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Jaqueline da Silva Oliveira

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Claudia Zortea

Claudia Zortea

SOLIDÃO

Hoje pela manhã Acordei com uma dor no peito Aquela dor tamanha De apertar a garganta Deixar sem fôlego E com vontade de chorar

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Abri a janela O sol estava a brilhar Uma luz radiante Tocou-me os olhos a lacrimejar No entanto, a dor não foi embora Voltei a deitar

Que tamanha solidão Tomou conta do meu ser Eu vejo o mundo trancafiado Ninguém pode abraçar A gente ama de longe Se encontra pelo celular

Tô doente de saudade Os meus mortos eu não posso enterrar Tô depressiva Fumo um cigarro, bebo cerveja Só quero gritar Choro abraçada à solidão

A monotonia do dia Me engole a cada hora que passa Eu olho para o relógio Ele parece não andar Parece cansado Exausto, como o homem a trabalhar

O dia terminou Ainda estou na cama Faço companhia ao travesseiro Enrolo-me nos lençóis Adormeço Amanhã haverá de ser um outro dia.

Jaqueline da Silva Oliveira

É graduada em Letras/Inglês pela Universidade do Estado de Mato Grosso. Atualmente mestranda em Estudos Literários, também pela Universidade do Estado do Mato Grosso. Sua pesquisa consiste em comparar obras de duas escritoras africanas, a poeta angolana Alda Lara e a poeta moçambicana Noémia de Sousa, com intuito de desvelar a produção literária dessas mulheres em um período em que, tanto Angola, quanto Moçambique demostravam insatisfação com o totalitarismo implantado pelos colonos, e como estas mulheres usaram de suas vozes para denunciar e resistir a ditadura dos portugueses. Pesquisa também sobre feminismo, relações de gênero e a condição das mulheres negras na sociedade.

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