Jornal TAMO LÁ! Setembro/Outubro - Nº 5 Ano III

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Nº 5 ANO III

tamo lá! SETEMBRO E OUTUBRO DE 2016

GRATUITO Foto: Thiago Cruz

Foto: Gustavo Diehl

FUTURO Profissionais de fisioterapia, veterinária e comunicação social contam um pouco sobre suas escolhas! página 6 Foto: Ramon Moser

EXPERIÊNCIA Quilombo dos Alpes: relato de um estudante sobre sua vivência neste recanto histórico de Porto Alegre. página 7

Foto: Daiane Moraes

SUPER DICAS PARA O ENEM!

O ENEM está chegando! Confira as dicas que alguns educadores do Esperança destacaram para você! PÁGINAS 4 E 5

COMUNIDADE Conheça um pouco mais da Biblioteca Pública Municipal localizada na Restinga e suas atividades culturais! página 8


AGENDA

EDITORIAL EDITORIAL Educação para mudar o mundo por Gabriela Sitta

“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.” Paulo Freire Aqui no Esperança, costumamos dizer que trabalhamos com educação popular. Mas você sabe exatamente o que esse termo significa e como ele se atualizou ao longo do tempo? Até os anos 1940, quando alguém falava em educação popular, queria se referir a uma noção bem simples: a de levar a educação escolar a grupos sociais periféricos. Mas, na década de 50, uma questão começou a inquietar os estudiosos: a educação deveria ser apenas a disseminação de conhecimentos prontos ou ela teria que envolver a difusão e a discussão de ideias? Mais ou menos nessa época, surgiu a voz que mudaria a história da educação popular por aqui: a de Paulo Freire. Para ele, educação deveria libertar e emancipar as pessoas, transformando-as em sujeitos capazes de mudar a realidade. Junto com essa noção, ele trouxe aos debates a preocupação com a valorização de culturas e conhecimentos que não integravam os currículos escolares. Além disso, procurou mostrar como o sistema de educação convencional influencia a manutenção da desigualdade. Você já parou para pensar quem determina o que é e o que não é ensinado nas escolas? Freire refletia sobre isso o tempo todo. Nos anos 60 e 70, surgiram vários movimentos sociais que valorizavam a cultura e a educação populares. Quando a ditadura militar tomou o poder, muitos deles foram silenciados, mas outros sobreviveram e voltaram à ativa por volta de 1980. Nesse período, começaram a surgir os pré-vestibulares populares e, de lá pra cá, a luta por uma educação baseada em diálogo, respeito, igualdade, autonomia e liberdade move muita gente que acredita na transformação do mundo. Hoje, falar em educação popular significa falar em valorizar diferentes formas de cultura e conhecimentos, significa dialogar (e não impor) e formar sujeitos políticos. E implica, mais do que tudo, em utilizar o ensino como um instrumento para acabar com a desigualdade e com a injustiça sociais.

pvrestinga.blogspot.com.br facebook.com/groups/pvrestinga

Te liga nessas dicas do Cursinho Pré-Vestibular Esperança Popular Restinga. Não esquece dessas datas! Anota, memoriza, copia, recorta, circula, mas não perde! AGENDA • 15ª Feira de Troca de Livros de Porto Alegre – dia 25 de setembro, das 10h às17h, no Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues – Av. Érico Veríssimo 307, bairro Menino Deus. A Feira visa divulgar, incentivar e valorizar o livro e a leitura, por meio de trocas de títulos lidos por outros ainda a serem lidos. Confira a programação gratuita em: http://coordenacaodolivro.blogspot.com. br/2016/08/15-edicao-da-feira-de-troca-de-livros. html

• Cronograma ENEM 2016 – 05 e 06 de novembro Abertura dos portões: 12h Fechamento dos portões: 13h Início das provas: 13h30min 05/11 – Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias – 4h30min de duração. 06/11 – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias – 5h30min de duração.

CURSINHO PRÉ-VESTIBUlAR ESPERANÇA POPULAR RESTINGA EDUCADORES Adriele Albuquerque Alexandre Rodrigues Bernardo De Carli Davi Vergara Denise Aires Ramos Érick Barcelos Goulart Gabriela Sitta Henrique Maciel Leão Israel Teixeira Sasso Kamila Costa Lucas Dalenogare Márcia Reckziegel Marilize Ribeiro Alfaro Matheus Penafiel Patrícia Goulart Pinheiro Pedro I. C. Figueiredo Rodrigo Dos Santos Ronaldo Beraldin Saul Bastos William de Oliveira Silva

COMISSÃO EDITORIAL Daiane Moraes Débora Simões Rita Camisolão

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO Arthur Bataioli

REVISÃO Débora Simões

*As matérias assinadas nesta edição são de exclusiva responsabilidade de seus autores

TÁ SABENDO DE ALGUM EVENTO LEGAL? COMPARTILHA! Envie um e-mail para o Cursinho Esperança: deds@prorext.ufrgs.br

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CADERNO ESPECIAL

SUPER DICAS PARA

O ENEM!

O ENEM tá chegando e, com ele, aquela vontade de absorver todo o conhecimento possível, antes das provas. Então vamos lá! Tem um bom tempo para estudo ainda e, para dar mais um incentivo, alguns educadores do Esperança prepararam dicas importantes pra ti!

REDAÇÃO

Denise Ramos

DICAS • Faça a redação primeiro; • Planeje o que pretende escrever; • Liste tudo o que lembrar sobre o tema; • Cuidado com palavras difíceis; • Mantenha a estrutura; • Atenha-se à coesão e coerência textuais;

• Não esqueça de argumentar; • Demonstre uma solução viável; • Evite utilizar subterfúgios como ironia ou sarcasmo; • Esteja atento à pontuação; • Organize seu tempo.

1.

Na introdução, apresente a proposta

2.

No desenvolvimento, apresente as informações e argumentos

3.

na conclusão, apresente a solução ou proposta

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CADERNO FÍSICA

Érick Goulart

Primeiramente, vamos derrubar um mito: “Não precisa fazer cálculo no ENEM”. IÉIÉ, PEGADINHA!! Precisa sim, meu querido. É verdade que a maior parte das questões são teóricas, cerca de 60%, mas os outros 40% são com cálculo, essa proporção é quase igual pra prova da UFRGS, então te prepara pra fazer umas continhas! Outra coisa, muitos pensam que os conteúdos cobrados no ENEM são totalmente diferentes do vestibular. Mentira, são praticamente os mesmos conteúdos, só que com ênfases diferentes. O ENEM tenta contextualizar muito as suas questões, ou seja, trazer problemas com relação ao nosso dia a dia. Mas não precisa estudar de forma diferenciada não, só resolver as questões antigas que tu pega o jeito da prova. O gráfico que estou deixando aí mostra os conteúdos mais cobrados desde 2009 (quando a prova foi reformulada), então, pode ter uma noção do que dar mais importância nessa reta final! Também não esquece de, na hora da prova, não perder tempo com uma questão que parece ser difícil, concentra nas fáceis, pra garantir uma boa nota pelo método TRI. No mais, é isso, VAMO PASSAR!!

ESPANHOL

Márcia Reckziegel

Fófis, lembrem que o grosso da prova de espanhol é interpretação de texto. Pela quantidade de questões, com a intenção de otimizar o tempo e de não perder a objetividade, segue aquele nosso passo a passo sucesso: 1) veja o que o enunciado está pedindo; 2) dá um bizu nas alternativas e na fonte bibliográfica; 3) lê o texto com o enunciado na cabeça; 4) relê o enunciado; 5) segue o baile até achar a resposta. Chicas y chicos: assim como na vida de umx compa do Esperança, alternativas que firam os direitos humanos NÃO PASSARÃO. Racismo, machismo, lgbtfobia, preconceito linguístico, xenofobia, entre outros, NÃO serão a alternativa correta, vocês sabem. Vocabulário importante: Acordar (lembrar, entrar em acordo); Aportar (contribuir); Cambiar (trocar, mudar); Colgar (pendurar); Contestar (responder); Hacer (fazer); Soler (costumar). Aunque (ainda que/embora/mesmo que); Sin embargo (no entanto); Mientras (enquanto) – Mientras tanto (enquanto isso); Todavía = Aún (ainda); Aun (inclusive); Pero (mas); Quizá(s) (talvez). Débil (fraco); Inversión (investimento); Rato (momento); Reto (desafio).

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ESPECIAL LÍNGUA PORTUGUESA

Kamila Costa

A dica é sobre funções da linguagem, assunto recorrente em todas as provas do ENEM! Não dá para perder essa questão!

Neste esquema, temos os principais elementos da coReferente municação, cada função da linguagem coloca em evidência um desses elementos. A linguagem possui seis funções básicas: 1) Função referencial, denotativa ou informativa: o Mensagem Receptor emissor centra a sua mensagem sobre o referente. O Emissor objetivo do emissor é traduzir a realidade com objetividade, informar de forma direta, sem julgamentos. É a linguagem característica das notícias jornalísticas, de artigos científicos e técnicos. Código 2) Função conativa ou apelativa: o emissor tem por objetivo influenciar, seduzir ou convencer o receptor da mensagem. Exemplos: propagandas políticas e a publicidade. 3)Função expressiva ou emotiva: predomina a atitude do emissor diante do objeto, reflete seu estado de ânimo e suas emoções. Algumas marcas da função emotiva são: uso de reticências e do ponto de exclamação, presença de interjeições e de adjetivos. 4) Função poética: refere-se à elaboração da mensagem. O referente da mensagem é a sua própria significação. Exemplos: poesias e textos literários. 5)Função metalinguística: refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código, por exemplo, é a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta. Exemplos: as gramáticas e os dicionários. 6) Função fática: tem por objetivo testar, interromper, estabelecer ou prolongar o canal de comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Exemplos: expressões que confirmam se alguém está ouvindo ou não, a linguagem das falas ao telefone e das saudações.

PLANEJE O TEMPO Não corra o risco de ficar sem tempo para responder e acabar chutando.

Acertar uma questão difícil e errar uma fácil pode baixar sua nota, fique atento para não cair nesse erro. No Enem não importa quantos acertos você tem, mas sim quais acertos!

KEEP CALM AND...

BEBA ÁGUA O consumo de água tem um efeito fisiológico positivo sobre o raciocínio e ajuda a aliviar a ansiedade, uma das principais causas de mau desempenho em provas.

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PRIORIZE AS FÁCEIS

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Procure se tranquilizar para não dar aquele BRANCO, causado pela ansiedade e nervosismo!

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FUTURO

Experiência profissional

por Gabriela Sitta

Convidamos profissionais que se formaram em alguns dos cursos mais populares entre os alunos do Esperança para nos contar um pouco sobre sua atuação e o mercado de trabalho. Confira:

FISIOTERAPIA

Eu sou médico veterinário e escolhi minha profissão especialmente por influência do meu pai, que era dono de um abatedouro. Cresci observando lesões no frigorífico, o que despertou meu interesse pelo assunto. Hoje, adoro minha profissão e tenho muita satisfação em salvar animais e ver, nos partos, o início da vida. Atualmente, a medicina veterinária está em um patamar diferente, e o mercado é bastante promissor para aqueles que se dedicarem, se especializarem e se atualizarem constantemente. No geral, os profissionais da área estão atuando com espécies ou ramos específicos. Eu, por exemplo, me dedico exclusivamente a bovinos ou ruminantes, especificamente com leite. Esse é um trabalho diferente daquele realizado em clínicas e pet shops. Ele envolve identificar, diagnosticar e tratar doenças, acompanhar o processo reprodutivo e de gestação dos animais, realizar cirurgias de campo, trabalhar com podologia e com manejo.

Leonardo Dametto, médico veterinário

Foto: Cadinho Andrade

Kelly Felini, fisioterapeuta

COMUNICAÇÃO SOCIAL Foto: Thiago Cruz

Foto: Cadinho Andrade

A fisioterapia é um segmento da área da saúde que promove o restabelecimento, a manutenção e a promoção da saúde. O campo de atuação de um fisioterapeuta é muito amplo. É possível trabalhar em hospitais, centros de reabilitação, clínicas particulares, clubes, escolas especiais, academias, faculdades, indústrias, centros de pesquisa, estética, entre outros. Eu sempre me identifiquei com a área, pois a profissão tem uma amplitude muito grande. Logo que me formei, pretendia atender em um consultório próprio e a domicílio, mas acabei enviando currículos para clínicas e hospitais e fui contratada pelo Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, e cedida para um lar de idosos. Com isso, percebi o quanto me identifico com trabalhos que exigem paciência e sensibilidade, habilidades inerentes à função. Também constatei a necessidade constante de atualização.

MEDICINA VETERINÁRIA

Sempre escutei das pessoas ao meu redor que eu deveria seguir o caminho da comunicação social. Provavelmente por ser muito comunicativa, por gostar de pessoas e por saber ouvi-las. Quando eu estava no terceiro ano, decidi aceitar os conselhos e pesquisar sobre o mercado da comunicação. Assim, ingressei nesse mundo pelo qual tenho grande carinho e apreço. Hoje, sou formada em relações públicas e trabalho como analista de mídias sociais. A comunicação social possui diferentes vieses, como planejamento estratégico e execução da comunicação integrada, relacionamento entre organizações e seus públicos, pesquisas de mercado, campanhas publicitárias e disseminação de notícias. Há muitas áreas para seguir, dependendo do que o profissional gosta e com o que se identifica. O mercado ainda é pouco conhecido e explorado, porém a cada dia se torna mais relevante e necessário. Para os profissionais, o segredo é buscar novos conhecimentos, estudar tendências e ferramentas para se destacar e garantir boas oportunidades.

Natália Masoni, relações públicas

“A maior recompensa pelo nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma.” John Ruskin

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EXPERIÊNCIA

OS QUILOMBOS NO SÉCULO XXI

por Elias Santos

Com pouco mais de cinco séculos desde o desembarque de portugueses, a história brasileira é marcada por um longo período de escravidão, que vigorou de 1500 até a assinatura da Lei Áurea, em maio de 1888. Porém, a resistência negra iniciou muito antes. Registros históricos apontam que, já em 1575, existiam espaços que abrigavam negras e negros fugidos dos maus tratos impostos pelos seus senhores. Durante o período de escravatura os quilombos foram importantes espaços, não apenas de refúgio, mas também de resistência para a memória negra no Brasil. O maior quilombo existente na história do Brasil foi o Quilombo dos Palmares, que, em 1670 já abrigava cerca de 50 mil moradores. Ainda hoje há comunidades quilombolas no território brasileiro. Segundo a Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, existem 3524 delas atualmente. Muitas comunidades se situam em áreas rurais, outras estão no território urbano, como o Quilombo dos Alpes, localizado na Zona Sul de Porto Alegre.

Os Alpes De riso fácil, Rosangela da Silva Ellias, mais conhecida como Janja, recorda algumas perguntas feitas para os moradores do Quilombo dos Alpes. “Vocês caçam para comer?”, “Conhecem um shopping?” foram alguns dos questionamentos já feitos desde que a comunidade se autorreconheceu como quilombola, há pouco mais de uma década atrás. O Quilombo dos Alpes recebeu, no mês de julho de 2016, a 20ª edição do Programa Convivências, idealizado e concebido pelo DEDS/UFRGS (Departamento de Educação e Desenvolvimento Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A aproximação da comunidade com a UFRGS iniciou quando Janja participou da produção de um vídeo sobre lideranças negras femininas, feito pelo departamento.

Rita Camisolão, diretora do DEDS, relata que o Programa Convivências já aconteceu outras vezes em comunidades quilombolas, contudo, pela primeira vez, ele ocorre dentro do perímetro urbano. O principal eixo do programa é a interação entre a universidade e a comunidade, em uma troca de saberes mútua. Para a estudante de biologia, Bruna Corrêa, “é difícil ter uma percepção imediata [dos impactos do programa], a gente vai desenvolvendo ao longo da vida, retomando as coisas que estamos vivendo aqui”. Durante a convivência foram desenvolvidas diversas atividades, desde uma partida de futebol a uma oficina de primeiros socorros, com os atendentes do posto de saúde que atende a área do Quilombo dos Alpes. Sobre esta troca, Karina Ellias, moradora do Quilombo dos Alpes desde que nasceu, relata que “o pessoal às vezes vem com essa curiosidade de zoológico, mas isso [a convivência] traz um ganho para a vivência deles como futuros profissionais”. Atualmente Karina é atendente de saúde e busca evidenciar as necessidades da sua comunidade. Puderam se inscrever no programa alunos de todos os cursos da universidade. No total foram 55 inscrições vindas de 26 cursos diferentes. Esta diversidade de conhecimentos e origens é muito importante para que a dinâmica do programa seja possível e eficaz. Antes de ir para a comunidade, todos os selecionados passaram por uma preparação oferecida pelo DEDS, em que receberam desde informações jurídicas até dicas de participantes de outras edições do programa. O contraste de entendimentos sobre o quilombo fica claro quando se conversa sobre a paisagem do local. Ao chegar no topo no Morro dos Alpes é possível enxergar a zona leste da capital gaúcha, os altos prédios do Centro Histórico e também boa parte da Zona Sul, esta vista toma o fôlego de muitos, mas não o de Janja, para ela, a melhor vista é a dos campos que se estendem pelo território da comunidade onde ela cresceu, assim como seus ancestrais e descendentes. Foto: Ramon Moser

Segundo o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), uma comunidade quilombola é “um grupo étnico predominantemente constituído pela população negra rural ou urbana, que se autodefine a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade e as tradições e práticas culturais próprias”.

O Programa Convivências

A relação do povo com a terra é percebida em várias lutas ao longo dos anos. Desde o seu autorreconhecimento, a comunidade tem buscado a implementação de serviços básicos. Através do programa do governo federal, Luz para Todos, os quilombolas obtiveram o acesso à energia elétrica. Atualmente as principais reivindicações são uma creche, escola e também uma praça pública. Janja destaca que a adesão a estas tecnologias não pode ferir a preservação do território “não queremos caminhões de concreto tapando tudo, nossa história, nossa memória. Isso pra nós não é estrutura, é destruição”.

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Janja, a líder do Centro Comunitário do Quilombo dos Alpes

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COMUNIDADE CONHECE A BIBLIOTECA PÚBLICA DA RESTINGA?

Entrevista: Daiane Moraes Texto: Débora Simões Foto: Divulgação Facebook

Na foto acima, uma sessão de “Hora do Conto”, uma das atividades desenvolvidas pela Biblioteca

No ano de 2001 foi inaugurada a Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães - Ramal 1 - Restinga, dentro do Centro Administrativo Regional (CAR), resultado da solicitação da própria comunidade, por meio do Orçamento Participativo do município de Porto Alegre. A bibliotecária, Marta Lemos, atua no local desde a sua inauguração e conversou um pouco com a gente sobre seu trabalho e o funcionamento desse espaço tão importante no bairro. A biblioteca da Restinga é um anexo da sede localizada no Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues. Começou a funcionar, primeiramente, em uma sala bem pequena e, à medida que foi se expandindo, adquirindo maior acervo e público de leitores associados, foi ganhando espaços maiores, até estar no local atual. O maior público, atualmente, é de estudantes do ensino fundamental e médio, mas também recebe não leitores (que leem livros de gravuras) e idosos. Há pessoas que vão semanalmente à biblioteca, tendo isso como um hábito de vida (muito saudável, por sinal!). O acervo é composto, em sua maioria, por doações (da comunidade, de outras instituições, da biblioteca sede) e, eventualmente, a biblioteca recebe verba da Secretaria da Cultura para compra de

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novos títulos. Nas estantes, o público encontra mais de 7.200 livros, entre eles, muitas obras de literatura nacional, estrangeira, infantil e infantojuvenil. Mas há também, ao dispor da comunidade, livros didáticos, científicos, biografias, revistas, gibis, entre outros. Dicionários, enciclopédias e livros raros ficam disponíveis somente para consulta local. Além de todo esse material acessível para empréstimos e pesquisa, o público ainda pode contar com um computador, destinado a realização de pesquisa na internet e trabalhos escolares. Como a biblioteca recebe muita doação, também doa exemplares para formação de novas bibliotecas e para a própria comunidade. O “Pegue e Leve” é uma ação em que as pessoas interessadas podem pegar os exemplares, disponíveis em um local específico da biblioteca, e levar para suas casas. Uma ação muito interessante, que promove a circulação dos livros que já não estão mais sendo necessários no acervo e podem ser uma fonte de lazer, cultura e conhecimento para outras pessoas. Aliás, um dos objetivos da biblioteca é esse: “fomentar a leitura e difundir o livro como instrumento de saber e prazer”! Outros objetivos da biblioteca são “fortalecer o elo afetivo entre a criança e o livro, aproximar crianças adolescentes e

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adultos do texto literário e criar novos leitores”. Para isso, ela promove atividades como hora do conto, cursos, oficinas, saraus poéticos, palestras com escritores e feira de troca de livros e programações em que a biblioteca vai até as escolas. A Feira de Troca de Livros deste ano ocorrerá dia 25 de setembro. Participam cerca de 20 bibliotecas, com várias atividades para a comunidade, e acontece no Centro Municipal de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, onde fica a Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães (Sede) - Av. Erico Verissimo, 307.

SERVIÇO: Programação – coordenacaodolivro. blogspot.com.br/ Associação – apresentar carteira de identidade ou certidão de nascimento e comprovante de residência. Obs: menores de 16 anos devem ir acompanhados de um responsável, maior de 18 anos, para associação. Funcionamento – de segunda à sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Endereço – CAR-Restinga, Rua Antônio Rocha Meirelles, 50, Restinga Nova, PoA – RS Contato – Fone: 51 3245 1334 / E-mail: bibliotecaramal1@smc.prefpoa.com.br

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