QUINTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5770
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Direção do PCO decide: mais atos em defesa de Lula e nova Conferência Logo após o vitorioso ato do dia 14 de setembro, que reuniu em Curitiba milhares de militantes de um setor muito combativo da esquerda brasileira pelo “Lula Livre”, o Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária reuniu seus dirigentes para discutir o balanço do ato e os próximos passos da luta pela liberdade de Lula e contra o governo Bolsonaro.
EDITORIAL
Depois de Curitiba, PCO chama atos pela liberdade de Lula nas capitais No último dia 14 o ato nacional pela liberdade de Lula rompeu com a paralisia da esquerda em torno da questão do ex-presidente. Militantes do Brasil inteiro se reuniram na capital paranaense para exigir: Liberdade Para Lula! A atividade foi convocada pelo PCO, e também contou com a presença de militantes do PT.
Juristas pela Democracia: entrega de Alcântara é ofensa à soberania Nesta semana, a ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), através da sua Secretaria de Relações Internacionais publicou um artigo O Acordo de Alcântara e a violação da soberania nacional em que denuncia o crime da entrega da base de Alcântara para os Estados Unidos da América, a violação da soberania nacional e a política entreguista de Bolsonaro.
Arábia Saudita e EUA culpam Irã pelo ataque a refinarias Não tardou muito para o imperialismo e seus satélites aliados (nesse caso aqui, a monarquia reacionária Saudita) usarem o velho e conhecido método que sempre marcou a política de dominação e opressão dos EUA sob os povos oprimidos de todo o mundo, que não é outra senão lançar acusações infundadas e mentirosas contra um determinado país adversário e/ ou inimigo, na busca de um pretexto para iniciar um ataque e uma guerra, bem ao feitio do imperialismo.
Honduras: após golpe, aumentam assassinatos de sindicalistas O golpe de Estado em Honduras em 2009 inaugurou uma nova ofensiva do imperialismo contra os governos nacionalistas da América Latina.
Guerra contra o povo do Escândalo: Paulo Guedes falsificou RJ: Witzel manda atirar cálculos da Previdência contra Morro do Alemão Em abril deste ano, o Ministério da Economia decretou sigilo sobre estudos e pareceres técnicos que supostamente teriam embasado a proposta de Reforma da Previdência.
Privatizar não funciona: 884 serviços reestatizados no mundo
Atirar no povo ao sobrevoar de helicóptero comunidades da periferia do Rio de Janeiro se tornou o modus operandi da polícia no governo fascista de Wilson Witzel (PSL). Nesta quarta (18), mais comunidades foram vítimas do terrorismo de Estado. Era manhã quando o Complexo do Alemão foi surpreendido por disparos de fuzil contra os moradores.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Depois de Curitiba, PCO chama atos pela liberdade de Lula nas capitais No último dia 14 o ato nacional pela liberdade de Lula rompeu com a paralisia da esquerda em torno da questão do ex-presidente. Militantes do Brasil inteiro se reuniram na capital paranaense para exigir: Liberdade Para Lula! A atividade foi convocada pelo PCO, e também contou com a presença de militantes do PT. Lula, por meio de perfis oficiais nas redes sociais, reforçou o chamado para o ato, e ao final do dia agradeceu aos presentes pela defesa de sua liberdade. Essa foi uma resposta nas ruas às revelações sobre a Lava Jato que desde junho reforçam as denúncias de parcialidade e arbitrariedade da operação, montada pela direita para perseguir Lula com objetivos políticos. Foi um ato importante e uma vitória dos que se esforçaram para realizá-lo. Agora é preciso prosseguir com essa atividade, alimentando uma campanha pela liberdade de Lula que seja contínua, e que mobilize especificamente em torno desse problema. O ato de Curitiba será o primeiro de muitos. Por isso o PCO desde já faz um
chamado a todos a se mobilizarem para novos atos pela liberdade de Lula, dessa vez a serem realizados em outras capitais do País. Para espalhar a campanha pelo Brasil e dar a ela uma continuidade. Lula é preso político há 530 dias, e a questão de sua liberdade é central na luta contra a direita golpista. O ataque aos direitos básicos de Lula, com um processo fraudulento montado para condená-lo, atinge os direitos de toda a população. Se passam por cima dos direitos de um ex-presidente, com amplo apoio no meio da população, as pessoas comuns são um alvo muito mais fácil. Além disso, qualquer um que defenda os direitos democráticos da população, deve defender, por uma questão de princípio, os direitos de Lula nesse caso. E o mais importante, Lula livre seria mais um importante elemento de crise para a direita golpista, com potencial de abalar o regime político. Por tudo isso, a palavra de ordem pela liberdade de Lula é fundamental nesse momento. É preciso fazer uma
COLUNA
A fome na Argentina não tem importância Por William Dunne
Se depender da imprensa burguesa, a fome na Argentina nunca vai ter nenhuma importância. Você nem ficará sabendo que existe tal coisa, fome na Argentina. Será quase como a fome no Brasil, que voltou depois do golpe e atingirá milhões de novas vítimas nos próximos anos caso a direita não seja derrotada. A fome dos argentinos não serve de munição para a imprensa capitalista fazer sua campanha política. É diferente da fome na Venezuela, essa sim existe nas páginas do jornais da burguesia, ostensivamente. A fome na Argentina, porém, existe. Segundo um informe da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), na Argentina a fome já atingia 14,2 milhões de pessoas entre 2016 e 2018. É um aumento de 71% em relação à fome no final do governo Kirchner, quando o problema atingia 8,3 milhões, entre 2014 e 2016. A população da Argentina é de 44 milhões, de modo que esses 14 milhões representam quase 1 terço de toda a população. A comparação entre Venezuela e Argentina, no entanto, é injusta. A Argentina produz alimentos, e muito. Seria o suficiente para alimentar 400 milhões de pessoas. Quase dez Argentinas. Enquanto isso, a Venezuela nunca conseguiu desenvolver outros setores além do petrolífero, seja durante o governo chavista, seja durante governos anteriores. De modo que a queda do preço do petróleo atingiu o país em cheio. Além
disso, a Venezuela é vítima de restrições econômicas impostas pelo imperialismo, incluindo o puro e simples roubo de ativos de suas empresas estatais fora do país e dinheiro retido em bancos no exterior. Uma ampla sabotagem econômica visando um golpe de Estado. A Argentina não sofre esse tipo de sabotagem econômica externa. A sabotagem parte do próprio governo, que adotou políticas neoliberais de cortes de gastos sociais e de subsídios, além de uma reforma da previdência que, como no Brasil, é um roubo em massa dos velhinhos. O próprio governo sabota a existência de milhões de pobres, que constituem quase um terço do país e que estão aumentando, para salvar o lucro de poucos capitalistas, principalmente estrangeiros. Essa guerra contra a população é o neoliberalismo. E é por isso que a fome na Argentina não merece alarde nas páginas da imprensa burguesa, pois esses jornais apoiam o programa neoliberal. Usam a fome na Venezuela, fruto de uma sabotagem deliberada, para provocar a fome “sem viés ideológico” do neoliberalismo. Em sua campanha eleitoral, Bolsonaro dizia que o Brasil corria o risco de “virar a Venezuela”. Agora o Brasil caminha, caso a direita não seja derrotada, para virar uma Argentina. A vantagem é que, embora a fome vá se espalhar pelas ruas, ao menos no noticiário a fome não será tão frequente.
ampla campanha em torno dessa pauta, com mobilização e protestos exigindo que o ex-presidente seja solto. Essa luta tornou-se um fator essencial do embate contra a direita golpista, e de desenvolvimento da luta contra a direita, capaz de levar os trabalhadores
a derrotarem a direita e paralisarem os ataques dos golpistas às condições de vida de milhões de trabalhadores. É hora de se juntar aos atos pela liberdade de Lula nas capitais de todo o País, tomar as ruas e agir diante do quadro político. Liberdade para Lula!
CAUSA OPERÁRIA ILUSTRADA
ATIVIDADES DO PCO | JUVENTUDE | 3
PCO DEFINE OS PRÓXIMOS PASSOS
Direção do PCO decide: mais atos em defesa de Lula e nova Conferência Em reunião do Comitê Central do PCO, a direção do Partido decidiu impulsionar atos estaduais em todo o país pela liberdade de Lula e a organização da 2 Conferência Nacional de luta Logo após o vitorioso ato do dia 14 de setembro, que reuniu em Curitiba milhares de militantes de um setor muito combativo da esquerda brasileira pelo “Lula Livre”, o Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária reuniu seus dirigentes para discutir o balanço do ato e os próximos passos da luta pela liberdade de Lula e contra o governo Bolsonaro. Na avaliação da Direção do Partido, o ato em Curitiba foi um sucesso absoluto. Serviu para agrupar um setor muito consciente da militância brasileira, pessoas que sabem que um movimento de luta independente precisa se autofinanciar. Neste sentido, os próprios militantes que compareceram ao ato arcaram com os custos, que totalizaram cerca de R$ 300.000,00, coletivamente. É muito positivo que os gastos deste ato tenham ficado praticamente saldados ao final da atividade, afinal demonstram a maturidade de um amplo setor da militância. O ato também foi uma demonstração de uma grande disposição de luta contra a direita. Mesmo em condições adversas – afinal, mesmo depois de 3 meses das denúncias bombásticas feitas sistematicamente pelo The Inter-
cept, a esquerda brasileira não tinha feito nenhum ato nacional pela liberdade de Lula – milhares de pessoas se reuniram. No ato, pôde-se perceber que o moral da militância estava alta. Não se viu ali demonstrações de desânimo e capitulação por parte do público. Pelo contrário, viu-se ali um setor muito aguerrido. Ao mesmo tempo, o ato teve uma gigantesca repercussão. Com um milhão de pessoas que acompanharam a atividade pela internet, seja por meio do conjunto da imprensa do Partido ou por portais de esquerda como o Brasil 247 e a Revista Fórum, e até mesmo os perfis do ex-presidente Lula nas redes sociais, acreditamos que a atividade será a primeira de muitos atos por todo o Brasil na luta pela liberdade de Lula, e também pelo “Fora Bolsonaro”. Embora um setor direitista da esquerda tenha procurado ignorar este, que foi um ato da maior importância política, por tudo que foi apresentado nesta matéria, o Comitê Central do PCO ratificou as nossas palavras de ordem centrais, “Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro” como eixos fundamentais da luta política no país e decidiu ampliar as atividades em todo o
Brasil, impulsionando atos estaduais nas capitais nas próximas semanas. Ao mesmo tempo, a Direção do Partido deliberou pela convocação da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e o Fascismo. A atual crise política do governo Bolsonaro,
que não tem precedentes na história do país, coloca a necessidade de organizar a luta do povo contra o imperialismo e a direita, que colocaram Bolsonaro na presidência em meio à grande farsa que foram as eleições sem Lula, no ano passado.
DITADURA
Bolsonaro quer proibir manifestações políticas nas universidades O governo Bolsonaro pretende publicar uma cartilha de “boas práticas” para os estudantes. Na prática, será uma forma de impedir as manifestações contra a direita. O governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, odiado nas ruas pela juventude, está preparando mais uma medida para sufocar dos direitos democráticos da população. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), atualmente sob o comando do vigarista Abraham Weintraub, o governo Bolsonaro irá editar uma cartilha de “boas práticas” para ser distribuída nas unidades de ensino de esfera federal. Os golpistas alojados no governo Bolsonaro afirmam que o objetivo da cartilha é orientar “cidadãos, servidores e gestores” sobre a conduta adequada para evitar “possíveis ilícitos que envolvam os movimentos político-partidários nas instituições públicas de ensino da esfera federal”. isto é, impedir que haja qualquer movimento político dentro das universidades e demais instituições de ensino. O ataque do governo Bolsonaro ao movimento estudantil não é por acaso. Em maio do ano vigente, duas grandes manifestações convocadas em reação aos cortes de verbas das universidades empurraram o governo para uma crise política ainda mais profunda. Após os atos, Bolsonaro vem procurando desarticular de todas as maneiras o movimento estudantil,
bem como o movimento popular em geral. Recentemente, o governo Bolsonaro anunciou a criação de uma carteira de identidade estudantil virtual – uma medida para sabotar as “carteirinhas” da União Nacional dos Estudantes (UNE), que constituem parte substancial da renda da entidade. A cartilha vem, assim, como mais uma medida do governo para procurar neutralizar os setores da sociedade que tendem a se erguer contra os ataques do governo Bolsonaro, que é um governo de extrema-direita apoiado pela burguesia para implementar a política neoliberal de devastação da América Latina. Por isso, é preciso organizar, urgentemente, a reação contra esses ataques. Bolsonaro foi imposto por meio da fraude eleitoral de 2018 justamente para que pudesse levar adiante essa política de guerra contra a população. Por isso, é preciso colocar o governo imediatamente abaixo. É preciso organizar nas universidades e nas escolas, bem como nas fábricas e nos bairros, um amplo movimento pela derrubada do governo e dos sanguessugas que sustentam o seu governo. Para a juventude, só pode existir um grito: Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
4 | JUVENTUDE |MULHERES
SAÚDE
DEGENERAÇÃO DO CAPITALISMO
Após o golpe, duplicam casos de depressão entre os jovens
Suicídio entre mulheres aumentou 92% em 17 anos
Diante das políticas neoliberais, os jovens ficam sem perspectivas de um futuro melhor, ficando somente uma sensação de fracasso que, consequentemente, leva à depressão.
A medida que a crise vem se aprofundando no Brasil, a saúde mental das mulheres, que tanto sofrem com a opressão e exploração, só piora.
A vida da classe trabalhadora no mundo capitalista é sempre um aperto aqui e acolá, com pressão vindo de todos os lados, serviços precarizados, violência recrudescendo, crise econômica, a população e, em especial, os jovens, acabam não suportando serem aviltados de tantas formas. Coincidentemente, desde o golpe de Estado que derrubou uma presidente eleita democraticamente e colocou a extrema-direita no poder, o número de jovens com depressão aumentou. Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta última terça-feira (17), mostra que no Sistema Único de Saúde (SUS), os atendimentos e internações relacionados à depressão cresceram 52% entre 2015 e 2018, subindo de 79.654 para 121.341. Contudo, o dado mais alarmante é que essa porcentagem aumenta para 115% entre jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Somente em 2019, alguns dados mostram que o SUS registrou cerca de 49.176 atendimentos relacionados à depressão e pelo menos 16.311 internações. Entre o anos de 2011 e 2018 foram registrados 339.730 casos de violência auto-provocada, sendo 33% deles classificados como tentativa de suicídio. Dentre eles, 45% são jovens entre 15 e 29 anos, estudantes são 30% desses casos, por último, as do-
A vida da mulher na degenerada e decadente sociedade capitalista é cada vez mais frustrante. O resultado disso são mulheres afundando na mais completa depressão, vulneráveis e com tendências suicidas. O quadro é ainda mais grave quando se trata da vida das mulheres dentro de casa no Brasil. Suicídio tem ganhado a liderança no que diz respeito a morte de mulheres, com 4,3 casos registrados em média nos lares brasileiros. O Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, mostra que em 2017, os suicídios chegaram a 32% das mortes por causas externas de mulheres em casa. Em 2000, suicídio era, no ranking, a terceira causa de morte, com percentual de 22%. A medida que a crise vem se aprofundando no Brasil, a situação das mulheres trabalhadoras vai ficando cada vez mais precárias, fazendo com que elas desenvolvam, inclusive, a depressão, levando assim ao suicídio. Contudo, o número de suicídio entre homens ainda tem resultados gritantes. Somente em 2017, 9.826 cometeram suicídio, contra 2.664 casos entre as mulheres. Mesmo assim, entre o sexo feminino a taxa cresce mais rapidamente. Entre 2000 e 2017, houve um aumento de 92% nos casos de suicídio, mostrando que a situação
nas de casa são 23% desse universo reprimido. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, estima-se que 14,1 milhões de pessoa no Brasil possuam algum transtorno mental. Para a Organização Mundial da Saúde, aumentou 18,4% o número de pessoas com depressão nos últimos dez anos. Tudo isso é resultado das políticas de repressão, exploração e opressão que o Estado burguês impõe sobre a população. As frustrações provocadas pela sociedade capitalista afloram nos jovens a sensação de fracasso, o incentivo à meritocracia também é um gatilho para que os jovens sintam essa pressão de conquistar tanto em tão pouco tempo, o que piora à medida que a população vai empobrecendo. O governo dos golpistas vem prejudicando a vida dos jovens, precarizando serviços, cortando bolsas de estudo, pisando nos sonhos desses jovens que tanto se dedicam e acabam frustrados. Para o jovem, diante da política neoliberal, não há perspectiva: não há emprego, não há educação, não há perspectiva de futuro e a repressão é cada vez mais dura. É impossível, dentro da sociedade capitalista, ter uma vida saudável, longe das explorações e opressões que são extremas dentro do modo de produção capitalista.
da mulheres na sociedade de classe é o indicativo mais claro e eloquente da situação da mulher no regime político. Mais alarmante ainda é a taxa de suicídio entre mulheres em casa. Se o número cresceu exponencialmente nos últimos anos entre as brasileiras em geral, entre as mulheres que cometem suicídio em casa, o número mais que dobrou. Entre 2000 e 2017, o aumento foi de 112%. Todos esses dados são indicativos claros de que o regime burguês não dá conta de manter a saúde mental de ninguém em bom estado, principalmente para as mulheres, que passam por uma opressão e exploração bem maiores numa sociedade capitalista feita para marginalizá-las cada vez mais, tanto da vida política, quanto do mercado de trabalhando, empurrando essas mulheres às frustrações e, consequentemente, à depressão e, por fim, o suicídio.
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POLÍTICA | 5
GOVERNO CAPACHO
Juristas pela Democracia: entrega de Alcântara é ofensa à soberania A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia denuncia a política de ataque a soberania nacional na entrega da Base de Alcântara aos EUA. Nesta semana, a ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), através da sua Secretaria de Relações Internacionais publicou um artigo O Acordo de Alcântara e a violação da soberania nacional em que denuncia o crime da entrega da base de Alcântara para os Estados Unidos da América, a violação da soberania nacional e a política entreguista de Bolsonaro. Os integrantes da ABJD afirmam que a base de Alcântara é considerada uma das melhores zonas de lançamento do mundo, pois, além da redução de custos, está em um local extremamente estratégico dentro da América do Sul, de frente para a África e na foz do Rio Amazonas, porta de entrada para o imenso e cobiçado território brasileiro da Amazônia. Denunciam o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) assinado por representantes do Brasil e dos Estados Unidos da América (EUA), no em 18 de março que paralisa o desenvolvimento de tecnologia aeroespacial nacional e cria dentro do território brasileiro áreas em que autoridades brasileiras não podem entrar sem autorização norte-americana. “Cabe lembrar que um primeiro AST foi firmado com os EUA em 2000, tendo sido barrado no Congresso Nacional. Em 2002, foi firmado outro Acordo com a Ucrânia, que viria a criar a Alcântara Cyclone Space, empresa binacional com o objetivo de comercializar e lançar satélites utilizando-se da tecnologia de foguetes ucraniana e do CLA. O Acordo foi abandonado de-
finitivamente em 2015 por motivos variados, mas sobretudo porque os EUA nunca admitiram que o Brasil tivesse um programa espacial autônomo”, afirma o artigo. Denuncia que no Artigo II §14 e 15, o Acordo prevê a existência de “áreas restritas” e “áreas controladas”. “Áreas controladas” seriam áreas cujo acesso é controlado por Brasil e EUA, ao passo que “áreas restritas” seriam áreas onde o Brasil “somente permitirá acesso a pessoas autorizadas pelo Governo dos Estados Unidos da América”. Outro artigo, o número III, §1, (A) o Brasil assume o compromisso de não permitir o lançamento de “Espaçonaves Estrangeiras ou Veículos de Lançamento Estrangeiros de propriedade ou sob controle de países os quais, na ocasião do lançamento: …tenham governos designados por uma das Partes como havendo repetidamente provido apoio a atos de terrorismo internacional.” Denunciam, ainda, que o AST limita e controla com quem o governo brasileiro poderia ter relações econômicas na área aeroespacial. No §1, (B) do mesmo Artigo III, o Brasil se compromete a “não permitir o ingresso significativo, quantitativo ou qualitativamente, de equipamentos, tecnologias, mão-de-obra ou recursos financeiros no Centro Espacial de Alcântara, oriundos de países que não sejam Parceiros (membros) do MTCR”. O MCTR (Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis) é um regime seleto de países (apenas 34) ligados ao imperialismo, onde por exemplo, a China não faz parte.
Também impede que o Brasil se utilize dos recursos oriundos da utilização da Base de Alcantara para o desenvolvimento do programa espacial nacional. O Artigo III, § 2 diz que o Brasil só “poderá utilizar os recursos financeiros obtidos por intermédio das Atividades de Lançamento para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do Programa Espacial Brasileiro, mas não poderá usar tais recursos para a aquisição, desenvolvimento, produção, teste, emprego ou utilização de sistemas da Categoria I do MTCR.” A ABJD também denuncia que essa política entreguista e de ataque a so-
berania nacional vem desde o golpe de Estado de 2016 e que tem se agravando no governo Bolsonaro. Fica evidente a política entreguista do governo Bolsonaro e, no caso da Base de Alcântara, não possui nenhuma explicação minimamente plausível para o acordo com os EUA. A esquerda tem que denunciar essa política criminosa e, em vez de tentar controlar Bolsonaro, lutar para derrubar o governo ilegítimo e entreguista da presidência da República antes que Bolsonaro liquide com as riquezas nacionais e a soberania do país.
SENADO
CORTES? SÓ PARA O POVO
Pressão da direita: Senado recua na reforma eleitoral
Enquanto corta gastos sociais, governo dá R$4,7 bilhões a militares
Bolsonaro ainda precisa sancionar a lei até quatro de outubro, data limite para que esteja vigente para as eleições de 2020.
Verba é mais que suficiente para repor as bolsas de pesquisa canceladas por Bolsonaro
Após uma articulação e pressão por parte da direita, o Senado acabou por recuar sobre a reforma eleitoral e desistiu de votar o afrouxamento das regras eleitorais. Ainda no fim da última terça-feira (17), segundo o relator do projeto, Weverton Rocha (PDT-MA), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), somente as regras sobre o fundo eleitoral poderão ser aprovadas. Qualquer outra alteração no texto será rejeitada. Ainda na última terça, foi convocada uma sessão extraordinária da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, após a sessão, o texto vai foi o plenário do Senado. O projeto voltou para a Câmara e uma possível votação estava programada para quarta-feira (18), a fim de que o presidente golpista e fascista Jair Bolsonaro tenha tempo e condições de sancionar a lei antes de
Enquanto submete a população a cortes e mais cortes, Bolsonaro planeja aumentar os benefícios salariais para os militares. Não por acaso, é o primeiro projeto orçamentário em que Bolsonaro aumenta uma despesa com folha de pagamento do governo. A estratégia é inevitável para um governo cujo mote principal não é construir nada, mas reprimir para assegurar o avanço da exploração capitalista. Entre outros benefícios estão incluídos adicional para cursos de qualificação, tempo de serviço etc, e também está prevista a duplicação do valor do soldo pago aos reservistas. O projeto direciona R$4,7 para essas gratificações. Para se ter uma ideia do tratamento diferenciado, só este aumento aos militares representa mais do que todo o investimento governamental em bolsas de pesquisa. Neste
4 de outubro, data limite para que a regra possa estar vigente já para as eleições de 2020. O presidente do Senado, Alcolumbre, ainda afirmou que: “Em acordo com líderes partidários, o PL que define novas regras eleitorais segue agora para a CCJ, em sessão extraordinária. Os senadores pretendem corrigir o texto aprovado pelos deputados. O valor do financiamento de campanha será mantido e as demais regras serão rejeitadas”. Para o relator do projeto, há um acordo entre os partidos políticos que prevê o fundo eleitoral do próximo ano no mesmo valor deste ano, R$ 1,7 bi. Essa pressão da direita para que não haja afrouxamento das regras eleitorais objetiva, principalmente, manter os privilégios dos partidos de direita em relação ao fundo eleitoral.
ano, por exemplo, a Capes precisou cancelar 6 mil bolsas universitárias da graduação ao doutorado. O orçamento para as bolsas da Capes vai cair R$4,2 bilhões para quase a metade em 2020! O governo neoliberal mostra sua face. Embora fale de “ajuste”. e necessidade de cortar gastos, Bolsonaro mostra que há dinheiro para a classe privilegiado e seu aparato repressivo. Só estes aumentos seriam suficientes para DUPLICAR as bolsas de pesquisa do Ensino Superior em todo o Brasil. Bolsonaro e o golpismo que tomou conta do país estão impondo um retrocesso em todas as áreas para a população brasileira, e que será sentido durante as próximas gerações. É preciso derrubar o governo imediatamente. A cada dia que passa, o preço a pagar se torna mais alto.
6 | POLÍTICA
LAVA JATO PESA NO STF
Crise da burguesia: Lewandowski ameaça anular processos da Lava Jato Nesta terça (17), Lewandowski afirmou que irá decidir individualmente sobre pedidos de anulação de sentenças da Lava Jato caso o plenário do STF não o faça Nesta terça (17), o ministro do SFT (Superior Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, afirmou que irá decidir individualmente sobre pedidos de anulação de sentenças da Lava Jato se o plenário do tribunal demorar muito para analisar o caso de anulação de uma sentença da operação. “Se o Supremo, pelo seu plenário, estiver na iminência de examinar essa questão, não há porque eu me antecipar. Há várias questões, mas vai depender do meu convencimento. Se demorar muito, eu vou decidir sim ou não [sobre os pedidos de anulação].” afirmou Lewandowski. No dia 27 de agosto, Aldemir Bendine, ex-presidente do BB (Banco do Brasil), teve sua condenação – por corrupção e lavagem de dinheiro em uma ação ligada à Lava Jato – anulada por 3 a 1 pela 1ª Turma do STF. Sendo a 1ª vez que o STF anulou uma decisão do então juiz Sérgio Moro (hoje ministro)
abriu-se um precedente para todas as outras sentenças ligadas à Lava Jato. Lewandowski está expressando a crise no interior da burguesia sobre o problema Lava Jato, está pressionando o SFT para que o plenário aprecie a questão das anulações de sentenças: “Como há a possibilidade do plenário analisar, vamos aguardar um pouco os acontecimentos.” Quando perguntado sobre o caso, o ministro seguiu explicando: “Normalmente as extensões ocorrem dentro do mesmo habeas corpus, dentro do mesmo processo, em réus que estejam na mesma situação… Isso tem sentido porque vigora entre nós o princípio máximo da isonomia, da igualdade. Por que não dar o mesmo tratamento? Primeira coisa é verificar se estão na mesma situação.” A crise se aprofunda na burguesia porque este precedente poderia favorecer o ex-presidente Lula, que foi con-
denado no processo farsa na instância da Lava Jato, sob tutela do juiz criminoso Sérgio Moro. Lewandowski é um dos 11 ministros do STF, como os demais, representa algum setor da burguesia que está insatisfeito com a Lava Jato, daí a crise dentro do tribunal. Os que defendem a liberdade de Lula não devem se iludir com vagas
possibilidades ou manobras jurídicas, porém, devem identificar que o elemento de crise dentro da burguesia corresponde ao enfraquecimento do bloco golpista e à possibilidade do fortalecimento do movimento da luta contra o golpe nas ruas, este sim o único capaz de libertar Lula da masmorra de Curitiba.
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ECONOMIA | 7
TUDO NO GOVERNO É FALSO
Escândalo: Paulo Guedes falsificou cálculos da Previdência Estudo de pesquisadores mostra como o governo falsificou dados para aprovar a reforma da Previdência. “Auditamos os cálculos oficiais da Secretaria da Previdência obtidos através da Lei de Acesso à Informação e encontramos indícios de falsificação ou, no mínimo, incompetência. Os cálculos inflam o custo fiscal das aposentadorias atuais para justificar a reforma e exageram a economia fiscal e o impacto positivo da Nova Previdência sobre a desigualdade. Ao contrário, demonstramos que, para o Regime Geral de Previdência Social, as aposentadorias por tempo de contribuição obtidas nas regras atuais com idades mais novas geram superávit para o RGPS e têm impacto positivo sobre a desigualdade. Sua abolição resulta em déficit para o RGPS, o que é compensado pela Nova Previdência por um corte nas aposentadorias que prejudica principalmente os mais pobres, agravando a desigualdade” (A falsificação nas contas oficiais da Reforma da Previdência: o caso do Regime Geral de Previdência social)[1] Em abril deste ano, o Ministério da Economia decretou sigilo sobre estudos e pareceres técnicos que supostamente teriam embasado a proposta de Reforma da Previdência. Desta maneira, ninguém, nem mesmo os parlamentares tiveram acesso aos dados que justificariam, no discurso do governo, a necessidade da reforma e os argumentos de que não seriam prejudiciais aos mais pobres.
No final das contas, a proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados sem que nenhum parlamentar ou qualquer cidadão tivesse acesso a argumentos, estatísticas, dados econômicos e sociais. Nem mesmo após a aprovação na Câmara, esses dados estavam disponíveis. Somente com a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o ministro da economia autorizou acesso a parte das informações. Um grupo de pesquisadores[2] do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica do Instituto de Economia da Unicamp se dedicou a estudar as informações liberadas e, apesar de planilhas com memória de cálculo, os pressupostos de crescimento e de emprego, dados sobre quem seria mais afetado, quem ficaria de fora e o custo da implementação de um regime de capitalização, não terem sido disponibilizadas, conseguiu detectar as manobras de ocultação, de dissimulação realizadas pelo governo para enganar inclusive os parlamentares. O trabalho do grupo resultou em um texto intitulado “A falsificação nas contas oficiais da Reforma da Previdência: o caso do Regime Geral de Previdência social”. Paulo Guedes, um serviçal dos bancos e do imperialismo, deliberadamente apresentou contas absolutamente deturpadas, simulando aposentarias por tempo de contribuição, mas com cálculos para aposentadoria por idade
GOLPISTAS ATACAM SALÁRIO
Bolsonaro quer congelar salário mínimo Golpistas querem acabar com reajuste do salário do povo, é preciso derrubar Jair Bolsonaro
O governo articula elaboração de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para retirar da Constituição Federal a obrigatoriedade de reajuste salarial. Há pouco mais de um mês, a Câmara aprovou a proposta do executivo de reajustar o salário mínimo de 2020 pelo índice da inflação. Foi o fim da política de reajuste real (acima da inflação), implementada pelos governos petistas.
Agora o governo já está articulando que nem mesmo o reajuste inflacionário seja obrigatório, ou seja, o salário mínimo passará a ser corroído pela inflação. Não é um retorno às políticas de FHC – é ainda pior. Trata-se de uma política descarada de corroer o salário do trabalhador, que na prática passará a ganhar menos, já que os preços sobem.
mínima, inflando o déficit da aposentadoria por idade mínima, usando o pico e não a média dos salários, para superestimar as contribuições do empregado e do empregador. Quando trata do salário mínimo, faz simulações de aposentadoria por tempo de contribuição com dados de aposentadoria por idade mínima. Ignora o tempo de contribuição mínima de 15 anos, ao apresentar simulações para aposentadoria por idade, e de novo considera o pico e não a média dos salários entre outras falsificações. O objetivo está claro para quem analisa o falseamento dos números, e o motivo pelo qual o governo ainda esconde informações: uma tal reforma vai diminuir o subsídio dos mais pobres e empobrecer mais e mais famílias. É uma política deliberada de empobrecimento da população. A falsificação dos dados serve para justificar o roubo das aposentadorias de milhões de trabalhadores. Mais que isso, para impossibilitar em muitos casos que a aposentadoria aconteça e para assegurar que todo aposentado seja um miserável, frágil, que a qualquer momento poderá perder seus ganhos, pois a reforma permitirá que o governo reduza valores e aumente a idade mínima com muito mais facilidade que hoje. NOTAS: [1] Disponível em https://www. eco.unicamp.br/index.php/noticias/
2061-a-falsificacao-nas-contas-oficiais-da-reforma-da-previdencia-o-caso-do-regime-geral-de-previdencia-social [2] O grupo é coordenado por Pedro Paulo Zahluth Bastos, professor do Instituto de Economia, doutor em Economia e pesquisador do Cecon-Unicamp, ex-professor visitante na Universidade da Califórnia em Berkeley, André Luiz Passos Santos, mestre em História Econômica pela USP e analista bancário aposentado, Ricardo Knudsen, doutor em Química pela USP, especialista em Design de Experimentos e proprietário da KnudZen Consulting, na Itália, e Henrique Sá Earp, professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, mestre em Física Teórica pela University of Cambridge e ph.D em Matemática pelo Imperial College London.
8 | POLÍTICA
O CONTO DO NEOLIBERALISMO
Privatizar não funciona: 884 serviços reestatizados no mundo As privatizações encarecem os serviços e não atendem aos interesses sociais Sempre que alguém defende privatizações de estatais a gente só precisa lembrar um grande fracasso, do ponto de vista dos brasileiros, que é consenso: a Vale, que era Vale do Rio Doce, e acabou com o Rio Doce. Do ponto de vista dos acionistas da empresa, especialmente os estrangeiros que vivem longe dos desastres ambientais causados em Minas Gerais, principalmente em Mariana e Brumadinho, para quem interessa apenas o lucro, é um sucesso, afinal eles não se importam com a perda de algumas centenas de vidas humanas, animais e do próprio rio. Existem outros casos de privatizações que pioraram a vida do povo brasileiro, que no final das contas, deveria ser o fator determinante em uma democracia, como o sistema Telebras, que virou o principal volume de queixa de consumidores, bancos estatais que deixaram de servirem aos interesses da população e passaram a se servirem dela e outros ativos do patrimônio público que passaram para os bolsos de meia-dúzia de amigos. O que pouco se divulga entretanto, porque logicamente não interessa aos capitalistas donos das empresas de comunicação no Brasil, é que em vários lugares do mundo se chegou à conclusão que as privatizações foram um fracasso e os serviços foram reestatizados, o que pode servir de exemplo e solução para muitos dos nossos problemas atuais e futuros. Nos últimos 19 anos, ao menos 884 serviços foram reestatizados em todo o planeta, segundo o TNI (Transnational Institute), centro de estudos em democracia e sustentabilidade com sede na Holanda. A Alemanha, nesse período de menos de 20 anos, fez 348. A França fez 152. Os Estados Unidos, 67. O Reino Unido, 65. E a Espanha, 56 reestatizações. Além desses países, o estudo verificou ocorrências também em outros 50, como Canadá, Colômbia, Argentina, Turquia, Mauritânia, Uzbequistão e Índia. Sabe por que? Porque o povo daqueles países chegou à conclusão que as empresas privadas priorizavam o lucro e os serviços estavam caros e ruins. Os serviços públicos essenciais reestatizados nesses países vão desde fornecimento de água e energia e coleta de lixo até programas habitacionais e funerárias. O TNI diz que isso é uma tendência crescente. A forma mais comum de “desprivatização” é o fim do contrato de concessão que não é renovado. Houve também rompimento antecipado de contrato, como aconteceu metrô de Londres em 2010, e recompras milionárias de infraestruturas, como fizeram cidades alemãs. Todo o relatório do TNI, em inglês, pode ser verificado em “Reconquistando os serviços públicos”, e há um mapa interativo em “Rastreador de remunicipalizações”.
Veja abaixo exemplos nos cinco países que lideram a lista e o número de reestatizações já registradas em cada um deles. Na Alemanha, a maior parte dos serviços reestatizados são do setor de energia. Dos 348 serviços que voltaram a ser estatais, 284 eram de eletricidade, gás ou aquecimento. Em Hamburgo, a população decidiu em um referendo, em 2013, que queria a reestatização das redes locais de energia. A recompra custou mais de 500 milhões de euros. Na França, Paris, em 2008, optou por não renovar a concessão dos serviços de água e esgoto da cidade, que eram desde 1985 administrados por duas companhias privadas (a Suez e a Veolia) e passaram para a responsabilidade da Eau de Paris, companhia municipal criada para assumir o negócio até hoje. Um estudo apontou que nas cidades francesas com mais de 100 mil habitantes, aquelas com as menores tarifas de água tinham gestão pública, enquanto as mais caras tinham administração privada. Entre os 152 serviços franceses que foram “desprivatizados” está o saneamento de 106 cidades e o transporte público de 20 delas. Da mesma forma que a França, os EUA também reverteram contratos de água e de energia em vários estados, como Flórida, Havaí, Minnesota, Texas, Nova York e Indiana. A cidade de Atlanta, no estado da Geórgia, por exemplo, cancelou em 2003 a concessão de água feita havia apenas 4 anos, em 1999. O contrato era até 2019, mas as reclamações de falta de água e má qualidade eram muitas. No Havaí, os moradores da ilha Kaua formaram uma cooperativa e compraram a companhia de energia da cidade. A gestão é feita pela cooperativa sem fins lucrativos. Na Espanha, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha anulou, em 2015, a mega concessão da rede de saneamento da região metropolitana de Barcelona feita três anos antes. O custo médio por habitante da manutenção das redes de água geridas pela iniciativa privada era 21,7% mais caro que daquelas controladas diretamente pelo município. Além de Barcelona, outras 26 cidades espanholas já tomaram de volta seus serviços de água, de acordo com o levantamento dos holandeses. Isso pode servir de exemplo para nós brasileiros.
Venha discutir
A LUTA
DO
POVO NEGRO Reunião do Coletivo de Negros João Cândido Todos os sábados às 16h
Centro Cultural Benjamin Perét R. Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde - SP
POLÊMICA E CIDADES | 9
LOCAL ESTRATÉGICO
Dino justifica entrega de Alcântara e acha que ainda teremos soberania Entregar o centro de lançamento de Alcântara para os norte-americanos é perder nossa soberania sim O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou durante entrevista no programa (9/09) de Fernando Haddad nas redes sociais, que o Centro de Lançamento de Alcântara pode ser cedido aos Estados Unidos sem que o Brasil perca soberania sobre esse pedaço de seu território. Segundo a crença dele, “o Acordo [com os Estados Unidos] não impede que a Base de Alcântara amanhã seja usada por outros países”. Haddad ainda insistiu, incrédulo, durante a entrevista: Haddad: E é o Brasil que decide? Dino: Claro! Haddad: Sempre? Dino ainda afirmou que “se amanhã o Brasil quiser sediar ou receber o lançamento, por exemplo, de um artefato – de um veículo lançador de satélite – do Canadá, poderá fazê-lo; da França, poderá fazê-lo; da Itália, poderá fazê-lo. O que o Acordo diz é que, se a tecnologia utilizada por qualquer país do mundo, por qualquer empresa privada do mundo for de origem norte-americana, deter-
minados procedimentos deverão ser observados. Se a tecnologia não tiver nenhum componente, nenhum processo, vinculado à tecnologia norte-americana, o Acordo sequer incide.” O governador lembrou que a Base de Alcântara é um “patrimônio do Brasil que está inutilizado há praticamente quatro décadas” e que “o domínio dos Estados Unidos, nesse setor, é indiscutível: há componentes norte-americanos em cerca de 80% dos satélites e objetos espaciais. Isso quer dizer que, sem um acordo mínimo entre Estados Unidos e Brasil, Alcântara teria, na prática, pouca ou nenhuma utilidade como centro de lançamento”. O que faltou, por exemplo, a Cuba, foi uma assessoria como a de Flávio Dino, que saberia ensinar como entregar Guantánamo para a maior potência nuclear do planeta sem perder a posse do território. Alcântara, como se vê no mapa do Google, será praticamente sede de um governo paralelo no Maranhão. Não se pode duvidar que os tentáculos da CIA e do Pentágono possam, inclusive, influenciar ou até determinar quem seja o ocupante do palácio em São Luís, do outro lado da baía. No mínimo. Para não dizer sobre o ocupante do Planalto.
Pelo acordo, os Estados Unidos vão poder fazer da base o que quiserem e os brasileiros não mais terão acesso a esse pedaço do território. Até mesmo o governador do estado, se estiver passando por ali e necessitar ir ao banheiro, vai ter de achar uma moita. Os US Marine Corps vão isolar o local e guardar os mísseis ianques apontados para a Venezuela, Bolívia e demais países da América do Sul e da África. Em outro ponto, o próprio Dino admite que seu devaneio é impossível: se 80% dos satélites e objetos espaciais têm componentes norte-americanos, e o Brasil só poderia negociar a utilização do centro de lançamento por outros países que fossem lançar equipamentos com zero componente de fabricação dos EUA, nunca vai acontecer. É só lembrar dos aviões super-tucanos, fabricados pela nossa ex-Embraer, que foram vetados de serem exportados para alguns países, incluindo a Venezuela, porque possuíam entre seus componentes algum parafuso de fabricação dos Estados Unidos. Donald Trump deu declaração quando seu lacaio daqui ofereceu a base. Devido à localização privilegiada, próxima à linha do equador, Alcântara proporciona uma enorme economia de combustível
para colocar algum objeto em órbita, segundo palavras do próprio presidente dos Estados Unidos, satisfeitíssimo. Alguém consegue imaginar que, ocupado pelos EUA, o centro de lançamento, em momentos de ociosidade do equipamento, possa ser relocado pelo Brasil para a China ou Rússia, caso seus foguetes e satélites não tenham nenhuma arruela de fabricação norte-americana? Claro que não. Só o governador do Maranhão. Esse Dino acredita em cada uma. Seria ingenuidade? Até o Haddad insistiu duas vezes na questão.
WITZEL FASCISTA GENOCIDA
PRIVATIZAÇÃO
Guerra contra o povo do RJ: Witzel manda atirar contra Morro do Alemão
BA: Prefeita golpista de Porto Seguro vai privatizar água no dia 23/09
Atirar no povo, de helicóptero, nas comunidades da periferia do Rio de Janeiro se tornou o “modus operandi” da polícia no governo fascista de Wilson Witzel (PSL)
Parte da política dos golpistas é entregar todo mínimo direito da população para a iniciativa privada
Atirar no povo ao sobrevoar de helicóptero comunidades da periferia do Rio de Janeiro se tornou o modus operandi da polícia no governo fascista de Wilson Witzel (PSL). Nesta quarta (18), mais comunidades foram vítimas do terrorismo de Estado. Era manhã quando o Complexo do Alemão foi surpreendido por disparos de fuzil contra os moradores. Isso um dia após a mesma ação da polícia ter ocorrido na favela do Jacarezinho. O argumento é sempre a mesma desculpa esfarrapada de combate ao tráfico de drogas. Os policiais invadem a comunidade, supostamente trocam tiros, mas apenas as pessoas da favela morrem. Neste caso foram cinco pessoas, dentre elas um mototaxista, no entanto, segundo a versão da PM, todas as vítimas são suspeitas de envolvimento com o tráfico. Além de terem matado cinco pessoas, os agentes ainda estão oprimindo os moradores da favela ao fazerem revistas em quem entra e sai da comunidade. A operação assassina da polícia também resultou na suspensão de aulas em 14 creches e escolas e no corte de energia em várias regiões da
comunidade devido aos disparos que atingiram transformadores de energia. Como se não bastasse, no período da tarde a polícia seguiu aterrorizando a população, dessa vez favela da Maré, com tiros contra a Escola Municipal Wilian Peixoto, também de um helicóptero da Polícia Civil. Segundo relato de uma testemunha, dado a um veículo da imprensa capitalista: “As crianças estavam brincando. O helicóptero passou, e todas começaram a correr. Aí meteram tiros.” Essa é mais uma prova da barbárie da extrema direita contra a população e que mostra à necessidade, urgente, do povo pobre se organizar para fazer frente à política de extermínio da extrema-direita genocida. Os partidos de esquerda que se reivindicam populares, os movimentos sociais, devem se levantar contra a política de extermínio da população pobre e mobilizar todos os oprimidos em uma grande mobilização popular. Mais do que nunca é necessário uma campanha pela dissolução da polícia assassina e para por para fora o algoz da população do Rio de Janeiro, o fascista Witzel.
Por meio de manobras às escondidas do povo, a prefeitura de Porto Seguro, no estado da Bahia, marcou para o próximo dia 23 de setembro a abertura de uma licitação com o objetivo de privatizar a água da cidade, entregar um recurso que é patrimônio público para os vampiros da iniciativa privada. O processo é um duro golpe contra a população da cidade. A tentativa de privatização da água pela prefeitura de Porto Seguro é uma imposição ditatorial da então prefeita Cláudia Oliveira do PSD. Nas audiência públicas organizadas e controladas pela prefeitura, a população foi impedida de falar, assim como as organizações populares pertencentes às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo foram
impedidas de colocar outdoors na cidade denunciando a privatização do serviço público. A entrega da água da cidade para as empresas privadas é um duro ataque contra o povo, o qual será penalizado com um serviço de péssima qualidade, com valores altíssimos. A privatização dos serviços básicos somente atende aos interesses dos capitalistas em lucrar as custas do povo, por meio do aumento dos preços e do sucateamento do patrimônio público. Neste sentido, no próximo dia 23 de setembro é preciso convocar a população de Porto Seguro para fazer uma manifestação durante o processo de abertura de licitação e impedir pelos meios que forem necessário a privatização da água.
10 | INTERNACIONAL
OFENSIVA DO IMPERIALISMO
Arábia Saudita e EUA culpam Irã pelo ataque a refinarias EUA e seus aliados na região intensificam campanha de calúnias contra o regime iraniano. Não tardou muito para o imperialismo e seus satélites aliados (nesse caso aqui, a monarquia reacionária Saudita) usarem o velho e conhecido método que sempre marcou a política de dominação e opressão dos EUA sob os povos oprimidos de todo o mundo, que não é outra senão lançar acusações infundadas e mentirosas contra um determinado país adversário e/ou inimigo, na busca de um pretexto para iniciar um ataque e uma guerra, bem ao feitio do imperialismo. Em “guerra fria” contra o Irã desde quando o regime dos “Aiátolas” se impôs sobre a ditadura monárquica aliada do imperialismo, na revolução de fevereiro de 1979, quando o povo iraniano derrubou o Xá Rezha Phalavi, os Estados Unidos nunca cessaram a campanha de provocações e ameaças ao país. Neste momento, decididos a impedir que os iranianos desenvolvam, de forma soberana e legítima, seu programa nuclear, o imperialismo mundial intensifica sua campanha de ataques e ameaças, se valendo, para tanto, de acusações caluniosas ao regime iraniano.
Com o claro intuito de lançar uma ofensiva militar contra o país persa, o imperialismo e a Arábia Saudita estão acusando os iranianos de estarem envolvidos nos ataques às instalações petrolíferas da monarquia feudal reacionária do Oriente Médio, lançados pelos rebeldes “houthis” iemenitas no final de semana, que nada mais fizeram do que praticar a autodefesa, uma vez que os sauditas vem bombardeando indiscriminadamente o país, atingindo e matando crianças, idosos e mulheres. Sem que haja qualquer comprovação sobre o envolvimento de Teerã nos ataques, o porta-voz do Ministério da Defesa Saudita, Turki al Maliki afirmou que “os ataques não poderiam ter se originado no Iêmen”, dizendo ainda que “as capacidades dos drones e dos mísseis de cruzeiro são conhecidas em Riad por ataques anteriores” (Sítio RT, 18/09). Por sua vez, um analista militar e oficial do exército russo aposentado, Viktor Murakhovsky, disse que os destroços, por si só, “não se qualifica como prova definitiva de que o Irã lançou
um ataque como esse” (idem, 18/09). O especialista militar disse ainda que “Teerã falou em apoio ao direito de autodefesa do Iêmen”. “Além disso, não é difícil para as forças de “houthis” lançar um míssil de cruzeiro, portanto sua responsabilidade não pode ser descartada” (idem, 18/09). Complementando, afirmou ainda que “você não precisa de um especialista em foco estreito para usar esse míssil. Você precisa inserir os dados da missão de lançamento e executar o lançamento, é tudo” (idem, 18/09). Mais uma vez, portanto, o imperialismo mundial, liderado pelos Estados Unidos, fabrica pretextos para ameaçar e atacar militarmente outros povos e nações, a exemplo do que fizeram no Iraque (onde as “ameaçadoras e terríveis” armas de destruição em massa nunca foram encontradas), com o país sendo levado à devastação, onde o número de mortos alcançaram a casa dos milhões. Mais recentemente, no início do século, outra carnificina perpetrada pelo imperialismo, dessa vez no Afeganistão, na caça aos “terroristas do Talibã”, com centenas de
milhares de mortos. Também na Síria o imperialismo tentou cravar suas garras, sendo, no entanto, rechaçado e derrotado pela resistência do povo em armas. A campanha de ataques, acusações e calúnias contra o Irã tem o claro propósito de intimidar o país que se coloca como um dos poucos que não se submete à política e aos ditames do imperialismo na região, marcada por regimes monárquicos reacionários pró-imperialistas. A ofensiva do imperialismo na conturbada região do Golfo Pérsico tem por objetivo – dentre outros – fazer retroceder a luta dos povos do Oriente Médio em defesa da sua autodeterminação, da sua soberania e do seu direito à autodefesa contra a opressão das grandes potências.
IMPERIALISMO
TAILÂNDIA SEGUE NA LUTA!
Honduras: após golpe, aumentam assassinatos de sindicalistas
19/09/2006: golpe imperialista na Tailândia derruba Thaksin Shinawatra
Honduras vive sob golpe de Estado há de dez anos. Desde então, as perseguições às lideranças de esquerda aumentam com assassinatos e agressões sistemáticas.
Golpe foi o início de uma sucessão de golpes de Estado, que conseguiu colocar o partido de Shinawatra na ilegalidade.
O golpe de Estado em Honduras em 2009 inaugurou uma nova ofensiva do imperialismo contra os governos nacionalistas da América Latina. Encurralado por tropas das Forças Armadas hondurenhas, corrompidas pelo imperialismo, o então presidente Manuel Zelaya foi deposto e preso. Mesmo tendo relações estreitas com latifundiários e partidos da direita hondurenha, Zelaya foi derrubado pelo imperialismo norte-americano por defender interesses contrastantes com as pretensões da burguesia mundial. Após a deposição de Zelaya, o regime político se endureceu cada vez mais. Em 2017, o presidente Juan Orlando Hernández, capacho do imperialismo, foi reeleito por meio de uma fraude escancarada. A crise política foi tamanha que as Forças Armadas intervieram diretamente para garantir que o candidato da direita saísse vencedor. Segundo levantamentos recentes da Rede contra a Violência Anti-sindical, Honduras já é o terceiro país na América Latina com mais agressões aos sindicalistas. Já foram contabilizados mais de 40 casos de violência contra os sindicalistas, entre ameaças de
morte, sequestros e assassinatos. A Rede também denunciou que há uma perseguição volumosa de sindicalistas por parte do Poder Judiciário hondurenho, controlado pela direita golpista. Segundo a Rede, os principais casos de ataques contra o movimento popular têm se dado no setor agrícola (77% dos casos), seguido pelo setor público (23%). As perseguições em Honduras comprovam as intenções por trás do golpe de Estado de 2009. Afinal, Honduras se tornou o terceiro país que mais persegue suas lideranças, sendo ultrapassado apenas pela Colômbia e pela Guatemala, que são teleguiadas pelo imperialismo norte-americano. Se a extrema-direita hondurenha não encontrar nenhuma reação em seu caminho, irá dizimar ainda mais o seu próprio povo. Diante da ofensiva da direita contra a América Latina, é preciso mobilizar todos os explorados para defender seu patrimônio das aves de rapina do imperialismo. É preciso organizar o povo hondurenho, bem como o venezuelano e o brasileiro, para enfrentar, com os meios que sejam necessários, os seus algozes e impedir na luta que a extrema-direita avance.
13 anos atrás, acontecia o golpe de Estado na Tailândia que levou a deposição do primeiro ministro Thaksin Shinawatra. O golpe contou com influência direta do imperialismo e com uma ampla cobertura da imprensa imperialista, que procurou mostrar o golpe como um movimento de massas da população, assim como no Brasil. Ao contrário da tese apresentada pela mídia, as massas nada mais eram do que organizações montadas pelo imperialismo para dar sustentação ao golpe de estado. De maneira extremamente semelhante ao que aconteceu no Brasil, a mídia procurou dizer que a população estava cansada dos casos de corrupção por parte do governo. Shinawatra teve de renunciar em 19 de Setembro de 2019 e se auto
exilar no Reino Unido. Assim como a esquerda pequeno burguesa brasileira faz atualmente, apostou tudo nas eleições, conseguindo levar sua irmão ao poder em 2011 por meio do voto expressivo de toda a população (o que demonstrou como as marchas em 2006 eram falsas). A alegria durou pouco e, em 2014, Yingluck Shinawatra foi deposta por um novo golpe de estado, que colocou os militares tailandeses no poder. É necessário aprender com a história para que o movimento dos trabalhadores não cometa os mesmos erros novamente. Assim como na Tailândia, esperar as eleições só nos levará para um caminho de mais golpes. É necessário mobilizar a população contra o golpe já. Fora Bolsonaro!
INTERNACIONAL | 11
MADURO TEM APOIO DA POPULAÇÃO
Burguesia aumenta pressão para derrubar o governo Maduro Apesar dos constantes ataques contr ao governo eleito na Venezuela, governo se mantem de pé. Burguesia brasileira deseja golpe no país vizinho. Segundo matéria do jornal golpista Folha de S. Paulo, a ala olavista do governo fascista de Jair Bolsonaro estaria disposta a anistiar os integrantes do governo Maduro na Venezuela, caso o presidente eleito pelo povo aceitasse renunciar e abdicar de se candidatar. Acontece que a Folha é o maior jornal burguês do país, com maior influência e a que mais se vende para o imperialismo, principalmente o norte-americano, para atacar a população brasileira. A indicação de que a ala de Olavo de Carvalho estaria disposta a anistiar Maduro e seus aliados políticos, demonstra que a burguesia brasileira está totalmente disposta a aumentar a pressão contra a Venezuela. Na matéria da Folha, há inúmeros
elementos que tentam demonstrar como consenso que a Venezuela vive uma ditadura, quando na verdade sabemos que se trata de uma armação do imperialismo internacional contra o país com riquíssimo em reservas de petróleo. A Folha lamenta, inclusive, que não haja militares dispostos a dar um golpe no país, apesar de todos os ataques dos países imperialistas contra o governo, fato que o Jornal nem tenta mascarar. É fundamental para a luta de todo o povo latino americano que Maduro e o povo Venezuelano se mantenham firmes contra o avanço dos países imperialistas contra o país. O imperialismo não tem nada a oferecer senão miséria e a rapinagem do país.
ELEIÇÕES EM ISRAEL
Para a luta da esquerda contra o imperialismo, que sirva como exemplo, as consequências do acordo de “paz”estabelecido entre o governo colom-
biano e as FARCs. O caminho do povo armado venezuelano – o que tudo indica -, será o exemplo para uma América Latina livre do jugo imperialista.
EUA ACUSA NOVAMENTE O IRÃ
Parceiro de Bolsonaro, Netanyahu, Imperialismo: EUA acusa Irã para fica em 2º na eleição geral aumentar sanções contra o país Parceiro político de Jair Bolsonaro, Netanyahu vê o partido de seu opositor ganhar as eleições em Israel.
O imperialismo norte-americano já decidiu: o Irã é culpado por ataques às refinarias da Arábia Saudita
Após 99% das apurações nas eleições de Israel, o partido vencedor foi o Azul e Branco de Benny Gantz, seguido do partido Likud de Binyamin Netanyahu, parceiro de Jair Bolsonaro. O partido de Ganz ficará com 32 cadeiras, enquanto o ´partido do atual primeiro ministro ficará com 31. Uma novidade nas eleições foi a votação para a Lista Árabe, que agora ficará com o terceiro maior número de assentos no Knesset. Ganz pode optar por tentar fazer uma coalização com a Lista Árabe e assim conquistar a maioria no parlamento, mas, também há o risco de que ele tente fazer uma coalizão com
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta (18/09) que seu governo irá aumentar substancialmente as sanções contra o Irã, solicitando ao seu secretário de Tesouro as providências para tal. Segundo Trump os iranianos são os responsáveis pelos ataques às refinarias da Saudi Aramco (estatal saudita do petróleo) em Abqaiq, ocorridos no último sábado (14/09). As afirmações de Trump avalizam as do secretário de Estado Mike Pompeo e do secretário de defesa Mark Esper que, desde o sábado, atribuem a culpa ao Irã, mesmo antes de qualquer investigação. O ataque foi reivindicado pelo grupo denominado Houthi do Iêmen no mesmo dia, grupo que combate o governo Iemenita, acusado de cometer ataques contra o próprio povo iemenita, chegando a deixar cidades inteiras sem água e alimento, governo que é apoiado pela Arábia Saudita e os EUA. O governo do Irã emitiu resposta formal às acusações por meio de uma carta entregue à embaixada Suíça em Teerã nesta quarta (18/09), pois os EUA cortaram relações diplomáticas com o país. Na carta afirma que os ataques contra a refinaria saudita “não são obra do Irã” e ainda que “se um ato for realizado contra o Irã, esse ato imediatamente receberá imediata resposta do Irã e seu alcance não se limitará à origem da ameaça”. A forma como os EUA tratam situações de conflito, demonstram seu caráter imperialista e violento. Assim como em diversos outros ataques por todo o Oriente Médio, não há qualquer investigação real que seja apresentada. Somente há informações superficiais co-
o partido de Netanyahu para tentar barrar a polarização política que vem crescendo na região. Israel é um dos maiores pilares da dominação dos EUA no Oriente Médio. O Estado é responsável por um dos maiores massacres contínuos da história da humanidade, tendo até hoje o povo palestino como alvo. A crise política na região vem levando a uma polarização da população que pode tomar um ímpeto revolucionário no sentido de acabar com o estado sionista. As eleições representam uma tentativa de manter o regime de pé, com um pouco mais de participação árabe como maneira de conter a polarização.
mo: “o ataque ocorreu com drones e é uma tecnologia que o Irã possui ” ou “os Houthi não seriam capazes de fazer um ataque desse tipo”. O “modus operandi” é o de sempre, o governo dos EUA se apressa em afirmar a culpabilidade dos ataques, utiliza somente afirmações, se esquiva de qualquer diálogo diplomático e se apoia em uma campanha dos monopólios da imprensa para manipular a opinião pública contra os países oprimidos pelo próprio imperialismo. É importante destacar que as tais sanções determinadas pelos EUA, seguidas pelas demais potências imperialistas, não atingem o governo ou os dirigentes políticos de um determinado país. Assim, como acontece neste momento na Venezuela onde a população está pagando com a vida os efeitos do bloqueio econômico imposto pelos EUA, o povo iraniano poderá passar por situação similar. As sanções econômicas que visam sufocar o governo iraniano, atacam diretamente o povo, pois ao restringir o comércio internacional impede o país de adquirir alimentos, remédios, equipamentos hospitalares, produtos químicos etc. É essa a “beleza” da democracia norte-americana que, quando não consegue impor governos subservientes aos seus interesses, utiliza ferramentas econômicas e políticas muitas vezes mais destrutivas que ataques armados. É preciso compreender que o imperialismo é uma ameaça à autonomia dos povos em todo o mundo. Não haverá real independência, principalmente para países oprimidos, de capitalismo atrasado, cheios de necessidades sociais e econômicas, enquanto houver a ameaça dos países imperialistas.
12 | MOVIMENTO OPERÁRIO
EDUCAÇÃO EM CRISE
Professores da rede municipal entram em greve em Salvador Faz 7 dias que a paralização foi anunciada e não houve acordo Os professores da rede municipal de ensino da Bahia entraram em greve nesta terça-feira (17). A decisão da greve foi tomada uma semana antes (10) em assembleia que determinou a paralização da categoria durante encontro promovido pela APLB-Sindicato entre professores e gestores. Segundo a diretora-administrativa da APLB, Elza Melo, a assembleia que decidiu a paralização foi “participativa, categoria unida, coesa em torno da pauta, não só a pauta corporativa, mas política. Estamos sob um governo fascista que vem destruindo a Educação, as nossa riquezas e a Democracia. Portanto, a categoria está unida pela Educação”. No dia de início da paralisação, houve uma audiência pública na Câmara de Vereadores. As negociações, que devem acontecer até o dia 23, serão acompanhadas pela categoria, que se reúne em nova assembleia no dia 24. “esse período teremos eleições para escolha de gestores das escolas municipais, um processo democrático na nossa rede, onde todos os profissionais da classe acompanham. Nós, trabalhadores da Educação seguiremos na luta contra essa pauta apresentada pelos governos Bolsonaro e ACM Neto, seu aliado”, disse Elza. A direção da APLB-Sindicato esteve presente na manhã desta terça-feira (17), no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador participando de uma audiência pública promovi-
da pela Comissão de Educação Esporte e Lazer da Câmara de Vereadores de Salvador com o tema “Padrão SMED”. A APLB defendeu nessa audiência a revisão imediata do Padrão SMED. Marcos Barreto, diretor de Imprensa da APLB fez parte da composição da mesa e esclareceu pontos importantes sobre o tema. Além disso, Marcos enfatizou a luta do Sindicato que está sempre atento às necessidades da educação e dos profissionais que atuam nesta área. Exemplo desta postura foi a rápida atuação da direção da APLB, que encaminhou ofício ao secretário de Educação, conseguindo suspender o reordenamento dos coordenadores pedagógicos nas escolas da rede municipal. Atrelada à esta questão, na ocasião, esta audiência foi motivada pela Comissão de Educação da Câmara. Marcos em sua fala ressaltou que o problema não é o Padrão SMED, pois de fato é necessário um padrão que possa atender às necessidades e retratar as demandas e prioridades que são exigidas para uma Educação de qualidade. Mas, o que dificulta é a maneira que foi construído e elaborado na época, em 2013, pois revela equívocos e precisa urgente de uma revisão que contemple as alterações que o mundo sofreu de lá para cá. “O Padrão SMED precisa ser precedido de uma profunda discussão. Naquele momento, no ano de 2013, quando foi criado, não tínhamos por exemplo
as novas diretrizes curriculares nacionais, como não tínhamos também um novo plano de carreira, nem o BNCC, nem reserva de jornada. Não dá para imaginar o funcionamento das escolas com base nos novas legislações municipais e estaduais sem realinhar este padrão para que possa contemplar estas alterações”, explicitou Marcos. A diretora Elza Melo também participou da audiência e enfatizou que o Padrão SMED não atende e nunca atendeu às demandas das escolas de Salvador. “Nunca foi cumprido”, denunciou Elza. O vereador Marcos Mendes (PSOL) vice-presidente da Comissão de Educação conduziu a audiência. Também formaram a mesa e criticaram o modelo atual adotado, a representante do Coletivo de Coordenadores e Coordenadoras, Márcia Assad, a integrante do Fórum de Gestoras e Gestores, Liliane Sales, a representante do Fórum Baiano de Educação Infantil, Rose Bomfim, o promotor Valmiro Macedo, do Ministério Público do Estado da Bahia, a vereadora e Ouvidora Aladilce Souza (PCdoB), o vereador Sívio Humberto (PSB) e o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL). Entre os encaminhamentos da audiência: a revisão integral do Padrão SMED, SMA, recomposição da comissão de revisão do Padrão SMED, plenária para revisão da comissão, realização da conferência municipal de Salvador, ação articulada da AL-BA
com os municípios, Fundo Nacional do Desenvolvimento para Educação Básica e análise da matrícula da educação infantil. Entre os dirigentes da APLB que prestigiaram e também fizeram parte do debate, o diretor José Luis Dias, as diretoras Clarice Pereira, Rose Assis, Silvana Coelho, Jhay Lopes e Rita Soares. Assim como ocorre em praticamente todos os municípios e estados do País, a greve dos professores de Salvador é uma expressão da luta contra o golpe, contra a extrema-direita representada em Salvador pelo prefeito do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, que reproduz em escala municipal a destruição do ensino público, uma bandeira fundamental do desmonte do eensino público do Brasil.
EDUCAÇÃO EM CRISE
Bancários de todo o país saem às ruas contra a privatização da Caixa Manifestação dos trabalhadores da Caixa contra a privatização Nos últimos dias 13 e 14 de setembro aconteceu, no país inteiro, manifestações dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal contra a política do governo golpista, Bolsonaro, de privatizações. A Caixa, que é um banco 100% público, está na mira dos neoliberais, capacho dos capitalistas estrangeiros, principalmente o norte-americano, com o objetivo de fatiar a empresa, com a entrega das suas subsidiárias, tais como as áreas de loterias, seguros, cartões, gestão de recursos, etc., para beneficiar meia dúzia de parasitas. O presidente da Caixa já deixou claro que pretende abrir o capital dos ativos do banco nas bolsas de valores de São Paulo e na de Nova York. Além da entrega das subsidiárias, de mão beijada para os banqueiros e capitalistas, a direção do banco vem executando uma reestruturação dentro da empresa que já colocou no olho da rua, através dos famigerados PDV’s (Plano de Demissão “Voluntária”) dezena de milhares de trabalhadores,com fechamento de centenas de agências,
descomissionamentos, arrocho salarial, dentre outras medidas, como forma de “enxugar” o banco com o objetivo de pavimentar o caminho para a sua privatização. É neste sentido que a categoria vem respondendo os ataques da direita golpista, indo para rua realizando manifestações para defender a Caixa 100% pública e proteger esse patrimônio do povo brasileiro, que utiliza grande parte dos seus recursos para programas sociais, além de defender os seus empregos, todo mundo sabe que com a privatização a totalidade dos trabalhadores serão demitidos, vide os exemplos do Banerj, Banespa, e a maioria dos bancos estatuais privatizados na era do governos de FHC (PSDB). As empresas estatais correm um sério risco de privatização. O governo ilegítimo/fascista, Bolsonaro, é um preposto dos banqueiros internacionais, e querem a qualquer custo expropriar, ainda mais, com um objetivo claro de aumentar os seus lucros, os trabalhadores e toda a população em geral.
Não tenhamos dúvidas de que as manifestações que estão ocorrendo no país inteiro pela Liberdade de Lula e Fora Bolsonaro, como o realizado no último dia 14 de setembro, que reuniu milhares de pessoas nas ruas de Curitiba, e as
manifestações em defesa das estatais são fatores fundamentais para barrar a ofensiva dos banqueiros e capitalistas e seus governos contra os trabalhadores e a entrega do patrimônio do povo brasileiro para o capital privado.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 16
FRIGORÍFICOS E O DESMATAMENTO
As queimadas no campo são resultado do governo Jair Bolsonaro Os frigoríficos, bem como os criadores de gado de corte, são um dos setores interessados pelo desmatamento da Amazônia. Não é de hoje que os latifundiários e os donos de frigoríficos atuam em comum acordo quando se trata em burlar toda e qualquer legislação, tanto em relação aos seus funcionários, que são tratados que nem escravos, quanto às legislações ambientais. Visando sempre o aumento de seus lucros, eles mesmos fazem suas próprias leis. Mesmo da própria imprensa golpista, como Globo, por exemplo, apesar de raro, quando há interesse de estimular alguma divisão dentro desses capitalistas, existem relatos sobre casos de desmatamentos, de trabalho escravo e, quando chegam a um acordo, nunca mais se vê notícias sobre tais situações, tornando tudo em uma normalidade, mas as irregularidades continuam a acontecer com a maior naturalidade. As manobras são tantas que, em caso recente, o Ministério Público do Trabalho (MPT) aplicou uma multa milionária contra o grupo JBS/Friboi, por comprar gado sem a devida certificação, tanto os criadores, quanto os
próprios donos dos frigoríficos fazem questão de misturar os animais registrados com os não registrados para confundir quem, por ventura for fiscalizar e, fazer a separação no momento que a fiscalização acontecer. Com o governo ilegítimo do Fascista Jair Bolsonaro, essa situação vem se aprofundando ainda mais. A latifundiária e também golpista, ministra da agricultura Tereza Cristina, para ocultar a si própria, bem como aos seus pares, incluindo os donos dos frigoríficos e o agronegócio em seu conjunto, resolveu facilitar a situação com a extinção da fiscalização pelos órgãos do governo, ou seja, os patrões, que já agiam às escondidas, terão toda a liberdade para agir sem que haja qualquer punição, podendo inclusive, fazer de seus funcionários verdadeiros escravos, aos moldes do período colonial. No final de agosto e início de setembro, os latifundiários, com o aval do fascista Jair Bolsonaro, resolveram, para aumentar o tamanho das pastagens e/ou áreas para plantação, incendiar grande parte da região norte do Brasil,
numa destruição implacável, as florestas e o conjunto da população daquela região, várias aldeias indígenas foram destruídas, tanto pelo fogo, quanto pelos capangas desses latifundiários. O pagamento do financiamento do golpe que destituiu do poder a Dilma Rousseff e prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo
feito com muito sangue da população, destruição e entrega de todas as riquezas naturais do nosso país e, os trabalhadores de todo o país, a população explorada em geral, dos bairros, municípios, estados, enfim, devem se levantar contra tamanha destruição, através de comitês de luta contra o golpe.
ASSEMBLEIA DIA 27 DE SETEMBRO
SP: por uma greve dos educadores O maior sindicato do país chamou assembleia para o dia 27 de setembro A assembleia estadual da Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) está marcada para o próximo dia 27 de setembro, sexta-feira, no Vão Livre do MASP. É o momento de avançar na construção da greve dos professores para enfrentar e derrotar os ataques da direita fascista, representada no governo federal Jair Bolsonaro (PSL) e no governo estadual, por João Doria (PSDB). Como em outros momentos de grande crise no País, a mobilização dos educadores do maior sindicato do Brasil pode desemprenhar um papel importante no sentido de impulsionar uma mobilização mais ampla, que derrote essa ofensiva e ponha abaixo o governo ilegítimo de Bolsonaro e todos os golpistas. No primeiro semestre, os professores da rede estadual de São Paulo foram os protagonistas das manifestações contra a “reforma” da Previdência e o desmonte da educação. A educação é o”bode expiatório” dos golpistas desde o golpe de 2016 e os professores estão sem reajuste há quase cinco anos. A pressão das mobilizações de rua aprofundou a crise do bloco golpista e do governo Bolsonaro, de forma a exibir suas fissuras e contradições. Nesse sentido, as mobilizações podem ser consideradas vitoriosas. Contudo, para avançar na luta, é preciso que as organizações sindicais e os partidos de esquerda agitem uma greve geral
com tempo indeterminado, pois mobilizações pontuais não serão capazes de derrotar a extrema-direita fascista e seu governo. A situação nas universidades se repete em toda rede estadual de ensino (bem como nos municípios) com os governos inimigos da Educação seguindo a política de Bolsonaro de destruição do ensino público. É preciso unificar a luta de todos os educadores e organizar uma greve, por tempo indeterminado, da Educação.
Nesse sentido, a Corrente Educadores em Luta-PCO reivindica: Reajuste salarial já. Nenhum corte nas verbas para a Educação, que os capitalistas paguem pela crise. Mais verbas para a Educação. Verbas públicas somente para o ensino público. Derrotar integralmente a “reforma” da Previdência. Aposentadoria para as professoras aos 25 anos de trabalho e para os professores aos 30 anos.
Fim do roubo dos salários: reposição integral das perdas salariais; Piso Salarial Nacional de R$ 6 mil para todos os professores (Meta 17 do PNE). Abaixo a Escola com Fascismo e a Militarização das Escolas. Ensino Público, Laico e de qualidade para todos, em todos os níveis. Liberdade para Lula e todos os presos políticos. Anulação dos processos da criminosa operação lava jato. Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Eleições Gerais, com Lula candidato.
14 | NEGROS E CULTURA
RACISMO
PUC-Campinas: organizar o movimento negro contra a extrema-direita O racismo é um dos pilares de sustentação do capitalismo, é inerente a ele, apesar das medidas que são tomadas, em grande parte, demagogia. O Ministério Público está investigando um caso de racismo que aconteceu dentro do campus da PUC-Campinas. O inquérito foi protocolado nesta última quarta-feira (18) para apurar o caso. O ocorrido se deu quando um aluno do curso de direito fez imitações de macaco, enquanto uma aluna negra recitava o poema “Me Gritam Negra”, o episódio ocorreu durante um sarau no Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Segundo a promotora Cristiane Hillal, o objetivo é não somente identificar o aluno racista, mas acompanhar como a universidade lida com o caso e quais são as iniciativas tomadas para combater o racismo dentro do local. O que a promotora se esquece de afirmar é que, dentro do modo de produção capitalista, o racismo não tem fim. O racismo é um dos pilares de sustentação do capitalismo, é inerente a ele, apesar das medidas que são tomadas, em grande parte, demagogia.
Os alunos envolvidos no caso de racismo tiveram que pagar multas que variavam de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil, além de cumprirem 124 horas num programa de conscientização e vivência sobre o racismo, feito pelo Centro de Referência de Combate à discriminação Racial. Os estudantes tiveram de assistir a filmes, palestras e atender vítimas deste crime. Contudo, há de se repetir que todas as ações são pura demagogia, não eliminam o racismo da sociedade, só mascaram o problema. Não é o Ministério Público, instituição que vive para sanar os desejos da burguesia, que é igualmente racista, que tem que tratar desses casos de racismo e expulsar os racistas, mas, sim, o movimento negro, no sentido de expulsar a extrema-direita racista não só das universidades, mas da sociedade em geral. Se deixar nas mãos do Ministério Público, a direita vai utilizar isso para perseguir os próprios negros.
SAMBA PELA LIBERDADE DE LULA
CULTURA
Mangueira: samba em referência a Lula concorre para o carnaval 2020
Uzwela: programa da COTV recebe Mirianês Zabot, cantando Gonzaguinha
Samba-enredo da Mangueira deve denunciar medidas dos golpistas
Mirianês traz um sua voz canções de um dos maiores músicos do Brasil. O programa Uzwela dessa semana está imperdível e contará, principalmente, com a presença de Mirianês Zabot, uma grande intérprete de Gonzaguinha. Segundo o jornalista Oscar Pilagallo, Mirianês “é dona de um poder balsâmico capaz de transformar aspereza em brandura, rascância em delicadeza, derramamento em contenção, tudo isso enquanto, mais do que preservar a essência do seu cancioneiro, lhe empresta novas e insuspeitadas possibilidades de interpretação.”
Um dos sambas-enredo concorrentes da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira fala sobre a volta de jesus em um mundo de intolerância, citando várias pessoas que foram assassinadas por motivos de intolerância e repressão. A música se inicia com uma frase dita pelo ex-presidente Lula: “Uma ideia não se prende, sobrevive” mostrando um tom de apoio à Lula Em outra parte, a música fala sobre Kayllane Campos citando o verso “Chorou, ao ser Kayllanes apedrejadas”, Kayllane é neta de uma mãe de santo no Rio de Janeiro e tinha somente 11 anos de idade quando foi apedrejada por fanáticos religiosos, por vestir roupas típicas do candomblé. A música fala também do índio Galdino, que foi assassinado, queimado vivo, em um ponto de ônibus em Brasília
O pedreiro Amarildo também está presente na música, morador da rocinha sequestrado e assassinado covardemente pela Polícia Militar em 2013 E também fala sobre Chico Mendes, sindicalista, ambientalista e ativista político assassinado. A letra da música mostra em si, um tom de descontentamento com toda a repressão, intolerância e assassinatos (todos incentivados pelo presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro) e também um apoio às reivindicações da esquerda e da luta pela liberdade de Lula. O samba concorrente, que é o samba número 15 , foi composto por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama e Márcio Bola. Domênico é um dos compositores do atual samba campeão da Mangueira no Carnaval 2019. Além de compositor, ele é trabalhador dos Correios.
Lembrando que Gonzaguinha é um dos grande músicos brasileiros, mas não só. Luiz Gonzaga ficou conhecido por sua postura crítica à ditadura, o que lhe rendeu até entrar na mira do DOPS. Gonzaguinha chegou a ter 54 músicas censuradas por esse órgão de repressão da ditadura. Agora, Mirianês apresenta as maravilhosas canções de um clássico da música brasileira na COTV, nesta quinta-feira, às 19h. Não perca!
MORADIA E TERRA | 15
OFENSIVA DO LATIFÚNDIO
Indígenas são atacados por pistoleiros em Dourados, MS Indígenas estão sendo atacados e latifundiários preparam um massacre no Mato Grosso do Sul para evitar novas retomadas de terra realizada pelos indígenas Guarani Entre os dias 11 e 12 de setembro, pistoleiros contratados por latifundiários do Mato Grosso do Sul atacaram duas aldeias em áreas retomadas pelos indígenas Guarani-Kaiowá no município de Dourados. Os ataques ocorreram nas proximidades da Reserva Indígena de Dourados, que foi invadida por latifundiários, no Tekoha Ñu Vera. Os indígenas do Ñu Vera afirmam que estão sendo atacados constantemente e de maneira violenta. Relatam torturas, ameaças e mortes em todas as aldeias da região e a formação de milicias de pistoleiros travestidos de empresas de segurança. “Começa sempre com muito tiro nos barracos e depois os jagunços vêm e destroem tudo”, conta uma liderança que não quer se idenficar. Os indígenas temem que podem ocorrer um massacre a qualquer momento.
O Estado de Mato Grosso do Sul, em especial na região de Dourados, está sofrendo com aumento da violência contra os indígenas realizado pelos latifundiários e que vem aumentando desde que Bolsonaro foi colocado na presidência de maneira fraudulenta. Há a formação de grupos de milícias com características fascistas para perseguir, intimidar e assassinar lideranças indígenas por todo o Estado, numa clara tentativa de impedir a luta pela terra dos indígenas. É preciso lutar contra essa situação e a ofensiva da direita contra a demarcação de terras indígenas. É preciso formar comitês de autodefesa dos indígenas em todas as aldeias e organizar uma ofensiva indígena contra os latifundiários e seus grupos de pistoleiros.
ATAQUE À ECONOMIA NACIONAL
Bolsonaro ataca agricultura brasileira: cortes na Embrapa chegam a 45% Cortes na Embrapa revela política anti nacional de Jair Bolsonaro
Mais uma ofensiva contra o povo brasileiro por parte do governo golpista ilegítimo de Jair Bolsonaro. Bolsonaro muda a direção da Embrapa e ameaça agricultura familiar, atendendo a interesses da bancada ruralista. A mudança atende meramente ao setor do agronegócio. A direção sempre atendeu a critérios técnicos e agora será indicados pessoas que atende a interesses ruralistas. Vale salientar que a agricultura familiar correrá grandes riscos no seu desenvolvimento, pois era apoiada pela Embrapa. Bolsonaro está acabando com um dos pilares da economia brasileira, e que deu apoio a sua candidatura, o que demonstra seu capachismo e seu
caracter antinacionalista. Em reunião, o presidente ilegítimo diz “a Embrapa vai ser repotencializada sim”, ficando claro que o interesse do governo é tirar os critérios de pesquisa pública para ter dimensão muito mais voltada ao mercado e aos interesses da bancada ruralista. A intensão do governo é colocar mais um general para assumir o cargo. Os trabalhadores temem pelo futuro, as políticas de pesquisas serão direcionadas para outros campos dos interesses dos ruralistas, deixando de lado a agricultura familiar, a agroecologia, o pequeno produtor, e só atenderão a grandes produtores e exportadores de comodities.
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
16 | ESPORTES
ESPORTES Neymar cumpre suspensão por ter criticado o VAR No futebol da burguesia, não pode cair, não pode criticar, não pode torcer, e o jogo é decido numa tela entre quatro paredes. A última Copa do Mundo consagrou o novo “juiz,” diplomado pelas confederações esportivas, para ajudar a manipular os resultados dos jogos. Exatamente, trata-se do VAR – vídeo assistant referee ou árbitro assistente de vídeo – que “orienta” o árbitro sobre “lances polêmicos” decisivos, curiosamente a favor dos times mais ricos. E esse VAR também goza dos mesmos privilégios dos juízes reacionários, dos policiais e outros membros das forças repressivas que encontramos nas ruas. Uma delas é que eles são blindados a críticas. Sob o pretexto de “desacato à autoridade”, o jogador também precisa ficar quieto a respeito das arbitrariedades desses árbitros. Do contrário: suspensão! Em junho, a UEFA suspendeu Neymar por três jogos, por ter “ofendido” o VAR. Em sua rede social, o jogador criticou um pênalti polêmico: “Isso é uma vergonha. Ainda colocam quatro caras que não entendem de futebol pra ficar olhando o lance em câmera lenta. Isso não existe.
Como o cara vai colocar a mão de costas? Ah vai pra…” O pênalti marado pelo VAR nos acréscimos eliminou seu time do campeonato europeu. O lance foi, no mínimo, contestável, embora a imprensa nada fale a respeito, e proíba as retransmissões com base em “direitos autorais”. O comentário de Neymar é quase o de um lorde inglês, se comparado com os gritos e xingamentos que são tradicionais e tornam o futebol emocionante. Mas eis que a burguesia (sempre criticando Neymar de chorão por tomar carrinho no campo), por ser burguesia, impõe seu jogo, no qual ela não tolera sequer uma crítica na rede social. É o “futebol moderno” defendido pela classe dominante, se transformando num evento burocrático, sem emoção, definido dentro de uma cabine, com jogadores calados, torcedores proibidos de quase tudo, e comentaristas igualmente monótonos, que não ousam levantar uma opinião fora do roteiro definido pela cartolagem.
Veja falsifica resultado de pesquisa para atacar futebol brasileiro A matéria da Veja não é um mero ataque ao esporte, mas também uma ataque contra a nação, rebaixando nossa cultura e atacando assim o próprio povo. Lançada nesta semana, a mais nova pesquisa do Datafolha sobre torcidas de futebol vem causando polêmica. Primeiramente, como toda pesquisa feita por um órgão da burguesia, devemos sempre ter cautela ao analisa-la devido ao alto grau de manipulação de acordo com os seus interesses. A influência dos clubes mais ricos é visível principalmente em regiões como o sul, onde no lugar dos tradicionais clubes dos estados, a pesquisa indicaria que na verdade a grande maioria torceria para times do eixo Rio-São Paulo. Mostrando tanto a manipulação quanto a interferência dos meios de comunicação, que tradicionalmente dão muito mais cobertura aos times do sudeste. Contudo, além da polêmica a respeito das torcidas, outro fato chama a atenção. Fato esse aproveitado cinicamente pela revista Veja, que vai ao ataque direto ao futebol brasileiro. De acordo com a pesquisa, e refor-
çado pela revista, boa parte da população brasileira na verdade não torceria para clube algum. Algo prontamente utilizado para rebaixar um dos maiores símbolos da cultura brasileira, o futebol. A partir destes dados, verdadeiros ou não, a revista Veja desferiu um ataque oportunista ao esporte e ao país. Trazendo em sua manchete um aviso claro de sua política “o Brasil não é o país do futebol”, atacando o que é internacionalmente uma das fontes de maior orgulho nacional para nós brasileiros. Com isto, a Veja segue a risca as manchetes feitas pela imprensa dos países imperialistas, que na ausência de um futebol como o brasileiro, são obrigados a rebaixar o nosso esporte, com o intuito de se dizerem superiores a nós. Ora, e mesmo os dados sendo verdadeiros, é óbvio a manipulação que está em sua volta. Já que o futebol brasileiro, esporte parte da cultura popular,
vai além do simples fato de torcer para um clube (o que é o mais comum), atingido setores da sociedade, que sem ter o compromisso com time a ou b, praticam e vibram com o esporte.
Por isso, a matéria da Veja não é um mero ataque ao esporte, mas também uma ataque a nação, rebaixando nossa cultura e atacando assim o próprio povo.
Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV