Revista Mensal Gratuita - DeepArt - NĂşmero 9 - Abril de 2013
FICHA TÉCNICA Direção Inês Ferreira Tel: 966 467 842 direcao@deepart.pt
Revista Mensal Gratuita - Nº 9 - Abril de 2013
Editor-in-chief Tiago Costa Tel: 965 265 075 direcao@deepart.pt
Photographer - Ismael Prata Model - Ana Paula @ Elite Lisbon Stylist - Marta Teixeira Hairstylist - Cátia Monteiro Make Up - Sara Fonseca
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Site www.deepart.pt
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facebook.com/deepartmagazine Para outros assuntos: geral@deepart.pt Propriedade Inês Ferreira Periodicidade Mensal Contribuinte 244866430 Sede de redação Rua Manuel Henrique, nº49, r/c, dto., 2645-056 Alcabideche Inscrição na ERC 126272
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”PORMENORES” O nosso quotidiano está “recheado” de pormenores. Sendo pessoas minuciosas ou não, cada vez mais tendemos a dar importância aos pormenores, até porque são eles que marcam muitas vezes a diferença em algo que desprovido deles, seria apenas mais uma coisa banal e igual a tantas outras.
Na DeepArt os pormenores não são esquecidos e damos nesta edição número 9 todo o destaque a estas “pequenas coisas” que fazem com que esbocemos um sorriso, com os adorados “requintes de malvadez” da equipa que todos os meses vos traz um número novo.
Sou (e penso que apesar de por vezes lutar contra a minha obsessão por pormenores e detalhes), uma pessoa absolutamente adepta das “pequenas grandes” diferenças que eles conferem seja a um objeto, seja a um momento de lazer.
Não me entendam mal quando me refiro ao termo “requintes de malvadez”, já repetido no texto, mas além de adorar a expressão, acho que “encaixa que nem uma luva” no que toca a pormenores uma vez que neles é depositado todo o requinte e cuidado de quem deles trata, encontrando-se a malvadez no quase doentio decoro com o detalhe.
Pormenorizadamente falando, o que seria de uma pessoa sem um pormenor especial em si, por vezes um “requinte de malvadez” na sua personalidade, aquela piada sarcástica, aquele sorriso franco, ou qualquer outra característica, que lhe confira um “toque” especial? O mesmo se poderá dizer em relação a meros objetos ou espaços, que sem um elemento diferenciador seriam apenas mais um, mas que com um simples pormenor se tornam completamente imperdíveis! Quando falamos de revistas, todo e qualquer pormenor é importante para o seu sucesso ou fracasso. Tal como na vida, uma palavra “mal colocada” pode pôr em causa todo um artigo ou entrevista, tal como um conjunto de pormenores fracassados pode pôr em causa a própria integridade e duração de uma revista.
Nesta edição falaremos sobre o evento Moda Lisboa, que uma vez mais marcou presença, com todos os seus detalhes que fazem as delícias do seu “público” fiel. Teremos também uma entrevista digna dos amantes dos pormenores gastronómicos: a Revolta do Palato. Como nada é deixado ao acaso, também o nosso espaço apresentado este mês, demonstra esse apreço pelos pormenores: o Teatro Rápido, que dedica toda a sua atenção ao teatro, com várias peças em cena, que poderá ver num final de tarde para relaxar de mais um dia de trabalho. Tudo bons motivos para caso não seja adepto fervoroso do tema, ler e mudar, mesmo que ligeiramente de opinião e aproveitar todos estes “pequenos grandes” prazeres. Boa leitura!
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Modalisboa Trust - Boarding Pass Be a Gentleman - 5 Regras de Estilo que Qualquer Homem Deve Seguir T-shirt vs Shirt - Qual a melhor forma de encarar a Primavera Tendência - All Denim Tendência - Colorful Tendência - Pet Shop Tendência - Street Wear Glove - “Attitude&Style”
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- João Reis - Revolta do Palato - Deolinda
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- Editorial de moda - Morning Story - Editorial de moda - La Vie en Rose - Editorial de moda - Girls Will Be Girls
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Editorial de Produto Stay Dry! Do It Yourself, - com uma pequena ajuda Tela Bags
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FGF_Concept Store - Ermesinde, 2012 Norton - Quarteto Fantástico Coisas que preciso e que não preciso - by Sandra Roda Cultura Urbana - Internacional Made in Italy EmCara Lucile Hadzihalilovic - Innocence Teatro Rápido - e TR Bar Sesimbra - Uma vertigem de verde e azul
TEMA - Auto-Retrato
ARTISTA - Nuno Viana
SITE - www.nunoviana.com
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Modalisboa Trust Boarding Pass
A Capital Lisboeta foi mais uma vez palco de 3 dias de desfiles que deram a conhecer as sugestões para o Outono/Inverno 2013. Por Rita Reis
Nesta edição senti uma clara aproximação ao consumidor: na apresentação de peças nos desfiles de forma geral e nas ações paralelas ligadas à semana de moda, onde destaco o WONDER ROOM, onde conheci marcas com sangue fresco como: a Urso Tigre, a ELLG, a Ideal&Co, a Cardume entre outras. De entrada gratuita, várias foram as ações que mereceram louvoures. A conferência sobre moda “Fashion Today Fast/Fast Talk About Fashion”, no MUDE, com um painel de oradores conceituados. Também no MUDE o documentário “Diana Vreeland: The Eye has to Travel”, de Lisa Immordino Vreeland chega como uma homenagem à mulher que criou a profissão de Editora de Moda. Um projeto que achei bastante interessante foi o “Art Comes First” - Projeto “The Coal” na Loja da Atalaia, onde foi possível ver uma fusão entre a produção artesanal e a criatividade do design contemporâneo.
Foto: Rui Vasco
“Quadrado” é o tema da coleção de Alexandra Moura. A geometria foi o mote para a criação de peças geométricas, com linhas tubulares numa ótica limpa e polida dos cortes à modelagem. Com o objetivo de regressar aos primórdios da existência da raça humana, a criadora procurou renovar o seu ADN. Para lá chegar explorou o lado tribal da origem do ser humano, dando um toque mais sensorial e natural às peças. A destacar duas presenças especiais na passerelle - o artista Kalaf e o ator Miguel Borges.
Alexandra Moura
O desfile de Dino Alves foi o que mais surpreendeu através da dinâmica na passerelle, com a entrada de pequenos pupilos prontos para começar a aula. Tudo para fazer desfilar modelos a fazer lembrar professora dos tempos do Estado Novo. Dino Alves recorreu a pre-
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gas, plissados com aplicações e estampados com letras, numa linha mais feminina e uma silhueta mais justa, onde dominam o preto, o branco, o beringela forte e a areia. Mais uma vez, Filipe Faísca apresentou uma coleção dedicada ao público feminino, com uma estrutura minimalista e sensual, com uma mistura de materiais e cores. Beringela, verde ácido e preto foram os tons que mais se destacaram nas sedas, burel e mouton raze. O 25º aniversário da marca de Miguel Vieira foi celebrado nesta edição com uma coleção centrada na história e ADN das diversas criações do designer, numa homenagem à Mulher.
Foto: Rui Vasco
Com uma silhueta ultra-feminina, os vestidos apresentaram uma sensualidade sofisticada com brilhos e dourados. O preto e branco marcaram esta edição, contrariando os tons néons da última edição.
Dino Alves
“Orlando”, película de 1992 de Sally Potter, foi o ponto de partida para a apresentação do desfile de Nuno Baltazar para esta estação. Numa oscilação clara entre o feminino e o masculino, e de uma evolução do próprio criador, foram apresentadas formas mais volumosas. Sem fugir do seu ADN, Nuno Baltazar conseguiu assim fazer desfilar uma oferta muito mais abrangente de peças, desde vestidos, calças e camisolas oversized, trazendo um âmbito mais jovem e descontraído ao portefólio do criador.
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Miguel Vieira
Nuno Baltazar
Os Burgueses
Pedro Pedro
Ricardo Dourado
Ricardo Preto
Saymyname
White Tent
Fotos: Rui Vasco
Filipe FaĂsca
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O preto, o caramelo e o musgo, juntaram-se a tons tendência como o rosa fúcsia e o verde esmeralda para produzir peças que oscilavam entre o masculino/feminino, justo/oversized, sofisticado/descontraído. No que toca a acessórios, os modelos desfilaram com a segunda edição da linha eyewear do criador, com hastes escuras e lentes metalizadas, (numa parceria com uma fábrica nacional), que estará disponível nas lojas a partir da Primavera. Pedro Pedro apresentou uma coleção moderna e sofisticada, baseada em tons quentes como o castanho, o cinzento, o verde e o beige. As imitações de pele de animal destacaram-se em conjunto com as peças em lã minimalistas. Por sua vez, Ricardo Dourado apaixonou-se pelos padrões africanos. Após uma visita à cidade sul africana Soweto, o designer inspirou-se nos estampados coloridos e usou-os com uma ligação streetwear e urbana, contrariando as peças minimalistas e com blocos de cor vistas noutras edições. Ricardo Preto regressou ao passado. Com uma coleção contemporânea e moderna com looks monocromáticos, tecidos fluídos, cortes retos, num desfile de malhas e lãs, onde o amarelo torrado e o vermelho conhaque se destacaram.
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Uma das coleções que mais me surpreendeu foi a de Saymyname. Ainda numa lógica LAB, Catarina Cerqueira criou a coleção stratosphérique, inspirada no trabalho da artista plástica Victorine Muller. Seguindo a linha desportiva já natural da marca, esta estação trouxe formas mais sofisticadas, com mais volume e pormenores com influências futuristas. A destacar o neoprene entre tecidos mais desportivos, sempre com um toque minimalista. Calças justas com fechos, casacos oversized, drapeados e pregas em saias e calças. De forma inovadora, a dupla Evgenia Tabakova e Pedro Noronha-Feio da White Tent deixaram de lado os pretos e cinzentos do passado, e concentraram-se em tons cítricos, azuis e bordeaux em cortes novos, desenvolvendo peças mais elegantes, femininas e sofisticadas. Esta coleção apresenta formas mais sexys, com peças-chave brilhantes com algumas estampagens de película metálica nas malhas, mantendo o conforto típico das peças da dupla de designers. A introdução do padrão camuflado foi também uma novidade, dando cor à malha, lã e algodão mescaldo. Devo destacar as parcerias feitas a nível do calçado, com marcas emergentes como foi o caso de Pedro Pedro com Basilius, Saymyname com Xperimental Shoes, Aleksandar Protic com a Dekode e White Tent com a Fly London.
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Be a Gentleman 5 Regras de Estilo que Qualquer Homem Deve Seguir Por Vítor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt
O estilo é algo muito pessoal, é aquilo que nos distingue uns dos outros. Se quer ser um homem cheio dele, deixo-lhe 5 regras, muito simples e eficazes, para que o consiga ser sem grandes problemas.
Foto: http://www.gq.com/style/street-style/201302/tommy-ton-new-york-2013#slide=8
1. Um bom fato O fato está para o homem como uma segunda pele, portanto um bom fato necessita de um bom alfaiate. Mesmo que compre um fato de uma marca considerada de topo, tenha noção que este precisa sempre de ser ajustado ao seu corpo. Tenha especial atenção aos ombros e à altura das calças. 2. Dê atenção à gravata Existem com imensas formas, com padrões, lisas, de malha, mas antes de comprar uma gravata, pare cinco segundos e pense... qual será a ocasião em que a irá usar e com que fato! Tenha especial atenção ao tamanho, demasiado larga ou muito estreita não é o ideal. Procure um equilíbrio entre os dois (com 6 cm na parte mais larga é o suficiente). 3. Cuidado com as Camisas Brancas São um básico em qualquer closet masculino, tanto as pode usar com jeans ou com um fato. Mas muitas camisas brancas são feitas com tecidos mais transparentes. Sendo assim é necessário que tenha camisas com tecidos de qualidade, que assegurem que não se veja aquilo que não é suposto. Nunca se esqueça de ter mais do que uma!
Ermenegildo Zegna
4. Sapatos clássicos são um “must have” Os sapatos definem o estilo de um homem. Se não está habituado a usar, pode começar por uns pretos, com um modelo simples e em pele. Isto é um investimento seguro, pois irá usá-los em mais que uma ocasião. Quando se sentir confortável, pense como seria caminhar com uns castanhos ou cognac...
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Dior Homme
5. Relógio Os relógios são as jóias de um homem. Esqueça os fios e as pulseiras, por agora. Um relógio clássico, intemporal e de uma boa marca de relojoaria é o ideal. Pense que as mulheres preferem um homem pontual.
Foto: http://www.style.com/
Foto: http://www.style.com/
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T-shirt vs Shirt
Qual a melhor forma de encarar a Primavera
Foto: http://www.gq.com/style/street-style/
Por Vítor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt
Com a chegada da Primavera o nosso primeiro sentimento é que os dias de sol e calor estão de regresso. Como tal é necessário adaptar o nosso arsenal de roupa, para encarar o regresso do bendito calor! A melhor ideia é que podemos usar uma t-shirt como a peça chave de todo o look. Por exemplo uma t-shirt com um estampado vibrante, ou uma cor mais forte por baixo de um bomber jacket, blazer ou mesmo um biker jacket. Isto com uns jeans de corte direito tornará o look simples e casual.
Contudo, se prefere um look mais sofisticado porque não trocar a t-shirt por uma camisa?! É prática e faz toda a diferença, mesmo que combinada com as mesmas opções que a t-shirt. Neste caso opte por camisas simples, mas aposte num acessório marcante, como um bom cinto. Se pretende ser mais rebelde porque não uma camisa com padrão desabotoada com uma t-shirt lisa por baixo?! Prático e eficaz.
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Foto: marca gina tricot
ALL DENIM
Camisa em ganga, €14,95, Modalfa.
Calças de ganga, €80, Pepe Jeans.
Calças em sarja de algodão, €135, Hilfiger Denim.
Chapéu em feltro de lã, €60, Globe.
Relógio, €40, Swatch.
Óculos com armação em acetato, €87, Vogue.
Colar em plexiglas, €146, Malene Birger. Delineador de olhos, €18, Mary Kay.
Pingente Lábios Kiss, €12,95, Zara. Óculos em acetato, €358, Cutler and Gross, na André Ópticas.
Capa para iPhone, €35, Jack Spade, em www.colette.fr.
Por Rita Reis
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COLORFUL Foto: Diana Enciu - fotografia Josefina Adrés
Sandálias APPEAL120, €149,80, Cubanas Shoes.
Blusa, €29,99, Mango.
Capa para iPhone, €35, Kenzo em www. openingceremony.us.
Calças, €46, em www.topshop.com.
Clutch em pele e metal, €99,95, Uterqüe.
Slippers, €29, Chicwish, em www.chicwish.com.
Casaco, preço sob consulta, Georges Rech à venda no El Corte Inglés.
Calças, €29,95, H&M. Óculos Waves Oversize em acetato, preço aproximado €425, Louis Vuitton.
Por Rita Reis
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Foto: Hunter
PET SHOP
Peitoral, €58, Dogs’Wish.
Coleira Red Dingo, €10.35, Dogs’Wish. Comedouro, €16.75, Hunter. Peitoral Ocean Mist, €23.50, Puppia.
Sofá, €44.60, Hunter.
Trela extensível, €25,95, Flexi Fashion Ladies. Por Rita Reis
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Foto: Carlotta Oddi - fotografia Josefina Andrés / Coke Bartrina
STREET WEAR
Calções Modelo AURORA, €45, Change.
Body, €17,99, Blanco.
Ténis, €62,90, Vans. Capa para iPhone, €11, etsy.com.
Casaco, €24,95, H&M. T-shirt, €15, Authentic Wear.
Relógio, preço sob consulta, Komono.
Verniz, €3,95, H&M.
Shopper grande €19,95, Zara.
Leggings, preço sob consulta, BCBG MAXAZRIA.
Por Rita Reis
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GLOVE
“Attitude & Style”
Fotos: GLOVE
Por C. Jacob
GLOVE é o novo sinónimo de moda, assim o quiseram, Adelaide Nunes, Géraldine Ribeiro e Sandrina Francisco. E foi no passado dia 21 de fevereiro que esta nova ligação à moda se deu, com uma festa de cocktail a marcar o lançamento de GLOVE, no Hotel Fonte Cruz, na Avenida da Liberdade. O que é afinal a GLOVE? Esta é a nova entidade especializada em vários serviços desde a consultoria de imagem, personal shopping, até ao aconselhamento nas várias áreas da estética e sessões fotográficas,
assim como também o planeamento e realização de produções de moda. As três mentoras deste projeto, Adelaide, Géraldine e Sandrina, são três profissionais com uma carreira sólida e com bastante experiência em todas as áreas que a GLOVE se propõe tratar. Adelaide Nunes, formada em consultoria de imagem é também formadora na área de Imagem e Styling para o Grupo L’Oréal. Géraldine Ribeiro, conta com 18 anos
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Da esquerda para a direita: Géraldine, Adelaide e Sandrina.
de experiência na área da publicidade, licenciada em cultura e comunicação e com o mestrado em ciências da comunicação. Sandrina Francisco, é licenciada em relações internacionais e semanalmente apresenta o programa Moda Portugal para a RTP e dá formação de maquilhagem e styling em Portugal, Angola e Brasil.
A GLOVE, como as suas mentoras o dizem, promete rigor, profissionalismo, confidencialidade e criatividade! Para acompanhar diariamente as atividades desta empresa basta aceder a: www.facebook.com/Glove.Attitude.and.Style.Page.
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JOÃO R A comemorar 25 anos de carreira, João Reis partilhou alguns dos seus gostos e convicções daquela que diz ser a profissão da sua vida, a representação. Por Filipa Araújo
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Foto: Tiago Costa
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DeepArt: Como começou a tua carreira de ator? João Reis: Começou com um espetáculo no Teatro da Politécnica, onde agora estão os Artistas Unidos, com uma peça que se chamava “D. João e a Máscara” encenada pelo Mário Feliciano, que já faleceu, onde entrava a Eunice Muñoz, o João Grosso e a Margarida Marinho. Depois do curso de formação de atores comecei logo a trabalhar e nunca mais parei. O complemento da minha formação é o trabalho que fui construindo com alguns atores e encenadores e alguns workshops na Gulbenkian. DA: Quais foram os teus primeiros trabalhos? JR: Os meus primeiros trabalhos, os mais importantes, foram a peça “Dá-me Abrigo” que estreou em Braga e depois veio para Lisboa para o Festival Internacional do Teatro; e a peça “Os Jornalistas”, no Teatro Nacional Dona Maria, no âmbito de Lisboa Capital Europeia da Cultura. Entretanto fiz mais dois espetáculos no Teatro Nacional, seguiu-se a Cornucópia e depois fui para o Porto, para o S. João onde estive cerca de dois anos. Foi um início muito variado. DA: Tens um método de criação para as tuas personagens? JR: Cada ator tem o seu método de abordar as personagens e de se ligar aos textos, o que pode depender também dos encenadores, se são ou não estimulantes. Acho que o trabalho principal do ator é compreender e interpretar o texto, saber contextualizar o seu personagem em cena e dar-lhe credibilidade interpretativa. Sou um ator que acredita numa metodologia que está mais relacionada com os fatores psicológicos dos personagens. Mas há muitas e diversas abordagens, que dependem das capacidades de cada um e das suas idiossincrasias. DA: Que tipo de personagem preferes: vilões ou o oposto? JR: Tendencialmente os atores dizem que preferem fazer vilões por terem uma carga dramática mais
acentuada. Já fiz dezenas de personagens, algumas das quais com que inicialmente nem tinha empatia, mas que depois acabaram por se transformar em personagens fantásticas. Não tenho preferências! Acima de tudo acho que o mais importante está nos textos, que devem estar bem escritos e na sua dimensão dramática. Assumo que gosto de desafios, de personagens difíceis, bem construídas e bem elaboradas. DA: Cinema, teatro ou televisão? JR: São todos muito diferentes e penso que todos se complementam. Na televisão infelizmente, cada vez mais o tempo de preparação é reduzido e isso obriga a que sejamos mais rápidos e pragmáticos. Pessoalmente prefiro ter tempo para ir experimentando coisas e para caminhar para uma ideia de perfeição, apesar de ela não existir. O ator tem sempre a ideia de que a personagem não está devidamente acabada e o teatro, desse ponto de vista, permite alguma margem de manobra porque o tempo de ensaio e a constante partilha com o encenador dão mais segurança e mais certezas. Também gosto muito de cinema. Acho que o cinema tem um tempo intermédio entre o teatro e a televisão. Mas complementam-se. Para quem procura a visibilidade, talvez a televisão seja o caminho mais evidente. Eu procuro uma certa liberdade criativa e aí o teatro é mais acolhedor e gratificante. DA: Qual é a sensação de te reveres na novela “Amanhecer” que está a repetir? JR: Devo confessar que não gosto muito de me ver e rever, e que não sigo aquilo que faço, tirando raríssimas exceções, como por exemplo a série “Depois do Adeus”, que sigo com alguma regularidade porque acho que está muito bem feita a todos os níveis, mas vejo-a pelo conteúdo e não por mim. A experiência da novela “Amanhecer” foi ótima pelo elenco e pelas saídas de Lisboa, mas já foi feita há 13 anos e imagino que seja estranho rever-me. Confio no meu trabalho mas assumo que não sigo o que faço pela televisão.
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Foto: Tiago Costa
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DA: Tendo tu participado em alguns filmes, como o “Camarate” ou o “Quinto Império” e também telenovelas como “Tu e Eu” ou “Anjo Meu”, qual é para ti a diferença essencial entre o cinema e a televisão? JR: Acho que no cinema de um modo geral, é tudo muito mais cuidado e preparado e os castings são mais rigorosos, ainda que muitas vezes repetidos. Há um espírito de solidariedade bastante mais acentuado entre as pessoas quando se faz cinema, talvez por as equipas serem mais reduzidas, com um menor número de atores, havendo mais tempo para se conhecerem. Nas novelas é tudo muito mais fugaz e rápido. Há também um lado mediático e de exposição que me incomoda e me interessa menos. DA: Para ti é mais desafiante uma personagem histórica ou uma contemporânea? JR: Não tenho preferência pelos clássicos ou contemporâneos. Quando se faz uma série histórica tem que se ter mais cuidado com os pormenores, portanto corre-se facilmente o risco de fazer um mau trabalho. Na série “Depois do Adeus” ouvia muita música de época, via a forma como as pessoas se vestiam, os seus comportamentos, o contexto histórico e tudo isto somado é uma ajuda preciosa para criar a personagem. Gosto de voltar uns anos ou séculos atrás, mas isso exige muito mais investimento de todas as partes, as técnicas e criativas. Portanto é muito mais arriscado fazer uma série histórica, porque é preciso contextualizar bem o momento e estar atento aos pormenores. DA: Concordas com a ideia de que atualmente quase “todos” são atores? JR: Não, não concordo. Acho que há exemplos de pessoas que tiveram muito pouca formação mas que conseguiram vingar, sobreviver como personalidades, atores, atrizes. Mas eu diria que 80% das pessoas ficam pelo caminho e ainda bem que ficam. Ser ator exige muita dedicação, conhecimento, trabalho, formação, e não basta ter jeito. Para muitos atores, para fazer televisão basta ser natural, e isso é um equívoco, um
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verdadeiro erro. Não tenho preconceito nenhum em relação às pessoas que aparecem na televisão e depois se tornam “grandes estrelas”, porque de facto algumas dessas pessoas têm imensa qualidade. Por exemplo a Ana Guiomar, estreou-se no Teatro Aberto e é uma atriz com imensa qualidade, e que como nunca tinha feito teatro a experiência podia ter corrido mal, mas não correu porque ela tem talento, dedicação e trabalho. O trabalho da Ana é muito interessante, mas são poucas as pessoas que conseguem passar de um lado para o outro sem sofrer algumas penalizações. DA: Que projetos profissionais tens para este ano? JR: Tenho agora a possibilidade de participar nos primeiros episódios da SIC e provavelmente estarei em Moçambique durante o mês de abril ou de maio. Tenho um espetáculo no teatro S. Carlos no âmbito do aniversário da morte do José Saramago. Estou, também, a preparar um espetáculo para o final do ano encenado por mim. DA: O que é necessário para se ser ator? JR: É necessário estar disponível, ser curioso e ser generoso. Uma das grandes mais valias de ser ator, é podermos recriar outras vidas, ampliarmos o imaginário, experimentar comportamentos diversos, apelar à inteligência e à sensibilidade com recurso aos mais diversos mecanismos que a arte põe à nossa disposição. Ser ator é um enorme privilégio. Há no entanto uma necessidade de provação diária, como se o ator não pudesse falhar. Portanto é preciso que o ator seja uma pessoa bem estruturada, que saiba lidar com essa pressão e com os imprevistos que a profissão traz. Há uns tempos uma amiga mostrou-me um depoimento da Fernanda Montenegro, que eu tive o privilégio de conhecer, onde ela diz que “se querem ser felizes não venham para esta profissão”. Eu não concordo inteiramente com ela porque eu sinto-me feliz e realizado nesta profissão, mas o que ela estava a dizer é que a vida de ator é muito dura.
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REVOLTA
O PALATO Teresa Sousa Chaves, Fábio Pombo e Pedro Pena Bastos unem-se num projeto ímpar, com o qual pretendem “revoltar” o sentido gastronómico das pessoas. Através do seu estilo irreverente, este trio de Chefes pesquisa, desenvolve e cria experiências gastronómicas únicas, resultando em eventos gastronómicos altamente personalizados Por Filipa Araújo
Foto: Tiago Costa
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Salmonete de Setúbal, creme dos fígados e açafrão, “calhaus” de tinta de choco, granny smith e trevos selvagens.
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DeepArt: Como é que se conheceram e decidiram lançar a Revolta do Palato? Revolta do Palato: Andámos todos na mesma faculdade e fomos colegas de turma. A determinada altura começámos a combinar jantares em casa uns dos outros por forma a fazer “experiências gastronómicas”, explorando a nossa parte criativa, que infelizmente era pouco desenvolvida no curso. Começámos por fazer um evento para familiares e amigos onde fomos muito elogiados e incentivados a continuar. A ideia de manter esses momentos de convívio fez-nos ver que estávamos perante uma boa oportunidade profissional. DA: Por que restaurantes passaram antes da Revolta do Palato? RP: Antes da Revolta do Palato estivemos em vários restaurantes, o que fez com que aumentasse também a nossa aprendizagem e experiência. Estivemos por exemplo: no Restaurante Feitoria com o Chefe José Cordeiro; no Restaurante Il Gallo D’Oro com o Chefe Benoit Sinthon; na Fortaleza do Guincho com o Chefe Vincent Farges; no Restaurante The Ledbury, eleito como 14º Melhor Restaurante do Mundo, com o Chefe Brett Graham; e no Restaurante Hardwood of Arms, que é o 1º Gastropub Michelin em Londres, todos com uma estrela Michelin, com exceção do The Ledbury, que é detentor de duas estrelas. DA: Porquê “A Revolta do Palato” e como funciona? RP: Queremos “revoltar” tudo o que vai na cabeça das pessoas em relação à gastronomia e às sensações que podemos transmitir através da comida. Achamos que existe essa oportunidade no mercado; são várias as pessoas que o fazem, mas nós fazemo-lo de forma diferente, 100% personalizada, conjugando os gostos do cliente com o nosso conceito/linha de cozinha. Pretendemos revoltar o conceito gastronómico já existente, para que os nossos clientes, vejam a cozinha atual de uma forma inovadora, levando-os a sentir novas sen-
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sações. Temos o exemplo de um evento, em que um dos pratos era inspirado nos sabores da floresta, a pedido do cliente, e alguém ao olhar para o prato disse que nada o fazia lembrar uma floresta, mas depois de comer veio ter connosco, para nos elogiar e dizer que realmente os sabores estavam todos muito ligados ao tema. DA: Qual foi a reação das pessoas à vossa primeira “atuação”? RP: É difícil responder a essa pergunta, porque nós começámos com um evento para familiares e amigos, depois seguiram-se outros eventos e naturalmente passou para o patamar profissional. O nosso trabalho é sempre muito profissional, acabando por dinamizar o evento quase na sua totalidade. A reação do cliente não é apenas um agradecimento pela comida, mas sim por toda a dinamização, e isto acontece pelo facto de entrarmos em casa do cliente, “brincarmos” com os convidados e explicarmos os pratos, e tudo isso leva a um bom momento. Sentimos que marcamos as pessoas e as deixamos felizes e essa é a melhor reação. É engraçado ver como no início do evento as pessoas, mesmo sendo amigos de anos, estão um pouco tensas, com um silêncio inicial, mas depois de perceberem que não existe um lado formal acabam por se entregar ao momento, relaxar e aproveitar. DA: Como funciona todo o processo desde o pedido dos vossos serviços? RP: Normalmente costumamos ir antes do dia, a casa dos clientes para conhecer o espaço porque há sempre uma série de pormenores que devemos saber, como por exemplo que material existe na casa, o que é que o cliente gosta e a partir daí criar um menu que vá de encontro ao gosto dele e dos seus convidados. Não há um pedido concreto da parte do cliente, não é ele que vai ditar o menú mas trabalhamos para o agradar. Nunca repetimos um menú, e aquele momento é único para o cliente e para os seus convidados.
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Foto: Tiago Fotos:Costa Tiago Costa
Raspas de Choco crocantes em especiarias, creme de citrinos e pickle de cebola.
Salada do bosque, crocante balsâmico, argila de cacau e gelado de cerefólio.
5 minutos de Vieira Fumada em alcaçuz, ninho dourado e sumo de cebola caramelizada.
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DA: Como estão a encarar o projeto de revitalizar e dinamizar os restaurantes de baixa lisboeta? RP: Lindamente! Achamos que a restauração em Portugal precisa de ter uma grande mudança. A questão típica é interessante, no entanto é uma típicidade que há 80 anos não muda. É necessária uma revitalização, mostrar algumas técnicas mais recentes e dar uma vida nova à questão. E não falamos apenas sobre as confeções, mas a um nível geral, em termos de processo de trabalho das pessoas e organização dos espaços, e tudo isto tem a ganhar com esta revitalização, que vai sendo feita. DA: Como é dividido o trabalho? Há alguma divisão entre quem confeciona os pratos de peixe, carne, sobremesas, ou participam todos? RP: Nós achamos que um chefe deve sabe fazer tudo e ser versátil. Deve saber fazer um prato, uma sobremesa, tudo. Apesar de todos termos uma linha de trabalho específica, aprendemos todos uns com os outros. Tentamos dividir o trabalho, aprendendo sempre, e esse respeito tem-nos tornado muito eficientes. Somos os três muito versáteis, estamos à vontade para trabalhar em tudo. Para nós é tão importante o prato como a sobremesa, tudo tem que ser realmente bom e trabalhamos os três com esse objetivo. DA: Consideram que saber comer é importante? RP: Diz-se que “os gostos se educam” mas de facto, não assumimos que seja importante os nossos clientes saberem comer, porque todos temos sentidos e ajudamo-los com a explicação dos nossos pratos.
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DA: Qual é o “ingrediente secreto” para tornar cada prato especial? RP: Existem milhões de ingredientes fascinantes que podem tornar os pratos especiais. Nós usamos principalmente elementos orgânicos, sendo essa a nossa linha. No entanto, os principais ingredientes são imateriais, como muito trabalho, dedicação e pesquisa. É necessário estar sempre a trabalhar e a pesquisar, até porque se não o fizermos, o processo criativo estanca e deixamos de surpreender. Nenhum chefe pode dizer que já sabe tudo porque nunca saberá; há sempre coisas a aprender. Pesquisa intensa e amor ao trabalho são os ingredientes mais importantes. DA: Qual é o vosso sabor preferido? RP: Teresa - salgado; Pedro - ácido; Fábio - tudo o que seja novo. DA: Aos interessados, como é que podemos entrar em contacto com “A Revolta do Palato”? RP: Podem faze-lo através de um dos contactos abaixo indicados:
Revolta do Palato Custom food events Tel.: 912195346 www.revoltadopalato.com revoltadopalato@gmail.com A Revolta da Palato
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DEOLIN “Mundo Pequenino”, o novo álbum dos Deolinda acaba de sair para a rua e para a boca do povo, que pertence a este mundo pequenino, outrora grande demais! Por Inês Ferreira
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Foto: direitos reservados
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DeepArt: Como surgiram os Deolinda? Deolinda: Os Deolinda surgiram de uma reunião, já há muito esperada por nós. Já nos conhecíamos há muito tempo e em 2005 encontramo-nos num almoço e decidimos experimentar uma canções que o Pedro tinha. Levámos os instrumentos, tocámos as canções e assim nasceram os Deolinda, ainda sem nome e sem “rumo”. DA: A vossa música faz alguma crítica à sociedade portuguesa, tal como acontece na música “Há-de Passar”, do último álbum. Para vocês a música tem também o poder de alertar as pessoas e mudar mentalidades? D: Acho que a nossa aprendizagem sem música seria outra e que seríamos pessoas diferentes. Quando se faz música com consciência e isso passa para as pessoas, elas reconhecem-se e ganham outras empatias, para além da empatia do “soar bem”. Esta “crítica à sociedade” vem também das nossas experiências do dia-a-dia e de observação. É o que estamos a sentir e é natural que se reflita na música. DA: A vossa música “pega” no fado, dando-lhe um toque especial e até mais contemporâneo. O fado deve ser modernizado ou reajustado para se adaptar às novas gerações? D: Para o fado continuar a ser pertinente, claro que tem de acompanhar os tempos, e é isso que a nova geração de fadistas está a fazer! Está a trazer a contemporaneidade para o fado, tanto em forma quanto em conteúdo, no entanto há muito fado, muito antigo que continua a ser pertinente. O que pretendemos não é trabalhar o fado, enquanto forma musical tradicional, mas trabalhar com ele, ou seja, ver de que forma podemos construir um som personalizado a partir de tantos sons que nos influenciaram e formaram. É essa a nossa “proposta”. DA: A que se deve o nome do vosso último álbum: “Mundo Pequenino”? D: Nós estamos sempre a dizer que o mundo é pequenino, e cada vez mais o é. No fundo é um pouco o reflexo das nossas experiências desde o início dos Deolinda, devido às viagens e pelo facto de tocarmos em dife-
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rentes continentes, o que faz com que o mundo seja pequeno, tanto ao nível das distâncias que nos separam, como em termos culturais e musicais. Este disco reflete essa noção, daí também termos querido trazer para este disco o Jerry Boys, que é produtor e viaja imenso, tendo também essa ideia da pequenez do mundo. No fundo, quanto menos conhecemos o mundo, maior ele nos parece, e à medida que o vamos percorrendo e caminhando, ele fica cada vez mais próximo de nós, por isso mais pequenino. DA: Como é a aceitação do vosso trabalho fora de Portugal, devido ao facto de ser um trabalho que “brinca” muito com a questão da piada e do jocoso, tendo no estrangeiro de lidar com a barreira da língua? D: Há uma expressividade na nossa música e que mesmo nós os quatro enquanto músicos, passamos para as pessoas, que faz com que essa barreira não seja tão evidente. Tivemos uma crítica a um concerto que demos nos Estados Unidos, em que diziam que éramos tão expressivos, que percebiam perfeitamente o que se estava a passar, apesar de não perceberem a língua! DA: Tendo em conta que os vossos dois discos anteriores alcançaram a platina, sentem uma maior responsabilidade/pressão com este terceiro álbum? D: Não houve bloqueio criativo, nem o medo da “folha em branco”! O músico não pode adivinhar o que as outras pessoas querem ouvir. Ele tem é de perceber o que ele próprio quer ouvir e quase sempre acerta no que as pessoas querem. Sentimos que já tínhamos a nossa proposta salvaguardada nos dois primeiros álbuns e que agora era tempo de experimentar algo que ainda não tivéssemos experimentado, através de experiências que tivemos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e com os Coliseus, em que incluímos outros instrumentos nas nossas canções, tendo então algumas “pistas” para o que queríamos fazer e que continuaria a ser Deolinda. Então lançámo-nos nesse desafio e fomos à procura disso mesmo neste terceiro álbum, não tendo havido medo, mas pelo contrário, até uma busca do risco.
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DA: Do vosso ponto de vista, as pessoas estão cada vez mais disponíveis e atentas à música tradicional portuguesa? D: Quando começámos, há meia dúzia de anos, falávamos com pessoas para levar o nosso concerto aos sítios e diziam-nos que não queriam música tradicional/popular, nem música cantada em português no espaço deles, e cada vez mais fomos sentindo isso a alterar-se. Passou a ver-se a tradição com outros olhos e a encará-la como uma riqueza muito grande que temos. Deixou de “estar dentro de uma redoma de vidro”, em não se podia tocar, o que não era muito apelativo, principalmente para as camadas mais jovens, que gostam de ver, tocar e sentir. DA: Onde pretendem que o álbum “Mundo Pequenino” chegue? D: Pretendemos que esteja “na boca das pessoas”. Nós somos um projeto de canção popular, portanto o nosso maior objetivo e gosto é que ouçamos as pessoas a cantar. Às vezes surpreendem-nos com outras perspetivas das canções, o que nos dá outra leitura sobre aquilo que fizemos. Já tivemos bandas filarmónicas a tocar as nossas canções, coros infantis a fazer versões das nossas canções, bem como bandas de punk e bandas internacionais. Tudo isso é bastante enriquecedor e se este disco seguisse esse caminho, seria também muito bom! DA: Onde farão os vossos próximos concertos? D: Damos o primeiro “pontapé” em Leiria, dia 4 de abril; depois estaremos em Castelo Branco, Vila do Conde e Faro. Vamos andar de norte a sul do país e depois teremos também os concertos em Lisboa e no Porto, dia 3 de maio no Coliseu de Lisboa e dia 4 de maio no Coliseu do Porto. Vamos passar ainda por vários auditórios até ao Verão. Depois iremos fazer concertos ao ar livre e a partir de setembro, que é quando o Mundo Pequenino sai para o “mundo grande”, vamos estar por fora de Portugal. DA: Que mensagem gostariam que a vossa música passasse a quem vos ouve? D: Sobretudo, que as pessoas sejam elas próprias e a partir daí podem ser tudo. Quando existe verdade e empenho, tudo se consegue!
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Foto: direitos reservados
MORNING
STORY Fotografia: Ismael Prata Modelo: Ana Paula @ Elite Lisbon Styling: Marta Teixeira Hairstyling: Cรกtia Monteiro Make Up: Sara Fonseca Agradecimento: Hotel Marriott pelas facilidades concedidas
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Cullote de seda pĂŠrola - Intimissimi; â‚Ź15,90 Soutien cetim e renda - Bridal Collection, da Intimissimi
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Saia - Gucci Vintage Sandรกlia com tira em T - Zara Soutien rosa nude com renda - Intimissimi
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Collants - Calzedonia Cinto de ligas de tule branco - Intimissimi Conjunto soutien e cueca em tule - Intimissimi
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Kimono - da produção Soutien - Bridal Collection da Intimissimi Culotte - Bridal Collection da Intimissimi
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LA VIE
EN ROSE Fotografia: Thomas Alfaro Modelo: Carmen Cepeda Styling: Lucas Delagnes Hairstyling: Patricia L贸pez Make Up: John Wachter Assistente de Fotografia: Vincent Bonnat
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Brincos - Tous Vestido - Vintage Sapatos - Topshop
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Cinto - H&M Mala - Guess Brincos - Tous Luvas - Mango Estola - Versace Vestido - Vintage Sapatos - Topshop
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Cinto - Sfera Brincos - Tous Vestido - Vintage
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GIRLS WILL BE GIRLS Fotografia: Diogo Pereira (Garibaldi Agency) Modelo: Paula Palacios @ DELPHOSS International Model Agency Styling: Gisela Cid Hairstyling: Jessica Garibaldi (Garibaldi Agency) Make Up: Ismael Bachiller Pós-produção: Pawel Drozdowski
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Bra - H&M Saia - Zara J贸ias - Bershka Camisa - Mulaya Bon茅 - New Yorker
Boné - Gianin Calções - H&M Casaco - Blanco Camisa - Mulaya Sapatos - First Class
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P贸lo - Lacoste J贸ias - Di Carla Sapatos - Zara Cal莽as - Lui Jo Bon茅 - Parfois
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Página da esquerda: Boné - Gianin Calças - Lacoste Camisola - Oysho Jóias - Beatriz Perla Anel - Grace Jewelry Sapatos - Tommy Hilfiger Página da direita: Mala - Mulaya Calções - Levis Camisola - Roxy Casaco - Naf Naf Sapatos - Tommy Hilfiger
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Boné - Obey Body - Oysho Calças - Mulaya Casaco - Adidas Sapatos - First Class
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
Relógio amarelo - Nixon; €69,90 Headphones amarelos - Nixon; €79,90 Headphones vermelhos - Nixon; €199,80 Óculos de Sol Elmore - Von Zipper; €89,90
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
Relógio Vega- Nixon; €69,90 Headphones azuis Trooper - Nixon; €60,30 Óculos de Sol Elmore - Von Zipper; €89,90 Headphones brancos Nomadic - Nixon; €101,20 Relógio de borracha Supertide - Nixon; €189,90
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
Ténis - Goldmud; €160 Relógio Chromo Pele - Nixon; €438,10 Relógio amarelo Vega- Nixon; €69,90 Headphones dourado Apollo - Nixon; €79,90 Óculos de Sol azuis Elmore - Von Zipper; €89,90 Óculos de Sol tartaruga Elmore - Von Zipper; €87,90
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Foto: Tiago Costa Direção de Arte: Inês Ferreira
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Stay Dry!
Foto: Google
Por Rita Trindade
Polite Umbrella
Nunca tive especial afinidade pelo mês de Abril. Tudo devido à tão conhecida expressão «Abril, águas mil». Em Março começa a Primavera e em Maio já está um calor delicioso, mas Abril fica ali no meio a chatear. Bom, pelo menos dantes era assim. Agora que Março passou, sinto que este artigo devia ter sido publicado um mês antes, na verdade. É que de Verão, Março pouco teve («Março, marçagão; de manhã Inverno, de tarde Verão»). Apesar de este ano termos tido mais chuva do que aquela a que estamos habituados (as plantas agradecem!), não nos podemos queixar, quando comparando com outros países (estou a falar de vocês, Reino Unido e Irlanda). Mas se há coisa pior que chuva, é chuva, vento, e toda uma panóplia de condições que tornam realmente muito difícil chegarmos seja onde for minimamente apresentáveis. Já adivinharam sobre o que este artigo vai falar?
Guarda-chuvas, nem mais. Trago-vos inúmeros exemplos de guarda-chuvas, desde Design Conceptual até aos que de facto já existem e trouxeram um qualquer tipo de melhoria. Estamos em 2013 e ainda usamos algo cuja origem, ainda que nunca apurada ao certo, remete para mais de seis séculos antes de Cristo. Embora sejam suposições baseadas em achados arqueológicos, podemos concordar que é um objecto bem antigo. E a variação de bolso apareceu em 1928, há 95 anos! Seria de esperar que, nos dias de hoje, já tivéssemos à nossa disposição mais escolhas para nos protegermos da chuva e dos inconvenientes que esta traz. Mas espero que fiquem felizes e esperançosos depois de verem que há várias ideias mundo fora e quem esteja a tentar desenvolver novos conceitos para este objecto.
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Para começar, temos um guarda-chuva “bem-educado”, que se encolhe quando passamos por outra pessoa. O Polite Umbrella é uma forma interessante de evitar choques ou termos de levantar e entortar o guarda-chuva. Esta ideia foi do coreano Joo Youn Paek e, quem sabe, não poderá também servir para quando o vento estiver mais forte e houver ameaça de ficarmos com o guarda-chuva virado do avesso?
Foto: Coroflot.com
Já o israelita Yoel Mazur decidiu criar um guarda-chuva de inspiração japonesa cuja dupla (na verdade, tripla!) funcionalidade lhe confere um formato diferente daquele a que estamos habituados. O equilíbrio entre o delicado e o robusto traduz-se num objecto bonito que conjuga feminino e masculino num só. Chama-se Self-Defence Umbrella e é assumidamente um guarda-chuva que só protege da chuva metade do que é suposto, mas que pode ser usado como uma Shirasaya (espada japonesa) ou um taco espigado para lutas.
Foto: ShiuYukYuen.com
Self-Defence Umbrella
Eco Brolly
Na vertente eco-friendly, temos o Eco Brolly, criação de Shiu Yuk Yuen, que vive em Londres (eu disse que eles lá sofriam muito mais com a meteorologia!). A ideia é usar materiais como jornais (embora algo plástico fosse melhor) para servirem de protecção. O objecto em si não passa de uma estrutura que serve para segurar estes mesmos materiais e foi feito para curtas distâncias.
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Foto: YankoDesign.com
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Bag Umbrella
De um ponto de vista mais relacionado com a sujidade que os guarda-chuvas podem fazer, a coreana Seung Hee Son criou o Inside Out Umbrella que, depois de usado, se vira do avesso até ficarmos com uma espécie de mala. Assim, podemos transportá-lo para onde quisermos sem nos preocuparmos em molhar tudo à nossa volta. Enquanto há guarda-chuvas com caixas onde se podem guardar, este conceito elimina esse segundo objecto da equação. E embora as capas dos guarda-chuvas de bolso ocupem um espaço mínimo, não é verdade que molhamos as mãos todas enquanto esprememos o guarda-chuva para que entre de novo nelas? Foto: YankoDesign.com
Para o fim, deixei dois exemplos bem diferentes. O primeiro é uma criação inovadora e bem-sucedida, que encontramos hoje à venda. Falo do Senz° Umbrella, concebido por Gerwin Hoogendoorn e desenvolvido com a ajuda de Gerard Kool e Philip Hess. A novidade está no formato do guarda-chuva, que foi desenvolvido para aguentar ventos fortes. Aliado a tecidos de alta qualidade que até protegem dos raios UV, o Senz° aguenta ventos até aos 100km/h. Não que seja aconselhável sair de casa com ventos tão fortes, mas caso tenham
Bag Umbrella
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Foto: Google
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Senz Umbrella
Possíveis ou utópicos, úteis ou dispensáveis, podemos sempre sonhar. E às vezes são mesmo os sonhos que dão início a ideias que irão mudar o mundo.
Air Umbrella
Foto: YankoDesign.com
O último exemplo deste artigo é também o mais conceptual. Proveniente da Coreia, através dos seus criadores Je Sung Park e Woo Jung Kwon, o Air Umbrella é um guarda-chuva sem a parte de cima. O que impede a chuva de nos atingir é uma lufada de vento produzida pelo cabo (que é o objecto final em si). Os problemas que se levantam depois disto são mais que muitos: qual a potência da bateria necessária para isto resultar durante algum tempo e produzir vento forte o suficiente? Qual o efeito que o vento teria nesta invenção? Provavelmente o de anular a lufada proveniente do cabo. Ao afastar a chuva de nós, não estaríamos a atirá-la para cima de pessoas à nossa volta? Há quem defenda, inclusive, que – talvez – só com uma ventoinha de alta velocidade e potência industrial sobre a nossa cabeça conseguiríamos repelir a chuva.
Foto: YankoDesign.com
mesmo mesmo mesmo de o fazer, este é o objecto a carregarem convosco.
Air Umbrella
Esta colaboradora/autora não escreve com o novo acordo.
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Do It Yourself, com uma pequena ajuda
Foto: Design Milk
Foto: Design Milk
Por Rita Chuva
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Foto: Design Milk
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Queremos arregaçar as mangas, pôr a mão na massa! Queremos ser dinâmicos, proativos e outros tantos chavões! Queremos experimentar receitas novas, fazer bricolage, mudar a decoração da casa, customizar a nossa roupa! A era do “do it yourself”, vulgo DIY, chegou há já algum tempo, mas está para ficar, e começa a alargar-se a áreas e a produtos inusitados, mas que nos chamam a atenção e fazem-nos levantar os olhos dos smartphones e dos tablets e voltarmos a origens das quais já só temos memórias muito remotas. Quem não tinha, na casa dos tios ou, maioritariamente, dos avós, uns chinelos de “andar por casa”, que era a primeira coisa em que nos enfiávamos assim que lá chegávamos? Eu, pelo menos, tinha. E eram muito parecidos com estes da Lasso, mas sem a particularidade de serem feitos de um material normalmente utilizado
para trabalhos manuais. E que material é esse e qual a ligação com os trabalhos manuais, perguntam vocês? Ok, mesmo se não perguntarem, eu respondo: porque são feitos de uma única peça de feltro de lã natural que, com o auxílio de uns simples atacadores de sapatos coloridos, se transforma numa peça de calçado! É preciso imaginação, e não só. Já dizia alguém... que a necessidade aguça o engenho. E, no caso dos chinelos Lasso, surgiram pela necessidade do seu criador, Gaspard Tiné-Berès, de ter algo com que aquecer os pés no chão frio de pedra da faculdade que frequentava. O facto de ser o consumidor o responsável pela montagem do produto torna-o não só apetecível, como aumenta o sentimento de posse e a ligação emocional com o objeto, para além de permitir a personalização, à medida de cada um, através da escolha da cor (de entre as várias disponíveis) dos atacadores que complementam o par de chinelos.
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Foto: Design Milk
Já Andreu Carulla pegou no conceito de Do It Yourself e idealizou quatro pernas de madeira com algumas fivelas e fitas ajustáveis, que permitem transformar qualquer objeto ou material num confortável banco! E quando digo tudo, é mesmo tudo! Tem em casa jornais e revistas velhas que anda há tempos para deitar fora? Não o faça! E aquela roupa grande ou pequena, que já não usa, e que ainda não teve tempo de dar? Não pense mais nisso! Bonecos de peluche dos seus filhos, que andam sempre espalhados pela casa e nos quais está sempre a tropeçar? Já não tem de se livrar deles! Não sabe onde guardar a lenha enquanto não a coloca na lareira? Agora já tem! O TheStooler é a solução para si! Tudo isto e muito mais pode ser transformado num assento funcional e decorativo. Assim mesmo. Com o conteúdo que quiser. Presos apenas por fitas com umas fivelas. A ideia é tão simples quanto brilhante.
Fonte e imagens: Design Milk
Foto: Design Milk
Soluções criativas e práticas, no mínimo! E mesmo à minha medida...
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Foto: Design Milk
Foto: Design Milk
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TELA BAGS
Fotos: TELA BAGS
Por Inês Ferreira
Foi através de uma preocupação ambiental, com o reaproveitamento de materias publicitários (que seriam após a sua utilização colocados no lixo), que nasceu há seis anos a Tela Bags. Esta marca com um cariz ‘eco-design’, seleciona criteriosamente os materiais que utiliza para a produção das suas peças, e que são tão variados como velas de kitesurf, linóleo, revistas, jornais, entre muitos outros. Da conjugação destes materiais invulgares com um design apelativo nascem peças em coleções semestrais. Têm ainda sido desenvolvidas coleções em parceria com inúmeras entidades nacionais e internacionais. Destacam-se como exemplo em Portugal a Fundação Calouste Gulbenkian, a Companhia Nacional de Bailado e o Museu do Oriente. Ao nível internacional são de destacar as parcerias
desenvolvidas com a National Portrait Gallery, em Londres, ou o Museu Picasso, em Málaga, por exemplo. Atualmente a Tela Bags lançou a Coleção Portugal, inspirada nos tradicionais lenços minhotos, o que se reflete nas cores e padrões utilizados para a criação da mesma. Cada uma das peças desta coleção foi cuidadosamente estudada, por forma a que através dos cortes (feitos manualmente), se criassem modelos que aproveitassem da melhor forma possível o grafismo dos lenços. Para adquirir a sua peça Tela Bags basta ir ao site da marca: www.telabags.net. Boas compras!
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FGF_Concept Store Ermesinde, 2012
“Desenvolve-se então um espaço que procura evocar uma pura envolvência feminina, numa linguagem interiorista...”
Foto: Inception Architects Studio – IAS
Por Pedro Carvalho Inception Architects Studio
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Fotos: Inception Architects Studio – IAS
Para este número 9 da DeepArt Magazine o IAS traz o estudo de projeto para aquela que seria a primeira PREMIUM CONCEPT STORE de uma conhecida marca de roupa interior feminina - 100% nacional - que, face à crescente exigência das suas consumidoras e da forte concorrência que pauta o mercado, sentiu a necessidade de alterar, modernizar e ampliar o conceito e a sua imagem.
Para o desenho desta primeira PREMIUM CONCEPT STORE, houve especial preocupação com o ambiente que acolhe e faz a marca, no sentido de que o mesmo seja tratado e encarado como uma extensão da mesma. Esta envolvente reflete a nova atitude FGF numa imagem arrojada e moderna, e transmite uma sensação de conforto e de qualidade, sendo estas as verdadeiras premissas a destacar.
O resultado experimentado, neste intenso estudo, traduzir-se-á na combinação de várias ideias, nascidas de um criativo brainstorming, realizado por uma equipa multidisciplinar que concilia as áreas e valências do marketing, da arquitetura, do design de interiores, da fotografia e do design de comunicação…
Desenvolve-se então um espaço, que procura evocar uma pura envolvência feminina, numa linguagem interiorista, recatada, confortável, ternurenta, moderna e minimalista, mas simultaneamente, sexy, glamorosa, ‘fashion’ e apelativa.
Como objetivo primordial procurou-se, acima de tudo, que toda a linha conceptual continuasse a transmitir a extrema qualidade das peças de vestuário e a nacionalidade portuguesa da marca – considerados fatores de grande relevância -, mas agora aliados a uma clara noção de conforto, modernidade, desejo, ambição, glamour e status. No fundo, todas os atributos que pautam o ‘SER MULHER’.
A nova concept-store/showroom a criar - à semelhança dos vários suportes de venda da marca - deve espelhar todas estas valências e posicionamento. O mistério, a sensualidade e o ‘SER MULHER’, recriam e reproduzem todo o ambiente FGF, mostrando claramente o seu lifestyle e posicionamento.
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Surgem paredes de formas curvas e amenamente voluptuosas; confortáveis, leves e arredondadas como que lembrando as suaves formas femininas; com uma luminosidade especial transmitida nas cores suaves e românticas que convidam a entrar… Destaque também para os materiais de nobreza acentuada e os clássicos expositores, com ligeiros toques de modernidade. O contacto entre as clientes e as peças será feito num ambiente absolutamente exclusivo e cuidado, quase que lembrando os bastidores de uma passagem de modelos e a frente de uma ‘passerella’ de moda, onde os manequins se estendem e assumem numa posição central e centrada, ritmada e emotiva, despertando e convidando a uma interação quase imediata entre as clientes e as peças que se lhe apresentam. Outro dos aspetos que ‘exalta’ tudo isto, é a utilização de materiais e mobiliário que remetem a uma paleta de cores suaves, embora contrastantes, que pretende exaltar sentimentos. O ROSA desponta então, em expositores em algumas peças de mobiliário, como sugestão de suavidade, beleza, saúde, sensualidade, romantismo, amor, fragilidade e delicadeza, caraterísticas muito próprias do sexo feminino. O PRATA [ou cromado] surge, numa pretendida insinuação de modernidade e de inovação, exposto em alguns apontamentos. O CINZENTO lembra-nos estabilidade, sucesso e a qualidade da marca e dos seus produtos, aparecendo em alguns elementos soltos e na parte superior das paredes. Finalmente, a pureza do BRANCO, associado à ideia de paz interior, de inocência e calma. A sua limpidez impactante abraça todo o espaço - como que de um véu ou laço se tratasse -, envolvendo a visitante, num confortável ambiente que desperta a sua feminilidade.
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Norton
Foto: Ricardo Almeida
Quarteto fantรกstico
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Os Norton nasceram há 10 anos. De terras tão áridas como as de Castelo Branco, onde quase tudo o que se planta não cresce, surge um quinteto - agora reduzido a quatro - que conseguiu ao longo de uma década ultrapassar as barreiras que a cidade do interior tem por hábito colocar em frente da música. Constituídos atualmente por Rodolfo Matos, Pedro Afonso, Leonel Soares e Manuel Simões (membro mais recente e único não albicastrense), contam já com uma discografia notoriamente amadurecida desde o início da banda. A produção do último Layers of Love United, lançado em 2011, teve direito a um documentário, dirigido pela Moopie Videos que está disponível no site da banda. O disco, chegou ao Japão através da This Time Records. www.nervos.pt/norton
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COISAS
QUE PRECISO E QUE Nテグ PRECISO
https://www.facebook.com/pages/Sandra-Roda-httpdesabitarblogspotpt/199059776807875?ref=hl
by Sandra Roda
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Cultura Urbana Internacional
Foto: www.hiphopfreiburg.de
BUE THE WARRIOR @ Oakland
Foto: www.thob.org
HOMBRE @ Alemanha
JIROE
Foto: www.artemanifiesto.com
Foto: www.nomoremindgames.de
Por Gustavo Mesk
CONRAD @ Lima
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Foto: www.deli.art.br
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NYCHOS @ Viena
Foto: www.graffart.eu
Foto: www.streetartnews.net
Foto: www.grafftche.com
DXTR @ Alemanha
SATURNO AGS
SAINER @ Gdynia
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Made in Italy Por André Albuquerque
Dando continuidade ao conceito apresentado no mês passado, optei por voltar a colocar o enfoque num país e apresentar um pouco da sua cultura urbana. Desta vez escolhi Itália pelo facto de ser um país riquíssimo em arte e cultura, tanto em património arquitetónico como em pintura, escultura e principalmente por ter sido o berço do Renascimento. Designa-se por Renascimento o período da História da Europa que surge em meados do século XVII, e que se caracteriza pela transformação de diversas áreas da vida humana, em que se assiste à redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, dando início à Idade Moderna e pondo um ponto final na Idade Média. Com o início do Capitalismo e diversas alterações a serem notórias a nível político e cultural, o termo Renascimento é principalmente utilizado para as mudanças que se deram nas artes, na filosofia e na ciência.
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Esta época é marcada pela descoberta do mundo e do homem, em que artistas como Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Buonarroti, Rafael Sanzio, entre outros, redefiniram completamente o panorama artístico. Leonardo Da Vinci foi talvez o artista mais completo de todos os tempos, um verdadeiro homem dos 1000 ofícios, pois para além de pintor e escultor, estudou música, arquitetura e engenharia, tendo ainda sido inventor e filósofo. Toda a sua arte resultava da observação minuciosa da natureza e, em obras como “Gioconda” (Monalisa) e “Última Ceia”, pode observar-se a abordagem científica que lhes está subjacente. Dando um salto no tempo e passando a uma abordagem mais atual, é natural que num país com tanta tradição a nível cultural e artístico, e também arquitetónico, exista necessariamente uma grande riqueza cultural e urbana contemporânea que hoje nos é apresentada através das ruas.
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Blu
Assim, nada melhor do que vos presentear com um dos meus artistas favoritos, que adotou o pseudónimo de BLU. É um artista da cidade de Bolonha que pratica street-art desde 1999, tendo já atingido reconhecimento por todo o mundo. Este artista começou, como a maioria, usando latas de spray para executar a sua arte. Mais tarde passou a usar rolos e tinta de pintar paredes, e a utilização de grandes cabos tornou possível pintar superfícies bastante maiores, criando personagens imensas, por vezes sarcásticas ou dramáticas. Realiza também vídeos de animação, a maior parte deles na técnica de stop-motion em que cria a animação pintando, apagando e voltando a pintar em diversas superfícies. Embora seja de nacionalidade italiana, tem trabalhos espalhados pelo mundo fora, muitos deles em exposições e festivais onde participa por convite, tais como em Espanha no festival “Segundo Assalto”, na Alemanha nos festivais “Backjump” e “Planetprozess” e em exposições ainda em países como Inglaterra, Sérvia, Polónia, República Checa, entre outros. Blu mantém a sua arte fiel aos seus princípios, que se regem por uma corrente de filosofia bastante aberta, motivada por uma revolta contra as convenções presentes na arte contemporânea e nos conceitos de beleza única.
Blu
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L I F E S T Y L E
Sten&Lex
James Kalinda
De seguida, vou dar-vos a conhecer não um artista, mas uma dupla de Roma: Sten&Lex.
Para concluir apresento um artista, menos conhecido que os anteriores (embora já com bastante reconhecimento). Trata-se de James Kalinda, nascido em Palermo, na Sicília. Para além de realizar street-art é também escultor e desenhador.
Esta dupla começou por fazer stencils na rua, em Roma em meados de 2000. Nos dias que correm, as suas obras estão já espalhadas por cidades como Londres, Paris, Barcelona ou até mesmo Nova Iorque. Utilizam o stencil como técnica de gravura contemporânea para mostrar retratos retirados de filmes icónicos, de Hitchcock, Orson Welles ou Bergman. Sten&Lex começaram em 2008 a cobrir fachadas inteiras com os seus stencils, em que alguns chegam a atingir dimensões como 700 m2, do qual é exemplo o rosto de uma criança, que realizaram na Dinamarca. A partir de 2009 a dupla começou a utilizar uma técnica inovadora para dar luz ao seu processo criativo, técnica bastante interessante e exclusiva, com o mérito de ter sido desenvolvida pelos próprios e para utilização própria. Consiste na utilização do stencil em forma de poster, para pintar e depois destruir a matriz que foi criada; o processo começa com um cartaz na rua, o qual é depois cortado como se fosse um stencil e afixado na parede. Este trabalho mostra, em simultâneo, um poster e um stencil. Dada a dificuldade de expressar em palavras, deixo que as imagens falem por si.
James Kalinda cria personagens, muitas vezes seres humanos deformados ou animais violentados com o interior exposto, muitas vezes com órgãos imaginários onde abunda a criatividade. Este artista, cuja obra é cheia de simbolismo, tem algumas marcas que se repetem em muitos dos seus trabalhos, como é o caso de uma pirâmide invertida ou o uso da cor rosa (as duas características mais marcantes da sua arte). Certamente existem outros artistas que mereceriam ser citados, mas pretendi dar apenas o mote e deixar que o caminho da descoberta seja percorrido por cada um daqueles a quem consegui, com este breve texto, despertar o interesse…
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EmCara
by Rui Zilh達o
Hans Christian Andersen - caricatura de Rui Zilh達o
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Mircea Eliade - caricatura de Rui Zilh達o
L I F E S T Y L E
L I F E S T Y L E
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Lucile Hadzihalilovic Innocence O revisitar da Inocência numa fábula cinematográfica tão negra quanto bela.
Fotos: Ex Nihilo (chefe de produção - Patrick Sobelman)
Por Pedro Barão
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Innocence é o verdadeiro filme de arranque da cineasta francesa Lucile Hadzihalilovic; uma obra que ensaia uma visão poética da puberdade, tingida por filtros oníricos que redefinem o género da fantasia como a conhecemos. Reunindo diretrizes atmosféricas de escritores consagrados do gótico e do terror, como Poe e Mary Shelley, Innocence apresenta-nos um cenário utópico, onde um grupo de raparigas entre os seis e os doze anos é educado nas artes da dança num internato isolado do mundo, num parque cercado por um muro sem porta, onde não existem adultos, para além de velhas criadas e duas jovens professoras: Mademoiselle Edith e Mademoiselle Eva (Hélène de Fougerolles e Marion Cottilard).
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Esta é uma realidade hermética, que nos absorve desde o início com a aparição de um caixão onde chega Iris (Zoé Auclair). É através da inocência das suas descobertas, guiadas por Bianca (Bérangère Haubruge), a rapariga mais velha do grupo, que aprendemos as regras totalitárias desta prisão/paraíso, que proíbem a saída, sob a pena de um castigo irreversível, e apoiam na obediência cega a chave para a felicidade. Conota-se, assim, uma verdadeira ode ao tabu, à medida que o realismo ganha expressão no fantástico, explorando os sentimentos das raparigas nas relações que mantêm entre si, desde o medo de se perderem no parque, à ansiedade de estarem completamente sozinhas.
Fotos: Ex Nihilo (chefe de produção - Patrick Sobelman)
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O tom contemplativo do filme, que numa narrativa visual lírica e assombrosa evoca memórias das obras surreais de Georges Franju, David Lynch ou Dario Argento, acumula um desconforto fascinante, à medida que vai levantando perguntas que só encontram resposta nas simbologias impressas em cada cena: desde o próprio caixão, passando por fitas coloridas que estratificam as personagens, lanternas suspensas entre as árvores, até uma luva esquecida no teatro, que serve o primeiro contacto com o mundo exterior, quebrando a barreira frágil da inocência. E se a imagem e cor contribuem para toda a estranheza de Innocence, ajudando a apagar a passagem do tempo com uma intensidade cromática decadente própria dos Pré-Rafaelitas, a sonoridade não fica aquém, numa expressividade que divide um mundo já de si claustrofóbico. Lá fora, aguçam-se os sons do parque, com uivos de animais, o soprar do vento e o correr da água. Nas casas reina um silêncio morto, quebrado pelo ranger dos soalhos, o eco dos canos e a rigidez obsessiva no tic-tac dos relógios.
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E é com a mesma obsessão que vamos repetindo as questões de Íris – O que é tudo isto? Quando posso sair? O que significa ser escolhida? Ela vai morrer? Onde vai a Bianca todas as noites? Vai ver os rapazes? E tu, conheces o segredo da Bianca? Qual é o segredo da Bianca? Innocence é uma verdadeira viagem metafórica que estabelece uma intimidade capaz de nos fazer recuar a uma fase de pureza e vivê-la na extensão de uma transformação que é corroída pela dúvida, pela incerteza e pelas fragilidades que fazem parte das personagens e que se refletem, em última instância, em cada um de nós. Um filme que vale a pena procurar, para ver e rever e que, por si só, é capaz de mudar a maneira como sonhamos.
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Teatro Rápido e TR Bar
Há pormenores verdadeiramente apetecíveis e, prova disso, são espaços como o Teatro Rápido e o TR Bar que apresentam uma forma inovadora de encarar a arte!
Foto: Tiago Costa
Por Inês Ferreira
A cultura/arte é para ser apreciada e vivida de um modo descontraído e despretencioso! No Teatro Rápido e TR Bar (bar enquadrado neste espaço), temos a prova clarividente desta teoria. Ao sair do trabalho, nada melhor do que descontrair e aproveitar para beber um café no TR Bar e em simultâneo ver uma exposição de pintura, ou mesmo assistir a uma das 4 micro peças de teatro (com uma duração aproximada de 15 minutos), numa das suas 4 salas. Alexandre Gonçalves, diretor do projeto e diretor da Encena, agência de atores, conheceu este conceito de micro teatro em Madrid, e ficou de tal forma fascinado
com o mesmo que o decidiu recriar em Portugal. Devido à escassez de trabalho para os atores da própria agência, este conceito seria uma mais valia por forma a que os mesmos tivessem mais uma oportunidade de trabalho, quando não estivessem a gravar em televisão, ou em outros trabalhos. O espaço abriu portas em maio do ano passado e aqui, os atores tanto da agência como outros, têm a possibilidade de apresentar as suas próprias criações, sujeitas a um tema mensal. Estas micro peças de teatro ficam em cena um mês, de quinta a segunda-feira, com cinco sessões por dia, entre as 18h e as 20.25h.
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Foto: Tiago Costa
“Exorcismo” - micro peça de teatro de março
Foto: Tiago Costa
Foto: Tiago Costa
“Europa, Ich Liebe Dich” - micro peça de teatro de março
Se neste momento estiver a pensar que seria interessante ter uma peça em cena no Teatro Rápido, basta que esteja atento ao blog ou facebook do mesmo, onde as candidaturas são abertas antecipadamente. A sua candidatura será avaliada por um coletivo de júris, dos quais constam Alexandre Gonçalves (diretor), Ruy Malheiro (diretor de produção), entre outras pessoas. Se tiver filhos, este espaço versátil é também para eles, com uma a duas peças infantis em cena aos sábados e domingos de manhã. Fora das salas de teatro, no TR Bar poderá continuar com o seu “guia cultural”, com acontecimentos como tertúlias, exposições de arte, lançamentos de livros, concertos, espetáculos de teatro de improviso, entre outros. Este espaço encontra-se aberto entre as 16h e as 0h todos os dias da semana (excepto terça e quarta-feira), e até às 2h sexta-feira e sábado, sendo estes dois dias, privilegiados para os variados acontecimentos no bar. Como a cultura deve ser acessível a todos, também isso foi pensado neste espaço, em que para ver um espetáculo dispenderá apenas de 3€, enquanto que se quiser ver os 4 espetáculos em cena poderá comprar um pack por
10€. Já no caso dos espetáculos infantis, estes bilhetes têm o valor de 3€. Adianto-lhe já o tema, bem como a programação de abril, para ficar ainda com mais “água na boca”. O tema será “LIVRE(mente)” e terá em cena os espetáculos “A Liberdade é um Lugar Inquieto”, “Cinderela-A-Dias”, “Lápis Azul” e “ E a que Brindamos?”. Para os mais pequenos e para os amantes da “bonecada” haverá um espetáculo intitulado “A Quimera”, com manipulação de marionetas, enquanto que no bar a programação passará pela exposição de desenho de João Saramago intitulada “Microforms”, o “Café Improv”, entre muitas outras experiências imperdíveis! Com propostas aliciantes num espaço singular, quem resiste à tentação de viver experiências culturais, simultaneamente relaxantes? Divirta-se!
Contactos: - 213 479 138 - Rua Serpa Pinto, 14, Lisboa - www.facebook.com/teatrorapido
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Sesimbra
Uma vertigem de verde e azul Em Sesimbra água não é azul nem verde, tem a cor que queremos...
Foto: Bruno Gascon
Por Joana Domingues
Hotel do Mar - quarto duplo - 72€ (aproximadamente) Nesta terra de pescadores os dias começam cedo. Quem passear pelas suas praias de areia branca às primeiras horas da manhã terá o prazer de deparar-se com uma das mais antigas tradições ligadas à pesca: a Arte Xávega. Esta tradição milenar, foi utilizada em toda a costa portuguesa e antecipou-se a muitas outras que lhe sobrevieram. A vila de Sesimbra é conhecida por “artes do Caneiro”, por ter sido tradicionalmente usada na zona da baía com esse nome, cujo fundo arenoso lhe é favorável e permite o arrasto sem que as redes fiquem presas no fundo. Se tiver tempo pare um pouco, observe, fale com estes homens e se tiver coragem ajude-os a puxarem as redes.
O ambiente é animado e apesar da difícil e cansativa tarefa, verá quão gratificante é este encontro! Com mais de metade do território em área protegida, o concelho de Sesimbra é um local privilegiado para quem gosta de desfrutar da natureza. Estamos em terra de marinheiros e por isso mesmo instalamo-nos num hotel com ligação direta à paisagem, em que podemos desfrutar das suas janelas. Falo-lhe claro, do Hotel do Mar! O hotel foi construído em socalcos e desce de tal forma que quase chega ao mar. É imperativa uma primeira paragem no bar para saborear uma bebida e apreciar a paisagem! Este é um hotel para famílias, os quartos
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Foto: Bruno Gascon
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são amplos, todos têm vista para o mar e alguns têm mesmo piscina privativa! O mar está a dois minutos de distância e no exterior uma piscina espera por si! Decidimo-nos pelo mar... Primeiro passe pela Praia da Califórnia localizada na zona nascente da vila de Sesimbra, e que recebe um grande número de banhistas que procuram sobretudo, as suas águas calmas, depois vá até à Praia do Ouro que se distingue pelo seu extenso areal e pelo mar calmo. Nos últimos anos tem recebido o galardão Bandeira Azul! Adeptos do surf e de outras modalidades náuticas como por exemplo a canoagem, podem encontrar aqui um paraíso. Os ares do mar abrem-lhe o apetite? Não há problema... Sesimbra é terra de boa mesa e oferta gastronómica não falta! Se quiser algo mais típico recomendamos-lhe que passe pelo tosco e castiço Isaías, onde o peixe é sempre fresco e bem assado ou grelhado ao gosto do freguês! Não espere decoração, nem design, aqui vem-se pela comida da casa que tem passado de geração em geração!
Sesimbra vive de forma muito tradicional, em que pequenos mercados de frutas e de peixe cativam os turistas e fazem as delícias de quem passa! Sesimbra é também um local privilegiado para quem gosta de desfrutar da natureza e da paisagem, onde o património construído se cruza com o natural. São zonas de excelência para passeios, observação da fauna e flora, desporto e mesmo atividades radicais. É obrigatória uma passagem pela Serra da Arrábida e claro, contemplar a paisagem a partir do altivo Castelo de Sesimbra. Seria impensável ir embora e não visitar o Cabo Espichel! Num mundo cada vez mais stressante, em que tudo acontece tão depressa, lugares destes são únicos e agora que o tempo começa a melhorar são sem dúvida, cada vez mais apetecíveis. As falésias, o contraste entre o verde de espécies raras, as rochas e o mar é verdadeiramente avassalador! Esta paisagem que nos tira o fôlego é sem dúvida um local onde nos aproximamos dos elementos e ficamos em paz! Sente-se por aqui, respire a calma deste espaço e deixe-se engolir pela paisagem!
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PASSATEMPO NIKITA
A Nikita, marca islandesa de roupa feminina, tem este mês um passatempo na revista DeepArt, no qual as vencedoras ganham uma das camisolas das imagens ao lado apresentadas. Cada vencedora poderá apenas ganhar um dos produtos, ficando com o direito de escolha, a primeira a vencer o passatempo. Para concorreres, bastam 2 passos: 1) Pedir a 25 amigos para fazerem like no Facebook da DeepArt e Nikita; 2) Os 25 amigos têm de escrever ao lado da imagem do passatempo (no facebook da DeepArt, no álbum passatempos) o “teu nome e Nikita”. Ganham as duas primeiras concorrentes que tiverem 25 vezes o seu nome e Nikita nos comentários da foto do passatempo. Para entrares diretamente na foto do passatempo, clica aqui! Nota: a camisola preta apresentada na imagem ao lado, encontra-se apenas disponível para oferta em verde.
www.deepart.pt