1 – A Utilização da Cor
A utilização apropriada e emotiva da cor é um aspeto de extrema importância na elaboração de qualquer composição gráfica.
Tendo em conta a nossa sociedade de consumo, rica em informação e orientada para o entretenimento, deve-se compreender a fundo quer a natureza da cor, quer a maneira como esta funciona, de forma a utilizá-la eficazmente.
Primeiro que tudo é necessário ter em consideração o suporte para que estamos a trabalhar, pois enquanto num ecrã a cor é transmitida diretamente de uma fonte de luz branca, num papel, através da utilização de tintas de impressão, as cores não são transmitidas mas sim refletidas.
Assim sendo, o leque de cores que pode ser impresso com tintas é mais pequeno e diferente do leque que pode ser criado com a luz branca do monitor.
2 – A Origem da Cor
Todas as cores derivam da luz branca pura. Já todos vimos a luz a atravessar um prisma de vidro e dividir-se nas cores do espectro. Estas cores são transmitidas diretamente sobre a retina e não são refletidas.
O monitor é uma fonte de luz branca artificial e as cores são também transmitidas diretamente sobre a retina. O método utilizado para simular as cores do espectro apresenta as três cores primárias que formam a luz branca. Utilizando até 256 níveis de diferentes intensidades de cada cor primária para apresentar cada pixel, é possível chegar a 6,7 milhões de cores.
2 – A Origem da Cor
As cores primárias utilizadas por um monitor são o vermelho, o verde e o azul, conhecidas pela abreviatura RGB. No entanto, quando se pretende criar materiais para impressão, é necessário simular as cores através de tintas de impressão. As cores de impressão são apreendidas pelo observador através do reflexo da luz a partir da superfície impressa, sendo que as primárias RGB se aplicam exclusivamente à luz transmitida. Deste modo é necessário um segundo conjunto de três cores, estas são o ciano, o magenta e o amarelo que, com a adição do preto, formam o chamado CMYK.
3 – Cores Transmitidas ou Aditivas (RGB)
Quando uma cor primária transmitida é combinada com outra, é apreendida mais luz do que só uma cor isolada. Quando combinadas, o vermelho, verde e azul formam branco e, por este motivo, são chamadas cores primárias “aditivas”. Assim, combinando a luz vermelha com a luz verde, por exemplo, produz-se uma cor que se começa a aproximar da luz branca (na realidade, o amarelo). Da mesma forma uma combinação de vermelho e azul produz magenta e uma combinação de azul e verde produz ciano.
4 – Cores Refletivas ou Subtrativas (CMYK)
Neste caso, as três tintas coloridas primárias subtrativas foram impressas sobre papel. Cada cor tem uma das aditivas primárias subtraídas, pelo que, quando duas se sobrepõem, duas cores primárias são subtraídas deixando apenas visível uma das primárias. Uma vez sobrepostas as três cores subtrativas, todos os três componentes da luz branca são absorvidos; nenhuma luz escapa e é apreendido o preto. Mas, na realidade, é refletida uma pequena parte de luz e não se obtém um verdadeiro preto s
Para corrigir isto, as impressoras utilizam uma quarta tinta, o preto.
5 – Modos de cor RGB e CMYK
RGB
Painel Channels do Photoshop
CMYK
Painel Channels do Photoshop
6 – Leque de Cores Possíveis
Uma vez que o monitor do computador gera luz branca, este é capaz de apresentar virtualmente todas as cores que o olhar é capaz de ver. Porém, é um facto da física que (com exceção dos espelhos) todos os objetos absorvem alguma luz, mesmo que apenas uma pequena quantidade. Assim, o espectro completo nunca pode ser refletido.
Por exemplo, o branco de um ecrã de computador é sempre muito mais branco que todos os papéis de impressão brancos. Nenhum dos inúmeros ricos e vibrantes pigmentos utilizados nas tintas podem igualar o brilho do ecrã.
Algumas das zonas mais claras e subtis da cor serão perdidas quando uma imagem é convertida para impressão CMYK. Nestas ilustrações é mostrado a cinza o aviso de Gamut do Photoshop, revelando as zonas que serão perdidas na imagem original RGB, quando impressa em CMYK.
6 – Leque de Cores Possíveis
O olho humano é capaz de ver um maior leque de cores do que a impressão CMYK ou os monitores RGB são capazes de reproduzir.
Em geral, é maior o número de cores vibrantes que estão disponíveis no ecrã do que as que podem ser impressas.
A – o espectro visível B – monitor RGB C – processo CMYK
7 – Atributos da Cor
Quer a cor seja transmitida diretamente sobre a retina ou refletida por diferentes pigmentos (incluindo o ciano, magenta, amarelo e preto), consiste sempre nas três primárias – vermelho, verde e azul. Estas primárias são os ingredientes de diferentes cores, mas todas as cores têm três outros atributos: matiz, saturação e brilho. MATIZ: Matiz é o termo mais simples de compreender, pois é na sua essência permutável com a palavra “cor”. As cores do espectro são, muitas vezes, apresentadas num círculo ou roda de cores e podemos utilizar nomes-base para identificar cada cor principal: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, ciano, magenta, violeta e índigo. Muitas centenas de nomes são possíveis para as cores intermédias. Quando nos referimos a uma cor como sendo “laranja”, estamos a identificar o seu matiz.
7 – Atributos da Cor
SATURAÇÃO: A saturação refere-se à vibração e pureza da cor. Para compreender a saturação, é muitas vezes útil olhar para o seu oposto, a “desaturação”. Como as cores são formadas pelas três cores primárias, uma ausência total de cor levanos a apreender o preto. Se existir uma força total ou igual de vermelho, verde e azul, apreende-se o branco (entende-se, portanto, que o branco é a totalidade da cor). Como o cinzento reside algures entre o preto e o branco, é formado por quantidades iguais de menos do que o vermelho, verde e azul totais. As três quantidades de cor estão em equilíbrio perfeito e o resultado é descrito como uma cor completamente “desaturada”. Inversamente, quanto maior for a diferença existente nas quantidades individuais de vermelho, verde e azul, maior é a saturação.
7 – Atributos da Cor
O nível se saturação da ultima imagem é elevado (assim, completamente saturada) e o da primeira imagem muito baixo (desaturada). Uma imagem totalmente saturada contém valores máximos de cada cor e pode, muitas vezes, produzir uma representação exagerada, ao invés de fiel. A imagem central é então a que possui um nível correto de saturação.
7 – Atributos da Cor
BRILHO: O brilho (por vezes referido como luminosidade ou tom) refere-se à quantidade de luz que foi utilizada para produzir a cor em questão. A saturação ou desaturação de uma cor depende dos rácios de vermelho a verde, mas não necessariamente da quantidade total de luz utilizada para o criar. Se for utilizada uma grande quantidade de luz para criar uma cor, a cor será brilhante (ou clara). Se for utilizada uma pequena quantidade total de luz, então a cor é apreendida como sendo escura.
7 – Atributos da Cor
O nível de brilho da primeira imagem é muito baixo, enquanto o da última imagem é muito elevado. Em relação a cada extremo, o contraste diminui e, assim, o nível ótimo de brilho de uma imagem é aquele em que o contraste é mais elevado, ou seja, a imagem central.
8 – Trabalhar com Cor
A cor pode ser utilizada como um apelo, inspiração, entretenimento, destaque ou como uma marca identificadora.
A cor é dependente e nunca funciona isoladamente. O observador reage à cor dentro de um contexto e em associação com outras cores e elementos gráficos.
As condições ambientais e de iluminação afetam a forma como a cor é entendida, algo a ter em consideração ao escolher as cores para a elaboração de qualquer composição.
8 – Trabalhar com Cor
A cor pode ser utilizada como um meio de identificação e codificação, como num gráfico circular ou de colunas, em que um número de diferentes elementos com a mesma importância necessitam de ser identificados. Em tais contextos, deve ter-se cuidado em misturar cores (matriz) de tons semelhantes (luminosidade) e intensidade (saturação) para evitar dar um destaque errado a um qualquer elemento. Título do Gráfico 6 5 4 3 2 1 0 Categoria 1
Categoria 2 Série 1
Categoria 3 Série 2
Série 3
Categoria 4
8 – Trabalhar com Cor
Numa situação em que é necessário criar níveis de importância relativa, uma alteração na intensidade da cor ou na luminosidade ou em ambas pode ser utilizada como um instrumento hierárquico.
Título do Gráfico 6 5 4 3 2 1 0 Categoria 1
Categoria 2 Série 1
Categoria 3 Série 2
Série 3
Categoria 4
8 – Trabalhar com Cor
Combinar cores complementares (verdadeiros opostos na roda das cores) irá despoletar uma vibração natural se for necessária uma noção de excitação e energia.
Para utilizar emotivamente a cor, é essencial compreender o tema do projeto de design e do público a quem se destina, de modo a que a escolha de cor possa ser adequadamente relacionada.
As cores podem ser consideradas quentes ou frias, suaves ou fortes, claras ou escuras, passivas ou ativas – sendo que todas estas características podem ser utilizadas individualmente ou em associação umas com as outras.
9 – A Linguagem da Cor
A associação de cores forma uma parte importante da linguagem da cor em todas as áreas do design gráfico. Isto pode ser visto na forma como os verdes são utilizados para frescura, os azuis e os brancos para higiene, o vermelho para perigo e o roxo para riqueza. Existem muitos exemplos de combinações de cor que estão associadas com política, nacionalidade, desporto, religião ou convenções culturais e religiosas. É importante estar consciente de todas elas, de modo a evitar criar mensagens confusas. Por exemplo, o vermelho e o verde são reconhecidos por todo o mundo como simbolizando “parar” e “avançar”.
9 – A Linguagem da Cor
Vermelho
Vitória, paixão, amor, força, energia, sexualidade, sangue, guerra, fogo, perigo e raiva.
Amarelo
Sol, verão, vida, serenidade, colheita, ouro e inovação.
Natureza, primavera, fertilidade, esperança e segurança.
Espiritualidade, paz, estabilidade, melancolia, depressão, mistério e tranquilidade.
Branco
É a cor que possui maior leveza. É muito utilizada nas margens das páginas.
Preto
Facilita a harmonia e gera um ótimo contraste se usada com cores brilhantes.
Permite a redução das conotações emocionais das outras cores.
9 – A Linguagem da Cor
Os significados das cores variam largamente em diferentes culturas.
Por exemplo, em muitos países da Ásia, o branco é associado com a morte, enquanto no Ocidente, está associado com a pureza. O vermelho na Inglaterra simboliza “realeza”, nos EUA “perigo”, na China, “revolução” e na Índia “casamento”. Estas associações e diferenças podem ser úteis na criação de ligações pouco usuais ou na alteração de perceções, de acordo com o contexto do design.
Referências Bibliográficas
Gordon, Bob; Gordon, Maggie (2003). O Guia Completo do Design Gráfico Digital. 1ª Edição, China: Livros e Livros.