Edição 04

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Impresso Especial 9912212448/2008-DR/BA

AHSEB ANO II, Nº4 JUL/AGO/SET

Saœde&Gest‹o Mariléa Souza, do Bradesco Saúde Lúcia Dórea, do Samur de Conquista

Tereza Valente, do Grupo Promédica

Sônia Carvalho, do Planserv

O PODER É

ROSA

O que pensam, como governam, e o perfil das mulheres mais influentes do setor de saúde da Bahia

Diagnóstico | jul/ago/set 2009 |

TERCEIRIZAÇÃO: O efeito das ações do MPT no mercado de saúde


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ÍNDICE geral

06 ENTREVISTA

Adrianos Louverdos Médico auditor e autoridade no assunto, Loverdos revela as agruras de uma FDUUHLUD GHVD¿DGRUD

10 NEGÓCIOS Labforte

Grupo de empresários do setor de laboratório se uniu para enfrentar a concorrência

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Juntas, elas representam mais de 90% do PIB do setor de saúde na Bahia. E querem muito mais

ARTIGO Maisa Domenech As vantagens da integração do setor de saúde sobre o prisma do aparato de comunicação

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PRESTADOR REFERÊNCIA Jaar Andrade

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As lições para o setor de saúde da mobilização que colocou a categoria na pauta do poder

Um raio X de um dos hospitais mais importantes da Bahia, que completa 15 anos de fundação

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CAPA Mulheres de negócio A intimidade do comando das mulheres PDLV LQÀXHQWHV GR VHWRU GH VD~GH QD Bahia

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TERCEIRIZAÇÃO MPT As ações do Ministério Público do Trabalho e suas repercussões no trade de saúde

25 Assessor Jurídico do Sindhosba, Jorge Freitas: MPT versus prestadores

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MOBILIZAÇÃO Brasília Caravana de empresários consegue sensibililizar congressistas sobre o colapso anunciado do setor

A Revista Diagnóstico é uma publicação da Criar, em parceria com a Ahseb (Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia). Rua Frederico Simões, 98 - Ed. Advanced Trade Center, 14º andar - Caminho das Árvores | CEP: 41.820-021 - Salvador-BA. Telefax:71 3082-3752

100% Marketing de Saúde

Editor/Jornalista Responsável: Reinaldo Braga (MTBa 1798) Repórteres: Helbert Luciano [helbert@ criarmed.com.br], Reinaldo Braga Fotos: Iracema Chequer e Banco de imagens Capa: Tadeu Miranda Locação: Santa Casa de Misericordia da Bahia Editoração: Emerson Farias. Tiragem: 10 mil exemplares. Revisão: Marcos Navarro (MTBa 1710). Atendimento ao leitor: atendimento@criarmed. com.br , Realização: Criar - Rua Professor Sabino Silva - 2883, Ed. Victória Center, sala 1106 | CEP: 40.157-250 Salvador-BA | Tel: 71 3011-4045.

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EDITORIAL teste

Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia

Presidente: Marcelo Monc™rvo Britto Vice-Presid•ncia Executiva: Ricardo Pereira Costa Vice-Presid•ncia: Raimundo Carlos de S. Correia Vice-Presid•ncia: Eunivaldo Diniz Gon•alves Vice-Presid•ncia: Orlando Colavolpe Vice-Presid•ncia: Silio Nascimento Andrade Vice-Presid•ncia: Paulo Augusto Kahale Vice-Presid•ncia: Jaar Andrade Vice-Presid•ncia: Br‡ulio Brand‹o Rego Vice-Presid•ncia: Eduardo Oliveira Santos Vice-Presid•ncia: Paulo CŽsar de Meireles Garcia Vice-Presid•ncia: Jorge Luiz S. Calabrich Vice-Presid•ncia: JosŽ Augusto Andrade Diretor-Secret‡rio: JosŽ Rodrigues Diretor -Tesoureiro: Lucas Scardua Vice-Diretor Tesoureiro: Luis Paulo Neri Marambaia Diretor da UCAS: C’cero Newton Andrade Diretoria de Forma•‹o e Aperfei•oamento Pessoal: Sueli Batista Diretor de Assuntos Jur’dicos: Agnaldo Bahia Diretoria de Relacionamento com Cremeb: Jose M‡rcio Maia Diretoria de Marketing: C’cero Newton Andrade Diretoria de Planejamento EstratŽgico: Aderbal Gomes Diretoria de Qualidade: Maria Del Carmen Diretoria de Projetos Especiais: JosŽ Alberto Costa Muricy Diretoria de Rela•›es Pœblicas: Raul Schawb Neto Diretoria de Custos: Rubenval Garcia Conselho Fiscal: Marcos Mascarenhas Conselho Fiscal: Elza de Oliveira Araœjo Conselho Fiscal: Bernardo Viana Conselho Fiscal Supl•ncia: Tess P. Coutinho Conselho Fiscal Supl•ncia: çurea Luz Conselho Fiscal Supl•ncia: /XLV 'HOÀQR 0RWD /RSHV REGIONAIS Presid•ncia Regional Feira de Santana: Arlindo Mendes Lima Vice-Presid•ncia Regional Feira de Santana: Maria Iracema Brand‹o de Sousa Presid•ncia Regional Vit—ria da Conquista: Lucia D—rea Vice-Presid•ncia Regional Vitoria da Conquista: Ricardo Luis RisŽrio Carmo Presid•ncia Regional Cama•ari: HŽrika Pedroza N.Sequelos Vice-Presid•ncia Regional Cama•ari: Mauro Adan Presid•ncia Regional IlhŽus: M‡rio Chaves Rocha Vice-Presid•ncia Regional IlhŽus: M‡rio Alexandre Presid•ncia Regional Itabuna: AndrŽ Wermann Vice-Presid•ncia Regional Itabuna: RogŽrio Augusto M. Brito CONSELHO EDITORIAL Marcelo Monc™rvo Britto Raimundo Carlos de Souza Correia Eunivaldo Diniz Gon•alves C’cero Newton Andrade Agnaldo Bahia Monteiro Neto Edmundo Calasans de Carvalho Jœnior

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ENTREVISTA | AUDITORIA

adrianos loverdos

“Operadoras e prestadores continuam em lados diferentesâ€? Foto: Divulgação

O

auditor mineiro Adrianos Loverdos sabe bem as agruras da carreira. MĂŠdico de formação, jĂĄ defendeu, durante mais de 20 anos, os interesses de algumas das principais operadoras de planos de saĂşde do paĂ­s. Aos 55 anos, ĂŠ diretor tĂŠcnico do Hospital MadreCor de Uberlândia – um dos mais importantes do interior de Minas. “JĂĄ fui ameaçado quando atuava como mĂŠdico chefe em um convĂŞnio e preciVDYD YDOLGDU DWHVWDGRV PpGLFRV´ FRQÂżdencia, em tom bem-humorado. “Como mĂŠdico auditor, vivenciei muitos conĂ€LWRV 0DV DWp DJRUD VHPSUH FRP ÂżQDO felizâ€?. Autor do livro Auditoria e AnĂĄlise de Contas MĂŠdico-Hospitalares, Editora ST, Loverdos acompanhou os principais capĂ­tulos de uma carreira que surgiu na dĂŠcada de 70, como solução Ă sangria do dinheiro pĂşblico derivada de fraudes recorrentes no sistema de saĂşde. De lĂĄ para cĂĄ, pouca coisa mudou. “Operadoras e hospitais continuam, salvo honrosas exceçþes, em lados diferentesâ€?, salienta ele, numa referĂŞncia Ă rotina de auditagem. “Neste assunto, ainda precisamos evoluir muitoâ€?. Otimista, ele acredita TXH QR IXWXUR RV PHFDQLVPRV GH ÂżVFDOLzação vĂŁo ter regras mais maduras e, por conseguinte, relaçþes mais harmoniosas entre os autores do processo. Com uma folga na agenda, em pleno mĂŞs de setembro, quando preside o III Congresso Brasileiro de Auditoria em Sistemas de SaĂşde (Combrass), realizado em SĂŁo Paulo, Loverdos falou a DiagnĂłstico. DiagnĂłstico – Qual o futuro da auditoria no Sistema de SaĂşde? Adrianos Loverdos – Fiz esta pergunta em 1999, quando ministrei a palestra de abertura do 1Âş Congresso Brasileiro de Auditoria MĂŠdico Hospitalar, durante a Feira Hospitalar, em SĂŁo Paulo. Naquela ocasiĂŁo, vislumbrava um cenĂĄrio de 6 | DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009

MĂŠdico auditor, Loverdos ĂŠ autor do livro Auditoria e AnĂĄlise de Contas MĂŠdico Hospitalares

equilĂ­brio entre hospitais e operadoras de planos de saĂşde, com remuneração por pacotes de procedimento e diagnĂłsWLFR FOtQLFR ÂżFDQGR D DXGLWRULD YROWDGD para o controle de programas de qualidade no atendimento mĂŠdico-hospitalar. Vejo que, dez anos depois, o cenĂĄrio continua o mesmo: auditamos contas, glosamos ou recorremos a glosas. Talvez um dia meu sonho se realize, quem sabe ao longo dos prĂłximos dez anos. DiagnĂłstico – Em sua opiniĂŁo, quais os principais consensos sobre o atual sistema de auditoria adotado no Brasil e onde podemos evoluir? Loverdos – Todos nĂłs auditores compartilhamos das mesmas angĂşstias. Sa-

bemos que o melhor resultado para o sistema de saĂşde estĂĄ na constante busca pela qualidade nos processos de atendimento mĂŠdico e de enfermagem. Temos FDUrQFLD GH SURWRFRORV FLHQWLÂżFDPHQWH elaborados, com a participação de equiSHV PXOWLSURÂżVVLRQDLV 2XWUD QHFHVVLdade ĂŠ a informatização dos processos. Mecanismos como os prontuĂĄrios eletrĂ´nicos, que ajudam a agilizar os processos de auditagem, sĂŁo primordiais para o bom funcionamento de um hospital. DiagnĂłstico – Durante muito tempo, o prestador era visto sempre como suspeito atĂŠ que se provasse o contrĂĄrio, no processo de auditoria. O que mudou na relação?


“COMO MÉDICO AUDITOR NUNCA SOFRI AMEAÇAS, ATÉ O MOMENTO. TENHO MUITAS HISTĂ“RIAS PARA CONTAR, MAS TODAS COM FINAL FELIZâ€? Loverdos – Infelizmente, pouca coisa. O pressuposto deveria ser da idoneidade e da imparcialidade, mas operadoras e hospitais continuam, salvo honrosas exceçþes, em lados diferentes. Neste assunto ainda precisamos evoluir. E muito. DiagnĂłstico – Qual a situação GH PDLRU FRQĂ€LWR TXH R VHQKRU jĂĄ viveu em sua longa carreira de auditor? JĂĄ foi ameaçado? Loverdos – JĂĄ fui ameaçado quando atuava como mĂŠdico chefe em um convĂŞnio e precisava validar atestados mĂŠdicos. Como mĂŠdico auditor, nĂŁo sofri, atĂŠ o momento, qualquer tipo de ameaça ou constrangimento, apesar de vivenciar PXLWRV FRQĂ€LWRV 7HQKR PXLWDV KLVWyULDV SDUD FRQWDU PDV WRGDV FRP XP ÂżQDO IHOL] DiagnĂłstico – HĂĄ uma corrente da auditoria que defende maior capacitação do auditor nas ĂĄreas de controlaGRULD ÂżQDQoDV H JHVWmR 2 TXH DFKD" Loverdos – Todo conhecimento agrega valor. Quando comecei a atuar de maneira mais intensa na auditoria, tive a oportunidade de fazer vĂĄrios cursos, em nĂ­vel de extensĂŁo, com enfoque em auditoria contĂĄbil. E preciso se reclicar sempre. DiagnĂłstico – Os “pacotesâ€? continuam VHQGR D PHOKRU VDtGD GH QHJRFLDomR GH preços entre operadoras e prestadoras? Loverdos – Depende da sua formatação e dos parâmetros utilizados para o seu dimensionamento e valorização. Acho uma maneira prĂĄtica de negociar, mas QmR HVWRX VHJXUR HP DÂżUPDU TXH p QRVVD melhor opção. DiagnĂłstico – Qual o impacto direto da implantação do TISS e da TUSS na dinâmica dos processos de auditoria? No que ainda se pode avançar?

Quando compro um produto no mercado, nĂŁo tenho como saber por quanto ele foi adquirido. Pago o preço cobrado, desde que acredite ser o correto e que esteja ao meu alcance. No que se refere a medicamentos e materiais mĂŠdicos, porĂŠm, existem sempre distorçþes e exageros. DiagnĂłstico – Um dos maiores e A regra, nesses casos, tem sido a de nePDLV OX[XRVRV KRVSLWDLV GD %DKLD gociar, com a participação dos mĂŠdicos, teve que recorrer a liminares para enfermeiros, gestores das operadoras e continuar atendendo a Petrobras fornecedores, nos casos de maior custo. por conta de divergĂŞncias em relação Ă recomposição de tabelas. A DiagnĂłstico – Muitas vezes o mĂŠdiMXVWLoD FRPXP p D PHOKRU LQVWkQFLD FR DWp SRU FRPSURYDo}HV FLHQWtÂżFDV para resolver esse tipo de questĂŁo? prefere a utilização de materiais imLoverdos – Nada contra os advogados portados, mas a operadora defende o ou o sistema judiciĂĄrio, mas creio que uso de produtos nacionais, embasada o melhor caminho ainda ĂŠ o do diĂĄlo- nĂŁo sĂł na racionalização de custos, go e do entendimento. O exemplo cita- FRPR WDPEpP QD HÂżFiFLD e SRVVtYHO do envolve duas entidades de extrema estabelecer uma zona de conciliação ? importância que certamente tiveram, Loverdos – Em alguns casos faltam em algum momento da negociação, um protocolos, em outros falta diĂĄlogo. A impasse que deveria ser conduzido com escolha de materiais envolve parâmetros PDLRU Ă€H[LELOLGDGH GH DPEDV DV SDUWHV como a idade e o tipo de atividade que o cliente exerce. Uma prĂłtese ortopĂŠdica, DiagnĂłstico – Alguns especialistas por exemplo, deve ser diferente se o padefendem a ideia de implantação de ciente ĂŠ um jovem com atividade esporXPD JHVWmR FRPSDUWLOKDGD TXH SRV- tiva ou uma pessoa de mais idade, que jĂĄ sa estabelecer uma sinergia entre to- QmR H[HUFH VHTXHU DWLYLGDGH SURÂżVVLRQDO dos os agentes do sistema privado de Existe ainda o pressuposto da reutilizasaĂşde, otimizando os custos operacio- ção de produtos contra a recomendação nais sem comprometer a qualidade da Anvisa e do fabricante, o que leva as e a dignidade da assistĂŞncia Ă saĂşde operadoras a pagarem valores que repredos clientes, alĂŠm de reduzir os pro- sentam uma fração do valor do produto, cessos burocrĂĄticos. Pode comentar? Ă s vezes um terço, Ă s vezes um quinto. Loverdos – Este era o espĂ­rito da me- Mas nem sempre o produto ĂŠ passĂ­vel de dicina de grupo em seu formato origi- reutilização sem perda de qualidade ou nal e em seu conceito clĂĄssico. Funcio- segurança. O que ocorre hoje ĂŠ que as nava muito bem, mas teve sua ĂŠpoca. grandes operadoras ditam o preço que os Os tempos mudaram, e hoje eu vejo hospitais devem obter de seus forneceesta possibilidade como remota. Exis- dores. O que nem sempre se consegue. WHP PXLWRV LQWHUHVVHV FRQĂ€LWDQWHV HQtre os diversos atores neste cenĂĄrio. DiagnĂłstico – E quanto ao reprocessamento de materiais descartĂĄveis? DiagnĂłstico – O MAT/MED sempre Loverdos – É preciso ter extremo cuiIRL R FDOFDQKDU GH DTXLOHV GD UHODção operadora/prestadora. Como UHVROYHU HVVHV FRQĂ€LWRV VHP PH[HU QD UHQWDELOLGDGH GR KRVSLWDO" “O QUE OCORRE HOJE Loverdos – É necessĂĄrio que a socieda- É QUE AS OPERADORAS de se envolva neste processo. SĂł na ĂĄrea da saĂşde vemos compradores de serviço DITAM O PREÇO QUE que ditam o preço dos insumos que os OS HOSPITAIS DEVEM prestadores devem utilizar. Quando contrato uma empresa de limpeza, nĂŁo posso OBTER DE SEUS me preocupar com o preço dos desinfe- FORNECEDORES. O tantes, sabĂľes ou ceras, apenas exigir sua qualidade – que tenham odor agradĂĄvel QUE NEM SEMPRE SE e que realmente cumpram a sua função. CONSEGUEâ€?

Loverdos – É cedo para avaliar este impacto. Ainda temos muito o que avançar, em especial no tocante aos relatĂłrios gerenciais, na ampliação dos recursos de troca eletrĂ´nica de informaçþes e na qualidade do preenchimento dos formulĂĄrios.

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dado neste assunto. O rigoroso controle de qualidade e a prevenção a efeitos adversos, principalmente infecçþes, Ê necessårio. Seguir as normas da Anvisa e das Comissþes de Infecção Hospitalar Ê fundamental. E as operadoras precisam estar atentas, pois o custo com o tratamento de infecçþes ou intercorrências evitåveis Ê imensuråvel.

mĂŠdica idĂ´nea e isenta deve prevalecer.

DiagnĂłstico – As Ăłrteses e prĂłteses representam, nesse momento, um dos grandes pontos de sensibilidade da relação entre operadoras e prestadores. A prĂĄtica do mercado ĂŠ o prestador de serviços aplicar uma taxa de comerciaOL]DomR VREUH R YDORU GD QRWD ÂżVFDO PDV algumas operadoras jĂĄ estĂŁo preferinDiagnĂłstico – Algumas operadoras do negociar a compra com os fornecejĂĄ estĂŁo utilizando como referĂŞncia, dores. Qual o futuro dessa questĂŁo? para efeito de pagamento dos pres- Loverdos – O objetivo da “taxa de cotadores de serviços de saĂşde con- mercializaçãoâ€? ĂŠ a cobertura de despeveniados, o medicamento genĂŠrico sas como armazenamento e distribuição FRQVWDQWH GD WDEHOD %UDVtQGLFH $Wp interna do produto adquirido, gastos que ponto as operadoras tĂŞm razĂŁo? com pessoal e para ressarcimento do Loverdos – 4XHP JDUDQWH D HÂżFiFLD GR custo operacional com o uso do mategenĂŠrico? Existem vĂĄrios fabricantes rial pelo hospital. Se a operadora tem para um mesmo produto, com preços di- maior poder de negociação e consegue ferentes. Qual deles ĂŠ o melhor? Esta per- reduzir o valor de aquisição do mategunta provoca mais questionamentos do rial, eu nĂŁo posso criticĂĄ-la, ao contrĂĄque respostas. Hoje sou gestor de um hos- rio. A taxa continuarĂĄ a incidir sobre pital, mas jĂĄ fui gestor de operadoras du- o valor da Nota Fiscal e esta serĂĄ a rerante vĂĄrios anos e acredito que a opiniĂŁo muneração do hospital sobre o produto.

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Diagnóstico – algum livro no forno? Loverdos – Preciso ser mais disciplinado com o uso do meu tempo para conseguir publicar outro livro.

“NO QUE SE REFERE A MAT/MED, HĂ SEMPRE DISTORÇOES E EXAGEROS. A REGRA, NESSES CASOS, É UMA SAĂ?DA NEGOCIADA COM MÉDICOS OPERADORAS E FORNECEDORESâ€?


SAĂšDE investimento Credenciamento

IMAC e MULTIMAGEM, representantes do Grupo Meddi em Camaçari e Salvador, se destacam em diagnóstico por imagem

Planserv quer ampliar rede no interior

O

Planserv, maior plano de saĂşde do nordeste, quer incentivar o credenciamento de novos prestadores no interior do estado. Com edital publicado desde julho deste ano, atĂŠ agora a procura tem sido aquĂŠm do esperado. As maiores carĂŞncias estĂŁo nos serviços de obstetrĂ­cia e pediatria. A regiĂŁo do extremo sul do estado ĂŠ a que mais sofre com o quadro reduzido de atendimento. Com pagamentos em dia e tabela compatĂ­vel com o mercado o Planserv mira tambĂŠm os hospitais. “Queremos atingir a totalidade da rede, algo em torno de 120 unidades. Hoje temos 93â€?, explica o assessor RogĂŠrio Paiva. AlĂŠm da falta de informação sobre a abertura do credenciamento – uma campanha de comunicação vai ser lançada em breve – RXWUD GLÂżFXOGDGH p D IDOWD GH GRFXPHQWDomR QHFHVViULD SRU parte dos prestadores, para se candidatar ao convĂŞnio. Por ser um ĂłrgĂŁo pĂşblico, o Planserv exige impostos e demais contribuiçþes, tanto estaduais como federais, em dia.

Maternidade

Planos querem Santamaria

A

maternidade Santamaria, do Hospital PortuguĂŞs – maior investimento do setor privado em obstetrĂ­cia na Ăşltima dĂŠcada – começa a ser cortejada por grandes convĂŞnios. Com tabela diferenciada, a unidade quer manter o padrĂŁo de atendimento com preços compatĂ­veis DR SHUÂżO GH KRWHODULD H DR LQYHVWLPHQWR IHLWR SHOD 5HDO Sociedade Portuguesa: mais de R$20 milhĂľes.

Mercado

Novo operadora chega a Bahia

Q

uem começa a desembarcar na Bahia Ê a Life Empresarial Saúde, plano de Saúde ligado ao emresårio Edir Macedo, dono da Rede Record. Com 8 anos no mercado de saúde suplementar, a operadora jå possui uma das mais amplas redes credenciadas do país e abrangência em todos os estados brasileiros.

Unidade do Grupo Meddi em Camaçari: lançamento mundial da Siemens

O

grupo Meddi, uma das referências na Bahia em dianóstico por imagem, vem seguindo seu plano de expansão no estado. Pouco m is de cinco anos marcam a trajetória da Multimagem, marca do grupo em Salvador. Ao longo desse período, a clínica cresceu em tecnologia, quantidade de equipamentos e espaço físico. Em Salvador jå são três unidades, duas na Pituba e uma no Canela. Para 2010, o Grupo Meddi planeja a abertura de mais uma Multimagem em outro ponto da cidade. Em Camaçari, o Grupo Meddi representado pela clínica IMAC, referência em diagnóstico por Imagem na cidade, coloca à disposição da população da região a Ressonância MagnÊtica Magnetom Essenza, lançamento mundial da Siemens e primeira do Norte e Nordeste do Brasil. A aquisição desse novo equipamento traz um grande avanço em diagnóstico por imagem na Bahia, permitindo a execução dos exames jå anteriormente realizados de músculo esquelÊtico, sistema nervoso e medicina interna com qualidade superior, alÊm de outros ainda não realizados na região como: ArtroressonâncIa, RM de Mamas, Angioressonância de vasos centrais e perifÊricos, Espectroscopia de Crânio, dentre outros. Filiais da Multimagem na Pituba (esq.) e Canela: alto padrão de atendimento

Financiamento

Caixa oferece linha de crÊdito A Caixa Econômica Federal vai disponiblizar linhas de crÊditos voltadas para hospitais da rede privada conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde). Serão ofertadas duas OLQKDV GH ¿QDQFLDPHQWR – uma para capital de giro, outra SDUD LQYHVWLPHQWR ¿[R 2V SURJUDPDV ID]HP SDUWH GR Caixa Giro SUS (capital de giro) e Caixa Hospitais, de LQYHVWLPHQWR ¿[D GHVWLQDGD j FRPSUD GH HTXLSDPHQWRV Diagnóstico | jul/ago/set 2009 |


NEGĂ“CIOS associativismo

Antônio Portas (esq.), Onildo Filho e Eduardo Borges (centro): reforço na musculatura para enfrentar os grandes Fotos: Iracema Chequer

A vez dos pequenos Como um grupo de pequenos empresĂĄrios do setor de laboratĂłrios do interior da Bahia estĂĄ conseguindo brigar com os grandes e ter ganhos em escala

S

e os personagens dessa história ¿]HVVHP SDUWH GH XP WRUQHLR GH boxe, certamente seriam meros espectadores em uma disputa envolvendo alguns dos maiores pesos pesados do setor de laboratório de anålises clínicas do Brasil. Entrar na briga com gigantes como o Grupo Fleury (R$ 700 milhþes de faturamento/ano), que na Bahia atende pela bandeira Qualitech, seria derrota certa para empresas com faturamento de atÊ R$ 50 mil por mês – considerados pesos pena do mercado. Embate consumado, a não ser por um detalhe: os pequenos decidiram unir os punhos para DSDQKDU PHQRV ¿FDU PDLV WHPSR HP pÊ e, quem sabe, aprender a bater. Foi o TXH ¿]HUDP RV LQWHJUDQWHV GD /DEIRUWH uma das mais bem-sucedidas iniciativas de associativismo do setor de saúde em todo o Brasil. Juntos, seus 39 componentes conseguiram musculatura para disputar mercado com mais competitividade, maior 10 | Diagnóstico | jul/ago/set 2009

poder de barganha com fornecedores e, de quebra, aperfeiçoaram seus sistemas de gestĂŁo e governança. “SabĂ­amos que sozinhos serĂ­amos engolidos pela concorrĂŞncia ou fecharĂ­amos as portas por falta de fĂ´legoâ€?, explica o empresĂĄrio Onildo Filho, dono do laboratĂłrio LABO, em VitĂłria da Conquista, e um dos idealizadores do Labforte. E a conquista nĂŁo foi pequena. Somente no ano passado, o grupo economizou, apenas em insumos, cerca de R$ 1 milhĂŁo – equivalente a 10% de tudo o que foi comprado (R$ 10 milhĂľes) para suprir laboratĂłrios da rede. AlĂŠm da força das negociaçþes em conjunto, o grupo conseguiu tirar do papel, em 2008, o projeto de uma central de processamento de exames de bioquĂ­mica. Localizada em Feira de Santana, a nova unidade, que ainda opera com quase 50% da capacidade, pode processar atĂŠ 450 mil procedimentos/mĂŞs. O investimento foi de aproximadamente R$

400 mil. “Em muitos casos, o associado jamais poderia oferecer esse tipo de serviço com recursos prĂłpriosâ€?, avalia Eduardo Borges, diretor administrativo do Labforte e executivo do LaboratĂłrio AnĂĄlise, com atuação em Feira e regiĂŁo. “Com a nova unidade, alguns laboratĂłrios passaram a oferecer um serviço com mais valor agregado e melhor lucratividadeâ€?. Outros R$ 1,6 milhĂŁo, em parceria com o Sebrae, vĂŁo ser investiGRV SHOD DVVRFLDomR DWp R ÂżQDO GR DQR que vem, em treinamento e capacitação. Composto em sua maior parte por micro e pequenos empresĂĄrios do interior do estado, o grupo fatura cerca de R$ 32 milhĂľes/ano – o que faz do Labforte o maior conglomerado de anĂĄlises laboratoriais do Norte e Nordeste do Brasil. Em Salvador, o Labforte ĂŠ representado pelos laboratĂłrios Clab, Spallanzani, Lad e Exame. “Nosso PDLRU GHVDÂżR QR LQtFLR IRL YHQFHU D GHVFRQÂżDQoD´ OHPEUD $QWRQLR 3RUWDV


diretor comercial da Rede e gestor do LaboratĂłrio Vitalab, em Feira. “NĂŁo hĂĄ uma cultura de associativismo no Brasil. Falta apoio em um negĂłcio cada vez mais concentrado e competitivoâ€?, avalia o administrador Jesiel Borges, consultor do Labforte contratado pelo Sebrae. Segundo ele, nesse cenĂĄrio, os pequenos tendem a se tornar mais expostos Ă perda de produtividade, Ă estagnação ou Ă falĂŞncia pura e simples. Na Bahia, de acordo com nĂşmeros do Sindicato dos LaboratĂłrios ClĂ­nicos e PatolĂłgicos do Estado da Bahia (Sindilab), existem atualmente 490 laboratĂłrios – a maior parte deles com gestĂŁo familiar e localizados fora da capital. “O pequeno empreendedor que nĂŁo unir forças e deixar GH WHU DFHVVR j WHFQRORJLD H FHUWLÂżFDomR vai sucumbirâ€?, prevĂŞ o consultor. AVALIAĂ‡ĂƒO PRÉVIA – Ele explica que o exemplo do Labforte, cujo case ĂŠ considerado pelo prĂłprio Sebrae como modelo para o paĂ­s, surgiu justamente da necessidade do grupo de ter acesso a prĂĄticas de qualidade e boa governança. “AtĂŠ 2010, mais de 90% dos laboUDWyULRV GR JUXSR YmR WHU D FHUWLÂżFDomR ISO, PALC ou ONAâ€?, garante Borges. A gestĂŁo, de acordo com ele, obedece aos pilares centrais do associativismo, com gestĂŁo transparente e comando descentralizado nas açþes. Para fazer parte do Labforte, o candidato passa por uma avaliação prĂŠvia

feita pelo prĂłprio grupo. HĂĄ critĂŠrios tĂŠcnicos, como se enquadrar no faturamento de micro e pequenas empresas DWp 5 PLOK}HV DQR WHU ÂżFKD OLPpa, participar de programas de controle de qualidade e outros mais subjetivos, como possuir a simpatia dos integrantes. Todos os custos sĂŁo rateados e nĂŁo hĂĄ lucro. A estrutura se resume a oito funcionĂĄrios, que trabalham nas centrais de processamento e compras, alĂŠm da rotina administrativa do Labforte. Nenhum dos diretores ĂŠ remunerado. Apesar da centralização das compras, o fornecedor emite faturas individuais. A entrega ĂŠ feita na porta de cada associado e cada membro mantĂŠm seu nome de fantasia. “No futuro, eles deverĂŁo ter um comando executivo e uma bandeira Ăşnicaâ€?, prevĂŞ o consultor Borges. Considerado um dos setores mais

SOMENTE EM 2008, O GRUPO ECONOMIZOU, APENAS EM INSUMOS, CERCA DE R$ 1 MILHĂƒO – EQUIVALENTE A 10% DE TUDO O QUE FOI COMPRADO

competitivos do mercado de saĂşde, o trade de anĂĄlises clĂ­nicas vem acumulando perdas progressivas de rentabilidade. “JĂĄ chegamos a ter uma margem de lucro de mais 50% atĂŠ a dĂŠcada passada. Os laboratĂłrios bem-administrados hoje nĂŁo chegam a um terço desse percentualâ€?, estima Anderson Alvim, presidente do Sindilab. FALĂŠNCIAS E FUSĂ•ES - A reboque da redução das margens e problemas de gestĂŁo, algumas das principais empresas do setor na Bahia acabaram falindo nos Ăşltimos cinco anos, a exemplo do TIMO e Lapaclin, considerados atĂŠ entĂŁo referĂŞncia para o mercado local. Ano passado, a unidades do Dirceu Ferreira foram vendidas para o grupo Fleury, que jĂĄ detinha 51% do capital da empresa, juntamente com a rede Qualitech. “O setor de laboratĂłrio se tornou um grande commoditie e ainda hĂĄ espaço para novas mudançasâ€?, prevĂŞ Alvim. Uma briga que, de acordo com ele, deve se acirrar cada vez mais entre os grandes e mĂŠdios laboratĂłrios. Prova disso ĂŠ o interesse das empresas de private equity cada vez maior pelo setor. O prĂłprio Fleury acaba de vender parte do controle acionĂĄrio do grupo para a Bradesco Seguros, dona da maior empresa de seguros de saĂşde GR SDtV 2XWUR GHVDÂżR SDUD R VHJPHQWR ĂŠ encontrar harmonia entre os prĂłprios pares. Organizados em entidades distin-

Labforte Se fosse uma empresa, o Labforte seria o maior conglomerado de anĂĄlises laboratoriais do Nordeste

milNĂşmeros do Grupo VOLUME DE COMPRAS DE TODA A REDE

FATURAMENTO

10 milhĂľes de reais/ano NĂšMERO DE ASSOCIADOS

39

32 milhĂľes de reais/ano POSTOS DE ATENDIMENTO

180

INVESTIMENTO EM CAPACITAĂ‡ĂƒO

de 1.6 milhĂŁo reais atĂŠ 2010

CIDADES ATENDIDAS Alagoinhas, Feira de Santana, Gandu, IlhĂŠus, IpirĂĄ, Itaberaba, Itabuna, Itapetinga, Itamaraju, Jacobina, JequiĂŠ, Porto Seguro, Salvador, Santo AntĂ´nio de Jesus, Seabra, Serrinha e VitĂłria da Conquista.

AtÊ 2011, a associação pretende abrir três centros de processamento e filiar mais 6 laboratórios Fonte: Labforte

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NEGÓCIOS associativismo tas, bioquímicos são representados pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Do outro lado está a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC), formado por laboratórios dirigidos por médicos. É comum, por exemplo, a realizaFDR GH HYHQWRV FLHQWt¿FRV YROWDGRV SDUD o mesmo público alvo, mas organizados individualmente por cada entidade, com datas e locais diferentes. “É uma energia que acaba sendo desperdiçada, já que, unidos, seríamos bem mais fortes”, lamenta Mário Martinelli, presidente da SBAC, regional Bahia. De acordo com Onildo Filho, que preside o Labforte, o grupo segue buscando mais força para os próximos rounds. Nos próximos dois anos, a associação pretende abrir mais três centros de processamento e associar pelo menos mais seis laboratórios. “Queremos estar cada vez mais competitivos para enfrentar a concorrência”, garante Filho.

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“O SETOR DE LABORATÓRIO SE TORNOU UMA GRANDE COMMODITIE E AINDA HÁ ESPAÇO PARA NOVAS MUDANÇAS” ANDERSON ALVIM, PRESIDENTE DO SINDILAB


Dentre os produtos desenvolvidos pela MedicWare Sistemas, o HIS SmartHealth é a solução em gestão estratégica e operacional, totalmente integrada, completa e moderna. Resultado da combinação de todos os recursos encontrados nas soluções Smart, com módulos indispensáveis à rotina dinâmica e complexa de hospitais de diferentes portes, o SmartHealth possibilita completo controle das diversas áreas, seja na própria unidade, ou através de acesso via web. Acesse o nosso site e conheça mais sobre o SmartHealth. Evoluir faz parte da nossa história!

Diagnóstico | jul/ago/set 2009 |


ARTIGO maisa domenech

Integração (parte II)

Foto: Tadeu Miranda

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Maisa Domenech ĂŠ engenheira civil, pĂłs-graduada em Administracao Hospitalar, consultora e diretora da ADM Consultoria em SaĂşde

“CONSIDERAR A PARTICIPAĂ‡ĂƒO EFETIVA DA Ă REA DE COMUNICAĂ‡ĂƒO NA GESTĂƒO DA INSTITUIĂ‡ĂƒO DE SAĂšDE É UMA ATITUDE INTELIGENTE, PRĂ“ATIVA E PREVENTIVAâ€?

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m artigo anterior, publicado na Revista DiagnĂłstico AHSEB – ano I nÂş 2, comentamos sobre a necessidade da busca da integração dos diversos processos administrativos em uma instituição de saĂşde, jĂĄ que tal ação contribui para alavancagem de receita, redução de custos e fortalecimento de imagem. Participando ativamente e colaborando com o processo de gestĂŁo da empresa, a ĂĄrea de comunicação poderĂĄ constituir-se em elemento importante nesta integração, atravĂŠs do desenvolvimento de trabalho de comunicação integrada na organização de saĂşde. AtravĂŠs de uma polĂ­tica de comunicação organizacional bem-elaborada, podeUHPRV QRUPDWL]DU GH IRUPD HÂżFD] R Ă€X[R GH LQIRUPDo}HV QD LQVWLWXLomR GH VD~GH contribuindo de modo relevante para a consolidação e sustentação da imagem da emSUHVD GH VD~GH QR PHUFDGR PDQXWHQomR GD VXD FUHGLELOLGDGH H FRQÂżDQoD GR S~EOLFR alvo, alavancagem de novos negĂłcios, alĂŠm de facilitar o trânsito dos representantes da empresa junto a clientes, fornecedores, imprensa, formadores de opiniĂŁo, entidades de classe e autoridades. A sinergia entre os objetivos a serem atingidos e o que os seus pĂşblicos (interno e externo) desejam da organização contribuem para a melhoria dos resultados da empresa. 9HULÂżFDPRV KRMH QR QRVVR PHUFDGR GH VD~GH SRXFR LQYHVWLPHQWR QD iUHD GH FRPXQLFDomR UHĂ€HWLQGR QD IDOWD GH OLQN HQWUH VHWRUHV LQWHUQRV GD HPSUHVD H HQWUH processos (operação), como tambĂŠm na imagem e resultado. Muitas empresas de saĂşde nĂŁo possuem na sua estrutura a ĂĄrea de comunicação. Quando possuem, esta se encontra centrada nos instrumentos de comunicação, tais como jornais internos e externos, eventos, intranet e estĂĄ pouco focada na questĂŁo estratĂŠgica da comunicação, sem atuação de forma integrada com a alta administração e sem participar das grandes decisĂľes dos negĂłcios da instituição. Dentro de todo este contexto, nos chama a atenção a comunicação entre as instituiçþes prestadoras de serviços de saĂşde H DV RSHUDGRUDV GH SODQRV GH VD~GH Mi TXH QD PDLRULD GDV YH]HV D LQHÂżFiFLD GD FRPXQLFDomR VHMD SHOD DXVrQFLD GH UHJUDV FODUDV QD UHODomR FRPHUFLDO VHMD SRU GHÂżFLrQFLD de gestĂŁo e/ou operacional das partes, gera transtornos importantes para o principal cliente destas empresas: o cliente paciente. Numa instituição de saĂşde, a ĂĄrea de comunicação tem diversos objetivos, tais como a construção, projeção e sustentação da boa imagem da empresa de saĂşde no mercado junto ao seu pĂşblico alvo; o posicionamento da empresa de saĂşde como referĂŞncia no mercado em sua ĂĄrea de atuação, pelas iniciativas inovadoras, qualidade dos serviços oferecidos, tecnologia de ponta, investimentos realizados e diferenciais diante da concorrĂŞncia, dentre outros. Podemos, assim, atingir o pĂşblico alvo, tal como os clientes da empresa, clientes em potencial, fornecedores, empregados, mĂŠdicos, entidades de classe ligadas Ă ĂĄrea mĂŠdica, autoridades dos governos municipal, estadual e federal e a comunidade em geral, alĂŠm de jornalistas e diretores de veĂ­culos de comunicação e revistas especializadas nas ĂĄreas de atuação da empresa. A construção de uma boa imagem, porĂŠm, começa dentro da instituição. O primeiro passo para a formação e sustentação de uma imagem positiva da empresa ĂŠ a construção interna, jĂĄ que os colaboradores (clientes internos) sĂŁo formadores de opiniĂŁo e VHP G~YLGD LQĂ€XHQFLDP QR SHQVDPHQWR GD FRPXQLGDGH VREUH D LQVWLWXLomR GH VD~GH Tais clientes, se bem trabalhados atravĂŠs de um programa interno de relacionamento e comunicação, poderĂŁo tornar-se grandes aliados no crescimento e sucesso da insWLWXLomR HQGRPDUNHWLQJ A ĂĄrea de comunicação poderĂĄ somar, de forma importante, na anĂĄlise de cenĂĄrio, GR VHX HQWRUQR GDV RSRUWXQLGDGHV H DPHDoDV QR FRQKHFLPHQWR H FODVVLÂżFDomR GRV seus diferentes clientes e expectativas dos mesmos. PoderĂĄ tambĂŠm contribuir para que os colaboradores da instituição assimilem a cultura da empresa. As prĂĄticas de gestĂŁo (organização do trabalho) e os modos de cuidar (atenção Ă saĂşde) sĂŁo indisVRFLiYHLV H VH LQĂ€XHQFLDP PXWXDPHQWH &RQVLGHUDU D SDUWLFLSDomR HIHWLYD GD iUHD GH comunicação na gestĂŁo da instituição ĂŠ uma atitude inteligente, prĂł-ativa e preventiva em organizaçþes antenadas com a realidade atual, jĂĄ que a participação deste elemento ĂŠ essencial para a promoção da saĂşde.


Diagn贸stico | jul/ago/set 2009 |


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Um gigante chamado Jaar Andrade

ospital Jaar Andrade

Erguido em uma das regiĂľes mais populosas de Salvador, o Jaar Andrade completa 15 anos como uma referĂŞncia em atendimento de grande complexidade na Bahia

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evar saĂşde de qualidade a quem mais precisa. Fiel a sua mais importante missĂŁo, o Hospital Jaar Andrade, localizado em Cajazeira VIII – uma das regiĂľes mais carentes de Salvador – acabou se tornando referĂŞncia em procedimentos de mĂŠdia e grande complexidade na Bahia. Dotada de um moderno centro cirĂşrgico, UTI Geral com 36 leitos – de um total de 160 – e UTI CardiolĂłgica, a unidade realiza por mĂŞs cerca de 10 mil atendimentos nas ĂĄreas de ambulatĂłrio, internamento clĂ­nico e cirĂşrgico, alĂŠm do serviço de bioimagem e emergĂŞncia 24 horas. Um nĂşmero maiĂşsculo para quem estĂĄ inserido em uma comunidade com mais de 400 mil habitantes e que, se fosse um municĂ­pio, sĂł perderia em população para Feira de Santana (428 mil) – segunda maior FLGDGH GD %DKLD Âł1RVVR PDLRU GHVDÂżR VHPSUH IRL crescer com a regiĂŁo, expandindo nossos serviços com qualidade e tecnologiaâ€?, lembra o diretor mĂŠdico da unidade, Alexandre Andrade. Foi assim quando o hospital decidiu criar o primeiro serviço de bioimagem de Cajazeiras, com a aquisição de um tomĂłgrafo computadorizado, hĂĄ cerca de dez anos. Pioneiro, o Jaar Andrade ĂŠ o Ăşnico hospital da localidade a oferecer cirurgias cardĂ­acas, com suporte de um moderno centro de hemodinâmica, alĂŠm do prĂłprio serviço de urgĂŞncia e emergĂŞncia. “Acabamos de investir quase R$ 1,5 milhĂŁo em nossas novas unidades de bioimagem e hemodinâmica, mais modernas e precisasâ€?, revela Alexandre. O aporte envolveu a compra de um equipamento de ressonância magnĂŠtica – um dos mais modernos do mundo – e de um novo tomĂłgrafo multi slice, considerado top de linha no segmento de bioimagem. Tudo para continuar

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mantendo os nĂ­veis de produtividade do hospital, TXH UHDOL]D PDLV GH PLO H[DPHV UDGLRJUiÂżFRV SRU PrV FHUFD GH PLO SURFHGLPHQWRV GH XOWUDVVRQRJUDÂżD H RXWURV GH WRPRJUDÂżD FRPSXWDGRUL]DGD Âł2 paciente nĂŁo precisa ser transferido para uma outra unidade em busca de um diagnĂłstico avançado do seu quadroâ€?, avalia o diretor de bioimagem do Jaar Andrade, Claudio Lamenha Luna. “Um investimento TXH VH UHĂ€HWH HP LQWHUYHQo}HV PDLV VHJXUDV PHQRV tempo de internamento e racionalização de recursos materiais e humanosâ€?. Vantagens que tornam o Jaar um dos hospitais com melhor custo/benefĂ­cio para as operadoras. PRODUTIVIDADE E HUMANISMO – “Temos os melhores nĂ­veis de resolutividade da Bahia, excelente equipe mĂŠdica e o respaldo da direção do hospitalâ€?, pontua AntĂ´nio Neri, coordenador do Serviço de Cardiologia e Hemodinâmica do Jaar. Ele explica que, por mĂŞs, somente na unidade de Hemodinâmica, sĂŁo realizados 60 procedimentos, sempre com uma ocupação plena dos leitos da UTI cardiolĂłgica – 12 no total. “A relação equipe/nĂşmero de intervençþes chega a ser superior, em muitos casos, a grandes hospitais do estadoâ€?, pontua Neri. Um ganho de produtividade que extrapola os nĂşmeros. Com mais de dez anos de casa, ele conta que pode presenciar de perto a relação de FRQÂżDQoD TXH R KRVSLWDO FRQVWUXLX MXQWR j FRPXQLGDGH ao longo de uma dĂŠcada e meia de existĂŞncia. “HĂĄ humanismo em tudo, da relação dos funcionĂĄrios – que acabam atendendo, na maioria das vezes, vizinhos – aos mĂŠdicos, que se habituaram a ter o Jaar como segunda casaâ€?, testemunha o mĂŠdico.


“NOSSO MAIOR DESAFIO SEMPRE FOI CRESCER COM A REGIĂƒO, EXPANDINDO NOSSOS SERVIÇOS, COM QUALIDADE E TECNOLOGIAâ€? ALEXANDRE ANDRADE, DIRETOR MÉDICO DO JAAR ANDRADE Fotos: Iracema Chequer

Procedimento de hemodinâmica no Jaar Andrade; abaixo, unidade de bioimagem: pioneirismo

“Quando chegamos era sĂł matoâ€?, resume o fundador, Jaar Andrade, obstetra de formação e grande timoneiro do hospital. A casa escolhida para erguer a clĂ­nica, na ĂŠpoca, pertencia a uma antiga moradora, que cedeu parte do terreno para a nova unidade. “Crescemos junto com o bairro, mas nĂŁo esperĂĄvamos que seria tantoâ€?, confessa o mĂŠdico, que este ano comemora 15 anos de vida do hospital. ApĂłs quase uma dezena de ampliaçþes – a Ăşltima delas um centro ambulatorial com 15 consultĂłrios multiespecialidades –, o Jaar ocupa um quarteirĂŁo inteiro, com mais de mil metros quadrados de ĂĄrea construĂ­da. É tambĂŠm o maior gerador de empregos na regiĂŁo, com 250 colaboradores GLUHWRV $Wp R ÂżQDO GR DQR R KRVSLWDO YDL RIHUHFHU j FRPXQLGDGH um Centro Especializado no Tratamento de Dor, com equipe multidisciplinar e que jĂĄ nasce como referĂŞncia na localidade. DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 | 17


CAPA governança

Mulheres de negĂłcio Elas administram um orçamento de mais R$ 1 bilhĂŁo, fazem girar a mĂĄquina do setor de saĂşde na Bahia e a ainda arranjam tempo para a famĂ­lia – rotina cada vez mais comum para quem, sobre scarpins, parece enxergar melhor o mundo Fotos: Tadeu Miranda

Aos 22 anos, Tereza começou a carreira na PromÊdica gerindo o Datalab

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Sempre me preparei para assumir o comando da empresa

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TEREZA VALENTE Presidente do Grupo PromĂŠdica

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empresĂĄria Tereza Valente, 46 DQRV HQIUHQWRX XP GHVDÂżR nada fĂĄcil na linha sucessĂłria de grandes empresas. Formada em anĂĄOLVH GH VLVWHPDV H PmH GH WUrV ÂżOKRV QmR esperava assumir tĂŁo jovem o comando da maior operadora de planos de saĂşde empresariais da Bahia, com mais de 100 mil vidas e faturamento anual superior D 5 PLOK}HV 2 GHVDÂżR VXEVWLWXLU o marido Jorge Valente Filho, falecido precocemente, em janeiro de 2003, e considerado um dos mais bem-sucedidos empresĂĄrios do setor de saĂşde do Brasil. “Mesmo com mais de 15 anos de empresa, nĂŁo havia a unanimidade, na ĂŠpoca, de que ela seria capaz de sair da sombra do fundadorâ€?, comenta um colaborador da cĂşpula da PromĂŠdica, que prefere o anonimato. Com o tempo, ela nĂŁo sĂł provou ser possĂ­vel, como criou um estilo prĂłprioâ€?. Com jeito conciliador e detalhista, Tereza imprimiu uma governança baseada na sinergia entre as empresas do grupo. Ampliou o grau de competitivida18 | DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009


de da PromĂŠdica e promoveu a aquisição do Hospital da Cidade. Outra cartada foi ampliar os nĂ­veis de investimento em serviços prĂłprios, visando melhorar a qualidade dos serviços prestados aos EHQHÂżFLiULRV H SULQFLSDOPHQWH DPSOLDU o poder de barganha do grupo. “Sempre me preparei para assumir o comando da empresaâ€?, revela a empresĂĄria. “Mas suceder um empresĂĄrio como Jorge Valente eleva o nĂ­vel de responsabilidadeâ€?. Ela conta que, logo apĂłs o casamento, aos 22 anos, passou a trabalhar nas empresas do grupo, composto pela operadora PromĂŠdica – maior plano de saĂşde privado da Bahia – e uma rede prĂłpria de hospitais, laboratĂłrios e centros mĂŠdicos. Antes de assumir o cargo de presidente, Tereza dirigiu o Datalab e o Day Hospital, alĂŠm de conviver em casa com a rotina de projetos e negĂłcios da PromĂŠdica. “Jorge sempre me estimulou a conhecer os detalhes da empresa, queria que eu me interessasse sobre custos, investimentos e gestĂŁo. Era um visionĂĄrio tambĂŠm nesse aspectoâ€?, lembra a presidente. â€œĂ‰ um orgulho para mim ser comandado por uma mulher como Terezaâ€?, DÂżUPD R VyFLR H GLUHWRU PpGLFR GD 3URmĂŠdica, Eraldo Moura Costa, 64 anos. TEREZA E GERDAU – Ele explica que cada negĂłcio do grupo, com o passar do tempo, acabou incorporando o pensamento da nova dirigente. “Ela tem um FRPDQGR ÂżUPH PDV FRP GHOLFDGH]D H WHUQXUD 6DEH RXYLU´ DÂżUPD &RVWD TXH integra o grupo desde a fundação, hĂĄ 40 anos. O jeito Tereza Valente de adminisWUDU ÂżFD HYLGHQWH QDV UHXQL}HV VHPDQDLV da empresa, que se revezam entre a sede do grupo - um andar praticamente inteiro do Suarez Trade, na Avenida Tancredo Neves – e as unidades da PromĂŠdica espalhadas pela cidade. Nos encontros, a voz que menos se houve ĂŠ a da presidente. “Gosto de saber tudo o que acontece na empresa. NĂŁo sou centralizadora, mas VHPSUH PH FDEH D SDODYUD ÂżQDO´ VDOLHQWD a executiva, que representa a Bahia todos os anos, em SĂŁo Paulo, no FĂłrum de LĂ­deres Empresariais, capitaneado pelo empresĂĄrio Jorge Guerdau Johannpeter, do grupo Guerdau. Mas ĂŠ no contato direto com colaboUDGRUHV PLO QR WRWDO H EHQHÂżFLiULRV que a empresĂĄria se sente mais Ă vontade. “Gosto de ir aos hospitais, centros mĂŠdicos, conversar com mĂŠdicos, enfer-

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meiros. Acompanhar de perto o atendimento e a satisfação dos clientesâ€?, conta ela. “Sou detalhista, simâ€?, admite Tereza, que tem especialização em gestĂŁo de negĂłcios. É tambĂŠm elegante e bonita. NĂŁo abre mĂŁo do guarda-roupa impeFiYHO VDSDWRV ÂżQRV H GD PDTXLDJHP sempre discreta. NĂŁo frequenta colunas sociais e o lazer preferido ĂŠ viajar com os ÂżOKRV Âą XPD GHODV HVWXGDQWH GH PHGLFLQD – e o atual marido. Quem convive mais prĂłximo com a H[HFXWLYD DÂżUPD QXQFD WHU YLVWR D FKHIH elevar o tom de voz. Fruto da educação dada pela mĂŁe, Ivonnice Issa – jĂĄ falecida – e primeira mulher a trabalhar na Petrobras, na dĂŠcada de 50, numa ĂŠpoca em que emancipação feminina ainda era algo distante. “Acho que um dia as mulheres ainda vĂŁo dominar o mundoâ€?, MARILÉA SOUZA ÂżORVRID 7HUH]D 9DOHQWH $OJXpP GXYLGD" Superintendente de GestĂŁo de Rede

As mulheres sabem lidar com mais inteligência em situaçþes de tensão

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do Bradesco SaĂşde

COM UM FATURAMENTO DE R$ 250 MILHÕES, HOSPITAIS E LABORATÓRIOS PRÓPRIOS, A PROMÉDICA É O MAIOR PLANO DE SAÚDE PRIVADO DA BAHIA

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uem vĂŞ a foto da pĂĄgina seguinWH QHP GHVFRQÂżD TXH SRU WUiV do sorriso quase infantil dessa jovem senhora, de 42 anos, hĂĄ uma muOKHU GH SXOVR ÂżUPH 0pGLFD JDVWURHQWHrologista de formação, a superintendente de gestĂŁo do Bradesco SaĂşde – maior plano de saĂşde do Brasil –, MarilĂŠa Souza, ĂŠ mesmo assim, um misto de força e determinação sob uma aura de ternura e delicadeza. E bom humor para lidar com situaçþes embaraçosas. Foi assim quando soube que representantes de um grande hospital da Bahia decidiram negociar diretamente com a sede, no Rio de Janeiro, questĂľes intermediadas pela regional. Ao chegar ao 7Âş andar do prĂŠdio do Bradesco SaĂşde, no Rio Comprido, zona norte carioca, surpresa para os “apressadinhosâ€?. Quem jĂĄ estava Ă espera do grupo era doutora MarilĂŠa Francina Assis de Souza, a prĂłpria, e a quem, de fato, cabia o primeiro contato nas negociaçþes. Âł'HSRLV HOHV PH PDQGDUDP Ă€RUHV Foram supergentisâ€?, comenta ela, aos risos. Preconceito de gĂŞnero? Acha que sim. Mas um episĂłdio isolado de uma carreira de liderança que começou jĂĄ na residĂŞncia. Era a cabeça e representante da turma. Inquieta, embarcou logo apĂłs a especialização para MilĂŁo, norte da ItĂĄlia, para complementar os estudos em endoscopia. De volta ao Brasil, foi parar no cargo de gerente de saĂşde da DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 | 19


CAPA governança COM A ASCENSĂƒO NA CARREIRA, A ROTINA DE MÉDICA FOI PERDENDO ESPAÇO PARA REUNIĂ•ES DE COMANDO E O DIAA-DIA COMO MĂƒE DE Ă LVARO, 16 ANOS, E GABRIEL, 8 Geap – Fundação de Seguridade Social dos servidores pĂşblicos federais. O ano era 1996, e o cenĂĄrio econĂ´mico, nada animador. Tabelas defasadas, atraso nos pagamentos, pressĂŁo de prestadores e usuĂĄrios em um clima de tensĂŁo sem precedentes na histĂłria da Fundação. “MarilĂŠa chegou em um momento bastante difĂ­cil na Geap. PrecisĂĄvamos de alguĂŠm com espĂ­rito agregadorâ€?, lembra o entĂŁo presidente do Conselho da GEAP, Roswilcio Goes, 80 anos. “Era uma menina para tamanha responsabilidade, mas que acabou conquistando seu espaço pela competĂŞnciaâ€?. E o reconhecimento. Um ano depois, jĂĄ era superintendente. “A Geap foi minha grande escola. Boa SDUWH GR TXH VRX KRMH SURÂżVVLRQDOPHQWH devo Ă Fundaçãoâ€?, reconhece MarilĂŠa.

Antes de assumir o comando do Bradesco SaĂşde, MarilĂŠa geriu a Geap

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FRAGILIDADE A FAVOR – Com ascensĂŁo na carreira de gestora, a rotina no ambulatĂłrio foi perdendo espaço para reuniĂľes, assembleias e o dia-a-dia como mĂŁe de Ă lvaro, 16 anos, e Gabriel, 8. “Vou ser sempre mĂŠdica, mas o fascĂ­nio pelo comando ĂŠ forteâ€?, reconhece. Prova disso sĂŁo as pĂłs-graduaçþes em controladoria hospitalar pela FECAP e o MBA em gestĂŁo Empresarial pela FGV – ainda em curso. “MarilĂŠa integra os melhores quaGURV GR %UDGHVFR QR SDtV´ DÂżUPD R H[ chefe e atual Superintendente Executivo da divisĂŁo de Auto-RE do Bradesco Seguros, JoĂŁo NazarĂŠ Moreira. â€œĂ‰ alguĂŠm para fazer carreira no grupoâ€?. A entrada QD JLJDQWH GR VHWRU ÂżQDQFHLUR EUDVLOHLUR se deu em 2004, dois anos depois da saĂ­da da Geap. Sob seu comando, as praças da Bahia, Alagoas e Sergipe, que, juntas, representam aproximadamente 220 mil vidas e um orçamento de mais de R$ 300 milhĂľes/ano – segundo fontes do merca-


do. Como negociadora, quem convive com a MarilĂŠa se rende ao estilo da executiva. “Ela costuma ser bastante tranquila. É dura quando precisa, mas sabe UHFXDU GLDQWH GH DUJXPHQWRV´ DÂżUPD D diretora comercial do Hospital HTO e da SoBaby de Feira de Santana, Rita Britto. Mas ninguĂŠm se engane. É justamente a ela, esposa de Marcelo Britto, partĂ­cipe do grupo e presidente da Ahseb, que MarilĂŠa recorre na hora de negociar com as unidades da famĂ­lia. “As mulheres se HQWHQGHP PHOKRU VDEHP LQĂ€XHQFLDU H OLdar com mais inteligĂŞncia em situaçþes de tensĂŁoâ€?, despista a executiva, em tom de traquinagem. Outra vantagem, bem feminina, ĂŠ usar a aparente fragilidade D VHX IDYRU Âł(OHV ÂżFDP VHQVLELOL]DGRV Faz parteâ€?, comenta. 6REUH R GHVDÂżR j IUHQWH GR %UDGHVco SaĂşde, a executiva explica que, a exemplo de outras operadoras, a grande incumbĂŞncia do cargo ĂŠ sempre ganhar ÂłHÂżFLrQFLD FRP PHQRU FXVWR SRVVtYHO´ DaĂ­ os embates frequentes com a rede de prestadores. Uma batalha que, pelo visto, vem tirando de letra. “Quando quero me desligar de tudo, viajo com o marido Âą WDPEpP PpGLFR Âą H RV ÂżOKRV´ UHYHOD O destino preferido? A Disney. DifĂ­cil saber quem se diverte mais.

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Economista de formação, Sônia criou a primeira indústria farmacêutica da Bahia, a Bahiafarma

Inclinação forte para o comando sempre tive. Nasci para liderar

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SÔNIA CARVALHO Coordenadora Geral do Planserv Diagnóstico | jul/ago/set 2009 |


CAPA governança

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e fosse uma mulher, o Planserv – Plano de SaĂşde de Servidor PĂşblico do Estado da Bahia – seria uma noiva com quem todo mundo gostaria de se casar. Maior plano de saĂşde do Norte/ Nordeste, com uma carteira com mais de PLO EHQHÂżFLiULRV D RSHUDGRUD WHP XP orçamento anual de R$ 660 milhĂľes, tabelas compatĂ­veis com o mercado e compromissos pagos em dia. Coisa rara nas empresas do governo. Por trĂĄs do maior orçamento pago Ă s redes de prestadora da Bahia estĂĄ uma mulher de pouco mais de 1,60m, carreira precoce e obsessĂŁo por FRQWURODU FXVWRV JDVWDU FRP HÂżFLrQFLD H zelar pela coisa pĂşblica – DNA de audiWRUD ÂżVFDO Âł6HPSUH WLYH XPD LQFOLQDomR forte para o comando. Nasci para liderarâ€?, revela SĂ´nia Carvalho, que entre tantos GHVDÂżRV QD YLGD S~EOLFD GHFLGLX DVVXPLU o Planserv, em janeiro de 2007, a convite do atual do governo. Deixou para trĂĄs o cargo de gestora do Fundo Estadual de SaĂşde (orçamento de R$ 2 bilhĂľes/ano). Bem antes, no inĂ­cio da dĂŠcada de 80 e aos 26 anos de idade, foi responsĂĄvel por implantar a primeira indĂşstria de medicamentos da Bahia, a Bahiafarma – seu PDLRU GHVDÂżR Âł(P GRLV DQRV R SURMHWR foi gestado, saiu do papel e se tornou referĂŞncia para o paĂ­sâ€?, recorda a gestora, sem esconder um certo orgulho. “A fĂĄbrica chegou a empregar 300 funcionĂĄrios e foi um dos marcos da indĂşstria baianaâ€?. Muita coisa para uma migrante do recĂ´ncavo – ĂŠ natural de Cruz das Almas, a 150 NP GH 6DOYDGRU Âą TXH FKHJRX j FDSLWDO baiana com 16 anos para fazer vestibular escondida do pai. Agricultor, queria que D ÂżOKD VHJXLVVH D FDUUHLUD GH GRV ÂżOKRV VH IRUPDU HP DJURQRPLD $ ÂłGHVfeitaâ€? foi descoberta com o resultado do vestibular da Ufba e a aprovação para o curso de economia. Sem estrutura para se manter, morou em pensionato e chegou a SDVVDU GLÂżFXOGDGHV PRESSĂƒO POLĂ?TICA – Mas o conselho da mĂŁe, jĂĄ falecida, nunca saiu da cabeça: seu marido ĂŠ a sua formação, estude para ser uma mulher independente. “NĂŁo acho que hĂĄ diferença de gĂŞnero. Nunca vivi situaçþes de preconceito por ser mulherâ€?, DÂżUPD 6{QLD 1HP PHVPR QD URWLQD GHVgastante que envolve o dia-a-dia Ă frente do Planserv. “O trabalho dela tem sido determinante na reestruturação do plano de saĂşde dos servidoresâ€?, ressalta o chefe, o secretĂĄrio de administração Manoel Vi22 | DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009

WDV HP DSUR[LPDGDPHQWH DWp R ÂżQDO do ano. O ganho sĂł serĂĄ possĂ­vel graças Ă inclusĂŁo de netos como dependentes GRV EHQHÂżFLiULRV GR SODQR H j SRVVLELOLdade de incluir aposentados de empresas de economia mista do governo baiano, o que ampliarĂĄ o nĂşmero de vidas cobertas. “Apesar dos nĂşmeros, nosso maior foco sempre serĂĄ o seguradoâ€?, garante a executiva. Leitora de Balzac, aos 50 anos, SĂ´nia sĂł inicia o expediente, na sede do plano, na Av. ACM, apĂłs as seçþes matutinas de academia – “terapia para o corpo e mentĂłrio. A pressĂŁo polĂ­tica, aliĂĄs, foi um dos WH´ 'LYRUFLDGD FRP HVWDELOLGDGH ÂżQDQGHVDÂżRV QR LQtFLR GH VXD JHVWmR Âł$ JHQWH ceira e independente, ela consegue manvai se impondo e as pessoas descobrem ter a forma que a faz usar as roupas da que o critĂŠrio tĂŠcnico sempre vai preva- ÂżOKD PDQHTXLP DQRV PDLV MRYHP lecerâ€?, explica a gestora. “Quando deixar “A gente tem que se cuidar, sempreâ€?, sede ser assim, boto minha bermuda e volto greda ela, que, assim como o Planserv, ĂŠ j UXD SDUD ÂżVFDOL]DU´ 3DUD HVWDU j IUHQWH uma noiva com a qual muito marmanjĂŁo do Planserv, ela diz nĂŁo ganhar nenhum gostaria de casar-se. centavo a mais. Preferiu continuar com o salĂĄrio de auditora. O momento mais difĂ­cil no comando da instituição, lembra a economista, foi logo apĂłs a edição da Portaria 358/2007, que, entre outras medidas, impunha Ă rede de prestadores o uso de atĂŠ 80% de remĂŠdios genĂŠricos no procedimento. O dispositivo mexia diretamente na composição dos cĂĄlculos do MAT/MED – principal componente da receita de hospitais e clĂ­nicas. “Tivemos reuniĂľes bastante WHQVDV PDV HOD VHPSUH VH PRVWUDYD ÂżUPH nas suas açþesâ€?, lembra o presidente da Ahseb, Marcelo Brito. Segundo ele, uma das principais virtudes de SĂ´nia ĂŠ usar com inteligĂŞncia sua experiĂŞncia como auditora e a habilidade com os nĂşmeros para convencer. “Meu maior sonho ĂŠ adequar todos os procedimentos do Planserv Ă tabela CBHPMâ€?, revela a executiva, que tem LĂšCIA DĂ“REA SyV JUDGXDomR HP ÂżQDQoDV S~EOLFDV SHOD Gestora e sĂłcia do Hospital Ufba e auditoria interna pela Uneb. “SĂ´- Samur, de VitĂłria da Conquista nia vem mostrando ao longo de sua trajetĂłria ser extremamente capaz de criar e inovarâ€?, comenta o ex-secretĂĄrio da e professora primĂĄria em IbiSaĂşde e hoje provedor da Santa Casa de cuĂ­ – cidadezinha da regiĂŁo MisericĂłrdia da Bahia, JosĂŠ Antonio Rosudoeste do estado – a sĂłciaGULJXHV $OYHV Âłe XPD SURÂżVVLRQDO PR- gerente de um dos maiores hospitais do vida por realizaçþesâ€?. Um dos prĂłximos interior da Bahia, o Samur, de VitĂłria da GHVDÂżRV GD H[HFXWLYD DOLiV p UHGX]LU R Conquista. Mas, para contar a histĂłria Ă­ndice de nĂŁo conformidades no sistema, de uma das mais atuantes executivas do estimado em algo prĂłximo a 10% de tudo setor hospitalar no Estado, ĂŠ preciso volo que ĂŠ pago Ă rede de prestadores. Com o tar no tempo. A dĂŠcada ĂŠ a de 1980. Proaumento da base de segurados, o Planserv fessora dedicada de ciĂŞncias, que morria pretende tambĂŠm incrementar suas recei- de medo de hospital, LĂşcia DĂłrea acaba

O MOMENTO MAIS DIFĂ?CIL A FRENTE DO PLANSERV FOI LOGO APĂ“S A EDIĂ‡ĂƒO DA PORTARIA 358/2007, QUE IMPĂ”S OS GENÉRICOS A REDE DE PRESTADORES

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Tudo o que conquistei ĂŠ fruto do trabalho de equipe

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chamando a atenção de uma das supervisoras da escola – que coordenava cursos de enfermagem – e na ĂŠpoca era administradora do hospital. O convite para deixar a rotina de lousa e giz foi aceito de imediato. O cargo era de assistente de administração do Samur. Dona de disciplina pouco vista e habilidade incomum para lidar com equipe, aos poucos ela foi se ambientando ao cheiro de ĂŠter e ao convĂ­vio com planilhas. “Era nĂ­tida a capacidade que LĂşcia tinha de se doarâ€?, lembra SebastiĂŁo Castro, 69, presidente do conselho de administração do Samur e um dos fundadores da unidade. “Com tempo, sua atuação dentro do hospital se tornou tĂŁo importante que hoje ela ĂŠ um dos pilares do Samurâ€?. â€œĂ‰ alguĂŠm muito fĂĄcil de conviver, caso vocĂŞ nĂŁo seja um fornecedorâ€?, brinca o cirurgiĂŁo JosuĂŠ Andrade, 71 anos, tambĂŠm sĂłcio da unidade. Um comentĂĄrio nada gratuito. Quem costuma estar do outro lado da mesa conta que lidar com a atual gerente administrativa da unidade, responsĂĄvel por toda a ĂĄrea de compras e R ÂżQDQFHLUR GD HPSUHVD QmR p WDUHID Iicil. â€œĂ‰ a melhor negociadora entre todos os meus clientesâ€?, revela o empresĂĄrio 3DXOR %RQÂżP TXH DWXD QR VHWRU GH yUWHse e prĂłtese e conhece LĂşcia hĂĄ mais de 20 anos. “Honesta ao extremo, se puder fazer o hospital ganhar R$ 1 de desconto, ela vai buscar a vantagemâ€?. É tambĂŠm um sĂ­mbolo da militância do patronato. Figura conhecida entre os prestadores, estĂĄ sempre presente em Salvador nas reuniĂľes da Ahseb e, por conveniĂŞncia, com agenda lotada de compromissos com representantes de operadoras e autogestĂľes. “Ela tem um espĂ­rito de equipe como poucosâ€?, ressalta o colega e diretor do Grupo Santa Helena, Mauro Adam. Mas hĂĄ tambĂŠm ressalvas. A principal delas, um hĂĄbito que começou ainda na adolescĂŞncia: o fascĂ­nio pelo cigarro – atĂŠ dois maços por dia. â€œĂ‰ um companheiro. Um dia larJR´ SURPHWH VHP PXLWD ÂżUPH]D &DVDGD PmH GH GRLV ÂżOKRV OHPEUD tambĂŠm que teve de convencer a prole sobre uma outra compulsĂŁo: o trabalho. “Mostrei o quanto a famĂ­lia ganharia ao DVVXPLU R GHVDÂżR QD JHVWmR GR KRVSLWDO´ recorda. “Eles concordaram, desde que eu nĂŁo levasse trabalho para casaâ€?, comSOHWD /~FLD :RUNDKROLF DVVXPLGD Âą FKHJRX D ÂżFDU WUDEDOKDQGR KRUDV VHJXLGDV no hospital –, ela conta que sempre lidou

Workaholic assumida, LĂşcia e uma militante contumaz do movimento patronal

DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 | 23


CAPA governança bem com a condição de mulher independente e fascinada pelo comando, herança da mĂŁe, dona Maroca, jĂĄ falecida. “Um dia um fornecedor disse que queria ter uma conversa de homem para homem comigoâ€?, conta em tom bem-humorado. Âł1mR PH Âż] GH URJDGD 6HQWHL H FKHJDmos a um acordoâ€?. No prĂłprio hospital – onde ĂŠ tida como centralizadora – travou algumas batalhas. A maior delas, a criação de um serviço de remoção por UTI mĂłvel – investimento alto, na ĂŠpoca – que seria mantida pela prĂłpria unidade. “Enxergamos uma oportunidade. A maioria foi contra, mas decidimos por em prĂĄtica o projetoâ€?, recorda a executiva. “Um ano depois, o serviço nĂŁo sĂł se provou rentĂĄvel, como se tornou uma referĂŞncia na regiĂŁoâ€?. Tamanho empenho rendeu a oportunidade de adquirir cotas da empresa, pagas do prĂłprio bolso, em 1995. “Minha participação ĂŠ equivalente Ă rodinha de uma camaâ€?, brinca. “Mas foi adquirida com muito suorâ€?. E conquistas. Ao longo

de mais de 29 anos de empresa, ela ajudou a transformar o Samur, de um hospital de pequena complexidade, na mais moderna unidade de SaĂşde de VitĂłria da Conquista e regiĂŁo, com 70 leitos e mais de 10 mil atendimentos/mĂŞs e serviços de ponta, a exemplo de hemodinâmica, cirurgias cardĂ­acas, neurolĂłgicas e bariĂĄtricas. “Boa parte do que somos hoje se deve ao empenho de LĂşciaâ€?, reconhece o mĂŠdico e tambĂŠm sĂłcio, Raul BarreWR Âłe XP WUDEDOKR GH HTXLSH´ MXVWLÂżFD D executiva, que gosta sempre de partilhar com o grupo as conquistas da unidade. Coração duro como gestora, nĂŁo esquece quando teve que suspender o atendimento do hospital pelo SUS, em 1996. “A perda para a comunidade foi irreparĂĄvel, na ĂŠpoca. Como ser humano, doeu ter que recusar pacientesâ€?. Aos 57 anos, ela conta que, enquanto tiver motivação, vai continuar trabalhando para a expansĂŁo do Samur, a segunda famĂ­lia. “Estamos prestes a inaugurar nosso serviço de ressonância magnĂŠtica. Mas nĂŁo vamos

A Bahia Home Care acaba de completar nove anos. Em toda essa caminhada, entramos em centenas de lares para tambÊm fazer amigos. Gente que confiou em nosso trabalho e buscou a cura na dedicação e humanismo de cada um de nossos colaboradores. A todos eles, nosso muito obrigado. Que possamos continuar fiÊis a nossa maior missão: servir.

Bahia

HOME care Serviço de atenção domiciliar | Diagnóstico | jul/ago/set 2009

parar por aĂ­â€?, avisa LĂşcia, com a empolgação de uma iniciante. Nada mal para quem um dia sonhou em ser professora primĂĄria em IbicuĂ­.

AO LONGO DE QUASE 30 ANOS DE EMPRESA, O SAMUR DEIXOU DE SER UM HOSPITAL DE PEQUENO PORTE PARA SE TORNAR A MAIS MODERNA UNIDADE DE SAĂšDE DE CONQUISTA


TERCEIRIZAĂ‡ĂƒO mĂŁo-de-obra

Sigevaldo Santana, controller do São Rafael: adequação as regras do MinistÊrio Público do Trabalho

Fotos: Iracema Chequer

Com a palavra, o MPT SĂŠrie de açþes do MinistĂŠrio PĂşblico do Trabalho pĂľe em cheque o jĂĄ fragilizado VHWRU GH VD~GH GD %DKLD ,QVHJXUDQoD MXUtGLFD Mi VH UHĂ€HWH QD UHGH GH SUHVWDGRUHV

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futuro da cadeia produtiva do setor de saĂşde na Bahia, que emprega mais de 140 mil pessoas e movimenta algo em torno de R$ 1,5 bilhĂŁo por ano, vai ser decidido na casa de nÂş 308 – Corredor da VitĂłria, centro de Salvador. É lĂĄ que promotores que integram o grupo de combate a fraudes do MinistĂŠrio PĂşblico do TrabaOKR 037 YmR GHÂżQLU R HQWHQGLPHQWR sobre a sĂŠrie de açþes que investigam a legalidade das relaçþes de trabalho de hospitais e serviços de saĂşde da capital e regiĂŁo metropolitana. AtĂŠ agora, 40 grandes hospitais e clĂ­nicas estĂŁo sendo investigados – unidades do interior do estado tambĂŠm vĂŁo integrar as açþes em um segundo momento. Outra linha de investigação tem como alvo as cooperativas de saĂşde. No Hospital SĂŁo Rafael, um dos maiores da Bahia, 350 prestadores de

VHUYLoR HQWUH ÂżVLRWHUDSHXWDV WpFQLFRV de enfermagem e funcionĂĄrios do setor administrativo, tiveram que ser contratados como parte de um Termo de Ajuste GH &RQGXWD 7$& ÂżUPDGR FRP R 037 O desfecho foi o mesmo com as cooperativas de tĂŠcnicos em radiologia, que prestavam serviços Ă s clĂ­nicas de diagQyVWLFRV SRU LPDJHP $Wp R ÂżQDO GHVWH ano, o MPT deve propor novos acordos com prestadores que mantĂŞm contrato com cooperativas de enfermagem. O principal alvo serĂŁo as empresas de Home Care. A DiagnĂłstico apurou que a tendĂŞnFLD GRV SURPRWRUHV p Ă€H[LELOL]DU QR TXH se refere aos mĂŠdicos, a aplicação do enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho – principal parâmetro jurĂ­dico sobre a questĂŁo envolvendo terceirização de mĂŁo-de-obra. A linha de atuação ĂŠ a mesma que o MPT vem adotando em

outros estados da federação. O entendimento dos promotores ouvidos pela revista ĂŠ que a medida, aplicada na letra fria da lei, poderĂĄ quebrar o sistema. “A Ăşnica certeza que temos, atĂŠ agora, ĂŠ que um hospital nĂŁo pode operar sem ter uma equipe mĂ­nima de mĂŠdicos sob regime celetistaâ€?, adianta o promotor coordenador do nĂşcleo de combate a fraudes no emprego do MPT, Pedro Lino. “NĂŁo vamos agir de forma autista para resolver a questĂŁo, mas o entendimento terĂĄ que vir j OX] GD OHL´ 8P GRV JUDQGHV GHVDÂżRV GRV SURPRWRUHV p GHÂżQLU QR FRPSOH[R setor de saĂşde, o que ĂŠ atividade meio – um serviço necessĂĄrio, mas nĂŁo essenFLDO Âą H D DWLYLGDGH ÂżP TXH FRPSUHHQGH as açþes vitais para as quais a empresa se constituiu e que nĂŁo podem ser terceirizadas. Outro aspecto ĂŠ o carĂĄter liberal e inWUtVHFR GD DWLYLGDGH PpGLFD Âł2V SURÂżVDiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 | 25


O assessor jurídico do Sindhosba, Jorge Freitas: prestadores precisam estar mais atentos a legislação

sionais de medicina, que sĂŁo referĂŞncia no mercado de saĂşde, exigem remuneração diferenciada e livre arbĂ­trio para gerir a carreiraâ€?, avalia o mĂŠdico e presidente da Ahseb, Marcelo Britto. “Por isso eles nĂŁo querem ser regidos pela CLTâ€?. Segundo ele, a aplicação sumĂĄria da legislação criaria mais um gargalo em um sistema jĂĄ fragilizado. “Faltariam vagas para grandes especialistas, e a remuneração seria reduzida Ă metade para os que aceitassem ser regidos por contrato de trabalhoâ€?, prevĂŞ Britto. Aos que estivessem fora do mercado, a Ăşnica solução, de acordo com o dirigente, seria mudar de carreira ou abrir um hospital prĂłprio. “Uma situação absurda, em que todos perderiamâ€?, sentencia.

lização do trabalho na rede hospitalar, hĂĄ cerca de um ano. O alvo foi justamente o SĂŁo Rafael. “HĂĄ casos de mĂŠdicos que utilizavam a estrutura do hospital para ID]HU FLUXUJLDV FRPR SURÂżVVLRQDO OLEHral, e que hoje querem reparação com base na CLTâ€?, descreve o gerente de recursos humanos e controller da instituição, Sigevaldo Santana. “No afĂŁ de lutar pelo fortalecimento da carreira, as açþes do Sindimed podem GLYLGLU D FDWHJRULD´ SUHYr XP ÂżOLDGR TXH atua como prestador de serviço na rede hospitalar e prefere o anonimato. “JĂĄ hĂĄ sinais claros de desconforto por parte daqueles que se veem prejudicados por uma intervenção do MPTâ€?. O clima de incerteza jurĂ­dica jĂĄ provocou efeitos tambĂŠm na rede de CATEGORIA DIVIDIDA – O prĂłprio SUHVWDGRUHV 1D FOtQLFD 'HOÂżQ OtGHU QR presidente do Sindicato dos MĂŠdicos, segmento de diagnĂłstico por imagem e JosĂŠ Caires, admite a complexidade das pioneira na prestação desse tipo de serrelaçþes de trabalho na categoria. “O que viço dentro dos hospitais, o plano de GHIHQGHPRV p R ÂżP GD SUHFDULHGDGH TXH expansĂŁo para 2009, que previa invesfaz o mĂŠdico chegar uma jornada de 76 timentos de mais de R$ 10 milhĂľes, foi KRUDV VHPDQDLV HP XPD UHODomR Ă€DJUDQ- abortado. Projetos como a criação da te de vĂ­nculo empregatĂ­cio, mas sem ne- ClĂ­nica da Mulher – um serviço inĂŠdito, nhuma garantia de direitos trabalhistasâ€?, voltado exclusivamente para pacientes denuncia. “Apesar disso, sabemos que do SUS e que atenderia cerca de 5 mil cada caso tem sua particularidadeâ€?. pacientes mĂŞs – aguardam uma decisĂŁo Foi o Sindimed quem procurou o do MPT. “O clima ĂŠ de apreensĂŁoâ€?, reMPT para denunciar açþes de pejudica- sume o empresĂĄrio. Ele explica que um 26 | DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009

mĂŠdico que ganha R$ 15 mil por mĂŞs, por cinco turnos de trabalho na empresa, teme ver seus rendimentos reduzidos e a carreira prejudicada por um contrato de trabalho que pode engessar tambĂŠm VHX IXWXUR SURÂżVVLRQDO Âł0HVPR TXH HX queira contratar todos os mĂŠdicos, vĂŁo faltar especialistas para querer ganhar D PHWDGH H EDWHU FDUWmR GH SRQWR´ DÂżUma o empresĂĄrio. O estrago deverĂĄ ser sentido tambĂŠm dentro de entidades de classe como Associação Bahiana de Medicina (ABM). Mais de 60% da receita da entidade vem do setor de convĂŞnios, que oferece uma estrutura de gestĂŁo contĂĄbil para mĂŠdicos que atuam como pessoa jurĂ­dica em hospitais e serviços DÂżQV Âł(VSHUDPRV TXH D TXHVWmR VHMD UHVROYLGD FRP EDVH QR FRQVHQVR´ DÂżUPD R presidente da instituição, Antonio Carlos Vieira Lopes. De acordo com o advogado e assessor jurĂ­dico do Sindhosba, Jorge Freitas, as discussĂľes em torno das relaçþes de trabalho no setor de saĂşde jĂĄ provocaram um efeito positivo: uma depuração do sistema. COOPERATIVAS – “Durante muitos anos, os prestadores olharam para os custos e, por desconhecimento jurĂ­dico, criaram situaçþes Ă margem da lei traba-


lhistaâ€?, reconhece Freitas. Ele cita como exemplo a contratação de cooperativas, compostas por funcionĂĄrios recĂŠm-demitidos do mesmo hospital, e que mudavam o vĂ­nculo empregatĂ­cio da noite para o dia. Outro erro ĂŠ permitir que um mĂŠdico com carteira assinada possa atuar, na mesma instituição, como prestador de serviços. “Muitos casos de passivo trabalhista poderiam ter sido evitadosâ€?, DÂżUPD )UHLWDV TXH DWXD QR VHWRU Ki PDLV de 30 anos e jĂĄ foi dirigente de hospital. Sobre a ação do MPT, ele acredita que os prĂłprios procuradores estĂŁo tendo diÂżFXOGDGH HP HQWHQGHU FRPR IXQFLRQD R setor de saĂşde. “Houve excessos que acabaram atropelando a leiâ€?, garante o advogado Igor Loureiro de Matos, que defende a Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (Oceb). Segundo ele, nos TAC’s propostos pelo MPT, hĂĄ uma clĂĄusula que impede hospitais, clĂ­nicas e serviços de saĂşde de contratarem qualquer tipo de mĂŁo-de-obra via cooperativa. â€œĂ‰ como se, no entendimento dos promotores, que

nĂŁo tĂŞm prerrogativa para julgar, toda e qualquer cooperativa fosse fraudulenta por naturezaâ€?, denuncia. “A preocupação exagerada com a terceirização estĂĄ desvirtuando o foco principal da questĂŁo, que ĂŠ a qualidade do atendimento Ă saĂşdeâ€?, defende o ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Almir Pazzianoto. A declaração foi dada durante o I FĂłrum Terceirização de mĂŁo-de-obra na saĂşde, realizado no ano passado, em SĂŁo Paulo. “O que precisamos ĂŠ de um sistema com preço acessĂ­vel e custos controladosâ€?. Em sua opiniĂŁo, a experiĂŞncia mostra que uma Ăşnica instituição de saĂşde nĂŁo tem capacidade de responder por todas as açþes do seu expertise – clĂ­nica, laboratorial e diagnĂłstico, por exemplo. “NĂŁo hĂĄ por que, dessa forma, consagrar o Ăłdio Ă terFHLUL]DomR´ DÂżUPD 3D]]LDQRWR “Independentemente do que quer o MPT, a realidade ĂŠ que vai transformar a leiâ€?, aposta Freitas, para quem a questĂŁo estĂĄ longe de um desfecho. AtĂŠ lĂĄ, a polemica continua.

“A PREOCUPAĂ‡ĂƒO EXAGERADA COM A TERCEIRIZAĂ‡ĂƒO ESTĂ DESVIRTUANDO O FOCO PRINCIPAL DA QUESTĂƒO, QUE É A QUALIDADE DO ATENDIMENTO Ă€ SAĂšDEâ€? ALMIR PAZZIANOTO, EX-MINISTRO DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TRT)

,PSODQWDGD SHOR HVSHFLDOLVWD 'U ÉOYDUR )HUQDQGR 3 6LOYD H VXD HTXLSH D $)$& SLRQHLUD QD %DKLD HP 86 ,QWHUYHQFLRQLVWD DWXD WDPEpP HP XOWUD VRQRJUDILD JHUDO JLQHFROyJLFD H REVWpWULFD PRUIROyJLFD P~VFXOR HVTXHOpWLFR SHTXHQDV SDUWHV 'RSSOHU FRORULGR ´'XSOH[ VFDQÂľ H 86 7ULGLPHQVLRQDO ' ' DOpP GH 'HQVLWRPHWULD yVVHD VHPSUH FRP HTXLSDPHQWRV GH SRQWD RIHUHFHQGR DRV VHXV FOLHQWHV XPD UHODomR GH FRQILDQoD H FRPSURPLVVR FRP D TXDOLGDGH

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Clinica de DiagnĂłstico por Imagem DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 |


Foto: Tadeu Miranda

MOBILIZAÇÃO saúde

AS LIÇÕES DE BRASÍLIA

Euvaldo Diniz (à esq.), da Febase, Marcelo Britto, da Ahseb, e Raimundo Correia, do Sindhosba: menos impostos para a saúde

| Diagnóstico | jul/ago/set 2009


Sem precedentes na histĂłria recente do paĂ­s, movimento dos prestadores conseguiu colocar a crise do setor de saĂşde na pauta do poder

O

vĂ´o 3561, da TAM, que levou a BrasĂ­lia, em junho passado, quase 50 representantes de hospitais, clĂ­nicas e serviços de saĂşde da Bahia pode ter feito uma viagem histĂłrica na luta pelos direitos de um dos setores mais fragilizados da economia brasileira – com ou sem crise. Sem precedentes na histĂłria recente do paĂ­s, a mobilização, que reuniu empresĂĄrios, provedores e executivos, conseguiu a adesĂŁo de 35 dos 39 deputados federais da bancada baiana e dos trĂŞs senadores que representam o estado. O primeiro passo de uma sĂŠrie de açþes que pretendem chamar a atenção do poder pĂşblico – em todas as esferas – sobre um colapso anunciado. Somente de calote, fruto da insolvĂŞncia de operadoras de plano de saĂşde, os prestadores baianos acumulam um prejuĂ­zo estimado em R$ 90 milhĂľes. Pelo menos uma dezena de laboratĂłrios, hospitais e Santas Casas fecharam suas portas nos Ăşltimos anos por causa da crise no setor na Bahia. “A mobilização serviu para mostrar que, por necessidade ou consciĂŞncia polĂ­tica, precisamos estar juntosâ€?, avalia o presidente do Sindhosba, Raimundo Correia, um dos presentes ao encontro. Em mais de 30 anos de carreira, ele admite nĂŁo ter presenciado um momento tĂŁo favorĂĄvel, do ponto de vista associativo, para o segmento. “Mesmo que tudo R TXH Âż]HPRV DWp DJRUD QmR VH UHYHUWD

“A MOBILIZAĂ‡ĂƒO SERVIU PARA MOSTRAR QUE, POR NECESSIDADE OU CONSCIĂŠNCIA POLĂ?TICA, PRECISAMOS ESTAR JUNTOSâ€? RAIMUNDO CORREIA, PRESIDENTE DO SINDHOSBA

em resultados – o que acredito ser pouco provĂĄvel –, o movimento ĂŠ vitoriosoâ€?, DÂżUPD 0DUFHOR %ULWWR SUHVLGHQWH GD Ahseb. E o dirigente tem razĂŁo. Na primeira semana de setembro, o ministro da SaĂşde, JosĂŠ Gomes TemporĂŁo, abriu sua agenda para recebĂŞ-lo em uma audiĂŞncia exclusiva na capital federal. A ideia ĂŠ obter o apoio de braços importantes do prĂłprio executivo para pressionar o Planalto a encontrar uma solução para a crise. Entre as sugestĂľes estĂĄ uma linha GH ÂżQDQFLDPHQWR YLD %1'(6 TXH SRVsa ser destinada Ă reestruturação econĂ´PLFR ÂżQDQFHLUD GR VHWRU DOpP GD GHVRneração da cadeia produtiva – bandeira antiga do empresariado. “O pleito ĂŠ justo e o governo estĂĄ sensĂ­vel Ă questĂŁoâ€?, disse TemporĂŁo. Outra frente foi aberta na Assembleia Legislativa da Bahia, em um debate que envolve tambĂŠm o governo do estado. TODOS OS PARTIDOS – “O mais importante ĂŠ entender a questĂŁo como algo suprapartidĂĄrio e que interessa ao paĂ­s inteiroâ€?, salienta o presidente da Febase, Euvaldo Diniz. NĂŁo por acaso, a mobilização do setor de saĂşde conseguiu colocar lado a lado congressistas de todas as legendas – algo raro em um perĂ­odo prĂŠ-eleitoral. “A luta de quem ĂŠ responsĂĄvel por levar saĂşde a boa parte da nossa população precisa ser uma bandeira de todosâ€?, disse o deputado federal

Saúde em debate no Congresso: questão suprapartidå ria Foto: Divulgação

DiagnĂłstico | jul/ago/set 2009 | 29


MOBILIZAÇÃO saúde Mantega, e Paulo Bernardo, do Planejamento. Na pauta, detalhes de um acordo TXH SRGH GH¿QLU DV EDVHV GH XPD OLQKD GH ¿QDQFLDPHQWR HVSHFt¿FD SDUD R VHWRU “Ainda é cedo para fazer previsões, mas acreditamos que nos próximos 90 dias poderá haver novidades”, estima Diniz. O modelo de empréstimo seria o mesmo adotado pelo governo para o setor de educação. Com carência para começar a pagar e juros subsidiados, o BNDES destinou este ano às universidades públicas e privadas R$1,5 bilhão. “Temos prerrogativas constitucionais, como o setor de educação. E somos tão ou mais importantes”, pontua Britto. “Nada mais legítimo do que também sermos tratados com a mesma relevância”. Sobre os rumos do movimento, a partir de agora, o presidente da Ahseb acredita que o mais importante é manter a mobilização que colocou o setor de saúde brasileiro na pauta política. “Vamos continuar juntos, lutando pela sobrevivência do setor”, sentencia o dirigente. A sociedade agradece.

ENTRE AS BANDEIRAS DO MOVIMENTO ESTÁ UMA LINHA DE FINANCIAMENTO, VIA BNDES, QUE POSSA SER DESTINADA À REESTRUTURAÇÃO ECONÔMICOFINANCEIRA DO SETOR

Responsável Técnico: Maurício Lopes Neves - CRM 2877

Félix Mendonça (DEM), durante encontro na Assembleia Legislativa da Bahia que discutiu a questão em um plenário vazio. Para o deputado estadual Heraldo Rocha (DEM), um dos poucos do parlamento baiano a se engajar a causa, a sociedade não pode se abster do debate. “Vamos reunir todos os líderes partidários em torno da questão”, prometeu Rocha, que é médico de formação. De acordo com o deputado estadual Zé Neto (PT), o governo do estado está sensível aos problemas por que passa o setor de saúde. Para ele, que também participou do encontro no CAB com os prestadores, é preciso encontrar soluções urgentes para a crise no setor. “O que estiver ao alcance do nosso partido será feito”, garante a também deputada federal Lídice da Mata (PSB), líder da bancada da Bahia no Congresso. Coube a ela, cuja carreira política sempre esteve atrelada à luta dos trabalhadores, o agendamento de uma reunião com os ministros da fazenda, Guido

CLIMAM, A AMIGA DO PEITO.

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