Recife (PE) - Marรงo de 2016
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EXPEDIENTE Igrejas Membro Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido Confederação das Uniões Brasileiras da Igreja Adventista do 7º Dia Exército de Salvação Igreja de Cristo no Brasil Igreja Episcopal Anglicana do Brasil Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil Igreja Evangélica Luterana do Brasil Igreja Metodista do Brasil Igreja Presbiteriana do Brasil Igreja Presbiteriana Independente do Brasil União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil Conselho Diretor Bispo Paulo Ayres Mattos · Presidente Major Maruílson Menezes de Souza · Vice-presidente Odete Liber Adriano · 1ª Secretária Pr. Elecir Brito da Silva · 2º Secretário Rev. Sérgio Fernando Lomeu de Andrade · 1º Tesoureiro Rev. Siegmund Berger · 2º Tesoureiro Roseane Chagas Lima de Freitas · Vogal Conselho Fiscal Marcus Vinícius Brandão Costa Holdair José Drefs Douglas Alberto dos Santos Valdênio Pessoa da Silva · Suplente Daniel Pereira Bonfim · Suplente Esdras Wesley da Costa Silva Dantas · Suplente Direção Executiva · Pr. Armindo Klumb Coordenação Político-Pedagógica · Marcelino de Souza Lima Coordenação Administrativo-Financeiro · Maria Orlenir Chaves dos Santos Coordenação de Mobilização de Recursos e Comunicação · Carmo Fuchs Coordenações das Unidades Territoriais Adilson Alves Viana · Sertão do Pajeú Eliane Maria Lopes da Silva · Região Metropolitana de Fortaleza Francisco Leonardo de Andrade Freitas · Oeste Potiguar Gleizy Irene Lopes Gueiros de Melo · Região Metropolitana do Recife
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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 6 1.
ATUAÇÃO COM Ê NFASE NOS DHESCAS ........................................................................... 8 1.1. Soberania e Segurança Alimentar, Nutricional e Hídrica ........................................... 8 1.2. Meio Ambiente e Clima ............................................................................................. 11 1.3. Relações de Gênero ................................................................................................. 13 1.4. Geração de Trabalho e Renda ................................................................................. 15 1.5. Direitos da Infância e Adolescência .......................................................................... 17 1.6. Direitos das Juventudes ............................................................................................ 19
2.
ATUAÇÃO COM IGREJAS , REDES E G RUPOS RELIGIOSOS ............................................... 21
3.
ATUAÇÃO EM FORTALECIMENTO DE ORGANIZAÇÕES P ARCEIRAS .................................. 23
4.
ATUAÇÃO EM P ARCERIAS S UL-S UL E SUL-NORTE-SUL .................................................. 24
5.
PÚBLICO DIRETO E INDIRETO ........................................................................................... 26
6.
GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA .................................................................................... 28
7. AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO ......................................................................... 29 8.
P ARCEIROS INSTITUCIONAIS ............................................................................................. 35
ANEXO : Q UADRO DE S IGLAS UTILIZADAS ............................................................................... 36
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APRESENTAÇÃO Bispo Paulo Ayres Mattos Presidente do Conselho Diretor A Diaconia completou 48 anos de existência no ano de 2015 e agradecemos a Deus por ter orientado e cuidado desta instituição que atua na defesa e promoção de direitos de populações que vivem em situação de vulnerabilidade no Nordeste brasileiro. Este serviço tem suas raízes no Evangelho de Jesus Cristo, o qual se entregou em favor da humanidade e revelou, através de suas palavras e ações, o amor e a misericórdia de Deus, principalmente por aquelas pessoas que sofrem em nossa sociedade. Em Cristo, o Criador e Doador da Vida na história se identifica com mulheres e homens pecadores para lhe restaurar a dignidade de filhas e filhos de Deus. Inspirados por este Evangelho transformador, desenvolvemos ações que buscam trazer esperança e fortalecer estas pessoas e grupos para que possam ser agentes de mudança no ambiente no qual estão inseridos, contribuindo assim para que tenhamos mais cidadania, justiça social e vida digna. Neste período, o Conselho Diretor realizou três reuniões ordinárias nas quais tomou decisões que contribuíram para o bom andamento dos trabalhos realizados por nossa instituição. Uma novidade foi a aproximação do Conselho com os territórios onde a Diaconia está presente. Dedicamos a segunda reunião anual para estar em Afogados da Ingazeira/PE, o que nos possibilitou conhecer mais de perto a forma de atuação da Diaconia no contexto rural. Nestas reuniões também dedicamos tempo para o encontro com as lideranças das Igrejas locais, com quem refletimos sobre o envolvimento das mesmas e o papel da ação diaconal em seus contextos. Além disso, também conversamos com famílias e lideranças de associações, sindicatos, fóruns e conselhos com os quais caminhamos na execução de nossas ações. Foram momentos muito ricos de aprendizado e de partilha. Atendendo ao pedido feito em nossa última Assembleia Geral Ordinária, realizada em novembro de 2012, procuramos fortalecer os laços e criar sinergias com os Setores e/ou Departamentos de Ação Social ou Diaconia das Igrejas Associadas. Para tanto, realizamos o segundo encontro com representantes destes setores e/ou departamentos, na cidade de São Paulo. No encontro refletimos a respeito dos atuais desafios diaconais, onde contamos com a colaboração do Dr. Flávio Conrado, editor da Revista Novos Diálogos e Analista de Políticas da Visão Mundial Brasil, e também sobre o Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, cuja reflexão foi realizada pela Sra. Vera Mazagão, integrante da ONG Ação Educativa de São Paulo, e que integrou a Plataforma, junto com representantes do Governo Federal e da Sociedade, que elaborou o texto do referido Marco levado para a votação no Congresso Nacional. Marcantes neste encontro foram as visitas que fizemos para duas organizações - Ação Retorno e Missão Cena - que atuam na região da “Cracolândia”. A participação das Igrejas Associadas foi expressiva neste encontro e sugere-se que tal atividade continue nos próximos anos.
5 O presente Relatório Institucional traz, inicialmente, informações sobre as principais atividades desenvolvidas no período de janeiro a dezembro de 2015, bem como o número de pessoas envolvidas direta e indiretamente e os principais impactos percebidos neste período. Posteriormente, são informados os recursos utilizados na execução dos projetos e também as fontes das quais recebemos os mesmos. Cabe destacar que neste período a Diaconia geriu um volume significativo de recursos, superando as expectativas e previsões que tínhamos quando da elaboração do orçamento. Por fim, apresentamos as ações desenvolvidas pela Mobilização e Comunicação. Estas contribuem para que possamos seguir firmes no desenvolvimento das atividades previstas em nosso plano decenal e contribuem para a visibilidade das mesmas. Nos dias 25 e 26 novembro de 2015 foi realizada a Assembleia Geral Ordinária que elegeu os novos Conselhos Diretor e Fiscal da Diaconia para o triênio 2016-2018, os quais ficaram constituídos da seguinte forma: Conselho Diretor Presidente: Sérgio Fernando Lomeu de Andrade (Igreja Episcopal Anglicana do Brasil) Vice-presidente: Dalcido Gaulke (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) 1º Secretário: Rinaldo Cezar Mendonça de Oliveira (União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil) 2º Secretário: Maria Leci Queiroz (Igreja de Cristo no Brasil) 1º Tesoureiro: Joana D’Arc Meireles (Igreja Metodista) 2º Tesoureiro: Odete Liber Adriano (Igreja Episcopal Anglicana do Brasil) Vogal: Airton Scheunemann Schroeder (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) 1º Suplente: Oscar P. Sanchez MC Clinton (Exército da Salvação) 2º Suplente: Roseane Chagas C. Lima de Freitas (Igreja Presbiteriana Independente do Brasil) Conselho Fiscal Titular: Jefferson Fabian Kern (Confederação das Uniões Brasileiras da Igreja Adventista do 7º Dia) Titular: Daniel Pereira Bonfim (Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido) Titular: Luis Carlos Matsumoto Hutterlocher (Igreja Evangélica Luterana do Brasil) 1º Suplente: Joan Burton (Exército da Salvação) 2º Suplente: João Batista Amaral de Oliveira (Igreja Presbiteriana Independente do Brasil) 3º Suplente: Acácio Gonçalves (Igreja Presbiteriana do Brasil) Nossos agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram com seus dons, saberes e esforços para a execução de todas as atividades realizadas em 2015. Desejamos que Deus siga nos inspirando para o serviço transformador e que encoraje mais pessoas a realizar a sua missão neste mundo. Que a Diaconia siga sendo um pequeno sinal do Reino de Deus ali onde atua e assim dê testemunho da Boa Nova trazida por Cristo ao mundo.
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INTRODUÇÃO Pr. Armindo Klumb Diretor Executivo Diaconia é o serviço realizado e motivado pelo amor de Deus em favor das pessoas em seu contexto. Ela é parte da missão que nos foi confiada por Cristo. É um serviço fundamentado na fé, dom que nos foi presenteado pelo Criador e Doador da Vida, que tem como principais destinatários as pessoas e grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade, sem fazer distinção, para a transformação desta realidade. A ação diaconal empreendida pela Igreja e suas instituições representa, portanto, a presença concreta do amor e da misericórdia de Deus no meio de uma realidade marcada por desigualdade, pobreza, vulnerabilidade, marginalização e exclusão. Além disso, esta ação também cumpre um papel de mediação entre a Igreja e o mundo, levando, por um lado, a mensagem da Boa Nova e trazendo, por outro, os clamores daquelas pessoas que ao longo da história perderam ou não tiveram acesso aos seus direitos e a vida com dignidade. A Diaconia, como organização não governamental de inspiração cristã, formada por 11 Igrejas Evangélicas, buscou nestes 48 anos de existência ser instrumento desse amor gracioso de Deus pelas pessoas. Através dos projetos que desenvolve, faz essa mediação entre as Igrejas que a compõe e as pessoas e grupos que vivem em situação de vulnerabilidade. Ao fazer isso, a Diaconia participa da grande missão que nos foi confiada por Cristo que é a de levar o Evangelho, a Boa Nova de Deus, a todas as pessoas para que elas tenham vida plena e dignidade. O público com quem desenvolvemos as nossas ações é formado por crianças, adolescentes, jovens, homens, mulheres, famílias, grupos, associações e comunidades eclesiásticas nos quatro territórios onde atuamos: Sertão do Pajeú, em Pernambuco; Oeste Potiguar, no Rio Grande do Norte e Regiões Metropolitanas de Recife/PE e Fortaleza/CE. Nestes contextos e com este público, trabalhamos seis temáticas relacionadas aos DHESCAs: Direitos da Infância e Adolescência, Direitos das Juventudes, Relações de Gênero, Geração de Trabalho e Renda, Meio Ambiente e Clima, e Segurança e Soberania Alimentar, Nutricional e Hídrica. Nesses territórios, contribuímos para que as políticas públicas de promoção e defesa de direitos sejam efetivadas, principalmente para populações de baixa renda. A ação empreendida pela Diaconia se caracteriza pelo fortalecimento de grupos sociais e empoderamento de pessoas, pela mobilização de comunidades para a efetivação de políticas públicas que visem à transformação da sociedade, pelo desenvolvimento de tecnologias de convivência com o Semiárido e por processos metodológicos, participativos e mobilizadores. Temos como desafio contribuir para o desenvolvimento transformador que, do ponto de vista teológico, implica em afirmar que todas as pessoas são criadas à imagem de Deus
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7 e devem viver dignamente com justiça e direitos plenos garantidos, em comunidades sustentáveis. Para isso, nos envolvemos e promovemos ações de incidência, tanto públicas quanto políticas, junto à sociedade em geral com o objetivo de mostrar que todas as pessoas têm um papel relevante na transformação da realidade. A tarefa de construir conhecimentos que desagreguem as estruturas opressoras a partir de uma articulação de saberes, aprendizados e habilidades é outro desafio enfrentado pela Diaconia. Para que isso se torne efetivo é necessário criar comunidades resilientes que valorizem e compartilhem aquilo que acumularam em sua caminhada. Além disso, participamos de processos de intercâmbio destes conhecimentos com outras organizações e grupos que trabalham no mesmo sentido e nos envolvemos em redes e articulações que promovem a relação Sul-Sul e Sul-Norte-Sul. A articulação de Igrejas para o ecumenismo de serviço constitui-se numa ação desafiadora e importante para o cumprimento de nossa missão, sendo isto um fator relevante para que o desenvolvimento transformador se torne uma realidade a ser vivida no mundo. O trabalho junto de Igrejas, redes e grupos religiosos quer contribuir para o aprofundamento da reflexão em torno da ação diaconal e social e para o envolvimento e o comprometimento destes na defesa e promoção de direitos. O serviço que a Diaconia realiza se torna possível graças ao apoio de indivíduos, Igrejas, Agências Internacionais de Cooperação e Programas de Governo, bem como ao compromisso de pessoas que assumem tarefas dentro dos Conselhos Diretor e Fiscal e da equipe executiva, formada por pessoas de diferentes expertises, as quais trabalham norteados pelos ideais de justiça, equidade, fraternidade, solidariedade e cidadania.
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1. ATUAÇÃO COM ÊNFASE NOS DHESCAS 1ª LINHA ESTRATÉGICA: Fortalecer a ação institucional da Diaconia e de seus parceiros e redes para efetiva incidência em políticas públicas relacionadas com os DHESCAS: soberania, segurança alimentar e hídrica; meio ambiente e clima; relações de gênero; geração de trabalho e renda; direitos da infância e adolescência e juventudes. Esta primeira Linha contempla seis Temas Estratégicos a partir dos quais a Diaconia organiza o seu trabalho nos territórios, como descrito a seguir.
1.1. Soberania e Segurança Alimentar, Nutricional e Hídrica A alimentação saudável é uma questão de direito humano, cujo principal fundamento são os acordos nacionais e internacionais, as políticas de proteção social e a legislação brasileira atual que visa à erradicação da fome (Mapa da Fome no Brasil). A Diaconia assume sua parte desenvolvendo ações de promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável, bem como contribuindo para criar espaços de debate e defesa das políticas públicas territoriais importantes para a segurança alimentar e nutricional das famílias e da população nos municípios. Uma das principais ferramentas estratégicas é o desenvolvimento de ações concretas para melhorar os sistemas de produção agroecológicos e a conservação da agrobiodiversidade e das sementes crioulas, e o acesso à água para consumo humano, principalmente. Nesse sentido, a Diaconia realizou, em 2015, novas edições da Semana da Água (SEMA) e da Semana da Alimentação (SEIA), envolvendo 30 organizações da sociedade civil, 20 igrejas, 10 escolas públicas, 10 sindicatos de trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras em atividades educativas (Seminários, Oficinas, Intercâmbios) sobre segurança alimentar e mudanças climáticas, mobilizações e atos públicos. Somente a SEIA mobilizou 12 Igrejas nos quatro territórios de atuação da entidade. As congregações se engajaram em diferentes níveis, mas sempre com um forte compromisso, propondo audiências públicas, cobrando ações mais consistentes e sustentáveis, e trabalhando processos dentro das comunidades de fé para reduzir o desperdício de alimento e promover a economia de água. O debate sobre a temática
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9 também foi levado a grupos apoiados pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Programa de Assessoria Técnica e Extensão Rural (ATER) Agroecologia. Ainda sobre a SEIA, a Diaconia realizou, nas regiões metropolitanas do Recife e de Fortaleza, articulações com Conselhos Municipais de Segurança Alimentar, ações de conscientização e panfletagem e inserção da temática nas oficinas voltadas a crianças e adolescentes, chamando à atenção, inclusive de pastores/as e lideranças de igrejas, para a procedência e qualidade dos alimentos consumidos pela população, além de estimular o consumo de produtos orgânicos nas feiras agroecológicas existentes nas cidades. O despertar de crianças e adolescentes para uma cultura alimentar saudável também foi estimulado através da realização de oficinas educativas, com o engajamento de escolas públicas. Através dessa ação, meninos e meninas tiveram a oportunidade de discutir o tema “Comida de Verdade” e receberam informações necessárias à adoção de uma dieta saudável, balanceada e nutritiva. Ainda no âmbito de sensibilização/formação, a Diaconia promoveu treinamentos sobre o Programa Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para agricultores/as do Oeste Potiguar e do Sertão do Pajeú, além de intercâmbio e oficina sobre o uso de agrotóxicos e transgênicos, com foco na agricultura familiar. Cerca de 130 famílias potiguares utilizam práticas agroecológicas nas áreas onde a Diaconia trabalha. Em 2015, a Diaconia passou a priorizar a oferta de lanches agroecológicos nos projetos e eventos realizados pela instituição, de acordo com os princípios da soberania e da saúde alimentar. Base dos processos sociais e ambiental, a Agroecologia também foi estimulada por meio do apoio às famílias agricultoras assessoradas, através da realização de visitas técnicas, intercâmbios interterritoriais e intermunicipais, incentivo à participação em feiras agroecológicas e implantação de bancos de sementes crioulas. Graças à criação de 03 casas de sementes entre 2013 e 2015, 95 famílias agricultoras têm conservado suas sementes crioulas e não se “corromperam” para a compra de sementes transgênicas, mantendo sua liberdade e autonomia sobre o que cultivar. Estas famílias fazem um serviço de inestimável valor ao rejeitar os transgênicos e valorizar grãos, raízes tuberosas e tubérculos, alimentos locais adaptados e de enorme valor genético. Em 2015, a Diaconia organizou 02 eventos de troca de sementes e de conhecimentos entre os agricultores e as agricultoras, contribuindo com a autonomia delas e de suas comunidades em relação às empresas que controlam a produção de sementes. Atualmente, o Sertão do Pajeú conta com 05 bancos de sementes de hortaliças e de sementes crioulas implantados. Mais 18 serão executados na região, por meio de outras parcerias. Através de parceria com governos, instituições públicas e fundações, a Diaconia continuou expandindo o acesso à água e à produção de alimentos para milhares de
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10 famílias do Semiárido. Ao todo foram construídas 1.233 cisternas de 16 mil litros (tecnologias para consumo humano, chamadas de “1ª água”) e 323 cisternas de 52 mil litros (tecnologias para produção, chamadas de “2ª água” ou calçadão), em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, além das implementadas através do programa Pernambuco Mais Produtivo, executado desde 2013 com apoio do Governo do Estado no Sertão pernambucano e região do São Francisco. Vale ressaltar que a construção das tecnologias sempre é acompanhada de intercâmbios e capacitações que estimulam nas famílias assessoradas a troca de conhecimentos sobre a produção agroecológica, o consumo consciente dos recursos hídricos, a fertilização do solo, o acesso aos fundos Rotativo Solidário, dentre outros temas ligados à temática. Na construção das cisternas calçadão, as famílias também recebem apoio para suas áreas de produção através do caráter produtivo (quintais, criação de pequenos animais, canteiros econômicos, dentre outros insumos). Através do Projeto Águas da Vida, realizado em parceria com o Conselho de Ação Social da Igreja Presbiteriana do Brasil (CAS/IPB), a Diaconia beneficiou 25 famílias da comunidade Cachoeira Grande, em Tabira/PE, e outras 22 de Riacho Fundo, em Carnaíba/PE, com o acesso à água encanada em suas casas, facilitando a higiene pessoal e o desempenho de atividades domésticas cotidianas, como lavar roupa e cozinhar. A água que chega às torneiras traz mais qualidade de vida para uma população que enfrentou as adversidades da maior seca dos últimos 100 anos no Nordeste. Além das residências, a água também beneficia a sede da Associação de Agricultores/as de Riacho Fundo, onde funciona uma pequena Unidade de Processamento de Frutas. O espaço é coordenado por um grupo de mulheres que, inclusive, já comercializam para o PAA e PNAE e trabalham para melhorar a horta comunitária existente, cuja produção é vendida na Feira Agroecológica de Carnaíba. Em 2015, a Diaconia continuou a ser referência local e territorial no trabalho com a temática da Soberania e Segurança Alimentar, tendo assento no Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) de Recife, no CONSEA-PE e CONSEA-RN. Entre as principais conquistas em audiências, destacamos: a agilidade da conclusão das obras da Adutora do Pajeú, a instalação do laboratório de análise de água potável, a fiscalização dos caminhões-pipa e pressão por melhorias na eficiência na distribuição de água pela Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA). Outra importante atuação tem sido no campo do direito humano à água de qualidade, seja na participação em resolução de conflitos sobre água, a partir da atuação no Comitê de Bacias Hidrográficas do rio Apodi-Mossoró (CBH) no RN, participando de 10 reuniões Territoriais, que tratou de conflitos pelo uso da água e gestão das águas da bacia. Devido à articulação da Diaconia, 06 OSC e 09 usuários tem assento no CBH. A Diaconia também participou das discussões do Conselho dos Usuários da Barragem do Rosário em Iguaracy/PE, com a participação da Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), para resolver conflito pelo uso da água, previsto nos dispositivos da Lei 9433. O conflito se estabeleceu devido à retirada semanal de 300 mil litros de água do reservatório pelo abatedouro local, em prejuízo da população de 04 municípios.
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1.2. Meio Ambiente e Clima No contexto do desenvolvimento de atividades e ações dentro do tema estratégico “Meio Ambiente e Clima”, a Diaconia continuou desenvolvendo duas vertentes mais claramente definidas: uma técnica e outra política. Por um lado, ficaram evidentes as práticas de combate à desertificação e de diminuição dos efeitos da seca sobre os sistemas de produção da agricultura familiar, bem como o uso de energias limpas e renováveis e o estímulo à reciclagem permanente de nutrientes. Por outro lado, a ação institucional buscou fortalecer redes, conselhos e articulações políticas para a implementação de políticas públicas relacionadas à conservação de recursos naturais e o meio ambiente. Entres as ações empreendidas pela entidade está o apoio à recuperação de áreas degradadas através da implantação de sistemas agroecológicos. A atuação em plena região semiárida coloca para a instituição alguns desafios, o maior deles, talvez seja o de propiciar às famílias agricultoras condições de produção de alimentos e de geração de renda, num ambiente adverso, com pouca água e solos que muitas vezes precisam ter sua fertilidade e estrutura melhoradas. É o que a Diaconia vem fazendo para centenas de famílias melhorarem suas condições de produção e saírem da pobreza. Em 2015, foram instalados cerca de 215 biodigestores em comunidades rurais do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com apoio do Fundo Socioambiental CAIXA está sendo realizado um projeto a nível nacional que fez com que a Diaconia fosse além de sua área de atuação no Nordeste. A tecnologia social produz gás de cozinha (biogás) a partir do esterco animal. Ao substituir o botijão de gás pelo equipamento, as famílias agricultoras economizaram, em média, R$ 75,00 por mês, além de contribuir diretamente para a conservação do meio ambiente, já que com a produção do biogás se evita a emissão de gases prejudiciais à camada de ozônio presentes no esterco animal, se substitui o uso do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e evita o fogo à lenha e carvão que, além de gerar fumaça, contribui para o desmatamento da Caatinga. A preservação do Bioma também foi alvo de ações do Grupo Fé e Política, articulação de entidades da qual a Diaconia faz parte no Sertão do Pajeú. Através dela, foi implantado um projeto piloto para a recomposição de 1,3 hectares de mata ciliar com espécies da Caatinga, na comunidade de Carnaíba Velha, em Carnaíba/PE. A iniciativa aconteceu em parceria com a Escola Estadual Joaquim Mendes da Silva, envolvendo alunos e alunas em ações de educação ambiental às margens do Rio Pajeú. A área foi cedida por um integrante local do Grupo Fé e Política e será mantida pela comunidade escolar, com o assessoramento do Grupo. A ideia é estimular outras iniciativas junto a escolas e moradores da região.
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12 Em 2015, a Diaconia também elaborou um projeto para trabalhar ações de coleta seletiva e melhoria nas condições de trabalho no lixão de Tabira/PE. A iniciativa concorreu com 126 projetos de todo o País, sendo uma das sete vencedoras do edital lançado pelo Fundo Itaú Ecomudança. O projeto investirá na construção de um galpão, aquisição de máquina para prensar os materiais reciclados, equipamentos de proteção, intercâmbios com cidades e cooperativas de catadores, realização de campanha de mídia para sensibilização de coleta seletiva e educação ambiental. Ainda em parceria com o Grupo Fé e Política e organizações da sociedade civil, durante a Semana do Meio Ambiente (SEMEIA) a Diaconia realizou audiência pública com 200 participantes, o Presidente da Associação dos Municípios de Pernambuco (AMUPE) e outros 10 prefeitos, secretários municipais, vereadores e representante da CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco). Durante o evento foram apresentadas denúncias relacionadas ao desmatamento ilegal, à extração mineral sem licenças e às construções irregulares nas margens do Rio Pajeú, e houve a cobrança da presença do Órgão no território. Uma carta entregue ao Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, também denunciou o estado de degradação ambiental na região, provocado pelo desmatamento ilegal, motivando 03 operações de fiscalização e apreensão de lenha. No Oeste Potiguar, a entidade promoveu um intercâmbio sobre experiências de defesa do meio ambiente a partir do problema do lixão de Umarizal, tendo como tema “Mudanças Climáticas e impactos ambientais”. A poluição ocorre através da fumaça gerada a partir da queima do lixo, pelo chorume e o próprio material que é transportado pelas águas no período de chuva. Foram realizados processos de formação com famílias de três comunidades do entorno e criada uma comissão responsável para analisar a água dos cacimbões das comunidades e enviar as provas e os documentos à promotoria pública, no intuito de ser marcada uma audiência para buscar solução. A entidade também segue como integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, reconhecida como a maior bacia hidrográfica do Rio Grande do Norte. A participação da entidade tem sido fundamental para preservar o direito das populações ribeirinhas e a priorização da gestão das águas para o consumo humano, em detrimento de outros usos múltiplos como atividade petrolífera, carcinicultura e fruticultura irrigada. A Diaconia conseguiu articular 60% dos usuários e representantes das Organizações da Sociedade Civil (OSC) locais para ocuparem espaço no Comitê. A entidade ainda integra o Conselho de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Pernambuco.
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1.3. Relações de Gênero O tema estratégico “Relações de Gênero” tem uma expressão de transversalidade na ação institucional, pois em todas as atividades de mobilização social, formação e implementação de ações o enfoque de gênero encontra-se presente. Assim, a Diaconia lida com processos formativos que abordam a questão dos direitos sexuais e reprodutivos no contexto das políticas públicas, bem como a questão da influência política das mulheres a partir de sua atuação local e territorial, em redes, conselhos e fóruns específicos. O desenvolvimento da campanha educativa “Eu Sou Uma Mulher de Coragem”, é, sem dúvidas, um marco no processo de valorização da temática por lideranças comunitárias e grupos de mulheres. Em sua terceira edição, a iniciativa sensibilizou, despertou e encorajou mulheres de Igrejas vitimas de violência doméstica a assumirem um papel protagonista na transformação de suas histórias de vida. 40 igrejas foram parceiras na Campanha em 2015, nos quatro territórios de atuação da entidade. Entre as ações empreendidas ao longo do mês de março, foram feitas visitas a igrejas, reuniões com lideranças, distribuição de material educativo e de mobilização, com a finalidade de fazer das comunidades ambientes de encaminhamento de denúncias e de proteção. Na área de formações, cerca de 60 mulheres ligadas a igrejas participaram, em agosto, do Intercâmbio Mulheres Cristãs - Socializando Experiências e Proclamando Justiça. A capacitação, realizada em Fortaleza, reuniu mulheres da Região Metropolitana do Recife, Sertão do Pajeú, Oeste Potiguar e da própria capital cearense, com o objetivo de estimular a reflexão e oportunizar a troca de experiências. As participantes saíram de lá fortalecidas e com novas perspectivas para trabalhar a temática da justiça de gênero em suas comunidades de fé. Outro intercâmbio reuniu 50 jovens das quatro localidades, no Recife, para uma série de palestras, estudos bíblicos e oficinas artísticas e culturais acerca da temática. Durante o evento, o setor de Comunicação lançou o hotsite Justiça de Gênero, um espaço virtual com informações, notícias e depoimentos relacionados à defesa e promoção de direitos iguais entre homens e mulheres. A página eletrônica reúne notícias, depoimentos, fotos e vídeos ligados à temática, além de dados relacionados à violência contra a mulher e ao acesso feminino ao mercado de trabalho e espaços públicos de poder.
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14 Lideranças de igrejas, membros das Câmaras Temáticas de Gênero, parceiros/as e funcionários (as) da entidade participaram de 02 módulos da Formação em Gênero da Diaconia, uma parceria com a Escola Superior de Teologia (EST) de São Leopoldo/RS. Em pauta, temas como planejamento reprodutivo, sexualidades e violência contra a mulher. A Diaconia também levou as questões de gênero para os palcos, através do grupo teatral Pedra Polida, formado por 21 jovens pernambucanos apoiados pela entidade. Em novembro, o Grupo estreou o espetáculo “Por que eu não posso ser o que eu quero ser? Por quê?” para abordar, de forma lúdica e poética, a igualdade e a identidade de gênero. A peça foi destaque em diversos festivais, como a XVIII Mostra de Teatro e Dança Estudantil (Mostev), em Vitória de Santo Antão/PE; e o Cênicas - Festival de Teatro, Dança e Audiovisual do Paulista, ambos em Pernambuco. Outra ação de destaque, dessa vez promovida em parceria com o Coletivos Vozes Marias, foi o “I Seminário Discurso Religioso e Violência Contra a Mulher”, realizado na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife. O evento reuniu cerca de 50 participantes, entre homens e mulheres, e contribuiu para a reflexão acerca da influência dos discursos religiosos na construção de práticas sociais de violência contra o sexo feminino. Ao longo de todo o ano, a Diaconia apoiou a participação de mulheres em Fóruns, Conselhos, Redes e Atos Públicos, como a Marcha das Margaridas, em Brasília, que contou com representantes do Sertão do Pajeú. Destaque também para a participação da entidade no Fórum de Mulheres do Serão do Pajeú, que teve sua reivindicação atendida na instalação de uma Coordenadoria da Mulher no município de Afogados da Ingazeira/PE. Para fechar 2015, a Diaconia lançou uma nova edição da Campanha do Laço Branco, envolvendo homens de três estados nordestinos no combate à violência contra mulher. As ações se estenderam até dezembro - durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres - e incluíram debates, exposições (como a Nem Tão Doce Lar), rodas de diálogo e mobilizações de rua.
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1.4. Geração de Trabalho e Renda A temática “Geração de Trabalho e Renda” expressa-se transversalmente em outras temáticas, contribuindo para a efetivação de ações de economia solidária fortalecendo diferentes iniciativas de geração concreta de iniciativas de trabalho e renda de jovens e adultos, homens e mulheres. Através da articulação, mobilização e capacitação, cerca de 510 famílias rurais apoiadas até o ano de 2014 pelo projeto Semiá (União Europeia/Tearfund) continuam a produzir e comercializar alimentos a partir de políticas públicas de incentivo ao consumo de alimentos locais, gerando renda através de 225 unidades de produção agroecológica e 15 unidades de beneficiamento construídas nas comunidades e das formações realizadas pela Diaconia. Houve participação efetiva em treinamentos em Gestão de Empreendimentos e em capacitações de Planejamento da Produção e Comercialização. O apoio à inserção das famílias nos programas do PNAE, PAA e feiras agroecológicas fortaleceram a economia familiar. Houve a ampliação de 04 para 07 feiras agroecológicas no Sertão do Pajeú, além da participação de grupos de mulheres e associações em Conselhos e também o acesso aos programas nos municípios. Outra conquista foi o cadastramento da Associação dos Agricultores Agroecológicos do Sertão do Pajeú (AASP) para venda direta sem certificação e em processo para certificação através da Associação Agroecológica do Pajeú (ASAP), legitimando ainda mais o trabalho realizado pelas famílias. No Rio Grande do Norte, agricultores e agricultoras da Associação Agroecológica Oeste Verde (AAOEV) elaboraram o primeiro projeto para o PNAE e passaram a fornecer alimentos para a merenda escolar de algumas comunidades do Oeste Potiguar. Para os jovens, o cooperativismo e economia solidária, a formação em diferentes linguagens artísticas, culturais, educativas e de comunicação para geração de trabalho e renda e a realização de intercâmbio sobre a temática contribuíram bastante para transformação da realidade vivenciada por muitos deles. Um grupo de 45 jovens de igrejas e do projeto Vida Plena participaram de Oficinas de formação para o mundo do trabalho. Foram promovidas 02 capacitações de formação para o mundo do trabalho, envolvendo 45 jovens de
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16 igrejas, associações rurais e comissões de jovens dos STTRs. Foram realizadas 02 capacitações de formação em diferentes linguagens artísticas e culturais para 70 jovens e 15 tiveram suas capacidades desenvolvidas de gerar renda a partir da realização de atividades culturais e educativas através da implantação da produtora de Estúdio do Coletivo de Culturas Juvenis (CCJ) de Fortaleza. O ano de 2015 findou com 11 feiras agroecológicas nos Territórios Oeste Potiguar e Pajeú, sendo 05 delas com a orientação da Diaconia, se mantendo viáveis e produtivas mesmo em um período de estiagem prolongada. Jovens rurais geraram renda a partir da confecção de biojoias e biscuit, estabelecendo alguns espaços de comercialização, e 15 deles/as já são instrutores.
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1.5. Direitos da Infância e Adolescência Este tema estratégico tem como base legal o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e toda a rede oficial de proteção da infância no Brasil, bem como considera a sensibilização das redes locais/territoriais de parceiros como estruturas relevantes para a garantia de direitos deste público. A principal estratégia constitui-se no desenvolvimento de ações socioeducativas e artístico-culturais e de controle social do sistema de garantia de direitos. Outra vertente do trabalho é o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, identificada nas famílias. Por fim, uma terceira vertente é fortalecer grupos e redes que atuam no enfrentamento da violência doméstica, sexual e exploração do trabalho infantil, mobilizando igrejas, parceiros e famílias para a defesa do ECA. As ações socioeducativas e artístico-culturais são importantes para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. E somada a essas ações, temas como direitos da infância, combate ao trabalho infantil e enfrentamento a violência contra crianças e adolescentes foram trabalhados com meninos e meninas, em 2015. No Território do Pajeú, a ação da Diaconia uniu a cultura local a discussão sobre o ECA. Em Tabira, por exemplo, 15 crianças e adolescentes do Grupo Infância Rimada (AJUPTA) participaram de 08 oficinas, onde produziram o Cordel do ECA (Combate ao Abuso e a Exploração de Crianças e Adolescentes). Na Escola Municipal Baraúnas, em São José do Egito, a criação do Cordel do ECA foi sobre o tema “Jogue Contra a Exploração de trabalho Infantil” com desenhos feitos em xilogravuras. No território do Oeste Potiguar, foram realizadas campanhas de sensibilização e oficinas de informação. Os públicos das escolas e famílias da zona rural e urbana, lideranças e educadores de escolas bíblicas dominicais e catequese, participaram das diversas atividades. Além disso, 13 Escolas Públicas de Umarizal e 800 alunos e alunas, professores e professoras se engajaram nas ações. A Campanha de Enfrentamento a Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes nos territórios contou com a representação de 34 atores sociais: igrejas, instituições e organizações não-governamentais. A ação, que mobilizou mais de 1.300
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18 participantes, fez alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18 de Maio). Outras campanhas também foram realizadas como a de Combate ao Trabalho Infantil. Com recursos doados a Campanha #SerCriança, a Diaconia apoiou dois projetos sociais: o Centro Presbiteriano de Apoio à Criança (CEPAC), em Umarizal/RN; e o Ler Melhor, da Igreja Evangélica Livre, de Afogados da Ingazeira/PE. Ao todo foram atendidas 100 crianças e adolescentes, sendo 60 no CEPAC e 40 no Ler Melhor. As famílias reconhecem o avanço na leitura e comportamento das crianças e adolescentes. Segundo o ECA, a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente se faz através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais. É considerando a importância de se estabelecer parcerias e fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos, que a Diaconia vem interagindo com Grupos, Igrejas, Fóruns, Redes, Conselhos Municipais e Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares na promoção e defesa dos direitos da infância. Nos quatro territórios foram sensibilizadas cerca de 50 Igrejas evangélicas que tiveram diferentes formas de envolvimento e de atuação nos eventos. A sociedade tem percebido que as igrejas e organizações cristãs podem tornar-se lugares seguros e saudáveis para crianças e adolescentes e espaços de garantia de direitos. Atualmente, 10 igrejas e organizações de base iniciaram processos de fortalecimento de políticas de proteção de crianças e adolescentes.
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1.6. Direitos das Juventudes A principal vertente de garantia de direitos das juventudes constitui-se na promoção e apoio a processos de formação em diferentes linguagens artísticas, culturais e de comunicação, onde grupos de jovens são capacitados a cada ano. A partir disso, são realizadas atividade que estimulam os grupos juvenis a valorizar a cultura popular e tradicional das comunidades onde vivem. Por outro lado, a Diaconia tem contribuído para estes jovens incidirem efetivamente na construção e efetivação da Política de Juventudes. A cada ano a Diaconia tem investido no potencial criativo de jovens. Realizou oficinas de sensibilização e formação sobre identidade e valorização da cultura local, apoiou as produções culturais e os grupos juvenis nos territórios; realizou intercâmbios culturais; e também o acesso de jovens e/ou grupos aos bens e a produção cultural (local, nacional e internacional). Essas ações têm transformado a vida de muitos deles: 15 dos (as) jovens que participaram das formações sociopolíticas e projetos ligados à Diaconia ingressaram na universidade nos cursos de Pedagogia, Direito, História, Serviço Social, Teatro, Música, sendo que 30% trabalham como educadores, professores, ou profissionais da área social em ONGs, órgãos do governo, estando engajados em movimentos, fóruns e coletivos. Na Região Metropolitana de Fortaleza, os (as) jovens estão empoderados (as), de maneira que passaram a ocupar espaços importantes de discussão e formação sobre os Direitos das Juventudes. Destes, 15 jovens participaram do Coletivo de Culturas Juvenis (CCJ), 09 dos grupos juvenis de arte e cultura, 12 participaram da Conferência Livre de Juventudes, 50 participaram das formações sócio-políticas promovidas pela Diaconia e Rede de Articulação do Jangurussu e Ancuri (REAJAN); 01 jovem do CCJ compõe o Conselho Municipal de Juventudes de Fortaleza e 02 o Conselho do Centro Urbano de Cultura e Arte do Jangurussu. Os grupos obtiveram capacidade de interação política através das oficinas de formação sobre justiça de gênero e violência doméstica durante o Congresso de Juventude Cristã, influenciando na decisão de envolvimento de jovens de denominações diferentes. Uma sessão da exposição do projeto “Nem Tão Doce Lar” nas igrejas evangélicas foi planejado e executado pela juventude nos territórios. Os Jovens urbanos em Fortaleza e Recife continuaram a desenvolver projetos de comunicação, organizados em coletivos juvenis, aperfeiçoando suas habilidades e projetos de vida pessoais e coletivos. A preparação foi fundamental para o fortalecimento de sua consciência política enquanto sujeitos de direito, como condição indispensável para que expressem socialmente suas habilidades e estejam aptos a defenderem seus direitos. As ações político-culturais, as apresentações artísticas e as oficinas socioeducativas protagonizadas pelos (as) jovens são espaços que favorecem
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20 novas vivências e expressões que reforçam a autonomia e a emancipação juvenil encorajando as/os jovens a assumirem um papel protagonista na luta em defesa dos seus direitos. Em 2015 as/os jovens conseguiram, a partir de suas ações nas comunidades, alcançar em torno de 300 pessoas (crianças, adolescentes, jovens e famílias), através das intervenções, exposições, cineclube, cortejos e atividades culturais, dando visibilidade não só à arte, mas também às problemáticas de relevância desse público, como no caso do extermínio das juventudes, racismo, redução da maioridade penal, das questões da ancestralidade africana dos tambores, teatro e da musicalidade, do abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Um exemplo já consolidado é o evento cultural Sexta na Praça, realizado periodicamente na comunidade do Morro da Conceição (Recife).
O trabalho com juventudes resultou também na “Revista Expressão Jovem”, com duas edições que sistematizaram as histórias de grupos de jovens engajados na luta por direitos humanos, especialmente os direitos de juventudes em Recife e Fortaleza. A Revista constitui-se, portanto, num canal importante para fazer ecoar a voz e as experiências das diferentes juventudes dos projetos no âmbito urbano e rural.
As Igrejas também passaram a priorizar a temática sobre justiça de gênero e violência doméstica nos encontros de juventudes, de forma que os/as jovens se tornaram multiplicadores da temática através da facilitação de oficinas. Em dois territórios, algumas Igrejas passaram a utilizar a temática da violência doméstica para compor peças teatrais trazendo a reflexão para a comunidade cristã e influenciar lideranças.
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2. ATUAÇÃO COM IGREJAS, REDES E GRUPOS RELIGIOSOS 2ª LINHA ESTRATÉGICA: Trabalhar com igrejas, redes e grupos religiosos engajados, para assumirem o ecumenismo de serviço e efetiva incidência em políticas públicas. Nos quatro territórios de atuação as equipes têm feito esforços para articular lideranças e grupos das igrejas estimulando-os a trabalharem a temática “Ecumenismo de Serviço” na perspectiva da incidência em políticas públicas. Por vezes a temática ganha o rótulo de “Missão Integral” ou de “Serviço”, o que ajuda, em certas situações, a tornar mais adequado o que se faz nos territórios. Foram fundamentais para o trabalho a mobilização e articulação de igrejas para a participação em Redes, Fóruns e Grupos; a criação e apoio a espaços de reflexão e iniciativas relacionadas ao Ecumenismo de Serviço e a formação de lideranças de igrejas nas diversas temáticas trabalhadas pela Diaconia. A atuação da Diaconia nos quatro territórios promoveu a criação de uma rede de lideranças evangélicas, com 07 representantes denominacionais na Região do Pajeú/PE; a formação de uma rede de mulheres cristãs com participação no mutirão “Chamados para Servir” promovido pela Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF) da Igreja Presbiteriana do Brasil; o envolvimento de representantes de 20 igrejas em processos formativos, sendo 07 de igrejas membro da Diaconia, resultando no fortalecimento do Fórum Transformação e na criação das Câmaras Temáticas de Gênero e Criança e Adolescente na Região Metropolitana de Fortaleza; a sensibilização de 13 igrejas e organizações cristãs (com 31 pessoas) para a construção conjunta das Políticas de Proteção à Crianças e Adolescentes (também em Fortaleza/CE). Apesar dos avanços no diálogo com as igrejas, muito trabalho ainda necessita ser feito, em termos de comprometimento dessas instituições, para incidência em políticas públicas. Mas é importante destacar o envolvimento na realização da SEMA, SEMEIA e SEIA, constituindo comissões voltadas a organizar ações públicas, e também na participação ativa em Fóruns DCA e de Defesa de direitos das Juventudes, por exemplo. Observa-se o estabelecimento de estratégias para o maior comprometimento social de lideranças de igrejas, especialmente na temática de gênero, tais como: i) processos de formação em gênero a partir da Bíblia, oferecido pela Escola Superior de Teologia (EST) da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), tanto para integrantes da equipe da Diaconia como também para lideranças femininas de várias igrejas e territórios; ii) realização de intercâmbio entre mulheres de igrejas envolvidas em ações da Diaconia nos territórios, iii) realização do 1º Encontro Interterritorial de Mulheres, pautando “justiça de gênero”, bem como o Encontro Interterritorial de Juventudes de igrejas; e, iv) rodas de conversas com mulheres de igrejas.
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22 A Diaconia passou a contar com pessoas sensibilizadas e comprometidas com a reaplicação em suas igrejas e comunidades de metodologias educativas nas diferentes temáticas e com visão crítica sobre processos sociais, políticos, econômicos, ambientais e religiosos relacionados às temáticas trabalhadas. Nestas ações participaram 20 igrejas que foram sensibilizadas, mobilizadas e envolvidas nos processos de formação temática e política. Foram desenvolvidas 04 metodologias de trabalho, aperfeiçoadas e implementadas na dimensão da reflexão teológica, da intervenção comunitária, da vivência e articulação interdenominacional, e na prevenção ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Houve a participação de 22 igrejas e 24 organizações evangélicas em campanhas, e 02 igrejas e 01 organização implantaram suas Políticas de Proteção da Criança e Adolescente como fruto dos processos de formação vivenciados com a Diaconia.
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3. ATUAÇÃO EM FORTALECIMENTO DE ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS 3ª LINHA ESTRATÉGICA: Fortalecer organizações parceiras por meio da promoção e apoio de processos de formação, visando seu desenvolvimento autônomo nas dimensões socioeconômica, político-metodológica e da gestão. A Diaconia trouxe para si a responsabilidade de fortalecer o trabalho das organizações parceiras nos diferentes projetos específicos ou institucionais, de forma a torná-las capazes de conduzir seus processos econômicos, político-pedagógicos e de gestão financeira e administrativa, na perspectiva de sua sustentabilidade a médio e longo prazos. Nessa linha, dois Centros de Comunicação e Juventude tiveram sua consolidação reforçada, produzindo ações como ferramenta de reivindicação e defesa de direitos, bem como de geração de trabalho e renda. O fortalecimento dos dois CCJs permitiu às duas iniciativas tornarem-se autônomas. O CCJ de Recife/PE já possui CNPJ e o de Fortaleza/CE está em processo de obtenção. Esta condição jurídica é importante para ambos assumirem trabalhos, gerarem renda própria e se profissionalizarem como organizações formadoras de novos jovens. Também foram realizadas capacitações sobre captação recursos. Os processos de formação têm sido importantes para fortalecer pedagogicamente outras organizações parceiras nos territórios. Nas quatro Unidades Territoriais as equipes técnicas realizaram assessoramento em elaboração de projetos e mobilização de recursos. Na AASP e AAOEV, foram elaborados projetos beneficiando centenas de famílias agricultoras que tiveram acesso ao PAA e PNAE, garantindo cotas de comercialização de produtos agroecológicos. As equipes técnicas territoriais desenvolveram, ainda, um trabalho de formação em processos político-pedagógicos, principalmente para as lideranças dessas organizações parceiras, bem como para outras organizações de base como sindicatos, associações rurais e urbanas, e escolas. Essas ações também foram realizadas com organizações como a Casa Esperança Vir-a-Ser, localizada em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife/PE.
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4. ATUAÇÃO EM PARCERIAS SUL-SUL E SUL-NORTE-SUL 4ª LINHA ESTRATÉGICA: Contribuir na construção de novas relações internacionais, investindo nas parcerias Sul–Sul e Sul–Norte–Sul, para incidir em políticas públicas e favorecer a garantia dos DHESCAs. Esta Linha Estratégica trata de promover atividades que contribuam para desenvolver ações na perspectiva da construção e intercâmbio de conhecimentos e tecnologias, de forma a criar um ambiente favorável de negociação e implementação de projetos de cooperação no Brasil e no âmbito internacional. Neste ano, a experiência institucional com a implantação de tecnologias de convivência com o Semiárido fortaleceu intercâmbios de experiências com técnicos (as) de organizações parceiras da Ajuda da Igreja da Noruega (AIN) na Angola. O processo, iniciado em 2014, com a ida a Angola de um dos assessores político-pedagógicos no Sertão do Pajeú, Afonso Cavalcanti, continuou com um intercâmbio no qual a Diaconia recebeu técnicos da AIN Angola e de outras duas organizações parceiras, para conhecer o trabalho desenvolvido junto às famílias agricultoras e comunidades rurais locais. Houve a continuidade do intercâmbio “Comunicação para a Mudança” da AIN, por meio do qual dois jovens brasileiros foram para a Noruega e duas jovens noruegueses vieram para o Brasil, possibilitando a troca de saberes e vivência de realidades no contexto do trabalho com a juventude. Este programa formou jovens brasileiros/as em dinâmicas de comunicação, captação de recursos, relações sociais e compreensão sobre processos democráticos de estabelecimento de políticas para as juventudes, em escala global. Os jovens fizeram palestras em igrejas, universidades e organizações de base repassando conhecimentos e aprendizados obtidos com esta experiência de intercâmbio. A Diaconia participa do grupo consultivo da AIN (Partners Advisory Group - PAG) junto com mais quatro outros parceiros da AIN na África, Oriente Médio e Ásia. Participa também na Rede PAD – Articulação e Diálogo Internacional, uma oportunidade de interação no contexto da garantia de direitos humanos. Neste ano foi realizada a visita da Direção Executiva à Obra Missionária Evangélica Luterana da Baixa Saxônia (OMEL) na Alemanha, oportunidade que foi possível apresentar o trabalho que é realizado e negociar uma parceria para fortalecer as ações com crianças e adolescentes. Esta parceria viabilizou um novo projeto ligado aos direitos de Crianças e Adolescentes (“Protegendo a Meninada”). Este projeto viabilizou a
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25 atuação preventiva e de denúncia da exploração e abuso sexual, o qual tem o prazo de execução de dois anos, influenciando a vida de centenas de adolescentes e jovens. A Diaconia também recebeu, em 2015, um grupo de 06 jovens voluntários e voluntárias de igrejas inglesas e integrantes de um programa de intercâmbio promovido pela agência Tearfund, permanecendo dois meses colaborando com a Unidade Territorial do Sertão do Pajeú em atividades comunitárias junto a grupos urbanos e rurais da região. Um dos destaques foi a participação na SEMA, quando compreenderam melhor a situação da crise hídrica na região, além de intercambiarem conhecimentos com os jovens locais, buscando também somar forças na reivindicação junto aos governos brasileiro e inglês pela aceleração da conclusão das obras de acesso a água na região. A Diaconia influenciou o trabalho da AIN Angola, sendo convidada para colaborar/orientar a elaboração de um plano de enfrentamento das condições de mudanças climáticas em Angola. A influência se estendeu a Oslo e AIN na Noruega que avaliou importante a interação da Diaconia neste processo de intercâmbio. Nesta mesma direção foi criado um “programa” experimental, pela AIN, de intercâmbio de conhecimento no campo agroecológico com foco em “livelihoods”, energia sustentável e influência público-política. Houve a participação da Diaconia na formulação do Plano Estratégico 2020 da AIN. Esta agência é defensora do acesso a direitos para todos os povos e apresentou uma versão muito avançada de seu Plano. A participação foi importante na construção desse plano porque junto com os outros PAG Members conseguimos influenciar conteúdos por dentro das grandes linhas de intervenção que pareciam já estar definidas pelo conselho AIN como opção de atuação no mundo.
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5. PÚBLICO DIRETO E INDIRETO Considerando o cumulativo do público direta e indiretamente atendido pela Diaconia no ano de 2015 nas quatro UT’s de atuação da instituição, o total alcançado corresponde a 28.916 pessoas, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos/as e idosos/as, sendo 55% desse público representado por indivíduos do sexo feminino e 45% pelo sexo masculino. Os quadros e gráfico, abaixo, apresentam informações mais detalhadas deste quantitativo. Quadro 1 – Público diretamente atendido pelos programas e projetos desenvolvidos pela Diaconia nos quatro territórios, segundo a faixa etária e o sexo. PÚBLICO ATENDIDO POR SEXO PÚBLICO ATENDIDO POR FAIXA ETÁRIA
Crianças/ Adolescentes (até 15 anos) Jovens (15 a 29 anos) Adultos (30 a 60 anos)
PÚBLICO DIRETO Feminino 1.830
1.713
3.543
1.302
970
2.272
2.929
2.596
5.525
536
452
988
6.597
5.731
12.328
Terceira Idade (mais de 60 anos) TOTAL
Masculino
TOTAL POR CATEGORIA
Quadro 2 – Público indiretamente atendido pelos programas e projetos desenvolvidos pela Diaconia nos quatro territórios, segundo a faixa etária e o sexo. PÚBLICO ATENDIDO POR SEXO PÚBLICO ATENDIDO POR FAIXA ETÁRIA
PÚBLICO INDIRETO Feminino
Masculino
TOTAIS POR CATEGORIA
Crianças/ Adolescentes (até 15 anos) Jovens (15 a 29 anos)
636
592
1.228
2.633
1.806
4.439
Adultos (30 a 60 anos)
5.060
4.123
9.183
Terceira Idade (mais de 60 anos)
973
765
1.738
TOTAIS
9.302
7.286
16.588
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27 Figura 1 – Representação gráfica do público direta e diretamente atendido pelos programas e projetos desenvolvidos pela Diaconia nos quatro territórios, segundo a faixa etária. 10.000 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 9.183
4.000 3.000 2.000 1.000
Público Direto Público Indireto
4.439 5.525 3.543 2.272
1.228
0
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988 1.738
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6. GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA O setor administrativo e financeiro tem como responsabilidade gerenciar as questões contábeis, legais, trabalhistas e fiscais. Tem como sua grande meta o aprimoramento da gestão organizacional e da gestão de pessoas, afim de que sejam plenamente compatíveis com o redirecionamento estratégico da Diaconia.
Patrimônio A Diaconia possui três imóveis onde acontecem atividades relacionadas aos projetos em execução ou que dão suporte para os mesmos. Estes imóveis estão situados em Recife/PE, Umarizal/RN e Fortaleza/CE. A casa de Afogados da Ingazeira/PE, no território do Pajeú, é alugada. Além destes, possui também bens móveis que são constituídos de veículos, computadores e mobiliário. A Diaconia preza pelo bom uso e zelo destes bens, os quais permitem a realização de um trabalho de excelência e o cumprimento dos objetivos previstos no planejamento e nos projetos executados.
Recursos Humanos 5% 9% 29%
Ass. Político Pedagógica Aux. Técnicos Adm-Fin
30%
Mobilização e Comunicação
27%
Coordenações
A equipe executiva da Diaconia é formada por 56 pessoas, sendo 33 mulheres e 23 homens. Desse total, 34 atuam na linha da assessoria político pedagógica, sendo 16 assessoras/es nos territórios, 3 na coordenação e 15 na execução técnica. Na linha administrativa e financeira atuam 17 pessoas, sendo 7 nos territórios e 10 na sede. Na mobilização de recursos atuam 5 pessoas, sendo 2 na mobilização e 3 na comunicação. Esta equipe é multidisciplinar, contando com profissionais nas áreas de assistência social, pedagogia, teologia, agronomia, engenharia florestal, administração, economia, jornalismo, ciências contábeis, agroecologia, agropecuária, história e psicologia.
Receitas e Despesas Para a manutenção da Diaconia e a execução das ações realizadas no período utilizamos recursos nacionais, internacionais e próprios.
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7. AÇÕES DE MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO 7.1. Mobilização de Recursos A mobilização de recursos tem a grandiosa tarefa de conseguir os meios necessários para que a Diaconia desenvolva o seu trabalho e atinja seus objetivos institucionais. Por isso, ela é, e sempre precisa ser, uma ação ético-política, pois os recursos mobilizados devem ser resultado dessa ação e não podem estar antes dela. Assim, toda e qualquer ação de mobilização está ancorada nos parâmetros institucionais que são a sua missão, a visão de futuro, os valores, os princípios e o Marco Estratégico Decenal (2010-2019). Neste sentido, a atuação da mobilização de recursos vem sendo de conquista de parceiros e não de venda de projetos, isso porque buscamos aliados que contribuem para uma atuação propositiva e permanente que gera transformações na realidade. A mobilização de recursos desenvolveu suas ações tendo em vista a consolidação da Política e do Plano de Mobilização de Recursos, priorizando as áreas que necessitavam de mais apoio, mantendo e aprofundando as parcerias atuais com o Governo, Igrejas e Parceiros Internacionais e realizando uma campanha de captação de recursos livres. Participamos de 05 editais de premiações, sendo vencedores em dois a nível nacional, os quais foram do Fundo Socioambiental CAIXA (com a metodologia de disseminação do biodigestor e a implantação do banheiro redondo), conquistamos dois Certificações junto a Fundação Banco do Brasil (com as tecnologias sociais do biodigestor e do banheiro redondo) e uma menção honrosa com o banheiro redondo junto a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia de Pernambuco. A Campanha #SerCriança, que é de mobilização de recursos junto a pessoas físicas e que apoia projetos que atendem o público infanto-juvenil, avançou neste ano aumentando a mobilização de recursos de R$ 15.313,00 em 2014 para R$ 19.137,00 em 2015. O crescimento da campanha exigiu atualização e produção de novos materiais. As apresentações da Campanha se intensificam a cada ano e novas estratégias são implementadas, a exemplo do lançamento em cada Território de atuação da Diaconia e o envolvimento de pessoas mobilizadoras de recursos.
Política e Plano de Mobilização de Recursos A elaboração e aprovação da Política e do Plano de Mobilização de Recursos pelo Conselho Diretor em 2013 foram de grande relevância porque definiram e contextualizaram o caminho a ser seguido. A política definiu os aspectos da mobilização que serão fortalecidos, as suas dimensões norteadoras (princípios, valores, ação ético política, comunicação, diretrizes, estratégias, as fontes e as formas de abordagem) e o caráter participativo de atuação. Já o plano definiu as estratégias e ações a serem realizadas (comunicação, realização de campanhas, relações de parceria, elaboração de projetos, cooperação técnica, fortalecimento institucional de organizações parceiras e a atuação do conselho consultivo). O plano também trouxe com que fontes será feita a mobilização de recursos, que são a Cooperação Internacional, as Fontes Governamentais, os Institutos e
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30 Fundações, as Empresas, as Campanhas de Visibilidade e as Campanhas de Captação de Recursos junto a pessoas físicas. Ele ainda apontou a intensidade de atuação junto a cada fonte ao longo do período.
Contexto da Cooperação Internacional e do Apoio Governamental Uma fonte que continua contribuindo decisivamente para a manutenção do trabalho da Diaconia é a Cooperação internacional através de parceiros históricos como a Federação Luterana Mundial (FLM), Pão para o Mundo (PPM), Ajuda da Igreja Norueguesa (AIN), Igreja da Suécia, Tearfund e Comissão Europeia. Mas isso vem mudando significativamente, tanto que a ICCO Kerkie & Actie da Holanda já deixou de apoiar a Diaconia em 2012, a AIN está revendo seu apoio com a possibilidade de deixar de fazêlo e a Igreja da Suécia deverá apoiar o trabalho até o final de 2017. O aporte de recursos governamentais também tem grande relevância na manutenção das ações institucionais. Mas a instabilidade econômica e política que vem se agravando ultimamente está reduzindo o investimento. Como exemplo, a Articulação do Semiárido (ASA), com a qual temos parceria, não conseguiu os recursos previstos em 2015 para as ações de convivência com o Semiárido, especialmente para o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2); o que significou redução nos recursos que a Diaconia mobilizou junto ao Governo Federal. Estes contextos estão exigindo novos esforços na mobilização de recursos, de modo que outras fontes para além da Europa estão sendo acessadas com o intuito de minimizar esta redução de investimento, como também novas iniciativas nacionais estão sendo realizadas junto a Institutos, Fundações e Empresas, bem como a realização de Campanhas de Visibilidade e de Mobilização de Recursos junto a Pessoas Físicas. No entanto, esta realidade se constitui num grande desafio para os próximos anos.
Campanha #SerCriança A Campanha #SerCriança foi lançada em dezembro de 2013. No seu período de mobilização, que foi até setembro de 2014, ela mobilizou R$ 15.313,00. Estes recursos apoiaram o trabalho de complementação escolar com 60 crianças e adolescentes no Centro Presbiteriano de Apoio à Criança (CEPAC) em Umarizal/RN. Já no segundo ano/2015 foram mobilizados R$ 19.137,00 que apoiaram, além do CEPAC, o trabalho na Igreja Evangélica Livre de Afogados da Ingazeira/PE com 40 crianças, que focou as atividades num projeto de leitura. Para esta terceira edição, que iniciou no início de outubro, os recursos apoiarão as duas entidades anteriores mais a Casa Esperança Vir-a-Ser de Igarassu/PE que trabalha com 50 crianças com enfoque na música. A Campanha visa fortalecer o trabalho destas três entidades que juntas atendem 150 crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade, mas também pretende contribuir para a criação de uma cultura de doação, o que ainda é muito frágil na sociedade brasileira; bem como deseja ampliar a base social da Diaconia com um bom número de pessoas conhecendo e se envolvendo com o seu trabalho.
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31 Ela é uma iniciativa nova, mas acreditamos que tem potencial para crescer e se firmar como uma Campanha de Mobilização de Recursos junto a Sociedade.
Principais impactos da Mobilização de Recursos Ao longo deste ano foram elaborados e negociados 23 projetos junto a Cooperação Internacional; Institutos e Fundações; Governos Federal, Estadual e Municipal; Igrejas, Academia e Organizações; Concursos de Premiações; e Pessoas Físicas através da Campanha #SerCriança. O valor total destes projetos somou R$ 18.862.520,00. Deste total, tivemos 17 projetos aprovados no valor de R$ 13.177.996,00 (69,87%); 02 não aprovados no valor de R$ 746.124,00 (3,95%) e 04 continuam em negociação no valor de R$ 4.938.400,00 (26,18%). Do valor total mobilizado, 30% foram mobilizados junto a Cooperação Internacional, 10,9% junto a Institutos e Fundações, 58,6% junto a Governos e 0,5% junto a Pequenas Fontes Diversas.
Mantenedores 0,5% 30,0%
Cooperação Internacional Institutos e Fundações
58,6%
10,9%
Governos Pequenas Fontes Diversas
Tivemos nosso trabalho reconhecido e valorizado através da conquista de 02 Prêmios de Melhores Práticas em Gestão Local do Fundo Socioambiental CAIXA, 02 Certificações pelo Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social e 01 Menção Honrosa junto a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia de Pernambuco. A criação do Conselho Consultivo vem apoiando as ações e “abrindo portas” para novas iniciativas, a exemplo da parceria firmada este ano com o Departamento de Nutrição da UFPE através do Projeto de Extensão “Promovendo Saúde e Nutrição na Comunidade”. Novos parceiros nacionais passaram a apoiar o trabalho, como o Fundo Socioambiental CAIXA, o Programa Ecomudança do Banco Itaú, os Governos Estaduais de Pernambuco através da SARA – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária e do Rio Grande do Norte através da SETHAS - Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social. Novos parceiros internacionais passaram a apoiar o trabalho, como a OMEL – Obra Missionária Evangélica Luterana da Baixa Saxônia e a relação que vem se estabelecendo com a IAF – Inter-American Foundation. A mobilização conseguiu garantir os recursos necessários para a continuidade do trabalho.
7.2. Comunicação A assessoria de comunicação desenvolveu atividades que estabeleceram a ligação entre a Diaconia e os meios de comunicação, e administrou as informações enviadas tanto
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32 interna quanto externamente. Ela desenvolveu atividades de marketing, comunicação interna e externa, campanhas, produção de material gráfico, produção de release para envio para imprensa, alimentação das plataformas digitais (site e redes sociais) e cobertura de eventos. Ela cuidou da imagem institucional da instituição, elaborou produtos de comunicação como newsletters, informativos, trabalhou informações jornalísticas, lidou com jornalistas, preparou press-releases (comunicados de imprensa), e monitorou o fluxo de informação veiculada na mídia sobre a organização.
Veículos institucionais A Diaconia trabalhou com diversas plataformas digitais sendo divididas em: Site Institucional (www.diaconia.org.br), com 28.100 visitas no ano. A Diaconia também desenvolveu um hotsite de apoio ao Projeto Justiça de Gênero, anexo ao site principal. Redes Sociais Facebook (www.facebook.com/diaconiabr). A fanpage atingiu 4.761 curtidores em 2015. Twitter (www.twitter.com/diaconia_br). O perfil no Twitter da Diaconia atingiu 1.048 seguidores em 2015.
YouTube – Cerca de 147.997 visualizações alcançadas. Entre os vídeos mais acessados estão: Versão Completa - Biodigestor: Um jeito inteligente de cuidar do meio ambiente (com mais de 120 mil visualizações) e Biodigestor: Uma tecnologia social no PNHR (cerca de 13 mil).
Boletins Informativos – A Diaconia trabalhou com boletins informativos que foram encaminhados para endereços cadastrados na plataforma Relazione. Em 2015, foram enviados 08 boletins informativos “Diaconia em Foco” (publicação mensal) e 13 newsletters comemorativas/pontuais, completando 21 boletins por e-mail.
Campanhas Campanha de Visibilidade Elaborada em articulação com a Diretoria Executiva, a Campanha de Visibilidade aconteceu em julho, mês de aniversário da Diaconia, com o propósito de potencializar a imagem da organização perante a sociedade, tornando-a ainda mais conhecida, especialmente nos quatro territórios onde atua. Para alcançar esse objetivo, a MOBCOM centrou esforços no envio de newsletters especiais; produção/veiculação de banners no site e nas mídias sociais da Diaconia; produção/veiculação de banners em sites, blogs e portais de parceiros; produção/veiculação de spots em rádios; produção/veiculação de VTs em emissoras de televisão; produção de panfletos e cartazes; articulação com empresas de transporte público para fixação dos cartazes nos coletivos; anúncios em jornais e revistas especializadas; divulgação na imprensa; cobertura in loco das celebrações de aniversário da instituição.
Campanha #SerCriança Nela, a Comunicação produziu peças gráficas: adesivos, banners, camisas, cartazes, cofrinhos, cofres de acrílico, faixas, folders, panfletos e talonários; produção/divulgação de histórias de crianças ou pessoas ligadas aos projetos beneficiados; assessoria e cobertura dos eventos de lançamento da Campanha; divulgação da Campanha nos veículos de comunicação institucionais (site/redes sociais) e na Imprensa; distribuição e controle do material junto a funcionários, mobilizadores e voluntários; sugestão de
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33 ações/atividades para a Campanhas nas quatro UTs; monitoramento ações/atividades junto às UTs; monitoramento da Conta Corrente da Campanha.
das
Apoio a outras campanhas Os profissionais de Comunicação da Diaconia também deram suporte a campanhas desenvolvidas pelas UTs, ao longo do ano. Tal apoio se deu através da participação em reuniões de preparação, elaboração de peças gráficas (logomarcas, banners, cartazes, folders, camisas, bonés, panfletos, etc), revisão de textos e divulgação de ações, tanto nos veículos institucionais quanto na Imprensa.
Produção de material gráfico Em atendimento a demandas próprias da Direção Executiva e das Unidades Territoriais, foram elaboradas diversas peças gráficas, em apoio a ações institucionais da Diaconia. As atividades variaram desde a concepção e aprovação de material gráfico, avaliação da aplicação das marcas da Diaconia e entidades parceiras, acompanhamento de cotações, produção em gráfica até o controle na distribuição do material.
Relacionamento com a imprensa Através da equipe de comunicadores, a MOBCOM também trabalhou para divulgar ações e projetos da Diaconia na Imprensa local (PE, CE e RN) e nacional, conferindo uma maior visibilidade ao trabalhado desenvolvido pela organização perante a sociedade. Até novembro, foram veiculadas, aproximadamente, 380 notícias relacionadas à entidade em jornais, rádios, revistas, TVs, blogs e portais de notícias.
Temas Entre as temáticas que mais tiveram repercussão na Imprensa estão Meio Ambiente e Clima, em 1º lugar; Gênero, em 2º; e Criança Adolescente, em 3º. As divulgações de caráter Institucional (de divulgação da Diaconia como um todo ou ligadas às campanhas institucionais) ganharam destaque, ao lado de divulgações de visitas de parceiros nacionais e internacionais.
Veículos Em relação aos veículos, o destaque foi para os meios virtuais (blogs, portais de notícias, sites de igrejas e redes sociais), que ganharam espaços antes monopolizados pelas mídias tradicionais. Dada nossa área de abrangência (periferias das grandes cidades e municípios do interior) e as temáticas abordadas, tivemos mais possibilidades de divulgação nesses meios, mas também nos inserimos bem em jornais, emissoras de rádio e TV.
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Principais impactos A Comunicação se consolidou na Diaconia como instrumento integrado à Mobilização de Recursos. A manutenção e ampliação no quadro de profissionais, bem como a sua participação mais efetiva na construção de projetos e campanhas, foi um reflexo dessa maior relevância percebida pela instituição, inclusive a partir dos impactos da visibilidade crescente em veículos de mídia regional e nacional. O setor manteve um contato mais aproximado com as equipes territoriais, no qual foi possível identificar as ações estratégicas e necessidades locais de Comunicação, contribuindo para o fortalecimento do relacionamento com as mídias e organizações parceiras locais. Ampliamos nosso relacionamento com os veículos de imprensa através de anúncios de forma gratuita em jornais, revistas, emissoras de rádio e TV e blogs durante as campanhas de Visibilidade e Ser Criança, além de campanha paga durante a Visibilidade, para aumento no público que acompanha a instituição.
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8. PARCEIROS INSTITUCIONAIS Cooperação Internacional:
Institutos e Fundações:
Governos:
Fontes Diversas:
Parcerias:
Premiações e Certificações:
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ANEXO: QUADRO DE SIGLAS UTILIZADAS Sigla AAOEV AASP ActAlliance AIN AMUPE ANA ASAP AJUPTA APAC ASA ATER CBH CCJ CEPAC COMPESA CONSEA CPRH DCA DHESCAs ECA EST FLM/PPM IECLB IPB MOBCOM OMEL OSC PAA PAG PNAE P1MC P1+2 REAJAN Rede PAD SAF SEIA SEMA SEMEIA STTR UT
Descrição Associação Agroecológica Oeste Verde Associação dos Agricultores Agroecológicos do Sertão do Pajeú Aliança de Desenvolvimento ACT (Action for Churches Together) Ajuda da Igreja da Noruega Associação Municipalista de Pernambuco Agência Nacional de Águas Associação Agroecológica do Pajeú Associação da Juventude Poética de Tabira Agência Pernambucana de Águas e Clima Articulação no Semiárido Assessoria Técnica e Extensão Rural Comitê da Bacia Hidrográfica Centro de Comunicação e Juventude - Recife Coletivo de Culturas Juvenis - Fortaleza Centro Presbiteriano de Apoio à Criança Companhia Pernambucana de Saneamento Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco Direito da Criança e do Adolescente Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais Estatuto da Criança e do Adolescente Escola Superior de Teologia da IECLB Federação Luterana Mundial / Pão para o Mundo Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil Igreja Presbiteriana do Brasil Mobilização e Comunicação Obra Missionária Evangélica Luterana da Baixa Saxônia Organização da Sociedade Civil Programa de Aquisição de Alimentos Partners Advisory Group Programa Nacional de Alimentação Escolar Programa Um Milhão de Cisternas Programa Uma Terra e Duas Águas Rede de Articulação do Jangurussu e Ancuri Ecumenismo - agências parceiras europeias Sociedade Auxiliadora Feminina Semana de Alimentação Semana da Água Semana do Meio Ambiente Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Unidade Territorial