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SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5765
Participe hoje do ato pela liberdade de Lula em Curitiba
Se você está próximo de Curitiba, venha se juntar à multidão que veio em caravanas de ônibus de todos os cantos do Brasil para cá hoje, 14 de setembro. Se você não pode estar em Curitiba hoje, acompanhe a cobertura da Causa Operária TV e da Rádio Causa Operária pelo YouTube e Facebook. Compartilhe com o mundo inteiro isso que estamos fazendo hoje: um ato político em defesa da Liberdade do ex-presidente Lula, que é preso político há mais de um ano e meio em uma cela solitária no prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital do Paraná.
É preciso derrotar a campanha pelo isolamento de Lula A luta pela liberdade de Lula tornou-se um aspecto central da luta contra a direita golpista, e, portanto, da luta dos trabalhadores contra o programa neoliberal imposto ao País pelo imperialismo e aplicado primeiro por Michel Temer, e agora por Jair Bolsonaro, depois da derrubada de Dilma Rousseff. Preso político há 525 dias, Lula pode colocar todo o regime político em xeque caso a reivindicação por sua liberdade se imponha pela força da mobilização popular nas ruas.
Bahia: Petrobras realiza demissão em massa de 3 mil funcionários O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) denunciou esta semana que 3 mil funcionários terceirizados da empresa foram demitidos nos últimos meses e que, até janeiro de 2020, outros 1,5 mil concursados serão transferidos para Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ciro Gomes continua afirmando que Lula não é preso político Ex-tucano que hoje tenta se apresentar como uma figura à esquerda no PDT, o candidato à presidência em 2018 Ciro Gomes continua afirmando que Lula não é preso político. O candidato abutre, que tentou convencer parte do eleitorado petista a votar nele, como parte da manobra da direita golpista para enfraquecer os petistas nas eleições, foi à rádio CBN para dizer, durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar na terça-feira (10), que Lula “não é um preso político”, ainda que não tenha tido “um julgamento justo”. Ciro Gomes também afirmou que “Lula não é inocente”, simbolicamente condenando Lula sem provas do mesmo jeito que o ex-juiz Sérgio Moro, justificando sua condenação fraudulenta.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
É preciso derrotar a campanha pelo isolamento de Lula A luta pela liberdade de Lula tornou-se um aspecto central da luta contra a direita golpista, e, portanto, da luta dos trabalhadores contra o programa neoliberal imposto ao País pelo imperialismo e aplicado primeiro por Michel Temer, e agora por Jair Bolsonaro, depois da derrubada de Dilma Rousseff. Preso político há 525 dias, Lula pode colocar todo o regime político em xeque caso a reivindicação por sua liberdade se imponha pela força da mobilização popular nas ruas. Sua liberdade necessariamente só poderá ser fruto de uma derrota da direita, que organizou as instituições para manter Lula preso arbitrariamente. Enquanto Lula livre intervindo na política nacional seria um duro golpe para a direita. Terça-feira (10), em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar na rádio CBN, o ex-candidato à presidência Ciro Gomes declarou, sobre a campanha pela liberdade de Lula, o seguinte: “Pergunta pro nosso povo qual é a centralidade pra 14 milhões de desempregados. Eu acho que isso não tem centralidade nenhuma”. Ou seja, para os trabalhadores, segundo Ciro Gomes, embora ele não tenha procuração para falar em nome dos trabalhadores, nem os represente em nenhum sentido, a questão da liberdade de Lula não teria importância. No entanto, esses mesmos trabalhadores queriam, no mínimo, votar em Lula. O ex-presidente liderava todas as pesquisas para presidente em 2018, apesar de toda a campanha contra ele. Justamente porque ele é visto por
amplos setores operários como seu representante dentro do regime político. De modo que, no mínimo do ponto de vista democrático mais limitado, da representação popular por meio do voto, a libertação de Lula e sua participação nas eleições é fundamental. Ciro Gomes, com essa declaração, expressa uma política generalizada neste momento no meio de setores de esquerda ou que se apresentam como sendo de esquerda fraudulentamente, como é o caso dele mesmo. Essa política consiste em isolar o ex-presidente Lula, tirar a campanha por sua liberdade de cena, ignorar sua prisão política e fingir que Lula nem existe mais. Para Ciro Gomes, nada mais natural, já que se trata de um político direitista. Setores de esquerda, no entanto, inclusive no próprio PT, reproduzem essa política. Tarso Genro, por exemplo, ex-governador petista do Rio Grande do Sul, foi ao Twitter declarar que uma eventual chapa para a presidência com Fernando Haddad e Flávio Dino
seria uma “grande chapa”. Ou seja, a esquerda deve desde já apostar tudo nas próximas eleições. Um pleito que será controlado pela direita golpista, depois de um mandato bolsonarista inteiro de perseguição à esquerda. Um processo eleitoral que só vai acontecer em 2022. Sem uma política para enfrentar o governo golpista nem para confrontar as instituições golpistas dominadas pela direita, como é a campanha pela liberdade de Lula. Fora do PT, há a famosa declaração de Marcelo Freixo, sobre uma eventual unidade da esquerda para lutar contra a direita, afirmando que “Lula Livre não unifica”. Ou seja, segundo o dirigente do Psol deveria haver uma frente de esquerda que não exigisse a liberdade de Lula. Que aceitasse a tramoia da direita golpista armada para perseguir a principal liderança de esquerda e a fraude das eleições de 2018. Na luta contra a direita golpista, que tinha Lula como seu principal alvo durante toda a campanha para derrubar Dilma e para
fraudar as eleições do ano passado, a questão da liberdade de Lula deveria ser abandonada. A direita agradece. Da parte da esquerda, essa política seria uma completa capitulação diante da direita golpista. Seria uma tentativa de se adaptar à situação criada pelo golpe. O golpe que visa destruir sindicatos e organizações populares e perseguir partidos de esquerda. E que visa acabar com os direitos dos trabalhadores, atacando os salários e as condições de vida da grande maioria da população do País. Além de vender o patrimônio público a preço de banana para grandes capitalistas estrangeiros. Impondo, assim, um retrocesso histórico aos trabalhadores. Não é possível adaptar-se a uma situação como essa, trata-se de uma completa destruição do País, tão danosa quanto uma guerra. Para lutar contra esse programa de miséria generalizada e ruínas, é preciso lutar contra os golpistas. Desde a campanha para a derrubada de Dilma, a esquerda vem se organizando em um crescente movimento de resistência. É preciso manter esse movimento, que tem uma continuidade e que concentra forças no embate contra a direita. Para manter a luta contra a direita, e confrontar os golpistas, a questão da liberdade de Lula é central. O ato de hoje em Curitiba, dia 14, visa despertar uma ampla campanha em torno desse problema. É preciso derrotar de uma vez por todas o esforço para isolar Lula dentro da esquerda. Esse isolamento é uma política a serviço da direita, do golpe e do imperialismo.
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POLÍTICA | 3
DIA DE LUTA
Participe hoje do ato pela liberdade de Lula em Curitiba Só a força do povo pode anular esse golpe na democracia Se você está próximo de Curitiba, venha se juntar à multidão que veio em caravanas de ônibus de todos os cantos do Brasil para cá hoje, 14 de setembro. Se você não pode estar em Curitiba hoje, acompanhe a cobertura da Causa Operária TV e da Rádio Causa Operária pelo YouTube e Facebook. Compartilhe com o mundo inteiro isso que estamos fazendo hoje: um ato político em defesa da Liberdade do ex-presidente Lula, que é preso político há mais de um ano e meio em uma cela solitária no prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital do Paraná. Por tudo que já sabíamos e mais o que tem vindo à toda com as revelações da Vaza Jato do Intercept, Lula está preso por uma armação da direita, como ápice da conspiração que planejou e executou o golpe que derrubou ilegitimamente a presidenta Dilma e o PT do poder depois de 4 eleições vitoriosas sucessivas. O judiciário acompanha calado e inativo todas as
evidências de completa nulidade de todos os processos. A liberdade de Lula é o contraponto ao golpe e todas as atrocidades que o governo ilegítimo de Bolsonaro vem cometendo contra o povo brasileiro e a soberania nacional. Só a pressão do povo nas ruas e na internet pode exercer os direitos democráticos que foram usurpados pelo conluio entre a imprensa corporativa, o Judiciário, militares, empresariado e parlamentares. O PCO, os Comitês de Luta contra o Golpe, a APEOESP e outros sindicatos estão convocando esse ato nacional pela liberdade de Lula, em Curitiba. O ato será mais um marco na luta contra o golpe que se desenvolve desde 2016. Veja os horários programados para o ato de hoje abaixo. Talvez ainda dê tempo de você correr para cá. Sobre as caravanas de ônibus, contate urgente (pode ter algum ônibus ainda saindo de perto da sua casa): (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo)
POLÍTICA DOS GOLPISTAS
(11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi) Programação das atividades do dia 14 (tudo isso será transmitido ao vivo, ininterruptamente, pela Causa Operária TV e pela Rádio Causa Operária, no YouTube, Facebook e VK): 9h – Bom dia presidente Lula, no local da Vigília em frente à Polícia Federal; 11h30 – Análise Política da Semana – com Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, no Parque Bacacheri;
14h – Almoço com apresentações musicais; 15h – Ato no Parque Bacacheri; 16h – Saída da Passeata, com destino à carceragem da PF, 17h – Ato de encerramento com dirigentes do PCO, PT e dos Comitês; 18h – Show de bandas por Lula Livre, no Encontro dos Artistas (no Espaço Marielle Franco), próximo à PF, 19h – Encerramento com “Boa Noite, Presidente Lula
CANDIDATO ABUTRE
Bahia: Petrobras realiza demissão Ciro Gomes continua afirmando em massa de 3 mil funcionários que Lula não é preso político Isso é resultado da destruição da empresa, promovida pelos golpistas principalmente por meio da Operação Lava Jato, e da intenção de Bolsonaro de entregá-la aos capitalistas
Mesmo depois de todos os vazamentos revelados pelo Intercept Brasil, ex-tucano continua negando o caráter político da prisão de Lula
O Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) denunciou esta semana que 3 mil funcionários terceirizados da empresa foram demitidos nos últimos meses e que, até janeiro de 2020, outros 1,5 mil concursados serão transferidos para Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. “Essa medida na verdade é um dos passos que a Petrobras está dando para encerrar as atividades no estado da Bahia”, declarou o diretor do Sindipetro-BA, Radiovaldo Costa, à Tribuna da Bahia. Na Bahia, a Petrobras busca vender a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) – o que pode levar ao fechamento de 14 fábricas no Polo Industrial de Camaçari -, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), campos de petróleo, as suas cinco termelétricas e o terminal marítimo. “Claro que essas unidades vendidas vão operar, mas a lógica da iniciativa privada é completamente diferente da Petrobras. Tem menos funcionários, redução dos postos de trabalho, os salários são menores, por exemplo”, disse o sindicalista ao jornal baiano. “Isso significa que o índice de desemprego pode aumentar em muito, porque essas empresas podem ter mais de dois mil trabalhadores”, completou. Ao mesmo veículo, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) afirmou
Ex-tucano que hoje tenta se apresentar como uma figura à esquerda no PDT, o candidato à presidência em 2018 Ciro Gomes continua afirmando que Lula não é preso político. O candidato abutre, que tentou convencer parte do eleitorado petista a votar nele, como parte da manobra da direita golpista para enfraquecer os petistas nas eleições, foi à rádio CBN para dizer, durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar na terça-feira (10), que Lula “não é um preso político”, ainda que não tenha tido “um julgamento justo”. Ciro Gomes também afirmou que “Lula não é inocente”, simbolicamente condenando Lula sem provas do mesmo jeito que o ex-juiz Sérgio Moro, justificando sua condenação fraudulenta. Não é a primeira vez que Ciro Gomes diz que Lula não é preso político, apesar das falhas em seu processo. No entanto, dessa vez Ciro Gomes faz essa afirmação mesmo depois das revelações do sítio The Intercept Brasil, que demonstraram de forma cabal a motivação política por trás de todos os passos da operação Lava Jato, armada para perseguir Lula e para dar o golpe de Estado de 2016. A declaração de Ciro Gomes com esse teor, surgida nesse momento, equivale a um apoio às arbitrariedades da operação. Depois de revelar-se que Moro poupou tucanos e perseguiu petistas, que Deltan Dallagnol além de não ter provas
que “enquanto em outros países as áreas de energia estão sob o controle do Estado, aqui o governo Bolsonaro quer entregar tudo à iniciativa privada”. E é exatamente esse o plano de Bolsonaro. Entregar a Petrobras – empresa que simboliza a capacidade de desenvolvimento nacional do Brasil – e, com ela, todo o petróleo brasileiro, para as garras dos grandes capitalistas internacionais. Qualquer demagogia nacionalista que Bolsonaro possa fazer não consegue esconder que sua intenção é dar a Petrobras e as principais empresas nacionais de bandeja para os maiores monopólios imperialistas. O que acontece na Bahia, na verdade, é o retrato da situação da devastação da economia nacional, o desmonte completo da Petrobras pelo regime golpista, desde o início da Operação Lava Jato. O governo Bolsonaro é um governo imposto pelo imperialismo justamente para entregar o Brasil aos tubarões capitalistas. É um governo antinacional, contra o povo brasileiro. Ele precisa ser derrubado imediatamente pela força da mobilização popular, nas ruas. O povo já pede e é necessário colocar em prática a palavra de ordem Fora Bolsonaro, antes que Bolsonaro coloque para fora todas as riquezas e recursos nacionais.
também não tinha convicção, que a Lava Jato distorceu uma conversa entre Lula e Dilma para vazá-la e precipitar o golpe de Estado de 2016, Ciro Gomes aparece para dizer que Lula não é um preso político. É uma defesa de uma operação que foi política do início ao fim. Ciro Gomes fez, ainda, um apelo durante a entrevista. Pediu a Jair Bolsonaro que se comprometa com a democracia e rechace as palavras de Carlos Bolsonaro dizendo que “por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos”. O pedido poderia parecer absurdo se levado a sério. No entanto, deve-se entender que Ciro Gomes não é ingênuo ao pedir que Bolsonaro se comprometa com a democracia. Trata-se de uma política bem definida: fazer campanha para que todos esqueçam o golpe e a fraude das eleições do ano passado. Afinal, qual “democracia” resta para que Bolsonaro se “comprometa” com ela, depois do golpe de 2016 e da fraude eleitoral em 2018, em que o povo não teve o direito de votar no candidato que liderava todas as pesquisas? É uma campanha para que a esquerda se conforme e se adapte ao novo regime político que a direita está procurando erguer sobre novas bases. É um apelo à esquerda para que capitule, e é uma política da direita, expressa por um porta-voz da direita disfarçado de pessoa de esquerda.
4 | POLÍTICA
NÃO, MÁRCIA TIBURI
O Brasil não vai mudar se a esquerda fugir para dar aulas no exterior Parte da esquerda utiliza o exemplo de Tiburi, assim como o de Jean Wyllys – que fugiu primeiro – para promover a ideia de que tratase de uma “resistência” Márcia Tiburi, ex-candidata do PT ao governo do estado do Rio de Janeiro, viajou para os Estados Unidos no final do ano passado porque sua casa foi invadida e sofreu ameaças de morte por parte da extrema-direita. De acordo com Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, ela vai morar em Paris porque, a partir deste mês, começará a dar aulas na Universidade Paris 8. “Se o Brasil não mudar, eu não vou voltar. Talvez eu não volte nunca”, disse a também acadêmica. Parte da esquerda utiliza o exemplo de Tiburi, assim como o de Jean Wyllys – que fugiu primeiro e agora lecionará em Harvard – para promover a ideia de que se trata de uma “resistência” e que eles seriam exilados políticos. Tratam os dois como mártires. É uma campanha a favor da fuga de ativistas de esquerda para o exterior, algo absolutamente negativo para o movimento de luta contra o golpe. Isso, porque, nos dois casos, embora realmente haja uma perseguição do governo Bolsona-
ro, não é indo para o exterior que se organizará a luta contra ele. Ainda mais indo dar aulas em universidades, nem sequer articulando um movimento internacional contra o golpe e o governo ilegítimo de Bolsonaro. Alimentar a ideia de sair do País é uma política suicida da esquerda, que levanta o moral da extrema-direita. Ora, se a esquerda recua (e fugir é um recuo gigantesco), a direita avança ainda mais até dizimar toda a esquerda. A política correta é organizar a revolta popular contra o governo Bolsonaro, nas ruas, nos sindicatos, nos locais de trabalho, escolas e universidades, nos bairros e favelas. Combater o fascismo com as organizações de luta da classe operária, antes que Bolsonaro implante uma verdadeira ditadura que destrua essas organizações. Essa é a propaganda que deve ser feita, e não a de fugir do País. Porque a esmagadora maioria da população não poderá deixar o Brasil para escapar dos ataques da extrema-direita.
LULA LIVRE PARA MUDAR O BRASIL
Ala ligada a Lula vence as eleições internas do PT Em novembro, durante o 7º Congresso Nacional do PT, os 800 delegados eleitos no PED (Processo de Eleições Diretas) elegerão a próxima direção do partido, com mandato de dois anos A chapa da deputada federal Gleisi Hoffmann, Lula Livre Para Mudar o Brasil, venceu o PED (Processo de Eleições Diretas) no PT no último domingo. Essa é a ala diretamente ligada ao ex-presidente Lula, preso político condenado sem provas pelo ex-juiz Sérgio Moro. A chapa obteve 53% dos votos, a chapa que ficou em segundo lugar, Lula Livre! Fora Bolsonaro! Governo Democrático e Popular!, teve 13%. Ao todo, o processo teve 310.909 votos. Com esse resultado, Gleisi Hoffmann deve ser reconduzida à presidência do PT para mais dois anos de mandato à frente do partido. A escolha deve ser confirmada pelos 800 delegados eleitos durante o PED no 7º Congresso Nacional do PT, que será realizado em novembro. O processo eleitoral interno do PT foi acompanhado de perto pela imprensa burguesa, que aproveitou para exortar os petistas a abandonarem Lula. Essa campanha aconteceu tanto durante as eleições, com a esperança de alterar alguma coisa, quanto de-
pois do resultado consumado. Foi o caso de uma matéria no Estado de S. Paulo publicada sob o seguinte título: “Proposta de corrente majoritária do PT esbarra no discurso ‘Lula Livre’”. Segundo o Estado de S. Paulo, “A insistência em colocar o “Lula Livre” na pauta de manifestações e eventos realizados em conjunto com outras forças políticas tem, algumas vezes, sido um obstáculo para que o PT participe de articulações para unificar a centro-esquerda como frente de oposição ao governo Bolsonaro.” Ou seja, o PT deveria abandonar a campanha pela liberdade de Lula para liderar uma suposta frente que poderia se formar contra o governo Bolsonaro nessas condições. Essa pressão da direita para que o PT abandone essa pauta vem de longe, e deverá continuar até a eleição em novembro, durante o Congresso Nacional, e também depois das eleições, dependendo do resultado. Para a direita, manter Lula preso é crucial, e, ao mesmo tempo, dar alguma estabilidade ao regime político, que
entrou em crise desde a campanha golpista pela derrubada de Dilma Rousseff. Justamente por isso a esquerda deve fazer o contrário: mobilizar pela liberdade de Lula para pressionar a
direita golpista até derrotá-la, impedindo a continuidade dos ataques aos trabalhadores que vêm sendo levados adiante desde o governo do usurpador Michel Temer.