D Magazine

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MAGAZINE Designer, Artista Digital e Ilustrador

Ee Venn Soh Comic Art

Alex Garner

Um dos Precursores do Graffiti no Brasil

Fotografias de Moda Inspiradoras

Julia Galdo

Ozeas Duarte aka Ozi

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SĂşmario

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Ozeas Duarte aka Ozi

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Julia Galdo

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Alex Garner

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Ee Venn Soh


Ozi Duarte Um dos Precursores do graffiti no Brasil


Ozi, você é um dos precursores do graffiti no Brasil, ainda na década de 1980. Avaliando hoje, como enxerga sua importância na arte do país? Difícil de responder, pois há tanta diversidade e caras muito bons fazendo arte na rua, com alto nível. Acredito que no geral essa grande manifestação de arte de rua criou uma nova visibilidade à ela, com a utilização de outras técnicas, como o desenho e a pintura. Acredito que o meu trabalho, e dos colegas que estavam lá nos anos de 1980, era sinalizar o caminho de que era possível uma arte sem amarras, sem a permissão das instituições que legitimam a arte. Sendo assim, o graffiti, na minha modesta opinião, é democrático. Todos o vêem e qualquer um pode fazê-lo.


No começo de sua carreira havia pouca abertura política e social, além do graffiti ser encarado uma arte clandestina. De lá pra cá, acredita quea relação dessa arte com a sociedade mudou? Eram tempos bicudos, o povo alienado por um poder que não permitia as pessoas questionarem e muito menos se expressarem, tudo isso com uma ilusão de era para o bem de todos. O graffiti naquela época era mesmo clandestino e nem era considerado como arte. O Alex Vallauri foi quem deu esse salto, antes era só a escrita sem estética com palavras de ordem, picho dos políticos, recados apaixonados e muitas frases de duplo sentido questionando o estado em vigor. Nesses quase 30 anos mudou tudo, principalmente o modo como as pessoas enxergam o graffiti e a pichação, mas ain- Há alguma história inusitada continua sendo assunto po- da que queria compartilêmico e está longe de ser una- lhar com os leitores? nimidade. Existem duas histórias boas. Em 1986, depois da abertura Enquanto realizava seus política, eu estava pintantrabalhos, já foi persegui- do na alça de acesso do do pela polícia? Minhocão, próximo à Praça 6


para cidade, enfim… mas não teve jeito, fomos à delegacia. Chegando na 2ª DP, para nossa surpresa, o delegado disse: “São esses os subversivos?”, e deu risada. Nós não acreditamos no adjetivo e, perplexos, dissemos que éramos artistas… O cara já nos conhecia e falou que o graffiti era legal, mas como havia denúncia, tinha que averiguar. Depois disso, falou ao sargento: “Será que essa gente (policiais) não tem mais o que fazer? Deixa os caras pintarem”. E então voltamos de camburão e terminamos o que havíamos começado.

Para fechar, como avalia a sua arte daqui a pra frente. Haverá mudança na sua maneira de encarar o graffiti?

www.flickr.com/photos/graffitivivo

Sim, já mudou e continuará a mudando. Quando saio para pintar nas ruas é sempre com a intenção de deixar nos muros um trabalho com qualidade estética, assim como faria uma obra para ser exposta em um museu, galeria ou qualquer outra instituição. É uma transformação constante.

Roosevelt, com mais dois amigos, quando chegou uma viatura da ROTA com cinco “brucutus” armados até os dentes, pedindo que parássemos. Tentamos argumentar, dizendo a eles que éramos artistas e que estávamos fazendo uma arte 7


Julia Galdo Fotografias de Moda Inspiradoras

Expresso o que está dentro de mim desde muito jovem

A fotógrafa Julia Galdo é formada pela San Francisco Art Institute e já trabalhou com clientes como Nike Air Jordan, Microsoft, Sony Music, Nylon, Wells Fargo, Juxtapoz e muitos outros. Notei o trabalho dela quando vi uma fotografia fantástica com um balanço de cor incrível (última foto da lista) e resolvi saber mais sobre seu trabalho. Julia faz fotografias editoriais, de moda e publicidade em geral, alem de fazer projetos pessoais muito legais.

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Alex Garner Comic Art

Podemos dizer que ‘comic art’ tem um peso considerável quando falamos em ilustração aqui na D Magazine. É quase impossível mostrar trabalhos de alta qualidade sem mostrar artistas especializados em comics. E hoje vamos fazer exatamente isso, mostrando o trabalho de Alex Garner. Ele já fez trabalhos para as duas maiores ‘comics houses’ (DC e Marvel), alem de ter trabalhado para vários outros clientes. As capas dele são fodonas, cheias de estilo e técnica. Para ver mais trabalhos dele visite a página do cara no DeviantART. Espero que gostem. Cheers! ;)

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Ee Venn Soh

Ee Venn Soh é um designer, artista digital e ilustrador auto didata de Johor Bahru, Malásia. Na semana passada mostramos um trabalho dele no wallpaper da semana e hoje vamos publicar uma entrevista que fizemos com ele. Alem de talentoso ele é um cara muito legal.

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De onde vem sua inspiração? Bem, diria que vem do pensamento que invade minha mente e mexe com minhas emoções. Você poderia descrever seu processo típico de trabalho quando faz um design? Depende muito se estou fazendo algo complicado ou um projeto pessoal, os processos variam muito. Na maioria das vezes começo pelo ‘creative brief’. Minha inspiração e meu playground será o canvas, onde faço as coisas que me satisfazem.Para produções visuais, a primeira coisa que faço é buscar muitas referências sobre o assunto no qual estou trabalhando.Passo um bom tempo consolidando e


digerindo essas referências. Isso faz com que meu processo flua de maneira mais fácil e suave. Assim que tenho a ideia do que quero, pego minhas referências e começo meu processo criativo. O que você faz para superar um bloqueio criativo? Existe uma variedade enorme de blogs e portais para ajudar nesse caso. Visito diariamente sites de fotografia, design, arte, tipografia e tecnologia. O input constante de criatividade deixa minha mente sempre funcionando. O único momento que sofro com o bloqueio criativo é quando chego em um estágio onde minhas habilidades e a

tecnologia atual não conseguem andar paralelamente na minha visão. Tem algum tema comum em seu trabalho ou você sempre tenta variar seu estilo? Tenho um timeline periódico em meu workflow. Por alguns meses posso fazer peças que tenham o mesmo estilo e isso pode mudar instantaneamente quando me sinto confortável com um novo estilo. É um tanto absurdo ser totalmente leal a um estilo. As pessoas podem cansar de ver sempre a mesma coisa, então você precisa variar. Quais apps você usa para criar seu trabalho? Photoshop e illustrator. 15

Mais uma vez agradecemos pela entrevista. Para encerrar, você tem alguma dica para dar aos artistas e designers iniciantes? Lembre-se que coisas memoráveis não surgiram a partir de uma fórmula. Faça coisas que inspire as pessoas. Nunca tente perseguir um estilo e não se preocupe em excesso com habilidades técnicas. Assim você vai travar em superficialidades, faça as coisas que achar certo e tudo mais vai se encaixar.


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