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REVISTA PIXÉ
SOLIDÃO Hoje pela manhã Acordei com uma dor no peito Aquela dor tamanha De apertar a garganta Deixar sem fôlego E com vontade de chorar Abri a janela O sol estava a brilhar Uma luz radiante Tocou-me os olhos a lacrimejar No entanto, a dor não foi embora Voltei a deitar Que tamanha solidão Tomou conta do meu ser Eu vejo o mundo trancafiado Ninguém pode abraçar A gente ama de longe Se encontra pelo celular Tô doente de saudade Os meus mortos eu não posso enterrar Tô depressiva Fumo um cigarro, bebo cerveja Só quero gritar Choro abraçada à solidão A monotonia do dia Me engole a cada hora que passa Eu olho para o relógio Ele parece não andar Parece cansado Exausto, como o homem a trabalhar O dia terminou Ainda estou na cama Faço companhia ao travesseiro Enrolo-me nos lençóis Adormeço Amanhã haverá de ser um outro dia.