edição da «Algarve Nature Week» foi depois realizado por Duarte Padinha, Diretor do Departamento Operacional da RTA, por Susana Miguel, Diretora do Núcleo de Planeamento, Comunicação, Imagem e Qualidade da RTA e por Dora Coelho, Diretora da Associação de Turismo do Algarve, constatando-se que houve um crescimento generalizado, de 2015 para 2016, tanto ao nível do público que passou pela Mostra de Natureza instalada no Passeio das Dunas, como da interação com as empresas presentes e da participação nas iniciativas disponibilizadas. “Estiveram 68 empresas envolvidas 29
na «Algarve Nature Week», entre agentes de animação turística, alojamentos e agências de viagens, mais 16 do que em 2015, e mais não participaram simplesmente por questões logísticas”, explicou Duarte Padinha. Mais oferta traduziu-se em maior volume de negócio em grande parte das empresas presentes e para isso contribuiu decisivamente a Bolsa de Contactos Business to Business, promovida pela RTA e pela Associação Turismo do Algarve, em parceria com o Enterprise Europe Network, da CCDR do Algarve. “A iniciativa contou com 28 empresas e 10 operadores turísticos internacionais e foi deixada a garantia de que há interesse em vender a oferta de Turismo de Natureza e Ativo do Algarve aos seus clientes”, adiantou Dora Coelho. Os visitantes da Mostra de Turismo de Natureza subiram igualmente, dos seis mil em 2015, para oito mil em 2016 e, de um modo geral, todos os indicadores tiveram uma evolução francamente positiva. A finalizar a sessão, foi já divulgado o próximo destino da «Algarve Nature Week», cuja terceira edição decorrerá na recém requalificada zona das Quatro Águas, em Tavira, de 5 a 14 de maio de 2017. Quanto à Mostra de Turismo de Natureza, acontecerá de 5 a 7 de maio . ALGARVE INFORMATIVO #66
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UMA MANHÃ ENTRE OS GOLFINHOS Em semana de apresentação de resultados do Algarve Nature Week e com milhares de turistas já de férias na região, fomos passar uma manhã diferente ao largo da costa algarvia. A bordo de uma embarcação da Formosamar, passamos pelas ilhas-barreiras da Ria Formosa e pelo Cabo de Santa Maria, entramos algumas milhas adentro no Oceano Atlântico e desfrutamos da companhia de um grupo de golfinhos no seu ambiente selvagem, uma experiência inesquecível em perfeita comunhão com a natureza e os seus filhos. Texto: ALGARVE ALGARVE INFORMATIVO INFORMATIVO #66 #66
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inda o relógio não marcava as oito horas da manhã e já alguns clientes se concentravam na sede da Formosamar, na Doca de Recreio de Faro. Na agenda estava marcado um passeio pelas águas da costa algarvia, na companhia do comandante Carlos Pimenta, que nos daria conhecer a vida marinha no seu habitat natural. A experiência prometia ser intensa, o mar estava calmo, pouco ou nenhum vento, enfim, condições perfeitas para subirmos a bordo do Albacora III, um barco semirrígido bastante seguro e confortável. Após um pequeno briefing para sabermos o que nos esperava e já de colete salva-vidas vestido, foi altura de ligar os motores, sair da Doca de Recreio de Faro e partir rumo a Olhão, onde nos aguardavam mais clientes. Uma
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oportunidade para observar a zona ribeirinha da Cidade da Restauração e o seu famoso Mercado Municipal de uma perspetiva diferente. Depois, com portugueses, espanhóis e alemães a bordo, avançamos para o nosso destino, cerca de três, quatro milhas da costa, em busca de golfinhos e não demorou muito para nos depararmos com um alegre grupo. As crianças vibraram, os alemães sacaram das máquinas fotográficas, os espanhóis, um jovem casal apaixonado, tirava selfies com os telemóveis, momentos para a posteridade, bem melhor do que comprar postais ilustrados ou ir a um parque aquático. Tudo ainda à distância, pois o experiente comandante sabe do seu ofício e parou o barco a alguns metros do grupo. “Eles vêm ter connosco, não se 34
preocupem”, disse. E, de facto, os golfinhos, mesmo no seu habitat natural, que é como quem diz, no seu ambiente selvagem, não se fizeram de rogados. Saltaram, mergulharam, passaram debaixo do barco, «falaram» com os turistas. À nossa volta nada para além do azul, o azul do céu completamente limpo de nuvens, o azul do mar de águas translucidas, simplesmente fantástico. São aqueles momentos em que ficamos arrepiados, assistir aos golfinhos, em pequenos grupos de dois ou três, a fazerem das suas, a brincarem para as objetivas, enquanto Carlos Pimenta ia falando das suas rotinas diárias, do porquê de se encontrarem com bastante facilidade junto da costa algarvia, dos cuidados a ter para não perturbar as
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suas rotinas, para não interferir com o seu modo de vida. Num instante se passaram 25 minutos, era tempo de ir à procura de outras emoções. De assistir aos pescadores na sua faina, os barcos na apanha do polvo, as redes de atum lá longe no horizonte, os constantes pássaros em voos rasantes sobre a água a tentar apanhar algum peixe mais distraído. O barco saltava sobre as ondas, a espuma da ondulação quase a tocar-nos nos dedos. Mais perto iam ficando as ilhas da Culatra, da Armona e do Farol, com as suas casas de pescadores, as gentes típicas do Algarve de outros tempos. Alguns residentes a aproveitar banhos de sol em praias quase privadas, apenas alcançáveis por barco. O cheirinho a
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mar a inundar-nos, o vento no rosto, o sol na cabeça. É o Algarve no seu expoente máximo, aquele que produz memórias eternas nos nossos turistas, e eles saíram do barco, primeiro em Olhão, depois em Faro, de sorrisos nos lábios. «Thank You», expressavam-se os alemães, os espanhóis com o seu «Gracias», os portugueses com o nosso «Obrigado». E nós também deixamos o nosso «Obrigado» ao comandante/guia Carlos Pimenta, antes de conversarmos com Paulo Nugas Lopes, que nos confirmou ser este um dos serviços mais requisitados pelos clientes da Formosamar. “É um passeio que vai muito para além do avistamento de golfinhos. Saímos pelas oito da manhã e as pessoas contatam logo com a parte histórica de Faro vista do mar. Depois, navegamos cerca de duas milhas por canais principais e secundários em pleno Parque Natural da Ria Formosa e vemos os homens na sua faina matinal e as aves a alimentarem-se quando a maré está vazia ou com meia-maré”, relata o empresário. Após as ilhas da Barreta, Farol e Culatra, saímos pela Barra e avista-se uma rica vida marinha que não se limita aos golfinhos, incluindo também os peixes-lua, tartarugas e atuns, mas há cuidados a ter, esclarece Paulo Nugas Lopes. “Nós temos sempre em mente as grandes preocupações ambientais e a ética do avistamento dos animais, seja golfinhos ou qualquer outra espécie, de maneira a criar o menor impacto possível no seu quotidiano. O ALGARVE INFORMATIVO #66
comandante Carlos Pimenta tem imensas horas de mar, é um indivíduo muito experiente e, quando encontramos um grupo de golfinhos, mantemos a distância recomendada, entre 100 a 150 metros”, indica o entrevistado, o que não constitui um problema porque, conforme constatamos na primeira pessoa, os golfinhos, assim que percebem que não há perigo, aproximam-se da embarcação. Paulo Nugas Lopes revela que, entre Faro e Tavira, o número de embarcações desta atividade no mar é menor do que noutras zonas do Algarve, aliás, em Faro, a Formosamar é a única empresa credenciada para desenvolver passeios de avistamentos de golfinhos e, em Olhão, existe apenas uma outra. “Por vezes, os clientes querem mergulhar com os golfinhos, mas isso é impossível, não permitimos nada que possa prejudicar o habitat natural das espécies. Também não vamos para lá das cinco milhas por questões de segurança e porque não há necessidade disso, já que os golfinhos, quando aparecem, é logo entre a milha e pouco e as três milhas”, esclarece. “Logo à saída da barra existe um canhão, uma grande profundidade nas placas tectónicas que provoca um afunilamento onde a comida se vai acumulando. Onde há comida, há peixes pequenos e atrás deles vão os golfinhos”. Um cenário que é semelhante ao longo de todo o ano, mas a 36
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Formosamar apenas dinamiza estes passeios entre abril/maio a setembro/outubro, mais uma vez por causa da segurança dos clientes. “No mar, um passeio que pode ser lindíssimo em teoria, pode tornar-se num pesadelo, por causa do vento, da ondulação ou do frio. Não queremos que os nossos clientes tenham essa experiência”, salienta Paulo Nugas Lopes. “Quando as condições ideias estão reunidas, é um momento único, por estamos a trabalhar em ambientes selvagens. Nunca damos garantia total de avistamentos de golfinhos, mas o nosso índice de sucesso anda nos 90 e tal por cento, porque só fazemos saídas quase pela certa, o que depende das marés, dos ventos e do romper do dia”. Prova disso é que a Formosamar tinha saídas marcadas para sexta-feira e sábado e optou por anulá-las porque se levantou um levante e sabem que, para
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além do mar ficar mais violento para os clientes, o peixe afasta-se da costa e leva os golfinhos atrás. “Volto a enfatizar que isto é um ambiente selvagem, nada disto é animal de cativeiro, portanto, não se podem fazer promessas. Só saímos com todas as condições reunidas para que o avistamento seja bemsucedido e, quando vemos que a experiência pode ser menos positiva para o cliente, sugerimos a troca de data. Quando ele prefere ir na mesma, se calhar porque regressa ao seu país no dia seguinte, vai para o mar com a plena consciência de que pode ou não ver os golfinhos e outros animais marinhos”, sublinha Paulo Nugas Lopes. Mas esse não foi, felizmente, o caso desta viagem, 100 por cento bem-sucedida na sua missão e com a certeza de que aquelas horas dificilmente vão desaparecer das nossas memórias .
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Nos emigrantes vi o vigésimo quarto jogador da Seleção Portuguesa de Futebol! Paulo Cunha
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á na ressaca da “bendita” conquista do «Campeonato Europeu de Futebol – 2016» por parte de Portugal, e com quase tudo dito, escrito, esmiuçado e dissecado sobre os méritos destes bravos guerreiros que, através das suas artes e manhas futebolísticas, nos levaram ao colo até ao supremo êxtase, ainda me atrevo a convosco partilhar - já a frio - um pouco da satisfação e orgulho que tenho em ser português. Sendo um povo herdeiro de uma história sem precedentes nem igual, onde a bravura, a estoicidade, a tenacidade e o aventureirismo de um tempo se misturaram com a incúria, a falsidade e a passividade de outro tempo, somos hoje - para o melhor e para o pior - o fruto daquilo que os nossos antepassados plantaram em nós. Somos, sem qualquer sombra de dúvida, gente boa! Gente que quando acorda da letargia e da dormência a que se vota é capaz de “virar a mesa” e mostrar ao mundo “com quantos paus se faz uma canoa”. Por motivos e vicissitudes várias, Portugal transformou-se num país que, ciclicamente, tem visto muitos dos seu filhos deixarem Portugal para, lá fora, garantirem o que certos “escolhidos” cá lhes negaram. Sendo um país com tudo para dar certo - nascido entre a terra e o mar, bafejado por um clima invejável e “lindo por natureza” - este pequeno país torna-se grande quando os portugueses assim o desejam! Não bastando afirmá-lo e parecê-lo, muitos lutam todos os dias para sê-lo: grandes. Sendo esses mesmos que, em várias áreas, se tornam num exemplo de perseverança, dedicação e tenacidade. É algo que nos está nos genes, mas que, por má liderança ou por falta dela, continua adormecido à espera que impulsos exteriores despoletem a almejada afirmação lusitana. Quem, para além e independentemente do fenómeno e do fervor futebolístico, esteve atento a este apoio crescente, maciço e incondicional a
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uma seleção nacional, percebeu que, tanto os dez milhões de portugueses de cá como o milhão de lá, foram de semana a semana aumentando os seus níveis de autoestima e orgulho nacional, culminado num arrebatamento nunca antes visto neste novo século. Sendo um desporto que, inegavelmente, move grandes massas e muitas “massas”, sentir que através de uma bola conseguimos driblar todos os países que nos subjugam nos domínios que realmente interessam, mesmo sendo apenas uma vitória desportiva, não deixa de ter um sabor a vitória transversal e global! Sendo apreciador desportivo, segui com especial interesse e atenção a caminhada em crescendo da seleção do desporto que muitos, por cá, apelidam de “desporto-rei”, não deixando de reparar que, ao contrário de algumas outras seleções europeias, foi esta seleção que, de jogo para jogo, arregimentou e angariou apoiantes para o objetivo final. Agora, já campeões europeus, todos festejam como se tal vitória tivesse sido um desígnio nacional, esquecendo-se que poucos acreditaram que tal fosse possível e concretizável. Entre aqueles que nunca negaram qualquer tipo de apoio estão todos os que, fora de Portugal, sabem bem o que é lutar contra o preconceito, contra a sobranceria e contra a xenofobia. Emigrantes que em todo o mundo foram literalmente o vigésimo quarto jogador da seleção portuguesa de futebol. Aqueles que, lá fora, são considerados tão bons como os melhores e todos os dias fazem por conquistar o respeito e os direitos devidos a qualquer cidadão europeu. É gratificante e moralizador ver o galardão da vitória final entregue a um grupo de homens provenientes de todas as regiões onde a língua portuguesa é também a sua pátria, sob a liderança de um visionário que sabe o que quer e para onde vai. Fossemos assim em tudo o resto e ninguém nos “apanhava”! . 42
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O renascimento da AMAL (3) José Graça
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as edições anteriores, abordámos o processo histórico da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), o seu enquadramento jurídico e a composição e forma eleição dos órgãos políticos, deixando para este artigo os pormenores essenciais da atividade do secretariado executivo intermunicipal, que adiante trataremos apenas como Secretariado. Sendo esta uma das novidades introduzidas pela lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, entendemos que a sua atividade será um instrumento fundamental na consolidação do papel da AMAL num Algarve que desejamos unido e forte perante os desafios e as adversidades. Senão, vejamos… O Secretariado é constituído por um primeirosecretário e, mediante deliberação unânime do Conselho Intermunicipal, até dois secretários intermunicipais. Segundo a lei, na sua primeira reunião, o Conselho aprova, à pluralidade de votos, a lista ordenada dos candidatos a membros do Secretariado a submeter a votação e comunica-a ao presidente da assembleia intermunicipal, que deverá desencadear todos os procedimentos necessários para assegurar a reunião regular da assembleia intermunicipal, tendo em vista a eleição da lista dos candidatos a membros do Secretariado por sufrágio secreto, sob pena de nulidade. Tal como os demais órgãos, o Secretariado sujeita-se às regras do Código de Procedimento Administrativo tendo uma reunião ordinária quinzenal e reuniões extraordinárias sempre que necessário, as quais não são públicas. Independentemente disso, deverá assegurar-se a consulta e a participação das populações sobre matérias de interesse intermunicipal, designadamente através da marcação de datas para esse efeito. As suas atas são obrigatoriamente publicitadas no sítio da Internet da comunidade intermunicipal (www.amal.pt). No capítulo das competências mais relevantes, entre as quais algumas desenvolvidas por delegação do Conselho, o Secretariado deve elaborar e submeter à sua aprovação os planos necessários à realização das atribuições intermunicipais; participar, com outras entidades, no planeamento que diretamente se relacione com as atribuições da comunidade intermunicipal, emitindo parecer a submeter a apreciação e deliberação do Conselho; assegurar a articulação entre os municípios e os serviços da
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administração central; colaborar com os serviços da administração central com competência no domínio da proteção civil e com os serviços municipais de proteção civil, tendo em vista o cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos, bem como nas operações de proteção, socorro e assistência na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe; participar na gestão de programas de desenvolvimento regional e apresentar candidaturas a financiamentos através de programas, projetos e demais iniciativas; preparar para o Conselho a proposta do plano de ação e a proposta do orçamento, assim como as respetivas propostas de alteração e revisão; e, executar as opções do plano e o orçamento. Somam-se um conjunto de competências de caráter mais burocrático e de enquadramento jurídicoadministrativo, essenciais para o bom desempenho da missão da AMAL. Refira-se que o Secretariado pode delegar as suas competências no primeiro-secretário, com faculdade de subdelegação nos secretários intermunicipais. Todavia, registe-se que, no caso particular da AMAL, as listas propostas para à Assembleia Intermunicipal têm sido compostas apenas pelo titular daquele cargo, não tendo havido consenso relativamente aos dois secretários intermunicipais. No início do presente mandato autárquico, a Assembleia elegeu António Eusébio, então presidente da Assembleia Municipal de São Brás de Alportel, tendo este cessado aquelas funções, visto que aos membros do Secretariado está vedado o exercício de quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou das autarquias locais. Na sequência da eleição deste para a Assembleia da República, na sessão extraordinária de 30 de junho, a Assembleia Intermunicipal elegeu o professor universitário Miguel Freitas, personalidade com larga experiência na Administração Pública desconcentrada e vasto currículo político no Partido Socialista, força maioritária nos órgãos da AMAL . NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobre estas e outras matérias no meu blogue (www.terradosol.blogspot.com) ou na página www.facebook.com/josegraca1966 (Membro do Secretariado Regional do PS-Algarve e da Assembleia Intermunicipal do Algarve)
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Da Carta de Siena à Resolução n.º 1 do Conselho Internacional de Museus Dália Paulo
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Carta de Siena (2014) foi discutida e analisada na passada semana em Milão durante a 24.º conferência geral do ICOM (Conselho Internacional de Museus), tendo resultado uma recomendação aprovada na 31.ª Assembleia Geral do ICOM – “A responsabilidade dos museus perante as Paisagens”. A Carta de Siena desafiava os museus (italianos) a trabalhar as paisagens culturais e colocava-os como instituições-chave na proteção e valorização, envolvendo nele todos os restantes stakeholders – população, empresários, instituições; agindo os museus como mediadores, facilitadores e promotores de ações que protejam, conservem, interpretem e valorizem a paisagem, quer do ponto de vista material quer do ponto de vista imaterial. Estarão os museus preparados para isso? Será que lhes compete este trabalho central na gestão do território? A recomendação vai nesse sentido e considera que os “museus contribuem com o conhecimento e especialização dos seus profissionais, para chamar a atenção das comunidades – ajudando no desenvolvimento e nas decisões que envolvam a transformação da paisagem”; a participação como elemento essencial para a gestão da paisagem, uma nota significativa para o sucesso dos processos. A Carta de Siena propõe repensar e redefinir a missão de museu, bem como reforçar a implicação e a responsabilidade dos museus na sua relação com o território, para que possam “trazer um contributo significativo à administração do território” e reunir as condições – financeiras e de recursos humanos – para se tornarem “centros territoriais de proteção” e, simultaneamente, “centros de interpretação do território”. A recomendação vai um pouco mais longe e sugere que a questão da paisagem cultural esteja incluída (não só) na futura definição de Museu (a aprovar
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em Quioto em 2019), mas também nos Estatutos e no Código de Ética do ICOM. A 31.ª Assembleia Geral do ICOM aprovou, por larga maioria, a resolução “A responsabilidade dos museus perante as Paisagens”, com as seguintes recomendações: - alargamento da missão do museu do ponto de vista legal e operacional e da gestão de edifícios e sítios incluídos nas paisagens culturais como “extended museums”, oferecendo valorização, proteção e acessibilidade ao património em estreita relação com a comunidade; contribuição dos museus não só com o conhecimento dos valores da paisagem cultural, mas também para desenvolver quadros simbólicos que as determinam; assim a noção de paisagem cultural torna-se um instrumento para avaliação do que necessita de proteção, para as legar às futuras gerações, bem como para questionar, criticar e modificar. Uma recomendação que alarga significativamente o papel do museu, a sua implicação, a sua ligação ao mundo de hoje, à transformação, à atualidade. Temos de estar preparados! Quero enfatizar, antes de terminar, dois significativos pontos: a cidadania e a forte relação com a comunidade na atuação do museu, patente nos dois documentos, bem como a inserção da questão da acessibilidade, um aspeto essencial e que (felizmente) está a tornar-se uma preocupação das equipas dos museus. Estaremos preparados para este desafio? Vamos ter que estar, a sociedade assim o exige! .
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Divagações sobre os dias quentes Mirian Tavares
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onfesso que o Verão não é a minha estação preferida. Gosto das meias estações (deve ser a única coisa mais ou menos de que gosto, pois de resto, prefiro quente ou frio, sim ou não). Mas reconheço que o Verão tem um poder qualquer sobre os corpos: torna-os mais sensuais. A languidez do calor se espalha e o suor, que humedece a pele, funciona como uma espécie de atrativo extra. Tenho tensão baixa o que faz com que sinta uma atração irresistível pela cama. Ou pelo sofá. Ou pela poltrona. Deixar-se ficar ali, o corpo a escorregar aos bocadinhos, deixar que a preguiça invada-me lentamente e como os gatos, esticar todo o corpo e deitar-me, tomada por uma irresistível languidez e lassidão. O Verão é o tempo das frutas sumarentas, dos melões e das melancias que ajudam a matar um pouco a sede e a hidratar o corpo, que pede sempre mais líquidos. Nos dias mais quentes, toda a terra cheira bem. Faro cheira a marisma. E apetece tanto a água azul e ficar estendida ao sol. Mas quando temos de trabalhar, o Verão é um suplício, pois o calor, que torna os corpos lânguidos e lassos, derrete o cérebro e amolece a nossa capacidade de tomar decisões. De pensar sequer. Tudo demanda um grande esforço e qualquer esforço demanda imensa coragem.
protagonizam uma das cenas mais quentes do cinema, movidos pela folie do verão, que pode ser confundida com uma folie à deux: Matty: My temperature runs a couple of degrees high, around a hundred. I don't mind. It's the engine or something. Ned: Maybe you need a tune up. Matty: Don't tell me. You have just the right tool. Irresistível atração, que, como em todo noir que se preze, inevitavelmente conduz ao abismo: Ned: Maybe you shouldn't dress like that. Matty: This is a blouse and a skirt. I don't know what you're talking about. Ned: You shouldn't wear that body. Passado o diálogo, William Hurt (Ned), parte o vidro com uma cadeira e avança em direção a Kathleen Turner (Matty) que não resiste a este avanço impetuoso. Na verdade, quando revemos o filme ficamos a nos perguntar por que é que ele não abriu a porta? Mas o impacto do vidro a partir é metafórico - ambos estavam desejantes e ela queria resguardar-se sem, no entanto, resistir. E pode-se dizer que a culpa de tudo é do calor .
Lembro-me de um filme dos anos 80, realizado por Lawrence Kasdan: Body Heat. William Hurt e Kathleen Turner, ambos no auge das suas belezas,
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O dinheiro para a cultura, o exemplo do Moto Clube de Faro, um autarca que combate incêndios e o filme de sempre: as portagens Bruno Inácio
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,500.000€ de euros. Um milhão e quinhentos mil euros. É este o valor que o novo Programa de Apoio as Artes no Algarve vai ter para atenuar a sazonalidade no turismo. Faz lembrar o ALLGARVE? Sim, faz. Diz-se que não é a mesma coisa pois a base da criação será regional. A questão porém é outra. Seja este ou não outro ALLGARVE (e eu sempre fui um defensor desse programa) o facto está na falta de regularidade de forte investimento na área cultural da região. Fazemos um programa aqui, outro programa ali, mas não existe previsibilidade, não existe regularidade no investimento. E se queremos que efetivamente este programa tenha efeitos na sazonalidade então a regularidade com apostas a longo prazo é fundamental. Tudo resto é retórica. Vale das Almas onde o Moto Clube de Faro organiza a 35.ª Concentração Anual. São 20 mil as almas esperadas para este momento que se transformou numa das iniciativas de grande dimensão mais sólidas que existe na região. E isso merece uma reflexão. Porque funciona tão bem este evento durante tantos anos? Julgo que a resposta está na capacidade dos seus organizadores manterem o foco no seu nicho de público e conseguirem utilizar os argumentos que o Algarve tem para atrair anos após ano tantos visitantes. E naturalmente um grande empenho e trabalho coletivo para bem receber e acolher gente de todo o mundo. Que nos sirva o exemplo para tantas outras iniciativas que querem ser tudo e depois não são nada.
de outros municípios do Algarve tem sido fundamental no trabalho conjunto realizado entre diversas entidades, visando diminuir a possibilidade de fogos de e em larga escala. Está muito presente na nossa memória os incêndios que destruíram uma parte substancial da serra algarvia. Nos últimos anos, felizmente, temos sido poupados, mas não foi só a sorte que nos ajudou. O trabalho de prevenção onde os municípios são fundamentais tem-se revelado eficaz. As Portagens e o filme do costume. Durante a campanha eleitoral o Partido Socialista disse tudo e o seu contrário. Ouvimos o PS a afirmar que acabaria com as portagens, que iria financiar a Segurança Social com o dinheiro das portagens, que ia baixar o valor da portagem em 50%, em 30% ou numa percentagem qualquer. Tudo isto antes das eleições e ao mesmo tempo que os partidos que hoje suportam a geringonça, exigiam o fim imediato e atacavam o PS por este não ser claro. E o que temos hoje? Nada. Uma mão cheia de nada. O PS primeiro anuncia que já não vai terminar com as portagens. Depois anuncia que vai baixar o valor da portagem. Depois anuncia que já não vi baixar o valor da portagem. E o Bloco de Esquerda com o seu deputado que lidera o movimento anti portagem? E o PCP com o seu deputado que sempre defendeu o seu fim. Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz .
Rui André o presidente da Câmara Municipal de Monchique reforçou o contingente de vigilância da floresta na época crítica do fogos florestais. Monchique, a par
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Restauração, Restauradores e outros amores Augusto Lima do saber comum, creio, que a palavra Restauração engloba todos os serviços inerentes à nobre arte de cozinhar e de servir os cozinhados, de servir os comensais.
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Restaurador é a pessoa que dirige um serviço de restauração e deveria ser antes de mais, uma pessoa informada e preocupada; alguém que gostasse de receber pessoas, por que é disso que trata a restauração e os restaurantes, primeiro receber, depois oferecer um serviço e depois, só depois, cobrar por esse serviço. Em língua inglesa, Industria da restauração e hotelaria se diz de Hospitality industry, ou seja uma das atividades económicas que se dedica à prestação de serviços ligados ao alojamento e alimentação. Hospitality, de Hospitalidade, de hospedar, de receber. Os restaurantes devem ser sítios onde se apetece estar, onde os seus diversos atores gostem da arte de receber pessoas e de se preocuparem com o seu bem-estar, com a sua saúde, os seus gostos, de lhes proporcionarem prazer, experiencias gastronómicas, lazer de qualidade, contacto com os produtos regionais e a cultura da região. Mas para que tudo isto seja praticado com lógica, saber, assertividade, é necessário termos Restauradores, os primeiros atores desta arte de receber, muito mais que ser-se Diretor Hoteleiro ou Diretor de F&B. Quem pode ser Restaurador? Bom, eu gostaria que o fossem todos os donos e patrões que pululam neste universo decadente e superlotado a que damos o nome de Industria de Hotelaria e de Restauração. Vemos muitos gerentes que dificilmente sabem o que estão a fazer/representar. Hoje, mais do que nunca, importa saber do que se está a falar, é
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importante explicar este ou aquele conceito, o porquê desta ou daquela apresentação ou técnica culinária. Sou dos que acredita que mais vale um sorriso sincero que demonstre alegria no trabalho e conhecimento de cousas do que pretensos profissionais cinzentos com técnicas ortodoxas e saberes bolorentos. E atenção, apesar de uma campanha de há muito tempo afirmar que o cliente tem sempre razão, não é verdade mesmo, nem sempre tem razão. Dar razão a alguém que não a tem, é passar um certificado de estúpido a nós próprios e um louvor e licença para ser estúpido àqueles que sem pudor, saber, assertividade, maldade, impõem a sua verdade. A arte de servir alojamento e alimento implica uma série de conhecimentos e sistemas. É preciso escolher, comprar, guardar, ter espaço apropriado para desenvolver atividade, cursos, técnicos, saber, marketing, e muitos mais. Mas embora seja necessário que todos eles estejam a funcionar, eles não atuam de forma solitária e só por si não geram sabedoria, não geram saber servir alojamento ou alimento. O cliente pode apenas ter comido, sem contudo ter sido inflamado, sem ter tido uma experiencia nova, um verdadeiro prazer na descoberta; Será como um relacionamento sem compromisso. O ato de receber é como conversar, de um diálogo entre quem presta o serviço e quem o recebe. Deve haver neste tipo de diálogo um restaurador e um cliente. E não nos esqueçamos que todos nós somos clientes de algo, que todos nós avaliamos mas também somos avaliados. Bons cozinhados, boas refeições e falem e riam, que essa coisa de que à mesa não se fala, é puro disparate. Saudações gastronómicas .
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Epiphany A música eletrónica não é muito frequente num país dominado pelo pop/rock, pelo fado e pela música de cariz mais popular, mas Rui Daniel e Catalina Borozan não se preocupam com as modas, nem com as dificuldades do caminho, e criaram os Epiphany. A preparar temas para o disco de estreia, esta jovem dupla de Faro vai dando nas vistas nos diversos espetáculos que tem realizado nos últimos meses com uma sonoridade e uma voz realmente cativantes. Texto: Fotografia:
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s Epiphany são uma banda de originais constituída por Rui Daniel e Catalina Borozan, ele de 17 anos e com uma tremenda habilidade para tocar vários instrumentos, desde o baixo e guitarra ao piano e bateria, ela, de 19 anos, a voz e letrista deste projeto de música eletrónica. Uma dupla que decidiu fazer algo diferente do que se ouve por Portugal, inspirando-se em artistas como Flume, Chet Faker, The XX, Dream Koala, Portishead, Crystal Castels, m83, e Bring Me The Horizon, nomes que, de facto, provavelmente serão desconhecidos do público em geral. Começando pelo início da história, a banda não nasceu do nada, pois ambos participavam em outros projetos musicais e ensaiavam no mesmo espaço, a Associação de Músicos de Faro. Por essa altura, Rui Daniel já ia dando passos na música eletrónica, mas sentia que faltava qualquer coisa, a tal voz feminina que reconheceu em Catalina. “Mostrei-lhe alguns temas que tinha feito, em agosto do ano passado, ela gostou de imediato e assim se formaram os Epiphany”, recorda Rui, com Catalina a reconhecer que sempre foi adepta deste estilo musical. “Também queria escrever letras originais e isso, numa banda com mais elementos, às vezes torna-se complicado. Escolhi uma música do Rui onde achava que se enquadrava uma das minhas letras,
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cantei por cima, gravei e mandeilhe”, conta. A música eletrónica não era, de facto, desconhecida de Rui Daniel, um ouvido versátil influenciado pela mãe, Helena Isabel, conhecida radialista e dinamizadora das «Raveolutions», mas nunca teve a ambição de ser DJ. “Quero produzir num ambiente de banda. Estou constantemente a ter ideias e sinto necessidade de as exportar do meu ser e partilhá-las com alguém para depois fazer algo diferente e consistente”, esclarece, sentimento partilhado por Catalina. “É sempre mais interessante criar algo que ainda não foi feito e, no Algarve, não há projetos de música eletrónica. Ou são DJ ou bandas de rock ou heavy metal”, observa. E se Catalina Borozan tinha prática em escrever letras para o tradicional pop/rock, depressa constatou que, na música eletrónica, a conversa é completamente diferente. “Não é uma música tão regular, sempre com uma batida certa, o que me obriga a estudar a métrica com mais cuidado para saber onde inserir as frases. Acaba por ser um processo divertido”, indica a vocalista, com Rui Daniel a acrescentar que o seu próprio processo criativo sofreu algumas modificações a partir do momento em que os Epiphany foram
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constituídos. “Primeiro faço só uma amostra da minha ideia e depois construímos a estrutura em conjunto, para se encaixar bem a letra com a música”, diz. “Deste modo torna-se mais fácil perceber onde colocar os versos e refrões, do que fazermos sozinhos cada um a nossa parte. Só a primeira música é que foi realizada à distância”, lembra Catalina. Para trás ficou então o projeto de pop/punk de Rui Daniel, enquanto Catalina Borozan se divide ainda por outra banda, de blues, mas a música eletrónica é, sem dúvida, a que enche mais as medidas dos dois jovens algarvios, mesmo sabendo que não é um estilo com grande expressão em Portugal. “O principal é fazermos aquilo que mais gostamos, mas não
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nos podemos alhear do que as outras pessoas vão pensar do nosso trabalho. Claro que entrar no mercado com este estilo é arriscado, daí que o nosso objetivo passa, igualmente, pela internacionalização”, sublinha Rui Daniel. Por seu lado, Catalina acredita que a eletrónica será a música do futuro, mas garante que a dupla não coloca os instrumentos tradicionais de parte, até porque, conforme já se disse, Rui domina vários. “Fui aprendendo ao longo do tempo. Comecei com a bateria, passei para a guitarra, depois fui-me interessando pelo baixo e piano”, diz-nos, perante o olhar atento de Catalina. “É uma faceta que ajuda
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imenso na composição. Conhecer bem os vários instrumentos e os seus ritmos dá depois uma maior liberdade e rigor quando se está a produzir no computador. Se ele não soubesse tocar esses instrumentos, provavelmente tinha-se ficado pela mesa de DJ”, aponta a vocalista.
Álbum de estreia para breve Música eletrónica não é, de facto, ter computadores potentes e programas de software ultra sofisticados para tocar numas teclas e produzir sons, é bem mais do que isso. Aliás, quando Rui Daniel começou a semear, na sua mente, a ideia dos Epiphany, ainda não tinha quaisquer conhecimentos de informática avançada ou de teclados eletrónicos. “Quando fiz essa transição, o facto de tocar outros instrumentos foi vantajoso para criar sons de raiz. E, para se fazer uma música de quatro ou cinco minutos, são várias horas e dias que andamos de volta do tema. Depende do estado de espírito, da criatividade do momento. Há dias que me surgem bastantes ideias e faço logo o início de vários temas, noutros, não consigo exportar para o computador o que me vai na cabeça”, relata o farense. Como se está a falar do processo criativo, Catalina Borozan lembra que os Epiphany não se limitam a pegar em samplers ou batidas feitos por outros, criam tudo do zero. “A harmonia é feita de raiz pelo Rui, do princípio ao ALGARVE INFORMATIVO #66
fim, e isso dá mais trabalho do que se possa imaginar”, assegura, um trabalho árduo que se estende à própria escrita das letras, porque não basta colocar meia dúzia de frases soltas no tema. “As minhas letras baseiam-se no amor, algo que é normal no nosso dia-a-dia e que torna mais fácil chegarmos ao sentimento das pessoas”, descreve. Com cinco músicas já disponíveis para serem ouvidas através da plataforma soundclound, outras tantas estão praticamente concluídas, ou seja, já há material suficiente para avançar para um álbum. “Estamos agora na fase de encontrar uma editora e um estúdio para melhorar a qualidade das nossas músicas. Uma coisa é produzir, outra diferente é a masterização e pós-produção, precisamos de alguma ajuda nesse campo”, admitem os jovens Rui e Catalina. “O álbum é um objetivo para o curto prazo, resta escolher o melhor caminho a seguir para sair tudo perfeito. Para já podem ser ouvidas no you tube e soundclound e acaba por ser um teste, um estudo de mercado, para sabermos se podemos dar o próximo passo ou não. Mas a música é o nosso sonho, caso contrário, não estávamos a investir tanto tempo nos Epiphany”, concluem .
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JOVENS ALGARVIOS RENDIDOS À GUITARRA PORTUGUESA
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Depois de, no número anterior, ter estado em destaque a guitarra clássica, esta semana é a guitarra portuguesa que merece uma especial atenção do Algarve Informativo. Para tal, fomos assistir a um workshop com o conceituado músico e compositor Custódio Castelo, que teve lugar nas instalações do INUAF, em Loulé, e que reuniu mais de três dezenas de alunos do professor José Alegre, provenientes de diversos polos da Academia de Música de Lagos. Texto:
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Os alunos que participaram no workshop na vertente de guitarra portuguesa, com Custódio Castelo, José Alegre e Tó Viegas à frente
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INUAF, em Loulé, foi o local escolhido pelo professor José Alegre para organizar um workshop de guitarra portuguesa com o famoso instrumentista e compositor Custódio Castelo e que contou com a participação de mais de 30 jovens, com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos, alunos de vários polos da Academia de Música de Lagos, nomeadamente os conservatórios de Loulé, Portimão e Lagoa. A guitarra clássica não foi, porém, esquecida neste workshop, com a presença do professor de ensino superior e instrumentista Miguel Carvalhinho. Custódio Castelo é o mais internacional, premiado e consagrado guitarrista da atualidade e professor da única licenciatura de guitarra que existe em todo o planeta, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, da qual José Alegre foi o primeiro aluno, tendo-se formado recentemente. Miguel Carvalhinho é outro executante de classe superior, na guitarra clássica, e os dois juntos foram responsáveis por um concerto fantástico que terminou, com chave de ouro, um dia inteiro de partilha de música, afetos e experiências. Com a manhã dedicada ao conhecimento mútuo entre formadores e formandos e à transmissão de alguns conhecimentos básicos sobre a guitarra portuguesa, depressa se constatou que os alunos
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vinham com a lição bem estudada, sobre o instrumento em si, mas sobre o próprio Custódio Castelo. Aliás, muitos foram os que não conseguiram esconder a emoção ao conversarem com o seu ídolo, um homem que estavam habituados a escutar em discos de música, ou a ver na televisão ou em vídeos no you tube, e que foi, em alguns casos, determinante para se dedicarem à guitarra portuguesa. E Custódio Castelo assumiu esse papel sempre de sorriso nos lábios e um completo à vontade. “Eu já estou aqui na qualidade de avô. O José Alegre é o primeiro licenciado superior em guitarra no país e no mundo e o facto de estar a transmitir essa sua energia e paixão para uma nova geração é para mim um motivo de grande orgulho, e de agradecimento. Estes jovens não têm vergonha de agarrar uma guitarra portuguesa como quem agarra um coração e tratam com imenso amor e carinho um instrumento que é tão nosso”, observou o mestre. Guitarra portuguesa que sempre esteve associada ao fado e a uma classe de intérpretes e executantes de idade mais avançada, já que o auge da carreira acontecia normalmente após os 50 anos. “Obviamente que isso não atraia os jovens, preferem música feita por malta nova ou que, pelo menos, é dedicada a eles. O fado estava mais
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Custódio Castelo, Miguel Carvalhinho e José Alegre
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ligado ao sofrimento, mas existe, de há uns tempos para cá, um cuidado em trazer gente jovem para a nossa música nacional. E há abertura para que os jovens possam começar mais cedo a aprender a tocar guitarra portuguesa. Na altura também não havia escolas de música e quem estivesse fora dos grandes centros urbanos, nomeadamente Lisboa, nem sequer tinha acesso ao fado”, recorda.
de fado não devem desaparecer. “É ali que o fado acontece espontaneamente e devemos tentar transportar essa essência para o mundo, dá-lo a conhecer lá fora, para que, depois, as pessoas sintam vontade de conhecer essa realidade por si mesmas. Ou seja, levar o fado para fora, para atrair o público externo”, aponta o entrevistado.
Mas tudo evolui na vida, o fado não é exceção e, mercê dessa mudança, a guitarra portuguesa está a alcançar o seu merecido lugar, inclusive alémfronteiras, graças ao surgimento da world music. Independentemente disso, Custódio Castelo entende que o fado tradicional tem que continuar a ser preservado e que as típicas casas
E se qualquer jovem com jeito para a música consegue começar a tocar sozinho a viola clássica, crescendo até como autodidata, mais complexa é, todavia, a guitarra portuguesa. “É, de facto, mais exigente para aqueles que pretendem ir para além das noções básicas. Logo para começar, tem 12 cordas, são seis
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Grupo de alunos que participaram na vertente de guitarra clássica do workshop
duplas, e tem uma capacidade bastante elevada no que pode oferecer, tanto ao fado, como a outros estilos musicais”, frisa, acrescentando que esta diversificação da guitarra portuguesa foi pacífica, não causou grandes polémicas junto dos mais puristas. “O instrumento é o mesmo, simplesmente evoluiu por outros caminhos e está aberto a novas experiências. E os jovens vêm para a guitarra portuguesa porque ela deixou de tocar só aquela música que era cantada pelos «velhos» e que falava desse sentimento tão profundo que é a saudade”, afirma. Um caminho que Custódio Castelo decidiu seguir na sua carreira e que lhe trouxe alguns dissabores no início, precisamente por não tocar a guitarra
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portuguesa da mesma forma que se fazia há 50 anos. “Temos a responsabilidade de inovar mais um bocadinho, de lhe dar novas cores e sonoridades mas, sobretudo, de apresentá-la de forma diferente e o resultado disso é que temos aqui um workshop com dezenas de jovens de guitarra portuguesa na mão”, salientou, de sorriso nos lábios.
Um instrumento que move paixões À conversa com o primeiro licenciado do mundo num curso superior de guitarra, José Alegre confirma que se deu uma mudança de atitude em relação à guitarra
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portuguesa e recorda que, nos anos 70, 80, um jovem gostar de fado era considerado «piroso». “Hoje, uma criança de 10 anos não tem vergonha de dizer que aprecia o fado, um estilo que arrastou a guitarra portuguesa para os grandes palcos. O fado saiu das tascas e adquiriu o estatuto de estrela em espetáculos de grande dimensão, em festivais internacionais”, indica, satisfeito, o professor. Como que a demonstrar esta nova realidade, José Alegre tinha estado, há dois dias, a fazer provas de seleção de novos alunos para os conservatórios da Academia de Música de Lagos e praticamente todas as crianças conheciam a guitarra portuguesa. Ao mesmo tempo, garante que a
dificuldade deste instrumento é um mito forjado pelo desconhecimento que ainda existe em relação a ele. “Saber fazer três acordes numa viola ou numa guitarra portuguesa é razoavelmente fácil. Já tocar bem, seja em que instrumento for, exige anos e anos de dedicação, paixão e esforço, seja uma flauta de bisel, um violoncelo ou uma guitarra”, considera. A grande diferença, na sua opinião, é que a guitarra portuguesa tem um som bastante distintivo e que normalmente associamos esse instrumento a grandes mestres, ao topo do topo. “Portanto, quando ouvimos um miúdo a tocar guitarra portuguesa, percebemos que ainda não está lá. Com todo o respeito,
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mas os «Xutos & Pontapés», no início da sua carreira, sabiam três ou quatro acordes de guitarra e conseguiram crescer a partir dai. Na guitarra portuguesa isso não seria possível, porque o povo português exige que ela seja bem tocada”, analisa o docente, lembrando-se de uma situação em que estava a comer sardinha assada num restaurante em Tavira e, como terminou antes dos amigos, pegou na sua guitarra e começou a tocar. “Estava lá um velhote de barbas brancas a ouvir e refilou logo comigo, porque, segundo ele, eu não estava a fazer a guitarra gemer e chorar. Dizia-me que um homem que toca guitarra portuguesa não podia beber água, e meteu-me um copo de vinho na mão”, conta. José Alegre assegura, entretanto, que um músico semi-maduro e em crescimento consegue entrar com relativa facilidade no meio musical a acompanhar fadistas e fazer disso o seu sustento. “Temos aqui no workshop um jovem de 16 anos que toca guitarra há quatro anos e que está a receber, mensalmente, bem mais que um ordenado mínimo durante o Verão. Toca quatro, cinco, seis dias por semana e começou agora”, destaca, embora entenda que o dinheiro nunca deva ser a motivação principal de quem é músico. “Deve tocar por paixão, mas é um emprego apetecível”. Uma paixão que, depois, leva alguns músicos a inovarem, a misturarem as
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suas influências e experiências num cocktail delicioso, cenário que, para José Alegre, depende da personalidade de cada um. “Há jovens que desde os 10 anos que compõem e fazem trabalhos bastante agradáveis porque ainda não estão formatados. Vão buscar sonoridades que não lembram ao diabo, colocam os dedos nas cordas e vão experimentando. Não estudaram harmonia ou a história da música, querem apenas tocar, na brincadeira, e depois seguem caminhos interessantes”. A guitarra portuguesa respira, pelos vistos, saúde e o entrevistado enaltece a própria mudança de atitude dos mestres, dos profissionais deste instrumento. “Antigamente, quando um jovem guitarrista entrava numa casa de fados, os conceituados viravam-se para a parede para esconderem o que estavam a fazer. Hoje, observase exatamente o contrário, há uma tremenda partilha de informação e aprendemos todos uns com os outros”, garante, defendendo, contudo, que este processo seja feito de forma contínua e que não haja uma rutura abrupta com o passado. “As raízes são muito importantes, são o que dão autenticidade à nossa música. Hoje, é possível fazer tudo. Primeiro, há que aprender as regras. Depois, é quebrá-las e ir mais além”, finaliza, com uma risada, antes de se juntar aos formandos para o almoço .
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