EDIÇÃO Nº 11, ANO 1 | CEILÂNDIA, DISTRITO FEDERAL | 25 DE MARÇO A 25 DE ABRIL DE 2018
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
VILMA CAVALCANTI DE ALUNA A DIRETORA DA ESCOLA CLASSE 27. FOTO: CEILÂNDIA EM FOCO
DIVA
Pág. 5
AMOR PELA EDUCAÇÃO – O TRABALHO DA DIRETORA VILMA, DA EC. 27
CIDADE
Pág. 2
AOS 47 ANOS, CEILÂNDIA TEM MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR foto Diário de Ceilândia
CONEXÕES URBANAS
Pág. 4
#VEMPRACEI MAPEIA PONTOS TURÍSTICOS DA CIDADE
COMPORTAMENTO
Pág. 6
CURSO DE CULINÁRIA PARA JOVENS DA PERIFERIA
TÁ COM FOME DE QUÊ?
Pág. 11
COMIDA DE RUA É SUCESSO ENTRE OS CEILANDENSES
26 x 6 cm | 5 Colunas
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02 | CIDADE
CEILÂNDIA EM FOCO
CIDADE
MANOEL JEVAN GUARDIÃO DA MEMÓRIA E HISTÓRIA DE CEILÂNDIA por
Poliana Franco foto Divulgação
Com Ceilândia fazendo 47 anos e Brasília, 58, algumas figuras precisam sempre ser lembradas, afinal, se tem um lugar que foi construído com o suor, com a dor e com a esperança de muita gente, esse lugar foi Brasília. Pena que a parte difícil e triste tenha sido logo esquecida, assim a maioria não sabe, e os que sabem não podem prestar homenagens aos milhares de homens e mulheres desse Brasilzão afora que vieram erguer a nova capital com tijolo e concreto, cozinhando ou costurando, e vivendo sob as mínimas condições. Centenas desses pioneiros vieram para Ceilândia no processo de remoção dos moradores do Morro do Querosene, Morro do Urubu, Vila do IAPI, Vila Tenório, retira-
dos da Brasília recém-inaugurada e devidamente realocados aqui, lugar afastado da capital em meio ao Cerrado e sem nenhuma infraestrutura, no processo idealizado pelo governador Hélio Prates chamado CEI – Campanha de Erradicação das Invasões. Dez anos depois do início da remoção, o pioneiro cearense Luiz Gomes buscou toda a família e se estabeleceu no P SUL, em 1981. Uma tristeza dele era o esquecimento do povo aos construtores, aos candangos. E um sonho era que o filho, Manoel Jevan, virasse um historiador para resgatar essas histórias de vida e de trabalho. Sonho realizado O professor de história e sociologia, pesquisador e ativista cultural gosta de ser
EXPEDIENTE JORNAL CEILÂNDIA EM FOCO CNPJ: 23.445.219/0001-08 Tiragem: 10 mil exemplares / mensal Diretora/Editora chefe: Poliana Franco - 11.583/DF Colaboradores: Catarina Loiola, Pâmela Paiva, Rafaella Remer da Silva. Diagramação e arte: Dianne Freitas FALE CONOSCO E-mail: ceiemfoco@gmail.com Facebook: facebook.com/ceiemfoco Departamento comercial: (61) 9 8332-6607 Redação: Ceilândia Sul- DF Textos assinados e Informes Publicitários são de responsabilidade dos autores.
chamado simplesmente de historiador. E muito de nossa história deve- se a ele, um “historiador da memória candanga de Ceilândia”, como se define. Há 25 anos, Manoel Jevan criou, como parte da preservação da memória e cultura da cidade, o Museu da Memória Viva dos Candangos Incansáveis de Ceilândia, ou simplesmente: Museu da Memória Viva de Ceilândia. O local abriga imagens, objetos, painéis, mas para Jevan, nada é tão importante quanto a biografia de 107 ‘candangos Incansáveis’, pioneiros que fizeram parte do Movimento Incansáveis Moradores de Ceilândia. VER BOX Segundo ele, “é o único museu do mundo com acervo de preciosidades, portador de uma memória coletiva”. Ou seja, nada mais valioso que a vida dessas pessoas e suas trajetórias, a doação, o suor, o brilho no olhar. Pequenos pesquisadores Questionado se o museu surgiu por acaso ou se foi pensado, Jevan afirma: “Nada comigo é despretensioso, tudo é ideológico”. Até hoje, tudo começa em sala de aula com a participação dos
alunos, que no início do ano letivo, recebem uma ficha para preencher com ajuda dos pais e avós. Junto com as respostas, conhecimentos novos e curiosidades da Ceilândia do passado, acompanhado, muitas vezes, da doação de relíquias da época. Tanta coisa foi juntada que Manoel Jevan montou um museu em casa. O projeto do qual os alunos participam deu origem à Sociedade dos Pesquisadores e Pioneiros de Ceilândia, a SPPCEI, onde os pioneiros são os avós e os pesquisadores são os próprios alunos, que também desenvolvem o papel de jornalistas e de artistas, pois montam e apresentam em sala de aula uma produção cultural, “isso os torna conscientes da nova geração e da antiga geração”.
O Movimento Incansáveis Moradores de Ceilândia surgiu da união de moradores contra os altos preços cobrados pelos lotes, longe do valor inicial estipulado pela Terracap e mais longe ainda da condição financeira dos moradores.
O Museu da Memória Viva de Ceilândia abre, oficialmente, em duas datas por ano: 27/03 e 13/12. Para pesquisadores, normalmente aos sábados – de 14 às 16 horas.
“CEILÂNDIA TINHA DUAS ESTAÇÕES POR ANO: A DA LAMA E A DA POEIRA”
Para o historiador Manoel Jevan, Brasília é o único lugar do mundo onde os fundadores são chamados de invasores
Manoel Jevan sabe que ele próprio é uma das fontes mais completas (e requisitadas) quando o assunto é história de Ceilândia, e embora não almeje os louros, diz se sentir bem sendo uma referência na cidade. Aliás, para ele, fazer “esse resgate da memória é minha obrigação, é minha retribuição social para Ceilândia”.
Informações: (61) 9 8287-2545 QNN 38, Conjunto D, casa 14 Ceilândia.
SAÚDE | 03
CEILÂNDIA EM FOCO
INFORME PUBLICITÁRIO
SAÚDE
UBS VIRA UPA, UPA VIRA UTI E HRC “ENCOLHE” por
Nicolas Bonvakiades - Ascom SindMédico-DF
Corredores lotados de macas mesmo em dias tranquilos e outros problemas do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) tomam maior vulto quando as demais unidades de saúde da cidade também passam por dificuldades. É o caso, por exemplo, do que ocorre no Centro de Saúde 7, no Setor O, e na Unidade de Pronto Atendimento. Pela falta de pediatras, médicos residentes e estudantes que fazem internato assumem mais reponsabilidades do que deveriam. Tudo isso sob a pressão de ameaças de agressão física, e até de tiro. Faltam vagas em UTI infantil e casos graves acabam ficando sem assistência especializada. Na ginecologia estão ocorrendo, segundo relatos, casos de óbito fetal por falta de capacidade de atendimento e superlotação. A média mensal de partos realizados no HRC chega a 600, cerca de 70% partos normais, sem contar as curetagens e outros procedimentos realizados. Infartados ficam tempo indeterminado na sala vermelha da emergência aguardando vaga no Instituto do Coração do Distrito Federal. “É importante destacar que o ICDF é a opção que resta aos pacientes, uma vez que a estrutura da cardiologia foi desmontada em toda a rede pública”,
foto Assessoria de Comunicação SindMédico - DF
lembra o presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Dr. Gutemberg. A ortopedia do hospital segue aos trancos e barrancos, com dificuldade na reposição de materiais. Na falta de hastes, placas e parafusos, os ortopedistas fazem trabalho de artesão para montar fixadores externos. A falta de escopia também prejudica, e muito, o atendimento aos pacientes. CS 7 do Setor O: uma UBS ou uma UPA? Localizado na QNO 10, o antigo Centro de Saúde 7
abriga seis equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), para atender mais de 50 mil pessoas. Três das equipes estavam sem médicos no início de março. Pacientes graves que não conseguem atendimento no hospital nem na Unidade de Pronto Atendimento buscam atendimento ali. “Não tem gente, estrutura física e nem equipamento para atendimentos de maior complexidade. É inseguro”, alerta Dr. Gutemberg. Gestão centralizadora e desorganizada Na Unidade de Pronto
Atendimento de Ceilândia continuam faltando médicos e outros profissionais. Ninguém sabe como será o funcionamento da unidade, porque a superintendente regional contraria o procedimento padrão de divulgar as escalas com a antecedência devida. O resultado é falta de planejamento e desorganização. Com poucos médicos, quem está nos plantões tem que verificar a condição dos pacientes internados antes de poder atender quem aguarda na porta. Pacientes se espalham pelos corredores e normas sanitárias são
ignoradas. A falta de espaço entre leitos na sala vermelha dificulta o atendimento e favorece a disseminação de infecções. Da UPA, os pacientes graves deveriam ser encaminhados e acolhidos em outras unidades, mas estão voltando, embora não haja acomodação adequada para internação prolongada. Não há monitores cardíacos, tampouco pontos de oxigênio suficientes. Há nove meses do fim do atual governo, a situação da saúde permanece sem encaminhamento adequado e o caos se alastra.
04 | CONEXÕES URBANAS
CEILÂNDIA EM FOCO
CONEXÕES URBANAS
VEM PRA CEI
Projeto resgata o potencial turístico da cidade por
Pâmela Paiva foto VempraCei/Divulgação
Que nossa cidade é um celeiro de empreendimentos, nós já sabemos, né? Ceilândia e sua população de cerca de 600 mil habitantes possui muitos estabelecimentos de comércio, microempreendedores, microempresas. E segundo uma pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) já representamos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do DF, o que equivale a R$ 17,5 bilhões de reais de tudo que o DF produz. Em 2015, uma ideia começou a martelar a cabeça do morador Emerson Ro-
drigues, insatisfeito com os estereótipos da cidade. Para ele, a cidade precisava se reconhecer enquanto periferia e valorizar sua rica cultura. Dessa ideia nasceu o projeto #VempraCei, movimento que mapeou cerca de 50 pontos culturais, gastronômicos, esportivos e ecológicos da comunidade. “Trabalhar o pertencimento interno dos seus moradores, essa é o principal foco do projeto”, confirma Lucas Pinheiro, coordenador. Alguns dos lugares mapeados foram: a Casa do Cantador, Restaurante Sabor dos Sertões,
Casa da 7 da Norte, Chácara das Águas. Lucas destaca também a “importância de construir uma visão de que Ceilândia não é cidade dormitório e descentralizar a cultura.” Mas, segundo dados da pesquisa já citada realizada pela Codeplan, 37% da população ceilandense trabalha dentro da própria Região Administrativa, contra 28% no Plano Piloto. Ou seja, Ceilândia não é mais uma cidade dormitório, pois a maioria de sua população não se desloca para outra cidade para trabalhar ou estudar.
Projeto Piloto Além de resgatar os pontos turísticos, o #VempraCei se inspirou em outras comunidades que praticam o turismo de base comunitária, como a Rocinha, o Vidigal, no Rio de Janeiro, ou Paraisópolis, em São Paulo. Desde o ano passado, através de uma parceria com uma agência de turismo que convida os clientes a conhecerem Ceilândia, o projeto recebeu aproximadamente 400 ‘alunos esConheça o projeto: http://vempracei.com.br/
trangeiros’, que vieram e apreciaram a cidade e realizaram oficinas de DJ, grafite e dança. A meta deste ano é exercitar os roteiros turísticos com alunos das escolas públicas locais que estejam na adolescência, para que “eles não tenham vergonha de admitir que moram em Ceilândia. Pelo contrário, é para que nós enxerguemos e valorizemos o quanto temos potencial cultural”, encerra Lucas. Também nas redes sociais: @vempracei
ARTIGO
Água é um direito, não mercadoria por
Maria Madalena Torres
Dos dias 17 a 22 de março, Brasília recebeu o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA/2018), um evento que reuniu mais de nove mil presentes divididos entre sociedade civil, organizações nacionais e internacionais que lutam em defesa da água como direito básico à vida. Para o sociólogo Edson Aparecido, representante da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), “o principal legado deixado pelo Fórum foi a capacidade de juntar nos mesmos espaços organizações e movimentos das
mais variadas matizes ideológicas, de luta e de um olhar sensível sobre a água”. Nesse sentido, foi possível tratar o tema da água nas suas mais variadas interfaces. Vários movimentos sociais já lutavam pela água, porém, cada um na sua realidade. Neste encontro, milhares de homens e mulheres reafirmaram a luta em defesa da água como direito e não mercadoria e contra todas as formas de privatização. Do mesmo modo, Thiago Ávila, ambientalista, ressalta que “o legado do FAMA se
deu em cada movimento ou ativista que compareceu e participou de uma luta global contra a privatização da água, mas também contra a destruição do planeta”. Ceilândia presente no Fórum Neste cenário, a cidade realizou no ano passado o I Encontro do FAMA em Ceilândia, cujo tema foi ‘Os impactos da crise hídrica para Ceilândia e a preservação urgente das nascentes’, além de participar intensamente das atividades propostas
foto Webert da Cruz
pelo Comitê FAMA-DF. O evento deixa para Ceilândia a união com outros movimentos e integração ao Grito Social das Águas,
grupo que tem várias outras articulações pela água e é coordenado pelo professor Perci Coelho, do Instituto de Humanidades da UnB.
DIVA | 05
CEILÂNDIA EM FOCO
DIVA
“ACHO QUE A GENTE TEM QUE FAZER O MELHOR. SEMPRE”
Coluna
AMOR AO SABER E À EDUCAÇÃO Fo ndia em co
por
lâ foto Cei
Nesta relação que dura 40 anos, Vilma viu a Escola Classe 27 ser construída, foi aluna, virou diretora, viu as filhas e hoje os netos estudarem no mesmo local Poliana Franco
Foram muitas as indicações para que Vilma Cavalcanti viesse como Diva no Ceilândia em Foco, e depois de conhecê -la compreendi que fazia todo sentido contar um pouco da história dessa mãe, avó, profissional e filha de Ceilândia. Filha dos paraibanos Clodomiro e dona Ziza, veio da Vila do IAPI antes de completar um ano de idade, no processo de remoção. Aqui cresceu e se formou, segundo ela, “para ser independente e ganhar meu próprio dinheiro”, pois cresceu ouvindo do pai que mulher não deveria trabalhar fora de casa e que, ao aprenderem a escrever o próprio nome, os filhos não precisariam mais estudar. Dona Ziza, ao contrário, fez questão que os cinco filhos estudassem, e Vilma, mais tarde, se tornou professora. Já o trabalho veio cedo: aos 11 anos de idade, escondida do pai, trabalhava na feira do Guará e de Ceilândia, onde ganhava algum dinheiro. Destino Quando criança, visitou com os colegas e a professora a nova escola que estava sendo construída. Lá, sonhou em estudar e fez parte da primeira turma que inaugurou a Escola Classe 27. No mesmo lugar, quatro décadas depois, me recebeu para uma entrevista ocupando o cargo, três vezes consecutivas, de diretora escolar. Mas antes disso, Vilma foi professora, coordenadora, vice-diretora, enfim, passou
por todos os cargos e conhece como ninguém a EC 27. Das lembranças da infância, quando integrou a primeira turma, saltando até os dias de hoje como diretora - quase chegando ao fim do último mandato e prestes a se aposentar – eis o único momento em que Vilma se emocionou e as lágrimas quase tomaram lugar da alegria e do sorriso farto dessa mulher esguia, elegante e de cabelos longos. Escola Classe 27 A EC 27, na QNN 7/9 de Ceilândia Norte atende cerca de 430 crianças, dos quatro aos 11 anos de idade, divididos em 22 turmas que vão da educação infantil ao 5º ano. Como escola inclusiva que é, atende alunos com necessidades especiais como dificuldade intelectual (DI), transtorno global de desenvolvimento (TGD), baixa visão (BV), autismo, e conta com biblioteca e brinquedoteca – muito raro em escola pública. A procura por vagas é grande, mas a oferta é pequena. O ano de 2017 teve mais de 350 inscrições pelo telefone 156, mas “conseguimos atender menos de 60 alunos”, afirma a diretora. Pensando nos pais da comunidade que levam os filhos para estudar longe de casa por falta de vagas, a diretora Vilma resolveu agir: idealizou a construção de mais um bloco de salas de aula, o que permitiria a criação de mais 10 turmas de alunos, cerca de 150 crianças. O investimento é
alto: R$ 300 mil reais. “Sempre ouvimos que não há recursos para construir outra escola. O que estou fazendo é dizer que o espaço nós temos de sobra para mais um bloco, mas precisamos do dinheiro para fazer. Estou pensando na comunidade, tem muita criança sem vaga” afirma. Hoje, a diretora busca apoio de emendas parlamentares para financiar o projeto, como dos distritais petistas Chico Vigilante e Wasny de Roure. Aliás, emendas de Chico Leite (REDE), Reginaldo Veras (PDT) e Bispo Renato (PR) já permitiram reparos importantes na escola como reforma de banheiros, manutenção do forro, troca de grades e fechaduras. Ciente de que os valores governamentais repassados à escola não possibilitam certos investimentos, Vilma faz um trabalho de formiguinha mandando ofícios e batendo de porta em porta convidando parlamentares a visitarem e conhecerem de perto a realidade e necessidades da escola. Prazer pelo trabalho Vilma aguarda, ansiosa, o avanço do projeto, mas sabe que quando o novo bloco estiver pronto para funcionar, terá encerrado sua gestão. Com a aposentadoria se aproximando, tenta demonstrar felicidade ao dizer: “O próximo passo é me aposentar”. Mas questionada sobre o que irá fazer quando esse momento chegar, prontamente diz, com certa tristeza: “Ainda não sei”!
Tanto amor pelo trabalho e pela escola tem explicação: é a terceira geração da família Cavalcanti na EC 27. Assim como ela, as três filhas Brenda, Beatriz e Bárbara também estudaram lá e hoje é a vez dos netos Bento e Bernardo, que na hora do recreio não perdem tempo e vão à sala da diretora dar um cheiro na vovó Vilma.
“SE EU POSSO FAZER ALGUMA COISA PARA MELHORAR O LUGAR ONDE ESTOU, EU VOU FAZER” A Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia apoiou a iniciativa de construção de mais um bloco de salas de aula na EC 27, permitindo a criação de 10 novas turmas e matrícula de mais 150 crianças da comunidade em idade escolar.
foto Ceilândia em Foco
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06 | COMPORTAMENTO
CEILÂNDIA EM FOCO
COMPORTAMENTO
DELÍCIAS SEM DESPERDÍCIO Curso ensina jovens a cozinhar de maneira prática reaproveitando alimentos
foto Ceilândia em Foco
por
Poliana Franco
Nem Jacquin nem Fogaça, o chef de cozinha da vez atende pelo nome de Eduardo Henrique, o Edu, e dá aula no curso de Culinária Sustentável. Foi um longo caminho que passou por letras e segurança do trabalho, até ele descobrir a paixão pela gastronomia e se formar pelo CEUB. Hoje, ministra a oficina de culinária para jovens da periferia, onde trabalha o reaproveitamento de alimentos e ensina aos alunos receitas simples e deliciosas usando até mesmo talos e cascas, partes que normalmente jogamos fora ao cozinhar. É com criatividade que o chef adapta e até cria receitas
novas usando ingredientes simples e acessíveis aos alunos, afinal, “a ideia é que os alunos possam fazer as receitas em casa com poucos recursos”, afirma. A sala de aula é equipada com forno micro-ondas, fogão, pia, armário e geladeira, além de uma bancada onde os alunos botam a ‘mão na massa’ e aprendem a fazer as receitas na prática, ajudando o professor no desenvolvimento dos pratos. Delícias Acompanhei uma aula cujo menu foi à base de chocolate, com petit gateau e brownie, segundo o chef Edu, “duas receitas que deram er-
rado, mas que deram certo”. A gente explica: petit gateau é um bolinho francês servido quente, acompanhado de chantilly ou sorvete. Ao retirá -lo do forno e partir, uma calda quente escorre pelo bolo, tem gente que pensa até que o petit gateau é recheado com essa calda, mas não, é o ‘ponto errado’ do bolo que faz com que a mágica aconteça. Já o brownie é um típico bolo americano famoso por não levar fermento, a massa não cresce bem, o bolo fica meio ‘solado’, mas é úmido por dentro, perfumado e extremamente saboroso. As duas receitas são simples, levam poucos ingredientes e sabe o que o chef usou para
perfumar e saborizar as massas? Borra de café! A aluna Izabella, que cozinha muito em casa, já fez a coxinha de macarrão que aprendeu na aula, já a colega Poliana fez o brigadeiro de potinho que, segundo ela, ficou delicioso. Alguns ex -alunos usaram o curso para aprimorar técnicas e melhorar a renda de casa, fazendo quitutes para vender ou trabalhando em restaurante, e para a coordenadora do Centro de Juventude de Ceilândia, Ana Rute, experiências assim fortalecem o trabalho do Centro, que está sempre “buscando parcerias para inclusão dos jovens no mercado de trabalho”.
O projeto começou na Cidade Estrutural, seguiu para Samambaia e chegou em Ceilândia em parceria com a Secretaria da Criança (Secria), Centro de Juventude e Instituto de Educação, Esportes, Cultura e Artes Populares (Iecap). O curso é gratuito, dura dois meses e tem cerca de 40 alunos, de 15 a 29 anos. Culinária Sustentável é um dos cursos oferecidos pelo Centro de Juventude, assim como violão, muay thai e empregabilidade. O Centro de Juventude funciona na QNN 13, Conjunto B, Área Especial, logo abaixo da estação do metrô Ceilândia Norte.
ARTIGO
Pensão alimentícia para os filhos - Quando parar de pagar? por
Rafaella Remer da Silva*
Equivocadamente, quem paga pensão alimentícia acredita que quando o filho completa 18 anos, poderá simplesmente parar de pagar. O fato do filho ter atingido a maioridade não desobriga o pai ou a mãe de cumprir com o que foi determinado judicialmente, sendo necessária a elaboração de um pedido judicial para a deixar de pagar a pensão alimentícia denominada Ação de Exoneração de Alimentos. Trata-se de uma ação judicial que, depois de ouvidas as partes (alimentan-
te e alimentando), o juiz pode determinar o fim, ou não, do pagamento da pensão alimentícia. É fundamental o entendimento de que, a realidade em que se encontram os filhos será determinante para a decisão do juiz. Essa questão precisa ser entendida e solucionada tratando cada caso de maneira particular. Até quando pagar? Em alguns casos, os filhos continuam dependentes muito além de completarem 18 anos, por várias razões: às
vezes, por continuar a estudar além do Ensino Médio, são impossibilitados de trabalhar e necessitam de um provedor para que sejam atendidos em suas necessidades básicas. Outras vezes, mesmo depois da cerimônia de colação de grau, ainda permanecem sem condições de arcar com suas despesas fundamentais. Ao analisar a situação do alimentando naquele momento, o juiz pode não aceitar o pedido, contudo, ele poderá na mesma sentença, estabelecer que a obrigação
se encerre aos 24 anos, isto se o filho estiver fazendo um curso de nível superior. Então, quem paga mensalmente a Pensão Alimentícia precisa ter em mente que o critério da idade, tanto os 18 anos (maioridade civil), quanto os 24 anos se o filho estiver fazendo curso técnico ou faculdade, por si só, não serão determinantes
para a decisão judicial, tudo dependerá também das circunstâncias de vida daqueles que estão recebendo pensão. Lembrando que a diminuição de renda dos pais que pagam Alimentos, pode sim ensejar uma modificação dos valores pagos ao filho, mas para este tipo de situação a ação é de Revisional de Alimentos.
*Rafaella Remer da Silva | Advogada - OAB/DF 44.627 Contatos: (61) 9 8376-1608 rafaellaremer.advocacia@gmail.com
FICA A DICA | 07
CEILÂNDIA EM FOCO
FICA A DICA
Coluna
DO ALTO DA TORRE por
Poliana Franco
Infelizmente, são muitos os brasilienses que não conhecem os pontos turísticos da cidade. Isso ocorre por diversos motivos, mas para os que moram na periferia é fácil tentar entender: após ir ao Plano Piloto a semana toda para trabalhar, tudo o que a maioria não quer é ter que ir ao Plano aos feriados ou finais de semana. Às vezes, no máximo levar as crianças ao Parque da Cidade ou ao zoológico. Por isso, muitos pontos turísticos ficam restritos aos turistas que vêm à capital a trabalho e aproveitam para fazer o chamado turismo cívico, já que Brasília não é exatamente uma cidade turística. Mas se tem um lugar que
eu adoro visitar desde a infância é a Torre de TV. A sensação é mágica, a vista é bonita que só, e ver as pessoas e os carros passando lá embaixo, pequenininhos, continua sendo engraçado assim como quando eu era criança. Inaugurada em 1967, a Torre tem 244 metros de altura, mas o mirante, que é o local onde o público fica, tem 75 metros, o suficiente para sentir o vento forte e para ter uma vista belíssima do centro de Brasília, Esplanada dos Ministérios, Lago Paranoá, Estádio Mané Garrincha, e muitos outros. Como um dos cartões -postais de Brasília, a Torre recebe diversos eventos culturais para todos os
gostos como teatro, música, dança. Na estrutura de baixo, a Feira de Artesanato com suas muitas barracas de roupas, móveis, variadas e saborosas comidas, livros, esculturas, quadros, artesanato e decoração em geral. Uma pena que as escadas rolantes que ligam a parte alta da parte baixa não funcionem nunca, desde que foram colocadas. Também tem o espetáculo da fonte luminosa, com seus jatos d’água dançantes e sincronizados, parece um verdadeiro espetáculo de balé com precisão e muita, muita delicadeza, tudo operado por um sistema computadorizado. A fonte da Torre é uma das maiores da América Latina.
Vale muito a pena também conhecer o turismo de Brasília, temos lugares históricos e culturais muito importantes. Nos vemos no próximo Fica a Dica.
Onde? Eixo Monumental Quando? Terça a domingo, de 9h às 19h Preço? De graça A Feira de Artesanato funciona de terça a quinta-feira – de 9h às 19h, e de sexta a domingo, de 9h às 18h.
foto Divulgação
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08 | CULTURA
CULTURA
CEILÂNDIA EM FOCO
O Som da Cidade
SAMBA DE COCO DAS ÔLINDAS
Grupo musical só de meninas roda o DF levando cultura popular por
Isadora, Gabriela, Larissa e Juliana (dir. para esq.) foto Ceilândia em Foco
Pâmela Paiva
“É o coco de mulher que veio da periferia”. Esse refrão expressa de onde saíram as cinco gurias: Ceilândia, Recanto das Emas, Cidade Ocidental e Taguatinga, representados no samba de coco de Isadora, Larissa, Juliana, Gabriela e Camila. Juntas, elas formam as “Ôlindas”, e do som de seus instrumentos sai um samba de coco bem pisado.
Há pouco mais de dois anos, elas se inscreveram em uma oficina de percussão no Programa Jovem de Expressão. No final do curso, assistiram a uma apresentação do grupo percussionista “As Batuqueiras”, onde conheceram o samba de coco, o maracatu e a ciranda. “Eu fiquei muito fascinada quando vi e ouvi o som”, afirma Isadora, que faz o
O samba de coco é um ritmo e dança da cultura tradicional popular brasileira, surgido no interior de Pernambuco, fruto da mistura de influências indígenas e africanas. Por ser uma cultura passada principalmente através da oralidade, dizem que nasceu dos momentos de quebrar o coco, para se extrair um sebo; ou de amassar com os pés o barro da terra para preparar o adobe para construir casas.
vocal e toca o ganzá. “Quando acabou a oficina montamos o Calangas do Cerrado, nosso primeiro grupo, porque não queríamos parar de tocar”, conta Larissa, e emenda que “pouco tempo depois surgiu as Ôlindas, que nasceu para espalhar a cultura do samba de coco para as periferias”. Para o grupo, por mais que a cultura do samba de coco tenha as raízes nordestinas, essa mesma população que veio construir Brasília não tem acesso às suas origens. As “Ôlindas” são uma produção independente, possuem músicas autorais e têm fortes influências de artistas como Selma do Coco, Martinha do Coco, Raízes Arcoverde. Suas composições cantam ora sobre a resistência da
mulher na periferia, ora sobre a cultura popular brasileira. Gabriela ressalta que “é importante cantar sobre as mulheres que inspiram a quebrada”. Em 14 de abril, o grupo se apresenta na Praça do Cidadão, no evento: SarauHaynna e os Verdes.
Contato: (61) 9 8364-3766
Facebook: @cocodasolindas
Formação do grupo: • Isadora Santos ganzá e principal vocal • Gabriela Santos pandeiro e caixa • Juliana Sousa agbê • Larissa Nascimento triângulo e alfaia • Camila Dark alfaia
Email: olindascoco@gmail.com
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CULTURA | 09
CEILÂNDIA EM FOCO
O objetivo é torná-lo um dos mais expressivos festivais de dança de nível internacional. O projeto gera empregos diretos e indiretos e serve como vitrine para bboys e bgirls locais que se destacam. As eliminatórias este ano foram em Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro e Goiânia. A capa deste ano foi escolhida por meio de uma campa-
CULTURA
FESTIVAL DE BREAKING AGITA CEILÂNDIA por
Catarina Loiola
foto Taidson Morais
A quarta edição do Festival “Quando as Ruas Chamam” acontece nos dias 14 e 15 de abril, no Sesc Newton Rossi, com entrada gratuita e classificação livre. A programação, no primeiro dia do evento, começa com exposição de vídeos documentários sobre as edições passadas e palestras, seguido de debate sobre a história do hip-hop. A competição de break Breaking ou breakdance é um estilo de dança de rua, parte da cultura do hip-hop criada por afro-americanos e latinos na década de 1970 em Nova Iorque, Estados Unidos
é organizada em Ceilândia desde 2014 pelo Alan Jhone, conhecido como Bboy Papel, e conta com nove categorias.
Há diversas possibilidades de participação, desde seletivas por vídeos até modalidades que são abertas ao público. O prêmio total da competição é de R$ 10 mil reais, divididos entre 1° e 2° lugares.
contribuição ao legado desse estilo de dança de rua tão presente nas periferias do Brasil. O Distrito Federal é considerado lugar de representatividade da dança breaking no país devido ao próprio Festival e a outros que ocorrem de forma independente. Com o intuito de abrasileirar a dança e com a vivência internacional, Alan colocou em prática o desejo de alavancar o estilo em Ceilândia.
Da quebrada para a quebrada Alan conheceu o break em Ceilândia, onde nasceu e cresceu, assim como o Festival: “Ele nasceu na periferia, é um produto autêntico de Ceilândia”. A competição ganhou o Prêmio de Breaking Latino Americano por duas vezes, em 2015 e 2016. O livro “Quando as Ruas Chamam” e o filme “Rap – O Canto de Ceilândia” de Adirley Queirós, foram elaborados em homenagem e
Grandes nomes brasileiros já participaram do “Quando as Ruas Chamam”, como o Grupo Funk Fuckers, Natural Rockers, Gang Gangreena. Em todas as edições, a mistura entre os elementos da cultura hip-hop é feita. Para quem planeja competir ano que vem, oficinas de break para jovens de todas as idades ocorrem no Centro Cultural de Ceilândia às segundas, quartas e sextas de 19h às 21h. Abertas ao público e totalmente gratuitas, não exigem critério algum para participação. Centro Cultural - QNN 13 (ao lado da estação do metrô Ceilândia Norte)
nha via internet. Bboys e bgirls de todo o Brasil enviaram suas melhores fotos dançando e a que melhor se encaixasse na identidade visual seria escolhida. O vencedor foi o Bboy Tom. O projeto é apresentado pelo FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal e apoiado pela Secretaria de Cultura, Governo de Brasília e Sesc.
CRUZADAS
WWW.COQUETEL.COM.BR
"Ambiente" retratado pelos sites Catedral e revistas da (?): Concurso de celebri- Enraipostal vecida; em que dades furiosa paulistano Marta Rocha foi a primeira eleita oficialmente
Território palestino ocupado por Israel Bê-á-(?): (2014) o abecedário
A Capital da Salsa, na Colômbia Machuca Fruta que padarias substituem por chuchu
Anistia Internacional (sigla)
Período marcado pelo domínio da razão e da técnica (Hist.)
(?) King, empresário do boxe
O tempo passado Usain Bolt, atleta
Vilão do filme "Superman II"
Título do dirigente de Abu Dhabi
(?) Neill, ator irlandês Rasurada
Problema que atrasa o trabalhador nas metrópoles
Principal avanço social do governo de Abraham Lincoln, assassinado Enganar em 1865
Salvador Que Allende, acontece presidente por acaso chileno
Carro luxuoso que leva a noiva à igreja
Ratazana, em inglês Tema de brindes entre amigos
Moradia de socialites Amalucado
Sufixo de "barbado" Secreção da infecção
Vermelho, Amarelo e (?): rios chineses
"(?) Vice", filme com Colin Farrell (?) Patinhas, milionário das HQs
Quarta letra do alfabeto grego
Usado (abrev.)
Moeda do Japão
Desigualdade; diferença
Tecla de computadores
TV italiana Michel (?), cantor sertanejo
Ceder para instituição de caridade Figura da letra "Q", Calendário no baralho (?): previu o fim de um ciclo em 2012
Fora de moda (ing.) Opaco; embaçado Acontecimentos incontestáveis
3/non — out — rat — sam. 4/emir. 11/modernidade. D M M C
S S B R E J A O OD E R N I D ON S A L A N S I M I M A Z U O U S P A R I I E N R T E A M A I A F IC
D E L T A A C I D E N T A L
S I A L U A D M I R O N S A P U A D E O U R T O
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O movimento Rede Social de Ceilândia completou 10 anos, com direito a bolo e festa de aniversário. Uma década de trabalho defendendo os direitos da nossa comunidade, a partir de articulações e parcerias civis e governamentais.
em Ceilândia, destacamos o abraço simbólico em protesto ao fechaO trabalho dos voluntários abor- Aniversário de 10 anos da Rede Social mento do SESI/ da temáticas de de Ceilândia foto Ceilândia em Foco Ceilândia, esdireitos humanos, cidadania, paço que muito beneficiava a promoção de cultura de paz, população. A atuação da Rede fortalecimento do combate à contribuiu para que hoje o espaço se tornasse a Escola Parviolência, entre outros. Entre as muitas ações da que Anísio Teixeira, orgulho Rede que fizeram a diferença da comunidade.
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Quanto custa: Entrada gratuita.
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Quando: 14 e 15 de abril, a partir das 14h Onde: Teatro Sesc Newton Rossi – QNN 27 Área Especial Lote B, Ceilândia Norte.
10 | DEDO DE PROSA E A VOZ DO LEITOR
DEDO DE PROSA
CEILÂNDIA EM FOCO
Coluna
APENAS UMA NOTA por
Luzia Braga*
Seja verdade, ou não Engano talvez? Seja branco, carmim como a escarlate. Ou uma simples ausência de cor!
Onde estás agora? Não vá! Fique, permaneça aqui, Perto deste seu amigo Apenas uma nota!
Seduziste-me... coração apaixonado Envolveste-me com suas notas, agora, pois Se oculta, agora, pois, o que me resta? Acreditar no engano da sua melodia.
Ou são notas, algumas... Ora triste, ora alegra minh’alma. Uma doce e eterna sinfonia, Som suave... Não parece agudo perpassando meu ser!
Vibra, dê um sinal, um zumbido Apenas uma nota! Sua melodia faz-me sentir vivo; Toca, vai!
Melodia vinda da harpa de um cupido Ingenuamente embriaguei-me Com doçura e amarga sedução Emudecido de amor!
Posso te ouvir minh’alma! E enquanto seu amigo... Ah! Ao longe podes me ouvir? Ouças as batidas filiformes. Vibra com apenas uma nota! Para despertar um coração agonizante, És majestosa, és real, és poderosa, Necessito saber se ouve minhas batidas.
Estou impregnado de inverdades Preciso me libertar deste descompasso Amor não correspondido Só tu minh’alma és minha fiel amiga.
Apenas uma nota, só uma nota para acalentar este coração, Som puro como ouro, valiosa para este coração, Afinal, foi o que restou para este seu amigo, Apenas uma nota! Valiosa, majestosa, real? és bela, mágica, encanta com sua magia! Sejas tu oh, minh’alma verdadeira Real, apaixonada, companheira Com sua vivacidade imperiosa. Ainda assim, sabes esperar, Sempre espera por ela Pela felicidade! Sabes exatamente a hora da sua chegada. Instigante encontro, logo se vai Porque deixas ir, peça pra que fique! É o que necessita este seu amigo Oh, minh’alma!
Vê, ouça, estou bradicárdico. Estou em farrapos, estraçalhado de amor Como toda realeza oculta-se por vezes; Estou acostumada com seus caprichos, minh’alma. Revela-te! saberei interpretá-la Enfim, sou tua vítima, Sangro de amor, e tu? Deixou-me acreditar em sua melodia, Não te culpo, deixei-me envolver.
Por tu não desisto, quero viver... Toca apenas uma nota Sabes que posso te ouvir? No seu silêncio há vida. Seja verdade, mentira, ... ou engano Não importa, podes me ouvir? Toca, toca só mais uma nota Apenas uma nota! Sabes que este será... Podes me ouvir? Uma última nota, sufocada Nem batidas filiformes, nem bradicardia.
*Luzia Braga é ceilandense, formada em pedagogia, escreve poemas e quer lançar um livro
A VOZ DO LEITOR
Coluna
A VOZ DO LEITOR 2 Colunas | 7 cm
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TÁ COM FOME DE QUÊ? | 11
CEILÂNDIA EM FOCO
TÁ COM FOME DE QUÊ?
Coluna
LANCHONETE 14 IRMÃOS É TRADIÇÃO EM COMIDA DE RUA por
Pâmela Paiva
foto Ceilândia em Foco
A dica da Coluna ‘Tá com fome de quê?’ deste mês é a famigerada e consagrada lanchonete ‘14 Irmãos, Rei do Dog’, presente na cidade há quase 30 anos. A família que saiu do Ceará e investiu no ramo alimentício em Ceilândia possui atualmente, di-
versos estabelecimentos comerciais e um negócio que já está na segunda geração. O carro-chefe é o cachorro-quente ao molho, que tem cheiro e sabor inconfundíveis, e sai sempre quentinho. Segundo o proprietário André Lima, a receita do sucesso não pode ser revelada, mas reforça que “toda a alquimia é feita em casa por uma tia (uma das 14 irmãs radicadas no DF), e distribuída para todos os estabelecimentos que levam o nome da rede, por isso o molho é tão especial”. Além do molho, o lanche acompanha queijo, milho, batata palha e um
copo de refrigerante, pelo valor de R$ 5,00. Ônibus vira lanchonete De longe podemos ver o ônibus estacionado, reformado e adaptado por dentro para abrigar a cozinha. Lá dentro funcionam as chapas e é feita a montagem dos pratos. Pelo estacionamento, perto da caixa d’água, onde fica parado o trailer, ficam espalhadas as mesas para os clientes. Se estiver chovendo, também não tem problema, são estendidas lonas para proteção. O chapeiro Cícero Costa enfatiza que “o trabalho lá dentro é forte, em dia de muito movi-
mento, normalmente começo do mês, são vendidos cerca de 400 cachorros-quentes em uma noite. Com certeza é o carro-chefe”. Cardápio farto Não faltam opções para quem gosta de uma comidinha de rua, como: cachorro-quente na chapa (R$ 7,00), sanduíches com grande variedade de ingredientes - do mais simples ao mais completo (R$ 6,00 – R$ 12,00), além de açaí (que acompanha banana, granola, leite condensado e amendoim) e porção de batata frita. Todos os lanches são servidos com um copo de 200ml de refrigerante.
Os molhos de maionese que acompanham os lanches e os deixam ainda mais saborosos, são caseiros. Lembrando que molhos caseiros podem ser comercializados e consumidos, desde que obedeçam a legislação específica elaborada pelo Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Vigilância Sanitária local (Visa-DF).
Onde fica? QNM 02 conjunto B Ceilândia. Estacionado em frente ao Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM). Horário de funcionamento? Segunda a quinta-feira, das 18h até 2h da manhã. Sexta a domingo - das 18h às 5h.
Faltam médicos no hospital e na UPA
E AGORA, RODRIGO? Brasília não está no rumo certo.
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5 Colunas | 31 cm
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