Expectativas de Ano Novo

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Expectativas de Ano Novo

...by Janeiro de 2017

Palácio Nacional de Mafra: 300 anos de magnificência “As palavras de Saramago continuam vivas” Turismo do Centro com “as maiores expectativas” para 2017 Elvas: Eventos para promover o património


Ficha técnica

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Propriedade, edição e distribuição: Gomes & Canoso, Lda. Rua São João, nº. 39, Repeses 3500-727 Viseu Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Directora: Olinda Martins Redacção: Ana

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Margarida Gomes e Lino Ramos Publicidade e marketing: Joaquim Gomes e Tiago Canoso Telefone: 232 407 544 Telemóvel: 969 474 853 Visite o nosso website em www.descla.pt.

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04 — Desporto de inverno para todos 08 — De volta a Marrocos 10 — “Espero estar nos Jogos Paralímpicos” 12 — Um mimo para começar o ano 14 — Termas de São Pedro do Sul confiam na “viragem de ciclo” 16 — Museu Nacional Grão Vasco: o primeiro ano dos próximos 100 18 — Palácio Nacional de Mafra: 300 anos de magnificência

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22 — Clássicos na montanha 24 — “As palavras de Saramago continuam vivas” 26 — Turismo do Centro com “as maiores expectativas” para 2017 28 — Eventos para promover o património 32 — Campismo recupera da crise

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34 — Trás-os-Montes confiante para 2017 36 — Um hotel em constante renovação

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Desportos de inverno para todos Texto: Lino Ramos

A Federação de Desportos de Inverno de Portugal deverá adquirir ainda este ano uma cadeira de esqui destinada a pessoas com mobilidade reduzida. As pessoas com mobilidade reduzida poderão, ainda este ano, praticar desportos de inverno, graças a uma cadeira de esqui que a Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) deverá adquirir em breve. A ideia tem vários anos, mas só ganhou forma em novembro passado, quando a FDIP recebeu a garantia de financiamento para a compra do primeiro equipamento da parte do Instituto Português do desporto e da Juventude (IPDJ). “Temos agora uma clara perspetiva de podermos adquirir um equipamento que será colocado à disposição de todos os que o queiram utilizar

e que, esperamos, possa ainda esta época estar ao serviço das populações”, sublinha o presidente da federação, Pedro Farromba. “Com este projeto e para além de darmos um sinal claro de justiça perante o acesso que todos os cidadãos, independentemente das suas condições, devem ter à atividade desportiva, pretendemos vir a criar as bases para podermos vir a desenvolver as modalidades de desportos de inverno adaptado em Portugal”, destaca ainda o responsável. Além da compra da cadeira, no valor de cerca de cinco mil euros, é também necessário dar formação para a sua utilização.

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Estância de SKI Serra da Estrela | Fotografia: Tiago Canoso

Em Portugal são conhecidos quatro atletas com necessidade deste tipo de equipamento, cuja utilização vai depender do modelo da cadeira e do grau de mobilidade das pessoas. Há vários anos que a Federação de Desportos de Inverno de Portugal pretendia apostar no desporto adaptado – uma vontade que consta, de resto, do seu Plano de Atividades –, mas “por diversas razões, maioritariamente financeiras”,

nunca foi possível concretizar, explica Pedro Farromba. Preparação para os Jogos Olímpicos A aquisição da cadeira de esqui é uma das principais notícias de 2017 para a FDIP, em vésperas dos Jogos Olímpicos de 2018, daí que o dirigente preveja “um ano de enorme atividades desportiva nas várias disciplinas nas quais tere-

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Estância de SKI Serra da Estrela | Fotografia: Tiago Canoso

mos, eventualmente, possibilidades de estar presentes”. Os campeonatos Nacionais de Esqui e Snowboard vão realizar-se nos primeiros meses de 2017 e, segundo Pedro Farromba, “constituem, para além da competição, uma enorme possibilidade de todos os amantes dos desportos de inverno festejarem o desporto”. A nível internacional, o país vai marcar presença nos campeonatos do mundo, que se realizam na Suíça, onde vai estar representado por cinco atletas, bem como na quase totalidade das competições destinadas aos mais jovens. Ainda este mês vai ter início mais uma edição do Brincar na Neve, um projeto destinado a crianças entre os 6 e os 10 anos e cujo principal objetivo é divulgar os desportos de inverno, nomeadamente o esqui alpino e o snowboard. A iniciativa, já na oitava edição, tem atraído cada vez mais atletas, revela o dirigente, e este ano volta a decorrer entre os meses de janeiro e março. Recentemente, no dia 15 de janeiro, Dia Mundial da Neve, terminou mais uma edição do mas do Pizza Hut Ski4all, programa da FDIP através do qual 3600 crianças de todo o país tiveram um primeiro contacto com os desportos de inverno.D 6 | Janeiro de 2017 | Expectativas de ano novo ...by Descla



De volta a Marrocos Texto: Lino Ramos

O Off Road Marrocos, de 22 a 30 de abril, é um dos principais eventos que o Clube Escape Livre organiza em 2017. A caravana de 16 equipas vai partir de Tanger, no norte do país, e percorrer milhares de quilómetros, numa aventura que tem como pontos altos a visita à cidade de Aït-Ben-Haddou, Património da Humanidade, a Medina de Fez, a travessia do Media Atlas e de Marraquexe ou os estúdios de Uarzazate, cenário de filmes como Múmia, Gladiador ou Jóia do Nilo. No sexto dia, uma nova etapa, com início e fim na cidade de Boumalne du Dadés, no sul de Marrocos, vai decorrer sempre ao longo das margens do rio Dadès, e atravessar a conhecida Rota dos Mil Casbás, fortalezas ou aldeias fortificadas construí-

das há séculos pelos povos Berberes da região. As inscrições para a prova já estão esgotadas, revela o presidente do Clube Escape Livre, Luís Celínio, que garante mais uma viagem pelo “Marrocos mais profundo, mais diferente do turístico e onde todos os participantes puderam por à prova as suas capacidades de condução em pisos muto diferentes dos europeus e ainda descobrir pequenos mundos desconhecidos”. Entre os eventos a organizar em 2017 o responsável destaca ainda o Rali Brodgestone First Stop Guarda 2017, essencialmente para jornalistas e pessoas ligadas ao mundo automóvel,

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Fotografia: Clube Escape Livre

o Slalom Sprint de Castelo Rodrigo e o Drift de Pinhel, agora numa edição ibérica. “Vamos ter não só os melhores pilotos portugueses mas também alguns espanhóis nesta modalidade”, adianta Luís Celínio. O objetivo é o mesmo de sempre: divulgar a região da Guarda através do todo-o-terreno. É assim desde 1986, quando nasceu o clube, a partir do Programa Escape Livre, que desde 1973 divulgava o automóvel da Rádio Altitude e já realizava alguns eventos

e ações de promoção regionais. Em três décadas organizaram as mais diversas iniciativas, atraíram centenas de participantes e fizeram com que a Guarda e a região fossem “sempre positivamente faladas no país e fora do país”. Hoje em dia o Clube Escape Livre é reconhecido como uma das associações que melhor divulgam esse território. “É muito gratificante e dá-nos ainda um alento mais forte de continuar por mais 30 anos”, confessa Luís Celínio. D

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“Espero estar nos Jogos Paralímpicos” Texto: Lino Ramos

Depois do 6º lugar na final dos 100 metros dos Jogos do Rio de Janeiro, Mário Trindade quer ir a Tóquio fazer ainda melhor. Mas para fazer a diferença precisa de mais apoios. Dez de setembro de 2016, Rio de Janeiro. Mário Trindade atingiu o seu objetivo: chegar à final da prova dos 100 metros k52, para atletas com deficiência motora em cadeira de rodas, dos Jogos Paralímpicos. Quer desfrutar e fazer o melhor tempo. Acaba em sexto lugar, com a marca de 18,19s, a mesma do suíço Beat Boesch, campeão europeu e quinto classificado. Um dia depois, na final dos 400 metros, o atleta português alcança a oitava posição. “Foi muito bom”, confessa Má-

rio Trindade, o único europeu a qualificar-se para a prova decisiva dos 400 metros. O feito torna-se ainda mais relevante pela desigualdade de meios face aos adversários, que se traduzem na menor capacidade para treinar regularmente ao mais alto nível, participando, por exemplo, em mais competições internacionais. “Se conseguisse outro tipo de condições poderíamos ter tido outros resultados”, admite, ainda com um “saborzinho amargo”, que o leva a querer ir aos Jogos Paralímpicos de 2020, em

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Fotografia: Direitos reservados

Tóquio, fazer melhor. “Está nos meus planos, espero lá estar!”. As condições de que fala o atleta passam também por mais apoio médico, nomeadamente na fisioterapia. “Isso faz toda a

diferença!”, garante Mário Trindade, esperançoso de boas notícias em 2017, num ano em que vai participar em três competições internacionais, a começar por dois meetings no Dubai. D

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Um mimo para começar o ano

Grande Hotel das Caldas da Felgueira | Fotografia: Caldas da Felgueira

Texto: Lino Ramos

As Caldas da Felgueira, no concelho de Nelas, têm um programa especial para o Dia dos Namorados. É a primeira actividade num ano em que esperam crescer 6 por cento, revela o diretor-geral, Adriano Barreto. Há quanto tempo não toma o pequeno-almoço no quarto e na companhia da pessoa que ama? É essa a pergunta que as Termas da Felgueira fazem aos casais, propondo-lhes um fim de semana especial para comemorar o Dia dos Namo-

rados. Além da refeição vespertina a dois, o programa no Grande Hotel inclui, entre outros mimos, uma massagem e um jantar romântico. O São Valentim é uma das iniciativas que a estância organiza em 2017, poucos dias

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Vista nocturna do balneário termal | Fotografia: Caldas da Felgueira

antes da abertura da época balnear, no dia 25 de fevereiro, que traz algumas novidades, entre as quais um estudo médico hidrológico para tratamento a duas doenças de pele. No ano que agora começa as Termas da Felgueira esperam um crescimento de 6 por cento no número de clientes do segmento terapêutico e de 10 por cento no termalismo de bem-estar, revela o diretor-geral, Adriano Barreto. O responsável destaca os números positivos de 2016, ano em que o global de clientes cresceu 41 por cento: cerca de 4.500 pessoas passaram pela estância termal. “No Grande Hotel registámos um crescimento da ocupação da ordem dos 20%”, sublinha Adriano Barreto.

O diretor-geral das Termas da Felgueira mostra-se preocupado com a tendência de queda do turismo termal no país que se verifica desde 2011, mas acredita que a situação está a inverter-se, “com novos clientes a entrarem no mercado”. “As pessoas estão a ficar mais sensíveis para as terapêuticas naturais, sem contra indicações e as termas estão a recuperar agora o que perderam quando terminaram as comparticipações” [pelo Serviço Nacional de Saúde]. Adriano Barreto espera “o bom senso do governo para recuperar o que nos parece ser de inteira justiça, uma vez que as termas são uma alternativa terapêutica com milhares de anos de tradição”. D

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Termas de São Pedro do Sul confiam na “viragem de ciclo” Texto: Lino Ramos

O presidente do concelho de administração, Victor Leal, destaca o aumento da procura em 2016 e mostra-se confiante para 2017, acreditando que o turismo termal e de saúde “tem óptimas condições para se afirmar como polo dinamizador de todas estas regiões”. As Termas de São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, começam o ano de 2017 com boas perspetivas. “Sentimos uma melhoria na procura e acima de tudo uma aposta do governo na dinamização do termalismo e apoio ao seu desenvolvimento”, realça o presidente do concelho de administração da estância, Victor Leal. Para o responsável pelas maiores termas de Portugal, o aumento que se verifica em todos os indicadores do turismo vai fazer-se sentir também no negócio do termalismo. Além disso, recorda que em 2017 vai

ser executado o Provere Termas, que engloba vários projetos de dinamização das termas da região centro, considerando que vai trazer “bons contributos para o seu desenvolvimento”. Victor Leal sublinha os bons resultados das Termas de São Pedro do Sul em 2016, em que houve mais aquistas e aumentou o número de visitas e dormidas. O responsável lembra que “estamos a sair de uma crise profunda que atravessou o termalismo em Portugal e que o condicionou de uma forma muito vincada”, mas entende que o ano de 2016 “confirmou

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a viragem de ciclo” e que o turismo termal e de saúde “tem óptimas condições para se afirmar como polo dinamizador de todas estas regiões”. À semelhança de outras estâncias do país, também as Termas de São Pedro do Sul diversificaram o negócio, apostando, essencialmente, em produtos de cosmética. Ainda este mês a estância promete novidades na linha Aqva, feita a partir das suas águas medicinais, lançando um fluido de rosto, um creme antirrugas e uma máscara reafirmante. Em cima da mesa está a criação de novos produtos para uma marca que em só

em 2016 teve uma faturação de 103 mil euros. Ao todo foram vendidos 15500 artigos Aqva, a maioria a aquistas das termas de São Pedro do Sul. Em 2017 o presidente do concelho de administração da estância espera ainda candidatar aos novos fundos europeus o projeto de requalificação do Balneário Rainha Dona Amélia, num investimento de 1,5 milhões de euros que visa transformar o imóvel num “Instituto Aqva”, um espaço de saúde e bem-estar que, além da fisioterapia e do termalismo clássico, vai servir para demonstrar e aplicar os produtos da linha de dermocosmética. D

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Museu Nacional Grão Vasco: o primeiro ano dos próximos 100 Por Lino Ramos

Depois dos festejos do centenário, a afirmação na contemporaneidade e o aumento dos recursos humanos são os principais desafios para 2017, diz o diretor do museu, Agostinho Ribeiro O ano de 2016 foi de comemoração para o Museu Nacional Grão Vasco. O programa do centenário foi rico e variado, à medida de um museu que obteve em 2015 o estatuto de nacional que há muito reclamava e há mais tempo merecia. O ano que agora começa é o primeiro dos próximos 100, um ano de desafios para o diretor do museu, Agostinho Ribeiro. A “contemporaneidade” é o mais importante, quanto à programação. “Sendo um museu com 100 anos, estamos a pensar no presente e na contemporaneidade. Não descuraremos a matéria fun-

damental que dá razão de ser ao museu, o nosso património, mas vamos sobretudo apontar para os jovens, menos jovens, viseenses, de fora de Viseu, nacionais e internacionais, artistas e gente que dá o seu contributo contemporâneo para a promoção e produção artística nos diversos níveis”, aponta o responsável. Para isso, é preciso captar o interesse do público, em especial de quem vive na cidade. “Se tivermos um museu que não faz nada, as pessoas vêm cá uma vez e não voltam. O que queremos que as pessoas venham recorrentemente: se hoje vêm

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ver uma exposição permanente, amanhã vêm ver uma exposição temporária, e depois vêm a um concerto, à apresentação de um livro, a uma conferência, etc.”, revela Agostinho Ribeiro. Para o diretor, a aposta tem outra vantagem: as próprias entidades de fora começam a pensar que os seus interesses passam também pelo museu. A falta de recursos humanos é outro dos desafios para 2017. Agostinho Ribeiro precisa de uma equipa maior. “Atualmente as coisas fazem-se, mas com muito esforço, com uma dedicação extrema. Em agosto tivemos mesmo que fechar à hora de almoço. A Direção-Geral do Património Cultural está atenta e a tentar colmatar estas dificuldades. E brevemente vamos resolver o problema”, garante. O Museu nacional Grão Vasco está também a promover trabalhos de recuperação do edifício, em especial nas fachadas vexteriores e na climatização do piso superior. No ano que agora começa há ainda que “reformular o discurso”, diz Agostinho Ribeiro, “porque com o passar dos anos também há que fazer atualizações”. Em 2016 o Grão Vasco foi, entre os museus do Estado, o que registou o maior aumento do número de visitantes no primeiro semestre, cerca de 57 mil, um crescimento de 47 por cento face ao mesmo período de 2015. Em ano de centenário, o objetivo foi alcançar – e até superar – os 100 mil, mas os dados finais ainda não são conhecidos. D Expectativas de ano novo ...by Descla | Janeiro de 2017 | 17


Palácio Nacional de Mafra: 300 anos de magnificência Texto: Lino Ramos

A recuperação dos dois carrilhões do século XVIII, os maiores do mundo dessa época, marcam as comemorações do tricentenário do monumento.

Mecanismo do Carrilhão Fotografia: PNM - DGPC

O Palácio Nacional de Mafra é, por si só, um dos mais emblemáticos monumentos portugueses, erguido por ordem de D. João V, o rei magnânimo, no século XVIII. Foi esta ideia de grandeza que o levou a encomendar para o edifício os dois maiores carrilhões do mundo dessa época. Para isso recorreu a dois conceituados fundidores de sinos, Willelm Witlockx e Nicolaus Levache, ambos dos Países Baixos. Da mesma origem era De Beefe, que equipou os carrilhões com

o maior conjunto conhecido de sistemas de relógios e de cilindros de melodia automática. Estes equipamentos únicos vão ser restaurados em 2017, no ano em que o monumento comemora três séculos do lançamento da primeira pedra. “Assegurará a transmissão deste património único às gerações futuras, permitindo a fruição de uma das mais singulares expressões da música barroca europeia”, sublinha a responsável pelas relações externas do Palácio Nacional de

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Mafra, Isabel Yglesias. O restauro, no valor de 2,3 milhões de euros, vai permitir ainda retomar a tradição dos concertos semanais, Ciclos de Música e workshops internacionais, com participantes de todo o mundo, bem como tornar Mafra “um centro de aprendizagem deste instrumento não muito comum em Portugal”, revela. A intervenção nos carrilhões é a mais importante das que vão ocorrer este ano e que incluem ainda a recuperação da pintura mural da Sala do Trono, que faz parte de uma campanha encomendada para Mafra pelo Príncipe Regente, futuro D. João VI, ao pintor Cirilo Volkmar Machado, a partir de 1796. O programa das comemorações, iniciado em novembro último, inclui visitas à Tapada Nacional, conferências, lançamento de livros, concertos, encenação de uma peça de

Mecanismo do Carrilhão | Fotografia: Sérgio Medeiros

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Torres sineiras e zimbório | Fotografia: Luís Pavão

teatro, exposições e visitas subterrâneas a locais vedados ao público. Isabel Yglesias destaca duas importantes exposições: As Lunetas da Basílica de Mafra, entre Matéria e Mensagem, uma nova visão sobre importantes pinturas do século XVIII, e Tratado à Obra, sobre os tratados de arquitetura existentes na Biblioteca do Palácio e a sua aplicação na construção do edifício, “com particular destaque para João Frederico Ludovice, arquitecto que dirigiu esta Real Obra”. A encerrar os festejos, há o grande concerto de 17 de no-

vembro, com a Basílica ornamentada com os panejamentos do século XVIII. O objetivo é acabar o ano com mais visitantes, dando sequência ao crescimento dos últimos anos. Em 2015 o Palácio Nacional de Mafra registou mais de 300 mil entradas, sendo o quinto mais visitado entre os monumentos, palácios e museus sob a tutela da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). Os números positivos escondem um problema comum a tantos outros monumentos nacionais: a acessibilidade a todas as pessoas, imposta pelo decreto-lei nº163/2006, de 8 de agosto, que determinava um prazo de dez anos. “Temos como projetos prioritários para este ano a instalação de um elevador que torne acessível a todos a visita ao Palácio Nacional de Mafra e também a disponibilização de áudio-guias inclusivos para apoio à visita”, avança a responsável. D

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Clássicos na montanha Por Lino Ramos

Há mais de 60 anos que as Oficinas do Caramulo asseguram o restauro e manutenção dos veículos do museu, conhecido por guardar alguns dos carros mais emblemáticos de sempre, como são os casos do Fort T, o primeiro automóvel produzido em série, ou do Mercedes-Benz que Salazar não quis. Em 2014 a garagem abriu as portas a colecionadores e proprietários privados de automóveis e motociclos clássicos. Restauro mecânico, obtenção de peças, bate-chapa, carpintaria, pintura, instalação eléctrica e cromagem são alguns dos serviços ao dispor dos clientes, que podem ainda aproveitar para uma visita ao Museu do Caramulo, dirigido por Tiago Gouveia. 22 | Janeiro de 2017 | Expectativas de ano novo ...by Descla


Descla (D) – Desde 2014 que o Museu do Caramulo abriu as Oficinas do Caramulo a coleccionadores privados. Como tem sido a procura? Tiago Gouveia (TG) – Tem sido boa, tem havido bastante procura, temos estado muito ocupados em manutenções e restauros. D – Quais os serviços mais requisitados? TG – As pessoas têm procurado sobretudo o restauro e a manutenção. Nem sempre é preciso fazer o restauro completo dos veículos, muitas vezes são apenas trabalhos parciais, “isolados”. D – É possível estabelecer um padrão do colecionador de carros clássicos? TG – Aparecem algumas pessoas mais velhas e também temos “jovens de cabeça” (risos), mas no geral temos todo o tipo de pessoas, não é possível es-

tabelecer um padrão. E cada coleccionador tem um ângulo e uma perceptiva diferentes acerca deste mundo dos automóveis clássicos. D – O mercado dos clássicos registou um crescimento em anos recentes. Como está neste momento? TG – Para este mercado é preciso alguma capacidade financeira. Tenho a percepção de que tem estado havido uma ligeira redução nos últimos anos, notou-se alguma quebra, pelo menos no que toca à procura de veículos clássicos. D – Como perspetiva o ano de 2017 para o Museu do Caramulo e para as Oficinas? TG – Espero que seja um ano de recuperação. Em 2013 tivemos um ano mau, foi o pior ano de sempre em termos de entradas. Em 2014 e 2015 tivemos uma forte recuperação e esperamos continuar nesse caminho. D

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“As palavras de Saramago continuam vivas” Texto: Lino Ramos

Desde dezembro que é possível consultar livremente manuscritos, romances ou cartas do Nobel da Literatura. A escrita de Saramago continua atual, assim como o seu pensamento político e social, diz o diretor da Fundação José Saramago, Sérgio Machado Letria. “Os documentos não são meus, estão à guarda da Biblioteca Nacional e pertencem a todos”. As palavras são de José Saramago e constam de uma troca de correspondência com a diretora da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), instituição que desde dezembro guarda o espólio do escritor, Prémio Nobel da Literatura em 1998. Desde então que o público pode consultar, sem autorização prévia, manuscritos e datilografados, romances, corres-

pondência com amigos e outros escritores, cadernos de notas preparatórias para livros, entre outros materiais. A doação do espólio de Saramago marcou o final do último ano, mas é apenas uma das muitas iniciativas que estão continuamente a “atualizar” a sua escrita. À Fundação José Saramago (FJS) não param de chegar pedidos para adaptações teatrais. Recentemente foi publicada em castelhano, pela primeira vez, a obra completa

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Casa dos Bicos | Fotografia: Fundação José Saramago

de teatro, e em Portugal apareceu nas livrarias uma nova edição de Viagem a Portugal. Antes, em setembro, A Viagem do Elefante chegou à Macedónia. Para o diretor da FJS, Sérgio Machado Letria, passados quase 20 anos da atribuição do Nobel, a obra de José Saramago “responde por si, continuando a ser lida em Portugal e no mundo”. Para além do campo literário, o responsável diz que “existe uma cada vez maior perceção da importância do pensamento político e social de José Saramago, confirmada pela quantidade de citações que são utilizadas em textos jornalísticos de análise política”. “Este ponto, que também registamos com muita satisfação,

vem ao encontro de uma ideia que defendo, a de que a figura do José Saramago, para além de continuar a ser vista como a de um enorme escritor, passará, com o tempo, a juntar-se à do grande pensador”, sublinha Sérgio Machado Letria, para quem as palavras do Nobel da Literatura “continuam vivas” e “assim continuarão durante muitos anos”. Em 2017 a Fundação José Saramago vai celebrar dez anos de vida com um conjunto de iniciativas ainda por conhecer mas que já se sabe que vão tocar em outros autores e áreas como os direitos humanos e o ambiente, que também constam da Declaração de Princípios da FJS. D

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Turismo do Centro com “as maiores expectativas” para 2017 Texto: Lino Ramos

O centenário das Aparições de Fátima é o grande evento da região Centro no novo ano.

Pedro Machado Fotografia: Centro de Portugal

O centenário das Aparições de Fátima é o grande evento da região centro em 2017 e uma oportunidade “única para a promoção, não só de Fátima, mas de todo o país”, sublinha o presidente da Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, que encara o novo ano com “as maiores expectativas”. O responsável lembra que Fátima é “já uma referência mundial, nomeadamente, em destinos como a América do Sul (em particular, no Brasil), Ásia ou África, e em muitos deles, é uma marca mais forte do que “Portugal”. O destino religioso é, por isso, encarado como

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“uma das principais “portas” de entrada no país a turistas, e com potencial para fazer disseminar turistas de norte a sul”. Com as comemorações do centenário e a visita do Papa Francisco, Pedro Machado entende que “estão criadas as condições para reforçar e aumentar a notoriedade de Portugal, de modo a que este se afirme como um destino turístico religioso obrigatório, a nível mundial”. O desafio, de privados e públicos, vai ser “a promoção integrada do produto turismo religioso “Fátima”, de forma concertada com outros produtos, também eles religiosos, existentes por todo o país”, destaca o Presidente ERT Centro Portugal. Em 2017 a região Centro vai ser ainda “Destino Preferido APAVT” (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), o que, para o responsável, “funcionará como mais um importante veículo de promoção turística do Centro de Portugal, e que, decerto, contribuirá para que 2017 seja mais um ano de excelentes resultados”. A isto junta-se o

facto de a região ser também, este ano, “Destino Preferido ECTAA, a Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos, que reúne representantes de mais de 30 países emissores e mais de 80.000 agências de viagens. Por todos estes motivos, Pedro Machado vê com bons olhos o ano que agora começa. Os dados de 2015, conhecidos recentemente, dão alento ao responsável: a região Centro superou os cinco milhões de dormidas. “Em 2016 todos os indicadores indicam que este valor ronde os seis milhões”, adianta. A estratégia de promoção vai ser a mesma dos últimos anos, “um país dentro do país”, sem fronteiras. “A diversidade é o nosso ativo mais importante e diferenciador”, enfatiza o responsável, que destaca os resultados positivos desta aposta: o crescimento a dois dígitos da região Centro, “que se consolidam, ano após ano, em todo o território”, e o “aumento significativo da notoriedade da marca “Centro de Portugal””. D

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Eventos como forma de promover o património Após um ano de trabalho dedicado à promoção da cidade de Elvas, a Câmara Municipal prepara-se para o próximo biénio e para os desafios que se aproximam. Descla (D) – Durante o ano de 2016, a Câmara Municipal de Elvas dinamizou a cidade de Elvas com vários eventos. Que aspetos positivos retira destas iniciativas? Nuno Mocinha (NM) – A área dos eventos foi estratégica para a Câmara Municipal em 2016 e continuará a ser em 2017 porque são também estas as iniciativas que reforçam a imagem e o posicionamento do concelho enquanto um concelho dinâmico, jovem, cosmopolita. A atração de pessoas de fora do concelho e a importante participação dos nossos

munícipes, que conseguimos com estes eventos, são elementos fulcrais para o crescimento económico e turístico da cidade. Eventos como o Carnaval Internacional de Elvas, a Semana da Juventude e Académica de Elvas, a Feira Medieval, o São Mateusou a Pista de Gelo são apenas os mais mediáticos e grandiosos eventos. A par destes e das várias visitas gratuitas à cidade, apostamos no teatro e na música e envolvemo-nos em diversas iniciativas de associações elvenses que dinamizam a cidade.

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D – No ano passado, foram assinados acordospara a instalação de uma rede wi-fi e para a concessão do Convento de São Paulo. Para quando está prevista a colocação em prática destes acordos? NM – Entre 2017 e 2018. Elvas foi o município que tomou a dianteira em ambas as questões. No caso do investimento do grupo Vila Galé conseguimos,no espaço de dois meses após

a celebração do protocolo e da abertura do concurso público, assinar o contrato para a existência de mais uma unidade hoteleira de 4 estrelas que criará postos de trabalho e contará com uma sala de congresso, um SPA e 2 restaurantes. Uma infraestrutura preparada para acolher mais turistas e ainda mais eventos. Relativamente ao acesso wi-fi gratuito no centro histórico, está

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previsto que seja implementado já em 2017. Uma vez mais, Elvas vai ser pioneira nesta medida e a aposta na nossa cidade é algo que nos orgulha e que demonstra que as entidades estão atentas ao trabalho que temos vindo a desenvolver, provando que somos uma cidade de futuro, na qual vale a pena investir, viver e conhecer. D – Esta aposta na modernização e na revitalização do património de Elvas é para manter? NM – A revitalização do património de Elvas é e continuará a ser uma aposta da Câmara Municipal. Elvas possui um

vasto e riquíssimo património arquitetónico civil, militar e religioso, que queremos manter vivo e visitável;daí esta aposta em fazer de Elvas uma Smart City e em revitalizar o nosso património. Somos uma cidade com o selo da UNESCO. Maximizar estas potencialidades é uma prioridade que estamos seguros irá potenciar o turismo e o desenvolvimento económico da cidade. D – Como perspetiva o ano de 2017 para o Município de Elvas? NM – O crescimento turístico que registamos em Elvas durante o ano de 2016 leva-nos a

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encarar o ano de 2017 de forma muito positiva. Como costumo dizer, o caminho faz-se caminhando e os projetos em curso permitem-nos olhar para 2017 como um ano de crescimento económico, com captação de novos investimentos e criação de novas oportunidades de emprego. Temos hoje mais condições que no passado para projetar a cidade e as suas enormes mais valias em todos os domínios. D – Que mensagem gostaria

de deixar para todos aqueles que ainda não conhecem a cidade de Elvas? NM – Que venham por uma razão e fiquem pelas muitas que aqui vão descobrir. Que venham conhecer as nossas gentes e comprovem por suas razões que dão aos elvenses tanto orgulho na nossa cidade. Somos uma cidade riquíssima em termos de património, cultura e gastronomia e com gente que mantém com orgulho vivas as tradições e os costumes do Alentejo. D

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Campismo recupera da crise Texto: Lino Ramos

Seria, à partida, uma atividade mais “acessível”, mas nem por isso deixou de sentir a recente crise financeira. A diretora da Orbitur, o maior grupo de parques de campismo em Portugal, destaca a “forte recuperação” dos últimos anos e a crescente procura por parte dos turistas franceses, alemães e espanhóis. Mais de 300 dias de sol por ano, clima tendencialmente temperado, primaveras e outonos amenos e invernos relativamente suaves. Apesar de algumas diferenças locais, Portugal é um dos melhores países para a prática do campismo e do caravanismo, um negócio à partida mais resistente à crise financeira, mas que também sofreu uma quebra em anos recentes. “As dificuldades financeiras que vêm afetando as populações nos países europeus, sobretudo as que sofrem com

as altas taxas de desemprego, refletiram-se também na hotelaria de ar livre”, refere a diretora da Orbitur, o maior grupo de parques de campismo em Portugal, Beatriz Santos. A responsável lembra que isso acontece “independentemente de este ser ou não um setor de maior acessibilidade económica” e apesar do forte apelo a “práticas de uma vida saudável ao ar livre e do incremento das tendências pelo contacto com a natureza”, que se traduzem, por exemplo, nos “fluxos crescentes

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Fotografia: ORBITUR

com origem nos mercados de economias ditas mais fortes ou mais estáveis”. Depois de três anos de quebra da procura, entre 2012 e 2014, a atividade da Orbitur tem vindo a recuperar desde 2015. “2016 revelou-se um excelente ano, sobretudo com um forte incremento da procura por parte de franceses, alemães e espanhóis, para além de uma recuperação, um pouco mais tímida, da procura interna”, sublinha Beatriz Santos. As condições climáticas favoráveis também contribuíram para esta viragem, nota a res-

ponsável, adiantando que a situação atual está ao nível dos melhores anos, com uma “forte recuperação” do número de dormidas e do volume de negócios. Em 2016, os parques Orbitur registaram mais de 350.000 pessoas e mais de um milhão de dormidas, revela o grupo. A diretora da Orbitur antecipa 2017 como um ano de maior procura externa e de revigoramento da procura interna. “Tudo indica que será um excelente ano para a atividade turística em geral e com impactos positivos no campismo e caravanismo”, adianta Beatriz Santos. D

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Trás-os-Montes confiantes para 2017 Texto: Lino Ramos Fotografia: Associação de Municípios da Terra Fria

A Rota da Terra Fria Transmontana quer continuar com os bons resultados dos últimos anos. Entre quem é. Assim costuma responder o transmontano a quem lhe bate à porta. E é bem provável que isso aconteça muitas vezes agora no inverno, quando o frio cortante mais de faz sentir e chama pela lareira, junto à qual seca o tradicional fumeiro. O aroma do pão acabado de fazer desperta o apetite. O ano de 2017 começa gelado mas saboroso na Rota da Terra Fria Transmontana, projeto de turismo de natureza que envolve cinco municípios. Trata-se de uma viagem com cerca de 500 quilómetros pela paisagem, cultura e gastronomia dos concelhos de Bra-

gança, Miranda do Douro, Vimioso, Vinhais e Mogadouro, seguindo o trilho de castelos e museus, parques naturais e biológicos, guardados por um cenário edílico. A rota foi criada em 2008 para potenciar o turismo regional e terá tido em 2016 um dos melhores anos, segundo Pedro Morais, da Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano (AMTFNT). “Isso apenas deverá vir confirmar a tendência já confirmada com dados do INE relativamente às dormidas em 2015, que subiram 11%”, sublinha o responsável. Pedro Morais acredita que

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esse valor é deficitário, pois diz que “há muitos agentes de alojamento que não enviam dados das dormidas para o Instituto Nacional de Estatística (INE) ou então por outros motivos enviam dados abaixo daquilo que é a realidade”. Para 2017 o objetivo é “manter esse processo evolutivo”, aponta o responsável, que adianta que o turismo já representa para a economia dos cinco concelhos um valor entre os 5 e os 10 milhões de euros. Os eventos são um dos grandes atrativos da Rota da Terra Fria. A Feira do Fumeiro de Vinhais, as Festas dos Rapazes e a Feira dos Sabores Mirandeses são alguns dos mais conhecidos e funcionam também como fonte de receita para vários produtores locais, como de fumeiro, artesanato ou mercadorias agrícolas, “que assim conseguem escoar alguns dos seus produtos, contribuindo assim gerar valor acrescentado para a economia local”, explica Pedro Morais. Outras atividades culturais e recreativas completam o programa ao longo do ano: as gentes da terra ensinam costumes e tradições a quem não sabe tosquiar uma ovelha ou fazer compota de cereja, e nas oficinas os artesãos estão de portas abertas aos que queiram aprender o ofício. D Expectativas de ano novo ...by Descla | Janeiro de 2017 | 35


Um hotel em constante renovação Texto: Ana Margarida Gomes Fotografia: Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel

O Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel tem estado desde 2009 a recuperar e reabilitar espaços, 2017 não vai ser excepção, estando previstas novas ampliações. No âmbito da revista de reabilitação urbana lançada pela Descla em novembro de 2016 entrevistámos José Luís Nogueira, presidente da visabeira turismo, que nos falou de alguns hóteis do grupo. Na altura ques-

tionámos acerca de perspectivas para 2017. Na sequência dessa entrevista, destacamos agora o Montebelo Vista Alegre Ílhavo Hotel, por ser a mais recente aquisição do grupo, inaugurado em Maio de 2016.

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Voltando atrás no tempo, a fábrica da Vista Alegre data do século XIX, altura em que foi construído um bairro operário, para que os trabalhadores pudessem estar mais perto do local de trabalho e ter melhores condições de vida. Ao longo dos anos todo o espaço foi sofrendo alterações e em 2009 a visabeira turismo adquiriu a fábrica e todo o espaço envolvente, começando um projecto para construir um hotel de cinco estrelas e um museu com peças da Vista Alegre. “Neste hotel respira-se porcelana, está decorado com peças de arte

únicas, que foram desenhadas exclusivamente para o espaço”, explica José Luís Nogueira. Relativamente às perspectivas para o ano de 2017, José Luís Nogueira explica que aos poucos estão a ser recuperados alguns pontos atractivos do antigo bairro operário, para associar ao próprio hotel e ampliá-lo. Está também prevista a recuperação do sporting club da vista alegre. O presidente refere ainda que espera um aumento do número de visitantes, em grande parte exponenciado pela promoção positiva que os visitantes fazem do espaço. D

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