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WILGLYSON GUIGUI

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MARCELLO AUGUSTO

MARCELLO AUGUSTO

30 ANOS, 18 ANOS DE SKATE, IPATINGA – (MG) / @GUIGUI_BDR

Como você descobriu o skate e o que te motivou a começar a praticar?

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Sempre fui fã de todo tipo de esporte radical, aos 12 anos de idade fui para BH de férias e meu primo tinha um skate velho, no mesmo dia eu já me joguei na mini ramp e machuquei o joelho. Passei as férias machucado e senti como obrigação ficar bom no skate como forma de superação! Sempre aprendemos com os tombos!

Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou no início da sua carreira como skatista amador?

A maior dificuldade foi o preconceito da minha família contra o skate. Escolher viver de skate no interior de Minas é algo como acreditar no impossível, e só para contrariar, hoje estou dando entrevista para revista e sou exemplo no lugar de onde eu venho!

Como você concilia a prática do skate com outras responsabilidades, como trabalho ou estudos?

Meu trabalho é andar de skate e fazer música, minha filha é sustentada com dinheiro do skate e da música, automaticamente minha responsabilidade é o skate, é a rua!

Quais são as suas principais fontes de inspiração no mundo do skate?

O skate salvou minha vida, da minha geração no bairro, eu sou o único que não virou bandido graças ao skate, se o skate não entra na minha vida, talvez eu nem estaria aqui hoje!

Quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória como skatista amador até agora?

Foi um campeonato em João Monlevade - MG, eu e os amigos da minha crew, ninguém tinha dinheiro nem da passagem de volta para nossa cidade, nem para alimentação e a única forma de ganhar dinheiro era ganhando o campeonato. Nossa carta na manga era meu aliado Pedro Augusto, que sempre foi sinistro em cima do skate e no aquecimento ele passou mal, nisso ficamos preocupados de como iríamos comer e voltar para nossa cidade, foi quando eu acertei a linha toda e consegui ficar em primeiro lugar no amador, daí já comemos na pizzaria mais cara da cidade e conseguimos chegar em casa sem causar preocupações nas nossas famílias! Como você lida com o medo e os desafios que surgem ao tentar manobras mais difíceis?

Eu não vejo manobras difíceis como desafio, até porque manobras todo mundo manda, o difícil é ser o skate de verdade sem copiar ninguém! Eu acredito que não existe manobra impossível, com fé e dedicação, demore o tempo que for eu sempre vou conseguir voltar qualquer manobra que eu por na cabeça!

Quais são as principais habilidades que você busca desenvolver no skate e como você trabalha para aprimorá-las?

Eu foco em andar diferente das pessoas que eu conheço, se todo mundo tá descendo o corrimão, eu vou tentar subir, e para aprimorá-las eu só penso que amanhã eu sempre tenho que ser melhor do que fui hoje e não tenho mais tempo para desistir!

Como é a relação com outros skatistas amadores e profissionais na sua comunidade?

Na minha cidade nunca teve skatista profissional, eu sempre tento ajudar os locais com o que posso, passar um pouco do meu conhecimento pra eles e mostrar que o skate salva vidas, vai além de categoria, ou competição, em cima do skate todo mundo é igual! Ninguém é mais que ninguém, absolutamente!

Quais são as principais competições ou eventos de skate que você participou ou gostaria de participar?

O mais foda que eu já participei foi um campeonato da Etnies em Amsterdam que eu ganhei e abriu muitas portas pra mim, e o que eu gostaria de participar é o Dime Challenge da Thrasher!

Quais conselhos você daria para aqueles que estão começando sua jornada como skatistas amadores?

Faça por amor, respeite quem veio primeiro e entenda que skate é arte e estilo de vida. E a rua sabe quem é de verdade!

Qual é o seu maior sonho ou objetivo como skatista amador?

Ser espelho pra galera mais nova da minha área, e mostrar pra essa galera que viver do que ama é melhor do que viver pro dinheiro, não tem dinheiro que pague as viagens, as amizades e as vivências que só o mundo do skate pode proporcionar!

Por fim, deixe uma mensagem final para os skatistas amadores e aproveite para expressar seus agradecimentos.

A mensagem pros skatistas é fazer sua mala e se jogar nos picos, filmar com sua crew, conhecer os picos clássicos como o Vale do Anhangabaú, Macba. Isso era impossível pra galera mais old e o que fica são as lembranças e as amizades, a rua não é Instagram! Escutem meu álbum no Spotify "Vida De Rock" haha. E só tenho a agradecer a vocês pelo convite e ao Takim, que abriu a primeira skateshop da minha cidade que hoje é a mais antiga de Minas Gerais ainda viva (Kim e Kris Street Wear), ele faleceu há 2 anos atrás e foi a primeira pessoa a acreditar no meu potencial e sempre me criou como filho! Com certeza ele tá feliz de eu ter chegado até aqui, e também grande agradecimento ao Alex Varas que sempre foi inspiração pra mim no skate e hoje é meu patrocinador (Skateboard Livre) e tá sempre acreditando e me ajudando no meu corre além de profissionalismo, agradeço também meu irmão Pedro Augusto por me ensinar o caminho no skate e sempre me buscar no hospital, agradeço ao Arthur pelas aulas de rua, e dedico essa entrevista à minha mãe que fez mais do que podia e acho que hoje ela deve estar com orgulho por eu estar fazendo parte dessa revista!! Fronteira Skate Family, R.I.P Takim, Ulisses Negão, Mendingo, Naldin, Manel, Tayrone, Nego Vila! Obrigado!

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