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REVISTA PIXÉ
VELHO SÃO LOURENÇO Quando vem o romper da aurora no encanto lindo que é meu lugar. Viajo em meus pensamentos ouvindo os pássaros a cantar. Vendo o velho São Lourenço lutando para não se acabar, Em um último suspiro com a lufada vinda do Pantanal. Bugio ronca no meio da mata, tentando nos alertar. Que a mata é a sua casa, por isso temos que lhe respeitar. Vizinho índio pega a canoa, Saindo para pescar, Lembrando os tempos de outrora, que nunca mais irão voltar. Lindos dias dos antepassados, Que na prenuncia do tempo estão guardados. Que sair para pescar, era como ir em um mercado Mas com o respeito à natureza, o peixe era pago. E o rio tal qual o filho índio, era preservado. Com os olhos rasos d’água de ver minha nação quase destruída Eu sofro um pouco e mais ainda, vendo a natureza sendo agredida. Essa sede de progresso tem que ser repensada e sofrer um retrocesso. Não matemos quem nos dá a vida, em nome da consciência eu peço. Lindos dias dos antepassados que na prenuncia do tempo, estão guardados. Que sair para pescar era como ir em um mercado, Mas com respeito a natureza o peixe era pago. E o rio tal qual o filho do índio, era preservado. Com os olhos rasos d’água, de ver minha nação quase destruída. Eu sofro mais um pouco ainda, vendo a natureza sendo agredida. Essa sede de progresso tem que ser repensada e sofrer um retrocesso. Não matemos quem nos dá a vida, em nome da concorrência eu peço.
Márcio Bororo Pertence à etnia Boe Bororo, é músico, cantor e compositor. Atualmente é Presidente da Academia dos Saberes Indígenas.