Gutierre Odontolife - Ed. 56

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IMPLANtODONtIA

Reconstrução da parede vestibular de alvéolo severamente comprometido por meio de enxerto corticomedular.

EstÉtICA

Associação das técnicas clareadoras para a otimização do branqueamento dental.

Out/Nov/Dez 2013 | ed. 56

ISSN - 1807-9954

qualificação de AsB e tsB Indispensável para o pleno desenvolvimento de suas funções no atendimento em equipe. www.gutierreodonto.com.br > 1


2 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


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 Editorial

Parabéns aos profissionais da Odontologia!

É

com muita satisfação que a Gutierre OdontoLife registra sua homenagem aos profissionais do segmento odontológico. Em especial, aos Cirurgiões-Dentistas (CD), que comemoram o seu dia em 25 de outubro; aos Técnicos em Prótese Dentária (TPD), em 5 de novembro; e aos Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal (ASB e TSB), em 24 de dezembro, dia destinado às comemorações como marco da promulgação da Lei que regulamenta o exercício de ambas as profissões, aprovada em 2008. Responsáveis por exercer atividades indispensáveis e necessárias à prestação de cuidados para promoção, prevenção e recuperação da saúde oral da população, esses profissionais compõem as equipes de Saúde Bucal que atuam no País, nos setores público e privado. A recente incorporação de ASBs e TSBs nas equipes de Saúde Bucal, estreitando o relacionamento desses trabalhadores com outros profissionais e trazendo inúmeros benefícios à qualidade da assistência prestada tanto na atenção básica ou nos consultórios particulares, mostra quão importante é a presença de técnicos e auxiliares no ambiente odontológico, ao mesmo tempo em que requer a qualificação profissional e o treinamento adequado para suprir a nova realidade do mercado odontológico brasileiro, através do pleno desenvolvimento de suas obrigações. Assim sendo, para que nossos leitores tenham mais conhecimento a respeito do papel que auxiliares e técnicos representam para a Odontologia, trazemos nesta edição uma matéria especial que fala sobre suas obrigações e direitos, sobre as obrigações do CD que trabalha com pessoal auxiliar, da qualificação adequada, do reconhecimento e valorização da classe, do mercado de trabalho, remunerações e perspectivas futuras, após quase cinco anos da regulamentação do exercício das profissões de ASB e TSB. Também nesta edição, algumas semanas após a realização da 13º edição do Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária, evento promovido pela Associação dos Técnicos em Prótese Dentária (APDESPBR), que atraiu cerca de nove mil participantes entre os dias 11 e 13 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo-SP, trazemos uma entrevista com o presidente da APDESPBR, Toshio Uehara, que entre outros assuntos fala sobre a expansão do mercado para o TPD. Para completar a edição, o leitor encontrará ainda artigos científicos inéditos de várias especialidades odontológicas, matérias informativas, lançamentos, tendências, anúncios comerciais e eventos sociais. Parabéns Cirurgiões-Dentistas, Técnicos em Prótese Dentária, Auxiliares em Saúde Bucal e Técnicos em Saúde Bucal, que merecem todo o nosso respeito e agradecimento pelos relevantes serviços prestados em benefício da população, possibilitando a realização de um amplo conjunto de atividades e a composição de equipes de Saúde Bucal efetivamente integradas. Boa leitura!

Ana Lúcia Pereira Editora

Out/Nov/Dez 2013 | ed. 56 A Gutierre OdontoLife é uma publicação pertencente à OdontoLife Edição dePeriódicos Ltda. - ME, produzida e distribuída em parceria com a Dental Gutierre Odonto.

Direção Ana Lúcia Pereira de Jesus José Eduardo Gibin Gutierre Editora e Jornalista Responsável Ana Lúcia Pereira (MTb: 24.654) Fone: (16) 8177 0062 ana@revistaodontolife.com.br Departamento Comercial e Marketing Rodrigo Lozano Fone: (16) 3303 1820 rlozano@gutierreodonto.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Neto Heleno info@netoheleno.com Redação Rua João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. Bandeirantes Ribeirão Preto-SP - CEP: 14090-387 Fone: (16) 3236 4802 Distribuição (gratuita) Dental Gutierre Odonto Rua Voluntários da Pátria, 2839 - Centro Araraquara-SP - CEP: 14801-320 Fone: (16) 3303-1820 Impressão Gráfica e Editora São Francisco Ltda. Rodovia Anhanguera, Km 320 + 20m Recreio Anhanguera Ribeirão Preto-SP - CEP: 14097-140 Fone: (16) 2101 4151 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Gutierre OdontoLife não autoriza ninguém a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares e nem a negociar em nome da revista sem autorização da diretoria. Normas de Publicação: No Caderno Científico, a revista Gutierre OdontoLife divulga artigos (Científico / Caso Clínico / Técnico ou de Revisão), produzidos por clínicos gerais e cirurgiões-dentistas das diversas especialidades odontológicas. Todo profissional que tiver interesse em publicar seu trabalho em nossas páginas deve enviar o material atendendo às seguintes normas para publicação: 1) Nos trabalhos em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 2) Os editores da Gutierre OdontoLife podem adaptar o artigo às normas jornalísticas vigentes e ao padrão gráfico da revista. 3) O texto deve ser digitado e entregue em arquivo do word (doc), na fonte Times News Romam, corpo 11, contendo: título, artigo, referências bibliográficas, titularidade do(s) autor(es) e legendas identificadas para todas as imagens (fotos, tabelas ou ilustrações). NÃO INSERIR imagens no arquivo doc. 4) Todas as imagens devem ser enviadas separadamente, em alta resolução (JPG - 300 DPIs) com, no mínimo, 9 cm de largura. Inserir no mínimo três e, no máximo, 16 imagens por artigo. 5) Os trabalhos em grupo deverão conter os nomes e a titularidade de todos os autores, e-mail ou telefone de pelo menos um dos autores. 6) Sobre as referências bibliográficas: devem ser adotadas as normas de Vancouver (as referências são enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto). 7) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor(res). Cada um receberá exemplares da revista em que seu trabalho foi publicado. 8) Anexar ao trabalho os dados completos de todos os autores para contato (nome completo - endereço completo - CEP - telefones e e-mail). Os trabalhos podem ser enviados para o e-mail: contato@ revistaodontolife.com.br ou através de mídia digital (CD ou DVD) endereçados para: Redação Gutierre OdontoLife - R. João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. dos Bandeirantes - CEP: 14090-387 - Ribeirão Preto-SP.

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 índice

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30 - PERIODONtIA A etiologia da recessão gengival. 32 - ORtODONtIA Mordida aberta anterior. 34 - IMPLANtODONtIA O desafio do incisivo inferior.

CAPA

O importante papel dos Auxiliares e técnicos nas equipes de saúde Bucal.

38 - IMPLANtODONtIA Reconstrução da parede vestibular de alvéolo severamente comprometido por meio de enxerto corticomedular.

DENtAL GutIERRE ODONtO 14 - Na Gutierre Odonto a força do Varejo está na união. 16 - Gutierre e GC levam curso e palestra à Ribeirão Preto-SP. 16 - Gutierre Odonto prestigia Congresso da Apcd e Unesp.

20 - DENtístICA REstAuRADORA E EstÉtICA Associação das técnicas clareadoras para a otimização do branqueamento dental. 22 - DENtístICA REstAuRADORA E EstÉtICA Utilizando materiais bioativos: uma alternativa inteligente como base de onlay. 24 - DENtístICA REstAuRADORA E EstÉtICA Como controlar a sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina composta. 28 - DENtístICA REstAuRADORA E EstÉtICA Protocolo de cimentação de restaurações cerâmicas anteriores com cimento fotopolimerizável.

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42 - ENtREVIstA Toshio Uehara - Presidente da Associação dos Técnicos em Prótese Dentária (APDESP Brasil). 44 - JuRIsPRuDÊNCIA NA ODONtOLOGIA Contrato de trabalho do auxiliar de saúde bucal aspectos principais. 46 - VItRINE ODONtOLóGICA Notícias, informação, lançamentos, novidades e curiosidades na Odontologia. 54 - sOCIAL Flashs dos principais acontecimentos do setor.


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 Capa

O importante papel dos Auxiliares e Técnicos nas equipes de Saúde Bucal 8 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


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N

o próximo dia 24 de dezembro a Lei nº 11.889/2008, que regulamenta o exercício das profissões de Técnico em Saúde Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB), completará cinco anos em vigor e representa um avanço na Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) - Programa Brasil Sorridente, implementada há uma década com o propósito de reorganizar e melhorar o atendimento odontológico oferecido à população. No entanto, mesmo depois de passados esses anos, auxiliares e técnicos ainda enfrentam dificuldades para exercerem suas profissões sendo notória a urgência da valorização desses trabalhadores, sobretudo no que diz respeito ao reconhecimento profissional, à remuneração, ao mercado de trabalho e, consequentemente, às perspectivas para o futuro. Durante muito tempo o cirurgião-dentista (CD) trabalhou sozinho em seu consultório ou, às vezes, com apenas uma secretária. Nas últimas décadas, porém, a Odontologia passou por diversas transformações exigindo uma nova postura do CD em sua maneira de trabalhar. Na clínica a atividade odontológica não se restringe mais apenas ao tratamento dentário, incluindo uma série de funções que vão desde a organização da clínica até o ensino à prevenção e biossegurança, que asseguram a qualidade do tratamento e oferecem o mínimo de conforto e segurança ao paciente. A rapidez com que novas técnicas e materiais surgem no mercado obriga o profissional a otimizar seu tempo. Por fim, a realidade brasileira hoje exige o trabalho em equipe como modelo de atenção em Saúde Bucal, da qual fazem parte, além do Cirurgião-Dentista, o Auxiliar em Saúde Bucal, o Técnico em Saúde Bucal, o Técnico em Prótese Dentária, o Auxiliar de Prótese Dentária e o Técnico de Manutenção em Equipamento Odontológico, atuando tanto no setor público, em Unidades Básicas de Saúde, prontos-socorros e escolas, como no setor pri10 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Vera Marisa Lacerda Chaves, coordenadora do curso de ASB da Aorp.

“Depois que você se acostuma a trabalhar com uma ASB dificilmente voltará a trabalhar sozinho. A auxiliar é uma espécie de braço direito...” vado, em clínicas e consultórios odontológicos. Para exercerem a profissão, técnicos e auxiliares estão obrigados a se inscrever no Conselho Regional de Odontologia (CRO) em cuja jurisdição desempenham suas atividades, respeitando a partir de então o Código de Ética do Conselho. “Isso depois de concluírem o curso de formação de 300 horas, que hoje é obrigatório. Atualmente existem diversas escolas registradas no CRO, que oferecem o curso de formação para ASB e TSB em diversas regiões do Brasil”, completa o Presidente da Comissão de Ética do Crosp, Dr. Wilson Chediek, que faz um alerta aos cirurgiões-dentistas. “Somente os portadores de diploma ou certificado, devidamente reconhecidos e regularizados, poderão exercer a profissão supervisionados pelo cirurgião-dentista e, no caso do auxiliar, sob a supervisão do técnico. O cirurgião-dentista que permitir que o ASB ou o TSB, sob sua supervisão, extrapole suas funções específicas, responderá pelo erro perante os


Conselhos Regionais de Odontologia, conforme a legislação em vigor”, ressalta Chediek. Embora não seja obrigado, certamente o cirurgião-dentista deixará de trabalhar sozinho para adequar-se aos novos valores ditados pelo mercado, tornando imperativa a incorporação do pessoal auxiliar no ambiente odontológico, bom como a formação e qualificação adequada desses profissionais. Nos grandes centros já é cada vez maior o número de CDs que divide seu tempo entre o exercício técnico da profissão e a função de gestor de sua clínica ou consultório, mas muitos ainda resistem à integração de outros profissionais em sua equipe de trabalho simplesmente pela dificuldade que têm de modificar antigos hábitos. “Por um lado, o CD precisa aprender a delegar funções. Precisa entender que empreendedorismo requer organização, gestão de pessoas e

Virgínia Mesquita Barros, coordenadora e professora do curso de ASB e TSB da Eap da Apcd de Araraquara-SP.

“A qualificação dos colaboradores diminui a lacuna entre o possível e o ideal, fazendo a diferença no atendimento oferecido.”

trabalho em equipe e que a parte organizacional de um consultório ou clínica odontológica hoje é fundamental. Por outro lado, auxiliares e técnicos precisam trabalhar com compromisso e profissionalismo. Não é só fazer um agendamento, lavar um instrumental ou executar a limpeza do ambiente. Na Odontologia atual nós trabalhamos com protocolos e conceitos (conceito de saúde, conceito de estética, de higiene, de biossegurança, de atendimento, etc.), por isso, tanto a ASB como o TSB precisam ter conhecimento desses conceitos e de tudo o que acontece dentro do ambiente odontológico para padronizar o atendimento de forma adequada”, enfatiza a cirurgião-dentista Vera Marisa Lacerda Chaves, coordenadora do curso de Auxiliar em Saúde Bucal da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp). “Depois que você se acostuma a trabalhar com uma ASB dificilmente voltará a trabalhar sozinho. A auxiliar é uma espécie de braço direito que ajuda a organizar o consultório, prepara e auxilia no atendimento ao paciente, manuseia instrumentos, tem conhecimento de prevenção e biossegurança, executa limpeza, antissepsia, desinfecção e esterilização de instrumental odontológico, equipamentos e do ambiente de trabalho, desde que tenha a formação adequada. Se o CD permitir, ela também pode auxiliar na parte administrativa, com na movimentação financeira, compra, controle e estoque de materiais, no teleatendimento, etc., pois todas essas funções elas aprendem nos cursos de formação. Sem contar que, quando bem qualificadas, o trabalho das ASBs pode proporcionar um aumento no rendimento e na produtividade do cirurgião-dentista”, completa Vera Marisa, formada há 26 anos pela Unesp de Araraquara-SP, especialista em Odontopediatria e Prótese Dentária, com atualização em Periodontia. Ainda é bastante comum encontrar cirurgiões-dentistas que não contratam pessoal auxiliar por questões financeiras, porém, estudos comprovam que trabalhando sozinho o cirurgião-dentista consegue realizar, em média, 10 procedimentos em quatro horas de trabalho. Trabalhando com dois TSBs e quatro ASBs este mesmo CD poderá produzir 36 procedimentos no mesmo período, com menos desgaste e maior qualidade. “Quando se trabalha em equipe, um atendimento odontológico de qualidade só poderá ser realizado quando o cirurgião-dentista puder contar com auxiliares bem treinados, que o

Wilson Chediek, Presidente da Comissão de Ética do Crosp.

“Somente os portadores de diploma ou certificado, devidamente reconhecidos e regularizados, poderão exercer a profissão supervisionados pelo cirurgiãodentista...” ajudem a alcançar os objetivos propostos. Daí a importância da profissionalização de ASBs e TSBs para que adquiram as qualidades necessárias e se integrem ao trabalho com comprometimento e boa vontade. A qualificação dos colaboradores diminui a lacuna entre o possível e o ideal, fazendo a diferença no atendimento oferecido”, enfatiza Virgínia Mesquita Barros, cirurgiã-dentista gestora e proprietária de clínica odontológica há 14 anos, coordenadora e professora do curso de ASB e TSB da Eap da Apcd de Araraquara-SP. Muitas vezes o próprio cirurgião-dentista investe no pessoal auxiliar arcando com os custos do curso de formação. Outros bonificam ou www.gutierreodonto.com.br > 11


 Capa

descontam do salário, ou a pessoa interessada acaba investindo em si mesma. Seja qual for o caminho em busca da qualificação, todos esbarram no principal problema enfrentado pela categoria hoje: os baixos salários, pois a Lei que regulamenta a profissão de ASB e TSB não prevê um piso salarial. Em qualquer categoria profissional, quando não existe um piso salarial determinado por Lei, acordo ou dissídio coletivo, o piso salarial desses profissionais será o salário mínimo. Para que se estabeleça um novo valor, é necessário o acordo coletivo ou a realização de um dissídio coletivo, ou seja, no caso dos ASBs e TSBs esse acordo ou dissídio coletivo deve ser firmado entre o Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde, que representa as auxiliares, e o Sindicato dos Odontologistas da região a qual pertence o profissional. Se considerarmos que no Brasil existem hoje cerca de 190 mil cirurgiões-dentistas atuando tanto na rede pública como em clínicas e consultórios particulares, o número de auxiliares e técnicos é infinitamente insuficiente para compor as equipes de Saúde Bucal necessárias para atender à realidade da população brasileira. No Estado de São Paulo, por exemplo, a proporção é de aproximadamente 1 CD para 0,2 ASBs e 1 CD para 0,015 TSBs, deixando clara a urgência de formação desses profissionais. Mesmo havendo lacunas que devem ser preenchidas e desafios a serem enfrentados, a regulamentação da profissão promoveu o aumento de contratações de auxiliares e técnicos em Odontologia, abrindo um novo leque de trabalho para quem pretende atuar na área da Saúde. No início de outrubro a Aorp formou a 14ª turma do curso de Auxiliar em Saúde Bucal, coordenado e ministrado pela professora Vera Marisa e algumas alunas registraram seus depoimentos sobre a profissão. “Trabalho em Pontal-SP numa clínica de Odontopediatria e quando entrei achei que não conseguiria continuar, principalmente trabalhando com crianças. Fiquei sabendo do curso através de uma amiga e o fiz por conta própria, para melhorar e aprender mais. Hoje trabalho com muito mais segurança e sei aplicar tudo o que aprendi no dia a dia na clínica”, revela Daiane Montevic Prado, 21 anos. “Entrei como recepcionista numa clínica em Sertãozinho-SP há três anos. Em pouco tem12 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Ana Carolina, Maria José, Maria Regina e Daiane Prado, alunas do curso de ASB da Aorp.

po comecei a me interessar pelas atividades de dentro da clínica e meu patrão me indicou o curso. Hoje ele já está pensando em contratar uma nova recepcionista para que eu possa me dedicar somente às funções de dentro do consultório”, comenta Ana Carolina Gil de Souza, 19 anos. Maria José Felipe de Oliveira, 47 anos, que há cinco anos trabalha na Prefeitura Municipal de Santo Antônio da Alegria-SP como Técnica em Recreação, fez o curso da Aorp com o objetivo de prestar concurso público para ASB. “Fiz o curso de ASB por conta própria e acabei ganhando o de TSB, que pretendo iniciar no ano que vem. É uma nova etapa na minha vida profissional”, afirma. Entusiasmada com a possibilidade de trabalhar na rede pública, Maria Regina de Carvalho Pereria Guimarães, 50 anos, também concluiu o curso da Dra. Vera Marisa pensando em ingressar no setor público. “Nunca trabalhei nesta área, mas decidi me qualificar porque prestei o concurso de ASB em Ribeirão Preto-SP e passei. Não sei se vou ser chamada, mas vejo grandes possibilidades de prestar outros concursos. A Auxiliar em Saúde Bucal tem muitas responsabilidades e por isso merece o devido reconhecimento”, ressalta Maria Regina. Como em qualquer profissão que requer trabalho em equipe, na Odontologia, pública ou privada, é preciso que exista harmonia no relacionamento entre os profissionais envolvidos. No caso do ASB e do TSB em especial, por se tratarem de profissões relativamente novas, devem ser respeitados e incentivados para que possam desempenhar plenamente suas funções, pois, entre outros benefícios, o trabalho desses profissionais pode contribuir com as atividades do cirurgião-dentista, melhorar a qualidade da assistência odontológica prestada à população e aumentar a produtividade das equipes de Saúde Bucal. 


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 Dental Gutierre Odonto

Na Gutierre Odonto a força do Varejo está na união

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ossa equipe hoje é a melhor do Brasil!” Foi com esta frase que a supervisora Aline Mendes definiu a equipe de Vendas no Varejo da Dental Gutierre Odonto. Na empresa há mais de oito anos, onde começou trabalhando como recepcionista, ela também afirma que, nesse segmento, a Gutierre conta atualmente com uma equipe coesa, que corresponde com muito profissionalismo e dedicação a todos os desafios. “O desempenho da nossa equipe hoje está acima da média. Atendemos cirurgiões-dentistas de todas as especialidades e grandes clínicas em todo o Brasil. Nosso grupo trabalha com garra e está sempre disposto a lutar pelo mercado, visando não apenas a venda em si, mas a plena satisfação dos nossos clientes, que estão em primeiro lugar. É pelo cliente que prestamos um atendimento por excelência, pois não queremos vender apenas uma vez, queremos atendê-lo sempre”, completa Aline. Na sede da Gutierre, em Araraquara-SP, o setor de Vendas no Varejo, que conta com 10 vendedoras, uma supervisora e três apoiadores, passa por constante treinamento e monitoramento, garantindo assim o bom desempenho da equipe que tem pleno conhecimento e domínio sobre os mais de 12 mil itens comercializados pela dental, desde uma simples caixa de luvas de procedimento até materiais de moldagem. “Os vendedores passam por um mês de treinamento e depois por mais três meses de acompanhamento até formarem suas carteiras de clientes. Aplicamos provas regularmente e

“Nosso grupo trabalha com garra e está sempre disposto a lutar pelo mercado, visando não apenas a venda em si, mas a plena satisfação dos nossos clientes...”. 14 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

todos os meses realizamos cursos oferecidos em parceria com as indústrias, para a apresentação de produtos. O vendedor hoje não é mais aquela pessoa que tira pedidos. Ele é um consultor que precisa conhecer e sanar todas as dúvidas que o cirurgião-dentista possa vir a ter sobre um determinado produto. Isso gera confiança fazendo com que o cliente se sinta seguro e deposite sua credibilidade no nosso trabalho”, explica Jefferson Adriano Moreira César, supervisor comercial do setor, responsável pelo monitoramento de metas, negociações e suporte, respondendo pela matriz, pela filial de Uberlândia e pelos escritórios de venda da Gutierre em várias regiões do País. Para não haver conflito entre a equipe de telemarketing e os escritórios regionais, a dental conta também com um programa capaz de su-

Aline Mendes, supervisora da equipe de Vendas no Varejo e Jefferson Adriano Moreira César, supervisor comercial da Dental Gutierre Odonto.


Transformamos negócios em sorrisos.

Equipe de Vendas no Varejo da Gutierre Odonto.

pervisionar e cruzar todas as informações e as ações realizadas pelo setor, desde o número e o tipo de ligações feitas ou recebidas, orçamentos, pedidos, vendas, resultados, até como cada um dos clientes chegou até a empresa, seja por indicação de amigos, propaganda, eventos, mídias sociais, etc. “O setor de Vendas no Varejo é sempre muito cobrado e representa um papel fundamental na empresa, pois funciona como um pulverizador de produtos. Por isso, precisamos ter consciência de que somos uma equipe e que dependemos uns dos outros. A nossa força está na nossa união e, se as metas forem alcançadas de forma global, todos sairão ganhando”, completa Jefferson. Para os supervisores, grande parte do sucesso de vendas da Gutierre Odonto deve-se, principalmente, ao respaldo e ao respeito que a empresa tem por seus colaboradores. “A Gutierre nos dá todo o suporte necessário para que possamos desenvolver um trabalho de qualidade. É claro que as bonificações, prêmios e adicionais estimulam a equipe a trabalhar cada vez mais e melhor, mas o grande incentivo está no fato de sermos tratados com muito respeito e valorizados como seres humanos”, ressalta Aline. Até o final deste ano a Dental Gutierre Odonto pretende abrir novos escritórios de vendas, tendo como meta atingir um crescimento de até 25%. 

Setor de vendas da Dental Gutierre. www.gutierreodonto.com.br > 15


 Dental Gutierre Odonto

Transformamos negócios em sorrisos.

Cirurgiões-dentistas após a palestra na Aorp.

Hands On, na Apcd-RP.

Gutierre e GC levam curso e palestra à Ribeirão Preto-SP E

m parceria com a GC South America, referência mundial em produtos odontológicos, a Dental Gutierre Odonto promoveu dois eventos com o cirurgião-dentista Dr. Carlos Francci, em Ribeirão Preto-SP: o Hands On, curso teórico e prático, intitulado “Desmistificando os Ionômeros de Vidro” – Aplicações Clínicas na Atualidade, na Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas de Ribeirão Preto (Apcd-RP); e

uma palestra com o mesmo tema, na Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp). Os eventos aconteceram no início de setembro e contaram com a participação de dezenas de cirurgiões-dentistas da cidade e da região. Carlos Francci é Mestre e Doutor em Materiais Dentários pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo/ Usp); professor da disciplina de Materiais

Dentários da Fo/Usp; coordenador do curso de Atualização e Especialização em Dentística da Fundecto e da Eap da Apcd Central; Presidente da Academia Brasileira de Odontologia Estética (Aboe). Entre outros assuntos, o ministrador falou sobre a solução da sensibilidade pós-operatória, remineralização dentária e liberação contínua de flúor; simplicidade técnica e mínima espessura de filme. É com frequência que a Gutierre Odonto realiza eventos dessa natureza, em parceria com empresas de reconhecimento mundial, levando informações de qualidade e novidades de interesse dos cirurgiões-dentistas de todo o Brasil. 

Gutierre Odonto prestigia Congresso da Apcd e Unesp S

empre presente nos principais eventos da Odontologia nacional, a Gutierre Odonto recebeu os participantes do IV Congresso Odontológico Internacional Foar - Apcd e Unesp (67ª Jornada Odontológica - 27ª Jornada Acadêmica da Faculdade de Odontologia e 29ª Jornada Odontológica da Apcd) em seu estande, oferecendo produtos de qualidade, brindes e novidades. A Jornada aconteceu entre os dias 16 e 21 de setembro nas dependências da Faculdade de Odontologia de Araraquara-SP, onde cumpriu seu objetivo de oferecer uma programação científica e acadêmica composta por cursos nacionais e internacionais, além de conferências ministradas por professores de destaque nas diversas áreas da Odontologia, promovendo a difu16 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

são de conhecimento e aperfeiçoamento aos participantes. Na oportunidade, a Dental Gutierre Odonto divulgou novidades sobre produtos e equipamentos, realizou entrega de brindes e proporcionou momentos de descontração aos alunos, professores, organizadores e demais participantes com a presença do seu mascote Gutinho. Especialmente nesta edição, o IV Congresso Odontológico Internacional Foar - Apcd e Unesp teve caráter clínico, científico e também comemorativo, pois em 2013 a Faculdade de Odontologia de Araraquara completa 90 anos. Desde sua fundação a Foar já formou um grande contingente de profissionais de destaque que hoje fazem parte da elite da Odontologia nacional e internacional. 

Gutierre recebe visitantes do Congresso da Apcd – Unesp com brindes e novidades.


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18 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


CADERNO

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 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética

◗◗ Luís Gustavo Barrote Albino Cirurgião-dentista, Mestre em Dentística pela Universidade Guarulhos (UnG). Professor assistente do curso de graduação em Odontologia da Universidade Guarulhos (UnG). E-mail: clinicaluisgustavo@hotmail.com ◗◗ Mariana Cruz Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade Guarulhos (UnG). Professora Assistente do curso de Odontologia Estética Avançada do Ateliê Odontológico Dr. Luis Gustavo. ◗◗ Osmar Gradinar Cirurgião-dentista graduado pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL). Professor coordenador do curso de Odontologia Estética Avançada do Ateliê Odontológico Dr. Luis Gustavo

◗◗ Referências Bibliográfica 1) Henson ST, Lindauer SJ, Gardner WG, Shroff B, Tufekci E, Best AM. Infl uence of dental esthetics on social perceptions of adolescents judged by peers. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2011 Sep;140(3):389-95. 2) Chang CA, Fields HW Jr, Beck FM, Springer NC, Firestone AR, Rosenstiel S, Christensen JC. Smile esthetics from patients’ perspectives for faces of varying attractiveness. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2011 Oct;140(4):e171-80. 3) Rodrigues JA, Amaral CM, Marchi, GM, Pimenta, LAF. Associação do clareamento de consultório ao caseiro rápida mudança estética. ABO Nacional 2006;14:248-253. 4) Goldstain & Garber. Complete Dental Bleaching. Quintessence book. 1995; 165p. 5) Haywood VB. History, safety, and effectiveness of current bleaching techniques and applications of the nightguard vital bleaching technique. Quintessence Int. 1992 Jul;23(7):471-88. 6) Haywood VB, Heymann HO. Nightguard vital bleaching. Quintessence Int. 1989 Mar;20(3):173-6. 7) Kugel G, Perry RD, Hoang E, Scherer W. Effective tooth bleaching in 5 days: using a combined in-offi ce and at-home bleaching system. Compend Contin Educ Dent. 1997 Apr;18(4):378, 380-3. 20 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Associação das técnicas clareadoras para a otimização do branqueamento dental Introdução A crescente demanda por tratamentos clareadores dentais reflete o padrão de estética almejado pela sociedade contemporânea, no qual idealizar dentes perfeitamente brancos é um sinal claro de beleza e saúde. Há uma forte relação entre a aparência física do ser humano e sua atratividade social. Em muitos casos, a forma como o indivíduo é percebido em um ambiente ou em grupo pode influenciar de maneira significante sua interação e desenvolvimento social e intelectual1. A face é uma das primeiras regiões do corpo a ser observada em um indivíduo e tem o poder de expressar uma série de sentimentos, sendo o sorriso um dos elementos mais importantes na forma de comunicação não verbal e estética2. Contudo, quando o escurecimento dental afeta a convivência social pode-se indicar o clareamento dental externo4. O clareamento dental externo é indicado para dentes vitais que apresentam escurecimento generalizado e tons acima da cor A3 na escala Vita ordenada pela luminosidade. É um procedimento minimamente invasivo que antecede a outras opções para sanar o escurecimento dental como facetas diretas e indiretas e coroas cerâmicas4. Existem três técnicas de clareamento dental, a que é realizada em consultório, a caseira e a associação de ambas3-6. Na técnica em consultório os dentes são isolados e é aplicado o agente clareador pelo cirurgião-dentista, que tem controle direto sobre o tratamento. Já na técnica caseira o agente clareador é aplicado pelo próprio indivíduo utilizando moldeiras individuais no período noturno (para dormir) ou diurno (durante seis horas)3-6. Na técnica associada, geralmente indicada para casos de escurecimento mais severo ou quando são necessários resultados mais rápidos, faça-se duas aplicações distintas do agente clareador no consultório e aproximadamente 15 dias de clareamento caseiro7.

Caso Clínico Um paciente do sexo feminino, com 18 anos, apresentou-se no Ateliê Odontológico Dr. Luis Gustavo com o objetivo de clarear os dentes que apresentavam-se um pouco amarelados e, com isso, melhorar sua aparência física e consequente aceitação profissional em sua carreira como modelo (Figuras 1, 2 e 3). Ao exame clínico, identificamos que seus dentes estavam desalinhados e que possuíam uma coloração amarelada, classificada pela escala Vita em ordem de luminosidade como A3 nos incisivos e B3 nos caninos (Figuras 4 e 5). De acordo com uma visão minimamente invasiva a primeira opção de tratamento seria a terapia ortodôntica, no entanto, como o paciente em virtude de sua profissão de modelo desejava um tratamento rápido, foi proposto o clareamento dental com associação de técnicas,

procedimento também minimamente invasivo, utilizando peróxido de hidrogênio 7,5% (White Class 7,5% - FGM) com a de consultório utilizando peróxido de hidrogênio 35% (Whiteness HP Blue). Após a execução do registro de cor e do protocolo fotográfico, os arcos superior e inferior foram moldados com material à base de alginato e os modelos foram vazados em forma de ferradura para a confecção de moldeiras individuais. Essas moldeiras foram recortadas acima do colo dos dentes, posteriormente testada para verificar se não haviam pontos de contato prematuro (Figura 6). Em seguida foram dadas todas as orientações ao paciente para que realizasse o clareamento caseiro, dentre as quais destacamos que antes de realizar o clareamento no período noturno, para dormir, higienizasse os dentes por meio de escovação e fio dental. Para a aplicação do agente clareador deveria ser colocada uma gota na vestibular dos dentes anteriores e pré-molares das moldeiras e, em seguida, elas deveriam ser inseridas nas arcadas e verificada a presença de excesso de agente clareador para removê-lo. Após o uso das moldeiras, essas deveriam ser lavadas, os dentes higienizados e que caso ocorresse qualquer problema, esse deveria ser comunicado ao cirurgião-dentista. Nessa mesma sessão, com o auxílio de um afastador de lábios, os dentes escurecidos foram isolados com uma barreira gengival composta de uma resina fluida fotoativável – Top Dam, que foi aplicada sobre a face vestibular de cada dente e ativada pela luz de um aparelho LED. Foi aplicada uma camada do agente clareador a base de peróxido de hidrogênio a 35% - Whiteness HP Blue (Figuras 8 e 9). Esse sistema clareador apresenta como vantagem sua forma pré-dosada, que evita desperdícios e possibilita ser aplicado diretamente da seringa através de uma ponteira. Além disso, é apresentado em duas seringas, uma contento o peróxido de hidrogênio e outra o espessante, sendo que após o acoplamento das seringas pode-se facilmente misturar as duas fases garantindo perfeita homogeneização. Dessa forma, para o preparo do gel as duas fases com as seringas foram conectadas, e os êmbolos foram empurrados alternadamente por 15 vezes, e então toda a mistura foi empurrada para a seringa transparente que permite o controle visual da quantidade de produto durante a aplicação. Esse agente clareador permaneceu em ação por 40 minutos, em seguida, foi removido com sucção e jatos de água-ar (Figuras 10 a 15). Sendo assim, foram realizadas duas aplicações de 40 minutos no consultório com o peróxido de hidrogênio 35% (Whiteness HP Blue Calcium) em dias distintos, associado com mais 15 dias de clareamento caseiro com peróxido de hidrogênio 7,5% (White Class 7,5% - FGM). O resultado final do tratamento pode ser observado nas Figuras 16 e 17. 


Albino LGB / Cruz M / Gradinar O

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Figura 7

Figura 8

Figura 9

Figura 10

Figura 11

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Figura 15

Figura 16

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 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética

◗◗ Carlos Francci Graduado pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo/ Usp). Mestre, Doutor e Livre Docente em Materiais Dentários pela Fo/Usp. Especialista em Dentística, presidente da Academia Brasileira de Odontologia Estética (Aboe) e professor do Departamento de Biomateriais e Biologia Oral da Fo/Usp. E-mail: francci@usp.br

Utilizando materiais bioativos: uma alternativa inteligente como base de onlay INTRODUÇÃO O uso de ionômero de vidro na rotina clínica tem crescido nos últimos anos, resultado de dois fatores muito marcantes: primeiramente à melhora substancial destes materiais quanto ao seu manuseio e de suas propriedades mecânicas; bem como pelo avanço nas pesquisas de adesão dos diferentes sistemas adesivos resinosos, que têm incorporado princípios de adesão dos ionômeros de vidro, buscando interações por processos de difusão iônica, característica desses materiais; o que os consolidam como materiais realmente adesivos. Os ionômeros de vidro podem ser utilizados como restauradores permanentes em Odontopediatria e Odontogeriatria, inclusive alguns podendo ser utilizados em restaurações Classe I e II; são biomateriais adesivos à dentina e ao esmalte; são biocompatíveis em dentina1, embora não devam ser colocados em exposição pulpar; além de poderem liberar flúor por muito tempo2,3.

DISCUSSÃO Na rotina clínica, seja fazendo um preparo cavitário para dentística ou para prótese, é comum o cirurgião-dentista se deparar com dentina alterada ou esclerótica, aquela que a curetagem é dura, mas de coloração castanha a marrom. Esta dentina tem características morfológicas e químicas muito diferentes da dentina sadia. A literatura tem constantemente mostrado resultados superiores e mais confiáveis de adesão à dentina sadia quando se utiliza sistemas adesivos resinosos, comparados aos resultados de adesão à dentina alterada4. Segundo Van Meerbeek e colaboradores4, a camada híbrida formada sobre dentina esclerótica tem limitada espessura; com tags resinosos ausentes ou curtos, uma vez que os orifícios dos túbulos dentinários estão obliterados pela aposição de dentina peritubular e pela deposição mineral intratubular. Desta forma fica fácil entender o porquê da baixa adesão ou estabilidade das interfaces adesivas com sistemas adesivos resinosos, uma vez que o micro-embricamento pela formação da camada híbrida e dos tag-resinosos dentro dos túbulos dentinários será menos efetivo em dentina esclerótica. Mas, por outro lado, quando se utilizam ionômeros de vidro, os resultados de adesão em dentina sadia comparados aos resultados em dentina alterada não diferem, ou diferem muito pouco5. Desta forma, parece bastante sensato em dentina alterada o uso de ionômero de vidro ao invés de sistemas adesivos resinosos6. Os ionômeros de vidro por terem uma natureza bioativa, fazem troca iônica com o cálcio da estrutura dental7, desta forma não dependem de um microembricamento do material restaurador com a estrutura dentinária, mas sim do contato com o 22 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

cálcio da estrutura. Este estará presente tanto na dentina sadia, como na dentina esclerótica. Por outro lado o ionômero de vidro apresenta um módulo de elasticidade muito próximo da dentina, e mais baixo que o das restaurações em si, o que proporciona uma base que absorve melhor os esforços mastigatórios8, bem como resulta em menos microinfiltração9.

CASO CLÍNICO No caso clinico exposto, há uma restauração extensa de resina composta, numa situação clínica onde não se indica mais uma restauração direta deste material por apresentar uma largura maior que 50% da distância entre as pontas de cúspide (Figura 1). Pela imagem radiográfica pode-se perceber a profundidade da restauração (Figura 2). Após a remoção da restauração e material de forramento, pode-se observar que há uma área muito grande de dentina esclerótica, bem como uma quase exposição pulpar (Figura 3). Neste ponto, onde a cavidade tem menos de 1mm de tecido dentinário remanescente, deve-se utilizar o hidróxido de cálcio (Figura 4), por ser o material eletivo para estimular a formação de dentina terciária. Após o condicionamento da cavidade por 10 segundos com o Cavity Conditioner (GC) (Figura 5), uma solução aquosa de ácido poliacrílico a 20% e hexahidrato de cloreto de alumínio a 3% para remover a camada superficial de smear layer sem remover os smear plugs da entrada dos túbulos dentinários, esta é lavada abundantemente. Na falta do Cavity Conditioner tal procedimento pode ser realizado com o líquido do GC Gold Label 2 LC. A dentina condicionada deve ser mantida úmida para receber o ionômero de vidro. O aspecto da dentina úmida é brilhante, mas de tal forma que se permita notar o relevo da dentina remanescente. Foi escolhido o ionômero de vidro resina modificado GC Gold Label 2 LC (Figura 6), por ser indicado para restauração, base e núcleo, por apresentar resistência mecânica para tal, bem como por ser fotoativado, o que permite um domínio maior do tempo de trabalho. Note na Figura 6 que a própria colher proporcionadora fornecida com o produto indica a proporção pó/liquido (1 colher para 2 gotas). O tempo de espatulação é rápido, de 20 a 25 segundos e o tempo de trabalho é longo, até 3 minutos e 45 segundos. Camadas de até 1,8mm de espessura podem ser acrescidas e fotoativadas por 20 segundos com aparelhos de alta irradiância, com comprimento de onda de luz visível de 470 nm (Figura 7). Esta base ionomérica pode ser preparada de imediato com ponta diamantada refrigerada com água. Na Figura 8 pode-se observar o preparo pronto para ser moldado na mesma sessão. 


Francci C

Figura 1

Figura 2

Vista inicial da restauração extensa de resina composta já com interface adesiva com valamento e percolação do dente 36.

Figura 4

Figura 3

Vista da estrutura dental remanescente após a remoção do matérial restaurador e bases. ◗◗ Referências bibliográficas 1) Oliva A, Della Ragione F, Salerno A, Riccio V, Tartaro G, Cozzolino A, D'Amato S, Pontoni G, Zappia V. Biocompatibility studies on glass ionomer cements by primary cultures of human osteoblasts. Biomaterials. 1996 Jul;17(13):1351-6. 2) Mousavinasab SM, Meyers I. Fluoride Release by Glass Ionomer Cements, Compomer and Giomer. Dent Res J 2009; 6(2): 75-81. 3) Neelakantan P, John S, Anand S, Sureshbabu N, Subbarao C. Fluoride release from a new glass-ionomer cement. Oper Dent. 2011 Jan-Feb;36(1):80-5. 4) Van Meerbeek B, Braem M, Lambrechts P, Vanherle GJ Dent. Morphological characterization of the interface between resin and sclerotic dentine.1994 Jun;22(3):141-6. 5) Czarnecka B, Deregowska-Nosowicz P, Limanowska-Shaw H, Nicholson JW. Shear bond strengths of glass-ionomer cements to sound and to prepared carious dentine. J Mater Sci Mater Med. 2007 May;18(5):845-9. 6) Menezes JP, Rosenblatt A, Medeiros E.Clinical evaluation of atraumatic restorations in primary molars: a comparison between 2 glass ionomer cements.J Dent Child (Chic). 2006 MayAug;73(2):91-7. 7) Ngo H, Mount GJ, Peters MC. A studyofglass-ionomercementand its interface withenamelanddentinusing a lowtemperature, high-resolutionscanningelect ronmicroscopictechnique. Quintessence Int. 1997 Jan;28(1):63-9. 8) Sidhu SK, Henderson LJ. In vitro marginal leakage of cervical composite restorations lined with a light-cured glass ionomer.Oper Dent. 1992 Jan-Feb; 17(1):712.Simi B, Suprabha B. Evaluation of microleakage in posterior nanocomposite restorations with adhesive liners. J Conserv Dent. 2011 Apr;14(2):178-81.

Radiografia periapical da região de molares inferiores da hemiarcada esquerda.

Figura 5

Vista após a proteção pulpar com hidróxido de cálcio.

Figura 6

Condicionamento ácido com o Cavity Conditioner (GC), por 10 segundos.

Figura 7

Fotoativação com aparelho de alta irradiância e comprimento de onda de 470 nm, o que corresponde à faixa do azul.

Kit do ionômero de vidro resina modificado fotoativado GC Gold Label 2 LC.

Figura 8

Vista do preparo pronto para ser moldado na mesma sessão.

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 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética

◗◗ MARCELO RODRIGUES ALVES Professor do Curso de Especialização em Dentística da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp-SP). Clínica particular em Ribeirão Preto/SP. E-mail: dr.marcelo@mcpremiere.com.br ◗◗ ALVARO AUGUSTO JUNQUEIRA JÚNIOR Especialista e Mestrando em Dentística pela Forp/Usp-SP. E-mail: alvarojunqueira@usp.br

Como controlar a sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina composta INTRODUÇÃO Através das últimas décadas o uso de compósitos resinosos aumentou de modo significativo e tornou-se um procedimento odontológico bem estabelecido para restaurações diretas em dentição anterior e posterior1. Com o desenvolvimento de sistemas adesivos e restauradores, os compósitos resinosos tornaram-se materiais de sucesso previsível2. Apesar dos avanços das técnicas e dos materiais a sensibilidade pós-operatória seguida de restaurações em resina composta permanecem um problema, especialmente em dentes posteriores3. Entretanto, é de extrema importância um minucioso exame clínico a fim de detectar a causa da sensibilidade dental, pois existe uma grande variedade de causas da dor dentária. Trincas de esmalte e síndrome do dente gretado podem causar sensibilidade e o uso da transluminação muitas vezes é capaz de evidenciar tais ocorrências4.

DISCUSSÃO Hipersensibilidade dentinária e sensibilidade pós-operatória são comumente responsáveis por desconforto do paciente. Porém, é importante diferenciar tais condições, visto que o tratamento para elas (bem como a maneira de evitá-las) é bem diferente. Um dos fatores comumente relatados como responsável pelo aumento da sensibilidade é o tipo de adesivo utilizado. Em relação à sensibilidade pós-operatória, a utilização de adesivos auto-condicionantes passou a ser incentivada com a finalidade da diminuição de casos de sensibilidade pós-operatória. Entretanto, diversos estudos vêm derrubando esta ideia, demonstrando que o tipo de adesivo utilizado não possui real relevância da probabilidade de sensibilidade dental5,6,7,8,9,10,11. Da mesma maneira, a utilização de cimento de ionômero de vidro como agente forrador não demostrou eficiência em diminuir a sensibilidade pós-operatória12. A contração da resina composta e o pobre domínio da técnica operatória parecem ser fatores mais importantes no aumento da probabilidade de desenvolvimento da sensibilidade pósoperatória13. Tais fatores podem aumentar a incidência de microinfiltração, que é uma das responsáveis pela sensibilidade pós-operatória. Um passo interessante que aparenta diminuir a sensibilidade é o uso de abrasão a ar, pois diminui a ocorrência de microinfiltrações através 24 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Figura 1

Dente devidamente isolado. A presença de fluídos orais podem acarretar sensibilidade pós-operatória.

do aumento das forças de adesão entre o tecido dental e o material restaurador2. Já a hipersensibilidade dentinária é caracterizada por uma sensibilidade exacerbada da dentina vital quando esta é exposta a estímulos táteis, térmicos e químicos devido à exposição dos túbulos dentinários, sendo adequados histórico e anamnese a base para seu diagnóstico14. Um estudo15 retrospectivo realizado por Lockard em 2002 concluiu que reduções do tecido dental podem ser realizadas sem danos significativos à polpa quando apenas a irrigação da altarrotação era utilizada como agente resfriador. Um detalhe importante deste trabalho foi a utilização de brocas novas em cada paciente, sendo que nenhuma broca preparou mais de quatro elementos. Isto é um detalhe importante, pois a qualidade do corte da broca influencia diretamente na quantidade de calor gerado durante o procedimento.

CONCLUSÃO É importante observar que a literatura evidencia que o uso correto das técnicas é essencial para o sucesso clínico a longo prazo do procedimento, bem como para a diminuição da sensibilidade pós-operatória. É importante a realização de correto isolamento do campo operatório (a fim de evitar contaminação), adequada hibridização da estrutura dental e preciso preparo cavitário. A utilização de materiais adesivos e restauradores de qualidade, bem como uso de brocas novas sob efetiva irrigação, resultam em procedimentos com alta taxa de sucesso clínico e baixos níveis de sensibilidade. O correto ajuste oclusal após o término da restauração é de suma importância, visto que contatos prematuros podem ser a origem de sensibilidade dental. 


Alves MR / Junqueira Jr. AA

Figura 2

A técnica da transluminação facilita a visualização de trincas e possibilita diagnóstico diferencial pós-operatório.

Figura 5

A qualidade do diamante e o formato da ponta de acordo com o preparo são de suma importância para menor geração de efeitos colaterais. (Jota, Suíça)

Figura 3

Figura 4

Checar os contatos oclusais previamente ao tratamento restaurador possibilita elucidar os pontos de contato originais do dente, facilitando o ajuste oclusal pós-operatório e evitando contatos prematuros, que podem causar sensibilidade dental.

Figura 6

O uso de brocas novas sob abundante irrigação possibilita a criação de preparos cavitários mais precisos, menor aquecimento da estrutura dental e menor tempo clínico.

Figura 7

A comparação da quantidade de diamantes por milímetro quadrado é um ponto importante a ser considerado na hora da aquisição.

Figura 8

A correta higienização e esterilização das pontas evitam acúmulos que diminuem a capacidade de corte e possibilitam a contaminação cruzada.

Figura 9

Aplicação do sistema adesivo. A aplicação deve ser ativa em dentina, porém delicada em esmalte condicionado. A presença de excesso de adesivo pode causar falha na restauração, assim como sensibilidade pós-operatória.

Figura 10

Preferencialmente, os ângulos devem estar arredondados, com o intuito de diminuir a ocorrência de áreas submetidas a intenso estresse por forças oclusais. O preparo deve estar completamente seco previamente à aplicação do ácido fosfórico a 37%. Excesso de tempo de aplicação do ácido pode causar sensibilidade pós-operatória, assim como sua aplicação por pouco tempo. Tempos de aplicação de 12-15 segundos em dentina e 15-30 segundos em esmalte são recomendados. Lavagem copiosa para remoção eficiente do ácido é indispensável. A presença de ácido no preparo diminui a qualidade da adesão e pode causar sensibilidade pós-operatória. Após a lavagem, recomenda-se deixar a dentina levemente úmida.

Aspecto da cavidade após remoção dos excessos. Leves jatos de ar devem ser aplicados para completa evaporação do solvente presente no sistema adesivo. A permanência do mesmo pode causar sensibilidade pós-operatória.

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 Caderno Científico | Dentística Restauradora e Estética Figura 11

Figura 12

O uso de fotopolimerizadores de alta potência é recomendado, pois possibilitam eficiente polimerização do adesivo e do material restaurador sem a necessidade de grande aproximação do dente.

O contato da ponta do fotopolimerizador com o dente deve ser evitado, a fim de não causar aquecimento exagerado do dente e impedir que fragmentos resinosos venham aderir ao equipamento.

Figura 14

Alves MR / Junqueira Jr. AA

Figura 13

Como o fator de contração da resina composta pode causar sensibilidade pós-operatória, recomenda-se diminuir este efeito através da inserção da resina em pequenos incrementos. A má adaptação da resina deixa bolhas de ar entre o dente e a restauração, podendo contribuir com sensibilidade pós-operatória bem como falhas adesivas. Figura 15

Procedimentos de acabamento e polimento. O uso de brocas deve ser realizado sob irrigação abundante. Taças e borracha e discos de lixa e feltro devem ser aplicados intermitentemente, a fim de não elevar muito a temperatura do dente. Figura 16

Pode ocorrer polimerização precoce da resina composta caso a luz do foco esteja muito próxima ao dente. Preferencialmente, a luz de campo deve ser afastada e, se possível, ter sua intensidade atenuada.

A checagem dos pontos de contato deve ser realizada novamente após o término da restauração. Contatos prematuros podem causar sensibilidade, assim como pericementite. Deve-se evitar manter contatos oclusais na interface dente-restauração, pois isto pode causar fraturas no local.

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Fagundes TC, Barata TJ, Bresciani E, Cefaly DF, Jorge MF, Navarro MF. Clinical evaluation of two packable posterior composites: 2-year follow-up. Clin Oral Investig. 2006 Sep;10(3):197203. 2) Arora A, Acharya SR, Vidya SM, Sharma P. A comparative evaluation of dentinal hypersensitivity and microleakage associated with composite restorations in cavities preconditioned with air abrasion - An ex vivo study. Contemp Clin Dent. 2012 Jul;3(3):306-13. 3) Hayashi M, Wilson NH. Failure risk of posterior composites with post-operative sensitivity. Oper Dent. 2003 Nov-Dec;28(6):681-8. 4) Mathew S, Thangavel B, Mathew CA, Kailasam S, Kumaravadivel K, Das A. Diagnosis of cracked tooth syndrome. J Pharm Bioallied Sci. 2012 Aug;4(Suppl 2):S242-4. 5) Unemori M, Matsuya Y, Akashi A, et al. Composite resin restoration and postoperative sensitivity: clinical follow-up in an undergraduate program. J Dent 2001;29:7–13. 6) Perdigão J, Anauate-Netto C, Carmo AR, et al. The effect of adhesive and flowable composite on postoperative sensitivity: 2-week results. Quintessence Int 2004;35:777–84. 7) Akpata ES, Behbehani J. Effect of bonding systems on post-operative sensitivity from posterior composites. Am J Dent 2006;19:151–4. 8) Casselli DS, Martins LR. Postoperative sensitivity in Class I composite resin restorations in vivo. J Adhes Dent 2006;8:53–8. 9) Briso ALF, Mestrener SR, Delício G, et al. Clinical assessment of postoperative sensitivity in posterior composite restorations. Oper Dent 2007;32:421–6. 10) Browning WD, Blalock JS, Callan RS, et al. Postoperative sensitivity: a comparison of two bonding agents. Oper Dent 2007;32:112–7. 11) Van Dijken JW, Pallesen U. Four-year clinical evaluation of Class II nano-hybrid resin composite restorations bonded with a one-step self-etch and a two-step etch-and-rinse adhesive. J Dent 2011;39:16–25. 12) Burrow MF, Banomyong D, Harnirattisai C, Messer HH. Effect of glass-ionomer cement lining on postoperative sensitivity in occlusal cavities restored with resin composite–A randomized clinical trial. Oper Dent 2009;34:648–55. 13) Perdigão J, Swift EJ Jr. Post-op Sensitivity with Direct Composite Restorations. J Esthet Restor Dent. 2013 Aug;25(4):284-8. 14) Vale IS, Bramante AS. Hipersensibilidade dentinária: diagnóstico e tratamento. Rev Odontol Univ São Paulo, 1997 jul/set; 11(3):207-13. 15) Lockward MW. A retrospective study of pulpal response in vital adult teeth prepared for complete coverage restorations at ultra high speed using only air coolant. J Prosthet Dent. 2002 Nov; 88(5):473-8. 26 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


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◗◗ Fabiana Miura Graduada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo/Usp). Especialista em Odontopediatria pela Faculdade São Leopoldo Mandic-SP. Membro da Academia Brasileira de Odontologia Estética e da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. ◗◗ Rodrigo Nakaya Graduado pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (Fo/Usp). Especialista em Implantodontia pelo Senac-SP. Mestrando em Prótese Dentária pela Faculdade São Leopoldo MandicSP. Membro da Academia Brasileira de Odontologia Estética.

Protocolo de cimentação de restaurações cerâmicas anteriores com cimento fotopolimerizável Resumo A Odontologia Estética vem utilizando as restaurações cerâmicas como uma das alternativas para recriar a forma e a cor adequada dos dentes anteriores. As características ópticas, aliadas à longevidade, fazem do dissilicato de lítio (IPS E-MAX - Ivoclar Vivadent) um material muito adequado em casos que requerem resistência e estética. Os cimentos resinosos fotopolimerizáveis e o uso de try-in trouxeram a possibilidade de mimetizar a cor das facetas em porcelana com muita eficiência.

Introdução

◗◗ Referências Bibliográficas 1. Layton, DM, Walton, TR. The up to 21-year clinical outcome and survival of feldspathic porcelain veneers: accounting for clustering. Int J Prosthodont 2012;25: 604–612. 2. Magne, P, Belser U. Restaurações adesivas de porcelana na dentição anterior: uma abordagem biomimética. 1a ed. São Paulo: Editora Quintessence; 2003. 3. Zorba YO, Erdemir, A, Turkyilmaz, A, Eldeniz AU. Effects of different curing units and luting agents on push-out bond strength of translucent posts. J Endod. 2010; 36(9): 1521-5. 4. Gurel, G, Morimoto, S, Calamita, M, Coachman, C, Sesma, N. Clinical Performance of Porcelain Laminate Veneers: Outcomes of the Aesthetic Preevaluative Temporary (APT) Technique. Int J Periodontics Restorative Dent 2012; 32(6): 625–635. 5. Reshad, M, Cascione, D, Magne, P. Diagnostic mock-ups as an objective tool for predictable outcomes with porcelain laminate veneers in esthetically demanding patients: A clinical report. J Prosthet Dent 2008; 99(5): 333-339. 6. Quintella, LPAS. Influência dos cimentos resinosos na cor dos laminados e nas coroas ocas de porcelana. Rev Estét Contemp SBOE. 2000; 1(2):175-82. 7. Ozer F, Blatz MB. Self-etch and etchand-rinse adhesive systems in clinical dentistry. Compend Contin Educ Dent. 2013; 34(1): 12-4, 16, 18; quiz 20, 30. 8. Terzioglu, H, Yilmaz, B, Yurdukoru, B. The effect of different shades of specific luting agents and IPS empress ceramic thickness on overall color. Int J Periodontics Restorative Dent, 2009; 29 (5): 499-505. 9. Beolchi, RS, Forti W, Garofalo JC, Palo RM. O seu fotopolimerizador está preparado para os novos materiais?. Revista da APCD EStética, 2013; 01(2): 186-96. 28 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Os sistemas adesivos se tornaram elementos fundamentais para a evolução da Odontologia Estética. O surgimento de novas técnicas e materiais inovadores, como as restaurações cerâmicas, está diretamente ligado ao desenvolvimento dos adesivos. O sucesso dos lâminados cerâmicos depende de um planejamento criterioso onde é levada em conta, principalmente, a quantidade de esmalte remanescente no preparo1. Este esmalte remanescente define se o preparo pode ser mantido como laminado ou deve ser estendido para a coroa. Definido o planejamento e os materiais a serem utilizados, um protocolo de cimentação deve ser estabelecido para garantir a longevidade do trabalho. O objetivo deste relato é descrever um protocolo de cimentação de um caso onde extensas restaurações em resina composta foram substituídas por laminados e coroa.

Caso Clínico Paciente do gênero feminino, 49 anos, procurou atendimento odontológico pela insatisfação na constante pigmentação das restaurações em resina composta dos dentes anteriores. Através do exame clínico, radiográfico, modelos de estudo e fotografias intra e extraorais, foi elaborado o planejamento2. Com auxílio dos conceitos de DSD (Digital Smile Design), foi realizado o enceramento de diagnóstico, corrigindo a forma e a inclinação da linha média. Um mock up do enceramento foi apresentado à paciente para aprovação do planejamento. A documentação do caso com fotografias padronizadas tem o objetivo de colaborar no planejamento adequado, além de levar as informações necessárias ao técnico de prótese dentária, como cor, forma, posicionamento de borda incisal e margem gengival.

Como primeiro passo foi realizado o clareamento dental através da técnica caseira, por duas semanas (Day White 9,5% - Discus Dental). Aguardou-se 15 dias pós-clareamento para substituir todas as restaurações em resina composta (Empress Direct - Ivoclar Vivadent) dos dentes 12 ao 22. Estas restaurações foram confeccionadas com o intuito de remover qualquer área retentiva dos preparos. No dente 11 foi cimentado um pino de fibra de quartzo (DT Light Post - Bisco) com cimento autocondicionante (Rely X U200 - 3MESPE)3. Após as restaurações, os preparos dentários foram confeccionados seguindo as guias de desgaste em silicone de condensação (Zetalabor Zhermack)4 elaboradas através do enceramento de diagnóstico5. Nos dentes 12, 21 e 22 foram realizados preparos para facetas em porcelana e, no dente 11, foi realizado um preparo para coroa minimamente invasivo. A moldagem foi realizada com a técnica de afastamento gengival de duplo fio (Sure Cord 000 e Sure Cord 0 - Sure Endo) e silicona de adição (Elite HD+ - Zhermack). Para as restaurações provisórias, utilizou-se uma muralha em silicone de condensação (Zetalabor - Zhermack) e resina bisacrílica (Luxatemp - DMG). Após a remoção dos provisórios as peças cerâmicas, confeccionadas em Dissilicato de Lítio, IPS E-MAX (Ivoclar - Vivadent) foram provadas com Choice Try-in (Bisco)6 para escolha da cor do cimento resinoso7. A película formada possibilita estabilizar as peças para checagem de adaptação e definir a sequência de cimentação. O condicionamento das facetas e coroa foi realizado com ácido fluorídrico por 20 segundos (Porcelain Etch - Bisco) seguido de lavagem com água por 60 segundos. Uma aplicação de ácido fosfórico 32% (Uni-Etch - Bisco) foi realizada para remoção dos precipitados cristalinos. Após nova lavagem e secagem, foi aplicada uma fina camada de Porcelain Primer (Bisco) seguida de um aquecimento promovido por secador de cabelo durante 60 segundos7. A cimentação das peças iniciou-se seguindo o seguinte protocolo: Limpeza dos preparos com pedra-pomes e água com escova profilática (ICB - Ultradent). Um fio de afastamento Sure Cord #000 (Sure Endo) foi inserido no sulco gengival de todos os dentes preparados. Os dentes adjacentes foram protegidos com uma fita de teflon. Os preparos foram condicionados com ácido fosfórico a 32% em dentina e esmalte


Miura F / Nakaya R

por 15 segundos e lavados com água por mais 15 segundos. Um leve jato de ar foi utilizado para remover o excesso de água dos preparos, mantendo a umidade. O primer foi aplicado em camadas consecutivas até obter uma superfície brilhante (Primer A + B - All Bond 2 - Bisco). Com um leve jato de ar todo o solvente do primer foi evaporado. O adesivo (DE Resin - All Bond 2 - Bisco) foi aplicado e o excesso foi removido com um jato de ar. O adesivo não foi fotopolimerizado nesta fase.

Nas peças foi aplicada uma fina camada do adesivo, seguida da inserção do cimento resinoso Choice Translucent (Bisco)8 com o cuidado de não incorporar bolhas de ar. As peças foram acomodadas sobre os preparos e o excesso de cimento foi removido com o auxílio de um Microbrush. Uma fotoativação de 5 segundos foi realizada para a remoção dos excessos de cimento proximais e do fio de afastamento. Um gel hidrossolúvel foi utilizado na linha de cimentação para promover a total

Conclusão A longevidade das restaurações cerâmicas depende do correto planejamento do caso e de um protocolo de procedimentos que devem ser seguidos rigorosamente.  Figura 3

Figura 2

Figura 1

polimerização do cimento. A fotoativação final foi feita por 20 segundos por face, alterando os dentes para não superaquecê-los9. Com o auxílio de uma lâmina de bisturi 12 todos os excessos foram removidos.

Caso Inicial. Mock Up.

Clareamento Dental.

Figura 4

Figura 6

Figura 5

Remoção das restaurações e checagem com lente Trans Lume verde Valo (Ultradent).

Preparos dentários.

Figura 9

Figura 8

Figura 7

Prova Choice Try-in (Bisco). Figura 10

Aplicação e lavagem do Porcelain Etch (Bisco).

Aplicação do DE Resin (All Bond 2 - Bisco).

Aplicação do Primer A e B (All Bond 2 – Bisco). Figura 14

Remoção do fio .

Aplicação do ácido fosfórico 32% (Uni-Etch - Bisco). Figura 12

Figura 11

Figura 13

Laminados e Coroas em IPS EMAX (Ivoclar - Vivadent).

Inserção do cimento resinoso Choice Translucent (Bisco). Figura 15

Fotopolimerização (Valo - Ultradent).

Caso Finalizado.

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 Caderno Científico | Periodontia

◗◗ BRUNA GABALDO CORRÊA Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Atualização em Implantodontia pela Associação Paulista de CirurgiõesDentistas, regional Ribeirão Preto-SP (Apcd RP). E-mail: bg_correa@hotmail.com ◗◗ MARCOS ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA Cirurgião-dentista, clínico geral, graduado pelo Curso de Odontologia da Universidade de Uberaba-MG (Uniube).

A etiologia da recessão gengival RESUMO A recessão gengival é uma condição altamente prevalente nos dias de hoje, podendo ser comumente encontrada tanto em pacientes de boa higiene oral, quanto naqueles que apresentam deficiência da mesma. Se apresenta como o deslocamento apical da margem gengival livre causando exposição radicular, podendo ser localizada ou generalizada (Figura 1).

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA A recessão apresenta etiologia multifatorial. Como componentes locais e mecânicos, temos como principais fatores, o biofilme bacteriano, a posição dentária, a oclusão traumática, o trauma proveniente da escovação, a inserção alta dos freios, bridas, ou fibras musculares, as deiscências ósseas, pressão labial e a reduzida faixa de gengiva inserida1. Pode ocorrer na infância e aumenta a prevalência e severidade com a idade, sendo prevalente em 62 – 72% dos pacientes adultos jovens, podendo atingir 100% dos pacientes mais tarde. A influência da idade está ligada ao fato do dente propenso a recessão gengival estar a mais tempo submetido aos fatores de risco2. Estudos epidemiológicos revelaram que 88% das pessoas com 65 anos de idade e 50% das pessoas de 18 a 64 anos de idade, têm um ou mais sítios com recessão. A presença da extensão da recessão gengival aumenta com a idade. Mais de 50% da população tem um ou mais sítios com recessão gengival de 1mm ou mais3. Em uma pesquisa feita na Fop/Unicamp, observou-se também que o maior número de pa-

cientes acometidos pela recessão está associado ao tabagismo, à presença de doenças sistêmicas e ao tratamento periodontal já realizado4. Em outra pesquisa, detectou-se maior frequência de recessão gengival nos incisivos inferiores do lado esquerdo e isto ocorre provavelmente pela escovação traumática nesta região, neste caso por destros, por usarem maior força nesta região. Também foi mais pronunciada em indivíduos com história de uso de escova dura, com uma média de 9,4% , sendo que os indivíduos que nunca haviam usado escovas com cerdas duras, apresentaram uma média de 4,7%4. O acúmulo do biofilme bacteriano é de suma importância na perda de tecido de inserção periodontal, que é um dos fatores determinantes para a ocorrência da recessão gengival. Em um estudo, nos dentes em que havia maior dificuldade de higienização, houve maior acúmulo de biofilme, consequentemente, gengivite e maior prevalência de recessão, foram encontrados cálculos em 25% dos casos de incisivos inferiores com recessão, sugerindo a existência de um desalinhamento dentário, que permitiu o acúmulo de debris. Este fator deve ser observado antes do início de tratamentos ortodônticos, não devendo ser realizado em pacientes com condições precárias de higiene bucal, pois comumente poderiam ocorrer fenestrações e/ou deiscências ósseas, em função da aplicação de forças ortodônticas, em presença de inflamação. Desta forma, é imprescindível a terapia periodontal antes da colocação do aparelho ortodôntico e o monitoramento cuidadoso durante o tratamento, com avaliações do índice de placa para testar a cooperação do paciente5,6,7,8,9. As deiscências e fenestrações ósseas constituem um pré-requisito para o desenvolvimento da re-

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Garcia RV, Sakakura CE. Tratamento de recessõesgengivais com a técnica de Harris. Rev Paul Odontol. 2004; 26 (4): 36-9. 2) Baker DL, Seymou RG. The possible pathogenesis ofgingival recession. J. Clin. Periodontol. 1976; 3: 208-219. 3) Kassab MM, Cohen RE. The etiology and prevalence og gingival recession. JamDentAassoc. 2003;134(2):220-5. 4) Stoner JE, Mazdyasna S. Gingival recession in the lower incisor region of 15 year old subjects. J.Periodontol. Chicago. 1980 april; vol. 51(2):74-76. 5) Parfitt GJ, Mjör IA. A clinical evaluation of localized gingival recession in children. J dent Children, Chicago, v. 31,p. 257-262, 1964. 6) Trott, JR, Love B. An analysis of localized gingival recession in 766 Winnipeg high school students. dental Practitioner dental record, Bristol, v. 16, no. 6, p. 209-213, Feb. 1966. 7) Viazis AD; Corinaldesi G, Abramsom M M. Gingival recession and fenestration in orthodontic treatment. J Clin orthod, Boulder, v. 24, no. 10, p. 633-636, Oct. 1990. 8) Manschot A. Orthodontics and inadequate oral hygiene compliance as a combined cause of localized gingival recession: a case report. Quintessence int, Berlin, v. 22, no. 11, p. 865-870, 1991. 9) Menezes L M, et al. A inter-relação Ortodontia / Periodontia em pacientes adultos. ortodontia Gaúcha, Porto Alegre, v. 7, n.1, p. 6-21, jan./jun. 2003. 10) Smith RG. Gingival recession: reappraisal of an enigmatic condition and a new index for monitoring. J Clin Periodontol, Copenhagen, v. 24, no. 3, p. 201-205, Mar. 1997. 11) Sardella A, Pedrinazzi M, Bez C, lodi G, Carrassi A. labial piercing resulting in gingival recession. A case series. J Clin Periodontol. 2002 oct;29(10):961-3 12) Vehkalahti M. Ocurrence of gingival recession I adults. J Periodontol 1989; 60:599-603. 30 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


Corrêa BG / Corrêa MAS

Figura 1

cessão periodontal. Tais deficiências podem ser anatômicas ou adquiridas. As anatômicas, são as deiscências que podem ser formadas quando a direção da erupção dentária leva a raiz a uma posição mais vestibular ou lingual aos dentes adjacentes, se projetando além da crista óssea. As deiscências adquiridas resultam do movimento dentário, sob força, para posições que ultrapassem a placa cortical vestibular ou lingual10. Outro estudo apresentou seis jovens que desenvolveram recessão gengival na área de incisivo inferior, relacionadas ao piercing labial. O piercing no lábio inferior era mantido no lugar, por um disco de metal na mucosa labial interna, em contato com os incisivos inferiores, sendo possível fator traumático responsável pela recessão gengival (Figura 2)11. A recessão gengival pode trazer várias consequências ao paciente, tais como maior suscetibi-

Figura 2

lidade à cárie radicular, sensibilidade dentinária, dificuldade no sucesso do reparo periodontal, dificuldade na manutenção da higiene bucal, além do comprometimento estético12.

CONCLUSÃO A recessão gengival apresenta etiologia multifatorial, com a combinação de variáveis externas e anatômicas locais. Tendo como fatores locais, o mal posicionamento dentário, anatomia do tecido gengival, disposição óssea e como fatores externos principais, a escovação traumática e acúmulo de biofilme. Acomete indivíduos desde a infância, aumentando sua incidência conforme o aumento da idade, devido ao maior tempo de exposição aos fatores de risco. Com o controle de biofilme periodontal e do trauma de escovação é possível evitar a progressão da recessão periodontal. 

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 Caderno Científico | Ortodontia

◗◗ Fabiana Careli de Castro Matarazzo Mestre em Endodontia. E-mail: facareli@ig.com.br ◗◗ Alexandre Touso Matarazzo Especialista em Ortodontia. ◗◗ Paulo Henrique Barbosa Stopa Mestre em Ortodontia.

Mordida aberta anterior INTRODUÇÃO A mordida aberta anterior é uma má oclusão vertical, onde verifica-se a presença de trespasse vertical negativo entre as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores1. Sua etiologia é multifatorial, mas as principais causas são a hereditariedade e as causas ambientais2 como hipertrofia de amígdalas, respiração bucal e hábitos bucais deletérios3.

DISCUSSÃO Sucção digital ou chupeta têm grande participação na etiologia da mordida aberta anterior e, nesses casos, a deformidade é dentoalveolar, com a mordida aberta restrita à área de sucção4. Se esses hábitos forem praticados até os 4 anos de idade, eles não devem sofrer interferências. A partir dos 5 anos, caso haja interrupção espontânea do hábito e auxiliada por um padrão de crescimento favorável, a correção pode ocorrer naturalmente5. Quando isso não ocorre, a má oclusão deve ser interceptada, evitando seu agravamento6. No caso de amígdalas hipertrofiadas, ocorre uma projeção da língua para frente e para baixo, na tentativa de descomprimir a amígdala hipertrofiada, levando a uma interposição da língua entre os incisivos, favorecendo o desenvolvimento de uma mordida aberta anterior6. A respiração bucal é causada pela presença de algum obstáculo no trato respiratório superior7, fazendo com que os lábios fiquem entreabertos e com a língua repousando mais inferior e anteriormente, deslocando a mandíbula para baixo e para trás, causando erupção passiva dos dentes posteriores8. O paciente com respiração bucal deve ser diagnosticado e tratado o mais breve possível, restabelecendo a respiração nasal e favorecendo

o sucesso e estabilidade do tratamento9. Bebês amamentados de maneira natural executam um intenso trabalho muscular ao sugar o seio materno, causando fadiga da musculatura perioral. Assim, a criança dorme sem necessidade de sucção da chupeta ou dedo, que são fatores prejudiciais ao desenvolvimento do sistema estomatognático e que possibilitam a instalação da mordida aberta anterior10. A fase da dentadura mista é a melhor época para intervenção e correção da mordida aberta anterior, interceptando os problemas que interferem no crescimento do complexo dentomaxilar11. Nesta fase, os aparelhos utilizados visam a eliminação dos hábitos deletérios, e os mais utilizados são os aparelhos interceptores e funcionais, como grade palatina, bite block, aparelho extra bucal com tração alta e esporão lingual12. Na fase da dentadura permanente, o tratamento preconizado é o aparelho ortodôntico fixo associado a elásticos intermaxilares anteriores, causando uma extrusão dos dentes anteriores13. Extrações dentárias também podem corrigir a mordida aberta anterior, com resultados mais estáveis14. A cirurgia ortognática também deve ser considerada nos casos com grande envolvimento esquelético, onde as compensações dentárias não são suficientes para correção da modida aberta anterior15.

CONCLUSÃO Quanto mais precoce for o tratamento, melhores são os resultados e menores as recidivas, lembrando sempre que o tratamento deve ser multidisciplinar (otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e psicólogo), para diminuir o risco de instabilidade da mordida aberta anterior8. 

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Almeida, R.R.;Santos, S.C.B.N.; Santos, E.C.A.; Insabralde, C.M.B.; Almeida, M.R. Mordida aberta anterior: considerações e apresentação de um caso clínico. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 3, n. 2, p. 17-30, mar./abr. 1998. 2) Henriques, J.F.C.; Cruz, K.S.; Janson, G. Sucção digital: implicações ortodônticas e estabilidade de um caso tratado precocemente. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.2, n.2, p. 37-50, abr./maio 2003. 3) Silva Filho, O.G.; Rego, M.V.N.N.; Cavasan, A.O. Hábitos de sucção e má oclusão: epidemiologia na dentadura decídua. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.2, n.5, p. 57-74, out./nov. 2003. 4) Moyers, R.E. Ortodontia. 4a. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. 5) Proffit, W.R. Ortodontia Contemporânea. São Paulo: Pancast, 1995. 6) Almeida, R.R., Garib, D.G., Henriques, J.F.C.; Almeida, M.R. Ortodontia preventiva e interceptadora: Mito ou realidade? Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 4, n.6, p. 87-108, nov./dez. 1999. 7) Lusvarghi, L. Identificando o respirador bucal. Rev. APCD, São Paulo, v.53, n.4, p.265-273, jul./ago. 1999. 8) Henriques, J.F.C.; Urias, D.; Bresolin,D. Mordida aberta anterior: a importância da abordagem multidisciplinar e considerações sobre a etiologia, diagnóstico e tratamento: apresentação de um caso clínico. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.5, n.3, p.29-36, maio/jun. 2000. 9) Ozawa, T; Okada, C.H.; Carvalho, R.M. Controle vertical em ortodontia. Ortodontia, v.2, p.81-90, 1998. 10) Maresca, C.A.; Feres, M.A. In: Peterlli, E. Ortodontia para fonoaudiologia, Curitiba: Lovise, 1992, cap. 10, p.164-176. 11) Moura, W.V.B.; Maia, N.G. Avaliação do modus operandi dos procedimentos ortodônticos interceptores das más oclusões na dentadura mista. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.3, n.6, p.53-60, nov./dez. 1998. 12) Reis, M.J.; Pinheiro, C.N.; Malafaia, M. Tratamento da mordida aberta anterior: relato de caso clínico. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.6, n.4, p. 88-96, ago./set. 2007. 13) Petrelli, E. Ortodontia para fonoaudiologia. Curitiba: Lovise, 1992. 14) Souza, J.E.P.; Lopez, A.C.P.; Andrade, P. Tratamento da mordida aberta anterior com extrações de primeiros molares superiores. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.3, n.4, p. 68-75, ago./set. 2004. 15) Nogueira, F.F.; Artese, F.; Nascimento, J.M. Esporão lingual colado Nogueira: tratamento coadjuvante da deglutição atípica por pressionamento lingual. Rev. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v.10, n.2, p. 129-156, mar./abr. 2005. 32 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


Matarazzo FCC / Matarazzo AT / Stopa PHB

Figura 3

Figura 2

Figura 1

Fotos iniciais da primeira fase do tratamento (aparelho interceptor).

Figura 6

Figura 5

Figura 4

Aparelho interceptor instalado.

Fotos finais da primeira fase do tratamento.

Foto final da primeira fase do tratamento.

Figura 10

Fotos iniciais da segunda fase do tratamento (aparelho fixo).

Figura 11

Foto inicial da segunda fase do tratamento (aparelho fixo).

Figura 13

Figura 9

Figura 8

Figura 7

Figura 12

Aparelho fixo instalado.

Uso de elรกsticos intermaxilares.

Figura 15

Figura 14

Fotos finais da segunda fase do tratamento.

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 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Ricardo Moreno Bonilha Neto Diretor do Instituto César Arita. Graduado pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/ Usp). Pós-graduado em Reabilitação Oral e Especialista em Implantodontia pela Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Eap/Aorp). Doutorando em Implantodontia pela Faculdade São Leopoldo Mandic Campinas/SP. Advanced Course Dental Implantology pela University Frankfurt am Main - Alemanha. Membro do ITI (International Team for Implantology). Membro da equipe Arita Cursos desde 2006. E-mail: ricardobonilha@ig.com.br ◗◗ Dr. José Pedro Issy Júnior Diretor do Instituto César Arita. Graduado pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Especialista em Dentística Restauradora, Pós-Graduado em Odontologia Estética com ênfase em Reabilitação Oral e em Implantodontia pela Eap/Aorp. Treinamento em Implantes Ankylos - Frankfurt e Hanau – Alemanha. Membro da equipe Arita Cursos desde 2009. ◗◗ Dr. Márcio Buffoni D'Ávila e Silva Diretor do Instituto César Arita. Graduado pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). Especialista em Dentística Restauradora, Pós-Graduado em Odontologia Estética com ênfase em Reabilitação Oral e em Implantodontia pela Eap/Aorp. Treinamento em Implantes Ankylos - Frankfurt e Hanau – Alemanha. Membro da equipe Arita Cursos desde 2009. ◗◗ Dr. Thiago de Oliveira Tomaselli Diretor do Instituto César Arita.Graduado em Odontologia pela Universidade de Ribeirão Preto Unaerp). Pós Graduado em Reabilitação e Especialista em Implantodontia pela Eap/ Aorp. Doutorando em Implantodontia pela Faculdade São Leopoldo MandicCampinas-SP. Advanced Course Dental Implantology - University Frankfurt am Main - Alemanha (2009, 2010, 2011). Dental Implantology Course for Advanced and Complex Cases One Step Vertical Augmentation with Autologous Bonerings - Medical University of Vienna – Áustria. Membro da equipe Arita Cursos desde 2004. ◗◗ Francisco Mello Jr. Graduado em Desenho Industrial pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade do Estado de São Paulo (Faac-Unesp/Bauru-SP). Técnico em Prótese Dentária desde 1986. Proprietário do Laboratório Artifício Design Dental (São Carlos-SP). Consultor técnico para cerâmicas Creation - Willi Geller. Membro da Oral Design International Foundation (Zurich/Suíça).

O desafio do incisivo inferior Introdução A perda de um único dente, principalmente na região anterior, representa uma dificuldade clínica muito particular. A estética satisfatória e uma função adequada são primordiais. O sucesso de uma restauração implanto-suportada não depende simplesmente de uma função clínica restaurada, mas também da obtenção de uma harmonia estética dento-gengival. A escolha do implante ideal para cada caso depende de vários fatores, tais como: tipo de ausência dentária, remanescente ósseo, qualidade gengival, espaço protético disponível, perfil de emergência e oclusão1. O uso de implantes de diâmetro reduzido está indicado em situações clínicas específicas. Dentre estas situações específicas, podem ser citados casos onde o espaço entre raízes é reduzido, a espessura óssea é deficitária (vestíbulo-lingual ou vestíbulo-palatal) e se o dente a ser reabilitado apresentar diâmetro cervical reduzido2. No caso de incisivos inferiores o espaço limitado é sempre algo a ser considerado nos planejamentos com implantes3. Outro fator primordial é o processo de reparo do alvéolo após uma perda dentária que invariavelmente acompanha uma perda dimensional de tecidos moles e duros, seja vertical ou horizontal4. Esta remodelação tecidual deve ser evitada ou minimizada, para que a arquitetura gengival natural possa ser reproduzida nas restaurações sobre implantes. Todos estes detalhes são fundamentais no resultado final das restaurações, visto que o complexo estética branca e estética rosa deve estar em perfeita harmonia. O contorno, a cor, a textura, o formato e o perfil de emergência devem ser observados para se garantir uma estética adequada e harmoniosa. O objetivo desta descrição de caso clínico é descrever uma técnica de condicionamento gengival através da manutenção da arquitetura gengival pelo pôntico ovóide5,6, evidenciando o uso de implante de diâmetro reduzido e o uso de um pilar adequado ao perfil de emergência de um incisivo inferior na tentativa de obtermos resultados estéticos favoráveis.

Caso Clínico Na primeira sessão foi diagnosticado lesão endo-pério - elemento 31 - e, devido a extensão da lesão, o dente foi condenado. Foram pedidos exames complementares (Rx panorâmico, tomografia volumétrica, exames laboratoriais, modelos de estudo) e, a partir de análise criteriosa, foi decidido realizar a exodontia e preservar a arquitetura gengival através da própria coroa dentária da paciente que foi adaptada em forma de pôntico ovóide e fixada com resina composta nos dentes adjacentes. Após um período de 90 dias foi realizada a cirurgia de instalação de implante (Ankylos -

34 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

3,5 mm de diâmetro por 11 mm de comprimento - Dentsply Implants). Após a instalação do implante a paciente recebeu uma prótese provisória fixa ao implante recém instalado na intenção de preservar as dimensões de tecido mole e o perfil de emergência que haviam sido mantidos pelo pôntico ovóide. Foi instalado um pilar standard com diâmetro cervical de 3,3 mm (Dentsply Implants). Para garantir um contorno gengival adequado foi inserido enxerto de tecido conjuntivo na região vestibular do incisivo em questão. Foi confeccionada uma coroa provisória acrílica e imediatamente cimentada ao pilar. Para este implante específico espera-se 45 dias de osseointegração. A partir deste período foram feitos alguns ajustes em provisório para obtermos melhores contornos gengivais e, na sequência, foi obedecido o protocolo convencional de moldagem, prova cerâmica e cimentação.

Discussão Diversas opções de tratamento podem ser propostas na reposição unitária de um incisivo inferior. Dentre algumas opções pode-se incluir: prótese fixa adesiva, prótese fixa convencional e implante unitário. Cada opção apresenta indicações e contra indicações, benefícios e malefícios. Através desta breve discussão serão abordados estes detalhes de cada tratamento proposto. A prótese fixa adesiva é indicada quando há a possibilidade de realização de preparos minimamente invasivos, visando a manutenção de esmalte para melhor adesividade. A característica de mínima invasividade é também o maior benefício desta técnica. Por outro lado, diferenças na mobilidade dentária dos dentes pilares podem trazer problemas indesejáveis de soltura e perda da prótese. Portanto, essa técnica está contraindicada em casos de mobilidade dentária, dentes fora do alinhamento e dentes pilares que apresentam ausência de esmalte para uma adesividade adequada3. Próteses fixas convencionais apresentam alguns desafios peculiares, mais especificamente relacionados à obtenção de espaço para o material restaurador. Na média, a medida de um incisivo inferior no sentido mesio-distal é de 5,3 mm e seu diâmetro cervical, 3,5 mm. A maioria dos materiais usados em próteses fixas convencionais precisam de, aproximadamente, uma redução axial de 1 a 2 mm seja em metalocerâmicas ou em sistemas cerâmicos livres de metal. Seguindo a premissa da necessidade de redução axial dos pilares protéticos é provável o envolvimento dos tecidos pulpares sendo necessário o tratamento endodôntico. Portanto, todos estes detalhes devem ser considerados no planejamento e apresentados ao paciente3. Vários fatores devem ser considerados no planejamento com implantes para se atingir o sucesso. O espaço a ser restaurado, o resultado estético e o resultado funcional ao longo do tem-


Bonilha Neto RM / Issy Jr. JP / Silva MBD / Tomaselli TO / Mello Jr. F

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Esplintagem com resina composta do dente a ser extraído aos seus adjacentes.

Pôntico ovóide confeccionado através do próprio dente da paciente.

Figura 4 Figura 5

Radiografia periapical inicial.

Figura 6

Vista da arquitetura gengival mantida através do pôntico ovóide pós 90 dias.

Figura 7

Radiografia periapical após 90 dias. Instalação de implante e provisionalização imediata. Figura 8 Figura 9

Radiografia periapical de controle após 45 dias. Vista oclusal da manutenção da arquitetura gengival. Figura 11 Figura 10

Aspecto clínico após 45 dias.

Figura 12

Individualização do provisório.

Provisório após individualização do perfil de emergência.

Pilar Ankylos Standard - perfil de emergência adequado.

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 Caderno Científico | Implantodontia Figura 13 A

Figura 13 B

Bonilha Neto RM / Issy Jr. JP / Silva MBD / Tomaselli TO / Mello Jr. F

Figura 14

Figura 13 C

Coroa metalo-cerâmica pós-cimentação. Figura 15

Coroa metalo-cerâmica.

Radiografia periapical de controle - 06 meses.

po. Outra consideração importante está associada ao procedimento cirúrgico como quantidade e qualidade óssea e a posição das raízes dentárias adjacentes1,2,3. Uma das primeiras considerações no planejamento com implantes é a disponibilidade óssea. Essa disponibilidade é comumente deficitária devido a trauma dental, doença periodontal, perda decorrente de exodontia e reabsorção óssea através de longos períodos após a extração. Procedimentos de enxertos ósseos podem ser necessários previamente à implantação, já que a anatomia natural do osso alveolar na dimensão buco-lingual pode ser limitante para o posicionamento tridimensional ideal dos implantes. Além da disponibilidade óssea, o cirurgião deve estar atento às restrições anatômicas que podem acarretar o insucesso das restaurações, como o espaço reduzido entre as raízes e coroas dentárias adjacentes. Raízes convergentes são uma contra indicação da instalação de implantes, até que esta condição seja corrigida ortodonticamente3,7. O fato dos implantes de diâmetro reduzido apresentarem medidas menores que as do espaço edêntulo não significa que eles devam ser instalados. O mínimo de 1 mm além da medida

do implante de cada lado é recomendado para manutenção óssea e acomodação da papila interdental3. Uma vez determinado que a disponibilidade óssea está adequada deve-se ater ao detalhe da restauração protética. Isso requerer considerações tanto dos materiais empregados quanto na perspectiva anatômica do dente em questão. As medidas médias dos incisivos inferiores são extremamente pequenas criando diversos desafios e limitações na restauração protética. Independentemente do pilar escolhido, manufaturado ou individualizado, conseguir um perfil de emergência que mimetize o de um dente natural pode ser extremamente complexo. Outra limitação é proveniente dos espaços necessários aos materiais dentários. Com um espaço tão reduzido, a espessura para trabalhos estéticos cerâmicos pode não ser possível. Por outro lado, diversos trabalhos mostram o alto índice de sucesso na utilização de implantes de diâmetro reduzido7,8. Um dos fatores mais importantes na escolha do tratamento reabilitador com implantes é a utilização de um sistema de implantes adequado. O sistema Ankylos segue a filosofia do conceito tissue care que preconiza cinco pontos

chaves para a estabilidade tecidual. Este conceito está relacionado à ausência de micromovimentação e ausência de “gap” (espaço) entre o pilar protético e o implante, tratamento de superfície até o colar do implante, posicionamento sub cristal do implante e plataforma “switching”5,9. Somado á interface pilar/implante tipo cone morse que mostra alta estabilidade mecânica e ao fato do componente protético apresentar diâmetro cervical de 3,3 mm de espessura, este sistema de implantes se torna um grande aliado nos planejamentos de implantes em áreas desafiadoras como no caso de incisivos inferiores.

Conclusões É notório que a reabilitação de incisivos inferiores é um desafio. No planejamento, é imprescindível a atenção a diversos detalhes, principalmente quando a decisão é pela reposição através de implantes osseointegráveis. Para se obter um resultado estético e funcional adequado, é necessária a manutenção da arquitetura gengival pós-exodontia, através do pôntico ovóide, bem como a escolha de um implante de diâmetro reduzido e pilar adequado que permitam um perfil de emergência compatível ao incisivo inferior. 

◗◗ Referências Bibliográficas 1) Davarpavah M., Martinez H., Tecucianu I. F., Celletti R., Lazzara R. Small diameter Implants: Indications and Contraindications. J Esthet Dent 12:186-194,2000). 2) Arisan V, Bolukbasi N, Ersanli S, Ozdemir T. Evaluation of 316 narrow diameter implants followed for 5–10 years: a clinical and radiographic retrospective study. Clin. Oral Impl. Res. 21, 2010; 296–307. doi: 10.1111/j.1600-0501.2009.01840. 3) Fleigel J.D., Salmon, C. A., Piper, J.M. Tratment options for replacement of missing mandibular incisors. Journal of Prosthodontics 20 (2011) 414-420. 4) Araujo, M.G. & Lindhe, J. Dimensional ridge alterations following tooth extraction. An experi- mental study in the dog. Journal of Clinical Periodontology (2005) 32: 212–218. 5) Trimpou G., Weigl P., Krebs M.,Parvini P., Nentwig G.H. Rationale for esthetic tissue preservation of a fresh extraction socket by an implant treatment concept simulating a tooth replantation Case report. Dental Traumatology 2010; 26: 105–111; doi: 10.1111/j.1600-9657.2009.00831. 6) Guruprasada, Creating natural gingival profiles of missing anterior teeth using ovate pontic. A case report, Medical Journal Armed Forces India (2012), doi:10.1016/j.mjafi.2012.01.001. 7) Lee J-S, Kim H-M, Kim C-S, Choi S-H, Chai J-K, Jung U-W. Long-term retrospective study of narrow implants for fixed dental prostheses. Clin. Oral Impl. Res. 00, 2012, 1–6 doi: 10.1111/ j.1600-0501.2012.02472. 8) Sohrabi K, Mushantat A, Esfandiari S, Feine J. How successful are small-diameter implants? A literature review. Clin. Oral Impl. Res. 23, 2012, 515–525 doi: 10.1111/j.1600-0501.2011.02410. 9) Nentwig GH. The Ankylos system: concept and clinical applications. J Oral Implantol. 2004;30:171–177. 36 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


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 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Zulene Alves Ferreira Cirurgiã-dentista graduada pela Universidade de Uberaba-MG (Uniube), atuante nas áreas de Periodontia e Implantodontia. Especialista, Mestre e Doutora em Periodontia pela Unesp de Araraquara-SP. Coordenadora dos cursos de Atualização em Periodontia e de Cirurgia Plástica Periimplantar da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp). E-mail: zuleneferreira@netsite.com.br. ◗◗ Walter Martins Júnior Graduado em Odontologia. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). Especialista em Periodontia e Mestre em Diagnóstico Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (Fob/Usp). Doutor em Odontologia na área de Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara. (Foar/Unesp). Professor Titular da Disciplina de Periodontia. Do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Eap/Aorp).

Reconstrução da parede vestibular de alvéolo severamente comprometido por meio de enxerto corticomedular Introdução Indivíduo gênero masculino, 61 anos, compareceu ao consultório apresentando sintomatologia dolorosa e fístula ativa na região vestibular do dente 22. Radiograficamente o elemento apresentava coroa protética associada a núcleo metálico fundido. A avaliação da profundidade de sondagem encontrada na face vestibular foi de 10 mm. Após o controle do processo infeccioso agudo por meio de antibiótico, procedeu-se a remoção da raiz comprometida que evidenciou extensa fratura longitudinall. Após cuidadosa limpeza cirúrgica do alvéolo, procedeu-se a instalação do implante seguido da reconstrução da parede vestibular destruída utilizando-se de lâmina de osso corticomedular obtida da tuberosidade. Decorrido o período da osseointegração procedeu-se a reabilitação protética final da área que apresentava excelente estabilidade tecidual da margem gengival decorrente da reconstrução da parede óssea vestibular alcançada.

Discussão O enxerto corticomedular obtido da tuberosidade tem sido utilizado recentemente para a reconstrução de alvéolos com uma de suas paredes severamente comprometidas, notadamente a vestibular1,2. É uma técnica que permite a instalação de implante em alvéolos frescos que apresentem defeitos extensos por meio de

procedimento cirúrgico reconstrutivos, sem a elevação de retalho4. Foi desenvolvida buscando diminuir o tempo de tratamento e permitir a reconstrução da parede vestibular com menor morbidade em casos de perdas extensas3. É importante salientar que um dos principais motivos do sucesso do caso deveu-se a correta estabilização do enxerto corticomedular. Para tal, o defeito alveolar foi mapeado com sonda periodontal e o enxerto teve seu formato modelado com alveolótomos delicados de forma a ficar justaposto às paredes ósseas remanescentes. Posteriormente, maior estabilidade foi obtida em conseqüência do preenchimento do espaço existente entre o enxerto e a superfície do implante. Para tanto, osso medular particulado foi inserido e compactado com condensadores ósseos apropriados. Esta condição criada permite o estabelecimento de um compartimento entre a lâmina óssea e o implante, ideal para que as três condições básicas ostegênese, osteocondução e osteoindução para a formação óssea aconteçam de maneira ideal4-6.

Conclusão Esta técnica tem demonstrado ser bastante promissora para as condições descritas embora seja altamente sensível à obediência de um rigoroso protocolo para sua realização. 

◗◗ Referências Bibliográficas 1) ROSA, J.C.M.; Restauração Dentoalveolar Imediata: implantes com carga imediata em alvéolos comprometidos. São Paulo: Santos, 2010. 349p. 2) ROSA, J.C.M.; ROSA, D.M.; ZARDO, C.M.; ROSA, A.C.P.O.; CANULLO, L. Reconstruction of damaged fresh sockets by connective-bone sliver graft from the maxillary tuberosity, to enable immediate dentoalveolar restoration (IDR): a clinical case. Implats Int M Oral Impl 2009; 10:12-17. 3) ROSA, J.C.M.; ROSA, D.M.; ROSA, A.C.P.O.; ZARDO, C.M. Carga Imediata Pós-exodontia: da integridade dos tecidos de suporte à necessidade de enxertos. Clinica Int J Braz Dent 2008; 4(1):52-67. 4) DE KOK, I.J.; CHANG, S.S.; MORIARTY, J.D.; COOPER, L.F. A retrospective analysis of peri-implant tissue responses at immediate load/provisionalized microthreaded implants. Int J Oral Maxillofac Implants. 2006 May-Jun;21(3):405-12. 5) BARONE, A.; RISPOLI, L.; VOZZA, I.; QUARANTA, A.; COVANI, U. Immediate restoration of single implants placed immediately after tooth extraction. J Periodontol. 2006 Nov;77(11):1914-20. 6) CANULLO, L.; RASPERINI, G. Preservation of peri-implant soft and hard tissues using platform switching of implants placed in immediate extraction sockets: a proof-of-concept study with 12- to 36-month follow-up. Int J Oral Maxillofac Implants. 2007 Nov-Dec;22(6):995-1000. 38 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


Ferreira ZA / Martins Jr. W

Figura 3

Figura 2

Figura 1

Consulta inicial.

Figura 4

Radiograficamente nota-se a presença de núcleo metálico curto.

Figura 6

Figura 5

Aspecto vestibular do implante instalado. Não houve travamento necessário para temporização imediata.

Figura 7

Fratura longitudinal da raiz.

Figura 9

O enxerto foi modelado e inserido no defeito vestibular, em seguida osso particulado da tuberosidade foi condensado entre o enxerto e o implante.

Figura 12

Aspecto vestibular, após a instalação da coroa definitiva.

Confirmação por meio de sondagem, da perda óssea vestibular.

Obtenção do enxerto corticomedular da tuberosidade.

Figura 8

Enxerto corticomedular removido.

Enxerto corticomedular compatível com o defeito ósseo.

Figura 11

Figura 10

Aspecto clínico após 6 meses. Observe a estabilidade da margem gengival.

Figura 13

Aspecto incisal da coroa instalada.

Tomografia obtida 12 meses após o procedimento Observe a reconstrução da parede óssea vestibular.

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CADERNO

Informativo ENTREViSTAS | ViTRiNE OdONTOLÓGiCA | SOCiAL

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 Entrevista

Mercado em expansão incentiva a qualificação profissional entre os Técnicos em Prótese Dentária Toshio Uehara

Natural de Monte Alto, interior de São Paulo, Toshio Uehara é um dos fundadores e atual presidente da APDESPBR (Associação dos Técnicos em Prótese Dentária APDESP Brasil), onde exerce seu quarto mandato (tendo sido os anteriores em 2000, 2002 e 2010). Com experiência de 42 anos de carreira e sócio-proprietário do laboratório Projet, em São Paulo-SP, o empresário fala sobre o mercado promissor para os Técnicos em Prótese Dentária, o trabalho em conjunto com os cirurgiões-dentistas e a importância de congressos, cursos e palestras específicas para os profissionais deste segmento.

Gutierre OdontoLife: Com a demanda atual da estética bucal em franco crescimento e os serviços do TPD sendo hoje cada vez mais requisitados, o mercado para esses profissionais pode ser considerado promissor? Toshio Uehara: Com certeza. O mercado de trabalho é extremamente atraente para o Técnico em Prótese Dentária (TPD). Segundo dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO), aproximadamente 20 mil profissionais trabalham nos 7.000 laboratórios distribuídos pelo Brasil e ainda há espaço para os que se especializam. A carreira do TPD está em expansão e vem conquistando cada vez mais seu espaço no mercado. Fora do nosso País, o técnico brasileiro é reconhecido como um profissional altamente talentoso, principalmente nos grandes centros mundiais da prótese, como Japão e Alemanha. Gutierre OdontoLife: Por tratar-se de um serviço terceirizado da Odontologia, o TPD trabalha em conjunto com o cirurgião-dentista, com quem divide a responsabilidade de restabelecer a capacidade mastigatória e estética ao paciente através de próteses dentárias. Que conselho o senhor daria para que o TPD consiga manter uma parceria saudável e de sucesso com os CDs que atende. Toshio Uehara: A relação CD e TPD está cada vez mais afinada e essa é uma conquista para a Odontologia como um todo. O técnico e o cirurgião-dentista se complementam e é muito importante esse convívio para o crescimento da profissão. Durante muito tempo, nós TPDs, buscamos estar mais próximos dos planejamentos, estudos e na seleção de materiais para confecção das próteses, junto aos colegas cirurgiões-dentistas. Mas entendo que essa relação avançou a 42 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56


partir do momento em que passamos a buscar novas tecnologias, participar de forma mais assídua dos eventos do setor e, principalmente, buscar novidades e especializações dentro da nossa profissão. Essa convivência deve estar aliada à vontade de evoluir e agregar mais conhecimento, sempre visando o melhor atendimento às necessidades dos pacientes.

"A relação CD e TPD está cada vez mais afinada e essa é uma conquista para a Odontologia como um todo."

Gutierre OdontoLife: Como em qualquer segmento, o TPD também precisa de qualificação para trabalhar, sobretudo para acompanhar os avanços tecnológicos. Nesse sentido, congressos, cursos e palestras são indispensáveis para atualização e reciclagem profissional? Quais as melhores opções oferecidas atualmente ao segmento? Toshio Uehara: Atualmente existem mais de 60 escolas especializadas em todo o País. Fora isso, a APDESPBR incentiva a iniciação e atualização do profissional de prótese e tornou-se ponto de referência para a classe protética paulista e nacional, além de conquistar novos mercados, como o latino-americano. Os grandes eventos da área também proporcionam essa reciclagem de conhecimentos. O

Congresso Internacional, por exemplo, traz aos participantes uma oportunidade única de aprendizado. A rica programação científica do evento aproxima os congressistas de grandes nomes da prótese e também dos temas em maior evidência, ampliando os horizontes profissionais. O intercâmbio de ideias e de conhecimento é imenso em um momento como esse. Gutierre OdontoLife: Qual o papel das empresas, das entidades de classe e do governo para que a profissão de TPD mantenha-se em alta e ganhe destaque no mercado de trabalho? Toshio Uehara: Manter a profissão em alta e trazer cada vez mais visibilidade para o setor da prótese é um dos principais desafios para nós, representantes da classe. O trabalho em conjunto entre o governo, as empresas e associações do setor deve estar sempre alinhado, caminhando na mesma direção. Como uma das principais entidades do setor, entendemos que a capacitação do profissional, a busca pela especialização e o trabalho mais próximo ao cirurgião-dentista são os principais caminhos para manter a profissão sempre em alta. 

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 Jurisprudência na Odontologia

Contrato de trabalho do auxiliar de saúde bucal – aspectos principais

A

INTRODUÇÃO

Consolidação das Leis do Trabalho CLT, instituída pelo Decreto – Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, traz, em seus artigos 2º e 3º, a definição de empregador e empregado. Empregador pode ser entendido como “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”. Muito importante o parágrafo primeiro, do já mencionado artigo 2º: “equiparam-se ao empregador, para efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”. (grifamos) Por sua vez, considera-se empregado “toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Fica claro, portanto, que o auxiliar de saúde bucal, profissão esta regulamentada pela Lei Federal nº 11.889, de 24 de dezembro de 2008, aqui tratado como empregado, e que é o profissional que atua em consultórios e clínicas odontológicas, executando tarefas de apoio ao dentista antes, durante e depois do atendimento odontológico, se encaixa perfeitamente na definição do artigo 3º, da CLT. Assim, forma-se a relação de emprego, regida pela CLT, toda vez que o cirurgião-dentista, quer prestador de serviço organizado sob a forma de pessoa jurídica, quer prestador de serviço pessoa física, contratar um trabalhador para a execução de atividades não-eventuais, mediante subordinação, ou seja, cumprimento de ordens, e ainda de forma remunerada (pagamento de salário).

EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Ao empregador cabe o poder diretivo em relação ao empregado. Isto é, o empregador, mediante a observância da legislação, é quem fixa o salário a ser recebido pelo empregado, os horários de trabalho a serem cumpridos por este, bem como os dias nos quais o serviço deve ser prestado. Uma vez definida a contratação, deve o contrato de trabalho ser anotado na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, nos termos do artigo 29, da CLT, sob pena de multa, fazendo constar a data da admissão, a função a ser exercida, o salário a ser recebido, bem como a identificação do empregador. Vale registrar que no caso de contratação a título de experiência, que pode ser feita pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, com apenas uma prorrogação de igual período, deve tal condição ser igualmente ano44 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

tada na CTPS do empregado, no campo destinado às anotações gerais. Especificamente sobre a jornada de trabalho, quer a Constituição Federal de 1988, quer a CLT, definem como jornada legal aquela de 08 (oito) horas diárias, com no mínimo 01 (uma) hora de intervalo para refeição e descanso, e uma folga semanal, a qual, dentro do mês, deve recair em pelo menos 01 (um) domingo, perfazendo o total de 44 (quarenta e quatro) horas semanais, e 220 (duzentos e vinte horas) mensais. Ainda sobre a jornada de trabalho, esta pode ser prorrogada em até 02 (duas) horas por dia, sendo necessário, para tanto, a existência de acordo individual, ou coletivo, de compensação de horas. O primeiro celebrado diretamente entre empregador e empregado, e o segundo entre aquele e o sindicato representativo da categoria profissional, o sindicato dos empregados. Convém lembrar, também, que se o empregador tiver menos de 10 (dez) empregados, a legislação não exige que seja feito o controle da jornada de trabalho dos mesmos, não havendo, contudo, nenhum óbice, nestes casos, para a sua implementação, devendo dele constar os horários efetivamente trabalhados. Continuando sobre a jornada de trabalho, mas agora enfocando o intervalo para refeição e descanso, convém esclarecer que a CLT estabelece que para uma jornada de trabalho de até 04 (quatro) horas, está o empregador desobrigado de concedê-lo, e que para uma jornada de trabalho entre 04 (quatro) e 06 (seis) horas, deve concedê-lo pelo tempo mínimo de 15 (quinze) minutos. Após o limite de 06 (seis) horas, prevalece o quanto informado acima. Alertamos, aqui, que a pausa para descanso e refeição deve rigorosamente ser observada, não podendo ser interrompida, pois é justamente neste período que o empregado recompõe sua energia física e mental para a continuidade do trabalho. Trata-se, desta forma, de medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da Constituição Federal de 1988). Tamanha importância tem esta observação que o Tribunal Superior do Trabalho, instância máxima do Poder Judiciário Trabalhista, pacificou entendimento segundo o qual “a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração (Súmula 437, item I, do TST)”. (grifamos) Ainda no campo das normas que protegem a segurança do trabalhador, deve o empregador fornecer ao empregado, caso sua função assim exija, todos os equipamentos de proteção individual (EPI´s) necessários, os quais devem contem o certificado de aprovação


LÍDE MER R DE CADO

(CA) exigido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Deve referida entrega ser acompanhada de anotação em ficha individual para cada trabalhador, com o registro da data e tipo de equipamento entregue. No caso do auxiliar de saúde bucal, são necessários, dentre outros, os seguintes EPI’s: 1) Gorro; 2) Óculos de proteção; 3) Máscara; 4) Avental ou roupa própria do consultório; 5) Luvas; 6) Sapatilhas ou sapato de uso exclusivo no consultório. Ainda em nível de segurança e medicina do trabalho, vale destacar, ainda, que tanto a CLT, quanto a Norma Regulamentadora nº 15, do Ministério do Trabalho e Emprego, contemplam o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade, os quais não podem ser cumulativos, ao profissional que em sua atividade fique exposto a agentes nocivos a saúde, no caso da insalubridade, ou que trabalhem na operação de aparelhos de raio-x (radiações ionizantes), no caso da periculosidade. Aquela tem como base de cálculo o salário mínimo, sendo classificada em graus mínimos (10% - dez por cento), médio (20% - vinte por cento), e máximo (40% - quarenta por cento). Já a periculosidade incide sobre o salário, no percentual de 30% (trinta por cento). Continuando, o próprio TEM - Ministério do Trabalho e Emprego exige que todo empregador que admita trabalhadores como empregados deve implementar, tanto o PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, previsto na Norma Regulamentadora nº 07, que tem como o objetivo a

promoção e e preservação da saúde dos trabalhadores, quanto o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, previsto na Norma Regulamentadora nº 09.

CONCLUSÃO Como vimos, é ao contratar um empregado, seja ele Auxiliar de Saúde Bucal ou não, deve o cirurgião-dentista observar rigorosamente as disposições contidas na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, e legislação correlata, sendo de fundamental importância que além das anotações feitas na CTPS do empregado, tome o mesmo o cuidado de redigir um contrato de trabalho escrito, detalhando, em suas cláusulas, além da correta identificação das partes contratantes, a função, e o salário recebido, também a jornada de trabalho, eventual compensação desta, cláusulas autorizativas de desconto salarial, eventuais benefícios concedidos, entre outras. Deve o cirurgião-dentista, ainda, cumprir rigorosamente, e também exigir que o empregado o faça, as obrigações assumidas quando do início do contrato de trabalho, sob pena extinção deste por motivo justo, quer na modalidade justa causa ao empregado (artigo 482, da CLT), quer na modalidade rescisão indireta (artigo 483, da CLT). Não menos importante, por fim, é a observância das normas que visam à proteção da saúde do empregador, não bastando apenas a elaboração do PCMSO e do PPRA, acima comentados, como também seu efetivo cumprimento.  ◗◗ Daniel De Lucca e Castro Advogado, sócio responsável pela Área Trabalhista de Brasil Salomão e Matthes Advocacia.

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 Vitrine Odontológica > Congresso de Marketing em Odontologia vai reunir mais de mil profissionais e estudantes no Centro de Convenções Rebouças Como formar preço, captar novos clientes, agregar valor ao trabalho, promover o consultório dentro dos limites éticos são questões recorrentes para os cirurgiões-dentistas que querem se destacar neste mercado tão competitivo. Sob o tema “Da Teoria à Prática”, o Dental Marketing Meeting vai reunir nos dias 23 e 24 de novembro no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo-SP, um time de 40 palestrantes e seis mediadores para apresentar e debater experiências de sucesso em várias áreas do Marketing como comunicação visual, relacionamento com o paciente, montagem de equipe, captação e fidelização de clientes, entre muitos temas que deixarão o participante por dentro de estratégias de Marketing para aplicar em seu consultório. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo portal www.dentalmktmeeting.com.br. “Vamos mostrar uma série de ações que o cirurgião-dentista pode fazer para conquistar mais sucesso profissional sem ferir a ética”, afirma o presidente do seminário Thales Cardoso, cirurgião-dentista graduado pela Unesp e especialista em Marketing Digital e em Gestão e Saúde Coletiva. O seminário é realizado pela Curso Dentista, com apoio da Odonto Solutions e do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp). Presidido pelo empresário e cirurgião-dentista Marcus Lima, professor e palestrante na área de Empreendedorismo Odontológico, o comitê científico criou uma grade com 25 palestras e sete mesas-redondas para profissionais. Paralelamente, haverá outras duas programações com sete palestras cada: uma para ASBs e outra para

> 24º Congresso Brasileiro de Odontopediatria é realizado em Brasília Nos dias 9 e 10 de outubro, aconteceu em Brasília o 24º Congresso Brasileiro de Odontopediatria, que nesta edição registrou a inscrição de 1.100 participantes para acompanhar a rica grade científica (palestras, exposição de painéis, feira de exposição e outros) com base no tema: “Compartilhar Conhecimentos Ampliando os Horizontes Para o bem-estar Infanto Juvenil”. O grande diferencial desta edição foi a estrutura montada para oportunizar às crianças carentes e com necessidades especiais orientação sobre a correta higienização bucal. Foram contratados ônibus para facilitar o acesso de crianças de escolas públicas entre 8 e 10 anos de idade no local. O Dr. Nilo Celso Pires, que representou o Conselho Federal de Odontologia (CFO) na mesa solene de abertura do evento, parabenizou a equipe organizadora pela qualidade da programação ofertada e destacou: “O Congresso é um sucesso, pois ultrapassou 46 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

estudantes de Odontologia. Entre os palestrantes estão nomes como cirurgião-dentista Plínio Thomaz (especialista em Marketing pela ESPM e consultor de Marketing), o implantodontista Aônico Vieira (pós-graduado na Free University of Berlim-Germany e consultor em Odontologia de programas de rádio e TV), o ortodontista Adriano Marotta Araújo (doutor pela Unesp, pós-graduado na Baylor College of Dentistry, nos Estados Unidos e professor de Gestão de Serviços na FAAP), o advogado André Luís Nigre (especialista em Responsabilidade Civil e Ética Odontológica e Médica) e a cirurgiã-dentista bucomaxilo Carla Sarni (presidente do grupo Sorridents). PROGRAMAÇÃO Hoje o Brasil é o país com maior número de cirurgiões-dentistas no mundo. São mais de 220 mil de acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO). Para se destacar num mercado tão competitivo o profissional precisa não só estar sempre em sintonia com as mais modernas técnicas, materiais e produtos do setor, mas também usar ferramentas de Marketing compatíveis com o código de ética da categoria. No Dental Marketing Meeting o profissional vai aprender logo nas palestras iniciais o que é Marketing e sua aplicação no consultório. As palestras subsequentes vão ensinar como o cirurgião-dentista pode agregar valor ao seu trabalho e o intricado funcionamento do Marketing específico para serviços. Os diferentes modelos de negócio - redes, franquias e convênios - merecerão um módulo especial, que contará com a presença de representantes da Odontoclinic (Álvaro Schocair), Sorridents (Carla Sarni), Ortoplan (Faisal Ismail), Dentare (Cristiano Wulff) e Dr Sorriso (Diogo Vilela). No domingo, o participante vai entender como as redes sociais e tecnologias como a câmera intraoral, o CAD-CAM e o ICON podem ser usados

a marca dos 1.000 inscritos e foi bem prestigiado com o apoio de diversas Entidades e dos governos Federal e Distrital, inclusive o CFO. A tendência da Odontologia atual é partir para congressos de especialidade, como o da Odontopediatria. A orientação destinada às crianças em caráter preventivo é fundamental para crescerem com saúde bucal”, parabenizou. O Evento contou também com a presença do presidente da ABO-Odontopediatria Dr. Paulo César Rédua, a presidente do Congresso Odete Fontes, o presidente da ABO-Odontopediatria-DF Dr. Rodrigo Guedes de Amorim, o presidente do CRO-DF Dr. Samir Najjar, o Coordenador Nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde Dr. Gilberto Pucca, o Secretário-Chefe da Casa Civil do Distrito Federal Swedenberger do Nascimento Barbosa, assessora especial da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde Dra. Rosângela Fernandes Camapum, a 1ª Dama do DF, Ilza Queiroz, Representante da Federação Interestadual dos Odontologistas Dr. Aroldo Pinheiro de Moura Neto, Secretária da Criança Rejane Pitanga, Secretário Adjunto de Saúde Elias Miziara, Secretário de Turismo do DF, Luiz Otávio Neves. Fonte: cfo.org.br

como ferramentas de Marketing. A fundadora do Marketinsta, Nísia Teles, falará sobre o Marketing Sensorial na Odontologia. À tarde, o advogado especializado em ética na Odontologia André Luis Nigre vai explicar os limites do uso do Marketing. A estética como Markerting e a formação de preço serão temas de outras palestras. No último módulo, o publicitário Johnny Santana, fundador e diretor da Odonto Solutions, vai apresentar consultório modelo. O atendimento ao cliente, a gestão do consultório e a ética no relacionamento com o paciente serão os destaques da programação dirigida para as ASBs. Já a grade para estudantes prevê palestras sobre mitos e verdades na Odontologia, como montar um consultório e as diferenças entre os convênios, as redes e as franquias.

>Dabi Atlante realiza 2º Ciclo em Implantodontia Pross A Dabi Atlante promove no dia 25 de outubro o 2º Ciclo em Implantodontia PROSS com os últimos avanços e novidades relacionados à especialidade odontológica, como o uso da nanotecnologia e da cirurgia guiada, DSD e resultados de pesquisas com o PROSS. O evento acontece no Centro de Convenções de Ribeirão Preto e deverá reunir cerca de 300 cirurgiões-dentistas da área de implantes para participar de quatro palestras com renomados especialistas do mercado. Na primeira palestra, a professora Dra Luciana Casemiro apresentará informações sobre a tecnologia de biossegurança B-Safe, baseada na nanotecnologia, tanto para consultórios e equipamentos quanto para os componentes PROSS. Em seguida, os professores Cléber Brene, com ampla experiência em cirurgias guiadas e Keuler Rangel, um dos idealizadores do projeto de software e sistema de confecção de guias cirúrgicas confeccionadas em laboratório de prótese ou até mesmo pelo dentista, discutirão a simplificação da técnica e a diminuição dos investimentos pelo clínico sem perder a precisão requerida - são mais de 500 casos operados com esta técnica. Na terceira palestra, o professor Francis Coachmann apresentará o sistema que está em maior evidência hoje na Odontologia: DSD ou técnica “Digital Smile Design”. Criada pelo Dr. Coachman, ela revolucionou o tratamento estético odontológico tornando-se referência em todo o mundo proporcionando otimização no tempo de tratamento e permitindo que o paciente confira e participe de maneira ativa do processo de mudança do sorriso. Ministrada já em 40 países para mais de 42 mil espectadores, a apresentação promete ser o principal destaque do Ciclo. No encerramento das palestras o professor Dr. Welington Bonachela, autor de 4 livros, professor da USP-Bauru e consultor científico da Dabi, irá mostrar todos os esforços e resultados científicos, pesquisas, inovações e os próximos passos de investimento da empresa com os implantes PROSS. A programação ainda inclui um almoço e uma confraternização ao final do evento. Já a inscrição no Ciclo é uma caixa de luvas tamanho médio para a instituição Hospital Retaguarda Francisco de Assis.


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 Vitrine Odontológica > A alemã Carl Zeiss apresenta inovações em microscópios e lupas cirúrgicas O microscópio OPMI Pico (foto) é um microscópio cirúrgico especialmente desenvolvido para a área odontológica. Conta com 5 fatores de aumento, filtro verde para trabalho em procedimentos cirúrgicos e filtro amarelo para trabalho com resina. Tem como opcionais, tubo inclinável de 0 à 180º e câmera integrada ao corpo do microscópio para captura de imagem e filmagem. O equipamento pode ser utilizado em todas as disciplinas e procedimentos odontológicos, pois possibilita o trabalho com magnificação entre 3,2 e 23x, preservando sempre a perfeita ergonomia do cirurgião-dentista. Oferece um sistema único de qualidade de lentes, pois hoje a Zeiss é mundialmente conhecida como a "melhor lente do mundo" e possui um sistema de iluminação por fibra ótica líquida garantindo 40% mais luminosidade do que qualquer outro equipamento do mercado. Também conta com um design totalmente diferenciado (este equipamento é ganhador do prêmio internacional de design "Red dot"), além da engenharia 100% Alemã. O microscópio OPMI Proergo é totalmente automatizado e possui freios eletromagnéticos, objetiva variável entre 200 e 415 mm. Todos os comandos são acessíveis às mãos através de joysticks ou pedal. Já possui tubo inclinável de 0 a 180º e câmera integrada ao corpo do microscópio para captura de imagem e filmagem. Também pode ser utilizado em todas as disciplinas e procedimentos odontológicos. As Lupas Cirúrgicas, com magnificação variável entre 2,5 e 5x e com distância de trabalho entre 300 e 550mm, oferecem um sistema único de qualidade de lentes. Entre os modelos estão a Eyemag Smart,com aumento real de 2,5x e distância de trabalho de 300 a 550mm apresentada em armação de titânio. Tem também a Eyemag Pro-F, com aumento real de 3,2 a 5x e distância de trabalho de 300 a 500mm, apresentada em armação de titânio. Já a Eyemag Pro-S possui aumento real de 3,2 a 5x e distância de trabalho de 300 a 500mm, apresentada em armação de capacete.

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 Vitrine Odontológica > 13º edição do Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária atraiu aproximadamente 9 mil participantes Pela décima terceira vez, a cidade de São Paulo abrigou o evento mais aguardado do setor da prótese dentária latino-americana, o Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária, promovido pela Associação dos Técnicos em Prótese Dentária (APDESPBR). Com recorde de público, cerca de nove mil congressistas participaram do evento. Entre os dias 11 e 13 de outubro, passaram pelos corredores do Expo Center Norte, representantes das mais importantes entidades do setor odontológico, além de profissionais de diferentes categorias (TPDs, cirurgiões-dentistas e auxiliares), estudantes e empresários do meio para conferir a grade científica, em mais de 120 horas de programação, além das novidades do setor, apresentadas pelas 79 empresas expositoras, durante a Expolab. “Estamos muito contentes com o resultado de mais essa edição do Congresso Internacional. Buscamos apresentar a diversidade de conteúdo na programação científica, além de levar ao público ampla variedade de expositores, na Expolab. O resultado está no número recorde de participantes, na abertura Solene, no evento como um todo e no jantar de confraternização.”, explicou Claudionor Aranha, Presidente do 13º Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária. Para oficializar o início do Congresso Internacional, a APDESPBR sempre realiza uma grande solenidade que conta com a presença dos principais representantes da classe. Nesta edição, a abertura, na noite de 10 de outubro, contou com o show do cantor Leonardo, que atendeu de forma carinhosa os fãs e envolveu a plateia com os principais hits que marcaram sua carreira. Programação Científica Com uma programação de palestras e workshops abrangente, técnicos e cirurgiões-dentistas de diferentes regiões brasileiras e até de outros países, lotaram as salas de conferências nas apresentações de grandes nomes da prótese nacional como Sidney Kina, Dario Adolfi, Paulo Kano, Christian Coachman e outros, e internacionais como o TPD Suíço Michel Magne, Toshio Nakagomi e Ernesto Chavirra. Já o púbico acadêmico teve uma programação exclusiva. Escolas de Prótese de todo o país se organizaram em grupos para participar da grade que apresentou a técnica com muita didática. Um concurso promovido pelo departamento acadêmico da APDESPBR também premiou, com troféus, as instituições de ensino que registraram o maior número de alunos inscritos, tanto da capital como do interior e outros estados. Como um diferencial, o 13º Congresso Internacional realizou pela primeira vez um fórum, moderado pela Coordenadora de Ortodontia e Ortopedia, Tânia Bindi, no qual os participantes trocaram experiências e esclareceram dúvidas frequentes sobre o tema. Nesta edição também foram destaques os workshops dos TPDs Diogo Folgueras e Laurence Leonardo e do CD Tiago Moreira, além 50 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

da conferência exclusiva com o TPD suíço Michel Magne. Mercado em Ascensão Como o local de maior circulação do Congresso Internacional está a 13ª Expolab, exposição comercial que reuniu 79 empresas, nacionais e internacionais, algumas estreantes no evento. Em estandes interativos e com programações internas de palestras e demonstrações ao vivo, foram apresentadas as principais tendências do mercado e grandes lançamentos em fornos, fresadoras, resinas, sistemas CAD/CAM, entre outros. Futuro promissor O 13º Congresso Internacional também promoveu encontros importantes entre os diretores da APDESPBR e os principais dirigentes de associações latino-americanas, nacionais e regionais, membros do CRO, do CFO e da comissão dos TPDs, APDs, LPDs, entre outros. “Consolidado entre a classe, o Congresso Internacional é uma oportunidade de fortalecer o relacionamento entre TPDs e CDs, por meio da rica troca de experiências entre as principais entidades representativas da odontologia brasileira. E não são apenas os profissionais que ganham com isso, mas também os pacientes.”, ressalta Toshio Uehara,

Presidente da APDESPBR. A prótese dentária conquistou status de um dos mais promissores mercados na área de saúde e estética bucal. Hoje são aproximadamente 20 mil profissionais em atuação no país, em cerca de 7.000 laboratórios. Fundada em 1976, a Associação dos Técnicos em Prótese Dentária APDESP Brasil, promove a união da classe protética, incluindo profissionais, acadêmicos, estudantes, indústria e comércio, por meio da realização de eventos científicos, sociais e comerciais. A entidade tem associados em todo o território nacional, que dispõem de benefícios e das modernas instalações em uma, em São Paulo-SP, com laboratório para cursos de aperfeiçoamento e uma intensa programação anual, biblioteca, auditório e administração. Com seus consagrados eventos, o Congresso Internacional e o Encontro Cursão, a entidade elevou a posição do técnico em prótese dentária brasileiro, no cenário mundial e tem contribuído de forma significativa para ascensão do setor no país, por meio de parcerias nacionais e internacionais, além de projetos pioneiros como o “Sócio Empresa” e “Sócio Laboratório”, junto ao comércio e indústria do setor.


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 Vitrine Odontológica > Luis Narciso Baratieri na Aorp

O curso de Especialização em Dentística Estética da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp) promoverá, no dia 1o de novembro, uma palestra sobre Odontologia Restauradora ministrada pelo Dr. Luis Narciso Baratieri, professor titular de Dentística na Universidade Federal de Santa Catarina; especialista em Periodontia; pós-doutorado pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra; coordenador do curso de pós-graduação em nível de Dentística da Universidade Federal de Santa Catarina; Ministrador internacional de cursos e editor chefe da revista clínica Journal of Brazilian Dentistry. O evento acontecerá das 14h às 18h na sede da Aorp e a taxa da adesão para associados é de 1 kg de alimento não perecível e de R$ 80,00 + 1 kg de alimento não perecível para não associados, incluindo certificado e coffee break.

> O tomófrafo Eagle 3D da Dabi Atlante já é realidade no mercado Neste segundo semestre de 2013, a Dabi Atlante deu início às vendas de seu tomógrafo odontológico, o Eagle 3D, o único fabricado no Brasil e em todo o hemisfério sul. O equipamento, o mais alto estágio tecnológico do projeto Eagle, iniciado pela empresa em 2008, oferece três funções - panorâmico, teleradiografia e tomógrafo odontológico e chega ao mercado com importantes diferenciais em relação aos concorrentes importados. A primeira grande inovação do Eagle 3D é o FOV (Campo de Visão) de 12 x 7,5 cm, o maior do mercado entre os equipamentos médios e que permite, numa única tomada, capturar na mesma imagem e com grande nitidez toda a mandíbula do paciente. A unidade Voxel pode ser ajustada de 120 a 400 micromilímetros, o que traz definição e foco com resolução superior, permitindo visualização ampla e detalhes com mais segurança. Os equipamentos Eagle possuem sensor desenvolvido pela Ajat, da Finlândia, e tubo de Raios X da Toshiba, componentes vitais para a qualidade da imagem e que equipam as principais marcas mundiais de panorâmicos e tomógrafos. As vantagens do Eagle 3D são também sentidas na função panorâmica. Com sensor CdTe, que converte a imagem diretamente no sensor, os resultados são mais nítidos e necessitam assim menor dosagem de raios X. Além disso, o equipamento oferece ajuste do plano focal, sem necessidade de nova exposição, economizando tempo para a clínica e evitando dosagens desnecessárias ao paciente. Com o lançamento do Eagle 3D, a Dabi Atlante dá mais um importante e estratégico passo na consolidação de sua linha de imagem, uma das principais do mercado. Ela traz desde o panorâmico analógico até o tomógrafo odontológico com possibilidade de upgrade entre os modelos. Esta migração proporcionada pela mesma plataforma do equipamento analógico, digital e tomógrafo valoriza o investimento do cirurgião-dentista. “Ao invés de comprar um equipamento de outra marca e depois ter que revendê-lo com grande desvalorização quando necessitar fazer uma atualização, o profissional pode adquirir um panorâmico analógico e, quando precisar, transformá-lo em digital ou no tomógrafo 3D, racionalizando custos e potencializando benefícios”, afirma Caetano Biagi, superintendente da empresa. Além destas vantagens técnicas, o Eagle 3D, por ser produzido pela Dabi Atlante no Brasil, traz o benefício da maior agilidade do suporte técnico e da reposição de peças. Realizado por uma equipe dedicada e especializada, chamada de EAGLE TEAM, o suporte técnico atende prontamente chamadas e consegue, em cerca de 80% dos casos, resolver dúvidas e sanar problemas através de acesso remoto. Vale ainda registrar que, por ser nacional, a compra do Eagle 3D ou qualquer equipamento desta linha pode ser feita através da FINAME, agência governamental que disponibiliza linhas de crédito com juros atraentes (a partir de 3,5% ao ano – FINAME PSI) para financiar até 90% do valor do equipamento. Há também opções de financiamento que oferecem seis meses de carência para começar a ser pago.

 Calendário de Eventos OUTUBRO 16 º Congresso Internacional de Odontologia da Bahia Data: de 27 a 30 de outubro de 2013. Local: Salvador-BA. Informações: www.abo-ba.org.br NOVEMBRO III Encontro Sul Brasileiro de Saúde Bucal Data: de 07 a 08 de novembro de 2013. Local: Centro de Convenções de Curitiba Curitiba-PR. Informações: www.cropr.org.br/iiiesbsb

Congresso Brasileiro de Radiologia Odontológica - CONABRO Data: de 27 a 30 de novembro de 2013. Local: Windsor Barra Hotel & Congresso - Rio de Janeiro-RJ. Informações: www.conabro2013.com.br JANEIRO 2014 32º CIOSP - Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo Data: de 30 de janeiro a 02 de fevereiro de 2014. Local: Centro de Exposições e Convenções - Expo Center Norte - São Paulo-SP Informações: 0800 12 8555 - Site: www.ciosp.com.br www.gutierreodonto.com.br > 53


 Social

Dra. Daniela Rossler, Dra. Janine Silva, Dra. Marina Freitas, Rafael Queiroz, Dra. Renata Duran e Dra. Jane Tonani, no café da manhã com palestra do Dr. Rafael S. Beolchi, oferecido aos referenciados Porto, pela Porto Seguro Odontológico em parceria com a Dental Gutierre Odonto.

Dra. Karina Serra, Dr. Jorge Liporaci e Dra. Marina Liporaci, na sede do Finanças Fitness, franquia da área de educação, coaching, treinamento e desenvolvimento em finanças, carreira e empreendedorismo.

Mascote da Gutierre Odonto e participantes do IV Congresso Odontológico Internacional Foar - Apcd e Unesp.

Moises Coelho, Silvia Fronzaglia, Hugo Lollato e Renata Fronzaglia, no jantar da Aorp em comemoração ao Dia do Cirurgião-Dentista. 54 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 56

Foto: Ibraim Leão

Foto: Ibraim Leão

Dra. Vera Marisa e alunas da 14ª turma do curso de Auxiliar em Saúde Bucal da Associação Odontológica de Ribeirão Preto.

Cleo Costa, Adriana Costa, Márcia Ranal e Marco Ranal, no jantar da Aorp.

Haroldo Vieria, Dra. Zulene Ferreira e Dr. Iñaki Gamborena, no In 2013.


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