SEXTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5778
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Bolsonaro quer destruir centro do MST, é preciso impedir Os bolsonaristas que estão no comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estão perseguindo duramente os trabalhadores sem-terra. Para concretizar essa perseguição estão atacando as direções e movimentos que organizam esses trabalhadores do campo que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e produzir. Os bolsonaristas se valeram de uma decisão da 24ª Vara Federal de Caruaru, referente a um processo arquivado há 11 anos, onde viram que a situação política é favorável para este tipo de ataque e determinou a reintegração de posse da área que o centro ocupa dentro do projeto de assentamento.
Dissolução da PM já! Os bolsonaristas que estão no comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estão perseguindo duramente os trabalhadores sem-terra. Para concretizar essa perseguição estão atacando as direções e movimentos que organizam esses trabalhadores do campo que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e produzir.
COLUNA
São as torcidas que devem controlar os clubes e as federações Por Henrique Áreas de Araujo
Aras defende a ditadura de 64 e prisão em 2ª instância O senado aprovou em sabatina Augusto Aras, para assumir o cargo de novo procurador-geral da república, um cargo da maior importância política, como o golpe contra Dilma provou. De antemão já podíamos esperar que o indicado por Bolsonaro para o cargo só poderia ser um elemento de extrema-direita.
Mulheres são torturadas em presídio feminino no Pará
Preta Ferreira, presa há 90 dias: libertar todos os presos políticos!
Muito tem se discutido sobre o problema do clubeempresa, que desde a semana passada tomou conta dos noticiários esportivos graças ao Projeto de Lei tramitando no Congresso, tendo como Rodrigo Maia (DEM) um dos principais articuladores da lei.
Na última quarta-feira (25) completaram-se 90 dias da prisão política de Preta Ferreira
Rui C. Pimenta ministrará “Direitos Já” votou a favor curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa
da ditadura
O bolsonarista de perfil conservador e reacionário, Augusto Aras, é o novo Procurador-Geral da República pelos próximos dois anos. Aras sequer figurava na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que sugere os nomes para que dali possa sair o indicado.
Durante quase uma semana, de 28 de outubro a 3 de novembro, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, ministrará um curso sobre os 70 Anos da Revolução Chinesa. Inscreva-se enviando um email à pco.sorg@gmail.com ou WhatsApp (11 96388-6198, Vivo) para ter acesso a todos os materiais.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Dissolução da PM já! A política de terror do governo Witzel (PSC-RJ) está levando a massacres diários no Rio de Janeiro. Há poucos dias, foi enterrada, em clima de muita revolta da população, a quinta criança morta pela polícia fluminense. Em sintonia com Witzel, governadores como Romeu Zema (Novo-MG) e João Doria (PSDB-SP) estão munindo as guardas e polícias com o máximo de viaturas e armas para reprimir duramente os trabalhadores. A Polícia Militar é a força fundamental da repressão do Estado contra sua população. Subordinada aos governos estaduais, a PM se tornou um instrumento fundamental para que a burguesia consiga controlar, por meio do terror, as tendências da população à revolta diante da política neoliberal. Em 2014, cerca de 3.140 pessoas foram mortas pela Polícia Miltar. Um ano
depois, esse número já havia chegado a 3.345. Em 2016, mais de 4,2 mil pessoas foram mortas pela Polícia Militar. Em 2017, mais de 5 mil trabalhadores foram assassinados pela PM. Por fim, em 2018, mais de 6 mil mortes foram causadas pela polícia. Agora, diante da ofensiva do imperialismo em todo o mundo e com o avanço da extrema-direita, a PM tem se tornado cada vez mais sanguinária. O Brasil vive há mais de três anos em um regime político erguido sobre um golpe de Estado, estando nas mãos de parasitas capachos dos bancos dos países imperialistas. Para levar adiante o programa de destruição defendido pelos bancos, a burguesia irá procurar reprimir ainda mais duramente a população. Por isso, é preciso acabar de uma vez por todas com a Polícia Militar.
COLUNA
São as torcidas que devem controlar os clubes e as federações Por Henrique Áreas de Araujo
Muito tem se discutido sobre o problema do clube-empresa, que desde a semana passada tomou conta dos noticiários esportivos graças ao Projeto de Lei tramitando no Congresso, tendo como Rodrigo Maia (DEM) um dos principais articuladores da lei. Embora os defensores da lei neguem, o que está previsto no projeto vai empurrar os clubes para se transformarem em Sociedades Anônimas (SAs) ou Limitadas. O que está em jogo com o PL do clube-empresa num país como o Brasil é a entrega dos principais clubes, e consequentemente do futebol brasileiro em geral – para as mãos dos grandes monopólios capitalistas estrangeiros. Entregar o futebol, esporte mais popular do mundo, para qualquer capitalista é um crime contra o povo, contra os torcedores, contra a cultura da maioria dos países, que tem no futebol um aspecto importante de sua formação cultural. No caso do Brasil e outros Países de economia atrasada esse problema se agrava pois trata-se de uma medida que abre as portas para os capitalistas estrangeiros que têm mais forças para dominar um futebol como o brasileiro. No momento de golpe de Estado e de um governo capacho como é o de Bolsonaro e seus aliados, entre eles o próprio Rodrigo Maia, não deve haver dúvidas de que a operação é uma entrega total do patrimônio do futebol brasileiro para os monopólios estrangeiros. Os golpistas brasileiros estão entregando todas as riquezas nacionais para o imperialis-
mo e estão fazendo o mesmo com o futebol. A questão do clube-empresa não apareceu no noticiário apenas no que diz respeito às articulações no Congresso. A crise com o Figueirense, um dos clubes mais tradicionais de Santa Catarina, com a empresa que deveria gerir o clube por 20 anos, mostrou qual é a verdadeira cara do clube-empresa. O time está ameaçado de deixar o Brasileiro da série B, já que a empresa Elephant enviou nota à CBF pedindo a interrupção das atividades do clube por dois anos. Os empresários estão saindo fora e o clube tenta agora retomar as rédeas do time. Para se contrapor a essa política devastadora no futebol brasileiro, a medida mais importante é a defesa incondicional do controle dos clube pelos torcedores, em particular pelas torcidas organizadas. O povo é o maior interessado nos seus clubes e é ele que deve controlar o futebol. Isso vale, obviamente, para as federações e a CBF.
A única forma de impedir que a polícia continue massacrando a população é exigindo a dissolução da Polícia Militar. A Polícia Militar é o braço armado
CHARGE
da burguesia e segue diretamente os interesses dos inimigos dos trabalhadores. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Dissolução da PM já!
POLÍTICA | 3
OFENSIVA DO LATIFÚNDIO
Bolsonaro quer destruir centro do MST, é preciso impedir Bolsonaro quer destruir um importante centro de formação do MST no Nordeste, o Centro de Formação Paulo Freire, para destruir as organizações de luta pela terra. Os bolsonaristas que estão no comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estão perseguindo duramente os trabalhadores sem-terra. Para concretizar essa perseguição estão atacando as direções e movimentos que organizam esses trabalhadores do campo que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e produzir. Os bolsonaristas se valeram de uma decisão da 24ª Vara Federal de Caruaru, referente a um processo arquivado há 11 anos, onde viram que a situação política é favorável para este tipo de ataque e determinou a reintegração de posse da área que o centro ocupa dentro do projeto de assentamento. O Centro de Formação Paulo Freire está localizado no Assentamento Normandia, no município de Caruaru, um dos primeiros e mais importantes assentamentos conquistados pelo MST e um símbolo da luta pela reforma agrária no Estado. Segundo informações do próprio MST, o Centro Paulo Freire é referência na formação em agroecologia e agricultura na região nordeste, com a realização do curso Pé no Chão, e possui parcerias com instituições como as Universidades Federal (UFPE), Federal Rural (UFRPE), de Pernambuco (UPE), Fiocruz, Universidade de Coimbra (Portugal) e Institutos Federais (Ifs). Uma importante referência não somente no ensino regular, mas também no ensino de agricultores que nunca tiveram o direito de estudar. Neste centro de formação tem a oportunidade de aprender técnicas de agricultura e, também de ensino formal. Além de capacitar filhos de agricultores sem-terra em que o direito a formação lhes é privado pela direita golpista. O centro possui cerca de 15 hectares onde possuem hortas, pomares e criações de animais para capacitação
e na própria alimentação dos alunos, professores e funcionários do centro. A área de 15 hectares, onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza atividades de formação e produção, tem até o dia 19 para ser desocupada de forma espontânea. O governo do estado afirma que não pretende colocar forças policiais à disposição do cumprimento da medida. O local possui 52 alojamentos e um auditório para mais de 500 pessoas e tem na sua conta a formação e cursos para mais de 100 mil trabalhadores e alunos desde 1999. O ataque ao Centro de Formação Paulo Freire em Pernambuco é um ataque planejado do governo Bolsonaro contra a luta pela terra e, principalmente, contra o MST. Em menos de uma semana diversos importantes assentamentos e locais do MST sofreram despejo ou estão ameaçados pelos bolsonaristas.
Dois importantes acampamentos com mais de 10 anos foram despejados. No município de Laranjal, Estado do Paraná, a comunidade de trabalhadores sem-terra que está localizada no imóvel rural Fazenda Prudentina, de 852,9 hectares, foi despejada por centenas de policiais militares a pedido de latifundiários, mesmo a área sendo considerada de interesse social pelo próprio Incra. No município de Macaé, no interior do Rio de Janeiro, as 63 famílias do assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Osvaldo de Oliveira estão ameaçadas de despejo pela liminar de despejo, determinado pelo Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF-RJ). Na semana passada, as famílias do acampamento Margarida Alves, localizado no município de Nova União, em Rondônia foram despejadas pela jus-
tiça bolsonarista. As famílias ocuparavam a área há mais de 16 anos e abrigava 55 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que vivem e produzem alimentos na área de cerca de 120 hectares. Esses são exemplos da ofensiva da direita latifundiária no campo contra o MST nesta última semana e tem se agravado a medida em que não há uma resposta a esses ataques. Bolsonaro e a direita estão colocando um plano fascista de erradicar os movimentos de luta pela terra, com foco no MST porque é o maior e mais organizado, e não quer de maneira alguma que haja qualquer tipo de organização no campo. Por isso, Bolsonaro quer destruir o centro de formação de agricultores organizado pelo MST. É preciso reagir e dar uma resposta a altura dos ataques do governo Bolsonaro.
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
4 | POLÍTICA
JUDICIÁRIO GOLPISTA
“Direitos Já” votou a favor da ditadura Indicado de Bolsonaro para a PGR recebe votos de senadores “progressistas” O bolsonarista de perfil conservador e reacionário, Augusto Aras, é o novo Procurador-Geral da República pelos próximos dois anos. Aras sequer figurava na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que sugere os nomes para que dali possa sair o indicado. A indicação partiu do próprio presidente fraudulento Jair Bolsonaro, que tem a prerrogativa de indicar o nome para a chefia do Ministério Público Federal. Augusto Aras irá substituir a direitista e não menos reacionária Raquel Dodge, indicada pelo golpista Michel Temer. Dodge se notabilizou por apoiar as falcatruas da famigerada operação “Lava Jato”, acobertando as flagrantes ilegalidades dos seus pares, os Procuradores Deltan Dallagnol e sua equipe de inqusitores, juntamente com o ex-juiz Sérgio Moro, integrante do desastrado ministério bolsonarista, onde ocupa o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública. O novo ocupante do cargo de Procurador-Geral da República foi sabatinado na quarta-feira, dia 25 de setembro, na Comissão de Constituição e Justiça daquela casa parlamentar,
onde obteve 23 votos favoráveis à sua indicação. No plenário, do total de 81 votos possíveis, o bolsonarista defensor da ditadura militar obteve 68 votos favoráveis a sua indicação e 10 votos contrários, com 1 (uma) abstenção. Dois senadores não compareceram à sessão. Embora a votação se realize de forma secreta, o número de votos que apareceu no painel garantindo a indicação de Aras evidencia que o nome indicado por Bolsonaro recebeu o apoio de amplos setores da “oposição”, incluindo aí o bloco que compõe o movimento “Direitos Já”, e também de senadores da própria “esquerda”, que viram no indicado de Bolsonaro um nome mais “palatável” ao de Raquel Dodge, que pleiteava a recondução ao cargo. Durante a sabatina na CCJ, Augusto Aras já antecipou como será sua atuação a frente do Ministério Público Federal, instituição que, no último período, atuou afrontando a própria constituição, cumprindo um papel determinante no golpe de Estado de 2016, que depôs, de forma ilegal e conspirativa, o governo eleito em 2014. Sobre a golpista e ilegal “operação Lava Jato”, Aras
declarou que a operação é um “modelo de excelência” e um “marco” na história do país, mas deverá passar por “correções” (G1, 25/09). Para que não haja dúvidas a respeito do que pensa o novo ocupante do MPF, Aras disse ainda “ser favorável à prisão após condenação em segunda instância porque, segundo ele, “o nosso processo civilizatório exige.” Entretanto, “defendeu o direito dos condenados a recursos e a habeas corpus” (idem, 25/09). Perceberam quanto senso de justiça!!!…o Procurador bolsonarista apoiado pelos setores “progressistas” do Senado, alguns integrantes do movimento “Direitos Já” é favorável a “recursos e até mesmo habeas corpus”!!!
A luta contra o governo Bolsonaro, a burguesia e o imperialismo não pode ser conduzida via articulações com os setores golpista (“Direitos Já”), que neste momento buscam se reciclar, afastando-se, de forma temporária e oportunista, do cadáver insepulto do impopular Jair Bolsonaro, para, num segundo momento, uma vez reciclados, voltarem a atacar a esquerda e a luta popular contra os ataques do governo. Não há qualquer perspectiva de êxito nesta política reacionária, fracassada, que busca asfixiar e paralisar a ação independente dos movimentos que lutam pela derrubada do governo de extrema direita, tutelado pelos militares golpistas.
NOVO PGR É BOLSONARISTA
Aras defende a ditadura de 64 e prisão em 2ª instância A sabatina e a ampla votação de Augusto Aras para o cargo de PGR no Senado comprovam a inutilidade da chamada “Frente Ampla” e a necessidade de mobilizar o povo nas ruas. O senado aprovou em sabatina Augusto Aras, para assumir o cargo de novo procurador-geral da república, um cargo da maior importância política, como o golpe contra Dilma provou. De antemão já podíamos esperar que o indicado por Bolsonaro para o cargo só poderia ser um elemento de extrema-direita. Primeiro vimos Rodrigo Janot, que abriu caminho para a operação golpista Lava Jato e a derrubada de Dilma. Profundamente alinhado ao imperialismo norte-americano, Janot foi sucedido por outra estadunidense disfarçada de brasileira, Raquel “esquiva” Dodge. Indicada por Temer, Dodge seguiu a orientação geral de apoio à Lava Jato, embora tenham surgido alguns atritos. Marcando o aprofundamento do golpe, o indicado por Bolsonaro revela-se ainda mais direitista. Com a declaração de que o golpe de 64 foi na realidade um “movimento”, um truque manjado da direita e a defesa da prisão em 2ª instância, que só tende a agravar a periclitante situação prisional brasileira, Augusto Aras assume abertamente seu bolsonarismo. A votação de Aras no senado também revela mais um aspecto fundamental. Aras foi eleito por uma ampla maioria, tendo sido a escolha de 68 senadores, contra apenas 10. Dos
81 senadores, outros dois faltaram e um se absteve. Embora a votação tenha sido secreta, o que esconde da população quem votou em quem, o placar mostra o quanto a construção de uma frente parlamentar de “resistência” no Congresso é inviável. Afinal, devemos concluir que muitos elementos do chamado “centrão”, com quem a esquerda pequeno-burguesa procura se aliar votaram em um ci-
dadão defensor da ditadura de 64 e deste monstruoso sistema prisional brasileiro, que coloca o Brasil como a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos EUA e da China. Devemos aproveitar a oportunidade para pedir também não só a liberdade do ex-presidente Lula, que segue preso nas masmorras de Curitiba, mas também de todos os presos políticos
do país, o que inclui dirigentes do PT, do movimento dos Sem Teto e muitos outros, que estão sendo enjaulados pela ditadura que lentamente se constrói no Brasil. Para se opor à luta pela liberdade de Lula, vimos a esquerda pequeno-burguesa levantar o caso de outros presos políticos, tais como Rafael Braga. Não há nenhuma oposição entre lutar pelo “Lula Livre” e pela liberdade de outras centenas de presos políticos que existem no Brasil. É preciso ter claro que a luta pela liberdade de Lula impulsiona a luta pela liberdade de todos esses presos políticos, dada a enorme importância política do ex-presidente. O PCO defende absolutamente a unidade da esquerda, mas que essa união se dê na luta. Juntar-se a elementos direitistas no Congresso nacional não vai render nada além de fotos segurando cartazes, como fazem deputados do PSOL e só conduzirão a luta popular à derrota e à desmoralização. É preciso mobilizar o povo nos sindicatos, locais de trabalho, bairros populares e universidades, em torno das palavras de ordem de “Fora Bolsonaro”, “Liberdade para Lula” e “Eleições Gerais”, para enfim impor uma derrota ao golpe e colocar os rumos da situação política brasileira nas mãos do povo.
MORADIA E TERRA | ESPORTES | 5
28/10 A 3/11
Rui C. Pimenta ministrará curso sobre os 70 anos da Revolução Chinesa Uma das mais importantes revoluções da história e um dos principais países do mundo. Durante quase uma semana, de 28 de outubro a 3 de novembro, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, ministrará um curso sobre os 70 Anos da Revolução Chinesa. Inscreva-se enviando um email à pco.sorg@gmail.com ou WhatsApp (11 96388-6198, Vivo) para ter acesso a todos os materiais. Por quase 27 anos seguidos, de 01 de outubro de 1949 até a sua morte em 9 de setembro de 1976, o líder comunista Mao Tsé-tung mudou os rumos da China, ao buscar um crescimento social e econômico no modelo de uma economia socialista. Atualmente, a República Popular da China tem 1,4 bilhão de habitantes, é o país mais populoso do planeta. Há 70 anos, a China tinha uma população estimada em 500 milhões de habitantes e 87% da população vivia na área rural e apenas 13% viva na área urbana. Hoje, nas 22 províncias chinesas vivem 20% da população mundial, cujo idioma oficial é o mandarim. A China é o terceiro maior país do mundo, com aproximadamente 9,6 milhões de quilômetros quadrados, atrás apenas da Rússia e do Canadá. A capital é Beijing (conhecida no Brasil como Pequim) e a cidade mais populosa e mais rica é Shanghai (conhecida no Brasil como Xangai).
A moeda chinesa é o yuan e as reservas internacionais já alcançaram mais de US$ 3 trilhões. A China é a segunda maior economia do mundo desde 2010, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA). Nos próximos oito anos, a China poderá conquistar o título de maior economia do planeta, com o Produto Interno Bruto (PIB) nominal maior do que o PIB nominal dos EUA. A China é a nova Fábrica do Mundo e caminha para se tornar a maior superpotência econômica, um país de renda alta. Qual é o futuro da economia socialista de mercado na China? A China enfrenta sérios movimentos separatistas no Tibete, Xinjiang
(uigures), Macau e Hong Kong. A ilha de Hong Kong é uma ex-colônia britânica e Região Administrativa Especial da China desde 1 de julho de 1997. Em 2014, os estudantes lideraram o Movimento dos Guarda-Chuvas nas ruas de Hong Kong por eleições diretas, mas contra a decisão de que os candidatos precisam antes ser aprovados pelas autoridades chinesas. Os estudantes protestam contra a extradição de moradores de Hong Kong para a China continental, enfrentam a polícia por democracia e gritaram nas ruas “Free Hong Kong”. A China mudou muito nos últimos 70 anos, de um país de economia socialista, muita fechada, muito atrasa-
da, muito pobre, em 1949, para uma economia socialista de mercado, muito aberta, muito moderna, muito rica, em 2019. Os próximos passos do dragão chinês, provavelmente, serão mais influência da moeda chinesa (a efígie de Mao Tsé-tung encontra-se na nota de cem yuanes, com a taxa de câmbio, equivalente a R$ 56,04) na economia mundial, mais abertura econômica, mais liberdade econômica, mais parceiros econômicos, mais população urbana (nos dias de hoje, a taxa de urbanização é de 54% e estima-se em 70% em 2030), menos desigualdade social, e sobretudo, mais investimentos em educação de qualidade.. Em 2019, a China prevê crescer menos, por isso, tomou a atitude de cortar impostos e aumentar gastos públicos para estimular a economia. A China prevê também intensificar gastos em infraestrutura logística e melhorar as condições de crédito para combater a desaceleração econômica. De acordo com os dados oficiais do Escritório Nacional de Estatísticas, a economia chinesa cresceu 6,5% em 2017, 6,6% em 2018 e 6,2% no segundo trimestre de 2019, a menor taxa já registrada desde 1992. No entanto, em plena Quarta Revolução Industrial, a China irá crescer muito com a Nova Rota da Seda e com as inovações tecnológicas nos próximos oito anos.
MÁQUINAS DE MOER GENTE
Mulheres são torturadas em presídio feminino no Pará Mulheres sofreram torturas, ameaças, humilhações e ferimentos durante operação em presídio no Pará Na primeira ação da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, na região metropolitana de Belém (PA), ocorrida no último dia 4 de setembro, os agentes atacaram as celas e torturaram as detentas. Segundo reportagem do jornal Brasil de Fato, eles adentraram o presídio de madrugada, atirando bombas dentro dos cárceres e jogando spray de pimenta nas presas. “Em seguida, as mulheres foram obrigadas a ficar de roupa íntima, algumas tiveram que ficar completamente nuas. Depois, em procedimento, foram obrigadas a sentar no chão com as mãos na cabeça e receberam golpes de cassetete nas pernas e braços. Algumas foram arrastadas. Durante o tempo em que ficaram nessa posição, as mulheres foram privadas de água e receberam apenas uma alimentação por volta das 17h, após 13 horas”, relata a reportagem. Além de ameaças de morte, prisão de 80 detentas em uma única cela durante a operação e desmaios, nas semanas seguintes as detentas continuaram sofrendo maus-tratos e humilhações, obrigadas também a comer
alimentos praticamente estragados. Esse tratamento desumano foi informado no Relatório de Inspeção Carcerária do Centro de Reeducação Feminino de Ananindeua, elaborado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará. Essa operação da FTIP foi autorizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, o fascista Sérgio Moro, e será prorrogada até 27 de outubro. A FTIP
foi convocada a pedido do governador do Pará, Jader Barbalho, após massacre no Centro de Recuperação de Altamira, onde 58 pessoas morreram. Essa ação da FTIP é mais uma amostra do quão fascistas são todas as forças de segurança – leia-se repressão – do Estado burguês, tanto nas ruas com os cidadãos que estão livres como nos presídios, onde o Estado coloca os pobres e negros para sofrerem verdadeiras torturas.
Os presídios brasileiros são verdadeiras masmorras, máquinas de moer gente, centros de tortura e extermínio da classe trabalhadora. Homens e mulheres, como demonstrado pelo caso no Pará, são massacrados nos presídios. É preciso que se levante uma ampla campanha nacional contra o sistema carcerário, pela extinção das forças de repressão do Estado e pela liberdade dos presos, mantidos em verdadeiras Aulschwitz espalhadas por todo o território brasileiro.
6 | POLÍTICA
LIDERANÇA SEM TETO
Preta Ferreira, presa há 90 dias: libertar todos os presos políticos! Liderança do MSTC é mais uma presa política da ditadura golpista e bolsonarista Na última quarta-feira (25) completaram-se 90 dias da prisão política de Preta Ferreira, ativista negra que luta pelo direito dos sem teto a moradia digna e pela liberdade do ex-presidente Lula. Apresentadora do Boletim Lula Livre – pertencente aos comitês Lula Livre – e uma das lideranças do Movimento dos Sem Teto do Centro de São Paulo (MSTC), Preta recebeu, em 24 de junho, uma intimação por suspeita de extorsão, baseado em denúncias de testemunhas anônimas, e cujo acusador é o promotor do Ministério Público de São Paulo, Cassio Conserino, um reacionário, antipetista e anticomunista. Além de Preta, outras nove pessoas receberam, junto com ela, mandados de prisão. Membros de sua família também são perseguidos pelas auto-
ridades golpistas a mando do prefeito Bruno Covas, do governador João Doria (ambos do PSDB) e, finalmente, do próprio governo federal de Jair Bolsonaro, uma vez que os golpistas atuam em conjunto na perseguição à esquerda e aos movimentos populares. Além de membros do MSTC, foram presas lideranças da Frente de Luta por Moradia (FLM) e do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM). Em entrevista para a Rede Brasil Atual em julho, Preta Ferreira afirmou: “Estou presa porque briguei por direitos constitucionais. Quem deveria estar preso é quem não cumpriu com seus deveres constitucionais. Moradia é um direito constitucional.” Em depoimento mais recente, para o canal do Jornal GGN no Youtube, ela
disse que “assim como eu, inocente, estou aqui presa, existem outras mulheres, em sua grande maioria negras, presas injustamente. Jogaram a gente em um navio negreiro”. Preta Ferreira é uma presa política. Assim como ela denunciou, está presa há três meses por fazer parte do movimento popular, por integrar uma organização da classe trabalhadora. E, assim como ela, no Brasil do golpe existem dezenas de presos políticos da ditadura golpista e bolsonarista, sendo o mais famoso deles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A esquerda precisa organizar atos e manifestações exigindo a liberdade dos presos políticos do regime. De norte a sul do País, cada vez mais militantes e ativistas estão sendo perse-
guidos, atacados, torturados e mortos pela extrema-direita. No campo, nas cidades, a repressão tem crescido de maneira exponencial. A prisão de Lula permitiu que todo e qualquer membro da classe trabalhadora ficasse na alça de mira dos golpistas, facilitando a repressão.
AMEAÇAS DA EXTREMA DIREITA
Defensor de Pinochet, Bolsonaro diz que Cuba e Venezuela são ditaduras Bolsonaro acusa Cuba e Venezuela para acobertar sua aspiração ao golpe militar e sua defesa da maior ditadura que a história já viu: o imperialismo Nessa terça (24), o golpista Jair Bolsonaro utilizou boa parte do seu discurso, na 74ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, para atacar o socialismo e acusar Cuba e Venezuela de serem ditaduras. Bolsonaro sempre defendeu e defende ditaduras explicitamente, como as de Pinochet (Chile), de Stroessner (Paraguai) e sobretudo a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Sua acusação contra Cuba e Venezuela não passam de um cinismo fascista tradicional para acobertar seus crimes (como os ataques aos trabalhadores brasileiros e o apoio a invasão da Venezuela) e os da extrema direita em geral atribuindo-os à esquerda, especialmente a revolucionária. Venezuela e Cuba, que se mantém há décadas resistindo aos mais brutais ataques do imperialismo graças ao apoio massivo do seu povo aos seus regimes são os países mais democráticos da América Latina. Maduro foi eleito com quase 70% dos votos, com apoio infinitamente maior que Trump e Bolsonaro, por ex. Já em Cuba, o regime, composto pela Assembléia Nacional, pelas Assembléias Provinciais, pelas Assembléias Municipais, pelo Conselho Popular e pela Circunscrição Eleitoral, são únicos em todo mundo, estando muito a frente na participação popular do que qualquer regime burguês “democrático”. Ambos os países também possuem milícias populares e comitês populares de defesa, formados por cidadãos comuns e trabalhadores organizados em entidades sindicais. Nenhum órgão de segurança no mundo tem uma composição popular como a destes países. Ou seja, um fascista defensor de ditaduras, como Bolsonaro, acusar governos (sobretudo de esquerda) de serem ditaduras é um cinismo abso-
luto, mas não é por acaso. Ele acusa justamente Cuba (que fez uma revolução socialista) e Venezuela (que tem um gov nacionalista radicalizado pelos choques contra o imperialismo na defesa das suas reservas de petróleo) porque eles representam os alvos que ele quer atacar no Brasil: as organizações da classe operária e os movimentos sociais e populares que aspiram da composição de um governo de esquerda moderado à tomada do poder. Porém, não é apenas isso, é uma campanha para implantar uma ditadura disfarçada de democracia. É de um cinismo absoluto, típico dos fascistas. Para Bolsonaro, existe uma conspiração socialista na América Latina: “O Foro de SP, organização criminosa, criada em 90 por Fidel Castro, Lula e Chavez, para difundir e implementar o socialismo na América Latina ainda continua vivo e tem que ser combatido… Na Venezuela, estes agentes do regime cubano, levados por Hugo Chavez, também chegaram e hoje são aproximadamente 60 mil, que controlam e interferem em todas as áreas da sociedade local, principalmente na inteligência e na defesa.” O discurso de Bolsonaro é a tática dissimulada da extrema direita de acusar a esquerda pelos crimes da direita. Prova disso é que o político da extrema direita brasileira sempre foi e segue sendo um defensor de todos os crimes da ditadura militar brasileira e das demais ditaduras na América Latina. Recentemente o próprio presidente Nicolás Madura denunciou isso em entrevista, como publicado em matéria do DCO no última dia 17: “No Brasil, o presidente boçal eleito pela fraude, Jair Bolsonaro, defende o falecido ditador Chileno, Augusto Pinochet, responsável pela ditadura mais
sanguinária da América do Sul, competindo com a ditadura de Videla, na Argentina, ao mesmo tempo que acusa Maduro de ditador, repetindo a propaganda imperialista de calúnias. Maduro, porém, sem meias palavras rebate esse absurdo e explica que ’em 20 anos, fizemos 25 eleições, de presidente, governadores, prefeitos, parlamentares. As forças bolivarianas, chavistas, ganhamos 23 eleições. De 23 governadores na Venezuela, 19 são bolivarianos. De 335 prefeitos e prefeitas, 307 são nossos, vencedores com votos. Tudo o que temos sempre foi pelo voto popular’.” Antes do povo ter eleito o governo Chavez, um governo nacionalista, que estatizou o petróleo e garantiu através de uma constituinte popular direitos até então nunca acessados pelo povo venezuelano, que era bom, segundo Bolsonaro: “A Venezuela, outrora um país pujante e democrático, hoje experimenta a crueldade do socialismo. O socialismo está dando certo na Venezuela, todos estão pobres e sem liberdade. O Brasil também sente os impactos da ditadura venezuelana. Dos mais de 4 milhões que fugiram do país, uma parte migrou para o Brasil, fugiu da fome e da violência…” A omissão sobre o bloqueio econômico ditatorial imposto pelos EUA à Venezuela (uma das causas da crise econômica no país) e das ameaças de invasão por parte dos EUA, mostram o capacho criminoso que Bolsonaro é e o quanto está submetendo os interesses dos brasileiros aos do imperialismo dos EUA. A submissão é tão grande que o fascista se coloca como um funcionário da “exportação de democracia” imperialista mundial: “A devoção do Brasil à causa da paz se comprova pelo sólido histórico de contribuições para as missões da ONU. Há 70
anos o Brasil tem dado contribuição efetiva para as operações de manutenção da paz, das Nações Unidas. Apoiamos todos os esforços para que essas missões se tornem mais efetivas e tragam benefícios reais e concretos para os países que as recebem. Nas circunstâncias mais variadas, no Haiti, no Líbano, na República Democrática do Congo, os contingentes brasileiros são reconhecidos pela qualidade de seu trabalho e pelo respeito à população, aos direitos humanos e aos princípios que norteiam as operações de manutenção de paz. Reafirmo nossa disposição de manter contribuição concreta às missões da ONU, inclusive no que diz respeito ao treinamento e à capacitação de tropas, área em que temos reconhecida experiência.” O Brasil sempre foi pressionado a atuar em favor dos interesses do “grande irmão” EUA. Porém, guerras, invasões e “missões de manutenção da paz” nada tem a ver com a paz, mas apenas com a manutenção da ordem capitalista, ou seja, da exploração dos trabalhadores pelos patrões e da pilhagem dos países atrasados pelos países desenvolvidos. Ao dizer que apoia os esforços para que estas missões se tornem mais efetivas, Bolsonaro está afirmando seu compromisso com o aumento da opressão do imperialismo. Por isso é preciso denunciar o cinismo e a dissimulação de Bolsonaro. Seu alinhamento à pior ditadura que a humanidade já viu (o imperialismo) é uma ameaça a todos os brasileiros e povos latino-americanos. Portanto, a tarefa de todos os que percebem a gravidade das ameaças é a derrubada total do governo golpista, que tomou o poder de assalto no país declarando guerra ao “socialismo brasileiro”, ou seja, às organizações de luta dos trabalhadores.
CIDADES | 7
O GOLPE ENCONTRA UM ALIADO
Camilo Santana (PT) pede lei antiterrorismo Em nome do suposto combate a violência, o governador do Ceará abre caminho para a extrema-direita perseguir os trabalhadores que lutarem por seus direitos e reivindicações Uma nova onda de ataques contra ônibus e prédios públicos em várias cidades do estado do Ceará, inclusive na capital, Fortaleza, supostamente cometidos sob ordens de líderes de uma facção criminosa conhecida como Guardiões do Estado (GDE) de dentro dos próprios presídios cearenses, foi o pretexto para o governador do Estado, Camilo Santana (PT), defender em entrevista ao sítio UOL, a tipificarão desses ataques como “atentados terroristas”. Em outros termos, Camilo Santana, defende a ampliação da lei de antiterrorismo que encontra-se em tramitação no Senado Federal. Segundo o governador, é preciso que “que essas ações sejam consideradas, tipificadas como terrorismo” ou, ainda, “Tipificá-la como terrorismo garante que as pessoas estarão presas e punidas de forma mais rigorosa”. A defesa de Santana em trazer para primeiro plano da discussão política uma lei que é um dos objetivos centrais do governo Bolsonaro é muito grave. Fazendo coro com a burguesia, tudo se resume a um problema de prender e punir. Aumentar exponencialmente a população carcerária de país. Esse seria o caminho para resolver o caos social do país. Pouco tempo atrás, o País assistiu estarrecido o que são esses verdadeiros depósitos de “lixo” humano que são as penitenciárias brasileiras com o massacre de quase 60 presos em Altamira no Pará por uma facção rival, ao que tudo indica, acobertada pelas milícias fascistas ligadas à polícia, que estão em disputa nas favelas das cidades do Pará pelo controle do tráfico de drogas e “serviços” cobrados das comunidades.
No Estado do Ceará, apenas neste ano, já é a segunda vez que ocorrem ondas de atentados semelhantes. Tanto no início do ano como agora, o que teria desencadeado o movimento é o tratamento dado aos presidiários pelo governo do Estado, com denúncias de maus tratos e tortura e a imposição do fim da divisão de facções rivais dentro dos presídios. Ou seja, um convite à barbarizarão do que já é bárbaro. As penitenciárias cearenses, assim como em todo o País, são barris de pólvora prestes a explodir e a política “social” de um governo que se diz de esquerda não parece em nada se diferenciar da direita e da extrema direita que têm o lema de que “bandido bom é bandido morto”. A posição adotada por Camilo Santana para tratar a violência no Estado não é nova, digamos apenas que
evolui mais à direita. No início do ano, quando Bolsonaro e os bolsonaristas alardeavam que o novo governo iria metralhar os “petralhas” e a “favela da Rocinha”, Santana, recém reeleito, em uma notória aliança com os irmãos Gomes, não se furtou em “pedir socorro” ao novo ministro da Justiça, nada mais, nada menos que o chefe da Lava-Jato, Sérgio Moro, responsável pela criminosa operação Lava-Jato, essa, sem dúvidas, incomparavelmente mais nociva ao País do que os mais de 800 mil presidiários brasileiros. Moro foi prestimoso com seu “opositor”. Enviou a Força de Segurança Nacional que em menos de dois meses barbarizou junto com a polícia cearense. Nada menos do que 400 prisões de “suspeitos” em cerca de 40 dias. O governo cearense também tem se notabilizado pelo incremento dos gastos
com a segurança pública. Segundo dados oficiais, o orçamento da área já é praticamente igual ao da educação. O que será que Camilo Santana espera da lei antiterrorista? Só pode ser o aumento do terror do Estado contra a população pobre, mas o resultado vai muito além, negue ou não Camilo: “Muitas pessoas do meu partido ou da esquerda acham que isso pode punir algumas questões de movimentos sociais. Acho equivocada essa interpretação”, declarou. De fato, essa não é a posição do PT, pelo menos de uma grande parcela do Partido, como declarou o então senador Lindeberg Farias (PT) no anos passado, “Em cima desse texto, podem prender militantes de movimentos estudantis, movimentos sindicais, estamos criminalizando o MST”. Esse é o real propósito da lei antiterrorista defendida por Camilo Santana. O objetivo do golpe, exposto de maneira muito clara pelo fascista Bolsonaro em sua posse, “é acabar com o socialismo no Brasil”. Essa não é uma política simplesmente da extrema-direita, mas do conjunto das forças políticas que derrubaram a presidenta Dilma e perserguiram e prenderam Lula. A fim de impor a política de rapinagem do país e de todos os direitos e conquistas dos trabalhadores, os golpistas precisam de “leis” para conter a reação que fatalmente virá. Camilo Santana, com uma política absolutamente contrária aos interesses populares, presta um grande serviço ao golpe e a extrema-direita, pois a Lei antiterrorismo está aí para perseguir os trabalhadores que ousem se organizar e lutar em partidos, sindicatos ou movimentos sociais.
RESULTADO DO GOLPE
Brasil atinge novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada O golpe deixou os trabalhadores na corda bamba: sem emprego e sem direitos trabalhistas. A taxa de desemprego no Brasil fechou em 11,8% no final do trimestre encerrado em agosto. Com isso, quase 13 milhões de trabalhadores estão sendo afetados, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa se mantém igual à de julho. Porém, o número de trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada atingiu um novo recorde, afirma pesquisa iniciada em 2012. Esta categoria chegou a mais de 24 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto – um alta de 4,7% em relação ao mesmo período de 2018. Além disso, o número de empregados sem carteira assinada também atingiu um recorde, atingindo 11,8 milhões de pessoas – um crescimento anual de 5,9%.
Já o trabalho informal atingiu 41,4% da população ocupada, a maior proporção desde 2016. Dentre os trabalhadores informais estão os funcionários sem carteira assinada, os sem CNPJ e os sem remuneração. Segundo o IBGE, dos 684 mil novos ocupados na comparação com o trimestre encerrado em maio, 87,1% entraram por meio da informalidade. Com isso, fica claro o resultado do golpe para a economia do país. Os trabalhadores estão ou sem emprego, ou trabalhando informalmente, sem direitos trabalhistas. Por isso, é preciso mobilizar para derrotar a direita no país. Apenas desta forma será possível acabar com o desemprego. Para tal, é preciso mobilizar pelo Fora Bolsonaro.
8 | INTERNACIONAL
RÚSSIA DECLARA APOIO A MADURO
Putin declara apoio à Venezuela contra o golpe do imperialismo O presidente Russo, Vladimir Putin, e o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, encontraram-se durante a semana para discutir a soberania de ambos os países Quarta-feira (25), o presidente Russo, Vladimir Putin, encontrou-se com Nícolas Maduro. O encontro serviu para reafirmar o apoio de Moscou a Maduro, que vem sofrendo tentativas insistentes de golpes orquestrados pelos EUA. Embora Guaidó tenha fracassado inúmeras vezes, o governo norte-americano não desistirá em derrubar um dos últimos governos de esquerda no continente latino-americano, por isso acirraram o cerco à Venezuela a ativaram o TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), que na década de 80, serviu aos Estados Unidos como justificativa para apoiar a Inglaterra na guerra das Malvinas. Putin está sob uma forte investida do imperialismo; sofrendo sanções econômicas, com constantes ameaças da OTAN, e sendo literalmente cercado pelos governos golpistas impostos nos países que cercam a Rússia. A úni-
ca saída é cerrar fileiras com os países que ainda resistem aos golpes imperialistas pelo mundo. Síria, Venezuela e Iran são países chaves para contrabalancear a investida. Putin alegou que “a Rússia apoia de forma consequente todos os órgãos legítimos da Venezuela, incluindo a instituição presidencial e o parlamento. Além disso, apoiamos o diálogo que você, senhor presidente, e o governo mantêm com a oposição. Consideramos qualquer recusa em dialogar como irracional, prejudicial ao país e uma ameaça ao bem-estar da população”. Para Maduro, o apoio da Rússia é fundamental para a sobrevivência da Venezuela. O país não tem como sobreviver sozinho ao embargo, ainda mais agora que o continente inteiro sofreu um golpe para destituir os governos democraticamente eleitos e colocando no lugar a extrema-direita.
Por isso Maduro foi a Rússia durante a Assembleia da ONU. Para a esquerda latino-americana, defender a soberania venezuelana é ponto-chave para a sobrevivência. A
queda de maduro significaria mais um governo capacho com medidas ditatoriais no continente; um aliado de menos para resistir contra a burguesia internacional.
DENÚNCIA ANÔNIMA
Transcrição mostra que Trump pediu à Ucrânia investigação contra Biden Interesses e incertezas marcam a abertura do processo de impeachment contra Donald Trump, perto do início da campanha pela reeleição. A cerca de um ano da eleição que definirá o próximo presidente dos EUA, Donald Trump, com real chance de vitória, se torna alvo de processo de impeachment pelo Congresso. O motivo: uma denúncia anônima, de dentro da Casa Branca, de que Trump pedia apoio ao presidente Ucraniano, Volodymyr Zelenski, para investigar o democrata Joe Biden – seu concorrente do Partido Democrata. O governo ucraniano é importante aliado de Trump e, como Biden tem negócios em Kiev, a procura de fatos ou factoides que pudessem comprometer a imagem do rival poderia dar a Trump vantagem na corrida eleitoral. Na época em que Biden era vice-presidente de Obama, levantaram-se suspeitas de que ele teria parado investigações a respeito de negócios de seu filho na capital ucraniana. Trump comprometeu-se a enviar seu advogado pessoal (ex-prefeito de Nova Iorque) Rudolph Giuliani, e o Secretário de Justiça Wiliam Barr para “ajudar nas investigações.” Há muitos interesses em jogo, muitas dúvidas e poucas certezas a respeito deste acontecimento. Em primeiro lugar, as conversas telefônicas do chefe de Estado norte-americano são confidenciais e presenciadas por um grupo restrito de funcionários. Não que a
burguesia se constranja de grampear as conversas, mas esta revelação seria confessar incorrer em crime contra a segurança nacional. Portanto, tudo o que se tem agora é o rumor da imprensa sobre “fontes e denúncias anô-
nimas”, mas que já foram suficientes para abrir um processo de impeachment. É difícil saber a quem realmente interessa todo este conflito. À primeira vista, um impeachment parece favo-
rável à campanha dos Democratas. Entretanto, o desenrolar do processo também deixará na pauta do dia uma questão gravíssima, de se Biden usou o cargo de vice-presidente para interesses privados. Talvez haja terceiros interesses envolvidos, inclusive dentro Congresso, já que o caso pode se desenrolar contra os dois pré-candidatos. É necessário acompanhar este caso. Talvez o menos relevante aí seja o mérito das acusações. A burguesia nunca se furtou de forjar escândalos e pretextos para levar adiante seus interesses históricos. Mas é preciso compreender como a abertura de impeachment é mais um indício dos sérios conflitos entre os diferentes setores da burguesia norte-americana, que revelam a crise por que passa o capitalismo no país mais poderoso do Mundo. De 1868 a 1974 os Congresso dos EUA não levantou processos de impeachment contra seus presidentes, um indicativo importante da estabilidade do regime, justamente no período de auge do poder deste país. A partir de então, as tentativas de impeachment passaram a ser mais comuns, tanto contra republicanos como democratas, sinal de uma crescente instabilidade política no país.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
PROCESSADO EM ASSIS
SP: Professor é perseguido por greve e eleição O militante da causa operária e professor da rede estadual de ensino, Vinicius Costa Souza, é processado pela justiça por ter feito á greve de 2015 e ter sido candidato em 2018 A perseguição aos professores da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo vem crescendo paulatinamente em relação às faltas comuns, greves e licença médica e eleitoral. Com o golpe de 2016, perdemos nossos direitos que já eram escassos, como o direito de greve, entre outros. O professor e militante Vinicius Costa Souza, de Assis, interior de São Paulo, foi intimado pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, para ser ouvido em audiência por Processo Administrativo Disciplinar.
O professor está sendo punido pelas faltas de (22/4 a 03/6 de 2015), alega que ele ultrapassou o limite de faltas tolerado pela legislação vigente e também pelo abandono de cargo pelas faltas dos dias( 9/7 a 14/9 de 2018). As faltas de 2015 são referentes a uma parte da greve de 2015 que foram descontadas do servidor e as faltas de 2018 são referentes à candidatura do citado para deputado federal pelo Partido da Causa Operária. Quando teve sua candidatura transitada em
julgado, ele voltou pra a escola no dia subsequente. Temos que denunciar todos os abusos que andam existindo contra os professores na gestão golpista de João Doria, em que os professores não podem ficar doentes, fazer greve ou se candidatarem. O professor é vítima de perseguição política, pois em um primeiro momento a Diretoria de Ensino de Assis tentou, através da secretaria da escola, descontar os dias do professor referentes aos dias 22-4 a
3-6 de 2015, porém o professor foi na Subsede da Apeoesp, em Assis, e houve um recuo. Agora mandaram nova intimação da Procuradoria para o professor prestar depoimento junto com seu advogado no dia 26 de novembro de 2019. Depois que o Lula foi preso e a Dilma derrubada por um golpe de estado, ninguém está garantido nos seus direitos, pois violaram o direito de pessoas que foram Presidentes da República, imagina o que podem fazer a um professor do interior.
GOLPISTAS DA PRIVATIZAÇÃO
Secretário de Bolsonaro acusa trabalhadores pelos prejuízos da ECT Salim Mattar, secretário da pasta de privatizaçâo do governo golpista de Bolsonaro, ataca os trabalhadores dos Correios, e diz que o governo pretende cortar 50% da categoria Essa semana, no dia 23 de setembro, o secretário especial de desestatização do governo golpista de Bolsonaro, o empresário Salim Mattar, concedeu entrevista ao jornal O Tempo, que foi reproduzido pelo portal UOL, em que mostra seu desprezo pelos trabalhadores dos Correios e suas intenções criminosas sobre o futuro da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). O golpista asqueroso que faz parte do governo Bolsonaro, que também é dono da Localiza, locadora de carros, chegou a declarar que quem supostamente quebrou os Correios foram os próprios trabalhadores da empresa, alegando que os Correios brasileiros, que funciona em todos os municípios do país continental que é o Brasil, não precisam dos atuais 100 mil trabalhadores pois, segundo o imbecil, a em-
presa poderia funcionar com apenas 50 mil funcionários, ou seja, deixando claro que a intenção do governo golpista, que ele representa, é passar o “facão” em metade da categoria que leva essa empresa nas costas. Para mostrar o seu desprezo pelos trabalhadores dos Correios e seus familiares, o golpista Salim Mattar ainda atacou os pais e mães de funcionários, dizendo que o plano de saúde da categoria era um roubo, pois o funcionário podia colocar no plano o pai, a mãe e o papagaio. Por fim, o privatizador de Bolsonaro mostrou suas verdadeiras intenções ao dizer que ele pretende vender, ou seja, entregar para os capitalistas o patrimônio do povo brasileiro que são os Correios em 90 dias, além de outras estatais, como a Eletrobrás. Essas declarações anti-trabalhador
dadas pelo lesa-pátria do governo golpista de Bolsonaro só mostra a importância da categoria dos Correios se organizar e mobilizar-se contra o governo golpista de Bolsonaro. Somente colocando abaixo esse governo golpista é possível impedir a privatização
dos Correios e, portanto, a demissão de milhares de trabalhadores dessa empresa. É necessário a formação, no interior dos Correios, de comitês de luta contra o golpe, pelo Fora Bolsonaro, Liberdade para Lula e novas eleições gerais no país.
PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS
Mais um ataque do governo ilegítimo/privatista ao Banco do Brasil Direção golpista do Banco do Brasil entrega uma das suas subsidiárias Os prepostos do governo golpista, Bolsonaro, à frente do Banco do Brasil assinaram, no último dia 23, um memorando de entendimento com o grupo UBS, empresa de serviços financeiros com sede em Zurique, na Suíça, uma das principais empresas globais de gestão de fortunas, banco de investimento, gestão e corretagem de valores mobiliários e investimentos, com o Banco do Brasil, que visa entregar, de mão beijada, através de uma “parceria”, uma das principais subsidiárias, na área de investimento e corretagem de valores mobiliários do BB. Conforme comunicado do BB ao mercado, “a intenção é que UBS seja acionista majoritário da parceria que seria estabelecida pela contribuição
de ativos do BB e do UBS, de acordo com os termos e condições definitivos… ainda em discussão”. Tal medida vai ao encontro da política do transloucado ministro da economia, Paulo Guedes, quando nomeou Rubem Novaes para presidir o BB. Novaes é amigo de Guedes desde os tempos em que estudaram na Universidade de Chicago, EUA, (comumente chamados de Chicagoboys) e, quando da sua indicação para exercer a presidência do BB, Novaes defendeu a privatização do banco e que promoveria a venda do braço de investimento da instituição, conforme diretriz definida por Guedes e seguida por Novaes, ambos pupilos de Milton Friedman, da Escola de Chicago,
que tem como principal doutrina a que defende que o único papel aceitável para o Estado é de implementar contratos e proteger fronteiras. Tudo o mais deve ser entregue por completo ao mercado, ou seja, educação, saúde, transporte, correios, parques nacionais, bancos etc., tudo que pode dar lucro tem entregar para os parasitas capitalistas que vivem às custas, única e exclusivamente, da exploração dos trabalhadores e de toda a população. Os bancos públicos e as empresas estatais são alvos deste governo, fruto de um golpe de estado, financiado pelos grandes capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais, pelo imperialismo, principalmente o norte-americano, que
tem como fundamento expropriar todos os trabalhadores e a população para beneficiar um bando de parasitas em crise. A única forma eficaz de luta neste momento para impedir os ataques e a entrega das estatais ao capital estrangeiro, ao imperialismo, é a intensificação das mobilizações e organizar uma greve geral das empresas estatais. A vitória dos trabalhadores somente poderá estar assegurada se houver uma radicalização da luta através das ocupações das empresas, como medida de força para impedir as privatizações das estatais e barrar a entrega do patrimônio do povo brasileiro pelo governo golpista, capacho dos banqueiros e capitalistas estrangeiros.
10 | CIDADES | NEGROS
FASCISMO DO ABC
SBC: gay espancado por seis na saída de balada está internado em coma Na saída da festa de seu aniversário O Presidente golpista ilegítimo Jair Bolsonaro, através do discurso neofascista inspira seguidores por todo Brasil. Pessoas são retroalimentada por essa figura pública transvestida de presidente que estimula o ódio, o preconceito, a tortura, o terror, o nazismo. Um jovem de 23 anos, Roger Passebom, foi à boate Fantastic Lounge Club comemorar seu aniversário no ABC Paulista e, ao sair, foi abordado por seis homens que o espancaram, causando trauma que levou Roger ao coma induzido. Segunda familiares, presentes no aniversário, os agressores se incomodaram da forma como Roger estava dançando, de forma “afeminada”, disse uma prima. Os jovens importunaram Roger de forma tão intensa que foram expulsos da boate. Mas eles ficaram aguardando o Roger na saída.
O rapaz segue internado no hospital da prefeitura de São Bernardo do Campo, em estado grave, em coma induzido. Dos seis agressores, três se apresentaram na delegacia, foram ouvidos em termos de declaração e foram liberados. Na atual conjuntura, pessoas públicas incentivam a homofobia, com discursos de incentivo ao extermínio das pessoas homossexuais, com discursos de ódio e perseguição de forma violenta, discriminatória, exclusiva, sem respeito às diversidades e ao livre arbítrio. Seguem as pessoas públicas incentivando ações de extermínio dos LGBTS. Tipos de políticas neofascistas se espalham pelo mundo, crescendo o número de pessoas mortas por uma cultura preconceituosa e cruel, que atinge os menos favorecidos. Pessoas são mortas por balas perdidas, por ser pre-
to, por ser pobre, por ser mulher. Sugerindo, assim uma sociedade totalmente machista, que submete todos a uma situação de total subordinação às leis estabelecidas por grupos imperialista e fascistas, negando o direito de escolha.
É preciso irmos às ruas, lutarmos para derrubar o governo ilegítimo e golpista de Bolsonaro e todos os golpistas, exigirmos liberdade para Lula e eleições gerais, com Lula candidato.
A ARMADILHA DO “CRIME DE ÓDIO”
Ribeirão Preto/SP: mais um condenado por texto racista na internet Defensores de minorias não podem se enganar pedindo punições mais severas a uma justiça reacionária. É dar armas para os opressores. Em setembro de 2017, um internauta de Ribeirão Preto (SP) publicou mensagens nas quais mencionou, por duas vezes, que negros seriam desprovidos de inteligência. A íntegra do comentário dizia: “Por exemplo negros no geral são desprovidos de inteligência, mas tendem a ser mais fortes, os brancos por outro lado mais fracos porém mais inteligentes e isso é o resultado da adaptação genética, impossível não perceber q existe sim diferença entre os povos, mas insistem em dizer q não.” O comentário foi denunciado ao Ministério Público. No processo, a procuradora Daniela Gozzo de Oliveira havia pedido a sentença de dois anos de prisão, mas o juiz reverteu a pena para 720 horas de trabalho comunitário e um salário mínimo, a ser destinado para uma instituição social. Já é absurdo desejar que pessoas preconceituosas passem dois anos dentro dos depósitos de gente que são as penitenciárias brasileiras. Mas este caso evidencia, ainda por cima, duas armadilhas comuns nas quais muitos defensores das minorias caem, colaborando para o fortalecimento de um Estado mais repressivo. E esta repressão pesa, de fato, sobre as próprias minorias. A primeira armadilha é a confusão entre liberdade de pensamento/expressão e violação de direitos fundamentais. O direito à liberdade de expressão fez parte de uma luta que as duas classes nascentes do capitalismo – burguesia e trabalhadores – travaram contra a Igreja e a Monarquia, que condenavam as pessoas pelo seu credo religioso, proibiam publicações e jornais etc.
Tão logo a burguesia tomou o poder, começou a criar uma série de barreiras a esta mesma liberdade de expressão. “Calúnia, injúria e difamação”, “crime de honra”, “desacato à autoridade” foram todos dispositivos (re)criados pela classe dominante para silenciar os opositores. Se a liberdade de expressão não for defendida até às últimas consequências, onde começa e onde termina um “crime de ofensa”? Se o Estado pode prender alguém que fala mal da inteligência de um negro, por que não poderia prender qualquer pessoa que fale mal da inteligência de outra? Se é crime subestimar a inteligência de um povo oprimido, deve-se proibir a venda de livros antigos, registros históricos de quando essas ideias eram ainda mais comuns? Deve-se tirá-los das bibliotecas ou colocá-los em seções restritas?
Ou se defende a liberdade plena de expressão ou se está abrindo brechas para instituição de uma ou daquela forma de censura. Por isso, dispositivos como o “crime de racismo”, “crime de homofobia”, “crime de misoginia”, “crime de preconceito” são armadilhas que – a experiência mostra – não tem ajudado a diminuir a perseguição contra estas minorias. Pois os verdadeiros crimes já estavam previstos em lei: violência, diferenciação salarial, exploração etc. O que estas leis oficializam é a possibilidade de o Estado criminalizar opiniões. Mas como bem sabemos, o Estado é burguês e apenas criminaliza opiniões quando elas convém à burguesia. Quando muito, um ou outro racista, para mostrar serviço aos movimentos sociais. No mais, todos pudemos observar o espetacular discurso de ódio que foi massificado, promovido, ba-
nalizado, pela imprensa burguesa, no auge do golpe. Falas de formadores de opinião e da audiência reacionária que fariam o internauta condenado neste caso parecer um cavalheiro. Trogloditas se expressam desta forma diariamente nos comentários da imprensa burguesa. Faltaria cadeia para tanta gente. A polícia persegue e fuzila negros a céu aberto. Os juízes prendem mais negros e dão punições mais severas. Será que o Ministério Público quer mesmo acabar com a opressão do povo negro, deixando este absurdo acontecer enquanto pede a prisão de um internauta? Esta é a segunda armadilha. Estamos apenas a dar mais armas para que o Estado reprima o cidadão. Os formadores de opinião mais reacionários continuam às soltas. As autoridades mais autoritárias continuam legislando. Os maiores representantes do “discurso de ódio” são promovidos pela burguesia e se tornam presidentes e governadores no mundo inteiro. E as classes subalternas não irão vencer esta luta dando mais munição para seus algozes do Judiciário. Os oprimidos só se libertarão dos grilhões dos opressores se unindo e se organizando. Não é uma fórmula inventada por Marx, mas uma observação das revoluções históricas. Esta união tem a finalidade de vencê-los na força. A classe operária não pode ter medo do “discurso de ódio”, nem pedir que o judiciário reacionário tutele este discurso. Muito pelo contrário, ela precisará se apropriar deste discurso e canalizá-lo para derrubar a burguesia.
CULTURA | 11
ARTISTAS PROGRESSISTAS
FATEC de Sumaré recebe exposição sobre Diego Rivera e Frida Kahlo Fotos da intimidade do casal mexicano Fotografias mostram Frida Kahlo na intimidade. A exposição acontece na faculdade tecnologia de Sumaré. A amostra oferece um elenco de fotos da vida do casal excêntrico, único, irreverente, avançado e polêmico para a época. Serão 51 fotos da trajetória artística. Frida é um dos ícones de defesa da mulher, no sentido de ser livre e lutar contra qualquer forma de violência à mulher. Defensora do amor livre, ela dizia: “Merecemos um amor no qual podemos ter a liberdade de ser quem somos ao lado da outra pessoa, sem esconder nenhuma parte de nós mesmos, porque quem nos ama, ama-nos por inteiro. Se você encontrar alguém assim, então já está muito mais perto de construir um relacionamento verdadeiro, construído sobre fundamentos de amor, altruísmo, compaixão e presença”. Além de poeta, Frida era pintora e retratava em suas telas a sua dor, so-
frimento e alegrias. Tornou-se uma artista que tinha o processo de busca dentro si mesma. Junto a Frida, segue a exposição com Diego Rivera um dos ícones da pintura mexicana, pela qual contava a história política e social do México, mostrando a vida e o trabalho do povo mexicano, a terra e a luta contra as injustiças. Diego se dizia ateu e considerava a religião um forma de neurose coletiva. Juntos fizeram uma arte revolucionária quebrando paradigmas e fugindo de rótulos sociais. A exposição é rica em detalhes, vale a pena apreciar. Um programa cultural imperdível e recomendável diante da conjuntura política que persegue qualquer tipo de arte de caráter progressista. A exposição ficará até o dia 4 de outubro, na sala de exposição da instituição, de segunda a sexta feira, das 9h às 13h, das 15h às 20h. A FATEC fica na rua Ipiranga 73, centro de Sumaré.
POETA E REVOLUCIONÁRIO
Universidade do Porto inaugura cátedra Agostinho Neto O poeta, revolucionário e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola, Agostinho Neto, receberá uma cátedra na Universidade do Porto, em Portugal. Poeta, médico, revolucionário, líder do movimento de independência de Angola, primeiro presidente do país. Agostinho Neto é a principal figura da revolução Angolana, que pôs fim ao regime colonial no país africano. Além disso, é um dos maiores poetas da língua portuguesa, com poemas que abordam temas como o racismo, a dominação europeia na África e filosofia. Esse era Agostinho Neto. A Universidade do Porto, em Portugal, em conjunto com a Fundação António Agostinho Neto, acabam de inaugurar uma cátedra com o nome do poeta. A cátedra tem o intuito de aprofundar os estudos sobre a poesia do grande líder angolano. A universidade receberá, dessa maneira, apoio financeiro e logístico para os estudos em obras de Agostinho Neto, de maneira que seja possível, não somente realizar estudos das obras, mas também que se dissemine sua poesia no país europeu. É o segundo acordo feito pela fundação junto a universidades europeias. A primeira foi a com a Universidade de Roma Tre, na Itália.
Agostinho tem sua história entrelaçada com Portugal. Não só lutou contra a metrópole portuguesa durante o período de independência de Angola, como estudou medicina em Coimbra e Lisboa. Em Portugal, também, é que Agostinho toma contato com movimentos políticos, se aproxima do Partido Comunista Português (PCP) e de movimentos como o Movimento de Unidade Democrática – Juvenil (MUD-J) e da Juventude das Colônias Portuguesas. Foi também pelas mãos do regime salazarista (regime ditatorial fascista de Portugal) que Agostinho Neto foi duas vezes preso. Durante sua prisão, é fundado o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), movimento que é formado pela união de vários grupos. É este o principal movimento a dar fim à colonização de Angola em 1974. Agostinho Neto foi o primeiro presidente angolano, tomando posse em 11 de novembro de 1975 e permanecendo no cargo até o dia de sua morte, em 10 de setembro de 1979.
12 | MULHERES | JUVENTUDE | MORADIA E TERRA
MULHERES
Edir Macedo diz que mulheres devem estudar menos que o marido Durante culto, o bispo bolsonarista Edir Macedo diz que mulheres devem estudar pouco para que não sejam a “cabeça” do casal. Dono da Record e um dos principais apoiadores do fascista Jair Bolsonaro, o charlatão Edir Macedo, se envolveu numa polêmica essa semana. O bispo evangélico aparece num vídeo, gravado durante um culto, falando que não permitiu que as filhas Cristiane e Viviane, fizessem faculdade porque se estudassem seriam “cabeças” da família e o fracasso seria certo. “Você vai fazer até o ensino médio. Depois, se você quiser fazer a faculdade, você que sabe, mas até o seu casamento você vai ser apenas uma pessoa de ensino médio. Porque se a Cristiane. Vem cá, Cristiane. Se ela fosse doutora e tivesse um grau de conhecimento elevado e encontrasse um rapaz que tivesse um grau de conhecimento baixo, ele não seria o cabeça. Ela seria a cabeça. Não é isso? E se ela fosse a cabeça, não serviria a vontade de Deus”, afirma Edir Macedo ao lado das filhas, genros e esposa, que estavam com ele no palco. “Um homem tem que ser cabeça porque se não forem cabeça o casamento deles estará fadado ao fracasso. Mas, não é isso que se ensina hoje. O que se ensina hoje é: minha filha
você nunca vai ficar sujeita a um homem. Você não vai ficar sujeita a um homem. Então, está bom, vai ficar sujeita à infelicidade. Porque não existe família, não existe felicidade, a mulher cabeça e o homem corpo. É fracasso. E deve ter mulheres aqui que sabem o que estou falando: tem mulheres inteligentíssimas que não sabem onde
encontrar o cabeça. Verdade: sim ou não? ”, pergunta à plateia, que escuta todos os absurdos concordando e rindo. Se não bastasse tantos absurdos, o bispo ainda completa falando que sua mulher sempre desejou que suas filhas se casassem com norte-americanos, pois são “corteses e educados”.
Arrancando risos dos evangélicos na plateia, ele diz que sempre desejou que as filhas se casassem com “machos”. Com esse discurso carregado de moralismo cristão, totalmente alinhado com o governo Bolsonaro, Edir Macedo ataca brutalmente as mulheres, as universidades e se mostra um verdadeiro puxa-saco dos norte-americanos. O líder da igreja Universal até se contradiz quando diz que fazendo faculdade, a mulher seria a “cabeça”, seria mais inteligente do que o homem. Por que seria a “cabeça” se eles já falaram inúmeras vezes que as universidades são “centros de podridão ideológica”, “balbúrdia” ou um “ambiente promíscuo” como muitos pastores dizem? Quanto às mulheres, o bispo bolsonarista ataca o direito fundamental e inegociável a qual todas deveriam ter pleno gozo: a decisão sobre o que é mais conveniente à sua vida. Colocar a mulher como empregada dos maridos, filhos e até da igreja, é a política típica da extrema-direita. Para eles, esse é o “papel fundamental” das mulheres: servir!
SEM FUTURO
REPRESSÃO
UFMS: estudantes ocupam bloco contra o programa “Future-se”
Trabalhador sem-terra sofre prisão política em Rondônia
Enquanto reitoria da UFMS não se posiciona contra o projeto, a comunidade acadêmica continuará ocupando bloco da universidade.
Presidente da cooperativa do assentamento Margarida Alves do MST é preso em Rondônia pela Polícia Federal
Desde terça-feira (24) estudantes de pelo menos 10 cursos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) ocupam o bloco 6 da instituição como forma de protesto à implantação do projeto Future-se. Como já denunciamos aqui em nosso diário, o único objetivo desse projeto é privatizar as universidades, restringindo mais ainda o acesso da classe trabalhadora às instituições públicas. A manifestação foi deliberada em assembleia estudantil e é aberta a toda comunidade. No local, estão presentes dezenas de estudantes, que estão promovendo eventos de formação e debates políticos. Segundo eles, a manifestação não tem data e nem horário para terminar, já que a reitoria adiou uma reunião marcada com a comunidade acadêmica, para a próxima terça-feira (31). “O reitor se mostrou propenso a aceitar a participar do Future-se e somos completamente contra esse projeto. Entendemos que esse adiamento sobre sua decisão foi uma forma de desmobilizar os estudantes, então decidimos em assembleia pela ocupação”, relatou um aluno. Os estudantes também alegam que
a reitoria da UFMS teria autorizado o corte do fornecimento de energia no bloco, deixando os manifestantes no escuro desde terça-feira às 23:00. Uma série de medidas de segurança estão sendo adotadas pelos alunos, pois segundo os mesmos, já foram perseguidos pela reitoria em protestos anteriores. Eles contam também com o apoio de vários professores e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Fundação UFMS e IFMS (Sista), que prometeram resolver a questão da luz o quanto antes. A exigência dos manifestantes é que a UFMS não faça parte do projeto Future-se. Enquanto a reitoria não se posicionar contra o projeto, o bloco seguirá ocupado e os estudantes continuarão resistindo. Essa é a única medida de enfrentamento e combativa para vencer o governo inimigo da educação, de Jair Bolsonaro, que quer acabar com a universidade pública. Todas essas medidas de austeridade aplicadas pelo governo golpista nas universidades públicas em todo o país são parte de um projeto de desmonte do ensino público, que visa entregá-lo ao capital privado.
Na tarde de quarta-feira, dia 25 de setembro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) soltou nota de repúdio contra a prisão injusta de João Abalhão. O militante do movimento social foi preso durante uma operação da direitista Polícia Federal realizada na cooperativa do assentamento Margarida Alves, localizado no município de Nova União, em Rondônia. Supostamente a operação tinha o objetivo de combater o desmatamento ilegal e a suposta venda de lotes dentro da reserva, mas esses são falsos pretextos para perseguir politicamente lideranças das organizações de esquerda. Segundo a nota, “a Polícia Federal, instituição pública paga pelo dinheiro do povo, com mecanismos sofisticados de inteligência para os processos investigatórios, não pode errar seu alvo como errou tal qual nesta operação”. Aqui não cabe tamanha ingenuidade, a instituição contendo esses tais mecanismos sofisticados é incapaz de cometer esse erro de forma involuntária. Qualquer um que organize alguma pressão contra governo fascista é um possível alvo para as investigações políticas da Polícia Federal. É provável que, assim como a prisão de Lula, Abelhão tenha sido preso por causa de convicções.
A perseguição da extrema-direita tem se articulado para tentar impor, a mãos de ferro, a política neoliberal no Brasil. A população dos núcleos agrários são sempre as mais perseguidas com o objetivo de desarticular as organizações de trabalhadores do campo, como forma de fortalecer o latifundiário que persegue e mata através de seus jagunços. Por isso é essencial organizar uma frente combativa contra os desmandos dos fascistas através dos comitês de luta contra o golpe. Com o fortalecimento das organizações de trabalhadores, do campo e da cidade, é possível enfrentar o fascismo de frente, sem defensiva. A mobilização de massas é a única capaz derrotar Bolsonaro, libertar Lula e exigir eleições gerais com Lula candidato e criar um país governado pela mobilização permanente dos trabalhadores.
ESPORTES | 13
CRISE NO FUTEBOL
Inter dispara contra VAR: “ajuda só a quem ele quer ajudar” Em partida entre Flamengo e Internacional, pelo Campeonato Brasileiro, VAR protagoniza mais uma vez lances de puro arbítrio e seletividade e aumenta a sua crise Nesta quarta-feira (25), Flamengo e Internacional se enfrentaram, no Maracanã, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida terminou com vitória rubro-negra (3 a 1), levando o time carioca aos 48 pontos e consolidando ainda mais sua liderança isolada no campeonato. O jogo, no entanto, também foi marcado por inúmeras polêmicas de arbitragem, e o VAR, é claro, deu sua costumeira contribuição para a confusão. A missão do Inter de enfrentar o melhor time da competição na casa do adversário, missão já bastante difícil, ficou ainda mais complicada pelas expulsões do lateral-direito Bruno, após pênalti em Gabigol, e do atacante Guerrero, após reclamação com o árbitro pela não marcação de um pênalti e de uma falta que teria sofrido em lances com o zagueiro Rodrigo Caio. Independentemente do acerto ou do erro das decisões do árbitro nesses casos, o que chama a atenção é a absoluta arbitrariedade no uso do árbitro de vídeo. Por que, de um jogo para o outro, ou dentro de uma mesma partida, o VAR é utilizado num caso e não é utilizado num outro caso semelhante? Por que o árbitro da partida, que havia dado inicialmente o cartão amarelo para o lateral Bruno, trocou
a cor da cartão, após uma aparente conversa com a cabine do VAR pelo rádio, e expulsou o jogador? Por que não reviu o lance no tela do VAR? Por que não se consultou o VAR no lance em que se poderia marcar o pênalti sobre Guerrero? Diante da inexplicável ausência do VAR neste jogo, o técnico colorado, Odair Hellmann, chegou a comentar: “O VAR passeou no Maracanã”. O vide de futebol do Inter, Roberto Melo, também criticou a seletividade no uso do árbitro de vídeo: “O VAR era para ajudar e ajuda só a quem ele quer ajudar. Contra a Chapecoense, precisamos fazer três gols para valer um. Em todos os VAR foi usado. Por que hoje não foi? Teve pênalti vergonhoso no Guerrero, por cima e por baixo, e sequer foi chamado. É essa a orientação? Ou dependendo de para quem apita é diferente?” A tão prometida eliminação dos erros e polêmicas de arbitragem, como resultado da introdução do VAR no futebol, parece a cada dia mais distante da realidade. Na verdade, tal promessa nunca passou de promessa falsa, feita para ludibriar os tolos ou incautos e cuja razão de ser estava em encobrir o significado real e efetivo do VAR, que é o de instrumento
de intervenção externa no jogo, uma ferramenta para que os que estão “fora de campo” possam interferir e influenciar mais diretamente nos destinos de uma partida de futebol. A necessidade crescente de interferir e influenciar os jogos através de mecanismos de intervenção externa responde, por sua vez, aos interesses dos grandes grupos capitalistas que controlam cada vez mais o futebol e necessitam de maneira imperativa reduzir os riscos e a participação do acaso (leia-se: dos times, técnicos e jogadores) nos seus negócios. Jogo após jogo, a fantasia da “justiça” trazida pelo VAR é destroçada pe-
los efeitos práticos e reais da utilização do recurso tecnológico. A situação de crise só aumenta, e as manobras para tentar justificar o árbitro de vídeo são cada vez mais artificiais e se aproximam do cinismo ou do ridículo. É preciso dizer claramente que o árbitro de vídeo não gerou qualquer tipo de justiça nos resultados dos jogos e que substituiu as polêmicas dos lances duvidosos pelo mais puro arbítrio e, muitas vezes, pela manipulação aberta. É preciso uma grande campanha, com participação sobretudo dos torcedores, para combater essa medida que tem como intenção acabar com o futebol: fora VAR!
ABAIXO O CLUBE-EMPRESA!
Torcida do Figueirense se mobiliza: controle do clube pelos torcedores Torcida intervém decisivamente na crise do Figueirense e mostra que o controle do clube pelos próprios torcedores é o caminho a ser seguido O Figueirense, clube dos mais tradicionais de Santa Catarina e com incontáveis participações na elite do futebol brasileiro, mergulhou recentemente numa crise sem precedentes, cuja raízes se encontram na adoção do modelo que, hoje, a direita golpista tenta generalizar pelos clubes de todo o país — o modelo do “clube-empresa”. Administrado desde 2017 pela empresa Elephant, o clube, recorrendo à “eficientíssima” iniciativa privada, ficou à beira do precipício, tanto financeira quanto esportivamente, e só não caiu desfiladeiro abaixo porque, no momento de maior dificuldade, a sua própria torcida cerrou fileiras e impulsionou a ruptura com a sanguessuga capitalista que fazia o organismo do clube definhar. A crise empurrou os setores realmente interessados no clube a romperem o contrato com a empresa Elephant, o que foi oficialmente concluído na última sexta-feira, dia 20 de setembro. Na terça-feira, dia 24, o Figueirense realizou a sua primeira partida, digamos, pós-Elephant, e a torcida alvinegra compareceu em peso ao estádio Orlando Scarpelli para apoiar o time no duelo contra o Bragantino. Em meio a uma ampla campanha nas redes sociais,
envolvendo, inclusive, ex-jogadores do clube, como o lateral Felipe Luís e o atacante Roberto Firmino, os torcedores, primeiro, fizeram uma grande festa para recepcionar a delegação do time e, no estádio, não pararam de cantar um minuto sequer durante os 90 minutos. A partida acabou em derrota para o time catarinense (3 a 0), mas a torcida deixou claro que não abandonará o clube: aplaudiu o time depois do apito final e garantiu o maior público registrado na temporada, com 12.741 espectadores. A atuação decisiva da torcida do Figueirense na situação de crise atravessada pelo clube mostra o caminho a ser seguido pelo futebol brasileiro: contra o “clube-empresa”, é preciso defender o controle dos clubes pelos torcedores em geral e pelas torcidas organizadas em particular. Um programa verdadeiramente democrático para os clubes e associações esportivas passa pelo seu controle pelas massas populares organizadas. Essa é a saída para que, de fato, os clubes estejam nas mãos daqueles que são os verdadeiros interessados no futebol, a saber, os torcedores, o povo brasileiro. Abaixo o clube-empresa! Pelo controle dos clubes pelos próprios torcedores!
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo número 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar