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SÁBADO, 21 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5772
Voltar às ruas, toda a força aos mutirões pela liberdade de Lula Após o vitorioso ato do dia 14 de setembro pela Liberdade de Lula em Curitiba, onde reuniram-se milhares de militantes de um setor muito combativo da esquerda brasileira, a direção do Partido da Causa Operária deliberou que a próxima tarefa é organizar atos em todos os estados. A única forma de impor uma derrota à direita golpista é seguir mobilizando o povo nas ruas. Neste sentido, os mutirões aos domingos, que reúnem centenas de companheiros em dezenas de cidades para coletar assinaturas pela anulação dos processos da Lava Jato e pela liberdade de Lula, serão retomados com força total amanhã, no dia 22 de setembro.
Por atos estaduais pela liberdade de Lula Análise Política da Semana: o significado O PCO, os Comitês de do ato em Curitiba Luta Contra o Golpe e a Apeoesp (sidicato dos professores de São Paulo) conseguiram uma proeza no sábado (14/09) ao levar para as ruas de Curitiba, capital do Paraná, milhares de militantes que viajaram dezenas de horas de ônibus, custeados por eles mesmos, vindo de várias partes do Brasil, para exigir a liberdade do expresidente Lula na frente do local onde ele está preso, ilegitimamente, há mais de uma nos e meio.
Preparação para ofensiva imperialista: EUA expulsam diplomatas cubanos A escalada de provocações, ataques e agressões do imperialismo ianque aos povos oprimidos das Américas, particularmente aos países que não se submetem aos ditames dos EUA e sua política de rapina na região, alcançou mais alguns degraus, dessa vez dirigidas ao regime cubano.
Hong Kong: extrema-direita dos EUA financia “protestos” contra China A fundação do congresso americano, NED, está por trás das manifestações de Hong Kong, uma organização responsável pelos principais Golpes de Estado nos últimos anos
Massacre de helicópteros da PM mostra que Zema é fascista igual Witzel
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
Dia 2 em SP: ato em CPI da Lava Jato, uma memória dos 27 anos do armadilha parlamentar prefere discutir com golpistas Massacre do Carandiru Anoesquerda ambiente refrigerado do Congresso
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Por atos estaduais pela liberdade de Lula O PCO, os Comitês de Luta Contra o Golpe e a Apeoesp (sidicato dos professores de São Paulo) conseguiram uma proeza no sábado (14/09) ao levar para as ruas de Curitiba, capital do Paraná, milhares de militantes que viajaram dezenas de horas de ônibus, custeados por eles mesmos, vindo de várias partes do Brasil, para exigir a liberdade do ex-presidente Lula na frente do local onde ele está preso, ilegitimamente, há mais de uma nos e meio. Na avaliação da direção do Partido da Causa Operária, o ato em Curitiba foi um sucesso absoluto. Serviu para agrupar um setor muito consciente da militância brasileira, pessoas que sabem que um movimento de luta independente precisa se autofinanciar. Os próprios militantes que compareceram ao ato, com maturidade, arcaram com os custos, de cerca de R$ 300.000,00, coletivamente. A direção do partido definiu que a próxima etapa é espalhar: levar atos gigantes pela Liberdade de Lula para todas as capitais dos estados brasileiros, encher as ruas de gente nas próxi-
mas semanas gritando as palavras de ordem centrais, “Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro” como eixos fundamentais da luta política. Mesmo depois de 3 meses de denúncias bombásticas feitas sistematicamente pelo The Intercept, a esquerda brasileira não tinha feito nenhum ato
nacional pela liberdade de Lula. No ato de Curitiba, pôde-se perceber que o moral da militância estava alta. Não se viu ali demonstrações de desânimo e capitulação por parte do público. Pelo contrário, viu-se ali um setor muito aguerrido. A transmissão do ato de sábado na frente da sede da Polícia Federal do Paraná pela internet teve enorme repercussão, com um milhão de pessoas que acompanharam a atividade pela internet, seja por meio do conjunto da imprensa do Partido ou por portais de esquerda como o Brasil 247, a Revista Fórum e o Viomundo, e até mesmo os perfis do ex-presidente Lula nas redes sociais. O companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, do alto de um carro de som, percorrendo as ruas de Curitiba até o local onde está preso o ex-presidente Lula, disse ao microfone: “Eu acho que o ato é uma realização extraordinária de quem veio, o ato não é um ato muito grande, mais de mil pessoas que estão aqui, mas eu acho que nós começamos a romper essa paralisia que
existe em relação às necessidades de luta atuais.” Agora é a hora de expandir esses atos e levá-los às grandes capitais de todo o Brasil, afinal, liberdade para Lula e Fora Bolsonaro são duas vontades claras do povo. Por Curitiba ser o local onde aprisionaram Lula injustamente, de modo totalmente ilegal e fraudulento, é simbólico que o primeiro ato aconteça lá. Contudo, a luta não se faz só de simbolismo, por isso o PCO convoca todos os movimentos sociais, partidos de esquerda e simpatizantes a ajudar a levar essas manifestações pelo Brasil inteiro. Está mais do que na hora de romper com essa paralisia que tem tomado conta da esquerda, as condições para uma ofensiva contra a extrema-direita estão dadas, daí a importância de expandir esses atos. A extrema-direita chegou ao poder através de muita fraude e prisões políticas, como a de Lula, e esse quadro que remonta os moldes políticos da ditadura não pode ter espaço para avançar. A população não irá aguentar quatro anos de Bolsonaro.
MOBILIZAÇÃO
A frente deve ser nas ruas, pela liberdade de Lula e Fora Bolsonaro A chamada “frente ampla”, defendida por alguns setores da esquerda nacional, implicaria na submissão do movimento popular aos interesses de partidos vigaristas, como o PSDB. No dia 19 de setembro, o portal Brasil 247 publicou um artigo da historiadora Patrícia Valim sobre a questão da frente ampla. O texto, intitulado “O artigo de João Filho, a frente ampla e Lula Livre”, faz referência a uma publicação, feita pelo portal The Intercept há alguns dias, que propunha que a esquerda abrisse mão da defesa da liberdade do ex-presidente Lula. Patrícia Valim inicia o artigo esclarecendo que acha a defesa da liberdade de Lula como uma reivindicação fundamental para a esquerda – opondo-se, portanto, a João Filho, responsável pela publicação do Intercept. Acertadamente, Valim aponta que o PT é um fator decisivo para a luta dos trabalhadores contra a direita: "Trata-se de um partido de massas altamente capilarizado com quase dois milhões e meio de filiadas e filiados, com 3187 diretórios municipais, 289 comissões permanentes e outros tantos diretórios aguardando formalização em um total de 5570 municípios no país. Trata-se, também, de um partido que governou por quase quatro mandatos consecutivos, com muito mais acertos do que erros para a maioria da população e, não por acaso, foi alvo de uma campanha altamente articulada entre FIESP, Agronegócio, Think Tanks americanos, rentistas, bancada da bala, judiciário, mídia para criminalizá-lo. Por fim, foi a maior liderança política do PT, e não de outro partido, que foi sequestrado politicamente pe-
la parcela mais corrupta do judiciário brasileiro para garantir a eleição de Jair Messias Bolsonaro à presidência do país." A segunda parte do texto de Patrícia Valim, contudo, contrasta totalmente com as considerações da autora em relação à luta pela liberdade de Lula. Segundo ela, a esquerda deveria se aliar aos setores imundos que apoiaram o golpe de 2016: "é urgente que o PT construa uma Frente Ampla com lideranças políticas de todos os matizes, inclusive as que estiveram no Golpe de 2016 e se arrependeram, em defesa da Democracia e para derrotar o bolsonarismo." Assim como João Filho, Patrícia Valim defende, portanto, a formação de uma frente ampla com a burguesia. A diferença entre eles seria o fato de que Valim acredita que a frente ampla pode se dar mesmo com a defesa da liberdade de Lula: "Nossas lideranças petistas precisam articular uma Frente Ampla e participar de eventos como o “Direitos Já – Fórum pela Democracia”. Para tanto, devem reivindicar as pautas do Partido dos Trabalhadores, desobedecendo quaisquer orientações que interditam o #LulaLivre". A chamada “frente ampla”, conforme vários parlamentares da esquerda nacional já sinalizaram, é uma aliança da esquerda com partidos golpistas como o DEM e o PSDB. O PCdoB, por exemplo, já se dispôs, em vários mo-
mentos, a se aliar com o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ). O candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad, nunca escondeu seu interesse em formar uma frente com Fernando Henrique Cardoso. Uma frente com esses setores é um grave erro político. O PSDB, o DEM, o MDB, o PP e os demais partidos burgueses foram os responsáveis pelo golpe de Estado de 2016, articularam as condições políticas para a prisão de Lula e apoiaram abertamente a candidatura de Jair Bolsonaro. Bolsonaro é a continuação do golpe dado por esses partidos – sua vitória eleitoral é resultado do desgaste que os partidos da direita sofreram após implementar a política neoliberal. A direita tradicional não é adversária do bolsonarismo – é, na verdade, sua genitora. Seus interesses são os mesmos: entregar todas as riquezas da
população nas mãos dos banqueiros. Por isso, submeter a esquerda e o movimento popular a uma aliança com esses partidos é uma verdadeira traição aos interesses dos trabalhadores. Além de ser uma traição aliar-se ao PSDB e o DEM, acreditar que a frente formada com esses partidos poderá defender a liberdade de Lula é uma ilusão. A direita não tem interesse algum em libertar o ex-presidente Lula – todos os partidos da burguesia defenderam sua prisão e a cassação de seus direitos políticos. A parte inicial do artigo de Patrícia Valim já é, por si, suficiente, para refutar a frente ampla: a esquerda possui milhares de organizações no país e Lula teria força suficiente para ser eleito presidente, caso não fosse vítima de um golpe da direita. Portanto, o caminho para derrotar o governo Bolsonaro independe de alianças com os golpistas.
POLÍTICA | 3
O CAMINHO PARA AS DERROTAS
CPI da Lava Jato, uma armadilha A esquerda parlamentar prefere discutir com golpistas no ambiente refrigerado do Congresso, a intensificar a mobilização popular e assim derrubar “a quente” o golpe Na última quarta-feira (11), foi entregue na mesa diretora da Câmara dos Deputados requerimento para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito que afirma irá investigar as ações do Ministério Público Federal na Lava Jato. As mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato e Moro revelaram o que a grande maioria do povo já sabia: este era apenas mais uma das inúmeras operações golpistas da burguesia para manipular toda a situação política brasileira, não só com o objetivo de chantagear parlamentares e lideranças políticas em defesa dos interesses do imperialismo, mas principalmente, visando a retirar Lula da disputa eleitoral, para assim dar um arremate ao golpe iniciado com a retirada fraudulenta do poder de Dilma Rousseff, estabilizando o poder nas mãos dos golpistas. Os procuradores da Lava Jato – encabeçados por Sérgio Moro – jamais negaram os conteúdos das mensagens reveladas pelo Intercept. Limitaram-se a questionar os meios pelos quais aquelas informações chegaram a conhecimento público. Sem negar a veracidade do conteúdo, reconheceram uma verdadeira confissão de toda a pilantragem envolvida nesta operação, que certamente representa a maior fraude eleitoral e judiciária da República brasileira. Tudo isto levou a Lava Jato a ser totalmente desacreditada, e hoje as grandes massas já sabem que só não têm Lula como seu presidente devido às ações criminosas dos envolvidos naquela operação. Todos sabem que Lula foi perseguido para não voltar ao poder e que as eleições de 2018 é uma fraude através da qual a burguesia ataca hoje violentamente o povo brasileiro, elevando às alturas até mesmo a quantidade de assassinatos promovidos pelo Estado brasileiro, por meio de fascistas como Zema, Witzel e o próprio Bolsonaro. O crescente descontentamento popular, hoje à beira de uma explosão,
demonstra que ainda estamos no momento oportuno das lideranças de esquerda chamarem o povo às ruas em enormes mobilizações. É possível e necessário que tais lideranças coloquem-se à altura do imenso descontentamento popular e organizem o povo em luta, para assim derrubar de vez o governo golpista de Bolsonaro e toda a sua quadrilha de fascistas, presente inclusive em nível estadual, gente que jamais deveria ter chegado ao poder, nem um segundo sequer. Infelizmente, a esquerda “parlamentar” não pensa desta forma. Esta esquerda não quer a força da mobilização popular derrubando “a quente” os governos proto-fascistas instalados Brasil afora. Prefere levar a discussão para o ambiente refrigerado do Congresso Nacional, para bem longe do povo. Local onde as encenações e manipulações dos congressistas dos partidos burgueses ficam totalmente à vontade até mesmo para tentarem tirar da lama a reputação hoje destruída da quadrilha de procuradores do Ministério Público Federal, e da própria operação Lava Jato em si, dando uma sobrevida ao golpe que agora cambaleia à beira do abismo. Uma fábrica de confusões
Além disto, o elemento de confusão que esta CPI representa tem mais dois aspectos importantes. Primeiro, é de se estranhar que não ataca de frente Sérgio Moro, justamente o chefe da fraude toda que levou Bolsonaro ao poder. Ainda que a CPI possa evoluir para incluir o assim popularmente conhecido “Juiz Ladrão” Moro, o chefe da quadrilha da Lava Jato não figurar como principal investigado no pedido inicial da comissão de inquérito coloca uma profunda suspeita de que estamos frente a mero oportunismo político, simples demagogia parlamentar, poupando Moro, que hoje possui ainda uma pequena base popular, mas bastante barulhenta, ao estilo histérico fascista. O outro elemento de confusão da CPI é dar a impressão para a esquerda militante e para o povo em geral de que esta investigação esgotaria a necessidade de luta. A CPI seria tudo o que podemos fazer. Se tudo já estaria sendo feito via parlamento, ou as ruas passam a ser meras coadjuvantes deste processo, atrelando as manifestações populares a uma política de pressão parlamentar vazia, ou, ainda pior, o povo poderia ser levado a pensar que não é mais o caso de continuar a mobilizar-se, esvaziando a única política que tem for-
ça para realmente derrotar o golpe: a ampla mobilização das massas. Que a política parlamentar não seja suficiente para derrotar o golpe muitos já sabem, diante da experiência de 2016. O maior problema, entretanto, é ao efeito desmobilizador que esta política tem, as confusões que ela gera, e o distanciamento das ruas que ela necessariamente produz. A burguesia não teme a luta parlamentar, pois tem total controle do Congresso, através daquela maioria de deputados que somente possuem seus cargos devido ao investimento em dinheiro e publicidade que a própria burguesia lhes conferiu. O que a burguesia golpista teme é somente o povo na rua. O povo em luta, em greves políticas, marchas de movimentos populares, disseminação de organizações de base, como os comitês de luta contra o golpe, e principalmente, manifestações de amplas massas, com estudantes, operários, sem-terras e demais movimentos populares juntos ameaçando os golpistas com palavras de ordem que colocam em perigo o próprio poder burguês, como Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula. A rebelião popular cuja explosão se aproxima mais e mais na mesma medida em que cresce a insatisfação do povo e aumenta clareza quanto ao inimigo é o único fato que realmente leva a burguesia a baixar sua cabeça aos interesses do povo. Com a CPI, ao contrário, a burguesia é quem ganha. Tira a luta das ruas e coloca no ambiente parlamentar, em que hoje detém pleno controle. Conduz o povo à confusão e à paralisia com uma política de dependência das instituições golpistas e esvazia o ímpeto da mobilização popular. Se jamais pudemos confiar de fato em instituições burguesas, como o Parlamento, para levar a frente as reivindicações populares, em tempos de golpe, lutar através delas é o caminho certo para um verdadeiro calvário de derrotas do povo.
4 | POLÍTICA
PRESSÃO
Lava Jato reage contra centrão: líder do Senado deixa o cargo Os escândalos revelados pelo The Intercept colocaram a operação no centro da crise do governo, algo que põe em risco todo o regime golpista. A manhã desta quinta-feira foi agitada para o governo golpista de Bolsonaro, que está cada vez mais fraco e decadente, vide últimas pesquisam que mostram que a aprovação dele é a pior em muito tempo. Isso porque, nesta manhã, a Polícia Federal colocou um prática uma operação que ousou colocar em xeque o principal articulador do governo bolsonarista no Senado. A manobra, obviamente, irritou aliados, deixando-os preocupados com a agenda que o Congresso vem articulando. A Polícia Federal já vem acumulando atritos com Bolsonaro nos últimos meses e, agora, tem em sua mira o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado. O igualmente golpista Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, cargo que obteve através de prisões políticas, chegou a ir à Alvorada pela tarde para conversar com o presidente fascista, isso porque a Polícia Federal vem passando por
uma crise desde que Bolsonaro ameaçou demitir o diretor-geral da PF. Essa medida é uma reação da Lava Jato e do setor da burguesia mais ligado ao imperialismo, sobretudo dos EUA, contra o centrão, que engloba um setor mais periférico dessa classe. A crise no interior da burguesia não esconde o descontentamento a classe dominante com o assombroso cenário econômico do País, que petrificou o PIB, estagnou o poder de compra da classe trabalhadora e que não produz mais nada. Ainda há, também, uma enorme preocupação, que é a tendência da luta popular emergindo dessa crise e desses ataques do governo ilegítimo de Bolsonaro, que tende não só a enfrentá-lo, mas também derrubar o regime burguês que vem recrudescendo os ataques aos trabalhadores, tanto na exploração, quanto na opressão. Assim se mostra o epicentro da crise, que se intensifica a cada dia com as de-
núncias escandalosas contra a operação farsesca da Lava-Jato, feita sob medida para atender às necessidades da burguesia em decadência e fazer presos políticos, nada de diferente da justiça burguesa. As denúncias atingiram
em cheio a imagem do ex-juiz e atual ministro da Justiça – burguesa – Sérgio Moro, que, apesar de ter sido colocado num altar por uma parcela patética da população, agora mostra que suas virtudes não são tão plausíveis assim.
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ATIVDADES DO PCO | 5
MUTIRÕES POR “LULA LIVRE”
Voltar às ruas, toda a força aos mutirões pela liberdade de Lula Após o ato do dia 14 de setembro em Curitiba, o PCO convoca toda a militância para os mutirões de coleta de assinaturas pela liberdade de Lula, amanhã, dia 22 de Setembro. Após o vitorioso ato do dia 14 de setembro pela Liberdade de Lula em Curitiba, onde reuniram-se milhares de militantes de um setor muito combativo da esquerda brasileira, a direção do Partido da Causa Operária deliberou que a próxima tarefa é organizar atos em todos os estados. A única forma de impor uma derrota à direita golpista é seguir mobilizando o povo nas ruas. Neste sentido, os mutirões aos domingos, que reúnem centenas de companheiros em dezenas de cidades para coletar assinaturas pela anulação dos processos da Lava Jato e pela liberdade de Lula, serão retomados com força total amanhã, no dia 22 de setembro. O clima para a mobilização é cada vez mais propício. Nesse sentido, os mutirões de domingos, e também os que acontecem nas universidades, nas quartas-feiras, têm uma importância fundamental. Servem para continuar agrupando companheiros para uma mobilização
concreta em torno destas reivindicações. Tendo em vista que a Direção do PCO também deliberou pela organização e por impulsionar atos “Lula Livre” em todas as capitais do país, os mutirões têm um papel essencial, que é o de ajudar a preparar estes atos estaduais. Por tudo isso, convidamos todos os companheiros a se juntarem aos mutirões de coleta de assinaturas pela liberdade de Lula, que acontecem todos os domingos em dezenas de cidades do país. Se na sua cidade ou bairro ainda não acontece o mutirão, entre em contato com o PCO através dos nossos perfis nas redes sociais e outros canais de comunicação. Os companheiros do Partido retornarão o contato e darão informações e orientações sobre como organizar um mutirão. Por isto, convocamos em alto e bom som: neste domingo, todos às ruas, pela liberdade de Lula e pelo “Fora Bolsonaro”!
ANÁLISE POLÍTICA DA SEMANA
FORMAÇÃO TEÓRICA
O significado do ato em Curitiba PCO organiza curso sobre Programa Na Análise Política dessa semana, o companheiro Rui irá falar, entre outros temas, sobre o ato de Curitiba do dia 14 de setembro.
Assista nesse sábado, 21 de setembro, a Análise Política da Semana na Causa Operária TV, com o companheiro Rui Costa Pimenta. Esse programa semanal é o mais antigo e tradicional da COTV e é a melhor análise política da esquerda brasileira. O companheiro Rui expõe com sua conhecida clareza os temas mais relevantes da política nacional e internacional e após a exposição, há um debate em que são lidas as perguntas da internet e as pessoas que estão no auditório do Centro Cultural Benjamin Perét podem falar também. Todos que se interessam por política e se preocupam com a situação do país e a luta contra o golpe devem acompanhar o programa. No programa dessa semana, será abordado o ato do dia 14 de setembro, chamado pelo PCO e Comitês de Luta Contra o Golpe, realizado em Curitiba pela liberdade do ex-presidente Lula.
O ato teve a participação de diversos setores, como PT, PcdoB, Comitês Lula Livre etc. e foi uma vitória contra a paralisia em que a esquerda se colocou no último período. O impacto político da manifestação foi enorme dentro da esquerda, que já sente a pressão no sentido de impulsionar uma maior mobilização popular para lutar contra o golpe. Páginas com o Brasil 247 e o Viomundo fizeram matérias falando do ato, além dele ter sido divulgado pela página do próprio Lula no facebook. Além desse tema, outros da política nacional e internacional serão tratados. Não perca a Análise Política da Semana, todo sábado, a partir das 11:30 na Causa Operária TV. Quem está na cidade de São Paulo, pode participar presencialmente da palestra, na Rua Serranos, 90. Próximo ao metrô Saúde.
de Transição em 300 locais
PCO realizará cursos sobre o “Programa de Transição” em todas as capitais do país Como forma de dar continuidade às atividades nacionais de formação teórico-política – uma preocupação permanente do PCO – o partido estará retomando, neste segundo semestre, a realização dos cursos, com a temática “O Programa de Transição”, elaborado pelo dirigente revolucionário russo Leon Trotsky, objeto do curso que foi ministrado durante a última edição da Universidade de Férias do PCO, realizado no mês de julho deste ano. Esta é a segunda iniciativa do partido neste ano, no que diz respeito aos cursos, palestras e aulas sobre formação política. No primeiro semestre, foram ministrados cursos em várias cidades sobre a temática “O que é o Fascismo e como combatê-lo”, que foi objeto do curso que teve lugar na 43ª Universidade de Férias do PCO, realizado em janeiro deste ano. Desta vez agora estão programados cursos em todas as capitais do país e grandes cidades, com uma meta estimada para a realização de 300 cursos. O período previsto para a realização dos cursos será de 29 de setembro a 30 de novembro. As palestras e aulas sendo ministradas pela militância mais experiente do PCO, com textos e apostilas de apoio. Os cursos estão previstos para serem realizados no próximo mês de outubro. A importância da temática a ser abordada no curso – o “Programa de Transição” – está no fato, dentre outros, do texto produzido pelo grande dirigen-
te da revolução russa figurar como o mais importante e completo guia para a compreensão teórica e a ação política dos militantes revolucionários na etapa atual, pois oferece uma explicação científica, marxista, dos fenômenos da nossa época; a crise terminal do capitalismo; a tática política a ser aplicada na luta revolucionária do proletariado nos países coloniais e semicoloniais; as reivindicações transitórias que a classe operária deve levantar como bandeira de luta contra a burguesia mundial; o programa mínimo e o programa máximo; a luta contra o imperialismo, dentre outras questões de crucial importância para conduzir de forma vitoriosa a luta da classe operária mundial contra o inimigo comum, a burguesia imperialista. Portanto, fiquem atentos à leitura da nossa imprensa, aos diversos canais de informação que mantemos nas redes sociais, em nossos programas diários nas diversas plataformas digitais, além de um contato com a nossa militância em vários Estados. Se o PCO não tiver organização estruturada em seu Estado ou em sua cidade, e se você se interessa pela realização do curso, nós enviaremos um militante do partido para ajudar na organização do curso em sua cidade, em seu Estado. Não perca esta oportunidade, pois trata-se de uma iniciativa inédita e única no âmbito de toda a esquerda nacional.
6 | INTERNACIONAL
AGRESSÃO IMPERIALISTA
Preparação para ofensiva imperialista: EUA expulsam diplomatas cubanos Expulsão de diplomatas cubanos é pretexto para deflagrar a ofensiva militar contra Cuba e Venezuela A escalada de provocações, ataques e agressões do imperialismo ianque aos povos oprimidos das Américas, particularmente aos países que não se submetem aos ditames dos EUA e sua política de rapina na região, alcançou mais alguns degraus, dessa vez dirigidas ao regime cubano. Às vésperas de mais uma reunião de chefes de Estado e chanceleres mundiais na Organização das Nações Unidas (ONU), que se realiza na sede do organismo, em Nova York, dois diplomatas cubanos foram ameaçados de expulsão, sob o argumento risível e ridículo de estarem os dois atentando “contra a segurança nacional dos Estados Unidos” (TeleSur, 19/09). O ataque do imperialismo aos diplomatas cubanos é, na verdade, mais uma etapa na longa e extensa campanha de calúnias dos EUA contra a ilha caribenha, iniciada em 1959 com a vitória dos revolucionários dirigidos por Fidel Castro, que expulsou o governo
pró-imperialista de Fulgêncio Batista, instituindo o regime socialista em Cuba. As declarações contra os funcionários do governo cubano foram feitas pelo porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, embora o representante ianque não tenha apresentado – como sempre acontece – qualquer prova do envolvimento dos representantes cubanos em atividades que viesse a “ameaçar a segurança interna dos EUA”. A intensificação dos ataques e da campanha de calúnias e agressões do imperialismo contra Cuba e Venezuela se insere na estratégia de pressão contra todos os povos latino-americanos, como parte da preparação de uma ofensiva militar dos EUA na região, que já vem há algum tempo sendo preparada pela polítrica de Washington contra os governos por eles (o imperialismo) considerados hostis e “ameaçadores aos interesses ianques na região”.
O que temos aqui neste episódio contra os diplomatas cubanos, na verdade, nada mais é do que o velho e ardil estratagema norte-americano, que busca criar pretextos – alguns muito
caricatos e ridículos, como neste caso – para, através da força militar, impor a sua política de terra arrasada e espoliação aos povos oprimidos ao redor do mundo.
MAIS UM GOLPE DA NED
Hong Kong: extrema-direita dos EUA financia “protestos” contra China A fundação do congresso americano, NED, está por trás das manifestações de Hong Kong, uma organização responsável pelos principais Golpes de Estado nos últimos anos Os “protestos” de Hong-Kong continuam tentando desestabilizar o governo chinês. O movimento por trás das ações é apresentado pela grande imprensa como um grupo de estudantes, mas trata-se de uma um produto exportado diretamente dos laboratórios do imperialismo norte-americano. Os líderes dos protestos foram flagrados tendo reuniões com congressistas dos EUA, as manifestações são repletas de bandeiras americanas e
do império britânico, além de cartazes pedindo a intervenção de Dolnald Trump. Se já não fosse o bastante para comprovar o caráter artificial golpista dessas manifestações, a imprensa alternativa internacional descobriu recentemente que o NED estaria por trás do financiamento desses grupos. A NED, National Endowment for Democracy (Fundação Nacional pela Democracia), é uma fundação financia-
da pelo congresso norte-americano, criada nos início dos anos 80, durante o governo de Reagan. Seu principal objetivo é servir de fachada para as manobras da CIA, cujos golpes nas décadas precedentes escandalizaram o mundo inteiro. Atualmente o NED encontra-se responsável por financiar os grupos paramilitares de extrema-direita na Venezuela, ter financiado os golpe na Nicarágua e os neonazistas ucranianos. As
táticas dos protestantes de Hong Kong são as mesmas usadas contra Maduro; confronto direto com a polícia para gerar uma reação que incrimine os governos locais. Molotoves e bombas improvisadas fazem parte de uma tática altamente organizada que comprova que houve um treinamento e não trata-se apenas de manifestantes “apartidários” “pacíficos” e “espontâneos” como tenta nos convencer a imprensa imperialista.
LUTA POR DIREITOS
Motoristas do Uber dos EUA lutam pela formação de sindicato Na Califórnia, é aprovada legislação que torna motoristas de Uber funcionários da empresa. No estado da Califórnia, foi aprovada provisoriamente uma lei que torna os motoristas de aplicativos como Uber funcionários da empresa. Depois de uma intensa luta contra os capitalistas donos das empresas como Uber e Lyft, os motoristas de aplicativo estão a um passo de conquistar esse novo direito trabalhista. O próximo passo seria no sentido de formar um sindicato dessa categoria. A lei chamada AB5 foi proposta pela legisladora Lorena Gonzáles, de San Diego. Ela tem como base uma sentença da Suprema Corte californiana que interpretou, em um caso contra uma empresa de entregas em domicílio, que os seus entregadores são con-
siderados funcionários. A legislação deve fazer com que essa interpretação se aplique para todas as relações entre empresas e funcionários de serviços por aplicativos. A Uber e a Lyft já exerceram bastante pressão no sentido de alterar essa lei e prometem lutar contra a decisão e tentar trazê-la para votação popular, o que é uma possibilidade bastante real dentro do sistema político vigente na Califórnia. Além de já pressionarem o governador da Califórnia, Gavin Newsom, para que ele não assine a legislação. O modelo econômico trazido pela Uber, apesar de ser chamado pelos capitalistas que lucram com ele de “eco-
nomia colaborativa”, é um modelo em que o trabalhador é explorado, não possui nenhum vínculo com a empre-
sa contratante, não possui nenhum direito trabalhista, ganha uma remuneração muito pequena e ainda tem que trabalhar cargas horárias longas para poder ganhar o suficiente para sua sobrevivência. A aprovação dessa nova lei seria uma vitória para os motoristas de aplicativo e outros funcionários que trabalham dentro dessa plataforma. Essa conquista vem, como todas as outras, após um longo período de luta política dos trabalhadores dessa área, que vêm fazendo protestos e greves em diversas partes dos EUA e agora conseguiram efetivamente fazer uma pressão no governo para obter essa legislação em seu favor.
DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 7
43 ANOS DO BRUTAL ASSASSINATO
21/09/1976: assassinado Orlando Letelier, ex-membro do governo Allende Há 43 anos, Orlando Letelier era assassinado a mando de Pinochet nos EUA. Orlando era uma das principais figuras de oposição ao governo fascista, sendo grande apoiador de Allende. Ministro do exterior, interior e da Defesa do governo Salvador Allende, Orlando Letelier foi assassinado no dia 21/09 de 1976, a mando da DINA, a polícia secreta chilena, durante o governo fascista de Pinochet. Letelier era uma figura chave durante o período Allende. Pessoa de confiança, foi designado a ser o porta voz do Chile no exterior, na tentativa de reduzir os impactos causados pelos banqueiros e o restante do bloco imperialista ao governo eleito. Porém, após o golpe de estado apoiado pelos Estados Unidos em 1973, foi perseguido e capturado, posto em diferentes campos de concentração onde lá sofreu as mais diversas torturas. Com isso fora levado a prisão na ilha de Dawson, depois ao campo de concentração de Ritoque, até que a pressão internacional fosse tão forte que obrigasse a tira-lo do Chile, passando a morar nos Estados Unidos. Lá manteve uma persistente luta contra a ditadura de Pinochet, o que o levou a ter sua cidadania revogada em 1976 e ser assassinado. No dia 21 de setembro, Letelier ao ir de carro para seu trabalho, junto a Ruddi Moffitt e seu marido, foi vitima de um atentado, no qual seu carro sofreu uma forte explosão, sendo arremessado em cima de outro carro estacionado. Após o atentado, Orlando Letelier foi levado ao hospital, porém não resistiu. O mesmo aconteceu com Ronni Moffitt. Os mentores do crime foram anistiados por Pinochet posteriormente.
Como também, tendo recebido a luz verde da CIA, este assassinato serviu como importante avanço do golpe chileno, pois Letelier era uma das principais figuras de oposição ao regime no exterior, sendo peça essencial para a organização externa de uma luta contra a consolidação da ditadura fascista no Chile, tanto por seus contatos quanto por sua influência e representação perante a população chilena. Chama também a atenção no caso Letelier, os efeitos da Operação Con-
dor, da qual é famosa por assassinatos, torturas e gigantesca perseguição. Esta operação serviu como uma grande rede de caça aos comunistas por toda América Latina, sendo organizada pelos Estados Unidos em cooperação com as ditaduras fascistas que se proliferavam por todo continente. Dentre a série de brutais acontecimentos promovidos pela operação fascista, o assassinato de Leteliler é um dos mais marcantes, devido ao momento crucial em que se deu e pe-
lo alto grau de importância política da vítima. O apoio dos EUA foi fundamental em todo este processo, pois, Pinochet era nada mais que um fantoche terrorista do imperialismo, perseguindo e assassinando os opositores ao golpe e a ditadura fascista. Dessa forma, o imperialismo pôde controlar de forma direta e implacável toda a América Latina, não deixando brechas de fuga, criando uma perseguição sistêmica a esquerda e a população.
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8 | CIDADES
O FASCISTA “LIBERAL”
Massacre de helicópteros da PM mostra que Zema é fascista igual Witzel São estes grupos que são responsáveis pelo crescimento e ascensão da extrema-direita no Brasil. Vem da base de partidos como PSDB, onde desenvolve-se a extrema direita. Os partidos ditos liberais, sempre representados como os guardiões da democracia e liberdade, costumam elevar sua retórica demagógica a níveis verdadeiramente religiosos. São constantes aqueles que em seu discurso se vangloriam de serem o antro da modernidade e os defensores máximos das liberdades, no entanto, como todo bom demagogo de extrema direita, estes “liberais”, como no caso do Partido Novo, revelam que toda vez em que necessita-se atacar o povo, os métodos, a política de extermínio, sãos os mais fascistas possíveis. Partidos como Novo, PSDB, dentre outros, costumam, graças a imprensa, manter-se como supostos democráticos, em contraposição a figuras como Jair Bolsonaro. Seus candidatos bem arrumados frente as câmeras, seus discursos mais polidos que a tradicional aberração bolsonarista, escondem o que é na verdade o antro, o pilar de sustentação, em que se origina o fascismo brasileiro. São estes grupos, ao contrário do que muitos da esquerda pequeno-burguesa dizem, que são responsáveis pelo crescimento e ascensão da extrema-direita no Brasil. Vem da base de
classe média de partidos como PSDB, onde desenvolve-se a extrema direita, financiada por grandes empresários. É muito fácil perceber isto ao notar que um dos maiores bolsonaristas da última eleição, Alexandre Frota, ao pular do barco juntou-se prontamente ao PSDB de Dória, outro carrasco da população que no passado também declarara forte apoio a eleição de Jair Bolsonaro. O Novo por exemplo, em toda sua campanha utilizou-se do eleitorado de Jair Bolsonaro como trampolim eleitoral, sendo eleito em estados como Minas Gerais. Agora, com o avanço da política golpista em todo país, o fascismo, representado pelos ditos “liberais”, coloca suas garras de fora, como no caso recente da PM de Zema, governador de Minas Gerais, que replicou o massacre feito por outro governador fascista, Witzel no Rio de Janeiro. O caso de Zema é simbólico no meio a uma situação onde setores da direita tentam se renovar politicamente durante a crise do governo golpista. O governador Mineiro foi responsável por uma operação de guerra na região
do Aglomerado da Serra, formando uma operação policial, que de acordo com os fascistas existiria unicamente para perseguir supostos criminosos em fuga. O que sabemos, como demonstram relatos e vídeos gravados, é que esta operação tornou-se um brutal tiroteio da PM, sobrevoando a área de helicóptero, contra a população que ali morava.
A atuação da PM neste caso, terminou com a morte de um dos perseguidos e a prisão de outro, que na verdade continha apenas uma réplica de uma arma, declarada antes como principal razão de toda ação policial. Como declarado por Kdu dos Anjos, “A presença da polícia no morro é constante, não permitiremos mais violência do estado aqui no morro!”.
CHACINA DA PM
Dia 2 em SP: ato em memória dos 27 anos do Massacre do Carandiru A Frente Estadual pelo Desencarceramento SP está convocando todos a participarem do ato em memória dos 27 anos do massacre de Carandiru. No dia 2 de outubro, a partir das 17h30, acontecerá o ato em memória dos 27 anos do massacre ocorrido na Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru. O evento, que está sendo convocado pela Frente Estadual pelo Desencarceramento SP, terá como ponto de concentração a Praça da Sé, no centro da cidade de São Paulo. O massacre de Carandiru, embora tenha acontecido há quase três décadas, é lembrado até hoje como um dos episódios de maior brutalidade policial da história recente do Brasil. Em 1992, após um princípio de rebelião, a Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, assassinou cento e onze detentos. Nenhum policial foi morto na operação. Diante dos números assombrosos – cento e onze vítimas da ação policial sem qualquer baixa por parte da corporação repressora -, ficou claro a relação que o Estado burguês, por meio da Polícia, procura estabelecer em relação ao povo pobre e negro do país – uma relação da mais dura opressão e repressão possível, por meio do terror e até mesmo do assassinato. O massacre de Carandiru não foi, nem de longe, o único caso em que os presos brasileiros – muitos deles, presos sem terem sido julgados ou condenados por
crimes artificiais, como o tráfico de drogas – foram triturados em uma carnificina. Ao longo desses 27 anos, centenas de trabalhadores que foram arrastados até as masmorras brasileiras foram brutalmente assassinados. Apenas em 2019, mais de cem presos foram mortos nas chacinas de Altamira e de Manaus, no Norte do país. Após o golpe de 2016, a situação dos presos – bem como a de toda a popula-
ção em geral – piorou drasticamente. A Operação Lava Jato e todas as demais manobras realizadas em conjunto pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário criaram condições para que a presunção de inocência fosse liquidada – e que, portanto, o número de prisões aumentassem. O pacote anticrime proposto pelo ministro fascista Sergio Moro dará ainda mais poder para que os policiais enjau-
lem todos os que foram considerados indesejados pela burguesia. Diante disso, é preciso aproveitar a memória dos 27 anos do massacre de Carandiru para reivindicar o cumprimento dos direitos democráticos da população e para travar uma luta política contra a direita golpista que está acabando com o país. Liberdade para todos os presos políticos! Não à maioridade penal!
MORADIA E TERRA | ESPORTES | 9
55 FAMÍLIAS PERDERAM TUDO
Direita expulsa famílias do MST acampadas há 12 anos em Pernambuco Mais de 160 hectares de área produzida, além de casas, escolas e pertences pessoais são perdidos pelas ações criminosas do governo fascista, que se tornam cada vez mais frequentes. As criminosas operações do governo Bolsonaro contra os pequenos produtores e comunidades assentadas em todo Interior do Brasil têm se tornado cada vez mais frequente, representando um retrocesso na política de reforma agrária, favorecendo a concentração de terra nas mãos de poucos latifundiários, especuladores, madeireiras e mineiradoras, num modelo econômico predatório, exportador, que empurra milhões de desabrigados para as grandes cidades. Na manhã dessa quinta-feira (19/9), as 55 famílias que trabalhavam há 16 anos nas terras do Acampamento Margarida Alves – zona rural da Grande Recife – foram surpreendidas por dezenas de policiais que vieram cum-
prir uma reintegração de posse. Como de costume, um batalhão chega no local e dá uma hora para que as famílias abandonem o local. Tudo o que produziram, as construções que levantaram para morar e os bens acumulados durante a vida, que não conseguirem carregar em 60 minutos, são destruídos pelos tratores. A área cultivada tem aproximadamente 160 hectares, possui casas de alvenaria, escola, moinho de farinha, açude com peixes, animais, horta e pomar ecológicos. Tudo isso será destruído, além de centenas de vidas colocadas em risco, para beneficiar o enriquecimento de algum capitalista local, que não passa fome nem necessidades.
FUTEBOL E IMPERIALISMO
Mesmo com campanha do imperialismo, Neymar resolve jogo do PSG Sob intenso bombardeio por parte dos órgãos do imperialismo, Neymar, ainda assim, marca um golaço de bicicleta, garante a vitória de sua equipe e põe os “críticos” de joelhos Fora das partidas do Paris Saint-Germain (PSG) desde maio, por conta de uma lesão no tornozelo e dos percalços de uma negociação turbulenta para deixar o clube parisiense, Neymar voltou a campo no último sábado (14) contra o Strasbourg, no Parque dos Príncipes, em Paris, pela quinta rodada do Campeonato Francês. O jogador foi recebido com vaias, palavrões e faixas de protesto pela torcida de sua própria equipe, mas, ao final do duelo, mostrou a sua genialidade e garantiu a vitória do time na casa com um golaço nos acréscimos do segundo tempo. Aos 47 minutos da etapa final, após cruzamento de Gueye pela esquerda, Neymar arrematou de bicicleta, com a perna canhota, e marcou, assim, o gol que determinou a vitória do time de Paris. Esse gol, aliás, foi o 52º do brasileiro em 59 jogos com a camisa do PSG, o que lhe garante uma média de 0,88 gols por jogo. O atacante já é o segundo brasileiro que mais balançou as redes pelo clube, atrás apenas de Raí, que tem 72 gols em 215 partidas, uma média de 0,33 gols por jogo. Em meio a inúmeras adversidades, como as lesões que sofreu nos últimos tempos, em meio a uma campanha sistemática de difamação, que já dura alguns anos, levada a cabo pela imprensa burguesa imperialista, em meio a acusações criminais, em meio a uma ambiente hostil, marcado por vaias e protestos de sua própria torcida, Neymar, mais uma vez, passou por cima de tudo isso com o seu futebol, e, no final, não restou outra alternativa aos torcedores senão aplaudir o
craque brasileiro. “A boca que pita é a mesma que comemora”, comentou, sarcasticamente, o jogador após a partida. Com algumas adaptações, o comentário sarcástico de Neymar também poderia ser direcionado para a imprensa imperialista europeia. Após o jogo, alguns dos principais jornais da Europa, com o costumeiro cinismo, “renderam-se” a Neymar. O diário francês Le Parisien , por exemplo, estampou a seguinte manchete: ” Gênio. Que pé do Neymar”. O espanhol El Pais publicou: “A torcida vaia e Neymar se agiganta”. O L’Equipe, da França, foi outro que se viu obrigado a reconhecer a realidade: “Um golpe de gênio que calou os críticos”.
O Diário Causa Operária, em mais de uma oportunidade, afirmou que considera Neymar o melhor jogador do mundo e o mais legítimo representante da tradição futebolística brasileira, caracterizada pela habilidade, pelo improviso, pelo drible, pela invenção e pela técnica refinada. Neymar, por isso, é uma expressão particular das melhores tendências que a cultura do povo brasileiro já produziu ao longo de sua história. O papel que Neymar cumpre como representante do futebol e da cultura brasileira não guarda relação com a consciência do jogador, com suas ideias, com sua ideologia, com seu discurso. Esse papel Neymar o cumpre objetivamente, ou seja, independentemente de ter consciência ou não dele.
Não é por outra razão que ele é o alvo preferencial dos ataques do imperialismo e seus órgãos de comunicação. Para garantir e acentuar a dominação sobre os países oprimidos, o imperialismo, além de submetê-los econômica e politicamente, também precisa submetê-los culturalmente, vale dizer, atacar e destruir suas realizações e manifestações culturais, suas tradições e suas tendências artísticas, que são formas pelas quais os oprimidos se expressam e se autoafirmam. Nesse sentido, é preciso se colocar contra os ataques imperialistas ao craque brasileiro, os quais são, em última instância, não ataques puramente individuais, mas, sim, ataques direcionados contra o povo brasileiro e suas manifestações culturais.
10 | MULHERES | NEGROS
MEMÓRIAS DO CÁRCERE
Estreia documentário que mostra a história de mulheres na ditadura Filme reconstrói a memória das ativistas políticas presas durante a ditadura militar no presídio Tiradentes, em São Paulo O documentário “Torre das Donzelas” estreou na quinta-feira(19). Dirigido por Susanna Lira, o filme conta a história de ativistas políticas presas durante a ditadura militar e tem como uma das protagonistas a ex-presidenta Dilma Rousseff. O título remete à ala feminina do presídio Tiradentes, criado na cidade de São Paulo durante a ditadura, que existiu entre 1969 e 1971. Definido pela diretora como um convite à resistência, o documentário destaca o combate de muitas mulheres contra a ditadura. “A gente ouve falar sobre luta contra a ditadura muito de um ponto de vista masculino, dos grandes ícones. As mulheres sofreram um duplo preconceito; primeiro porque luta política não era lugar de mulher (inclusive no filme elas relatam que ouviam: ‘você aguenta, você é macho’). E segundo, que naquela época vivia-se uma revolução de costumes. Esse grupo de mulheres é muito especial porque estavam quebrando padrões e lutando pelo direito político de ser mulher plenamente”, afirmou Susanna em entrevista à rádio francesa RFI. O processo de criação do filme durou sete anos. Durante este tempo, a cineasta optou por recriar o presídio a partir das lembranças e dos desenhos
da ativistas presas. “Decidi reconstruir o espaço porque, quando entrevistava cada uma delas isoladamente, senti que a memória era algo que ainda precisava de um coletivo. Queria recuperar o que elas tinham vivido na Torre”, conta. O filme “Torre das Donzelas” recebeu prêmios em Festivais de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e teve uma boa recepção nos festivais internacionais. Sobre a exibição no Brasil, a diretora Susanna Lira destaca: “Espe-
ro que o público possa assistir. Quero que ele seja visto. Nesse momento em querem de novo apagar a memória, a gente quer trazer um pouco mais de verdade através do cinema e que o público possa refletir um pouco mais sobre nossa história”. Veja o trailer aqui. As mulheres presas durante a ditadura O filme “Torre das Donzelas” retrata apenas um fragmento do que foi a
luta das mulheres durante a ditadura. Algumas delas, estavam organizadas em comunidades eclesiais de base, clube de mães, associações e movimentos por creches e contra o custo de vida. Outras, participavam de sindicatos, partidos, movimento estudantil e organizações clandestinas. Com o intuito de derrubar a ditadura, algumas delas pegaram em armas. Além destas mulheres ativistas, a luta pelos direitos humanos e pela anistia foi iniciada por mulheres. Mães, filhas, irmãs e companheiras organizavam diferentes formas de luta com o intuito de procurar por seus pais, filhos, irmãos e maridos desaparecidos durante a ditadura. Muitas destas mulheres foram presas, torturadas e assassinadas. O capítulo “Violência sexual, violência de gênero e violência contra as mulheres e crianças” do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade detalha o modo cruel como estas mulheres foram tratadas nas prisões. A política de Estado da época utilizava da violência sexual como um método de tortura tanto física quanto psicológica. Os testemunhos destas mulheres evidenciam a humilhação sofrida, os abortos provocados, os estupros, e a tortura de familiares.
COLETIVO DE NEGROS DO PCO
Participe hoje da reunião do Coletivo João Cândido É importante que cada vez mais o povo negro se mobilize e faça sua própria segurança, já que, por parte do Estado, ela é inexistente. O governo fascista dos bolsonaristas vem cada vez mais recrudescendo os ataques contra a população pobre do País, especialmente os negros. Diariamente, jovens negros são mortos nas mãos do principal aparato de repressão do Estado, a polícia, que não hesita em subir nas favelas atirando em qualquer um que estiver passando, se for negro, então! O encarceramento em massa que ocorre no Brasil também é uma das principais armadilhas para o povo negro e pobre. Neste sentido, o coletivo de negros João Cândido convida você que tem interesse em se organizar na luta contra o fascismo para participar das reuniões semanais, elas acontecem todos os sábados, às 16h no Centro Cultural Benjamin Péret, localizado na Rua Serrano, 90, próximo ao metrô saúde. A sua presença na reunião pode se dar tanto pessoalmente quanto por vídeo-conferência, realizadas geralmente pelo Skype, e não é necessário ter nenhum vínculo de filiação com o PCO, qualquer pessoa de qualquer organização – ou nenhuma – pode participar. Os militantes do Partido da Causa Operária lembram a importância de se organizar politicamente em partidos, comitês de autodefesa, coletivos e ou-
tras formas de organização que possibilitem a maior troca de informação possível, através de discussão de textos teóricos, atividades nas ruas etc. Além das reuniões semanais, você ainda pode acompanhar no canal da Causa Operária TV no Youtube, todas às segundas às 19h o Tição, programa da COTV que discute diversos temas em torno do povo negro, como encarceramento em massa, violência policial nas
favelas, etc. O Estado é estruturalmente racista, por isso a luta não pode se dar por um viés que individualize o problema do racismo como se fosse apenas culpa dos racistas quando, a verdade, é um problema inerente ao capitalismo. O povo negro é um dos segmentos mais afetados pelo governo golpista de Bolsonaro, que não hesita em verbalizar o racismo, além de dar carta branca para a polícia executar de for-
ma cruel os negros e pobres, pois é assim que se sustenta o modo de produção capitalista. Isso mostra que é urgente a mobilização dos negros com todos os outros setores oprimidos da sociedade. O governo fascista não vai se derrubar sozinho, por isso, coletivo de negros João Cândido te convida a participar das reuniões, a fim de discutir os caminhos para derrubar os golpistas. Participe!
CULTURA | ECONOMIA | 11
ARTISTAS PELO LULA LIVRE
Após visita, Chico Buarque pede liberdade para Lula Chico Buarque em visita a Lula em Curitiba, deixa mais claro ainda a resistência contra a prisão de lula Chico Buarque, cantor e compositor conhecido por suas posições políticas sempre de esquerda, foi na tarde da última quinta feira a Curitiba, para uma visita ao ex-presidente Lula, que hoje reside na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) da cidade. Chico chegou ao local por volta das 14h junto a professora e advogada Carol Proner, e ao sair por volta das 17h ao invés de dar entrevistas, se pronunciou abertamente pela liberdade imediata de Lula, e cumpri-
mentou os companheiros da vigília Lula livre em frente a PF, deixando o seu claro apoio a todos os camaradas que ali estavam. Este claro posicionamento de tanto Chico Buarque quanto de outros artistas de esquerda, só mostra o quão forte é a campanha pela liberdade de Lula. Esse posicionamento mais radical de Chico, se colocando pela liberdade imediata de Lula, é somente um sintoma da radicalização do movimento, que se reflete amplamente em todos os âmbitos sociais.
CRISE TOTAL
Capitalismo mundial em queda: pior crescimento econômico em dez anos Se as previsões da OCDE se confirmarem, serão as taxas de crescimento mas baixas desde a crise financeira de 2008 O novo relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta quinta-feira (19/9), voltou a reduzir a previsão de crescimento econômico europeu e mundial. A advertência do relatório é clara: se as previsões se confirmarem, serão as taxas de crescimento mas baixas desde a crise financeira de 2008. Por meio de sua economista chefe, Laurence Boone, a organização afirmou que “o crescimento lento está se consolidando de maneira preocupante”, e que talvez isso não seja apenas o final de um ciclo mas uma era, onde o crescimento fica retido em nível muito baixo. As previsões, que já eram desanimadoras no início do ano, na casa dos 3,5%, agora não passam de 3% para os próximos dois anos. Para a zona do Euro, elas ficam em torno de 1%. Se a Inglaterra sair da União
Europeia sem acordo, o crescimento na ilha pode ser de apenas 0,9%. As perspectivas sobre a Alemanha – país mais industrializado da Europa – para 2019 e 2020, são ainda piores – na casa de 0,5%. Tudo isso é catastrófico para a população como um todo, inclusive para os 5-10% mais ricos do planeta – única faixa que continua a sentir uma aumento de renda. As tensões políticas mundiais que se intensificaram a partir de 2008 não se acalmaram. Foi a partir desta crise que se viram as “primaveras” árabes e uma intensificação dos golpes de estado imperialistas, bem como a crise das democracias burguesas e ascensão da extrema-direita, além do acirramento das guerras econômicas etc. Um aprofundamento da pobreza e da desaceleração econômica produzirá tensões ainda mais difíceis de serem resolvidas.
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