Gutierre Odontolife - Ed. 52

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ENTREVIsTA Dr. Paulo Rédua - Mitos e Realidades sobre cremes dentais com flúor na Odontopediatria. CAsO CLÍNICO Restaurações estéticas com resina composta em dentes clareados.

ISSN - 1807-9954

Out/Nov/Dez 2012 | ed. 52

Diga NãO ao câncer de boca

Informação | Prevenção | Participação >1 EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife


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 Editorial Out/Nov/Dez 2012 | ed. 52

Inovar para melhorar e persistir para continuar melhorando

N

ovo projeto gráfico, maior número de páginas, novas editorias, distribuição ampliada. A revista que você tem em mãos é o resultado da parceria entre a OdontoLife Edição de Periódicos e a Dental Gutierre Odonto, a primeira edição de muitas que estão por vir. Uma união que visa oferecer ao segmento odontológico o que há de melhor em comunicação e informação técnico/científica, cultural, social e mercadológica. E começamos “abrindo a boca” para dizer não ao câncer bucal, uma das modalidades de câncer que atinge milhares de brasileiros, tendo como principais fatores de risco o fumo e a ingestão de bebida alcoólica. Capaz de atingir diversas partes do rosto do paciente, incluindo orelhas, olhos e bochechas, só pode ser revertido com a retirada das áreas comprometidas e implante de próteses e tecidos. No entanto, se detectado no estado inicial tem 100% de chances de cura, não fosse a falta de preparo dos cirurgiões-dentistas na hora de diagnosticar a doença e a falta de informação e conscientização da população em geral. Por isso, na matéria de capa, fazemos um alerta para a importância da prevenção, informação e participação de todos, profissionais e pacientes, no combate ao câncer bucal. Abrimos nossas páginas também para nossos colaboradores que, em todas as edições terão espaço para divulgar seus depoimentos, experiências e valores, criando assim um novo canal de comunicação entre a revista, toda a equipe Dental Gutierre/OdontoLife e leitores. Aumentamos o número de artigos científicos publicados, permitindo que os profissionais de todas as especialidades da Odontologia possam divulgar seus trabalhos e, ao mesmo tempo, oferecer um amplo material de consulta para os cirurgiões-dentistas que acompanham nossas edições. Entrevistas, coluna social, calendário de eventos, notas de empresas e entidades do setor, artigos e divulgação de cursos, completam a linha editorial da revista, trazendo diversas outras novidades, de dentro e fora do segmento, sempre buscando suprir as necessidades e interesses dos profissionais do setor odontológico. Paralelamente, as páginas de caráter comercial estão recheadas de ofertas, promoções, lançamento de produtos, entre outras novidades. A inovação reflete pequenas melhorias contínuas que representam grandes avanços e benefícios. E é exatamente isso que pretendemos oferecer para os nossos leitores: benefícios, qualidade, seriedade e compromisso. Lembramos que a Gutierre OdontoLife é uma revista feita para os profissionais e empresas do setor odontológico de todas as áreas e convidamos a todos para a participarem das nossas futuras edições, seja através da leitura, da publicação de artigos, notícias, anúncios, comentários, críticas e sugestões. Participe, escreva, anuncie, leia e até a próxima edição.

Ana Lúcia Pereira Editora

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A Gutierre OdontoLife é uma publicação pertencente à OdontoLife Edição dePeriódicos Ltda. - ME, produzida e distribuída em parceria com a Dental Gutierre Odonto.

Direção Ana Lúcia Pereira de Jesus José Eduardo Gibin Gutierre Editora e Jornalista Responsável Ana Lúcia Pereira (MTb: 24.654) ana@revistaodontolife.com.br Departamento Comercial e Marketing Thiago Monfré Fone: (16) 3303 1820 tmonfre@gutierreodonto.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Neto Heleno info@netoheleno.com Redação Rua João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. Bandeirantes Ribeirão Preto-SP - CEP: 14090-387 Fone: (16) 3236 4802 Distribuição (gratuita) Dental Gutierre Odonto Rua Voluntários da Pátria, 2839 - Centro Araraquara-SP - CEP: 14801-320 Fone: (16) 3303-1820 Impressão Gráfica e Editora São Francisco Ltda. Rodovia Anhanguera, Km 320 + 20m Recreio Anhanguera Ribeirão Preto-SP - CEP: 14097-140 Fone: (16) 3632 4151 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Gutierre OdontoLife não autoriza ninguém a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares e nem a negociar em nome da revista sem autorização da diretoria. Normas de Publicação: No Caderno Científico, a revista Gutierre OdontoLife divulga artigos (Científico / Caso Clínico / Técnico ou de Revisão), produzidos por clínicos gerais e cirurgiões-dentistas das diversas especialidades odontológicas. Todo profissional que tiver interesse em publicar seu trabalho em nossas páginas deve enviar o material atendendo às seguintes normas para publicação: 1) Nos trabalhos em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 2) Os editores da Gutierre OdontoLife podem adaptar o artigo às normas jornalísticas vigentes e ao padrão gráfico da revista. 3) O texto deve ser digitado e entregue em arquivo do word (doc), na fonte Times News Romam, corpo 11, contendo: título, artigo, referências bibliográficas, titularidade do(s) autor(es) e legendas identificadas para todas as imagens (fotos, tabelas ou ilustrações). NÃO INSERIR imagens no arquivo doc. 4) Todas as imagens devem ser enviadas separadamente, em alta resolução (JPG - 300 DPIs) com, no mínimo, 9 cm de largura. Inserir no mínimo três e, no máximo, 16 imagens por artigo. 5) Os trabalhos em grupo deverão conter os nomes e a titularidade de todos os autores, e-mail ou telefone de pelo menos um dos autores. 6) Sobre as referências bibliográficas: devem ser adotadas as normas de Vancouver (as referências são enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto). 7) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor(res). Cada um receberá exemplares da revista em que seu trabalho foi publicado. 8) Anexar ao trabalho os dados completos de todos os autores para contato (nome completo - endereço completo - CEP - telefones e e-mail). Os trabalhos podem ser enviados para o e-mail: contato@ revistaodontolife.com.br ou através de mídia digital (CD ou DVD) endereçados para: Redação Gutierre OdontoLife - R. João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. dos Bandeirantes - CEP: 14090-387 - Ribeirão Preto-SP.


 Índice

18 - DENTÍsTICA EsTÉTICA Restaurações estéticas com resina composta em dentes clareados.

6 CAPA

Na luta contra o câncer bucal a sua participação é indispensável.

10 - DENTAL GUTIERRE ODONTO A Gutierre Odonto e seus colaboradores internos. 12 - DEPOIMENTOs A opinião dos clientes sobre a Dental Gutierre Odonto e a revista Gutierre OdontoLife.

22 - REABILITAÇãO ORAL Utilização de laminados cerâmicos na correção de mau posicionamento dentário. 26 - DENTÍsTICA EsTÉTICA E PERIODONTIA Integração entre Periodontia e Dentística - Estética rosa e branca no tratamento de retrações gengivais múltiplas, associadas a lesões cervicais não cariosas. 29 - PERIODONTIA Comparação entre o uso da terapia fotodinâmica e a irrigação com clorexidina em sítios de bolsas periodontais. 34 - EsTÉTICA OROfACIAL A Odontologia Orofacial - um novo conceito multidisciplinar. 38 - ORTODONTIA A utilização do bráquete Smartclip. 41 - ODONTOLOGIA LEGAL Odontologia Legal: papel fundamental na identificação humana.

46 - ENTREVIsTA Dr. Paulo Rédua - Mitos e Realidades sobre cremes dentais com flúor na Odontopediatria. 48 - JURIsPRUDÊNCIA NA ODONTOLOGIA A importância do Prontuário Odontológico. 49 - CALENDáRIO DE EVENTOs Os principais encontros e congressos nacionais e internacionais do setor odontológico. 50 - VITRINE ODONTOLÓGICA Notícia, informação, lançamentos, novidades e curiosidades na Odontologia. 52 – sOCIAL Flashs dos principais acontecimentos do setor. 54 – INDICADOR PROfIssIONAL / PROTÉTICOs Laboratórios de prótese odontológica de todo o Brasil.

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 Capa

na luta contra o câncer bucal a sua participação é indispensável 6 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52


Q

ueremos chamar a atenção de toda a população e da classe odontológica, em especial, para a importância da prevenção e da luta contra o câncer de boca, pois estamos falando de uma doença que só pode ser combatida através da conscientização e da participação de todos. O câncer bucal é hoje um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo, despontando entre os 10 tipos de tumores malignos dominantes e apresentando a maior taxa de mortalidade dentre os cânceres da região de cabeça e pescoço. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, em 2011, o câncer de boca foi o 7º tipo da doença com maior número de casos e que, para 2012 a estimativa é de 14.170 novos casos no Brasil. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, de acordo com as estatísticas do Inca, o câncer da cavidade oral em homens é o quarto mais frequente na região Nordeste, o quinto nas regiões Sudeste e ocupa a sexta posição nas regiões Sul e Norte. Para as mulheres, é o oitavo mais frequente na região Nordeste, nono nas regiões Sudeste e Norte e, nas regiões Centro-Oeste e Sul, é, respectivamente, o 12º e o 15º mais incidente. Estudos indicam que a causa do câncer de boca é multifatorial, formada por fatores genéticos e fatores ambientais e comportamentais, como o tabagismo, o etilismo, as infecções pelo HPV, exposição à radiação solar e produtos químicos carcinogênicos. O fumo é responsável por cerca de 42% dos óbitos por essa neoplasia. Já o etilismo pesado corresponde a, aproximadamente, 16% dos óbitos. No entanto, juntos, esses hábitos aumentam 30 vezes o risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Assim sendo, o grupo de risco para o câncer de boca é composto, principalmente, por indivíduos com 40 anos ou mais, usuários do tabaco em suas mais variadas formas e de bebidas alcoólicas. Embora o exame físico da boca para identificação precoce de lesões e tumores não ofereça grandes dificuldades, pelo fácil acesso à cavidade bucal, a ausência de sintomas na fase inicial da doença, a falta de informação e o medo da população, a falta de recursos dos serviços da saúde e, principalmente, o despreparados dos cirurgiões-dentistas, que saem das faculdades sem experiência clínica e pouco conhecimento para reconhecer os sinais, sintomas e fatores de risco relacionados ao câncer bucal, ainda

Dr. Hélio Massaiochi Tanimoto cirurgiãodentista responsável pelo Departamento de Odontologia do Hospital de Câncer de Barretos (Fundação Pio XII).

prejudicam o diagnóstico precoce da doença, quando as chances de cura são de aproximadamente 100%. O objetivo desta matéria é justamente despertar o interesse e a preocupação da população e dos próprios profissionais da Odontologia para esta realidade, pois, tanto o paciente como os cirurgiões-dentistas exercem (ou deveriam exercer) um papel primordial na prevenção e no combate ao câncer bucal. De acordo com o cirurgião-dentista responsável pelo Departamento de Odontologia do Hospital de Câncer de Barretos (Fundação Pio XII), Dr. Hélio Massaiochi Tanimoto, a grande maioria dos cirurgiões-dentistas até conhece sobre os fatores de risco ligados ao desenvolvimento do câncer bucal, mas a questão está na sua divulgação ao paciente. “Muitas vezes essa divulgação é negligenciada, quer seja pelo motivo da consulta ser outro, como um tratamento restaurador, por exemplo, ou pela falta de inclusão de protocolo de orientação na hora do atendimento e retorno para avaliação periódica, que impedem que o exame e orientação com ênfase ao câncer bucal ocorram de forma sistemática”, explica o profissional, graduado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), doutor em Estomatologia pela Unesp

"Muitas vezes essa divulgação é negligenciada, quer seja pelo motivo da consulta ser outro, como um tratamento restaurador, por exemplo, ou pela falta de inclusão de protocolo de orientação na hora do atendimento..."

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 Capa "A falta de locais para encaminhar os exames histopatológicos, os custos de exames, muitas vezes incompatível com a renda dos pacientes e, ainda, a falta de uma política de prevenção adequada são agravantes que também fazem parte desta realidade..."

de Araçatuba-SP, especialista em Periodontia e Prótese Dental pela Apcd de Araçatuba-SP e professor do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Formação Educacional de Barretos-SP (Unifeb). A oncologia é aplicada ao aluno da graduação nas disciplinas de Estomatologia, Semiologia ou Diagnóstico Bucal, onde ele aprende sobre as doenças bucais e as técnicas de exames clínicos e complementares para o estabelecimento de um diagnóstico. Segundo o Dr. Hélio Tanimoto, incorporar estas ações no cotidiano do cirurgião-dentista depende basicamente da criação de uma sistemática no atendimento, onde todo paciente deve receber informações preventivas (prevenção da cárie, doença periodontal e câncer bucal), autoexame, avaliação quanto à presença de lesões bucais. “Caso o cirurgião-dentista não esteja preparado para realizar o diagnóstico, o encaminhamento a outro profissional é recomendado, entretanto, o mais importante é a detecção da existência da lesão. O retorno periódico permite o reforço nas orientações, bem como a avaliação de presença de possíveis lesões cancerizáveis. Um projeto pedagógico do curso de graduação, que valorize esta sistemática de atendimento, fornece um profissional com atitudes preventivas que, independentemente da especialidade que exerça, consegue promover saúde através da prevenção”, completa. No Brasil, a prevenção primária do câncer de boca, consiste hoje basicamente na divulgação de programas e medidas de combate ao consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, entretanto, pouca importância tem sido dada a estas informações por parte da população. “A divulgação é realizada, mas o longo tempo de ação dos fatores de risco, que são o tabaco e o álcool, fornece a falsa ilusão de que estes fatores não causam doença, entretanto, quando menos se espera, o câncer aparece. Como 8 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Dra. Ana Rosa Domingos Machado, cirurgiã-dentista do Departamento de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos-SP.

no início o câncer é assintomático, a procura para o diagnóstico geralmente ocorre quando a doença já está em um estado avançado, diminuindo a sobrevida e aumentando a morbidade. Para uma maior efetividade, a divulgação sobre o câncer bucal necessita do envolvimento de todos, incluindo a família, os setores de saúde, da educação, os meios de comunicação, centros formadores de profissionais e apoios governamentais”, alerta a Dra. Ana Rosa Domingos Machado, cirurgiã-dentista do Departamento de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos-SP, especializada em Saúde Pública e Saúde da Família. Para a especialista, é necessária a criação de um programa de ação permanente e não campanhas que acontecem apenas uma vez ao ano. “O investimento na educação resulta na melhoria da cultura geral da população, sendo o câncer, assunto incorporado no conhecimento do dia a dia. A capacitação sistemática do profissional de saúde que atua na atenção primária, para que este se sinta confiante no diagnóstico do câncer bucal, e ainda, a criação de condições que per-

mitam que este profissional capacitado desempenhe esta função, para que todos os pacientes recebam informações e tenham acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos, também são fatores fundamentais que ajudariam e muita na prevenção e controle do câncer de boca”, finaliza Ana Rosa. Sabemos que as dificuldades vão além da falta de conhecimento dos profissionais, de condutas para o processo de diagnóstico e também do desinteresse da própria população. A falta de locais para encaminhar os exames histopatológicos, os custos de exames, muitas vezes incompatível com a renda dos pacientes e, ainda, a falta de uma política de prevenção adequada são agravantes que também fazem parte desta realidade. No entanto, acreditamos que a informação de qualidade é capaz de direcionar esforços para a prevenção e detecção precoce da doença, tornando-se uma arma poderosa e muito importante no combate ao câncer de boca. Por isso vamos acompanhar, divulgar, informar, debater e persistir nessa luta. Participe. Diga não ao câncer de boca. 


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 Dental Gutierre Odonto

A Gutierre Odonto e seus colaboradores internos

E

m plena era de globalização, avanços tecnológicos acelerados e comunicação em demasia, as empresas tornaram-se tão parecidas e saturadas que o grande diferencial entre umas e outras ficou por conta das inovações, da qualidade no atendimento e, principalmente, da gestão de relacionamentos. Este último fez surgir uma série de novas ferramentas, como o marketing interno, o endomarketing e a comunicação empresarial que, por lidarem com pessoas, precisam transcender a comunicação tradicional para buscar agora o pleno entendimento e o comprometimento de todos os membros de uma equipe, tendo a motivação como carro chefe para este alinhamento. Conceitos e definições à parte, estamos falando de gestão de relacionamentos e todo relacionamento humano começa através da comunicação. Na Gutierre Odonto, desde sua fundação, a gestão de relacionamento interno segue a premissa básica da comunicação que é o diálogo, a troca de ideias, o respeito pelas opiniões. E isso é feito diariamente, de forma natural e transparente, gerando confiança, respeito e motivação dos funcionários para que haja o estreitamento das relações entre a empresa e seus colaboradores. E para melhorar ainda mais as relações internas e externas da empresa, a Dental Gutierre Odonto criou mais este canal de comunicação entre seus colaboradores e clientes: um caderno exclusivo dedicado às ações comerciais, sociais e culturais da empresa, através do qual seus colaboradores poderão divulgar ideias e opiniões através de artigos, entrevistas e depoimentos, a partir desta edição.

Conceitos e definições à parte, estamos falando de gestão de relacionamentos e todo relacionamento humano começa através da comunicação. 10 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

José Eduardo Gibin Gutierre

“Sinto um amor muito grande pela empresa e um prazer enorme em poder atender, servir, trabalhar e expandir esse sentimento para nossos colaboradores. Fico satisfeito ao ver essas pessoas felizes com seu trabalho e com a empresa. A Gutierre é uma mãe que acolhe seus filhos e colabora com centenas de lares. Somos uma família e procuramos manter sempre um ambiente harmonioso aqui dentro. Temos muitas histórias para contar, muitas realizações e sonhos que estão por vir”, comenta o fundador e diretor da empresa, José Eduardo Gibin Gutierre. A política de gestão de negócios da Gutierre permite ainda alinhar o crescimento da empresa às ambições de sua equipe, oferecendo aos colaboradores um ambiente de constantes desafios, repleto de oportunidades de desenvolvimento. Os depoimentos a seguir comprovam essas afirmativas, pois são depoimentos de profissionais que ingressaram na Gutierre com um objetivo e tiveram a chance de colocar seu talento em prática e de crescer junto com a empresa.


Odoraci Preman

Arrison Dias Bueno

“Trabalho na Gutierre Odonto desde 2005, quando o Eduardo me convidou para fazer parte do quadro de funcionários e eu tinha um projeto de crescimento. Iniciei na área administrativa e no departamento de Recursos Humanos. Na época éramos 10 funcionários e estávamos estabelecidos em um prédio com cerca de 140 m². Em janeiro de 2006 passamos para outro imóvel que a empresa havia adquirido, com mais de 1270 m² e quase 1000 m² construídos, em melhor localização, bem estruturado, mobiliário novo, modernos sistemas de Telefonia e Tecnologia de Informação. Foi quando ocorreu a reestruturação da empresa, com Criação de Departamentos, abertura de escritórios de vendas e filiais. Hoje, estamos presentes em vários estados do País, com mais ou menos 110 funcionários. Tenho muito orgulho de fazer parte e contribuir com a história e crescimento da Gutierre. Me identifico com a filosofia de a empresa ser mais humana e competente. Sinto e vejo a competência crescer dia a dia nos gestores e funcionários e por este motivo a Gutierre ocupa uma posição de destaque no mercado Odontológico, sendo uma empresa respeitada nacionalmente. E se fosse escrever tudo sobre a parte humana, com certeza faltariam linhas, isto se deve a cultura, valores e respeito, implantados pelo Eduardo e pela Célia, diretores da Gutierre. Como Gestor de RH, estou sempre procurando melhorar nossas políticas e relações interpessoais, tendo em vista a própria Diretoria que está sempre empenhada no bem estar do funcionários, para que ele faça parte desta “Família” por opção. Na Gutierre existe muito respeito, carinho, bondade e valorização dos colaboradores, sempre cumprindo os compromissos assumidos pela diretoria e gestores. Isto faz a diferença no mercado de trabalho. Falar da Gutierre é sempre prazeroso.”afirma Odoraci Preman.

“Completarei oito anos de empresa em janeiro de 2013. Iniciei como auxiliar de Estoque, depois passei para o Departamento de Separação e em seguida fui convidado para trabalhar com vendas no setor de Atacado. Após alguns anos, fui surpreendido com o convite para ser Comprador da empresa, quando consegui uma evolução profissional e pessoal muito grandes me ajudando nos trabalhos que realizo hoje como Gerente da filial, em Uberlândia-MG. A filial possui estoque capaz de atender a cidade e toda a região do Triângulo Mineiro e Sul de Goiás. Tem uma ampla loja totalmente climatizada, com estacionamento próprio para até 12 veículos e conta com uma equipe de colaboradores constantemente treinados para melhor atender seus clientes. Eu não poderia destacar outra filosofia a não ser a de trabalhar com amor e carinho, pois no primeiro dia que pisei na Gutierre notei um grande empenho da equipe em prol da empresa e dos clientes. Essa dedicação toda era muito amor e carinho que essas pessoas colocavam em cada trabalho exercido e comigo não poderia ser diferente. Fui contagiado por esta filosofia. A Gutierre investe em seus funcionários, não nos fazendo pensar que somos apenas mais um e sim que somos uma peça importante para a evolução da empresa como num todo. Desde o primeiro dia meu grau de satisfação em trabalhar na empresa é o mesmo: plena. Tenho muitos planos, meus estudos, meus cursos e minha evolução é e serão todos voltados para esta empresa que tanto amo e admiro”, declara o gerente da filial da Gutierre Odonto em Uberlândia, Arrison Dias Bueno.

Luciano A. Diniz.

“Entre 1999 e 2005 trabalhei como prestador de serviços na área de Tecnologia da Informação. Em janeiro de 2006 fui contratado, permanecendo até hoje na administração da área de TI, da área operacional e contribuindo na administração da empresa de maneira geral, totalizando quase 13 anos. Adaptar-se constantemente às mudanças e estar preparado para as oportunidades é a filosofia com a qual mais me identifico. Até há pouco tempo, mudanças significavam riscos, hoje são responsáveis pela nossa sobrevivência. Mudar é uma maneira de inovar e trazer à tona novos valores. Numa escala de 0 a 100, meu grau de satisfação com a empresa é 101. A liberdade e o incentivo para expormos nossas ideias, permitindo-nos contestar ou apoiar quando assim entendermos, talvez sejam os motivos mais valiosos e inspiradores para trabalhar na empresa”, revela Luciano A. Diniz.

Neste novo caderno que será publicado nas próximas edições da Gutierre OdontoLife, todos os funcionários terão oportunidade de deixar registrados seus depoimentos e, ao mesmo tempo, nossos clientes externos e leitores em geral poderão conhecer a atmosfera familiar e o dinamismo que envolvem as ações praticadas pela Gutierre”, finaliza o diretor da empresa.  EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 11


 Depoimentos A Dental Gutierre é fornecedora/ parceira há mais de três anos da Clínica Plena Assistência Odontológica. Durante esse tempo, sempre foram impecáveis no atendimento e percebemos empenho nas negociações. Além disso, são oferecidas grandes variedades de itens, facilitando nossa compra. Por tantos motivos, consideramos excelente fornecedor! Clínica Plena Assistência Odontológica

Sou cliente da Gutierre Odonto há 7 anos. Ótimo Atendimento, rapidez na entrega, facilidade no pagamento e, claro, ótimos preços!”

Eu Linneu Merlo ,administrador da clínica Oral Riso Tatuapé/SP, tenho o prazer de ter como fornecedor a empresa Gutierre Central de Compras Odontológicas por ser uma empresa muito idônea e responsável pelos seus atos. Estou muito contente com seus profissionais, vendas e equipe (Patrícia Braga), sempre querendo resolver problemas que possam vir a acontecer, parte de logística sempre pontual com seus compromissos, assim faz parte do meu quadro de fornecedores. Parabéns!

Peterson Moratti dos Reis Pereira

Linneu Marcos Merlo

12 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Realizo compras com a Gutierre faz uns 2 anos. Compramos sempre com a vendedora Juliana, que está sempre a nos atender prontamente. Serviço de atendimento ao consumidor sempre atencioso, disposto a resolver nossos problemas, mesmo quando há envio de material errado, a correção do erro é prontamente realizada, sem maiores problemas. Preços muito competitivos, agilidade no envio dos produtos. Sempre abertos a negociação. Enfim... apesar de todo mês cotarmos com as concorrentes, acabamos sempre comprando com a Gutierre pela eficiência, agilidade, responsabilidade, melhores preços e ótimo atendimento. Estou muito satisfeita em ser cliente da empresa, e recomendo a todos os meus colegas (de verdade). Dra. Carolina Sayuri Kurita Responsável técnica da Clínica Caredent

Gostaríamos de saber sua opinião sobre nossa empresa. Mande suas sugestões para: comunique@gutierreodonto.com.br

Já se foi o tempo em que acreditávamos que o maior custo da Odontologia era o seu material de consumo. Hoje sabemos que o nosso tempo, parcerias, planejamento e confiança são mais importantes que uma simples promoção. Sou cliente Gutierre Odonto desde 2008 e aprendi com este tempo que, além de preços competitivos, a Gutierre tem pessoas comprometidas para solucionar as necessidades e responder as dúvidas dos cirurgiões-dentistas. Isso faz com que esta relação tenha tudo para ser de grande longevidade. Dr. Marcelo Alves, Prof. do Curso de Especialização em Dentística Restauradora - Forp/Usp-SP


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16 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52


CADERNO

Científico ArTIGOs CIEnTíFICOs | TéCnICOs | CAsOs ClínICOs | ArTIGOs DE rEvIsãO

DEnTísTICA EsTéTICA rEABIlITAçãO OrAl DEnTísTICA EsTéTICA E PErIODOnTIA PErIODOnTIA EsTéTICA OrOFACIAl OrTODOnTIA ODOnTOlOGIA lEGAl EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 17


 Caderno Científico | Dentística Estética

Restaurações estéticas com resina composta em dentes clareados Introdução

◗◗ Américo Mendes Carneiro Júnior Mestre e Doutor em Dentística pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo-SP (Fo/Usp-SP). Especialista em Dentística pelo Conselhor Regional de Odontologia de São Paulo-SP (Crosp). Especialista em Implantodontia pela Faculdade Sarandi (Faisa) - Sarandi-PR. Professor do curso de Dentística Estética do Centro de Estudos, Treinamento e Aperfeiçoamento em Odontologia (Cetao) - São Paulo-SP. Professor de cursos de Implantodontia. Ministrador de cursos nacionais e internacionais. E-mail: dr.americomendes@gmail.com ◗◗ Guilherme Martinelli Garone Mestre em Dentistica pela Fo/Usp-SP. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Fundecto da Fo/Usp-SP. Professor de Dentística da Unicid. Professor de cursos de Dentística Estética da Fundecto e do Cetao. E-mail: ggarone@uol.com.br ◗◗ Renato Carlos Burger Mestre e Doutor em Dentística pela Fo/Usp-SP. Especialista em Dentística Pelo Crosp. Pós-graduado em Cirurgia Oral pela Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo). Especialista em Implantodontia pela Faculdade Sarandi (Faisa). Doutorando em Implantodontia na São Leopoldo Mandic - Campinas-SP. Coordenador dos Cursos de Especialização da Faisa no IPE de Cuiabá-MT e PalmasTO. Coordenador do Curso de Dentística no IPE de Cuiabá-MT e professor do curso de Dentística Estética do Cetao. E-mail: renatoburger@gmail.com 18 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Atualmente, a busca pela estética é um fator de muita influência sobre o comportamento das pessoas. Cada vez mais os meios de comunicação de massa ressaltam a importância de um sorriso agradável com dentes brancos e bem contornados, sendo responsáveis por ditar padrões estéticos que as pessoas procuram seguir ao máximo. A estética está intimamente relacionada ao sorriso, à relação harmônica entre dentes, gengiva, lábios e face como um todo. A falta de harmonia entre esses componentes pode provocar implicações psicológicas, que variam desde uma simples forma de disfarçar o problema até uma introversão total, anulando completamente a desenvoltura do indivíduo. De acordo com Mondelli1, no caso específico dos dentes, há um efeito psicológico marcante, porque o rosto é uma parte do corpo que está descoberta e as pessoas mostram os dentes quando falam ou sorriem. Dentro deste contexto, é natural que a Odontologia esteja sempre progredindo para atender aos anseios estéticos. Muitos dos tratamentos odontológicos podem ser considerados estéticos, como exemplo, as restaurações em resina, as facetas em resinas diretas ou indiretas, as facetas em porcelanas, as coroas e próteses fixas e o clareamento dental, entre outros. O clareamento dental é uma alternativa conservadora quando há alteração de cor, permitindo a ocorrência de bons resultados, de forma menos invasiva e menos dispendiosa que a execução de coroas e facetas2. Este tratamento tem sido recomendado em casos de manchas por fluorose e tetraciclina ou escurecimento decorrentes da terapia endodôntica, escurecimento fisiológico ou proveniente do próprio matiz dental. E também por pigmentações pós-eruptivas (exógenas) em decorrência de hábitos alimentares e outros meios como a nicotina e bactérias cromógenas3,1. O ideal é indicar este procedimento para indivíduos acima de 16 anos de idade, em virtude de o esmalte apresentar-se mais mineralizado e menos permeável, a dentina mais espessa e a câmara pulpar com menor diâmetro. O mecanismo de ação dos agentes clareadores, tanto à base de peróxido de carbamida como de hidrogênio, acontece pela oxidação dos pigmentos no dente, através do qual grandes moléculas de carbono pigmentadas são quebradas e convertidas em cadeias menores e mais claras4. Os materiais clareadores são compostos de pe-

róxido de carbamida ou hidrogênio em várias concentrações. Outro componente é o carbopol, que tem como finalidade prolongar o tempo de liberação de oxigênio e espessar o material. Hoje em dia o clareamento de autoaplicação, também conhecido como caseiro ou técnica da moldeira, é um método considerado eficaz, econômico, que absorve pouco tempo de consultório, além de preservar a estrutura dental. Entretanto a sua indicação pelo profissional requer do mesmo a compreensão de todas as implicações desta técnica.

Discussão Uma das implicações relacionadas ao clareamento é a possível substituição de restaurações antigas após o mesmo, quando houver comprometimento estético. Em alguns casos podem ocorrer um contraste entre as restaurações pré-existentes, que aparentam ser mais escuras, e a estrutura dental clareada, pois o gel age em estrutura dental esmalte e dentina e não em resina. Os trabalhos pesquisados são unânimes na necessidade de aguardar algum tempo entre o término do procedimento clareador e a troca das restaurações. Os autores pesquisados recomendaram que sejam aguardados de 7 a 21 dias para a substituição com segurança das restaurações com margem tanto em esmalte quanto em dentina/cemento1,4,5,6,7,8,9. Este tempo de espera é necessário para que ocorra a completa liberação dos produtos de oxidação do peróxido de carbamida ou do peróxido de hidrogênio, entre eles, principalmente do oxigênio residual1,6, que interfere na polimerização dos sistemas adesivos, diminuindo os valores de adesão entre a resina composta e a estrutura dental. Esta diminuição pode levar à perda precoce da restauração e a diminuição de diversos valores de resistência: ao cisalhamento, a tração, a abrasão e a microinfiltração e suas consequências2, 8, 10, 11. Quando não houver necessidade de troca da restauração antiga, pode-se realizar um polimento, com o objetivo de reduzir os valores de rugosidade superficial, deixando uma superfície mais lisa para impedir a aderência da placa que pode levar a cáries recorrentes e à doença periodontal. A preocupação atual é que com a facilidade de aquisição do gel clareador, que é oferecido em farmácias, lojas e até em sites da internet, muitas pessoas acabam fazendo seu uso de forma indiscriminada sem um adequado acompanhamento profissional. Apenas o cirurgião-dentista é capaz


Carneiro Jr AM / Garone GM / Burger RC Figura 1

Vista inicial. Figura 3

Figura 2

Dentes clareados em contraste com a cor A1 da escala Vita.

Figura 4

Figura 5b

Figura 5a

Realização de sulcos horizontais de orientação de profundidade do preparo. Figura 8

Figura 7

Preparo para faceta terminado.

Delimitação periférica do dente.

Inserção de fio retrator. Figura 6

Vista após a execução e desgaste dos sulcos. Figura 9

Aplicação da resina Opallis D - Bleach.

Dente coberto com tira de poliéster para acondicionamento ácido.

Figura 10

Figura 11

Figura 12

Aspecto após a inserção da primeira camada de resina.

Aspecto após a inserção da segunda camada de resina.

Aspecto após a inserção da terceira e última camada de resina.

Figura 13a

Figura 13b

Figura 13c

Vista do caso clínico após o polimento final. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 19


 Caderno Científico | Dentística Estética

Referências Bibliográficas 1) MONDELLI. R.F.L. Clareamento de dentes polpados: técnicas e equipamentos. Biodonto, v.1, n.1, p.11-68, 2003. 2) BARATIERI, L. N. et al. Odontologia restauradora: fundamentos e possibilidades. São Paulo: ED.Santos, 2001. 739p. 3) CONCEIÇÃO, E.N. et al. Dentística, saúde e estética. Porto alegre: Artmed; 2000. p.346. 4) GOLDSTEIN, R. E. A estética em Odontologia. 2ed. São Paulo: Ed.Santos, 2000. 470p. 5) BARGUI,N.,GODWIN,J.M.Reducing the advirse effect of bleaching on composite-enamel bond.J.Esthet.Dent.,Ontario,v.6,n. 4,p.157-161,1994. 6) CRIM,G.A. Prerestorative bleaching effect on microleakage of classe V cavities. Quintessence Int., Berlin, v.23, n.12, p.823-825, Dec.1992. 7) SWIFT JUNIOR, E.J.Restorative consideration with vital tooth bleaching. J.Am. Dent.Assoc., Chicago, v. 128, n.4, p. 60s-64s, Apr.1997. 8) GOLDSTEISN, R.E.,GARBER, D.A. Complete dental bleaching. Chicago: Quintessence Books, 1995. 9) ROWLAND.C.C. et al. Post operative bleaching. Effect on microleakage of class V restorations. J. Dent.Res. Washington, v.77, p. 132, 1998. [Abstract, 209]. 10) Magne, P., SO WS. Optical integration of incisoproximal restorations using the natural layering concept. Quintessence Int., v.39, n.8, p.633-43, Sep.2008. 11) FANARARA, R.S. Bleaching teeth:history, chemicals, and methods used for common tooth discoloation. J.. Esthet. Dent., Ontario, v.4, n.3, p.71-78, 1991. 20 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

de diagnosticar o tipo de alteração de cor dos dentes e, com a ajuda de exames radiográficos, orientar com segurança o procedimento para cada paciente, assim como esclarecerá sobre os limites do clareamento, a eventual substituição de restaurações estéticas e em que momento executá-las. Outro fator importante relacionado com o clareamento dental é quando o resultado obtido atinge uma cor mais clara que a escala Vita Clássica, sendo um desafio para o clínico, pois a maior parte das resinas compostas utilizadas não possui massas próprias para atender esta necessidade. A popularização do clareamento de dentes vitais representa uma conquista da estética dental, mas exigiu que os fabricantes desenvolvessem cores mais claras que as já existentes. Um dos exemplos comerciais de sistemas restauradores específicos para dentes clareados é a resina Opallis Bleach (FGM). Esta resina possui uma massa própria para corpo de dentina de dentes clareados, a Opallis Dentina Bleach, e três massas com tonalidades diferentes de resinas para corpo de esmalte clareado, a Esmalte Bleach L, M e H que, associadas às resinas de efeito transparentes de valor, ou até às de maior claridade como as Value High, proporcionam excelentes resultados estéticos, copiando e reproduzindo com mais naturalidades esses dentes de maior claridade.

Relato de Caso Clínico A paciente Y.B., 19 anos, sexo feminino, realizou um tratamento clareador com moldeira por conta própria, sem orientação profissional. Utilizou o gel Whiteness Perfect 16%, que é de peróxido de carbamida, por três meses consecutivos. Como ela já possuía no dente 21 uma faceta direta em resina composta, o resultado obtido por tal clareamento ficou muito claro, fora da escala Vita Clássica. Observamos na escala de cores da resina Opallis (FGM) que haveria a necessidade de utilizar massas de resina composta próprias para dentes clareados. Assim, utilizamos o sistema de resina Opallis Bleach (FGM). Além da diferença de cor entre os dentes clareados e a faceta em resina no dente 21, observamos ainda uma mancha por hipoplasia no dente 11 (Figura 1). Tentou-se remover esta mancha com a técnica de microabrasão, mas não chegou-se a um bom resultado porque a mancha era profunda, sendo este problema resolvido com um procedimento restaurador. Vimos também que o resultado final obtido pela técnica clareadora ficou mais claro que o padrão da escala Vita (Figura 2).

Carneiro Jr AM / Garone GM / Burger RC

Inserimos então um fio retrator para evitar que o fluído gengival interferisse na técnica restauradora, além de evitar um eventual sangramento durante o preparo (Figura 3). Em seguida, realizou-se a delimitação periférica do dente com uma ponta diamantada esférica nº 1014 (KG Sorensen) (Figura 4). Com uma ponta diamantada nº 4142 (KG Sorensen), em forma de roda, própria para preparo de facetas, realizou-se sulcos horizontais de orientação de profundidade do preparo (Figuras 5a e 5b). Os sulcos devem ser realizados seguindo toda a curvatura vestibular. Com uma ponta diamantada nº 2068 (KG Sorensen), tronco cônica, os sulcos foram desgastados igualando toda a face vestibular (Figura 6), finalizando assim o preparo para a faceta (Figura 7). Ressaltamos a importancia de uma correta limpeza do dente antes do condicionamento ácido. Esta limpeza pode ser feita, por exemplo, com pedra pomes e água através da taça de borracha, seguido da fricção de bolinha de algodão embebida em detergente aniônico (Tergentol). Este passo é importante para eliminar eventuais sujeiras e oleosidades que possam interferir no procedimento adesivo, já que o ácido fosfórico não age em regiões contaminadas, interferindo na força de adesão entre o dente e a resina composta. Após limpeza, realizou-se o condicionamento com ácido fosfórico 37%, que deve ser feito por 10 segundos em dentina e 15 segundos em esmalte. Portanto, o ácido foi aplicado no esmalte e depois na dentina para conseguir essa diferenciação de tempo. É importante não esquecer de proteger os dentes vizinhos com uma tira de poliéster (Figura 8). Após o condicionamento ácido o dente foi lavado abundantemente com água, por 15 segundos, para evitar o ressecamento da dentina que deve ser mantida úmida. O sistema adesivo deve ser utilizado seguindo as orientações do fabricante. A primeira camada de resina utilizada foi a resina para dentes clareados de corpo de dentina Opallis D - Bleach, que após a sua inserção pode ser acertada com a ajuda de um pincel de pêlo de marta, modelo 321 nº2 (Tigre), seco (Figuras 9 e 10). Em seguida foi feita a inserção de uma segunda camada de resina, com a resina para dentes clareados de corpo de esmalte Opallis E - Bleach H (Figura 11) e, na sequência, a inserção da terceira e última camada de resina, com resina de efeito translúcida de valor Opallis VH (Valor High) (Figura 12). As resinas de valor agregam luminosidade à restauração e em caso de dentes clareados geralmente usamos a com maior valor que é a Opallis VH. Após o polimento final a restauração foi concluída (Figuras 13a, 13b e 13c).

Conclusão Estas resinas modernas atingem resultados mais naturais, pois suas diferentes massas, sejam de dentina, de esmalte, ou as chamadas massas de efeito, apresentam valores de translucidez e opacidade semelhantes a esses novos substratos dentais agora clareados, fazendo assim com que o cirurgião-dentista atinja de maneira mais eficiente e satisfatória uma melhor excelência estética no seu caso a ser restaurado. 


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 Caderno Científico | Reabilitação Oral

Utilização de laminados cerâmicos na correção de mau posicionamento dentário Introdução

◗◗ Carlos Marcelo Archangelo Doutor em Prótese Dentária pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR). E-mail: carlosarchangelo@uol.com.br ◗◗ Karen Cristina Archangelo Especialista em Prótese Dentária. Mestranda em Odontologia pela Universidade Estadual de Londrina-PR (UEL). Professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR). ◗◗ José Norberto Garcia Neselo Especialista em Implante. Mestrando em Prótese Dentária pela Unidade de Ensino Superior Ingá (Uningá). ◗◗ wJosé Carlos Romanini Técnico em Prótese Odontológica. Carlos Alexandre Bertoncelo Mestre em Prótese Dentária pela Uningá e Professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR). 22 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Desde a introdução do condicionamento ácido do esmalte e dos sistemas adesivos, surgiram várias modalidades de tratamentos minimamente invasivos1. Nesse sentido, as cerâmicas, que se constituem como o material que melhor reproduz as propriedades ópticas do esmalte e dentina, foram sendo modificadas através da adição de novos componentes, com o intuito de aliar resistência e estética. Desta forma, a construção de próteses e restaurações em regiões que absorvem grandes cargas mastigatórias tem obtido grande sucesso clínico, chegando a valores de 99% de sobrevida após cinco anos para coroas anteriores e posteriores2, e a 93,5% após 10 anos para laminados cerâmicos3. Dentre os sistemas cerâmicos mais recentes, sobressai-se o sistema reforçado por dissilicato de lítio, o IPS e.max (IvoclarVivadent), o qual apresenta características estéticas superiores e melhores propriedades físicas, com resistência à flexão aumentada. Nesse sentido, é indicado para utilização em áreas anteriores e de próteses fixas de vários elementos4. Portanto, devido às suas características altamente estéticas, biocompatibilidade e durabilidade, os laminados têm se tornado rotina na prática clínica5. Atualmente, os laminados cerâmicos têm sido utilizados principalmente para otimizar forma e posição dos dentes, fechamento de diastemas, substituição de restaurações em resina composta, reposição de abrasões em regiões incisais de dentes com erosão e para mascarar ou reduzir a descoloração dentária3. O presente artigo apresenta e discute o tratamento minimamente invasivo de um incisivo central superior com uma restauração cerâmica de espessura reduzida, tipo “lente de contato”,na correção do mau posicionamento dentário de tal elemento.

Relato de Caso Clínico Uma paciente de 32 anos chegou ao consultório queixando-se de ausência de volume no incisivo central superior esquerdo e desalinhamento em relação aos dentes adjacentes, o que a desagradava em relação à estética (Figura 1). Ao exame clínico, constatou-se uma ligeira palatinização do elemento 21 (Figura 2), que se encontrava hígido, além de boa saúde bucal. As alternativas para a correção do mau posicionamento foram discutidas com a paciente e o tratamento de escolha foi a reposição do volume dentário através de um laminado cerâmico de espessura mínima, conhecido como “lente de contato”.

Após a obtenção do enceramento de diagnóstico, foram confeccionadas as guias em silicone de condensação para realização do mockup (Figuras 3, 4 e 5). Neste momento, a paciente teve uma real visualização do aspecto final da restauração cerâmica. O passo seguinte foi a realização da moldagem do elemento dentário, o qual não necessitou de nenhum tipo de preparo prévio. Para isto, foi inserido o fio afastador #00 (Ultrapack®, Ultradent) e utilizado o silicone de adição (Virtual, IvoclarVivadent), pela técnica de dupla mistura (Figuras 6 e 7). No laboratório, foi confeccionado o laminado cerâmico de espessura mínima (0,2mm), sendo o material de eleição o sistema cerâmico IPS e.max na pastilha HT A1 (IvoclarVivadent). Durante a prova, houve uma adaptação passiva, sem a necessidade de ajustes na peça. Devido à pequena espessura da mesma, utilizou-se o try in, do cimento VariolinkVenner (IvoclarVivadent), para constatação da cor que melhor correspondesse ao elemento, sendo o Medium value (Mv0) a cor estabelecida. Previamente à cimentação, foram realizados os preparos na peça e no dente. A peça foi condicionada através do ácido fluorídrico a 10% durante 20 segundos, seguida da lavagem com água e limpeza com ácido fosfórico a 37% por 20 segundos. Em seguida, aplicou-se o silano por 60 segundos, e o adesivo do sistema Heliobond (IvoclarVivadent) (Figuras 8, 9 e 10). Para o preparo do dente, foi feito o isolamento do mesmo com a utilização de teflon, seguido do condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos e utilização do sistema adesivo Heliobond (Figuras 11, 12 e 13). A peça foi levada em posição (Figura 14) e, após remoção dos excessos do cimento, foi feita a polimerização do conjunto. O acabamento final foi realizado com as taças de borracha do sistema OptraFine (IvoclarVivadent), obtendo-se a restauração final (Figuras 15 e 16).

Discussão Os laminados cerâmicos têm se mostrado com características ópticas de translucidez e opacidade ótimas para confecção de restaurações que necessitem devolver a estética e resistência de elementos dentários. Pelo caso apresentado, pode-se notar a mimetização das características naturais do dente, além da correção da palatinização, reconstruindo anatomicamente o elemento. Através dos sistemas cerâmicos mais recentes, com a adição de novos componentes, as pro-


Archangelo CM / Archangelo KC / Neselo JNG / Romanini JC Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

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Figura 8

Figura 9

EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 23


 Caderno Científico | Reabilitação Oral

Archangelo CM / Archangelo KC / Neselo JNG / Romanini JC

Figura 10

Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Figura 15

Figura 16

Referências Bibliográficas 1) HORVATH S, SCHULZ CP. Minimally Invasive Restoration of a Maxilary Central Incisor with a Partial Venner. Eur J EsthetDent2012;7(1):6-16. 2) GUERRA CMF, NEVES CAF, ALMEIDA ECB, VALONES MAA, GUIMARÃES RP.EstágioAtual das CerâmicasOdontológicas.Int J Dentistry 2012 set;6(3):90-95. 3) BEIER US, KAPFERER I, BURTSCHER D, DUMFAHRT H. Clinical Performance of Porcelain Laminate Venners for Up to 20 Years. Int J Prosthod 2012 fev;25(1):79-85. 4) GUESS PC, SCHULTHEIS S, BONFANTE EA, COELHO PG, FERENCZ JL,SILVA NR.All-ceramic systems: laboratory and clinical performance.Dent Clin North Am. 2011 Abr;55(2):333-52. 5) RUIZ MG, FONT AF, GONZALEZ M, RODRIGUEZ JLR, RUIZ MFS. A Clinical Longitudinal Study 323 Porcelain Laminate Venners: Period of study from 3 to 11 years. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010 maio;15(3):531-7. 6) ROBERTSON A. A restrospective evaluation of patientes with uncomplicated crown fracture and luxation injuries.Endod Dent Traumatol 1998 dez;14(6):245-56. 24 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

priedades físicas e ópticas foram modificadas, e a resistência passou a ser um dos conceitos fundamentais destes materiais. Nesse sentido, a construção de próteses e restaurações em regiões que absorvem grandes cargas mastigatórias tem obtido grande sucesso clínico3. A descoberta do condicionamento ácido, desenvolvimento dos sistemas adesivos e processos de silanização contribuíram efetivamente para o sucesso dos sistemas cerâmicos livres de metal. Além disso, os problemas referentes à utilização das resinas compostas como materiais restauradores têm encorajado cada vez mais a utilização de restaurações cerâmicas. A vantagem da técnica direta é o menor tempo requerido e facilidade de modificação e reparo. Entretanto, a aparência estética declina com o tempo, o que requer reparos ou trocas constantes, sugerindo a necessidade de um tratamento mais duradouro6.

Devido às características estéticas apresentadas, biocompatibilidade e longevidade clínica satisfatória, os laminados cerâmicos têm se tornado procedimentos cada vez mais comuns na prática clínica5. As popularmente chamadas “lentes de contato” representam uma alternativa de tratamento para grande número de pacientes insatisfeitos com a estética de seu sorriso, sendo indicados para alterações de formas, fechamento de diastemas e mau posicionamento dentário leve.

Conclusão No caso apresentado, o volume dentário foi restabelecido através de um laminado cerâmico tipo “lente de contato”. O resultado estético foi alcançado, com satisfação da paciente, evidenciando este tipo de restauração como alternativa eficaz para a correção de um mau posicionamento dentário com preservação de estrutura. 


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 25


 Caderno Científico | Dentística Estética e Periodontia

Integração entre Periodontia e Dentística - Estética rosa e branca no tratamento de retrações gengivais múltiplas, associadas a lesões cervicais não cariosas Introdução

◗◗ Danilo Maeda Reino Especialista e Mestre em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP Forp/UspSP. Professor convidado do Curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp-SP. E-mail: daniloreino@usp.br ◗◗ Francisco Rehder Neto Especialista e Mestre em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Forp/Usp-SP. ◗◗ Marcelo Rodrigues Alves Especialista em Dentística Restauradora pela (Forp/Usp-SP) e professor do Curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp-SP. E-mail: dr.marcelo@mcpremiere.com.br ◗◗ Daniel Galafassi Especialista, Mestre e Doutor em Dentística Restauradora pela (Forp/ Usp-SP) e professor convidado do Curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp-SP. ◗◗ Fernando Mandarino Especialista, Mestre e Doutor em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Araraquara Foar/Unesp. Coordenador do Curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp-SP. E-mail: fmandarino@forp.usp.br ◗◗ Álvaro Augusto Junqueira Júnior Especialista e Mestrando em Dentística Restauradora pela Forp/Usp-SP. Auxiliar de ensino do Curso de Especialização em Dentística da Forp/Usp. E-mail: aaajunqueira@uol.com.br 26 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Lesões cervicais não cariosas (LCNC) são caracterizadas pela perda de estrutura mineral dental e acometem a região cervical dos elementos dentários. Diferente da cárie dental, a perda mineral das LCNC não apresenta envolvimento de microrganismos bacterianos1. As LCNC podem ser causadas por erosão, abrasão e/ou abfração, processos que se apresentam, isolados ou associados, sendo observações clínicas bastante comuns1-5. Retrações gengivais e LCNC podem ocorrer associadas, o que dificulta o seu diagnóstico, pode intensificar a hipersensibilidade dentinária e aumentar o comprometimento estético, tornando-se um desafio para os cirurgiões-dentistas. Muitas vezes esta associação é tratada com procedimentos restauradores que cobrem a raiz dentária, sendo negligenciada a retração gengival. Devido ao material restaurador ficar próximo à margem gengival, é mais difícil a sua inserção e adaptação, o que pode levar ao acúmulo de biofilme microbiano, o que irá culminar com o aumento da retração gengival6. O tratamento dessa associação apenas por restauração deixa os dentes com tamanhos diferentes, pela falta de estética rosa. O recobrimento radicular não pode devolver a anatomia dentária perdida, ausência de estética branca. Desta forma o tratamento deve ser realizado integrando Periodontia e Dentística Restauradora, para a obtenção de estética rosa e branca. Recentemente, pesquisas têm demonstrado que é possível a redução do tempo de tratamento de LCNC associadas a retrações gengivais unitárias, através do recobrimento radicular com a realização simultânea de restaurações transcirúrgicas7, 8, 9.

Discussão LCNC trazem um desafio considerável para o cirurgião-dentista no que se refere à adesão, pois esta não é tão previsível e efetiva como no esmalte. Um fator crítico no sucesso restaurador é a seleção do material utilizado. Clínicos têm

empregado diversos materiais e técnicas a fim de obter melhor performance10. O material ideal deveria ser adesivo, possuir colocação similar à da estrutura dental e ser resistente à abrasão11. Existem estudos que relatam performance superior das resinas compostas12, enquanto outros elegem o cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR) como o melhor material restaurador para LCNC13. Alguns autores encontraram performances equivalentes13, 14, 15, 16. A presença de dentina e cemento nas margens é uma característica específica das LCNC. As restaurações são mais suscetíveis à microinfiltração e sensibilidade pós-operatória, pois a dentina não torna favorável o uso de sistemas adesivos, devido à sua concentração mineral superior (dentina hipermineralizada). Contando ainda com a falta de retenção mecânica e a dificuldade de controle da contaminação pela umidade durante o procedimento restaurador, o selamento marginal e a longevidade são desafiados. O uso de CIVMR torna-se uma opção interessante, pois alia algumas vantagens advindas do ionômero de vidro (como união química e liberação de flúor) sem abrir mão da possibilidade de fotopolimerizar o material restaurador, característica que facilita muito o procedimento restaurador transcirúrgico17,18. O objetivo deste relato de caso é demonstrar o tratamento de retrações gengivais múltiplas associadas à LCNC com restaurações transcirúrgicas.

Relato de Caso Clínico Paciente de 40 anos, gênero masculino, sem problemas sistêmicos, não fumante buscou atendimento no Curso de Especialização em Dentística da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, para o tratamento de retrações gengivais associadas a LCNC nos elementos 14, 15 e 16. Como queixa principal o paciente relatou hipersensibilidade dentária (devido a dentina exposta), acúmulo de biofilme bacteriano e prejuízo a sua estética (Figura 1). O paciente recebeu informações sobre a etiologia e tratamento das


Reino DM / Neto FR / Alves MR / Galafassi D / Mandarino F / Junqueira Jr AA Figura 1

Retrações gengivais associadas a lesões cervicais não cariosas, nos elementos 14, 15 e 16. Figura 3

Figura 2

Realização das incisões oblíquas, dividindo as papilas cirúrgicas e anatômicas. Figura 5

Figura 4

Retalho total é elevado até atingir a junção muco-gengival. Figura 6

Excesso de material removido e o acabamento imediato realizado. Figura 8

Após 30 dias melhor cicatrização pode ser notada, um polimento do material restaurador pode ser realizado.

Após a realização isolamento relativo, o cimento de ionômero de vidro é manipulado conforme instruções do fabricante e é inserido sobre as raízes, preenchendo somente a cavidade da LCNC. Figura 7

Após a remoção do epitélio das papilas anatômicas, as papilas cirúrgicas são posicionadas coronalmente. Figura 9

Após 15 dias o paciente deixa de usar clorexidina, cicatrização em progresso. Figura 10

Controle de 12 meses.

Controle de 24 meses. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 27


 Caderno Científico | Dentística Estética e Periodontia

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Reino DM / Neto FR / Alves MR / Galafassi D / Mandarino F / Junqueira Jr AA

retrações gengivais, lesões cervicais não cariosas e hipersensibilidade dentinária. Foi realizado o preparo básico, que consistiu de instrução de higiene bucal, para evitar trauma aos tecidos moles e minerais e garantir a manutenção do tratamento a longo prazo. Raspagem supra gengival, profilaxia e ajuste oclusal foram realizados. Após a obtenção de índice de placa inferior a 20% e eliminação dos fatores etiológicos para as retrações e LCNC, o procedimento cirúrgico foi realizado. A técnica de retalho avançado coronalmente foi aplicada18. Incisões oblíquas foram realizadas nas papilas, criando-se papila anatômica e papila cirúrgica (Figura 2). Um retalho dividido-total-dividido foi elevado (Figura 3). Após controle do sangramento e sob isolamento relativo, CIVMR (Riva Light Cure; SDI) foi aplicado somente na cavidade presente na área de desgaste (LCNC) (Figura 4). Foi executada a fotopolimerização e remoção de excessos, o acaba-

mento imediato foi feito com brocas e discos de acabamento (Figura 5). O retalho foi avançado coronalmente para cobrir a retração gengival e suturado com fio de nylon 5.0, sobrepondo as papilas cirúrgicas às papilas anatômicas (Figura 6). Suturas foram removidas com 15 dias (Figura 7) e bom pós-operatório foi obtido com 30 dias (Figura 8). Controle de 12 meses (Figura 9) e 24 meses (Figura 10) demonstram a manutenção de bom resultado clínico, com eliminação das queixas do paciente.

Conclusão O tratamento simultâneo de retrações gengivais múltiplas associadas a lesões cervicais não cariosas, através do emprego do cimento de ionômero de vidro modificado por resina (CIVMR) foi capaz de reduzir a hipersensibilidade dentinária, melhorar a estética e função do paciente. 


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 29


 Caderno Científico | Periodontia

Comparação entre o uso da terapia fotodinâmica e a irrigação com clorexidina em sítios de bolsas periodontais* Introdução

◗◗ Dra. Girlene E.Prezotto Villa Especialista em Periodontia e Implantodontia. Mestre e Doutora pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp-SP). Colaboradora do Projeto RHAE-CNPq. E-mail: givilla@forp.usp.br ◗◗ Profa. Dra. Rosane de Fatima Z. Lizarelli Especialista em Dentística pela Forp/ Usp-SP. Mestre e Doutora em Ciências pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo-SP (IFSC/Usp). PhD em Biofotônica pelo IFSC/Usp. Coordenadora do Projeto RHAE-CNPq. E-mail: lizarelli@hotmail.com

* Pesquisa desenvolvida no Núcleo Integrado de Laser em Odontologia (Nilo - Ribeirão Preto-SP), em parceria com a Usp-SP e o IFSC/Usp. Projeto de pesquisa CNPq. 30 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

De acordo com a Academia Americana de Periodontia, as periodontites podem ser divididas em crônicas, agressivas e por doenças sistêmicas1. Os dois primeiros tipos foram incluídos nesta pesquisa. A periodontite crônica é uma doença infecciosa resultante da inflamação dos tecidos de suporte do elemento dental com perda progressiva de inserção e osso alveolar. Não tem predileção por sítios ou dentes. Os principais pontos característicos são: presença de bolsa periodontal, recessão gengival, migração dental, sangramento gengival e reabsorção óssea alveolar generalizada2. A periodontite agressiva é frequente em jovens com menos de 30 anos, história familiar e de progressão rápida. Às vezes cálculo subgengival ausente. Os principais pontos característicos são: pouco biofilme acumulado, destruição óssea somente nos primeiros molares e incisivos e maior velocidade da progressão da doença2. A mudança na coloração do tecido gengival, na textura e o aumento da tendência de sangramento à sondagem são sinais clínicos de inflamação gengival. A identificação da gravidade da lesão gengival é feita por meio das medidas de profundidade da bolsa usando sonda periodontal. Nessa pesquisa a avaliação foi feita em cada superfície, em dois pontos de cada face dental, em todos os dentes. Os sulcos de até 4 mm podem ser considerados dentro das variações de normalidade2. Não é apenas a presença do microorganismo a responsável pela doença periodontal. É a resposta imune-inflamatória do individuo que difere a doença2. O fumo é o principal fator de risco para a periodontite crônica, pois altera a microbiota, tensão do oxigênio tissular até a função das células de defesa3. Fumantes não foram incluídos nesta pesquisa. Realizou-se uma tabela contendo a profundidade de sondagem de cada sítio dental e o local (face) da bolsa. Foi contado o número de bolsas periodontais que apresentavam 5, 6, 7 e 8 milímetros ou mais de profundidade e anotados em tabelas próprias na consulta inicial. Após três meses, para finalizar cada um dos dois experimentos, foram novamente sondados e anotados. A raspagem e o alisamento radicular (RAR) foram realizados em duas sessões dentro de 24

horas aplicando parte do conceito de desinfecção de boca toda (DBT) descrito originalmente por Quirynen e colaboradores, em 19954. Instruções sobre técnica de higiene bucal foram explicadas. O ultrasson usado foi o Cavitron Select™ Dentsply-USA. Após o preparo básico periodontal, aplicou-se nos sítios periodontais do grupo A , clorexidina 0,2% por meio de uma seringa e aguardou-se dois minutos. No grupo B usou-se a terapia fotodinâmica (PDT) antimicrobiana. O uso da PDT no tratamento de infecções por meio da erradicação de microorganismos é referida como terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT). Essa terapia consiste na aplicação da solução de azul de metileno a 0,05% por meio de uma seringa e irradiados com LED vermelho 630±10nm sob os parâmetros de 150mW de potência de saída, tempo de irradiação de 30 segundos, resultando numa dose de 112,5 J/ cm2 por ponto (região cervical de cada elemento envolvido, pela face vestibular). Nesse grupo a clorexidina não foi usada (Figuras 1, 2, 3 e 4). O emprego da luz como instrumento terapêutico tem apresentado novas e eficientes abordagens clínicas. Dentre os protocolos bem estabelecidos o Laser e a Lediterapia, modulam as respostas fisiológicas em casos de dor, edema e reparo. Porém, a associação de uma fonte de luz, laser ou led, com um medicamento fotossensível, pode resultar ainda em redução bacteriana e controle microbiológico, apresentando a Terapia Fotodinâmica. A interação de luz e oxigênio do processo fotodinâmico foi demonstrado no início do século por von Tappeiner que foi o primeiro a usar o termo “fotodinâmico”5. A terapia fotodinâmica antimicrobiana emprega um fotossensibilizador que no caso é o azul de metileno. Esse composto fotoativável tem a capacidade de se ligar às células alvo e, após irradiado com a luz led, no determinado comprimento de onda, na presença de oxigênio, pode levar à morte celular. Na aPDT, a fotodestruição provoca danos principalmente na membrana citoplasmática e no DNA celular. Seu uso continuado parece não levar ao desenvolvimento de cepas resistentes e não apresenta efeitos colaterais6. A terapia fotodinâmica tem sido sugerida como alternativa aos agentes químicos antimicrobianos para eliminar espécies subgengivais e tratar periodontites7. A clorexidina (gluconato de clorexidina) é um anti-séptico químico, com ação antifúngica e


Villa GEP / Lizarelli RFZ Figura 1

Figura 2

Bolsas periodontais de 4 a 7 mm presentes em várias faces dentais. Figura 3

Aplicação do azul de metileno dentro do sulco gengival com uma seringa fina metálica. Figura 4

Irradiação com LED vermelho.

Após 90 dias - reavaliação dos sítios. 80 70

bactericida, capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas quanto gram-negativas. Possui também ação bacteriostática. Na literatura vigente há inúmeras pesquisas usando clorexidina para irrigação de bolsas periodontais e discutiremos algumas a seguir. Em cada grupo foram selecionados 100 sítios periodontais distribuídos em cinco pacientes usando aPDT e nove usando clorexidina. Os pacientes assinaram termo de consentimento para o uso da terapia fotodinâmica. Três pacientes tiveram a boca dividida e neles foram experimentados os dois tratamentos. Para fins didáticos colocou-se na mesma tabela os dados iniciais e finais dos dois tratamentos, resultando em 200 sítios tratados. Cli = clorexidina inicial, Clf = clorexidina final, aPDTi = terapia fotodinâmica antimicrobiana inicial e aPDTf = terapia fotodinâmica antimicrobiana final. Cli Clf aPDTi aPDTf 8+mm 5 3 1 0 7mm 7 1 0 0 6mm 70 20 54 13 5mm 18 14 45 12 4-mm 62 75 Tabela 1) quantidade de bolsas iniciais e finais de acordo com as profundidades de bolsas encontrados nos dois tratamentos .

60 50 CLOR i CLOR f

40 30 20 10 0 8+

7

6

5

4-

Figura 5) Grafico ilustrando as profundidades das bolsas, em milímetros, antes e depois do tratamento irrigando com clorexidina a 0,2%. 80 70 60 50 PDT i PDT f

40 30 20 10 0 8+

7

6

5

4-

Figura 6) Gráfico ilustrando as profundidades das bolsas em milímetros, antes e depois do tratamento com aPDT. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 31


 Caderno Científico | Periodontia

rEFErênCIA BIBlIOGráFICAs 1) Armitage G.C.Periodontal diagnoses and classification of periodontal diseases. Periodontol 2000; 2004,34:9-21,. 2) Lindhe J. Tratado de Periodontia Clinica e Implantodontia Oral . Guanabara Koogan,4ª. Ed.2005. 3) Oliveira N.F.;DammG.R.; Andia D.C.; Salmon C.; Nociti F.H.Jr.; LineS.R.; de SouzaA.P. DNA methylation status of the IL8 gene promoter in oral cells of smokers and non-smokers with chronic periodontitis. J Clin Periodontal;2009 ,36:719-25. 4) Quirynen M.; Bollen C.M.L.; Vandekerckhove B.N.A.; Dekeyser C.;Papaioannou W.; Eyssen H.Full-versus partial-mouth disinfection in the treatment of periodontal infections: Short-term clinical and microbiological observations. J Dent Res; 1995, 74:1459-67. 5) Tappeiner H. Zur kenntnis der lichtwirkenden (fluoreszierenden)Stoffe. Dtsch Med Wochen 1904: 1: 579–580. 6) Atieh M.A. Photodynamic Therapy as an adjunctive treatment for chronic periodontitis : a meta –analysis. Laser Med Sci 2010, 25:605-613. 7) Haamblin M.R.;Hasan T. Photodynamic therapy a new antimicrobial approach to infectious disease? Photochem Photobiol Sci 2001; 3:436-450. 8) Avanços em Periodontia e Implantodontia:paradigmas e desafios- coordenadores: Urbino da Rocha Tunes, Monica Dourado, Sandro Bittencourt- Nova Odessa: Napoleão, 720 p.,2011. 9) Slots J.;Rams T.E. New views on periodontal microbiota in special patient categories. J Clin Periodontal 1991; 6:411-20. 10) Wolff L.; Daahien G.; Aeppli D. Bacteria as risk for periodontitis . J Periodontol 1994; 5:498-510. 11) Hung H. C.;Douglass C.W. Meta-analysis of the effect of scaling and root planning, surgical treatment and antibiotic therapies on periodontal probing depth and attachment loss. J Clin Periodontal 2002;29:975-86. 12) Quirynen M.et al The role of chlorexidine in the one-stage full-mouth disinfection. Long-term clinical and microbiological observations. J Clin Periodontol 2000;27:578-89. 13) Koshy J.et al Evaluation of antibacterial properties of triorganotion carboxylates containing functionalized ester groups in tests against some pathogenic bacteria. Met Based Drugs 2001;8:107-11. 14) Swierkot K. et al One-stage full – mouth disinfection versus quadrant and full-mouth root plaining . J Clin Periodontol 2009;36:240-249. 15) Sigusch B.W. ET AL . Full- mouth antimicrobial photodynamic therapy in fusobacterium mucleatum-infected periodontitis patients. J Periodontol 2010; 81:975-981. 16) Lulic M. et al One- year outcomes of repeated adjunctive photodynamic therapy during periodontal maintenance: a proof of principle randomized-controlled trial. J Clin Periodontol 2009;36:661-666. 17) Chistodoulides N. et al A photodynamic therapy as an adjunct to non sirurgical periodontal treatment: a randomized , controlled clinical trial. J Periodontol 2008; 79: 1638-1644. 18) Chondros P.et al A photodynamic therapy as adjunct to non sirurgical periodontal treatment in patients on periodontal maintenance: a randomized controlled clinical trial. Lasers Med Sci 2009; 24:681-688. 19) Oliveira R.R. ET AL antimicrobial photodynamic therapy in the non-surgical treatment of aggressive periodontitis: a preliminary randomized controlled clinical study. J Periodotol 2007;78:965-973. 20) Oliveira R.R.et al A antimicrobial photodynamic therapy in the non-surgical treatment of aggressive periodontitis: cytokine profile in gingival crevicular fluid, preliminary results. J Periodontol 2009; 80:98-105. 32 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Villa GEP / Lizarelli RFZ

4 mm ou menos

Figura 7) Porcentagens dos sulcos que se tornaram normais nos dois tratamentos. 62% e 75% para clorexidina e aPDT respectivamente.

DIsCussãO O Consenso do Workshop Europeu de Periodontia, em 2008, determinou que tanto o uso do ultrassom na boca toda quanto à desinfecção de boca toda em estágio único com ou sem clorexidina produzem resultados semelhantes aos obtidos pelo tratamento convencional de raspagem e alisamento radicular (RAR) por quadrantes na periodontite crônica de moderada a severa. Essa abordagem da terapia periodontal de desinfecção de boca toda refere-se à raspagem e alisamento radicular em duas sessões de aproximadamente duas horas cada, dentro de 24 horas e aplicação de clorexidina em todos os nichos intra bucais e sugere uma economia de tempo e menos visitas ao consultório. A raspagem é efetiva em reduzir o número de bactérias, mas não erradicá-las em todos os sulcos. O tratamento de manutenção deve ser rigoroso: entre três a quatro meses deve ser repetida a raspagem para não haver recidiva e progressão da doença. Quanto maior a profundidade da bolsa periodontal, maior a dificuldade de remoção do cálculo dentário subgengival e maior a oportunidade dos microorganismos gran-negativos anaeróbicos proliferarem8. Os sítios periodontais com profundidade de 5 e 6 mm foram encontrados inicialmente em maior número nos pacientes experimentados tanto no tratamento com clorexidina como na terapia fotodinâmica. Podem ser observados nos gráficos de linhas (Figuras 5 e 6). Obteve-se 62% e 75% para clorexidina e aPDT respectivamente, de sítios que resultaram em profundidades consideradas normais em ambos os tratamentos (Figura 7). Considerando que no tratamento com clorexidina tivemos 12 bolsas com 7 e 8 mm ou mais de profundidade e com a aPDT apenas uma, podemos considerar que apesar dos resultados apontarem 13% a mais de

sítios normais com aPDT, tivemos resultados semelhantes para os dois tratamentos. Bolsas moderadas de 4 a 6 mm, após a terapia mecânica espera-se redução de 1 mm e 0,5 mm de nível clínico de inserção9,10. Sítios profundos maiores que 7 mm, após a terapia mecânica espera-se redução de 2 mm e ganho de inserção de 1 mm11. Os resultados da presente pesquisa concordam com os resultados obtidos pelos autores citados. Autores12,13 compararam a raspagem em estágio único com e sem desinfecção química com a raspagem convencional e não encontraram diferença estatística, mas no estágio único, as bolsas tiveram maior redução na profundidade quando comparados à raspagem convencional. Os resultados sugerem que as bolsas periodontais propiciam a recolonização de áreas tratadas. Outros autores14 que também compararam a raspagem de boca toda usando clorexidina e a raspagem convencional, durante oito meses, encontraram melhora clinica e microbiológica mas não com diferença estatística significante. Autores experimentaram15,16,17 a RAR associada à aPDT e comparam com RAR isoladamente em pacientes com periodontia crônica. Relataram diminuição significativa nos valores do nível de inserção clinica, na profundidade de sondagem e sangramento à sondagem até três meses após o tratamento combinado. Já outros autores18,19,20, estudos clínicos randomizados, não observaram diferenças significativas entre RAR e RAR associada à aPDT com relação aos parâmetros clínicos e microbiológicos aos três e seis meses após o tratamento, em periodontites crônicas e agudas. Na presente pesquisa comparamos a RAR irrigando os sítios de bolsa com clorexidina e comparamos com a RAR associada à aPDT e também obtivemos semelhança nos resultados após três meses do tratamento . A terapia fotodinâmica antimicrobiana é apontada na literatura atual como uma nova abordagem terapêutica. São necessários mais trabalhos comparativos, com maior numero de amostras para se estabelecer protocolos para o uso dessa terapia com evidências mais seguras.

COnClusãO Podemos considerar resultados semelhantes para a raspagem e alisamento radicular associada à terapia fotodinâmica antibacteriana e a raspagem e alisamento radicular com irrigação de clorexidina nos sítios de bolsas periodontais. Entretanto, a terapia fotodinâmica promove, além da descontaminação local, drenagem linfática e aceleração no reparo tecidual. Trata-se de uma fonte de luz que opera em baixa intensidade, o que, já conhecido e estabelecido cientificamente, ser biomodulador das respostas fisiológicas. As novas abordagens não cirúrgicas buscam aperfeiçoar a terapia convencional objetivando melhores resultados. A abordagem terapêutica deve ficar a critério do profissional, considerando suas habilidades e experiências pessoais e levando em consideração o tempo clinico e o custo/benefício da terapia. A padronização dos protocolos é necessária para melhor comparação dos resultados nos tratamentos com luz. 


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 33


 Caderno Científico | Estética Orofacial

A Odontologia Orofacial - um novo conceito multidisciplinar Introdução

◗◗ Hermes Pretel Mestre e Doutor em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Foar/Unesp). Pesquisador do Grupo Bimateriais, Laser e Led na reparação óssea e dental da Foar/Unesp. Diretor científico do Núcleo de Pesquisa e Ensino de Fototerapia Nas Ciências da Saúde (Nupen). E-mail: hpretel@hotmail.com ◗◗ Ismael Drigo Cação Mestre e especialista em Fototerapia Facial Habilitação em laser pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO). E-mail: ismaelcacao@uol.com.br ◗◗ Jackson Lins Cirurgião-dentista e advogado. Atualização em Implante e Prótese. Perito Judicial. Atua em clínica privada em Iguaba Grande-RJ. 34 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Desde o início dos tempos, a humanidade prima por caracterização de padrões estéticos que modulam os indivíduos e que fazem com que estes sejam notados e apreciados na comunidade na qual estão inseridos. Por isso, as tendências no mercado estético são sempre estabelecidas pelos padrões determinados pela sociedade como um todo. Na Odontologia, isso nunca foi diferente, daí a busca constante pela demonstração de saúde oral, através da utilização do que há de melhor em recursos tecnológicos e humanos nas suas mais diversas especialidades. Hoje, qualquer procedimento de Reabilitação Oral, inicia-se por um planejamento detalhado, que tem por objetivo final a satisfação plena do paciente. Em linhas gerais, pretendemos que, ao término do tratamento, os dentes estejam saudáveis, bem alinhados, clareados, com oclusão ideal e que integrem de maneira harmoniosa a aparência estética orofacial. Pertence ao passado o conceito de que o trabalho do cirurgião-dentista consistia apenas de exodontias, agravado pelo temor causado pelo ruído produzido pelo sistema de alta rotação. Felizmente, seja pela evolução dos materiais utilizados, ou pelo aprimoramento da formação, atualmente somos reconhecidos pela excelência dos nossos trabalhos, que unem ciência e arte, de modo a oferecer tratamentos seguros e confortáveis aliando função e estética numa das regiões do corpo que mais exige cuidados, a face. Nesse novo conceito de atendimento multidisciplinar da Estética Orofacial, o diagnóstico e planejamento são imprescindíveis para uma excelente avaliação estética dentofacial. Para viabilização desses tratamentos, a visão multidisciplinar, com o emprego de novas técnicas como a proteína botulínica, materiais preenchedores e fototerapia, torna-se ferramenta terapêutica essencial para o tratamento de várias disfunções. Portanto, além dos procedimentos voltados aos dentes no conjunto da face, são abordados novos e eficazes recursos terapêuticos para o condicionamento do sorriso gengival, às distonias, espasmos mandibulares, DTMs, hipertrofia do masseter, dores orofaciais, perda da sustentação de lábios, papilas interdentais ou ameias gengivais e outras disfunções epidérmicas que conduzem, não apenas à Reabilitação Oral, mas, ao que tem se chamado de Reabilitação Orofacial. O intuito desse artigo é apresentar novos conceitos na Odontologia Orofacial a fim de promover novas terapias coadjuvantes para a busca de um tratamento multidisciplinar. Serão abordadas técnicas de proteína botulínica

com finalidade terapêutica, preenchimentos de marcas dinâmicas de expressão com materiais preenchedores, bem como aplicação de fototerapia para Estética Orofacial.

Discussão A proteína botulínica comercializada no Brasil por diferentes casas farmacêuticas é originada de uma bactéria gram-positiva chamada C. botulinum. Existem relatos do conhecimento da ação da proteína botulínica desde meados do séc. XVIII, quando Justin Kerner chamou sua ação de “veneno de salsicha” termo esse utilizado pelos efeitos ocasionados nos pacientes após comer salsicha contaminada. Somente em 1949, Burgen relatou a descoberta da ação da proteína botulínica no bloqueio da transmissão neuromuscular. A partir de então, diversos estudos foram conduzidos na utilização dos efeitos terapêuticos e cosméticos da utilização da proteína botulínica. As primeiras utilizações na área da saúde com anuência dos órgãos regulatórios sanitários se deram em oftalmologia no ano de 1989, onde a utilização terapêutica da proteína tratava o estrabismo, o blefaroespasmo e espasmos hemifaciais. A partir do ano 2000 a proteína botulínica do tipo A começou a ser vastamente utilizada em terapias musculares e cosméticas em caráter “off label”, ou seja, fora da indicação de uso1. Quando aplicada no músculo, a proteína botulínica tipo A tem a função de paralisar o movimento do mesmo. Seu mecanismo de ação é a inibição da acetilcolina que é o neurotransmissor liberado pela ação do impulso nervoso na junção neuromuscular, evitando assim à contração muscular. Por conseguinte distúrbios da ATM, hipertonias musculares (trismos), enxaquecas, sorrisos gengivais, são, dentre outras, disfunções que podem se beneficiar dos efeitos da proteína2 (Figuras 1, 2 e 3). Como contra indicação do uso da proteína botulínica está a utilização da mesma em gestantes, lactantes, pessoas com doenças autoimunes, doenças neurológicas e que afetam os músculos, alérgicos à proteína do ovo e que estejam fazendo uso de medicamentos a base de aminoglicosídeos. Dentre os maiores riscos da proteína botulínica, está na sobredosagem e a aplicação em regiões inconvenientes, que podem resultar em assimetria, isto é, um lado ficar diferente do outro. Do ponto de vista da saúde, também pode prejudicar movimentos necessários para bons desempenhos funcionais como: piscar, mastigar, deglutir, entre outros3. A proteína botulínica tem efeito temporário, assim seus tratamentos devem ser vistos como paliativos e não definitivo. Por isso, é comum as


Pretel H / Lins Jackson / Cação ID Figura 1

Caso 1 - Sorriso Gengival. Tratamento com aplicação de proteína botulínica nos músculos levantador do lábio superior. Depois de 1 semana resultado obtido. Figura 2

Caso 2 - Sorriso Gengival. Antes e Depois de 1 semana. Figura 3

Caso 3 - Enxaqueca crônica - Aspecto da paciente antes e depois de 1 semana do tratamento. Diminuição da tensão dos músculos frontal e temporal.

Figura 4

Caso 4 - Preenchimento facial com material a base de poliamida. Sulco Naso-geniano (seta), Arco do cupido (oval), e filtro (retângulo). EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 35


 Caderno Científico | Estética Orofacial

Pretel H / Lins Jackson / Cação ID

Figura 5

Caso 5 - Preenchimento sulco naso-geniano, lábio superior, arco do cupido, e filtro. Material preenchedor a base de poliamida. Durante o procedimento pontos de marcação do preenchimento facial. Figura depois do tratamento imediato. Figura 6

Caso 6 - Procedimento de Fototerapia facial “plástica biofotônica” - Durante o procedimento sistema de fotoativação de máscara de colágeno com LED azul. Hidratação e iluminação facial.

Referência Bibliográficas 1) Sarosh F. Dastoor, Carl E. Misch, Hom-Lay Wang. Botulinum Toxin (BOTOX) to enhance facial Macroesthetics. Journal of Oral Implantology. Vol.33, n.3, 164-171, 2007. 2) Burgen AS, Dickens F, Zatman LJ. The action of botulinum toxin on the neuro-muscular junction. J Physiol. 1949;109:10–24. 3) Sankhla C, Jankovic J, Duane D. Variability of the immunologic and clinical response in dystonic patients immunoresistant to botulinum toxin injections. Mov Disord. 1998;13:150-154. 4) Naumann M, Jankovic J. Safety of botulinum toxin type A: a systematic review and meta analysis. Curr Med Res Opin. 2004;20:981–990. 5) Kessler KR, Skutta M, Benecke R. Longterm treatment of cervical dystonia with botulinum toxin A: efficacy, safety, and antibody frequency. German Dystonia Study Group. J Neurol. 1999;246:265–274. 6) Becker W, Gabitov I, Stapanov M, Kois J SA, BE B. Minimally Invasive Treatment for Papillae Deficiencies in the Esthetic Zone: A Pilot Study. Clin Implant Dent Relat Res. 2010;12(1-8). 7) Gold, M. H. HA fillers for the aging face. Clinical Interventions in Aging 2007:2(3) 369–37. 8) Câmara, C. A. L. P. R. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Dental Press Ortodon Ortop Facial.Maringá, v. 11, n. 6, p. 130-156, nov./dez. 2006. 9) Minatel DG, Frade MAC, França SC, Enwemeka CS. Phototherapy promotes healing of chronic diabetic leg ulcers that failed to respond to other therapies. Lasers in Surgery and Medicine 2009; 41:433-441. 10) Gao X, Xing D. Molecular mechanisms of cell proliferation induced by low power laser irradiation. J Biomed Sci. 2009; 16(1): 4. 11) Desmet KD, Paz DA, Corry JJ, Eells JT, Wong-Riley MTT, Henry MM, et al. Clinical and Experimental Applications of NIR-LED Photobiomodulation. Photomedicine and Laser Surgery 2006; 24 (2): 121-8. 36 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

pessoas que se sentem satisfeitas com o resultado repetirem a dose. Não tem regra, cada organismo reage de um jeito, mas pode-se dizer que as aplicações geralmente são feitas de seis a oito meses depois da última sessão, sempre com indicação de profissional habilitado. A questão sobre criar ou não resistência e a partir daí ter a necessidade de doses maiores e intervalos mais curtos também tem controvérsias. Existem correntes que afirmam que, com o tempo, pode acontecer de o paciente ficar resistente ao produto, sendo necessário o uso de doses maiores em aplicações futuras. E esse exagero das doses levar à possibilidade do paciente ficar insensível ao efeito. Outros estudos mostram que, com o tempo de uso, a necessidade da toxina é reduzida, o que implica em doses menores. Por ficar paralisado, o músculo se acostuma a pouca atividade e se condiciona a não mais contrair, tornando os movimentos musculares excessivos, inconscientemente e controlados4,5. Os materiais preenchedores são amplamente utilizados na área da saúde. No conceito de Odontologia Orofacial o emprego de materiais de preenchimento tipo poliamida, ácido hialurônico e hidroxiapatita, são utilizados em sulcos naso-genianos, preenchimento de lábio, escultura do arco do cupido, modelamento do filtro nasal, em marcas de código de barra na região de lábio superior e papila interdental, também conhecida como triângulo negro ou “black space”6,7 (Figuras 4 e 5). Os procedimentos funcionais terapêuticos se intercalam com os estéticos no conceito de Odontologia Orofacial multidisciplinar. Assim, é muito importante definir os conceitos de referência estética dental e facial para a integração dos procedimentos8. A fototerapia intercala justamente a terapia e a estética. Os laseres terapêuticos são utilizados há mais de 50 anos na área da saúde em diversas especialidades médicas. As respostas da fototerapia baseiam-se na absorção dessa energia eletromagnética e transfor-

mação da mesma em energia química para célula. Essa fotobiestimulação permite aceleração de processos cicatriciais, bem como biomodulação da dor e da remodelação tecidual9. Associado aos tratamentos dentais, o conceito de estética orofacial propicia a integração entre a boca e a face. Assim, a fototerapia estética passa a assumir importante papel nos tratamentos multidisciplinares. Utiliza-se para a estética facial diferentes comprimentos de onda, dentre os quais os mais estudados são: vermelho, infra-vermelho, âmbar e azul. O vermelho atua diretamente nas mitocôndrias aumentando o metabolismo celular e, consequentemente, a reparação tecidual. O infra-vermelho atua na membrana celular modificando a permeabilidade da mesma, controlando a entrada e saída de íons e modulando a propagação do impulso nervoso no controle da dor. A cor âmbar interage com os ribossomos organela, responsáveis pela síntese de aminoácidos. Por fim, a cor azul atua diretamente aumentando a quantidade de água intracelular, promovendo hidratação e o intumescimento celular10, 11 (Figura 6). No conceito de estética orofacial a aplicação da fototerapia é utilizada para proporcionar aumento de colágeno, clareamento e intumescimento tecidual, bioestimulação celular, drenagem linfática, entre outras terapias.

Conclusão Assim sendo, a denominação da Odontologia Orofacial propicia ao cirurgião-dentista uma visão multidisciplinar na qual o tratamento bucal interage com o facial, proporcionando um tratamento integrado minimamente invasivo, com resultados efetivos na clínica odontológica. Novos tratamentos e terapias estão sendo integrados constantemente na Odontologia moderna, por isso, a educação continuada é fundamental para o desenvolvimento da estética Orofacial. 


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 37


 Caderno Científico | Ortodontia

A utilização do bráquete Smartclip Introdução

◗◗ Alexandre Zanesco Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Apcd de Santo André-SP. Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista. Professor dos Cursos de Especialização e Aperfeiçoamento em Ortodontia e Ortopedia Facial do Centro de Qualificação Odontológica da Faculdade Mozarteum de São Paulo-SP (Cequo/ Famosp) e Odontopós/Famosp. E-mail: azanesco@gmail.com ◗◗ Fauze Ramez Badreddine Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Associação pela ABO/SP. Professor dos cursos de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO/ SP, ABO/Santos-SP e da Faculdade Mozarteum de São Paulo-SP (Famosp). ◗◗ Luis Roberto Lima Rodrigues Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela ABO-SP. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Cruzeiro do Sul - São Paulo- SP. Professor dos cursos de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO/SP, ABO/Santos-SP e Famosp. ◗◗ Mario Cappellette Júnior Especialista em Radiologia pela Universidade São Francisco (USF Bragança Paulista-SP). Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo - São Paulo-SP). Doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo-SP (Unifesp). Pósdoutorando pela Unifesp. Coordenador dos cursos de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO/SP, ABO/Santos-SP, Unifesp e Famosp. 38 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

O tratamento ortodôntico tem como objetivo promover o alinhamento e nivelamento da coroa e da raiz dos dentes por meio dos braquetes. Angle introduziu o aparelho Edgewise1,2 há mais 80 anos e desencadeou e uma série de modificações do sistema. Com o decorrer dos tempos, ocorreram algumas mudanças, dentre as mais significativas no aparelho Edgewise foi o aparelho Straight Wire, desenvolvido por Andrews3, em 1970. Este recurso eliminou parcialmente a inserção de dobras, incorporando nas peças ortodônticas as dobras de primeira, segunda e terceira ordem, necessárias para movimentar os dentes nas direções desejadas. O autor refere que este aparelho possibilitou que todo ou quase todo tratamento fosse realizado sem a inserção de dobras nos fios, exceto por aquelas exigidas pelo refinamento e pelas situações que fogem da normalidade. Segundo Berger4, o primeiro bráquete auto-ligado foi o Dispositivo de Russel, desenvolvido em meados de 1930, onde era dispensado o uso de amarrilhos para fixação do arco. Além disso, este braquete ainda lançava mão de um sistema de parafuso horizontal com rosca que fixava o arco, permitindo graduar sua pressão sobre o mesmo. No entanto, as dificuldades em sua fabricação, o alto custo e a inicial fragilidade impediram que se tornasse comercialmente viável. Apenas no início dos anos 70, começaram a ganhar aceitação comercial com o surgimento do bráquete Edgelock® (Ormco/A Company, Orange, CA, EUA) proposto por Wildman. Entre esta década até os anos 2000, surgiram diversos sistemas de bráquetes autoligados, entretanto, em virtude dos sistemas necessitarem de ferramentas auxiliares e terem pontos críticos na sua atuação, somente depois de 2000 ocorreram consideráveis modificações que puderam proporcionar maior comodidade nos aspectos inviabilizados anteriormente. Estes bráquetes podem ser divididos em dois grupos: passivo e ativo. Os sistemas passivos possuem uma determinada “liberdade” do fio sob a canaleta de forma que, em momento algum, o sistema exercerá pressão sobre o fio. Já os bráquetes ativos têm a característica de exercer certa força sobre os fios, o que geralmente acontece com os fios mais calibrosos5. Em 2007, a 3M Unitek (Monrovia, CA, EUA) lança o Smartclip® (Foto), com a contribuição de Trevisi que relata que este é um novo conceito de aparelho autoligado, o qual possui um avanço no desenho do clipe de Nitinol, que permite que o fio seja inserido e removido diversas vezes sem que ocorra um alto nível de força. Segundo o autor, este bráquete autoligado permite que o fio trabalhe livremente na canaleta do bráquete, reduzindo

Foto do Braquete Smartclip®.

o atrito e levando a um melhora na eficácia das biomecânicas de alinhamento, nivelamento e deslize. Portanto, inicialmente, este sistema baseou-se na filosofia de tratamento ortodôntico MBT que inclui: versatilidade, canaleta dupla, bráquetes de tamanho médio, prescrição e uso de forças leves6. Atualmente, os bráquetes autoligados têm sido considerados como um diferencial para o ortodontista clínico na tentativa de oferecer um tratamento diferencial em vários aspectos técnicos como tempo de tratamento e de atendimento7.

Relato de Caso Clínico Neste artigo será relatado um caso clínico de uma paciente do sexo feminino, de 12 anos e 7 meses, com um perfil harmônico (Figura 1) e uma boa simetria facial (Figura 2). Em fotos intrabucais (Figura 3) observa-se uma dentadura mista com uma Classe II (Figuras 4 e 5) de aproximadamente meia cúspide, com diastemas na região anterior, ressaltando a provável presença de discrepância de Bolton. Nota-se também um trespasse horizontal de aproximadamente 3mm (Figura 6) com coincidência das linhas médias entre os arcos e entre a linha mediana da face (Figura 7). Na visualização por oclusal, consideramos que os arcos possuem um bom contorno de arco e uma boa relação entre eles no sentido transversal (Figuras 8 e 9). Por meio da radiografia panorâmica (Figura 10), avaliou-se a presença de todos os dentes permanentes com exceção dos terceiros molares, a presença do dente 63 num estágio bem avançado de rizólise e a formação final das raízes dos segundos molares permanentes superiores e inferiores. Nas análises cefalométricas, considerou-se que a paciente tem um bom padrão de crescimento facial o que nos levou a questionar quais os benefícios que o sistema autoligado poderia proporcionar


Zanesco A / Badreddine FR / Rodrigues LRL / Cappellette Jr M

para o plano de tratamento. Sabe-se que a prescrição MBT possui em um dos itens da Versatilidade do Sistema uma boa indicação para os elásticos de Classe II, uma vez que existem torques que podem contribuir para a mecânica de elásticos de Classe II8. Desta forma, o planejamento estabelecido foi o nivelamento e alinhamento dos dentes com a perspectiva do uso dos elásticos para a correção da má oclusão de Classe II de Angle, utilizando os bráquetes Smartclip SL3 de canaleta 0,022” (Figura 11). Salienta-se que os bráquetes sofreram algumas evoluções no desenho do clipe que favoreceu ainda mais o baixo nível de força na inserção e remoção dos fios durante o tratamento ortodôntico (Figura 12).

Figura 2

Figura 1

Conclusão Diante do caso exposto,podemos relatar que o bráquete autoligado Smartclip é de grande valia para atingir os objetivos de um tratamento ortodôntico ideal (Figuras 13, 14, 15 e 16). Nota-se também que faltam evidências científicas que certifiquem que o baixo atrito pode ser um fator notável para a correção de uma Classe II por meio de elásticos sem a presença dos efeitos indesejáveis desta biomecânica ortodôntica.  Figura 3

Figura 4

Foto frontal intrabucal indicando uma boa relação transversal e com presença de diastemas.

Figura 6

Boa simetria de face.

Perfil harmônico.

Figura 5

Foto lado direito intrabucal.

Figura 7

Foto lado esquerdo intrabucal.

Figura 8

Foto intrabucal, vista oclusal mostrando o bom contorno de arco superior.

Foto intrabucal demonstrando trespasse horizontal.

Foto evidenciando a boa relação sagital com a coincidência das linhas médias dos arcos com a linha mediana da face. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 39


 Caderno Científico | Ortodontia Figura 9

Zanesco A / Badreddine FR / Rodrigues LRL / Cappellette Jr M

Figura 10

Foto intrabucal, vista oclusal mostrando também o bom contorno do arco inferior.

Radiografia panorâmica pré tratamento.

Figura 11

Figura 12

Instalação dos Braquetes Smartclip no arco superior com o fio 0,014” NiTi.

Figura 13

Desenho esquemático demonstrando a evolução do clipe que está incorporado no braquete.

Figura 14

Foto intrabucal frente 1,5 após término do tratamento.

Figura 16

Foto Intrabucal lado esquerdo 1,5 após término do tratamento.

Figura 16

Foto Intrabucal lado direito 1,5 após término do tratamento.

Foto Intrabucal oclusal superior 1,5 após término do tratamento.

Referências Bibliográficas 1) Angle E. The latest and best in orthodontic mechanism. Dental Cosmos. 1928 Dec;70(3):1143-56. 2) Angle E. The latest and best in orthodontic mechanism. Dental Cosmos. 1929 April;71(4):164-74, 260-70, 409-21. 3) Andrews L. The Straight Wire Appliance: Explained and Compared. J Clin Orthod. 1976 March;10(3):174-95. 4) Berger JL. The influence of the SPEED bracket’s self-ligating design on force levels in tooth movement: a comparative in vitro study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. [Comparative Study]. 1990 Mar;97(3):219-28. 5) Maltagliati L. Pergunte a um expert: Braquetes autoligados ativos x passivos. Rev Clín Ortodon Dental Press. 2010 abr./maio;9(2). 6) TREVISI H. SmartClip: tratamento ortodôntico com sistema de aparelho autoligado - conceito e biomecânica. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. 7) CASTRO R. Braquetes autoligados: eficiência x evidências científicas. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial. 2009 July/Aug;14(4):20-4. 8) McLaughlin R, Bennett J, Trevisi J. Systemized Orthodontic Treatment Mechanics. 1 ed: Elsevier Science; 2001.

40 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 41


 Caderno Científico | Odontologia Legal

◗◗ Marta Regina Pinheiros Flores Especialista em Odontologia Legal e Mestranda em Biologia Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp-SP). E-mail: mrpflores@gmail.com ◗◗ Ricardo Henrique Alves da Silva Professor Doutor na Área de Odontologia Legal da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo-SP (Forp/Usp-SP). E-mail: ricardohenrique@usp.br

Referências Bibliográficas 1) Rumjanek FD, Rinzler CMC. Os exames de DNA nos tribunais. Ciência Hoje 2001; 169(29): 24-30. 2) Prasad BK, Kumar P, Tyagi YK. Age determination: In relation to specific demands of forensic practice. Anil Aggrawal’s Internet Journal of Forensic Medicine and Toxicology. [citado 23 jan. 2012]. Disponível em : http://www.geradts.com/anil/ij/vol_004_no_002/papers/ paper002.html. 3) Pretty IA, Sweet D. A look at forensic dentistry – part 1: The role of teeth in the determination of human identity. British Dental Journal. 2001;190(7): 359-66. 4) Knight B. Forensic pathology. 2nd ed. London: 1991. 479-86 p. 5) Babar MG, Iqbal S, Jan A. Essential guidelines for forensic dentistry. Pak Oral Dental J. 2007 jun; 27(1): 79-84. 6) Rougé NTD. Introduction à l’identification comparative en médecine légale. [citado 22 jan. 2010]. Disponível em: http://www.epidaure.com/afio/publication_identification. html. 7) Marjanovic D, Durmic-Pasic A, Bakal N, Haveric S, Kalamujic B, Kovacevic L, Ramic J, Pojskic N, Skaro V, Projic P, Bajrovic K, Hadziselimovic R, Drobnic K, Huffine E, Davoren J, Primorac D. DNA identification of skeletal remains from world war II mass graves uncovered in Slovenia. Croat Med J. 2007;48: 513-9. 8) Gojanovic MD, Sutlovic D. Skeletal remains from world war II mass grave: from discovery to identification. Croat Med J. 2007;48: 520-7. 9) Disaster Victim Identification Guide. International Police Organization. INTERPOL. [citado 23 jan. 2012]. Disponível em: https://www.interpol.int/Public/Icpo/Publications/default.asp. 10) França GV. Fundamentos de Medicina Legal. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008. 11) Malaver PC, Yunis JJ. Different dental tissues as source of DNA for human identification in forensic cases. Forensic Sci 2003;44(3): 306-9. 12) Araújo MEC, Pasquali L. Histórico dos processos de identificação. [citado 22 jan. 2012]. Disponível em: http://www.papiloscopistas.org/historico.doc. 13) Oliveira RN, Nunes FD, Anzai EK, Daruge E, Mesquita RA, Ozaki NA et al. Population studies of the Y-chromosome of loci DYS390, DYS391 and DYS393 in Brazilian subjects and its use in human identification. J Forensic Odontostomatol 2002;20(1): 6-9. 14) Paiva LAS de, Melani RFH, Oliveira SVT. Identificação humana através da sobreposição de imagens. Saúde, Ética & Justiça. 2005;10: 1-5. 15) Silva RF, Prado MM, Oliveira HCM, Daruje Júnior, E. Quantos pontos de concordância são necessários para se obter uma identificação odontolegal positiva? Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo. 2009;21(1): 63-8. 42 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Flores MRP / da Silva RHA

Odontologia Legal: papel fundamental na identificação humana A identificação humana é um processo que consiste na determinação da identidade de um indivíduo, sendo assim, visa o estabelecimento dos atributos físicos, funcionais e psíquicos que o caracterizam, diferenciando-o dos demais¹. A individualização humana é necessária para o convívio social, sendo de fundamental importância nas vertentes criminal, civil, social e moral2,3. A falta de identificação, na vertente criminal, atrasa as investigações, facilita a obtenção ilegal de documentos de identificação e de trocas de identidade4,5. Nas questões civis, a morte de um indivíduo altera o seu estado civil e jurídico, bem como o dos seus familiares, possibilitando a continuidade e o encerramento processual, perante a certidão de óbito, de assuntos econômicos e financeiros, como a atribuição de heranças, pagamento de pensões e seguros de vida6. Em casos de indivíduos desaparecidos por longos períodos de tempo, a identificação pode aliviar a dor de familiares angustiados por respostas. A identificação é fundamental também nas questões sociais7. A sociedade tem o dever de preservar os direitos humanos e a dignidade da pessoa, até mesmo após a sua morte. Constitui dever do estado, quando possível, a entrega às famílias dos cadáveres ou restos mortais de seus familiares8. Diante do exposto, é possível verificar a importância de obter-se a identificação de um indivíduo. A Odontologia Legal é uma especialidade da área odontológica que atua nesse processo, auxiliando a justiça na identificação de um indivíduo. A análise dental, juntamente com a análise de DNA e a datiloscopia, é considerada - pelo protocolo de identificação de vítimas de desastres em massa da Interpol – como processo primário de identificação. Sendo assim, a determinação da identidade por esse processo descarta a necessidade da utilização de outros métodos confirmativos. Nessa análise, um indivíduo somente é considerado identificado quando da utilização de um desses três métodos9. A importância da Odontologia Legal é ainda maior quando da necessidade de identificação de corpos em avançado estágio de decomposição, vítimas de desastres em massa, ou, ainda, mutilações, onde geralmente a degradação impede a utilização de outros métodos, como por exemplo, a tomada das impressões digitais e, nesse aspecto, todo e qualquer método que resista a essas transformações são de grande auxílio para a elucidação dos casos10 e os dentes, por serem as estruturas mais resistentes do corpo humano, consistem em fonte de prova pericial viável mesmo após exposição a fatores adver-

sos (ex: altas temperaturas)11,12. Essa resistência deve-se, principalmente, à proteção oferecida pelo tecido mais mineralizado e resistente do corpo, o esmalte dental. Geralmente o processo de identificação odonto-legal é um processo comparativo, onde os dados intra-vitae, requisitados a partir de documentos elaborados pelo cirurgião-dentista da suposta vítima, são comparados com os dados obtidos no exame post-mortem. Essa comparação permite o estabelecimento da identificação. Nesse aspecto, faz-se necessário levantar a importância do cirurgião-dentista em manter os prontuários dos pacientes atualizados, realizando tomadas e revelações radiográficas de acordo com as recomendações técnicas, garantindo assim a qualidade do documento e sua perenidade. Quando inexistem dados comparativos ante-mortem, o perito odontolegista pode atuar na reconstrução do perfil do indivíduo como o estabelecimento da espécie, estimativa do sexo, estatura, idade, grupo étnico, entre outras características, com o auxílio de estudos antropométricos, que não possibilitam a individualização do examinado, mas sim o estabelecimento do referido perfil13. O cirurgião-dentista forense, além das técnicas microscópicas descritas, pode utilizar de várias metodologias com o intuito de estabelecer a identificação, entre elas podemos destacar a análise radiográfica, onde são comparados dados como a morfologia dental e da cavidade pulpar; anomalias dentais; disposição dos dentes no arco; desgastes fisiológicos; presença ou ausências dentais; deformidades ósseas; padrões dos seios maxilares; e a morfologia, posição e presença de materiais restauradores. Análises como a comparação das rugosidades palatinas, comparação das marcas impressas pelos lábios (queiloscopia), comparação de marcas de mordidas deixadas pelo criminoso, além da reconstrução facial forense e a sobreposição de imagens craniofaciais são métodos que auxiliam a justiça na compreensão da verdade dos fatos14. Nesse sentido, a determinação da identidade por métodos odontológicos, por ser uma análise qualitativa, não depende do estabelecimento de um número mínimo de características concordantes, sendo que uma única característica que se mostre significante pode determinar a identificação15. Apesar das Ciências Forenses estarem supridas de vários métodos de identificação, verifica-se que a análise odontológica tem demonstrado ser um método relativamente barato, rápido e de fácil execução, quando realizado por pessoal devidamente qualificado e de suma importância na identificação humana. 


EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 43


44 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52


CADERNO

Informativo EnTrEvIsTAs | vITrInE ODOnTOlÓGICA | sOCIAl

EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 45


 Entrevista

Mitos e Realidades sobre cremes dentais com Flúor na Odontopediatria PAULO RÉDUA

Mestre em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e especialista em Odontopediatria. Desde 2008 é presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria. Autor de dois textos sobre o tema no livro “Odontopediatria - Fundamentos para a prática clínica”: “Gerenciamento e qualidade de serviços na clínica de Odontopediatria” e “Empreendedorismo em Odontopediatria”.

Quais são as evidências científicas sobre o uso de cremes dentais com flúor para pacientes da primeira infância? Dr. Paulo Rédua - A literatura mostra, pelas revisões sistemáticas e metanálises, as evidências científicas que os dentifrícios fluoretados estão relacionados com o controle de cárie em crianças e adolescentes. Em uma revisão sistemática da literatura publicada na base de dados Cochrane, é demonstrada a evidência do efeito benéfico dos dentifrícios fluoretados, com base em 74 estudos clínicos controlados. Mais recentemente, na mesma base de dados, foi publicada uma revisão sistemática sobre dentifrícios fluoretados de diferentes concentrações para a prevenção de cárie em crianças e adolescentes, na qual foram incluídos 75 estudos. Nessa revisão, também foi confirmado o efeito benéfico dos dentifrícios fluoretados. Qual a sua opinião em relação a isto? Dr. Paulo Rédua - Nós, Odontopediatras, orientamos os pais sobre o controle da frequência da alimentação, sobre a limpeza dos dentes mas não temos o controle sobre estas recomendações, não temos como controlar isto em casa; mas se o paciente escova os dentes todos os dias e utiliza creme dental com flúor, sabemos que a presença do flúor no creme dental vai ser decisivo no programa de controle de lesões de cárie pelas evidências acima citadas. Qual a recomendação da Organização Mundial da Saúde em relação à dosagem de flúor ideal nos cremes dentais para crianças? Dr. Paulo Rédua - A OMS (WHO, 1994) faz as seguintes recomendações, entre outras: “todos os esforços devem ser feitos para permitir o uso generalizado de cremes dentais fluoretados nos países em desenvolvimento...”; “dentifrícios com flúor devem conter no rótulo avisos de que crianças com até seis anos devem escovar 46 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

"A limpeza dos dentes deve ser iniciada assim que os dentes erupcionem, com pano (fralda, gaze) umedecido em água, ou utilizando dedeiras ou mesmo a escova."


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seus dentes sob supervisão e usando pequenas quantidades...”; “que a concentração de flúor no creme dental seja entre 1.000 ppm a 1.500 ppm.” A partir de qual idade é recomendada a escovação? Dr. Paulo Rédua: A limpeza dos dentes deve ser iniciada assim que os dentes erupcionem, com pano (fralda, gaze) umedecido em água, ou utilizando dedeiras ou mesmo a escova. Mas a partir da erupção do primeiro molar decíduo (em torno dos 14 meses) é necessário utilizar a

escova pois este dentes possuem sulcos e somente a escova pode limpá-los. Qual a quantidade ideal de creme dental que deve ser utilizada durante as escovações? Dr. Paulo Rédua: Uma quantidade semelhante a um grão de ervilha. E quantas vezes por dia é recomendada a escovação? Dr. Paulo Rédua - Pelo menos duas vezes ao dia.

Qual a importância do verniz de flúor na Odontopediatria? Dr. Paulo Rédua - O Verniz com flúor está sendo muito recomendado para o tratamento de lesões de cárie iniciais (remineralizações de manchas brancas) e também de lesões de cárie na superfície da dentina; em crianças com pouca idade com risco identificado ele também é recomendado pela facilidade de aplicação. O verniz com flúor é muito eficiente na remineralização do esmalte.  Entrevista gentilmente cedida pela Colgate-Palmolive. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 47


 Jurisprudência na Odontologia

A importância do Prontuário Odontológico

48 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

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O

crescente número de ações ajuizadas por paciente insatisfeitos com tratamentos odontológicos não é mais motivo de surpresa tanto para os odontólogos, quando para os advogados. Os pacientes se tornaram mais exigentes e mais críticos, e temos isso como uma mudança no comportamento da sociedade, que cada vez mais busca por fazer valer os seus direitos. Por conta desse crescente número de ações, observou-se que as motivações que levam os pacientes ao ajuizamento das demandas estão intimamente ligadas ao fato de não se conseguir demonstrar, na defesa do odontólogo, que todos os esclarecimentos foram prestados ao paciente e que este recebeu todas as orientações relativas ao tratamento, tendo-as compreendido. Para se comprovar a conformidade da conduta é necessário o correto e adequado preenchimento do prontuário odontológico. Preencher corretamente o prontuário se mostra como a mais importante forma de defesa do próprio profissional, demonstrando a correção de suas condutas e as indicações feitas ao paciente. Cabe salientar que o adequado preenchimento é aquele com a maior quantidade de informações e detalhes sobre os diagnósticos feitos pelo profissional, assim como todas as indicações feitas para o tratamento e até mesmo eventual recusa do paciente quanto à realização de qualquer procedimento. É com base neste documento que se conseguirá demonstrar que o profissional agiu dentro da mais correta técnica, observando o caso específico daquele paciente. Além disso, este será o documento hábil a se relatar eventuais complicações no tratamento ou intercorrências havidas durante os procedimentos. Tais informações são de suma importância a se demonstrar que o profissional odontólogo não só agiu corretamente nas decisões que tomou, mas também que não cometeu infração ética ou que deixou de prestar as devidas informações ao paciente. Não menos importante, o prontuário odontológico também é o documento capaz de demonstrar a eventual recu-

sa do paciente em acatar as orientações passadas pelo profissional a ele, assim como a recusa a realizar o tratamento em si. Têm valor relevantíssimo estas informações, pois demonstram que o profissional cumpriu com sua parte em prestar as orientações e indicações corretas, mas eventualmente se o paciente sofrer alguma complicação pela não adesão ao tratamento, o prontuário demonstrará que a decisão por não acatar aquelas orientações do profissional foi única e exclusiva do paciente, tendo este assumido o risco de eventual complicação ou até mesmo contribuído para o agravamento de um possível quadro de

difícil solução. Muito embora se observe um ônus no preenchimento com as informações corretas e adequadas sobre o paciente no prontuário odontológico, é evidente que futuramente esse ônus pode se transformar num bônus pela conformidade das informações ali contidas, evitando injustiças praticadas pelo profissional responsável por tantos sorrisos.  Mariana Denuzzo Advogada de Brasil Salomão e Matthes Advocacia, atuante na área consultiva cível, especialmente na área de Direito Médico e da Saúde.


 Calendário de Eventos OUTUBRO 2012

16 º Congresso Internacional de Odontologia da Bahia. Data: 27 a 30 de outubro de 2012. Local: Salvador-BA. Informações: abo-ba@abo-ba.org.br Site: www.abo-ba.org.br

V Jornada de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner e Sesc – PR. Data: 8 e 9 de novembro de 2012. Local: Centro Teatro do Sesc da Esquina – Curitiba-PR. Informações: (41) 3361 5247 ou eventos@lpcc.org.br

5° Congresso Internacional de Odontologia de Santa Catarina. Data: 22 a 26 de novembro de 2012. Local: Florianópolis-SC. Informações: abosc@abosc.com.br Site: www.abosc.com.br

JANEIRO 2013 NOVEMBRO 2012

2º Congresso Internacional de Auxiliares em Saúde Bucal. Data: 3 e 4 de novembro de 2012. Local: Centro de Convenções Rebouças São Paulo-SP. Informações: www.ciatesb.com.br

XIII Congresso Brasileiro de Informática em Saúde. Data: 19 a 23 de novembro de 2012. Local: Curitiba-PR. Informações: www.sbis.org.br/indexframe.html

31° Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo-SP – CIOSP. Data: 31 de janeiro a 3 de fevereiro de 2013. Local: Expo Center Noter - São Paulo-SP. Informações e adesões: 0800 12 85 55. Site: www.ciosp.com.br

EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 49


 Vitrine Odontológica > Radiologia AORP forma sua primeira turma O curso de especialização em Radiologia Odontológica, da Escola de Aperfeiçoamento Profissional (Eap) da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp), formou em setembro sua primeira turma com o encerramento das aulas teóricas e práticas. Agora, estão abertas as inscrições para o processo de seleção destinado a formar segunda turma, cujas aulas terão início em março 2013. O curso tem como coordenador o Prof. Dr. Plínio Regazzini Filho, professores efetivos Drs. Fernando Junqueira Leite, Hugo Rosin, Aline Ortiz Lyra, Luciana Pereira Batista e ainda as Professoras Dras. Carolina de Oliveira Tocalino Walter Porto e Marcela de Almeida, além professores convidados da Usp e Unicamp. Entre os cirurgiões-dentistas que concluíram o curso de especialização, estavam dois de Ribeirão Preto, um de Serrana, um de Monte Alto, duas de Fernandópolis e um de Araraquara, São Carlos, Araçatuba e São José do Rio Preto.

O encerramento do curso foi comemorado com um almoço de confraternização. Foi realizada pela Aorp uma pesquisa de satisfação entre os alunos, e nove entre os 11 consideraram o curso ótimo, sendo que dois consideraram o curso bom, provando que a Aorp/Eap assegurou a expectativa de excelência depositada no curso de Radiologia. O aluno Paulo Brandão, de Araraquara, afirma: “O curso me preparou para trabalhar na era digital em que a Radiologia e a Odontologia de uma maneira geral se encontram, com uma equipe de professores dedicada e preparada”. Para a aluna Ana Carolina Maitto, “A Aorp apresenta uma excelente estrutura e ainda conseguimos fazer uso do aparelho de panorâmico digital que a entidade possui”. O Professor Fernando Leite, vice-coordenador do curso enfatiza sua alegria em ter feito parte do corpo docente dessa primeira turma: “Estamos orgulhosos de termos formado a primeira turma e da enorme satisfação dos alunos. Isso foi possível graças à equipe de professores e às excelentes condições para o ensino que a Aorp oferece”.

> Pedala Aorp foi sucesso de público

Aconteceu no domingo de 30 de setembro mais uma edição do Pedala Aorp, iniciativa do departamento de Esportes da Associação Odontológica de Ribeirão Preto que objetiva promover a integração dos amantes de bikes bem como estimular a atividade física e o bem-estar dos cirugiões-dentistas associados e da comunidade em geral. Mais de 50 ciclistas estiveram presentes, vindos, inclusive, de cidades da região. O ponto de encontro e de partida aconteceu durante a manhã no Parque Luiz Carlos Raya, onde foi montada uma tenda com sucos e frutas para os participantes. Após o percurso, que durou cerca de uma hora, vários brindes foram sorteados. Segundo o Dr. Gustavo Morais Martins, diretor de esportes da entidade, além de uma atividade de integração, o passeio também divulgou o ciclismo como esporte, meio de transporte e opção sustentável em relação ao carro. “Como pratico ciclismo há anos, quero passar um pouco dessa minha paixão pelo esporte, incentivar essa prática esportiva e mostrar que é de graça e faz muito bem, ajudando inclusive a aliviar o estresse do dia-a-dia”, explica. 50 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

> FGM divulga vencedores do Concurso Opallis A FGM Produtos Odontológicos anunciou os vencedores do 2º Concurso Cultural Opallis, realizado de janeiro a agosto deste ano. Nesta edição, a empresa registrou 177 participantes, que utilizaram a resina Opallis para desenvolver casos clínicos com base no tema proposto: “Restabelecendo a função e estética utilizando todos os recursos estéticos para reproduzir o policromatismo do dente com resina”. A comissão julgadora foi composta por um comitê de professores doutores em Odontologia, altamente capacitados, sem vínculo empregatício com a empresa. Os casos clínicos foram avaliados de acordo com os seguintes critérios: sorriso harmônico; anatomia adequada; nível de acabamento e polimento; utilização de espessuras e cores adequadas das camadas de resina, que influenciam no resultado final da restauração; e capacidade de mimetizar o policromatismo do dente. Os trabalhos receberam pontuação final de 0 a 10 pontos Na categoria profissional, Ilana Pais Tenorio de Maceió-AL, foi reconhecida em primeiro lugar, sendo contemplada com um notebook Apple. Fernanda Signorelli Calazans, do Rio de Janeiro, classificou-se em segundo e faturou um iPad 3. Na terceira colocação, ficou Kamila Menezes Guedes de Andrade, de Piracicaba-SP, que ganhou um iPhone 4S. Na categoria estudante, destaque para Vinícius Barçal Cavalcante da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro-RJ. O primeiro lugar lhe deu direito a um equipo da marca Gnatus. A professora orientadora do trabalho, Andrea Damas Tedesco, foi presenteada com um notebook Apple e a UFRJ receberá um ano de produtos FGM. Cíntia Aguiar Souza Springer, também da UFRJ e coincidentemente orientada pela mesma professora, ficou em segundo lugar e ganhou um notebook Dell, e Diego Calgaro da Universidade Positivo, de Curitiba-PR, sob a orientação do professor Adilson Yoshio Furuse, foi classificado em terceiro e premiado com um iPhone. A entrega dos prêmios ocorrou no dia 21 de setembro, na feira do 18º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), em São Paulo. Em 2010, a FGM Produtos Odontológicos realizou a primeira edição do concurso, que somou mais de 150 inscritos, entre dentistas e estudantes de Odontologia de todo o país. Os casos clínicos foram avaliados por uma equipe de profissionais renomados da área odontológica, composta pelos professores doutores Carlos Francci, Guilherme Garone, Américo Mendes Carneiro Júnior e José Carlos Garófalo. Foram distribuídos mais de R$ 33 mil em barras de ouro como premiação. A realização do concurso foi uma forma que a FGM encontrou para incentivar a pesquisa científica por parte dos profissionais da área odontológica. Também é uma maneira de promover a iniciação à pesquisa entre os estudantes, que têm a oportunidade de desenvolver trabalhos, praticando conhecimentos e propondo novas formas de tratamentos.


> Presidente da Aorp recebe Prêmio da Sociedade Paulista de Ortodontia A presidente da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp), Dra. Renata Fronzaglia Lollato, recebeu, no último dia 27 de setembro, o Troféu Reynaldo Baracchini, entregue pela Sociedade Paulista de Ortodontia (SPO) aos cirurgiões-dentistas que abraçaram com carinho e denodo as filosofias de Angle e Korkhaus, considerados ‘Pais da Ortodontia’. Dr. Reynaldo Baracchini é ícone da Ortodontia brasileira. A solenidade de entrega aconteceu na abertura do ORTO/2012/SPO, da qual fez parte o 18º Congresso de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, realizado no Expo Center Norte, em São Paulo-SP.

> Declínio de 69% da cárie, em bebês de 0 a 3 anos, com 4 visitas anuais ao dentista Dados do Ministério da Saúde revelam que, no Brasil, crianças de 18 a 36 meses já têm em média um dente cariado, sendo que no Sudeste a ocorrência de cárie nesta faixa etária é de 31% a 39%, e no Nordeste pode atingir 97%, reforçando a importância de prevenção já nesta idade. A mãe pode transmitir ao seu bebê bactérias bucais que causam cárie, aumentando as chances dele desenvolvê-la na infância e na vida adulta, entre outros problemas decorrentes da doença. Para cuidar melhor da saúde bucal das crianças alertamos para alguns cuidados necessários. Atualmente, já estão em uso diversas medidas odontológicas que previnem efetivamente a transmissão destas bactérias. O tratamento do bebê deve começar pelos cuidados com a saúde bucal da mãe já na gestação e continuar após o parto para os dois, garantindo benefícios em saúde e qualidade de vida, que serão levados para toda a vida. A cariologista e consultora da Associação Brasileira de Odontologia- (ABO), Sonia Groisman, afirma que tais cuidados previnem efetivamente a transmissão destas bactérias. Além dos cuidados já conhecidos em higiene bucal, o controle de consumo de açúcares, profilaxia dental e aplicação tópica de flúor, Sonia Groisman recomenda ações adicionais no consultório para diminuir o nível salivar de bactérias da cárie na mãe, o que reduz as chances de transmissão. É indicada a aplicação de gel de clorexedina (antimicrobiano), entre outros tratamentos que inibem a progressão das cavidades no esmalte dental, além de técnicas infiltrativas em lesões iniciais de cárie. Visita ao dentista, verniz de flúor e muita saúde Já para o bebê, o ideal é que as visitas ao dentista sejam combinadas com as visitas ao pediatra, mesmo antes do surgimento dos primeiros dentes de leite. De qualquer forma, após a erupção dos dentes, a criança pode receber, de acordo com o seu risco, aplicações de verniz de flúor e/ou de clorexedina e outros tratamentos que estimulam a mineralização do esmalte. “O atendimento odontológico de zero a três anos de idade, quando realizado com frequência de quatro vezes

ao ano, mostra declínio de cárie de 69%. Além disso, a correta orientação da mãe pelo cirurgião-dentista é fundamental, inclusive para motivá-la a cuidar de sua própria saúde bucal”, diz a pesquisadora. Enquanto os dentes de leite dão lugar aos definitivos, muita coisa também está mudando no corpo da criança além da boca. A Odontologia tem uma área específica para o paciente adolescente, a Odontohebiatria, que possui práticas e linguagem próprias para a fase. O odontohebiatra também está preparado para reconhecer sinais de comportamentos de risco típicos da adolescência na boca, como o uso de drogas e transtornos alimentares como a bulimia e pode ser um grande aliado da família na resolução desses problemas. Outra área da Odontologia também pode passar a fazer parte do rol de cuidados com a saúde bucal com o crescimento da criança e do adolescente, como a Ortodontia. O uso de aparelho ortodôntico já deixou de ser exclusividade de pequenos e jovens, sendo adotado por pessoas de todas as idades, mas, quanto mais cedo problemas de oclusão forem tratados, melhor. Estas e outras soluções podem ser conversadas com o odontopediatra, que cuida da saúde bucal de pacientes de até 18 anos de idade. Fonte: www.abo.org.br

> Pacientes com doenças cardiovasculares devem receber atendimento diferenciado No último dia 29 de setembro aconteceu o Dia Mundial do Coração e a Johnson & Johnson, fabricante das linhas REACH® e LISTERINE®, reforçou cuidados no atendimento odontológico dos pacientes cardiopatas como a importância da anamnese e a prevenção da endocardite infecciosa (EI). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares causam 17,3 milhões de mortes todos os anos e a estimativa é que esse número chegue a 23 milhões até 2030. Recomenda-se que uma criteriosa anamnese seja sempre realizada durante o atendimento odontológico com o objetivo de checar a possível presença de doenças cardiovasculares, como a arritmia e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Conhecer o histórico do paciente e, se possível, entrar em contato com a equipe médica do mesmo, é importante para entender seu estado de saúde e, assim, realizar intervenções mais seguras”, sugere o cirurgião-dentista José Eduardo Pelino, gerente de assuntos científicos da Johnson & Johnson no Brasil. Pacientes cardiopatas, expostos a infecções bacterianas, tornam-se mais predispostos a desenvolver endocardite infecciosa (EI), uma grave doença com altas taxas de mortalidade. Estima-se que 35% dos casos de EI tenham como agente etiológico o streptococcus viridans, grupo de bactérias da cavidade bucal que afeta o organismo durante infecções bacterianas causadas por gengivites, periodontites, ou traumas da mucosa bucal. Para os pacientes cardiovasculares a higiene bucal se faz ainda mais fundamental, não só para diminuir os riscos de desenvolvimento da endocardite infecciosa, como também de outros problemas bucais, como cáries e halitose. “É sempre importante instruir o paciente sobre os cuidados diários da boca por meio dos três passos básicos: escovação, fio dental e enxaguatório, além de estimulá-lo a fazer visitas periódicas ao consultório para evitar problemas futuros”, complementa Pelino. EDIÇÃO 52 - Revista Gutierre Odontolife > 51


 social

Dr. Emil Razuk (Presidente do Crosp), Dr. Artur Martini (Presidente da Apcd RP), Dra Maria Lúcia Varellis (Secretária do Crosp), na sede da Apcd de Ribeirão Preto-SP.

Parte da equipe Dental Gutierre no treinamento Abzil 3M

Ronaldo Silva e Eloísa Benassi, no jantar da Aorp.

André Joaquim, no jantar da Aorp. 52 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52

Gutierre Odonto prestigia o Dia do Dentista, com prêmios aos participantes da 34a Jornada Odontológica de Ribeirão Preto (Jorp), no estande da Funorp.

Daniel e Stella Palhares, no jantar da Aorp.

Gilberto Gaspar e Eliane Ratier, no jantar da Aorp.


Diretores e professores reunidos na Apcd RP: César Bataglion, Eduardo Nogueira, Pedro Bistane, Zélio Faeda, Régis Peporini, Habib Nader, Luis Fernando Jardim, Auro Nisyama, Eduardo, Artur Martini e Borin Neto.

NOTA DE AGRADECIMENTO “Obrigada Arita pela amizade e por todas as boas lembranças que você deixou. Por ter sido um ser humano tão nobre, zeloso e gentil, um eterno exemplo de amor à família, aos amigos e ao trabalho. Pelo entusiasmo contagiante com que se dedicava à ciência, em busca de novos conhecimentos para os avanços da Odontologia. E, principalmente, obrigada pela felicidade de poder ter compartilhado parte desta vida com você. “ Ao amigo, cirurgião-dentista, reabilitador oral e implantodontista de renome, especialista, mestre, doutor e professor, César Augusto Arita, falecido em 14 de setembro de 2012. Dr. Marcelo Alves ministra palestra de alto nível no primeiro evento da Campanha Sorte em Dobro, da Uniodonto São Carlos.

O diretor de esportes da Associação Odontológica de Ribeirão Preto, Gustavo Morais e noiva Fabiola Morais, na Pedalada Aorp.

Ana Lúcia Pereira - Editora da revista Gutierre OdontoLife

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56 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 52


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