O Gambito da Rainha Ser mulher não deveria definir tudo aquilo que somos capazes ou não de fazer. Por Deborah Vieira
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a série, Beth Harmon é enviada a um orfanato após perder a mãe em um acidente de carro. Lá, a educação, com normas de etiqueta e como se portar, é totalmente voltada para o condicionamento e transformação das meninas em mulheres prontas para o casamento. Além disso, as crianças são medicadas com calmantes, um vício que a personagem leva para a vida adulta. Entre uma aula e outra, Beth descobre que o zelador do orfanato tem um hobbie interessante: jogar xadrez. O senhor Shaibel, a princípio, não quer ensinar o jogo à garota por dizer que esta não é uma atividade “para garotas”. No entanto, a curiosidade de Beth e seu raciocínio extraordinário fazem com que a garota aprenda os primeiros passos, antes mesmo de ter a chance de jogar em um tabuleiro. Isso faz com que o zelador ensine a garota e se surpreenda cada vez mais com suas habilidades. Habilidades essas que a fazem ir longe, jogar xadrez em outras escolas. Alguns anos depois, Beth é adotada por Alma Wheatley e seu marido. O pai adotivo de Beth deixa as duas e Beth passa a jogar profissionalmente para continuar ao lado da mãe.
O xadrez abre possibilidades, mas “ser uma garota” sempre pesa no julgamento antecipado dos personagens que Beth cruza ao longo da série. Ser uma garota que joga xadrez, parece, inclusive, se sobrepor ao fato dela ser uma incrível enxadrista. Beth Harmon: “O que importa pra eles é que eu sou uma garota.” Alma Wheatley: “Mas você é!” Beth Harmon: “Isso não devia ser importante! Não publicaram metade das coisas que eu disse!” Beth abre portas para outras mulheres e inspira ao provar que somos capazes de tudo, inclusive, de fazer aquilo que dizem que não podemos, a adentrar em áreas dominadas pelos homens.
Edição 1
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