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Publicações Independente

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Vanguarda Russa

Vanguarda Russa

Há mais de 500 anos, Johann Gutenberg concluiu a primeira publicação em grande escala que foi da Bíblia. Foi criado um método de impressão mais rápido feito a partir de tipos móveis de metal (que era uma espécie de carimbo) e uma prensa de madeira, mas dificilmente Gutenberg previa a situação que nos encontramos atualmente, na qual todos os dias são publicados mais livros do que ele jamais imaginou. Publicações padronizadas como revistas de vários temas, brochuras, panfletos e livros foram tomando força, o que permitiu a disseminação de idéias, definições de culturas e economias, manipulação de informação e propagação de ideologias. Com a demanda de impressão, foi se aprimorando a tecnologia e a técnica usada para impressos. Mas, mesmo compreendendo uma tendência geral de uniformidade e um padrão consistente na produção física dos materiais publicados, há uma busca na quebra desses formatos que moldam os impressos. Por tanto, experimentos com a forma impressa - experimentos com estrutura, forma, materiais, função - são criados cada vez mais e se destacam por suas características físicas e seus formatos inovadores.

A denominação “fanzine” foi formada quase 10 anos depois de seu surgimento nos Estados Unidos na década de 30. Segundo Henrique Magalhães (2013), as primeiras publicações independentes foram realizadas com temas de ficção científica. Nos anos 70 as fanzines fizeram parte do movimento punk na Inglaterra e serviram como um importante meio de comunicação. O termo fanzine veio da junção das palavra em inglês “fanatic magazine”, que significa revista de fanático, ou revista de fã. As fanzines são impressas com processos artesanais, geralmente com baixa tiragem e baixo custo. São editadas e produzidas por indivíduos, grupos ou fã-clubes de determinado gênero de música ou arte. São impressos, quase sempre, voltados para um público específico e aborda,

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normalmente, um único tema. As publicações de fanzines não possuem fins lucrativos, mas sim fins informativos, criando uma verdadeira rede de comunicação e aproximação das pessoas. Sendo uma publicação que pertence às margens da imprensa oficial e tendo a expressão livre de seus editores, as fanzines servem como ferramenta de crítica das produções do mercado e do sistema, para lançamento de novos artistas e para experimentações gráficas. São veículos amplamente livres de censura. O editor de uma publicação independente se encarrega de todo o processo de produção, desde a coleta de informações até a diagramação e composição. Em alguns casos o editor também realiza a impressão das publicações de fanzines. Atualmente, denominamos fanzine todo tipo de publicação alternativa, independente e que possui circulação de mão em mão, em feiras independentes de impressos ou via postal - como era feito mais frequentemente antes do surgimento da internet (Henrique Magalhães, 1993). Nos últimos anos, em São Paulo, feiras de impressos independentes estão sendo realizadas por produtores culturais e editoras alternativas e estão tomando espaços para expor inúmeros artistas, atraindo um público de mais de 40mil pessoas ao ano, principalmente jovens e adultos interessados nas diversas formas de conteúdo e expressão artística em variados formatos: livros, fotografia, quadrinhos, ilustrações e colagens (PEDRO LIMA, VICE, 2018).

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