Desporto&esport edição 6

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Desporto&Esport

Edição 6 • 2015

www.desportoeesport.com

Revista Digital de Estratégia e Gestão Desportiva

FUTEBOL - GESTÃO, NEGÓCIO & MERCADO

Real Madrid: A gestão de Fiorentino Perez & Mercado de ações e clubes

Especiais Desporto: Performance & Altitude

Quais as consequências da altitude na performance desportiva?

Brasil: Copa: Legado Ambiental e social

BiCampeões

Benfica

Os pilares da vitória interna da equipa encarnada: Jorge Jesus, Vieira, Jonas, Luisão, Gaitan…

e mais:

Muito se tem falado dos prejuízos económicos, mas qual o impacto ambiental e social?

Suplementos

O que dizem os mais recentes estudos científicos sobre a influência dos suplementos?

PEP GUARDIOLA PORQUE É AINDA O NÚMERO 1?

Conhecimento técnicotático

As diferentes metodologias de ensino técnico tático em desportos coletivos

Tour de france 2015

Conheça os segredos e as metodologias de treino dos principais candidatos

Doping Genético

Entada um pouco mais do que já é assumidamente a maior batalha do Comité Olímpico Internacional

A NÃO PERDER! TREINE COMO CRISTIANO

RONALDO


Desporto&Esport REVISTA DIGITAL DISPONÍVEL EM TODAS AS PLATAFORMAS DE PC A DISPOSITIVOS MÓVEIS.

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EDITORIAL O que é o futebol atual? Já tudo foi inventado ou ainda existe espaço para criar novas ideias de jogo? A inovação ainda faz e/ou deve fazer parte do vocabulário dos técnicos – novos ou velhos? Ou, por outro lado, tal qual a moda, tudo o que nos resta é reciclar ideias antigas e (re)adapta-las à “modernidade” futebolística. Hoje, no deporto Rei, talvez a par com a gestão financeira, esta sejam as perguntas mais pertinentes e ao mesmo tempo aquelas mais difíceis de achar uma resposta definitiva e consensual. Há pouco mais de uma década, José Mourinho, como retratado na edição anterior, mudou de forma decisiva a relação e a gestão do balneário e, igualmente, na forma como os técnicos devem abordar a sua comunicação com os adeptos e os adversários através da imprensa. Uns anos depois, foi a vez de Pep Guardiola surpreender com o seu Barcelona – dominador, invencível e a base para a seleção Espanha campeã da Europa e do Mundo. Mostrando não só, para muitos, o melhor futebol de sempre, mas somando-se ainda a ideia, que Guardiola imprimiu ao seu futebol: a última inovação tática. Assim falar e estudar os métodos de trabalho e as táticas que Pep vem usando nas suas equipas (Barcelona e Bayern de Munich) é fundamental para entender o melhor futebol moderno e para onde este poderá seguir nos próximos anos.

EDITOR Diogo Sampaio d_sampaio@desportoeesport.com

C OLONISTAS

Pedro M. Silva, Vitor E. Santos, Diogo Sampaio, Ricardo Reis, Tiago Dinis e Rodolfo Resende Pires.

C ONVIDADOS

Mónica M. Neves, Sergio Cardoso, Samira S. Martin, Manuel Silva, Andre V. Bairros, Marke G. Dantas, Clara S. Costa, Marco P. Guedes

Contatos contato@desportoeesportcom

Website www.desportoeesport.com

E, como sempre, muito mais... Diogo Sampaio, Director Www.desportoeesport.com

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ÍNDICE

Edição 6 • 2015

Especiais 14 Pep Guardiola

Porque o técnico espanhol continua a ser o melhor do mundo? Os segredos do seu modelo de jogo; Barcelona, Bayern e muito mais…

10 Futebol & Altitude Qual a influência da altitude nos futebolistas – maior ou menor performance? E, em termos de golos – mais ou menos?

34 Doping genético

Entende melhor aquele que é já assumidamente a maior ameaça para a verdade desportiva

50 Copa 2014: Legado

Qual o legado ambiental e social do mundial de seleções no brasil? E, o que esperar dos jogos olímpicos?

38 Real Madrid

Entendendo a gestão do presidente Florentino Perez: marketing e ligação emocional.

74 BiCampeões

Benfica

Os pilares da vitória interna da equipa encarnada: Jorge Jesus, Vieira, Jonas, Luisão, Gaitan…

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80 FUTEBOL:

UM JOGO DE DECISÕES TÁTICAS 30 Suplementos alimentares

06 Le tour de France

66 Arbitragens: calculando a influência da fadiga - erros 44 Futebol - Mercado de ações

88 Hitt - o que é? Para que serve? 92 Heleno - a figura

72 Aposentadoria na vida de ex atletas 58 Cafeína & o aumento da performance desportiva 48 Perfil das personalidades dos atletas de topo

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Tática em desportos coletivos

62 Efeitos dos alongamentos nos lances livre 100 Como antecipar a direção dos penaltis? Futebol&Futsal 52 O efeito do afecto nos jogadores de andebol

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Como treinar como o

melhor do mundo - CR7?

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O TREINO E OS SEGREDOS DOS FAVORITOS À VITÓRIA A POUCO MAIS DE UM MÊS DA PROVA RAINHA ENTENDA MELHOR O TOP 4 DESTA MODALIDADE

VINCENZO NIBALI O CAMPEÃO Trabalhei duro para este triunfo”! É assim que o “tubarão” da Sicília, como também e conhecido o ciclista italiano Vincenzo Nibali justificou a sua vitória no Tour de França em 2014. O siciliano fez uma corrida perfeita e dominadora do principio ao fim, ganhando quatro das mais dificeis e etapas nas montanhas dos Alpes e Pirineus. Nibali tornou-se ainda no sexto ciclista da história a ganhar as três maiores corridas por etapas: França, Espanha e Italia. Pelas suas palavras, em entrevista ao euronews: “ É algo de especial e particular porque há apenas algumas pessoas que o conseguiram. A Volta a Espanha (2010) foi a primeira grande vitória e deu-me realmente muito. Depois, comecei a trabalhar duro para o “Giro d’Italia” porque para um italiano essa é uma corrida muito importante. Acabei no pódio (2011) e pude tocar ao de leve no sucesso, acaricia-lo e apaixonar-me por ele. Finalmente, no ano passado, ganhei a Volta a Itália e, para mim, foi uma grande emoção porque o “Giro” é a corrida com que sempre sonhei e que costumava ver pela TV. Via grandes campeões como o Induraín ou o Pantani, sempre a correr o “Giro”. A Volta a França é também uma corrida espetacular e quando cheguei, em 2012, ao último degrau deste pódio, disse para mim próprio: “Quem sabe, um dia, eu também a posso vencer”. E venceu. Segundo os diretores médicos da Astana, a sua equipa, a acupuntura não pode curar a parte estrutural do corpo humano - uma clavícula quebrada por exemplo. Mas pode funcionar como uma medida paliativa. “Se um ciclista tem um pouco de dor, o objetivo é mantê-lo no Tour”, disse o Dr. Smedt. “Então, depois, um diagnóstico médico correto deve ser feito.” Aliás, todos os ciclistas da Astana duas vezes por dia recebem esse tratamento. Ele usa seis a 10 agulhas cerca de uma polegada de comprimento em pontos-chave do corpo dos ciclistas: ‘pernas, pés, mãos e até mesmo a cabeça “para promover a recuperação e relaxamento dos músculos.”


ALBERTO

CONTADOR O segredo da sua recuperação: Terapia celular ativa da INDIBA Após a aparatosa queda que o tirou da volta a frança do ano passado, poucos foram aqueles que acreditavam na sua participação na volta a Espanha, quanto mais na sua terceira vitória – tinha vencido em 2008 e 2012. A sua fratura intra-articular em platô tibial da perna direita, tinha um prognóstico muito reservado e deixava muitas dúvidas quanto à real capacidade do ciclista espanhol em competir aos mais alto nível. A solução tinha de ser inovadora e inventiva e foi: Terapia celular ativa de INDIBA acelera o processo de consolidação das fraturas devido a promover a regeneração do tecido ósseo. Como uma consequência da evolução de sua lesão aguda, todos os problemas que muitas vezes derivadas dos tempos de descanso usuais associados com este tipo de lesão foram evitados. Agora, após um período de readaptação devido à paragem nos casos de doping, vamos ver, se é este ano que Alberto “o pistoleiro” volta a ocupar o lugar mais alto no pódio do Tour.

Nairo Quintana Nem só de futebol vive o bom momento desportivo da Colômbia, e Quintana é disso o melhor exemplo. Excelente na montanha, o atual “detentor” da camisola rosa do Giro tem como especialidade máxima o contra-relógio de Montanha. O seu sonho é vencer o Tour, e se possível já em 2015. E, o seu potencial é tão fantástico que à mesmo quem lhe pergunta se deseja vencer as três grande provas (Italia, França e Espanha)… num único ano. Quintana não se faz de rogado e diz que está ai para tentar e ganhar aos melhores.


Os segredos de

CHRIS

FROOME Doenças, médicos e a superação do melhor ciclista da atualidade

Uma vida de doenças: Froome tem sido atacado por diversas doenças durante a sua vida desportiva(ver ao lado), o que levou a que visitasse pelo menos, oito médicos em pelo menos seis clínicas e hospitais em quatro países nos últimos três anos, levando mais de uma dúzia de doses de pelo menos seis medicamentos diferentes para pelo menos cinco condições médicas separadas. Aliás, qualquer uma das cinco

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doenças que sofreu poderia ter sido o suficiente para frustrar o sonho de Froome de chegar ao topo. Adicione o fato de que alguns foram mal diagnosticada e tratada injustamente e seu sucesso é ainda mais extraordinário.

Doping, Asma e Polêmica: A Asma de Froome mergulhou-o em controvérsia quando a UCI, entidade mundial do ciclismo, lhe permitiu ao abrigo da “Utilização Terapêutica” -permissão especial, em termos leigos - para tomar 40mg por dia de prednisolona corticosteróide durante o Tour de Romandie, que ele Ganhou. Um substância tida

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como dopante já que pode aumentar (artificialmente) a performance de um ciclista. Froome sempre insistiu que a droga que ele foi autorizado a tomar simplesmente tratadas com uma ‘resposta asmática “e lhe permitiu competir, mas não fornece uma vantagem” em termos de performance ou um aumento das suas capacidade naturais. A polémica continua, e não é fácil escolher um lado num desporto tão marcado pela dopagem. Mas, a saúde dos ciclistas deve ser sempre colocada em primeiro lugar.


Explicando as doenças de Froome: Bilharzia é uma doença tropical causada por vermes parasitas, contraída através de contato com água contaminada, que mata até 200.000 pessoas por ano. Tifóide, uma infecção bacteriana potencialmente fatal que é extremamente rara no Reino Unido e pode ser evitada com a vacinação. Urticária, também conhecido como urticária, uma condição da pele que produz uma erupção de dor desagradável (semelhante a uma queimadura), que deixou Froome em poças de suor à noite, e de se coçar até sangrar. Blastocistose, outra doença parasitária transmitida através de alimentos contaminados ou água que pode causar diarréia, cólicas abdominais e perda de peso. Asma, a inflamação crônica das vias aéreas que milhões de pessoas “comuns”, mas que é um perigo/dificuldade constante para um ciclista profissional.

O segredo da bicicleta de Froome: menos pintura que retira à máquina 50g, essencial para as etapas de montanha.


RFORMANCE & ALTITUDE

PERFORMANCE & ALTITUDE

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&

Especial

Desporto&Esport Sérgio Cardoso, especialista em saúde com trabalho publicado na área do futebol s_cardoso19@hotmail.com

O caso do futebol

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forma como a altitude influência fisicamente e mentalmente a performance dos futebolistas tem sido alvo de debate por diversos anos, e as conclusões dos vários estudos, bastante variáveis. Para o futebol, a análise mais detalhada parece em consequência do Mundial de futebol de 2010 na Africa do Sul. Só na primeira fase de qualificação realizaram-se 29 partidas de futebol em altitude e 19 partidas ao nível do mar. Neste sentido, esta foi uma excelente oportunidade para comparar resultados entre os jogos. Oportunidade essa que não foi desperdiçada e no qual se chegaram aos seguintes conclusões:

A distância total percorrida por partida é reduzida em 4% quando em altitude. O que é mais interessante é que a distância de baixa intensidade (caminhada ou corrida lenta) é apenas 0,2% menor (estatisticamente é a mesma), mas a distância percorrida em alta intensidade (sprint) é consideravelmente mais baixa, 11,5% menor - em média temos menos 2750m a menos de corridas rápidas por jogo. E, uma diminuição de 1059 para 949 sprints por jogo. Isso é cerca de 10 sprints por jogador a menos por jogo. Assumido que a altitude tem diferentes impactos em diferentes organismos, a realidade é que em altitude, os jogadores em média diminui um quilómetro na distância percorrida. O que segundo os cálculos, tem uma enorme impacto no resultado dos jogos, os estonteantes 30%.

PERFORMANCE & ALTITUDE

PERFORMANCE & ALTITUDE


Diogo Sampaio

Para além das diminuições na performance os futebolistas podem ter muitos mais contratempos, que podem ir muito além do incomodo originado pelas condições climatéricas, já que o organismo dos jogadores pode sofrer pesadas alterações no seu funcionamento durante o período de adaptação à altitude, e muitas vezes podem ocorrer problemas como: respiração mais curta, dores de cabeça, náuseas, vómitos, tonturas e

chega a ocorrer perda de apetite e insónias. A isto soma-se ainda as conclusões de vários estudos sobre os riscos na prática desportiva em altitude, que podem inclusive advir da necessária alteração alimentar e nutricional mas vai muito mais além e em con-

sequência da diminuição da temperatura do ar (6,5 graus a cada 1000 metros, aproximadamente) e aumento da intensidade dos raios solares, quanto maior for a altitude, mais o ar é rarefeito e menor será a pressão atmosférica. Muitas vezes, a altitude pode ser totalmente incapacitante.

Ex cima anderson, ex-FC Porto e Man. United, após esfoeço de apenas 30 minutos num jogo em altitude. Abaixo, o logo do Mundial de 2010 na África do sul, onde se desenvolveu o estudo aqui apresentado

“ A distância total percorrida por partida é reduzida em 4% quando em altitude”

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ALTITUDE E GOLOS MARCADOS O desgaste influência tremendamente as partidas de futebol; um bom exemplo disso mesmo é o número de golos marcados nos últimos 15 minutos dos jogos de futebol moderno. Nomeadamente nos golos marcados. Então, de que forma a altitude influencia o número de golos em uma partida? As evidências de uma maior ocorrência de golos nos últimos 15 minutos das partidas de futebol são inequívocas. Os números mostram que mais de 20% to total de golos em um jogos são marcados nos últimos 15 minutos. Por norma, para além da pressão do resultado, a fadiga tem sido, e bem, apontada como a principal causa. E, um dos efeitos do

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desgaste é a menor capacidade de “reter” os altos níveis de concentração necessários para o futebol moderno, decidido por detalhes. A altitude influencia, como podemos perceber, fortemente o desgaste, e o desgaste influencia negativamente a concentração, e com isso o jogo. O matemático Patrick E. McSharry, da Universidade de Oxford, fez uma análise

estatística de 1.460 partidas internacionais entre equipas de dez países da América do Sul, por norma com mais jogos em altitude, durante o período de 1890 a 2004. E chegou à conclusão que para cada quilômetro (1000 metros) de variação na altitude, a diferença é de aproximadamente meio golo. E, chegou-se a outra importante conclusão: A probabilidade de vencer em casa, no próprio estádio, sem a influência da altitude é de 0,537. Mas, esta probabilidade sobe para 0,825 quando se verificam fortes alterações na altitude entre a equipa que recebe em altitude em desfavor da equipa visitante, que por norma joga ao nível do mar.

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Desporto&Esport O melhor treinador do Mundo?

GUARDIOLA Pep é técnico principal há menos de uma década, mas o fascínio gerado pela sua figura e métodos de trabalho não tem paralelo no futebol moderno. Entende-los, no entanto, é entender as melhores ideias do futebol e o melhor que ele tem para oferecer. Nas próximas páginas olhamos de perto o perfil do treinador espanhol, e concluímos se ele, é ou não, o melhor treinador do mundo.


Pep Guardiola O melhor treinador do Mundo Diogo Sampaio, Director e colunista da Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com

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ep Guardiola é técnico principal há menos iniciação”. Nessas viagens de trabalho, um pouco por todo o de uma década mas o fascínio que ex- mundo, ele procurava ouvir e aprender com os melhores. Ver erce faz com que muitos não o apontem e estudar com os próprios olhos os métodos de trabalho dos seus ídolos. E, perceber como evoluíram as ideias que recesomente como o melhor beu em primeira mão dos seus treinadores da treinador do mundo hoje, mas como o “PEP NÃO É sua época de futebolista. E a lista de técnicos principal candidato ainda no ativo a melhor treinador de futebol de sempre. Tal UM CRIADOR, com quem trabalhou é impressionante: Johan Cruyff, Cesar Luis Menotti, Juan Manuel afirmação pode parecer exagerada, mas a É UM Lillo, Marcelo Bielsa e Arrigo Sacchi. E, serealidade tende a ir ao encontro com ela. INOVADOR” gundo Guardiola, todos eles lhe transmitiram Guardiola criou as duas melhores equipas lições importantíssimas e ainda validas para o da última década. O seu Barcelona é tido seu sucesso atual. Um dos melhores exemplos pela generalidade como a melhor equipa de sempre; e, de “roubo” e inovação de um conceito antigo foi a implepara muitos analistas, a sua equipa atual, o Bayern de mentação de Lionel Messi como um falso 9 em 2009 pelo Munich é taticamente ainda superior. O seu sucesso não Barcelona. Este “mecanismo tático” não tem nada de novo e é, nem pode ser por mero acaso. As suas vitórias não é tão antiga quantos os anos 50, onde foi usada pelas seleções se originam na sorte. Pep ganha mais, porque é melhor. da Argentina e Hungria. Mas foi arrojado. E foi pensado… Muito Melhor! Mas, primeiro, é preciso desmistificar a na véspera de visita ao Real Madrid. Guardiola ficou sozinho figura, para que possamos compreender o homem e as no centro de treinos do Barcelona a estudar o adversário. suas ideias. A imprensa desportiva especializada afirma Quando encontrou a solução, telefonou a Messi. Às 22h30, que ele reinventou o futebol. Ele nega-o. O próprio Guar- o argentino entrou nas instalações do clube, viu e ouviu as diola afirma que o seu maior talento é: escutar e obser- indicações do técnico. No dia seguinte, o Barcelona vencevar! E, saber reconhecer uma boa ideia quando a escuta; ria no Estádio Santiago Bernabéu por 6-2. Mudar e adaptar e, sabe modifica-la, adapta-la as suas necessidades e, sem medo de optar por um caminho diferente ao projetado acima de tudo, expandi-la e torna-la melhor. “Pep não no início da época: são poucos os treinadores com essa coraé um criador, ele é um inovador”, para usar a frase dita gem. Uma equipa, pelas palavras do próprio Guardiola, “é por aqueles que o acompanham mais de perto. As leitu- como um ser vivo que cresce, desenvolve-se, sofre desgraças ras mas principalmente as suas viagens tornaram-se ce- e inconvenientes, supera-os, cria expectativas, melhora em lebres, de tal modo, que ganharam nome: “viagens de alguns aspetos, piora noutros, e, em resumo, evolui”.

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“Sou um ladrão de ideias” Guardiola lê tudo a quem tem acesso e possa de alguma maneira ajuda-lo a entender melhor todos os detalhes do que é treinar hoje uma equipa de futebol de topo, que em muitos aspetos é tão desafiante quanto gerir uma grande empresa de milhões. Procura tudo e todos que possam transmitir-lhe conhecimentos. E, não só na área do futebol. Um bom exemplo, foi a viagem que fez de centenas de quilómetros quando murada em Morávia na Itália, para conhecer e conversar com Julio Velasco, treinador de Voleibol, após ter assistido uma entrevista dele na televisão.

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E, nesses encontros, Guardiola pergunta mais do que responde. Não por educação. Mas por curiosidade. Uma curiosidade de criança; uma criança que tem curiosidade por tudo e por todas as ideias. Um exemplo: nós constatamos que o método que Guardiola usa para analisar o adversário é muito parecido ao do campeão mundial de xadrez Magnus Carlsen. Pep ficou fascinado por suas ideias. Desde então, ele lê tudo que lhe cai às mãos sobre xadrez para fazer paralelos e aplicar as técnicas do xadrez no futebol.

rradamente, sempre existiram dúvidas sobre a capacidade E isto, pela crença e confiança no seu de Guardiola. Os seus críticos sempre disseram que fora estilo de jogo. “A minha forma de jogo de Barcelona não seria nada, na melhor das hipóteses um é a minha forma de jogo. Mas também técnico banal apenas um pouco mais acima do medíocre. existem outras, completamente diferQuando ele ingressou no Bayern de Munich foram muitos os seus detratores, e entes, que podem ser bem-sucedidas. tantos outros desNão interessa se confiavam do que a minha é a mel“O mais maravilhoso do meu trabalho é imaginar o jogo que vai acontecer podia ele fazer numa hor. Mas ela é a amanhã. Com os jogadores que eu tenho e com todas as minhas ferramenequipa que na época minha”. E, o O tas à minha disposição, e ao contrário, que é o irá fazer o adversário, gosto anterior tinha ganho elemento central de ficar sonhando com o futuro.” tudo. Quem nunca de ser um time duvidou foi o próprio é transformar o Guardiola: “Vamos conseguir”, assim como não se contentou em ficar somente nas individual em coletivo. A ferramenta virtude táticas da equipa da Baviera deixada por Jupp Heynckes, mesmo sabendo mais importante para alcançar esse obque “Para melhorar, é preciso piorar primeiro.” E assumiu esse risco lógico. O risco jetivo é a comunicação. E essa é uma da perda de confiança, da perda da segurança ou dos mecanismos e dinâmicas. ferramenta difícil de ser alcançada,

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porque, se não for aplicada corretamente, ela pode transformar a melhor das ideias no pior resultado. Principalmente, em balneários que falam múltiplas línguas com jogadores com interesses tão próprios e muitas vezes tão egoístas. Mas, segundo a filosofia de gestão do tecnico espanhol, é fácil quando as conversas são conduzidas com paixão: quando as palavras não são suficientes, Pep usa todo o corpo para dizer o que quer. Ele abraça os jogadores, beija, joga pra frente. E eles respondem da mesma forma. É só ver como Ribéry ou Boateng comemoram seus golos com Pep para entender que a boa comunicação precisa de uma boa dose de paixão. Quando, em março de 2014, o Bayern já era campeão alemão, Franck Ribéry foi até Guardiola na comemoração do campeonato e disse: “Eu amo-te! Você está no meu coração”. O mesmo se passou com Lahm, Robben e tantos outros. Quando o jogador PierreEmile Højbjerg lhe contou em particular que seu pai sofria de cancro, os dois choraram juntos. O treinador fez tudo o que pôde para apoiar o jovem jogador e seu pai, que morreu alguns meses depois. Højbjerg disse recentemente: “O Pep é como um segundo pai para mim”. Para Pep Guardiola, essas demonstrações de afeto não são parte de um estilo de gestão ou parte de suas habilidades de liderança. Para ele, trata-se realmente do amor que tem pelos seus jogadores, os seus companheiros de equipe, chova ou faça sol. Pep é latino, e isso entende-se perfeitamente quando olhamos para ele nos jogos: ele salta, sofre, grita com tudo e todos, quase que conseguimos ver-lhes as rugas a crescer durante os jogos. Como alguém disse “Pep Guardiola é como a gasolina que se joga no fogo: o resultado é cada vez mais fogo.” E, essa paixão transfere-se para os seus jogadores.

“Não podemos estar sempre ao espelho dizendo quão fantásticos somos. Quando as coisas estão a correr bem é quando existe a necessidade de maior vigilância. O medo de perder é a chave para competir. Porque só seremos lembrados se ganharmos, se vencermos. Se não o fizermos, seremos uma anedota.”

Mas, a principal vantagem de Pep Guardiola a todos a “concorrência” é a constante insatisfação e a necessidade de perguntar sem parar, e sem medo de questionar a toda a hora o caminho que definiu. E coragem para alterar. Muitas vezes fê-lo da noite para o dia.

Os mais próximos, dizem que normalmente ele só se permite cinco minutos para comemorar uma vitória. Cinco minutos, não mais. Depois, começa a análise fria e racional do jogo com seus colaboradores mais próximos e também a preparação para a próxima partida e o estudo do próximo adversário. Ele adora vencer. Mas ele exige de si mesmo a busca contínuada do jogo perfeito. Ele sabe que o jogo perfeito não existe, mas ele não deixa de tentar. O resultado é importante para ele, mas não basta.

Gerir a carreira é entender o fim dos ciclos e mudar Quando Pep Guardiola anunciou em 2012 que deixaria o cargo de treinador de futebol do Barcelona, ecoaram ondas de choque por todo o Mundo do futebol, adeptos incluídos. Afinal, o jovem treinador, na altura com apenas 41 anos, havia conquistado um total de 14 títulos - três campeonatos espanhóis, três supertaças espanholas, duas ligas dos campeões, duas supertaças europeias, dois mundiais de clubes e duas Taça da Rei. Todo este êxito fez dele o melhor técnico de sempre do Barcelona – equipa que é tida por muitos como a melhor equipa do mundo e a base da seleção espanhola campeã do Mundo e da Europa. O que poderia passar pela cabeça de Pep para abandonar um “trono eterno” num reinado sem fim à vista? Pep saiu porque entendeu antes de todos o fim de um ciclo, soube ler a conjuntura interna, o contexto externa e as novas oportunidades do “mercado” futebolístico. Ao sair agora, sai por cima e em grande como o melhor e com bilhete e desejo dos adeptos catalães para regressar no futuro. Para os que lhe rogavam apenas capacidade para treinar o FC Barcelona e que lhe esperava o fracasso quando de lá saísse, foram totalmente desmentidos e apenas porque Guardiola mostrou a coragem de mudar quando o mais fácil era ficar. Uma lição de gestão de carreira.

Continua na pág. 56

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O TREINO E A APRENDIZA

TÉCNICO-TÁTICO EM DES

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AGEM DO CONHECIMENTO

SPORTOS COLETIVOS: Tática, Tecnica, cooperação e inteligência Alessandro Mendonça, especialista desportivo com trabalhos publicados na área da tática em desportos coletivos alessandro.palaria@hotmail.com

O

s esportes coletivos têm se apresentado com destaque no cenário esportivo internacional, e a sua expressividade vem se confirmando com as participações significativas de diversas Seleções Nacionais em eventos internacionais como os Jogos Olímpicos. Sendo assim, estudar as diferentes metodologias de ensino se torna cada vez mais importante para que os professores e técnicos que atuam nas escolinhas de esporte e categorias de base dos clubes consigam trabalhar cada vez melhor e, com isso, revelar jogadores. As modalidades esportivas coletivas apresentam dois traços compreendidos como fundamentais - a cooperação e a inteligência, por entender que todas seguem uma mesma lógica, que as tornam passíveis de igual tratamento pedagógico. Considerando apenas duas diferenças, no caso do voleibol, relacionadas ao espaço físico, pois as equipes atuam em campos distintos, separadas pela rede e a forma de participação dos jogadores que ocorre de forma alternada.

Existem dois parâmetros: o divergente

(criatividade tática) e o convergente (inteligência tática)

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TÁTICA NO DESPORTO

Considerando ser muito importante a escolha do método de trabalho para o processo de ensino-aprendizagem, pesquisamos dois princípios metodológicos: o analítico-sintético e o global-funcional. Envolvidos nesse contexto, encontramos em alguns estudos publicados sobre o tema três métodos de ensino - o tradicional (analítico-sintético), o situacional (global-funcional) e o misto (que utiliza partes dos dois princípios metodológicos). Para identificar as contribuições que os métodos de ensino apresentaram ao serem aplicados em equipes de jovens alunos, os estudos tiveram como parâmetro o conhecimento TécnicoTático dos jogadores: o Conhecimento Declarativo (CD), que se relaciona à tática - saber o que fazer, e o Conhecimento Processual (CP), que diz respeito à técnica - saber como fazer. Ainda, quanto ao CP, existem dois parâmetros: o divergente (criatividade tática), quando o jogador produz diversas alternativas para uma determinada situação, e o convergente (inteligência tática) em que o jogador seleciona entre as múltiplas alternativas, uma única, considerada ótima. Procuramos então investigar os efeitos que método situacional de ensino pode proporcionar aos alunos de equipes iniciantes das modalidades coletivas, possibilitando melhora no nível de conhecimento técnico-tático declarativo e processual. Os resultados reforçam a ideia de que a tática pode ser trabalhada junto com a técnica, e que os resultados são bastante significativos. Ainda, por se tratar de alunos iniciantes, que se motivam ao aprender através do jogo, é possível percebe que o uso do conhecimento técnicotático é de total importância durante uma partida. Também foram identificadas diferenças significativas, no caso do voleibol - relacionadas ao espaço, pois as equipes são divididas pela rede e cada uma atua em sua respectiva quadra; a forma de participação dos jogadores que acontece de forma alternada- as equipes têm o direito de executar as jogadas( 3 contatos) sem que os adversários a impeçam. Dessa forma, também se questiona a adoção do método de ensino mais eficiente para o Voleibol. Acredito que deve prevalecer a forma correta de execução dos fundamentos antes que o aluno esteja em contato direto com o jogo, pois pela própria experiência não, o jogo não terá continuidade, e consequentemente impede as trocas de “rallys”, elemento que torna a partida de Voleibol um grande espetáculo.

Sendo assim, estudar as diferentes metodologias de ensino se torna cada 22 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com


Apesar de todos os trabalhos encontrados apresentarem melhoras, alguns destacavam o conhecimento técnico-tático declarativo, e outros o conhecimento técnico-tático processual divergente (criatividade) e convergente (inteligência), que se diferenciavam de acordo com o tipo de teste realizado pelo pesquisador. Ainda, vale ressaltar que, ao comparar a ordem de aplicação dos métodos de ensino, o resultado apresentado foi o seguinte – o método situacional seguido do método tradicional provocou maiores ganhos sobre o nível de conhecimento tático processual e declarativo em relação à sequência que fez uso do método tradicional seguido do método situacional. Esse fato nos leva a um questionamento sobre a forma de planejamento das sessões de treino. Entendo que uma proposta interessante e facilitadora deve em um primeiro momento motivar o aluno através da aplicação de algumas formas de jogos situacionais (método situacional) e, a seguir, levá-lo a perceber a importância do uso dos fundamentos tecnicamente corretos para que, de forma consciente execute séries de repetições a fim de melhorar a execução do fundamento (método tradicional). Podemos concluir assim, que é determinante a escolha do método para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem nos esportes coletivos, mas, também é essencial que o professor trace de forma clara os objetivos a serem atingidos com os grupos de

maneira que atenda as necessidades coletivas e individuais. Foi possível perceber que os jogos situacionais são um grande facilitador do processo de ensino-aprendizagem, pois acrescenta ao repertório cognitivo dos indivíduos maior conhecimento técnico-tático, e assim, permitir significativa introdução desses sujeitos nas diferentes modalidades esportivas. REFERÊNCIAS Greco, J. P. Conhecimento Técnico-Tático: O Modelo Pendular do Comportamento e da Ação Tática nos Esportes Coletivos. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte e do Exercício. Belo Horizonte. Vol. 0. 2006. p. 107-129. Galatti, R. L. Pedagogia do Esporte: Discutindo o Processo de Ensino-Aprendizagem na Modalidade Basquetebol. Monografia. Campinas. Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas. 2002. Mendonça, H. P. A. A Relação entre o Método de Ensino e o Conhecimento Técnico-Tático de Jogadores no Esportes Coletivos. TCC. UGF. São Paulo. 2013 Paes, R. R.; Montagner, C. P.; Ferreira, B. H. Pedagogia do Esporte: Iniciação e Treinamento em Basquetebol. Rio de Janeiro. Editora Guanabara. Koogan. 2009. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 23


Diogo Sampaio, Director e colunista da Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com

TREINE (E SEGREDOS) COMO O MELHOR DO MUNDO CR7 é tão completo quanto um futebolista pode ser. Olhando para a história do futebol, é inclusive difícil pensar em alguém tão absolutamente variado como o craque português: atlético, rápido, forte, poderoso e técnico. E, apesar do seu enorme talento, foi o trabalho e o seu duro regime de treino e nutricional que o tornaram por 3 vezes o melhor jogador de Mundo.

C

ristiano Ronaldo é um Mix perfeito de diversas disciplinas físicas e de diversas modalidades calibradas ao milímetro para o futebol. Tão rápido quanto um velocistas de 100 metros ou forte como um levantador de pesos, para CR7 tudo parece simples e fácil. Ao ponto, que muito adeptos do futebol o desconsideram e afirmam que os seus golos acontecem ou por sorte ou por penalti. Mas nada está mais longe da realidade: o seu sucesso é fruto de uma forte ética e filosofia de treino praticada 365 dias por ano, com uma compreensão e consciência exata da importância do trabalho e do seu papel decisivo para o êxito. O treino da mente é igualmente importante, aliás, assume um papel tão fundamental quanto o físico para o sucesso. O foco total, pelas palavras do próprio CR7, “é o único meio para se atingir o máximo do potencial”, “contornar todas distrações… e manter a confiança a top”. E, para o foco não sofrer variações negativas, segunda a filosofia do craque português, é necessário criar e definir objetivos e metas bem clara, alcançáveis mas ao mesmo tempo ambiciosas. E, não permitir que nada ou ninguém destruía esses objetivos com o negativismo ou a falta de crença. E, assumir o “Eu” como o mais importante. Isso pode até parecer demasiado narcísico, mas, para se ser o melhor é preciso querer ser-se o melhor. Por fim, é preciso criar rivalidade, verdadeiras ou falsas; Ronaldo recomenda por exemplo “ Trabalhando com um parceiro de treino é uma boa maneira de adicionar um pouco de competitividade e ajudar a empurrar-me. Treinando com alguém que tem um nível físico semelhante a mim, ajuda-me mentalmente a dar o máximo, ir até para lá do meu limite.”

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São 3 a 4 horas o plano de rotina diária de treino de Cristiano Ronaldo. E, tudo isto, assente numa dieta nutricional rigorosa. A obsessão do CR7 pela rotina diária do treino é bem conhecida, e o seu plano de treinos nunca é por um período menor a 3 a 4 horas, onde se inclui também, uma dieta nutricional rigorosa. Um dos principais objetivos do treino de Ronaldo, é manter um nível extremamente baixo de gordura corporal, inferior a 10%. Esta baixa gordura corporal é fundamental para alcançar os 33,7 km/h em velocidade de ponta. Um valor fenomenal para um futebolista. Para se ter uma ideia, o jamaicano Bolt, velocista dos 100 metros e homem mais rápido do mundo tem como velocidade de ponta 37,6, apenas mais 3 km/h que CR7. Esta “apetência” e desejo de Ronaldo em atingir altas velocidade bem desde cedo. Aurélio Pereira, antigo técnico de Ronaldo nos juniores do Sporting, explicou um dos seus curiosos treinos ainda em jovem: “ ele

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colocava alguns pesos nas pernas e ia para a rua. Então, esperava o sinal ficar verde e corria para ganhar dos carros.” Um ponto importante no treino de Ronaldo é o sistema de treino de cardio de 25 a 30 minutos diários. Alternando em fortes e intensos treinos de sprint máximo, durante muitos mas curtos períodos de tempos. CR7 aposta igualmente em exercícios de ginástica para desenvolver músculos específicos, mas também sua força total do corpo. E, obviamente, a tudo isto se junta ainda os treinos com os seus companheiros do Real Madrid e os treinos técnicos e com bola. “Seja disciplinado. Mantenha-se motivado e manter sua rotina é fundamental. Para mim, não há espaço para facilitar, ser rigoroso é estar mais perto de Ganhar”, diz Ronaldo.


A Máquina da Nasa Ronaldo para o seu treino usa à já mais de uma ano, uma ferramenta muito especial e única: uma máquina criada e construída pela Nasa. A agência espacial norte-americana criou uma máquina para treinar os seus astronautas, mas que devido às suas especificidades pode trazer muitos beneficios aos atletas que a usam, já que permite treinos abaixo do peso do corpo.

O aparelho foi concebido por engenheiros da NASA para ajudar no treino dos astronautas e é considerado o melhor equipamento de fisioterapia do mundo, permitindo uma reabilitação não agressiva da função muscular e articular. O sistema de antigravidade permite que Ronaldo corra na passadeira com uma redução do peso do corpo até 80%. O grande benefício é capacita-lo a correr

velocidades e treinos de corrida muito superior à habitual, na medida em que se diminui o peso a ser sustentado. Este recurCristiano Ronaldo transporta consigo uma forte ética de trabalho que o tem levado ao sucesso aliando a um dedicação impar e o uso das mais recentes ferramentas tecnológicas.

so desenvolve uma sensível melhoria da coordenação motora, contribuindo tanto para melhorar a velocidade, quanto para aperfeiçoar a economia de movimento ou seja, a eficiência mecânica, fator determinante de desempenho. E, no futebol do CR7, onde velocidade e eficiencia de movimentos são fatores determinantes para o seu êxito e para marcar tantos golos.

A passadeira antigravitacional Alter G custa cerca de 24.500 dólares (18 mil euros).

Como conseguir Abdominais como os de Ronaldo Obter abdominais definidos é uma tarefa árdua, conseguir a definição atingida por Ronaldo é ainda mais complicado. O primeiro passo é eliminar ao máximo do saudável a gordura corporal. Sem isso não interessa, ou não fará efeito, fazer 1000 ou 3000 abdominais por dia. Assim, o primeiro passo é reduzir a gordura corporal a 10% ou mesmo abaixo disso. Depois é dar no duro como faz CR7. E melhor a força e definição dos abdominais deve-se optar por exercícios como

as pranchas e renegade rows, que mais facilmente eliminam a gordura corporal. Muito mais que as flexões comuns. Para além disso, no caso de Ronaldo ele tem uma rotina diária 3000 sentar-ups/abd. Muitas vezes, chega a estar cerca de uma hora a exercictar-se desta forma

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Cristiano Ronaldo tem optado por uma abordagem educacional desportiva positiva para com os seus fãs e adeptos do desporto em geral, não só na divulgação do futebol mas também na difusão das técnicas do seus treinos no qual se inclui a o seu regime nutricional: tão importante como o treino é a alimentação e o plano nutricional seguido. A primeira e mais importante dica: Hidratação constante e uma refeição ligeira entre intervalos de 2 a 4 horas, o que perfaz 6 refeições por dia. CR7 evita sempre o consumo de alimentos e bebidas com muito açúcar e nunca toca no álcool, este último não só por questões físicas, mas acima de tudo por questões pessoais e familiares. É bem conhecida a doença de fígado que vitimou o seu pai. Ao pequeno-almoço deve-se optar por alimentos com proteínas e carboidratos, como frutas, cereais

integrais, ovos ou leite. Esta é uma das refeições mais importantes do dia, assim é necessário prestar muita atenção ao que você come e não se esqueça de não deixar passar mais de 2-3 horas antes de comer um pequeno lanche. A primeira regra sobre o almoço é não comer muita comida. Você precisa apontar para uma refeição de baixo teor calórico, com frutas e muitos vegetais. A última refeição do dia deve consistir em alimentos ricos em fibras, proteínas, vitaminas e hidratos de carbono. Poderá optar-se por um peito de frango, feijão verde, arroz e uma peça de fruta para a sobremesa. Aliar o treino a uma alimentação equilibrada é absolutamente indispensável para se conseguir atingir os objetivos sejam eles desportivos ou apenas por saúde.

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“Sinta-se sempre melhor que o seu adversário”

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SUPLEMENTOS

Definição, regulamentação, comercializ

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S ALIMENTARES

zação, segurança e evidência científica

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Mónica Marreiros Neves, Membro da Ordem dos Nutricionistas, cédula 2138D monicanevesdietista@gmail.com A utilização de suplementos alimentares em Portugal teve um crescimento significativo nos últimos 15 anos. Este fenómeno pode ser explicado pela maior divulgação e facilidade de acesso a informação sobre estes produtos, associada ao desejo de melhorar o estado de saúde e à procura da forma física ideal. O que são os suplementos alimentares? De acordo com Decreto-Lei nº 136/2003, de 28 de junho, os suplementos alimentares são géneros alimentícios que se destinam a complementar e ou suplementar o regime alimentar normal. São fontes concentradas de determinados nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional ou fisiológico, no estado puro ou combinadas. Os suplementos alimentares são comercializados de forma doseada em comprimidos, cápsulas, pastilhas, pós, granulados, ampolas de líquido, frascos com conta-gotas, entre outras.

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Regulamentação e Fiscalização Os suplementos alimentares são regulados como géneros alimentícios (substâncias destinadas à alimentação humana). A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) é a autoridade competente, ou seja, organismo responsável pela definição, execução e avaliação das políticas de segurança alimentar. A autoridade competente pode exigir, sempre que necessário, ao fabricante ou distribuidor a apresentação de estudos de qualidade e segurança dos suplementos alimentares realizados por entidades com reconhecida competência técnica nestas áreas. Estas últimas isentas de quaisquer interesses no âmbito da produção, transformação, importação, exportação e comercialização de suplementos alimentares. Em Portugal, a fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas para os suplementos alimentares é feita através de controlos oficiais e compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

“... os suplementos alimentares s se destinam a complementar e alimentar no Comercialização A comercialização de um suplemento alimentar implica a notificação prévia pelo fabricante ou distribuidor à autoridade competente, sendo apenas necessário o envio do modelo de rótulo utilizado para esse produto. Qualquer alteração das informações relativas ao fabrico, distribuição e colocação no mercado de um suplemento alimentar deve ser comunicada à autoridade competente, no prazo de 10 dias úteis após a sua ocorrência.


Em Portugal, os suplementos alimentares podem ser comercializados em inúmeros locais, dos quais se destacam farmácias, parafarmácias, supermercados e lojas da especialidade. Rotulagem A denominação de venda dos produtos é a de “suplemento alimentar” e a rotulagem deve seguir as nomas aplicadas aos géneros alimentícios e deve ainda conter: • A toma diária recomendada do produto, • Uma advertência de que não deve ser excedida a toma diária indicada, • A indicação de que os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado, • Uma advertência de que os produtos devem ser guardados fora do alcance das crianças. Riscos associados aos suplementos Uma vez que não é possível garantir que a informação presente no rótulo do suplemento alimentar representa o conteúdo que vai ser consumido, podem acontecer situações de contaminação com substâncias prejudiciais à saúde e ao desempenho físico. Ao nível da competição desportiva levantase ainda outra questão: a presença de outras substâncias não mencionadas no rótulo pode resultar em testes de doping positivos. Segurança e Qualidade Existem certificações atribuídas às indústrias que garantem o cumprimento das exigências rigorosas e dos regulamentos para garantir a segurança e a qualidade dos produtos, como é o caso da Good Manufacturing Practice (GMP), do sistema de Análise de Perigo e de Pontos Críticos de Controlo (HACCP) e das normas ISO 22000 e ISO 17025. Contudo, não garantem a eficácia do suplemento. A quem se destina a suplementação alimentar? Os indivíduos cuja alimentação não supre as necessidades nutricionais podem beneficiar do consumo de suplementos alimentares específicos.

são géneros alimentícios que ou suplementar o regime ormal.” Ainda que estes produtos sejam de venda livre, é importante consultar o seu médico, dietista ou nutricionista, antes de os adquirir. Estes profissionais reúnem as competências necessárias para o ajudar a escolher o suplemento mais adequado à sua situação. É importante, contudo, não esquecer que estes produtos visam complementar uma alimentação variada e não substituir determinados alimentos.

EVIDÊNCIA

CIENTÍFICA A análise dos estudos científicos existentes sobre suplementos alimentares deve ser feita com cautela, sob pena de se tirar conclusões precipitadas. Em primeiro lugar, é necessário alertar para o facto de muitos dos ensaios serem feitos in vitro e em animais, o que levanta a questão da reprodutibilidade em seres humanos. Não podemos assumir que os efeitos verificados em experiências feitas fora de qualquer organismo vivo (in vitro), em ambiente controlado e fechado de um laboratório, que permitem acompanhar o processo bioquímico inerente à administração da substância que se pretende estudar, vão ocorrer no ser humano após a administração via oral do suplemento que contém essa substância. Apesar de úteis, os estudos in vitro são, obviamente, bastante limitados, uma vez que num organismo vivo ocorrem inúmeros outros processos (como por exemplo a digestão, absorção e metabolização hepática), que podem interferir na ação da substância em estudo. Nenhuma conclusão pode ser retirada antes da realização de estudos em organismo vivos (in vivo). Os estudos com animais são, normalmente, os primeiros estudos in vivo a serem realizados para avaliar a eficácia de uma dada substância, uma vez que é arriscado testar diretamente em seres humanos uma substância sobre a qual existe pouco conhecimento. Podemos transpor para os seres humanos os resultados obtidos através destes estudos? Não. Ainda que se tratem de modelos vivos, existem diferenças fisiológicas entre os animais utilizados em laboratório e os seres humanos, o que pode levar a respostas completamente diferentes. Assim, as conclusões resultantes de estudos em animais também não devem ser transpostas diretamente para os seres humanos. A realização de ensaios em seres humanos com a administração oral do suplemento alimentar é um procedimento necessário para se poder concluir acerca dos efeitos do produto em seres humanos. Outro alerta que deve ser feito prende-se com o tamanho da amostra. Os estudos existentes sobre suplementos alimentares apresentam, normalmente, amostras pequenas. Esta característica pode colocar em causa os resultados obtidos, uma vez que a amostra pode não ser suficientemente grande para detetar diferenças estatisticamente significativas. Por último, é importante salientar a variabilidade interindividual, que explica o facto de nem todos os indivíduos responderem da mesma forma à administração de um suplemento alimentar nas mesmas condições.

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Muitos especialistas já dão como certo que a próxima batalha do Comitê Olímpico Internacional será o controle do doping genético...

A

busca pelo ótimo desempenho é uma constante no esporte de alto rendimento e muitos atletas acabam utilizando meios ilícitos, que é denominado doping. A dopagem, além de ser um fato eticamente condenável, representa risco para quem a usufrui. Com os avanços da terapia gênica e o possível uso para fins desportivos, o doping genético está enquadrado como prática proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA) desde 2003. O doping genético caracteriza-se pelo uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo. Tal prática é realizada por meio de manipulação gênica, que pode ser definida como um conjunto de técnicas que permitem a inserção e expressão de um gene terapêutico em células-alvo. Assim, atletas poderiam beneficiar-se das técnicas de transferência de genes, pois uma vez implantada no indivíduo, a expressão de hormônios e outras substâncias seriam aumentados assim como o desempenho físico. Entre os possíveis alvos primários, estão aqueles com intuito de aumento da resistência (endorfinas, eritropoietina, enzima conversora de angiotensina-1, receptor ativado por proliferador peroxissomal, fator de crescimento endotelial vascular, fosfoenolpiruvato carboxiquinaseC) e aumento de massa/ força muscular (hormônio do crescimento humano, fator de crescimento 1 semelhante a insulina, miostatina, folistatina e actinina alfa-3). Apesar do conhecimento dos alvos primários, é reconhecida a dificuldade de detecção do doping genético, o que estimularia sua utilização no meio esportivo. A base para essa opinião era que tanto o transgene (material gênico inserido no atleta) quanto à proteína expressa seriam indistinguíveis de seus homólogos endógenos. Outra questão refere-se à possibilidade de indivíduos que apresentam alterações em determinados genes alvos possam demonstrar vantagens naturais sobre os demais competidores. Um exemplo é o esquiador Eero Mäntyranta, bi campeão olímpico de cross-country, apresenta uma mutação no gene do receptor de eritropoetina, tornando-os hipersensíveis a este hormônio, proporcionando uma maior produção de eritrócitos.

OS DESAFIOS DO DOPING GENÉTICO André Valle de Bairros Mestre em Bioquímica Toxicológica Doutor em Toxicologia e Análises Toxicológicas andrebairros@yahoo.com.br

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Assim, um maior aporte de oxigênio chegava aos tecidos, beneficiando este atleta em relação aos demais. Em um exame antidoping baseado na análise genética de um atleta, mutações naturais dificilmente seriam discriminadas de doping genético e o resultado poderia ser um falso-positivo. Apesar disso, estratégias analíticas para a detecção do doping genético têm sido especuladas através da determinação indireta e/ou direta da manipulação gênica utilizando técnicas moleculares como a transcriptase reversa seguida reação em cadeia da polimerease (RT-PCR), microarranjo e métodos cromatográficos acoplados a espectrometria de massas. Em relação aos métodos indiretos, estes são baseados na medição dos efeitos do doping genético nas células, tecidos ou em todo o organismo.

Por exemplo, tem sido demonstrado que após a inserção e/ou expressão da respectiva proteína recombinante, pode ocorrer uma resposta imunológica específica com o aumento de anticorpos no organismo. Isto acontece após administração de um vetor como o adenovírus. Diante disso, exames imunológicos que avaliam os anticorpos destes vetores poderiam ser utilizados. “Um exemplo é o esquiador Eero Mäntyranta,

bi campeão olímpico de cross-country, apresenta uma mutação no gene do receptor de eritropoetina, tornando-os hipersensíveis a este hormônio, proporcionando uma maior produção de eritrócitos. Assim, um maior aporte de oxigênio chegava aos tecidos, beneficiando este atleta em relação aos demais.”

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Entretanto, o atleta pode estar naturalmente infectado com o vetor como o vírus adeno-associado (AAV), que é largamente disseminado nos tecidos humanos. Com isso, haveria uma elevada concentração de anticorpos AAV e o resultado deste exame seria inconclusivo. Em caso de um resultado positivo para a detecção indireta, as implicações legais indicam um método direto que identifique inequivocamente o doping. A detecção direta pode utilizar a análise direta do transgene, da proteína transgênica e/ou do vetor utilizado para a introdução do material genético. A determinação de proteínas alvos necessitam de material biológico de de fácil acesso. Entretanto, a expressão do transgene geralmente é confinada ao local/tecido onde é realizada a injeção/inserção do transgene. Como o tecido muscular seria o principal alvo dessa prática, uma biopsia muscular seria exigida para revelar possíveis veículos virais ou alteração de genes, o que torna praticamente inviável no cenário atual do esporte. Contudo, as proteínas constituintes de hormônios como eritropoietina e hormônio do crescimento quando secretadas, podem ocasionar algum “vazamento” para a circulação e possivelmente para a urina. Dessa forma, as proteínas transgênicas funcionais poderiam gerar alguma informação para sua detecção em caso de doping.


O doping genético caracteriza-se pelo uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo.

A abordagem para detecção de vetores virais pode ser dirigida através da detecção de partículas virais, proteínas virais ou ácidos nucléicos incorporados. Entretanto, a análise direta do vetor depende de vários fatores como o vírus utilizado, o local onde ocorreu a transferência gênica e o método para detecção do agente. Além disso, a região do genoma a ser estudada é vital devido a existência de diferentes genes que codificam proteínas: - musculares - de funções respiratórias ou energéticas - relacionadas a neurotransmissores cerebrais ou hormônios. Todas elas, de maneira particular ou em conjunto, podem incrementar o rendimento de um atleta e nem sempre haverá mudanças no genoma com a expressão de um gene, o que poderia ocasionar resultados falso-negativos. Ou seja, o atleta pode ter feito o uso de manipulação genética e não ser pego no exame antidoping. Um aspecto pouco discutido é a interação entre genes manipulados e o uso de fármacos. Deste modo, determinados medicamentos que não estão na lista de substâncias proibidas da WADA poderiam ser acrescentadas. Conseqüentemente, isso acarretaria em novos desafios analíticos para a detecção do doping. Apesar do alto potencial de fraude em competições, o doping genético ainda não é uma realidade. Isto se deve à imaturidade da terapia gênica, pois o primeiro tratamento genético aprovado pela Agência Europeia de Medicamento foi lançado em novembro de 2012 e não envolve nenhum gene alvo. Assim, a probabilidade de casos positivos de manipulação gênica para fins desportivos pode ser considerada baixa. De fato, não há registro de nenhum atleta que tenha feito uso de doping genético. Porém, trata-se de uma tecnologia muito recente e carece de mais estudos, pois novos genes poderão ser futuros alvos deste tipo de doping, o que implicará em novos riscos a saúde do atleta, bem como na criação de novas metodologias analíticas para evitar fraudes em atividades desportivas de alto nível. REFERÊNCIAS

Aquino Neto, F.R. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 7, n. 4, p. 138-148, 2001. Artioli, G.G.; Hirata, R.D.C.; Lancha Junior, A.H. Terapia gênica, doping genético e esporte: fundamentação e implicações para o futuro. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n. 5, p. 317e-321e, 2007. Azzazy, H.M. Gene Doping. Handbook of Experimental Pharmacology, v. 195, p. 485512, 2010. Baoutina, A.; Alexander, I. E.; Rasko, J.E.J.; Emslie, K.R. Developing strategies for detection of gene doping. The Journal of Gene Medicine, v. 10, n.1, p. 3–20, 2008. Bairros, A.V.; Prevedello, A.A.; Moraes, L.S. Doping genético e possíveis metodologias de detecção. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, v. 33, p. 1055-1069, 2011. Filipp, F. Is science killing the sport? Gene Therapy and its possible abuse in doping. European Molecular Biology Organization, v. 8, n. 5, p. 433-435, 2007. Oga, S.; Camargo, M.M.A.; Batistuzzo; J.A.O. Fundamentos de Toxicologia: Dopagem nos esportes. 4a edição. São Paulo: Atheneu, 2014.

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Entendendo a gestão de:

FLORENTINO PE

GALÁT 38 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com


EREZ

TICOS Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 39


Os melhores jogadores do Mundo têm de jogar no Real Madrid” Diogo Sampaio, Colunista Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Na sua primeira passagem pelo Real Madrid, Florentino Perez disse: “ Os melhores jogadores do Mundo têm de jogar no Real Madrid”. E, tanto na altura como agora na sua segunda fase enquanto presidente da equipa de Madrid, foi o que fez: contratou os melhores e maiores jogadores de futebol do mundo. Criou uma equipa de Galácticos. Pode até dizer-se que mudou o futebol, para muitos não para melhor, mas, o desporto Rei enquanto espetáculo nunca mais foi o mesmo. Com Florentino Perez o futebol “show” fora das quatro linhas deu um passo em frente, em resultado direto da sua presidência, que assentou numa estratégia muito própria de gestão de relacionamento com os adeptos de futebol, potenciando ao máximo um relacionamento emocional com os fãs do Real Madrid muito para além das fronteiras espanholas. Os ganhos? Hoje o Real Madrid é a terceira maior marca do mundo, e o maior clube desportivo, com valor a ascender aos 2,91 mil milhões de euros (segundo a Forbes), 40 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

e receitas anuais bem perto dos 600 milhões de euros, chegando já a ultrapassar esse valor por algumas vezes. E, tal como prometido pelo atual presidente, no plantel, cinco dos dez melhores jogadores da atualidade são merengues – isto claro está, se olharmos por baixo. Tudo começou com Figo. O craque português na altura no rival Barcelona foi o trunfo de campanha de Perez, que concorria pela segunda vez ao cargo de presidente do clube mais conhecido do Mundo. Num embate, de novo com Sanz, que todos julgavam impossível de vencer; afinal, o Real Madrid tinha acabado de ganhar duas ligas dos campeões depois de uma travessia no deserto de mais de três décadas.

Pela rotação dos ponteiros do relógios: Florentino Perez; Apresentação de CR7, Luis Figo e Zidane; A tripla de ataque James, Benzema e C. Ronaldo.


A estratégia resultou, Perez venceu, e abriuse a caixa de Pandora e uma nova era no Real Madrid começou – e o novo presidente cumpriu a sua promessa, os melhores do mundo passaram a vestir o mítico branco. Depois de Figo, chegou Zidane, depois Ronaldo o fenómeno e por fim, Beckam o mais popular futebolista de sempre. Por entre estes jogadores, muito outros menos mediáticos vestiram as cores do Real, e tantos outros treinadores, a maioria, diga-se, sem sucesso. Muitos deles, admitiram posteriormente que não tinham sequer palavra no onze que entra-

va em campo. E, muito por isto, a sucesso desportivo não foi grande, ficou-se por uma Liga dos Campeões, e pior, viu o seu rival, o Barcelona, ganhar tudo em Espanha e a iniciar a sua grande afirmação europeia. O descontentamento dos adeptos, os fracos resultados e exibições pouco entusiasmantes fizeram com que Perez sai-se em 2006; mas a sua ausência não foi mais que uma pausa, e logo voltou em 2009, e com um novo trunfo, e novamente português, Cristiano Ronaldo. E, a sua estratégia para o clube, ainda que nos mesmos moldes, surge renovada, ampli-

ada e melhorada. Em 6 de Julho de 2009, o Real Madrid FC fez a maior e melhor evento de relações públicas de sempre de qualquer entidade desportiva, quando atraiu 80 mil pessoas, e a cobertura ao vivo de toda a imprensa mundial, quando apresentou ao mundo a sua mais recente estrela, Ronaldo vindo do Man United, por uma verba pertos dos 95 milhões de euros. Neste “megaevento” de marketing, onde o Real, para além da transferência em si, o Real não gastou um único euro, criando na perfeição uma narrativa, ou se quisermos uma história. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 41


Uma história para criar emoção e entretenimento para os meios de comunicação, todos baseados no poder da marca Real Madrid para gerar emoções e propagar valores como a grandeza e espetáculo. E, tudo isto, cronometrado ao segundo, para que as imagens sejam transmitidas em direto na Asia – um mercado emergente e em expansão, com uma percentagem cada vez mais relevante nas contas finais dos grandes clubes europeus. A presente gestão de relacionamento de relações públicas na gestão do clube da capital espanhola, por parte de Peraz, faz com que mesmo o clube tenha apenas vencido apenas 7 campeonatos dos últimos 25 anos, e apenas 1 nos últimos 7 anos, que o seu valor enquanto marca e clube não só se mantenha mas que cresça. Criando e aumentando a sua receita e marca valor durante este período, assim como a legião de fãs, protegendo a sua marca, tanto enquanto clube como equipa futebolística, da incerteza dos resultados desportivos. E, por muito estranho ou contraditório que possa parecer, este é o objetivo máximo de todos os clubes, numa era futebolística, em que os clubes são “mega” empresas globais e, muitos deles, no mercado de financeiro com cotação em bolsa. 42 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

Em outras palavras, o Real Madrid tem uma grande marca, não porque ganha mais que os outros, mas porque tem construído uma relação de confiança com os seus adeptos, que vem tanto pela compra dos seus produtos, e pelas transmissões de Tv que perfazem 60% das receitas do Real Madrid. Os vários números estatísticos e sondagem mostram que apesar das sucessivas épocas sem um futebol de qualidade ou títulos, que a abordagem de gestão do relacionamento com os adeptos Mundiais do Real fez aumenta o estatuto de atual presidente.

Em cima temos Ronaldo - o fenómeno e florentino Perez, há altura o melhor jogador do mundo e duplamente vencedor do mundial de seleções. Ao lado, Beckam o jogador mais mediático da história do futebol e em baixo a equipa de sonho, com Zidade, Figo, Ronaldo


Os treinadores:

E, é preciso encarar este último ponto como fundamental, dado que, e em contraste com clubes de futebol inglês, onde “bilionários têm os seus próprios clubes#, o presidente do Real Madrid tem de ser democraticamente eleito, pelos mais de 85 mil sócios. As redes socias, e a grande aposta nela feitas por parte da estratégia de marketing do clube também têm desempenhado um papel fundamental nesta gestão de relacionamento e afeitos. No entanto, é reconhecido por todos que embora a marca tenha crescido, os insucessos desportivos não podem

continuar a ser uma constante. Todos os milionários jogadores que integram os plantéis do Real Madrid nestes últimos 7 anos, estão associados a recordes negativo do clube, que só têm memória igual na década de quarenta e antes da chegada de Di Stéfano. Os sucessivos treinadores têm falhado miseravelmente e só Mourinho com um titulo nacional e Ancelotti com uma Liga dos Campeões parecem ter trazido algum do antigo brilho e chama de campeão da antiga camisola branca do Real. Veremos então quando a gestão de F. Perez dará frutos e quão importante está a será, definindo um rumo expansionista para fora da Europa, e a até quando a sua falta de títulos não será um demasiado entrave à conquista do primeiro lugar enquanto marca global, principalmente quando concorre com um Barcelona fulgurante e equipas ingleses financeiramente poderosas. Bale foi de longe a contratação mais cara das duas eras de Florentino Perez, que desembolsou mais de 100 milhões de euros pelo seus direitos económicos e desportivos. O seu passe foi tão caro que se escondeu o valor exato para não ferir os egos de outros jogadores.

V. Del bosque

Carlos Queiros

(2000-2003)

(2003-2004)

Jose A. Camacho

Mariano García Remón

(2004-2004)

(2004-2004)

Vanderlei Luxemburgo

Fabio Capello

(2004-2005)

(2006-2007)

Manuel Pellegrini

José Mourinho

(2009-2010)

(2010-2013)

Carlo Ancelotti (2013- )

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MERCADO DE AÇÕES Futebol, clubes e negócio Marke Geisy Dantas, Graduando em Ciências Contábeis - Universidade Federal do Rio Grande do Norte markegeisy@hotmail.com

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ue tipo de negócio é o futebol? Um negócio que, na maioria dos casos, a principal meta não é buscar a lucratividade e a sustentabilidade econômica como qualquer outro tipo de empresa. O principal objetivo é pagar milhões a um grupo de homens, que terão a missão de trazer felicidade a outros milhões de pessoas. Mas, como uma equipe se sustenta? Será que suas receitas (bilheteria, patrocínios, cotas de TV, e outras) são suficientes para cobrir os gastos? O estudo das finanças dos clubes é envolto por diversas indagações como estas propostas anteriormente. O Livro Soccernomics responde a uma delas: o futebol não é apenas um pequeno negócio (já que os autores comparam o setor com outros), mas também é um mau negócio. E é um mau negócio por todos os motivos citados, principalmente sob a ótica do principal objetivo destas entidades: a conquista esportiva. Entretanto, este pensamento vem mudando no mercado de forma global, já que diversas fontes de receita foram adaptadas para os clubes, mantendo assim as suas continuidades e sustentabilidades financeiras. Caso os gestores queiram... Em busca de novas fontes de receitas, alguns clubes de futebol, em meados da década de 1980, encontraram um novo caminho para o aumento dos recursos: a abertura

de capital. Esse processo, uma quebra de paradigma para entidades desportivas, começou no futebol Inglês, com o Tottenham, em 1983. O Manchester United é o exemplo mais conhecido. Tornou-se o segundo clube inglês a lançar ações, em 1991, com intuito de angariar fundos para se adequar às definições propostas pelo Relatório Taylor (uma delas, reformar Old Trafford). Coincidentemente (ou não), o clube começou um período singular de sua história, conquistando vários títulos e se tornando um dos maiores clubes da Inglaterra. Os recursos captados no mercado tornaram-se importantes para o fortalecimento da Liga Inglesa, já que outros clubes da Inglaterra passaram também a seguir este modelo. Ajax, Borussia Dortmund, Juventus, Roma, Lazio, Fenerbahce, Porto, Benfica e Sporting e tantos outros espalhados por diversos países europeus, ao longo dos anos que se sucederam após a iniciativa dos clubes ingleses, passaram a oferecer suas ações em bolsas de diversos países. Por exemplo, já existem índices formados pelas ações de clubes de futebol. O principal é formado na bolsa Dow Jones, chamado STOXX® Europe Football Index. No Brasil, o país do futebol (ainda), o processo de abertura de capital ainda é uma novidade, pois não existe nenhum clube de futebol brasileiro com ações na Bolsa de Valores.

Análise aos modelos de gestão dos clubes Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 45


“O futebol não é apenas um pequeno negócio... mas também é um mau negócio.” As equipes, em teoria, com a utilização destes novos recursos poderiam investi-los na estrutura e instalações da própria entidade, contratação de jogadores, reformas de estádio, com o intuito de obter melhores resultados. Entretanto, sabemos que o mercado acionário é perigoso (ou melhor, mais arriscado do que outros tipos de investimento), partindo do pressuposto de que os investidores têm certa racionalidade para tomar suas decisões. Mas, quando tratamos do futebol, será que os investidores seguem a mesma racionalidade para com outros tipos de empresa? Eis uma nova questão... Um primeiro a ponto a ser citado se refere a dependência dos resultados financeiros perante os resultados esportivos e, neste caso, interferindo também no preço das ações das equipes. Partindo do pressuposto que uma pessoa, que queira investir em ações de clubes de futebol pode ser também um torcedor, o comportamento do mesmo como investidor pode ser influenciado por resultados de competições de futebol, como Copas do Mundo ou campeonatos internacionais (e as consequentes conquistas ou derrotas) e até mesmo por simples vitórias e derrotas corriqueiras do time de coração nos diversos campeonatos, influenciando a sua tomada de decisão futura em relação aos investimentos realizados, de forma otimista ou pessimista. A falta de racionalidade pode ter impacto sobre os preços dos ativos, já que as consequencias do futebol podem causar emoções exarcerbadas que alteram o humor do investidor. Existem dúvidas sobre a viabilidade para o investidor da permanência ou 46 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

não dos investimentos realizados. Investir nesse tipo de ativo expõe o investidor a riscos, devido a grande volatilidade dos preços, ocasionando problemas de liquidez daquela ação, já que estão sujeitas tanto às variações, oscilações e riscos do mercado financeiro per si, quanto as variações relacionadas ao desempenho esportivo. Esta preocupação se reflete também em pesquisas científicas, que visam relacionar os fatores esportivos com o mercado financeiro. Diversos são os estudos que relacionam o impacto de resultados de Copa do Mundo com o humor dos investidores em alguns países. Outros investigam resultados dos clubes dentro de campo com a variação das ações do mesmo clube. Um estudo realizado por mim, a alguns anos, tentou evidenciar qual mês do ano refletia em maiores volatilidades das ações de quatro clubes (Ajax da Holanda, Borussia Dortmund da Alemanha, Juventus da Itália e Porto de Portugal). Para cada mês, foi estabelecido um evento específico do futebol. Janeiro, Junho e Julho são os meses que as janelas de transferência são abertas. Abril e Maio são os meses que terminam o campeonato. Agosto é o início de temporada dos campeonatos europeus. A partir dos desvios-padrões mensais, foi evidenciado que o evento “começo do campeonato” (Agosto) é o mês que apresenta maior volatilidade para os investidores, talvez, devido ao fato da incerteza que os investidores/torcedores têm em relação ao campeonato e aos clubes em si, em relação ao desempenho dentro de campo no decorrer da temporada.


Em termos de gestão, um clube de futebol que tem a pretensão de buscar recursos no mercado acionário, ou pelo menos manter suas ações com uma boa perspectiva de valorização deve, pelo menos, tentar minimizar (pois é impossível extingui-la) a dependência do desempenho financeiro perante os resultados esportivos. O clube de futebol, como entidade desportiva, uma empresa, não pode aumentar suas receitas e gerar maiores lucros apenas nas temporadas que se tornam campeões de uma liga importante. A gestão de clube deve primeiramente controlar seus custos operacionais, oriundos do departamento de futebol. Controle este que já vem sendo abordado pelo Financial Fair Play da UEFA. Ademais, realizar previsões e orçamentos periódicos de receitas, e vinculando-a aos custos e despesas. Assim, o gestor consegue manter um padrão de lucratividade, sem depender de conquistas esportivas para manter um bom desempenho financeiro. Caso, as conquistas se realizem, o clube terá uma maior injeção de recursos, não orçados, mas aceitáveis, melhorando o padrão de lucratividade da equipe. E com uma maior – ou até mesmo, uma continuidade – lucratividade, a tendência é que os investidores passem a procurar as ações daquele clube nas diversas bolsas espalhadas pelo mundo, auxiliando os clubes e até servindo de atrativo para investidores e outros clubes que não abriram o seu capital.

Tottenham em 1983 e Manchester United em 1991 foram os primeiros a lançar acções para o mercado

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maior estabilidade emocional, mais extrovertidos, mais autoconfiantes e maior resistência mental.”

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procura de um perfil de personalidade para os atletas de alto rendimento é e continuará a ser um dos principais propósitos dos agentes desportivos, o que tem feito com que exista já uma vasta pesquisa sobre o tema, nomeadamente estudos comparativos entre atletas de topo e de pessoas regulares – à falta de melhor expressão. Definindo a personalidade, usando as palavras de Hernández-Ardieta, como a “organização mais ou menos estável e duradoura do caráter, temperamento, inteligência e constituição física de uma pessoa que determina sua forma peculiar de se ajustar ao ambiente e interagir com ele”. Entende-se asssim, que não são somente de características psicológicas relacionadas à personalidade, como também de aspectos físicos.

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Atletas despor coletiv caracte por ser extrove depend do gru possui person menos nadas Egocen


Perfil

s de rtos vos erizam-se rem mais ertidose dentes upo, e iam uma nalidade s direcioao ego e ntrismo

Personalidade dos atletas de topo

Pedro M. Silva, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com

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pesar dos estudos já existirem desde a década de 70, os resultados são díspares e muitas vezes contraditórios, assim vamos apresentar algumas das ideias chaves, mesmo que eventualmente possam em alguns pontos parecer ideias antagónicas. A própria ideia entre a existência de diferenças de perfil é ainda alvo debate – o que dá desde já a ideia das diferentes escolas de pensamento relativamente a este assunto. Maresh e colegas, pelas suas pesquisas, afirmam: “atletas eram mais introvertidos, pensativos e tinham níveis inferiores de raiva em relação aos não-atletas... “ e concluem ainda “... que os atletas possuíam melhor perfil iceberg, apresentando menores índices de tensão, depressão, raiva, fadiga e confusão mental e maior índice de fadiga que os não-atletas. Resumidamente, os atletas apresentavam características mais positivas que os não-atletas”.

Por seu lado, Weinberg afirma que : “que atletas de desportos coletivos caracterizavam-se por ser mais extrovertidos e dependentes do grupo e possuir menor direcionamento da orientação ego. Quanto aos atletas de desportos individuais, estes também demonstraram ser mais dependentes de um grupo que os não-atletas; no entanto, diferenciavam-se por índices mais altos de objetividade e níveis de ansiedade mais baixos”. Hernández-Ardieta afirma por exemplo que os “atletas são mais agressivas, independentes e mais emocionalmente estáveis e mais orientadas ao trabalho que as não-atletas”. Um dos estudos mais abrangentes sobre o tema desenvolvidos por Dobosz e Beaty apontaram o fato de os atletas possuírem maior habilidade de liderança que não-atletas. No referido estudo, separaam os atletas em diferentes grupos consoante as modalidades praticadas e as caracteristicas destas, e encontraram que os corredores possuíam menores níveis de stresse, depressão e raiva que atletas de esportes coletivos eram menos neuróticos e que atletas de esportes de resistência eram mais extrovertidos que os não-atletas. Félix Guillén García e colegas, contrariam alguns dos factos acima: “os atletas apresentaram maior índice de insegurança e retração nas relações pessoais, irritabilidade, estresse mais freqüente e serem emocionalmente mais lábeis que os não-atletas”.

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LEGADO

COPA 2014

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A análise dos:

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IMPACTOS AMBIENTAIS DA COPA DO BRASIL Clara S. Costa, Professora universitária de sociologia Contato@desportoeesport.com Muitas discussões a cerca dos megaeventos esportivos têm sido feitas desde 2007, altura que o Brasil venceu a candidatura à realização da Copa 2014, envolvem os

benefícios relacionados ao incentivo ao esporte nacional, ao incremento no turismo e na economia e às obras de infraestrutura (sistema de transporte urbano, aeroportos, arenas esportivas, comércio, etc). As manifestações populares em junho de 2013 durante a Copa das Confederações, popularmente denominadas de “O Gigante acordou!” ampliaram a discussão relativa aos gastos dos megaeventos esportivos e os prejuizos para as populações brasileiras com enormes carências sociais. No entanto, para o debate, poucas são as vezes que o legado ambiental deixado por esses eventos esportivos é central, se dando sempre maior relevância aos impactos económicos. O que é totalmente errado, uma vez que a deterioração da qualidade do ar ou a alteração da qualidade e das propriedades físicas

do solo ou o efeito de estufa, podem ter danos bem mais duradouros que prejuízos económicos e afetam a todos por igual.

Segundo as mais recentes estimativas, do Ministério do Meio Ambiente, calculou-se que “11 milhões de toneladas de gás carbônico sejam liberadas por causa das obras no país. A quantidade é igual ao consumo de energia de 181 mil domicílios, suficiente para iluminar um município do tamanho de Santos (SP) durante um ano. A Copa das Confederações (2013) e a do Mundo (2014) lançarão 804.396 mil toneladas de gases de efeito estufa apenas em Minas Gerais. Cerca de 75% dessas emissões são provenientes dos deslocamentos de avião, hospedagem e alimentação dos turistas. Essas 804 mil toneladas de GEE correspondem a um quarto do total emitido anualmente pela capital, Belo Horizonte. “Infraestrutura” é a segunda maior categoria de emissões (16%), seguida por “Estádios” (5%) e “Operações” (3%). “Infraestrutura” reúne emissões de GEE provenientes dos centros de treinamento, rodovias, BRT (transporte rápido de ônibus), aeroporto. A categoria “Operações” corresponde às atividades de toda mão de obra empregada durante o evento (FIFA , voluntários e atletas) e às estruturas temporárias (Fan Fest, instalações da FIFA

dentro dos estádios, etc.), além da imprensa internacional, transporte terrestre, cerimônias, entre outras. Para o especialista Henriques-Junior a forma de mitigar os impactos negativos é pela tecnologia: “a diminuição do uso de fontes fósseis na geração e uso de energia, a adoção de fontes energéticas renováveis, a implementação de novos modelos nas atividades da agropecuária, o controle da disposição de resíduos, a eliminação de desmatamentos e a captura e armazenamento de carbono”. Em Belo Horizonte, a proposta de mitigação dos impactos da reforma do Estádio Mineirão se baseou, conforme os organizadores, em reaproveitamento de cerca de 90% dos resíduos sólidos, doação das antigas cadeiras para estádios de menor porte do interior do Estado, reutilização da grama e terra, doação da madeira das árvores suprimidas para artesãos, implantação de usina solar na cobertura do estádio e reservatório para captação de água da chuva GEE na atmosfera são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), carbono-fluorados (HFC`s e PFC`s) e hexafluoreto de enxofre (SF6). Estes gases estão relacionados com o aumento do efeito estufa no Planeta. O aumento desses gases na atmosfera tem levado a um impacto no equilíbrio da quantidade de radiação solar do planeta, tendendo ao aquecimento da superfície da Terra.

Análise ao legado ambiental da Copa 2014 Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 51


Os principais impactos negativos ambientais Meio Físico · Deterioração da qualidade do ar. · Alteração da qualidade e das propriedades físicas do solo. · Aceleração dos processos erosivos. · Assoreamento de corpos hídricos. · Modificação da paisagem. · Impermeabilização do solo e escoamento superficial.

OS IMPACTOS SOCIAIS Sugundo o dossier “Megaeventos e violação de direitos humanos no Brasil”: Enquanto os governos, organizações internacionais (FIFA, COI ) e empresas envolvidas na promoção dos eventos anunciam os possíveis benefícios, a experiência internacional das cidades e países onde já houve a realização de megaeventos demonstrou que os impactos gerados não significaram melhorias reais nas condições de vida e na ampliação dos direitos de toda a população, sobretudo das pessoas mais pobres e vulneráveis. Em muitos casos, estes megaeventos têm gerado efeitos negativos sobre diversos segmentos sociais, especialmente sobre aqueles que historicamente são excluídos/as, como: moradores/as de assentamentos informais, migrantes,

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moradores em situação de rua, trabalhadores/as sexuais, mulheres, crianças e adolescentes, comunidades indígenas e afrodescendentes, vendedores/as ambulantes e outros trabalhadores/as informais, inclusive da construção civil. As remoções e os despejos forçados destes grupos sociais são as violações mais comuns no Brasil e em outros países sede de megaeventos”. Não se pode deixar ainda de discutir os inúmeros despejos de famílias (remoções involuntárias) em função das obras da Copa. Segundo o jornal The New York Times, cerca de 170 mil pessoas devem ser despejadas até a Copa do Mundo e a Olimpíadas, para dar lugar a intervenções urbanas para os eventos. Destaca-se que as indenizações estão bem abaixo do valor de mercado e, quando são oferecidas moradias, as casas ficam a até 60 km de distância do local de origem. Por fim, o dossier acima referido reúne casos de impactos e violações de direitos humanos nas obras e transformações urbanas empreendidas para a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, sobretudo nas áreas de moradia, trabalho, informação, participação e repre-

· Contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas. · Alteração na qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

Meio Biótico · Assoreamento de corpos hídricos. · Supressão ou alteração na composição florística de fragmentos florestais próximos..

Meio Antrópico – Tráfego · Elevação do fluxo de pedestres na área, com aumento de riscos de acidentes. · Aumento do número de usuários das linhas alimentadoras. · Aumento de filas e tempo de percurso de veículos.

sentação popular, meio ambiente, acesso a serviços e bens públicos, mobilidade e segurança pública.


Algumas ações de mitigação de impactos ambientais forma realizadas ainda em 2013, como a exigência, na contratação das estruturas temporárias para o entorno do estádio e Fan Fest, de requisitos de sustentabilidade, como lâmpadas com eficiência energética, instalações sanitárias que economizem água, uso de madeira certificada, tintas e adesivos à base de água e de baixa emissão de COV (Composto Orgânico Volátil), redução das áreas de ar condicionado, realização de coleta seletiva e reciclagem de

resíduos gerados. Existe ainda a proposta de pagamento por serviços ambientais, como programas de reflorestamento, e parcerias para projetos de compensação ambiental. Outra ideia, a exemplo da Rio+20, são contribuições financeiras de pessoas físicas e jurídicas para execução de projetos de compensação de emissões, já que o maior volume emitido provém dos espectadores. Em março de 2013 foi lançado o Mapa de Conflitos Ambientais de Minas Gerais, produzido por grupos de

pesquisa de três universidades mineiras: a Universidade Federal de São João delRei (UFSJ), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) mudando o termo impacto ambiental, o termo conflito ambiental pressupõe a existência de, pelo menos, dois atores sociais: aquele que causa o problema ambiental, decorrente de seus interesses político-econômicos, e aquele que se organiza, em atitude de contestação. O futuro dirá as verdadeiras consequencias.

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BARCELONA, PEP GUARDIOLA E TIKI-TAKA

AQUI NASCEU O MELHOR FUTEBOL DO MUNDO

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elhor futebol de sempre: brilhante, dominador e imbatível! Mesmo os mais críticos do modelo de Guardiola no FC Barcelona são incapazes de negar a qualidade do jogo da equipa catalã e a forma como se superiorizou a todos durante um bom período de anos. Vindo, e tendo apenas experiencia como treinador, das camadas jovens do mesmo Barcelona, contruiu, renovou e ampliou a ideia de jogo de Johan Cruijff também ele ex-jogador e treinador do Barça. Cruijff foi para muitos o maior pensador e um dos mais originais técnicos da história do futebol, sendo que investiu muito mais energias no ataque. Para ele não existia problema se sofresse 4 golos, desde que marcasse 5. Guardiola tamO brilhantismo no Barcelona da era de bém queria marcar os mesmos 5 golos, mas não quer sofrer nenhum Guardiola é indesmentível. O futebol praticado brilhante. Mas, replica-lo, e dessa obsessão por manter sempre a bola longe da sua baliza – para os clubes rivais, era uma tarefa A pressão constante sobre o esférico. A caça à bola é constante, impossível. O principal problema: como é imediatamente após a sua perda; isto assenta em dois princípios que eles faziam aquilo! basilares no modelo de jogo de Guardiola independentemente da tática: ter sempre a bola e recupera-la ainda na primeira fase de construção da equipa adversária, onde está mais vulnerável e se pode criar mais estragos. 54 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com


JULEN LOPETEGUI O QUE ESCREVIA O TECNICO DO FCP

SOBRE O AMIGO GUARDIOLA: MILAN, TÁTICA, MESSI E MARADONA

F. C. Barcelona

O atual treinador do FC Porto, durante uma curta pausa de treinador em 2009, assinava o blog “Lopeteguía” no jornal La Información, e nos seus textos abordou por diversas vezes o amigo a entigo companheiro no Barcelona. Num dos seus textos, possivelmente mesmo o mais popular, Lopetegui comparou o Barça de Pep ao Milan de Sacchi, descreveu uma lição do catalão e até convidou Maradona, o então selecionador argentino, a imitar Guardiola, e a usar Messi, como este era usado em Barcelona. “Jogadores diferentes fazem um futebol difer-

que r o deia a equipa, e consegue manter a mesma concentrada no mais importante, libertando-a de qualquer pressão que chegue de fora.” E continua: “Guardiola elevou à máxima expressão o significado da palavra ‘equipa’, e saiu-lhe na perfeição.” Como é facil perceber a paixão pelo coletivo do Basco já era aqui bem notada. E, nas suas crónicas Lopetegui aproveitou igualmente para elogiar a forma como Pep trabalhava com Messi e lhe “dava asas” ao contrario de Maradona , que retirava a magia ao craque argentino:” Porque o que Pep faz é sacar-lhe as pedras da mochila [as que Maradona havia colocado]. Tira-lhe peso e devolve-lhe o ar que necessita para fazer uma cueca, arrancar sem pensar, tentar uma loucura em solitário… A Guardiola não lhe falta exigência. É tremendamente exigente com os seus joga-

ente”, foi assim que o tecnico Basco começou o texto. “O onze de Guardiola é uma equipa, uma equipaça, que interpreta o futebol na perfeição quando não tem a bola.” Comparando de forma inequívoca o Barça 2009/2010 ao Milan de Arrigo Sacchi, que ficara na história, por causa da intensa pressão na hora de defender. Afirmando ainda: “É uma equipa que toda a gente sabe que joga bem. (…) Por cima de qualquer consideração, é uma equipa muito compacta defensivamente.” O jogo coletivo do Barça, dizia então, estava “acima de tudo”. Era isso que o cativava, era isso que ele gritava ao mundo: uma equipa de jogadores que estão na mesma página é mais importante do que uma com craques que muitas vezes resolvem recorrendo à arte individual. Uma clara alusão ao Real Madrid de Pellegrini e da sua constelação de estrelas, que na opinião do técnico do FC Porto, jogavam sempre individualmente e para si. Os elogios para o amigo Guardiola eram frequentes: “Encanta-me como Guardiola gere as distintas situações. Dá inteligência e equilíbrio a tudo o

dores, m a s também consigo mesmo. E Guardiola sabe que Messi é um tipo absolutamente responsável e auto-exigente.” Não é de estranhar então que hoje o tecnico Basco tente implementar o mesmo estilo do Barcelona/Guardiola ao FC Porto.

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“O NOME DE GUARDIOLA NÃO REPRESENTA SIMPLESMENTE MAIS UM HOMEM; ELE TEM VINDO A REPRESENTAR UMA FÉ, UMA CRENÇA, UMA FILOSOFIA; UMA FILOSOFIA QUE ALCANÇA O SUCESSO DE FORMA CONSISTENTE E AO MAIS ALTO NÍVEL˝ VIRENDRA KARUNAKAR

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regra dos 5 segundos, entra nesta logica, que quando a recuperação da bola não é imediata, é preciso recuar e “compactar” como uma parede em apenas 25 a 30 metros. O que para muitas equipas seria impossível, para o Barcelona de Pep, não o era, já que o posicionalmente entre os vários futebolistas é sempre muito próximo. O próprio Cruijff afirmou que “ o Barcelona ganha a bola tão rapidamente porque eles não precisam de correr mais que 10 metros”, e, isso é total mérito de Guardiola. Após a defesa em “parede” estar perfeitamente construída, a equipa como um bloco pressiona novamente, e dar o máximo sempre que o adversário controla mal a bola ou faz um passe errado ou menos certeiro. Existe uma outra “ordem” de Pep: os jogadores devem intensificar a pressão sempre que o jogador adversário se vira para a própria baliza. Isto restringe as suas ações e aumenta a possibilidade do erro. Na pior das hipóteses, a equipa ganha terreno, um pouco à imagem do rugby. A pressão nos jogadores adversário é feita segunda a regra 1:3, em que

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um dos jogadores ataca a bola, enquanto 3 jogadores cercam o portador da bola em forma de anel, com uma distancia de 3 ou 4 metros, oferecendo várias camadas de proteção e de reação aos movimentos da bola. No Barcelona, ao contrário da maioria das equipas, nunca foi ideia de Guardiola atacar a baliza adversária com tudo após a recuperação da bola. O Barcelona preferia reorganizar-se os seus jogadores em campo e movimentar a bola até encontrarem um passe de penetração para o centro da grande-área. A posse de bola, e o famoso Tiki-taka, é a imagem de marca de Guardiola, e baseiase em dois precipícios: se tens a bola, a equipa adversária não pode marcar - uma equipa curta e compactada como era a do Barcelona (e ainda o é com Luiz Enrique) ter a bola é uma necessidade absoluta. Em segundo, fazer a equipa adversária correr atras da bola, desgasta-a, o que irá faze-la cometer mais erros com o avançar do relógio. Tres jogadores foram fundamentais para o Barcelona de Pep: iniesta, Xavi e Messi. Sem os dois primeiros, a rotação da equipa não existiria; e sem Messi, não existiria a magia, e como sempre acontece no futebol, não se teriam resolvido as situações em que o coletivo não basta.


INIESTA, XAVI E MESSI FORAM AS TRÊS PEÇAS FUNDAMENTAIS PARA O ÊXITO DA EQUIPA DO FC BARCELONA DA ERA DE GUARDIOLA, TANTO INTERNAMENTE COMO NA EUROPA.

BARCELONA - AS TATÍCAS

OS VÁRIOS MODELOS TÁTICOS DA EQUIPA DE GUARDIOLA No principio havia o 4-3-3 Na primeira temporada no Barcelona, Guardiola operou a sua equipa pronominalmente no 4-3-3, seguro na posse da bole, movendo a bola constantemente do centro para as laterais e vice-versa, na constante procura do desequilíbrio da equipa adversaria, com uma rapidez de execução acima da média, com dois ataques no pico da forma, Thierry Henry e Samuel Eto’o, e o génio de Lionel Messi a despoletar. Atrás Sergio Busquets, promovido da equipe B ou Toure, como médios mais defensivos, e no centro do terreno Andres Iniesta e Xavi, uma dupla que era o motor da equipa. Com a saída de Eto’o e com a experiencia falhada de Zlatan Ibrahimovic como homem golo, Messi foi convertido a atacante centro. Uma decisão acertada já que os números na concretização de Messi dispararam – 200809 foi a última vez que Messi marcou menos de 49 golos em todas as competições. Este modelo tático abdicou do que vulgarmente é chamado de número 9 e de uma referência fixa na grande área, viveu sobretudo da mobilidade e do entendimento dos três homens da frente.

No ano seguinte, um novo ano de glória para a equipa do Barcelona, deu-se aquilo que se convencionou-se chamar-se troca por troca, David Villa ocuparia o papel de Henry fora de largura à esquerda após a partida do francês e Pedro iria assumir o cargo de largura direita – sendo que este ultimo ocupava um lugar muito intermitente no onze titular. Depois apareceu o 4-4-2 que se desdobrava no 4-1-3-2 Na última época de Guardiola à frente do Barcelona, apareceu um jogador que haveria de “obrigar” a mudar a conceção tática da equipa – Cesc Fabregas. Uma mudança para o 4-4-2 e a introdução do conceito de falso 9 e com a substituição de Pedro por Alexis Sanchez. Com a mobilidade dos homens da frente o modelo tático muitas vezes alterava-se para um 4-1-3-2 com Messi e Sanchez na frente. Alves na lateral e Abidal ao centro eram duas peças fundamentais para manter a fluidez de jogo e Busquets assumia para si um papel chave na manutenção dos equilíbrios. Do tempo de Guardiola no Barcelona haveria de ficar também a perceção que o jogo

ofensivo deve começar nos defesas e a boa qualidade destes com a bola nos pés é elementar para a equipa. Fica igualmente a qualidade das desmarcações e do jogo sem bola de todos os jogadores, na constante procura de oferecer linhas de passe. Por fim, salienta-se também a qualidade na recuperação de bola onde os jogadores funcionavam como um bloco coeso no desarme do jogador adversário portador da bola. Continua na pág. 64

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Desfazendo os mitos e as meias-verdades

CAFEÍNA & O AUMENTO DA PERFORMANCE DESPORTIVA Diogo Sampaio, Director e colunista da Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com

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cafeína é a “droga” mais consumida pela nossa sociedade. As bebidas energéticas, ao longo das últimas duas décadas, têm-se popularizado transversalmente entre atletas profissionais e amadores das mais diferentes modalidades.

O café e chás tornam ainda mais acessíveis o consumo de cafeína aos atletas, o que aumenta cada vez mais o duas importantes questões: os altos consumos que se verificam hoje de cafeína no desporto é seguro para a saúde dos desportistas? E a cafeína realmente melhorar o desempenho atlético? A cafeína é classificado como um estimulante do sistema nervoso central, e como todos nós sabemos, é genericamente usada para aumentar a excitação e atenção e para compensar a fadiga física e mental. Ela também tem efeitos no sistema cardiovascular, pulmonar e neuromuscular. Um número de atletas e treinadores consideram cafeína como um recurso ergogênico. Ou seja, em traços largos: a sua utilização pode melhorar o desempenho atlético. A cafeína foi o primeiro colocado no Comitê Olímpico Internacional (COI) como substância proibida em 1962, retirado em 1972, em seguida, de novo adicionada em 1984. Em 2003, a Agência Mundial Anti-Doping (WADA) cafeína foi por fim removida como uma substância proibida, considerando-se que o seu uso é apenas um “estimulante suave”. A NCAA, por seu lado, lista a cafeína como uma substância proibida, se e só se, os seus níveis na urina excederem 15ug / ml. Um nível bem elevado, ora vejamos: uma uma caneca de café forte iria apenas apontar entre 4-5 ug / ml, num atleta de 70 kg . Assim, quantidades moderadas de cafeína como a encontrada no café ou bebidas energéticas são unicamente considerados um auxílio ergogênico legal. E segundo estas entidade sem um forte impacto na performance dos atletas. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 59


A cafeína é classificado como um estimulante do sistema nervoso central, e é genericamente usada para aumentar a excitação e atenção e para compensar a fadiga física e mental. Efeitos da cafeína sobre o sistema neuromuscular e sobre as actividades de força e potência são confusas e muitos estudos contraditórios. Os estudos de laboratório sobre o tecido muscular mostram que a cafeína aumenta a força muscular. No entanto, as concentrações de cafeína utilizadas nestes estudos em animais excedem a razoabilidade de consumo; frequentemente com concentrações entre 100 a 500 vezes mais elevado do que os níveis de sangue encontrados em humanos, mesmo após o consumo excessivo de cafeína. O consenso actualmente é que a ingestão de cafeína por seres humanos com valores de aproximadamente 300 mg, um valor altíssimo, não tem nenhuma influencia sobre a força muscular ou poder de

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um atleta. Os poucos estudos credíveis que apontam em sentido do aumento de performance, diz que esse aumento é ligeiro, quase imperceptível e pouco notado em competição. Por outro lado, diversos estudos mostraram que a cafeína reduz a reacção, a decisão e os tempos de movimento, devido aos seus efeitos sobre o sistema nervoso centra. Este efeito pode ser benéfico em desportos como o Ténis ou futebol, onde reacções rápidas de movimento são cruciais. Deve salientarse a cafeína também pode afectar negativamente o controle do movimento. Aumentar o nervosismo e reduzir a firmeza dos músculos e afectar inclusive as habilidades motoras finas e os movimentos precisos. Isso em suma significa que prejudica o


o desempenho técnico de um atleta. A cafeína no futebol No futebol, a problemática da cafeína tem sido alvo de vários estudos recentes sobre os seus efeitos sobre o desempenho durante os jogos, sempre em competição simulada. Nestes estudos, quantidades moderadas de cafeína são dadas 60 minutos antes do exercício. Em geral, estes estudos mostram que o desempenho físico, especialmente durante as últimas fases do jogo pode ser melhorado. Isso inclui a velocidade e número de sprints, a capacidade de salto e a agilidade. A percepção do esforço parece ser mantida também. Isso se aplica a ambos os jogadores masculinos e femininos. Quanto ao desempenho técnico, os resultados são irregulares. Drible, passe e recepção melhorou apenas marginalmente em alguns estudos e não se verificou qualquer alteração. Assim, com base nos estudos de pesquisa, deve-se concluir que o uso de cafeína pode beneficiar o desempenho jogo. Em particular, o desempenho físico e esforço perto do final de um jogo pode ser melhorado.

Os perigos da cafeína Em primeiro lugar, é bem sabido que os utilizadores da cafeína podem desenvolver uma dependência fisiológica. Ao longo do tempo, como a cafeína é usado numa base regular, os efeitos benéficos muitas vezes diminuem. Além disso, as dores de cabeça, fadiga, náusea e irritabilidade tipicamente ocorrem em indivíduos com dependência de cafeína quando em abstinência. A dependência psicológica é também uma realidade. Um atleta que toma cafeína e tem um jogo excelente em breve poderá sentir que a cafeína é necessária a fim de competir. Sem ela, o desempenho será prejudicado. Assim, utilizando cafeína para melhorar o desempenho pode levar um jogador por uma ladeira escorregadia para tanto dependência fisiológica e psicológica. Em segundo lugar, a cafeína pode ter um número de efeitos secundários indesejados adicionais. Mesmo quantidades moderadas de cafeína pode causar ansiedade, nervosismo e o nervosismo em alguns jogadores, os quais podem prejudicar drasticamente o desempenho. Além disso, os padrões de sono podem sair prejudicados.

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Efeito dos alongamentos nos lances-livre Rodolfo R. Pires, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com

A

importância dos alongamentos e a influência que podem ou não nos lances livres, imediatamente antes do lançamento parece ter uma maior relevância ao que previamente se fazia supor. Um estudo desenvolvido Maria Silva e colegas “Efeitos imediatos do alongamento dobre o número de acertos e aprecisão do arremesso de Basquetebol”. Numa análise com vários atletas onde foram estatisticamente observados lançamentos sem e com lançamentos livres chegaram-se às seguintes conclusões: Na primeira análise (sem alongamentoou aquecimento) 8,25(DP=3,41) acertos. Onde 5,37(DP=2,82) foram cesta direta, 0,12(DP=0,35) tabela e cesta e 2,75(DP=1,83) aro e cesta, 1,62(DP=2,72) tabela e erro e 4,75(DP=2,12) aro e erro. No segundo dia de coleta estabeleceu-se 10,62 (DP=3,02) acertos com 6,87(DP=3,13) cestas diretas, 0,62(DP=0,91) tabela e cesta, 3,12(DP=1,64) aro e cesta, 0,87(DP=0,99) tabela e erro e 3,25(DP=2,60) aro e erro. A análise estatística dos acertos apontou p=0,01, para as cestas diretas p=0,06, para os arremessos com tabela e cesta p=0,05, aro e cesta p=0,37, tabela e erro p= 0,18 e aro e erro p= 0,02. Pode-se concluir, após estes resultados, que exercicios de alongamento, quando realizado imediatamente antes do lance-livre, aumenta a percentagem número de acertos.

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BAYERN DE MUNICH : SABER FAZER EVOLUIR UMA IDEIA!

A ANARQUIA TÁTICA… PARA OS ADVERSÁRIOS

M

unich viu chegar Guardiola numa altura em que tinha ganho tudo - campeonato, taça e Champions; mas os seus dirigentes queriam mais, queria dominar por uma década o futebol europeu. Para isso, Guardiola apostou numa formação 4-1-4-1. A tática imposta por Guardiola teve como objetivo explorar a profundidade do Bayern no meio-campo, especialmente em torno da capacidade de Toni Kroos para distribuir, circular em todo o meio do campo e igualmente assumir o papel de

organizador de jogo. Enquanto no Barça, Guardiola tinha jogadores de baixa estatura à sua disposição, que eram muito bons na posse; no Bayern tinha jogadores mais diretas e verticais como Thomas Müller, Arjen Robben e Franck Ribery o que permitia uma maior variação de passe curto com passe longo, tornando sempre imprevisível o que a equipa ia fazer num determinado momento. Philip Lahm, o melhor lateral-direito do mundo, foi “re-programado” para jogar como medio defensivo e passou a fazer dupla com Bastian Schweinsteiger. Esta mudança mostrou-se fundamental para criar o tipo de jogo que Guardiola tanto gosta e passa pela manutenção da bola o maior tempo possível e foi igualmente importante para a variação passes – entre curto e longo – bem como transportar o esférico em que Lahm é especialista. Rafinha, que ocupou a vaga deixada vaga por Lahm na direita também se mostrou um enorme trunfo para o ataque dado que passou a ocupar por diversas vezes os espaços deixados vagos por Ribery que passou habitar zonas mais centrais no campo.

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N

o segundo ano, e após o desaire nas meias-finais da Champions contra o Real Madrid, Guardiola fez alterações táticas na equipa, que já se vinham notando desde o final da época anterior. Guardio-

la passou então a usar o que aparentemente uma anarquia tática permanente, e assente em pelo menos quatro modelos de jogo usados pelo técnico espanhol: 4-2-3-1, 3-3-3-1, 3-4-3 e o 4-3-3. Em vários jogos recentes, principalmente após a lesão de Robben, Pep Guardiola tem mostrado uma preferencia para jogar em 4-3-3 desdobrando-se em 3-4-3 (figura 2). Com o retorno de ambos Holger Badstuber para a defesa e Philipp Lahm no meiocampo, deu o Bayern de Munique um dilema interessante no centro do meio-campo e uma exigência de que eles abordam onde David Alaba vai jogar? Contando ainda com Thiago Alcantara após paragem prolongada por lesão já regressou aos treinos e com Javi Martinez sempre à espreita. Mas talvez, estes dilemas não sejam assim tão relevantes: O Bayern de Munique funciona com um meio-campo com Schweinstegier, Lahm, e Alonso

BEM DEFENDER PARA MELHOR ATACAR Guardiola apostou em uma estratégia mais defensiva e com maior posse de bola, após a queda nas meias-finais com o Real Madrid. Voltou a cair na Champions, mas o sistema continua dinâmico e mais vivo do que sempre.

acrescentando Thiago para a profundidade e rotação. Adicionar David Alaba à mistura quando Juan Bernat joga e Bayern de

Pressionar 100% do jogo é impossível. Guardiola

Munique têm os seus dois extremos com um menor fulgor ou

entende-o na meia-final com o Real Madrid, onde caiu com uma goleada em casa. E, como o treinador espanhol bem entendeu, é preferível apostar na inteligência

QUATROS MODELOS DE JOGO: 4-2-3-1, 3-3-3-1, 3-43 E O 4-3-3 - MUTÁVEIS DE JOGO PARA JOGO E DURANTE OS JOGOS

e tática dos jogadores do que na força, que inevitavelmente se esgota com o decorrer do jogo. Então mudou, e alterou, aumentando significativamente o modelo de jogo da equipa alemã. O sistema táctico da equipa alterou-se para o 4-2-3-1 ou 4-1-4-1, mudando ainda para um 3-6-1, com Martinez a trinco, Rafinha e Lahm de alas, Kroos e Højbjerg no meio, Ribery/ Götze e Robben nas alas e Müller de falso nove como homem mais avançado. Muitas dessas ideias passaram para esta presente época, com significativos ganhos

lesionados. Junta-se a isso, o fato de que Mario Götze, que tem

em golos sofrido e na posse de bola. Os números são

funcionado durante toda esta época como um extremo esquerdo,

interessantíssimos, uma vez que demonstram de forma

Lewandowski no meio e Müller no lado direito. Obviamente,

clara a mentalidade mais defensiva de ainda maior

Ribery e Robben nas alas quando em condições físicas. As equi-

posse de bola da equipa alemã, Ao todo, e no mesmo

pas de Guadiola têm sempre uma enorme capacidade de reter a

período, são menos 12 golos sofridos. E subindo em

bola, passando entre os vários jogadores o esférico, escondendo-

média mais 10% no índice de posse de bola, cifrando-

a, conseguindo com isso progredir no terreno e criar situações

se agora nos 71%. Elevando para um outro patamar a

de golo, ou adormecer o adversário e apostar na verticalidade: A

ideia que as “equipas de Guardiola jogam e não deixam

Verticalidade tenta unir na perfeição dois polos distintos: a pos-

jogar, porque o adversário nunca tem a bola“. Os

se de bola e o jogo direto. A Verticalidade mistura elementos de

extremos são fundamentais neste processo, recuando

jogo direto e posse, tornando-o mais atacante e mais agressivo

sempre que a equipa perde a bola, principalmente

que o vulgo “tiki-taka” sem que para isso se perca a capacidade

quando a equipa joga com 3 defesas; uma das princi-

de reter a bola e se coloque a equipa em apuros de uma forma

pais características da forma de trabalhar de Guardiola

fácil. A Lateralização do jogo – bola jogada para os lados, para

é convencer os seus jogadores de que o importante é o

desequilibrar a posição dos defesas e encontrar espaço; quando

colectivo e só as dinâmicas de grupo interessam, deix-

isso não acontece, a bola deve ser jogada para a frente em um

ando para segundo plano as necessidade e ambições

passe longo para rapidamente encontrar os avançados, e num

pessoas de cada futebolista – já assim tinha acontecido

espaço de segundo ultrapassar todo o miolo do terreno, normal-

em Barcelona.

mente sobrepovoado no futebol moderno.

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Arbitragens – calculando a influência da

FADIGA

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ERROS

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Arbitragens, Desgaste e Erros

EXIGÊNCIAS FÍSICAS DAS ARBITRAGENS Marcos P. Guedes, especialista e analista do fenómeno desportivo contato@desportoeesport.com Nas últimas duas décadas e meia, o futebol profissional experienciou um significativo avanço nas exigências físicas requeridas pelos atletas - maior intensidade nos jogos e treinos. Por exemplo, apenas de 2002 para 2006 o número de spints aumentou 50%. Nesse mesmo período, os médios centro passaram de 10 para 12km percorridos por jogo.

Hoje, em média, percorrem 16 km. Neste contexto do futebol atual, é plausível assumir que a exigência física dos árbitros também tenha sofrido um aumento significativo. Um tema pouco tratado, mas fundamental, para melhor compreender e definir um treino adequado para uma melhor adaptação dos profissionais de arbitragem à potência aeróbia e a potência anaeróbia dos jogos de futebol moderno. E ainda mais relevante, se pensarmos que os árbitros apresentam em média 15-20 anos a mais que os jogadores. E, em muito campeonatos, se trabalha num nível de semiprofis68 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

sionalismo.Os mais recentes estudos demonstraram que os árbitros de elite do campeonato italiano (série A) são os que percorrem maior distância durante os jogos (~13 km), seguidos pelos árbitros europeus que das competições europeias (UEFA) (~11,5 km). Alguns estudos internacionais reportaram que durante partidas oficiais os mesmos se deslocam entre 41,8 e 73,8% do tempo em baixa intensidade (3-13 km/h), 11 a 46,3% em média intensidade (>13-18 km/h) e 4,1 a 17,7% em alta intensidade (>18 km/h). Somado a isso, a cada quatro segundos, aproximadamente, há alteração no modo de deslocamento,

totalizando ~1.300 mudanças. Desse total ~45% e ~12%, respetivamente, ocorrem em baixa e alta intensidade. Assim, temos de considerar que aumento das exigências físicas do futebol, é facilmente imaginável que o condicionamento físico dos árbitros influencie a qualidade da sua arbitragem. E, o número de erros por jogo. Principalmente nos últimos 25 minutos. É importante salientar que pelo fato do futebol ser uma modalidade acíclica aberta, diversos fatores devem influenciar o volume de deslocamento do árbitro na partida, tais como o padrão tático das equipes, condições climáticas, situações específicas de jogo, estado de fadiga dos jogadores, entre outros. Na tabela 1, podemos ver o desgaste do campeonato Brasileiro


Tabela 1 – Exigência física dos árbitros nas partidas de futebol profissional Brasileiro

Fazendo um curto resumo dos dados da tabela 1 A distância percorrida, a velocidade e a frequência cardíaca foram, respectivamente, 10,50 ± 0,35 km, 6,43 ± 0,26 km/h (média), 19,84 ± 1,56 km/h (máxima), 162,77 ± 7,44 bpm (média) e 182,22 ± 7,72 bpm (máxima). Foi evidenciada correlação significativa entre o VO2máx e a distância percorrida no segundo tempo (r = 0,517) (p < 0,05). O VO2máx também apresentou correlação com a velocidade

“Pelo facto do futebol ser uma modalidade aberta, diversos fatores devem in-

fluenciar o volume de deslocamento do árbitro na partida, tais como o padrão tático das equipes, condições climáticas, situações específicas de jogo, estado de fadiga dos jogadores, entre outros” máxima de deslocamento (r = 0,506) (p < 0,05). Já o percentual de gordura apresentou correlação negativa com a velocidade máxima no segundo tempo (r = -0,471) (p < 0,05). Sendo que a idade dos árbitros, quando com-

parada com a dos atletas, é superior em cerca de 10 anos, um valor inferior ao encontrado em outras modalidades. Os dados apresentados referem-se ao estudo de A. Vieira e colegas “O nível de aptidão física afeta o desempenho

Em diversos estudos, foi detectado uma correlação positiva entre o desempenho da arbitragem e o VO2máx (r = 0,530) (p < 0,05). Com relação ao percentual de gordura, o mesmo apresentou correlação negativa com o desempenho do árbitro em (r = -0,496) (p < 0,05). Relativamente à hipótese inicial de que a aptidão física influencia o número de erros dos árbitros, o mesmo estudo acima referido confirma essa mesma hipótese: “ Sendo o futebol dependente, de forma predominante, do metabolismo aeróbio, é plausível especular que a maior potência aeróbia dos árbitros maximize a sua movimentação durante a partida, permitindo o acompanhamento das jogadas de forma mais precisa. Além disso, a capacidade cardiorrespiratória adequada

maximiza a recuperação entre esforços intermitentes de alta intensidade, que são característicos do futebol moderno. Isso pode facilitar o deslocamento do árbitro na partida, sem prejuízo no desempenho das ações em intensidade alta (>18 km/h) e máxima (>24 km/h).Somado ao exposto anteriormente, o baixo percentual de gordura favorece o maior O2 relativo, além de beneficiar ações relacionadas ao desenvolvimento de força rápida, como sprints de curta duração (15-20 m) em

velocidade máxima (>24 km/h). Em contra partida, o excesso de peso e gordura corporal poderia afetar, negativamente, o padrão de movimentação dos árbitros e, por consequência, o julgamento das jogadas. Em lances decisivos e polêmicos, esse acompanhamento poderá determinar o resultado da partida.” Um treino e preparação adequadas é indispensável para eliminar ou precaver erros; assim como no futuro pode ser importante repensar (diminuir) a idade limite de 45 anos. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 69


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WWW. DESPORTOEESPORT.COM AS MATÉRIAS MAIS LIDAS DO BLOG Messi vs. Ronaldo: Quem toma Melhores Decisões?

NBA: Estamos a chegar ao limites fisicos?

O impacto psicologico das lesões

Futebol Zona 14: o que é?

Estatisticamente quem é o melhor guarda-redes do mundo?

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Gabriella Silva em 2011 anunciou a sua aposentadoria precoce da natação com apenas 24 anos

APOSENTADORIA NA VIDA DE EX ATLETAS “A aposentadoria atlética pode causar dificuldades financeiras, psicológicas e ocupacionais. O esforço de muitos deles em manter-se na função exercida se justifica pela necessidade de postergar a exclusão social pela inatividade, por não saber exercer outra função e, desta forma, glorificar a si mesmo. Atletas que se identificam com seus papéis de atleta são aqueles que tem mais dificuldades com a vida pós-esporte.” .

Samira Saint Martin Psicóloga esportiva. Especialista em Terapia Cognitiva. samira.psicologia@gmail.com 72 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

O

tema aposentadoria tem despertado discussões em diversos campos profissionais. Especificamente na Psicologia, destacam-se estudos sobre as percepções sociais formuladas sobre esse conceito, questões relativas ao envelhecimento, reflexões sobre o lugar do trabalho para o homem e a sociedade e as decorrências psicológicas resultantes da dificuldade de adaptação frente ao rompimento com o trabalho. Decisões, mudanças e dúvidas vocacionais aparecem não somente no momento da adolescência. Enquanto para muitos as decisões e mudanças profissionais são vividas de forma mais tranquila, para outros é muito difícil tanto se comprometer com escolhas profissionais, quanto enfrentar períodos de mudança e indecisão.


Michael Jordan, indiscutivelmente um dos melhores basquetebolistas de sempre, soube como ninguém adaptar-se à “reforma desportiva”, criando um império de sucesso, e com uma fortuna avaliada em mais de 500 milhões de dólares.

Ao se pensar em uma carreira no esporte, muitos atletas a iniciam ainda crianças. A carreira esportiva é composta de uma sequência de fases, com períodos de transição, identificados como: a transição do esporte infantil para o juvenil, seguida da transição para o júnior e em seguida para o adulto; a transição do esporte amador para o profissional e a transição da carreira esportiva para uma vida pós esporte. A carreira esportiva em relação a outras é muito curta e o impacto do término desta, necessita de grandes ajustes na vida dos atletas. Muitos deles no final da carreira se conscientizam de que não foram preparados para uma vida pós-esporte, porque isso acarreta mudanças nos aspectos financeiro, social e psicológico dos ex atletas. A qualidade da transição de carreira esportiva e a adaptação à vida pós esporte depende de fatores atléticos e não atléticos. Os fatores atléticos são: o término de carreira voluntário e gradual, a avaliação subjetiva da realização das metas esportivas, planos de vida pós-esporte, e identidade atlética. Os fatores não atléticos são: idade e nível educacional. Sua influência pode resultar numa transição bem sucedida ou em dificuldades no nível psicológico, físico, social e ocupacional. Essa qualidade de transição também depende da influência de alguns fatores específicos, tais como; a causa da aposentadoria, o grau de identificação com o esporte (identidade atlética), oportunidades de emprego e educação acadêmica na nova vida, qualidade do suporte social, rede social dentro e fora do meio esportivo, habilidade para manter o status e administrar seus negócios. Dependendo da presença destes fatores, a transição para o término da carreira esportiva pode levar a um sentimento de início de uma vida nova, ou em uma dificuldade de adaptação a este

a este novo momento. Efetivamente o atleta não aposenta quando deixa seu esporte, pois não existe um sistema previdenciário próprio para essa categoria, devido ao curto tempo da carreira. Ele simplesmente pára de jogar e tem que enfrentar a vida fora do esporte, caso não tenha economias e patrimônio suficientes à subsistência própria e familiar ao longo da vida. Ele precisa dedicar-se aos estudos, conseguir um trabalho e vincular-se à Previdência Social de tal forma que ao completar o tempo legalmente estabelecido para aposentadoria no país, possa conseguir seus benefícios. A aposentadoria atlética pode causar dificuldades financeiras, psicológicas e ocupacionais. O esforço de muitos deles em manter-se na função exercida se justifica pela necessidade de postergar a exclusão social pela inatividade, por não saber exercer outra função e, desta forma, glorificar a si mesmo. Atletas que se identificam com seus papéis de atleta são aqueles que tem mais dificuldades com a vida pós-esporte. O planejamento financeiro também é uma preocupação, porque devido a uma mudança no salário, muitos não conseguem manter o padrão de vida que costumavam ter, como por exemplo, os jogadores de futebol e os altos salários que recebem quando estão em atividade. O término de carreira esportiva tem suas consequências positivas ou negativas de acordo com os fatores que levam o sujeito a iniciar essa nova etapa em sua vida e sua capacidade de enfrentamento. O processo de planejamento da aposentadoria do esporte e reorientação para uma nova atividade mostram ser importantes, apresentando também uma adaptação mais fácil à nova fase da vida do que os atletas que não a fazem. Apesar de a aposentadoria ser tanto um momento de crise como de alívio para o atleta, tudo isso depende de como cada um se posiciona diante deste momento.

Ronaldo, o fenómeno, é também um excelente exemplo de um atleta que soube reganhar uma nova vida profissional após reforma, mantendose no negócio do futebol.

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OS PILARES 2014/2015

ÊXI

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BENFIQUISTAS PARA O

ITO

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Benfica Ricardo Reis, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com

34

O êxito de uma ideia! O BiCampeonato conquistado pelo Benfica é o triunfo de uma ideia de futebol. Para o bem e para o mal, Jorge Jesus nos seus já seis anos ao comando da equipa da capital, criou e construiu uma ideia de jogo, assente em princípios basilares, que para o futebol nacional, parece perfeito. E galvanizante, tanto para os adeptos encarnados, quer para os próprios jogadores. A debandada dos melhores jogadores no início da época e um menor fulgor na capacidade para investir em novos jogadores, fez que nesta presente temporada, que a continuada ideia de jogos de Jesus se tenha tornando ainda mais crucial para o êxito na conquista do título.

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a

BiCampeão

O manto protetor Os adeptos benfiquistas, principalmente no último terço, foram incansáveis no apoio, tanto em casa como fora, o que fez com que a equipa encarnada “jogasse sempre em casa”. E, nos momentos, em que os jogadores benfiquistas relaxaram foram fundamentais para os acordar e revitalizar para os jogos, eliminando na raiz possíveis dissabores. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 77


Jorge jesus & Luís Filipe Viei

Uma dupla de suces O sentido da estabilidade

O significado da real importância da conquista do bicampeonato é ainda incerto, e apenas no futuro se poderá adivinhar se este foi o cio de uma nova era do futebol português ou apenas um curto hia domínio de três décadas do FC Porto. No entanto, ninguém melho o presidente Vieira, entende o sucesso “mediático” e “politico” de dois campeonatos ao rival do norte, e pela primeira vez desde 94, los em corrida direta. Vieira foi capaz de entender o peso de Jesus amadurecimento de uma “estrutura” capaz de receber e superar f embates, mesmo quando a vitória não apareceu e, muitos dos que gabam e elogiam o atual técnico encarnado, pediam o seu despedim Resistindo a tentações do passado, Vieira manteve Jesus, e com iss esteve sempre mais perto de renovar e ganhar novos títulos.

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ira

Dois jogadores mais importantes que todos os outros

sso

é o iníato do or que retirar vences no fortes hoje mento. so

Jonas A surpresa

Jonas, pouco amado em Valencia, chegou ao Benfica a custo zero e com muitas desconfianças dos adeptos benfiquistas. Mas, todas as incertezas rapidamente desapareceram; com os golos, que o puseram lado a lado com Jackson pela conquista da Bota de Ouro, para além da importância dada ao jogo da equipa encarnada, tanto na mobilidade ao ataque como na ajuda ao meio campo.

Luisão O capitão

Vindo do cruzeiro em 2003/2004, o capitão do Benfica, capturou em si uma “alma” encarnada que lhe permitem à equipa encarnada ter dentro de campo uma extensão do técnico e um líder dentro das quatro linhas e enquanto a partida decorre. A sua voz de comando, e exibições e performances desportivas que vêm melhorando com a idade, fazem dele o principal pilar da boa prestação defensiva

A importância da consistência “Um campeonato é uma prova de regularidade” – uma “verdade lapalissiana”, mas que faz todo o sentido usar para definir a época interna da equipa encarnada. A consistência é a chave para a regularidade. O mesmo presidente, o mesmo técnico e uma base de plantel que transitou de uma época para a outro constituíram um forte pilar para conquistar uma consistência chave, principalmente nos jogos contra os rivais – FC Porto, Sporting e Braga. A isto soma-se ainda a experiencia de Júlio Cesar; com defesas absolutamente decisivas em jogos e em momentos chaves do campeonato. Nomeadamente no dragão, contra o FC Porto, um jogo que se mostrou decisivo para as contas finais da tabela classificativa.

#Colinho? As arbitragens tornaram-se num dos principais temas de conversa deste campeonato, de tal modo que virou hashtag nas redes sociais - #Colinho. Converter em pontos os vários erros dos vários clubes de uma liga como à portuguesa é absolutamente impossível, assim como avaliar, a influência desses mesmos erros na tabela final. Assim, dizer que foram “o colinho” que levou o Benfica ao BiCampeonato é tão errado como afirmar que não é necessário criar-se mecanismos para que, por exemplos, as nomeações dos árbitros e a forma como são feitas não necessitam de maior esclarecimento, e uma forma de criar finalmente nos adeptos uma justiça nos jogos, mesmo que existam erros.

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FUTEBOL:

UM JOGO DE DECISÕES T ENTENDENDO OS PRINCÍPIOS TÁTICOS DO FUTEBOL MODERNO Israel Teoldo; João Vitor Assis; Felippe Cardoso Israel Teoldo Costa é doutorado em ciências do desporto, e possui trabalhos acadêmico publicado na área abordada pelo artigo israelteoldocosta@gmail.com Ao longo das últimas décadas houve uma revolução na forma de se entender e pensar o jogo de futebol, o conhecimento que antes era empírico, passou a ser consolidado a partir de constatações e análises científicas dos dados. O jogo e suas componentes (físicas, técnicas, táticas, psicológicas) passaram a ser amplamente estudadas, desta forma iniciou-se a era da informação no futebol. Com as informações coletadas e analisadas os profissionais que trabalham no futebol começaram a realmente entender o jogo, organizando suas sessões de treino e aperfeiçoando as principais capacidades dos jogadores em busca da excelência esportiva, individual e da equipe. Para que os jogadores possam atingir a excelência esportiva, os mesmos devem aprimorar todas as quatro principais componentes do jogo: físicas, técnicas, táticas, psicológicas. Contudo, a componente que vai guiar a elaboração das sessões de treino e sistematizar todo o comportamento dos jogadores é a componente tática. Isso ocorre, pois, os primeiros problemas enfrentados pelos jogadores são de natureza tática. Assim, a melhoria da capacidade tática na “leitura de jogo” irá influenciar as demais componentes do jogo além de propiciar uma melhor realização dos comportamentos dos jogadores na ocupação e/ou na criação de espaços para os companheiros, relacionando-se diretamente com o objetivo do jogo de futebol, marcar o gol e evitar sofrer o gol. Para facilitar didaticamente o ensino e a compreensão das capacidades táticas do jogo, a literatura vem preconizando que o treinamento seja pautado na compreensão e no desenvolvimento 80 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com dos princípios táticos do jogo.


TÁTICAS

A ORGANIZAÇÃO E O ENTENDIMENTO DO JOGO DE FUTEBOL A PARTIR DE PRINCÍPIOS Os princípios táticos de jogo se originam de uma construção teórica e se concretizam nos comportamentos dos jogadores no campo de jogo. Eles têm por característica a simplicidade de transmissão dos conceitos inerentes à tática, a consciência dos jogadores sobre estes conceitos e a seleção e execução da ação em relação estreita com as capacidades motoras. Quando associados a componente tática, estes princípios trazem normas de base através das quais os jogadores, em grupo, individual ou coletivamente, orientam seus comportamentos durante o desenvolvimento das fases (ofensiva e defensiva) e transições de jogo. Para Garganta e Pinto (1994), os princípios táticos podem ser definidos como um conjunto de normas sobre o jogo que proporcionam aos jogadores a possibilidade de atingir rapidamente soluções táticas para os problemas advindos da situação de jogo que defrontam. Por possuírem esse caráter, os princípios táticos precisam ser subentendidos e estar presentes nos comportamentos dos jogadores durante uma partida. Para facilitar a transmissão dos princípios por parte dos treinadores e a compreensão dos mesmos pelos jogadores, torna-se imprescindível o entendimento da organização e da estrutura destes princípios em categorias. Na literatura pode-se encontrar diferentes designações para se referir e caracterizar os princípios. Contudo, percebe-se certa harmonia das ideias em volta dos constructos teóricos os quais relacionam a organização tática dos jogadores no campo de jogo com base em quatro categorias de princípios: gerais, operacionais, fundamentais e específicos. A figura abaixo apresenta a proposta de Teoldo e colaborados (2009) para três das quatro categorias de princípios táticos. Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 81


Massimiliano Allegri e Luiz Enrique são os dois técnicos finalistas da Liga dos Campeões, e como tal, dois dos melhores treinadores de futebol do Mundo!

Nesta organização, destacamse características importantes para cada categoria de princípios táticos do jogo. Os princípios gerais recebem essa denominação pelo fato dos comportamentos a ele relacionados, serem comuns às diferentes fases do jogo e às regras de ação presentes em vários esportes coletivos de invasão e às outras categorias de princípios – operacionais, fundamentais e específicos. Assim, as regras de ação destes princípios são pautadas em três conceitos advindos das relações espaciais e numéricas entre os jogadores da equipe e os adversários nas zonas de disputa pela bola; sendo eles: i) não permitir a inferioridade numérica, ii) evitar a igualdade numérica e iii) procurar criar a superioridade numérica. Os princípios operacionais se relacionam a conceitos e atitudes pré-definidas e comuns para as duas fases do jogo, sendo na defesa: i) anular as situações de finalização, ii) recuperar a bola, iii) impedir a progressão do adversário, iv) proteger a baliza e v) reduzir o espaço de jogo adversário; e no ataque: i) conservar a bola, ii) construir ações ofensivas, iii) progredir pelo campo de jogo adversário, iv) criar situações de finalização e v) finalizar à baliza adversária. Já os princípios fundamentais representam um conjunto de regras básicas que orientam as ações dos jogadores e da equipe nas duas fases do jogo (defesa e ataque), com o objetivo de desequilibrar a organização da equipe adversária, promover a organização da própria equipe e permitir que os jogadores intervenham de maneira apropriada nos espaços mais críticos do campo, que dizem respeito ao local onde estão a bola e o centro de jogo. Os princípios fundamentais são categorizados por Teoldo e colaboradores (2009) em cinco princípios para 82 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

cada fase de jogo condizentes com os seus objetivos, sendo na defesa: i) contenção, ii) cobertura defensiva, iii) equilíbrio, iv) concentração e v) unidade defensiva; e, no ataque: i) penetração, ii) mobilidade, iii) cobertura ofensiva iv) espaço e v) unidade ofensiva. A quarta categoria de princípios, refere-se aos princípios específicos. Estes princípios com o próprio nome diz, advém de uma forma específica de se jogar e conceber o jogo, estando diretamente relacionados com as ideias de jogo do treinador/ professor e com o modelo de jogo adotado por uma equipe. Assim, não há contornos definitivos que permitem organizálos e classificá-los como os demais princípios presentes nas primeiras três categorias. Uma vez conhecidas estas quatro categorias de princípios o professor deve então organizar os seus conteúdos para o processo de ensino na diferentes fases de formação dos jovens jogadores. Assim, recomenda-se que os princípios gerais sejam ensinados a partir dos 6/7 anos de idade quando as crianças no seu processo maturacional e de desenvolvimento motor, cognitivo e social, deixam a fase egocêntrica e passam para a uma fase de maior sociabilidade. Como estes PARA QUE OS JOGADORES POSSAM ATINGIR A EXCELÊNCIA ESPORTIVA, OS MESMOS DEVEM APRIMORAR TODAS AS QUATRO PRINCIPAIS COMPONENTES DO JOGO: FÍSICAS, TÉCNICAS, TÁTICAS, PSICOLÓGICAS.

princípios têm por base conceitos que necessitam da presença de outras crianças para sua operacionalização e compreensão, seria improdutivo tentar ensiná-los durante a fase egocêntrica da criança. Aliados aos princípios gerais, os princípios operacionais também devem ser ensinados nos primeiros anos de experimentação esportiva da fase de maior socialização da criança; isto porque as regras de ação presentes nestas duas categorias de princípios são responsáveis por facilitar a compreensão da lógica do jogo. Por se tratar de regras que utilizam operações concretas, espera-se que através da disseminação e compreensão dos seus conceitos os alunos sejam capazes de aprender o jogo e desenvolvê-lo em contexto formal e informal. Na sequência, os princípios fundamentais do jogo devem ser introduzidos no processo de ensino do jogo de Futebol. Como estes princípios requerem pensamento abstrato e testagem de hipóteses para o preenchimento de espaço e movimentação em campo, os mesmos devem ser ensinados por volta dos 12/13 anos, quando o estágio de desenvolvimento cognitivo da criança já estará maduro ou em fase final de maturação.


Figura 2: Princípios Táticos do Jogo de Futebol propostos por Teoldo et al. (2009)

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Instrumentos de detecção da componente tática em jogadores de futebol durante o processo de formação Identificar jogadores talentosos para o futebol é algo importante para a manutenção do rendimento na modalidade. Quanto antes se identifica estes jogadores mais tempo se tem para desenvolvê-los e possibilitar que o seu “talento” siga se atualizando. Na literatura alguns instrumentos têm sido propostos e permitem avaliar as capacidades táticas e decisórias dos jogadores de futebol de diferentes idades, estes instrumentos podem auxiliar aos pesquisadores e treinadores a identificarem jogadores talentosos desde muito cedo. O primeiro instrumento a ser utilizado já nos primeiros anos de formação no futebol (6 a 7 anos de idade) foi desenvolvido por pesquisadores alemães coordenados pelo Prof. Dr. Klaus Roth. O instrumento é denominado KORA, e permite avaliar o desempenho tático em todos os jogos esportivos coletivos. O KORA permitem avaliar dois parâmetros inerentes às capacidades táticas: oferecer-se e orientar-se (O.O) e reconhecer espaços (R.E). No conjunto de atividades e jogos que são aplicados para oportunizar tarefas táticas, o primeiro refere-se 84 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

percepção do jogador em obter a ótima posição no momento exato; e o segundo corresponde à capacidade do jogador em reconhecer as chances para se chegar ao gol. Esses dois parâmetros táticos são comuns às modalidades esportivas nas quais as estruturas do jogo se caracterizam pela invasão do campo adversário, apresentam situações de oposição e colaboração e solicitam a utilização de habilidades técnicas realizadas com os pés, mãos e raquetes/bastões. O objetivo da avaliação é determinar o nível de inteligência de jogo e de criatividade tática, pelo que os dois parâmetros são avaliados sob as perspectivas dos pensamentos convergente e divergente e suas relações com a inteligência e a criatividade tática, respectivamente. A partir dos 08 anos de idade quando se encerra a fase egocêntrica da criança, torna-se possível avaliar suas capacidades táticas e decisórias a partir de critérios um pouco mais complexos. Neste contexto, surge o Game Performance Evaluation Tool – GPET (GARCÍA-LÓPEZ et al., 2013).internacional, transporte terrestre, cerimônias, entre outras. Neste contexto, surge o Game Performance Evaluation Tool – GPET (GARCÍA-LÓPEZ et al., 2013). O GPET é um instrumento que permite

avaliar as tomadas de decisões táticas dos jogadores e o seu nível de eficiência e eficácia nestas tomadas de decisões no jogo. Esta avaliação é realizada em duas situações durante o jogo: on-the-ball (ações com bola) e off-the-ball (ações sem bola), e permite avaliar as equipes que estão atacando e defendendo. O GPET avalia ainda o desempenho no jogo em dois níveis diferentes. No primeiro nível, avalia a adequação das ações para os problemas táticos ou demandas situacionais. No segundo nível, o GPET avalia de modo separado os componentes cognitivos de desempenho nas tomadas de decisão dos componentes de desempenho referentes à execução das habilidades motoras. Os resultados fornecidos pelo GPET possibilitam o entendimento da qualidade da tomada de decisão tática dos jogadores no jogo sendo um instrumento de avaliação importante, e de grande relevância de utilização em categorias mais novas (i.e. dos 08 até os 12 anos de idade). Após os 12-13 anos de idade a criança já é consegue pensar abstratamente o seu conhecimento acerca da complexidade do jogo aumenta. Desta forma, os critérios para avaliação dos seus comportamentos frente às demandas do jogo devem ser compreendidos em aspectos mais minuciosos. Assim a avaliação baseada nos princípios táticos fundamentais demonstra-se de grande valia. Para esta avaliação, o instrumento que tem sido utilizado é o Sistema de Avaliação Tática no Futebol - FUTSAT desenvolvido pelo professor Israel Teoldo da Costa coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol da Universidade Federal de Viçosa. O Sistema de Avaliação Tática no Futebol - FUT-SAT foi concebido com o intuito de propiciar aos treinadores, professores e investigadores um meio de aceder, com maior especificidade e objetividade, às informações que refletem comportamentos táticos desempenhados pelos jogadores em situações de jogo.


A sua estrutura conceptual está alicerçada nos princípios tácticos fundamentais do jogo de Futebol. Estes princípios foram eleitos por representarem os aspectos centrais do processo de ensino e treino das capacidades táticas. Além disso, esse conjunto de princípios possui medidas objetivas da movimentação dos jogadores consoante à gestão do espaço de jogo por eles realizada. Além disto, a presença destes princípios na estrutura central do FUT-SAT ajuda a compreender a organização tática do jogo, uma vez que a dinâmica das suas interações e aplicações operacionaliza e caracteriza tanto o modelo quanto o nível de jogo das equipes. Assim, o FUT-SAT é um instrumento que permite a avaliação dos comportamentos e desempenhos táticos dos joga-

acompanhamento do desenvolvimento dos jogadores e equipes. Ele permite ainda quantificar o desempenho tático dos jogadores e os percentuais de acerto e erro deles em cada um dos princípios táticos ou no jogo de modo geral. O FUT-SAT permite também uma avaliação do conhecimento tático processual dos jogadores. Alguns estudos utilizando este instrumento tem sido conduzidos pelo Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol (NUPEF), na Universidade Federal de Viçosa, coordenado pelo Prof. Dr. Israel Teoldo da Costa. Nestas pesquisas, a utilização do FUT-SAT permitiu encontrar resultados pertinentes quanto à i) comparação do conhecimento tático processual dos jogadores entre categorias; ii) o efeito da idade relativa

DENTRE OS INSTRUMENTOS CITADOS ACIMA, ATUALMENTE TEM O FUT-SAT VEM GANHANDO UM GRANDE DESTAQUE NO DIA A DIA DOS CLUBES DE FUTEBOL E NOS LABORATÓRIOS DE PESQUISA. ISTO ACONTECE, POIS ESTE INSTRUMENTO É UTILIZADO COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS TÁTICOS INDIVIDUAIS E OU COLETIVOS, ALÉM DE SERVIR COMO INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DOS JOGADORES E EQUIPES. ELE PERMITE AINDA QUANTIFICAR O DESEMPENHO TÁTICO DOS JOGADORES E OS PERCENTUAIS DE ACERTO E ERRO DELES EM CADA UM DOS PRINCÍPIOS TÁTICOS OU NO JOGO DE MODO GERAL.

dores de futebol em situações de jogo. Permite ainda a avaliação da qualidade dos comportamentos realizados, o local de realização das ações no campo de jogo e seus respectivos resultados para a equipe. Apontamentos e tendências de estudos com FUT-SAT. Dentre os instrumentos citados acima, atualmente tem o FUT-SAT vem ganhando um grande destaque no dia a dia dos clubes de futebol e nos laboratórios de pesquisa. Isto acontece, pois este instrumento é utilizado como ferramenta de avaliação dos comportamentos táticos individuais e ou coletivos, além de servir como instrumento de

no desempenho tático dos jogadores; iii) variação do desempenho tático dos jogadores de acordo com o resultado do jogo iv) variação do desempenho e comportamento tático em relação aos estatutos posicionais do jogadores; v) influência de constrangimentos nos jogos (como na utilização de jogadores curingas) nos comportamentos dos jogadores e, vi) relação entre as capacidades perceptivo-cognitivas e desempenho tático dos jogadores. Na próxima página apresentaremos algumas das principais conclusões do trabalho: Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 85


i) Comparação do conhecimento tático processual dos jogadores entre categorias: Os resultados apontaram diferenças no comportamento tático de jogadores de futebol em diversas categorias. Os jogadores das categorias maiores apresentaram maior eficiência de realização nos princípios táticos ofensivos e defensivos, quando comparados aos jogadores de categorias menores. Isso demonstra a importância do processo de treinamento deliberado para a qualificação e formação de jogadores com melhor proficiência tática. ii) O efeito da idade relativa no desempenho tático dos jogadores: Foram encontrados resultados que mostraram que para jogadores de uma mesma categoria o período de nascimento não influencia na eficiência tática defensiva e ofensiva dos mesmos, apontando que o efeito da idade relativa não interfere no desempenho tático dos jogadores. iii) Variação do desempenho tático dos jogadores de acordo com o resultado do jogo: Em pesquisas que compraram o desempenho tático dos jogadores das equipes perdedoras e vencedores, os resultados mostraram que jogadores da equipe vencedora apresentaram um elevado desempenho tático defensivo e ofensivo. iv) Variação do desempenho e comportamento tático em relação aos estatutos posicionais do jogadores: Pesquisa com jogadores de futebol da categoria sub 15, identificaram não haver diferenças no comportamento tático entre jogadores de diferentes estatutos posicionais, demonstrando que o nível de conhecimento tático do jogador não varia significativamente em função das diferentes posições. Isto se deve ao fato dos jogadores desta categoria ainda não estarem especializados em uma posição específica, sendo capazes de realizar ações táticas e funções inerentes a diferentes posições. 86 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

v) Influência de constrangimentos nos jogos nos comportamentos dos jogadores: Em relação a modificação da estrutura do treinamento com inclusão de constrangimentos, estudos indicaram que a utilização de jogadores curinga em apoio interno e externo exerce influência no comportamento tático dos jogadores, e poderá ser útil nos treinamentos para evitar o confronto direto entre jogadores e proporcionar movimentações defensivas que permitam uma marcação nos adversários que estão em profundidade e largura para receber o passe. vi) Relação entre as capacidades perceptivo-cognitivas e desempenho tático dos jogadores: Os resultados do FUT-SAT também podem ser correlacionados com algumas variáveis cognitivas como as estratégias de busca visual e a eficiência cognitiva. As pesquisas têm apontado que os jogadores que possuem melhor desempenho tático apresentam um padrão de busca visual mais amplo e adequado, conseguindo retirar uma maior numero de informações do ambiente em períodos de tempo relativamente mais curtos. Além do mais esses jogadores são cognitivamente mais eficientes o que possibilita a realização de ações mais adequadas no contexto do jogo GARCÍA-LÓPEZ, L. M.; GONZÁLEZVÍLLORA, S.; GUTIÉRREZ, D.; SERRA, J. Development and validation of the game performance evaluation tool (GPET) in Soccer. 2013. GARGANTA, J.; PINTO, J. O ensino do futebol. . In: A. Graça e J. Oliveira (Ed.). O ensino dos jogos desportivos: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos, 1994, p.97-137. TEOLDO, I.; GARGANTA, J.; GRECO, P. J.; MESQUITA, I. Princípios Táticos do Jogo de Futebol: Conceitos e Aplicação. Revista Motriz, v.15, n.3, p.657-668. 2009.


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HIIT

HIGH INTENSITY INTERVAL TRAIN O QUE É O TREINO HIIT? E PARA QUE SERVE?

Pedro M. Silva, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com HIIT é a sigla de “High Intensity Interval Training” que em tradução livre fica: Treinamento Com Intervalos de Alta Intensidade”. Este tipo de treino é simplesmente uma combinação de períodos de atividades muito altas com períodos de treinos leves. Os períodos em alta vão aumentar o aceleramento do metabolismo. HIIT pode ser realizado como qualquer tipo de treino cardiovascular. A maioria das pessoas faz uma combinação de corrida e 88 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

caminhada. Mas treino em bicicleta, natação ou dança aeróbica também são frequentemente usados como disciplinas base para este tipo de treino. Hiit é utilizado, e uma das melhores formas, de queimar gordura, que com mesmo nos treinos de menor intensidade o corpo continua a queimar gordura, isto claro está, se os treinos de alta intensidade forem sempre no máximo – 100% a todo o momento. O HIIT pode e deve ser executado por pessoas com todos os níveis de aptidão física, desde que se evolua gradualmente no treino. No começo os treinos de alta intensidade podem durar menos, com o tempo a resistên-


NING

cia aumenta e o nível de treino também. Sandro Lenzi em “Treino HIIT – Um dos mais eficientes métodos de queima de gordura” explica porque este treino é tão eficiente na queima de gordura: “O fenômeno que explica a razão de os exercícios mais intensos serem mais eficientes para a queima de gordura é designado por EPOC. Durante muito tempo o senso comum e até mesmo alguns profissionais da educação física acreditavam que bastava calcular o gasto calórico

durante a atividade física em questão. Mas como no organismo humano nada é tão linear, diversas pesquisas foram feitas para buscar de fato como o gasto calórico poderia auxiliar no emagrecimento e na queima de gordura. Desta maneira, diversos estudos foram feitos a fim de provar que o gasto calórico total da atividade era muito mais importante que apenas o seu gasto durante a prática. Com isso, a intensidade ganhou muito mais força na prescrição dos treinamentos, ganhando um espaço

que era predominantemente dos exercícios aeróbicos de baixa intensidade. Hoje é muito comum encontrarmos pessoas que buscam emagrecer e investem na musculação, no Crossfit ou nos aeróbicos de alta intensidade, como é o caso do HIIT.” O HIIT é muito eficiente na melhoria do metabolismo referente as células musculares, que por sua vez promovem a queima da gordura e com isso tem um aumento na produção de redutores de gordura.

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Hitt é a combinação de períodos de atividades muito altas com períodos de treinos leves. Os períodos em alta vão aumentar o aceleramento do metabolismo. Em um recente estudo de 2012 dirigido por Dr. Sousa, foram avaliadas 12 mulheres sem pratica de exercício físico regular, que foram submetidas a três métodos de treino diferentes. Divididas em 3 grupos, o grupo A realizou treinos aeróbicos contínuos, o grupo B realizou treinos intervalados de alta intensidade (HIIT) e o grupo C realizou treino de resistência. Todos os treinos foram realizados em 25 minutos. Ao final de 8 semanas de treino, foi possível verificar uma redução no percentual de gordura de -8% no grupo A, de 16% no grupo B e de 11% no grupo C. Existem ainda alguns estudos que fazem uma correlação direita entre o treino hiit e perdas de apetite, sendo que em métodos de treino comuns acontece o oposto. Como se isso não bastasse, a discrepância foi muito mais em alimentos gordurosos e em doces. O seu consumo era diminuído em 16%.

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De maneira básica, o programa HIIT segue uma linha, mas ao mesmo tempo é bastante dinâmico, principalmente pela escolha dos exercícios: – Começar com uma razão de 1:4 de treino para descanso na Fase 1, utilizando um período total de treino de cerca de 15 minutos. – Na Fase 2 aumente o tempo de treino, elevando a razão para 1:2 e o tempo total de exercício fisico para cerca de 17 minutos. – Na Fase 3, a taxa de descanso é reduzida pela metade, chegando em uma razão de 1:1. O tempo total de treino é aumentado e chega a 18,5 minutos. – No final, na Fase 4, a taxa de descanso é reduzida novamente pela metade, tornando assim a razão para 2:1 e o tempo total de treino para 20 minutos.


O HIIT é muito eficiente na melhoria do metabolismo referente as células musculares, que por sua vez promovem a queima da gordura e com isso tem um aumento na produção de redutores de gordura”

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A FIGURA:

HELENO

Advogado, boêmio, catimbeiro, boa vida, irritadiço, galã e um dos melhores futebolistas brasileiros de sempre!

G

énio e louco, todos temos um pouco. Heleno de Freitas – um dos ídolos maiores do Botafogo, é um dos mais acabados exemplos de um génio que se alimentava da sua loucura. Sempre polemico, Heleno era nervoso em campo e um “bon vivant” fora dele; nervoso e irritadiço mesmo com os seus companheiros de equipa valeram-lhe o apelido “Gilda” (personagem da atriz americana Rita Hayworth). Heleno era conduzindo por “aquilo a que talvez só os gênios têm direito: o egocentrismo como núcleo da vida.” Por isso, era um solitário, e como tantos naquele tempo, lembremos por exemplo Garrincha, com uma vida marcada pela tragédia e pela dor. O seu maior sonho era disputar um Mundial de futebol, mostrar o seu talento ao mundo, mas devido à guerra, no auge da sua carreira, a Copa foi cancelado em duas ocasiões, 1942 e 1946. Apesar dos 204 golos em 233 jogos, nunca foi campeão, pelos vários clubes por onde passou - Botafogo, a 1948 e 1950, Vasco (1949), Boca Juniors (1951), América do Rio (1951), Atletico Barranquilla (1951 e 52) e Santos (1953). Desde cedo foi amarrado pelo vício em drogas: lança-perfume e éter. E, os seus últimos anos marcados 92 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com pela demência e em virtude de um dos muitos casos sexuais.

Ricardo Reis, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com


“O futebol heróico e elegante de Heleno de Freitas despertou em mim a paixão pelo futebol. Avassaladora paixão da qual, com a graça de Deus, jamais hei de me curar. Heleno de Freitas foi a personalidade mais fascinante e também a mais dramática que conheci nos estádios”, Armando Nogueira

H

eleno de Freitas, nasceu em 12 de fevereiro de 1920 em São João Nepomuceno, e é tido como o primeiro “craque problema” do futebol brasileiro. Nascido em “berço de ouro”, algo já na altura usual para um futebolista, estudou no Colégio São Bento e depois obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ). Heleno era um génio que se sabia génio – um Cristiano Ronaldo dos anos 40 que contava golos como se contasse os segundos nos ponteiros do relógio. É o quarto maior artilheiro da história do Botafogo. Foram 204 bolas nas redes adversárias em 234 partidas com a camisa alvinegra. Mas a vida marcada pelo álcool, cigarro, drogas a que se juntava o temperamento explosivo e arrogante, acabaram por afastá-lo cedo do futebol. Por problemas de saúde e por não conseguir se relacionar com os outros jogadores, achavase sempre superior, chegou ao ponto de, no final da carreira, ser rejeitado em equipas até quando se oferecia para jogar de graça. A fama enquanto jogador alcançou também reputação, merecida, de galã, que como dizem as cronicas da altura, misturava a grandeza que Carlos Gardel já tinha com a melancolia que Jack Kerouac ainda teria. Vestia-se e penteava-se como uma estrela de Hollywood e “atraia as mulheres feito ímã ao circular pelos bailes cariocas ou pelas praias de Copacabana. A fama de mulherengo inclui boatos de que seduziu até Eva Perón quando esteve na Argentina.” Acabaria por ser a sua ruina. No cinema, foi imortalizado no filme Heleno, com Rodrigo Santoro no papel principal.

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The Hustler é um filme sobre princípios. Sobre valores morais. A postura das pessoas diante da vida, da sociedade e da corrupção”

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T H


The Hustler, de Robert Rossen, lançado em 1961, é um grande filme, que com o passar dos anos se transformou numa lenda e num dos melhores registos cinematográficos de crescimento do homem, de menino para homem. Tudo isto, entre fumo, álcool e mesas de bilhar. Vitor E. Santos, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com

The Hustler PERDER COMO UM MENINO. PARA SE GANHAR COMO UM HOMEM.

Paul Newman é protagonista num filme sobre corrupção, bilhar, amor e crescimento interior.

O Filme acompanha a narrativa de Eddie Felson (um Newman de 30 anos) o hustler do título original, o vigarista, mal traduzido para português, que vive de pequenos golpes em mesas de bilhar, com muito fumo e álcool, com o seu sócio, Charlie - um homem de meia-idade. Mas, tudo muda, quando ambos atravessam meia América, de Oakland para New York, para defrontarem Minnesota Fats – o rei do bilhar que não perde uma partida há 15 anos e parceiro do crime organizado local. Eddie, orgulhosamente ingénuo, desafia-o, perdendo ao fim de 24 horas de jogo seguido, não por ser tecnicamente inferior, mas por falta de mentalidade desportiva à altura do oponente. A partir daqui, é uma caminhada vertiginosa para o fundo; sem dinheiro ou amigos, Eddie acaba com as mãos partidas, e a sua técnica superior diminuída para sempre. Mas, recupera, onde é mais importante, como um homem, deixando para o passado o orgulho de menino. Sara, a heroína da história, é o grande motor da história e o par romântico. The Hustler é um filme sobre princípios. Sobre valores morais. A postura das pessoas diante da vida, da sociedade e da corrupção. E, como somos ou não vergados por ela.

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FUTEBOL & FUTSAL: COMO ANTECIPAR A DOS REMATE NOS PE 96 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com


DIRECÇÃO ENALTIS? Desporto&Esport • www.desportoeesport.com • 97


LINGUAGEM COR A resposta:

Diogo Sampaio, Director da Desporto&Esport d_sampaio@desportoeesport.com Alexandre Monteiro na 2 edição da Desporto&Esport escreve: “No desporto existe uma “linguagem escondida” que os jogadores, treinadores e maior parte dos intervenientes no jogo usam, a Linguagem Corporal. Normalmente durante um jogo, o jogador não pergunta ou indica as suas intenções de uma forma verbal “ Posso passar-te a bola? Desmarca-te! Vou lançar a bola para a direita! Vou fintar! Vou dar um murro no lado direito!”, Maior parte da linguagem no desporto faz-se de uma forma não-verbal.Os melhores atletas são muito bons a ler linguagem corporal, são muito intuitivos a emitir sinais não-verbais e ainda a captar e entender as pistas não-verbais dos adversários e treinadores. Os atletas excelentes dominam esta linguagem e usamna para dissimular a sua estratégia (Fintas, dissimular golpes, dissimular passes…), ou antecipar a estratégia do adversário (“cortar” a bola ao adversário, adivinhar o lado de marcação de uma penalidade, para onde irá ser atirada a bola, perceber qual o golpe do adversário, …). A linguagem corporal é uma linguagem simples e mais verdadeira que todos nós já conhecemos e “ falamos”, o meu objetivo é relembrar os seus significados e criar uma consciência sobre os sinais, movimentos e expressões em prol de melhores resultados. A linguagem corporal influencia o comportamento do jogador antes e durante jogo, se o jogador optar por uma postura de confiança, peito para fora, ombros levantados, cabeça levantada, irá elevar os níveis de testosterona logo melhorar o seu desempenho e rendimento durante o jogo. Sabia que a confiança de um Guarda-redes durante a marcação de uma penalidade sobe aumentando a possibilidade de defesa, se o jogador que marca a penalidade exibir uma postura submissa (Cabeça Baixa, peito encolhido, ombros descaídos)…” E, as capacidades de “ler” o corpo do adversário e “adivinhar” o sentido do remate é algo que é feito desde sempre pelos guarda-redes. Quando um penalti é cobrado, os guarda-redes costumam observar a posição do corpo e a direcção dos olhos do jogador para tentar adivinhar o lado em que a bola será lançada. Essas pistas, são no entanto disfarçadas e alteradas pelos “especialistas” de marcação de penaltis. Mas, existe uma realidade objectiva: a linguagem corporal não mente! E, como um grupo de cientistas da Universidade de Greenwich descobriu, os guarda-redes estavam à procura dos sinais nos sítios errados e deviam estar a olhar para os ombros e para a perna de apoio. 98 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com


RPORAL!

A bola atinge o centro da baliza quando o ângulo médio da perna de apoio do atleta em relação ao chão é de 56,5 graus e o ângulo médio dos ombros é de 4,9 graus. Se o ângulo da perna aumentar para 65,5o e o ângulo dos ombros continuar em torno de 5o, a bola atingirá o lado direito da rede. O segredo: Os ombros e a Perna de apoio Para o estudo em questão, colocou-se uma maquina de filmar atrás da baliza, à altura dos olhos de um guarda-redes de estatura média e com a lente ajustada para simular a sua visão. A câmera filmou 46 cobranças de penaltis. O filme foi transferido para o computador e submetido a um software de análise de movimento. O programa mediu os ângulos da perna de apoio, do ombro, da bacia, dos pés e do tronco do jogador, durante sua corrida e imediatamente antes do remate. A análise estatística permitiu concluir que apenas os ângulos do ombro e da perna de apoio em relação ao chão estão associados à direcção do remate. Essas medidas, no entanto, só permitem prever se a bola será lançada no centro, no lado direito ou esquerdo. O estudo constatou que a bola atinge o centro da baliza quando o ângulo médio da perna de apoio do atleta em relação ao chão é de 56,5 graus e o ângulo médio dos ombros é de 4,9 graus. Se o ângulo da perna aumentar para 65,5o e o ângulo dos ombros

continuar em torno de 5o, a bola atingirá o lado direito da rede. Quando a bola vai na direção contrária, é o ângulo do ombro que varia (chega a 9,6o). Nesse caso o ângulo da perna fica em torno de 56,6o. O filme foi mostrado a 10 guarda-redes e foi-lhe pedido para adivinhar a direcção do remate. Foi dada uma resposta. E novamente as imagens foram mostradas, mas após os guardaredes terem os dados do estudo. Verificou-se um aumento de 9% no acerto da direcção da bola após o remate. Pode parecer pouco mas é a diferença é enorme e foi conseguida sem treino. Na pratica, este conhecimento pode significar a vitória ou a derrota numa grande competição. Imagine-se numa final do campeonato do Mundo, empatado após os 90 minutos e o prolongamento, e tem de ser decidida pela marcação de grandes penalidades. Que guarda-redes prefere ter a defender as suas cores? Um que nunca ouviu falar deste estudo?

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O efeito do afeto no Jogador de andebol Tiago Dinis, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com

Qual o efeito na performance na alteração do afeto e de alguns parâmetros fisiológicos (frequência cardíaca e cortisol) em atletas de andebol? 100 • Desporto&Esport • www.desportoeesport.com

Os efeitos psicológicos e psicossomáticos na performance fisiológica dos atletas decorrentes da prática de desporto em competição desempenham um papel fundamental. Nos diversos estudos, numa área em expansão investigativa acelerada, mostra importantes evidências na conduta de atletas antes, durante e pósjogo, por exemplo, demonstrarem que quando em um patamar físico ótimo é alcançado, em situações em que a tática de jogo é equivalente entre adversários, o fator decisivo para a vitória consiste em como o atleta percebe e se comporta frente ao ambiente competitivo. O poder do afeto e o estado afetivo influencia claramente a perceção de esforço dos atletas. O professor António Damásio afirma inclusive que “o afeto é capaz de provocar um mapeamento cerebral inconsciente do estado fisiológico do corpo - Hipótese do Marcador Somático”, nomeadamente na sua dimensão de curta duração, por exemplo estado de humor. Sabido que os estados psicológicos e as alterações do afeito influenciam a performance desportivas, resta saber, em termos de valor, qual a preponderância na prática. Um exelente estudo de Priscila Garcia de Rocha e colegas “Efeito da alteração ambiental sobre componentes psicológicos e parâmetros fisiológicos durante corrida em atletas” relativamente ao andebol, abre uma grande porta para esta problematica.


Talvez, uma das conclusões mais importantes do estudo mencionado, é de facto a relevância do papel da perceção que o atleta tem do seu ambiente, representado no estudo pela informação sobre o tempo de corrida, e a influência de aspetos psicológicos sobre as respostas fisiológicas durante o exercício físico. Por exemplo, lendo os valores do cortisol (a secreção de cortisol se dá a partir de um estímulo estressante) “pode causar mudanças no estado afetivo,

inclusive durante o exercício físico. É um hormônio catabólico, que aumenta a disponibilidade energética no sangue, assim como as funções simpáticas. No entanto, os mecanismos do cortisol durante o exercício físico ainda não são conclusivos. Todavia, a possibilidade de medir a resposta fisiológica pode mascarar o papel do afeto e da real influência psicológica em resposta ao esforço físico”.

O MAIS IMPORTANTE É MESMO A CONSCIÊNCIA DO ESTADO AFETIVO A realidade, como sugere o estudo, é que a percepção subjetiva do esforço não é adequada para experiência subjetiva no “mundo real”, sendo que, no entanto, quanto maior a percepção subjetiva do esforço. Isto segue em concordação com vários autores - Hardy e Rejeski (1989), Parfitt, Markland e Holmes (1994), Parfitt, Rose e Markland (2000), cujas as “conclusões afirmam que a percepção subjetiva do esforço e a escala de afeto não possuem sensibilidade na mesma proporção para avaliar a influência psicológica sobre o esforço físico; no entanto, o afeto (sentimentos) do atleta pode alterar a percepção subjetiva do esforço”. Para mais dados sobre este estudo, pode consulta-lo em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722010000200020

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MOTIVAÇÃO PELA NEGATIVIDADE

DURANTE 15 ANOS, STUART BINGHAM NÃO GANHOU QUALQUER TORNEIO, FOI PROVOCADO E HUMILHADO, VINGOU-SE VENCENDO. Durante os primeiros 15 anos como profissional de snooker, o jogador inglês Stuart Bingham, não saiu como vencedrot de qualquer torneio profissional. Até que foi provocado e até humilhado por um adversário lhe deu a inspiração e a moticição necessária para inverter os maus resultados e finalmente vencer e tornar-se em um dos melhores. O adversário, Mark Allen que o desdenhou dizendo “He hasn”t got the bottle”,

No emblemático Crucible Theater de Sheffield, que é a Meca do snooker, e na noite em que vencia o mais importante troféu de bilhar, Bingham não esqueceu a “boca” que lhe mudou a vida, nos festejos como o novo e surpreendente campeão do mundo, após derrotar o favorito Shaun Murphy por 18-15. “Quero agradecer ao Mark Allen. Graças a ele as coisas mudaram radicalmente para mim nos últimos anos”, O inglês mostrou assim ao Mundo, que na maioria das vezes a melhor forma lidar com as criticas é usa-las como moticação.

n”t got the bottle lta de nervo” expressão idiomática que pretendia apontar a “falta de nervo” ou incapacidade para se superar nos momentos chaves. Foi o que o inglês precisava ouvir e para se motivar para a vitória, para a maior vitória da sua carreira e para a carreira de qualquer jogador de bilhar.

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DO MUNDO Um indivíduo atirar-se de uma queda de água com mais de 18 metros de altura enfiado num singelo caiaque não só é ligeiramente perigoso como também é um desporto. E estes são os melhores do mundo. Aconteceu na região mexicana de Chiapas, mais concretamente nas Cascatas de Agua Azul, o primeiro Rey Del Rio Waterfall World Championships. Uma competição em que caiaquistas de variadíssimos países se atiram de três violentas cascatas seguidas, a maior delas com mais de 18 metros (“60 feet”, nas palavras de um dos atletas). Nesta prova o tempo não contou – os homens e os caiaques foram avaliados pelo estilo e pela progressão na água. O que se compreende: não é sensato apressar um homem à beira de um precipício de 18 metros, mesmo que rodeado de água. Na categoria estilo, não deixa de ser impressionante que estes atletas, indiferentes à altura das quedas de água, façam ainda acrobacias com as embarcações. Impressione-se:

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BTT

TIMOR As fantásticas condições naturais e paisagísticas da ilha de Timor-Leste tornam este país ideal para a prática da BTT e os principais corredores e marcas começam a entender isso mesmo.

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Tiago Dinis, Colunista Desporto&Esport Contato@desportoeesport.com As condições naturais e paisagísticas de determinados zonas, para muitos desportos ao ar livre, tornam determinados países perfeitos para a prática dessas modalidades. Um dos melhores exemplos é a volta a França, sem os Alpes e Pireneus, não seria a prova rainha do ciclismo. Timor-Leste pode muito bem tornar-se na prova rainha do BTT. Os primeiros passos estão dados. Nos últimos cinco anos, de forma consistente e crescente, tem-se desenvolvido uma bem-sucedida e concorrida prova de BTT, muito bem acolhida pelos amantes e desportistas da modalidade.


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LA LIGA, JOGOS, PIRATARIA E PREJUÍZOS O Observatório de Pirataria e Hábitos de Consumo de Conteúdos Digitais de Espanha divulgou no passado mês de Março, que foram 139 milhões os jogos pirateados em 1,8 milhões de lares; e tudo isto apenas em Espanha. Os prejuízos; € 509 milhões. Segundo o jornal o Observador: “Pela primeira vez, este observatório, que elaborou o estudo em colaboração com a Liga espanhola de futebol, recolheu dados relativos à pirataria digital na transmissão de jogos. “O futebol é um dos conteúdos mais consumidos e somos a indústria mais global. Por isso, precisamos que nos defendam como produto”, disse o diretor de projetos estratégicos da Liga espanhola, Ignacio Martinez, na apresentação do relatório. O mesmo responsável reconheceu que a Liga está “extremamente preocupada” com este problema e garantiu que o organismo “continua a fazer grandes esforços” para se proteger da pirataria, porque “está a jogar-se a vida” de um setor que “é uma grande indústria, que representa 0,8% do PIB espanhol”. “Um em cada cinco internautas consome futebol de forma pirata, uma prática que é um grande problema que devemos resolver, já que temo que podemos passar por tempos difíceis. Estamos a jogar a vida do nosso setor”, alertou Ignacio Martinez. A pirataria digital continua a bater recordes em Espanha. Em 2013, 84% dos conteúdos digitais consumidos eram piratas. Em 2014, o valor subiu para quase 88%”.

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