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ENTREVISTA EXCLUSIVA

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TRAÇOS GERAIS

TRAÇOS GERAIS

“O SABER CUMPRIMENTAR TENDO EM CONTA OS DIFERENTES HÁBITOS E COSTUMES CULTURAIS É TAMBÉM OUTRA DICA MUITO ÚTIL NO MUNDO GLOBAL DOS NEGÓCIOS.”

VASCO RIBEIRO

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ETIQUETA MODERNA

Sendo a DO it! uma revista dirigida a Negociadores, quais são principais benefícios deste livro para este público? VR: Destaco os seguintes benefícios: saber que roupa selecionar e vestir para uma entrevista de emprego; os tipos de dress code empresarial; saber que postura adotar quando se faz networking; construir uma imagem profissional de acordo com o tipo de empresa e cargo a ocupar; dominar as regras de etiqueta no mundo dos negócios em 10 países; regras internacionais à mesa; cumprimento social e profissional em Portugal, além de indicar como tirar o melhor partido das redes sociais a nível empresarial.

Num mundo cada vez mais globalizado, a utilização de padrões de etiqueta exige uma determinada «aculturação». Que sugestões propõe aos Profissionais de Negócios para tirarem partido dessa tendência? VR: De forma genérica e abrangente, sugiro que se adaptem a nível de postura e performance de acordo com as diferenças culturais que são características dos parceiros de negócios com quem vão reunir e negociar. O saber cumprimentar tendo em conta os diferentes hábitos e costumes culturais é também outra

dica muito útil no mundo global dos negócios. O mesmo se verifica com as saudações, isto é, podemos não ser de forma alguma fluentes na língua nativa de um potencial negociador, mas faremos boa figura se o cumprimentarmos na sua própria língua e ele ficará agradado com essa nossa atitude. Além disso, é uma excelente forma de ultrapassar uma barreira de comunicação inicial.

Que fazer face a uma gaffe? VR: Dependerá sempre do tipo de gaffe e da circunstância e ambiente em que ocorre. Mas, de uma forma geral, diria que a melhor dica é agir com naturalidade e alguma descontração, sem ficar bloqueado e sem saber o que fazer. É de bom-tom pedir desculpa pelo lapso cometido, quer seja por falta de conhecimento ou por falta de atenção em algum aspeto em concreto. Na realidade, deve adotar uma postura alicerçada na humildade com um gesto de sabedoria.

Cresce o número de utilizadores em ambiente profissional de sapatos estilo ténis. Que recomendações faz? VR: Recomendo que saibam combinar o tipo de sapatos estilo ténis com a restante indumentária profissional. Um fato composto por umas calças e blazer fica bem com uns ténis mais neutros a nível de design e cor, a título de exemplo. É ainda recomendável evitar sapatos estilo ténis de cores demasiado fortes e com aplicações. Portanto, na dúvida, é preferível usar calçado que não esteja demasiado desenquadrado com o tipo de fato. Como diriam os ingleses, less is more, o que neste caso em muito se aplica. Em conclusão, os white sneakers são o modelo a eleger para qualquer tipo de ambiente profissional que opte por usar sapatos estilo ténis. É cada vez mais comum encontrar decisores utilizando jeans com casaco mais formal. Quer comentar? VR: De facto, trata-se de uma tendência crescente e que não pode ser ignorada ou sequer travada. Tal acontece, em alguns casos, em situações em que se verificava um excesso de formalismo. Esta desconstrução de dress code empresarial formal, e simultaneamente mais clássico, tem provado que os decisores mais modernos, vindos de novas gerações de empresários, preferem sentir-se mais à vontade e acessíveis quando estão na presença de outros pares para as tomadas de decisão. A negociação propriamente dita decorre num ambiente mais equiparado à sua rotina diária. Daí que a preferência pelo uso de jeans com um blazer mais formal faça a transição para o smart casual e/ou semiformal.

Que fazer quando, em reuniões profissionais, existem interlocutores que a toda a hora estão a olhar para o ecrã do telemóvel? VR: Quando isso colocar em causa a boa comunicação entre os pares e a consequente continuidade de reuniões profissionais, quem preside essa reunião deverá adotar uma postura mais assertiva para com os interlocutores que estão fixados no telemóvel, fazendo com que interajam mais com os restantes presentes, colocando-lhes questões ou pedindo-lhes opiniões consoante a ordem de assuntos que está a ser tratada.

Tendencialmente, nos dias de hoje chega-se a líder mais cedo. Muitos dos CEO’s, atingiram o topo de carreira antes dos 40 anos, sendo possuidores de novos códigos de conduta, etiqueta, dress codes empresariais, etc. Quais são para si os «to do e os not to do», a ter em consideração? VR: To do:

Responder a um email num máximo de 3 dias após a sua receção;

Cumprimentar verbalmente todos os colaboradores quando chega à empresa;

Tratar como igual qualquer colaborador, não distinguindo o tipo de tratamento ou grau de simpatia, independentemente da posição que ocupa na empresa;

3 perguntas-chave que qualquer CEO deve fazer a si mesmo nas várias fases do topo de carreira: como me vejo?; como sou visto?; e como quero ser visto?;

Dar o exemplo pela sua conduta/ postura/ética/etiqueta em qualquer contexto, ambiente e circunstância empresarial. Deve ser um modelo a seguir por todos. Afinal, um líder constrói seguidores;

Usar o mesmo nível de linguagem que o interlocutor empresarial, independentemente do estatuto social e tipo de cargo profissional.

Not to do:

Não devolver uma chamada/ SMS após várias insistências;

Chegar repetidamente atrasado a uma reunião, sobretudo quando é quem a preside;

Usar sabotadores de imagem: tamanho desadequado das peças; roupa e calçado em mau estado; excesso de perfume; padrões infantis na roupa; e cabelo desarranjado;

Usar a gravata abaixo da fivela do cinto;

Não encher os bolsos das calças com a carteira/porta-cartões, chaves e telemóvel;

Abotoar o último botão de um blazer.

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