SEGUNDA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5711
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Mutirões ocupam as ruas e fazem agitação pela liberdade de Lula
EDITORIAL
A importância dos mutirões pela liberdade de Lula
Haddad defende “centrinho” com golpistas para conter desigualdade
Mourão diz que apenas Reforma da Previdência não vai resolver a crise Em uma curta matéria no sítio ND, o general e atual vice presidente golpista Hamilton Mourão deu uma declaração que revela o tamanho da crise que o país enfrenta.
Militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe, realizaram neste domingo (21), na Avenida Paulista um grande mutirão de coletas de assinaturas pela anulação dos processos fraudulentos da Lava Jato
POLITICA
Conselheiro, Jean Wyllys quer colocar a Globo na linha Na última semana, o ex-deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) publicou, em sua conta no Twitter, algumas declarações sobre uma nota produzida pela Rede Globo de Televisão.
PSTU, que não mobiliza nada, propõe correr atrás de Maia Nesta semana, o PSTU e sua central sindical, a Conlutas, está propondo uma data para manifestação contra a reforma da previdência absolutamente sozinho.
Direita do PT anuncia seu plano: Haddad presidente Um dos expoentes mais destacados da ala marcadamente direitista do Partido dos Trabalhadores, o ex-prefeito do município de Maricá/RJ
Festa, churrasco e mutirão: POLITICA o encerramento da Bolsonaro Universidade de Férias anuncia novo A 44ª Universidade de Férias do PCO e da Aliança corte de R$ da Juventude Revolucionária (AJR) chegou ao fim nesse domingo, dia 21. A atividade, que começou na 2,5 Bi do quarta-feira, dia 17, contou com a participação de companheiros de vários estados do País. orçamento
2 | EDITORIAL EDITORIAL
COLUNA
A importância dos mutirões pela liberdade de Lula
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ilitantes do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe, realizaram neste domingo (21), na Avenida Paulista um grande mutirão de coletas de assinaturas pela anulação dos processos fraudulentos da Lava Jato e pela imediata libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a presença de ativistas de todo o País, encerrando com uma “aula prática” a 44ª. Universidade de Férias do Partido que, nessa edição, teve como tema “O Programa da Revolução Socialista para os dias de hoje”, que se realizou ao longo da última semana. O mutirão ocorreu também em várias outras cidades do País, como vem acontecendo há pouco mais de um mês, cada vez em um número de cidades e com maior participante de militantes. A cada semana, registra-se um crescimento da aproximação de pessoas das barracas e bancas do Mutirão, expressando claramente o apoio à iniciativa de mobilizar pelo “fora Bolsonaro” e pela liberdade de Lula, na medida em que cresce a revolta popular contra o governo ilegítimo e seus ataques contra os trabalhadores. Além de colher assinaturas no abaixo assinado, esses mutirões também estão inscrevendo centenas de pessoas para as caravanas para um ato em frente à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente encontra-se detido ilegal e arbitrariamente, convocando trabalhadores e estudantes a participarem dos mutirões e dos Comitês, realizando a venda do jornal Causa Operária e recolhendo contribuições para a campanha financeira para sustentar toda essa mobilização necessária. No mesmo sentido, o Comitê Nacional Lula Livre, que além do PCO
congrega outros partidos de esquerda, como o PT e o PCdoB e entidades representativas da luta dos explorados como a CUT, CMP, MST, UNE etc. também convocou para o próximo fim de semana (dias 27 e 28), a realização de mobilizações dos Comitês Lula Livre, com o que temos a possibilidade de ter no próximo fim de semana milhares de ativistas nas ruas impulsionando uma atividade que tem a maior importância na atual etapa, no sentido de criar uma ampla mobilização diante de uma questão central na atual etapa que é a luta pela liberdade de Lula, capaz de mobilizar milhões de pessoas em todo o País, contra o regime golpista. A iniciativa se opõe à paralisia de setores da esquerda pequeno burguesa, inclusive do PT, que deixaram de lado qualquer perspectiva de mobilização em defesa de Lula e contra o regime golpista, para levar adiante uma política de conciliação com os golpistas, seja buscando a formação do “centrinho”, com setores da burguesia que apoiaram o golpe e que apoiam a manutenção de Lula, por terem claro que sua liberdade pode ser um fator importante para impulsionar a reação dos explorados contra a ofensiva que a direita vem impondo contra os trabalhadores e a economia nacional desde o golpe de Estado. Diante dessa situação é preciso arregaçar as mangas e unificar todo o ativismo da esquerda anti-golpista em torno dos mutirões e da mobilização que eles procuram impulsionar, tendo claro que a liberdade de Lula e a derrubada do governo Bolsonaro, bem a derrota da “reforma” da Previdência e de todos os ataques dos golpistas só pode vir de uma mobilização revolucionária das massas, nas ruas.
VAR: o anti-emoção, o anti-futebol Por Henrique Áreas de Araujo
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ais uma vez o VAR apareceu no Campeonato Brasileiro para destruir o futebol. E foi justo no jogo entre Corinthians e Flamengo, o Clássico das Multidões, terminado em 1 a 1 no Itaquerão. O gol de pênalti do Timão foi marcado por Clayson em jogada que foi resultado do ação do VAR. O gol do Flamengo foi marcado na etapa final, por Gabigol, também após interferência do árbitro de vídeo. Nos dois gols da partida o VAR roubou a cena, Os torcedores do clube prejudicado diriam que ele roubou outra coisa também, mas deixemos isso para as discussões nas ruas. Independente do mérito dos lances em que o VAR interveio é preciso deixar claro que o clássico entre os dois times de maior torcida do País foi decidido por alguns sujeitos sentados na frente de um computador. A paixão de milhões de torcedores e o trabalho dos jogadores e comissão técnica dos times é engolida pela decisão completamente arbitrária de sabe-se lá quem. As trapalhadas do árbitro de vídeo estão colocando em xeque sua utiliza-
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ção. Mesmo comentaristas da imprensa golpista não conseguem esconder o que é o VAR. Seu papel como inimigo do futebol é muito escancarado, difícil de esconder. Por isso os grandes interessados no VAR fazem um esforço para blindá-lo. Com tanta dificuldade que o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, declarou: “Torna futebol mais frio? Sim. E mais justo”, uma defesa bem envergonhada, que admite que na realidade o VAR é inimigo do futebol. Caminhamos para a morte do futebol o que equivale ao chamado futebol moderno. O esporte sem graça, moralmente desprezível justamente por cinicamente se propor “ético e limpo” e sem arte. Logicamente que contamos com a força do povo que é a única capaz de enfrentar a tentativa de assassinato do futebol. O mesmo povo, negro e trabalhador, que tomou para si um esporte que era da burguesia para transforma-lo em arte. É possível derrotar o futebol moderno e destruir o VAR é condição para isso.
POLÊMICA | 3
ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA
Conselheiro, Jean Wyllys quer colocar a Globo na linha N
a última semana, o ex-deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) publicou, em sua conta no Twitter, algumas declarações sobre uma nota produzida pela Rede Globo de Televisão. A nota em questão, lida no Jornal Nacional, qualificava os protestos legítimos de militantes de esquerda contra Miriam Leitão, uma das principais propagandistas do golpe de 2016, como atos de “intolerância”. A nota chegava a comparar a “intolerância” dos militantes com os discursos de Bolsonaro em apoio à tortura. Segundo Jean Wyllys, as comparações entre o ativismo petista e o bolsonarismo seriam “desonestidade intelectual” da Rede Globo. Embora qualificar a sabotagem que a Rede Globo opera contra todo o povo brasileiro como um mero caso de “desonestidade intelectual” seja, em si, um eufemismo, a publicação do ex-deputado traz um problema ainda maior para a luta contra a direita golpista. Disse ele: Se o jornalismo da Globo deseja salvar-se e ajudar a defender o que resta de nossa democracia, precisa começar a agir com honestidade intelectual. Considerar que a Rede Globo esteja interessada em defender a democracia é um absurdo, seja qual for a situação. A Rede Globo apoiou o golpe militar de 1964, que estabeleceu um regime político sanguinário e ditatorial de mais de 20 anos. Em 2016, nova-
mente, a empresa da Família Marinho apoiou um golpe de Estado no Brasil: a destituição da presidenta Dilma Rousseff, eleita com mais de 50 milhões de votos e derrubada por picaretas corrompidos pelo imperialismo e por manifestações cujo núcleo fundamental era a extrema-direita fascista. E foi a Rede Globo um dos principais apoiadores da fraude eleitoral que levou à vitória de Jair Bolsonaro. Se as notas oficiais, as reportagens, as novelas e tudo o que a Rede Globo produz estão contribuindo para que o regime político se encaminhe para uma ditadura explícita contra a população, isso não é um “desvio” inconsciente de seus editores. Serviçal do imperialismo, a Rede Globo de Televisão está fazendo exatamente aquela que é sua missão: abrir o caminho para que os capitalistas devastem o país. Quando Jean Wyllys fala que a Rede Globo deve agir de determinada maneira, o psolista está, na verdade, assumindo a posição de conselheiro da Família Marinho. O papel da esquerda, no entanto, não deve ser o de aconselhar seus inimigos, mas sim denunciá-los. Ao aconselhar a Rede Globo, Jean Wyllys se alinha a vários outros setores da esquerda nacional que estão defendendo a política de colocar os golpistas “na linha”. Isto é, ao invés de mobilizar a população para enfrentar
os golpistas e expulsá-los do regime político, tais setores preferem dar “sugestões” para que o governo Bolsonaro, a imprensa ou o Judiciário adotem uma política que supostamente seja menos danosa à população. Recentemente, a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada brasileira em Washington levou uma fração considerável da esquerda pequeno-burguesa a sugerir que Jair Bolsonaro nomeasse alguém mais “preparado” para exercer o cargo diplomático. A postura de “conselheiro” adotada por Jean Wyllys pode ser vista em outra publicação sua sobre a nota da Rede Globo. Disse o ex-deputado: O jornalismo da Globo pode e DEVE desmentir Bolsonaro publicamente
(coisa que já deveria ter feito desde o Jornal Nacional em que @realwbonner ouviu, calado, Bolsonaro mentir sobre o tal “kit gay”). Mas não comprar o que esse criminoso faz com as críticas que Lula fez a Míriam. A Rede Globo, como represente fiel dos interesses do imperialismo, está disposta a fazer tudo o que estiver a seu alcance para que os capitalistas sigam arrancando todas as riquezas dos trabalhadores. Por isso, a tarefa da esquerda revolucionária e dos setores minimamente democráticos é o de denunciar os ataques e conspirações da direita, mobilizar os trabalhadores para que enfrentem seus algozes e organizar um movimento que reduza o regime político golpista a pó!
"UNIDADE PROGRESSISTA"
Haddad defende “centrinho” com golpistas para conter desigualdade
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m sua nova coluna no jornal golpista Folha de S. Paulo, Fernando Haddad, candidato presidencial pelo PT em 2018, afirma que “só a unidade progressista poderá conter” a desigualdade social existente no Brasil. Haddad não explica que bloco progressista é este e nem quem seriam estes que deveriam se unir para “conter” desigualdade no País. Porém, suas reuniões realizadas nos últimos meses, com ministros do PSDB e outros partidos, já revelaram a jogada. Haddad acredita que é preciso se unir com o “centrinho” – PSDB, PDT, PSB, REDE e outros – para conter a desigualdade do país. O ex-candidato e ex-prefeito petista deveria, então, explicar como se daria esta política. A questão é a seguinte: todos estes partidos com quem pretende se aliar são partidos que justamente promovem a desigualdade no país com a política neoliberal que defendem. Haddad não nega que o PSDB, por exemplo, ajudou a eleger Bolsonaro, mas isto não seria um problema, levando em questão sua política de unidade com estes setores. Mas o problema é que todos esses partidos são golpistas declarados, ou ajudaram o golpe. A bancada do PDT votou, uma parte, em defesa do impeachment de Dilma; o PSB idem; já o PSDB foi linha de frente na política gol-
pista, colocando milhares de reais nos coxinhatos bolsonaristas. O PSDB é o partido que, quando no governo, promoveu uma tamanha devastação social que quase 25% estava jogado na miséria morrendo de fome. Mas Haddad apresenta as coisas como se o PSDB fosse ingênuo, e não um partido de direita financiado pelo imperialismo. Sobre o fato de terem elegido Bolso-
naro, Haddad afirma “os tucanos talvez não tenham compreendido a natureza do bicho que ajudaram a eleger.” Desta forma, Haddad contribui para a política da direita de tentar ressuscitar os semi-cadáveres políticos da burguesia, como é o caso do PSDB e o PDT, partidos totalmente desmoralizados diante do povo. Os tucanos perderam quatro eleições seguidas, mesmo
com o controle da máquina eleitoral, e tiveram de partir para uma política golpista. É o momento da esquerda se mobilizar e enterrar uma vez por todas estes semi-defuntos, que Haddad quer reviver. Não só derrotar o PSDB, como também Bolsonaro e todos os golpistas, apenas desta forma será possível acabar com a desigualdade, que Haddad propõe.
3 | POLÊMICA
SOZINHO
PSTU, que não mobiliza nada, propõe correr atrás de Maia N
esta semana, o PSTU e sua central sindical, a Conlutas, está propondo uma data para manifestação contra a reforma da previdência absolutamente sozinho. O Editorial afirma que a direita golpista ganhou a batalha, mas ainda não ganhou a guerra e marcou a sua manifestação para o dia 6 de agosto. Afirmam que é “precisamos partir para cima deles. Vamos às ruas no dia 6 de agosto, como está convocando a CSP-Conlutas” e ainda que “nosso problema tem sido o corpo mole das cúpulas das centrais, à exceção da CSP-Conlutas, e a postura das direções dos partidos de oposição parlamentar de privilegiar a ação no parlamento em vez da mobilização de rua.” Já realizamos uma polêmica com o PSTU/Conlutas sobre o “corpo mole” que apontam com o título PSTU acusa direções de “corpo mole”… mas eles que ajudaram o golpe (https://www. causaoperaria.org.br/pstu-acusa-direcoes-de-corpo-mole-mas-eles-que-ajudaram-o-golpe). A política do PSTU sempre foi de considerar que todos são iguais, como por exemplo PT é igual a PSDB, Dilma é igual a Temer, a situação dos trabalhadores é a mesma no governo do PT e dos golpistas e nesse momento fazem uma análise de que todas as centrais fazem corpo mole e esquecem das diferenças gritantes entre as centrais, inclusive com boa parte delas formadas e controlada pelos golpistas, como a Força Sindical, UGT, entre outras. O que ocorre nas centrais da direita não ocorre “corpo mole” e sim boicote em defesa dos patrões, como sempre fizeram. E comparar essas centrais com a CUT e outras de esquerda é uma dissimulação.
O PSTU e seus sindicalistas da Conlutas convocam a sua manifestação, sozinhos, acusando a CUT de não ser combativa e que seus sindicatos fazem corpo mole, mas temos aqui que fazer alguns alertas. Os poucos sindicatos controlados pelo PSTU/Conlutas, e alguns possuem uma grande importância, em geral não organizam nenhuma luta. Um bom exemplo é a privatização da Embraer. A Embraer, uma das principais empresas estatais do país, está localizada no polo tecnológico de São José dos Campo, interior de São Paulo, e onde atua o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campo. No processo de privatização da Embraer, que hoje está nas mãos da imperialista Boeing, o PS-
TU/Conlutas e o sindicato não realizou nenhuma luta contra a entrega dessa empresa para o imperialismo. Em 2018, os sindicalistas da Conlutas, entre eles Herbert Claros da SIlva, vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, do PSTU, disse em uma audiência no Congresso Nacional, de golpistas e entreguistas, onde se discutia o tema: “Pedimos ao presidente Temer que não venda a Embraer”. Acusam a CUT de fazer corpo mole, mas quando foi necessário não mobilizaram os trabalhadores contra a privatização e ainda correram para o Congresso Nacional pedir para que o golpista Temer tenha consciência e não privatize a empresa. Ou seja, no momento que
exigia luta e mobilização, o PSTU/Conlutas foram correr atrás de Temer. Na verdade, o chamado as ruas do PSTU/Conlutas no dia 6 de agosto é mais uma tentativa de pedir aos golpistas que não realizem seus ataques. No dia 6 está marcada a votação em segundo turno da reforma da previdência na Câmara dos Deputados. O que o PSTU/Conlutas é pedir para que o articulador da reforma da previdência, o golpista e presidente da câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não aprove a reforma, na mesma política contra a privatização da Embraer. O PSTU/Conlutas acusa as outras direções sindicais para esconder que apoiaram o golpe e vira-e-mexe fazem frente com a Força Sindical.
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POLÍTICA | 5
OBJETIVOS DEMOCRÁTICOS
Direita do PT anuncia seu plano: Haddad presidente U
m dos expoentes mais destacados da ala marcadamente direitista do Partido dos Trabalhadores, o ex-prefeito do município de Maricá/RJ, que também é o presidente do partido no Estado do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, declarou que o PT está se preparando para devolver ao país, através das eleições que serão realizadas (serão mesmo, senhor Quaquá?) em 2022, os ideais de “justiça e felicidade para o povo, que se traduzem em luta para que todos tenham casa, comida e trabalho” (sítio 247, 20/07). Textualmente, foram essas as palavras: “A boa notícia que o PT pode dar ao povo brasileiro a partir de novembro, quando termina a sua fase de congressos, é o chamamento ao Professor Haddad para assumir o comando do partido e a partir dele, chamar o país a união em torno de objetivos democráticos, de justiça e felicidade para o povo, que se traduzem em luta para que todos tenham Casa, comida e trabalho” (idem, 20/07). O que Washington Quaquá está dizendo, sem tergiversações e meias palavras é que o povo trabalhador brasileiro, as massas populares do campo e da cidade, que vem sofrendo os mais brutais e hediondos ataques do governo golpista de Jair Bolsonaro contra as
suas mais elementares condições de vida, devem aguardar passivamente a chegada das eleições presidenciais de 2022, quando aí então o professor Haddad irá colocar fim a todo este sofrimento, com a eleição de um candidato do PT ao cargo máximo do país. Ou seja, Haddad, também um expoente desta mesma ala eleitoreira e institucional do PT, que não consegue enxergar nada no horizonte político do país fora do calendário eleitoral, será a liderança do partido que irá conduzir o processo de recondução do PT ao Palácio do Planalto. Gostaríamos de informar ao presidente do PT carioca, senhor Washington Quaquá, que os esforços do professor Haddad, pelo menos neste momento, não estão dirigidos nem mesmo para assumir o comando de qualquer iniciativa partidária, pois o ex-ministro dos governos petistas está com as suas atenções voltadas para articular um tal “centro progressista”; um “centrinho”, para onde seriam atraídos os parlamentares (sim, trata-se de uma articulação puramente parlamentar) das legendas partidárias ditas ‘progressistas’, como o PSB (que votou a favor do impeachment/golpe contra a presidente petista); a Rede (uma nulidade política, com atuação puramente congressual); e
CRISE
também “setores” do PSDB (nada menos do que o partido que arquitetou a conspiração golpista contra o governo petista eleito em 2014). O chamado de Quaquá praticamente não deixa ninguém de fora para a “retomada democrática do país”; nem mesmo as forças políticas e sociais mais reacionárias, mais direitistas, quase todas elas comprometidas com o golpe de Estado de 2016. “Do congresso; das lideranças políticas de todos os estados e de varias colorações partidárias; dos setores econômicos do empresariado que queiram uma alternativa nacional e produtiva; dos militares que não são nem entreguistas e nem autoritários; dos setores não corrompidos pela politização e pelo autoritarismo no judiciário e no MP; ou seja, de quem esteja disposto a uma retomada democrática, com o Supremo e com tudo!” (idem, 20/07). Isso é o que tem a nos oferecer os sábios dirigentes do maior e mais importante partido de esquerda do país, o Partido dos Trabalhadores, neste momento totalmente controlado pelos setores mais impotentes diante da ofensiva e dos ataques dos golpistas, da extrema direita, da burguesia e do imperialismo contra o povo bra-
sileiro, contra os trabalhadores, contra as massas populares, contra a soberania do país. Esta política pode e deve ser superada a partir da ruptura com os setores golpistas, dentro e fora do parlamento. Exige que a militância combativa, de esquerda, os comitês de luta pela liberdade de Lula e contra o golpe assumam a dianteira deste processo e não se adapte aos planos puramente eleitorais do setor direitista do partido.
ALTOS NÚMEROS
Mourão diz que apenas Reforma da São Paulo tem maior número de Previdência não vai resolver a crise fechamento de indústrias em 10 anos
E
m uma curta matéria no sítio ND, o general e atual vice presidente golpista Hamilton Mourão deu uma declaração que revela o tamanho da crise que o país enfrenta. A primeira vista pareceria uma declaração otimista. Ele entoou o mantra da direita, que afirma de maneira enganosa que a destruição da aposentadoria abriria caminho para uma retomada de crescimento econômico. No entanto, na mesma declaração, o próprio Mourão diz que apenas a “reforma” da previdência não daria
conta de abrir o tal caminho para o crescimento. De acordo com ele, outras medidas duríssimas teriam que ser tomadas, como “a desvinculação do Orçamento, a modernização do Estado, e a gestão profissional do setor público”. Quer dizer, o gigantesco assalto da aposentadoria de todo o povo brasileiro, um assalto que está na casa dos trilhões de reais não seriam o bastante para aplacar a crise econômica. Ainda seriam necessárias muitas outras pilhagens ao povo, e pelo andar da carruagem, nem isso seria o suficiente. Mourão afirmou ainda que “O ótimo é inimigo do bom. Nossos parlamentares fizeram uma reforma boa, dentro do que era possível para o momento”. Quer dizer, até mesmo a destruição da aposentadoria aprovada no Brasil não teria sido o ideal na avaliação de Mourão. Isso significa que ainda vem muita coisa pela frente. Mas não só isso, é uma comprovação de que a crise econômica brasileira, e inclusive mundial, não tem recuperação. Até porquê os golpes dados no Brasil e em diversos outros países da América Latina tinham como objetivo fundamental sugar os seus recursos de modo a salvar os grandes capitalistas internacionais a saírem da crise em que eles mesmos se meteram.
O
Estado de São Paulo, maior polo industrial do País, registrou o fechamento de 2.325 indústrias de transformação e extrativas nos primeiros cinco meses do ano. O número é o mais alto para o período na última década. Nunca nesses últimos 10 anos houve tão demolidor tombo: 12% nos primeiros cinco meses do ano, segundo a Junta Comercial. O dado desmonta a falácia de que era só tirar Dilma e a economia cresceria, os empregos retomados e as empresas voltariam a investir. Pelo contrário, o fechamento de indústrias é o maior dos últimos 10 anos. Entre 2014 e 2018, o Produto In-
terno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 4,2%, a indústria desabou em 14,4%. O presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Jaú, Caetano Bianco Neto, afirma que, nos últimos anos, várias empresas consideradas de grande porte para a atividade, com 300 a 400 funcionários, encerraram atividades. “Quando fecha uma grande, muitas vezes surgem outras três ou quatro micro e pequenas fabricantes, algumas inclusive abertas por ex-funcionários, mas com pouca mão de obra”, diz Bianco Neto. O polo calçadista de Jaú já empregou 12 mil trabalhadores em meados dos anos 2000. Hoje tem 5 mil funcionários, diz Bianco Neto.
6 | MORADIA E TERRA
PESQUISAS
Diretor do INPE desmente Bolsonaro sobre desmatamento R
ecentemente, Jair Bolsonaro tentou desacreditar o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) pelos dados fornecidos a respeito do desmatamento. Segundo o fascista, os dados eram mentirosos e ele iria “chamar para uma conversa” o responsável. Bolsonaro afirmou que a entidade atuava a serviço de alguma ONG e estaria ajudando a alimentar uma “psicose ambiental”. Nesta sexta-feira, o diretor do INPE – Ricardo Magnus Galvão – rebateu as críticas. Segundo ele, Bolsonaro se comporta “como se estivesse conversando num botequim”, com comentários “do nível de um garoto de 14 anos”. Bolsonaro faz acusações indevidas aos dados coletados pela instituição, que desde 1988 é respeitada mundialmente. Galvão afirma ainda
haver uma campanha do governo para desmoralizá-lo, mas que o mesmo não vai deixar o cargo. O avanço do golpe sobre os recursos naturais implica em ataques cada vez maiores às organizações ligadas à preservação ambiental. Bolsonaro se presta ao trabalho sujo demandado pela burguesia. Por outro lado, essa conduta escancara a crise em que o país se encontra no momento, com um regime tão reacionário que não consegue conviver com instituições de pesquisa criadas pelo próprio Estado capitalista. O atual governo golpista é perigoso e ataca com voracidade, mas também é incapaz de oferecer um caminho de progresso para o povo como um todo. Por isso é urgente uma grande mobilização popular para expulsar do poder Bolsonaro e todos os golpistas.
SANTA CATARINA
Grileiros de terra invadem Terra Indígena Tarumã N
este final de semana, grileiros de terra a serviço da especulação imobiliária do Estado de Santa Catarina invadiram a Terra Indígena (TI) Tarumã e ameaçaram os indígenas. A TI Tarumã, que toma 21,72 km² de terras em Araquari e Balneário Barra do Sul, região de visitação de turistas. Os vídeos gravados pelos indígenas mostram os grileiros entrando nas terras e demarcando sem nenhuma preocupação em se esconder, pelo contrário, estavam bem a vontade e ainda diziam que “vocês são Paraguaios, a terra não é de vocês, nós nascemos aqui” e “se pisarem aqui, vamos meter bala”, ameaçavam. As ameaças estão cada vez mais recorrentes e são colocadas em prática pelos especuladores imobiliários. Em fevereiro, casa de uma anciã na Aldeia Tarumã Mirim do Povo Guarani Mbya
foi incendiada após drones sobrevoarem as aldeias. Drones são recorrentes e espiam as atividades da comunidade indígena. Os indígenas são atacados constantemente na região e até existe uma organização, nos moldes fascistas da União Democrática Ruralista (UDR), utilizada para atacar os trabalhadores sem-terra, que se chama Associação de Proprietários Interessados em Imóveis nas Áreas de Reservas Indígenas no Norte de SC (Apis). Essa organização faz campanha e lobby entre os parlamentares ruralistas para evitar que sejam punidos pelos seus ataques e invasões. Há uma ofensiva da direita contra os povos indígenas e a luta pela demarcação de suas terras, fato que ocorreu após as eleições fraudadas que levaram Bolsonaro ao poder. Essa violência tende a aumentar e deve ser com-
batida pelos indígenas da maneira que for necessária. É preciso criar comitês de autodefesa dos indígenas e expulsar os grileiros de terra, latifundiários e representantes da especulação imobiliária das ter-
ras indígenas com toda força possível. Essa situação precisa mudar e a única maneira é a derrubada de Bolsonaro do poder, pois foi colocado na presidência para atacar os povos indígenas e a luta pela terra.
MG
Pistoleiros incendeiam casas em acampamento do MST N
esta quinta-feira (18/08), 30 famílias do acampamento Bela Vista, do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), foi atacado e as famílias ameaçadas de morte por pistoleiros da região. O ataque ocorreu em Rio Pardo de Minas, Norte do Estado de Minas Gerais, onde três motos e seis pistoleiros invadiram o acampamento armados e atearam fogo nos barracos e gritavam “vamos matar todo mundo”. As informações do MST são que as famílias ocupam desde 2017 a fazenda Santa Bárbara de propriedade do Estado, mas que estava sendo ocupada de maneira irregular pela empresa Gerdau.
Esse ataque é mais um e se dá após o assassinato de um integrante do MST em Valinhos, interior de São Paulo, que foi atropelado de maneira covarde pela extrema direita bolsonarista. A situação política está estimulando os latifundiários e a direita a atacar os sem-terra e não vai ser a polícia e muito menos a justiça que irão acabar com essa violência. É preciso lutar pelo direito de se defender e pelo armamento dos trabalhadores. É preciso formar comitês de autodefesa em todos os acampamentos, assentamentos e a nas atividades realizadas pelos movimentos de luta pela terra para se defender da maneira que for necessária da violência dos latifundiários e pistoleiros.
ECONOMIA | 7
GREVE
Nova tabela de fretes revolta caminhoneiros que ameaçam mobilização A
pós publicação da resolução 5.849, feita pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) no Diário Oficial da União na última quinta (18), os caminhoneiros reagiram anunciando a preparação de uma nova greve para esta segunda (22). Segundo o presidente do Sindicam de Londrina, Carlos Roberto Delarosa: “Se essa tabela for mantida o governo estará assinando a sentença de morte da categoria, logo nós que tanto apoiamos o presidente… Com esses valores vamos trabalhar de graça.” A resolução publicada trouxe novos valores mínimos de fretes elaborados a partir de um estudo feito pela Esalq-Log da USP (Universidade de São Paulo), 11 categorias novas de carga e mudança na forma de calcular o frete. O resultado é que a nova resolução baixa, por ex., 40% o valor mínimo do
frete a granel, segundo cálculos feitos pela Revista Carga Pesada. De acordo com matéria do Portal Atropofagista: “o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve se reunir com os representantes dos caminhoneiros e outras entidades, como o CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) para discutir a nova tabela de fretes. Nos grupos, no entanto, os caminhoneiros reafirmam que não vão arredar o pé. E se, de fato, houver uma reunião com o ministro, ela terá de ser feita ‘na pista’.” Essa crise na categoria reflete o aprofundamento geral da crise do governo golpista de Bolsonaro, uma vez que parte dos caminhoneiros é base de apoio de Bolsonaro. Sinaliza que a tarefa da esquerda segue sendo se solidarizar a greve da categoria e impulsionar que outras categorias também entrem em greve.
FALÊNCIA
CORTES
Mais de 4 milhões de adeptos do MEI estão falindo
Bolsonaro anuncia novo corte de R$ 2,5 Bi do orçamento
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om mais de oito milhões de pessoas cadastradas no Programa do Microempreendedor (MEI), 54%, ou seja, mais de quatro milhões, estão falindo, inadimplentes até mesmo com as pequenas parcelas mensais devidas à Receita Federal, e que trariam alguns benefícios previdenciários e acesso alguma forma específica de crédito bancário, únicas vantagens da formalização de uma MEI. O programa, que completou dez anos neste mês, na verdade trata-se de uma medida compensatória para a enorme crise capitalista que assola o mundo inteiro, e que gera uma escalada generalizada de desemprego, ainda mais intensificada pelo neoliberalismo que é imposto a classe trabalhadora mundial. Ao se ver desempregado e sem conseguir nova colocação muitas vezes por anos a fio, o chamado desemprego crônico, o trabalhador busca saídas para a própria sobrevivência, cada vez mais precárias, onde os antigos direitos e garantias conquistadas a duras penas pelo movimento operário vão sendo reduzidos a nada. O capitalismo simplesmente não tem mais como resolver esta crise, que a burguesia tenta amortecer a base da disseminação de demagogias ideológicas, como o mito do empreendedorismo, e com programas compensatórios como o MEI. O problema é que demagogia não paga as contas, e como o dinheiro não vai aparecer no bolso dos explorados por mero passe de mágica, que de uma hora para outra passe a considerar um bikeboy ou uma vendedora de brigadeiros como um promissor empresário, pronto a galgar os degraus
da riqueza e da acumulação capitalista, a realidade é que este proletariado que foi convencido que são agora microempreendedores, quando muito, conseguem apenas tocar a vida, e dar conta de algumas de suas necessidades básicas mais cotidianas. Com o capitalismo em rápido declínio, levando a rápida decadência até mesmo a grandes conglomerados empresariais, como a GM, Ford, IBM, ou a bancarrota completa até a bancos do próprio imperialismo como o Lehman Brothers, não são os trabalhadores recém desempregados, na maioria das vezes sem nenhum capital, que terão condições de vencer a queda livre, em nível global, de todo um sistema econômico falido. Por mais que tentem convencer o trabalhador cujo único meio de vida é vender sua força de trabalho de que ele pode mudar de classe social e tornar-se um burguês acumulador de capital por ato de simples vontade, a realidade é que esta mudança de vida não passa de mais uma ilusão propagandeada de forma quase religiosa pela burguesia, mas que não alterará em nada a verdadeira natureza social das massas proletárias, conforme agora demonstra a quantidade imensa de MEIs falindo, na casa dos milhões. Muito mais efetivo que embarcar nestas ilusões da burguesia é a classe trabalhadora se mobilizar em uma luta organizada por seus direitos, como a redução de jornadas de trabalho sem redução de salários, para que todos possam trabalhar. A crise é do capitalismo e o prejuízo não pode ser repassado aos trabalhadores que não têm nenhum responsabilidade por ela.
O
presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o Orçamento deve sofrer novo corte de 2,5 bilhões de reais. “Uma merreca”, disse. Em março, o governo já havia tungado 30 bilhões de reais. Não tão merreca assim. Em maio, o governo optou por reduzir parte da sua reserva de contingência: Queimou 3,811 bilhões. Diminuindo-a de 5,373 bilhões para 1,562 bilhão de reais, Bolsonaro afirmou: “Queremos evitar que o governo pare, dado que o nosso Orçamento é completamente comprometido”. De merreca em merreca, foram roubados no ano quase 40 bilhões de
reais. Os cortes seriam para “evitar que o governo pare”, afirma o cínico Presidente. Se o governo estivesse parado, a Destruição do Brasil não seria tão avassaladora. Em apenas seis meses, Bolsonaro já entregou a EMBRAER, entregou a Base de Alcântara, destruiu o sistema de aposentadorias público. Mourão diz que “Tudo o que puder ser privatizado, será”. Tem-se que dar razão a Henri David Thoureau, na abertura do livro A Desobediência Civil: “O Melhor Governo é aquele que nada Governa”. Se nada Bolsonaro governasse, Destruição do Brasil não seria a Terra Arrasada em
8 | INTERNACIONAL
NÃO ESCAPA NADA
EUA querem roubar dinheiro de traficante mexicano P
ouco depois da leitura da sentença de Joaquín “El Chapo” Guzmán, famoso e poderoso traficante mexicano, os EUA mostram como têm certeza de que são donos do mundo, exigindo que seja confiscado para eles os 12,6 bilhões de dólares da fortuna do traficante. Com o pretexto cínico de combate ao tráfico, querem ficar com um dinheiro que não é deles, mostrando que nem o dinheiro do tráfico de drogas eles poderiam deixar escapar, principalmente se tratando de uma fortuna tão grande. Os EUA são um dos maiores financiadores do tráfico no mundo, com quantidades absurdas de suborno,
com gente do alto escalão do governo norte-americano envolvido em escândalos com drogas e agora querem pagar de combatentes ao tráfico, quando muito provavelmente estão em cima desse caso para medir forças e conquistar influências em outros setores rentáveis, como o próprio tráfico, que enriquece os bolsos de muitos capitalistas. Os EUA não estão nem um pouco preocupados em combater o tráfico de drogas, mas, sim, em mostrar como eles podem mandar e desmandar em tudo a hora que quiserem, que podem até ficar com o dinheiro de traficantes de outros países, mostrando seu caráter cínico e rasteiro.
MAIS PROVOCAÇÃO CONTRA O IRÃ
ANTECIPADAS
EUA enviam soldados para Arábia Saudita
Eleições legislativas na Ucrânia expressam crise do regime golpista
O
s EUA acabam de autorizar nesta sexta-feira (19) o envio de equipamentos e militares à Arabia Saudita, isso em meio à grande tensão no Oriente Médio, causa pelo imperialismo norte-americano, que não desiste de roubar e explorar o máximo possível de países, como tem feito com o Irã. Os EUA utilizam-se da desculpa de que existem ameaças críveis e crescentes por parte do Irã, por isso estão enviando os militares, quando, na verdade, a ameaça é o imperialismo. Em meio à essas tensões, não é a toa que os EUA apoiam e financiam o governo reacionário da Arábia Saudita, afinal, o país do Oriente Médio é um dos maiores produtores de petróleo e um dos principais líderes da OPEP, fazendo com que os imperialismo cresça os olhos em cima dessas riquezas. Por onde os EUA passam, causam guerras, destruição e conflitos sem a mínima necessidade de existirem, tudo pela ganância de países imperialistas que acreditam que precisam controlar o mundo. E isso não é diferente agora com o Irã, que vem sendo atacado pelos EUA há décadas, com ameaças de sanções econômicas, pressão para abandonar
E
testes nucleares, o expansionismo no Oriente Médio etc. O Irã tem o total direito de continuar com seus testes nucleares e tudo mais que for preciso para se defender das ameaças e ataques dos EUA, que não exitam em massacrar de diversas formas quem se colocar como obstáculo para suas políticas de dominação e exploração.
leições antecipadas ocorreram ontem (21) na Ucrânia. O fascista Volodymyr Zelensky, atual presidente do país, irá obter cerca de 44%dos votos, segundo boca de urna, em uma diferença de quase 30% do segundo partido, Plataforma Opositora pela Vida, com 14%; O segundo colocado é um partido aliado do Russo Vladimir Putin. Já Zelensky é um aliado do imperialismo, produto do golpe neonazista que ocorreu em 2014. A crise do regime golpista Ucraniano, assim, fica expressa. Primeiro, Zelensky não conseguirá maioria, tendo de chamar o roqueiro fascista Sviatoslav Vakarchuk, da Voz da Ucrânia (Golos), para compor o governo. Os dois se aliam na política de “combate à corrupção”, que assim como no Brasil, foi o pretexto dado para dar o golpe. A segunda característica de crise é o resultado do partido Plataforma Opositora pela Vida. O partido é aliado de Putin, e o golpe na Ucrânia foi justamente dado para atacar a Rússia eliminando sua influência política no local. Agora, este grupo foi o segundo mais votado, em eleições fraudadas
pela ditadura que existe atualmente no país. Da mesma forma, a votação baixa de Petro Poroshenko, presidente que exerceu cargo de presidente do país de 2014, após o golpe, até 2019, também revela a crise política do regime golpista ucraniano. Poroshenko obteve apenas 8,5% dos votos, revelando um esvaziamento total, mesmo com a fraude, de sua política que será seguida por Zelensky. Zelensky é apresentado pela imprensa como um fator da “nova política”, um cavaleiro da luta contra a corrupção. Utilizam-se do fato dele ser um apresentador de televisão para apresentá-lo como um opositor à velha politicagem. Porém, não se trata disso. Zelensky é financiado pelo imperialismo e realizará a continuação da política assassina e ditatorial de Poroshenko. Sua base social é formada por neonazistas adoradores de Hitler e anticomunistas. Isso por si só já demonstra o caráter reacionário do novo governo. Os dados divulgados ainda não são oficiais, pois ainda não terminou a contagem.
ATIVIDADES DO PCO | 9
PARTICIPE
Mutirões ocupam as ruas e fazem agitação pela liberdade de Lula
O
s militantes do PCO e dos comitês de luta contra o golpe estão realizando, todos os domingos, em dezenas cidades do País, mutirões pela liberdade de Lula e por “fora Bolsonaro”. Nesse domingo, o destaque foi para a atividade realizada na avenida Paulista, em São Paulo, como parte do
encerramento da 44ª Universidade de Férias do PCO e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Cerca de 100 pessoas participaram do super mutirão que recolheu assinaturas pela anulação dos processos contra Lula, distribuíram adesivos, cartazes e panfletos além da venda de
UNIVERSIDADE DE FÉRIAS
“Experiência maravilhosa com boas lembranças.”
A
44ª Universidade de Férias bastante elogiada pelos participantes. A militante de São Paulo, Gabriela Tavares, que participou pela primeira vez declarou: “A 44° Universidade de Férias do PCO foi uma experiência única, além de ter sido a primeira que vou. As aulas foram fantásticas,a oportunidade de estudar o programa de transição da IV internacional com militantes tão experientes foi um grande privilégio. Das divisões de tarefas, às aulas, tudo foi muito bem organizado e de um jeito que todos pudessem participar de todas as tarefas e atividades,. Foi muito divertido e cheio de riquezas de conhecimento, já espero ansiosa a próxima.“ Além disso, Enji, do Rio de Janeiro, que também participou pela primeira vez disse: “eu gostei muito. Acho que eu que estou no início da militância, muda muito a visão de quem milita sem nunca ter participado da universidade. Dá para compreender melhor os textos, é como se os professores traduzissem os textos marxistas, na 44ª Universidade de Férias. Facilita para absorver e altera a prática de militância. É muito legal o convívio e dá para ver a ação nacional do partido inteiro. Bastante gente engajada com ação política que o PCO tem desen-
volvido. Eu recomendo para todos que estão próximos ao partido. Todos que tem algum contato com PCO deveria participar. Para quem está iniciando, é uma coisa bem agregadora, com essa ação do PCO de agitação e propaganda.” E a militante paulista, Izadora Dias, que participou pela segunda vez e entrou para o PCO depois da atividade, declarou: “a universidade de férias é uma das atividades do partido que eu mais gosto. Além da formação política do curso com teoria marxista, os dias de convivência com os outros militantes do partido fortalecem nossa militância. A comida é farta e variável, o lugar agradável, é sempre uma experiência maravilhosa que gera boas lembranças.”
jornal Causa Operária. Nesse domingo, o clima em São Paulo ajudou para que a avenida mais tradicional do País ficasse lotada. A adesão às palavras de ordem contra Bolsonaro e a favor de Lula era imensa. Mais uma vez, o mutirão realizado pelos companheiros do PCO confirma
a impopularidade do golpe e a tendência cada vez mais clara de mobilização do povo. Grande parte das milhares de pessoas que passavam pela banca do PCO, próximo ao MASP – local que já está tradicional de encontro dos mutirões -, paravam para assinar o abaixo-assinado , se inscrever na caravana para o ato em Curitiba, pegar adesivos e cartazes, adquirir o jornal Causa Operária e até mesmo comprar os produtos da lojinha do PCO que estavam sendo vendidos. Quem passa pela Paulista aos domingos pode comprar chaveiros, botons, camisetas, cachecol, gorros, bonés, livros, folhetos e até a cerveja artesanal Liberdade para Lula. Muitos que passavam por ali também faziam questão de tirar foto com a faixa gigante pela liberdade de Lula. Foram recolhidos cerca de mil assinaturas do abaixo-assinado pela liberdade de Lula, vendidos centenas de jornais e distribuídos milhares de adesivos. Os militantes do PCO também organizaram uma campanha de filiação e a campanha financeira anual para a sustentação do partido da luta contra o golpe. Os mutirões ocorreram em outras cidades como Belo Horizonte, Teresina e Petrópolis (veja todas as fotos na galeria abaixo). Todos os domingos, não deixe de participar dos mutirões em sua cidade!
Festa, churrasco e mutirão: o encerramento da Universidade de Férias
A
44ª Universidade de Férias do PCO e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) chegou ao fim nesse domingo, dia 21. A atividade, que começou na quarta-feira, dia 17, contou com a participação de companheiros de vários estados do País. O tema do curso foi o Programa de Transição de Leon Trótski: “O programa para a Revolução Socialista dos Dias de Hoje”. Os participantes foram divididos em quatro grupos e seis professores da direção nacional do PCO, que se revezaram de acordo com as aulas. A Universidade de Férias é o curso de formação política mais tradicional da esquerda brasileira, já existe há mais de 20 anos e acontece duas vezes por ano, em janeiro e julho. Na manhã de sábado, os participantes assistiram à Análise Política da Semana pelo telão e depois almoçaram uma suculenta feijoada seguida pela última aula do curso. O encerramento da atividade contou com a festa “Lulina”no sábado à noite. Fogueira, comidas típicas, bingo e muita animação dos companheiros na noite fria de Ibiúna-SP, local onde foi realizada a Universidade. No último dia, um churrasco de despedida alimentou as quase 100 pessoas que participaram do curso. Antes, pela manhã, os companheiros realizaram uma plenária de encerramento que organizou a última atividade da Universidade de Férias, que os companheiros
presentes denominaram de aula prática: o super mutirão na Avenida Paulista pela Liberdade de Lula. Então, logo após o churrasco, os companheiros saíram para São Paulo onde realizaram o mutirão com venda de jornais Causa Operária, distribuição de adesivos, panfletos e cartazes. Além da campanha para recolher assinaturas pela anulação dos processos contra o ex-presidente Lula. Como sempre, a Universidade de Férias terminou já com a ansiedade da espera pela próxima, que deve ocorrer em janeiro, com duração de duas semanas e com tema ainda a ser confirmado. Não perca tempo, já se prepare para a 45ª Universidade de Férias do PCO e da AJR.