Gutierre Odontolife - Ed. 55

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DentÍstiCA

Reconstrução estética e cosmética do sorriso com agenesia de incisivos laterais e macrodontia dos incisivos centrais

Jul/Ago/Set 2013 | ed. 55

Cirurgiões-dentistas buscam novos conceitos e soluções para administrar seus negócios.

ISSN - 1807-9954

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 editorial

clínicas e consultórios administrados como empresas

n

a Odontologia atual não basta mais ter apenas uma boa formação acadêmica para manter-se no mercado, pois saber realizar um procedimento técnico perfeito só será um diferencial capaz de atrair e surpreender clientes se estiver aliado à capacidade de o profissional saber administrar sua clínica ou consultório odontológico como uma empresa. Isso significa conhecer e aplicar corretamente as ferramentas de gestão e mercado em benefício do seu próprio negócio, visando melhorar o relacionamento com seus clientes, funcionários e fornecedores, oferecer um local de atendimento confortável e funcional, desde a recepção e a localização, até o bom atendimento e a capacidade clínica, cobrar preços justos e oferecer boas condições de pagamento, saber conquistar novos clientes através da propaganda e marketing, entre outros atrativos que vão fazer diferença na hora do cliente escolher entre você e seus concorrentes. O empreendedorismo está invadindo a Odontologia e em pouco tempo os profissionais que não se adequarem a esta nova realidade poderão enfrentar grandes dificuldades para permanecer no mercado. No entanto, poucos estão se capacitando neste sentido, pois a maioria ainda desconhece os reais benefícios e os caminhos necessários para administrar sua clínica ou consultório como uma empresa. Foi pensando nessa maioria que a Gutierre OdontoLife traz nesta edição uma matéria especial sobre gestão de clínicas e consultórios odontológicos, onde especialistas falam do assunto com profundidade, esclarecendo dúvidas, orientando e estabelecendo parâmetros para que os cirurgiões-dentistas leitores possam decidir se devem ou não investir em seu crescimento profissional. Também nesta edição você pode conferir novos artigos científicos de diversas especialidades, matérias exclusivas sobre Jurisprudência na Odontologia e Voluntariado, agenda de eventos, notícias e informações sobre mercado, produtos e serviços.

6 CApA

O empreendedorismo abraça a Odontologia e transforma o perfil do cirurgião-dentista.

DentAL GutieRRe ODOntO 14 - Boa administração e envolvimento dos colaboradores refletem positivamente nos resultados da empresa.

Ana Lúcia pereira Editora 26 - DiAGnóstiCO e CiRuRGiA buCOmAXiLOFACiAL Sífilis secundária em boca - uma doença que ressurge. 28 - impLAntODOntiA Implantes imediatos em alvéolos de extração. 32 - impLAntODOntiA A importância do tecido peri-implantar na estética e função dos implantes osseointegrados. 34 - ODOntOpeDiAtRiA O que o cirurgião-dentista precisa saber sobre a doença celíaca? 36 – ODOntOLOGiA LeGAL Assistência técnica pericial em âmbito civil em Odontologia Legal: importância e atuação.

16 - Gutierre amplia participação em eventos odontológicos. 40 - JuRispRuDÊnCiA nA ODOntOLOGiA A Odontologia sem medo! 20 - DentÍstiCA RestAuRADORA Reconstrução estética e cosmética do sorriso com agenesia de incisivos laterais e acrodontia dos incisivos centrais. 22 - ReAbiLitAÇãO ORAL e estétiCA Excelência estética em restaurações anteriores: follow-up clínico de três anos. 24 - enDODOntiA Lesão endo-periodontal. 4 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

42 – VOLuntARiADO Voluntários do Sertão em busca de novas parcerias para 2014. 44 - VitRine ODOntOLóGiCA Notícia, informação, lançamentos, novidades e curiosidades na Odontologia. 48 - sOCiAL Flashs dos principais acontecimentos do setor.

Jul/Ago/Set 2013 | ed. 55 A Gutierre OdontoLife é uma publicação pertencente à OdontoLife Edição dePeriódicos Ltda. - ME, produzida e distribuída em parceria com a Dental Gutierre Odonto.

Direção Ana Lúcia Pereira de Jesus José Eduardo Gibin Gutierre editora e Jornalista Responsável Ana Lúcia Pereira (MTb: 24.654) Fone: (16) 8177 0062 ana@revistaodontolife.com.br Departamento Comercial e marketing Rodrigo Lozano Fone: (16) 3303 1820 rlozano@gutierreodonto.com.br Projeto Gráfico e Diagramação Neto Heleno info@netoheleno.com Redação Rua João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. Bandeirantes Ribeirão Preto-SP - CEP: 14090-387 Fone: (16) 3236 4802 Distribuição (gratuita) Dental Gutierre Odonto Rua Voluntários da Pátria, 2839 - Centro Araraquara-SP - CEP: 14801-320 Fone: (16) 3303-1820 impressão Gráfica e Editora São Francisco Ltda. Rodovia Anhanguera, Km 320 + 20m Recreio Anhanguera Ribeirão Preto-SP - CEP: 14097-140 Fone: (16) 2101 4151 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. A Gutierre OdontoLife não autoriza ninguém a retirar, emprestar ou permutar qualquer tipo de material para produção ou similares e nem a negociar em nome da revista sem autorização da diretoria. normas de publicação: No Caderno Científico, a revista Gutierre OdontoLife divulga artigos (Científico / Caso Clínico / Técnico ou de Revisão), produzidos por clínicos gerais e cirurgiões-dentistas das diversas especialidades odontológicas. Todo profissional que tiver interesse em publicar seu trabalho em nossas páginas deve enviar o material atendendo às seguintes normas para publicação: 1) Nos trabalhos em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista. 2) Os editores da Gutierre OdontoLife podem adaptar o artigo às normas jornalísticas vigentes e ao padrão gráfico da revista. 3) O texto deve ser digitado e entregue em arquivo do word (doc), na fonte Times News Romam, corpo 11, contendo: título, artigo, referências bibliográficas, titularidade do(s) autor(es) e legendas identificadas para todas as imagens (fotos, tabelas ou ilustrações). NÃO INSERIR imagens no arquivo doc. 4) Todas as imagens devem ser enviadas separadamente, em alta resolução (JPG - 300 DPIs) com, no mínimo, 9 cm de largura. Inserir no mínimo três e, no máximo, 16 imagens por artigo. 5) Os trabalhos em grupo deverão conter os nomes e a titularidade de todos os autores, e-mail ou telefone de pelo menos um dos autores. 6) Sobre as referências bibliográficas: devem ser adotadas as normas de Vancouver (as referências são enumeradas de acordo com a ordem de entrada no texto). 7) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor(res). Cada um receberá exemplares da revista em que seu trabalho foi publicado. 8) Anexar ao trabalho os dados completos de todos os autores para contato (nome completo - endereço completo - CEP - telefones e e-mail). Os trabalhos podem ser enviados para o e-mail: contato@ revistaodontolife.com.br ou através de mídia digital (CD ou DVD) endereçados para: Redação Gutierre OdontoLife - R. João Nutti, 1561 - Cj. 12 - Pq. dos Bandeirantes - CEP: 14090-387 - Ribeirão Preto-SP.


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O empreendedorismo abraça a Odontologia e transforma o perfil do cirurgião-dentista. www.gutierreodonto.com.br > 7


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área da saúde é uma das mais ricas em embasamento técnico e teórico, no entanto, quando o assunto se refere à gestão de carreira profissional e administração de clínicas ou consultórios, deixa muito a desejar. Os cirurgiões-dentistas brasileiros, por exemplo, são mundialmente reconhecidos mas sofrem com as dificuldades e incertezas que enfrentam ao longo da carreira para aprender a administrar seus próprios negócios. Com a globalização da economia tornando a competitividade cada vez mais acirrada, alguns profissionais da saúde começaram a perceber que a aplicação adequada dos conceitos de Administração é um grande diferencial que pode colocá-los em vantagem sobre seus concorrentes. Por isso, é cada vez maior o número de cirurgiões-dentistas em busca de soluções para o bom gerenciamento de seus consultórios. Tendo em vista que, na Odontologia, este número ainda representa apenas 1% da classe sendo a falta de tempo, a falta de conhecimento e a resistência às mudanças, os principais fatores que o impedem de crescer mais rapidamente -, é necessário despertar o interesse dos odontólogos para esta realidade, oferecendo mais informações e orientação a respeito do assunto, pois, comprovadamente, a utilização adequada das modernas ferramentas de gestão e mercado é capaz de fazer com que o cirurgião-dentista ganhe mais, trabalhe menos, melhore sua qualidade de vida e tenha prestígio social. “Não importa se você está entrando no mercado agora ou se trabalha há dez, vinte, ou trinta anos. Nunca é tarde para crescer e tentar melhorar o seu desempenho profissional. As ferramentas de gestão e negócios são cientificamente comprovadas, advindas da área de Administração, que permitem fazer um planejamento adequado e melhorar o gerenciamento das empresas, inclusive na área da saúde, capazes de prevenir e solucionar muitos problemas enfren8 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Jorge Jacob Liporaci Cirurgião buco-maxilo-facial, fundador e presidente do Finanças Fitness.

“Quanto antes ela abrir sua mente para novos conhecimentos além da Odontologia, melhor será sua performance, produtividade e rentabilidade, ...”. tados pelo cirurgião-dentista em sua clínica ou consultório. Alguns odontólogos empreendedores, que se anteciparam e se capacitaram nesse sentido, já estão desfrutando de uma condição melhor. O que notamos hoje é que a maioria ainda carece de conscientização a respeito desse tema. Na faculdade os professores ensinam que basta ser o melhor e o mais estudioso. Na vida aqui fora isso não garante o sucesso. Ao mesmo tempo, muitos dos que já sabem que é preciso fazer algo mais para se diferenciar o deixam de fazer por falta de atitude, comodismo, ou por não saberem exatamente por onde começar ou a quem recorrer. Assim, muitos desistem mesmo antes de começar”, analisa o cirurgião buco-maxilo-facial Jorge Jacob Liporaci, especialista, mestre e doutor em Ciências pela FMRP/Usp; MBA Executivo em Administração de Empresas com Ênfase em Gestão, pela Fundação Getúlio Vargas; Business Coach habilitado; coordenador de Pós-Graduação na Eap da Apcd de Ribeirão Preto-SP, que atua em clínica própria, fundador

e presidente do Finanças Fitness, uma franquia da área de educação, coaching, treinamento e desenvolvimento em finanças, carreira e empreendedorismo. Para ele, a primeira atitude de quem pretende melhorar profissionalmente é acreditar em si mesmo, ter consciência de que é possível sim, crescer com ambição, ter lucro, racionalizar custos, aumentar a receita, ganhar mais trabalhando menos e melhorar sua qualidade de vida, e isso pode começar por meio da aquisição de um conhecimento básico. “O conhecimento reforça a certeza e a confiança e não há limites para a pessoa motivada, basta que ela descubra as melhores práticas para se chegar onde quer. Quanto antes ela abrir sua mente para novos conhecimentos, além da Odontologia, melhor será sua performance, produtividade e rentabilidade, refletindo em ganho de tempo para se dedicar ao crescimento pessoal, à família, à sua saúde, aos relacionamentos e à contribuição social. Você não precisa se descaracterizar como cirurgião-dentista, basta desenvolver comportamentos e atitudes mais proativas para os desafios da profissão. Isso inclui administrar suas finanças pessoais e empresariais com inteligência, gestão de tempo e, claro, sem deixar os aspectos técnico e humano perderem qualidade”, acrescenta o odontólogo e empresário. Em geral, todo profissional que consegue desenvolver um bom sistema de controle e gerenciamento de sua clínica ou consultório terá vantagem sobre seus concorrentes. Para isso, precisa administrar seu negócio como uma empresa, fazer planejamento, encontrar soluções e determinar estratégias de ação que vão de encotro às suas necessidades e anseios. As ferramentas são várias e servem para todos os setores, mas não existe uma solução única que resolva todos os problemas. Cada caso tem suas particularidades e cada um exigirá soluções diferentes. “Da mesma forma que na Odontologia não existe um único remédio para todos os males, na gestão de clínicas e consultórios cada caso exige um tipo de tratamento. O primeiro passo é fazer um diagnóstico organizacional do consultório ou clínica para saber quais são os problemas que ela está enfrentando. A partir daí, desenvolve-se um plano de ação, faz-se a execução deste plano e, por fim, o controle dos resultados. Essas quatro etapas são fundamentais, mas nada disso adianta se não houver o comprometimento do profissional”, ressalta o cirurgião-dentista e administrador pós-graduado em Marketing e Psicologia, Roberto Caproni, autor do best seller “Marketing Aplicado à Saúde”, presidente do Grupo Caproni, empresa prestadora e serviços de gestão e mercado para profissionais da saúde, com mais de 20 anos de experiência na área. “Se o profissional não colabora com o trabalho do consultor dificilmente conseguirá obter os resultados que deseja. As mudanças serão feitas no consultório dele, portanto é ele quem tem que agir. O papel do consultor é mantê-lo bem orientado para que ele execute as ações planejadas, pois ninguém vai levantar de manhã para abrir a sua clínica. É como um tratamento de saúde: você vai ao médico, ele diagnostica sua doença e prescreve a medicação necessária. Se você não tomar os remédios o tratamento não


vai funcionar. Com um consultório ou clínica acontece exatamente a mesma coisa”, acrescenta Caproni. Geralmente, durante a execução de um plano de ação em clínicas e consultórios odontológicos a maior parte dos ajustes necessários para otimizar resultados estão relacionados com o tipo de serviço oferecido (especialidades), recursos humanos (individual ou equipe), localização, preço e divulgação. Todos esses setores são importantes e devem estar alinhados e focados no cliente, que é o público-alvo da empresa. Resumidamente, o cirurgião-dentista precisa definir se vai trabalhar como particular ou em convênios e com quais especialidades, pois essas serão as fontes de receitas do seu negócio; ter um ou mais funcionários unidos e focados nos mesmos objetivos, investindo em recrutamento, seleção, treinamento, motivação, etc.; escolher

Roberto Caproni Cirurgião-dentista e administrador, pós-graduado em Marketing e Psicologia, presidente do Grupo Caproni.

“Da mesma forma que na Odontologia não existe um único remédio para todos os males, na gestão de clínicas e consultórios cada caso exige um tipo de tratamento”.

bem o local e fazer uma boa ambientação de sua clínica ou consultório, pois isso pode determinar o tipo de cliente que será atendido; saber negociar com os clientes e estabelecer preços justos e condições de pagamento; conquistar novos clientes utilizando ferramentas de propaganda e marketing. Entre as variáveis apresentadas, as questões relacionadas a preços e finanças continuam sendo as principais fontes de preocupação da classe odontológica. “A prestação de serviços de saúde a clientes é uma atividade profissional e gera uma movimentação financeira, portanto a correta gestão de contas é bem vinda como em qualquer outra atividade profissional. Para gerir bem uma clínica o cirurgião-dentista não precisa necessariamente ser um `expert´ em finanças. Ele pode se utilizar de alguns métodos e informações que lhe apoiarão nas tomadas de decisão. É muito comum ver as contas pessoais misturadas com as contas do consultório ou clínica. Isso por si só já dificulta a boa gestão financeira. Entendendo as contas de um consultório ou clínica, podemos dizer superficialmente que se apura o resultado financeiro deduzindo-se os gastos das receitas. A execução de cada procedimento gera gastos diretos chamados de custo, como impostos, material odontológico, protéticos, custos de operadoras de cartão de crédito, remuneração do profissional executante, etc. Além desse custo, cada procedimento contribuirá também com o pagamento das despesas fixas, que ocorrem todos os meses, como aluguel, condomínio, luz, água, telefone, folha de pagamento, limpeza, honorários contador, etc., e das despesas eventuais, como IPTU, manutenções, cursos, congressos, renovação de alvará, 13º salário do contador, etc. O valor pago pelo cliente ao cirurgião-dentista por um serviço contratado estará gerando a este uma receita. O resultado de cada procedimento é, então, a receita que ele produz, após se abater o custo para realização deste e sua parcela de participação nas despesas. O entendimento sobre o conceito de cada conta facilita a gestão financeira e evita riscos.”, explica César Souto, graduado em Ciências Contábeis e especializado em Administração Financeira, em Gestão de Pessoas, em Gestão Estratégica e em Psicologia do Trabalho. Ele também responde à pergunta mais comum entre os profissionais do setor: Qual o preço a se cobrar? “O preço ideal de um procedimento é o valor que permite o pagamento dos seus custos, contribui com as despesas e ainda proporciona o lucro desejado. Identificando, classificando e comparando os procedimentos pelo seu poder de rentabilidade podemos criar um plano estratégico de gestão que possibilite rentabilizar melhor o consultório ou clínica. Existem vários instrumentos financeiros que apoiam a criação do plano estratégico, mas cada consultório ou clínica deve identificar os mais adequados à sua especialidade, público alvo e formato de atuação. Uma gestão financeira eficiente não tem a função de sugerir ações radicais, do tipo `cancelar convênios´ ou `receber somente à vista´, mas de fornecer informações ao gestor para que tome decisões e crie ações estratégicas como: foco, terceirização, delegação, escala de atendimento, divulgação direcionada, etc.”, acrescenta o

César Souto Graduado em Ciências Contábeis e especialista em Administração Financeira, Gestão de Pessoas, Gestão Estratégica e em Psicologia do Trabalho.

“Para gerir bem uma clínica o cirurgião-dentista não precisa necessariamente ser um `expert´ em finanças. Ele pode se utilizar de alguns métodos e informações que lhe apoiarão nas tomadas de decisão”. Conselheiro Financeiro da Associação Brasileira da Saúde (ABS) e membro do Grupo Caproni como consultor de clínicas e consultórios. Na área da saúde o cliente não é sensível ao preço da consulta ou do tratamento e, sim, à credibilidade inspirada pelo profissional, onde credibilidade significa respeito mútuo e confiança, que representam um alto valor agregado na relação com o cliente. Quando o cliente percebe valor na relação de troca, o preço se torna irrelevante tornando a negociação e a cobrança mais fáceis. Mesmo assim, são frequentes os casos de inadimplência no setor e, de acordo com o advogado Robson Vitor Firmino, uma boa maneiwww.gutierreodonto.com.br > 9


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Robson Firmino Advogado, pós-graduado em Direito Público e Direito Médico, Odontológico e da Saúde, sócio-proprietário da Imhotep Consultoria e Assessoria em Gestão da Saúde.

“Tanto a inadimplência como os possíveis riscos jurídicos de uma clínica ou consultório podem ser evitados com a elaboração de um contrato de prestação de serviços”. ra de evitar o não recebimento pelos serviços prestados é a utilização de contrato. “Tanto a inadimplência como os possíveis riscos jurídicos de uma clínica ou consultório podem ser evitados com a elaboração de um contrato de prestação de serviços. O Código de Ética Odontológico exige que o profissional faça um prontuário completo, com ficha de anamnese, informações sobre a saúde do paciente, forma de tratamento, valores, forma de pagamento, termo de consentimento, etc. No entanto, mais de noventa por cento desses profissionais não possui hoje nenhum tipo de documentação para se defender de ações judiciais. Além do prontuário, o ideal é fazer um contrato que já possa ser apresentado ao paciente logo na primeira consulta. Embora este contrato não impeça o cirurgião-dentista de sofrer uma ação judicial, ele estará bem amparado legalmente para se defender judicialmente e, em caso de inadimplência, o contrato poderá ser 10 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

executado contra o paciente”, orienta o advogado pós-graduado em Direito Público e Direito Médico, Odontológico e da Saúde, Defensor Dativo do Conselho Federal de Medicina do Estado de São Paulo e sócio-proprietário da Imhotep Consultoria e Assessoria em Gestão da Saúde. Embora culturalmente os cirurgiões-dentistas não tenham o hábito de firmar contrato com seus pacientes para a realização de tratamentos, esta mudança de postura é inevitável e faz parte do processo de profissionalização e empreendedorismo da categoria. “Os processos contra cirurgiões-dentistas são cada vez mais frequentes e podem causar grande prejuízo financeiro, além de prejudicar a imagem do profissional e de sua clínica. A realização do contrato aumenta a credibilidade e a confiança do paciente em relação ao profissional, pois comprova a responsabilidade do mesmo e assegura que o tratamento será feito de acordo com o que está no contrato. Serve também como ferramenta de seleção para aqueles pacientes que já estão mal intencionados e que, de alguma forma, pretendem prejudicar ou se aproveitar do cirurgião-dentista. Esta mudança de comportamento deve partir do próprio profissional”, acrescenta Fabiana Rangel Marques Lulio, enfermeira graduada pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP, mestre em Gestão de Saúde pela Universidade de São Paulo (Usp), MBA em Administração pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, especialista em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto-SP, sócia-proprietária da Imhotep Consultoria e Assessoria em Gestão da Saúde. Segundo os sócios Robson Firmino e Fabiana Lulio, desde a criação do Código de Defesa do Consumidor, quando o paciente passou a ser considerado consumidor e o cirurgião-dentista um prestador de serviços, a melhor forma de tentar evitar processos éticos e judiciais é a prevenção. “O cirurgião-dentista deve se preocupar em manter completa a documentação odontológica e firmar contratos com seus clientes antes do início do tratamento. Além disso, o profissional também deve se preocupar em conhecer o Código de Ética Odontológico, as normas expedidas pelos Conselhos e as normas aplicáveis ao setor. Tudo isso pode servir de respaldo para evitar o ajuizamento de ações éticas, indenizatórias e criminais. Entretanto, acaso sejam propostas, o cirurgião-dentista será capaz de provar documentalmente a legalidade e licitude de sua conduta profissional”, completam. Além da capacidade de gestão e administração e devidamente inteirado sobre a legislação, responsabilidade civil e profissional, o cirurgião-dentista empreendedor também precisa despertar a percepção dos clientes para o atendimento e para a qualidade do serviço que oferece, com a finalidade de manter os antigos e captar novos clientes, seja através da propaganda, da publicidade, do boca a boca, do relacionamento social ou profissional. Para isso, deve desenvolver sua capacidade de comunicação e aprender a utilizar as ferramentas de marketing de forma adequada, de modo a não infringir o código de ética da categoria. Mesmo sendo possível, na maioria das vezes o

cirurgião-dentista não consegue organizar sozinho todas essas ações e, ainda, atender, participar de congressos, fazer cursos, dar aulas e realizar suas atividades pessoais. Por isso, a melhor opção é procurar ajuda junto aos profissionais e empresas de consultoria, de preferência que ofereçam atendimento especializado para gestão de clínicas e consultórios odontológicos. Nesse sentido o mercado oferece inúmeras opções, cabendo ao profissional escolher a que melhor atende suas reais necessidades. O mais importante é que o cirurgião-dentista entenda que a Odontologia como era praticada antigamente não existe mais e que o profissional que não souber gerenciar seu próprio negócio, tendo conciência de que deve administrá-lo como uma empresa, ficará para trás, enfrentará grandes dificuldades, podendo até não ter condições de se manter no mercado. 

Fabiana Lulio Enfermeira, mestre em Gestão de Saúde, MBA em Administração, sócia-proprietária da Imhotep Consultoria e Assessoria em Gestão da Saúde.

“Os processos contra cirurgiõesdentistas são cada vez mais frequentes e podem causar grande prejuízo financeiro, além de prejudicar a imagem do profissional e de sua clínica”.


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 Dental Gutierre Odonto

Boa administração e envolvimento dos colaboradores refletem positivamente nos resultados da empresa para trabalhar no departamento Financeiro, mais precisamente no Contas a Pagar. No decorrer do tempo, tornei-me supervisora do departamento de Contas a Pagar e hoje sou responsável também pelos Custos. Tento sempre agir com ética e transparência no desempenho de minha função e na minha vida pessoal. A Gutierre é uma ótima empresa para se trabalhar e tenho muito orgulho em ser sua colaboradora. Aqui não somos tratados como um número, mas sim como pessoas que merecem respeito e recebem boas condições para desenvolver seu trabalho”, afirma Fabiana Cristina Pedroso Ribeiro, cuja função é imprescindível para assegurar a saúde financeira da empresa. “O departamento Financeiro é de suma importância para o controle do capital da empresa, auxiliando no seu crescimento e lucratividade, através de um trabalho bem elaborado na administração dos recursos financeiros. Ele assessora no sentido de fazer com que seus ganhos sejam suficientes para cobrir despesas, gerar lucros e garantir o desenvolvimento da empresa, através do planejamento financeiro, aquisição, controle e Fabiana Cristina Pedroso Ribeiro

U

“Sem dúvida, a Gutierre é uma empresa ágil e criativa, com vocação pra crescer". 14 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

ma empresa bem administrada preserva hábitos saudáveis, organiza atividades e planeja ações para ter vida longa e manter-se em condições de igualdade ou superioridade em relação a seus concorrentes. É com essa postura que a Dental Gutierre Odonto caminha para o seu 14º ano em atividade. Em constante processo de aprendizado, sempre em busca de melhores resultados, conta hoje com uma equipe de profissionais capacitados, unida e focada em objetivos comuns, que cumpre metas com eficiência seguindo à risca o planejamento estratégico da empresa. Dessa forma, a Gutierre consegue satisfazer suas próprias necessidades, ao mesmo tempo que contempla também os anseios de todo um grupo de pessoas envolvidas e interessadas em seu sucesso e crescimento. Você vai conhecer agora mais cinco colaboradores da Dental Gutierre Odonto, a trajetória profissional de cada um, suas opiniões sobre a empresa, o mercado e suas perspectivas para o futuro. “Entrei na Gutierre como recepcionista, em agosto de 2008. Vinte dias depois, fui convidada

José Sérgio Dias Junior


Transformamos negócios em sorrisos.

Ivan Mathias Sampaio

distribuição de recursos”, explica Fabiana, que pretende ainda montar e gerenciar um departamento de Controladoria na Gutierre Odonto. Com esse mesmo entusiasmo e compromisso, o publicitário José Sérgio Dias Junior quer garantir o sucesso da loja virtual da Gutierre. “Essa é sem dúvida a prioridade do meu planejamento, mesmo sabendo que esse sucesso depende de uma série de fatores que vêm sendo conquistados e ajustados todos os dias. Vim para integrar a equipe de Marketing da Gutierre no ano passado como analista júnior e para assumir o conteúdo digital da empresa, tanto institucional como comercial, através da dental online, a loja virtual. Agradeço pela oportunidade de me relacionar com pessoas de extremo conhecimento e importância no segmento odontológico. Posso contar com uma equipe capacitada e estrutura tecnológica à disposição e acredito estar no auge do desenvolvimento da minha carreira profissional. Atualmente, o maior desafio acontece dia a dia, na descoberta do mundo do e-commerce. Com uma nova forma de vender e um novo perfil de cliente, o tempo para planejamento é curto e, por isso, precisamos ser ágeis nas estratégias e possuir versatilidade para nos adequarmos às necessidades do consumidor online”, explica José Dias, que tem plena consciência da importância do seu trabalho para o sucesso da empresa. “Acredito que o departamento de Marketing seja o alicerce de uma empresa de grande porte como a Gutierre, pois toda ação de venda ao cliente remete ao Marketing, responsável pelo estudo do mercado e das tendências. É importante dar o suporte necessário para todos os departamentos, por isso monitoramos diretamente as diversas relações da empresa e ficamos à disposição para auxiliar em todos os processos. Porém, atualmente, a ação do Marketing que trará mais resultados de lucratividade será o investimento na divulgação de produtos e ofertas nos mecanismos de buscas e redes sociais na internet. Se você é cirurgião-dentista e busca

materiais para comprar online, irá nos encontrar facilmente”, completa o publicitário. Tão importante quanto os departamentos de Marketing ou Financeiro é o setor de Atacado, responsável por atender dentais de todo o Brasil, cujo papel não se restringe apenas em vender produtos odontológicos, mas também a levar conhecimento sobre os produtos, treinamentos, e-marketing com promoções, sem nenhum custo, que as dentais podem enviar aos seus clientes utilizando o departamento de Marketing interno da empresa. Ivan Mathias Sampaio é quem supervisiona este setor na Gutierre Odonto, onde trabalha há mais de seis anos. “Comecei no departamento de Separação, em 2007. Tive uma experiência rápida no departamento de Varejo e, em seguida, fui para o setor do Atacado, assumindo a supervisão deste departamento em janeiro de 2011. Aqui, trabalhamos diariamente na busca da excelência do atendimento e pela importância em mantermos nossos clientes/parceiros com ações para estarmos sempre inovando e fazendo a diferença. O auxilio que nosso farmacêutico oferece às dentais que estão dando início aos registros que a Anvisa exige para a comercialização de produtos e medicamentos, é um exemplo das ações que promovemos em benefício dos nossos parceiros e clientes”, comenta Ivan, que pretende tornar a equipe de vendas da Gutierre cada vez mais capacitada. “Quero ter uma equipe de alta performance, com faturamentos acima dos níveis de mercado e me colocar à disposição para a ampliação de novas filiais. O Atacado é um departamento fundamental para garantir a sustentação e o crescimento da empresa. Além de ter sido a origem da Gutierre, promove uma enorme capacidade de compras com as indústrias devido ao grande volume de produtos que movimenta”, ressalta Ivan. As ações de todos os departamentos da empresa refletem diretamente no trabalho de Andréia Ricci, responsável pelo Faturamento da Gutierre, que trabalha na empresa há mais de 13 anos.

Andréia Ricci

Nestor Jung

“Quando entrei na Gutierre, éramos apenas três colaboradores. Com o passar do tempo a empresa aumentou e, consequentemente, os números também: colaboradores, compra, venda, despesas, faturamento, etc. Com esse crescimento tive que aprender a me adaptar às mudanças e aproveitar as oportunidades que empresa passou a oferecer. Atualmente faço faculdade de Processos Gerenciais para, junto com a Gutierre, me preparar para as mudanças que o mercado exige. Dessa forma poderei contribuir cada vez mais para que o departamento do Faturamento seja diferenciado das demais empresas”, revela Andréia que, junto com outro colaborador, é responsável pela emissão de notas fiscais, boletos bancários, cartões de crédito, emissão de guias, entre outras atividades. “Para uma empresa com o porte da Gutierre esse departamento é indispensável. Espero que com o tempo a empresa cresça e o nosso departamento também”, finaliza Andréia. Na Dental Gutierre Odonto fica evidente o comprometimento de sua equipe com as estratégias traçadas pela empresa, favorecendo a obtenção de resultados. E quem pode confirmar esta afirmativa é o Consultor de Negócios e Oportunidades, Nestor Jung, que atualmente acompanha as atividades e presta consultoria para a Gutierre Odonto. “Sem dúvida, a Gutierre é uma empresa ágil e criativa, com vocação pra crescer. No momento estamos aprimorando esse envolvimento da equipe com os objetivos da empresa, desenvolvendo talentos internos, qualificando-os e distribuindo responsabilidades. Ao mesmo tempo, estamos fazendo uma reestruturação da gestão de vendas, promovendo uma readequação para os novos mercados e novas demandas, de modo que os resultados operacionais se traduzam em maior sustentabilidade e liquidez para a empresa, permitindo seu crescimento continuado, expansão de mercado e maior satisfação aos clientes”, finaliza Nestor.  www.gutierreodonto.com.br > 15


 Dental Gutierre Odonto

Transformamos negócios em sorrisos.

Gutierre amplia participação em eventos odontológicos P

ara difundir seus produtos e serviços no mercado, a Dental Gutierre Odonto marcará presença em importantes eventos voltados para o setor odontológico. Depois do sucesso absoluto em sua participação nos dois maiores congressos internacionais do Brasil, o Ciosp e o Ciorj, e também no OMB - Odonto Management Brazil 2013, a empresa já está de agenda cheia para os próximos meses. Em Agosto, apoiará a realização da palestra “Instrumentos Rotatórios - a ciência esquecida”, ministrada pelo diretor de vendas da JOTA na América Latina, Marcelo Marjovsky, no dia 5,

16 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

às 15 horas, na Apcd de Ribeirão Preto e, às 19 horas, na Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp); nos dias 23 e 24, participará do 17º Encontro da Associação dos Ex-alunos de Ortodontia de Araraquara (AOA), que promoverá dois simpósios e dois cursos, com grandes nomes da Ortodontia brasileira. Em novembro a Gutierre também participará do SBOE - Estética (Sociedade Brasileira de Odontologia Estética), entre os dias 06 e 09. Com isso, a Dental pretende consolidar sua força no mercado oferecendo aos seus clientes mais agilidade e qualidade, sobretudo através de sua loja virtual www.gutierreodonto.com.br. 


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18 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

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CADERNO

Científico aRTiGOS cieNTÍficOS | TécNicOS | caSOS clÍNicOS | aRTiGOS de ReviSÃO

deNTÍSTica ReSTaURadORa ReaBiliTaÇÃO ORal e eSTéTica eNdOdONTia diaGNÓSTicO e ciRURGia BUcO-MaxilO-facial iMplaNTOdONTia 0d0NTOpediaTRia OdONTOlOGia leGal www.gutierreodonto.com.br > 19


 Caderno Científico | Dentística Restauradora

◗◗ Marlúcio de Oliveira Professor responsável do Departamento de Dentística, Graduação e Pós-Graduação da Universidade de Itaúna-MG. Professor coordenador do curso de Especialização em Estética e Dentística da São Leopoldo Mandic (Belo Horizonte-MG). Professor coordenador do Curso de Aperfeiçoamento em Estética Odontológica do NEEO (Divinópolis-MG). Mestre em Dentística pela São Leopoldo Mandic de Campinas-SP. Especialista em Dentística Restauradora Estética pela Usp de Bauru-SP. Pós-graduado em Odontologia Cosmética pela New York University College of Dentistry (New York-USA). Pós-Graduado em Prótese sobre Implantes pela Nobel Biocare.

Reconstrução estética e cosmética do sorriso com agenesia de incisivos laterais e macrodontia dos incisivos centrais A Odontologia é uma ciência capaz de alterar, copiar ou reproduzir de forma artesanal, o formato, a cor e a textura dos dentes e de alguns elementos que compõem o sorriso. Uma interação harmônica entre os elementos do conjunto formado pelo rosto, lábios, gengivas e dentes é fundamental para a conquista da beleza, mas qualquer variação destes, em relação à proporção, será desagradável aos olhos do observador. Como o homem é um animal que consegue sorrir, as situações estéticas negativas podem deixá-lo introspectivo fazendo com que seu convívio social e psicológico sejam alterados em decorrência de uma alto estima abalada. Por exigência da ciência e de um conceito de beleza cada vez mais explícito na cultura social, os últimos anos foram marcados pela melhoria das propriedades físicas, químicas e mecânicas dos materiais e também pela evolução das técnicas que envolvem a reprodução ou construção estética dos elementos dentais. Como salientado, um sorriso agradável é marcado pelo equilíbrio proporcional e simétrico dos dentes entre si, gengivas, lábios e rosto. Algumas situações clínicas podem quebrar este equilíbrio pela ausência ou alteração do formato gengival. Convencionalmente a gengiva assume um formato com curva parabólica que circunda o colo da coroa dental, tendo o zênite (ponto mais alto da gengiva) localizado para a distal dentro desta circunferência. As papilas interdentais localizam-se entre os dentes no terço cervical e são de grande importância para a anuFigura 1

Figura 2

Aparência do sorriso com macrodontia de incisivo central e ausência de lateral.

20 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

lação do espaço negativo também chamado de “buraco negro”. Em algumas situações, quando existe a amostra da gengiva, é necessário restaurar protéticamente esta papila para evitar o transtorno estético e fonético, condição muito comum em pacientes que sofreram perdas ósseas seguidas de cirurgias periodontais nos dentes anteriores. Do mesmo modo, em caso de grandes recessões gengivais, em elementos isolados, podemos restaurar a área descoberta do colo dental com material restaurador que imita a cor e a textura da gengiva contribuindo também para uma melhor proporção dental. As resinas acrílicas, em tempos anteriores, eram os materiais usados na imitação de gengiva artificial, posteriormente as porcelanas também passaram a ser opção protética para substituição do tecido gengival. Porém, para estes materiais, a obtenção da cor é mais difícil de ser controlada pela metodologia de confecção e por serem produtos específicos para próteses fixas e removíveis, ficando a desejar para dentes individuais ou situações específicas. Sendo assim, as pesquisas despertaram para necessidade do desenvolvimento de um material que fosse resistente às condições orais, no qual o dentista pudesse ter controle da cor, da escultura, do endurecimento e com a possibilidade de ser colado à estrutura dental por meios adesivos. Para esta finalidade foram desenvolvidas as resinas compostas fotoativadas com corantes para gengiva. O caso clínico relatado neste trabalho foi realizado utilizando resina composta Amaris e para restaurar a parte gengival, Amaris Gingiva. 

Visão frontal do caso demonstrando o desequilíbrio estético e ausência de proporção dental.


Oliveira M

Figura 5

Figura 4

Figura 3

Avaliação da cor do dente e da gengiva.

Odontosecção da coroa no terço incisal e confecção de sulco na face vestibular . Figura 8

Figura 7

Figura 6

Visão frontal dos dentes seccionados.

Avaliação das medidas de Proporção Áurea com compasso de ponta seca. Figura 10

Figura 9

Espalhamento e escultura da resina com pincel pelo de marta.

Figura 12

Visão frontal das facetas diretas com resina composta Amaris.

Figura 13

Visão frontal das facetas e das papilas gengivais.

Figura 15

Refinamento da odontosecção do terço incisal com disco diamantado.

Fechamento do diastema e incremento vestibular com resina Amaris de esmalte. Figura 11

Inserção da resina Amaris Gengiva restaurando a papila gengival artificialmente. Figura 14

Aparência do sorriso com equilíbrio de proporção entre dentes, lábios e gengiva. Figura 16

Visão da altura das papilas com o lábio superior em sorriso médio.

Visão do sorriso alto com maior abrangência gengival.

Avaliação da proporção entre rosto, lábios, gengiva e dentes.

www.gutierreodonto.com.br > 21


 Caderno Científico | Reabilitação Oral e Estética

◗◗ Manoel Martins Júnior Doutor em Prótese Dentária pela Unesp de Araçatuba-SP. E-mail: manoelmartinjr@hotmail.com

Excelência estética em restaurações anteriores: follow-up clínico de três anos INTRODUÇÃO A busca por um sorriso bonito e harmonioso é cada vez mais comum na sociedade em que vivemos. Tornando a procura por soluções práticas e rápidas na hora de reestruturar um sorriso cada vez mais frequente. Os avanços dos produtos e dos tratamentos odontológicos proporcionam ao paciente a realização de seus desejos. Pois a estética busca reconstruir, harmonizar, melhorar um trabalho com a natureza já existente, buscando reestabelecer um novo sorriso e atender a necessidade do paciente. Os produtos utilizados em diversos procedimentos tiveram grandes avanços, como a evolução dos sistemas adesivos e dos agentes cimentantes resinosos, o que possibilitaram um tratamento rápido e com a preservação da estrutura dentária do paciente. Na busca de um sorriso perfeito e rápido muitos pacientes optam por utilizar laminados cerâmicos, que apresentam resultados satisfatórios e não necessitam de um grande desgaste da estrutura dental do paciente, além de apresentar uma grande durabilidade.

CASO CLÍNICO Paciente do gênero feminino procurou atendimento odontológico, queixando-se da estética de seu sorriso. A insatisfação se dava em relação aos elementos 12 e 22, que apresentavam dimensões dentais diferentes atrapalhando a estética de seu sorriso. (Figura 1). Para realizar o procedimento foi realizado um estudo do sorriso da paciente, no qual o contorno gengival foi observado, notando que os contornos dos colos acompanham a inclinação inicial dos dentes, verificamos também a borda incisal inicial e criamos um plano para reestruturar o sorriso do paciente. Após a observação de todos os detalhes verificamos as dimensões dentais da paciente na qual planejamos como deveria ficar o resultado final do sorriso. (Figura 2). Depois de considerar as primeiras observações fizemos um modelo de estudo, no qual realizamos um enceramento diagnóstico e um planejamento reverso. Após esses procedimentos refizemos as dimensões dentais no modelo encerado. (Figura 3). Ao iniciar os preparos dentários para a confecção da prótese foi inserido o fio de retração gengival, Retraflex nº000 (Biodinâmica) (Figuras 4 e 5) e confeccionado um guia de corte para o preparo. Após a observação de como deveria ser feito, o desgaste foi realizado. Para moldagem mais precisa inserimos o fio de retração gengival, Retraflex nº0 (Biodinâmica) e fizemos o molde da paciente. A seleção de cor para a confecção do laminado de cerâmica foi feita a partir do substrato dentá22 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

rio da paciente, evitando assim possíveis problemas posteriores. Após a seleção da cor inserimos a Resina Bisacrílica Proviplast (Biodinâmica) (Figura 6) no guia de silicone para confecção do Mock Up (Figuras 7 e 8). A remoção do excesso de produto pode ser feita com uma espátula nº1, para a cimentação do provisório na paciente utilizamos o Provitemp (Biodinâmica) (Figura 9). Após o recebimento do Laminado em dissilicato de Lítio, fizemos algumas simulações cromáticas do cimento resinoso, com o material de prova para cimentação, Master Cement Try In (Biodinâmica). Definido a cor aplicamos o Ácido orto-fosfórico 37%, Attaque Gel (Biodinâmica) (Figura 10) e em seguida o adesivo monocomponente para Dentina e Esmalte Fotopolimerizável, Master Bond DE (Biodinâmica). O tratamento da peça foi feito com a aplicação do Ácido Fluorídrico 10%, Attaque F (Biodinâmica) e com a aplicação do Silano (Biodinâmica). O cimento resinoso fotopolimerizável, Master Cement LC (Biodinâmica) foi aplicado diretamente na peça e em seguida colocado no dente anteriormente preparado (Figuras 11, 12, 13 e 14). A paciente foi acompanhada durante os anos posteriores e o resultado após três anos continuava atendendo suas expectativas (Figuras 15 e 16).

DISCUSSÃO A Odontologia tem se desenvolvido cada vez mais, pois muitos profissionais buscam novas soluções restauradoras e, os materiais utilizados nestes procedimentos, têm sido aperfeiçoados se adequando cada vez mais à necessidade do cirurgião-dentista e do paciente. A realização de trabalhos que sejam rápidos e funcionais é uma das prioridades no mundo atual. Com a preservação da estrutura dental, muitos pacientes estão se mostrando cada vez mais satisfeitos com os procedimentos estéticos. No caso clínico apresentado o profissional teve que avaliar como fazer o procedimento e trabalhar apenas nos dentes que a paciente solicitou, sem retirar nenhum e sem demora no tratamento. A utilização de materiais de qualidade para realizar os procedimentos garantiu um belo sorriso em um pequeno espaço de tempo.

CONCLUSÃO Os estudos realizados na paciente, o ensaio restaurador, a utilização de produtos de qualidade e a boa comunicação entre o clínico, o técnico e a paciente, fizeram com que a estrutura dental fosse preservada e o resultado final fosse excelente, apresentando um ótimo resultado mesmo após três anos com o laminado. 


Martins Jr. M

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Aspecto inicial do sorriso.

Figura 5

Figura 4

Após os estudos, análise das dimensões dentais no modelo encerado.

Análise das dimensões dentais do paciente.

Figura 6

Inserção do Fio Retrator Retraflex nº000 (Biodinâmica). Resina Bisacrílica Proviplast (Biodinâmica). Figura 7 Figura 8

Inserção do Proviplast (Biodinâmica) no molde para realização do Mock up. Figura 9

Figura 10

Figura 11

Preparo do dente com a aplicação do Attaque Gel Ácido Orto-Fosfórico 37% (Biodinâmica).

Cimento Provisório Provitemp (Biodinâmica). Figura 12

Figura 13

Visualização imediata após a realização do procedimento. Figura 15

Mock up em posição.

Fio Retrator Retraflex nº000 (Biodinâmica).

Cimento Resinoso Master Cement LC (Biodinâmica).

Aplicação do Cimento Resinoso Master Cement LC (Biodinâmica) direto na peça. Figura 14

Resultado final.

Figura 16

Sorriso após três anos com o laminado.

Excelente resultado após três anos, sem alterações na cor.

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 Caderno Científico | Endodontia

◗◗ João José Moreira Bitondi Especialista em Endodontia. Ministrador do curso de Atualização em Endodontia na Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp) e Núcleo de Odontologia Avançada de Ribeirão Preto (Noa-RP). E-mail: joaojmbitondi@gmail.com

◗◗ Referências Bibliográficas 1) Avaliação da ação antimicrobiana de diferentes medicações usadas em Endodontia. Dotto, Sidney Ricardo*,Travassos, Rosana Maria Coelho**,Ferreira, Ronise*** Santos, Roberto****,Wagner, Marcia***** Revista Odonto Ciência - Fac. Odonto/PUCRS, v. 21, n. 53, jul./set. 2006. 2) Classificação, Diagnóstico e procedimentos terapêuticos em envolvimento endo periodontal. Sonia M Macedo,Patricia H P Ferrari, Marcelo dos Santos.2007 APCD Santo Andre. 3) Hidróxido de cálcio em endodontia: avaliação da alteração do pH e da liberação de íons de cálcio em produtos endodonticos a base de hidróxido de cálcio. Mário Roberto; Reis, Rosana Torelli; Silva, Léa Assed Bezerra da; Loffredo, Leonor de Castro Monteiro. RGO (Porto Alefre)40(1):69-72. Jan-Fev 1992. 4) Hidróxido de Cálcio e Iodofórmio no tratamento endodôntico de dentes com Rizogenese Incompleta. Roseli Toledo 1, Maria Leticia Borges Britto 2, Raul Capp Pallotta 3, Cleber Keiti Nabeshima 4. Int J Dent, Recife, 9(1):28-37, jan./mar.,2010. 5) Clinical Implications and Microbiology of Bacterial. Persistence after Treatment Procedures José F. Siqueira Jr., PhD, and Isabela N. Rôças, PhD. JOE - Volume 34, Number 11, November 2008. 6) Influência da Limpeza do Forame Apical no Reparo de Lesões Periapicais. Carolina dos Santos Guimarães 1, Gerhilde Callou Sampaio 2, Élvia Barros de Almeida 3, Luciano Barreto Silva 4, Ana Paula Mourato 5, Diógenes Ferreira Alves 6. Rev. Fac. Odontol. Porto Alegre, v. 52, n. 1/3, p. 45-47, jan./dez., 2011. 24 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Lesão endo-periodontal Introdução As inter-relações entre as doenças pulpares e periodontais ocorrem devido às intimas conexões anatômicas e vasculares entre a polpa e o periodonto. Vemos isto usando critérios histológicos, radiográficos e clínicos. Polpa e ligamento periodontal são tecidos de mesma origem embrionária, derivam do mesoderma1. A polpa se comunica com o periodonto através de forame apical, delta apical, canal lateral e secundário e ao nível de câmara pulpar pelo canal cavo inter-radicular. Com a mesma origem embrionária, polpa e ligamento periodontal quando agredidos têm respostas semelhantes. Doenças endo-periodontais são responsáveis por grande porcentagem de mortalidade dentária. O tecido pulpar se degenera devido a uma somatória de insultos como cárie, procedimentos restauradores, insultos químicos e térmicos, trauma, doença periodontal e até seus tratamentos. Quando os produtos de degeneração pulpar atingem o periodonto de suporte podem levar a resposta inflamatória por perda óssea, mobilidade dentária e até formação de fístula. Quando isto ocorre na região apical forma-se uma lesão perirradicular, é uma doença endodôntica (Figura A). Doença periodontal tem progressão lenta podendo causar um efeito atrófico gradual na polpa dentária. A doença periodontal resulta de acúmulo da placa bacteriana nas superfícies externas dos dentes, com inflamação local ou infarto tecidual, diminuição celular, reabsorção, fibrose e necrose por coagulação (Figura B). Devido às inter-relações endo-periodontais há situações de difícil diagnótisco para saber qual a origem da doença, levando a se realizar tanto o tratamento endodontico como periodontal. Na resolução destas inter-relações temos como regra o uso de curativos com objetivo de estimular a reparação de toda a área envolvida. Para tal, usa-se hidróxido de cálcio por pelo menos 30 dias2,3.

Caso Clínico Paciente compareceu ao consultório com queixa no dente 37, drenagem via sulco gengival, dente com grande mobilidade, dor ao toque e ao mastigar. Tomou-se um raio X de diagnóstico que mostrou grande destruição de tecido ósseo envolvendo praticamente toda a raiz distal e furca. Constatou-se também trauma oclusal no dente 37 (Figura 1). Tratamento - Primeira sessão: Foi realizada instrumentação manual com técnica cérvico-apical, com irrigação com hipoclorito de sódio 5,25% e irrigação com água de hidróxido de cálcio, secagem e colocação de Calem (hidróxido de cálcio somente) associado a um muito pouco de iodofórmio pelas sua

propriedade e radiopacidade, para verificar a repleção completa do curativo4. Também realizou-se um ajuste oclusal5. O dente foi fechado com uma espuma contendo hidróxido de cálcio, uma camada de Cimpat e fechado com resina coposta, somente com adesivo nas paredes. A seguir realizou-se o ajuste oclusal (Figura 2). Tratamento - Segunda sessão: Trinta e cinco dias após foi realizada a obturação dos canais radiculares com Sealer 26, com técnica clássica, condensação lateral e vertical. Fechou-se o dente igualmente ao realizado na sessão anterior com resina na face oclusal (Figura 3). A seguir passou-se a fazer a proservação (Figura 4) e mais uma após um ano e quatro meses (Figura 5), mostrando completa reparação de toda a área anteriormente afetada. Ressalta-se que foi realizada antes da primeira sessão uma limpeza periodontal na intenção somente de tirar a placa bacteriana da região cervical e, posteriormente, nenhum tratamento periodontal foi realizado.

Discussão e Conclusão Nos dias atuais, quando da realização de um tratamento endodontico em dentes necrosados, além de se realizar a patência, recomenda-se a limpeza do forame apical para se chegar ao sucesso. A instrumentação cervico apical deve preceder à patência e limpeza do forame, assim diminui-se a possibilidade de empurrar conteúdo tóxico além do forame apical. No presente caso não foi conseguido a potência nem limpeza do forame apical. Verifica-se que a somatória de procedimentos como a técnica de instrumentação cérvico apical, associada com solução irrigadora concentrada (hipoclorito de sódio 5,25%), curativo de hidróxido de cálcio com pH básico pela dissociação iônica de seus íons, estimula fosfatase alcalina na reparação apical. O ajuste oclusal deve sempre ser verificado ao terminar-se o selamento do canal e nos períodos de proservação. O caso também mostra que nem sempre a patência e limpeza de forame são fatores fundamentais para o sucesso6. 


Bitondi JJM

Figura A

Figura B

Lesão perirradicular.

Figura 1

Figura 2

Efeito da doença periodontal na polpa dentária.

Figura 3

Figura 5

Obturação.

Figura 4 Diagnóstico.

Após instrumentação HC + Iodofórmio.

Proservação.

Proservação, após um ano e quatro meses.

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 Caderno Científico | Diagnóstico e Cirurgia Buco-maxilo-facial

◗◗ Cláudia Maria Navarro Professora Assistente Doutora do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara-SP (Foar/Unesp). E-mail: cnavarro@foar.unesp.br ◗◗ Elaine Maria Sgavioli Massucato Professora Assistente Doutora do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara-SP (Foar/Unesp). E-mail: emaria@foar.unesp.br ◗◗ Mirian Aparecida Onofre Livre Docente do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Araraquara-SP (Foar/Unesp). E-mail: maonofrefoar@uol.com.br ◗◗ Referências Bibliográficas 1) Scott CM, Flint SR. Oral syphilis-re-emergence of an old disease with oral manifestations. Int J Oral Maxillofac Surg 2005; 34: 58-63. 2) Leão JC, Gueiros LA, Porter SR. Oral Manifestations of syphilis. Clinics 2006; 61(2): 161 – 6. 3) Egglestone SI, Turner AJL. Serological diagnosis of syphilis. Commun Dis Public Health 2000; 3: 158 – 62. 4) Leuci S, Martina S, Adamo D, Ruoppo E, Sorrentino R, Favia G, Mignogna M. Oral Syphilis: a retrospective analysis of 12 cases and a review of the literature. Oral Dis 2012 (in press). 5) Centers for Disease Control and Prevention. 2003 surveillance report of sexually transmitted diseases (November 15, 2004). Centers for Disease Control and Prevention; 2004. 6) Doherty L, Fenton K, Jones J, Paine TC, Higgins SP, Williams D, Palfreeman A. Syphilis: old problem new strategy. BMJ 2002; 325: 153 – 56. 7) Domegan L, Cronin M, Thornton L, Creamer E, O’Lorcain P, Hopkins S. Interventions in a syphilis outbreak. EpiInsight 2002: 3: 2–3. Available at www.ndsc. ie/Publications/EPI-Insight. 8) Jakopanec I, Grjiboyski AM, Nilsen Ø, Blystad H, Aavitsland P. Trends in HIV infection surveillance data among men who have sex with men in Norway, 1995 – 2011. BMC Public Health 2013; 17: 144. 9) Lopes F, Latorre MR, Campos Pignatari AC, Buchalla CM. HIV, HPV, and syphilis prevalence in a women’s penitentiary in the city of Sao Paulo, 1997-1998. Cad Saude Publica 2001; 17: 1473-80. 10) Ashton M, Sopwith W, Clark P, McKelvey D, Lighton L, Mandal D. An outbreak no longer: factors contributing to the return of syphilis in Greater Manchester. Sex Transm Infect 2003; 79: 291-3. 11) Travassos AG, Bries C, Netto EM, Fernandes SA, Rutherford GW, Queiroz CM. Prevalence of sexually transmitted infections among HIV-infected women in Brazil. Braz J Infect Dis 2012; 16: 581 – 5. 12) Ohata G, Massucato EMS, Onofre MA, Navarro CM. Clinical intraoral profile of secondary syphilis in Oral Medicine Service at Araraquara School of Dentistry. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology; 2012: 114 (4): e34.Scott CM, Flint SR Oral syphilis – re-emergence of an old disease with oral manifestations. Int J Oral Maxillofac Surg 2005; 34: 58 – 63. 13) Blocker ME, Levine WC, St Louis ME. HIV prevalence in patients with syphilis, United States. Sex Transm Dis 2000; 27 (1): 53 – 9. 14) Kassutto S, Doweiko JP. Syphilis in the HIV era. Emerg Infect Dis 2004; 10 (8):1471-3. 15) UNAIDS. Epidemiological fact sheets on HIV/AIDS and sexually transmited Infections: Brazil, 2004. 2004: 1 – 20. 16) La Ruche G, Goulet V, Bouyssou A, Sednaoui P, De Barbeyrac B, Dupin N, Semaille C. Current epidemiology of bacterial STIs in France. Presse Med 2013; 42: 432 – 9. 17) Lynn WA, Lightman S. Syphilis and HIV: a dangerous combination. Lancet Infect Dis 2004; 4: 456 – 66. 26 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Sífilis secundária em boca - uma doença que ressurge Resumo A sífilis é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) relativamente bem controlada até a década de 1990, contudo, atualmente vem apresentando aumento. Este aumento é concomitante com o surgimento dos antirretrovirais para tratamento da infecção por HIV, o que provavelmente levou à negligência da população quanto aos métodos de prevenção para as DSTs. Recentemente observa-se aumento mundial na incidência de sífilis e, neste contexto, o cirurgião-dentista pode desempenhar um papel importante no diagnóstico das lesões bucais da sífilis secundária. Palavras-chave: sífilis, lesões bucais, DST, prevenção, diagnóstico precoce.

Introdução A sífilis é uma DST causada por uma bactéria espiroqueta filamentosa anaeróbia denominada Treponema pallidum. Com base em sua atividade e fase infecciosa, a sífilis adquirida pode ser classificada em três estágios: primária, secundária e terciária. As lesões bucais são principalmente associadas à fase secundária, embora todos os estágios possam apresentar manifestações bucais1,2. A sífilis primária, ou cancro, ocorre localmente, onde houve inoculação, seguida por um período de incubação que varia de 9 a 90 dias. Tipicamente é uma úlcera extensa, dolorosa, com bordas endurecidas e muitas vezes associada à linfadenopatia regional dolorosa. A sífilis secundária surge seis a oito semanas depois, com sintomas parecidos com os da gripe associados a erupções cutâneas nas palmas das mãos, planta dos pés e tronco. Outras manifestações incluem erupções papulares (sífilis papular), condiloma lata, alopécia, iridociclite. As lesões da sífilis primária e secundária são altamente infecciosas e, se não tratadas, resolvem-se espontaneamente. A sífilis terciária desenvolve-se quatro a oito anos depois, caracteriza-se pelo progressivo envolvimento de múltiplos órgãos e pode ser fatal1,4. A sorologia é a base do diagnóstico e tem apresentado considerável desenvolvimento técnico nos últimos anos. Existem diferentes testes para se confirmar ou refutar o diagnóstico. Os pacientes desenvolvem IgM e IgG anti T.pallidum geralmente no primeiro mês de infecção1. O maior pico de incidência mundial de sífilis ocorreu em 1943. Desde aquela época, a incidência anual tem decrescido até que voltasse a ser registrado um leve aumento em 19915.

Recentemente tem-se observado aumento dramático na prevalência de sífilis no mundo todo, particularmente na Europa6. Há também uma tendência de aumento de casos nos Estados Unidos4,6-8. Na década passada houve um aumento significante na prevalência de sífilis ao redor do mundo, especialmente no leste da Europa. Essas mudanças epidemiológicas refletem a falha no uso dos métodos de barreira para a anticoncepção, elevado número de parceiros sexuais e promiscuidade, falta de conhecimento, a indústria do sexo e a deterioração do controle das DSTs pelo sistema de saúde pública. Os surtos têm sido associados com o uso de cocaína e crack e têm-se observado rápida disseminação em presídios quando prisioneiros recentes estão infectados1. Estudos brasileiros também evidenciam aumento de incidência recente entre homens, não necessariamente HIV positivos12. A sífilis continua sendo uma infecção contemporânea importante devido à sua morbidade e habilidade para aumentar a transmissão do HIV13,14. Muitas evidências sustentam a idéia de que as DSTs facilitam a transmissão do HIV, assim o diagnóstico das DSTs e o seu tratamento são importantes estratégias para o controle da infecção por HIV8,15,16.

Caso Clínico Paciente do sexo masculino, 34 anos, homossexual, procurou o SMB encaminhado por médico clínico geral da unidade de saúde pública do município de Araraquara-SP, devido à presença de úlceras bucais dolorosas, especialmente ao engolir. Relatou a presença de “rash” cutâneo no peito dois meses antes da consulta, além de linfodenopatia inflamatória na região do pescoço e ulcerações na mucosa nasal. Ao exame clínico intrabucal foram observadas lesões em palato duro, pilar amigdaliano anterior direito, borda lateral de língua e mucosa labial. As lesões foram descritas como úlceras recobertas por pseudomembrana branco-amarelada, algumas com leito eritematoso e outras com bordas edemaciadas. O paciente relatava dificuldade para deglutir com a sensação de ter “espinhos na garganta”. Em seu histórico médico, foi relatado cansaço e apatia frequentes. Com relação à saúde geral o paciente apresentava alergia e relatou ter tido quatro parceiros sexuais nos últimos dois meses. Foram solicitados exames complementares como hemograma completo e FTA-Abs. O exame sorológico foi positivo para sífilis e o paciente encaminhado para tratamento com infectologista e orientado quanto aos cuidados para prevenção de DSTs.


Navarro CM / Massucato SEM / Onofre MA

Discussão Este caso ilustra o ressurgimento da sífilis na população em concomitância com o uso de antirretrovirais para tratamento da infeção por HIV. Possivelmente em decorrência do controle medicamentoso da infecção por HIV, deixou-se de utilizar as barreiras de proteção para o HIV, ignorando-se a existência de outras DSTs importantes como a sífilis, a infecção por HPV e a própria gonorréia. Por ser uma doença relativamente bem controlada até alguns anos atrás, o dentista clínico geral tem pouco ou nenhum contato com as manifestações bucais da sífilis, especificamente a secundária, cujo diagnóstico diferencial envolve as doenças como o líquen, as candidoses e a própria eritroplasia, visto que muitas vezes as lesões são, como neste caso, vermelhas e localizadas em palato ou língua e com contornos irregulares. No presente caso, as lesões de língua e lábio tinham aspecto bastante similar à estomatite migratória benigna, ou língua geográfica. Destaca-se neste relato a anamnese como elemento essencial ao diagnóstico, que favorece a coleta da história do curso clínico da doença, que contém informações relevantes para orientar o diagnóstico. No caso da sífilis, o tempo de evolução, os sintomas gerais como febre, prostração, cansaço, lesões prévias com aspecto de cancro no local de inoculação do T. Pallidum, o comportamento sexual do paciente, que geralmente envolve múltiplos parceiros, histórias anteriores de outras DSTs ou doenças infectocontagiosas, são elementos de utilidade no processo de diagnóstico. No presente caso havia ainda a de erupção cutânea prévia (“rash” cutâneo) a linfadenopatia cervical e a sensação de “espinho na garganta”, este último considerado sintoma patognomônico para sífilis. Destacamos ainda a importância das lesões bucais para o diagnóstico, visto que além da própria sífilis ser letal quando não tratada, vários estudos evidenciam que as DSTs facilitam a transmissão da infecção por HIV, portanto, considera-se atualmente em saúde pública que o diagnóstico e tratamento da sífilis é uma estratégia importante no controle da infecção por HIV8,16,17.

CONCLUSÃO O diagnóstico da sífilis secundária em boca é também relevante visto que a fase secundária é uma das mais infectantes, o que permite tratamento a tempo de o paciente infectar um maior número de parceiros e mesmo de entrar na fase terciária, que é assintomática inicialmente, embora letal quando se manifesta por envolvimento progressivo de múltiplos órgãos após alguns anos. Este caso ilustra a importância da atuação do cirurgião-dentista na detecção das manifestações bucais da sífilis e no encaminhamento deste paciente, pois as lesões não tratadas resolvem-se espontaneamente, contudo a doença continua progredindo silenciosamente, o que pode ser fatal para o paciente. Por fim, salientamos o papel relevante do cirurgião-dentista no diagnóstico precoce de doenças sistêmicas com manifestações bucais, atuando como agente promotor da saúde do paciente. 

Figura 1

Lesão eritematosa localizada no lábio inferior, dolorosa, discretamente elevada e flácida à palpação.

Figura 2

Lesão erosiva e dolorosa no palato duro.

Figura 3

Lesão mimetizando a língua geográfica na borda lateral de língua, lado direito.

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 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Ana Cristina Lopes Stoppa Especialista em Endodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Araraquara-SP). Especialista em Implantodontia pela Apcd de Piracicaba-SP. E-mail: centroclinicojh@yahoo.com.br

Implantes imediatos em alvéolos de extração RESUMO A taxa de sucesso dos implantes dentários baseados nos conceitos de osseointegração e longevidade do tratamento estão muito bem avaliadas na literatura científica. entretanto, este ideal de sucesso vem sendo progressivamente modificado visando à diminuição do tempo total de tratamento, a redução de etapas cirúrgicas e principalmente aperfeiçoar o resultado final estético. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de implante imediato associado à temporização imediata em que o resultado final foi potencializado pelo uso de técnicas plásticas de enxerto de tecido mole.

INTRODUÇÃO A utilização de implantes osseointegrados criou novas perspectivas no planejamento protético para o tratamento de pacientes com perda total ou parcial de dentes, melhorando a restauração da função mastigatória, o conforto e a autoestima dos pacientes. Isto está amplamente suportado na literatura pelas altas taxas de sucesso em acompanhamentos de longo prazo evidenciados cientificamente1. Quando foi estabelecido o conceito de osseointegração como sendo o contato direto entre o osso e a superfície do implante submetido à carga oclusal, o protocolo sugeria, inicialmente, que os implantes fossem colocados em um osso com cicatrização total2. Assim, era recomendado que se aguardasse um período de seis a doze meses após a extração do dente, antes da inserção do implante, o que permitiria que o alvéolo estivesse preenchido com tecido ósseo maduro3. Esta espera frequentemente causa alterações na morfologia no rebordo alveolar, além de provocar um aumento no tempo de tratamento não mais aceitável na Implantodontia moderna, onde a eminência da perda de um dente na região estética, por qualquer motivo, pode gerar uma expectativa e ansiedade que pode não ser aceita por muitos pacientes, onde a espera pela cicatrização do alvéolo, o período de osseointegração e a confecção da prótese (9 a 12 meses usando uma prótese removível) seria completamente inaceitável. Assim, o protocolo vem sendo modificado no sentido de reduzir o período aguardado entre a remoção do dente e a instalação do implante, onde foi sugerida a colocação imediata do implante em alvéolos de extração4,5,6. Implantes imediatos são definidos como aqueles instalados no mesmo ato cirúrgico de exodontias dos elementos dentários a serem substituídos pela implantação7. Estão indicados principalmente para casos de substituição de dentes com patologias, sem possibilidade de 28 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

tratamento com uma porcentagem de sucesso superior a 95%. A instalação imediata de implantes não proporcionou apenas grandes vantagens, mas trouxe também alguns desafios. Um fenômeno constante na colocação de implantes imediatos é o surgimento do espaço entre a porção coronal do implante e as paredes ósseas do terço cervical do alvéolo (gap). Para que a osseointegração aconteça de maneira satisfatória em toda a superfície do implante, sugere-se que esse gap seja menor que 2mm, caso contrário os enxertos, assim como os materiais sintéticos, em associação ou não com as barreiras, deverão ser usados para o tratamento da fenda óssea ao redor da porção cervical do implante5,8. Os procedimentos de temporização e carga imediata são muito apreciados pelos pacientes devido à possibilidade de redução do tempo de tratamento e desconforto associados ao edentulismo e, apesar de mostrar resultados positivos quando bem indicados, nem todos os trabalhos mostram altas taxas de sucesso previsíveis o que mostra que tais técnicas são altamente sensíveis9.

CASO CLÍNICO Paciente E. B., do sexo feminino, 41 anos, compareceu à clínica da Apcd de Piracicaba-SP com relato de fratura radicular recente do elemento 11 (Figura 1). Após exame clínico e radiográfico (Figura 2), ficou constatada a presença e extensão da fratura até o terço médio da raiz ainda com preservação de todas as paredes ósseas. A paciente apresentava boas condições sistêmicas e nenhuma condição de relevância médica que contraindicasse a realização de implante. O protocolo medicamentoso pré-operatório foi realizado juntamente com a extração minimamente traumática do elemento 11 com uso de periótomos sem rebatimento de retalho (Figuras 3 e 4). Em seguida, a perfuração foi realizada na posição indicada pelo guia cirúrgico (Figura 5) seguindo a sequência de fresas conforme recomendações técnicas do sistema usado (Nobel Replace®) (Figura 6) seguido pela instalação do implante (Nobel Replace ® Select Tapered Ti WP, 5.0 x 13mm) (Figura 7) que atingiu um torque superior a 35N/cm possibilitando a sequência do planejamento de tratamento com uma temporização imediata. Um pilar provisório foi preparado e, sobre o mesmo, uma coroa provisória foi confeccionada e devidamente polida em laboratório e instalada sobre o implante (Figura 8). Para a obtenção de um melhor resultado, um enxerto de tecido conjuntivo removido do palato (Figura 9) foi envelopado na face vestibular e suturado com intuito de aumentar a espessura do tecido mole na região (Figura 10). Cuidados especiais quanto aos ajustes da oclusão tanto


Stoppa ACL

em lateralidade quanto em protrusiva foram tomados, de forma a se evitar qualquer contato, assim como recomendações quanto aos cuidados a serem tomados pela paciente (Figura 11). Os resultados podem ser bem avaliados pela excelente condição e perfil de emergência dos tecidos periimplantares em um mês (Figuras 12 e 13) e após dois meses (Figuras 14 e 15).

DISCUSSÃO Os implantes unitários instalados imediatamente após a extração de dentes provaram ser uma opção de tratamento com índice de sucesso bastante previsível10. A abordagem imediata em áreas estéticas possui vários aspectos Figura 1

positivos, como a possibilidade da instalação provisória implanto-suportada imediatamente após a colocação do implante, possibilitando assim grandes vantagens como um maior conforto ao paciente, a diminuição do número de procedimentos e, principalmente, a manutenção da arquitetura gengival constituída pelos contornos dos tecidos moles; mesmo após a exodontia, maximizando o resultado estético10,11. As taxas de sucesso dos implantes imediatos são, aparentemente, semelhantes às dos implantes colocados em rebordo cicatrizado12,3. Outras vantagens se caracterizam pela preservação óssea, a manutenção do suprimento vascular com o aproveitamento de células viáveis para Figura 2

Figura 4

a devida cicatrização, evitando a ocorrência do preenchimento do alvéolo com tecidos moles, e o benefício psicológico do paciente que terá uma restauração definitiva após seis meses13,14. A instalação imediata de implantes unitários pós-exodontia é, em contrapartida, alvo de algumas críticas, como a que diz respeito ao comportamento dos tecidos moles adjacentes durante o período de cicatrização e suas implicações clínicas não estão totalmente esclarecidos até o momento15. A falta de controle sobre a remodelação tecidual após a instalação do implante é algo preocupante, onde não há ainda um consenso quanto a uma forma de minimizar ou compensar a reabsorção das paredes Figura 3

Figura 5

Figura 6

Figura 7

Figura 8

Figura 9

Figura 10

Figura 11

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 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Adell R, Lekholm U, Rockler B et al. A 15year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentolous jaw. Int J Oral Surg. 1981 10: 387-416. 2) Branemark PI et al. Osseointegrated implants treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast Recontr Surg Suppl, Stockholm, 1977 16: 1-132. 3) Schropp L, Kostopoulos L, Wenzel A . Bone healing following immediate versus delayed placement of titanium implants into extraction sockets : a prospective clinical study. IntJ Oral Maxillofac Implants 2003 18: 189-199. 4) Lazzara RJ. Immediate implants placement into extraction sites: surgical and restorstive advantages . Int. J. Periodontics Restorative Dentistry 1989; 9 : 332-343 5) Paolantonio M et al. Immediate Implantation in Fresh Extraction Sockets. A Controlled Clinical and Histological Study in Man. J Periodontol 2001 72(11): 1560-1571 . 6) Saadoun AP. Immediate implant placement and temporization in extraction and healing sites. Compend Contin Educ Dent. 2002 Apr;23(4):309-12, 314-6, 318 passim; quiz 326. 7) Penarrocha M, Uribe R, Balaguer J. Implantes inmediatos a la exodoncia. Situación actual. Med Oral. 2004 9:234-242. 8) Botticelli et al. The jumping distance revisited: An experimental estudy in the dog. Clin. Oral Impl. Res. 2003 14: 35-42. 9) Galli et al. Immediate non-occlusal vs. early loading of dental implants in partially edentulous patients: a multicentre randomized clinical trial. Peri-implant bone and soft-tissue levels. Clin Oral Impl Res. 2008 19:546-552. 10) Popper HA, Popper MJ, Popper JP. The branemark novum protocol: description of the treatment procedure and a clinical pilot study of 11 cases. Int J Periodontics Restorative Dent. 2003 23(5):459-65. 11) Groisman M, Frossard WM.; Ferreira HM, De Menezes Filho L.M, Touati B. Single-tooth implants in the maxillary incisor region with immediate provisionalization: 2-year prospective study. Pract Proced Aesthet Dent. 2003 15:115-122,124. 12) Chen ST, Wilson Jr TG, Hammerle CH. Immediate or early placement of implants following tooth extraction: review of biologic basics, clinical procedures and outcomes. Int J Oral Maxillofac Implants, Lombard. 2004 19:12-25, Supplement. 13) Becker W. Immediate implant placement: diagnosis, treatment planning and treatment steps/or successful outcomes. J Calif Dent Assoc 2005 33(4):303-10. 14) Leary JC, Hirayama M. Extraction, immediate-load implants, impressions and final restorations in two patient visits. J Am Dent Assoc 2003 134(6):715-20. 15) Araújo MG et al. Ridge alterations following implant placement in fresh extraction sockets: an experimental study in the dog. J Clin Periodontol. 2005 32: 645–652. 16) Wilson Jr TG, Carnio J, Schenk R, Cochran D. Immediate implants covered with connective tissue membranes: human biopsies. J Periodontol, Copenhagen. 2003 74 (3) 402-409. 17) Covani V; Crespi R; Cornelini R; Barone A. Immediate implants supporting single-crown restoration: a 4 year prospective study. J Periodontol, Chicago. 2004 75:982- 988. 18) Kan JY, Rungcharassaeng K, Lozada J. Immediate placement and provisionalization of maxillary anterior single implants: 1-year prospective study. Int J Oral Maxillofac Implants, Lombard. 2003 18, (1):31-39. 19) Chen S, Buser D. ITI treatment guide – implant placement in post-extraction sites. E .Quintessence. Berlin 2008 3. 30 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Stoppa ACL

Figura 12

Figura 13

Figura 14

Figura 15

do alvéolo após a extração do dente. Também não se definiu a indicação de preenchimento do defeito horizontal (gap) com algum tipo de material para enxerto ósseo na tentativa de diminuição das alterações, onde é sabido que defeitos menores ou iguais a 2mm sofrem reparação espontânea, não havendo a necessidade de nenhum preenchimento do defeito horizontal5,16. As complicações estéticas podem ocorrer especialmente em pacientes com tecidos periodontais finos. Em decorrência dos bons resultados relatados com esta abordagem11,17,18 sua aceitação tem aumentado por parte dos pacientes. Ainda assim, só o fato da previsibilidade na obtenção de osseointegração não é totalmente uma garantia de sucessos clínicos, principalmente se os implantes forem feitos em áreas estéticas12. As principais vantagens da temporização são: redução drástica do tempo de tratamento devido, a não necessidade de reabertura e a possibilidade de poder condicionar o perfil de emergência dos tecidos moles, desde o momento da implantação, o que talvez possa interferir no resultado final estético. Outro fator importante a ser considerado é o conforto do paciente devido à possibilidade da colocação do provisório sobre implante no mesmo ato da cirurgia e a não necessidade do uso de próteses removíveis9. Entretanto, apesar da técnica de temporização mostrar resultados positivos quando bem indicados em casos selecionados, nem todos os trabalhos mostram altas taxas de sucesso previsíveis. Isto mostra que tais técnicas são altamente sensíveis, principalmente no que tange a experiência do implantodontista e a dependência em função dos cuidados a serem tomados pelo paciente, variável esta, impossível de ser controlada pelo profissional6,19. O conceito de temporização imediata implica na colocação de um provisório, fora de oclusão, em um período de até

48 horas. Vários fatores, como desenho do implante, qualidade óssea, técnica cirúrgica e experiência, podem influenciar diretamente a estabilidade alcançada18. Há a possibilidade de conversão do biótipo tecidual com a utilização de enxerto de tecido conjuntivo ao redor de dentes e implantes para aumentar as dimensões gengivais. Este procedimento, além de melhorar a estética, contribui para a manutenção da estabilidade da posição da margem gengival em longo prazo. Portanto, o enxerto de tecido conjuntivo, que originalmente era usado em procedimentos plásticos periodontais, hoje tem ganhado grande importância na colocação de implantes dentários19. A técnica de implantação imediata com altas taxas de sucesso reforça ainda mais o quadro de opções no tratamento reabilitador para os casos de fraturas dentárias, reabsorções radiculares e outros. O tempo de tratamento, a diminuição de perda óssea por reabsorção do alvéolo residual e a diminuição da perda de tecidos e aspectos gengivais são fatores de grande vantagem da técnica. Entretanto, alguns aspectos clínicos e radiográficos como a anatomia do local da extração e as relações anatômicas do alvéolo residual devem ser criteriosamente avaliados para a indicação ou não da técnica, assim como a quantidade e a qualidade do osso remanescente, as quais vão garantir a estabilidade primária do implante. Todo o processo de implantação dentária somente deverá ser executado em condições ideais de estabilidade e posicionamento tridimensional.

CONCLUSÃO Em condições bem indicadas e planejadas os implantes imediatos associados a temporização imediata podem representar uma excelente alternativa de tratamento, cujo resultado estético pode ser melhorado pelo uso de técnicas plásticas periimplantares. 


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 Caderno Científico | Implantodontia

◗◗ Nilor Valdebiesco Navarro Especialista em Cirurgia Buco-maxilo-facial pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). E-mail: nilor.navarro@yahoo.com.br ◗◗ Wilson de Oliveira Marques Graduado em Odontologia pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Professor curso de Especialização em Implantodontia da Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp).

A importância do tecido peri-implantar na estética e função dos implantes osseointegrados INTRODUÇÃO

◗◗ Referências Bibliograficas 1) Joly JC, de Carvalho PFM, da Silva RC, Reconstrução Tecidual Estética Procedimentos Plásticos e Regenerativos Periodontais e Peri-implantares. São Paulo: Artes Médicas, 2010. p. 42-370. 2) Belser U, Schmid B, Higginbottom F, Buser D. Outcome analysis of implant restorations located in the anterior maxilla: a review of the recent literature. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004; 19 Suppl 7:30-42. 3) Tarnow DP, Magner AW, Fletcher P. The effect of distance from the contact point to the crest of bone on the presence or absence of the interproximal dental papilla. J Periodontol. 1992 Dec; 63 (12):995-6. 4) Araújo MG, Sukekava F, Wennstrom JL, Lindhe J. Ridge alterations folling implant placement in fresh extration sockets: an experimental study in dog. J Clin Periodontol, 2005 Jun; 32(6):645-52. 5) Saadoun AP, LeGall M, Touati B. selection and ideal tridimensional implant position for soft tissue aesthetics. Pract Periodontics Aesthet Dent. 1999 Nov-Dec, 11(9): 1063-72. 6) Sclar AG. Soft tissue esthetic considerations in implant dentistry. Carol Strem (IL): Quintessence Publishing Co.; 2003. 7) ITI Treatment Guide. D Buser, U. Belser, D Wismeijer. Implantes em áreas estéticas. Quintessence 2008, volume 1, 248p. 8) Canullo, L.; Rasperini, G. Preservation of peri-implant soft and hard tissues using platform switching of implants placed in immediate extraction sockets: a proof-ofconcept study with 12- to 36-month followup. Int J Oral Maxillofac Implants. 2007 Nov-Dec;22(6):995-1000. 9) Berglundh T. Lindhe J. Ericsson I. Marinello CP. Liljenberg B. Thomsen P. The soft tissue barrier at implant and theet. Clin Oral Impl Res 1991: 2: 81-90. 10) Abrahansson I. Berglundh T. Wennstron J. Lindhe J. The Peri-implant hard and soft tissue at different implant sistems. A comparative study in dog. Clin Oral Impl Res 1996: 7: 212-219 32 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

O fenômeno biológico da osseointegração estabeleceu opções de tratamento que modificaram definitivamente a forma de se reabilitar pacientes edêntulos parciais e totais1,2. Este cenário contemporâneo da profissão está baseado em dois fatos biológicos essenciais que fornecem previsibilidade em longo prazo à estas modernas práticas na Odontologia. Primariamente, está a capacidade de se formar um novo tecido ósseo diretamente sobre a superfície de titânio estrutural do implante, o fenômeno da osseointegração. Por outro lado, esta condição somente poderá ser mantida graças ao papel desempenhado pela mucosa peri-implantar, que é o tecido mole que se estabelece ao redor dos implantes a fim de promover o selamento biológico necessário para proteger a osseointegração dos desafios ambientais representados pela colonização bacteriana3. Esta estrutura tem papel relevante também nos aspectos estéticos, a chamada estética rosa, servindo como elemento que define as características dimensionais dos procedimentos protéticos, o que resulta na harmonia com os outros elementos dentais4,5. O caso clínico descrito a seguir busca salientar o papel estético e funcional desempenhado pela mucosa peri-implantar.

CASO CLÍNICO Paciente do genêro feminino, 37 anos, compareceu ao consultório com extração indicada do dente 11 por razões endodônticas. Após os procedimentos prévios necessários ao correto planejamento do caso, foi realizada a extração do dente comprometido e instalação imediata de implante com plataforma tipo cone morse e provisionalização, na mesma sessão, por meio de uma peça protética cimentada (Figuras 1, 2 e 3). Aspectos estéticos A chamada estética rosa, representada pela arquitetura gingival e peri-implantar, possibilitou no caso descrito, o estabelecimento do contorno da margem tecidual com a forma de um arco côncavo regular6. Este formato, em suas proporções adequadas, permitiu o estabelecimento das proporções áureas corretas à coroa protética instalada sobre o implante da região do dente 11 harmonisando-o ao dente 21 e, por consequência, a toda região anterior, o que se impõe como fator decisivo para a estética adequada da região (Figuras 4 e 5). Aspectos funcionais Espaço biológico é o espaço disponível na

superfície radicular/implantar necessário para acomodar as estruturas do epitélio juncional e inserção conjuntiva em suas dimensões geneticamente determinadas, o que é fundamental para o vedamento biológico do sulco gengival/ peri-implantar e essencial para a homeostasia da região marginal de dentes e implantes7,8. O estabelecimento desta condição biológica em torno dos implantes osseointegrados é fundamental para a manutenção funcional dos implantes por longos períodos (Figura 6). Pode-se observar no sulco peri-implantar as estruturas epiteliais presentes nestas duas condições. A seta em amarelo indica o epitélio sulcular oral ou epitélio do sulco que mede entre 0,5 e 0,8 mm e representa a transição do epitélio oral para o epitélio juncional. Este epitélio tipo juncional, assinalado pela seta em verde, é componente essencial do vedamento bilológico da área por meio da lâmina basal que apresenta aderência à estrutura protética, impedindo a livre entrada de bactérias para a intimidade dos tecidos. Sua dimensão no sulco peri-implantar pode variar bastante. Logo abaixo deste epitélio, mas não visível, encontram-se as estruturas conjuntivas desta mucosa, representadas por feixes de fibras colágenas em uma distribuição espacial estabelecida, com parte de suas fibras disposta paralelamente ao longo eixo do implante e parte disposta em círculos em torno do implante, num arranjo mais simples do que no tecido gengival. Estas fibras conferem tonicidade a esta região9,10.

Conclusão O advento dos princípios biológicos que sustentam a ossintegração colocou a Odontologia em outro patamar técnico científico. Desta forma, a maneira de se reabilitar proteticamente os pacientes ganhou em qualidade técnica e previsibilidade. Neste contexto o entendimento do papel exercido pela mucosa peri-implantlar se faz necessário para que, tanto os requisitos estéticos como funcionais possam ser explorados no seu máximo para otimizarem estes procedimentos restauradores. 


Navarro NV / Marques WO

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Quadro clínico e radiográfico quatro meses após a instalação do implante e provisionalisação. Figuras 1, 2 e 3

Figura 5

Figura 4

Arco côncavo regular é a trajetória descrita pela margem gengival livre na região cervical dos dentes/implantes. Observe na face livre dos incisivos, a posição harmoniosa e regular desta margem.

Figura 6

Os incisivos centrais superiores apresentam dimensões corretas baseadas no princípio da proporção áurea (setas azuis) em que a largura é aproximadamente setenta e oito por cento da altura. Isto é possível pelo posicionamento da margem gengival que determina o comprimento do dente (seta amarela). Por outro lado, sua largura e formato estão na dependência da presença da papila interdental preenchendo o espaço das ameias gengivais (triângulos verdes).

Aspecto do sulco gengival peri-implantar saudável, que guarda semelhanças com o sulco gengival.

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 Caderno Científico | Odontopediatria

◗◗ Fabrício Kitazono de Carvalho Professor adjunto da disciplina de Odontopediatria da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (Uea). E-mail: fabricio_kc@hotmail.com ◗◗ Larissa Rebeca Leite Holanda Acadêmica do curso de Odontologia da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (Uea). ◗◗ Carla Roberta de Oliveira Maciel Acadêmica do curso de Odontologia da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (Uea). ◗◗ Alexandra Mussolino de Queiroz Professora associada do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). ◗◗ Paulo Nelson-Filho Professor titular do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp).

O que o cirurgião-dentista precisa saber sobre a doença celíaca? RESUMO A doença celíaca (DC) é uma patologia autoimune que afeta o sistema digestivo de indivíduos suscetíveis à intolerância ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, levando à má absorção de nutrientes. Ela causa sintomas gastrointestinais como diarreia, náuseas, vômitos e pode evoluir com complicações quando não tratada. Além dos sintomas gastrointestinais são frequentes as manifestações bucais. Este trabalho apresentará as principais características da doença celíaca e suas possíveis repercussões bucais. O conhecimento da doença pelo cirurgião-dentista pode tanto melhorar o tratamento odontológico dos pacientes com DC quanto ajudar o profissional no encaminhamento de pacientes não diagnosticados para o médico. Palavras-chave: doença celíaca; glúten; esmalte dental.

INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA A doença celíaca é um distúrbio autoimune caracterizada pela intolerância digestiva ao glúten afetando tanto o epitélio quanto a lâmina própria do intestino delgado de indivíduos geneticamente predispostos. É uma das mais comuns intolerâncias alimentares conhecidas, com uma incidência estimada em 1% da população mundial. Apesar dos avanços recentes no diagnóstico desta condição, a maioria dos portadores permanece não diagnosticada. Além de fatores genéticos alguns fatores ambientais parecem estar relacionados a esta doença, em especial o aleitamento materno reduzido associado à ingestão de alimentos industrializados com alto conteúdo de glúten1. No Brasil, de acordo com a Lei n0 8.543, de 23 de dezembro de 1992, há a obrigatoriedade de informar no rótulo dos alimentos a presença ou não de glúten2. O glúten é um polipeptídio existente no trigo, centeio, cevada e aveia, constituindo 90% das proteínas do endosperma do grão do trigo, subdividindo-se em duas frações de acordo com a solubilidade: glutenina e gliadina. A ingestão dessas proteínas por pessoas geneticamente predispostas induz uma lesão severa à mucosa intestinal, que se caracteriza histologicamente por uma hiperplasia das criptas com atrofia total ou subtotal das vilosidades intestinais, prejudicando assim a absorção de nutrientes3. A grande variabilidade fenotípica é uma característica da doença, sendo classificada em quatro tipos de acordo com a presença ou não de desordens gastrintestinais. A forma clássica manifesta-se logo nos primeiros anos de vida com 34 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

um quadro de diarréia crônica, vômitos, irritabilidade, falta de apetite, déficit de crescimento, distensão abdominal e atrofia da musculatura glútea. A dermatite herpetiforme é um sinal patognomônico e aparece em cerca de 20% dos celíacos, sendo caracterizada por erupções cutâneas pápulo-vesiculares intensamente pruriginosas, localizadas comumente na superfície extensora dos membros4. Na doença celíaca atípica os sintomas gastrintestinais estão ausentes ou não proeminentes, com alguns sinais e sintomas isolados e, mais tardiamente, no final da infância, apresentam déficit de crescimento, anemia por deficiência de ferro refratária à reposição oral, artralgia ou artrite, constipação intestinal, osteoporose e esterilidade4. A forma assintomática ou silenciosa apresenta-se principalmente em pacientes que possuem parentes de primeiro grau com doença celíaca, porém, sem manifestações gastrointestinais. Exames cuja sorologia nestes indivíduos apresenta-se positiva para marcadores sorológicos específicos como os anticorpos anti-transglutaminase e antiendomísio, devem ser confirmados por biópsia do intestino delgado em que há atrofia das vilosidades intestinais5. Os pacientes que apresentam a forma latente podem não apresentar sintomatologia, mas em algum momento da vida sofreram com as manifestações sistêmicas relatadas na doença celíaca sintomática. Por introdução de uma dieta livre de glúten os sinais e sintomas entraram em remissão. Nesses casos, a sorologia para doentes celíacos é positiva enquanto a biópsia, nos momentos de latência da doença, tem como resultado histopatológico negativo para alterações nas vilosidades intestinais5. O "iceberg celíaco" é um termo clássico na literatura da doença celíaca e refere-se à uma analogia da proporção entre casos diagnosticados e não diagnosticados da doença, sendo a ponta do iceberg os pacientes diagnosticados e a parte submersa na água, geralmente uma parte bem maior do iceberg, como sendo os pacientes ainda não diagnosticados. A taxa de pacientes diagnosticados para a de pacientes não diagnosticados na Europa está entre 1:5 e 1:136. A doença celíaca pode estar associada a algumas outras doenças. A prevalência da doença é de 4,1 a 8,1% em portadores da síndrome de Turner, chega a 8,2% em pacientes com síndrome de Williams, atingindo até 12% de indivíduos com síndrome de Down. A doença celíaca também pode estar associada a outras condições autoimunes, como o Diabetes Mellitus do Tipo I, na qual mais de 8% dos indivíduos apresentam doença


Carvalho FK / Holanda LRL / Maciel CRO / Queiroz AM / Nelson-Filho P

esta ocorrência que ainda hoje é seguida, em que defeitos específicos de esmalte devam ser simétricos e cronologicamente detectáveis em todos os quadrantes da dentição permanente, sendo consideradas inespecíficas as manifestações não simétricas ou não detectáveis nos quadrantes. A prevalência de defeitos de esmalte específicos variam de 38% a 96% em crianças com a doença celíaca e de 0,6% a 17% em indivíduos não doentes7,11,12,13, apesar desta associação ainda ser controversa por resultados de estudos na Suécia17,18 e na Itália19 que não relataram tal associação. As causas dos defeitos de esmalte nos portadores de doença celíaca ainda são desconhecidas. A malformação do esmalte poderia ser uma consequência da doença celíaca, por causa da hipocalcemia resultante desta doença; resultante de predisposição genética, ou causado por uma reação autoimune no órgão do esmalte durante a odontogênese7,10,11,12,13. A Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Infantil inclui os defeitos de esmalte como fator de risco para a doença celíaca2, sendo a detecção deste problema importante para o diagnóstico precoce desta condição.

CONCLUSÃO celíaca7. O diagnóstico da doença celíaca é médico, realizado após exames clínicos, sorológicos, em que se utilizam os marcadores antiendomísio e antitransglutaminase tecidual, sendo, porém, o diagnóstico definitivo realizado através da biópsia do intestino delgado, por endoscopia digestiva alta5,7. O tratamento desta condição consiste numa dieta livre de glúten, a qual resulta em remissão dos sinais e sintomas e na normalização da anatomia e função da mucosa intestinal5,7. Quando não diagnosticada e tratada de maneira adequada observa-se um aumento no risco para adenocarcinoma do intestino delgado, carcinoma de células escamosas de esôfago e orofaringe e linfoma não-Hodgkin8, osteopo-

rose, problemas de fertilidade, menarca tardia, menopausa precoce, abortos espontâneos, além do nascimento de bebês prematuros e com baixo peso9. A doença celíaca pode apresentar diversas manifestações bucais como atraso na erupção dental, estomatite aftosa recorrente, queilite angular e defeitos do esmalte, tanto na dentição permanente, quanto na decídua7,10,11,12,13. Além disso, alguns estudos sugerem uma menor incidência de cárie em celíacos, o que pode ser explicado pela dieta mais controlada destes indivíduos7,11,14. Os defeitos na formação de esmalte são, dentre as manifestações bucais, as mais frequentemente associadas à doença celíaca tendo sido primeiramente demonstradas por Smith14, em 1979. Aine15, em 1986, criou uma classificação para

Tendo em vista a alta prevalência de pacientes portadores de doença celíaca, a grande quantidade de manifestações bucais encontradas nestes e, principalmente, o fato de que estas manifestações podem ajudar no diagnóstico precoce de uma grande parte dos pacientes que não possuem os sinais e sintomas gastrintestinais clássicos desta doença, é de fundamental importância que o cirurgião-dentista conheça esta doença e suas manifestações bucais. Pacientes que apresentem defeitos de esmalte, principalmente simétricos e manifestações como estomatite aftosa recorrente, queilite angular e atraso na erupção dental, não explicadas por outros problemas sistêmicos, devem ser encaminhados para exames médicos para possível diagnóstico da doença celíaca. 

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Green PH, Jabri B. Celiac disease. Annu Rev Med. 2006; 57:207-21. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Visalegis: Legislação em Vigilância Sanitária. Lei n.8.543, de 23 de dezembro de 1992. Presença de glúten [acesso em 30 ago 2010]. Disponível em: http://e-legis. bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=32 3. Hill ID, Dirks MH, Liptak GS, Colletti RB, Fasano A, Guandalini S, Hoffenberg EJ, Horvath K, Murray JA, Pivor M, Seidman EG; North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition. Guideline for the diagnosis and treatment of celiac disease in children: recommendations of the North American Society for Pediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition.. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2005 Jan;40(1):1-19. 4. Sdepanian VL, de Morais MB, Fagundes Neto U. Celiac disease: evolution in knowledge since its original centennial description up to the present day. Arq Gastroenterol. 1999 OctDec;36(4):244-57. 5. Melo SBC, Fernandes MIM, Peres LC, Troncon LEA, Galvão LC. Prevalence and Demographic Characteristics of Celiac Disease Among Blood Donors in Ribeirão Preto, state of São Paulo, Brazil. Rev Digestive Diseases and Sciencies. 2006: 51-5. 6. Hadithi M, Peña AS. Current methods to diagnose the unresponsive and complicated forms of coeliac disease. Eur J Intern Med. 2010 Aug;21(4):247-53. 7. Carvalho FK. Doença celíaca: repercussões bucais e estudo do esmalte dental como marcador da doença. Ribeirão Preto. 2012. Doutorado (Doutorado em Odontopediatria). Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo. 8. Mukherjee R, Kelly CP, Leffler DA. Gastrointestinal cancer in celiac disease: "the first days are the hardest days, don't you worry anymore?". Clin Gastroenterol Hepatol. 2012 Jan;10(1):4-6. 9. Scanlon SA, Murray JA. Update on celiac disease – etiology, differential diagnosis, drug targets, and management advances. Clin Exp Gastroenterol. 2011;4:297-311. 10. Wierink CD, van Diermen DE, Aartman IH, Heymans HS. Dental enamel defects in children with coeliac disease.. Int J Paediatr Dent. 2007 May;17(3):163-8. 11. Campisi G, Di Liberto C, Iacono G, Compilato D, Di Prima L, Calvino F, Di Marco V, Lo Muzio L, Sferrazza C, Scalici C, Craxì A, Carroccio A Oral pathology in untreated coeliac disease. Aliment Pharmacol Ther. 2007 Dec;26(11-12):1529-36. 12. Bucci P, Carile F, Sangianantoni A, D'Angiò F, Santarelli A, Lo Muzio L. Oral aphthous ulcers and dental enamel defects in children with coeliac disease. Acta Paediatr. 2006 Feb;95(2):203-7. 13. Lähteenoja H, Toivanen A, Viander M, Mäki M, Irjala K, Räihä I, Syrjänen S. Oral mucosal changes in coeliac patients on a gluten-free diet.. Eur J Oral Sci. 1998 Oct;106(5):899-906. 14. Priovolou CH, Vanderas AP, Papagiannoulis L. A comparative study on the prevalence of enamel defects and dental caries in children and adolescents with and without coeliac disease.. Eur J Paediatr Dent. 2004 Jun;5(2):102-6. 15. Smith DM, Miller J. Gastro-enteritis, coeliac disease and enamel hypoplasia. Br Dent J. 1979 Aug 21;147(4):91-5. 16. Aine L. Dental enamel defects and dental maturity in children and adolescents with celiac disease. Proc Finn Dent Soc. 1986;82(4):227-9 17. Andersson-Wenckert I, Blomquist HK, Fredrikzon B. Oral health in coeliac disease and cow's milk protein intolerance.. Swed Dent J. 1984;8(1):9-14. 18. Rasmusson CG, Eriksson MA. Celiac disease and mineralisation disturbances of permanent teeth. Int J Paediatr Dent. 2001 May;11(3):179-83. 19. Procaccini M, Campisi G, Bufo P, Compilato D, Massaccesi C, Catassi C, Lo Muzio L. Lack of association between celiac disease and dental enamel hypoplasia in a case-control study from an Italian central region. Head Face Med. 2007 May 30;3:25.

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 Caderno Científico | Odontologia Legal

◗◗ Roberto CEsar Biancalana Cirurgião-dentista, especialista em Odontologia Legal pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). Mestrando em Biologia Oral pela Forp/Usp. E-mail: robertocesar@usp.br ◗◗ Ricardo Henrique Alves da Silva Cirurgião-dentista, professor doutor na Área de Odontologia Legal da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp/Usp). Presidente da Associação Brasileira de Ética e Odontologia Legal (Abol 2012-2014) E-mail: ricardohenrique@usp.br

Assistência técnica pericial em ámbito civil em Odontologia Legal: importância e atuação INTRODUÇÃO Atualmente, observa-se uma sociedade atenta e conhecedora dos seus direitos, cada vez mais exigente com a prestação de serviços oferecidos e, à medida que evolui, o ser humano torna-se menos tolerante com acontecimentos que antes eram atribuídos à fatalidade ou ao destino, passando, então, a insurgir contra quem acredita ser o responsável pelo dano1. Associado a esse fator, o maior número de profissionais no mercado de trabalho possibilita um aumento no acometimento de erros ou insatisfações por parte dos pacientes e ainda, uma degradação da relação profissional/paciente, pelo descontentamento, principalmente, pela desarmonia ou quebra desta relação interpessoal, na qual profissionais deixam de dar a atenção adequada e necessária ao seu paciente, que por este motivo acaba sentindo-se desamparado. A falta de diálogo e esclarecimentos podem tornar-se os fatores principais para a instauração de um processo judicial contra o cirurgião-dentista, ao passo que as pessoas não receiam em recorrer aos meios legais para exigirem seus direitos e se ressarcirem de um dano que julgam ter sofrido.

◗◗ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1) Kfouri-Neto M. Responsabilidade civil do médico. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. 2) Azevedo V. Das perícias odonto-legais. Rev Cons Fed Odontol, 1990. 3) Silva, de Plácido. Vocabulário Jurídico. 15ªed. Rio de Janeiro:Forense, 1999. 4) Eça AJ. Roteiro de medicina legal. Rio de Janeiro: Forense, 2003. 5) Brasil. Presidência da República. Lei 5.869, de 11 de Janeiro de 1973: Institui o Código de Processo Civil. 6) Couto MU. Assistência simples no direito processual civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1983. 7) França GV. Medicina legal. 8ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 8) Leite V de G. Odontologia Legal. Salvador: Era Nova, 1962. 9) Silva RHA., Musse JO., Melani RFH., Oliveira RN. Responsabilidade civil do cirurgião-dentista: a importância do assistente técnico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. Maringá, vol.14, n.6, p. 65-71, nov./dez. 2009. 10) Espindula A. Perícia criminal e cível: uma visão geral para peritos e usuários da perícia. 2ªed. Campinas, São Paulo: Millennium, 2005. 11) Yamaguchi A . Caminhos da Perícia Judicial. Revista Brasileira de Contabilidade, n°127, jan-fev, 2001. 12) Barbosa HF. A importância do assistente técnico nas demandas fundadas em erro médico. Revista do Centro Médico de Ribeirão Preto, n.246, abri- mai - jun, 2011. p. 20-21. 36 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

DISCUSSÃO A comprovação de um dano não se dará unicamente pelas declarações do paciente no processo ou pela lesão aparente. Para que um profissional seja responsabilizado pelos procedimentos eventualmente adotados e que culminaram na lesão ao paciente, faz-se necessário a avaliação inequívoca deste dano e a certificação do nexo causal entre o ato do profissional e o surgimento da lesão, por meio de uma perícia realizada por outro cirurgião-dentista, haja vista a complexidade e especificidade da matéria envolvida ou outros meios de prova que porventura surgirem durante o processo2. Nesse sentido, a perícia é a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou realidade de certos fatos, por pessoas que tenham reconhecida habilidade ou experiência na matéria em questão e, os peritos são experts em determinados assuntos, incumbidos por autoridades competentes de os esclarecerem em um processo3. Na Odontologia as perícias auxiliam o magistrado a dirimir suas dúvidas técnicas no campo odontológico, evitando prejuízos e eventuais injustiças para as partes envolvidas no processo, sendo a escolha do perito, para atuação em processos civis, da alçada do Juiz, o qual deve

nomeá-lo por sua confiança, com o intuito de auxiliá-lo sempre que a prova do fato depender de conhecimento técnico4, mas não estando adstrito ao laudo pericial emitido5. Cada parte litigante tem o direito de indicar um assistente técnico, cirurgião-dentista, para auxílio das questões odontológicas, o qual participará e acompanhará todo o andamento processual, podendo ter acesso aos documentos que serão utilizados na perícia, com a obrigação de concordar, divergir ou solicitar complementação ao laudo realizado pelo perito6. Portanto, assistente técnico é o profissional especializado em determinada área que poderá ser, em se tratando da Odontologia, preferencialmente o especialista em Odontologia Legal, indicado e contratado por uma das partes envolvidas em um processo, no sentido de atuar na atividade pericial, possuindo, em tese, os mesmos privilégios do perito como: ouvir testemunhas, solicitar documentos e obter as devidas informações7. Ao rememorarmos que “Odontologia Legal é a disciplina que oferece à Justiça os conhecimentos da Odontologia e suas diversas especialida-


Biancalana RC / da Silva RHA

des, sendo uma ciência apartada da terapia, que correlaciona os conhecimentos de Odontologia e Direito para colaboração com a Justiça nos casos previstos em Lei8”, podemos afirmar que para atuação em assistência técnica, o especialista deve ser da área da Odontologia Legal, haja vista todo o trâmite processual envolvido, bem como a necessidade de conhecimento dos aspectos jurídicos envolvidos em uma perícia, além do auxílio ao advogado na composição de documentos e na estruturação da defesa da parte9, visando oferecer maiores esclarecimentos ao Juiz, na tentativa de alavancar o seu convencimento10. Sempre que o assistente técnico contratado pela parte não concordar com o laudo pericial, poderá emitir a sua opinião sobre os fatos que possam respaldar os argumentos do seu cliente por meio de um parecer técnico. O parecer também pode ser considerado uma prova elucidativa e é facultado ao Juiz desconsiderar o laudo pericial em virtude de contestação em pareceres10, conforme entendimento do artigo 427 do Código do Processo Civil4: “O Juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes”. A contratação do assistente técnico é de iniciativa privada da parte e indicá-lo é facultativo, não havendo obrigatoriedade legal, por ser considerado um assessor técnico da parte11 e cada parte pagará a

remuneração do Assistente Técnico que houver indicado. Segundo Barbosa12 (2011), o assistente técnico deve: (I) Assessorar a parte que o contratou, sendo isso possível apenas quando este profissional é contratado a tempo, analisando o caso e verificando os pontos fortes e os pontos vulneráveis da parte, para que seja traçada uma linha de defesa que deve ser seguida quando da elaboração dos quesitos e da emissão do parecer técnico; (II) Formular quesitos a serem respondidos pelo perito; (III) Comparecer à consulta pericial com o objetivo de acompanhá-la, inclusive podendo dirigir-se ao periciando para esclarecer pontos da anamnese e do exame físico; (IV) O assistente técnico tem um compromisso com a parte e é ele quem decide juntamente com o advogado, o que fazer com as informações trazidas no laudo pericial.

CONCLUSÃO O assistente técnico desempenha uma função importante em processos judiciais, fornecendo informações técnicas, biológicas e legais, auxiliando as partes e seus advogados em um processo civil, sendo necessário não apenas o conhecimento aprofundado em Odontologia, mas também a experiência na prática das lides forenses, por meio do conhecimento do processo e seus desdobramentos e, para atuação em assistência técnica odontológica, deve-se optar, preferencialmente, por profissionais da área da Odontologia Legal. 

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CADERNO

informativo eNTReviSTaS | viTRiNe OdONTOlÓGica | SOcial

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 Jurisprudência na Odontologia

A Odontologia sem medo!

A

lguns profissionais da área odontológica me questionam a respeito de sua responsabilidade profissional e me confessam temer serem vítimas de oportunistas que queiram achar defeito em sua conduta e se aproveitarem com demandas aventureiras com cunho indenizatório. Infelizmente, e de uma minoria, existem demandas sem fundamento que são manipuladas de forma irresponsável contra profissionais da saúde, contendo acusações absurdas que, em outras palavras, não aceitam as adversidades naturais das patologias que experimentaram. É uma minoria que faz barulho. O que posso garantir, apesar do gosto amargo de uma demanda judicial, é que o bom profissional dificilmente será condenado, porque nenhum processo é julgado sem o direito a ampla defesa e sem uma análise técnica apurada do procedimento realizado pelo odontólogo. O primeiro conselho, documentar os atendimentos realizados, sempre, elaborando um prontuário sobre a rotina do paciente e toda assistência empreendida. O prontuário deverá indicar o estado clínico do paciente, a anamnese, os exames clínico e laboratorial realizados, o diagnóstico e o prognóstico, em letras legíveis com redação objetiva e clara, sempre pensando na compreensão do intérprete. Essa documentação é fundamental porque, numa eventual discussão judicial, a perícia se fará de forma indireta, com base no prontuário e exames realizados. No retorno do paciente, o odontólogo deverá constar na ficha se o paciente seguiu ou não suas orientações e, no caso de abandono de tratamento e isso inspirar algum risco importante, recomendamos uma correspondência alertando o paciente sobre a necessidade de continuidade do tratamento. Após o envio da carta, ficará caracterizado que o paciente abandonou o tratamento. Cumpridos esses passos e aplicada a terapêutica adequada, não há porque temer no atendimento dos pacientes. Muita dúvida ocorre quando se socorre pacientes com casos complicados, vindo de outros profissionais que, eventualmente, não tenham aplicado a terapêutica correta. O medo é que o estado grave do paciente ou a complicação causada pelo outro profissional acarrete em um dano ao paciente inevitável e isso inspire na responsabilização conjunta. Esse medo é infundado porque o odon40 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

tólogo, ao receber o paciente, documentará o estado que colheu o paciente e descreverá exatamente a terapia que se aplicará ao caso para tentar obter a cura da patologia agravada. Se não conseguir porque a enfermidade era grave e incontrolável, não será responsabilizado pelo resultado negativo que ocorreu sob sua atuação, posto que a apuração judicial focará na investigação de qual o motivo determinante que deu causa a tal resultado. Se, apesar da terapia correta, foi essa insuficiente para evitar o dano, nenhuma responsabilidade incidirá ao profissional, seja porque o vício de serviço foi de outro profissional, seja, ainda, porque causa foi natural e não teve relação com sua atuação. Um grande doutrinador do Direito, José de Aguiar Dias, descreveu como se apura a responsabilização pela teoria dos fatos determinantes, ao explanar que: “O que se deve indagar é, pois, qual dos fatos, ou culpas, foi decisivo para o evento danoso, isto é, qual dos atos imprudentes fez com que o outro, que não teria consequências, de si só, determinasse, completado por ele, o acidente. Pensamos que sempre que seja possível estabelecer inocuidade de um ato, ainda que imprudente, se não tivesse intervindo outro ato imprudente, não se deve falar de concorrência de culpa. Noutras palavras: a culpa grave necessária e suficiente para o plano exclui a concorrência de culpa, isto é, a culpa sem a qual o dano não se teria produzido.”(g.n.)1. Essa teoria vem sendo aplicada no Brasil quando se fala na responsabilidade do profissional liberal justamente para que se decida com justiça sobre a culpabilidade dos profissionais que atuam na área da saúde e os liberte do medo de exercer sua atividade com criatividade e inspiração. Essa cautela da doutrina jurídica que protege o profissional da saúde e garante que somente aquele causador do dano será punido: “Essa doutrina pode ser aperfeiçoada mediante sua transposição do tempo para o espaço. Em lugar de se apurar quem teve a última oportunidade, o que se deve verificar é quem teve a melhor ou mais eficiente, isto é quem estava em melhores condições de evitar o dano, de quem foi o ato que decisivamente influi para o dano. Isso, aliado à indagação da idoneidade da culpa na produção do dano, dará critério seguro para a solução exata do tormentoso problema da concorrência de culpa ou concorrência de atos produtores do dano.”. Em alguns casos, o próprio paciente é

responsabilizado pela causa do dano, por conta da sua rebeldia ao tratamento ou desídia nos cuidados próprios. A negligência do paciente tem sido ostensivamente reconhecida para caracterização de sua responsabilidade, valendo-se observar o entendimento doutrinário, do Ilustre Yussef Said Cahali, em análise desta questão, como se colhe: “Na discussão do dano advindo de ato médico, essa questão é de fundamental importância, porquanto há atitudes da vítima que podem levar a diminuir a culpa do facultativo ou até a isentá-lo. É o caso de paciente que não segue suas prescrições, não toma os remédios receitados, ou que abandona o tratamento ou mesmo o próprio médico. Evidentemente não pode o profissional ser prejudicado pelo desinteresse, desleixo ou inércia do paciente. Um dos fatos capazes de atenuar ou até excluir a responsabilidade do agente é exatamente a culpa concorrente ou exclusiva da vítima; isso se dá porque há quebra do nexo de causalidade entre a culpa e o dano.”2. O odontólogo não pode temer o exercício de sua atividade quando essa se realiza com adequada terapêutica e, não poderá ser condenado por erro que não cometeu, ainda que tenha enfrentado caso grave de dificil solução. Prevalescerá, na análise do Judiciário, sempre o bom senso e a investigação da causa determinante, ainda que essa seja de origem natural. Dependemos da criatividade, da liberdade e da boa técnica dos profissionais da saúde para nos sentirmos tranquilos, não se admitindo que fato algum venha cercear o exercício pleno da sua atividade. Um abraço aos amigos e amigas odontólogos!  Henrique Furquim Paiva Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade de Direito de Franca-SP. MBA em Direito da Empresa e da Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com especialização em Direito Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc). E-mail: henrique.furquim@ brasilsalomao.com.br

◗◗ Referências Bibliográficas 1) JOSÉ DE AGUIAR DIAS, obra “Da Responsabilidade Civil”, 10a. Edição, Editora Forense, 1995, pág. 695. 2) YUSSEF SAID CAHALI, “Responsabilidade Civil”, Editora Saraiva, 1984, pág. 321.


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 Voluntariado

Voluntários do Sertão em busca de novas parcerias para 2014

42 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Foto: Douglas Intrabartolo

E

xemplo de solidariedade e cidadania, capaz de transformar a vida das pessoas, o projeto Voluntários do Sertão é hoje mais uma porta que se abre às empresas que querem investir em Responsabilidade Social, uma tendência mundial e irreversível, bem mais abrangente do que simples ações assistenciais. Pelo 13º ano consecutivo o projeto mobilizou centenas de profissionais da área da Saúde, realizando 27.996 atendimentos gratuitos em diversas especialidades médicas, odontológicas e dispensação de medicamentos, em Anagé, na Bahia, e outros 22 municípios da região. Fez também mamografias, ultrassonografias, eletrocardiogramas, testes da orelhinha, palestras sobre saúde e cidadania, além da distribuição de kits de higiene pessoal, higiene bucal e brinquedos. Com o objetivo de levar assistência social, saúde, segurança alimentar e nutricional para populações em vulnerabilidade social, promovendo o voluntariado, essa ação acontece anualmente em municípios do sertão baiano. A caravana conta com uma frota composta por aviões, carretas (odontomóvel, consultório médico e fábrica de óculos), caminhões, ônibus e vans. Os municípios levariam entre seis e dez anos para fazer o mesmo número de atendimentos que a entidade realiza em apenas uma semana. Os números comprovam a grandiosidade e a eficácia do projeto. Em Anagé-BA (ação de 2013), além de equipar um centro cirúrgico, a Odontologia contou com 20 consultórios, emprestados pela Gnatus Equipamentos, sendo 10 instalados em uma carreta (odontomóvel) e os outros 10 montados em clínica adaptada numa escola, com laboratório de prótese e área para esterilização de materiais. A grande maioria dos materiais e insumos odontológicos foi doada pela Dental Gutierre Odonto. Entre os parceiros da entidade estão ainda: Água Cristal, Bago, Bayer, Benson System Radiocomunicação, Bmart Brinquedos, Brascom, Brx Propagandas, Centro Médico de Ribeirão Preto, Coca Cola, Colgate, Color Mídia, Companhia de Bebidas Ipiranga, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Dent Brás, Dental Gutierre Odonto, Douglas Fotografias, Dr. Prates Laboratório de Patologia Cirúrgica, EMS, Essilor, Eurofarma, Exame Auditores Independentes, Força Aérea Brasileira (Fab), Farmácia da Gente, Feeling Soluções Web, Germed, Gnatus Equipamentos Médico-Odontológicos, Gota Dourada, Grupo Amarelinhas da Sorte, GSA Construtora, Haras Manoel Leão, Hospital São Lucas, K2 Imagens, Leão Alimentos e Bebidas, Legrand, Line Flex, Ministério da Saúde, Passaredo Linhas Aéreas, Policlínica Condeúba, Prefeitura Municipal de

O empresário Doreedson Pereira (Dorinho), idealizador do projeto Voluntários do Sertão, antes da saída de um dos vôos de Ribeirão Preto-SP para Anagé-BA (edição 2013).

Anagé, Sanofi, Sesab - Governo da Bahia, Singular Soluções Inteligentes, Ultradent, Unimed Nordeste Paulista Federação Intra Federativa das Cooperativas Médicas e Unimed Ribeirão Preto. A Organização pretende ampliar sua área de atuação para outros estados brasileiros, o que também depende de novas parcerias. “Desejamos atender em outras áreas, para isso precisamos firmar parcerias com empresas socialmente responsáveis. Existem muitas formas para melhorar a vida da população em vulnerabilidade social do Brasil e não apenas no sertão da Bahia. Uma delas é através da parceria entre Governo, Ongs e iniciativa privada em vários setores, como educação, habitação e, principalmente, na saúde, onde há muito a se fazer”, comenta Doreedson Pereira (Dorinho), idealizador do projeto. Investir e apoiar projetos dessa natureza significa adequar-se às diretrizes da Responsabilidade Social uma realidade que não pode ser ignorada, pois, comprovadamente, nenhuma empresa sobrevive hoje oferecendo apenas bens e serviços de qualidade com preços competitivos. Mais que isso, Responsabilidade Social é uma forma inteligente de conduzir negócios, desempenhando um papel fundamental junto à sociedade. “Estamos trabalhando para ampliar o número de parceiros em 2014 com o objetivo de atingir a meta de equipar a instituição de modo que sua ação seja independente da situação encontrada no município, ou seja, com mais equipamentos poderemos levar os atendimentos para municípios cada vez mais vulneráveis, mantendo a qualidade desejada. Nossa capacidade atual permite levar até 250 profissionais de saúde em cada edição e, com a ajuda de mais parceiros,

Estamos trabalhando para ampliar o número de parceiros em 2014 com o objetivo de atingir a meta de equipar a instituição de modo que sua ação seja independente da situação encontrada no município poderemos multiplicar esse número”, complementa Dorinho. “As doações podem ser feitas durante todo o ano, por qualquer pessoa (física ou jurídica), de qualquer lugar do país. Toda ajuda é sempre bem vinda. Quem quiser conhecer melhor o projeto pode visitar a sede, à Rua Olavo Bilac, 1110, no Jardim Sumaré, em Ribeirão Preto-SP, que funciona em horário comercial, ou fazer contato através do e-mail contato@voluntariosdosertao.org, ou pelo telefone: (16) 3441-4840. Visite também o nosso site www.voluntariosdosertao.org que traz informações, fotos e os resultados de todas as edições realizadas até hoje”, acrescenta. Para o próximo ano os municípios interessados em receber o mutirão já podem fazer seu cadastro pelo site da entidade. A escolha da cidade acontecerá em dezembro e a ação será realizada entre os dias 26 de abril e 3 de maio de 2014. As inscrições de profissionais serão abertas no próximo mês de outubro e as empresas interessadas em apoiar o projeto podem entrar em contato com a organização em qualquer época do ano. 


Criança da zona rural de Anagé-BA com o mascote da Dental Gutierre Odonto, fornecedora de mais de 90% dos insumos e materiais odontológicos utilizados na ação.

> O Projeto O Voluntários do Sertão é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que tem como objetivo promover, anual e gratuitamente, assistência social, saúde, segurança alimentar e nutricional para municípios em vulnerabilidade social do interior da Bahia. Com sede em Ribeirão Preto-SP, foi implantado em 2.000 pelo empresário Doreedson Pereira (Dorinho) e iniciou suas atividades com a distribuição de brinquedos e cestas básicas em Alegre-BA, sua cidade natal, Condeúba-BA e municípios vizinhos. Em 2.006, passou a realizar atendimentos médicos e odontológicos, além de palestras e da distribuição de kits de saúde e higiene pessoal. Em 2.005, tornou-se uma Organização do terceiro setor, ampliando seus objetivos, sendo hoje reconhecido nacionalmente como a maior ação de saúde e cidadania do interior da Bahia. Como participar Município: as cidades interessadas em sediar

Atendimento na clínica odontológica, com 10 consultórios, laboratório de prótese e área de esterilização, instalada em escola.

Foto: Douglas Intrabartolo

Odontomóvel- carreta equipada com 10 consultórios odontológicos.

Entrega de kits de higiene bucal durante uma das palestras realizadas em Anagé-BA.

o mutirão, podem fazer suas inscrições através do site www.voluntariosdosertao.org. Os principais critérios de seleção são: IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) inferior a 0,6; população até 25.000 habitantes; localização até 100 quilômetros de distância de cidades que tenham aeroporto; ter estrutura básica para hospedar, alimentar e transportar internamente os voluntários; ter condições para adaptar os locais para atendimentos que, na maioria das vezes, acontecem em escolas, postos de saúde e hospitais. Entre as cidades inscritas, três serão selecionadas. Em seguida, os organizadores fazem visitas técnicas in loco para averiguar as condições de higiene, saneamento, instalações e também para confirmar o comprometimento das autoridades locais, órgãos municipais e da própria população para a realização do projeto. A cidade que apresentar melhores condições e atender ao maior número de critérios exigidos será a escolhida. Voluntários: por ser exclusivamente voltado para a área da saúde, permite apenas a adesão

de médicos, cirurgiões-dentistas, enfermeiros e farmacêuticos, devidamente em dia com seus respectivos Conselhos Regionais de classe e órgãos regulamentadores. Serão chamados profissionais de várias especialidades, de acordo com as necessidades do município atendido. Em treze anos de atuação, o Voluntários do Sertão mobilizou 3.280 profissionais da saúde que realizaram mais de 138.000 atendimentos médicos, de enfermagem, farmacêuticos e odontológicos, gratuitos para a população em vulnerabilidade social. Doações de Pessoas físicas e jurídicas As doações realizadas por pessoas jurídicas para entidades do terceiro setor (sem fins lucrativos) que atuem em benefício da coletividade, podem ser deduzidas até o limite de 2% (dois por cento) do lucro operacional verificado antes de computada a dedução da doação. Cumpre esclarecer que este benefício fiscal somente poderá ser concedido, para empresas cuja tributação seja a do Lucro Real. Pessoas Físicas podem deduzir até 6%. www.gutierreodonto.com.br > 43


 Vitrine Odontológica > Representante do Hospital de Câncer de Barretos visita Unesp de Araraquara No último dia 12 de julho a cirurgiã-dentista do Departamento de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos-SP (HCB), Dra. Ana Rosa Domingos Machado, fez uma visita à Faculdade de Odontologia da Unesp de Araraquara-SP para conhecer a Unidade Móvel Odontológica. Na ocasião, foi recebida pela vice-diretora da Faculdade de Odontologia da Araraquara (Foar/ Unesp), Dra. Elaine Maria Sgavioli Massucato, que acompanhou a visita e explicou todos os detalhes sobre a utilização, vantagens e trabalhos desenvolvidos com a Unidade Móvel Odontológica, doada pela Pró-Reitoria de Extensão da Unesp. “Além de conhecer o veículo, nosso objetivo foi adquirir conhecimentos sobre o trabalho realizado pela faculdade em relação à prevenção do câncer de boca, pois também pretendemos adquirir uma unidade para o HCB, que será utilizada exclusivamente para prevenção do câncer bucal com a realização de exames preventivos. Uma Unidade Móvel Odontológica seria de grande valia para o HCB, pois o nosso atendimento é permanente e poderíamos realizar ações preventivas durante o ano todo indo de encontro à população. Gostaríamos de contar com o apoio das empresas que possam investir nessa batalha que é a prevenção do câncer bucal doando uma Unidade Móvel Odontológica ao HCB, pois o hospital possui uma credibilidade muito grande no trabalho que realiza”, explica Ana Rosa. A visita foi intermediada e acompanhada pela equipe da revista Gutierre OdontoLife que registrou todos os detalhes.

> Mais tempo para você, mais conforto para o seu paciente A Biodinâmica inovou mais uma vez e trouxe para o mercado odontológico nacional o Proviplast a primeira resina bisacrílica autopolimerizável produzida no país. O produto é um material temporário utilizado para confecção de provisórios, como coroas, pontes, inlays, onlays e facetas. O produto foi desenvolvido pensando no conforto do cirurgião-dentista e de seu paciente, uma vez que o produto pode ser utilizado em restaurações temporárias com o mais alto padrão de qualidade e material. O Proviplast é um material duplo-componente (base e catalisador), automixável, com grande facilidade de manipulação e aplicação. O produto proporciona uma mistura homogênea e minimiza a possibilidade de formação de bolhas. O Proviplast está disponível em embalagens contendo um cartucho de 50g de Proviplast, na proporção 1:1, nas cores: A2 - A3, com dez pontas misturadoras. Os vídeos de produtos da Biodinâmica podem ser assistidos no site: http://www.youtube.com/user/ BiodinamicaOdonto. 44 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

>O Ato Médico e a Odontologia

Unidade Móvel Odontológica da Foar/Unesp.

Vista interna da Unidade Móvel Odontológica.

Elaine Maria Sgavioli Massucato e Ana Rosa Domingos Machado.

O exercício da Odontologia no Brasil é regulamentado pela Lei 5081, promulgada pela Presidência da República em 24 de agosto de 1966. A Lei nº 12.842/13, recentemente sancionada pela presidente Dilma Rousseff com 10 vetos e publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 11 de julho de 2013, institui o Ato Médico, que não interfere no exercício da Odontologia no Brasil. As atividades desenvolvidas pelos profissionais da Odontologia estão resguardadas, inclusive no próprio texto da lei. O parágrafo 6º do artigo 4º, onde são apontadas as atividades privativas da Medicina, esclarece: “O disposto neste artigo não se aplica ao exercício da Odontologia, no âmbito de sua área de atuação”. A assessoria jurídica do Conselho Federal de Odontologia (CFO) entende que esta lei não apresenta conflito com a Lei 5081/66, que define as atribuições dos profissionais da Odontologia no país. Os Conselhos Federal e Regionais de Odontologia mantêm-se vigilantes quanto a quaisquer iniciativas no âmbito de todos os poderes da República que possam impactar no exercício da Odontologia no Brasil, de modo a assegurar que os direitos dos cirurgiões-dentistas continuem inalterados. Fonte: www.cfo.org.br

> Comissão Parlamentar do CFO consolida parecer favorável de parlamentares da CCJC pela Odontologia do Trabalho A Comissão Parlamentar do Conselho Federal de Odontologia conquistou, nos dias 10 e 11 de julho, três novos votos, em separado, em favor do Projeto de Lei 422/07, que estabelece que as empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança, medicina e odontologia do trabalho. Os votos em separado foram solicitados pelos deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Fábio Trad (PMDB-MS) e Leonardo Gadelha (PSC -PB) que somou um novo voto ao já apresentado em nome do líder do PSC, André Moura. A visita da Comissão Parlamentar também foi estendida ao deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para apresentação do texto do PL 422/07. O deputado Azeredo também se comprometeu em fazer a leitura do PL para, em breve, apresentar um parecer oficial. A meta do Conselho Federal de Odontologia é sensibilizar o maior número de parlamentares que integram a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, local em que PL tramita atualmente, acerca da necessidade de regulamentar a Odontologia do Trabalho nas empresas. Fonte: www.cfo.org.br


> Porto Rico sediará o Congresso Odontológico das Américas em 2014 Porto Rico está pronto para fazer história em saúde bucal, com a celebração em fevereiro de 2014 do Congresso Odontológico das Américas, uma tentativa de unir sob um mesmo teto, o melhor e mais diverso grupo de cirurgiões-dentistas, pesquisadores, professores e estudantes de mais de 20 países do Caribe e das Américas do Norte, Central e do Sul. O evento, programado para 6 a 9 de fevereiro de 2014, será realizado no Pedro A. Rosselló Puerto Rico Convention Center, com capacidade para receber milhares de convidados e participantes de convenções do mundo todo, anualmente. Este Congresso, também traz a oportunidade única para usufruir o melhor que Puerto Rico tem para oferecer, desde praias espetaculares, uma floresta tropical, a cidade antiga, experiências e aventura, música e cozinha original, para combinar com a experiência educacional planejada para os cirurgiões-dentistas da America Latina. Essa configuração, junto com o clima quente tropical todo o ano, é particularmente tentador para os profissionais e seus familiares. Serão oferecidas oportunidades exclusivas para os expositores, além de variedade, vendas limitadas, ofertas, eventos e oportunidades de negócios, “networking” e apresentação de novos produtos a todos os participantes. Tudo isso combinado a uma agenda superior, equilibrada com trabalho e diversão. Empresas e profissionais interessados em participar ou saber todos os detalhes do evento podem entrar em contato pelo telefone 1-787-608-8187 ou visitar o portal www.cumbreodontoamericas.org, que incluirá todas as informações relacionadas ao Congresso.

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 Vitrine Odontológica > 10ª Turma de Especialização em Dentística da Aorp No mês de setembro, a Associação Odontológica de Ribeirão Preto (Aorp) iniciará a 10ª Turma de Especialização em Dentística, curso conceituado com Excelência em Estética. Com duração de 21 meses (750 horas) as aulas acontecerão das 8h às 12h e das 14h às 21h. Serão 12 vagas e o processo seletivo acontecerá através da análise curricular. A aula de apresentação acontecerá no dia 19 de agosto das 19h30 às 21h, na sede da Associação. Entre os profissionais que ministrarão o curso estão a Dra. Cristina Yoshie Garcia Takeuchi, mestre e doutora em Dentística Restauradora pela Unesp de Araraquara-SP, especialista em Endodontia e professora de Dentística há dez anos; o Prof. Dr. Hamilton Pedrazzi, mestre e doutor em Reabilitação Oral pela Forp/USPsp e especialista em prótese pelo CFO; e também o Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi de Andrade, professor livre docente em Dentística pela Unesp de Araraquara-SP.

>Palestras na Apcd de Ribeirão Preto

No dia 29 de agosto de 2013, a partir das 19 horas, serão realizadas duas palestras de grande interesse da classe odontológica, na sede da Apcd de Ribeirão Preto-SP. O advogado Robson Vitor Firmino, pós-graduado em Direito Público e Direito Médico, Odontológico e da Saúde, falará sobre a importância dos contratos de prestação de serviços para atendimentos odontológicos; e a enfermeira Fabiana Rangel Marques Lulio, mestre em Gestão de Saúde pela Universidade de São Paulo (Usp) e MBA em Administração pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, abordará sobre a administração clínicas e consultórios odontológicos como empresas. Robson e Fabiana são sócios-proprietários da Imhotep Consultoria e Assessoria em Gestão da Saúde. Informações 3630 0711.

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 Calendário de Eventos AGOSTO XXII COBRAC - Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BucoMaxilo-FaciaL Data: 20 a 24 de agosto de 2013. Local: Windsor Barra Hotel - Rio de Janeiro-RJ. Informações: www.cobrac2013rio.com.br 2ª Imersão em Radiologia – Cursos e Hands-On. Data: 23 e 24 de agosto de 2013. Local: Auditório da Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas-SP. Contato: (19) 3211 3602 / (19) 3211 3678. SETEMBRO Congresso ABO São Paulo. Data: 04 a 06 de setembro de 2013. Local: Abo/SP. nformações: (11) 2959 3332 / 2959 3689. E-mail: secretaria.abo@terra.com.br Site: www.abosp.org.br 16° Congresso Internacional de Odontologia de Goiás. Data: 21 a 24 de setembro de 2013. Local: Abo/GO. Informações: (62) 3236 3100. E-mail: ca@abo-go.com.br Site: www.abo-go.com.br

OUTUBRO 11° Congresso Internacional de Odontologia do Paraná. Data: 06 a 08 de outubro de 2013. Local: Abo/PR. Informações: (41) 3028 5800. E-mail: abo@abopr.com.br Site: www.abopr.com.br 24º Congresso Brasileiro de Odontopediatria. Data: 9 a 11 de outubro de 2013. Local: Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 - Brasília-DF. Informações: www.24congressoodontopediatria.com.br 13º Congresso Internacional de Técnicos em Prótese Dentária. Data: 11 a 13 de outubro de 2013. Local: Expo Center Norte - São Paulo-SP. Informações: claudiagonzaga@apdesp.org.br 5º Encontro Nacional dos Conselhos Profissionais. Data: 17 a 19 de outubro de 2013. Local: Centrosul - Florianópolis-SC. Informações: www.encp.com.br


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 Social

Equipe Dentsply se diverte com Gutinho.

A Dental Gutierre Odonto marcou presença levando sua Loja Virtual para a 21ª edição do Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro - Ciorj 2013, que aconteceu entre os dias 10 e 13 de julho, no Riocentro. O evento, realizado pela Associação Brasileira de Odontologia - Seção Rio de Janeiro-RJ (Abo-RJ), acontece bianualmente, há quase 40 anos e é considerado o maior encontro científico de Odontologia no Brasil, com mais de 800 horas de atividades científicas. Mais de 40 mil pessoas passaram pelo Riocentro durante os quatro dias de congresso, para acompanhar as atividades científicas e visitar a Feira Comercial, que contou com a participação de aproximadamente 300 expositores. Quem esteve por lá pode se divertir com o Gutinho, mascote da Gutierre Odonto, que percorreu as ruas e avenidas dos pavilhões alegrando crianças, jovens e adultos, entre visitantes, palestrantes, expositores e organizadores. Confira!

Gutinho no estande da Dr. Veit Produtos.

Loja virtual da Dental Gutierre Odonto, no 21º Ciorj.

48 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Equipe Gutierre Odonto no estanda da Dentsply.


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 Social

A cirurgiã-dentista Isamara Cavalcanti e o professor suíço Michel Thali, que ministrou o curso de Projeto Virtopsy, no I Congresso de Imaginologia Forense, realizado de 4 a 6 de julho, em Salvador-BA.

Auro Tomio Nisiyama, a esposa Heiko e o filho Guilherme, na Festa Junina da Apcd de Ribeirão Preto.

Robson Firmino e o presidente da Apcd de Ribeirão Preto, Artur Martini.

Marcelo Palinkas, Ana Cristina Lopes e Maristela Isabel Cornicelli, na festa de confraternização dos Voluntários do Sertão, no Haras Manoel Leão.

Maurício Camargo, Cristina Imperador e Marcelo Alves, na Festa Junina da Apcd de Ribeirão

Rosana Bistane, Pedro Bistane e a filha Ana Laura, na Apcd de Ribeirão Preto.

A família de cirurgiões-dentistas, Carmen Lucia Gabaldo Corrêa, Marco Corrêa e Bruna Corrêa, no Arraiá da Apcd de Ribeirão Preto. 50 > Revista Gutierre Odontolife - EDIÇÃO 55

Eduardo Gutierre, em Anagé-BA, no projeto Voluntários do Sertão.


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