PAOLLA OLIVEIRA bonita, talentosa e de bem com a vida
NÃO É POR ACASO QUE O RIO TEM SORRISO ATÉ NO NOME.
SORRISO: A MARCA DO RIO
Foto / Eduardo Rezende
Foto / Alexandre Macieira / RIOTUR
Foto / Vinicius Grosbell
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CENTRO DO RIO RESPIRA CULTURA
Arte em meio à natureza
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RIBEIRÃO DA ILHA
PAOLLA OLIVEIRA
Destino certo para os amantes de ostras
Sem rótulos e de bem com a vida
Foto / Cleiton Thiele / PressPhoto
Foto / Darlene Silveira
índice Luciano Martins, 22 Fenachamp, 32 Patrícia Secco, 42 Cacau Menezes, 48 Nani Eskelsen, 52
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GRAMADO
Festival de Cinema
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Havan Liberty, 60
PORTO ALEGRE
Casa de Cultura Mário Quintana
Mané Ferrari, 62 BOX 32, 65 Agenda Cultural, 76
Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont) | São Paulo (Aeroportos de Congonhas e Guarulhos) Região Sul (Aeroportos de Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre)
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Arte em meio Ă natureza exuberante por Luciana Pereira
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Fotos / Vinicius Grosbell
O espaço está entre um dos três pontos mais visitados por turistas em Curitiba e impressiona pela beleza.
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lém do título de cidademodelo, cosmopolita e zelosa com seus espaços urbanos, Curitiba também é lembrada por um ponto turístico que parece resumir todos os predicados ostentados pela cidade: a Ópera de Arame. Inaugurado em 1992, nasceu – e ainda se mantém – como uma grande novidade quando o assunto é espaço cultural. Com estrutura tubular e teto transparente que remete a uma delicada construção em arame, foi projetada e desenvolvida pelo arquiteto Domingos Bongestabs com o intuito de acolher todo tipo de espetáculo, do popular ao clássico. Localizada dentro do complexo multicultural Parque das Pedreiras junto à Pedreira Paulo Leminski – a Ópera de Arame vem trazendo uma nova forma de consumir cultura na cidade. Harmoniosamente situado entre lagos, vegetação típica e cascatas, o que torna a paisagem singular, o local, concessionado pela DC Set Group desde 2012, é cenário de grandes eventos desde 1989 e pode abrigar, ao ar livre, 20 mil pessoas. “Além do lugar, que por si só tem muitas belezas, e do teatro, que recebe os maiores e mais importantes shows da cidade, o Parque das Pedreiras quer possibilitar ao público que vem até Curitiba uma maneira diversificada de consumir arte e, com isso, valorizar a cultura local e proporcionar uma experiência superpositiva para quem chega. A ideia é que neste espaço de preservação ambiental, a cultura encontre o seu lugar. Por isso, o objetivo é trazer concertos, exposições e outras ativações constantes”, explica Helinho Pimentel, diretor do Parque das Pedreiras.
O teatro
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Música para todos os lados Com uma recém-inaugurada fase, o Parque das Pedreiras passou a ampliar a possibilidade de atrações. A primeira delas foi o Vale da Música, projeto pioneiro no país que mudou o cotidiano da Ópera de Arame. Viabilizado via Lei Rouanet, e com apresentação do Bradesco e realização da Futura Fonte, o Vale da Música, que tem curadoria musical de Victor Gabriel Castro, trouxe música instrumental de terça a domingo, das 10h às 18h, em um palco flutuante bem em meio ao lago situado no entorno da Ópera. “O Vale da Música é um projeto que vem destacando Curitiba no cenário cultural do país. Um grande intercâmbio artístico que envolve músicos de alta qualidade, possibilitando ao público uma aproximação com as várias vertentes da música instrumental. É um marco em um dos pontos mais visitados da cidade, que ganhou outra relevância com o projeto”, conta Alan Eccel, sócio da empresa Futura Fonte. Inaugurado em setembro de 2018, o Vale da Música conta com a participação de artistas de renome nacional e internacional e músicos locais. Desde seu início, mais de 200 mil pessoas já passaram pelo local e o espaço recebeu mais de mil shows. “A Ópera de Arame, que historicamente recebe grandes espetáculos, agora conta com um calendário diurno de música e arte. Esse é apenas o embrião de um universo de possibilidades culturais que o complexo Parque das Pedreiras trará para a cidade. É uma referência no país que impacta no turismo e, principalmente, na relação dos próprios curitibanos com a Ópera”, celebra Hélio Pimentel. O projeto apresenta músicos e cantores com forte impacto na cena musical local. “Estamos recebendo atrações nacionais e internacionais. Tem apresentação todos os dias, exceto nas segundas-feiras. De terça a domingo os shows acontecem com intervalos de dez minutos entre as apresentações. Quem for à Ópera de Arame às 10h30 para tomar café da manhã vai ouvir música de altíssimo nível, quem for para almoçar, passar a tarde ou fazer um happy hour, também. Essa ideia de música full time é ímpar. O projeto começou quando resolvemos manter a cultura aquecida, tornar Curitiba uma cidade referência em música. O lago é lindo, a construção, a vegetação... O espaço é muito propício para esse tipo de evento”, complementa Helinho. 10 .
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Por dentro da Ópera No processo de revitalização e de ampliação das possibilidades culturais, o restaurante Ópera Arte, no subterrâneo do teatro, ganhou um novo espaço externo, com decks que aproximam o público das apresentações do Vale da Música. O restaurante traz uma gastronomia diversificada. O destaque fica por conta das opções com pitadas da culinária paranaense, como o barreado, por exemplo. O Ópera Arte oferece almoço e lanches diariamente para turistas e visitantes. Para quem participa dos shows na Ópera de Arame o projeto Experiência Ópera oferece a possibilidade de curtir o local pré e pós show, ao som de bandas que se apresentam antes e depois das atrações principais. Além de espaços de convivência interessantes, a Ópera de Arame também valoriza a arte e os produtos feitos 100% por artesãos, designers e artistas plásticos locais e independentes. Por trás deste conceito está a MUNÁ, a loja oficial do Parque das Pedreiras. São vários produtos, desde clássicos souvenires, como chaveiros, canetas e moleskines, até roupas, acessórios estilizados, esculturas e luminárias. Todos abordam a temática musical, a natureza, a cidade de Curitiba, seus símbolos ou simplesmente artigos criativos idealizados por gente da cidade e do Estado. A ideia é ofertar criatividade com cara da cidade para levar para casa. O projeto de interiores é do arquiteto Felipe Guerra. A construção e a idealização do espaço são uma iniciativa em parceria entre a Futura Fonte, empresa produtora de projetos culturais e operadora da loja, e DC Set, concessionária do Parque das Pedreiras.
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Fotos / Vinicius Grosbell
Sobre o Parque das Pedreiras Em agosto de 2012, a empresa DC Set Eventos ganhou a concessão dos espaços culturais Ópera de Arame e Pedreira Paulo Leminski, juntos denominados como Parque das Pedreiras. Durante 2012 e 2014, o complexo passou por um processo de revitalização em sua infraestrutura e abriu suas portas em 2014, quando começou a desenvolver e sediar inúmeros concertos e festivais nacionais e internacionais em seus espaços. Concluídas as fases de revitalização e inserção de Curitiba no roteiro das principais turnês, o Vale da Música passou a representar um novo e relevante passo para a operação do Parque das Pedreiras dentro da ideia de criar uma constante programação durante o dia que contribua para a difusão acessível da cultura na sociedade. n Rua João Gava, 970 – Abranches Curitiba | (41) 3354-4482 Funcionamento Vale da Música: terça a domingo das 10h às 18h Valor: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada) O benefício é válido para quem esteja dentro da lei da meia-entrada, para clientes Bradesco e para moradores de Curitiba
Foto / Gus Benke
parquedaspedreiras.com.br
Restaurante Ópera Arte JULHO . 2019
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Make em dia
Apaixonada por maquiagem, Anajú Dorigon, a vilã Camila de “Órfãos da Terra”, encara como arte o mundo dos batons, lápis, rímeis e muito mais. Apesar de ser viciada em batom – ela tem mais de 30 (pasmem!), é a região dos olhos que a atriz adora destacar. “É a minha parte favorita.
Fotos / Patrícia Câmara
(@anajudorigon)
Mulher de negócios
Em ritmo de despedida Na reta final de “Verão 90” – que marcou sua estreia na TV, Alana Cabral diz já estar com saudade dos colegas de elenco, em especial de Claudia Ohana, considerada uma mãezona. “Já até chorei sentindo falta de todos”. A atriz tem se destacado no folhetim e anda sendo sondada para realizar outros trabalhos na emissora. Boa sorte... (@alanacabral.oficial)
De volta à TV para viver mais uma vilã na carreira, agora como Lara, em “Topíssima”, Cristiana Oliveira está com a agenda agitada. Além do folhetim da Record, este ano ela vai estar nas telonas com os filmes "Eu sou Brasileiro", de Alessandro Barros, "Borderline", de Cibele Amaral, "Paixão Nacional", de Teresa Jessouron, "Uma carta para Ferdinand" de Fabio Cabral, e "Os Suburbanos", com Rodrigo Santana. Ainda segue realizando palestras pelo Brasil a respeito de empoderamento, relacionamento e autoestima, e continua investindo em suas marcas como a de semijoias C.O, e a DBianc, que é uma linha de cosméticos profissionais para cabelos. Ufa! (@ oliveiracris10)
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Habemus Felipe Com um corpão de dar inveja e de arrancar muitos suspiros por onde passa, Felipe Cunha está de volta à TV, só que agora para viver o protagonista Antônio Ramos, taxista de origem humilde, morador do Vidigal e líder comunitário na trama de “Topíssima”. O bonitão da vez tem feito sucesso dentro e fora da TV junto aos fãs. A pergunta que não quer calar é: quem não gostaria de pegar uma carona com ele? (@felipeocunha)
Um must Camila Pitanga surgiu linda com as novas tranças no ensaio feito para a marca MOB, na África. A atriz posou na Reserva Masai Mara, no Quênia, e arrasou com looks da marca que celebram a força e a beleza da mulher real. (@moboficial)\
Expert Apesar de ser vegetariana há 10 anos, quando o assunto é a preparação de delícias para serem levadas à mesa, Leona Cavalli conta que sabe comandar como ninguém a arte do forno e fogão. Mesmo sem ir para a cozinha todos os dias, ela entrega que o seu risoto de funghi é dos deuses. No ar dando vida a Teresa Fraga, em “Órfãos da Terra”, aos 49 anos a atriz esbanja um corpão em forma e o segredo para manter as medidas no lugar está em se exercitar. “Quando tenho uma folga aproveito para alguma atividade. Não gosto de ficar parada”. (@leonacavalli)
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Desde que entrou em “A Dona do Pedaço”, Paolla Oliveira tem ‘causado’ com as aparições da sensual Vivi Guedes e elevado a audiência. Ela bateu um papo exclusivo com a deBORDO e assuntos como feminismo, cobranças da sociedade e trajetória de vida não fugiram da pauta, numa fase mais madura da atriz.
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por Márcio Gomes
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e em “A Dona do Pedaço” Paolla Oliveira tem elevado a temperatura com as cenas sensuais de Vivi Guedes, a blogueira que investe (e muito) nas curtidas do seu perfil, fora da TV ela é bem diferente. Reservada, quer (e tem conseguido) ser dona das próprias escolhas, resistindo às pressões que sente da sociedade. “Há tantas expectativas. Mas não quero ter que caber em nenhum lugar, nem quero pertencer a eles. Nem roupa, nem estereótipos, nem padrões... Falamos muito sobre escolha e liberdade, e isso é libertador e genuíno. Para mim, ser dona do meu caminho e estar feliz com as minhas escolhas é perfeito. Isso independe das pressões”, dispara.
Aos 37 anos, solteira e muito de bem com a vida, ela sabe que pressões pela maternidade existem, mas é algo não tão latente neste momento. “Ainda não sinto essa urgência. Não preciso ceder às pressões externas”, diz. Cobranças à parte, Paolla sabe que suas cenas têm dado o que falar. Basta uma aparição da personagem com uma pegada mais sensual que ela ‘quebra a internet’, o público reage e o seu nome fica no trend topics como um dos assuntos mais falados do dia. No entanto, quando o assunto é sensualidade, ela é o avesso de Vivi Guedes. “Eu não me coloco no lugar de sensual ou algo assim. Realmente, sou bem diferente dela nessa tranquilidade e habilidade de se expor na internet”, conta e completa: “A sensualidade para mim está no que é natural. É uma potência de vida mais espontânea”.
Persistência Quem vê hoje Paolla (que adotou mais um l no nome em 2012, por conta de numerologia) brilhar na TV e acumular sucessos como Paloma, de “Amor à Vida”; Danny Bond, de “Felizes para Sempre?”; Jeiza, de “A Força do Querer”, entre outros, sequer imagina que no começo ela não contou com o apoio da família, o pai um policial militar aposentado e a mãe uma ex-auxiliar de enfermagem. Mesmo tímida e ainda jovem, foi em frente para alcançar o que mais queria: ser atriz. “Essa profissão me escolheu. Com o tempo eu me dei conta da grandiosidade dela, que eu podia fazer as minhas escolhas e ter voz. Talvez não com o apoio em relação ao trabalho, mas com valores e a estrutura familiar que me fizeram quem eu sou. Lute com vontade sem esquecer o que aprendeu no caminho”, enfatiza. 18 .
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Com muitos nãos recebidos nessa trajetória de uma profissão que envolve dedicação, amor, ego, vaidade e outros, ela não desanimou com os obstáculos que enfrentou. “Foram muitos na vida. As negativas começaram dentro de casa, mas ouvi tantas outras nos testes. Os nãos me fizeram ter mais força para seguir em frente”, diz.
A sensualidade para mim está no que é natural.
Fotos / Eduardo Rezende
Hoje, com mais um sucesso na carreira, destaque em "A Dona do Pedaço", questionada sobre quando olha para trás e vê a própria trajetória, tudo que passou para chegar até aqui, ela afirma que a caminhada foi dura, longa, mas valeu (e muito) a pena. “Olhar para trás e ver a maneira que minha carreira foi construída é muito bom. Fico feliz com meus erros, meus ajustes e com as coisas que deram certo. Isso é a vida, não? A vida é essa constante busca pelo equilíbrio. A trajetória é, muitas vezes, mais importante que o objetivo. Tive oportunidades de me transformar muitas vezes, eu gosto disso”, afirma. No ar, quando assistimos Vivi Guedes em ação, a personagem é completamente diferente da Paolla do dia a dia, que não expõe a vida nas redes sociais, por exemplo. “Ela é vibrante, leve e descolada. Tem empatia e existe a curiosidade do público em relação a essa nova profissão, a de digital influencer. Além disso, a Vivi é dona do próprio nariz, cheia de liberdade, mas faz tudo isso com muita simpatia”, explica. JULHO . 2019
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Sou inquieta e gosto dessa eterna busca.
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O sucesso na trama de Walcyr Carrasco é tanto que a blogueira da trama do horário nobre ganhou um perfil numa rede social, que atingiu mais de 380 mil seguidores, uma excelente marca, para uma página criada há pouco tempo. “Tem uma equipe responsável para administrar a conta @estiloviviguedes. Ter um perfil da personagem é uma novidade, inclusive pra gente. Normalmente, levamos a novela para a internet e, dessa vez, também trazemos a internet para a dramaturgia. Essa possibilidade de interação é maravilhosa. Estou muito a fim que esses mundos se entrelacem e que o público faça, cada vez mais, parte do dia a dia dela”, diz a atriz. E ela completa falando sobre os comentários nas redes sociais da personagem: “Fico muito feliz com esse sucesso da Vivi, ela é forte, atual. Quanto aos comentários e elogios recebo todos eles com carinho e respeito”.
Feminismo em pauta Simples e muito gente boa, Paolla afirma não ter enfrentado nenhum tipo de preconceito por ser bonita, comprovando que talento e beleza podem andar lado a lado. “A beleza, assim como o humor ou o estilo, não podem ser um fardo. Trabalho muito para construir uma carreira sólida, sem ter que provar nada”, reforça. Certa que vivemos um momento em que as mulheres estão, cada vez mais firmes, posicionando-se sobre diversos aspectos na sociedade, Paolla vê o feminismo como uma forma de lutar pela igualdade, tomar consciência da própria condição. “É fortalecer a sua identidade e batalhar por seus direitos. Feminismo tem a ver com homens e mulheres. Sobre como criar homens que se permitam ser mais sensíveis e tolerantes e mulheres que consigam ser fortes sem se envergonhar disso”, esclarece. No fim da entrevista, num momento de reflexão sobre o que mudou na vida da Caroline Paola Oliveira da Silva, a atriz conta que vê tudo de forma bem positiva. “Eu faço um balanço muito bom da minha vida. Com muitas conquistas, mas ainda muita coisa a ser alcançada também. Sou inquieta e gosto dessa eterna busca. Adoro olhar os benefícios que o tempo me trouxe, é maravilhoso”. Bonita, talentosa, bem-sucedida e realizada com tudo o que alcançou até aqui, questionada sobre o que ainda falta conquistar, ela é direta. “Todo dia é dia de conquistar coisas e se frustrar com outras. A vida é assim”, conclui. n JULHO . 2019
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A metamorfose criativa da ilha de Florianรณpolis por Luciana Pereira
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Foto / Lio Simas
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uando criança, o gaúcho Luciano Martins, 52 anos, tinha gostos pouco ortodoxos quando se tratava de brincadeiras. Enquanto boa parte de seus amiguinhos jogava bola e brincava de pega-pega numa Porto Alegre de ares ainda interioranos, ele gostava mesmo era de desenhar histórias em quadrinho e fantasiar sua própria editora de gibis. Na adolescência, o gosto pelo desenho prosseguiu. Até que, aos 17 anos, decidiu que era hora de ter o seu primeiro emprego. Com a ajuda da mãe, conseguiu uma entrevista no Zero Hora, um dos principais jornais do Rio Grande do Sul. Para concorrer à vaga, precisou desenhar cartoons sobre política e futebol. Não foi selecionado para o emprego. “Saí da entrevista chateado, fui comer um cachorro-quente e chorar as pitangas com um amigo. Enquanto lamentava, uma pessoa que também estava comendo ali, escutava a minha história, e perguntou: ‘você está procurando emprego? Sabe desenhar?’. Disse que sim. Ele era dono de uma agência de publicidade e precisava de alguém que soubesse desenhar”, conta. E completa: “Fui admitido. E o universo que encontrei me encantou. Os núcleos de criação pareciam um sonho, cheios de papéis, lápis, tintas... Tomei gosto pelo ofício e fui ficando. Aos 30 me tornei diretor de criação, até que recebi uma proposta para trabalhar em uma agência de Florianópolis. Topei o desafio e me tornei sócio”, diz. Convidado para criar a campanha da Casa Cor Santa Catarina, Luciano teve o insight que inspirou a grande guinada de sua vida. Embora os computadores já fossem uma realidade nas agências de publicidade na época, ele decidiu voltar às raízes e desenhou a identidade visual da mostra toda a mão. “As pessoas me pediam o cartaz de divulgação para
emoldurar e colocar em suas casas como se fossem uma obra de arte. Foi aí que me deu o clique de começar a pintar para elas. Eu ia para o ateliê – que montei em minha casa – e pintava até altas horas. Comecei a vender quadros. Levei essa vida paralela por 10 anos. Mas resolvi que iria tocar minha vida como artista plástico e abri uma galeria”, relembra.
Artista x publicitário Apesar de abraçar por completo a nova carreira de artista, Luciano nunca abandonou a veia publicitária. Com as suas pinturas se difundindo e extrapolando os limites da região Sul, empresas começaram a procurá-lo com o objetivo de licenciar sua arte. “Abri minha empresa de licenciamentos, que também tem um braço nos Estados Unidos. Pude unir a paixão pelo desenho e pela arte à oportunidade de ver as minhas obras multiplicadas
em produtos nos quais acredito. Hoje são cerca de 1200 produtos licenciados que vão de chocolates da Cacau Show às roupas da Renner”, fala.
Futuro e novos projetos Apesar de ter uma rotina pulsante de criação, viagens, reuniões e o trabalho na galeria, localizada no coração da Lagoa da Conceição, um dos bairros mais icônicos da ilha, Luciano se mostra um homem simples no quesito desejos para o futuro. “Nunca fiz intercâmbio. Quem sabe quando eu estiver com os meus 70 ou 80 anos? Depois dessa realização, pretendo ter uma casinha no interior da Itália e da Espanha para fazer o que eu mais amo: desenhar e pintar. Sem prazo, sem tempo, sem cobranças. Só me alimentando da minha arte e do amor de quem me cerca”, diz o artista que, por mais que queira, não consegue parar. “Estou tentando abrir uma galeria em Miami, criando a linha de sorvetes da Cacau Show, e amadurecendo personagens que estão encubados. E, também, tenho uma exposição marcada para Florença no fim do ano”, finaliza. n
Galeria de Arte Luciano Martins Av. Afonso Delambert Neto, 664, lj. 2 Lagoa da Conceição | Florianópolis (48) 3232-0823 lucianomartins.com.br
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A arte dos FaberWHO
Foto / Rudi Bodanese
Advogada por formação, foi nas artes plásticas que Simone Michielin encontrou sua verdadeira vocação. Após guinar radicalmente e assumir a sua veia artística, ela apostou nos FaberWHO, ovinhos de madeira pintados delicadamente a mão, um a um. Através do trabalho da artista, personagens da cultura pop se transformam em toy arts exclusivos e colecionáveis que são ótimos itens de decoração e opções para quem quer presentear. Aliás, qualquer pessoa, ou mesmo os pets, podem virar um FaberWHO. Basta se cadastrar na loja virtual e enviar uma foto com as principais características para transformar todos em simpáticos ovinhos. (@simonemichielin.arte)
Recordação chique Filha dos empresários Pasquale e Eidilamar Migliardi Bianchini, Beatrice Migliardi comemorou os 15 anos com uma grande festa no The Roof (Majestic Hotel), em Florianópolis. A jovem fez um book lindo, que representa bem o glamour e a badalação que foi o evento.
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Foto / Rudi Bodanese
Pisadas com estilo
Apesar de ser dentista, bem relacionada e frequentar as melhores festas, Sabrina Sbruzzi tem se encontrado também com o mundo da moda. Ela acaba de lançar a sua marca, a Sbruzzi Store, que tem uma pegada voltada para as botas. Com vários modelos como Over-The-Knee, Snow, de couro, com lantejoulas, com cristal, a marca atende a todos os gostos. Feliz da vida, ela pretende ampliar o negócio e, em breve, começará a comercializar sandálias e outros itens. Fica a dica. (sbruzzi.com e @sabrinasbruzzi)
Sabrina Sbruzzi e sua amiga Cristina de Vincenzi
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Destino certo para os amantes de ostras por Márcio Gomes
Se bater aquela vontade de saborear uma ostra in natura ao vinagrete de cenoura ou com abacaxi e figo, e ainda sem pressa, no mesmo ritmo dos açorianos – os primeiros a chegar na região, o destino certo é o bairro de Ribeirão da Ilha, referência mundial no preparo da iguaria.
Foto / Mario Costa JR / Floripa Convention
Ribeirão da Ilha e o trapiche do restaurante Ostradamus
Igreja de Nossa Senhora da Lapa
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Foto / Mario Costa JR / Floripa Convention
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ocalizada no Sul da Ilha de Florianópolis, Ribeirão da Ilha encanta quem passa por suas ruas, em especial pelo centro histórico. É como se estivesse voltando no tempo. Marcada pela arquitetura açoriana, é fácil percorrer a cidade e se deparar com casarios coloniais portugueses, casas geminadas, alinhadas, coloridas, é lindo! Isso sem falar da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, inaugurada em 1806. A cidade preserva suas tradições, como a Festa de Nossa Senhora da Lapa e a produção de rendas de bilro, das canoas e baleeiras, dos balaios e cestos de cipó. Mas o local é conhecido também por ser o maior e melhor produtor de moluscos bivalves – ostras, mexilhões, berbigões e vieiras – do Brasil. Ou seja: é o destino perfeito para quem deseja degustar ostras frescas e preparadas de maneiras típicas. O endereço certo é o Caminho das Ostras, uma via gastronômica badalada e que conta com mais de 18 restaurantes espalhados pela vila. Tem para todos os gostos. JULHO . 2019
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Crème de la crème Referência mundial no preparo da iguaria, o restaurante Ostradamus é um desses destinos certos para quem deseja saborear a grande estrela da gastronomia da casa: as ostras. É o lugar perfeito para se degustar, sem pressa, a iguaria, no mesmo ritmo dos antigos açorianos de “fazê tudo na paz pra ficá tinindo de bom”, como diz a filosofia local. Na casa, as ostras chegam à mesa em várias versões e até mesmo na parte da entrada. “Elas já estão fazendo parte dos pedidos iniciais, em especial, a in natura com vinagrete de cenoura, a com abacaxi, figo seco, brie e geleia de pimenta. E a com mel e gengibre flambada no conhaque”, diz Jaime Barcelos, proprietário do empreendimento. E os sabores (irresistíveis) à mesa não param por aí. As novidades do Ostradamus para este ano são a ostra feita na cachaça e a ostra crocante negro, com maionese de laranja e pupunha in natura.
A origem
Restaurante Ostradamus
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A história de Ribeirão da Ilha começa em 1756, quando, por ordem do rei de Portugal, 60 famílias açorianas foram viver por lá. Na época, eles iniciaram essa colonização se conectando com os índios Carijós, que deram toda a assistência aos novos moradores. O cultivo veio, inicialmente, como alternativa à pesca artesanal que vinha sofrendo com a escassez de pescado na região. Logo se mostrou uma atividade comercial rentável, tornando-se um bom negócio. “Hoje somos responsáveis por 70% de todas as ostras produzidas no Brasil”, garante Jaime Barcelos.
O processo da produção Já que a estrela da matéria são as ostras de Ribeirão da Ilha, fomos visitar uma fazenda de produção de ostras – que inicia seu processo de cultivo com a aquisição de sementes (animais jovens) oriundas das mais modernas técnicas de melhoramento e seleção genética. A prole triploide de alta eficiência produtiva surge do material genético importado tetraploide e o seu cruzamento com animais diploides já adaptados à região, originando um produto com as melhores características organolépticas. “Para se ter excelência na produção das ostras deve-se estar atento a todos os fatores pertinentes à produção: temperatura, salinidade, luminosidade, ventos, pragas, predadores e competidores. E a mão de obra nos processos tem de estar em constante treinamento e observação”, explica Jaime Barcelos. E completa: “Resumindo, atenção total a todas as etapas. Ao constatar qualquer desconformidade, promover correção imediata. Ainda padrão de tolerância zero para a falta de atenção nas operações, pois depois que elas foram para o mar, muito dificilmente se consegue recuperar o prejuízo”. Com a região propícia para o cultivo das ostras, ele faz questão de frisar que o processo e o envolvimento de todos na cadeia produtiva fazem a diferença no produto final. “Só na Ilha nós temos 12 casas que comercializam os bivalves. Estamos com a nossa fazenda funcionando há oito anos, com a produção indo diretamente para os nossos restaurantes”, afirma.
Fotos / Anderson Barbosa
Fazenda de Ostra - O maricultor
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Lanternas na Balsa
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Fotos / Anderson Barbosa
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Espinhel
A Chegada da Lanterna
Entenda o passo a passo Na fazenda que visitamos descobrimos todo o processo antes das ostras chegarem à mesa. No local, o sistema utilizado é um flutuante, com longos cabos sustentados por flutuadores e fixados ao fundo com o uso de poitas de concreto armado (Long-line), onde são amarradas as lanternas definitivas intermediárias e as caixas berçário. As sementes chegam com aproximadamente 1,5mm de comprimento e são dispostas em caixas com telas de 300 micras, e vão ao mar onde permanecem por 6 dias. Depois de retiradas e lavadas, retornam pelo mesmo período e saem novamente, onde são peneiradas e separadas por tamanho. As que atingirem 6mm ou mais vão para lanternas de cultivo com malha de 4mm, onde são cultivadas por 20 dias. Ao final, são retiradas e peneiradas novamente. As maiores seguem para as lanternas com malha de 18mm, onde ficam por 30 dias. Passado esse tempo, são classificadas e vão para lanternas ditas definitivas, em que ficam por aproximadamente 90 dias, já em tamanho comercial. Todo esse processo leva, em média, 18 meses. n
Restaurante Ostradamus Rodovia Baldicero Filomeno, 7.640 Ribeirão da Ilha, Florianópolis Reservas: (48) 99990-5711 | ostradamus.com.br JULHO . 2019
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Tudo pronto para a
Fenachamp 2019 por Márcio Gomes
O
mês de outubro promete com o início da Festa do Espumante Brasileiro – que este ano contará com a participação de 20 vinícolas. A Fenachamp 2019 vai reunir, em Garibaldi, as empresas responsáveis por cerca de 90% da produção nacional de espumantes e moscatéis. E, com certeza, vai movimentar a cidade. Localizada no Vale dos Vinhedos, Garibaldi, com um pouco mais de 30 mil habitantes, conhecida como a capital brasileira do espumante e por suas ruas calmas, com casarões antigos, a cidade é famosa por produzir produtos de excelência. Um dos passeios imperdíveis é conhecer as vinícolas da região, que ficam abertas para a visitação e atraem muitos turistas, assim como na vizinha Bento Gonçalves.
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A cidade, com todos os seus encantos, está pronta para receber a nova edição da Fenachamp. E a boa notícia é que os visitantes poderão degustar os espumantes das maiores e melhores vinícolas do Brasil. Na lista estão Adega Chesini, Agostini, Battistello, Chandon, Cooperativa Vinícola Aurora, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Courmayeur, Domno, Espumantes Dom Naneto, Miolo, Pedrucci, Pericó, Peterlongo, Piacentini, Salton, Santa Bárbara e Vaccaro. E ainda: Adega Scomazzon, Cooperativa Vinícola Nova Aliança e Dunamis, as novatas do evento, que acontece de 3 a 27 de outubro. Com a expectativa de repetir o sucesso da última edição, em 2017, quando reuniu 71.163 visitantes que consumiram cerca de 30,5 mil garrafas de espumantes, a Fenachamp chega para reinar absoluta e com a programação eclética. Além da variedade de espumantes, a gastronomia também é um dos destaques do evento. Com mais de dez restaurantes, o público poderá se deliciar com comidas coloniais, petiscos e lanches. Grandiosa e com muita história para contar, atualmente a Fenachamp está no Guinness Book com a maior quantidade de pessoas participantes.
Muito mais que espumantes Os visitantes também têm à disposição shows durante todo o período do evento, a Vila Típica Italiana, com a venda de produtos coloniais e a apresentação da cultura dos imigrantes italianos, além de uma pequena feira comercial e de artesanato. E as atrações prometem. Destaque para Paula Toller, que vai passar por Garibaldi com o seu show “Como eu Quero”. Após viajar com o show Transbordada, e de protagonizar a turnê Rock Brasil para mais de 1 milhão de pessoas, ela apresenta agora o repertório de sua carreira solo e sucessos com o Kid Abelha. Outros nomes já confirmaram presença: César Oliveira e Rogério Melo, Lucas & Felipe, Elvis Celebration In Concert, Bee Gees Alive, Cachorro Grande, Garotos da Rua e Blues Etílicos. Neste ano, a festa terá três noites temáticas, com shows de música sertaneja, rock e blues. n
Parque Fenachamp VRS-313, 313 – São Miguel, Garibaldi | (54) 3462-6779 3 a 27 de outubro (sexta a domingo): Abertura 3/10, quinta: 17h às 22h; sextas 4, 11, 18 e 25/10: 19h à 0h; sábados 5, 19 e 26/10: 16h às 22h30; feriado 12/10: 11h às 22h30; domingos 6, 13, 20 e 27/10: 11h às 20h Ingresso: R$ 15 (local). Antecipado para o show de Paula Toller (até 3/10): R$ 12 | Ticketeria oficial: sympla.com.br
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A FEIRA QUE MELHOR HARMONIZA COM O MERCADO DO VINHO
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EDIÇÃO
FEIRA INTERNACIONAL DO VINHO
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WINESA.COM.BR
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BENTO GONÇALVES - RS BRASIL
Apoio
Foto / Cati Fotografias
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Mulheres do Sul
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pesar de ser formada em direito, a gaúcha, de Bento Gonçalves, Keila Friedrich não seguiu trabalhando na carreira para ser a diretora financeira de uma grande gráfica. À frente das finanças da empresa, ela conta que a cada dia enfrenta uma nova emoçãopara administrar os 62 funcionários. Em casa, evita falar de trabalho e, mesmo com um dia agitado, com muita coisa para resolver, ainda consegue encontrar um tempo para se cuidar e manter a vaidade em dia. Sucesso!
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Centro do Rio respira cultura por Mรกrcio Gomes
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Foto / Rafael Pereira
Centro Cultural Banco do Brasil
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Cidade Maravilhosa é conhecida mundialmente por suas belezas naturais e pontos turísticos como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a praia de Copacabana e muitos outros. Porém, uma outra parte do Rio de Janeiro encanta e tem muita história para contar: o Centro da cidade.
Foto / Alexandre Macieira / RIOTUR
Desde a chegada dos portugueses na região, em 1567, o bairro não parou de crescer, esteve presente em diversos momentos da nossa história e nesse tempo ainda conseguiu guardar relíquias da época do Brasil colônia. Algumas se transformaram em espaços culturais abertos ao público. Uma delas é o Paço Imperial. Construído em 1743, para ser a residência dos governadores da Capitania do Rio de Janeiro, passou a ser a casa do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal (Dom João VI) e dos Imperadores do Brasil. Situado no Corredor Cultural da cidade, foi palco de importantes acontecimentos históricos, de movimentos políticos e sociais, como o Dia do Fico. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Paço Imperial, atualmente, é um espaço multicultural com programação de
artes visuais e cênicas, música, seminários e possui serviços de lojas e restaurante. Ainda abriga a Biblioteca Paulo Santos, originária do acervo do arquiteto e historiador. O espaço conta com cerca de oito mil volumes e 250 títulos de periódicos, além de obras raras dos séculos XVI a XVIII sobre arquitetura, engenharia e literatura brasileira e portuguesa.
Badalação cultural Bem perto do Paço Imperial, também no Corredor Cultural, está o Centro Cultural Banco do Brasil, um dos mais importantes fomentadores de cultura do Centro. Não é à toa que nos seus 30 anos já recebeu mais de 50 milhões de visitantes. Edifício de linhas neoclássicas, que desde 1989 abriga o CCBB, foi projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, e inaugurado em 1906 para sediar a Associação Comercial. Na década de 20, passou ao Banco do Brasil. No final da década de 80, a instituição decidiu pela preservação do prédio e, em 12 de outubro de 1989, inaugurou o CCBB. JULHO . 2019
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Desde 2011 o espaço é a única instituição do Rio de Janeiro e a primeira do país a ocupar um lugar na lista dos 100 museus mais visitados do mundo, ficando na 48ª posição, com 1,4 milhão de visitantes em 2018. Projetos como Arte da África, Surrealismo, Paris 1900, Rembrandt, Andy Warhol, Escher, Salvador Dali, Impressionismo e Pablo Picasso tornaram o espaço CCBB parada obrigatória para quem está no Rio.
Com muita história para contar Bem ao lado do CCBB está a Casa França-Brasil, considerado um dos principais espaços culturais do Rio de Janeiro. Desde a sua inauguração, em 1990, consolidou-se como um lugar privilegiado para a realização de exposições, performances e apresentações musicais.
Casa França-Brasil
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Foto / Rafael Pereira
Com mais 1.400m² para a realização de exposições, possui duas salas de cinema, três teatros e um auditório para palestras. No térreo encontra-se a Livraria da Travessa, que deve ser visitada. Não deixe de dar uma passada no 2º andar para tomar aquele chá da tarde tradicionalíssimo da Confeitaria Colombo – a mesma de 123 anos, localizada na Rua Gonçalves Dias. A filial abriu as portas no CCBB em 2017 e é um sucesso.
Foto / Alexandre Macieira / RIOTUR
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Centro Cultural Banco do Brasil
Foto / Alexandre Macieira / RIOTUR
O edifício onde ela hoje funciona foi palco de eventos importantes de nossa História e encomendado, em 1819, por D. João VI a Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa. Tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — atual Iphan, já foi a Praça do Comércio do Rio de Janeiro, Alfândega, depósito para os arquivos do Banco Ítalo-Germânico e sede do II Tribunal do Júri. No dia 29 de março de 1990, foi inaugurada a Casa França-Brasil. Atualmente, o local oferece cursos, seminários, ciclos de palestras, entre outros projetos, como uma vasta programação de exposições. Além do salão de 700m² e duas salas adaptáveis a diferentes ocupações artísticas, ainda possui uma sala de leitura e de vídeo. Na lateral externa, há um pátio amplo, com plantas, bancos de pedra e mesas com vista privilegiada para a tradicional Igreja de Nossa Senhora da Candelária.
Foto / Fred Pontes
O novato da turma Ao lado da Casa França-Brasil, no Corredor Cultural do Centro, está o Centro Cultural Correios. Com 26 anos de existência recebe, em média, um público de 400 mil visitantes por ano e promove cerca de 50 eventos variados. E põe variados nisso: teatro, música, dança, cinema, vídeo e arte interativa, além de exposições de pinturas, esculturas e diversos tipos de artes. O prédio histórico foi inaugurado em 1922. As linhas arquitetônicas da fachada, em estilo eclético, caracterizam o local do início do século, construído para sediar uma escola do Lloyd Brasileiro. No entanto, foi utilizado, por mais de 50 anos, para funcionamento de unidades administrativas e operacionais dos Correios. Na década de 80, o imóvel foi desativado para reformas e reaberto, parcialmente, para a Rio 92. A inauguração aconteceu em agosto do ano seguinte. Um charme à parte e que vale aquela selfie é o elevador do início do século, com porta pantográfica, tornando possível ver todo o prédio por dentro. Nos 3.480m² da área do edifício, ficam os três andares do centro cultural.
Centro Cultural Correios JULHO . 2019
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Fotos / Alexandre Macieira / RIOTUR
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Museu Nacional de Belas Artes
Imponente Bem perto da Cinelândia, no outro lado do Centro do Rio, está mais uma joia rara da cidade: o Museu Nacional de Belas Artes. Edifício de arquitetura eclética projetado em 1908 pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios para sediar a Escola Nacional de Belas Artes, foi construído durante as modernizações urbanísticas na era do prefeito Pereira Passos, na então Capital Federal. Criado oficialmente em 1937 por decreto do presidente Getúlio Vargas, o Museu Nacional de Belas Artes teve a ocupação do prédio com a Escola Nacional de Belas Artes até 1976, quando a EBA foi deslocada para a ilha do Fundão. Em 24 de maio de 1973, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a partir de 2003, a imponente construção passou a abrigar na sua totalidade o MNBA. Ocupando uma área de 17 mil m², possui a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, concentrando um acervo de 70 mil itens entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, objetos, documentos e livros. 40 .
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Theatro Municipal do Rio
Clássico dos clássicos Em frente ao MNBA está o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com lindos vitrais e mosaicos que chamam a atenção de quem visita essa maravilha da cidade. Um dos mais belos prédios do Centro, foi inaugurado em 1909 e ostenta até hoje o título de ser a principal casa de espetáculos do Brasil e uma das mais importantes da América do Sul. Com mais de 100 anos, trouxe espetáculos dos grandes artistas internacionais e brasileiros, nomes renomados da dança, da música e da ópera. No início, o teatro recebia, principalmente, as companhias de ópera e de dança vindas da Itália e da França. A partir da década de 30, passa a contar com os seus próprios corpos artísticos: Orquestra Sinfônica, Coro e Ballet, que permanecem até hoje. n
Paço Imperial Praça XV de Novembro, 48 | (21) 2215 2093 Centro Cultural Banco do Brasil Rua Primeiro de Março, 66 | (21) 3808-2020 Casa França-Brasil Rua Visconde de Itaboraí, 78, Centro | (21) 2332-5277 Centro Cultural Correios Rua Visconde de Itaboraí, 20 | (21) 2253-1580 Museu Nacional de Belas Artes Av. Rio Branco, 199 | (21) 3299-0600 Theatro Municipal Praça Floriano, s/nº – Cinelândia | (21) 2332 9191 JULHO . 2019
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PatrĂcia Secco
A dona do pedaço do mundo das artes
Fotos / Zzn Peres
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rtista do mundo, Patrícia Secco é o nome quando falamos de artes plásticas e estilo no Brasil. Bacharel em arquitetura pela Universidade Bennet, no Rio de Janeiro, a premiada artista ainda estudou na conceituada Corcoran Institute of Art, em Washington, DC. A marca do seu trabalho caracterizado pelos motivos coloridos fortes, balanceados por um suave e elegante toque feminino que só ela sabe dar. Grandiosa, já teve as suas aquarelas, telas, esculturas e fotografias expostas em cidades como Nova Iorque, Paris, Roma, Londres, Berlim e Miami. Quer mais? Ainda participou da badalada Bienal de Florença, em 2005, isso sem falar das publicações internacionais, como a conceituada NY Arts Magazine, e a Vogue Brazil que mostraram o talento dessa carioca, que tem o seu trabalho inspirado pela exuberante natureza do país, algo que a cercou durante a sua infância no Brasil.
por Márcio Gomes
Depois de 30 anos morando fora – viveu em Washington, Estados Unidos; e Marseille, na França – ela voltou para o Rio de Janeiro e se instalou num dos endereços mais conhecidos por aqui e no mundo: a praia do Arpoador. É de frente para o mar, com uma vista deslumbrante para as pedras, a praia de Ipanema e do Leblon, e ainda o Morro Dois Irmãos, que ela cria suas peças únicas e ‘pra lá’ de desejadas por artistas, como a atriz Alexia Dechamps ou a jornalista Glória Maria, que se encantam – nós também – ao se deparar com um pingente feito de fio no formato de coração, lembrando um casulo, por exemplo. É lindo! “Enrolo fio por fio até chegar no formato que desejo. Fica perfeito com um cordão preto. O céu é o limite para mim”, conta, dando boas risadas. JULHO . 2019
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ar te Divertida e muito alto astral, Patrícia recebeu a deBORDO em sua casa e o papo rendeu. De imediato, a novidade da sua parceria com a estilista Tereza Freire, na grife Revoada Rio, com a nova coleção intitulada Jardim. “A Tereza me convidou para colocar as minhas artes nas roupas e deu certo. Estamos juntas há dois anos e fomos as precursoras aqui na cidade ao juntar arte na moda”, diz.
E completa: “Trata-se de um trabalho totalmente brasileiro. Claro que pesquisei, olhei alguns lugares fora do Brasil e vi que algumas casas também misturam a arte com a moda, mas é diferente. Aqui temos a exuberância da nossa natureza e foi isso que procurei passar nesta nova coleção (que já foi lançada)”, explica. Além do sucesso com a marca Revoada Rio, sem parar, Patrícia esteve, recentemente, com as suas obras expostas no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro. A mostra “Equilibrium” reuniu esculturas em equilíbrio, compostas por materiais com uma representação orgânica, uma conotação e preocupação com a sustentabilidade. “Não paro, estou sempre produzindo, reciclando-me, buscando coisas novas. A arte me inspira”, finaliza. n
Made in Brazil Com um trabalho bem brasileiro à frente da marca, ela colocou em vestidos, camisas e até maiôs folhagens, casulos e muito mais das suas obras. “As saídas de praia da nossa primeira coleção fizeram um sucesso enorme e resolvemos trabalhar as estampas, agora, somente em vestidos, que chegam com bolsões abertos e muitas folhas impressas nos tecidos” afirma.
Fotos / Antonio Guerreiro
patriciasecco.com | Rio de Janeiro
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Foto / Jaime Acioli
Mostra “Equilibrium” no Centro Cultural Correios
Premiações PANDAMANIA Panda Alice – Washington DC, Estados Unidos, setembro de 2004 Medalha de Arte Joaquim Noberto – Academia Brasileira de Escritores – Rio de Janeiro, Brasil, outubro de 2001 Troféu Mulheres na Arte – Academia Internacional de Cultura – Brasília, Brasil, março de 2001 Menção Honrosa Quadro “Hibiscus de Seda” – Museu da Mulher – Washington DC, novembro de 1997 Primeiro e segundo lugares Quadros “Reflexos” and “Fascinação” – Competição do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fevereiro de 1997 Menção Honrosa Quadro “O Som das Orquídeas” – Tavern Museum – Washington DC, julho de 1996 Menção Honrosa Quadro “A Flauta de Amarillis” – Mansion Gallery – Washington DC, setembro de 1996 Primeiro lugar Quadro “Orthophytum Burle-Max” – Sociedade Brasileira de Bromélias – Rio de Janeiro, Brasil, 1995
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Há 30 anos, o Clube dos Gourmets de Florianópolis vem perpetuando a vocação gastronômica da capital catarinense. Em 1989, um grupo de trinta pessoas, entre cozinheiros e apreciadores da boa mesa, se uniu para formar uma confraria que despertasse nos ilhéus o apreço pelos insumos locais e pela boa gastronomia. Capitaneado pelo cozinheiro amador Paulo Konder Bornhausen, o clube cresceu, ganhou novos integrantes, sobretudo mulheres, e regularmente reúne seus associados em jantares regados a bons vinhos. Em 2016, as receitas preparadas ao longo dos anos pelos confrades foram compiladas no livro Cozinha de Gourmet, editado pelo jornalista Clovis Medeiros e prefaciado pelo presidente executivo do Clube dos Gourmets, Luiz Fernando de Vicenzi.
Instituto Ilumin3 Foto / Rudi Bodanese
Formada em Administração de Empresas e pós-graduada em Gestão na área da saúde, Alexandra Zunino Slonski, presidente do conselho diretor da Junior Achievement Brasil, organização social que prepara estudantes para o mercado de trabalho através do método "aprender-fazendo", usou sua expertise para criar o Instituto Ilumin3. A entidade tem como propósito inspirar jovens a desenvolver seus talentos. “A ideia é apresentar as possibilidades de formação educacional e as competências comportamentais que podem ser desenvolvidas por todos”, explica Alexandra, que é diretora presidente do Laboratório Santa Luzia Saúde, de Santa Catarina.
Artista visual argentina, mas com residência fixada em Florianópolis, a muralista, pintora e cenógrafa Patrícia Di Loreto se encantou com a cidade e não cansa de afirmar que encontrou nela um colorido muito especial que é refletido em seus quadros. Atualmente, participa de projetos de intervenções urbanas como o mural da UFSC e, recentemente, de cinco murais no projeto "Arte en el Subte de Buenos Aires". Vale ressaltar que ela é ganhadora da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres de Arte 2012, com a obra "Fiestas, elefantes y vestidos de seda", quadro adquirido pela Embaixada da China. (@patriciadiloreto) 46 .
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Foto / Rudi Bodanese
De Floripa para o mundo
Foto / Alinne Volpato Photography
Foto / Clovis Medeiros
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tual Miss Santa Catarina, Elizama Aguilar chama atenção pela beleza e simpatia. Certa de que irá representar bem o seu estado no concurso da Miss Brasil deste ano, a jovem quer realizar o sonho de conseguir a coroa para representar o Brasil no Miss Universo. “Tenho gratidão por ter chegado até aqui. Ser Miss sempre foi um sonho meu desde criança e, graças a Deus, estou conseguindo realizar”, conclui. JULHO . 2019
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CACAU MENEZES:
“Perco a amizade, mas não perco a notícia” por Márcio Gomes
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em dúvida, Cacau Menezes é o nome quando falamos de coluna social, lifestyle em Santa Catarina. Há 40 anos no mercado como o mais prestigiado colunista da cidade de Florianópolis, tudo vira notícia em suas mãos. Com credibilidade de sobra e muitas histórias para contar, já deu furos e mais furos, fez amizades com nomes como Rita Lee, Tim Maia e outros, e ainda jantou com Maradona! No bate-papo exclusivo e descontraído com a deBORDO, ele falou da carreira, trajetória, amizades, desafetos e muito mais. Como você se sente sendo referência em Santa Catarina quando falamos em colunista social? Muito feliz, claro. Sempre procurei ser conhecido, famoso, trabalhar no que gosto. Comecei com 13 anos de idade como o mais jovem locutor esportivo do país, isso na rádio do meu pai, Jornal A Verdade.De lá para cá foi muita luta, vontade, sacrifício, querendo o meu lugar ao sol. Há 40 anos na televisão RBS e agora NSC, filiadas da Rede Globo, sinto-me recompensado. Não conheço quem tenha 40 anos de televisão trabalhando diariamente no mesmo programa, o Jornal do Almoço, a maior audiência proporcional no horário da Globo no Brasil.E no Diário Catarinense, o principal jornal do Estado, também estou desde a inauguração, há 35 anos, com a coluna mais lida da mídia catarinense.
Qual o segredo para ser o número um do universo lifestyle de Florianópolis?
Há quantos anos trabalha contando os bastidores do mundo dos famosos?
Primeiro é ser verdadeiro. E é aquilo: estilo não se compra. Forma-se. Sempre fui um cara pop, fazia programa de música na rádio, sou DJ nas horas vagas, amigo de muitos artistas. E sempre viajo para me atualizar no exterior. Tenho quatro filhos antenados, gosto de mim, do meu estilo, da maneira como vivo. Sou da praia, do morro, dos salões sociais, curto e sou curtido por várias gerações.
Então, como falei, eu comecei cedo, com 13 anos e sempre na comunicação. Estou há 50 anos no batente, fazendo sempre o que gosto. E parece que tem muita gente que também gosta do que eu faço. E graças a Deus também tem aqueles que não gostam, a tal minoria barulhenta, que na real, não gosta de quem se dá bem. Faz parte. E viva as diferenças. JULHO . 2019
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Nesses anos de estrada, fez amizade com alguns que você tenha dado notas boas e ruins?
Você vem do mercado impresso. Como tem sido se reinventar na era digital?
Lobão, Rita Lee, Tim Maia, Alceu Valença, Luiz Melodia,Evandro Mesquita, Roberto Carlos, Fernanda Abreu, Nelson Motta, Guga Kuerten, Débora Bloch, Cazuza... Do futebol sou amigo do Zico, Edmundo, Paulo Cesar Cajú, Jairzinho, Ronaldinho Gaúcho, Tiago Silva ... Sem falar nos políticos: entrevistei o presidente Jair Bolsonoro antes dele ganhar a eleição e fui condecorado com a Medalha da Inconfidência Mineira pelo então governador Aécio Neves. Sou amigo de empresários, de gente muita rica e muito pobre. Gosto de gente: trabalhei em sete Copas do Mundo e em muitas dando grandes furos. Em Munique, jantei com o Maradona.
Eu sou multimídia: fiz rádio nos anos que era o nosso maior veículo. Hoje, faço jornal e TV diariamente, desperto amor e ódio nas pessoas porque trabalho com a notícia e tenho opinião. Mas estou atualizado, vacinado, livre, tranquilo, prevenido. Sou bom no que faço, desculpa a modéstia. Se não fosse assim não estaria tanto tempo sendo apontado como o número um da mídia num estado de qualidade como Santa Catarina. Durmo muito bem todas as noites e quando saio às ruas é uma festa.
O que você faz quando se deparar com uma notícia complicada de alguém próximo, amigo? Perco a amizade, mas não perco a notícia. Não posso trair meus leitores. 50 .
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Quais furos marcantes já conseguiu dar na sua coluna? Nossa, foram muitos. Todos os dias tenho que dar furos. Sou a melhor pauta do estado. A primeira vez que Ronaldinho Gaúcho foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa o furo foi meu. Tenho centenas de grandes furos.
Como é saber que a sua opinião tem um peso grande? Às vezes incomoda, porque a cobrança é grande e a notícia nem sempre é boa. Nessas horas você pode ganhar a simpatia de alguns, mas também a antipatia de outros.Sei que sou um grande influenciador, então sei como me cuidar e como aproveitar tudo isso.
A sua Feijoada Anual é um sucesso. Por que é tão badalada? A Feijoada do Cacau é um "case" de sucesso. Era sempre no sábado de carnaval até este ano. Começou para 300 amigos, depois foi para mil, dois mil, três mil, e há 15 anos fechamos em cinco mil. Sempre sold out e todo ano numa praia diferente. Este ano levei para o P12, maior parador de praia do Brasil, em Jurerê Internacional. Troquei o sábado. Fiz a festa uma semana antes do carnaval. Foi a primeira vez que uma festa do P12 teve todos os ingressos vendidos com um mês de antecedência. n
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NANI ESKELSEN
por Luciana Pereira
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ilha da artista plástica Judith Eskelsen, Nani Eskelsen percorre os caminhos do lúdico desde a infância. Formada em artes plásticas pela Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), em 1983, a catarinense trabalhou como ceramista, instaladora e performista por muitos anos até virar professora. Após passar um bom tempo lecionando, finalmente descobriu as matérias-primas que transformaram a sua vida: o aço inox, as chapas metálicas e as fibras de vidro. Esses são os ingredientes que dão vida às esculturas de médio e grande porte que ela constrói na região da Grande Florianópolis e em cidades do interior de Santa Catarina. “Fui criada com uma profunda consciência da importância da natureza. Cresci em meio a árvores, plantas, animais... E isso é muito forte em mim. Meu processo de criação se dá através de desenhos diários, croquis e estudo de espécies que eu tenha ou sinta necessidade de abordar”, diz. E completa: “Meus temas são sempre ecológicos e, com eles, espero educar e trazer situações do cotidiano que façam referência à cultura local. Faço a seleção dos melhores desenhos para a construção em 3D Max e a montagem de vídeos dos projetos para as futuras apresentações – explica a artista, vencedora do concurso Beira Amar Continental Florianópolis em 2018 com a obra Conexão”. JULHO . 2019
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Viva a história! Para Nani, recuperar, restaurar e conservar o patrimônio histórico de uma cidade significa manter viva sua memória. E a esse conceito ela soma seu apreço pela natureza. “Conhecer nosso passado e preservar a nossa memória e cultura são atitudes fundamentais para ações do presente e do futuro. A obra Conexão, por exemplo, faz uma analogia da ponte Hercílio Luz com um rizoma, que é um tipo de caule de algumas espécies botânicas que crescem geralmente sob a terra. Na paisagem está a ponte Hercílio Luz, imponente, brilhante, formando um grande nó rizomático, o nó que liga a ilha ao nosso estado e ao nosso país. Que conecta, agrega e conduz o fluxo de pessoas”, complementa. Segundo Nani, a arte transforma. “Ela tira todos os nossos medos, males. É com a arte que a gente pode realmente mudar o mundo. Com o meu trabalho pretendo mostrar a beleza e a fragilidade da vida. Afirmo a importância de sua diversidade, falo da interdependência entre os seres vivos e da necessidade da preservação dos nossos recursos naturais, seja visualmente, pelos sons, cheiros, movimentos, luzes... Tento estabelecer uma íntima relação entre a arte e a vida, sobretudo a humana”, finaliza. (instagram.com/eskelsennani | (48) 9.9907-6143) n 54 .
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TENHA
UM
INVERNO
AINDA
MELHOR
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FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO
Quase meio século de reverência à sétima arte por Luciana Pereira 44º Festival de Cinema de Gramado | Palácio dos Festivais
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restes a completar meio século, o Festival de Cinema de Gramado foi o grande palco da evolução do cinema brasileiro. Há 47 anos realizado de forma ininterrupta, o evento segue atento às novidades e, entre 16 e 24 de agosto, deve reunir na cidade mais charmosa da Serra Gaúcha cerca de duas mil pessoas, entre diretores, produtores, roteiristas, equipe técnica, atores e atrizes, críticos, jornalistas e público. O Festival, que nasceu em 1973, foi oficializado pelo Instituto Nacional de Cinema. A primeira edição surgiu da união da Prefeitura Municipal de Gramado com a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e Educação e Cultura do Estado. Já na primeira edição, aconteceu a disputa pelo Kikito, o "Deus da Alegria", cuja estatueta foi criada por Elizabeth Rosenfeld, importante incentivadora do artesanato gramadense. “Se olharmos para a história do Festival podemos saber como foi o nosso Brasil e o nosso cinema nos últimos 40 anos”, afirma o diretor Fernando Meirelles. Este ano, a mostra competitiva conta com sete longas-metragens brasileiros (LMB), sete longasmetragens estrangeiros (LME), 14 curtas-metragens nacionais (CMB), além da Mostra Gaúcha de Curtas, promovida em parceria com a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. As quatro categorias somam a expressiva marca de 1.159 filmes inscritos.
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Fotos / Edison Vara / Pressphoto Foto / Cleiton Thiele
Tapete Vermelho | Palácio dos Festivais
Abertura do Festival Bacurau abre o Festival de Cinema de Gramado, fora de competição, e dá o tom da qualidade dos títulos selecionados para a 47ª edição do maior festival de cinema do país. Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o longa é dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. A produção conta a história de um povoado isolado no sertão brasileiro que, depois da morte de dona Carmelita, aos 94 anos, uma mulher forte, querida e principal liderança da localidade, descobre que a comunidade não consta mais no mapa. Em Cannes, Bacurau dividiu o Prêmio do Júri com "Les Misérables", de Ladj Ly. A organização do Festival trabalha para levar a Gramado os diretores e grande parte do elenco. Bacurau será exibido no Palácio dos Festivais, sexta-feira, 16 de agosto, às 18 horas.
Público aguarda a chegada dos artistas no Palácio dos Festivais JULHO . 2019
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Foto / Fabio Winter / Pressphoto
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Ator Edson Celulari com fãs
Foto / Fabio Winter / Pressphoto
Vencedor em Cannes, o filme “Bacurau” abrirá a programação 2019
Foto / Cleiton Thiele / Pressphoto
Atriz Sofhie Charlotte
Homenagem a Mauricio de Sousa Além da exibição dos filmes, Gramado também é reconhecido pelas homenagens que realizou ao longo dos anos. Nomes como Grande Otelo, Wagner Moura, Paulo José, Marília Pera, Antônio Pitanga, Tarcísio Meira e Glória Menezes, Tony Ramos, Cecília Roth, Eva Wilma e Rodrigo Santoro já foram aplaudidos no tapete vermelho. Nesta edição, um dos nomes a serem homenageados é Mauricio de Sousa, que recebe o Troféu Cidade de Gramado. O pai da Turma da Mônica, nascida há 56 anos, é muito querido pelo público. Mas os primeiros traços do desenhista, cartunista, criador, roteirista, produtor e diretor são do Bidu. O cãozinho azul ilustrou a primeira tirinha publicada por Mauricio em 1959, no jornal Folha de São Paulo, e está prestes a completar 60 anos, marcando também suas seis décadas de profissão. Ao longo do tempo, os personagens ganharam as telas com animações e filme. O tributo conta com a exibição do longa Turma da Mônica: Laços. A sessão especial acontece no Palácio dos Festivais, às 9h, no dia 21, mesma data em que a homenagem será entregue a Maurício, à noite, no Palácio dos Festivais. Os outros três destaques serão revelados até o fim de julho.
Ator Osmar Prado do filme “10 Segundos Para Vencer”
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Foto / Cleiton Thiele / Pressphoto
Palácio dos Festivais
Programação A programação também inclui debates, exibições especiais e homenagens que reverenciam personalidades que imprimem sua marca na história do cinema nacional: o Troféu Oscarito, dedicado aos emblemáticos atores e atrizes do cinema nacional; o Troféu Eduardo Abelin, que homenageia diretores, cineastas e entidades de cinema; o Kikito de Cristal, que destaca expoentes do cinema latino-americano; e o Troféu Cidade de Gramado. Vale lembrar que os longas-metragens em competição são reprisados na manhã seguinte, também no Palácio dos Festivais, com entrada gratuita. Além disso, cerca de 15 títulos fora de competição, entre curtas e longas, serão apresentados também com ingresso livre. n
Palácio dos Festivais Av. Borges de Medeiros, 2697 – Centro, Gramado | (54) 3286-1058 festivaldegramado.net Realização: Gramadotur Av. Borges de Medeiros, 257, Vila Suíça
(54) 3286-2002 | gramadotur.net.br Mauricio de Sousa, o grande homenageado do Festival 2019 JULHO . 2019
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Fotos / Pedro Lobo
b r usq u e
por Luciana Pereira
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s tijolinhos das paredes da antiga Companhia Industrial Schölesser S.A, empresa têxtil fundada em 1911, na pacata Brusque, em Santa Catarina, são testemunhas do salto tecnológico dos últimos 100 anos. Se antigamente eles abrigavam teares, máquinas de costura e outros apetrechos próprios de uma fábrica de tecidos da época, hoje, os paredões da Avenida Getúlio Vargas, 61, guardam a modernidade do eSport. É lá que funciona a Havan Liberty, centro de treinamento de jogadores do game League of Legends, mais conhecido como LoL. O espaço, lançado no ano passado, é pioneiro na cidade e uma das principais referências em gaming office do Brasil. “A Havan Liberty funciona como um centro de treinamento de jogadores de futebol, com a diferença que o esporte, no caso, é um game. Hoje, no Brasil, só há três espaços com essa estrutura. Aqui os jogadores treinam e recebem suporte de profissionais como psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, além de apartamentos que servem como alojamentos e que ficam a 600 metros daqui”, explica Samuel Walendowsky, CEO da empresa, que complementa: “A nossa opção por utilizar o gaming office foi baseada em um dos nossos principais propósitos, que é profissionalizar o cenário de eSports no Brasil”. O investimento da Havan, uma das maiores empresas varejistas do Brasil neste mercado, chegou para fortalecer ainda mais o segmento que cresce exponencialmente no Brasil e no mundo, e para colocar Brusque e Santa Catarina no epicentro dessa tendência. “É evidente o crescimento do mercado e da comunidade de eSports no Brasil, mas ao mesmo tempo, notamos uma grande demanda por investimentos substanciais no setor. Decidimos investir em eSports para atender essa demanda e alcançar ótimos resultados a longo prazo”, afirma Matheus Hang, sócio-fundador e um dos idealizadores do projeto ao lado dos irmãos Lucas e Leonardo Hang.
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Bem estruturado O gaming office da Havan tem 200 metros quadrados e mais 30 de espaço externo. Oferece estrutura preparada para atender as necessidades da equipe composta por duas salas de treinamento – com um total de doze estações de trabalho para os atletas, sala de análise, sala para comissão técnica, área de convivência, sala de reuniões e uma miniarquibancada para interação com os fãs durante os jogos. Segundo Matheus, apesar do empreendimento ser recente, os planos para expandir e tornar o espaço a principal referência em eSport no Brasil estão a pleno vapor. “Hoje, na primeira divisão, contamos com 13 jogadores, que são geralmente recrutados em partidas e campeonatos, mesmo os amadores, e três treinadores. Mas a ideia é que a equipe aumente para um total de 24 pessoas no próximo semestre. Além disso, um dos objetivos é chegar à elite do game LoL e ter uma filial em São Paulo. Mas a princípio, possivelmente, vamos expandir para um outro galpão mais próximo, criar um alojamento interno, ter mais salas de treinamento e oferecer uma estrutura cada vez maior para esses atletas do presente e do futuro”, finaliza. n
Gaming Office Havan Liberty Av. Getúlio Vargas, 61, Centro, Brusque – SC havanliberty.com.br | instagram.com/havanliberty
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Rei dos mares
por Márcio Gomes
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eandro Ferrari, mais conhecido como ‘Mané’ Ferrari, tem a sua história atrelada à evolução do setor náutico do país, em especial em Florianópolis. Apaixonado pelo mar, o gestor de turismo, empresário do setor náutico e jornalista é uma figura conhecida na ilha. Há 12 anos está à frente da TV no programa Mundo Mar e nesse tempo acumulou muitas histórias e falando do que ele mais gosta: o mundo náutico. “Trago assuntos que adoro falar: turismo, pesca, esporte, mergulho, vida marinha, preservação do meio ambiente e exemplos de uso sustentável da costa e muito mais”, garante. Visionário, é Membro Fundador e atual presidente da ACATMAR (Associação Náutica Brasileira). Só na sua gestão conseguiu posicionar a associação como uma das maiores e mais atuantes do país. Tanto que é reconhecida internacionalmente pelos seus feitos em prol do fortalecimento da Economia do Mar. Sem parar, criou o projeto Limpeza dos Mares, que já retirou mais de 99 toneladas de resíduos do fundo do mar e das encostas de Santa Catarina.
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Novos desafios Muitos foram os projetos dentro e fora do país, títulos recebidos no mundo náutico. Hoje Mané Ferrari é diretor de Planejamento Turístico da SANTUR - Santa Catarina Turismo do Governo do Estado de SC e enfrenta o desafio de dar novos rumos ao turismo de Santa Catarina. “Estamos planejando um novo modelo de turismo para o Estado, como por exemplo a ROTA SC, que pretende manter os navios de cruzeiros por mais tempo aqui, gerando grande fluxo turístico. E ainda o fomento ao turismo internacional através do Selo Bandeira Azul (selo ambiental internacional que certifica praias, marinas e barcos de turismo). Estamos trabalhando para tornar Santa Catarina o estado mais azul do país”, afirma. Com a vida tão cheia de compromissos, viagens e reuniões, questionado sobre o que faz quando está longe do trabalho, ele brinca: “Estou na rotina do dia a dia (risos). Como as atividades são várias, tento conciliar família e passeios com a gravação dos programas, por isso, nossas férias sempre são próximas a locais que tenham mar”, diz. E completa: “Quando temos água salgada correndo nas veias não conseguimos ficar longe por muito tempo. Temos um mar de possibilidades e saber trabalhar para o bem comum é dever de quem vive seu dia a dia”. Antes de terminar, como um bom conhecedor da cidade, ele dá dicas de pontos turísticos infalíveis, que têm que fazer parte da sua lista de visitação. “Sugiro conhecer Floripa pelo mar. Nossas fortalezas são um atrativo à parte. O Canal da Barra da Lagoa, com sua orla gastronômica, e Santo Antonio de Lisboa também devem ser visitados, assim como o Ribeirão da Ilha, um prato cheio para se conhecer o melhor da culinária manezinha”, finaliza. n JULHO . 2019
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FIM DE TARDE NA AVENIDA BEIRA-MAR NORTE Foto: Makito | Floripa Convention
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Fotos / Clovis Medeiros
flor ian ó po l is
Beto Barreiros e seu Box 32: raiz, cultura e sabor manezinhos por Luciana Pereira
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undador da Academia Catarinense de Letras e da Casa dos Jornalistas, Manoel Barreiros gostava de cumprir o mesmo ritual toda vez que chegava a um novo país: visitar, logo no primeiro dia, o mercado público local. Para justificar o hábito, dizia aos netos que este era o primeiro lugar a se conhecer se quisessem compreender uma cidade de verdade. Esse ensinamento ficou marcado especialmente para um deles, Beto Barreiros, que anos mais tarde se transformaria em referência quando o assunto é mercado público. Entre os anos de 1977 e 1983, ele era dono do posto de gasolina, localizado no Centro de Florianópolis, recordista de vendas por litro de combustível. Apesar de rentável, a atividade não era, nem de longe, o que amava fazer. “Sempre gostei de gastronomia e meu avô teve forte influência nisso. Quando pequeno, íamos juntos à missa na catedral do Centro e, depois da igreja, a parada no mercado público de Florianópolis era obrigatória. Meu avô sempre falava sobre a importância dos mercados públicos para as cidades e aquilo ficou na minha cabeça”, explica. Em 1984, Beto criou coragem, passou o posto e abriu o Box 32. No início, a mudança repentina provocava incredulidade. “Alguns clientes do posto de gasolina vinham ao Box e diziam: ‘Nossa, fechou JULHO . 2019
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flor ia nó po l is o posto de gasolina para abrir essa birosca?’. E eu, convicto, dizia: ‘Você ainda vai ouvir falar muito desse boteco porque estou determinado a torná-lo um êxito’", sentenciava. A determinação virou realidade. O tato para lidar com os clientes, as ideias pioneiras e o hábito da escuta foram os trunfos que levaram Beto a abrir um espaço absolutamente singular e simbólico na cidade. “Na gastronomia normalmente as pessoas impõem um cardápio para o cliente e se esquecem de ouvir o que eles gostam. Assim que abri o Box, se alguém chegasse pedindo vinho do Porto, eu dizia que estava em falta naquele momento, pedia o endereço e o telefone do cliente e, no dia seguinte, mandava um telegrama avisando que já tínhamos vinho do Porto. O resultado de tudo o que alguém pediu um dia formou este espaço”, diz ele, que chocava os transeuntes de um ainda decadente mercado ao vender Moet Chandon em taça. No início dos anos 1980, bem antes da reforma, o Mercado Público de Florianópolis era bem decadente. “Mesmo assim, as pessoas refinadas da cidade vinham beber uma taça de espumante nos corredores. Requintei o produto ao filetar as taças com ouro nas bordas e muitos diziam que eu estava maluco. Mas deu certo. São raríssimos os bares e restaurantes que passam dos 30 anos de existência como o Box”, completa. Tamanhas assertividades no posicionamento do seu estabelecimento tornaram o chef uma autoridade no assunto quando falamos de sabores à mesa. “O meu trabalho foi fundamental para dar uma guinada em muitos mercados pelo Brasil. Fui convidado a ajudar no reposicionamento de outros por aqui e na América Latina, como os de Porto Alegre, Montevidéu, Buenos Aires e São Paulo. De meros centros de abastecimento, esses espaços tornaram-se pontos de cultura, gastronomia e convivência”, ressalta.
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Fotos / Clovis Medeiros
Ineditismo x tradição Em 35 anos de existência, o bar mais antigo do Mercado Público é reconhecido pelos toques de ineditismo e carrega números que ressaltam sua importância. Foi o primeiro a colocar ostras no cardápio de um bar e é referência quando o assunto é frutos do mar. Já fez mais de 13 milhões de atendimentos, teve 1.892 peças do presunto espanhol Pata Negra vendidas e, se fosse enfileirar os copos de chope servidos, seria possível dar algumas voltas ao mundo. “Tudo o que a gente tem hoje aqui é um resumo do tempo. Abro e permaneço no Box até às 15 horas todos os dias. Depois meu filho me substitui. Nós temos uma logística fora do Box com 500 metros quadrados que atende toda a nossa demanda. Tudo é pré-preparado e finalizado aqui todos os dias”, conta.
Clientes ilustres A mescla entre glamour – comprovado pelo cardápio com presunto Pata Negra e lagosta – e simplicidade, também vista no menu com opções como linguicinha frita e pastéis, é a marca registrada do lugar. E essa característica também pode ser comprovada baseada nos clientes, os novos e os de longa data. “São mais de 100 itens no cardápio, com foco nos frutos do mar. Tem para todos os gostos e bolsos. A música do Box 32 é a conversa do jornalista com a atendente, do político com o aposentado, é o cara que vende frutas e legumes aqui na frente, é o cumprimento do atendente da peixaria... Esses são os sons do Mercado Público e é isso o que faz este espaço tão especial”, afirma Beto, que por 28 anos apresentou um programa de gastronomia na TV local e hoje é colunista de um dos principais jornais do Estado. Para ele, em qualquer lugar do mundo, o turismo nasce da gastronomia. E florianopolitano orgulhoso, ele tem a dimensão das raízes positivas da cidade que o criou. “A ilha é um lugar em que todo mundo quer estar e eu espero que o Box reflita cada vez mais isso, afinal, se você pegar um manezinho em Curitiba ou Porto Alegre em pleno fim de semana de sol, interna que ele tá louco!”, diverte-se. n
Box 32 | Mercado Público de Florianópolis, ala Sul Rua Jerônimo Coelho, 60, Centro | (48) 3037-2661 box32.com.br JULHO . 2019
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CASA DE CULTURA MáRIO QUINTANA
Joia rara de Porto Alegre por Márcio Gomes
Hóspedes ilustres ficaram em seus quartos como Getúlio Vargas, Jango, Francisco Alves e muitos outros. Suntuoso, o prédio, uma grande inovação na época para a cidade, tinha (e ainda mantém) o estilo que mistura formas, procurando dar uma impressão de grandiosidade. No entanto, ele foi a leilão e em 1983 passou a se chamar Casa de Cultura Mário Quintana – uma homenagem ao poeta que viveu no apartamento 217, de 1968 até 1980, sendo, atualmente, uma réplica fiel ao original –, e a sua inauguração só aconteceu em 1990.
De pé e com muito estilo A casa é linda, o museu, jardim, quartos, tudo é especial. É impossível passar e não dar aquela olhada (ou um bom clique – vale uma selfie) na imponente fachada de cor rosada, com suas varandas, divididas entre duas torres. Atualmente, a Casa de Cultura Mário Quintana abriga dois jardins (o de Lutzemberger, decorado com plantas nativas e tropicais, é o mais charmoso de Porto Alegre, um refúgio em meio ao barulho do Centro Histórico), duas bibliotecas – a Érico Veríssimo, especializada em literatura e artes, e a Lucília Minssen, focada em literatura infantojuvenil –, e sete espaços de exposição artística. 68 .
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Foto / Gabriela Fritsch
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riginalmente Hotel Majestic na década de 1920, o prédio sempre manteve o ar luxuoso. Construído pelo empresário Horácio de Carvalho, foi considerado ousado para a época por conta da ideia das passarelas suspensas sobre a via pública. Ocupando os dois lados da Travessa Araújo Ribeiro, o fim da sua construção aconteceu em 1933 e o hotel teve o seu auge até a década de 1950.
Fotos / Darlene Silveira
Reprodução do quarto onde viveu o poeta Mário Quintana
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Fotos / Darlene Silveira
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Acervo da cantora gaúcha Elis Regina
Ainda possui três salas de cinema, dois teatros, oficinas de artes, o espaço Elis Regina com sua história e músicas para escutar, entre outros espaços culturais, como laboratório de fotografia e salão para workshops. Há também um museu, espaço kids, salas de estudos com internet e no último andar, no terraço, o Café Santo de Casa – com uma vista linda para o lago Guaíba. "Trata-se de um local, essencialmente transversal, abrigando todas as manifestações artísticas, convergindo públicos diversos e plurais, pulsando a produção cultural da capital e interior, atraindo frequentadores jovens e idosos. Enfim, é um universo de culturas, significados e encontros", afirma Jessé Oliveira, diretor da Casa de Cultura Mário Quintana.
O poeta Mário de Miranda Quintana nasceu em Alegrete, no dia 30 de julho de 1906 e faleceu em 5 de maio de 1994. Conhecido como ‘o poeta das coisas simples’, o seu estilo de escrever vinha marcado pela ironia, mas com muita profundidade, uma perfeição a cada obra. O primeiro livro lançou em 1940, “A Rua dos Cataventos”. Em 1948 surpreende a todos com a obra “Sapato Florido”, com pequenos (e maravilhosos) poemas e sob forma de prosa. Em 1966, lança sua “Antologia Poética”, com 60 poemas, organizados por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, justamente quando completou 60 anos, sendo saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Myer e Manuel Bandeira – que recita o poema “Quintanares” em homenagem ao colega. Por quase toda vida trabalhou como jornalista e traduziu mais de 130 obras da literatura universal. Faleceu aos 87 anos, em Porto Alegre. n
Casa de Cultura Mário Quintana Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico Porto Alegre | (51) 3227-1616 e 3221-7147 Horário: terça a sexta-feira, das 9h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 12h às 21h ccmq.com.br
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Em plena evolução
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onhecida pela excelência dos seus produtos, com a missão de fazer bem feito para inspirar o dia a dia das pessoas e estimular experiências com significado, a Tramontina tem gerado valor e satisfação para clientes, consumidores, funcionários, acionistas e comunidades. Não é à toa que atingiu a marca de mais de 18 mil itens, vendidos por aqui e fora do país. Sempre se inovando, oferece produtos para cozinha, churrasco, sala de jantar, jardim e agricultura, banheiro, móveis e muito mais. E, pensando também no meio ambiente, a empresa tem investido em carros elétricos, com conforto e muita sustentabilidade. Em unidades de produção e indústria, esses veículos são a solução para quem precisa percorrer longas distâncias em pouco tempo. Além disso, também dão uma ‘mãozinha’ naquela hora de transportar as cargas das empresas. O melhor: tudo sem prejudicar o meio ambiente, pois são ecologicamente corretos. Silenciosos, não produzem fumaça e funcionam com baterias que podem ser recarregadas em qualquer tomada elétrica. A linha Elettro, da Tramontina, tem conforto, segurança e permite personalização de acordo com a necessidade do usuário.
Música e sabor Moderna e interagindo com o novo mundo digital, a empresa, em parceria com o Spotify, criou o primeiro algoritmo sinestésico que transforma música em sabor. O projeto Sabor das Músicas nasceu com o objetivo de rejuvenescer a marca e inspirar as pessoas a cozinhar, provando que inox é mais do que uma panela. Para aproximar a marca do mundo pop, nada melhor que a música. Daí surgiu a ideia de criar esse algoritmo que transforma qualquer canção da plataforma do Spotify em uma receita diferente. Ao todo, ele é capaz de gerar 44 milhões de combinações gastronômicas possíveis (pasmem!). Para desenvolver esse projeto, a Tramontina – marca líder de utensílios de cozinha no Brasil -, Spotify e a J. Walter Thompson Brasil reuniram o neurocientista Dr. Marcelo Costa, chefe do Departamento de Neurociência da USP, o maestro João Rocha, da Universidade do Kentucky, e Renato Carioni, chef e treinador da equipe brasileira do Bocuse D’or, para dar sabor às músicas e criar um prato para cada uma. Ao todo, foram seis meses de estudo. O primeiro passo foi o trabalho do neurocientista e do maestro em filtrar os parâmetros utilizados pelo Spotify usando o princípio da sinestesia para a classificação das milhões de músicas disponíveis em seu banco de dados. Assim, o parâmetro duração virou ingredientes; dançante foi classificado como temperatura; energia como densidade/textura; positividade virou amargor/acidez e nota musical virou harmonização. n
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João Luis dos Anjos | Angular foto aérea
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programão Nos dias 27 e 28 de julho acontece no Parque Burle Marx, em São Paulo, a quarta edição do FAM Festival (Food, Arts and Music). Com mais de 30 horas de programação gratuita, o evento contará com apresentações musicais, performances, dança, live painting, projeção mapeada, atrações infantis e gastronômicas – com 10 renomados restaurantes e foodtrucks. Parque Burle Marx (Av. Dona Helena Pereira de Moraes, 200 – Vila Andrade – São Paulo) (11) 3746-7631 e (11) 93115-1247 | Aberto das 7h às 19h (incluindo domingos e feriados) parqueburlemarx.com.br | Entrada gratuita
Um luxo Desenvolvido com os maricultores do sul da ilha de Florianópolis, o livro OSTRAbalhadores, de Anderson Barbosa, apresenta imagens diferenciadas dos trabalhadores da maricultura em ação, transmitindo todo o valor social e cultural que a atividade representa para a cidade. Além da narrativa fotográfica, a obra valoriza o pequeno produtor em sua luta diária através do processo de cultivo e manejo das ostras do litoral catarinense. Ao todo, são 156 páginas e 154 fotografias, todas em preto e branco. Vendas: abimagens.com/livros | (48) 9.9989-4053
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Teatro, cinema e design O espetáculo musical Ao som de Raul Seixas "Merlin e Arthur, Um Sonho de Liberdade" continua o maior sucesso no Teatro Frei Caneca, em São Paulo. Com 25 músicas do repertório de Raul Seixas, a montagem traz inúmeros efeitos especiais. A história se passa na cidade de Camelot e é contada em duas fases, com o elenco se dividindo na interpretação dos papéis mais jovens e nos dias mais recentes. Teatro Frei Caneca Rua Frei Caneca, 569 Shopping Frei Caneca, 7º andar, Consolação – São Paulo) (11) 3472-2229 Sex, 20h; Sáb, 16h e 20h; Dom, 19h Ingressos R$ 25, R$ 150 Ticketeria ingressorapido.com.br Duração 2h15 + 15 minutos de intervalo Livre
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AMANTES DA OSTRA A
Fenaostra, a Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana, que celebra a produção de ostras em Florianópolis, chega em sua 20a edição, com artesanato, oficinas gastronômicas e shows de bandas locais. Com o cunho 100% manezinho, que visa valorizar cada vez mais a cultura, a festividade acontecerá novamente na região Central de Florianópolis, no coração da cidade e o melhor: com entrada gratuita. Durante os dias 8 a 18 de agosto, na Praça Fernando Machado, os restaurantes vão servir ostra nas suas mais diversas formas de preparação. O evento é organizado anualmente pela Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. “A Fenaostra faz parte da tradição local da cidade de Florianópolis e sem dúvida já se tornou um marco no calendário de eventos populares da região”, afirma o superintendente de Turismo da Prefeitura de Florianópolis, Vinicius de Luca Filho. Prefeitura de Florianópolis | Secretaria de Turismo (48) 3952-7004
RETA FINAL Até o dia 28 de julho os paulistanos e turistas que visitam a cidade poderão conferir no MASP a exposição “Tarsila Popular”, que propõe um novo olhar em direção aos temas, personagens e narrativas presentes no trabalho da artista, em especial, no que diz respeito a questões políticas, sociais e raciais. Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, a mostra reúne 92 obras da artista, entre pinturas e desenhos. MASP Avenida Paulista, 1578 Bela Vista – São Paulo (11) 3149-5959 JULHO . 2019
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CAPITAL C INICIAL show | 10 ago sáb, 21h Porto Alegre
om mais de 30 anos de estrada e 18 discos lançados, o Capital Inicial se prepara para mais uma apresentação, com direito a sucessos como Primeiros Erros, Natasha, Música Urbana, À Sua Maneira e muito mais. O Capital Inicial, formado por Dinho, Fê, Flavio e Yves, promete uma noite de muito rock para ninguém ficar parado. O grupo é um dos mais queridos do cenário nacional do rock. E não para no tempo, sempre está renovando seu público a cada lançamento. Não é à toa que já acumula, só no Facebook, quase 5 milhões de seguidores. Auditório Araújo Vianna | Av. Osvaldo Aranha, 685 - Parque Farroupilha (51) 3268-6664 | Ingressos: R$ 35 a R$150 | Ticketeria: uhuu.com | 90 minutos Produção Opus | 3.146 lugares | Estacionamento próximo | 12 anos
Jon bon P jovi internacional | 27 set sex, 20h30 Curitiba
ela sexta vez no Brasil, a banda americana Bon Jovi, formada por Jon Bon Jovi (vocais/guitarra), Tico Torres (bateria/percussão), David Bryan (teclados/voz), Hugh McDonald (baixo/voz), Phil X (guitarra/voz), John Shanks (guitarra/voz) e Everett Bradley (percussão/voz) promete mais um show cheio de hits do novo álbum This House Is Not For Sale, lançado este ano. Com 34 anos de carreira, 19 discos (originais, ao vivo e compilações), inúmeros sucessos nas paradas, como Livin’ on a Prayer e Wanted Dead or Alive, e ainda mais de 130 milhões de cópias vendidas ao redor do planeta, a banda de Nova Jersey promete incendiar os fãs com mais um show inesquecível. Pedreira Paulo Leminski | Parque das Pedreiras, Rua João Gava, 970 – Abranches (41) 3354-4482 | Ingressos: R$ 270 a R$ 920 | Ticketeria: eventim.com.br JULHO . 2019
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Av. Epitรกcio Pessoa, 1674 Lagoa, Rio de Janeiro (21) 2523-1135
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ROCKFEST A festival | 21 set sáb, 16h São Paulo Scorpions: 22h Whitesnake: 20h15 Europe: 17h15 Armored Dawn: 16h15
umente o volume e tire o casaco de couro do armário porque grandes nomes do rock mundial vão dividir o palco na primeira edição do Rockfest, que acontecerá no dia 21 de setembro, no Allianz Parque, em São Paulo. O grupo Scorpions, Headliner do Rockfest, vem da Alemanha e é bastante conhecido do público brasileiro. Com mais de 40 anos de carreira e milhões de álbuns vendidos, é considerada uma das maiores e mais bem-sucedidas bandas de rock da história. No palco, o grupo vai cantar as canções de seu álbum mais recente, o elogiado ‘Return to Forever’, mas irá se deliciar também com hits poderosos como ‘Blackout’, ‘Rock You Like a Hurricane’ e ‘No One Like You’, além de clássicos emocionantes como ‘Wind of Change’ e ‘Still Loving You’. Allianz Parque | Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca (11) 4800-6680 | Abertura dos portões, às 14h | Ingressos: R$ 150 a R$ 580 Ticketeria: ingressorapido.com.br | Produção Mercury Concerts | 14 anos
jessie j internacional | 27 set sex, 21h30 São Paulo
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lô, alô fãs de Jessie J de plantão: a diva pop vai aterrissar em solo brasileiro em setembro e promete arrastar uma multidão para o seu show, que vai acontecer no Espaço das Américas, no dia 27 de setembro. Dona de uma voz extraordinária e um talento nato para compor, a soprano lírica mais pop do planeta irá enlouquecer o público com os novos arranjos de “Flashlight”, “Bang Bang”, “Nobody’s Perfect” e “Masterpiece”, e claro, de todos os hits dos dois primeiros álbuns, como “Price Tag”, Who’s Laughing Now”, “Wild”. E irá cantar os sucessos do mais recente disco R.O.S.E, lançado há um ano, recheado de canções de empoderamento feminino. Espaço das Américas | Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda São Paulo | (11) 3868-5860 | Ingressos: R$ 105 a R$ 480 Ticketeria: ticket360.com.br | Estacionamento próximo Produção Mercury Concerts | 14 anos JULHO . 2019
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JORGE GUEDES E FAMÍLIA por Luciana Pereira
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casa da família Guedes sempre foi um conhecido ponto de referência musical do município de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões, Noroeste do Rio Grande do Sul. Foi lá que, em 1920, Chico Guedes, ainda guri, começou a tocar acordeom, paixão herdada por seus filhos, entre eles, Jorge Guedes, que, com os irmãos e outros familiares fundou o grupo Jorge Guedes & Família, um marco da música tradicionalista gaúcha. "A nossa casa em São Luiz Gonzaga sempre recebeu músicos de todo o Rio Grande, da Argentina, Paraguai, Uruguai e demais rincões da nossa América. Hoje eu sigo essa tradição de receber em minha casa os "musiqueiros" gaúchos e latino-americanos e tenho certeza que meus filhos darão sequência a esta ideia de integração humana e musical", explica Jorge.
na cultura nativista (fenômeno regional originado no Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), cujas manifestações artísticas mais importantes são os festivais de música nativista). E ainda relembra: "Nossas músicas contam o jeito e a maneira que o nosso homem do campo vive e trabalha nas suas lidas diárias. O Nego Betão, esse homem gaúcho, que tivemos a satisfação de conhecer e prestar homenagem em vida, simbolizava genuinamente bem a história, as tradições e os costumes do nosso povo. Um senhor do campo que montou a cavalo até o fim da vida".
Amor à arte tradicionalista gaúcha
Entre os artistas que influenciaram e seguem influenciando o repertório musical da família estão expoentes brasileiros e internacionais como Noel Guarany, com quem Jorge gravou um LP em 1988, Reduzino Malaquias, Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá, Telmo de Lima Freitas, Nico Fagundes, Teixeirinha, Gildo de Freitas "hermanos" argentinos como Ramón Ayala, Atahualpa Yupanqui e Ernesto Montiel. "Além destes, artistas como o grande Samuel Aguayo, do Paraguai, Alfredo Zitarrosa, do Uruguai, Violeta Parra, do Chile, e tantas outras pessoas fizeram e continuam fazendo um caminho importante para a música sul-americana", explica ele, que se estabeleceu com canções como Nego Betão, marcos 82 .
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Apaixonado pela cultura nativista, Jorge se mostra otimista sobre o presente e o futuro da tradição gaúcha. "A música nativa do Rio Grande do Sul sempre vai ter espaço. Continua sendo uma forma de revelar cantores, instrumentistas e artistas em geral. Aonde quer que um cantor abra o peito, dedilhe a guitarra, ronque a cordeona ou diga um verso com amor e responsabilidade com a arte gaúcha, o nativismo e as coisas lindas da nossa terra sobreviverão ao tempo e às circunstâncias. Entre missões e fronteiras há muitos lugares que revelam muito da nossa história. O interior do Rio Grande do Sul é um manancial de informações relacionadas ao tradicionalismo gaúcho. Estâncias, ruínas jesuíticas e muito mais, em que turistas e gaúchos podem apreciar e conhecer um pouco mais das nossas origens", encerra. (facebook / jorgeguedesefamilia) n