Diário Causa Operária nº5782

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TERÇA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5782

Previdência vai hoje ao Senado: abaixo a reforma, Fora Bolsonaro! Depois de ser adiada por uma semana, a “reforma” da Previdência deve ser votada hoje (1º) em primeiro turno no Senado. A chamada “reforma” é na verdade uma demolição. Como aprovado na Câmara, os trabalhadores terão que se aposentar mais tarde, terão que contribuir por mais tempo, e o valor da aposentadoria será menor. Trata-se de um gigantesco roubo feito diretamente contra a carteira dos trabalhadores, que contribuem a vida inteira com a Previdência. É preciso se mobilizar contra o governo ilegítimo do golpista Jair Bolsonaro para impedir ataques como esse, entre muitos outros que a direita está levando adiante contra a população, e muitos outros ainda que estão sendo planejados.

LULA ESTÁ CERTO

Nada de meias medidas; anular as condenacões e liberdade integral DIREITO DE AUTODEFESA

Diante da repressão do Estado golpista, é preciso reagir à altura Por Juliano Lopes

Dia 6, palestra debate: 3 anos do Reforma eleitoral de Bolsonaro é golpe para manter direita governando golpe, com Rui Costa Pimenta No último dia 27, o golpista ilegítimo Jair Bolsonaro sancionou a lei que estabelece o que está sendo chamado de “minirreforma eleitoral” pela imprensa capitalista.

Em 33 anos, 92% dos crimes na luta pela terra nunca foram a justiça Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) elaborou um relatório que denuncia como são tratados os trabalhadores na luta pela terra.

Augusto Aras na PGR poderá alimentar crise interna do regime político STF legisla e destrói lei As recentes declarações do ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot caíram como uma bomba em Brasília. Revelou-se que a tensão entre as instituições dominadas pela direita já era extrema em 2017, pouco depois do golpe que derrubou Dilma Rousseff, com Janot cogitando matar um ministro do STF, Gilmar Mendes, dentro do tribunal.

da data-base para atacar funcionalismo Falência do sistema prisional: quase 100 presos vivem a céu aberto

São noventa e cinco presos, algemados a dezoito viaturas em céu aberto, que estão passando por isso. Nesse campo de concentração, existem aqueles presos há dias ou até meses.

Nesse domingo, não perca a palestra-debate do companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária. Você se lembra como era sua vida e dos brasileiros em geral antes de 2016? Na verdade, o PCO denuncia o golpe em marcha desde 2012, com o julgamento farsa do mensalão.

Intercept denuncia esquema generalizado de venda de sentenças O sítio The Intercept, que vem trazendo os vazamentos que comprovaram a farsa gigantesca da Operação Lava Jato, realizou mais uma denúncia


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Nada de meias medidas; anular as condenacões e liberdade integral Em um importante e acertado pronunciamento, por meio de Carta endereçada ao povo brasileiro, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, se manifestou ontem (dia 30/09) contra o golpe dos procuradores do MPF, que propuseram à juíza responsável pela execução da pena ilegal imposta ao ex-presidente, que ele passe ao regime semiaberto. No documento, Lula afirma que não aceita “barganhar meus direitos e minha liberdade” e denuncia os procuradores pelos danos causados ao “povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família pelo mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao país”. Trata-se de um posicionamento acertado, com o qual o ex-presidente, refuta a posição capituladora – como sempre – de setores da direita do seu próprio Partido que buscavam pressioná-lo a aceitar as medidas e as possíveis condições draconianas que o MPF e o judiciário golpista (articulados como se viu em toda a operação criminosa realizada sob o pretexto do “combate à corrupção”). Esses setores e os golpistas querem evitar que permanência de Lula como preso político em Curitiba, continue a fazer aumentar a crise em torno de sua prisão, que cresça a mobilização pela sua liberdade – como vem ocorrendo – e que isso empurre ladeira abaixo a super desmoralizada operação Lava Jato. Uma situação que,neste momento, favorece a correlação de forças em favor de Lula e das organi-

zações que lutam pela sua liberdade, fazendo aumentar a crise do conjunto do regime golpista, que não pará de crescer. Também diante da enorme rejeição popular ao governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e seus comparsas. Se aceitasse a medida golpista dos procuradores, Lula e sua defesa além de estarem aceitando a sentença ilegal contra o ex-presidente, poderiam sinalizar no sentido da dispersão da luta pela sua liberdade, que unifica os setores mais combativos da esquerda e serve de alavanca para a luta geral dos trabalhadores contra a ofensiva da direita golpista em todos os terrenos contra o povo brasileiro. Ao contrário dessa política capituladora, o posicionamento de Lula reforça a necessidade de um grande mobilização em favor dos seus direitos democráticos e de todo o povo brasileiro. Mais do que nunca é preciso impulsionar a mobilização, ocupando as ruas em grandes protestos, como o ato nacional convocado para o dia 27 de outubro próximo, data oficial do aniversário de Lula, em Curitiba, proposto pelo PCO – Partido da Causa Operária e pelos Comitês de Luta Contra o Golpe e aprovado pela II Plenária Nacional Lula Livre, no último dia 14. Nada de aceitar “meia-liberdade” e outros golpes. Exigir e conquistar por meio da luta a libertar integral de Lula, a anulação de todos os processos contra o ex-presidente e todos os presos políticos do regime.

COLUNA

Diante da repressão do Estado golpista, é preciso reagir à altura Por Juliano Lopes

No último período, foram registrados diversos ataques do estado carioca, sob o comando de Wilson Witzel, contra a população pobre e negra do Rio de Janeiro. Em um deles, a menina Ágatha foi executada com um tiro de fuzil, e, até o momento, ficou tudo por isso mesmo. A população organizou uma série de protestos contra a repressão policial. É comum o sentimento de que a polícia precisa ser parada, de que a polícia não deve mais existir, de que a repressão tem alvos específicos, negros, pobres e trabalhadores. A esquerda, por outro lado, procura dar um contorno pacífico para o problema. Pedindo “paz”, querendo o “fim da violência”, fazendo atos com camisas brancas, em pedido de paz, sem colocar em questão a necessidade da população se organizar para dar um basta a opressão policial. Essa esquerda acredita nas instituições, acredita que existe o chamado estado democrático de direito, que a democracia sobrevive e deve durar para sempre. Acredita que o Poder Judiciário e os demais poderes constituídos irão dar conta de solucionar

os problemas dos setores oprimidos pelo capitalismo, pelos golpistas. É essa crença que permite Lula ficar preso, e, por outro lado, depositar todas as fichas da luta contra o golpe nas eleições de 2020, ou mesmo nas eleições de 2022. Ou seja, mais uma vez a saída institucional. A saída através de organizações controladas pelos próprios golpistas, por gente da estirpe de Witzel, Sérgio Moro, Bolsonaro, etc. O que está colocado, e isso já faz algum tempo, é organizar a disposição das massas de lutar contra os golpistas, e, no caso do Rio de Janeiro, de se defender diante dos ataques dos aparatos repressivos do Estado, que receberam, de todos os órgãos, carta branca para matar o povo. Essa disposição já foi demonstrada mais de uma vez. Desde a invasão do Complexo do Alemão pelas Unidades de Polícia Pacificadora, e pelas Forças Armadas, a população tem organizado protestos e manifestações pela saída dos policiais e soldados das favelas cariocas. Tal como foi colocado no debate apresentado pela companheira Natá-

lia Braga Pimenta, sobre o Programa de Transição de Leon Trótski, é preciso dar um caráter revolucionário ao sentimento das massas, à disposição de luta que elas tem apresentado. É preciso superar, por fim, as amarras da esquerda, que não consegue ver outra saída que não se adaptar ao regime dos golpistas. Está na ordem do dia organizar lutar pela autodefesa do povo carioca, que

sofre todos os dias com a repressão do Estado. Praticamente a mesma repressão vista em outras unidades da federação, especialmente depois do golpe de Estado. A polícia está mais à vontade para atacar o povo. É reagir à altura diante dos ataques, organizar os conselhos de segurança, enfim, impor uma dura derrota aos golpistas e suas organizações assassinas do povo.


POLÍTICA | POLÊMICA | 3

ROUBO DAS APOSENTADORIAS

Previdência vai hoje ao Senado: abaixo a reforma, Fora Bolsonaro! Depois da chamada “reforma”, valor das aposentadorias ficará mais baixo, e só será possível se aposentar, no caso das mulheres, aos 62 anos, e dos homens, aos 65 Depois de ser adiada por uma semana, a “reforma” da Previdência deve ser votada hoje (1º) em primeiro turno no Senado. A chamada “reforma” é na verdade uma demolição. Como aprovado na Câmara, os trabalhadores terão que se aposentar mais tarde, terão que contribuir por mais tempo, e o valor da aposentadoria será menor. Trata-se de um gigantesco roubo feito diretamente contra a carteira dos trabalhadores, que contribuem a vida inteira com a Previdência. É preciso se mobilizar contra o governo ilegítimo do golpista Jair Bolsonaro para impedir ataques como esse, entre muitos outros que a direita está levando adiante contra a população, e muitos outros ainda que estão sendo planejados. No caso de a reforma ser aprovada pelo Senado do jeito que está, várias mudanças afetarão os trabalhadores negativamente. Em primeiro lugar, acaba a aposentadoria por tempo de serviço. Só restará a aposentadoria por idade, e essa idade será de no mínimo 65 anos para homens e 62 para mulheres. No entanto, um tempo mínimo de contribuição continua valendo, de 20 anos para homens e 15 para mulheres.

Outro golpe contra os trabalhadores é o novo cálculo do valor da aposentadoria. A aposentadoria integral, que atualmente é calculada com base nos 80% dos salários mais altos recebidos pelo trabalhador, será calculada por todos os salários recebidos pelo trabalhador durante a vida. Assim, o valor da aposentadoria ficará menor, apesar do fato de que agora será necessário trabalhar por mais tempo. Além de muitas outras mudanças, como a drástica redução da pensão da morte (que vai de 100% do valor para 60%). É preciso mobilizar contra o governo Diante de ataques como esse, os trabalhadores precisam se mobilizar contra o governo golpista. Houve uma campanha e uma mobilização contra a reforma, que partiu dos sindicatos, com a CUT à frente. No entanto, essa luta tomada parcialmente não foi capaz de criar, até agora, um volume de mobilizações que fosse capaz de impor uma derrota à direita e obrigá-la a recuar. Esse é o problema de se tentar organizar a luta contra o governo em torno de pautas parciais. Reivindicações iso-

ladas podem se tornar o estopim para grandes mobilizações contra o governo, porém não se deve apostar nisso. Para derrotar o governo é preciso colocar o poder desse governo em questão, organizando a mobilização em torno da reivindicação do fim desse governo. Portanto, é hora de mobilizar em torno da palavra de ordem Fora Bolsonaro! Essa é uma reivindicação que acumula as forças mobilizadas contra o governo golpista. Enquanto as pautas parciais podem levar a uma coleção de derrotas diante da direita, dando tem-

po ao governo para se fortalecer diante dos trabalhadores para poder levar adiante seus ataques contra a população. Dando, inclusive, a oportunidade para que este governo se torne mais autoritário para impor sua política à força. É preciso aproveitar a tendência de mobilização contra o governo para evitar isso, levantando uma reivindicação mais abrangente: Fora Bolsonaro! E assim impor uma derrota à direita capaz de reverter não só a reforma da Previdência mas todas as políticas implementadas desde o golpe.

BACURAU

A barbárie é a direita e o imperialismo, não o povo Fernando Haddad, ao escrever sobre Bacurau, revelou sua política de adaptação completa aos golpistas O filme Bacurau dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles tem gerado enormes debates entre a esquerda e a direita. A primeira, em geral, defende o filme como uma alegoria da resistência do povo contra o sistemático ataque aos direitos democráticos do povo por uma burguesia golpista totalmente subserviente ao capital estrangeiro; a segunda, por sua vez, repete as críticas contra qualquer arte crítica definindo-o como “panfletário”. Fato é que o filme tem por si só o mérito de ter trazido à tona a profunda polarização política no País, contra inclusive aqueles que se esforçam por escondê-la por terem interesses na passividade do povo. É entre esses últimos que preferiu se situar o ex-candidato Fernando Haddad (PT). Diante da polarização política que o debate sobre o filme trouxe à tona, Haddad preferiu ignorar o próprio conteúdo da produção para tirar a conclusão que melhor se adaptava à seu interesse político na atual situação. Em coluna na golpista Folha de S. Paulo – o próprio veículo já diz muito sobre a posição do ex-prefeito -, ele conclui o seguinte sobre o filme: “Bacurau não é um filme sobre imperialismo, mas sobre a nossa barbárie”. O objetivo aqui não é trazer uma interpretação sobre o filme em si, mas

fazer uma polêmica sobre a ideia de Haddad. Independentemente se o tema central do filme é ou não o imperialismo, a conclusão do petista revela sua posição política diante da situação. Quem assiste ao filme é levado a vibrar com as cenas de reação dos moradores do vilarejo contra os invasores cuja principal brincadeira é extermina-los. O filme nos leva a isso justamente porque nosso instinto de sobrevivência nos impele a reagir diante do risco imediato. Do ponto de vista jurídico, temos uma justificativa para a reação violenta dos moradores. Eles precisam se

defender, eles tem todo o direito de agir em legítima defesa. É sua obrigação como seres humanos que precisam sobreviver e garantir a vida de seus pares. Diante de tudo isso, Haddad está preocupado com a “barbárie” não daqueles que atacam, mas daqueles que se defendem. Ao dizer que o filme revela uma espécie de barbárie intrínseca ao povo brasileiro, Haddad equipara a violência daqueles que sorrateiramente invadem uma vila para dizimar os moradores, à reação legítima desses moradores. Diga-se de passagem legítima e em condições muito piores.

Dito de outra forma, Haddad está comparando essa reação a um ataque covarde de um grupo melhor equipado e que não declara guerra abertamente ao vilarejo, mas entra de forma sorrateira, assassinando friamente pessoas inocentes. Não precisamos de muito esforço para comparar essa situação ambientada pelo filme com a política do imperialismo no mundo todo, mas Haddad prefere “denunciar” a barbárie do povo. Essa ideologia de que o povo é naturalmente bárbaro tem duas conclusões fundamentais. A primeira é que, se todos são igualmente bárbaros e intolerantes, não se deve reagir diante do inimigo. Chama o povo à paralisia e portanto favorece o domínio daqueles que nos invadem todos os dias. A segunda diz respeito à luta política atual: se todo o povo é bárbaro, não adianta lutar contra Bolsonaro, contra o golpe, contra a burguesia, afinal, a culpa é de todos os brasileiros. É assim que pensa Haddad. Essa posição de Haddad, que é uma ideia que tem se difundido entre setores da esquerda burguesa e pequeno-burguesa, revela sua política de frente ampla com a direita golpista, de contenção da polarização política. A direita, que é a invasora do País, tem medo da reação popular, Haddad também.


4 | POLÍTICA

“MINIRREFORMA”

Reforma eleitoral de Bolsonaro é golpe para manter direita governando Está se tornando cada vez mais temerário “esperar 2022”, a direita prepara uma série de mecanismos para controlar o processo eleitoral a seu favor No último dia 27, o golpista ilegítimo Jair Bolsonaro sancionou a lei que estabelece o que está sendo chamado de “minirreforma eleitoral” pela imprensa capitalista. Enquanto a direita prepara o grande golpe da eleição com voto distrital misto, que distorcerá completamente qualquer sombra de vontade popular que pudesse aparecer nas eleições, Bolsonaro já deu seu próprio golpe no processo eleitoral por meio da “minirreforma”, que acabou passando abaixo do radar, em meio a tantos ataques contra a população levados adiante pela direita golpista. Com isso, a política de “esperar até 2022” tornou-se ainda mais temerária do que já era originalmente. O que Bolsonaro sancionou? Entre os pontos da lei que foram sancionados por Bolsonaro estão os artigos relativos ao uso de fundo eleitoral para pagamento de imóveis, aeronaves e honorários de advogados e contadores. Pelo texto sancionado por Bolsonaro, os partidos poderão gastar dinheiro do fundo eleitoral com essas despesas, o que a imprensa capitalista denuncia que facilitará o caixa 2 de campanha. Ironicamente, acusações de caixa 2, que Bolsonaro está agora praticamente legalizando, foram muito usadas durante a perseguição política contra a esquerda com o combate à corrupção como desculpa. Agora que o fundo eleitoral está sob um controle muito maior dos

partidos de direita, eles terão bastante liberdade para usá-lo. Além de aviões, helicópteros e imóveis, a lei também libera os partidos para usarem o fundo eleitoral com gastos de Internet. Ou seja, para pagarem por campanhas com robôs para inundarem as redes sociais e fazerem propaganda da extrema-direita em massa. O que Bolsonaro vetou? Os vetos de bolsonaro são um capítulo à parte nessa “minirreforma”. A lei previa o restabelecimento de campanha gratuita na TV. Bolsonaro vetou essa parte, para garantir que a campanha eleitoral seja mínima. Ao mesmo tempo em que a campanha praticamente não vai existir, aprofundando um processo eleitoral viciado em um sentido em que ele já operava anteriormente. Outro veto de Bolsonaro refere-se à lei da “Ficha Limpa”. Uma alteração permitiria mais margem para a participação dos chamados “Ficha Suja” nas eleições. A lei propunha que a aferição da elegibilidade pudesse ser adiada até a data da posse. Bolsonaro vetou esse ponto, o que manterá nas mãos do Judiciário, em grande parte dos casos, a decisão de se alguém pode ou não participar das eleições. Tirando-se a decisão dos eleitores e colocando nas mãos de poucos juízes. Uma interferência absolutamente antidemocrática nas eleições.

Esperar 2022? Esse é apenas um dos golpes que a direita pretende dar nas eleições para garantir sua perpetuação no poder com uma aparência de legitimidade democrática. Está em preparação também o chamado voto distrital misto, que beneficiará as máquinas eleitorais da direita e despolitizará a campanha eleitoral. E, além disso, há uma série de medidas de censura também em preparação para manter as eleições sob controle. Diante de tudo isso, temos mais um forte argumento contra a política de esperar até 2022 e tentar der-

rotar Bolsonaro nas eleições. Um nome alternativo para essa política seria: “Fica Bolsonaro”. E a alternativa a essa política é exigir o fim imediato desse governo. A palavra de ordem que representa esta segunda política já é mais popular nas ruas e espaços de grande aglomeração, e é a seguinte: Fora Bolsonaro! O momento é oportuno para exigir isso. Além disso, essa é uma exigência necessária. Se a direita tiver tempo para continuar agindo, não haverá as eleições de 2022 tão alardeadas. Talvez sequer reste um País. é preciso evitar desfechos como esses, é preciso ir às ruas.

JUSTIÇA DO LATIFÚNDIO

Em 33 anos, 92% dos crimes na luta pela terra nunca foram a justiça Dados apresentados pela Comissão Pastoral da Terra mostram que o judiciário sempre esteve de mãos dadas com o latifúndio para acobertar os crimes na luta pela terra. ODados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) elaborou um relatório que denuncia como são tratados os trabalhadores na luta pela terra. Os dados apontam que nos últimos 33 anos de coleta de dados pela CPT apenas 8% dos crimes cometidos pelo latifúndio chegam a ser apreciados por alguma instancia da justiça, ou seja 92% dos casos de violência que resultaram em mortes ficaram totalmente impunes. Entre os anos de 1985 (ano de início da coleta de dados) e 2018, apenas 117 dos 1.468 dos casos de violência cometidos contra os trabalhadores sem-terra, posseiros, quilombolas ou indígenas. Os números são tão absurdos que desses 1.468 registros como violência em decorrência da luta pela terra resultaram em 1.940 pessoas assassinadas. Os números de punições são mais gritantes ainda. Desses 8% de crimes que chegaram a justiça, apenas 34 mandantes e 101 pistoleiros foram condenados. Os Estados mais violen-

tos do país, também são os que menos casos de violência chegam a ser apreciados pela justiça. No Pará foram 724 mortos e apenas 22 chegaram à justiça. No Maranhão foram 168 mortos e 6 casos, Rondônia foram 153 mortos e 2 casos na justiça e na Bahia foram 130 mortos e apenas 2 casos na justiça. Os crimes, por mais violentos e cruéis sequer chegam a alguma instância da justiça. E todos sabem que muitos dos crimes cometidos pelos latifundiários sequer são contabilizados como crimes resultantes de conflitos agrários pelas forças policiais, que na maioria das vezes fazem parte do grupo de pistoleiros e das milícias formadas pelos latifundiários. Os números da violência no campo são claramente muito maiores. Esses números revelam que a justiça sempre foi conivente e atuam para sustentar essa política criminosa dos latifundiários e grileiros de terra para impedir a luta pela terra e pela

reforma agrária. Semelhante aos dias atuais, onde autuaram para dar o golpe em 2016, prender Lula e colocar Bolsonaro na presidência, a justiça sempre esteve ao lado da direita e dos latifundiários. É importante lembrar que em 1985 foi fundada pelos latifundiários a União Democrática Ruralista (UDR) para organizar uma ofensiva contra a reforma agrária e a luta pela terra no campo. A entidade de cunho fascista organizou a criação de milícias em todos os Estados, com destaque para os locais de maior conflito e a organizar a atuação no judiciário e no legislativo, através da bancada ruralista. Um bom exemplo é a família do procurador golpista da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que enriqueceu através da grilagem de terras públicas e violência contra os trabalhadores sem-terra e indígenas. É um enorme conluio da direita para defender o latifúndio. A atuação conjunta do judiciário, forças policiais,

legislativo e executivo para esmagar os movimentos de luta pela terra e esconder os crimes cometidos em nome do latifúndio. Com destaque para o judiciários que sempre atuou de forma criminosa e conivente com a violência em favor do latifúndio, fato revelado pelos números divulgados pela CPT. O judiciário atual é uma instituição antidemocrática onde o povo sempre esteve presente apenas como réu. Quem domina o judiciário nacional é a burguesia e os latifundiários. Por isso não há eleições no judiciário e os juízes são colocados através de “concursos” controlados e examinado pela própria burocracia do judiciário, perpetuando uma burocracia contra a população explorada. Fica evidente que como parte das reivindicações democráticas, coloca-se a luta pela eleição para todos os cargos do Poder Judiciário para evitar esse tipo de aberração onde 92% dos crimes cometidos pelo latifúndio sequer sejam avaliados pela justiça.


POLÍTICA | 5

TENSÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

Augusto Aras na PGR poderá alimentar crise interna do regime político A tensão dentro do próprio Ministério Público Federal, apontada por jornais da imprensa capitalista, começa pelo fato de que Aras sequer estava na lista tríplice As recentes declarações do ex-Procurador-Geral da República Rodrigo Janot caíram como uma bomba em Brasília. Revelou-se que a tensão entre as instituições dominadas pela direita já era extrema em 2017, pouco depois do golpe que derrubou Dilma Rousseff, com Janot cogitando matar um ministro do STF, Gilmar Mendes, dentro do tribunal. Embora seja aparentemente um sintoma de loucura, a atitude de Janot é uma genuína expressão da crise interna da direita golpista. Desde a gestão de Janot, já passou o mandato inteiro de Raquel Dodge e agora acaba de chegar um novo chefe para a Procuradoria Geral, o bolsonarista Augusto Aras. Sob Aras, há vários elementos que podem levar a uma crise interna mais intensa e desastrosa para o regime político da direita golpista. A tensão dentro do próprio Ministério Público Federal, apontada por jornais da imprensa capitalista, começa pelo fato de que Aras sequer estava entre os três nomes indicados por votação pelos procuradores. O ilegítimo e golpista Jair Bolsonaro não se importou em indicar alguém da lista tríplice, indicando um subprocurador simpático à sua pauta

pode ser mais uma fonte de desgaste por dentro do regime político. A crise interna da direita, que vinha desde o governo do usurpador Michel Temer, está se aprofundando sob o governo Bolsonaro, que foi uma saída improvisada pela direita, que preferiria ter colocado os tucanos novamente no poder. Aproveitar a crise interna

política, um homem da extrema-direita para ser amigo do governo à frente da PGR. Engavetador As circunstâncias da nomeação de Aras levaram a imediatas comparações com Geraldo Brindeiro, Procurador-Geral na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Brindeiro exerceu o cargo durante todos os oito anos de mandato do tucano, e ficou conhecido por arquivar todos os processos que pudessem atingir o gover-

no e seus aliados, ganhando o apelido de “Engavetador Geral da República”. Aras tentou se apresentar como “independente” durante a sabatina para ser aceito no cargo realizada no Senado. Sua proximidade com o bolsonarismo, contudo, é amplamente reconhecida. Tensões E é justamente essa proximidade que poderá causar atritos dentro do MPF. Aras é de um setor minoritário dentro da instituição, a ponto de sequer ter estado na lista tríplice. Essa

Para os trabalhadores, que estão tendo perdas na aposentadoria, nos salários, nos direitos e nos serviços públicos, a questão é aproveitar as divisões internas da burguesia e a crise do governo golpista. Há dois fatores favoráveis para isso neste momento: primeiro, há uma tendência à mobilização; segundo, a direita está em crise e dividida. Esses dois aspectos da conjuntura política podem ser transitórios. É preciso aproveitá-los enquanto é tempo, para evitar que a direita consiga superar sua crise e se consolide de forma duradoura para atacar os trabalhadores. Por isso é hora de ir às ruas contra o governo, exigindo a saída imediata de Bolsonaro.

JUDICIÁRIO OU LEGISLATIVO?

STF legisla e destrói lei da data-base para atacar funcionalismo Por 6 votos a 4, Supremo Tribunal Federal (STF) legaliza o calote nos salários do funcionalismo desde que os poderes executivos apresentem uma desculpa técnica Na última quinta (26) o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou por 6 votos a 4 o calote nos salários do funcionalismo ao permitir que os governos federal, estadual e municipal não paguem a reposição salarial do funcionalismo desde que apresentem uma justificativa técnica. Passando por cima do poder Legislativo, o STF assumiu prerrogativas de legislar para legalizar o congelamento dos salários dos servidores públicos em todos os níveis. Eis o papel direitista e reacionário do STF, sob um governo da direita e sob intervenção militar expresso no general Ajax, o “assessor” de Toffoli. A medida incentiva uma prática que tem se ampliada nos últimos anos, como no caso do Paraná, onde os servidores estão com os salários congelados desde 2015 no governo de Beto Richa (PSDB) sob o argumento da falta de recursos e da crise fiscal. O governador Ratinho Junior (PSD) manteve a política de congelamento de Richa e neste ano a reposição salarial do funcionalismo paranaense já acumula 17% de perdas, de acordo com o Fórum das Entidades Sindicais (FES). Já no caso de Curitiba, por exemplo, o prefeito Rafael Greca (PMN) no seu ajuste fiscal em 2017 mudou a data-

-base dos servidores municipais de março para outubro, deixando o funcionalismo curitibano sem ao menos a reposição da inflação. O argumento do prefeito é que o município estava próximo do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Novamente um desculpa técnica, que agora terá o aval do STF. Ou seja, em pleno golpe de Estado, esta decisão do STF serve como um suporte para que o poder Executivo amplie os ataques contra os trabalhadores. O que mostra que o tribunal superior é uma instituição reacionária, ditatorial, sem qualquer controle popular e que está fechada com a di-

reita golpista bolsonarista e com seu programa. Este é um dos motivos pelos quais o Partido da Causa Operária (PCO) defende que todos os mandatos do Judiciário se deem através de eleição direta e haja controle popular sobre os eleitos, bem como a extinção da aberração jurídica que é o STF – um tribunal superior com poder arbitrário de revisão (e de “legislação”, como denunciado nesta matéria). Os ministros que votaram contra os servidores foram: Roberto Barroso, Teori Zavascki (falecido), Rosa Webber, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin. Votaram a favor os ministros: Marco Aurélio (relator), Luiz Fux, Car-

men Lúcia e Ricardo Lewandoski, que criticou a possibilidade de omissão para o reajuste anual, infração grave que não deve ficar impune. Com a decisão, ficou estabelecido que “o não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão”. Ou seja, basta que o poder Executivo dê uma desculpa técnica para justificar o calote para os servidores perderem o direito de indenização. Segundo o advogado Ludimar Rafanhim, em matéria publicada pela APP Sindicato na última sexta (27), especialista em serviço público, a decisão do STF: “tem efeitos em todas as ações de sindicatos ou pessoas que pedem indenização por descumprimento da data base. A ação dos servidores municipais de Curitiba de 2017 não pede indenização, mas o reajuste. Ainda existem duas ações do Sismuc [Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba] aguardando esse julgamento. Acho que vai repercutir também nas ações de 2017.”


6 | ATIVIDADES DO PCO

É NESSE DOMINGO

Dia 6, palestra debate: 3 anos do golpe, com Rui Costa Pimenta Vamos debater tudo que mudou desde 2016 Nesse domingo, não perca a palestra-debate do companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária. Você se lembra como era sua vida e dos brasileiros em geral antes de 2016? Na verdade, o PCO denuncia o golpe em marcha desde 2012, com o julgamento farsa do mensalão. Desde então, o golpe vem envolvendo vários atores, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha ao pato da FIESP, passando pela Conspiração Lava Jato, com treinamento e supervisão direto do Departamento de Estado dos EUA e apoio total da imprensa sabuja local. No final de 2013, Glenn Greenwald apareceu em vários programas de domingo da Rede Globo, o Fantástico, para revelar detalhes da espionagem a que a presidenta Dilma e também a Petrobras e o Ministério das Minas e Energia foram vítimas. Edward Snowden, ex-funcionário da NSA (National Security Agency) passou a informação para Greenwald, que resolveu colocar a boca no trombone e avisar as autoridades brasileiras via Globo. Julian Assange, do Wikileaks, também aconselhou que emails e conversas telefônicas da governo brasileiro fossem criptografadas. Além do Brasil, Cristina Kirchner, da Argentina, Evo Morales, da Bolívia, e até Angela Merkel, da Alemanha, estavam entre os alvos da espionagem norte-americana. O Wikileaks também vazou que Michel Temer, então presidente da Câmara de Deputados durante os governos do presidente Lula, desde pelo menos 2006 entregava relatórios frequentes, sobre projeções da situação política no Brasil, diretamente na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília.

O portal fundado por Assange revelou que uma reunião ocorrida no final de 2012 em um hotel em Atlanta, estado norte-americano da Geórgia, entre ex-presidentes e líderes de direita latino americanos e funcionários da CIA e da NSA foi o que decidiu tudo: como retomar a América do Sul para a direita, que não conseguia vencer eleições legítimas. Já no ano seguinte, 2013, quando estouraram as manifestações “pelos 20 centavos” e a espionagem ao governo brasileiro, chegou a Brasília uma nova embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde, que “coincidentemente” havia sido embaixadora de seu país no Paraguai na preparação do golpe de Estado lá contra Fernando Lugo, que ocorreu em junho de 2012, e antes disso também “supervisionou as relações dos Estados Unidos” com a América Central antes do golpe em Honduras contra Manuel Zelaya também em junho, mas de 2009. Hoje, com a sua experiência sobre a América Latina, Ayalde está lotada na Flórida, desde janeiro de 2017, de onde presta consultoria ao Comando Militar Sul, que ineditamente tem um general brasileiro como subordinado baseado no Texas, provavelmente preparando ações contra a Venezuela, Bolívia etc. Moro, Dallagnol, Cunha, Temer, PSDB, Globo, Veja, STF, sistema bancário etc são responsáveis pelo fechamento de empresas, falências de empreiteiras, desemprego em massa, colapso da economia, condenação fraudulenta e prisão do candidato que venceria as eleições do ano passado e poderia reverter o processo de rapinagem, o roubo do petróleo do pré-sal, o roubo da Embraer, o roubo dos direitos

dos trabalhadores, o roubo das aposentadorias, o desmonte do Brasil e o boicote aos BRICS, UNASUL, Mercosul e outras relações econômicas, diplomáticas e comerciais que os governos de Lula e Dilma haviam cultivado com países africanos, asiáticos, caribenhos e do Oriente Médio. O Brasil foi submetido à condição de colônia e tem um subalterno do governo de Washington ilegitimamente conduzindo o País à sucata. Fora um bando de gente louca que parece que tomou conta de tudo, defendendo que a Terra é plana, que o nazismo era de esquerda etc. Domingo será um oportunidade de refletirmos sobre tudo isso e o que virá. Rui Costa Pimenta fará um balanço dos 3 anos do golpe (que oficialmen-

te foi admitido por Michel Temer, no mês passado, no programa Roda Viva, da TV Cultura) e falará sobre nossas perspectivas. A palestra será seguida de um debate, com a participação da audiência. O evento ocorrerá no Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo (rua Serranos, 90, Saúde) e será transmitido pela Causa Operária TV para os CCBPs das outras capitais estaduais e sedes regionais do PCO, de onde as pessoas poderão participar do debate. Em todos esses locais, após a palestra e o debate, haverá um churrasco de confraternização para levantar recursos para os CCBPs. Veja mais detalhes e informações nos próximos dias no Diário Causa Operária e durante os programas da COTV.


POLÍTICA | 7

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO EM POA

Falência do sistema prisional: quase 100 presos vivem a céu aberto São noventa e cinco presos, algemados a dezoito viaturas em céu aberto, que estão passando por isso. Nesse campo de concentração, existem aqueles presos há dias ou até meses. Entre muros, dentro de um pátio mal cuidado, na capital do Rio Grande do Sul, encontram-se um amontoado de corpos vivos, presos na forma mais sub-humana possível, em uma situação, como relatam aqueles que são obrigados a viver ali, que está abaixo do tratamento dado aos animais. São 95 presos, algemados a 18 viaturas em céu aberto, que estão passando por isso. O número é variável, hora surgem mais presos, hora alguns conseguem ir para o inferno dos presídios brasileiros. O dia a dia daqueles que vivem algemados às viaturas vem do mesmo tratamento dado aos escravos do século XIX. Suas necessidades básicas como alimentação, período para dormir e higiene pessoal são completamente substituídos por uma pura improvisação, onde os presos, algemados 24 horas por dia, acabam tendo que fazer suas necessidades ali mesmo, em copos plástico, garrafas e embalagens. Algo que, como já era de se esperar, levou alguns a terem sérios problemas de saúde, enquanto outros por enquanto temem não conseguir sobreviver por mais tempo. Nesse campo de concentração, existem aqueles que estão presentes há cerca de dois dias, e aqueles que já

chegam a somar um mês nestas condições. Quem está preso na parte interior dos carros passam seus dias e suas noites apenas sentados, já outros precisam viver no lado de fora, no fundo do camburão, onde nesta situação, chega a ser considerado uma “progressão” para os presos. Ao observar-se o local vemos um amontado de gente. Pessoas que são obrigadas a dormir com os joelhos dobrados enquanto deitam sobre os pés de outros presos, uma série de colchões e garrafas de urinas, todas entre

uma corrente que atravesse um único camburão com 12 pessoas algemadas. Os presos já dizem que as terríveis penitenciárias parecem shopping center perto do que estão vivendo. Toda esta situação é ocasionada unicamente pela ação criminosa do Estado brasileiro, ainda mais após o golpe. Com isso, temos uma realidade onde os aparatos de repressão esmagam a população pobre à revelia da constituição e de quaisquer diretos humanos existentes. As prisões brasileiras são verdadeiros campos de concentra-

ção, o inferno na terra. Uma máquina de moer gente pobre, que esmaga e põe em um estado de tortura dezenas de presos em uma única cela. O caso de Porto Alegre é ainda mais alarmante, pois mostra que nunca podemos achar que a política de repressão do Estado não pode ser pior, tendo formado um campo de concentração ainda pior que o inferno, alcançando um nível que vimos apenas com os nazistas. Quem está nesses locais é o povo pobre, trabalhador, esmagado pela sociedade em que vive, e muitas vezes preso sem sequer cometer crimes. No entanto, o Estado brasileiro em vez de resolver estes problemas adota uma política geral de massacre da população, e o povo pobre é posto as centenas de milhões nas cadeias brasileiras. Para qualquer um que se diga de esquerda, minimamente democrático, não pode tolerar de forma alguma a ação dos órgãos de repressão. Se o Estado brasileiro não tem condições de comportar aqueles que estão presos é necessário que sejam todos soltos, garantindo-se o direito democrático de cada um. Dizer que a solução é aumentar o número de presídios é compactuar com o encarceramento em massa do povo brasileiro.

JUDICIÁRIO É CORRUPTO

Intercept denuncia esquema generalizado de venda de sentenças Denuncia do site que vem denunciando a Vaza Jato prova como o sistema judiciário brasileiro é comprometido em prender os pobres e passar pano para os ricos. O sítio The Intercept, que vem trazendo os vazamentos que comprovaram a farsa gigantesca da Operação Lava Jato, realizou mais uma denúncia que demonstra como o Judiciário brasileiro é sujo. Nesta matéria, o site denuncia um esquema de venda de sentenças dentro do Brasil, em que os juízes cobram determinadas quantias, os valores vão de R$ 750,00 a R$ 400.000,00, para livrar a cara de alguns réus. A reportagem que foi veiculada teve acesso às informações por meio da Lei de Acesso à Informação, no entanto, o comércio de sentenças tende a ser muito maior do que o apresentado, já que o sistema judiciário não faz esforço nenhum em tentar corrigir seus próprios sistemas de corrupção. A punição mais grave que receberam os casos encontrados pela reportagem do sítio The Intercept foi o de aposentadoria compulsória, aquele em que o juiz é obrigado a deixar de trabalhar para passar o resto da vida recebendo dinheiro do Estado por ter cometido um crime. Curiosamente, o golpe de Estado implantado no Brasil, com a clara interferência do judiciário, está acabando com a previdência dos trabalhadores. Para os juízes corrup-

tos, aposentadoria milionária às custas da população, para o povo pobre o fim da aposentadoria. Não é surpresa para ninguém que a maioria dos juízes que atuam no Brasil não tem compromisso nenhum com a ética de sua profissão. Basta ver a

quantidade de pessoas presas no país e se perguntar qual a classe social delas. No Brasil, somente os pobres são presos. O que o The Intercept traz de novo é somente a comprovação de que se você tiver condições de pagar, você nunca será preso.

É preciso denunciar cada vez mais essa conduta e não alimentar ilusões quanto ao sistema judiciário burguês. Esse sistema não se preocupa com a população, ao contrário, se preocupa em manter o sistema político brasileiro através da repressão das pessoas mais pobres.


8 | POLÍTICA | DIA DE HOJE NA HISTÓRIA

EMPREGO NÃO, SOMENTE “BICOS”

Brasil cria três vezes mais vagas de trabalho informais que formais Informais, “subocupados”, “pejotizados”, desalentados, as denominações para a cruel realidade. Desemprego generalizado é a cara do governo golpista Bolsonaro Em um ano foram gerados pouco mais de 1,4 milhão de postos sem carteira assinada ou sem CNPJ, número bem maior que as 403 mil vagas formais, ou seja, com carteira assinada ou com CNPJ, o trabalhador “pejotizado”, informa Robson Sales, GloboNews, em 28/09/2019. Pejotização é o termo para designar o empregado, que empregado é, mas cadastrado de forma individualizada como Pessoa Jurídica. O efeito disso, é “legalizar” a relação de trabalho com empregador, mas sem direitos trabalhistas, sem os direitos previdenciários. Informalidade é recorde e atinge 38,8 milhões de brasileiros Para o IBGE, informais inclui trabalhadores sem carteira assinada, inclusive domésticos, os autônomos, os que trabalham “por conta”, mas sem CNPJ, e ainda os sem remuneração, que auxiliam em trabalhos para a família. Nessa contabilidade, a taxa de desocupação caiu para 11,8% no trimestre

encerrado em agosto de 2019 contra 12,1% de 2018, informa o IBGE. São 12,6 milhões de pessoas no desemprego hoje, contra 12,9 milhões de desempregados no mesmo período de 2018. O ano de 2019 retrata 300 mil desempregados à menos que o mesmo período de 2018 Parece ser um número auspicioso, 300 mil desempregados a menos. Não é isso, 1,1 milhão deixou de ser desempregados para trabalhar por conta própria. Trabalhar por conta própria foi a opção que restou para 1,1 milhão de brasileiros. Desses, 69% sem CNPJ, sem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, ou seja, trabalhadores se virando em trabalhos de “bico”. Nesta categoria seriam 760 mil brasileiros. Emprego sem carteira assinada e o trabalho por conta própria bateram recorde

São 11,8 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no trimestre finalizado em agosto. São 24,3 milhões no mesmo período os autônomos. São os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, divulgados, sexta feira, dia 27/09/2019. “Grande parte dos trabalhadores por conta própria, formalizados não é, ou seja, não estão regularizados com CNPJ. Pra formalizar precisa de crescimento econômico e esse ano vamos ter menos de 1% de crescimento. Então não tem jeito”, afirmou o professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Saboia. O rendimento médio também caiu. Está em R$ 2.298,00 no trimestre encerrado em agosto, queda de 0,4%, na comparação com o mesmo período de 2018, segundo o IBGE. “Quem ganha menos é o empregado sem carteira, em seguida o autônomo”. A informalidade alta contribui para reduzir a renda média”, ponderou Saboia.

7,2 milhões de pessoas trabalham menos do que gostariam. Menos do que poderiam. São os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, gente que vive de bicos. 4,7 milhões de pessoas simplesmente desistiram de procurar emprego, são os desalentados. A nova denominação para esses quase 5 milhões a mais de desempregados. Todos os direitos e desemprego. Ou menos direitos e emprego A manchete do jornal O Estado de S. Paulo, de 09/11/2018, antecipava o que Bolsonaro propunha “menos direitos e empregos”. Poucos empregos. Nem empregos são. Apenas bicos. A política dos golpistas para empregos aos brasileiros, não é política alguma. Trabalhadores que se virem. Os trabalhadores não tem para onde fugir. É de “bicos” a derradeira saída para os desempregados brasileiros sobreviver enquanto o golpe de Estado não for derrotado.

TRIBUNAL DE NUREMBERG

01/10/1946: nazistas são condenados nos julgamentos de Nuremberg No dia 01/10/1946 acabavam os julgamentos de Nuremberg, responsáveis por julgar 24 pessoas do alto escalão nazista por seus crimes de guerra. Entre 20 de novembro de 1945 e 1 de outubro de 1946, aconteceu o julgamento de 24 lideranças do partido nazista alemão. O julgamento foi realizado pelos países aliados que haviam derrotado os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (EUA, França, União Soviética e Grã Bretanha). Dentre os 24 julgados nesse tribunal, 12 foram condenados à morte por enforcamento, sendo que um deles, Martin Bormann, foi condenado sem estar presente no julgamento. Os outros condenados ao enforcamento foram: Hans Frank, Wilhelm Frick, Hermann Göring, Alfred Jodl, Ernst Kaltenbrunner, Wilhelm Keitel, Joachim von Ribbentrop, Alfred Rosenberg, Fritz Sauckel, Arthur Seyss-Inquart e Julius Streicher. Walther Funk, Rudolf Hess e Erich Raeder foram sentenciados à prisão perpétua. Karl Dönitz, presidente da Alemanha e responsável pela assinatura de rendição após o suicídio de Adolf Hitler, foi condenado a 10 anos de prisão. Konstantin von Neurath recebeu pena de 15 anos de prisão, enquanto Baldur von Schirach e Albert Speer receberam 20 anos de prisão cada.

Franz von Papen, Hans Fritzsche e Hjalmar Schacht foram absolvidos neste julgamento, enquanto o entusiasta do regime nazista e capitalista industrial Gustav Krupp teve seu julgamento cancelado por motivos de saúde. Krupp havia utilizado trabalho escravo em sua industria durante o regime nazista. Atualmente, a Krupp que mudou seu nome para ThyssenKrupp AG, continua com denuncias de proporcionar péssimas condições de trabalho para seus trabalhadores, tendo sido palco para o livro jornalístico “Cabeça de Turko” de Günter Wallraff na década de 80. Robert Ley, chefe da Frente Alemã para o Trabalho, se suicidou na prisão antes de chegar ser julgado. Os crimes de guerra cometidos pelos alemães durante a segunda guerra foram julgados. Nenhum dos réus teve direito a um advogado. Os crimes de guerra cometidos pelos países aliados também nunca foram julgados. Como alguns desses países saíram como heróis após a segunda guerra (muito por conta do imaginário do cinema de propaganda dos EUA), atrocidades cometidas contra civis, como é o caso da utilização das bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki, nunca foram julgadas.

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INTERNACIONAL | 9

LUTA ANTI-IMPERIALISTA

Rebelião ameaça derrubar regime apoiado pelos EUA no Haiti Haiti está em chamas, com insurgentes nas ruas para derrubar o governo apoiado pelos EUA O regime haitiano, de secular opressão e miséria contra o povo, apoiado pelo imperialismo norte-americano foi a nocaute. Desde sexta-feira, dia 27 de setembro, o país – que é um dos mais pobres e miseráveis do mundo – está literalmente em chamas. As notícias que chegam dão conta de que a situação na ex-colônia francesa está completamente fora de controle, com centenas de insurgentes promovendo ações que vão desde a invasão de prédios públicos, barricadas e ataques contra representantes do governo, destruição de sedes da polícia e ataques a tribunais. O país caribenho é um explosivo barril de pólvora, que desta vez teve como estopim da rebelião popular um relatório onde juízes do Supremo Tribunal de Contas do Haiti disseram que o presidente do país, Jovenel Moise é o beneficiário direto de um “esquema de peculato” que desviou o dinheiro da ajuda venezuelana destinada a reparos nas estradas, apresentando uma série de exemplos de corrupção e má gestão” (sítio AMW, 28/09). Uma característica peculiar do levante que ocorre no Haiti neste momento é o enfrentamento que os insurgentes estão levando adiante contra a polícia do regime. Há relatos de resistência armada nas ruas da capital, Porto Príncipe e em outros pontos do país.

O regime corrupto e assassino de Jovenel Moise é mais um dos tantos outros regimes impopulares e antipovo na região diretamente apoiado e financiado pelos Estados Unidos. Também a polícia que atua na repressão ao pobre povo do Haiti recebeu treinamento nos EUA, em Austin, no Texas. A UDMO (Unidade Departamental para a Manutenção da Ordem), odiada pelo povo, assassinou muitos haitianos para proteger o corrupto regime de Moise. O povo nas ruas respondeu a violência policial incendiando unidades da UDMO. A convulsionada situação na nação caribenha, secularmente marca-

da pela opressão, miséria e pobreza, é somente a expressão mais aguda de um fenômeno que está presente em toda a região das Américas, vivenciada pela maioria dos países latino-americanos. A superexploração dos povos do continente, imposta primeiramente pelos colonizadores e atualmente pelo imperialismo ianque, coloca para os trabalhadores e o conjunto da população a necessidade da luta em defesa dos seus direitos democráticos, de defesa da soberania e da autodeterminação dos povos e nações, ameaçadas pela pressão permanente do imperialismo estadounidense.

Jovenel Moise, presidente fraudulento apoiado pela Casa Branca é a prova viva da intervenção direta do imperialismo no continente. Os EUA, diante da crise monumental do capitalismo e da perda de influência em várias regiões do planeta (Ásia, Oriente Médio, América Latina), busca recompor minimamente seu controle sob os seus “satélites” de outrora, os países da América Latina, muitos deles em processo de rebelião contra a tirania ianque. A estratégia de Washington vem sendo o financiamento de golpes de Estado e o apoio aos regimes de extrema direita no continente, como é o caso do Brasil, da Colômbia, do Equador, da Argentina e outros, ao mesmo tempo que ameaça militarmente os regimes considerados por eles (o imperialismo) como hostis aos seus interesses (Cuba, Venezuela, Bolívia). A luta dos povos das Américas em defesa dos seus interesses históricos e imediatos é uma só e contra o inimigo comum a todos os países do continente: o imperialismo. A tarefa da esquerda, dos revolucionários é impulsionar as tendências de luta presente em todos os países do continente para impor uma derrota de conjunto aos Estados Unidos da América, abrindo caminho para a vitória, a emancipação dos povos e a luta pelo socialismo.

QUEM FORMARÁ O GOVERNO?

Conservadores ganham eleição na Áustria, mas crise se mantém O Partido Popular, de Sebastian Kurz, ganhou as eleições, mas não formou maioria. A dúvida, agora, é saber com quem formarão uma coalizão. O Partido Popular da Áustria, liderado por Sebastian Kurz, ganhou mais uma vez as eleições para o novo Parlamento do país. Segundo boca de urna, Kurz tem 37,1% dos votos, e voltará ao cargo de primeiro-ministro. Apesar do aumento de mais ou menos 5% em relação às eleições de 2017, que o haviam conduzido para o cargo, o Partido Popular não conseguiu formar maioria e, portanto, precisará formar uma coalizão para governar. CONTINUAÇÃO DA CRISE POLÍTICA Em maio deste ano, a coalizão de Kurz com o Partido da Liberdade, de extrema-direita, foi desfeita por conta de um vídeo em que o antigo líder fascista, Heinz-Christian Strache, prometia contratos governamentais a um investidor russo próximo de Vladimir Putin. Na época foi um escândalo gigantesco que derrubou o governo, quando o Parlamento aprovou um voto de desconfiança contra Kurz e o vice de extrema-direita. O escândalo estava mirando a extrema-direita, que saiu fragilizada das eleições, perdendo cerca de 10% dos votos de 2017, ficando com apenas 16,1%

(terceiro lugar). A eleição em si foi uma manobra para tirar o poder relativo da extrema-direita do governo, sendo o motivo pelo escândalo ter sido divulgado alguns meses antes das eleições. A burguesia queria um governo dos conservadores sem a extrema-direita. Porém, a crise se mantém, uma vez que o Partido Popular não conseguiu maioria no legislativo para governar sozinho, apesar de todas as manobras e do crescimento eleitoral. Vale aqui ressaltar que estas eleições explicitam a crise de todo o regime político, já que um dos partidos mais tradicionais do país, o Social-Democrata, teve seu pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial. Nas últimas eleições os sociais-democratas perderam cerca de 5% dos votos de 2017, ficando com apenas 21,7%. QUEM FARÁ PARTE DO GOVERNO? A dúvida agora é saber quem irá formar o governo com os conservadores. Setores da burguesia cogitam nos Verdes, que apesar de terem ficado em 4º nas eleições, obtiveram um crescimento de quase 10%, passando de 3,8% em 2017 a 13,5% nas últimas eleições.

Porém, isso é muito incerto. Kurz chegou a acenar para os fascistas do Partido da Liberdade, afirmando que os 17 meses de coalizão formada pelos dois foi “muito boa” até a divulgação do vídeo que levou ao escândalo. O líder de extrema-direita, Nobert Hofer, entretanto, indicou que devem manter distância do governo, revelando a desmoralização do partido. Se, entretanto, esta coalizão se confirmar, a aliança é instável. Os conservadores formarão o mesmo governo desmoralizado que caiu em maio deste ano, aumentando a insatisfação popu-

lar. Além disso, a manobra para retirar a extrema-direita do caminho falhará miseravelmente, uma vez que, formando o governo, tornar-se-ão novamente uma força predominante do regime político. Por outro lado, uma coalizão com os também desmoralizados sociais-democratas abrirá o caminho para a extrema-direita, uma vez que, diante da polarização, o único elemento que aparecerá como divergente dos partidos tradicionais da burguesia será o Partido da Liberdade – já que o centro político estará aliado. A crise, portanto, continua…


10 | MOVIMENTO OPERÁRIO

PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS

Deputado Bolsonarista quer lei que quebra monopólio postal Deputado federal golpista do PSL propõe PEC para acabar com o monopólio postal da ECT, para viabilizar privatização O deputado federal General Peternelli do PSL/SP (Partido Social Liberal), mesmo partido do presidente golpista e fraudulento Jair Bolsonaro, propôs uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que autoriza a quebra do Monopólio Postal dos Correios. O golpista do PSL quer que o corrupto Congresso Nacional autorize que capitalistas privados possam comercializar entregas de cartas e telegramas no Brasil, que por motivo de segurança pública e da defesa da Soberania Nacional, hoje só pode ser realizada pela ECT (Empresa Brasileira

de Correios e Telégrafos). Essa proposta golpista visa facilitar a destruição do serviço de entrega de correspondências pelos Correios, além da emenda abrir caminho para venda de toda ECT através do Congresso Nacional. É preciso criar comitês de luta contra privatização dos Correios na base da categoria. Os comitês terão a função de mobilizar a categoria para fazer campanha contra a privatização dos Correios, que passa necessariamente pelo Fora Bolsonaro e todos golpistas, liberdade para Lula e novas eleições.

CAMPANHA PRIVATIZAÇÃO

Operação Lava Jato mira privatização do Banco do Brasil Operação Vaza-jato ataca Banco do Brasil Matérias vinculadas, recentemente, pela imprensa golpista deram grande destaque para a 66ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo funcionários do Banco do Brasil através de um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Segundo os porta-vozes da direita golpista: “ ‘o montante total ilícito movimentado pelos investigados, por meio da realização de transferências bancárias a partir de contas mantidas pela organização criminosa, superou a quantia de 200 milhões de reais. Parte significativa do valor foi convertida em espécie para posterior utilização no pagamento de propinas por empreiteiras que praticaram corrupção contra a Petrobras’, informou o Ministério Público Federal (MPF) por meio de nota” (El País 30/09/2019) Não é novidade para mais ninguém que a Operação-Lava jato é parte de

uma organização criminosa planejada e orientada nos Estados Unidos da América e, que o seu representante no MPF, Deltan Dallagnol, é parte desse processo, conforme revelação do portal The Intercept Brasil. O “combate” ao crime organizado, pela operação Lava-jato, tem como um dos seus principais pilares atacar os setores nacionalistas e entregar o patrimônio do povo para as empresas imperialistas. O exemplo da Petrobras é emblemático em relação o que está por trás dessa operação criminosa. Os dados oficiais revelam que a operação acabou com mais de 600 mil empregos e afetou as principais empresas nacionais, em especial a indústria da construção civil e a indústria naval. Na Petrobras além da venda de empresas subsidiárias, campos de petróleo

e refinarias no exterior, a operação acabou acarretando a entrega de boa parte do Pré-sal e a BR distribuidora. A fase da Vaza jato contra o Banco do Brasil, aliada com as matérias vinculadas pela imprensa golpista, é parte da ofensiva da direita golpista de propaganda com a clara intensão de promover a campanha pela privatização do banco. Não é por acaso que o governo ilegítimo/fascista, Bolsonaro, já começa a se desfazer das subsidiárias do BB, como foi o caso recente a “parceria” com a UBS suíça que passou a controlar uma das m ais importantes subsidiárias do banco que é a BB Investimentos, o enxugamento do quadro funcional da empresa, com milhares de demissões através dos famigerados PDV’s, fechamento de centenas de agências no país inteiro, congelamento salarial, etc.

A Operação Lava Jato está destruindo as principais empresas estatais e a entrega de boa parte do patrimônio nacional para as empresas estrangeiras e levando a destruição de toda a economia nacional em favorecimento dos países imperialistas. É preciso lutar para impedir esse processo de destruição nacional realizado pela direita golpista. Para isso é necessário mobilizar, através das suas organizações, os trabalhadores e toda a população contra as privatizações e contra o governo em geral. É preciso juntar-se ao clamor popular que exige nas ruas o fim do governo. As organizações dos trabalhadores e suas lideranças devem levantar a palavra de ordem que já toma conta das ruas: Fora Bolsonaro!, Liberdade para Lula, Eleições Gerais.

ENSINO A DISTÂNCIA

PE: Secretária de Educação já está ofertando cursos a distância Em Pernambuco está sendo oferecido cursos a distância de um à dois anos em áreas técnicas Após as eleições fraudulentas que colocou o atual presidente no poder, a educação tem sido alvo de destruição e corte de verbas gigantescos. O objetivo dos golpistas é a privatização das universidades e as escolas públicas municipais e estaduais, e outra forma que destruição são os cursos à distância. Os cursos à distância estão sendo introduzidos nas esferas do ensino superior de forma avassaladora, gerando o sucateamento do ensino, a desvalorização dos professores e do ensino presencial e formal. Agora os golpistas querem transformar todo o ensino à distância, mas sabemos que o Brasil mais de um terço da população não tem acesso à in-

ternet, 39%, segundo o IBGE, mais de 63,3 milhões brasileiros. A Secretaria de Educação e Esportes do Estado do Pernambuco abriu vagas para nove cursos técnicos gratuitos. Segundo o edital, são 7.700 vagas na modalidade semi-presencial e 48.660 a distância. Ao todo serão 60 municípios do Sertão, Agreste, Zona da Mata, Fernando de Noronha e Região Metropolitana do Recife. Como uma população que vive sem acesso à internet vai usufruir desses cursos a distância? Além do empobrecimento intelectual e social que existe nos cursos a distância. A política dos golpistas é atacar duramente o ensino médio e o próprio ensino público no País, expulsando

milhões de jovens das escolas públicas, demitindo professores e favorecendo os tubarões do ensino pago, que irão lucrar bilhões com o ensino privatizado. Os cursos a distância não existe nenhum ponto positivo, pois tira a interação entre as pessoas, as perguntas para tirar as dúvidas, o “olho no olho”, a conversas com os amigos, o movimento estudantil, os debates, entre outros. Os golpistas querem “jogar” os brasileiros na ignorância e no analfabetismo. Somente a luta de todos os setores da população para tirar os golpistas do poder vai abrir a possibilidade de reverter todas as medidas que foram deferidas contra a educação pública.

É preciso denunciar essa política e chamar os professores, estudantes e toda a comunidade escolar a se mobilizar contra a destruição da educação pública promovida pelo golpe de Estado. É preciso organizar os comitês de luta contra o golpe em todas as escolas e levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula.


MOVIMENTO OPERÁRIO | NEGROS | 11

CANTORA PROTESTA

Elza Soares no Rock in Rio: “Chega de perseguir os negros e pobres” Plateia aplaudiu a cantora, Marielle, a luta dos negros e pobres, e gritou chega para a política genocida de Witzel e Bolsonaro.

Venha discutir

A LUTA

DO

POVO NEGRO Reunião do Coletivo de Negros João Cândido

Neste domingo (29/9), a cantora Elza Soares se apresentava no Rock in Rio quando, entre uma música e outra, protestou para o público. “Ágatha Félix tinha 8 anos, o músico Evaldo Rosa levou 80 tiros. Marielle lutava pelos pobres, pelos negros. Chega de perseguição aos pobres, aos negros.” A fala foi ovacionada pela plateia, que gritou junto: “Chega”, e demons-

tra a insatisfação da população com o governo de Jair Bolsonaro e com a política genocida de seu sósia estadual, o governador carioca Wilson Witzel. E é preciso notar que o Rock in Rio não é representado, em sua maioria, pelos setores mais pobres da população, mas pela classe média e alta. Os ingressos deste ano custavam 525 reais para cada dia do evento.

Todos os sábados às 16h

ACIDENTES EM FRIGORÍFICOS

Frigorífico Aurora terá de pagar R$ 1,1 milhões por irregularidades Cooperativa Central Aurora, dona do Frigorífico Aurora de Sarandi (RS) terá que pagar mais de um milhão e cem mil por manter irregularidades Expirado o prazo para cumprimento das inúmeras irregularidades no frigorífico/abatedouro da Cooperativa Central aurora, de Sarandi, cidade do município do Rio Grande do Sul, Ministério Público do Trabalho (MTP) aplicou multa de mais de um milhão e cem mil reais. A multa diz respeito ao termo de Ajustamento de Conduta (TAC), aceito pelos donos da Aurora, em consequência das inúmeras irregularidades no frigorífico, o valor será repassado em 12 parcelas. Este processo de investigação se deu entre os dias 15 e 18 e a interdição se deu em 31 de maio deste ano e o motivo é de que o frigorífico mantinha e continua mantendo péssimas condições de trabalho, segurança e saúde de seus funcionários, na época foram registrados mais de 20 itens no laudo, porém o frigorífico continua a ignorar os problemas que faz parte do cotidiano dos patrões. A fiscalização se deu para averiguar as irregularidades já denunciadas em fiscalizações anteriores e o que se verificou foi o aumento das irregularidades. O frigorífico com 869 trabalhadores naquela época abate mais de 2.100 suínos por dia, são operários que so-

frem pelo total descaso dos patrões do Aurora. As irregularidades envolve desde os vestiários que não possuem chuveiros, o desrespeito ao horário de trabalho regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que é de oito horas diárias. São situações de verdadeira escravidão, os funcionários trabalham muito acima do horário permitido, chegando, em determinados momentos, o que é quase que uma rotina, para dar conta da produção, a 12, 13, 14 ou mais horas. A multa somente não soluciona os problemas enfrentados pelos trabalhadores, em primeiro lugar é uma multa irrisória, a qual os próprios patrões já contam com ela, além de ser insignificante diante do enorme lucro obtido à custa do suor e sangue dos trabalhadores utilizados, não como seres humanos, mas como verdadeiros objetos que se usa e joga fora quando bem entender, ou melhor, igual aos escravos do período colonial do Brasil. É necessário a organização dos operários, através de mobilizações dos diversos setores da fábrica para exigir condições humanas de trabalho e se necessário, ocupar suas instalações, até que sejam solucionados todos os problemas.

Centro Cultural Benjamin Perét R. Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde - SP


12 | JUVENTUDE

GREVE A PARTIR DO DIA 2/10

RS: UFSM decreta greve por tempo indeterminado após greve geral Exemplo que precisa ser seguido por todas as categorias. Os estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) decidiram não apenas unificar-se à greve nacional de 48h, chamada para esta quarta e quinta-feira, mas também seguir com a greve por tempo indeterminado. A deliberação foi tomada pela assembleia geral dos cursos e centros acadêmicos, em resposta à situação insustentável a que as universidades estão chegando com o governo de Bolsonaro. Também participaram os sindicatos de professores e de técnicos administrativos. O exemplo deve ser seguido por todas as universidades e, principalmente, todas as categorias de trabalhadores. Bolsonaro não está apenas

“contingenciando recursos das universidades”. Está promovendo uma destruição completa, não apenas da Educação e da Pesquisa brasileiras, mas de todos os demais setores econômicos. E será necessária uma ampla mobilização em torno do “Fora Bolsonaro” para conseguirmos tirar do poder este governo de terra arrasada. Neste sentido, a nota do Diretório Central dos Estudantes da UFSM parece indicar esta posição, observando que a greve não é apenas em defesa do Ensino Superior mas, também, contra Bolsonaro, e destaca a necessidade de se unificar com as demais categorias de trabalhadores para atingir este propósito.

OCUPAR AS RUAS!

LIBERADOS 2 BILHÕES. É POUCO!

Greve geral: dias 2 e 3 a juventude vai às ruas pelo Fora Bolsonaro

Em manobra para evitar atos dos dias 2 e 3, MEC libera verba bloqueada

Sair às ruas pelo Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula

O governo cede um pouco para tentar acalmar as manifestações. Um sinal de que a mobilização deve se intensificar. A crise não será superada enquanto Bolsonaro permanecer

Nos próximos dias 2 e 3 de outubro serão realizados em todo o país, dois dias de greve geral da educação, contra a política de destruição do ensino provocada pelo governo golpista de Bolsonaro, como os corte de verbas, de milhares de bolsas e a tentativa de privatização do ensino, e contra o próprio governo Bolsonaro, pelo Fora Bolsonaro. As mobilizações foram convocadas pelas entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes, a UNE, a UBES, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, a CNTE e outras organizações. Diante de crise cada vez maior do governo golpista e do crescente repúdio popular à política de terra arrasada e ao próprio governo golpista de Bolsonaro, é preciso intensificar a campanha em torno dos atos e ocupar as ruas de todo o país. Além de denunciar os cortes de verbas, a tentativa de privatização do ensino público, os atos devem apontar uma perspectiva política. É preciso unificar a luta dos estudantes, professores com os de mais setores explo-

rados do país, que neste momento lutam contra a política de guerra dos golpistas, como os trabalhadores do campo que lutam contra os massacres na terra, os trabalhadores das estatais que lutam contra as privatizações, a juventude negra e pobre de periferia que luta contra a política de extermínio do estado genocida. Esta unificação só pode se dar por meio da palavra de ordem de Fora Bolsonaro. É preciso botar abaixo, o quanto antes o governo golpista, o agente causador de toda essa política de terra arrasada. Aproveitar a crise interna da direita golpista e impulsionar a sua derrota definitiva. Em todo o país é preciso levantar também a palavra de ordem de Liberdade para Lula. Diante da falência de Bolsonaro, Lula cresce cada vez mais como o pólo oposto a toda política direitista. Sua liberdade é fator fundamental para a derrota do golpe. O Partido da Causa Operária, o PCO, estará nas ruas de todo o país defendendo esta luta! Nestes dias 2 e 3, todos às ruas! Greve geral! Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula!

Nesta segunda-feira (30/9), o Ministério da Educação anunciou a liberação de quase R$ 2 bilhões, que estavam bloqueados desde maio para as universidades e instituições de ensino federais. A estratégia foi uma resposta para tentar acalmar os ânimos das organizações estudantis e de trabalhadores, que estão convocando greves nacionalmente para quarta e quinta-feira. CUT, UNE, enre outras organizações, estão mobilizando mais um ato contra o governo. Chamada de Greve Nacional da Educação, a tendência é que seja mais uma das manifestações que vêm tomando força e se radicalizando ao longo deste ano, e que têm reunido o descontentamento crescente de setores em torno da derrubada de todo o governo Bolsonaro. Ainda que os atos estejam muito aquém da capacidade de mobilização das organizações de esquerda – já que muitos partidos estejam aderindo a uma política de conciliação e composi-

ção de alianças eleitorais, levando junto os sindicatos controlados por elas – o recuo é uma demonstração de que a mobilização deve continuar. Mesmo que o único problema em questão fossem os cortes do MEC, só eles já configuram uma atitude criminosa que interrompeu o funcionamento de restaurantes universitários, pesquisas científicas, e já causou demissões de trabalhadores das universidades. A única política aceitável para a Educação no país é o aumento de investimentos públicos, até que todo ensino seja realmente universal. Ocorre que a devastação que o país atravessa sob o regime golpista e com Bolsonaro é muito maior do que isso. As organizações devem aprofundar a organização conjunta, em torno de uma reivindicação conjunta, que representa o interesse de toda população pobre e trabalhadora. Isso é, o Fora Bolsonaro, cancelamento da eleição e chamado por novas eleições com Lula livre.


ESPORTES | 13

EMPRESÁRIO CALOTEIRO

“Terroristas”: empresário que afundou Figueirense ataca jogadores Ex-dirigente do Figueirense chamou os jogadores de terroristas por realizarem paralisação por conta de salários atrasados. O ex-presidente do Figueirense, Cláudio Honigman, atacou os jogadores chamando-os de terroristas por terem realizado uma paralisação e não entrado em campo contra o Cuiabá (MT) no dia 20/08 na Arena Pantanal pela 17ª rodada do campeonato brasileiro da série B, por conta de salários atrasados. Os jogadores do figueira que já haviam reivindicado na semana anterior, por notificação extrajudicial, o pagamento dos salários deles e de funcionários do clube, além de direitos de imagem atrasados, e esperaram até o último momento da partida pelo cumprimento da promessa da empresa que administrava o clube. Como não houve o pagamento, os jogadores se reuniram e decidiram não sair do hotel para o estádio. O time levou o w.o, como previsto. Nas palavras do empresário: “é chantagem feita pelos jogadores, é algo que eu aprendi há muito tempo nos meus negócios. É impossível você negociar com terrorista”. As palavras do ex-dirigente e proprietário da empresa Elephant, que

tinha contrato de 20 anos para administrar o clube, é a típica atitude dos patrões em atacar os funcionários e se fazendo de vítima da ação dos trabalhadores quando estes tentam se defender da ação criminosa dos patrões. É preciso destacar que a ação dos jogadores é justa, legítima e plenamente amparada no direito de greve previsto inclusive na constituição fe-

deral. Os jogadores são trabalhadores e tem o direito de se manifestar e exigir seus proventos que são o sustento de qualquer trabalhador e suas famílias. A prática de empresários como Honigman de atrasos, calotes, desvio de recursos que serviriam para pagar os trabalhadores, é muito comum no mundo trabalho e, ao que parece, vai

se tornar prática rotineira no país, pois há toda uma campanha à favor do chamado “clube empresa”, já havendo, inclusive, projetos de lei tramitando na câmara de deputados federal. Defensores dizem a transformação das sociedades esportivas em empresas atrairá investidores para o futebol nacional. Na verdade, o que essa mudança trará será a invasão de empresários especuladores internacionais que irá intensificar a exploração dos jogadores e funcionários dos clubes, buscando lucros cada vez mais altos, além de práticas comuns nos mercados financeiros como a sonegação fiscal, evasão de divisas, criação de empresas de fachada e fantasmas. Além disso, a invasão do capital estrangeiro no futebol brasileiro, provocará um ataque direto ao futebol brasileiro e à forma como ele é praticado pelos jogadores, muito pior do que já é feito com os jogadores brasileiros na Europa. O caso do Figueirense é somente o primeiro e já é um bom exemplo do que estes “investidores” pretendem fazer com os times, jogadores e com os torcedores.

GUERREIRAS GRENÁS BICAMPEÃS

Ferroviária é bicampeã do Brasileirão de futebol feminino A Ferroviária, de Araraquara, é a primeira equipe bicampeã brasileira feminina ao bater o Corinthians nos pênaltis, em São Paulo.

No último domingo (29/09) a Ferroviária sagrou-se primeira bicampeã brasileira de futebol feminino. O título veio ao bater o Corinthians, jogando em casa no Parque São Jorge, na decisão por pênaltis por 4 a 2. O primeiro jogo da decisão no domingo (22/09) foi na casa da Ferroviária na Fonte Luminosa, e terminou com empate em 1 a 1. No jogo final, em São Paulo, se manteve o empate por 0 a 0 no tempo normal. Indo para a decisão nos pênaltis, as jogadoras da Ferroviária mostraram competência nas cobranças e acertaram todas as cobranças, tendo ainda uma defesa da goleira Luciana. A Ferroviária, apelidada de Ferrinha, se tornou a primeira bicampeã brasileira, o primeiro título foi em 2014 sobre o Kindermann (de Caçador, Santa Catarina). A vitória do time de Araraquara, marcou ainda o primeiro título de uma técnica feminina no campeonato brasileiro, o

qual é disputado desde 2013. Tatiele Silveira (39 anos), que já foi jogadora pelo Internacional e Grêmio, auxiliar técnica da seleção sub-17, e já trouxe um grande título em seu primeiro ano declarou: “sabíamos do poder fenomenal da nossa equipe. Por isso, sempre acreditamos na força do nosso grupo, do nosso elenco. Essas meninas são fantásticas”. A Ferroviária ainda quebrou a sequência de 34 vitórias do Corinthians e todo o favoritismo declarado pela “imprensa especializada” e provocou reclamações do time de São Paulo. O técnico Arthur Elias mostrou sua insatisfação: “Fomos muito superiores ao adversário. Elas vieram aqui para levar o jogo aos pênaltis e acabaram tendo sorte. Sorte e, obviamente, competência, porque souberam se defender em alguns momentos” e ainda: “o que eu realmente lamento é a escalação da arbitragem. As duas árbitras da final não apitaram nenhum jogo importante até então. Era um jogo muito importante, pelo menos para nós, mas para quem escala parece que não valia nada.” No geral, as atletas que participaram da competição estão de parabéns pelo tamanho do desafio que é jogar futebol feminino de forma profissional, mesmo no país do futebol, sem estrutura física e organizacional adequadas, sem times regulares, sem patrocínios suficientes. O campeonato brasileiro feminino encerrou apenas sua 7ª temporada e teve apenas 16 ti-

mes participantes, de 10 Estados. Este ano teve partidas transmitidas em TV aberta pela Band, mas sem dúvida, há ainda uma “cordilheira” a se evoluir para que as mulheres tenham plenas condições de terem uma carreira completa no esporte e que mantenham sua vida e suas famílias, assim como qualquer outra profissão. Nos Pênaltis marcaram:

Reservas: 12 – Jeane 02 – Gabi Arcanjo 15 – Gabi Lopes 7 – Kamilla 16 – Isabela 18 – Flavia 20 – Thaicyane

Pela Ferroviária • Luana • Aline Milene • Andreia • Géssica • Luciana (defende batida de Tamires)

CORINTHIANS

Pelo Corinthians: • Vic Albuquerque • Gabi Zanotti ESCALAÇÃO FERROVIÁRIA 1 – Luciana 3 – Andreia 4 – Luana 19 – Géssica 6 – Barrinha 17 – Rafa Mineira 14 – Rafa Andrade 5 – Maglia 8 – Carol Tavares 11 – Nenê 10 – Aline Milene

Técnica – Tatiele Silveira

12 – Lelê 21 – Paulinha 30 – Mimi 03 – Pardal 06 – Juliete 99 – Erika 10 – Gabi Zanotti 19 – Giovanna Crivelari 37 – Tamires 14 – Millene 17 – Victoria Albuquerque Reservas: 01 – Tainá Borges 23 – Paty 31 – Taty Amaro 04 – Giovanna Campiolo 02 – Katiuscia 27 – Suellen 05 – Ingryd 07 – Grazi 13 – Cacau Técnico – Arthur Elias


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