ESTÉTICA
Facetas diretas em dentes escurecidos
ORTODONTIA
Tratamento precoce da mordida cruzada anterior com aparelho fixo
ENDODONTIA
Da gestação ao final da primeira infância
ISSN - 1807-9954
A saúde bucal dos bebês
Abr/Mai/Jun 2014 | ed. 58
Tratamento endodôntico com cimento obturador
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2 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
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Editorial
Dentes saudáveis no futuro dependem de cuidados desde a gravidez
S
e saúde começa pela boca, como dizem os especialistas, imagine a saúde dos bebês! Engana-se quem acha que só se deve preocupar com a saúde bucal das crianças depois que nascem os primeiros dentinhos e, mais ainda, quem acha que dente de leite não precisa ser tratado porque tem vida curta, pois uma dentição saudável no futuro depende de uma boa higienização oral desde os primeiros meses de vida, ainda na vida intrauterina. Sabemos que a preocupação com a saúde bucal na primeira infância não é um fato novo, mas que nos dias atuais está se tornando uma tendência bastante difundida, tanto pelo fato de a cárie dentária em bebês manifestar-se de forma tão agressiva e acelerada como, principalmente, pela Odontologia (em especial a Odontopediatria) estar adquirindo cada vez mais um caráter preventivo, cujo foco principal está na promoção da saúde, envolvendo medidas educativas precoces que incluem também o trabalho multidisciplinar e multiprofissional de odontopediatras e pediatras. Nesse contexto, o acesso à orientação adequada sobre bons hábitos de higiene, dieta ideal, saúde bucal da mãe e do bebê, aleitamento materno, remoção de hábitos prejudiciais, entre outras, é capaz de melhorar a situação da saúde bucal das nossas crianças e, por isso, publicamos nesta edição uma matéria especial sobre este assunto tão importante. Uma abordagem completa sobre os cuidados com a saúde bucal dos bebês, desde a gestação até o final da primeira infância, sob o ponto de vista de três odontopediatras brasileiras de renome, com o objetivo de informar, promovendo educação e prevenção, cumprindo assim nosso papel enquanto instrumento de comunicação e transformação social. Nesta edição você também vai conhecer como funciona o SAC e o Pós-Vendas da Dental Gutierre, eleita a Melhor Dental de 2013 e que, nesse ano, vai investir no setor de ortodontia e na promoção de eventos científicos direcionados a todos os segmentos odontológicos. Confira o calendário especial e programe-se! Dentística Restauradora e Estética, Periodontia, Implantodontia, Ortodontia e Tratamento para Pacientes com Necessidades Especiais (PNE) são temas dos artigos científicos desta edição, que traz ainda flashs dos principais acontecimentos e eventos do setor, lançamentos de produtos, informação e prestação de serviço. Boa leitura!
Ana Lúcia Pereira Editora
Abr/Mai/Jun 2014 | ed. 58 A Gutierre OdontoLife é uma publicação pertencente à OdontoLife Edição dePeriódicos Ltda. - ME, produzida e distribuída em parceria com a Dental Gutierre Odonto.
Direção Ana Lúcia Pereira de Jesus José Eduardo Gibin Gutierre Editora e Jornalista Responsável Ana Lúcia Pereira (MTb: 24.654) Fone: (16) 98177 0062 ana@revistaodontolife.com.br Redação e Departamento Comercial Rua João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. Bandeirantes Ribeirão Preto-SP - CEP: 14090-387 Fone: (16) 3236 4802 - Ana Lúcia Departamento de Marketing Rodrigo Lozano Fone: (16) 3303 1820 rlozano@gutierreodonto.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Neto Heleno info@netoheleno.com Distribuição (gratuita) Dental Gutierre Odonto Rua Voluntários da Pátria, 2839 - Centro Araraquara-SP - CEP: 14801-320 Fone: (16) 3303-1820 Impressão Gráfica e Editora São Francisco Ltda. Rodovia Anhanguera, Km 320 + 20m Recreio Anhanguera Ribeirão Preto-SP - CEP: 14097-140 Fone: (16) 2101 4151 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Gutierre OdontoLife não autoriza ninguém a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares e nem a negociar em nome da revista sem autorização da diretoria. Normas de Publicação: No Caderno Científico, a revista Gutierre OdontoLife divulga artigos (Científico / Caso Clínico / Técnico ou de Revisão), produzidos por clínicos gerais e cirurgiões-dentistas das diversas especialidades odontológicas. Todo profissional que tiver interesse em publicar seu trabalho em nossas páginas deve enviar o material atendendo às seguintes normas para publicação: 1) Nos trabalhos em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 2) Os editores da Gutierre OdontoLife podem adaptar o artigo às normas jornalísticas vigentes e ao padrão gráfico da revista. 3) O texto deve ser digitado e entregue em arquivo do word (doc), na fonte Times News Romam, corpo 11, contendo: título, artigo, referências bibliográficas, titularidade do(s) autor(es) e legendas identificadas para todas as imagens (fotos, tabelas ou ilustrações). NÃO INSERIR imagens no arquivo doc. 4) Todas as imagens devem ser enviadas separadamente, em alta resolução (JPG - 300 DPIs) com, no mínimo, 9 cm de largura. Inserir no mínimo três e, no máximo, 16 imagens por artigo. 5) Os trabalhos em grupo deverão conter os nomes e a titularidade de todos os autores, e-mail ou telefone de pelo menos um dos autores. 6) Sobre as referências bibliográficas: devem ser adotadas as normas de Vancouver (as referências são enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto). 7) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor(res). Cada um receberá exemplares da revista em que seu trabalho foi publicado. 8) Anexar ao trabalho os dados completos de todos os autores para contato (nome completo - endereço completo - CEP - telefones e e-mail). Os trabalhos podem ser enviados para o e-mail: contato@ revistaodontolife.com.br ou através de mídia digital (CD ou DVD) endereçados para: Redação Gutierre OdontoLife - R. João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. dos Bandeirantes - CEP: 14090-387 - Ribeirão Preto-SP.
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Índice 38 - PERIODONTIA E IMPLANTODONTIA Alterações peri-implantares.
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40 - PERIODONTIA E IMPLANTODONTIA Recobrimento radicular utilizando a técnica do túnel modificado Zuhr. 44 - ODONTOLOGIA PARA PNE Atendimento odontológico de pacientes com necessidades especiais sob anestesia geral.
CAPA
A importância da Odontologia na primeira infância
48 - JURISPRUDÊNCIA NA ODONTOLOGIA A Odontopediatria e a relação entre paciente, profissional e pais ou responsáveis
DENTAL GUTIERRE ODONTO 18 - SAC e Pós-Vendas: transformando riscos em soluções eficientes. 20 - Dental Gutierre promove palestra de Roberto Caproni.
28 - DENTÍSTICA RESTAURADORA E ESTÉTICA Clareamento Dental X Sensibilidade.
20 - Gutierre eleita melhor Dental de 2013.
30 - DENTÍSTICA RESTAURADORA E ESTÉTICA Facetas diretas em dentes escurecidos.
20 - Parceria Dental Gutierre / DVI / Gnatus promove Fórum Clínico.
32 - ENDODONTIA Tratamento endodôntico com cimento obturador.
21 - Dental Gutierre apoia realização de eventos em 2014.
34 - ORTODONTIA Tratamento precoce da mordida cruzada anterior com aparelho fixo.
22 - Dental Gutierre - a maior do 32º Ciosp no segmento.
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54 - VITRINE ODONTOLÓGICA Notícias, informação, lançamentos, novidades e curiosidades na Odontologia. 57 - SOCIAL Flashs dos principais acontecimentos do setor.
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Capa
A importância da Odontologia na primeira infância A prevenção e os cuidados com a saúde oral dos bebês desde as primeiras semanas de vida podem evitar futuros problemas dentários.
10 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
O
s cuidados com a saúde geral, entre os quais estão os cuidados com a saúde bucal, devem acontecer logo nos primeiros meses de vida e são fundamentais para que o indivíduo tenha uma vida plena e saudável. Atualmente, o atendimento multiprofissional, envolvendo o trabalho de pediatras e odontopediatras, é a forma mais completa de se prestar assistência na área de saúde e, dessa forma, é de se esperar que o seguimento médico de puericultura, que mantém contatos frequentes no primeiro ano de vida da criança, faça o encaminhamento para o odontopediatra, de modo que a abordagem precoce favoreça a implantação de estratégias voltadas à promoção da saúde bucal do bebê. Na Odontologia atual, em especial na Odontopediatria, a atenção à saúde está focada na promoção da saúde bucal no trato com o paciente, através de ações preventivas e educativas. De acordo com especialistas, o momento mais apropriado para começar a desenvolver e colocar em prática essas ações é logo no início da gestação, quando pais ou responsáveis devem receber todas as informações necessárias de como cuidar da saúde bucal do seu bebê desde as primeiras semanas de vida. É nesse período também que aprendem a criar hábitos saudáveis que podem impedir e minimizar a ocorrência de doenças e lesões que necessitem de tratamentos mais invasivos no futuro como a cárie dentária, problemas ortodônticos e periodontais.
GESTAÇÃO E VIDA INTRAUTERINA (VIU) A espera de um filho é um período na vida do casal repleto de novidades e de expectativas e, portanto, é um período em que os pais estão abertos a novos conhecimentos. Desta forma, ainda na gestação, os pais devem receber informações que se referem aos cuidados com a mãe e com o neonato, dando ênfase, nesse momento, à amamentação e seus benefícios, além dos cuidados com a higiene e com saúde bucal do recém-nascido. “O contato do odontopediatra com os pais deve acontecer quando o bebê ainda está em vida intrauterina (VIU), mais precisamente no início da gestação. As informações nesta fase são extremamente importantes para proteger o bebê de doenças que podem ocorrer na mãe, como subnutrição, infecções, doenças sistêmicas crônicas e, principalmente, lesões bucais que podem atingi-lo e causar problemas graves. As mães devem receber conhecimentos sobre o valor de uma alimentação saudável, rica em nutrientes, que vão colaborar no desenvolvimento dos dentes decíduos da criança (que ocorre a partir da sexta semana no período gestacional) e dos germes dos dentes permanentes (a partir do quarto mês de vida intrauterina), aproximadamente. Além disso, o controle de açúcar deve ser ressaltado, pois este pode levar a um aumento da glicemia do líquido aminiótico que é deglutido, expondo a criança ao açúcar muito precocemente. O estimulo à amamentação natural também deve ser reforçado neste período, pois auxilia no desenvolvimento da musculatura facial, estimula a respiração nasal, previne a deglutição atípica e maloclusão, disfunções craniomandibulares, bem como alterações na fonação e patologias do aparelho respiratório, além do que, o leite materno é o alimento mais completo e imprescindível para o bebê no primeiro ano de vida. O colostro (precursor do leite materno) é um alimento que tem concentração alta de imunoglobulinas e uma série de outros fatores protetores”, explica a odontopediatra Delsa Deise Macchetti Kanaan, Professora Doutora em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-Usp) e Professora Titular de Odontopediatria da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Para ela, a saúde bucal da própria gestante é um assunto que deve ser destacado, pois é um fator de grande importância para a saúde do bebê e inúmeros estudos têm mostrado que não só as cáries como principalmente a doença periodontal na mãe podem ter influências sobre determinadas condições sistêmicas, estando dentre muitas o nascimento prematuro do bebê (com menos de 37 semanas) e/ou com baixo peso (menos de 2.500g). “A prematuridade representa um problema econômico e de saúde pública de grande impacto social, mesmo em países desenvolvidos. A associação epidemiológica entre a doença periodontal da mãe e o nascimento de bebês prematuros e/ou com baixo peso ao nascer, mostra que a periodontite é um fator de risco que deve ser observado e controlado nas gestantes. Estudos a respeito mostram uma variável de 4,5 a 7,5 vezes de maior risco nos casos de gestantes com a doença periodontal e que o seu tratamento (gengivite e periodontite), diminuiu sensivelmente o risco de nascimentos prematuros e/ou de baixo peso ao nascer. Apesar da relação causal merecer mais estudos, é fundamental que o exame e o tratamento periodontal sejam integrados ao atendimento pré-natal. É importante destacar que existem outros fatores de risco como consumo de álcool, drogas, fumo, hipertensão, diabetes e infecções genitourinárias”, completa Delsa Kanaan, que também é Coordenadora do curso de Aperfeiçoamento em Odontopediatria da Apcd de Ribeirão Preto-SP e Coordenadora do Curso de Especialização de Odontopediatria da Unaerp. www.gutierreodonto.com.br > 11
DELSA DEISE MACCHETTI KANAAN - Odontopediatra.
“O contato do odontopediatra com os pais deve acontecer quando o bebê ainda está em vida intrauterina (VIU), mais precisamente no início da gestação”.
A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO É de conhecimento solidamente estabelecido a fundamental importância do aleitamento materno para o desenvolvimento físico e emocional do bebê. “O leito humano, em seus aspectos nutricionais e imunológicos, é imprescindível, tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seu uso seja exclusivo até o sexto mês de vida da criança, podendo se estender até os dois anos de idade, de maneira controlada. Por ser um alimento completo, oferece nutrientes necessários para o bom desenvolvimento físico e mental do lactante, dispensando, nos primeiros seis meses de vida, a complementação alimentar ou de hidratação. Outro aspecto da amamentação, igualmente importante, é o aporte imunológico promovido ao bebê por meio de anticorpos maternos presentes no leite. Devido ao pouco desenvolvimento de seu sistema imunológico, o recém-nascido é mais susceptível a infecções, principalmente à diarreia infecciosa. O leite materno oferece fatores de defesa orgânica (antimicrobianos, antiinflamatórios, 12 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
imunomoduladores, neutrófilos, macrófagos e linfócitos) e fatores de crescimento que protegem e estimulam o desenvolvimento da mucosa do trato digestório e favorecem a produção de enzimas digestivas. Ao mesmo tempo, o aleitamento materno promove benefícios de ordem psicológica. Durante a amamentação, mãe e filho estabelecem vínculo afetivo e de cumplicidade mútua, o que favorece sobremaneira o desenvolvimento psicoemocional do bebê. O contato com a mãe oferece ao bebê conforto e segurança - sensações que levam à tranquilidade e ao bem-estar tanto da mãe quanto da criança”, ressalta a especialista em Odontopediatria e mestre em Saúde Pública, Maria Célia Tambasco de Oliveira. Já teríamos até aqui motivos suficientes para incentivar o aleitamento materno, mas seus benefícios não se restringem aos aspectos nutricionais, imunológicos e emocionais. “O desenvolvimento normal do sistema estomatognático do bebê está diretamente relacionado ao período de duração e à frequência da amamentação natural, por meio do equilíbrio das forças musculares exercidas durante a sucção. Para extrair o leite, o bebê deve posicionar a boca no mamilo materno, abocanhando também parte da aréola, vedando com os lábios a entrada de ar e fazendo movimentos com a língua de modo a ordenhar o seio materno. Desta forma, ele exercita a musculatura perioral, bem como favorece a instalação de correta deglutição e estimula o desenvolvimento do padrão nasal de respiração, além de promover o equilíbrio na posição da mandíbula que, ao nascimento, apresentava-se com retrognatismo fisiológico”, afirma Maria Célia.
A HIGIENE BUCAL DO RECÉM-NASCIDO E A PRIMEIRA DENTIÇÃO A limpeza da cavidade bucal dos bebês deve ser feita desde os primeiros dias de vida, inicialmente de forma esporádica, em especial à noite, após a mamada, ou quando a criança regurgita. “Nessa fase, a limpeza pode ser feita com uma fralda de boca ou uma gaze embebida em água filtrada ou soro fisiológico. Pode ser usada tam-
Foto: Dra. Delsa DMK
Capa
Lesões cariosas extensas consequentes de mamadeira noturna açucarada.
bém uma dedeira para massagear a gengiva, principalmente próximo à época de erupção dentária quando há ligeiro processo inflamatório e coceira na gengiva. Nessa fase estão indicados também os mordedores, em especial os que têm líquido dentro, que quando gelados podem aliviar temporariamente a coceira. A partir da erupção dos primeiros dentes, é muito importante começar a fazer a escovação dentária diariamente, principalmente à noite, antes do bebê dormir e depois da última mamada. Deve-se usar uma escova de cabeça compatível com o tamanho da boca do bebê, de acordo com as recomendações para cada faixa etária. O uso do creme dental com flúor também é importante para a prevenção da cárie. Todavia, a partir dos oito meses quando começa a erupção dentária, o bebê ainda não consegue cuspir e não é desejável que o dentifrício seja deglutido, pois, se ingerido em altas doses e dependendo da frequência, poderá ocasionar manchas e alterações nos dentes permanentes em formação, denominadas fluorose dentária. Por isso é importante usar o creme dental numa quantidade mínima, na escovação feita à noite”, esclarece a odontopediatra Ana Estela Haddad, livre docente e professora associada do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo-Usp). O importante é que, a partir da erupção dentária, a higiene bucal precisa ser feita regularmente sempre que a criança se alimentar. “Os primeiros dentes a surgirem na cavidade
bucal da criança são os incisivos centrais decíduos inferiores, em média aos oito meses de idade. Na sequência, irrompem os centrais superiores, os laterais superiores e laterais inferiores. Depois é a vez dos primeiros molares decíduos, seguidos dos caninos e, por fim, os segundos molares decíduos, de modo que, por volta dos 30 meses de idade, a criança tenha a primeira dentição completa. O próximo dente a surgir na cavidade bucal será um dente permanente, seja ele o incisivo central inferior, em substituição ao decíduo, ou o primeiro molar permanente que surge, aproximadamente, aos seis anos de idade, em complementação à dentição decídua”, explica Maria Célia Tambasco. Os dentes de leite ou a dentição decídua (primeira dentição) são de fundamental importância para o crescimento e desenvolvimento do bebê e da criança, para o correto desempenho das funções de deglutição e mastigação e para a estética. “Além disso, é a partir dos dentes decíduos que se formam e desenvolvem os dentes permanentes. A ausência congênita do dente decíduo, que acontece em alguns casos, implica também na
MARIA CÉLIA TAMBASCO DE OLIVEIRA - Odontopediatra.
“Outro aspecto da amamentação, igualmente importante, é o aporte imunológico promovido ao bebê por meio de anticorpos maternos presentes no leite”.
ausência do dente sucessor permanente. Por conta da ligação direta e de uma estrutura do dente de leite a partir do qual o dente permanente se origina e desenvolve, qualquer processo infeccioso, decorrente da cárie, por exemplo, ou de um trauma, poderá ter repercussões sobre o germe do dente permanente em desenvolvimento. Além disso, a raiz do dente decíduo serve de guia para o trajeto eruptivo, inicialmente intraósseo e, depois também, até que o dente irrompa na cavidade bucal”, acrescenta Ana Estela. Os dentes de leite nascem perfeitos, sem cáries e, portanto, devem assim permanecer na cavidade bucal. “A prevenção deve ser a maior preocupação não só do odontopediatra como também das mães. Deve-se estimular a higiene dos dentes assim que iniciem sua erupção na cavidade bucal, bem como o controle de alimentos com muito açúcar, erosivos (refrigerantes) e excessivamente moles. Ao oferecer o leite para o bebê (em copos ou, quando necessário, em mamadeira) este deve ser puro, sem achocolatados e açúcar. Deve-se ficar atento com os leites em pó que em sua grande maioria vêm com adição de açúcar. Caso a criança mame deitada, deve ser feita a higienização da cavidade bucal após a mamadeira. De nenhuma maneira deve ser oferecido à criança mamadeiras durante a noite, pois além de desenvolver um hábito não saudável, diminui seu apetite e atrapalha sua alimentação durante o dia. A noite foi feita para dormir. Os dentes permanentes devem irromper em uma cavidade isenta de cárie, com reduzida placa bacteriana para que a quantidade de colônias bacterianas não favoreça o desenvolvimento das cáries oclusais dos primeiros molares permanentes. Deve-se estimular os pais para que seus filhos sejam ‘zero cárie’”, ressalta Dra. Delsa. Os dentes decíduos têm inúmeras funções essenciais para o bom desenvolvimento da criança e, em particular, do seu sistema estomatognático. “Podemos então enumerar cinco funções dos dentes decíduos: 1) Mastigação (preparo mecânico do bolo alimentar para ser digerido); 2) Manutenção de espaço no arco dental e guia de irrupção para os dentes permanentes; 3) Estimulação do crescimento em altura do terço inferior da face (por meio da mastigação, o movimento axial que sofre o dente decíduo dentro do alvéolo promove estímulo de crescimento em altura do rebordo alveolar para receber a dentição permanente. Portanto, é imprescindível estimular a mastigação na criança, evitando alimentos processados e dando preferência para alimentos de textura mais firme); 4) Fonética (o correto posicionamento dos dentes, principalmente os anteriores, favorece uma boa dicção e, consequentemente, melhores condições de alfabetização. Diversos fonemas usam os dentes para sua emissão, tais como os lábio-dentais F e V, os dentais S e Z e os línguo-dentais T e D); 5) Estética (de fundamental importância para o desenvolvimento psicossocial da criança, pois a estética do sorriso pode interferir na sua socialização”, completa Maria Célia.
a má formação dos dentes e comprometer o desenvolvimento facial da criança como um todo, portanto devem ser usados com bom-senso e moderação. “O uso prolongado da mamadeira e chupeta pode provocar disfunções da cavidade bucal acarretando aprofundamento do palato, mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior, protusão da pré-maxila e outros problemas ortodônticos e funcionais. Além disso, a criança não se alimenta adequadamente e, se o conteúdo da mamadeira for rico em açúcar, desenvolverá cáries precocemente (cáries de mamadeira), que destroem os dentes decíduos rapidamente a medida que irrompem na cavidade bucal, provocando dor, irritabilidade da criança, exigindo tratamentos invasivos e complexos, além de criar problemas sociais e de relacionamento para a criança”, destaca Delsa Deise Kanaan. “Além disso, o uso incontrolado de mamadeiras e chupetas também pode estabelecer na criança o hábito da respiração bucal que também acarreta sérias consequências, tais como problemas respiratórios, alteração de sono, de humor, até mesmo comprometimento do processo de aprendizagem. Não há necessariamente uma relação direta entre o uso de chupeta ou mamadeira e a instalação de maloclusões. O fato é que, em crianças com risco a problemas ortodônticos, o uso desses objetos intensifica esse risco”, acrescenta Maria Célia. No entanto, em algumas situações o uso da mamadeira ou da chupeta pode ser indispensável e deve, portanto, ser acompanhado e monitorado pelos pais ou responsáveis devidamente orientados pelo odontopediatra. “Quando for necessário o uso da mamadeira é recomendado usar o bico ortodôntico, escolhendo o bico de calibre compatível para cada líquido. Há um calibre adequado para o leite, outro para água, para o suco e outro ainda para o leite engrossado com complementos. É muito importante também não aumentar o furo para que o bebê mame mais rápido. O uso da mamadeira deve imitar o aleitamento materno. O bebê deve fazer algum esforço para mamar (como no movimento de ordenha) e o calibre do bico é dimensionado para que não chegue à boca uma quantidade maior de líquido, que o levaria a engasgar ou mesmo realizar a deglutição com posicionamento incorreto
REMOVER HÁBITOS DELETÉRIOS (CHUPETAS E MAMADEIRAS) O uso constante de chupetas e mamadeiras, embora sejam hábitos socialmente aceitos, pode causar www.gutierreodonto.com.br > 13
Capa
ANA ESTELA HADDAD - Odontopediatra.
“A partir da erupção dos primeiros dentes, é muito importante começar a fazer a escovação dentária diariamente, principalmente à noite, antes do bebê dormir e depois da última mamada”. da língua”, explica Ana Estela. “Em algumas situações, quando a criança manifesta o hábito de sucção de dedo, por exemplo, pode-se optar pela introdução da chupeta que, neste caso, é uma boa alternativa uma vez que se torna mais fácil a sua futura remoção do que eliminar a sucção digital, pela própria facilidade de controle de oferta da chupeta”, completa Maria Célia. Cabe ao odontopediatra também mostrar aos pais a existência de alterações causadas por hábitos deletérios e orientá-los para que a criança os abandone o quanto antes. “A remoção de todo e qualquer hábito prejudicial à saúde deve ser cuidadosamente trabalhada. Não basta apenas `interromper´ o hábito mas, sim, analisar o momento psicológico da criança bem como seu desenvolvimento cognitivo. A retirada da chupeta ou da mamadeira em momentos de maior fragilidade emocional de uma criança como, por exemplo, na chegada de um novo irmão na família, pode provocar alterações 14 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
comportamentais e levar a criança à aquisição de outros hábitos deletérios como a onicofagia ou sucção de dedo. Desta forma, cabe ao odontopediatra orientar os pais quanto aos riscos de se estender o uso da mamadeira ou da chupeta até o momento mais oportuno para a sua retirada. Importante também é que a criança participe deste processo, explicando a ela - logicamente dentro de sua capacidade cognitiva - a importância de sua colaboração para a retirada deste hábito”, orienta Maria Célia. “Certa vez, uma mãe extremamente ocupada, que tinha pouco contato diário com seu filho, estava preocupada, pois ele, com cinco anos, ainda usava a chupeta compulsivamente (dia e noite) e se negava a deixá-la. Quando ela perguntou ao filho por que fazia uso assim da chupeta e o que ela significava para ele, o filho respondeu que a chupeta era sua mãe quando ela estava ausente. A partir daí esta mãe aumentou seu tempo e atenção para com a criança e a remoção da chupeta se deu de maneira rápida e suave, sem constrangimentos ou traumas”, ilustra Delsa Kanaan. “O prazer do uso da chupeta deve ser gradualmente substituído por outras formas de prazer, assim que a criança vai se desenvolvendo e adquirindo maior compreensão e capacidade de verbalizar seus desconfortos. A mamadeira deve ser gradualmente substituída após um ano ou um ano e meio de idade pelo copo com tampa e canudo. Um copo colorido, com personagens, pode tornar esta substituição mais atrativa”, aconselha Ana Estela. Também é importante salientar que o uso descontrolado da mamadeira pode interferir na dieta do bebê, pois pode levar a criança a evitar a alimentação sólida
PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL A história da Odontologia apresenta uma evolução rápida nos últimos tempos, de modo que ainda hoje estão vivas as gerações que passaram por experiências desagradáveis em consultas odontológicas. Até a primeira metade do século passado, a Odontologia era praticamente curativo-restauradora e, em muitos casos, mutiladora. Com a evolução dos conhecimentos sobre o processo saúde/doença e o desenvolvimento de novos materiais e técnicas, a Odontologia passa a atuar sob aspecto preventivo-restaurador. Mais recentemente, as novas gerações têm recebido uma atenção em saúde bucal voltada para a promoção de saúde. O conceito de atenção em saúde vem ganhando destaque e ações educativas se tornam fundamentais nesse processo. “Educação em saúde é um conjunto de saberes e práticas orientadas para a prevenção de doença e suas sequelas e, mais precocemente, para a promoção de saúde. O cirurgião-dentista, nos dias de hoje, talvez mais do que o papel curativo-restaurador, deve exercer o papel de educador, de modo a levar conhecimento ao paciente, despertando nele o interesse e a responsabilidade sobre sua saúde, suscitando mudanças comportamentais
de atenção à saúde. Para tanto, é primordial o conhecimento prévio do paciente, identificando suas necessidades e expectativas bem como suas características quanto a hábitos, costumes e práticas com a própria saúde, despertando no paciente seu olhar dinâmico para os determinantes do processo saúde-doença”, explica Maria Célia. No que diz respeito à Saúde Coletiva, o Brasil deu um salto a partir de 2003 com a criação do Programa Brasil Sorridente, ao incorporar a Odontologia no seu sistema público de saúde, com acesso universal. “Os desafios são enormes e temos uma demanda reprimida e acumulada ao longo de décadas, mas há avanços. Já reduzimos nosso índice global de cárie a níveis de países desenvolvidos. Todavia, a cárie é uma doença que na sua incidência ainda está relacionada à questão social e temos maior prevalência da doença nas regiões com menor nível sócio-econômico. Medidas preventivas como o uso de creme dental fluoretado e a fluoretação das águas de abastecimentos também têm contribuído para a redução da doença”, revela Ana Estela Haddad. No entanto, em termos gerais e apesar de a Odontologia ter investido muito em tecnologia avançada nos últimos anos, a educação e a prevenção em saúde bucal da nossa população ainda estão relegadas a um plano secundário de interesse do setor público e merecem ser reavaliadas com atenção especial. “Trabalho com crianças de classe social média-baixa e baixa e a cada dia me surpreendo com o grande número de bebês (crianças de um a três anos) com lesões cariosas extensas que necessitam de tratamentos invasivos, complexos, dolorosos e demorados como: drenagem de abscessos, endodontia, extrações dentárias precoces e outros procedimentos. Se houvesse um programa sério de educação dos pais para que na gestação os conhecimentos importantes de prevenção e promoção da saúde bucal fossem transmitidos, não teríamos tantos bebês com péssimas condições de cavidade bucal. É importante salientar que esses bebês quando chegam aos setores de referência para tratamento já passaram e passam por momentos dolorosos, pois a cárie tem uma evolução rápida e quando atinge a dentina e a polpa dentária provoca muitas dores. Além do desconhecimento das mães, de como proceder para evitar tais situações, constatamos que o poder público dificulta o acesso dessas crianças e o agendamento é moroso. Muitas mães nos informam que viram manchas brancas (descalcificação) no esmalte dos dentinhos de seus filhos, mas quando procuraram as unidades de saúde tiveram que permanecer em uma fila longa e demorada (muitas vezes de um a dois anos), pois estes casos exigiam atendimento especializado em Faculdades ou Clínicas de Especialidades. Gostaria que os poderes públicos pensassem mais no assunto, que dessem prioridade e rapidez para o atendimento de nossos bebês, provendo a saúde bucal”, finaliza Delsa Deise M. Kanaan. Os cuidados com a saúde bucal devem começar logo na infância e, quanto antes a criança puder contar com o acompanhamento do odontopediatra, menor será a possibilidade de desenvolver fututos problemas dentários.
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Dental Gutierre
SAC e Pós-Vendas: transformando riscos em soluções eficientes
O
Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) é um elemento estratégico nas empresas que buscam excelência no atendimento, pois funciona como um radar para a organização e é capaz, quando bem estruturado, de transformar riscos e ameaças em ações positivas e proativas, captando informações, promovendo mudanças internas e buscando soluções. Na Dental Gutierre, o SAC existe desde 2007, tendo iniciado com apenas uma operadora, pois, na época, a maior parte das vendas tinha caráter regional e as responsabilidades eram menores, focadas apenas nas soluções de problemas de rotinas e nas relações com os clientes. Concentrava-se na solução de trocas de produtos, em administrar devoluções e informar sobre prazos de entrega e ajustes de créditos. O crescimento da empresa ao longo dos últimos sete anos exigiu uma ampliação do setor para que seus clientes pudessem contar com um atendimento adequado e qualificado. “Atualmente, temos três colaboradores diretos neste setor, sendo duas operadoras para SAC e uma para Pós-Vendas. Quatro colaboradores indiretos, pois são utilizados por demanda e encontram-se alocados em setores que sempre devem ser envolvidos em casos de reclamações de clientes. Em cada setor são atribuídas responsabilidades específicas: - Recebimentos de mercadorias para analisar as
condições dos produtos devolvidos. - Farmacêutico para avaliar os produtos quanto à validade e características técnicas de acordo com normas da ANVISA. - Setor Financeiro que providencia os ajustes de créditos ou débitos quando o caso exigir. - Logística para responder pelos meios de transportes, rastreamento, inventário e coordenação dos serviços terceirizados. A Dental Gutierre adota cuidados para encantar seus clientes e, todos os coordenadores, supervisores e gerentes estão envolvidos para que a solução seja oferecida e remova qualquer foco de insatisfação que possa prejudicar a relação com nossos clientes”, explica o consultor de Negócios e Oportunidades da Dental Gutierre, Nestor Jung. Atualmente a Dental Gutierre atende todo o território nacional, sendo que a maior participação concentra-se em São Paulo e no interior paulista. A exportação tem evoluído bastante e hoje enviamos produtos para os mais diversos destinos, tais como, Paraguai, Bolívia, Portugal, Angola, entre outros. Os atendimentos são classificados por ocasião da entrada e devidamente protocolados para serem encaminhados aos setores envolvidos até a completa solução. “Atendemos as mais diferentes situações e sempre que possível prestamos as informações e esclarecimentos para solucionar os proble-
“A filosofia da Dental Gutierre é trazer para o SAC e Pós-Vendas colaboradores que detenham conhecimento sistêmico da empresa, ou seja, que conheçam os processos nos setores de estoque, separação, preparação e logística”. Nestor Jung, consultor de Negócios e Oportunidades. 18 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Transformamos negócios em sorrisos.
Renata Helena Bueno - SAC
mas de imediato e atender as necessidades dos clientes quer sejam provenientes da operação offline ou online (através do site). Temos objetivos definidos com relação aos prazos e soluções para as diferentes modalidades de reclamações. Esses prazos dependem do problema, variam entre solução imediata até 48 horas, quando dependemos da infraestrutura interna. Tem casos que podem demorar mais, quando se trata de devoluções, pois dependem de autorização, das informações fornecidas pelos clientes, transportadoras e/ou correios, elevando os prazos para as devidas soluções. Todas as solicitações equacionadas são notificadas ao cliente para fechar o atendimento e prestar o melhor nível de serviço possível. Todos os atendimentos são registrados e baixados ao termino do processo para garantir a plena satisfação dos clientes. Atendemos em media 1.100 chamadas por mês sendo que 90% são relacionadas a informações, consultas, referências, dúvidas sobre produtos, prazos de entrega, condições de vendas, logística alternativas de produtos e fornecedores. Os 10% restantes se referem a rastreamento de pedidos não entregues, mudanças de endereços, erros na inclusão de pedidos por parte dos clientes e desistências. Apenas 0,95% de todas as vendas ocasionam devoluções e créditos devido a erros de interpretação produto, por parte da equipe de vendas ou por parte do cliente. Podemos incluir nesse montante defeito de fabricação, tanto para equipamentos como produtos de consumo”, acrescenta Nestor. O ramo Dental é altamente especializado e o número de produtos envolvidos e comercializados ultrapassa a marca de 20.000 itens. A Dental Gutierre distribui cerca de 10.000 itens. Há uma grande variedade de produtos similares, dessa forma é muito fácil de ocorrer enganos quando o cliente não informar exatamente o que deseja comprar. Com isso a incidência maior de erros no processamento dos pedidos são as trocas de produtos. “A filosofia da Dental Gutierre é trazer para o SAC e Pós-Vendas colaboradores que detenham conhecimento sistêmico da empresa, ou seja, que conheçam os processos nos setores de estoque, separação, preparação e logística. Os
Carolina Colângelo - SAC.
colaboradores recebem informações para uso dos sistemas internos (ERP), rotinas e processos, além de material para atualização sobre atendimento ao cliente. Recebem também o guia de atribuições de cada atividade para saberem exatamente o papel que devem cumprir na ligação entre clientes e a empresa. Em termos gerais o SAC e Pós-Vendas são centros de soluções e suporte da área comercial”, ressalta Nestor. Por serem departamentos estratégicos para empresa, a Dental Gutierre sempre disponibiliza recursos, talentos e os sistemas que forem necessários para que tanto o SAC como o Pós-Vendas possam oferecer o melhor nível de serviço aos clientes. A boa relação com as indústrias também é um dos pontos chave para que o SAC possa estar atualizado quanto a novos produtos lançados, produtos descontinuados, aspectos técnicos, garantias, aplicações, dificuldades, trocas etc. Para permanecerem no mercado atual as empresas precisam investir em mecanismos de interatividade com seus consumidores (cada vez mais exigentes e bem informados) para superar a concorrência e evitar a pressão dos órgãos de defesa do consumidor. Nesse sentido a Dental Gutierre já possui metas e estratégias estabelecidas e está preparada para atender as novas demandas.
“O SAC e Pós-Vendas da Dental Gutierre são atividades que vamos expandir, pois precisamos ficar cada vez mais competitivos no mercado gerando maior encantamento aos clientes. Temos estrategicamente alguns projetos envolvendo tecnologia e recursos humanos com o objetivo de produzir uma imagem positiva e eficiente da empresa no mercado. Serão diferencias importantes que colocarão a Dental Gutierre em destaque no cenário de distribuição de produtos odontológicos no mercado brasileiro. Os projetos estão focalizados no fortalecimento da operação off-line e grande enfoque no e-commerce para suprir as necessidades futuras dessa tendência e segmento de mercado. Nesse sentido estamos criando uma melhor arquitetura e funcionalidade no Marketing para interpretar corretamente as necessidades dos nossos clientes, associando tudo isso à grande capacidade dos sistemas utilizados, visão estratégica das oportunidades, à atenção especial na política de relacionamentos com os clientes e à conquista do mercado através da competência e maior visibilidade”, finaliza Nestor Jung, que acrescenta: “A Dental Gutierre orgulha-se de não haver nenhum registro de reclamação em ferramentas como: Reclame aqui, Facebook etc.”.
Soluções e suporte para maior satisfação dos clientes. www.gutierreodonto.com.br > 19
Dental Gutierre
Dental Gutierre promove palestra de Roberto Caproni M
ais de 200 cirurgiões-dentistas estiveram presentes na noite de 20 de março, na sede da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp), para a palestra gratuita com o maior nome brasileiro em gerenciamento de consultórios e clínicas, Dr. Roberto Caproni. Cirurgião-dentista graduado pela UFMG, Caproni é também formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing, fundandor do Grupo Caproni, que oferece cursos compactos de MBA focados na otimização dos resultados financeiros, na
qualidade de vida e no prestígio social, para empresas e profissionais da área da Saúde. O evento, patrocinado pela Dental Gutierre, DVI Radiologia e Gnatus, abordou a dificuldade que muitos profissionais da saúde têm em agregar valor aos seus serviços. “Existem cirurgiões-dentistas que ganham 500 reais por mês e outros que faturam 500 mil mensais. A diferença está na postura de cada profissional”, afirmou durante sua apresentação. Durante a palestra, Caproni explicou que preço e valor são coisas
Dr. Roberto Caproni e equipe Dental Gutierre.
distintas, apresentando o protocolo de gestão e mercado para geração de valor, técnica desenvolvida pelo Grupo Caproni, que permite agregar valor correto e dobrar o lucro do consultório em até seis meses, fazendo com que o profissional conquiste sucesso financeiro, prestígio social e administre melhor seu tempo.
“Nó vamos avaliar os resultados desta palestra realizada em Ribeirão Preto para saber se todas as expectativas foram atendidas, tanto dos cirurgiões-dentistas como da Gutierre e do Grupo Caproni. Se todas as partes envolvidas ficarem satisfeitas, estamos sim pensando em levar a palestra para outras cidades”, revela Roberto Caproni.
Gutierre eleita melhor Dental de 2013 A
Eduardo Gutierre recebendo o Prêmio Odonto Magazine.
entrega do 2º Prêmio Odonto Magazine, que reconhece as empresas odontológicas que se destacaram durante o ano de 2013, ocorreu durante o segundo dia do 32º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo - Ciosp, um dos maiores eventos do segmento odontológico no mundo. A Odonto Magazine promoveu, durante os meses de dezembro de 2013 e janeiro de 2014, uma votação on-line entre os profissionais
de saúde bucal para reconhecer as empresas odontológicas que foram destaques no ano de 2013. O prêmio, que contou com 22 categorias atingiu o número de 13.721 votos. Eleita a “melhor Dental”, a Dental Gutierre, que distribui produtos odontológicos para todo Brasil desde 1998, oferecendo qualidade e eficiência do início ao fim dos processos, foi decretada como a grande vencedora da categoria, com 48% dos votos.
Parceria Dental Gutierre / DVI / Gnatus promove Fórum Clínico M
ais de 50 profissionais participaram do Fórum Clínico DVI Gnatus, realizado pelas empresas com o apoio da Dental Gutierre e da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp), no último dia 25 de março, na sede da Associação. O Workshop contou com a presença de três importantes nomes da Odontologia nacional, que realizaram palestras sobre diferentes temas. Bruno Rodrigues Reis, Especialista, Mestre e Doutor em Dentística, iniciou o Ciclo falando de “Odontologia minimamente invasiva – Status atual e novas tecnologias”. Na sequência, o Especialista, Mestre e Doutor em Periodontia, Danilo Maeda Reino, 20 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
abordou o tema “Planejamento integrado em Implantodontia – Estética branca X Estética rosa” e, finalizando as apresentações, o presidente da Associação Brasileira de Ética e Odontologia, Ricardo H. Alves da Silva, falou sobre “Como evitar processos em Odontologia”. “A DVI sempre esteve¬ ligada à promoção do ensino em Odontologia e, embora seja uma clínica de Radiologia Odontológica e a maioria das palestras e cursos que promovemos estejam ligados a esta área, sabemos, através do relacionamento com nossos clientes e colegas de profissão, que existe um interesse muito grande por outros assuntos, sobretudo, Odonto-
logia Legal, Implantes e Estética. Por isso, a escolha desses profissionais não foi por acaso”, explicou o diretor da DVI, Fernando Junqueira Leite. Neste mesmo dia o Fórum Clínico foi apresentado também na cidade de Sertãozinho-SP. No dia 10 de abril, foi
realizado em Franca-SP e será levado, no decorrer dos próximos meses, a todas as cidades em que a DVI possui filiais (São José do Rio Preto, Araraquara, Barretos, Pirassununga, Catanduva, Votuporanga e São Carlos - datas a definir).
Dr. Danilo Maeda, Dr. Bruno Reis e Dr. Ricardo Alves, palestrantes do Fórum Clínico DVI Gnatus.
Transformamos negócios em sorrisos.
Dental Gutierre apoia realização de eventos em 2014 A
cada ano que passa a Dental Gutierre diversifica suas atividades agregando valor aos seus produtos e serviços para atender e superar as necessidades de seus clientes. Em 2013, o foco estratégico da empresa esteve voltado para a implantação e consolidação de sua loja virtual, intensificando também sua participação nos principais congressos nacionais e internacionais realizados no país. Em 2014, entre outras novidades, a Dental vai investir na promoção de eventos científicos para a classe odontológica, seja através de apoio, parcerias ou patrocínio. “Os eventos técnico-científicos permitem que os profissionais mantenham-se atualizados e, ao mesmo tempo, interajam uns com os outros. Para a empresa
esses eventos representam importantes meios de difusão de produtos, tecnologias, vendas e negócios, indispensáveis para o crescimento e fixação de sua marca. Por isso, decidimos investir nesse segmento, promovendo eventos de qualidade e que vão ao encontro dos interesses da classe”, comenta José Eduardo Gibin Gutierre, diretor da Dental Gutierre. Além de eventos científicos, desde o ano passado a Gutierre é a Dental Oficial do Projeto Voluntários do Sertão, levando todo o material necessário para a realização dos procedimentos odontológicos. Neste ano, em sua 14ª edição, o mutirão de saúde será realizado no município de Una, na Bahia, entre os dias 26 de abril e 4 de maio.
Para que você conheça e possa se programar com antecedência para participar dos eventos que contam com o apoio da Dental
Gutierre, confira a agenda para os próximos meses. Mais informações pelo telefone: (16) 3303 1820.
EVENTOS 2014 - PROGRAME-SE ABRIL FÓRUM DVI GNATUS (Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 10 de abril de 2014. Local: Apcd de Franca-SP (16) 3724 0077.
JUNHO FÓRUM DVI GNATUS (Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 5 de junho de 2014. Local: Votuporanga-SP.
HANDS ON E WORKSHOP
ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO
(Parceria VOCO) (Palestra - Prof. Dr. Hamilton Renato) Data: 25 de abril de 2014. Local: Apcd de Araraquara-SP (16) 3303 8300. FÓRUM DVI GNATUS
(Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 29 de abril de 2014. Local: Catanduva-SP. MAIO FÓRUM DVI GNATUS (Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 8 de maio de 2014. Local: Araraquara-SP. FÓRUM DVI GNATUS
(Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 20 de maio de 2014 Local: Barretos-SP ROAD SHOW – FOCO ESTRATÉGICO
Data: 29 e 30 de maio de 2014. Local: Hotel Oasis Tower - Ribeirão Preto-SP.
ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO
Data: 7 e 8 de agosto de 2014. Local: HD Ensinos Odontológicos - Uberlândia-MG. SETEMBRO
Data: 5 e 6 de junho de 2014. Local: Hotel Oasis Tower - Ribeirão Preto-SP. FÓRUM DVI GNATUS
(Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 10 de junho de 2014. Local: Pirassununga-SP. FÓRUM DVI GNATUS
(Estética / Implante / Odontologia Legal) Data: 24 de junho de 2014. Local: Ribeirão Preto-SP. JULHO ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO Data: 31 de julho e 1º de agosto de 2014. Local: Hotel Oasis Tower – Ribeirão Preto-SP. AGOSTO CLÍNICA - REABILITAÇÃO ESTÉTICA OCLUSAL (Prof. Luiz Antônio Felippe) Parceria KULZER Data: 8 de agosto de 2014. Local: Apcd de Araraquara-SP (16) 3303 8300.
CONGRESSO ORTO SPO
(Dental Gutierre - Patrocinador Prata e Expositor) Data: 25 a 27 de setembro de 2014. Local: Expo Center Norte - São Paulo-SP. OUTUBRO ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO (Organização Rafael Calixto e Jorge Eustáquio) Data: 10 e 11 de outubro de 2014. Local: Maceió-AL. ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO
Data: 30 e 31 de outubro de 2014. Local: Filial Gnatus - São Paulo-SP.
NOVEMBRO ROAD SHOW - FOCO ESTRATÉGICO Data: 13 e 14 de novembro de 2014. Local: Filial Gnatus - Rio de Janeiro-RJ.
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Dental Gutierre
Transformamos negócios em sorrisos.
Dental Gutierre - a maior do 32º Ciosp no segmento C
om uma área total de 581 m², dividida em quatro estandes, a Dental Gutierre foi a maior dental do Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo de 2014. Espalhados estrategicamente pelos pavilhões do Expo Center Norte, onde o evento foi realizado, entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro, a dental ofereceu aos visitantes da feira comercial o estande principal, com 315m² e mais de 10 mil itens disponíveis; o estande de Ortodontia e Equipamentos, com 169m² e grandes marcas como Morelli, Abzil, Orthometric, Dabi Atlante e Gnatus; o estande de Atacado, com 33m², onde ofereceu atendimento exclusivo para dentais de todo o Brasil; e o estande de Estética, com 64m², com parceiras de peso como Ultradent, 3M, Ivoclar e Gnatus. Para atender seus clientes com agilidade e conforto, a Dental Gutierre também levou ao Ciosp sua Loja Virtual, para compra e entrega no consultório em qualquer lugar do Brasil e a Revista Gutierre OdontoLife, distribuída gratuitamente entre os visitantes do Congressão. Para proporcionar um atendimento qualificado, a Dental Gutierre contou com uma equipe de 80 colaboradores envolvidos diretamente na organização do projeto e mais de 100 contratações indiretas. Com todo esse aparato, a Dental Gutierre su-
perou as expectativas realizando mais de nove mil vendas durante todo o congresso, consagrando-se como a maior dental do Ciosp 2014. Para coroar a sua participação em eventos, a Dental Gutierre foi eleita pelos profissionais de saúde bucal do Brasil como a “Melhor Dental” da edição de 2013 do Ciosp, numa votação on-line promovida pela Odonto Magazine, entre os meses de dezembro de 2013 e janeiro de 2014. A entrega do prêmio ocorreu durante o segundo dia do 32º Ciosp.
Estande principal da Gutierre no Ciosp 2014.
Estande de Ortodontia.
Estande de Estética.
Loja virtual da Gutierre Odonto.
Wilson Chedieck, presidente do 32º Ciosp e Eduardo Gutierre, diretor da Dental Gutierre.
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Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética
◗◗ HAMILTON PEDRAZZI Doutor em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp-Usp). Professor dos cursos de Especialização e Atualização em Dentística da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp). Coordenador do curso de Especialização em Dentística da Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas (ABCD) de Campo Grande-MS. Professor dos cursos de Atualização em Dentística da Associação Paulista de CirurgiõesDentistas (Apcd) de Jaú e Rio Claro. Membro do Conselho Editorial da Revista Full Science, da Editora Plena. Email: hamiltonpedrazzi@gmail.com ◗◗ CRISTINA YOSHIE GARCIA TAKEUCHI Mestre e Doutora em Dentística Restauradora Faculdade de Odontologia de Araraquara (FoAr-Unesp). Coordenadora do curso de Especialização em Dentística da Aorp).
◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Medeiros CGG. Clareamento dentário e sensibilidade: um olhar do ponto de vista biológico. Rev Dental Press Estét. 2011 outdez; 8(4): 68-77. 2) Haywood VB, Hevmenn HO. Nightguard vital bleaching. Quintessence Int. 1989;20:173-6. 3) Haywood VB, Hevmenn HO. Nightguard vital bleaching: how safe is it? Quintessence Int. 1991;22(7):515-23. 4) Consolaro A. Há vida no esmalte: metabolism e circulação própria. Rev Dental Press Estét Maringá, 2005; 2(1):133-5. 5) Goldstein CE, Goldstein RE, Feinman RA, Garber DA. Bleaching vital teeth: state of the art Quintessence Int. 1989 Oct;20(10):729-37. 6) Joiner A. Review of the effects of peroxide on enamel and dentine properties. J Dent. 2007 Dec;35(12):889-96. Epub 2007 Oct 26. 7) Jorgensen MG, Carroll WB. Incidence of tooth sensitivity after home whitening treatment. J Am Dent Assoc. 2002 Aug;133(8):1076-82; quiz 1094-5. 8) Matis BA1, Cochran MA, Eckert G. Review of the effectiveness of various tooth whitening systems. Oper Dent. 2009 MarApr;34(2):230-5. doi: 10.2341/08-74. 9) Ozcan M1, Abdin S, Sipahi C. Bleaching induced tooth sensitivity: do the existing enamel craze lines increase sensitivity? A clinical study. Odontology. 2013 Mar 12. [Epub ahead of print] 10) Browning WD, Cho SD, Deschepper EJ. Effect of a nano-hydroxyapatite paste on bleaching-related tooth sensitivity. J Esthet Restor Dent. 2012 Aug;24(4):268-76. Epub 2011 May 12 11) Browning WD, Chan DC, Myers ML, et al. Comparison of traditional and low sensitivity whiteners. Oper Dent 2008;33(4):379–85. 12) D. G. Gillam, N. J. Mordan, A. D. Sinodinou, J. Y. Tang, J. C. Knowles I. R. Gibson. The effects of oxalate-containing products on the exposed dentine surface: an SEM investigation. Journal of Oral Rehabilitation 2001 28; 1037-1044. 13) Marson FC, Sensi LG, Vieira LC, Araújo E. Clinical evaluation of in-office dental bleaching treatments with and without the use of light-activation sources. Oper Dent. 2008 Jan-Feb;33(1):15-22 . 14) Kose C, Tay LY, Reis A, Loguercio AD. Prevenção da sensibilidade causada pelo clareamento de consultório: relato de caso. Rev Dental Press Est Maringá, v6, n4 – 2009. 28 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Clareamento Dental X Sensibilidade INTRODUÇÃO Nos tempos atuais, a aparência tem fundamental importância e o sorriso é considerado como “cartão de visita” de uma pessoa. Por isso, a presença de dentes escurecidos pode afetar diretamente a autoestima, uma vez que dentes mais claros estão cada vez mais associados à saúde e à beleza. Existem vários métodos para se restaurar, devolver ou mesmo restabelecer a estética no que tange o conceito de dentes claros. Esses incluem desde remoção mecânica ou química de manchas, restaurações com resina composta ou porcelana, dependendo da intensidade do manchamento ou escurecimento dental. Desses métodos, a utilização de laminados ou coroas totais são os mais invasivos, pois requerem a remoção de parte da estrutura dental para criar espaço para o material restaurador. Por outro lado o clareamento dental é com certeza o método menos invasivo, uma vez que emprega substâncias químicas e não requer remoção de estrutura dental. O clareamento dental é um procedimento que vem sendo utilizado há mais de 100 anos e a partir do final da década de 80, através dos trabalhos de Haywood e Hevmann passou a ser difundido de forma segura para dentes polpados1,2,3 . Para o clareamento dentário, utiliza-se peróxido de hidrogênio e/ou peróxido de carbamida que podem ser aplicados em altas concentrações para uso no consultório ou em baixas concentrações para uso caseiro com ajuda de moldeiras, sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista. Estes materiais são aplicados na superfície do esmalte e acabam penetrando através deste e atingindo a dentina e, em menor proporção, a polpa dental. O esmalte dentário é composto por prismas por entre os quais circula o líquido ou fluído adamantino, que além de hidratar o esmalte leva íons da superfície para suas camadas mais profundas. O que fazemos na superfície do esmalte reflete na dentina e, em menor proporção, na polpa dentária4. Quando aplicamos o agente clareador no esmalte, este penetra nas estruturas dentárias e liberam radicais livres que vão oxidar as moléculas dos pigmentos orgânicos e inorgânicos reduzindo-as a moléculas menores e menos pigmentadas5. Este mecanismo é dependente da permeabilidade do esmalte e da dentina sendo ditado pelo grau de mineralização do esmalte e da dentina, a temperatura, concentração e composição do agente clareador, entre outros fatores6. Um dos efeitos adversos do clareamento dental é a sensibilidade que é caracterizada por dor aguda durante o tratamento e que, via, de regra desaparece com a suspenção do mesmo7. Sua intensidade pode variar dependendo do limiar de dor do paciente concentração e ph do agente clareador e o tipo de fonte ativadora8.
A sensibilidade dentária durante clareamento tem sido associada a defeitos e trincas na superfície do esmalte e poros microscópicos na sub-superfície deste. Tem sido teorizado que estes defeitos permitem penetração rápida do agente clareador para a polpa e isto resulta em sensibilidade9,10. Inúmeras pesquisas têm sido direcionadas para tornar o clareamento dental um tratamento sem experiências dolorosas, como o uso de dessensibilizantes físicos, como laser de alta e baixa intensidade, ou químicos, associados ou não aos géis clareadores11,12, fluoretos, nitrato de potássio e flúor, oxalato de potássio, cloreto de estrôncio.
CASO CLÍNICO Paciente do sexo feminino GCB, compareceu ao consultório em 2010 para tratamento de rotina e manifestou estar insatisfeita com a coloração de seus dentes (Figuras 1 e 2). Na anamnese o paciente relatou ter baixo limiar à dor e ter tido experiência dolorosa com clareamento dental caseiro anterior. Após fotografias iniciais e exame clínico para avaliar a presença de retrações gengivais, restaurações insatisfatórias, cáries, erosões, abfrações e trincas, notou-se unicamente a presença de trincas longitudinais nas vestibulares da maioria dos dentes (Figura. 3). Tal achado levou a opção por tratamento clareador em consultório sob supervisão para avaliar o grau de sensibilidade que poderia ser desenvolvido pela paciente. Após profilaxia, colocação de afastador labial e barreira gengival, foi aplicado clareador a base de peróxido de hidrogênio a 35% com ativação com luz híbrida LED/Laser (Figura 4). Passados 10 minutos da aplicação do clareador e ativação, a paciente relatou dor insuportável em diferentes elementos dentais quando foi então removido o clareador, aplicada laserterapia (Figura 5) e neutralizador à base de bicarbonato de sódio. Controlada a dor, foram marcadas duas novas consultas para aplicação de laser como tentativa de prevenir e controlar a dor. Na consulta de clareamento subsequente foi utilizado gel clareador na concentração de 15% de peróxido de hidrogênio e ativação por luz hibrida LED/laser. A paciente suportou por apenas 15 minutos. Removido o gel clareador, foi feita nova aplicação de laserterapia para controle da dor e prescrição de antinflamatórios para minimizar a dor caso houvesse necessidade. Na terceira sessão de clareamento foi optou-se por não utilizar luz para ativar o produto a base de 15% de peróxido de hidrogênio e a paciente relatou dor passados 10 minutos. A paciente relatou estar satisfeita com a melhora na coloração mas não quis mais aplicação de agentes clareadores. Os dentes eram B4 segundo a escala
Pedrazzi H / Takeuchi CYG
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
de cores VITA (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha) e passaram para A2 da mesma escala, considerando a ordenação por luminosidade (ordenação da escala Vita por luminosidade: B1, A1, B2, D2, A2, C1, C2, D4, A3, D3, B3, A3,5, B4, C3, A4. C4). A paciente continuou os retornos semestrais para profilaxias e manutenção da saúde oral. No início de 2014 foi proposto novo clareamento, agora com um gel clareador à base de peróxido de carbamida com dessensibilizante na formulação. A paciente relutou mas concordou em fazer a tentativa. Primeira sessão, com tomada de cor (A3 escala Vita por luminosidade), profilaxia e aplicação do gel clareador de consultório PowerBleaching BM4 (peróxido de carbamida a 37% com oxalato de potássio e fluoreto de sódio) por 50 minutos. Não houve sensibilidade relatada pela paciente no momento do clareamento nem no intervalo de uma sessão para outra que ocorreu em dois dias. Optamos então pela associação de técnicas para um resultado mais rápido e duradouro fazendo mais duas aplicações em consultório e concomitante utilização de clareador caseiro com moldeiras
PowerBleaching BM4 (peróxido de carbamida a 16% com oxalato de potássio e fluoreto de sódio) por dez dias. Passados os dez dias a paciente retornou ao consultório satisfeita com o clareamento (B1 escala VITA por luminosidade) e principalmente com o fato de não ter tido novas experiências dolorosas (Figuras 6, 7 e 8).
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Clareamento dental à base de produtos químicos como os géis clareadores, são a forma mais segura de se obter dentes mais claros com segurança, uma vez que não promovem desgaste mecânico da estrutura e desde que sejam feitos com a supervisão do profissional. Sensibilidade após clareamento é um achado relativamente frequente. Em estudo com avaliação clínica sobre clareamento em consultório com e sem ativação por luz, Marson et al observaram que cerca de 50% dos pacientes apresentaram algum tipo de sensibilidade mesmo sem a aplicação de luz13. A utilização de produtos dessensibilizantes antes do clareamento ou na formulação dos géis tem tido ótimos resultados para minimizar ou
evitar a desagradável sensibilidade relatada com o clareamento dental. O uso de nanohidroxiapatita para obliterar microporosidades antes do clareamento mostrou resultados favoráveis segundo Browning10. Em nossa experiência utilizando técnica de clareamento em consultório há mais de 15 anos, pudemos observar a evolução deste procedimento. O primeiro gel clareador que utilizamos foi o HiLite da Shofu (peróxido de hidrogênio a 35%) em uma época onde não haviam as barreiras gengivais (era utilizado isolamento absoluto) e a fonte de luz ativadora era a luz halógena. Raramente existia sensibilidade pelo paciente e quando havia era relatada como suportável, sendo o isolamento absoluto o procedimento mais desagradável. O índice de sensibilidade desde então, apesar da utilização de LEDs (sem aquecer a estrutura dental), fonte de luz hibrida LED/Laser e mesmo sem a ativação de luz, tem aumentado sensivelmente. A utilização de géis clareadores com dessensibilizantes ou a utilização de obliteradores antes mesmo da aplicação do material clareador tem se mostrado eficaz na prevenção da sensibilidade10, 14 e parece nortear os futuros tratamentos clareadores. www.gutierreodonto.com.br > 29
Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética
◗◗ RAFAEL CALIXTO Especialista, Mestre e Doutor em Dentística Restauradora, Faculdade de Odontologia de Araraquara (FoAr-Unesp). E-mail: lrcalixto@hotmail.com ◗◗ RENATA LEÃO Especialista em Dentística Restauradora, pela Faculdade Odontologia de Ribeirão Preto (Forp-Usp).
Facetas diretas em dentes escurecidos INTRODUÇÃO As facetas diretas em resina composta são procedimentos desafiadores, especialmente quando o substrato dental tem sua cor escurecida. É um procedimento extremamente complexo, devido à necessidade de um mascaramento adequado do remanescente dental com agentes opacificadores e, ao mesmo tempo, uma manutenção da translucidez natural da estrutura dental. Um dos principais fatores a ser considerado - com relação à cor - nas restaurações estéticas diretas é a correta reprodução do valor da restauração, o qual está diretamente ligado à translucidez e opacidade. Materiais translúcidos permitem uma passagem de grande quantidade de luz que incide sobre ele. Já materiais “opacos” (menos translúcidos) refletem uma maior quantidade de luz. Isso está diretamente ligado à percepção de cor (valor) das restaurações de resina, pois uma grande quantidade de opaco (dentina) resulta numa maior reflexão de luz e um aspecto leitoso da restauração. Já uma menor quantidade de dentina e, consequentemente, maior quantidade de esmalte (translúcido) permite uma grande passagem de luz, tendo como resultado uma maior visualização do que está
atrás da restauração, como um substrato pigmentado ou o fundo escuro da boca, que deixará a restauração com aspecto acinzentado (baixo valor). As resinas para dentina são chamadas de “opacas”, porém apresentam certo grau de translucidez, permitindo uma determinada passagem de luz. Devido a isso, em caso de facetas sobre substratos muito escurecidos, devemos utilizar materiais com maior grau de opacidade, o qual permite apenas uma passagem mínima da luz, de acordo com sua espessura e característica. Esses agentes são chamados de opacificadores que podem apresentar-se na forma de resinas convencionais ou fluidificadas. Substratos escurecidos após as preparações para facetas diretas necessitam de um material que não permita uma grande passagem de luz, que são os agentes opacificadores. A maior dificuldade está em trabalhar com materiais extremamente opacos para o mascaramento e, ao mesmo tempo, manter a translucidez natural da estrutura dental. Os casos clínicos que seguem (Figuras 1 a 15) mostram dicas e estratégias para um mascaramento adequado e natural de remanescentes escurecidos em facetas diretas.
CASO CLÍNICO 1 Figura 1
Figura 2
Aspecto inicial do paciente com restauração inadequada do dente 11.
Figura 3
Após a remoção da restauração e preparo para faceta direta, notou-se um remanescente escurecido.
30 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Figura 4
A aplicação de agentes opacificadores é necessária, devido a incapacidade que as resinas para dentina possuem em mascarar um substrato escurecido. Mascaramento realizado com OW Amelogen Plus (Ultradent).
Calixto R / Leão R
Figura 5
Figura 6
Após o mascaramento do substrato, as camadas subsequentes são normalmente aplicadas seguindo a técnica de estratificação natural por camadas. (Dentina A3/A1+ Enamel Frost - Vit-l-escence/Ultradent).
Aspecto final da faceta após acabamento e polimento.
Figura 7
Figura 8
Figura 9
Preparo para faceta direta. Note o aspecto extremamente escurecido do substrato após o preparo.
Aplicação do agente opacificador OW (Vit-l-escence Ultradent) para mascaramento do substrato. Um correto mascaramento de um dente escurecido deve recobrir a área escurecida e, suavemente, reduzir sua espessura para região sem escurecimento (note essa característica principalmente no dente 11). Um correto mascaramento deve “esconder” em torno de 80% do aspecto escurecido do substrato, os outros 20% será papel da camada de dentina subsequente. Uma característica muito leitosa após o opacificador significa um excesso desse material, já uma visualização nítida do substrato deve-se a uma pequena espessura e/ou incapacidade de mascaramento do mesmo.
CASO CLÍNICO 2 Figura 10
Figura 11
Figura 12
Caso inicial, mostrando a característica acinzentada da restauração do 11.
Figura 13
Restauração finalizada. Foram aplicadas as resinas Opaquer 2-2.5 - Renamel Creativ Color (Cosmedent) + Dentin A3 cervical/ Dentin A1 médio-incisal (Empress Direct/Ivoclar) + Light Brown na margem cervical - Renamel Creativ Color (Cosmedent) + Enamel A1 Empress Direct/ (Ivoclar). Um dos erros mais comuns está num aspecto acinzentado após a finalização desse tipo de faceta. Quando esse acinzentamento é suave, a correção pode ser feita por um aumento da espessura da camada de dentina. Já quando a característica acinzentada é mais intensa, a resolução está na camada de opacificador, a qual deve ser aumentada.
Figura 14
Aspecto após a preparação da faceta.
Figura 15
Aspecto final após reparo (aumento da espessura da dentina) e polimento final.
CONSIDERAÇÕES FINAIS O conhecimento adequado, e principalmente, a interpretação dos conceitos de translucidez e opacidade, associados ao domínio no manejo dos agentes opacificados é essencial para que o clínico/especialista obtenha uma estética natural nas facetas diretas de dentes escurecidos. www.gutierreodonto.com.br > 31
Caderno Científico | Endodontia
◗◗ CARLOS ALBERTO SPIRONELLI RAMOS Especialista, Mestre e Doutor em Endodontia. Professor Associado do Setor de Endodontia da Universidade Estadual de Londrina (Uel). Email: carlos@endodontia.com.br ◗◗ VICTOR HUGO DECHANDT BROCHADO Especialista e Mestre em Endodontia. Professor Adjunto do Setor de Endodontia da Universidade Estadual de Londrina (Uel). ◗◗ ROBERTO PRESCINOTTI Especialista e Mestre em Endodontia. Professor Adjunto do Setor de Endodontia da Universidade Estadual de Londrina (Uel). ◗◗ BRUNO SHINDI HIRATA Especialista e Mestrando em Endodontia pela Universidade Estadual de Londrina (Uel).
Tratamento endodôntico com cimento obturador INTRODUÇÃO O advento de novos materiais e técnicas destinadas à especialidade endodôntica nos últimos anos oferece novas perspectivas e previsibilidade à terapêutica proposta. Entre estas inovações encontram-se instrumentos confeccionados a partir de ligas especiais como o níquel-titânio, motores que realizam movimentos automatizados de oscilação, rotação e combinação entre os movimentos, ultrassom, magnificação, entre outras. Porém é de unânime opinião entre pesquisadores que a utilização do MTA nos procedimentos reparadores em Odontologia, sobretudo em Endodontia, iniciou um processo determinante no que diz respeito à sua especial atuação frente à reparação biológica, quer seja em dentina, tecido pulpar ou ligamento periodontal. Nesta acepção, surge o cimento endodôntico obturador MTA Fillapex® (Angelus) (Figura 1) com a proposta de aliar a capacidade seladora dos cimentos estruturados a partir de resinas e o efeito indutor de reparação biológica do agregado trióxido mineral como base do novo produto.
CASO CLÍNICO Paciente do gênero masculino, 46 anos, portador de doença valvular cardíaca, apresentou-se no serviço de atendimento da Clínica Odontológica Universitária da Universidade Estadual de Londrina com a queixa de dor referida à região posterior inferior direita. Ao tempo do exame clínico, anamnese e exame radiográfico, foi administrada uma dose de um grama de amoxicilina ao paciente, via oral, no sentido de prevenção à possível bacteremia resultante de intervenção, conforme norma da Associação Brasileira de Cardiologia. Ao exame clínico, radiográfico (Figura 2) e de sensibilidade pulpar, resultou-se no diagnóstico de abscesso dento-alveolar agudo, em fase inicial ou apical, do dente 46, o mesmo apresentando restauração metálica fundida envolvendo dois terços da coroa. Após anestesia por bloqueio regional mandibular, complementada por infiltrativa e intraligamentar, utilizando o anestésico Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 (Scandicaine, Septodont), procedeu-se a abertura coronária com broca carbide cirúrgica esférica de 28 mm N2 FG (Maillefer) e Endo-Z (Maillefer). O preparo da embocadura dos canais foi executado a partir de brocas Largo números 1, 2 e 3 (Maillefer), complementado por CP Drill (Helse) nos terços cervical e médio dos canais. Em seguida foi realizada a odontometria eletrônica, com instrumentos Tilos (Ultradent) manuais número 20 (amarelo) para o canal distal e número 15 (branco) para os mesiais. 32 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Copiosa irrigação durante todo o processo foi realizada com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% (Odontofarma). O equipamento utilizado na realização da odontometria foi o Romiapex A-15 (Romibrás). Para instrumentação do sistema de canais radiculares optou-se pelo sistema Reciproc (VDW), consistindo no motor VDW Silver Reciprocem movimento combinado e instrumentos Reciproc vermelho (25 0.8) nos canais mesiais e preto (40 0.6) no distal. Estes instrumentos são de uso único para o caso, tendo sido descartados ao fim do tratamento. Ao final da instrumentação foi executada a irrigação final com o auxílio de energização ultrassônica (ENAC) com ciclagem de irrigantes, a saber, três ciclos de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% por trinta segundos, alternando com três ciclos de solução de EDTA a 19% (Ultradent) por trinta segundos. A secagem dos canais foi realizada com ponta de aspiração CapillaryTip verde (Ultradent) e cones de papel calibrados Reciproc (VDW). Os cones de guta-percha escolhidos foram os equivalentes aos instrumentos utilizados, ou seja, cone 25 0.8 Reciproc nos mesiais e 40 0.6 Reciproc no distal. A obturação foi realizada pela técnica da condensação lateral passiva, utilizando-se cones acessórios TP FM (Dentsply) e o cimento obturador MTA Fillapex® (Angelus). Para o corte do feixe obturador optou-se pelo equipamento térmico Guta Cut (NRG Medical), e, após limpeza da câmara pulpar com álcool etílico a 92%, restauração temporária com uma camada de Cimpat (Septodont) seguida de resina fotoatiFigura 1
Ramos CAS / Brochado VHD / Prescinotti R / Hirata BS
Figura 2
Imagem radiográfica do elemento 46, com pequena área radiolúcida difusa na região apical da raiz mesial. Figura 3
vada de baixa carga Permalow (Ultradent). A coroa metálica foi mantida provisoriamente para agregar resistência ao remanescente coronário. Optou-se por não seguir com a medicação sistêmica antibiótica, prescrevendo-se apenas três comprimidos deanalgésico Paracetamol 750mg (Tylenol), em intervalos de quatro horas. O paciente foi contatado oito e vinte e quatro horas após atendimento, referindo dor estimulada fraca no primeiro contato e ausente no segundo. Interessante notar a boa fluidez do cimento obturador MTA Fillapex®, ocupando espaços do sistema de canais radiculares que não sofreram ação direta da instrumentação mecânica. A formação de “surplus” ou botões apicais com o cimento escolhido denota a limpeza foraminal ocorrida na execução da técnica de instrumentação proposta, onde o limite de limpeza (nivelado na saída foraminal) e o comprimento de modelagem são coincidentes, fato permitido pelo desenho de alta conicidade nos últimos três milímetros dos instrumentos elegidos. Igualmente chama atenção a reabsorção do excedente de cimento MTA Fillapex® (Figura 4) em um período de tempo relativamente curto (três meses), fato que mostra o interessante comportamento biológico deste material, ainda que contenha uma carga de MTA considerável, cerca de 60% do volume total. Uma das explicações a este fato pode estar na composição diferenciada do MTA, desta feita realizada apenas com finalidade de uso a que se propôs, ou seja, como cimento obturador endodôntico e sua estrutura nanoparticulada, resultando em maior solubilidade no tecido apical.
Imagem radiográfica do pós-operatório imediatamente após a obturação. Figura 4
Imagem radiográfica noventa dias após o tratamento endodôntico. Notar reabsorção do cimento obturador e ausência de imagem radiolúcida apical. www.gutierreodonto.com.br > 33
Caderno Científico | Ortodontia
◗◗ EDUARDO MENDES GOTARDO Especialista em Ortodontia e Ortodontia Funcional dos Maxilares. Curso de Ortodontia pela Universidade de MichiganUSA. Professor responsável pelos cursos de Aperfeiçoamento, Atualização e Especialização em Ortodontia no Centro de Estudos Ortogotardo, de Sertãozinho-SP e de Ribeirão Preto-SP. E-mail: dugotardo@hotmail.com ◗◗ PAULO HENRIQUE BARBOSA STOPA Mestre em Ortodontia. Especialista em Ortodontia pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). Professor nos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização do Centro de Estudos Ortogotardo, de Sertãozinho-SP e de Ribeirão Preto-SP. E-mail: paulostopa@terra.com.br ◗◗ DANILO DE CARVALHO Especialista em Ortodontia pelo Centro de Estudos Ortogotardo de Ribeirão Preto-SP. Professor nos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização do Centro de Estudos Ortogotardo, de Sertãozinho-SP e de Ribeirão Preto-SP.
◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Hopkin, G.B., W.J.B. Houston, and G.A. James, The cranial base as an aetiological factor in malocclusion. Angle Orthodonthist, 1968. 38(38): p. 250-5. 2) Janson, G., Tratamento e estabilidade da má oclusão de Classe III. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, maio/jun 2002. 7(3): p. 85-94. 3) Saadia, M.T., E., Sagittal changes after maxillary protraction with expansion in Class III patients in the primary, mixed and late mixed detitions: A longitudinal retrospective study. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 2000. 117(6): p. 669-80. 4) Liou, E.J., Effective maxillary orthopedic protraction for growing Class III patients: a clinical application simulates distraction osteogenesis. Progress in Orthodontics, 2005. 6(2): p. 154-171. 5) Jacobson, A., Psychology and early orthodontic treatment. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 1979: p. 511-529. 6) Kapust, A.J.S., P. M.; Turley, P. K, Cephalometric effects of face mask/ expansion therapy in Class III children: a comparison of three age groups. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 1998. 113(2): p. 204-12. 7) Carvalho, O.E.B.R.e.a., Estudo da prevalência de mordidas cruzadas em dentes decíduos e permanentes em pacientes examinados na disciplina de Ortodontia da UERJ. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, mar/abr 2000. 5(2): p. 29-34. 8) De Clerck, H.C., L. and Baccetti, T., Dentofacial effects of bone-anchored maxillary protraction: a controlled study of consecutively treated Class III patients. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 2010. 138(5): p. 577-81. 9) De Clerck, H.J., et al., Orthopedic traction of the maxilla with miniplates: a new perspective for treatment of midface deficiency. Journal of Oral Maxillofacial Surgical, 2009. 67(10): p. 2123-9. 10) Melsen, B.a.F.M., The postnatal development of the palatomaxillary region studied on human autopsy material. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 1982. 82(4): p. 329-42. 11) Sung, S.J.a.B., H. S., Assessment of skeletal and dental changes by maxillary protraction. American Orthodonthics and Dentofacial Orthopedics, 1998. 114(5): p. 492-502. 34 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Tratamento precoce da mordida cruzada anterior com aparelho fixo RESUMO A mordida cruzada anterior caracteriza-se por um relacionamento vestíbulo-lingual anormal entre os incisivos superiores e inferiores, no qual, os dentes anteriores mandibulares encontram-se por vestibular aos dentes anteriores superiores ou os dentes superiores por lingual em relação aos dentes inferiores ou a combinação de ambos1,2. Quando a mordida cruzada anterior ocorre nas fases das dentaduras decídua ou mista, é coerente a indicação de tratamento precoce, uma vez que a mesma pode causar desgastes na face vestibular dos dentes superiores envolvidos, recessões gengivais nos incisivos inferiores, além de alterar o crescimento normal dos maxilares no sentido ântero-posterior. O diagnóstico correto e o tratamento precoce são fundamentais para se obter equilíbrio oclusal, estético e funcional3. Este trabalho discorre, em três casos clínicos distintos, sobre o tratamento corretivo da má oclusão correspondente à mordida cruzada anterior dentária por meio de intervenções com aparelhos fixos, onde este, independe do grau de colaboração por parte do paciente, torna a terapêutica mais rápida quando comparada à intervenções ortodônticas e/ou ortopédicas com aparelhos removíveis. Palavras chave: Mordida Cruzada Anterior, Tratamento Precoce, Aparelhos Fixos.
INTRODUÇÃO O diagnóstico ideal da má oclusão de mordida
cruzada anterior (MCA) deve ser precoce, se possível ainda na dentadura decídua. Quanto mais cedo, a interceptação suscita maiores efeitos ortopédicos em detrimento dos inevitáveis efeitos ortodônticos4. Além disso, devolver a estética à criança precocemente implica contribuir para sua auto-estima, levando-se em consideração o fator psicológico3,5. A má oclusão de MCA agrava-se ao longo do crescimento, principalmente a partir da adolescência. Deste modo, na criança, esta má oclusão não se apresenta totalmente definida, e as características faciais e oclusais ainda sutis podem dificultar o diagnóstico6,7. A identificação precoce depende da observação minuciosa de uma série de características faciais, oclusais, e cefalométricas que revelam forte tendência à contribuir para um padrão de crescimento horizontal, comum em portadores de Classe III8,9. Contundo correções dentárias, apresentam invariavelmente, opções de condutas com dispositivos removíveis e fixos, onde o diferencial está relacionado ao grau de comprometimento dos pais para o uso de aparelhos removíveis. Logo, as terapêuticas com o uso de aparelhos fixos possibilita ao profissional, além de um manejo melhor da prática ortodôntica, estabelecendo um período de tratamento mais curto e sem intercorrências1. A prática de tratamento corretivo da má oclusão de MCA com métodos bem estabelecidos, outorgados em um diagnóstico objetivo, com aparelhos fixos, contribuindo para o sucesso da correção da mesma11.
CASO CLÍNICO 1 No Caso Clínico 1, a mãe da menor A.C. L.com 8 anos de idade na dentadura mista, procurou tratamento em busca da correção do posicionamento do incisivo central superior direito. Nota-se o comprometimento periodontal vestibular no incisivo central inferior direito provido à custa deste posicionamento (Figura 1 - A, B e C). Figura 1
A - Foto inicial do lado direito; B - Foto inicial frontal, evidenciando a mordida cruzada dentária anterior entre os elementos 11 e 41; C - Foto inicial do lado esquerdo.
A mãe da menor relatou, em anamnese, que já havia sido realizada intervenção interceptativa com o uso de aparelho removível durante um ano: sem sucesso. Onde este aparelho está atrelado ao comprometimento do uso de maneira contínua. Foi proposto, então, o uso de aparatologia corretiva fixa, utilizando-se de bandas nos segundos
Gotardo EM / Stopa PHB / Carvalho D
molares decíduos superiores associado ao arco transpalatino e extensão anterior com mola soldada para a vestibularização do incisivo central superior direito. Para tal fim, utilizou-se de levante nos primeiros molares antagônicos (Figura 2 - A e B). Após três meses de ativação a correção da má oclusão já estava estabelecida, mantendo a correção por um período de contenção por mais três meses (Figura 3 - A, B e C).
Figura 2
A - Foto frontal após instalação do aparelho fixo e levante; B - Foto oclusal superior com aparelho fixo para correção da mordida cruzada anterior; C - Foto oclusal inferior com levante de resina na oclusal dos elementos 36 e 46.
Figura 3
A - Foto final do lado direito; B - Foto final frontal com a correção da má oclusão; C - Foto final do lado esquerdo.
CASO CLÍNICO 2
Figura 4
No Caso Clínico 2, o menor apresenta A.P.K., com 5 anos de idade, na fase de dentadura decídua, apresentava padrão de crescimento horizontal, atresia maxilar com o atenuante de mordida cruzada anterior e hábito de interposição de língua, contribuindo para a perpetuação da mordida aberta anterior (Figura 4 - A, B e C). A conduta terapêutica para dissolução destas alterações, foi baseada na correção transversal com o aparelho de expansão rápida maxilar com disjuntor de Hyrax modificado. No arco dentário inferior utilizou-se de grade lingual fixa inferior para redirecionamento do hábito de interposição lingual anterior (Figura 5 - A e B). Após um período de 10 dias de ativação do disjuntor de Hyrax (2/4 de volta ao dia, divididos em dois períodos) houve a correção da atresia maxilar. O aparelho foi mantido por um período de 06 meses até a neoformação óssea intrassutural (acompanhada radiograficamente) para que o mesmo fosse removido. A grade lingual fixa inferior foi mantida pelo mesmo período de tempo, onde os responsáveis pelo menor foram orientados a realizar avaliação fonoaudiológica em relação à manutenção da postura anterior da língua (Figura 6 - A, B e C).
A - Foto inicial do lado direito; B - Foto inicial frontal; C - Foto inicial do lado esquerdo.
Figura 5
A - Foto oclusal superior com aparelho de Hyrax modificado instalado com bandas nos segundos molares decíduos superiores; B - Foto do modelo de gesso inferior com grade lingual fixa soldada às bandas nos segundos molares decíduos inferiores.
Figura 6
A - Foto final do lado direito, onde vislumbra-se a correção da mordida cruzada anterior; B - Foto fina frontal estabelecendo a correção da mordida cruzada posterior; C - Foto final do lado esquerdo. www.gutierreodonto.com.br > 35
Caderno Científico | Ortodontia
Gotardo EM / Stopa PHB / Carvalho D
CASO CLÍNICO 3 Neste Caso Clínico, a queixa dos pais do menor D.A. estava relacionada à estética dental da mordida cruzada anterior envolvendo o incisivo central superior direito, o incisivo central e incisivo lateral inferior direito. O mesmo apresentava-se no período inter transitório estabelecendo uma mordida profunda (Figura 7 - A, B e C). A conduta de correção foi de instalar aparelhos corretivos fixos, envolvendo bráquetes nos incisivos superiores e tubos nos segundos molares superiores decíduos, utilizando-se de mecânica 3 x 2 com fios de memória para alinhamento. Houve a necessidade de realizar levante de mordida com resina na oclusal dos segundos molares superiores decíduos (Figura 8 - A e B). Após um período três meses houve a correção da mordida cruzada dentária anterior, mantendo apenas os braquetes e tubos. O levante foi removido após a fase pós correção. E somente após um período de mais 03 meses será removido a aparatologia fixa, estabelecendo-se, assim, o benefício das condutas (Figura 9 - A, B e C). A utilização deste recurso proporcionou tanto ao paciente quanto aos pais uma satisfação, pois não foi necessária a realização de moldagens para confecção laboratorial do aparelho. Figura 7
A - Foto inicial do lado direito; B - Foto inicial frontal evidenciado a mordida cruzada dentária anterior entre os incisivos central superior, central e lateral inferior; C - Foto inicial do lado esquerdo.
Figura 8
A - Foto oclusal superior evidenciando a colagem superior com bráquetes nos incisivos e tubos nos segundos molares decíduos superiores para a correção da mordida cruzada anterior; B - Análise do contato bilateral do levante de mordida nos segundos molares decíduos superiores.
Figura 9
A - Foto final do lado direito; B - Foto final frontal onde nota-se a correção da má oclusão; C -Foto final do lado esquerdo.
DISCUSSÃO Uma vez diagnosticada a mordida cruzada anterior dentária ou esquelética, deve-se considerar a possibilidade de correção precoce. Isso possibilita um bom relacionamento oclusal, facial e psicossocial, favorecendo o crescimento e desenvolvimento normal da criança. A correção precoce da mordida cruzada anterior nas dentaduras decídua e mista resulta de uma combinação de mudanças esqueléticas e dentárias que produzem a melhora significante do perfil facial, oclusal e funcional[2, 10]. Con36 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
tudo, pode-se realizar um prognóstico positivo ou negativo baseando-se nas características morfológicas iniciais e nas condutas ortodônticas e/ou ortopédicas. No caso 1, a mecânica ortodôntica foi baseada na anamnese e na expectativa dos pais quanto ao resultado, deveras tratamento realizado anteriormente. Uma vez estabelecida a mudança de posicionamento dentário, remove-se o aparelho e, possivelmente apresentará a manutenção dos resultados do tratamento precoce ao longo do desenvolvimento subsequente.
Já no caso 2, o paciente apresenta mordida aberta anterior com atresia maxilar e mordida cruzada posterior esquelética. Desta forma, as mudanças provenientes das intervenções ortopédicas fixas propiciaram a estabilidade das mudanças alcançadas . Uma vez que o crescimento pós-tratamento não pode ser previamente determinado, torna-se imprescindível a manutenção da contenção por período adequado. Isto deve ser esclarecido aos pais e ao paciente desde o início, para que eles estejam devidamente informados e convidados a cooperar com o tratamento. No Caso 3, similar ao Caso 1, a conduta foi em utilizar-se de bráquetes e tubos para objetivar a correção da má oclusão com alinhamento de fios de memória. A proposta em utilizar-se de aparatologia fixa contribuiu com a indisposição do paciente em realizar moldagem, outrora realizada no centro de documentação que acarretara em enjoo e vômitos. Os bráquetes da técnica Straight Wire foram instalados no mesmo dia, contudo, ao analisar a radiografia panorâmica, foi necessário realizar uma colagem diferenciada dos incisivos laterais (troca dos bráquetes dos incisivos laterais entre si, colando o bráquete do lado direito no lado esquerdo e vice-versa), mediante a posição dos caninos permanentes que na fase do “patinho feio” encontravam-se próximos às raízes dos incisivos laterais, planejando a correção sem acarretar danos aos incisivos.
CONCLUSÃO A mordida cruzada anterior ocorre quando os dentes inferiores se sobrepõem aos superiores. Quanto antes este paciente for submetido ao uso de aparelho ortodôntico, melhor será o resultado. Caso esta situação persista, o crescimento do maxilar superior será reprimido, tornando-se atrésico e muitas vezes na vida adulta esta condição só pode ser solucionada através de cirurgia. Uma vez que o problema já é perceptível pelos pais, está mais do que na hora de procurar um ortodontista! Existem diversos tipos de aparelhos que podem ser usados, removíveis ou fixos. Não é necessário esperar a troca completa da dentição. Agindo de forma corretiva eliminando o "problema", evitamos extrações de dentes permanentes, cirurgias complexas e reduzimos o tempo de uso do aparelho fixo na grande maioria dos casos. Portanto, é importantíssima a conscientização dos pais e pacientes desde o início do tratamento, mantendo-os sempre como nossos cúmplices nessa correção de tratamento precoce. Viabilizando, assim, condutas objetivas, com respostas rápidas, sem comprometimento no posicionamento e estética dental, com o advento de aparelhos corretivos fixos e eficientes.
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início
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Caderno Científico | Periodontia e Implantodontia
◗◗ GIRLENE E. PREZOTTO VILLA Especialista em Periodontia e Implantodontia. Mestre e Doutora pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp-Usp). E-mail: gepvilla@gmail.com
Alterações peri-implantares INTRODUÇÃO Os implantes podem ser considerados uma excelente alternativa para substituição do elemento dental perdido. Após o primeiro ano do implante em função, considera-se sucesso uma perda óssea menor ou igual a 1,5 mm e de cerca de 0,2 mm nos anos subsequentes. As doenças peri-implantares ocorrem e são divididas em mucosites e peri-implantites1. Na mucosite, a vermelhidão, o edema em torno do implante e o sangramento à sondagem, sempre igual ou inferior a 3 mm, são características importantes. O tratamento inclui terapia mecânica, uso de antissépticos, antimicrobianos e é totalmente reversível após esses cuidados2. Na peri-implantite a associação de bolsas profundas com inflamação/supuração da mucosa peri-implantar é sempre acompanhada de perda de tecido ósseo e está presente um mix de bactérias anaeróbicas compondo o biofilme. A velocidade da perda óssea e a progressão da peri-implantite parece ser maior do que na periodontite3. Higiene bucal inadequada, histórico de doença periodontal e o fumo são considerados de alto risco para a peri-implantite4. Diabetes Mellitus, álcool, deficiência nutricional, reposição hormonal, osteoporose, quimioterapia, radioterapia e os bifosfonados são considerados problemas de menor risco5, 6, 7. A maioria dos tratamentos periodontais cirúrgicos é precedida de tratamentos não cirúrgicos que visam adequar a área, reduzir e tentar estabilizar o processo inflamatório8. As instruções das técnicas de higiene bucal, a profilaxia dos componentes dos implantes, raspagem mecânica dos implantes para remoção da placa calcificada com curetas de teflon, titânio ou plásticas, controle das doenças periodontais e até o uso da laserterapia são indicados no tratamento não cirúrgico9. A solução de clorexidina a 0,12% pode ser usada em bochechos ou aplicadas via sulco peri-implantar da região afetada e de forma concomitante a raspagem mecânica10. O waterpik é um aparelho de irrigação que pode ser usado diariamente pelo paciente com soluções antissépticas, contribuindo para diminuição da placa mole e da microbiota ao redor dos implantes e componentes. As limitações do tratamento não cirúrgico podem levar à necessidade do tratamento cirúrgico para conseguir o debridamento necessário da região afetada11,12.
CASO CLÍNICO No caso clínico apresentado, a paciente de 53 anos teve seis implantes colocados para fixação de uma prótese protocolo superior. Após um ano e oito meses da implantação, o implante mais posterior do lado esquerdo, posição aproximadamente do dente 25, apresentou bolsa de 5 mm na face vestibular, sem recessão, com supuração (Figura 1). Avaliou-se o ajuste oclusal da prótese pro38 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
tocolo. Decidiu-se pelo levantamento do retalho. Observou-se tábua óssea delgada com exposição de duas roscas do implante (Figura 2). Planejou-se a colocação de biomateriais. O minipilar desse respectivo implante foi removido e um “cover” foi recolocado. A raspagem da superfície do implante foi realizada com curetas plásticas periodontais e descontaminado com ac. Cítrico 3%. Foi lavado abundantemente com soro fisiológico. Colocou-se o biomaterial Bio-Oss® Geistlich de 0,25 mg que foi recoberto por uma membrana Bio- Gide® Geistlich de 25x25 mm (Swiss made). O retalho foi tracionado cobrindo completamente o implante (Figura3). A prótese tipo protocolo foi recolocada de forma que apenas esse implante não foi usado para fixação. Prescreveu-se metronidazol 250 mg e amoxicilina 500 mg, três vezes ao dia, durante cinco dias13. As suturas foram removidas após 10 dias e a ativação do implante foi realizada após 45 dias da cirurgia (Figuras 4, 5 e 6). Acompanhado após seis meses e um ano, o implante em questão não apresentou bolsa em supuração (Figura 7).
DISCUSSÃO Um implante deve ser removido quando mais de 2/3 do seu comprimento já sofreu reabsorção óssea1. A técnica cirúrgica e a colocação de biomateriais sobre roscas expostas dos implantes requer pequeno treinamento por parte do cirurgião-dentista. Na presença de roscas expostas (com recessão gengival), a planificação das mesmas (implantoplastia) e ou enxertos de tecido duro ou mole para preencher o defeito peri-implantar é recomendado na literatura. É difícil a neoformação óssea em torno das roscas do implante que perderam osso. O que acontece após a remoção do processo infeccioso é a formação de um tecido conjuntivo fibroso sobre as roscas, promovendo um selamento biológico12. Portanto, a intervenção cirúrgica ou não cirúrgica, nos implantes que apresentam bolsa maior que 3 mm com inflamação e/ou exsudato faz-se necessário, já que a evolução da peri-implantite é mais rápida do que da doença periodontal. O sucesso dos implantes em pacientes diabéticos
Villa GEP
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Cicatriz do recobriento total do implante. Figura 4
Radiografia periapical do implante correspondente ao dente 25.
Exposição de duas espiras do implante. Reabertura do implante.
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Recolocação do mini pilar para fixação da prótese protocolo.
Vista vestibular do implante. Ausência de bolsa e exsudato.
Um ano de acompanhamento, sem bolsa e sem exsudato.
bem e razoavelmente controlados, com planejamento adequado do tratamento, medicação profilática e manutenção pós-cirúrgica adequada, parece tão bom quanto nos indivíduos normais5. Na literatura há muita controvérsia entre os autores em relação a significância estatística entre os pacientes diabéticos e os saudáveis. Com relação ao fumo, os trabalhos são mais concordantes em relação ao seu efeito prejudi-
cial aos implantes, principalmente se associado a um problema sistêmico4.
damentais para a saúde dos implantes, podendo até evitar os tratamentos cirúrgicos. Os autores concordam em unanimidade que o controle da higiene e a limpeza supragengival influenciam na qualidade da flora bacteriana sendo decisivo para o sucesso dos implantes, assim como já foi confirmado e está muito bem estabelecido para a doença periodontal.
CONCLUSÃO Faltam dados na literatura a longo prazo e protocolos para esses casos. Os trabalhos mostram que na fase do tratamento não cirúrgico, a inclusão da instrução de higiene, desinfecção do implante e consultas de manutenção são fun-
◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Bianchini, M.A. Diagnóstico e Tratamento das Alterações Peri-Implantares. Editora gen/santos. 2014. 2) Javier Ata-Ali, Antonio Juan Flichy-Fernandez, Fadi Ata-Ali, Maria Penarrocha-Diago, Miguel Penarrocha-Diago. Clinical, Microbiologic, and Host Response Characteristics in Patients with Peri-implant Mucositis. International Journal of Oral & Maxillofacial Implants 2013, 28 (3): 883-90. 3) Lisa J A Heitz-Mayfield, Andrea Mombelli The Therapy of Peri-implantitis: A Systematic Review. International Journal of Oral & Maxillofacial Implants 2014, 29: 325-45. 4) V Kasat, R Ladda. Smoking and dental implants. J Int Soc Prev Community Dent 2012, 2 (2): 38-41. 5) Rajendra Kumar Dubey, Deepesh Kumar Gupta, Amit Kumar Singh. Dental implant survival in diabetic patients; review and recommendations. National Journal of Maxillofacial Surgery 2013, 4 (2): 142-150. 6) Anner R, Grossmann Y, Anner Y, Levin L. Smoking, Diabetes Mellitus, Periodontitis and Supportive Treatment as Factors Associated With Dental Implant Survival: A Long-Term Retrospective Evaluation of Patients Followed for Up to 10 years , Implant Dentstry 2010, Feb;19(1):57-64. 7) Swati Gupta, Hemant Gupta, Devendra Mandhyan, Sanjeev Srivastava. Bifosfonatos relacionado a osteonecrose da mandíbula. Jornal Nacional de Cirurgia Maxilofacial de 2013, 4 (2): 151-158. 8) Schwarz F, Sahm N,Iglhaut G, Becker J. Impacto f the method of surface debridement and descontamination on the clinical outcome following combined surgical therapy of peri-implantitis: a randomized controlled clinical study . Journal of Clinical Periodontology. 2011 Mar; 38(3):276-284. 9) Gian Paolo Bombeccari, Gianpaolo Guzzi, Federico Gualini, Sara Gualini, Franco Santoro, Francesco Spadari. A terapia fotodinâmica no tratamento da peri-implantite. Implantodontia de 2013, 22 (6): 631-8. 10) Eriberto Bressan, Francesco Tessarolo, Luca Sbricoli, Iole Caola, Giandomenico Nollo, Adolfo Di Fiore. Effect of chlorhexidine in preventing plaque biofilm on healing abutment: a crossover controlled study. Implant Dentistry 2014, 23 (1): 64-8. 11) Schwarz F, Sahm N, Schwarz K, Becker J. Impact of defect configuration on the clinical outcome following surgical regenerative therapy of peri-implantitis. Journal of Clinical Periodontology 2010; 37:449-455. 12) Camila Tannure Firme, Mario Vianna Vettore, Marcela Melo, Guaracilei Maciel Vidigal. Peri-implant bone loss around single and multiple prostheses: systematic review and meta-analysis. International Journal of Oral & Maxillofacial Implants 2014, 29 (1): 79-87. 13) Gabriela Giro, Joon In, Lukasz Witek, Rodrigo Granato, Charles Marin, Paulo G Coelho, Juliana Cama Ramacciato, Rogério Heládio Lopes Motta. Amoxicillin administrations and its influence on bone repair around osseointegrated implants. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery 2014, 72 (2): 305.e1-5.
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Caderno Científico | Periodontia e Implantodontia
◗◗ ZULENE ALVES FERREIRA Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade de Uberaba-MG (Uniube), atuante nas áreas de Periodontia e Implantodontia. Especialista, Mestre e Doutora em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara (FoAr-Unesp). Coordenadora do Curso de Atualização em Periodontia da Associação Odontológica de Ribeirão Preto-SP (Aorp). Curso de Microcirurgia Plástica Periodontal pela Associação Paulista de CirurgiõesDentistas (Apcd). E-mail: zuleneferreira@netsite.com.br ◗◗ WALTER MARTINS JÚNIOR Cirurgião-dentista graduado pela Faculdade de Odontologia (Forp-UspP). Especialista em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru-SP (Fob-Usp). Mestre em Diagnóstico Oral pela Fob-USP. Doutor em Odontologia na área de Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara FoAr-Unesp. Professor Titular da Disciplina de Periodontia do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia. Escola de Aperfeiçoamento Profissional (Eap) da Aorp. ◗◗ GRASIELE E. CRIPPA PEREZ Cirurgiã-dentista graduada pela Forp-Usp, atuante e especialista em Implantodontia pela (FoAr-Unesp), mestre e doutora pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (Fmrp-Usp). Doutorado sanduiche pela Universidade de Iowa – EUA. Pós-doutora pelo Departamento de Cirurgia e TBMF e Periodontia da Forp-Usp. Professora do curso de Atualização em Periodontia da Aorp. Curso de Microcirurgia Plástica Periodontal pela Apcd.
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Recobrimento radicular utilizando a técnica do túnel modificado Zuhr INTRODUÇÃO A constante busca pela estética requer dos profissionais a solução de fatores que interferem na desarmonia do sorriso. Os pacientes tornam-se altamente exigentes quanto à qualidade e aos resultados dos tratamentos. Desta forma, previsibilidade é fundamental para os casos que necessitam correção estética. Para isto, busca-se precisão do diagnóstico, planejamento dos tratamentos restauradores, dos procedimentos clínicos e dos tratamentos cirúrgicos. Além da cor e da forma dos dentes, a gengiva ao redor dos elementos dentais também contribui significativamente para a estética do sorriso (estética rosa). Defeitos gengivais prejudicam significativamente a harmonia do sorriso. Dentre tais defeitos, as recessões gengivas ocupam lugar de destaque, que além dos problemas estéticos, podem levar à sensibilidade dentinária, cáries radiculares e dificuldade de higienização1. Recessão gengival é por definição, a migração da gengiva marginal em direção apical em relação à junção cementoesmalte, com consequente exposição da superfície radicular ao meio bucal2. O traumatismo pela escovação e o mal posicionamento dentário são os fatores etiológicos mais frequentes associados aos defeitos de recessão vestibular3. Podendo ainda estar relacionada a vários fatores predisponentes, como ausência de mucosa ceratinizada, tábua óssea fina, deiscências ósseas ou fenestrações, presença de freios e bridas, os quais causam dificuldade de remoção do biofilme dental. Atualmente é conhecido que etiologia da recessão é caracterizada por uma associação de fatores e não apenas por um único fator atuando isoladamente. Portanto, a eliminação destes fatores causais e/ou predisponentes é de fundamental importância a fim de impedir a progressão da recessão gengival4. Para que ocorra o processo de recessão gengival é necessário a ocorrência de alterações na gengiva marginal e o osso alveolar subjacente, a deiscência óssea5. Esse fator associado à higiene bucal inadequada e/ou escovação traumática agravam o processo de recessão6. As margens subgengivais da restauração quando inadequadas também podem resultar em recessão no tecido mole 7. Indivíduos com biótipo delgado apresentam maior risco de desenvolverem o processo de recessão gengival comparados aos que apresentam biótipo espesso. As principais razões para tratamento das recessões gengivais estão relacionadas ao fator estético e progressão das recessões. Para restabelecer a harmonia gengival, em re-
cessões gengivais, enxertos de tecido mole devem ser indicados para recobrir raízes expostas. A técnica do enxerto conjuntivo subepitelial tem se mostrado bastante confiável e com altos índices de sucesso em relação à cobertura radicular. Azzi et al8 desenvolveram a técnica do túnel para o tratamento dos defeitos múltiplos adjacentes. O uso do retalho mucoperiósteo-mucoso permitiu a mobilidade e avanço coronal suficientes do retalho sem as incisões verticais relaxantes. O procedimento sem incisão representa uma melhora significativa no suprimento sanguíneo para o retalho e para o enxerto. Além disso, o resultado estético é aperfeiçoado pela eliminação das incisões verticais relaxantes. Em razão disso, uma técnica de túnel modificada foi desenvolvida por Zuhr et al9. Para garantir nutrição adequada ao enxerto de tecido conjuntivo, um túnel mucoso de espessura parcial envolvendo diversos dentes é estabelecido para introdução do enxerto de tecido conjuntivo. Lâminas de microcirurgia anguladas e tunelizadores são usadas para impedir a perfuração do retalho. Uma dissecção romba da papila é realizada com uso de elevadores. Se a gengiva queratinizada é insuficiente, pequenas porções de enxerto de tecido conjuntivo, inserido na região marginal, não mais que 1mm, podem permanecer descobertas. Suturas de posicionamento são usadas para colocar o enxerto dentro do túnel. A agulha penetra no final do túnel distal ao defeito de recessão, pega o enxerto lateralmente e sai pelo túnel usando a mesma rota. O enxerto é levado com segurança dentro do túnel e posicionado no local ideal. Suturas verticais cruzadas são usadas para fixar o enxerto. Esta técnica possui vantagens: as suturas imobilizam o retalho e o enxerto na posição coronal desejada, comprimindo os tecidos moles contra a superfície radicular, resultando no encurtamento das distâncias de difusão que, por, sua vez possui efeito adicional positivo no suprimento de nutrientes para o enxerto de tecido conjuntivo.
DISCUSSÃO A principal dificuldade desta técnica consiste no estabelecimento de um túnel supraperiostal em um mesmo plano seguindo as convexidades, sem deslocar as papilas. Portanto, um dos requisitos para indicação do enxerto de tecido conjuntivo subepitelial associado à técnica do envelope é a presença de papilas largas e volumosas O diferencial desta técnica é exatamente manter as papilas e o retalho levantado o mais intacto possível em sua posição original, o que
Ferreira ZA / Martins Jr. W / Perez GEC
Figura 1
Figura 2
Aspecto clínico inicial. Recessões Classe I de Miller generalizado. Figura 4
Figura 3
Orientação de higiene bucal com escova bitufo.
Figura 5
Incisão sulcular com bisturi de microcirurgia. Figura 7
Figura 6
Divulsão com tunelizadores.
Figura 8
Retirada do enxerto com bisturi de lâmina dupla (Harris). Figura 10
Aplicação de derivado de esmalte (Emdogain).
Aspecto clínico pré-operatório.
Obtenção do túnel para que o enxerto seja posicionado sob o retalho. Figura 9
Enxerto sobre a área receptora.
Figura 11
O enxerto é posicionado com fio de sutura vycril 6.0.
Aplicação de Prefgel por 2 minutos.
Figura 12
Pós-operatório imediato, com suturas suspensórias.
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Caderno Científico | Periodontia e Implantodontia ◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Borguetti A & Monnet-Corti V. Cirurgia Plástica Periodontal 2002. Porto Alegre; Artmed. 2) American Academy of Periodontology. Glossary of Periodontal Terms. 4th. Ed. Chicago: Academy of Periodontology; 2001. 3) Kellestal C, Uhlin S. Buccal attachment loss in Swedish adolescents. Clin Periodontol 1992;19:485-341. 4) Wennströn JL. Zuchelli G. Incresed gingival dimensions. A significant factor for successful outcome of root coverage procedures? A 2-year prospective clinical study. J. Clin. Periodontol 1996; 23(8): 770-7. 5) Coatoam G, Behrents R, Bissada N. The with of keratinized gingiva during orthodontic treatment: Its significance and impact on periodontal status. J Periodontol 1981;52:307-313. 6) Van Palestein Helderman W, Lmbariti B, van Weijden G, van´t Hof M. Gingival recession and its association with calculus in subjects deprieved of prophylactic dental care. J Clin Periodontol 1998;25:106-111. 7) Valderhaug J Periodontal conditions and carious lesions following the insertion of fixed prostheses: A 10-year follow-up study. Int Dent J 1980;30:296-304. 8) Azzi R, Etienne D, Takei H,Fenecch P. Surgical thickening of the exixting gingival and reconstruction of interental papillae around implant-supported restorations. Int J Periodontics Restorative Dent 2001;22;71-77. 9) Zühr O, Fickl S, Wachtel H, Bolz W, Hürzeler M. Covering of gingival recessions with a modified microsurgical tunnel techinique_ A case report. Int J Periodontics Restorative Dent 2007;27;456-463. 10) TOGASHI, A. Y; NARA, A. M. Técnica cirúrgica periodontal do envelope supraperiosteal: relatode caso. RPE, v. 1, n.1, p. 5-8, 2004. 11) McGuire MK, Cochran DL. Evaluation of human recession defects treated with coronally advanced flaps and either enamel matrix derivative or connective tissue. 2.
Ferreira ZA / Martins Jr. W / Perez GEC
Figura 13
Figura 14
Pós-operatório de 1 semana.
Aspecto clínico após 6 meses.
facilita a sutura, a fixação do enxerto e favorece a estética final e diminui o tempo de cicatrização. Isto ocorre porque a proliferação vascular nos estágios iniciais da cicatrização é favorecida pelo leito receptor10. A preservação das papilas é uma das maiores dificuldades encontradas nesta técnica, para isto, a dissecção deve ser minuciosa a fim de não trespassar o retalho, a lâmina deve estar direcionada para a cortical óssea. A lâmina recomendada é a de microcirurgia e os tunelizadores. Em relação ao resultado da cicatrização periodontal, após recobrimento dos defeitos por recessão gengival, espera-se pouca ou nenhuma regeneração da superfície após técnicas cirúrgicas convencionais. Os procedimentos de retalho avançado coronalmente associado ao derivado de esmalte (Emdogain ®), alcançou os melhores re-
sultados em termos de nova formação óssea11. O derivado da matriz de esmalte, conhecido como Emdogain (EMD), deriva dos germes dentários de suínos em desenvolvimento. Como a EMD é hidrofóbica, o alginato polipropilenoglicol é usado como carreador. Antes da aplicação da EMD, a superfície radicular afetada é limpa, seca e pré-condicionada com EDTA. No presente caso clínico foi aplicado o Prefgel, lavado após dois minutos, em seguida o Emdogain.
CONCLUSÃO Entre as vantagens desta técnica está o excelente resultado estético, rapidamente obtido, devido ao bom suprimento sanguíneo e pela ausência de incisões horizontais e verticais, fato que pôde ser observado no caso clínico apresentando.
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Caderno Científico | Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais (PNE)
◗◗ NATHALIE PEPE MEDEIROS DE REZENDE Mestre e Doutora em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo-Usp). Professora da Disciplina de Clínica Integrada para Pacientes com Necessidades Especiais da Faculdade de Odontologia do Centro Universitário Herminio Ometto-Uniararas. Professora do Curso de Especialização em Odontologia para Pacientes om Necessidades Especiais da Fundecto-(Fo-Usp). E-mail: nathalie@usp.br ◗◗ CAROLINA ASANO Especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais pela Fundecto-(Fo-Usp). ◗◗ SOFIA TAKEDA UEMURA Mestre em Odontologia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic e Doutora em Odontologia pela Universidade Cruzeiro do Sul (Ucs). Professora da Disciplina de Clínica Integrada para Pacientes com Necessidades Especiais e coordenadora do Curso de Odontologia da Faculdade de Odontologia do Centro Universitário Herminio Ometto-Uniararas. E-mail: sofia_uemura@uniararas.br
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Atendimento odontológico de pacientes com necessidades especiais sob anestesia geral INTRODUÇÃO A anestesia geral (AG) é a uma alternativa para um tratamento odontológico (TO) de qualidade, seguro e humano em pacientes cuja condição física, mental ou sistêmica, os impede de receber tratamento de forma convencional. Cerca de 20% dos pacientes com necessidades especiais (PNE) são submetidos à AG para TO1, a fim de estabelecer e manter um estado de cooperação, onde o paciente é capaz de receber avaliação e tratamento dentário eficazes e com êxito2,3. A AG é indicada para pacientes que são incapazes de cooperar devido à falta de maturidade psicológica, emocional e/ou mental, extremamente medrosos, ansiosos, não cooperativos, onde a AG pode proteger do trauma psicológico e reduzir os riscos médicos, pacientes com deficiência física, portadores de doenças sistêmicas descompensadas, casos em que a anestesia local é ineficaz devido à infecção aguda, variações anatômicas ou alergia, pacientes que necessitem de procedimentos cirúrgicos significativos, alterações de ordem local (como dentes inclusos, cistos e tumores), traumatismo orofacial grave, grandes anomalias craniofaciais, necessidade de tratamento imediato e com grande demanda de procedimentos a serem realizados3,4 e para aqueles que vivem em áreas distantes onde não há unidades para tratamento dental5. A AG é contraindicada quando há falta de infraestrutura adequada e equipamentos para monitorização ou para a administração da AG, falta de pessoal preparado para tal6, quando o paciente apresenta-se resfriado, com febre, infecções das vias respiratórias, ou com insuficiência cardíaca descompensada no dia do procedimento7, quando há falta de jejum (devido ao risco de broncoaspiração), alteração da ausculta pulmonar que caracterize dificuldade respiratória, hipertensão arterial grave no momento do ato cirúrgico ou ainda doenças sistêmicas crônicas descompensadas, que segundo a avaliação pré-anestésica coloquem o paciente em risco de vida para o tratamento eletivo sob AG8. A avaliação pré-operatória visa garantir que o paciente está apto para a cirurgia e AG e também assegurar que o paciente compreenda a proposta da operação9. Inclui informações sobre os motivos da indicação da intervenção, os procedimentos para o preparo cirúrgico, a sequência de eventos pela qual o paciente será submetido, o tipo de intervenção, hora da cirurgia, medicamento pré-anestésico e a finalidade de diversos tipos de orientações pós-operatórias8. A avaliação pré-operatória engloba anamnese completa e detalhada, exame intraoral, solicita-
Realização de profilaxia prévia ao tratamento odontológico. Utilização de abridor de boca.
ção de radiografias (panorâmica e periapicais sempre que possível) e exames complementares (hemograma completo, coagulograma, glicemia, uréia, creatinina, urina tipo 1, radiografia de tórax, eletrocardiograma para todos os pacientes e outros exames como a transaminase glutamica oxalacética, trasaminase glutamica pirúvica, fosfatase alcalina e hemoglobina glicada de acordo com a doença de base do paciente)6,9,10. Os exames pré-operatórios devem ser executados 30 dias antes da cirurgia, sendo o desejável 72 horas antes da AG. As drogas usadas pelo paciente devem ser relacionadas, uma vez que é grande a relação de medicamentos que podem alterar os valores de exames laboratoriais e interagir com agentes anestésicos e outras drogas administradas rotineiramente7. De posse desses exames o médico anestesista realizará uma avaliação com parecer cardiológico e/ou risco cirúrgico, segundo a American Society of Anesthesiologists (ASA), devendo a seguir discutir com a equipe odontológica o tempo de duração da anestesia de acordo com a natureza e o volume do trabalho a ser realizado10. Aos pacientes, devem ser dadas instruções pré-operatórias por escrito, mantendo-se uma cópia assinada. Deve-se informar a modalidade de jejum pré-operatório, pré-medicação a ser administrada e a remoção de dentaduras11. O jejum pré-operatório é essencial e diminui o risco e o grau de regurgitação do conteúdo gástrico, previnindo a aspiração pulmonar e suas consequências12. As recomendações da American Society of Anesthesiologists13, com
Rezende NPM / Asano C / Uemura ST
Condição bucal inicial do paciente.
relação ao jejum pré-operatório podem ser adotadas, modificadas ou rejeitadas de acordo com as necessidades clínicas e são: - Líquidos sem resíduos (água, chá, café, suco de fruta sem polpa, todos sem álcool e com pouco açúcar): jejum de 2 horas para todas as idades; - Leite materno: jejum de 4 horas para recém-nascidos e lactentes; - Dieta leve (chá e torradas) e leite não materno: aceita-se até 6 horas de jejum para crianças e adultos; - Fórmula infantil: jejum de 6 horas para recém-nascidos e lactentes; - Sólidos: jejum de 8 horas para crianças e adultos. O cirurgião-dentista (CD) deve pré-agendar o hospital e o centro cirúrgico onde realizará os procedimentos. De posse da guia de internação, avaliação pré-anestésica, exames complementares e realização do jejum, o paciente deve comparecer ao hospital, no horário programado para a internação, geralmente duas a três horas antes do horário agendado no centro cirúrgico. Em alguns casos, a equipe pode optar pela administração de uma medicação pré-anestésica, com a finalidade de diminuir a ansiedade e promover relaxamento muscular, potencializar indução anestésica, promover amnésia anterógrada e analgesia. É realizada pelo anestesista, 45 a 75 minutos antes da anestesia e a classe de medicamentos mais utilizada é a dos benzodiazepínicos, especialmente o Diazepam e o Midazolam8. Entretanto, em alguns PNE que já
fazem uso de drogas como benzodiazepínicos e anticonvulsivantes essa medicação pode ter um efeito diminuído e até mesmo mínimo. No que diz respeito à legislação, o Conselho Federal de Medicina determinou por meio da portaria nº 852 de 04/10/1978 e o Conselho Federal de Odontologia, através da resolução CFO-63/2005, artigo 4º, § 3º, que o CD só poderá executar trabalhos profissionais em pacientes sob AG, desde que esta seja aplicada por médico anestesista e em ambiente hospitalar. Para a realização do TO sob AG é necessária uma equipe multidisciplinar composta por equipe odontológica (dois ou três CDs e um ou dois auxiliares de saúde bucal), médico anestesista e equipe de enfermagem (enfermeiro, circulante, técnicos e auxiliares)8,10. A AG deve ser realizada em ambiente hospitalar, sendo que a sala a ser utilizada deve acomodar o paciente e todo o pessoal necessário, deve contar com equipamentos de monitorização (carrinho anestésico, equipamento para respiração assistida, oxímetro de pulso, osciloscópio e esfigmomanômetro), assim como equipamentos e drogas necessárias para a ressuscitação, lâmpadas de halogênio articuladas, aspirador cirúrgico, equipo odontológico móvel, aparelho de radiografia intra-oral, caixa de revelação, negatoscópio, materiais e instrumentais odontológicos como instrumentos manuais e rotatórios, fotopolimerizador, amalgamador, ultrassom, bisturi elétrico, abridores de boca, e todo material de consumo para a realização de procedimentos odontológicos6,10,14, sendo que todo material deve estar corretamente disposto antes da anestesia para se obter maior eficiência e diminuir o tempo de intervenção6. O controle de infecção deve estar em conformidade com as diretrizes nacionais e locais e incluem: vestuário próprio de centro cirúrgico (pijama cirúrgico, gorro, máscaras, óculos e propés); remoção de anéis, jóias e relógios; lavagem metódica das mãos com sabão líquido de boa qualidade com substâncias desinfetantes, seguido por secagem completa; e uso de avental e das luvas esterilizados14. De acordo com a American Society of Anesthesiologists15, a AG é a perda da consciência induzida por drogas durante a qual o paciente não desperta, mesmo por estimulação dolorosa, e a capacidade de manter a função respiratória, de forma independente é prejudicada. A AG pode ser dividida em três fases distintas: indução, manutenção e recuperação. A indução anestésica é o estabelecimento do estado de inconsciência, sendo realizada pela técnica inalatória e/ou endovenosa, com admi-
Atendimento odontológico em centro cirúrgico sob AG.
Condição bucal após o tratamento odontológico.
nistração de drogas, as quais perduram também durante a fase de manutenção7. Nesta fase é realizado o processo de intubação a fim de permitir a oxigenação através de ventilação mecânica. Nos casos de TO, esta deve ser realizada preferencialmente por via naso-traqueal. Uma complicação relativamente comum nesse processo é a luxação de incisivos superiores e inferiores com laringoscópio. A manutenção anestésica é a preservação da perda de consciência, com adequados níveis de analgesia, relaxamento muscular e bloqueio de reflexos neurovegetativos. É obtida através de uma concentração suficiente do agente anestésico, nível adequado de O2, além de eliminação efetiva de CO28. Durante esta fase, o paciente deve ser monitorizado e mantido aquecido7. Nessa etapa o CD dá início ao TO propriamente dito. Devidamente paramentado, o CD deve acompanhar o preparo da mesa operatória pelo auxiliar7, realizar o preparo do campo operatório, com antissepsia intra e extra-oral (iodopovidona- PVPI ou solução aquosa de clorexidina a 0,12% e 0,2% para mucosa bucal e pele respectivamente)10, colocar os campos operatórios estéreis, aspirar e colocar o tampão orofaríngeo, confeccionado com gaze, com o objetivo de impedir que sangue, materiais de restauração, cálculo dental ou outros objetos caiam na laringe e faringe7,8,10,11. O CD deve realizar um exame detalhado da cavidade oral e exame radiográfico, se possível e necessário, para então adaptar a sequência de tratamento de acordo com as condições individuais de cada paciente, embora sempre que www.gutierreodonto.com.br > 45
Caderno Científico | Odontologia para PNE ◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Manley MCG, Skelly AM, Hamilton AG. Dental treatment for people with challenging behavior: general anaesthesia or sedation? Br Dent J. 2000 Apr; 188(7):358-60. 2) Caputo AC. Providing deep sedation and general anesthesia for patients with special needs in the dental office-based setting. Spec Care Dentist. 2009 Jan; 29(1):26-30. 3) Glassman P, Caputo A, Dougherty N, Lyons R, Messieha Z, Miller C, Peltier B, Romer M. Special care dentistry association consensus statement on sedation, anesthesia, and alternative techniques for people with special needs. Spec Care Dentist. 2009 Jan; 29(1):2-8. 4) American Academy of Pediatric Dentistry. Clinical guideline on the elective use of minimal, moderate, and deep sedation and general anesthesia for pediatric dental patients. Reference Manual 2004-2005. Pediatr Dent. 2004; 26(7 Suppl); p.95-103. 5) Peretz B, Spierer A, Spierer S, Rakocz M. Dental treatment of patients with systemic diseases compared to patients with developmental disabilities under general anesthesia. Spec Care Dentist. 2012 JanFeb;32(1):21-25. 6) Vargas-Román MP, Rodríguez-Bermudo S, Machuca-Portillo G. Tratamiento odontológico bajo anestesia general: ¿un procedimiento útil en el tercer milenio? (I). Med Oral 2003a;8:129-35. 7) Haddad AS, Moretti MBC. Anestesia geral no tratamento odontológico de pacientes com necessidades especiais. In: Haddad AS. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. São Paulo: Santos; 2007. p. 501-14. 8) Rocha AC, Shinohara EH. Odontologia em centro cirúrgico. In: Santos PSS, Soares LAV Jr. Medicina bucal: A prática na odontologia hospitalar. São Paulo: Santos; 2012. p. 87-94. 9) National Health Service (UK). The use of routine preoperative tests for elective surgery. NICE National Institute of Clinical Excellence. 2003. 117p. [cited 2012 jul 29]. Available from: http://guidance.nice.org.uk/ CG3/Guidance/pdf/English. 10) Comissão para Atendimento Odontológico ao Paciente com Necessidades Especiais. Protocolo de atendimento: recomendações para atendimento de pacientes com necessidades especiais. Brasília; 2010. 71p. 11) Vargas-Román MP, Rodríguez-Bermudo S, Machuca-Portillo G. Tratamiento odontológico bajo anestesia general: ¿un procedimiento útil en el tercer milenio? (II). Med Oral 2003b;8:281-7. 12) Moro ET. Prevenção da aspiração pulmonar do conteúdo gástrico. Rev Bras Anestesiol. 2004 Mar-Abr;54(2):261-75. 13) American Society of anesthesiologists. Practice guidelines for preoperative fasting and the use of pharmacologic agents to reduce the risk of pulmonary aspiration: application to healthy patients undergoing elective procedure, an updated report by the American Society of Anesthesiologists committee on standards and practice parameters. Anesthesiology. 2011 Mar; 114(3):495-511. 14) British Society for Disability and Oral Health. The provision oral health care under general anaesthesia in special care dentistry: a professional consensus statement. 2009 Mar [cited 2013 jan 20]. Available from http://www.bsdh.org.uk/ guidelines/BSDH_GA_in_SCD_2009.pdf. 15) American Society of Anesthesiologists. Continuum of depth of sedation: definition of general anesthesia and levels of sedation/ analgesia. 1999. [cited 2013 mar 19]. Available from: http://www.asahq.org/ For-Members/Standards-Guidelines-andStatements.aspx. 16) Alarcon JB, Barrios LK, Linde H. Anestesia em pacientes especiais. In: Fernandes AC, Ramos ACR, Casalis MEP, Hebert SK. Medicina e reabilitação: princípios e prática. São Paulo: Artes Médicas; 2007. p. 519-29. 46 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Condição bucal após o tratamento odontológico (vista oclusal).
possível seja aconselhável iniciar por profilaxia, seguido por restaurações e terminar com o tratamento peridontal e procedimentos cirúrgicos11. A utilização de abridores de boca mantém e facilita o tratamento preventivo/reabilitador/cirúrgico. O uso de anestesia infiltrativa com vasoconstritor é necessário antes de procedimentos cirúrgicos, diminuindo a dor e o sangramento, além de facilitar a recuperação pós-cirúrgica. Sua utilização deve ser informada ao anestesista. Além disso, é aconselhável o uso de fio de sutura reabsorvível, uma vez que muitos pacientes não permitirão a remoção da sutura10,14. Ao término dos procedimentos, a cavidade oral deve ser cuidadosamente limpa com soro fisiológico, deve ser realizada aspiração e inspeção final, certificando-se de que não há sangue e secreções, para então remover o tampão orofaríngeo. O anestesista deve ser comunicado pelo CD 10 minutos antes do término dos procedimentos odontológicos11. O CD deve comunicar aos familiares o fim dos procedimentos e solicitar que algum familiar esteja presente no momento do despertar do paciente10,11. A última etapa do processo anestésico é a recuperação anestésica, onde o anestesista irá realizar a extubação, num estado anestésico mais superficial possível e quando o paciente já retomou o reflexo de tosse e o pode limpar a árvore traqueobronqueal8. Drogas reversíveis podem ser aplicadas, a faringe deve estar sem secreções e a pressão arterial deve estar normal. O despertar dependerá da quantidade e tipo anestésico usado e do metabolismo do paciente7. Os cuidados pós-operatórios são de responsabilidade do CD, devendo focar nos aspectos aos quais interveio diretamente, como por exemplo, sangramento, edema, dor excessiva, etc. O CD deve prescrever analgésicos, antiinflamatórios ou antibióticos, de acordo com a cirurgia ou condição física do paciente. O paciente também deve ser instruído sobre a dieta11. Geralmente a alta é concedida no mesmo dia do procedimento, desde que o paciente esteja em perfeitas condições de saúde bucal e sistêmica10 e observem-se alguns critérios como nível de consciência, monitoramento fisiológico estável, dor, náuseas e vômitos mínimos e controlados e ausência de hemorragia no local da cirurgia. Todo paciente deve ser visto após a cirurgia, antes da alta pelo CD e anestesista envolvidos. A responsabilidade do processo de alta é dividida entre o CD, anestesista e equipe de enfermagem14. Instruções pós-operatórias verbais e escritas, incluindo telefone de contato de emergência 24 horas, devem ser dadas junto com as prescrições e instruções14, além de orientações de dieta, pres-
Rezende NPM / Asano C / Uemura ST
crição medicamentosa e retorno8. No relatório de alta, deverá estar incluído o diagnóstico pré-operatório, a descrição dos procedimentos realizados, a condição do paciente no momento da alta, as medicações prescritas para continuar o tratamento, instruções aos cuidadores em casa e consultas para acompanhamento, sendo esta recomendada após 7 dias da operação11.
DISCUSSÃO Ao indicarmos um paciente para TO sob AG devemos levar em conta a urgência e necessidade do tratamento, momento oportuno para a realização do procedimento, condições gerais de saúde do paciente, avaliação do risco cirúrgico e da AG, condições psicológicas do paciente e da família, experiência do profissional que irá atender o paciente, custo elevado em serviços particulares e o alto tempo de espera no serviço público Quando nos referimos aos PNE, alterações morfológicas e fisiológicas devem ser levadas em consideração na conduta anestésica, uma vez que, podem dificultar o processo anestésico-cirúrgico. As condições associadas a estes pacientes são várias e incluem via aérea difícil, alterações metabólicas e comportamentais, idade avançada, doenças sistêmicas não controladas, limitações físicas que tenham impacto na função fisiológica, síndromes específicas com anomalias fisiológicas ou anatômicas, pacientes pediátricos com doença congênita ou limitações físicas, deficiência mental e paciente obeso16. A maioria dos autores concorda que a abordagem no centro cirúrgico deva ser menos conservadora do que quando realizada em consultório convencional. Tratamentos muito grandes, envolvendo vários procedimentos endodônticos em molares não são aconselháveis e opções menos conservadoras devem ser avaliadas. Restaurações estéticas com resina na região anterior muitas vezes são comprometidas pela falta de higiene oral e condição gengival ruim11. Tão importante quanto os cuidados para o atendimento do paciente sob AG é o planejamento de um programa preventivo intensivo para o paciente, que englobe criação de vínculo afetivo, orientação de higiene para o paciente e família, orientação de dieta e sessões de condicionamento psicológico/desensibilização, agora sem quadros de dor associados ao TO. O retorno do paciente ao consultório para o programa de prevenção deve ser planejado de acordo com sua necessidade individual e deve ser instituído afim de reduzir a necessidade de repetições da anestesia geral.
CONCLUSÃO A AG, muitas vezes é a única alternativa para oferecer tratamento dentário efetivo, principalmente para PNE. Contudo, deve ser a última opção a ser contemplada após descarte de outras técnicas, uma vez que existem os riscos próprios da hospitalização, uso de drogas gerais, assim como os custos desse procedimento. Com relação aos PNE, sua condição sistêmica, física e mental deve ser considerada quando do planejamento e conduta anestésica, a fim de se evitar possíveis intercorrências trans e pós-operatórias.
CADERNO
Informativo ENTREVISTAS | VITRINE ODONTOLÓGICA | SOCIAL
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Jurisprudência na Odontologia
A Odontopediatria e a relação entre paciente, profissional e pais ou responsáveis
P
ais que se preocupam com a saúde bucal de seus filhos, inclusive antes do seu nascimento, devem buscar orientações e atendimento junto aos Odontopediatras, que são dentistas que possuem elevado conhecimento técnico, científico e psicopedagógico para o atendimento odontológico de gestantes, bebês, crianças, adolescentes e portadores de necessidades especiais. Importante esclarecer que os pais, tutores e representantes legais, possuem a responsabilidade de assegurar a saúde da criança, motivo pelo qual a sua higiene bucal deve ser feita por um adulto responsável. Quanto mais cedo a criança for consultada por um Odontopediatra, o qual se utiliza de técnicas de manejo com a criança, para que a mesma sinta-se familiarizada com o ambiente odontológico, com os diferentes sons, cheiros, objetos, isto proporcionará um ambiente de confiança ao menor, que poderá conhecer a nova situação, o novo ambiente antes de iniciar o tratamento proposto. Quando se realiza o condicionamento, a criança colabora melhor com o tratamento, mostra-se mais tranqüila e menos ansiosa. O Estatuto da Criança e do Adolescente considera criança, a pessoa com até doze anos de idade incompletos e, adolescente, aquela entre doze e dezoito anos de idade. Em virtude dos pacientes dos Odontopediatras serem menores impúberes, ou seja, são os menores que não respondem pelos seus atos e que precisam que os pais o façam por eles perante a sociedade civil, ou ainda, na ausência dos mesmos, que seja nomeado um tutor ou representante, eles jamais podem ser atendidos por aqueles profissionais, sem a presença de um adulto responsável que lhes acompanhe. O mesmo se diga com relação aos estabelecimentos de atendimento à saúde, os quais deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. Para pacientes menores de idade, sem competência legal, qualquer ato profissional a ser realizado deve ter autorização do pai, mãe, ou responsável legal. A sua falta, conforme o artigo 6º do Código de Ética Odontológica, significa infração ética, com exceção dos casos de urgência e emergência. Uma providência relevante quanto ao atendimento de menores, diz respeito aos esclarecimentos prestados aos responsáveis do menor, quanto a necessidade de utilização de métodos de contenção em casos de crianças não colaboradoras, pois nestes casos é fundamental a existência de uma autorização, por escrito, para que o profissional e sua equipe realizem a contenção do menor, quando necessário, para que não sejam futuramente processados, responsabilizados e condenados ao pagamento de danos morais ao menor e/ou seus 48 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
responsáveis, sob a alegação de que realizaram uma conduta ilícita.. Quando os pais da criança procuram os serviços destes profissionais, a primeira providência que eles devem tomar é fazer um relato minucioso do estado geral de saúde do menor, bem como fazer uma descrição de seu perfil físico-psíquico, o qual auxiliará no diagnóstico de qualquer anormalidade. Esta ficha contendo a descrição do estado geral de saúde do paciente se chama “anamnese”, e deverá ser assinada pelo responsável pelo menor que prestou as informações, haja vista que através dos subsídios por ele fornecidos, é que o Odontopediatra poderá correlacionar o estado sistêmico do paciente com a sua história odontológica, proporcionando informações relevantes para o seu diagnóstico clínico e elaboração do plano de tratamento. Neste histórico odontológico, deverão estar presentes qual é a queixa principal que levou os genitores a procurarem este profissional; a informação se a criança já foi submetida a tratamento odontológico anterior e como foi esta experiência; o porquê do tratamento ter sido interrompido; bem como a descrição dos seus hábitos bucais, alimentares e de higiene bucal. Para que o Odontopediatra possa chegar a um diagnóstico, ele irá observar as informações colhidas com o preenchimento da anamnese, exame clínico e exames complementares, assim como, ouvirá com muita atenção o paciente e seu responsável, cujos relatos relevantes ficarão registrados em sua ficha clínica. Colhidas estas informações, este profissional irá propor um plano de tratamento. Ao elaborar o plano de tratamento, o Odontopediatra deverá deixar bem claro as alternativas de procedimentos, materiais a serem utilizados, respectivos custos e fatores que podem interferir nos resultados, para não frustrar as expectativas do responsável, bem como, para que seja possível averiguar futuramente um possível defeito na prestação do serviço ou do produto, caso se constate que o menor sofreu algum tipo de dano. Prestados estes esclarecimentos pelo Odontopediatra, o responsável escolhe a opção desejada e assina a sua autorização para o início do tratamento, indicando o seu consentimento esclarecido. É imprescindível que conste na ficha clínica do menor a descrição detalhada dos procedimentos realizados durante o decorrer do tratamento, além do registro de todos os tipos de ocorrência, tais como, intervenção de outros profissionais, modificação no plano de tratamento e justificativa, casos de atrasos, faltas e comportamento psicológico do paciente, condições de higienização e falta de colaboração. Outra providência de suma importância que deverá ser tomada pelo Odontopediatra, mas que também resguarda os interesses do paciente, é efetuar o
arquivamento no prontuário do menor dos exames complementares, tais como radiografias e modelos, pois além da função técnica, constituem elementos de prova judicial, no caso de uma eventual discussão judicial a respeito de um suposto erro técnico, causador de dano ao paciente. O Código de Defesa do Consumidor atribuiu ao fornecedor de serviços, neste caso, ao Odontopediatra, o dever de prestar informações claras e corretas sobre as características do produto ou serviço oferecido ao consumidor, bem como sobre o conteúdo do contrato a ser realizado. Este dever de informação está presente desde a fase pré- contratual, e se estende após a execução do contrato, face aos riscos descobertos no produto ou serviço contratado; consiste na obrigação do fornecedor, produtor e importador de produtos ou serviços de prestar aos consumidores todas as informações necessárias sobre o produto ou o serviço que porventura adquirirão, assim como sobre o contrato em si, assegurando segurança jurídica para tais relações. Neste contexto, o Odontopediatra deverá também prestar orientações para o pós-operatório e higienização, os quais deverão ser entregues mediante assinatura de recebimento por parte do responsável na segunda via ou livro de protoloco, pois caso o tratamento não atinja o resultado almejado, um dos elementos que servirão de suporte para a aferição da culpa daquele profissional, será averiguar se o dano foi causado por culpa exclusiva da vítima, que não obedeceu às orientações, ou se o Odontopediatra agiu com culpa, ou seja, com negligência, imprudência ou imperícia. Ao efetuar a prescrição de receitas, o Odontopediatra deve esclarecer ao responsável sobre a posologia e o tempo de utilização do medicamento. Caso o paciente abandone o tratamento, este deverá ser comprovado, devido à responsabilidade profissional que poderá ser atribuída ao Odontopediatra. Na ocorrência de faltas ou quando o paciente não marcar o retorno, o Odontopediatra deverá expedir correspondência registrada com aviso de recebimento solicitando a justificativa sobra as razões das faltas. Não havendo resposta, a correspondência deve ser reexpedida no prazo de 15 a 30 dias, para que seja caracterizado o abandono do tratamento pelo paciente. Isto decorre do fato de que a responsabilidade do cirurgião-dentista geralmente é contratual, por sua própria natureza, pois o cirurgião-dentista, com frequência, assegura um resultado ao paciente e se este não for atingido, responderá independentemente da comprovação de sua culpa pelos danos a ele causados, bastando a comprovação do ato ilícito, do dano e de seu nexo causal. Podemos citar como exemplos de obrigações de resultado, a restauração de dentes, a odontologia preventiva, a prótese dental e a radiologia.
Tratando de uma atividade eminentemente contratual, a explicação do tratamento, de seus riscos e das profilaxias que deverão ser adotadas após o tratamento, devem ser reportadas aos pais, tutores e/ou responsáveis legais dos menores, sobre os quais recai a responsabilidade de autorizar a intervenção odontológica. Todavia, a responsabilidade odontológica também poderá ser eventualmente não contratual, quando o odontólogo faz tratamento de emergência, sem a existência de um negócio jurídico prévio, até mesmo sem consentimento do paciente ou de seu responsável. Nestes casos a responsabilidade do odontólogo, será verificada mediante a comprovação de sua culpa, ou seja, ele somente será responsabilizado caso se comprove a sua negligência, imprudência ou imperícia, o dano suportado pelo menor e o seu nexo de causalidade. Por todo o exposto, podemos concluir que é de fundamental importância obter os dados relevantes sobre o paciente infantil para que o diagnóstico e o plano de tratamento sejam elaborados adequadamente, assim como para estabelecer uma relação harmoniosa entre o trinômio, paciente/profissional/pais ou responsáveis. Todo tratamento executado deverá ser documentado e arquivado no referido prontuário, bem como deverá ser comprovada a ciência dos pais e/ou responsáveis através de assinatura, pois o prontuário odontológico constitui um documento legal que protege juridicamente ambas as partes. Além da sua utilização para a defesa de seus interesses em uma eventual discussão judicial, o Odontopediatra deve conhecer o papel jurídico da documentação odontológica, haja vista que em muito caso de catástrofes envolvendo menores ou em casos de não existir outro meio de reconhecimento no processo de identificação, a documentação odontológica servirá como um importante subsídio. Portanto, a atenção odontológica em idades precoces torna-se uma importante estratégia na redução das sequelas das doenças bucais mais prevalentes e do custo do tratamento destas. Razão pela qual se tem preconizado que a idade ideal para a primeira consulta odontológica é entre os 6 e 12 meses de idade, época de erupção do primeiro dente decíduo. Tal indicação se justifica pela importância do atendimento odontológico em idades precoces, que tem o intuito de facilitar o estabelecimento de hábitos saudáveis, além de servir como uma oportunidade fundamental para a avaliação do desenvolvimento crânio-facial e todos os fatores e risco comuns a que uma criança possa estar exposta. ◗◗ DENISE PAMPLONA FERNANDES Advogada do escritório Brasil Salomão e Matthes Advocacia, graduada no curso de Direito pela Unesp - Campus Franca-SP e pós-graduanda em Direito Processual Civil na USP.
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> Práticas inovadoras para a gestão de clínicas e consultórios são desafios para cirurgiões-dentistas em 2014 Gestão e Projetos Coletivos foram temas de destaque dentro da progamação da 2ª Conferência de Gestão Estratégica na Odontologia, realizada entre os dias 28 e 29 de abril, no Espaço Apas, em São Paulo-SP e contou com a participação de centenas de profissionais do setor. A OMB - Odonto Management Brazil, reuniu várias experiências sobre estas temáticas entre as diversas que foram abordadas ao longo de seus dois dias de realização, trazendo cases inovadores e, em muitos casos, inéditos sobre a gestão estratégica de clínicas e consultórios odontológicos. Um dos destaques foi a palestra do Sebrae acerca de como a entidade está atuando no país para projetos coletivos, que tem ganhado grande destaque e expressão entre as linhas de atuação do sistema. O Sebrae é uma entidade que pode suportar inúmeros negócios no setor odontológico e a apresentação teve uma abordagem consultiva, no sentido de mostrar um passo a passo de como isso tem sido feito e os benefícios para quem atua desta forma. Outro dos destaques foi o estudo de caso do Dr. Antônio Costa, do Centro de Diagnóstico Odontológico - UDO, que mostrou os principais desafios e resultados obtidos na gestão da entidade, que participou e promoveu desenvolvimento do Pólo Empresarial de saúde de Teresina, no Piauí. O Pólo é promovido, exatamente, pelo Sebrae e, por meio desta parceria com o UDO, tornou-se o principal caso de sucesso comprovado sobre desenvolvimento empresarial no setor da saúde da entidade. Contando com diversas outras apresentações de experiências práticas de clínicas, consultórios e outras organizações do setor, a edição 2014 do encontro teve como temática principal a aplicabilidade e contínua evolução dos negócios do segmento com o emprego das melhores práticas de Gestão Estratégica.
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Vitrine Odontológica > Dabi Atlente surpreende o mercado com o lançamento do consultório New Versa Desde sua fundação, há 68 anos, a Dabi Atlante sustenta uma reputação de seriedade e qualidade, investindo na formação de equipes, pesquisa e desenvolvimento de produtos que atendem as necessidades dos seus clientes. Em 1973, a empresa revolucionou o mercado odontológico com o lançamento do consultório Versa que, na época, proporcionou aos cirurgiões-dentistas a possibilidade de trabalharem sentados, transformando-se num ícone entre os profissionais do setor. Em 2014, a Dabi escreve mais um capítulo na história da Odontologia moderna com o lançamento da New Versa que, entre outras novidades, incorpora o iPad no cotidiano do consultório odontológico. Apresentada pela primeira vez ao público durante o 32º Ciosp, em janeiro de 2014, a New Versa possui design totalmente diferenciado e diversas inovações proporcionando maior conforto e funcionalidade para os profissionais e seus pacientes. A New Versa pode ser totalmente controlada por iPad. Com ele, o cirurgião-dentista pode controlar todos os movimentos da cadeira, acionar o fluxo de água na unidade auxiliar, regular a intensidade de luz no refletor, controlar o micromotor de implante, ultrassom, jato de bicarbonato, motores de alta e baixa rotação, ajustar o apoio lombar e o massageador incorporado ao estofamento, entre outras funções. “Quando iniciamos o projeto da New Versa nosso objetivo principal era surpreender todas as classes ligadas à Odontologia ou à nossa
companhia, desde clientes, fornecedores, colaboradores e até nossos concorrentes. Durante 36 meses nossa equipe manteve-se alinhada a este objetivo até que, finalmente, todos concordaram que estávamos prontos. O resultado foi espetacular. Mais uma vez a Dabi focou seus esforços na inovação para trazer ao mercado um consultório que antecipasse as tendências da Odontologia. O projeto da New Versa proporciona ao cirurgião-dentista o estado da arte do consultório combinando design, modernidade e funcionalidade”, enfatiza o superintendente da empresa, Caetano Biagi. A New Versa é a única cadeira no mercado com apoio de pernas dobrável, que permite a entrada do paciente pela frente, facilitando o acesso de pessoas idosas, obesas ou com dificuldades de locomoção. Também é a cadeira mais silenciosa e seu column lift (sistema de elevação da cadeira) proporciona a menor altura mínima (37 cm) e a maior altura máxima do mercado (90 cm) o que se traduz em conforto para o cirurgião-dentista. A New Versa também oferece encosto de cabeça pneumático, sensor de nível de fluídos, seringa aquecida e com LED e a exclusiva nanotecnologia B-safe, camada protetora aplicada na superfície do equipamento que elimina bactérias e micro-organismos, impedindo sua proliferação. O Dabi Mobile, aplicativo de controle da New Versa, já pode ser baixado gratuitamente na loja da Apple e a versão mais completa do equipa-
Caetano Biagi, superintendente da Dabi Atlante.
mento chega ao mercado pelo valor de R$ 69.999,00. “A New Versa vai cativar uma categoria de cirurgiões-dentistas de poder aquisitivo mais elevado e também bastante exigente, que não abre mão do que existe de melhor e mais avançado na Odontologia para atender seus pacientes”, completa Caetano Biagi. No momento, o programa de lançamento da New Versa está em andamento e nos próximos meses o equipamento será apresentado em diversas cidades do país, a exemplo de Ribeirão Preto-SP e São Paulo-SP, onde os profissionais do setor já tiveram o privilégio de conhecer a nova cadeira odontológica da Dabi Atlante. Todas as unidades da New Versa estão disponíveis em www. newversa.dabiatlante.com.br.
Consultório New Versa.
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LIDERANDO O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA MUNDIAL Atualmente, mais de 50% dos cirurgiões-dentistas brasileiros trabalham com equipamentos da Dabi Atlante, que também exporta seus produtos regularmente para mais de 30 países. A empresa tornou-se referência também na área de diagnóstico por imagem, com aparelhos de Raio X (periapical e panorâmico) e tomógrafos e, em 2010, ampliou sua atuação para o mercado de implantes com a criação e lançamento do Sistema Pross. Com quase sete décadas de história e uma equipe de profissionais altamente qualificados, que acompanha a evolução da Odontologia lado a lado com os cirurgiões-dentistas, a Dabi Atlante tem hoje capacidade para desenvolver produtos e equipamentos com a mais alta tecnologia mundial. “Temos os melhores engenheiros da América Latina, pessoas diferenciadas, acima do nível de compromisso e capacidade, com competência de sobra para fazer produtos com a mesma qualidade ou até melhores que os alemães, finlandeses, coreanos e italianos, por exemplo. Fazemos parcerias com empresas nacionais e internacionais que hoje detêm o que existe de melhor em tecnologia. Nossos projetos são multidisciplinares e todo o desenvolvimento é liderado por nós, ou seja, o domínio é brasileiro e isso faz muita diferença. Todos os projetos, toda a eletrônica, softwares e hardwares são de propriedade e patenteados pela Dabi. Nosso desafio é mostrar ao mercado brasileiro que os produtos feitos aqui são superiores aos importados, pois nós brasileiros temos mania de achar que o produto importado é melhor que o nosso”, finaliza Caetano Biagi.
Calendário de Eventos MAIO 10º ENCONTRO ORTODONTIA INDIVIDUALIZADA CAPELOZZA Data: Dias 02 e 03 de maio de 2014 Local: MHS Eventos - Rio de Janeiro- RJ Informações: www.pos-orto.com.br/ encontrocapelozza CURSO - USO DA TOXINA BOTULÍNICA, BIOMATERIAIS PREENCHEDORES E FOTOTERAPIA Data: (Módulo 1): Dias 16 e 17 de maio de 2014 Local: Gestos - Rua Itália, 1475 - Araraquara-SP Informações: (16) 3322 7833 / 3397 4924 E-mail: marcia@gestos.com.br Site: www.gestos.com.br XXXIII CONGRESO NACIONAL ICA Y LA 60º JORNADA ANUAL DE LA SOCIEDAD PERUANA DE PRÓTESIS DENTAL Y MÁXILO FACIAL Data: De 29 a 31 de maio de 2014 Local: Hotel Las Dunas ICA – Perú Informações: www.sociedadperuanadeprotesis.org BRASÍLIA ODONTO ESTÉTICA Data: Dias 30 e 31 de maio de 2014. Local: Naoum Plaza Hotel - Brasília-DF Informações: www.brasiliaodontoestetica.com.br
JUNHO VIII MEETING INTER. DE ESTÉTICA DE MINAS GERAIS Data: De 15 a 17 de junho de 2014 Local: Minas Centro - Belo Horizonte-MG Informações: (31) 3282 1007 Site: www.abomg.org.br CURSO - USO DA TOXINA BOTULÍNICA, BIOMATERIAIS PREENCHEDORES E FOTOTERAPIA Data:(Módulo 2): Dias 13 e 14 de junho de 2014 Local: Gestos - Rua Itália, 1475 - Araraquara-SP Informações: (16) 3322 7833 / 3397 4924 E-mail: marcia@gestos.com.br Site: www.gestos.com.br
LÍDE MER R DE CADO
II CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DA ABO-SP (CIODONTO) Data: De 20 a 23 de junho de 2014 Local: Expo Center Norte - São Paulo-SP Informações: (11) 6950 3332 Site: www.abosp.org.br JULHO 16º CONGRESSO ODONTOLÓGICO RIO-GRANDENSE (CORIG) Data: De 12 a 15 de julho de 2014 Local: Centro de Convenções da Puc de Porto Alegre-RS Informações: (51) 3330 8866 Site: www.abors.org.br
Vitrine Odontológica > Banco de ossos para uso odontológico: desafio para a legislação e esperança para a população O transplante ósseo vem sendo utilizado pela Medicina há quase 50 anos, principalmente na área da Ortopedia. Já na Odontologia, há cerca de dez anos tem representado uma alternativa segura para pacientes com perdas ósseas provocadas por tumores, trocas de próteses e outros problemas odontológicos. Vale ressaltar que os ossos de um único doador podem beneficiar 50 pacientes, em média. O osso é congelado, processado e implantado. Para garantir a confiabilidade dos transplantes ósseos realizados no país, o Ministério da Saúde e o Sistema Nacional de Transplantes são responsáveis pelo cadastro e credenciamento dos bancos de ossos, bem como dos profissionais aptos a recorrerem a essa alternativa. Na opinião de Adriano Forghieri, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (Apcd), o grande desafio é ampliar o direito de uso do banco de ossos para todos os cirurgiões-dentistas (que, hoje em dia, está restrito apenas aos especialistas em periodontia, endodontia, implantodontia e bucomaxilofacial). Forghieri diz que há várias tratativas em andamento para liberar o uso do banco de ossos para cirurgiões-dentistas clínicos gerais. O estado de São Paulo, inclusive, tem um dos principais bancos de ossos do país, gerenciado pela Universidade de Marília. “Neste momento, é muito importante que a população seja bem informada e possa participar desse processo, tanto no sentido da doação de ossos, como no de saber que pode contar com essa alternativa, se precisar. Afinal, atualmente, muitos pacientes ainda são submetidos à extração de osso da própria bacia ou do queixo - procedimento bastante agressivo e passível de infecções.” Na opinião do cirurgião-dentista João Augusto Sant’Anna, membro da Apcd de Marília-SP, que integra a comissão que discute a ampliação do acesso aos bancos de ossos pelos cirurgiões-
-dentistas, nos últimos tempos houve até um retrocesso. “Depois de prepararmos uma nova redação, em que inclusive os cirurgiões-dentistas alunos de especialização, depois de terem iniciado o curso e realizado o treinamento em enxerto e em banco de tecidos, poderiam já estar aptos a recorrer aos bancos de ossos, a Câmara Técnica do Conselho Federal de Odontologia (CFO) abortou a discussão, dando um passo atrás, ou seja, hoje, um cirurgião-dentista pode fazer um enxerto com um material de origem bovina ou suína, desde que tenha registro na Anvisa. Mas, não pode usar tecido de banco de ossos se não for especialista em bucomaxilo, periodontia, implantodontia ou endodontia. Ainda que seja um cirurgião-dentista com 30 anos de experiência e treinamento adequado, não pode contar com o banco de tecidos para tratar seus pacientes devidamente. A rigor, essa resolução vigente contraria até mesmo a lei que rege o exercício da profissão do cirurgião-dentista. É preciso avançar e isso não está acontecendo”. O especialista esclarece ainda que, o osso transplantado ativa a regeneração óssea do paciente e, muitas vezes, é substituído pelo osso da própria pessoa alguns meses depois. “Além de campanhas de esclarecimento sobre a importância da doação de ossos, se justifica divulgar ainda mais os benefícios do uso odontológico e desenvolver técnicas de captação, processamento, estocagem e transplante que estejam cada vez mais alinhadas com as exigências da legislação sanitária brasileira”, diz Sant’Anna – ressaltando que as vantagens de recorrer a um banco de ossos (que são cortados em pequenos blocos antes de serem utilizados na Odontologia) são inúmeras, resultando em procedimentos mais ágeis, que oferecem muito menos desconforto ao paciente e melhor recuperação. www.gutierreodonto.com.br > 53
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Social
Ernani Bezerra e Wilson Chedieck, no aniversário da Aorp e posse da nova diretoria.
Renata Fronzaglia Lollatto, presidente reeleita da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp), na festa de aniversário da Associação e posse da nova diretoria.
Formandos do curso de Aperfeiçoamento em Periodontia com ênfase em regeneração e estética gengival, da Apcd Ribeirão Preto, coordenado pelo professor Mário Taba Junior.
Marco Ranal, Marina Dessotti Cortês, Gustavo Cortês e Márcia Ranal: reencontro especial.
Fernando Junqueira Leite e Hugo Rosin, na posse da nova diretoria da Aorp.
Celso Barcelini Júnior, no aniversário da Aorp.
Equipe Pross, em evento promovido no Teatro Santa Rosa, em Ribeirão Preto: Guilherme Silveira, Ana Flávia Lione, Eliana Pesqueira, Carina Capatto, João Bonetti, Wesley Carvalho, Elis Facciolli e Alex Bueno.
Walter Martins Júnior e Carlos Alberto Ferreira, na palestra de Roberto Caproni, na Aorp.
Formatura da primeira Turma de Especialização em Implantodontia da Apcd Ribeirão Preto. 56 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
Ulysses Nicida, no aniversário da Aorp.
José Luiz Sousa Pires, na palestra de Roberto Caproni.
www.gutierreodonto.com.br > 57
Social
CIOSP 2014 Cirurgiões-dentistas, representantes de entidades do setor odontológico, autoridades e empresários participaram do evento mais importante da Odontologia nacional. Confira!
Bianca Mittelstädt, diretora administrativa da FGM.
Equipe Ultradente no 32 Ciosp.
Giovana Mir e Francisco Rehder (Gnatus).
Rosane Bistane, Pedro Bistane e Emil Adib Razuk
Patrícia Bella Costa (Colgate), Ana Lúcia Pereira (Gutierre OdontoLife) e Flávia Aldarvis (Colgate). 58 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 58
João Paulo Reis (Sandinox) e Domingos Facioli Júnior.
Loenardo Magalhães e Fábio Seroli (Titaniumfix).
Amaro Sérgio, Cléo Costa e Adriana Facchini.
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