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SEXTA-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5771
Não à agressão militar imperialista contra o Irã A crise econômica mundial tem empurrado o imperialismo para ações cada vez mais intensas e perigosas. Temos visto a tensão aumentar em escala internacional. Neste sentido, um caso que se destaca é o do Irã. Depois de um atentado realizado por drones que atingiu uma petroleira na Arábia Saudita, os Estados Unidos passaram a ampliar os ataques contra o Irã, que foi responsabilizado pelo atentado, embora o governo iraniano tenha negado a autoria da ação.
EDITORIAL
Plenária Lula Livre precisa ampliar mobilização A II Plenária Nacional Lula Livre que se realiza amanhã, dia 21, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no bairro da Liberdade em São Paulo, tem a tarefa fundamental de impulsionar uma ampla mobilização contra a criminosa operação Lava Jato e pela Liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Por que não criminalizar a LGBTfobia O Brasil é um dos países que mais matam LGBTs no mundo por motivações homofóbicas, ou seja, exclusivamente em razão da orientação sexual. Diariamente, são vidas que se perdem, honras que se ferem, espaços que se privam em razão da ignorante homotransfobia dominante na sociedade e entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. É, portanto, urgente que sejam tomadas medidas eficazes de combate a estes trágicos números.
Querem nos colonizar atacando nosso futebol
Lava Jato montou “sociedade” com advogado para extorquir a Petrobras As últimas revelações da Vaza Jato, divulgadas pelo The Intercept, em parceria com outros órgãos da imprensa burguesa, ao revelarem a obstinação da Força-Tarefa em tentar impedir a atuação do ministro Gilmar Mendes, do STF, visto por Dallagnol & Cia.
Hoje! CUT convoca atos em todo País Frigoríficos são denunciados por Hoje por todo o País serão realizados os atos convocados pela CUT contra o adquirirem carne de escravagistas governo do golpista ilegítimo Jair Bolsonaro. Em seu chamado, a CUT enumera uma série de pautas contra o governo da direita, em um Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência.
Balanço da greve dos correios: reorganizar a luta contra privatização A greve dos Correios, iniciou no dia 10 de setembro, para se opor aos ataques do governo golpista de Jair Bolsonaro que quer reduzir direitos e benefícios dos trabalhadores ecetistas, visando a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
A Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil, em matéria de 18 de setembro de 2019, através de investigações, constatou que tanto o Hipermercado Pão de Açúcar, quanto o Carrefour e o Cencosud compraram carnes de frigoríficos que adquirem gado de pecuaristas que cometem crime de trabalho escravo contra seus funcionários.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Plenária Lula Livre precisa ampliar mobilização A II Plenária Nacional Lula Livre que se realiza amanhã, dia 21, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no bairro da Liberdade em São Paulo, tem a tarefa fundamental de impulsionar uma ampla mobilização contra a criminosa operação Lava Jato e pela Liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. A Plenária acontece uma semana depois que mais de 2 mil pessoas participaram do I Ato Nacional pela Anulação da Lava jato e pela Liberdade de Lula, em Curitiba, convocados pelo PCO, pelos Comitês de Luta Contra Golpe, Comitês Lula Livre de diversas regiões do País, por importantes organizações de luta dos trabalhadores, como a APEOESP (Sindicato dos Professores Estaduais/SP), e com a participação e o apoio de dirigentes e militantes do PT e de outros setores da esquerda, mostrando uma enorme disposição de luta da militância e o apoio popular dessa politica. Como assinalou a ex-presidenta Dilma Rouseff, no último fim de semana, “Lula está na prisão porque, se sair de lá, muda a correlação de forças políticas no Brasil”. Todo ativista de esquerda que deseja mudar a “correlação de forças” em favor dos trabalhadores, que defende os interesses dos explorados acima dos interesses da burguesia, dos interesses de grupos e indivíduos, abutres e inimigos das causas
populares, precisam, por certo, se colocar a favor de sua liberdade. Não se trata apenas de defender os direitos democráticos de Lula, profundamente violentados, trata-se de defender os direitos democráticos e as condições de vida da imensa maioria do povo brasileiro, duramente afetadas pelo golpe de Estado e pelos governos golpistas apoiados por aqueles
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que apoiaram a sua prisão e que não querem ver a luta pela sua liberdade. Os representantes do PCO e dos Comitês de Luta Contra o Golpe, vão à Plenária para – junto com companheiros do PT e de toda a esquerda que desejam levar adiante esta luta- apoiar o combate para que essa tendência de luta, de polarização contra os golpistas expressa pela revolta popular contra o
governo ilegítimo de Bolsonaro e no apoio cada vez maior ao ex-presidente se desenvolva. O Partido vai propor a realização de novos atos nacionais, a intensificação dos mutirões de coleta de assinaturas nos abaixo-assinados pela liberdade de Lula, a convocação efetiva para que a campana seja levada aos locais de trabalho (junto com os sindicatos), a realização de atos em todos os Estados e outras atividades, que busquem impulsionar uma mobilização poderosa capaz de libertar Lula, o que só pode ser resultado de uma ampla luta de massas. Na Plenária e no movimento de luta dos explorados, é preciso deixar para trás a politica de aliança com os golpistas, com os que defendem as “reformas” de Bolsonaro contra os trabalhadores, que defendem “Lula preso” e buscar a unidade na luta dos que defendem e lutam por “Lula livre”. Essa unidade tem que ir muito alem das palavras e discursos servir como uma poderosa alavanca para impulsionar a mobilização revolucionária que é preciso colocar em movimento pela anulação da lava jato, imediata liberdade de Lula e de todos os presos políticos, pelo fim do regime golpista, como o “fora Bolsonaro”e todos os golpistas, pela anulação das eleições fraudulentas de 2018, convocação de novas eleições livres e democráticas, com Lula candidato.
OPINIÃO| 3 COLUNA
Querem nos colonizar atacando nosso futebol Por Henrique Áreas de Araujo
Se é fato que o brasileiro forma sua personalidade aprendendo a chutar uma bola, a torcer para um time de futebol ou na hipótese menos intensa olhando os adultos mais próximos envolvidos na emoção desse esporte, é fato também que entre as camadas médias da população, normalmente aquelas que têm maior informação há uma propaganda ideológica que diz que o futebol seria um mal, um elemento de “alienação” do povo. Tal ideologia chega inclusive ao ponto de atribuir ao esporte bretão a culpe pelas mazelas do País. Quem nunca ouviu ou até mesmo falou as frases “o povo só pensa em futebol” ou “enquanto os políticos roubam, o povo se preocupa com futebol” ou “futebol é a política do pão e circo”. A esquerda pequeno-burguesa, acostumada com as discussões vazias da academia, e sem dar importância para as coisas genuínas do povo acaba sendo um importante meio de transmissão dessa ideologia. O objetivo dessa coluna não é tanto revelar o absurdo de tal ideologia mas mostrar que na atual etapa do capitalismo internacional e especificamente no Brasil ela não é apenas uma ideia equivocada mas uma ideologia reacionária a serviço dos interesses dos mais obscuros interesses imperialistas. O futebol é o esporte mais popular do mundo, não há dúvida disso. O Brasil tem uma importante parcela de culpa nessa popularização. O esporte veio da Inglaterra, trazido por Cherles Miller, e como resultado de uma intensa luta social que não nos cabe pormenorizar aqui acabou se transformando num esporte do povo, praticado pelo povo, pelos trabalhadores, pelos negros. O resultado dessa luta, que de certa forma acontece até os dias de hoje, foi que os trabalhadores, em particular o povo negro, conseguiu se apropriar do esporte vindo da Inglaterra e mais do que isso conseguiu transformar o esporte dando novos contornos, introduzindo novas habilidades que foram exportadas para o resto do mundo. O povo brasileiro recebeu um esporte importando da Europa e exportou para os europeus um novo esporte, uma nova forma de jogar e compreender o jogo. O brasileiro engoliu aquele esporte, mastigou, deglutiu, digeriu e vomitou um produto novo a partir das características iniciais. Nesse sentido, é correto afirmar que o futebol brasileiro é um produto genuíno da cultura nacional. Ou seja, o futebol é parte indissociável da formação da cultura e da sociedade
brasileira. Apenas por isso já é possível perceber que os ataques contra o futebol, mesmo quando aparecem com verniz esquerdista como no caso do “futebol alienação”, são na realidade uma ataque profundo ao povo brasileiro. Atacar o futebol é como atacar o samba, a música caipira, o baião etc, é como atacar a os movimentos literários nacionais, é como atacar nossa história. Agora, parênteses: a colonização de um povo passa por colonizar sua cultura para desmoraliza-lo, convencê-lo que é inferior e assim facilitar o roubo de suas riquezas. Dito isso, fica óbvio que o futebol é um alvo preferencial. Mas há um agravante aí. O futebol não é simplesmente uma expressão cultural. É um gigantesco negócio capitalista que envolve milhões e milhões todos os anos, seja nas transações dos jogadores, seja nas definições dos campeonatos. Grandes monopólios que patrocinam os clubes e jogadores, os especuladores que ganham com as ofertas dos passes dos atletas, os direitos de transmissão e outras movimentações financeiras que fazem desse esporte mais popular do mundo, também o mais rico do mundo. E aí existe um problema, uma contradição. Um país atrasado economicamente como o Brasil domina o esporte no mundo todo. Ganha importância então atacar o futebol brasileiro. Na atual etapa do capitalismo, de profunda crise econômica, o imperialismo aumenta a carga contra o Brasil. E é aí que entra os atuais acontecimentos envolvendo o futebol brasileiro. Nenhum deles são coincidências, nem acasos. Vejamos: A CBF, juntamente com os deputados golpistas, Rodrigo Maia (DEM) estando à frente, se apressa em aprovar
um projeto de clube-empresa. Caso seja aprovado, tal projeto irá aprofundar o domínio dos grandes monopólios capitalistas no futebol brasileiro. A tendência monopolista do atual estágio do capitalismo se expressa em todos as aspectos da vida social, incluindo aí o esporte e a cultura. Não pode haver dúvida que o objetivo dos grandes capitalistas é transformar o Brasil em um País com poucos times competitivos, como acontece nos países europeus. Logicamente que pela tradição do futebol brasileiro e pelo tamanho do País e da sua população esta não será uma tarefa fácil, mas é esse o objetivo. De certa maneira, nas últimas décadas é isso que vem acontecendo, com a destruição dos clubes do interior ou os chamados “pequenos”. O exemplo da grande e tradicional Portuguesa de Desportos talvez seja o mais dramático. Faz parte desse movimento no sentido do clube-empresa as proibições contras as torcidas, a censura e perseguição contra as organizadas e os preços exorbitantes das arenas. A prefeitura de São Paulo anunciou esta semana a privatização do Pacaembú, um dos estádios mais tradicionais do mundo. Não bastasse privatizar, o tobogã será demolido para a construção de um prédio comercial. É como se decidissem privatizar o Museu do Ipiranga e demolir alguns de sus cômodos para transformar em Shopping Center. Outro exemplo importante de ataques ao futebol brasileiro é a campanha que tem sido feita contra a Seleção, contra os jogadores – Neymar sendo alvo principal – e contra os técnicos brasileiros. Desde que o Brasil se mostrou uma Seleção imbatível, os Europeus colonizadores do País buscam influenciar
ideologicamente os brasileiros de que seria necessário um esquema tático mais defensivo. É como se o Brasil estivesse moralmente proibido de jogar o seu estilo genuíno de futebol. Chamou a atenção essa semana uma pesquisa feita pelo instituto DataFolha sobre o tamanho das torcidas no País, não pelo resultado, já que não há grandes novidades tendo flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras ocupando as quatro primeiras posições, mas pela interpretação dada pela revista Veja, um dos principais veículos golpistas e portanto pró-imperialista. Matéria da Veja decidiu falsificar descaradamente o resultado da pesquisa para questionar que o Brasil é o País do futebol. Segundo a matéria, os 22% de pessoas que afirmam não torcer para nenhum time mostram que os brasileiros não ligam para o futebol. Uma falsificação grotesca, já que 78% afirma torcer para algum time, ou seja, a esmagadora maioria. O interesse da golpista Veja está claro: procurar convencer o brasileiro, especificamente a classe média que a lê, que o futebol não tem importância para o povo. Que venham os europeus, então! E por fim, fiquei espantado ao conversar recentemente com um jovem amigo que me disse que há colegas de colégio que torcem para times europeus. Esse é um fenômeno recente, mas assustador, do avançado processo de colonização do nosso futebol. O imperialismo procura nos dominar com sua música de péssima qualidade, com seu cinema de péssimo gosto e com seu futebol de perna de pau. A informação bate com a recente descoberta que tive ao ouvir uma entrevista do representante da La Liga (a empresa que gere o campeonato espanhol) no Brasil. O imperialismo está aqui dentro para nos roubar, roubar nossos jogadores e roubar nossa alma, destruir nossa cultura e nos dominar culturalmente, politicamente e economicamente. O tal representante espanhol afirmou que em Países da África de menos tradição no futebol a população nutre simpatia para os times da Espanha. Esse é o objetivo aqui no Brasil também! Os Países atrasados no mundo todo tinham – de certa forma ainda têm – no Brasil o exemplo de um País pobre e negro que consegue vencer os poderosos no esporte mais popular do mundo. Pelé é um ídolo no mundo todo, na África, na Ásia, na América Latina e o Brasil é a Seleção de todos os oprimidos. O imperialismo não aceita isso.
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4 | INTERNACIONAL
INTERVENÇÃO
Não à agressão militar imperialista contra o Irã Irã é um dos alvos dos Estados Unidos A crise econômica mundial tem empurrado o imperialismo para ações cada vez mais intensas e perigosas. Temos visto a tensão aumentar em escala internacional. Neste sentido, um caso que se destaca é o do Irã. Depois de um atentado realizado por drones que atingiu uma petroleira na Arábia Saudita, os Estados Unidos passaram a ampliar os ataques contra o Irã, que foi responsabilizado pelo atentado, embora o governo iraniano tenha negado a autoria da ação. O caso envolve o conflito no Iêmen, onde iemenitas houthis enfrentam o próprio governo do Iêmen e a Arábia Saudita. De acordo com a imprensa internacional, supostas inscrições nos mísseis dos houthis seriam a prova da participação do Irã neste atentado. Mesmo se fôssemos acreditar piamente no que afirmam os “especialistas” dos Estados Unidos e da Arábia Saudi-
ta, trata-se de um argumento cretino. Com base na mesma argumentação, os Estados Unidos poderiam ter sido atacados em inúmeras oportunidades, dado o fato, de conhecimento público, de que os norte-americanos financiaram grupos armados em todos os cantos do mundo. Na realidade, vemos mais uma vez o imperialismo utilizando um pretexto qualquer para justificar as suas ações militares, que sempre têm o objetivo principal de favorecer economicamente as empresas imperialistas. Assim como vimos recentemente nos casos do Iraque, do Afeganistão, da Síria e também no caso da Venezuela, em absolutamente todas as guerras em que entraram, os poderosos norte-americanos sempre justificaram suas ações militares com base em ataques que sofreram, em geral vindos de países muito inferiores do ponto de vista bélico.
O caso específico do Irã tem escalado recentemente desde a vitória eleitoral de Trump, representante de um setor secundário do imperialismo norte-americano. A pressão e as agressões contra o Irã têm aumentado, e há inclusive o risco de uma guerra imperialista contra o país do Oriente Médio.
Mais uma vez, devemos denunciar a farsa criada pelo imperialismo contra um país oprimido, que em certa medida consegue impor alguns limites à dominação imperialista. Não às agressões militares imperialistas ao Irã! Fora o imperialismo do Oriente Médio!
HÁ 18 ANOS
20/09/2001: George Bush declara a “Guerra ao Terror” A política imperialista norte-americana fez diversos países atrasados sofrerem com guerras e intervenções militares ao longo das duas últimas décadas.
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Há exatos 18 anos, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou a chamada “Guerra ao Terror”, uma série de operações de cunho militar e político em diversos países do mundo, logo após os ataques de aviões às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, que foram reduzidas a escombros em 11 de Setembro de 2001. Os atentados foram utilizados como uma desculpa para inúmeras intervenções militares, invasões e golpes em países mais pobres e atrasados, causando destruição, inúmeras mortes e mantendo as populações sob o domínio da política dos norte-americanos. Esta nova etapa, de uma série de campanhas militares levadas pelos norte-americano, se iniciaram em 2003, com a invasão do Iraque. A justificativa para a intervenção havia sido a existência de um “programa secreto que desenvolvia armas de destruição em massa”, em colaboração com a Al-Qaeda, o que não foi comprovado e serviu apenas para estabelecer uma guerra civil e colocar o país à beira do colapso. Outras invasões ocorreram ao longo dessas quase duas décadas de operações no Afeganistão, no Paquistão, na Síria e no Líbano. O problema é que as intervenções militares não se reduzem apenas às guerras e ofensivas destrutivas, elas ocorrem também em níveis menos agressivos, como no uso de tropas de assalto em operações especiais de “combate ao terrorismo”; na espiona-
gem constante de movimentações de grupos opositores; no fornecimento de treino, consultoria e assistência a militares que fazem parte das forças armadas oficiais locais; na perseguição política de líderes populares e no uso de suas mais de 800 bases espalhadas ao redor do mundo; dentre outras medidas que geram uma extensa lista de vítimas: Iêmen, Tunísia, Somália, Mali, Kênia, Níger, Nigéria, Djibouti, Filipinas e vários outros países ainda sofrem com estas ações. E se levarmos em conta ainda as ameaças de intervenção que recentemente foram declaradas abertamente e noticiadas na imprensa mundial, podemos colocar Irã, Venezuela e Coreia do Norte como potenciais alvos em um futuro próximo. Graças à decadência do sistema capitalista, os EUA não conseguem limitar sua política repressiva somente no interior das suas fronteiras: eles precisam intervir diretamente nos demais países para manter o controle da política e da economia mundial, em que a chamada “Guerra ao Terror” é apenas mais um capítulo na histórica campanha imperialista, que gera resultados infrutíferos ao redor do mundo. É importante lembrar também que as ações dos EUA geram gastos astronômicos no orçamento de defesa, represálias diplomáticas e crises internas da população norte-americana, que envia seus familiares para servir nas tropas imperialistas e morrer na guerra, para servir aos interesses da burguesia.
INTERNACIONAL | 5
CAPITALISMO EM CRISE
Economia mundial em desbarrancada Desaceleração mundial à vista A economia mundial encontra-se em desbarrancada. A crise mundial se aprofunda, menor crescimento desde de 2008, vários cenários apontam para uma crise sem precedentes, sendo pior que a de 2008. A OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico), organização internacional composta por 34 países e com sede em Paris, França, diz ter objetivo de promover políticas que visem o desenvolvimento econômico e o bem estar social de pessoas por todos o mundo, além de primar pela harmonização da economia no âmbito nacional e internacional. É uma organização que tinha um nome anterior, de OECE, que foi idealizada em 1947 com o objetivo de cooperar na implementação do plano Marshall, um plano financeiro norte-americano, que consistia em ajudar a Europa pós Guerra Mundial. Em 1961 a OCDE foi oficializada. Dentre os países membros estão: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coréia, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Peru, Polônia, Portugal e Reino Unido. Os principais objetivos da OCDE são: • Buscar o desenvolvimento econômico entre os países membros. • Desenvolver a estabilidade econômica entre os países membros.
• Contribuir para o crescimento do comércio mundial. • Melhorar o nível de vida entre os países membros. • Cooperar para o desenvolvimento de emprego entre os países membros Vale salientar, que dentre todos esses objetivos o interesse é meramente para o grande capital imperialista, que tenta, demagogicamente, passar a ideia de que tem ações sociais relevante para os países pobres. A relevância é a criação de um falso sentimento de democracia, criando uma cortina de fumaça, no que consolida a opressão, o capachismo e subjugação total das nações pobre. Concluindo-se dessa forma a tentativa de sobrevivência do capitalismo diante de uma crise mundial sem precedentes. Essa organização imperialista, reduziu consideravelmente as previsões de crescimento da economia mundial para 2019 e 2020, situadas no menor nível desde a crise financeira de 2008/2009. O crescimento mundial ficará abaixo de 3% este ano, em 2,9%, o que representa 0,3 a menos que nas previsões de maio. A OCDE diz ser a incerteza provocada pelo Brexit, a guerra comercial e o endividamento os principais motivos para a desaceleração do crescimento mundial, provando dessa maneira a crise do sistema capitalista que massacra países como o Brasil, aniquila a economia, extermina a população e
estabelece o caos sociais em proporções jamais vistas. A tendência é se agravar com a desaceleração da China e a queda de sua importações de matérias-primas. A guerra comercial entre Estados Unidos e China tem efeitos imprevisíveis para o Brasil, e a China, jogando o jogo capitalista, anuncia ao mundo a desvalorização de sua moeda, o Yuan. A importação de commodities (matéria-prima) para China caiu significativamente. As commodities são matéria-prima produzida em larga escala, que assumem características relevantes como grande importância mundial, produto de origem primária, alto nível de comercialização, qualidade e traço uniforme de produção e não diferenciação de marca, por conseguinte são vistas como investimentos. Com a crise mundial, esses investimentos tendem a desvalorizar pois muitos dos produtos existem em outros países, sendo assim não conseguiremos ter compradores para manter o giro comercial. As nossas principais commodities são agrícolas (café, boi gordo, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio). Existe uma guerra comercial e também uma guerra tecnológica no mundo. A guerra pelo padrão 5G (quinta geração de internet móvel) e os impactos que isso vai ter na próxima onda de inovações. Uma decisão conjuntural, dentro desse sistema capitalista, seria adotar uma postura de independência, com políticas internas moderadas e simples, negociar com países vizinhos
e com iguais problemas econômicos, não esquecendo que isso seria uma decisão desesperadora para se manter nesse sistema, sendo que a melhor solução seria derrubar o sistema capitalista e colocar um novo sistema, mais justo e igualitário, como o sistema socialista. Porém, a radicalização da guerra comercial e por hegemonia das superpotências americanas e orientais dificulta a adoção dessa postura e, como se não bastasse, ainda há o alinhamento do presidente golpista ilegitimo Jair Bolsonaro ao presidente americano Donald Trump, colocando o Brasil com um capacho, uma colônia americana. Se não bastassem esses problemas graves econômicos, seguem ainda as redes midiáticas divulgando estatísticas de alta em bolsa de valores, numa política demagógica e especulativa, como no Brasil, com economia em recessão e bolsas atingindo altos picos. Tudo uma cortina de fumaça para não espantar, ativar, incentivar e motivar a população a avançar em direção às ruas. É preciso esclarecer, publicar, denunciar, todos os tipos de informação construídas de forma demagógica e especulativa para que as massas e suas organizações, sindicatos, partidos, lutem em torno das mobilizações, greves, fechamentos das fábricas, pois só assim impulsionará os trabalhadores a irem às ruas com seus cartazes, faixas, bandeiras, a fim de derrubar o sistema opressor e consolidar um sistema igualitário, onde o povo organizará o estado.
6 | POLÍTICA
FORA BOLSONARO!
Hoje! CUT convoca atos em todo País Momento é favorável para a mobilização contra o governo, é preciso aproveitar para derrotar a direita Hoje por todo o País serão realizados os atos convocados pela CUT contra o governo do golpista ilegítimo Jair Bolsonaro. Em seu chamado, a CUT enumera uma série de pautas contra o governo da direita, em um Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência. A data foi escolhida para ficar próxima do dia da votação da reforma da Previdência no senado, marcada para o dia 24. A CUT também realizará assembleias e reuniões nos locais de trabalho para discutir a reforma da Previdência e os ataques aos direitos trabalhistas. Essa é uma iniciativa importante de uma central que reúne milhares de sindicatos em todo o país e constitui a maior organizações operária brasileira. A mobilização da CUT contra o governo golpista é fundamental na luta contra a direita. Para os trabalhadores o governo Bolsonaro é um inimigo mortal. Em menos de um ano de governo, Bolsonaro está prestes a aprovar uma reforma da Previdência que significa o roubo das aposentadorias de milhões de pessoas e atacou uma série de direitos trabalhistas. Além disso, já anunciou que pretende tirar o reajus-
te do salário mínimo da Constituição e vender todas as estatais. O Brasil está em um período favorável para a luta contra o governo, com uma tendência à mobilização. Em maio, dois grandes atos tomaram o país contra Bolsonaro, tendo os cortes nas universidades como estopim. Agora, é preciso levantar também as palavras de ordem mais gerais de oposição ao governo, sem limitar-se a pautas parciais. A luta exclusivamente por pautas parciais pode levar à desmoralização e à desarticulação das forças que estão em luta contra a direita. É preciso ter uma política que aglutine e acumule forças para que de fato seja viável impor uma derrota à direita. Por isso, hoje é mais um dia para levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro! Essa é a palavra de ordem mais popular no Brasil hoje, e representa uma saída à esquerda para a crise política nacional. A continuidade do governo Bolsonaro é um desastre para os trabalhadores e para o País. Esse é um governo neoliberal altamente destrutivo. Não é possível esperar até 2022, é preciso agir agora. Todos devem ir às ruas hoje para os atos convocados pela CUT.
Saiba onde já tem atos marcados: Bahia – Caminhada da Praça do Campo Grande até Praça Castro Alves em Salvador, a partir das 9h. Brasília – Ato na Plataforma inferior da Rodoviária de Brasília, a partir das 17h. Minas Gerais – A partir das 9h, manifestações dos servidores públicos municipais e estaduais, pressão nos escritórios regionais dos senadores e depois marcha pelo centro da cidade com concentração na frente da prefeitura. Paraíba – A partir das 5h, uma caminhada e limpeza na praia. A concentração será no Busto de Tamandaré, seguindo até o final da praia do Cabo Branco. Pernambuco – Ato na Praça do Derby, em Recife –
concentração a partir das 14h. Santa Catarina – Ato com concentração às 15 horas, na Câmara de Vereadores em Guaramirim (Rua Vinte e Oito de Agosto, 2042- Centro) – para protestar e pedir uma audiência pública sobre o fechamento do terminal da Petrobras na cidade, pois esse abastece toda região e com o fechamento o município pode perder até 30% da arrecadação. – Em Florianópolis, o ato está sendo chamado para às 17h, no largo da Catedral. São Paulo - Na capital paulista, as atividades estão programadas a partir das 13h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), com aula pública sobre aquecimento global e oficinas de cartazes. O ato terá concentração às 16h.
PROJETO PRIVATIZA OS IMPOSTOS
Dilma denuncia projeto financeiro fraudulento de Serra: “um escândalo” Com o PL 459/2017, que tramita em regime de urgência na Câmara, municípios poderão vender para os bancos privados o direito de recebimento de impostos repassados pelos estados. Uma das agendas neoliberais do governo bolsonarista é permitir aos capitalistas se apropriarem dos impostos que são arrecadados pela União, estados e municípios. E o senador José Serra (PSDB-SP) tem uma parte nisso, propondo o Projeto de Lei 459/2017, que agora tramita com urgência na Câmara dos Deputados. O projeto prevê a possibilidade de “securitização de créditos,” um nome técnico para a possibilidade de os entes federados (municípios, estados e a União) possam vender para o setor privado os direitos sobre o recebimento de impostos arrecadados. A engenharia financeira funciona da seguinte forma: um município poderia pegar dinheiro emprestado de um banco privado e, em troca, emitir debêntures (títulos de dívida) que dariam ao banco o direito de receber, por exemplo, o ICMS arrecadado pelo Estado, e que seria repassado ao município. A propaganda feita aos parlamentares é de que este seria um ótimo negócio para os municípios, que estão com pressa e precisam de recursos, não podendo esperar os repasses, que ainda correm risco de não acontecerem, etc. Mas o fato é que este tipo de estratégia permite uma série de falcatruas e
comprometimentos orçamentários. Por exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte vendeu por R$200 milhões o direito de arrecadações tributárias no valor de R$880 milhões + inflação + 1% de juros ao mês! O alerta é feito pela pesquisadora Maria Lúcia Fatorelli, coordenadora da
Auditoria Cidadã da Dívida, e recebeu o apoio de Dilma Rousseff. O projeto não passou pelas comissões do senado e por estudos de impactos exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. É possível, com este esquema, que prefeituras e estados comprometam suas previsões de orçamentos, vendendo
os recebíveis por valores menores, desorganizando a administração pública. Além do mais, não é preciso licitação ou auditoria para a criação das “sociedades para fins específicos”, ou seja, as empresas que serão criadas para a finalidade de administrar este tipo de transação.
POLÍTICA | 7
COMBUSTÍVEIS
A Petrobras dos golpistas: novo aumento de diesel e gasolina A culpa é do drone que atacou a Arábia Saudita A Petrobrás anunciou que irá elevar o preço médio do diesel nas refinarias a partir dessa quinta-feita (19) em 4,2% e o da gasolina em 3,5%. Esse aumento foi anunciado após os ataques feitos com drones às instalações da produtora de petróleo Saudi Aramco nesse final de semana, o que elevou o preço internacional do petróleo. O presidente capacho dos EUA, Jair Bolsonaro, havia afirmado, nessa segunda-feira (16), que a Petrobrás não iria aumentar de imediato os valores dos combustíveis. Na segunda-feira, em resposta ao ataque, o preço internacional do petróleo teve um pico de 15%, com o Brent (tipo de petróleo cru, referência para o preço médio internacional) atingindo o maior ganho percentual diário em mais de 30 anos. Da sexta-feira (13) até agora, o barril do Brent teve alta de 5,6%, com o barril fechando a 63,60 dólares nesta quarta-feira. Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), afirma que “aguardar a estabilização dos preços após o evento na Arábia Saudita era necessário”. Ele considera que os ajustes declarados pela Petrobras nessa quarta-feira são um sinal claro de que a empresa está caminhando para estabelecer preços alinhados com o mercado internacional.
Os preços da gasolina e do diesel são estabelecidos pelas cotações internacionais de ambos, adicionando a essas os custos para o transporte dos combustíveis e taxas portuárias. Desde a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, a Petrobras vem evitando passar as oscilações do mercado externo, influenciadas pelo preço do dólar, para os clientes. Como já sabemos, a política de Bolsonaro é a de tornar o Brasil uma colônia dos EUA. Não há intenção alguma em fortalecer a Petrobras ou qualquer outra empresa, para reverter seus lucros ao povo brasileiro. O intenção é manter o Brasil servil, como uma colônia extrativista. Esse sempre foi o plano da direita para o Brasil. Na mão dos golpistas, a Petrobras mantém o preço do petróleo atrelado ao valor do dólar, o que não interessa nem um pouco ao povo, que paga cada vez mais caro pelo combustível, muitas vezes produzido com petróleo brasileiro. Os EUA, junto com os seus fantoches da Arábia Saudita, parecem estar querendo dar início a uma guerra contra o Irã. A tensão se elevou após o ministro de defesa saudita mostrar destroços de mísseis e drones, afirmando serem evidências “inegáveis” de que seriam de origem iraniana. Esse epi-
sódio pode muito bem ser o início de uma operação de falsa bandeira, ou seja, um evento criado para tentar incriminar o Irã, uma tática muito usada pelo imperialismo para declarar guerras a nações que não se curvam aos seus interesses. Lembremos das “armas de destruição em massa” que nunca existiram
no Iraque e foram utilizadas como pretexto para invadir o país. Esse ataque com o drone poderia justificar uma reação por parte da Arábia Saudita, ou mesmo dos EUA, que vêm demonizando o Irã há muitos anos. É bom lembrar que, em 20 de Junho desse ano, o Irã derrubou um drone estadunidense que sobrevoava o Estreito de Ormuz.
ATAQUE À ECONOMIA NACIONAL
Lava Jato montou “sociedade” com advogado para extorquir a Petrobras Os membros da Lava Jato atuaram em parceria com o advogado dos acionistas minoritários da Petrobrás, que buscavam saquear bilhões da empresa brasileira As últimas revelações da Vaza Jato, divulgadas pelo The Intercept, em parceria com outros órgãos da imprensa burguesa, ao revelarem a obstinação da Força-Tarefa em tentar impedir a atuação do ministro Gilmar Mendes, do STF, visto por Dallagnol & Cia. como um obstáculo aos seus planos, levantaram a lebre a respeito da relação entre o advogado Modesto Carvalhosa, um elemento da direita e crítico assíduo da ala do STF que, por assim dizer, apresenta contradições com a operação, e a Lava Jato. As conversas vazadas mostram os membros da Lava Jato confabulando e traçando estratégias para pedir o impeachment de Gilmar Mendes. Numa das conversas, a procuradora de São Paulo, Thaméa Danelon, põe Dallagnol a par dos preparativos de um pedido de impeachment contra o ministro do STF: “O Professor Carvalhosa [Modesto Carvalhosa] vai arguir o impeachment de Gilmar. Ele pediu para eu minutar para ele”, disse ela num chat privado, em 3 de maio de 2017. O advogado protocolaria o pedido de impeachment contra Mendes neste ano de 2019. Modesto Carvalhosa, no entanto, não era uma figura desinteressada,
nem tinha em compromisso puramente ideológico, no desenrolar dessa luta. Conforme noticiou em março deste ano o site Conjur, ligado ao mundo jurídico, Carvalhosa e a Lava Jato eram “sócios” num negócio milionário.
O negócio tem a ver com o absurdo acordo — já barrado pelo STF — que os procuradores da Lava Jato e a diretoria golpista da Petrobrás assinaram com o Departamento de Justiça norte-americano, acordo esse
em função do qual a petroleira brasileira se comprometeu a pagar US$ 853 milhões para se livrar de processos movidos nos EUA. Nos termos do acordo, ficou acertado que R$ 2,5 bilhões seriam pagos no Brasil. Desse valor, metade iria para o farsesco “combate à corrupção” e metade seria destinada ao pagamento de acionistas que eventualmente ganhassem ações judiciais contra a Petrobras. A “sociedade” entre Carvalhosa e a Lava Jato fica então explicada: o escritório do advogado representa sócios minoritários da Petrobras numa ação em que se chega a pleitear uma indenização de R$ 80 bilhões. O caso tramita na Câmara de Arbitragem do Mercado da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Em outras palavras, Modesto Carvalhosa é o representante de setores da burguesia que buscam extrair alguma vantagem do acordo leonino arquitetado pelo imperialismo norte-americano para destroçar a empresa brasileira. São setores locais que se associam com o imperialismo e que, ao fim e ao cabo, buscam abocanhar algumas migalhas caídas da mesa de jantar das verdadeiras forças dominantes.
8 | POLÍTICA
PELEGUISMO
Balanço da greve dos correios: reorganizar a luta contra privatização Sindicalistas dos Correios se unificam contra a luta dos trabalhadores e terminam greve da categoria entregando a sorte dos ecetistas nas mãos dos ministros golpistas do TST A greve dos Correios, iniciou no dia 10 de setembro, para se opor aos ataques do governo golpista de Jair Bolsonaro que quer reduzir direitos e benefícios dos trabalhadores ecetistas, visando a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Essa greve criou grande expectativas no interior da esquerda brasileira e de outras categorias de trabalhadores do serviço público que também estão na mira da privatização desse governo ilegítimo. Em primeiro lugar, por que estava em marcha a primeira greve de uma categoria nacional contra esse governo golpista, direitista e totalmente anti-trabalhadores de Bolsonaro. Em segundo lugar, devido à importância dos Correios, a tradição de luta dos trabalhadores dessa empresa, pois essa greve poderia alavancar outras greves no país, levando a uma unidade real de trabalhadores na luta, através de uma greve geral, contra o governo Bolsonaro. No entanto, as expectativas da greve dos trabalhadores dos Correios foi frustada pelo posicionamento pelego e traidor das direções sindicais que controlam as entidades sindicais na categoria, apelidados de Bando dos Quatro (sindicalistas do PT, PCdoB, PS-
TU e diretoria do Sintect-MG LPS). A greve que começou forte, em todos os estados do país, foi encerrada, 7 dias depois, dia 17 de setembro, sem nem mesmo os sindicalistas dos Correios ligado ao Bando dos Quatro conseguir negociar os dias parados. A orientação dos sindicalistas de acabar com a greve se pautava apenas na esperança de um resultado positivo no julgamento do dissidio da categoria no TST, marcado para o dia 02 de outubro. Dizendo que a greve teve como mérito levar a ECT para dissídio e ganhar com isso, 14 dias de manutenção do atual acordo coletivo. Os sindicalistas do Bando dos Quatro apresentou com vitória, o acordo coletivo desse ano ser julgado no TST golpista, sem greve, com os trabalhadores desarmados. Os sindicalistas do Bando dos Quatro não deixaram que a greve pressionasse a empresa, colocaram os trabalhadores para dentro das unidades, desafogando a pressão que iria crescer com a evolução da greve. A direção da ECT, com o fim da greve, não recuou uma vírgula de suas intenções, de retirar direitos e benefícios, que somam mais de 6 mil reais de perdas por ano nos salários dos trabalhadores de base (a exemplo da redu-
ção dos vales alimentação/refeições), política que tem como objetivo preparar o terreno para privatização da ECT. A VERDADE SOBRE A “PROPOSTA” DO “AMIGO” TST20 A audiência de conciliação do dia 12 de setembro, realizada entre representantes dos trabalhadores dos Correios e direção golpista da ECT, motivada pelo início da greve, foi realizada para única e exclusivamente acabar com a greve da categoria. Sem oferecer nada em troca, o TST exigiu o fim da greve, multando os sindicatos em 50 mil reais por dia, se não tivessem 70% do efetivo trabalhando, um ataque ao direito de greve da categoria, e por fim, exigiu que a categoria acabasse com a greve até o dia 17 de setembro, para que os trabalhadores esperassem como “cordeirinhos” pelo julgamento do dissídio do acordo coletivo marcado para o dia 02 de outubro, sob a ameaça de que o TST ajudaria a empresa ferrar a categoria até lá, liberando a empresa não acatar os acordos tradicionais dos trabalhadores. Um verdadeiro escárnio, que qualquer sindicalista sério deveria responder ao ministro biônico do TST de que a categoria não vai aceitar ser abusada
nos seus direitos, e de que a greve é um direito e a única forma de se contrapor a esses abusos, portanto, a greve continuaria. No entanto, os sindicalistas do Bando dos Quatro não só ficaram calados diante do abuso do TST/ECT, como usaram o tribunal golpista para assustar os trabalhadores e propor rendição da categoria, abandonando a única arma que os trabalhadores possuem para se manter vivo diante das ameaças de Jair Bolsonaro. Para que os trabalhadores retornem a luta contra a privatização é preciso ultrapassar o peleguismo das direções sindicais.
BB ATACA TRABALHADORES
Direção do BB ataca trabalhadores do Suporte Operacional Mais uma investida reacionária da direção do BB contra os trabalhadores Os trabalhadores da área de Suporte Operacional são alvo, mais uma vez, de ataques por parte da direção do banco. Os caixas executivos, que fazem parte do PSO (Plataforma de Suporte Operacional) do Banco do Brasil, são vítimas sistemáticas da direção golpista do banco, e estão, sistematicamente, comendo o pão que o diabo amaçou, com a falta de pessoal, filas gigantescas de clientes nas agências, arrocho salarial, etc. Recentemente tentaram introduzir para esses trabalhadores, logo que eles deixassem de atender as filas do caixa, e passassem a trabalhar no telefone para ligar para os clientes e venderem produtos, com a justificativa de não estarem cumprindo as metas estabelecidas; um absurdo já que a função de caixa, segundo as próprias normas do banco, não tem função de vender produtos. A gratificação que recebem (gratificação de caixa) é única e exclusivamente para exercer a função de caixa e nada mais. A mais recente ofensiva, da direita reacionária, do banco contra esses trabalhadores é a pressão para que os funcionários façam a adesão ao banco de horas, para evitar que o BB pague
horas extras, e para que retirem as folgas que possuem na forma que as gerências assim determinarem, que na maioria dos casos vai no sentido contrário ao interesse do trabalhador. Os ataques aos trabalhadores do PSO é parte de uma política de conjunto do governo golpistas, Bolsonaro, que tem como fundamento principal a tentativa de privatização do banco. Assim como vem acontecendo no PSO, a totalidade das agências e dependências do banco passa por um
profundo ataque, com a tal “reestruturação”, onde o banco está passando por cima de todos os direitos dos trabalhadores, conquistados através de mais de um século de lutas. Fechamento de agências, que trás como consequência descomissionamento e demissão em massa, transferência compulsória de funcionários das suas localidades de origem, aumento das doenças ocupacionais, assédio moral; são apenas alguns exemplos do que os trabalhadores vem sofrendo com
a atual gestão do Banco do Brasil no governo do fascista, Bolsonaro. É necessário organizar uma grande mobilização dos bancários do Banco do Brasil, conjuntamente com os demais bancários e trabalhadores, através das suas organizações, para barrar todos os ataques da direita golpista e derrotar os golpistas e seus governos, com a palavra de ordem que unifique toda a classe trabalhadora pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Liberdade para Lula, Eleições Gerais.
POLÊMICA E CIDADES | 9
EDUCAÇÃO
Governo golpista nunca vai alcançar meta do PNE As metas estabelecidas por Dilma ficaram mais distantes No início do segundo mandato de Dilma Rousself, ela estabeleceu algumas metas para a educação no Brasil: a erradicação do analfabetismo, a universalização do atendimento escolar e a superação das desigualdades educacionais. As medidas para melhorar a educação no geral são: aumentar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo, e também igualar a escolaridade média entre negros e brancos. A medida é aumentar a taxa de matrícula na educação superior para 50% da população entre 18 a 24 anos, pelo menos, 40% das novas matrículas, no ensino público. Essas metas deveriam ser alcançadas ao longo de dez anos, segundo o
Plano Nacional de Educação PNE, porém segundo o Censo para a Educação de 2018, o Ministério da Educação (MEC) está muito distante dessas metas, principalmente por causa dos cortes e o congelamento de verbas que estão sendo promovidos pelo governo golpista de Jair Bolsonaro. O governo golpista e fraudulento está promovendo diversas medidas não para alcançar as metas do PNE, mas para destruir o ensino público em todas as esferas, promovendo a escola com fascismo, o notório saber, o congelamento de gastos, o corte de 30% das universidades federais, o Future-se, enfim a meta dos golpistas é destruir o ensino público e entregar aos bancos todas as riquezas do país. Todas as Universidades, professores e estudantes devem pedir o Fora
Bolsonaro para barrar todos os retrocessos. É de extrema importância que os estudantes, os professores e os demais trabalhadores tomem suas universidades para lutar contra o go-
verno ilegítimo e fascista. Somente a mobilização da população conseguirá derrotar o autoritarismo e conseguir garantir os direitos democráticos da população.
TRABALHO ESCRAVO
Frigoríficos são denunciados por adquirirem carne de escravagistas Redes de hipermercados são denunciadas por venda de carne adquiridas por latifundiários escravagistas, frigoestrela, Frigotil e Boi Brasil estão envolvidos nessa trama A Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil, em matéria de 18 de setembro de 2019, através de investigações, constatou que tanto o Hipermercado Pão de Açúcar, quanto o Carrefour e o Cencosud compraram carnes de frigoríficos que adquirem gado de pecuaristas que cometem crime de trabalho escravo contra seus funcionários. Conforme a ONG, três frigoríficos estão envolvidos em venda de carne de compra de fazendas que estão incluídas na “lista suja” do trabalho escravo – cadastro do governo federal que identifica pessoas e empresas que flagradas que praticam esse crime. Carrefour, GPA e Cencosud estão entre os quatro maiores grupos varejistas do país. As três redes se comprometeram no passado a não comprar produtos de empregadores que estão na “lista suja”. Carrefour e Pão de Açúcar assinaram o Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo, de 2005, enquanto a Cencosud assinou carta de compromisso no ano passado. Juntos, esses três grupos correspondem a mais de 2000 lojas em todo o país.
Como em geral ocorre, quando são pegos em flagrante delito, os patrões sempre têm uma desculpa esfarrapada e, neste caso, também não é diferente, veja as explicações: O Pão de Açúcar suspendeu seus fornecedores, segundo informou a diretoria de Sustentabilidade do GPA à Repórter Brasil. Os frigoríficos que deixaram de vender para as lojas do grupo são Frigotil e Frigoestrela.
O Cencosud negou ter comprado carne de frigoríficos que negociam com fazendeiros incluídos na “lista suja” do trabalho escravo. Já o Carrefour, inicialmente, afirmou que iria aguardar o posicionamento de seu fornecedor, e ao tomar conhecimento da denúncia, informou que “após apuração interna e esclarecimento do fornecedor, decidiu suspender a compra de produtos do Frigoestrela”.
Localizado em Timon (MA), o Frigotil comprou gado de dois pecuaristas na “lista suja” entre 2018 e 2019. O frigorífico Boi Brasil, que possui três plantas de abate no Tocantins, também comprou gado de um pecuarista da “lista suja” em 2018. A Repórter Brasil identificou carnes da empresa sendo vendidas na rede de supermercados Bretas, em Goiânia (GO), também em 2018. O Boi Brasil não respondeu aos questionamentos encaminhados pela reportagem. Os frigoríficos, os latifundiários, e as grandes redes de hipermercados, de conjunto, mencionado na denúncia da Repórter Brasil, não têm nenhuma preocupação de que os produtos que adquirem e vendem aos consumidores tenham a marca do chicote nas costas dos escravos, chamados por esses gananciosos de “colaboradores”, por isso, não se importam com as fiscalizações e as comprovadas denúncias, principalmente sendo apoiado pelo próprio governo do fascista Jair Bolsonaro estimulador de tamanhas atrocidades, com as vastas regiões queimadas em várias partes do país, por esses mesmos escravagistas.
10 | POLÊMICA E CIDADES
POLÊMICA
Por que não criminalizar a LGBTfobia Sítio Justificando explica por que não se deve apoiar a criminalização da LGBTfobia O Diário Causa Operária reproduz a seguir artigo de Erica do Amaral Matos no sítio jurídico Justificando, publicado em 14 de fevereiro de 2019: O Brasil é um dos países que mais matam LGBTs no mundo por motivações homofóbicas, ou seja, exclusivamente em razão da orientação sexual. Diariamente, são vidas que se perdem, honras que se ferem, espaços que se privam em razão da ignorante homotransfobia dominante na sociedade e entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. É, portanto, urgente que sejam tomadas medidas eficazes de combate a estes trágicos números. Nesse cenário, a demanda pela criminalização da homofobia constitui bandeira de diversos movimentos sociais e políticos há anos e agora é protagonista de discussão no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Um dos eixos argumentativos está no fato de que outras minorias sociais, como negros e mulheres, já ganharam espaço na nossa legislação, através da lei do racismo, da lei Maria da Penha e, posteriormente, com o feminicídio. A tipificação de atos LGBTfóbicos, então, traria uma maior conscientização em relação aos direitos do grupo. Além disso, considerando o enfoque reprodutor de desigualdades da legislação penal brasileira, a mudança reverteria essa lógica ao criar leis vindas de classes oprimidas. Ainda, inferem que a simbologia trazida pela criminalização é de significativa importância para afirmar a proteção dessa população vitimizada na atual conjuntura de um governo conservador. Sem desmerecer quaisquer desses argumentos e, principalmente, dessas
preocupações, proponho um olhar diverso sobre o tema, a partir de uma perspectiva criminológica crítica, e questiono: a criminalização da LGBTfobia cumpriria as funções que se esperam sejam cumpridas? Tendo como os resultados desejados a (a) diminuição do preconceito e (b) a redução da violência (física, psíquica, verbal e outras) contra LGBTs, passamos à análise. Em primeiro lugar, importante combater a ideia de que a não criminalização em tipo específico de homofobia represente impunidade aos atos criminosos contra essa população. Isso porque esses podem ser enquadrados como lesão, homicídio ou qualquer outro tipo de agressão já tipificada, com a justa possibilidade de aumento de pena e de qualificação em razão da motivação e outras circunstâncias. Em segundo lugar, a criminalização de condutas não diminui a criminalidade. Fato é que, mesmo possuindo a terceira maior população carcerária do mundo e um altíssimo número de pessoas sob o controle penal (integrando a net-widening [1]), o Brasil ainda possui elevadas taxas de criminalidade e também de reincidência criminal. São muitos os estudos que comprovam a falácia da pretensa “ressocialização” ou da “reeducação” através da pena. Ou seja: a criminalização da homofobia seria ineficaz para “reeducar” o homotransfóbico. O Direito Penal, justamente pelo seu caráter repressor e totalitário, não é capaz de educar qualquer pessoa, mas tão somente de colaborar, ainda mais, com o seu processo de desaculturamento e de institucionalização [2]. Ainda que se argumente que o caráter educativo vise a outras pessoas
e não ao hipotético criminoso, esta função – de prevenção geral negativa – igualmente já se mostrou falaciosa. A prova da ineficácia da intimidação através da criminalização é cada novo crime que acontece a cada segundo. Se a pena coagisse alguém a não cometer crimes, não teríamos índices de criminalidade em crescimento. Soma-se, ainda, outra questão. A criminalização secundária recai majoritariamente sobre a população mais marginalizada da sociedade. Da mesma forma, funciona a prisão. Essa é povoada, sobretudo, por pessoas pobres e negras que, quando egressas do sistema, são jogadas novamente à própria sorte, e, muito certamente, capazes de cometer ainda mais delitos. A punição penal tem hoje a sua razão de ser na neutralização completa do indivíduo, sua incapacitação e exclusão da sociedade. Trata-se de uma espécie de bulimia social, como bem definiu Jock Young: o sistema penal engole os excluídos, os armazena e, posteriormente, os expele [3]. Criminalizar novas condutas é uma maneira de alimentar esse sistema ineficaz e perpetuar as desigualdades de classe e de raça que ele reforça. Isso porque, nas palavras de Maria Lúcia Karam, ao comentar sobre a tendência de movimentos de esquerda em aderirem à ideologia punitivista, “sendo a pena, em essência, pura e simples manifestação de poder – e, no que nos diz respeito, poder de classe do Estado capitalista – é necessária e prioritariamente dirigida aos excluídos, aos desprovidos deste poder” [4]. Vale dizer, inclusive, que a prisão é em si um locus de práticas completamente homotransfóbicas. Defendê-la
como alternativa ao preconceito sexual e de gênero se torna contraditório. Pessoas transexuais não têm sua identidade respeitada e, muitas vezes, são inseridas em estabelecimentos não próprios ao seu gênero; LGBTs são discriminados de todos os modos imagináveis, a começar pela divisão de espaços e objetos; práticas violentas como estupro “corretivo” são muito comuns; e segue a lista. Posto isso, é de fácil compreensão que os objetivos outrora levantados de diminuição do preconceito ou de educação e de diminuição de atos homotransfóbicos não serão alcançados pela criminalização. Não é preciso lembrar que o Direito Penal é (ou deveria ser) a ultima ratio. Somente quando todas as possibilidades em outros ramos do direito não se mostrarem suficientes, poderá ser acionado. É de rigor que sejam tomadas medidas afirmativas no combate à discriminação por conta de orientação sexual e de identidade de gênero, devendo visar efetivamente à transformação social. Entretanto, apostar no Direito Penal – ainda que simbolicamente – como um instrumento capaz de diminuir qualquer tipo de violência é contribuir para expansão do poder punitivo contra os oprimidos e conferir-lhe credibilidade para atuar como máquina violenta e mortífera contra as pessoas que sempre estiveram à margem e esquecidas. Erica do Amaral é mestranda em Direito Penal e Criminologia e bacharela pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Coordenadora-Adjunta do Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Advogada criminalista.
MEIO AMBIENTE
Demagogia: direita quer proibir copos e pratos plásticos em São Paulo A direita ligada às grandes empresas e indústrias não cansa de fazer demagogia para justificar mais leis repressivas sobre a classe trabalhadora. A direita está sempre procurando brechas nas necessidades da sociedade para criar mais leis, mais lucro e, ainda de quebra, mostrar o quanto é “progressista e “democrática”. A questão do meio ambiente está muito em evidência, principalmente depois das queimadas que assolaram o território amazônico, onde até o imperialismo francês quis vir dar pitaco em problemas que não são dele, contudo, a justiça burguesa vem tentando utilizar essa temática para benefício próprio. Na tentativa de surfar nas pautas progressistas, nesta quarta-feira (18), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que proíbe os hotéis, restaurantes, padarias, bares e outros estabelecimentos comerciais de fornecerem copos, talheres, pratos e outros objetos que sejam de
plástico descartável. O projeto é do vereador do Partido Verde, Xexéu Tripoli e ainda precisa passar por uma segunda votação e pelo crivo do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Essa medida não passa de um ataque aos pobres, mais uma vez, como é característico da direita. Culpabilizam a população pela destruição e poluição quando sabem que, na verdade, os responsáveis por prejudicar o meio ambiente são as grandes empresas, que constantemente jogam os lixos de suas empresas em rios, mares e lagos. Ou das prefeituras, que não tratam direito o problema do esgoto das cidades, do lixo reciclável, dentre outras coisas. O principais prejudicados com essa lei, que prevê multas de até R$ 8 mil, serão os pequenos comerciantes, do-
nos de pequenos restaurantes, etc., já que utensílios de plástico tendem a ser mais baratos do que os outros. Enquanto o Estado corta orçamento de coleta de lixo, esgoto, fiscalização da poluição das indústrias, a direita tenta empurrar a responsabilidade no consumo da população. Isso é uma especie de fascismo ecológico e de aumento de leis repressivas contra a população. Enquanto isso, as grandes empresas e indústrias ficam sem fiscalização, sendo que essas são uma das principais responsáveis pela deterioração do meio ambiente, mas como muitas dessas empresas e indústrias são ligadas aos políticos, a impunidade come solta. De qualquer forma, a natureza não comporta o modo de produção capitalista, pois ultrapassa todos os
limites que possibilitam alguma regeneração do meio ambiente. Se produz muito mais do que se consome, muito do excedente é simplesmente jogado fora, como se fosse nada. Não tem ecologia que sustente um meio ambiente saudável no capitalismo, são coisas completamente incompatíveis, não existe “capitalismo ecológico” que dê conta de autuar de maneira incisiva e eficaz os grandes capitalistas. O discurso de acabar com os utensílios de plástico não passa de pura demagogia da direita para fazer bonito frente à imprensa burguesa e alcançar outros públicos que possam trazer lucro, além de ser claramente mais um ataque à classe trabalhadora, afinal, os critérios utilizados pela burguesia são sempre os que apontam pobre como culpado de qualquer coisa.
NEGROS | MULHERES | 11
RACISMO INSTITUCIONAL
BH: Prefeito golpista desmantela combate ao racismo O objetivo dos golpistas é acabar com todos os mecanismos de luta contra as opressões do Estado, é para isso que eles foram colocados lá. Em matéria para o sítio The Intercept, Etiene Martins, ex-gerente de Prevenção à Violência e Criminalidade Juvenil em Belo Horizonte, conta como o racismo institucional existe e é cruel com quem é negro e tenta combatê-lo, mostrando que, muitas vezes, as pessoas nem se dão ao trabalho de praticarem um racismo velado. Em 2017, Etiene foi nomeada ao cargo de gerente descrito acima, onde sua principal atribuição era coordenar o programa de prevenção à morte de jovens e adolescentes que, em sua maioria, em negros e pobres. Como em todo âmbito da sociedade capitalista, Etiene teve que engolir à seco diversas falas racistas que escutava durante o período de trabalho, o que tornava tudo mais difícil, tendo em vista que ela mesma, além de ser negra, havia sido criada na periferia, onde enterrou amigos negros que
morreram na mão do Estado. Os ânimos esquentaram quando ela ouviu de um guarda municipal que “preto bom é preto morto”. Esse não é um discurso exatamente surpreendente vindo de um agente do Estado, afinal, o papel dele é justamente esse, perpetuar de forma ostensiva os desejos do Estado burguês, oprimindo e aviltando a população negra e pobre. Etiene, de pronto, acionou a corregedoria que, após 6 meses, concluiu que a fala do guarda não configuravam dolo, ou seja, quando não há intenção de cometer um crime e que era apenas uma fala inapropriada para o local de trabalho. Tudo parecia uma chacota com as denúncias dela. Essa é a resposta do Estado quando você precisa dele, a justiça burguesa é absolutamente inútil quando se trata daqueles que sustentam o capitalismo, a classe trabalhadora. Etiene foi
orientada a não levar o caso adiante, que não o publicizasse, contudo, ela seguiu em frente e, após receber um e-mail da chefe dela dizendo “depois da sua argumentação de hoje, você me fez constatar que para representar a SMSP é necessário um gerente branco como o Sebastião e lugar de negra é limpando o chão”, fez outra denúncia. Por fim, Etiene foi exonerada do cargo pelo prefeito da cidade. Sem qualquer tipo de argumento, a direita atropelou Etiene e seu trabalho e projetos de combate ao racismo. A direita golpista que atua em Minas Gerais e em Belo Horizonte segue a linha bolsonarista de fazer as coisas, que é a pior possível sempre. Esse caso é um claro exemplo da ofensiva do governo dos golpistas no sentido de desmantelar todos os órgãos institucionais que possibilitem alguma assistência ao povo negro.
Infelizmente, o povo negro não pode contar com o Estado para terem alguma segurança, pois esse é o principal perpetuador de racismo, é dele que a polícia tem carta branca para matar preto e pobre, pois, no capitalismo, tudo é baseado na luta de classes. É necessário e urgente que o povo negro se organize em comitês de autodefesa, se mobilizem contra os ataques dos direitistas e expulsem os racistas na mesma moeda.
DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO
Latifundiário absolvido pela justiça sobre discriminação às mulheres Segundo estudos, a discriminação entre os gêneros no país, apenas na área rural, é 66% maior que a média mundial, o que é fruto da exploração capitalista que vivemos. Um grande latifundiário de Pato de Minas foi absolvido pela Justiça do Trabalho de Minas Gerais, em uma ação que pedia a condenação por discriminação de gênero no processo de contratação de mulheres para o cargo de operador de máquinas. O produtor rural já havia sido absolvido pelo juiz da Vara do Trabalho de Patos de Minas e por unanimidade dos desembargadores da 11º turma do TRT-MG, para eles a ausência de mulheres na função é decorrente da falta de candidata às vagas. Na ação, movida pelo Ministério Público do Trabalho, o fazendeiro teria como condenação, parar de praticar atos discriminatórios, principalmente no processo de contratação das trabalhadoras. Caso não cumprisse, pagaria uma multa de R$ 10 mil por trabalhadora prejudicada. O órgão também reivindicou uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 220 mil. De acordo com os documentos apresentados de 2012 a 2017, apenas no ano de 2011 foram contratadas 6 trabalhadoras para a função de operadora de máquinas, e em 2012 todas foram dispensadas sem justa causa. Analisando os documentos, também fica claro que a maioria das mulheres que trabalham na fazenda, exercem funções como: faxineira, copeira e ajudante rural. Enquanto os homens ocupam funções como operadores de máquinas, controlador, contador, fiscal de turma, auxiliar administrativo, motoristas e técnico de vendas.
Mesmo com esses dados, o fazendeiro nega todas as acusações. Segundo ele, ele nunca fez discriminação de gênero, sexo, religião e idade e tem uma grande dificuldade em contratar mulheres para as vagas dos trabalhadores rurais, principalmente para os serviços mais pesados. Sendo assim, claro, o Estado burguês absolveu mais um grande latifundiário. Segundo estudos, a discriminação entre os gêneros, no país, apenas na área rural, é 66% maior que a média mundial. É preciso ter claro que essas desigualdades, assim como a dupla jornada e a renda inferior, são frutos da exploração imposta pelos capitalistas. Toda classe trabalhadora, principalmente as camponesas, são brutalmente reprimidas e colocadas em condição de inferioridade. Nesse sentido, fica claro que a igualdade entre os gêneros não será resolvida por esse Estado capitalista que é o grande vilão das mulheres, e sim com o fim do capitalismo.
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12 | JUVENTUDE | CULTURA
ABRIR CAMINHO PARA A JUVENTUDE
7 motivos para a juventude participar dos atos de hoje A derrubada de Bolsonaro e a liberdade para o ex-presidente Lula são as reivindicações mais importantes no momento para os jovens. Hoje, sexta-feira, dia 20/09/2019, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em conjunto com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convoca atos por todo o Brasil para uma luta nacional contra a reforma da previdência, pela defesa da educação e dos direitos trabalhistas. O dia foi escolhido para coincidir com os atos mundiais conhecidos como “greves climáticas”. Apesar das palavras de ordem visando pautas parciais, podemos resumir as reivindicações com as palavras de ordem de “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula”. E por que a juventude deve estar presente nesse dia? Abaixo listamos 7 motivos para a participação dos jovens: 1. É pela defesa da educação Os ataques do governo golpista de Jair Bolsonaro prejudicam o ensino público. O presidente golpista já nomeou diretamente vários reitores, sem respeitar as eleições das universidades; cortou as verbas da educação, prejudicando os serviços básicos de infraestrutura; lançou uma carteirinha digital, para esvaziar a da UNE; quer implantar o projeto “Future-se”, visando privatizar as universidades; tenta implantar um modelo de militarização das escolas, para controlar os alunos; dentre outras medidas absurdas. 2. É pelo ensino público das universidades É muito claro a intenção por parte da burguesia de privatizar as universidades e institutos de ensino públicos, bem demonstrada no projeto “Future-
-se”. A redução de verbas prejudica os serviços fornecidos e impede as pesquisas se desenvolverem, visando um barateamento de custo e facilitar a entrega ao capital privado. O estudante, que atualmente enfrenta a dificuldade de arranjar renda, e sua família vão ter de arcar com as despesas de mensalidade, o que vai limitar o ensino apenas aos setores mais ricos da população. 3. É pela experiência de se fazer política O movimento estudantil, historicamente, sempre foi bastante combativo do ponto de vista político. O seu frescor revolucionário, próprio dos “jovens que estão livres de toda responsabilidade pelo passado” das derrotas do movimento operário os fazem candidatos ideais para renovar a fileira da vanguarda de mobilizações. As condições para as manifestações estão dadas aqui no Brasil, é necessário apenas ampliar o movimento.“Somente o entusiasmo fresco e o espírito agressivo da juventude podem assegurar os sucessos preliminares na luta”. – Leon Trótski, O Programa de Transição. 4. É pela defesa das conquistas dos trabalhadores Aliados dos estudantes e fundamentais para o sucesso da luta, estão os trabalhadores, detentores de inúmeras conquistas sociais ao longo dos últimos séculos. A Revolução Russa, feita pelos operários e camponeses, que obrigou os países imperialistas a criar o “estado de bem-estar social”, trouxe o modelo de ensino público gratuito e a educação de qualidade para todos.
Países como o Brasil, que precisam recorrer ao Estado para administrar uma universidade de qualidade, têm o dever de manter essa conquista dos trabalhadores. 5. É para ampliar a mobilização Atualmente, basta que uma certa quantidade de pessoas se agrupe para escutarmos o grito de “Ei, Bolsonaro, vai tomar no **”. A insatisfação de vários setores da população contra o governo é gigantesca, comprovado pelos mutirões e pelas diversas manifestações espontâneas das massas que vemos pelo Brasil. Um dos setores mais afetados é o dos jovens, com o ataque às universidades. Portanto, é dever da juventude engrossar as fileiras das manifestações. 6. É pela Liberdade de Lula Os governos do PT foram os que mais investiram na educação. Foram
diversas as universidades e escolas de ensino técnico e profissionalizante criadas no período de administração petista. Tudo isso iniciou-se nos governos de Lula, e várias destas conquistas estão sendo ameaçadas no momento. Libertar Lula da prisão ajudará na mobilização das massas de todo o país e servirá como aliado fundamental da juventude na luta contra os golpistas. 7. É pelo Fora Bolsonaro Pedir a derrubada do governo golpista de Jair Bolsonaro é urgente. O presidente ilegítimo orquestra uma operação de ataque multilateral à população a nível nacional, no ensino, na saúde, na economia e em diversos outros setores. Ao invés de lutarmos por cada pauta, agindo separadamente, devemos unificar as pautas e cortar o mal pela raiz: é preciso derrubar o governo Bolsonaro! Fora Bolsonaro!
INCÔMODO
Curador de exposição denuncia novo caso de censura A justificativa é que algumas peças serão expostas com avisos de faixa etária devido ao trânsito de crianças Nessa terça (17), a exposição chamada “Um poema intenso cujo começo é aqui”, que acontece no Centro Cultural da Light, no Rio, recebeu uma placa de faixa etária mínima devido à série de esculturas “Mil novecentos e meia nove”, de Bruno Portella, que representa cenas de soldados envolvidos em atividade de cunho sexual. O curador Matheus Simões publicou uma nota de repúdio à ação da Light, em sua rede social, afirmando tratar-se de censura. O curador afirma que “eu e outros artistas tentamos argumentar sobre a importância de se respeitar o projeto expositivo, selecionado e aprovado em edital, e principalmente todo o trabalho dispensado pelo artista, que já havia montado o trabalho no espaço”. Ele também pediu um pronunciamento da Escola de
Belas Artes da UFRJ, que é responsável pelo espaço, afirmando que a decisão “comprometeu a integridade dos alunos (da instituição)”. O projeto é uma parceria da EBA (Escola de Belas Artes) com o Centro Cultural da Light. De acordo com Simões, essas obras causam incômodo e não poderiam ser exibidas para não “afetar os ânimos dos militares do Palácio Duque de Caxias e que, supostamente, se interessariam por uma exposição sobre arte contemporânea e processos pedagógicos”. A Light publicou nota oficial afirmando repudiar “qualquer forma de censura e afirma desconhecer práticas desse tipo no centro cultural”, justificando que algumas peças serão expostas com avisos de faixa etária devido ao trânsito de crianças.
Fica claro que, devido ao teor da imagem em questão (envolvendo soldados), quem se sentiu incomodado com a imagem foram os militares e que o pedido para a colocação da placa de restrição etária provavelmente veio deles, solicitando à Light que agisse de alguma forma. Vemos que uma censura
total não foi possível, nesse caso, sendo mais branda e menos descarada do que temos visto com o caso da Ancine, por exemplo. Mas, mesmo assim, é necessário observar que temos um estado autoritário fortemente controlado por militares conservadores que visam impor os seus valores sobre a população.
CULTURA | ESPORTES | 16
CENSURA
Protesto contra cancelamento de peça teatral em Recife A peça trata da ditadura de 64 A crise capitalista se aprofunda e desintegra o eixo social das nações. Para manter seus critérios, sobrevive exercendo uma política de aniquilamento e extermínio da população. Essa crise fortalece nos governos de extrema direita políticas de opressão, desemprego em larga escala, abarrota o estado de igrejas entorpecendo o povo, aumenta a censura inibindo, proibido o individuo a exercer seus direitos de expressar sua vontade política. O país com esse governo golpista ilegitimo e fascista de Jair Bolsonaro, que estrangula o estado com suas política de terra arrasada, exerce sob o povo ações ditatoriais proibitivas. A proibição serve como forma de conter o povo de se manisfestar, de promover denuncias, de mobilizar-se contra o sistema opressivo.
Dentro desse cenário, manifestantes se reuniram em um bairro do Recife, neste sábado (14) para protestar contra o cancelamento da apresentação do espetáculo infantil “Abrazo” pela Caixa Cultural. A peça, da companhia Clows Shakespeare, tem Fernando Yamamoto como diretor e é um grupo do Rio Grande do Norte que existe há 25 anos. A peça já foi encenada mais de cem vezes em várias partes do Brasil. A expressão do povo marca seu território que se manifesta através do teatro, dança, do circo, da ópera, de tudo que é arte nesse país. Os artistas combatem a censura de forma direta e indireta, camuflada ou não. A peça expressa, através de três personagens de forma “muda”, conteúdo sobre a ditadura. Isso nos leva a deduzir que houve censura por parte do governo do Recife, cooperando com o atual pre-
LIBERDADE DE LULA NOS ESTÁDIOS
Comitê faz campanha pela liberdade de Lula na final da Copa do Brasil Ao contrário do que pensam muitos setores da pequena burguesia, os estádios de futebol e as torcidas organizadas são uma importante forma de mobilização da população pobre Ao contrário do que pensam muitos setores da pequena burguesia, guiados pela propaganda da imprensa burguesa, as torcidas organizadas não são os grupos criminosos retratados pela direita, mas sim, organizações populares, e a maior representação da torcida frente a seu clube. Com isso, a luta contra o golpe e pela Liberdade de Lula, sendo esses temas populares, são automaticamente pautas a serem tratadas também pelas torcidas organizadas, refletindo o desejo dos torcedores. Vemos este ponto presente em diversos locais, seja na organização de torcidas antifascistas ou até mesmo na ação, ocorrida na final da copa do Brasil, onde o comitê Lula Livre realizou uma chamativa campanha pela Liberdade de Lula. A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, noite e atividades ao ar livre O apoio e a repercussão dessas iniciativas que cada vez mais se espalham pelo país demostra a importância das organizações populares e torcidas organizadas nos estádios. Pois, como esporte mais popular da população pobre, o estádio de futebol é também um grande palco para a luta política, aglomerando milhares de pessoas que estão ali para torcer mas que também tem a disposição para se mobilizar contra o golpe e pela Liberdade de Lula. A ação deste Comitê não pode ser vista como algo isolado dos demais torcedores. É necessário uma ação
sistêmica em todos os lugares, trazendo a tona a luta contra o golpe a liberdade para Lula, utilizando-se principalmente das torcidas organizadas, importante ferramenta para a luta política. Já que como o próprio nome indica, estes são os setores mais bem organizados por parte dos torcedores, fazendo com que sua adesão efetiva ao movimento popular crie um importante eixo de mobilização, que possa se expandir para todos. Sendo assim, outro ponto que se mostra presente no caso dos estádios de futebol é a defesa das torcidas organizadas, lutando contra a política de repressão da direita que tenta a todo custo as por na ilegalidade. Por enquanto, muitos setores da esquerda erram grosseiramente em não aderir ao chamado por parte dos torcedores para lutar-se contra o golpe. Contudo, independente dos erros de parte das direções da esquerda e também de setores confusos destas torcidas, devemos agir imediatamente para tornar o estádio de futebol um fundamental ponto de luta da população pobre. Dessa forma, se demonstra também que a palavra de ordem Liberdade para Lula pode sim estar presente em qualquer lugar, pondo a baixo a ideia de que os torcedores são todos direitistas e que o esporte é meramente um “ópio da população”, causando um suposto afastamento do mundo real. Quando na verdade, prova-se o contrário com o sucesso destas iniciativas.
sidente ilegitimo Jair Bolsonaro que, por várias vezes, fez referencias positivas à ditadura de 64 e homenagens a Brilhante Ustra, maior torturador do golpe de 64, vitimizando de forma truculenta, torturando e executado várias pessoas. É preciso expandir as mobilizações
por todo o Brasil, chamando as pessoas, as associações, os sindicatos, as organizações de esquerda, a CUT, o MST, todos e todas a irem às ruas com sua faixas, cartazes, bandeiras e gritar Fora Bolsonaro, liberdade para Lula , eleições gerais com Lula candidato.
Brasileiros poderiam formar mais de 6 times na Champions League Começou nesta terça-feira (17) a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, competição que reúne as principais equipes do continente europeu. Em se tratando dos clubes mais ricos e poderosos do mundo, que dominam os negócios relacionados ao futebol no mundo inteiro, o torneio europeu não poderia deixar de contar com os jogadores mais técnicos e habilidosos do planeta: os brasileiros. =O número de jogadores brasileiros inscritos é tão grande que poderia formar mais de 6 times na competição. Incluindo os atletas que obtiveram outra nacionalidade e defendem outras seleções — é o caso, por exemplo, de Emerson Palmieri e Jorginho, do Chelsea (ING), que atuam pela seleção italiana, e de Rodrigo Moreno, do Valencia (ESP), que joga pela Espanha — ao todo, 72 jogadores brasileiros participam do torneio. =Das 32 equipes que disputam a fase de grupos, somente 5 não possuem atletas do país: o Borussia Dortmund, da Alemanha; a Inter de Milão, da Itália; o Club Brugge, da Bélgica; o Dínamo Zagreb, da Croácia; e o Slavia Praga, da República Checa. =Por outro lado, o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, é quem possui o maior número de jogadores brasileiros em seu elenco. Formando um time inteiro de brasileiros, o clube ucraniano conta com onze atletas nascidos no país do futebol. O Real Madrid, da Espanha, que é o maior vencedor do torneio, com 13 conquistas, tem no seu plantel cinco dos melhores jogadores brasileiros da atualidade: Marcelo, Casemiro, Éder Militão, Vinicius Jr. e Rodrygo. Atual campeão, o Liverpool, da Inglaterra, também recorreu à qualidade brasileira: Roberto Firmino, Fabinho e o goleiro Alisson são titulares
absolutos da equipe. Isso apenas para citar alguns dos exemplos mais representativos. O número bastante elevado de atletas brasileiros nos campos europeus é mais um indicativo da superioridade do futebol brasileiro sobre o europeu. Ao contrário do propalado pela imprensa golpista, que afirma, por exemplo, que “o Brasil não é o país do futebol” (Revista Veja), a grande quantidade de jogadores de alto nível que o Brasil consegue produzir e exportar, é um reflexo do vínculo indissociável que existe entre o povo brasileiro e o futebol. Enraizado profundamente na sociedade brasileira, sobretudo nas suas camadas pobres, populares, operárias, o futebol é o esporte das massas, é o esporte que o povo pratica, desde a mais tenra infância até a idade mais avançada; é o esporte que inflama e mobiliza amplas camadas da população, que se aglomeram nas estádios, lotam os bares ou se postam em frente da televisão, para torcer ou acompanhar o time do coração ou o seu arquirrival. E mesmo quem não o pratica com assiduidade, ou não tem laços mais fortes com o jogo, encontra-se de alguma maneira sob sua influência. Os jogadores brasileiros são elementos oriundos do povo, das camadas mais pobres e exploradas da população. São, por isso, parte constitutiva desse mesmo povo e expressam, sobretudo em suas figuras mais talentosas, algumas das melhores tendências culturais e artísticas das massas — tenham os jogadores consciência, ou não, disso. O domínio brasileiro no futebol europeu explicita a força e a potência da nação oprimida brasileira, e fornece um vislumbre das suas reais potencialidades na luta para satisfizer seus interesses históricos e imediatos.
14 | MORADIA E TERRA
ENVENENAMENTO
Serviçal do latifúndio: governo libera mais 63 agrotóxicos O Ministério da Agricultura do governo Bolsonaro decidiu liberar mais 63 agrotóxicos que poderão ser utilizados no Brasil. Na última terça-feira (17), o Ministério da Agricultura do governo Bolsonaro, comandado pelo empresário Blairo Maggi, registrou mais 63 agrotóxicos. Com isso, passou para 325 o número de agrotóxicos liberados pelo Ministério da Agricultura para serem utilizados nos campos brasileiros. Há cerca de um mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia elaborado um novo conjunto de regras para a classificação de agrotóxicos, permitindo que uma série de produtos nocivos aos trabalhadores rurais fossem utilizados. Com a liberação de novos agrotóxicos, é esperado que aumente rapidamente o número de contaminações e até mesmo mortes desde pessoas que entrem em contato com esses produtos durante o trabalho no campo, até de pessoas que venham a consumir os alimentos. A mais nova medida do Ministério da Agricultura é, portanto, uma medida assassina – mais uma sabotagem do governo ilegítimo de Jair
Bolsonaro contra o povo brasileiro. Que o governo Bolsonaro se volte contra os interesses da população não é, no entanto, novidade. Bolsonaro
foi imposto por meio de uma fraude eleitoral para que a direita conseguisse formar um governo capaz de levar adiante a política dos banqueiros – a
política neoliberal, de devastação total do país. Por isso, não se pode esperar nada diferente do governo a não ser o sacrifício de milhões de trabalhadores em troca do lucro da indústria dos pesticidas. Aos mesmo tempo em que o governo aprova uma série de medidas que atacam diretamente as condições de vida da população por meio dos agrotóxicos, a extrema-direita está se organizando para atacar todos as organizações que contestarem o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Desde o golpe de 2016 – e, principalmente, desde a vitória eleitoral de Bolsonaro -, os latifundiários, por meio de seus jagunços, têm matado uma quantidade inacreditável de indígenas e sem-terra. Diante da sabotagem e dos ataques da extrema-direita, é preciso reagir à altura. O governo inimigo do povo deve ser derrubado imediatamente, antes que crie condições para atacar ainda mais duramente a população. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
QUEIMADAS
Um milhão de hectares foram incendiados no Pantanal pelo latifúndio “Defensor da Amazônia”, Reinaldo Azambuja (PSDB) cria decreto que impõe situação de emergência em todo o estado por conta das queimadas. Como já denunciamos aqui, diante do aumento das queimadas em todo país, a campanha dos golpistas agora é aparentar preocupação ambiental. O “defensor da Amazônia” da vez agora é o tucano Reinaldo Azambuja (governador do Mato Grosso do Sul) que publicou no último dia 12, no diário oficial do Estado, um decreto que impõe situação de emergência em todo o estado por conta das queimadas que atingem principalmente a região do Pantanal. Nove cidades (Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá, Ladário, Bonito, Miranda, Porto Murtinho e Bodoquena) foram incluídas na decisão. O decreto determina: 180 dias de situação de emergência, autoriza a mobilização de todos os órgãos da estrutura administrativa do estado, sob a coordenação da Cedec/MS (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil), nas ações de resposta ao desastre, reabilitação e reconstrução do cenário afetado pelas queimadas. Também fica autorizado a convocação de voluntários para reforçar estas ações e para a realização de campanhas de arrecadação de recursos para a comunidade.
Neste ano, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informou que o estado do Mato Grosso do Sul teve 6.328 focos de queimadas em áreas de vegetação. No ano passado, o estado registrou 1.756 focos no mesmo período. Segundo o programa PrevFogo, do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a estimativa é que mais de 1 milhão de hectares foram atingidos por queimadas nos últimos 40 dias. Nesse período, foram registrados 3.304, sendo a maioria no Pantanal, entre os municípios de Corumbá, Porto Murtinho e na Serra da Bodoquena. Nas últimas 48 horas, foram 397 focos nesta região. Assim como toda a direita, o governador diz que o mês de setembro está crítico devido a “prolongada estiagem, a baixa umidade do ar”. A fala do governador, de culpar o “clima” pela catástrofe que está acontecendo, deixa claro sua posição. Já sabemos que essa destruição dos nossos recursos naturais está acontecendo graças ao incentivo que essa corja deu para os latifundiários, grileiros de terras, madeireiros e mineradoras. Foram várias medidas institucionais e outras infor-
mais que deram carta branca para os latifundiários e grileiros de terra atuarem da forma que quiserem, seja com incêndios, desmatamento ou violência contra a população. É preciso denunciar e derrubar todos esses golpistas que se dizem preocupados com a Floresta Amazônica, mas são os verdadeiros responsá-
veis por esse caos que vivemos hoje. A Amazônia e todos nossos recursos naturais, devem ser protegidos pelo povo explorado e toda classe trabalhadora. Sendo assim, a única saída é a mobilização popular contra todos os golpistas. Fora Reinaldo Azambuja! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!