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QUINTA-FEIRA, 3 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5784
É hoje! Todos às ruas contra o governo Bolsonaro; veja onde haverá ato Ontem (02) e hoje, quinta-feira (03), estão sendo convocados atos nacionais contra o governo Bolsonaro, envolvendo sobretudo o setor estudantil e de professores universitários, esmagado pela política do golpista que retirou parte significativa das verbas para as universidades, e ameaça a todos de promover uma privatização generalizada do ensino.
Esquerda, sem Fora Bolsonaro e iniciativa política, a reboque do golpe As condições para uma um ampla mobilização da classe trabalhadora estão mais favoráveis do que nunca. A Lava-Jato, coluna vertebral do golpe, faz água por todos os lados; as contradições entre os diferentes setores gol-
pistas produz a cada dia novas crises, a rejeição ao governo Bolsonaro é absoluta, mesmo considerando os índices manipulados dos institutos de pesquisas, em geral ligados à própria imprensa golpista; a economia do país caminha
rapidamente rumo à argentinização; as universidade estão na iminência de paralisar por conta da falta de recursos; a saúde está um caos; a população pobre está sendo barbaramente reprimida e assassinada nos morros e periferias
das grandes cidades; os sem-terras e índios, expulsos de suas terras e assassinados, enfim, não há um segmento da vida nacional, do ponto de vista das amplas massas, que não esteja absolutamente prejudicado pelo golpe.
Não é o povo que não se rebela, são as direções que estão paralisadas O jornalista Breno Altman, editor do sítio Ópera Mundi, publicou um vídeo em seu canal no YouTube com o título de “Por que o povo não se rebela contra Bolsonaro?”, no dia 17 de setembro no qual retoma alguma de suas ideias já debatidas nesse Diário.
Você não vai mais se aposentar, e Bolsonaro “lamenta” O roubo das aposentadorias, chamado de “reforma da Previdência”, está quase concluído. Terça-feira (1º) o texto foi aprovado no Senado em 1º turno. A campanha da imprensa capitalista pelo roubo das aposentadorias vinha desde a campanha golpista que acabou derrubando Dilma Rousseff em 2016.
PE: militantes acampam em defesa do centro Paulo Freire
Burguesia cínica ataca Lula por não abrir mão da liberdade plena
Esquerda não mobiliza e fim da previdência é aprovada com folga
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Esquerda, sem Fora Bolsonaro e iniciativa política, a reboque do golpe As condições para uma um ampla mobilização da classe trabalhadora estão mais favoráveis do que nunca. A Lava-Jato, coluna vertebral do golpe, faz água por todos os lados; as contradições entre os diferentes setores golpistas produz a cada dia novas crises, a rejeição ao governo Bolsonaro é absoluta, mesmo considerando os índices manipulados dos institutos de pesquisas, em geral ligados à própria imprensa golpista; a economia do país caminha rapidamente rumo à argentinização; as universidade estão na iminência de paralisar por conta da falta de recursos; a saúde está um caos; a população pobre está sendo barbaramente reprimida e assassinada nos morros e periferias das grandes cidades; os sem-terras e índios, expulsos de suas terras e assassinados, enfim, não há um segmento da vida nacional, do ponto de vista das amplas massas,
que não esteja absolutamente prejudicado pelo golpe. Na contramão dessa situação, a esquerda de conjunto patina, vacila, não tem iniciativa política, e portanto acaba ficando a reboque da direita. Exemplos nesse sentido não faltam. Desde o impeachment da presidenta Dilma que a política da esquerda não se coloca do ponto de vista de enfrentar o golpe com os mecanismos próprios da luta da classe trabalhadora, ou seja, a luta independente, voltada para a mobilização efetiva das amplas massas contra o regime que se impôs pelo golpe de Estado. Em essência, a política da esquerda é de defensiva, é de resistência. Parte do pressuposto que a direita tem um amplo apoio popular e que, portanto, caberia à esquerda uma luta miúda, por reivindicações parciais, que, por mais importantes que sejam, não produzem uma efetiva mobilização para combater o golpe.
A política miúda, defensiva, só tem um resultado, a desmoralização do movimento que quer lutar contra o governo e o golpe. O exemplo mais clássico foi justamente a reforma da Previdência. As grandes mobilizações de maio e junho passados foram as respostas quase que “espontânea” da evolução da polarização política do País. Embora o catalisador dessas mobilizações tenha sido o corte de verba das universidades e, também, a reforma da Previdência, era notório que as palavras de ordem mais gritadas nos atos eram justamente aquelas mais gerais da luta contra o golpe, no caso Fora Bolsonaro e Lula Livre. Essa foi uma demonstração da evolução da consciência das massas nesses anos de golpe. Ao contrário de ser a vanguarda do movimento, a política da esquerda foi de retaguarda, por isso o movimento se esvaziou nas salas frias dos deputados e senadores no Congresso Nacional.
É justamente a passividade da esquerda, a falta de uma política de confronto, que permite que a direita mesmo diante de tamanha crise continue dona da situação. Manobre, como no caso da tentativa de impor o regime semiaberto para Lula. Mais grave, caso seja possível, expressam os setores que apostam nas eleições de 2020, 2022 como uma panaceia que vai resolver os males que afligem o povo e a própria esquerda. Essa é uma ilusão da esquerda que, se é nefasta para ela, é muito mais grave ainda para o povo. Não existe vazio em política, a crise da direita, pela falta de ação efetiva da esquerda, em algum momento vai se estabilizar. Caso o golpe se estabilize com Bolsonaro ou não, os golpistas não vão deixar de impor numa escala ainda muito maior a política bolsonarista, de extrema-direita, contra o povo e a própria esquerda.
COLUNA
Você não vai mais se aposentar, e Bolsonaro “lamenta” Por William Dunne
O roubo das aposentadorias, chamado de “reforma da Previdência”, está quase concluído. Terça-feira (1º) o texto foi aprovado no Senado em 1º turno. A campanha da imprensa capitalista pelo roubo das aposentadorias vinha desde a campanha golpista que acabou derrubando Dilma Rousseff em 2016. A resposta das centrais sindicais foi apostar em pedir a clemência dos trabalhadores, em vez de tentar fazer uma ampla mobilização nas ruas. De modo que chegamos até aqui. Agora será necessário completar 65 anos para se aposentar, no caso dos homens, e 62, no caso das mulheres. Acabou a aposentadoria por tempo de serviço, e o valor a ser recebido será menor.
A situação é tão ruim que até Jair Bolsonaro, o golpista ilegítimo que chegou à presidência graças à ausência de Lula nas urnas, apareceu na imprensa dizendo que “lamenta” ter que aprovar o assalto generalizado aos velhinhos. Em uma conversa com simpatizantes na saída do Palácio do Planalto, o golpista disse o seguinte: “Eu lamento, tem que aprovar, não tinha como”. Mesmo entre os mais retardados bolsonaristas o presidente da direita golpista precisou fazer a demagogia de que só trabalhou pela aprovação da reforma porque esta seria “necessária”. Infelizmente, o reconhecimento de que roubar velhinhos é uma coisa lamentável não vai devolver o dinheiro dos futuros aposentados, em caso
de haver um futuro no Brasil, e de alguém conseguir se aposentar nesse tempo hipotético. É uma ocasião rara poder concordar com Bolsonaro, até a primeira vírgula pode-se concordar com ele nessa frase: eu também lamento. O roubo das aposentadorias foi aprovado, e todos nós lamentamos. Só não podemos aceitar que isso fosse “necessário”, quando é amplamente conhecido que o “rombo” da Previdência é uma farsa armada para transferir mais dinheiro, mais uma vez, dos trabalhadores para especuladores capitalistas. Como não adianta apenas lamentar, nem tentar tocar o coração dos parlamentares de direita, como as centrais lamentavelmente fizeram nesse caso,
a única coisa que resta para tentar recuperar as aposentadorias é a mobilização nas ruas. Há duas palavras de ordem nesse momento que confrontam o regime político que está destruindo o futuro e o País: Fora Bolsonaro! e Liberdade para Lula! Essas palavras de ordem representam uma oposição a tudo o que o governo está fazendo. Dia 27 de outubro, aniversário do ex-presidente, preso político há 544 dias, está marcado um novo ato em defesa de sua liberdade. Será uma oportunidade para ampliar uma mobilização que pode levar à derrota da direita, e que poderá impor a reversão de políticas como o roubo das aposentadorias, entre muitos outros ataques aos trabalhadores.
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
POLÍTICA | POLÊMICA | 3
ÀS RUAS POR FORA BOLSONARO
É hoje! Todos às ruas contra o governo Bolsonaro; veja onde haverá ato Ontem (02) e hoje, quinta-feira (03), estão sendo convocados atos nacionais contra o governo Bolsonaro, veja na matéria os locais onde serão realizados e um balanço geral de ontem. Ontem (02) e hoje, quinta-feira (03), estão sendo convocados atos nacionais contra o governo Bolsonaro, envolvendo sobretudo o setor estudantil e de professores universitários, esmagado pela política do golpista que retirou parte significativa das verbas para as universidades, e ameaça a todos de promover uma privatização generalizada do ensino. Os atos foram chamados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), diante da greve convocada pelo ANDES, sendo a primeira vez que durante o governo Bolsonaro temos dois dias seguidos de paralisação nacional. Organizado para o segundo dia de mobilização, os principais atos ocorrerão hoje, quinta-feira, em todas as
capitais do país. Porém, ontem já tivemos centenas de manifestações em repúdio ao governo Bolsonaro, organizadas por professores e estudantes em todo país. Como por exemplo em Natal, onde o setor da educação e sindicatos mobilizaram-se na avenida Salgado Filho (foto abaixo); já na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), realizou-se uma forte paralisação, onde na tarde de ontem foi organizado manifestações culturais, panfletagens e o Sarau da Resistência. Em Campo Grande a movimentação também se deu por parte das escolas estaduais, que aproveitaram o momento para exigir a derrubada de todos os golpistas, seja aqueles a nível estadual ou federal.
A Universidade de Brasilia, assim como outras tantas a nível nacional, também aderiram em massa a greve de dois dias, preparando-se para por toda força necessária nos atos do dia 3. Atividades também foram realizadas por toda Santa Catarina nos Institutos Federais, com uma forte adesão a palavra de ordem Fora Bolsonaro, deixando claro que o povo não quer esperar até 2022 para resolver seus problemas. Além dos muitos atos organizados nesta quarta, hoje teremos uma quantidade várias vezes maior em todos os locais. Veja lista abaixo e saiba como participar. Tendo em vista a crise do regime golpista e a crescente onda de manifestações contra o governo do fascista Bolsonaro, precisamos levantar em to-
dos os lugares a palavra de ordem que o povo quer ouvir: Fora Bolsonaro, a única frase que não precisa ser levantada por megafones e carros de som para ser repercutida por todos. Como vemos nos atos anteriores, a derrubada do governo golpista, Liberdade para Lula e a necessidade de se chamar novas eleições, após a fraude de 2018, são desejos urgentes da população brasileira. Por isso, não podemos ceder espaço as políticas que desejam substituir a vontade do povo nas ruas em mero estágio de expectativa para as próximas eleições. O Brasil não pode esperar mais com o governo do golpe, o fim do regime golpista é uma prioridade. Sendo assim, todos as ruas por Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições Gerais!
UM DEBATE COM BRENO ALTMAN
Não é o povo que não se rebela, são as direções que estão paralisadas As mobilizações clamam pelo fora Bolsonaro O jornalista Breno Altman, editor do sítio Ópera Mundi, publicou um vídeo em seu canal no YouTube com o título de “Por que o povo não se rebela contra Bolsonaro?”, no dia 17 de setembro no qual retoma alguma de suas ideias já debatidas nesse Diário. A tese fundamental de Altman é a de que o País vive uma etapa de defensiva política e que portanto o povo teria dificuldades de se mobilizar e que assim a tarefa da esquerda, das direções da esquerda e dos movimentos populares, seria colocar em marcha uma política de “resistência” aos ataques do golpe, de “luta cotidiana” em torno de reivindicações pontuais. Altman afirma ainda que o povo brasileiro se mobiliza “quando ele vê chance de vencer”, ou seja, as derrotas sofridas no terreno político levam o povo a uma depressão que só pode ser revertida diante de uma vitória importante. Mas será mesmo fato que o atual momento é de total defensiva política por parte do povo? Desde o golpe de Estado, em que as forças da direita impulsionadas pelo imperialismo foram colocadas em marcha para derrubar o governo do PT, há no País uma enorme luta política. Tal luta se desenvolveu e passou por várias etapas. No início, a ofensiva da direita colocou a esquerda numa defensiva inicial. As manifestações da esquerda se davam em grande medida como uma resposta às manifestações artificiais convocadas pela direita. Por um período a balança da polarização política no País pendeu para a direita. Essa luta evoluiu, passou pela queda de Dilma Rousseff, pelo estabelecimento de Temer no governo mesmo com toda a impopularidade, a prisão de Lula e as eleições fraudulentas
de 2018 que marcam, com a posse de Bolsonaro, a etapa atual. Essa atual etapa marca de maneira muito clara que a balança da polarização política pende para a esquerda. É possível dizer inclusive que a balança nunca esteve tão favorável para a esquerda como agora. São muitos os elementos que mostram isso. Em primeiro lugar, a iniciativa das mobilizações de rua foram até agora todas da esquerda. Grandes atos convocados por conta dos ataques à educação e contra a reforma da Previdência. Em todos esses atos, a palavra de ordem predominante e unificadora era estritamente política, o “fora Bolsonaro”, além da liberdade para Lula. Diante disso, a direita procurou convocar atos que nem de longe lembraram os primeiro atos coxinhas e que perto das manifestações da esquerda foram muito pequenos. Não só a esquerda tomou a iniciativa como ela ultrapassou e muito as mobilizações dos setores de direita. Isso levando em consideração que a direita conta com o apoio de grandes máquinas da burguesia para inflar o ato. Outro elemento é a própria popularidade do governo Bolsonaro que a própria burguesia não consegue esconder. O governo é, segundo as pesquisas oficiais, o mais impopular da história. As manifestações espontâneas nos mais diversos locais contra o governo também demonstram que a situação política é favorável à esquerda. Não importa se é no carnaval, em festivais de rock ou concertos musicais, tudo é motivo para se transformar em uma manifestação. Outro fator importante é o desenvolvimento da crise “por cima”. Os va-
zamentos da Lava Jato colocaram em xeque a operação que é um dos sustentáculos do governo Bolsonaro. Vários nomes importantes do golpe de Estado começam a pular fora do barco em uma tentativa desesperada de descolar seus nomes com o de Bolsonaro. A ideia de Breno Altman de que estamos num momento defensivo é totalmente incongruente com a realidade. Se não há uma mobilização permanente e vigorosa contra o governo há sim uma gigantesca tendência ao desenvolvimento de uma. E é aí que entra a necessidade de uma intervenção política correta por parte das direções do movimento. É preciso chamar o povo a sair às ruas para derrotar o governo de conjunto, não para lutas parciais. A ideia de que será possível derrotar o governo através de lutas parciais é uma miragem política. As reivindicações parciais estão normalmente relacionadas a uma luta parlamentar, se organiza uma manifestação para frear determinado ataque contando que o Congresso irá se sensibilizar com o clamor do povo.
Isso é uma miragem justamente porque não há espaço para esse tipo de política dentro do Congresso, dominado pela direita golpista cujo objetivo central é passar o trator em cima dos direitos do povo. A palavra de ordem política “fora Bolsonaro”, assim como a defesa da liberdade para Lula, coloca em xeque o regime político golpista de conjunto. Ela aprofunda a crise que está cada vez maior. Nesse sentido, quando Breno Altman em seu vídeo explica que as “direções políticas não inventam uma rebelião” ele está certo. Mas é preciso completar o raciocínio: o papel das direções política é orientar politicamente o movimento, não reforçando as ideias atrasadas desse momento, mas impulsionando os setores mais avançados. E no caso atual, uma boa parte do povo já está pedindo a derrubada do governo, as direções principais, não. Esse é o problema. Breno Altman pensa como essas direções políticas que não ouvem o que o povo está pedindo nas ruas. Nesse caso, não é o povo que não se rebela, são as direções que estão paralisadas.
4 | POLÍTICA
MST
PE: militantes acampam em defesa do centro Paulo Freire No início de setembro, um juiz da 24ª Vara Federal de Caruaru ordenou que o Centro Paulo Freire fosse despejado. Em resposta, o MST montou um acampamento no local Maior escola destinado à formação política do MST no Nordeste, o Centro Paulo Freire se encontra a poucos dias da data limite para que seja despejado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que se encontra sob o comando do governo Bolsonaro. A ordem de despejo, autorizada por um juiz da 24ª Vara Federal de Caruaru, se baseia em uma ação protocolada em 2008 pelo Incra e prevê o uso de força policial para garantir a reintegração ao instituto bolsonarista. Diante da ameça iminente da reintegração de posse, o MST decidiu montar um acampamento no terreno do Centro Paulo Freire e convocar toda a militância da luta contra o golpe para impedir que o Incra tenha sucesso em mais um ataque contra os trabalhadores do campo. O Centro Paulo Freire fica em um dos mais importantes terrenos conquistados pelo MST na década de 1990: o assentamento de Normandia, que possui cerca de 569 hectares e fica na cidade de Caruaru, no Agreste Pernambucano. No dia primeiro de maio de 1993, quando estava sendo cele-
brado mais um dia do trabalhador, o MST liderou a ocupação da antiga Fazenda Normandia. Em 1997, a ocupação se tornou assentamento. Em 199, era erguido o Centro Paulo Freire, em um terreno com um total de 15 hectares – terreno esse que está sofrendo o risco de ser apropriado pelo Incra bolsonarista. A escolha do Centro Paulo Freire como alvo do Incra é um ataque estratégico por parte do governo Bolsonaro. Ao atacar o centro, a direita está atacando o MST e um de seus princpais assentamentos, atacando o trabalho de formação política feito pela esquerda aos longos dos anos no local e a própria memória de Paulo Freire, sistematicamente atacada pela direita golpista. Segundo relatos, o funcionário que veio notificar o MST sobre a ordem de despejo teria dito: “agora vai acabar a formação desses comunistas”. O acampamento erguido no terreno do Centro Paulo Freire, que teve início no dia 14 de setembro, vem reunindo militantes de todo o Estado e até mesmo de outras partes do país. Figuras como João Pedro Stédile, da direção
nacional do MST, e Fernando Ferro, membro histórico do Partido dos Trabalhadores, já estiveram no acampamento discutindo com os militantes ali presentes. No dia 27 de setembro, uma plenária pela liberdade de Lula atraiu militantes de todo o Nordeste para o acampamento. Os militantes do PCO também estão presentes no acampamento no Centro de Formação Paulo Freire, impul-
sionando a campanha pela liberdade de Lula e pela derrubada do governo Bolsonaro, convocando o ato nacional em Curitiba no próximo dia 27 e se colocando à disposição para a defesa, até as últimas consequências, do terreno. No próximo sábado (5), o acampamento receberá a “Escola Marxista” do PCO, que realizará o curso sobre o programa para a revolução socialista nos dias de hoje.
LIBERDADE PARA LULA
Burguesia cínica ataca Lula por não abrir mão da liberdade plena Burguesia ataca Lula por temer o crescimento da luta em defesa da sua liberdade É intensa e sórdida a hedionda campanha de ataques que a cínica burguesia e seus porta-vozes – a venal imprensa nacional – vem fazendo contra o ex-presidente Lula, particularmente neste momento em torno à questão da sua decisão de não aceitar o “benefício” da progressão de pena, com a ida para o regime semiaberto, solicitado pelos não menos cínicos e descarados membros do Ministério Público Federal, a mesma instituição jurídico-golpista que apresentou e sustentou contra Lula todo o gigantesco arsenal de mentiras e falsificações que acabaram por processar (fraudulentamente) e condenar ao cárcere a maior liderança operária e popular do país. Os que estão a exigir neste momento a sua ida para o regime semiaberto são os mesmos que violaram todas as mais elementares garantias individuais da cidadania previstas no texto constitucional, onde não faltaram os mais vis e grotescos pisoteamentos dos direitos previstos em lei, convenientemente desconhecidos por juízes e procuradores, com o objetivo claro e indisfarçável de atacar o prestígio e o capital capital político do ex-presidente, amputando os direitos políticos de Lula, com o intuito de alijá-lo da disputa presidencial em 2018. Lula liderava todas as pesquisas de intenção de voto nas últimas eleições e se não fosse
a manobra escancarada da justiça golpista para deixá-lo de fora da corrida presidencial, certamente a eleição de 2018 teria outro desfecho. Está mais do que claro que a decisão do MPF em “conceder” ao ex-presidente o benefício da ida para o regime semiaberto é uma manobra política para esvaziar o movimento nacional de luta em defesa da liberdade plena e total de Lula. As revelações do sítio “The Intercept” demoliram por completo os últimos resquícios de credibilidade da golpista operação “Lava-Jato”, aprofundando ainda mais a crise do moribundo governo Bolsonaro, em queda livre de popularidade junto aos seus próprios eleitores. O que a burguesia teme neste momento é justamente o aprofundamento da crise e a corrosão ainda maior do atual governo, o que colocaria em xeque-mate toda a frágil operação iniciada em 2014 com a campanha de ataques e a consequente desestabilização do governo eleito, deposto pelo golpe de Estado de 2016. Os movimentos de luta dos trabalhadores, os comitês de luta em defesa da liberdade de Lula, os ativistas do movimento operário, popular, sindical e estudantil não devem e não podem cair nesta cilada armada pelos inimigos do povo, os mesmos que conspiraram para encarcerar o ex-presidente. A tarefa
do momento é não só intensificar a luta em defesa da liberdade incondicional de Lula, como principalmente exigir que sejam anulados todos os processos (todos fraudulentos) que foram e ainda estão sendo movidos contra a maior liderança operária e popular do país. Neste sentido é preciso fortale-
cer e intensificar a campanha nacional pela anulação dos processos judiciais, coletando assinaturas no abaixo-assinado, realizando atos e manifestações em tofo o país e participando das caravanas que se deslocarão a Curitiba no dia 27 de outubro, no aniversário de Lula.
POLÍTICA | 5
O FIM DA PREVIDÊNCIA PÚBLICA
Esquerda não mobiliza e fim da previdência é aprovada com folga Os sindicatos e a esquerda como um todo parecem ter desistido da luta e não mobilizaram a população, os trabalhadores, contra a reforma. Entregaram o jogo no primeiro tempo. A maior Central sindical do país, a CUT, fez cartilha, abaixo assinado, produziu um site, lançou nota, produziu vídeo, contra a reforma da Previdência do governo fascista de Bolsonaro, assim como outras centrais sindicais. Fez tudo isso menos mobilizar os trabalhadores, menos mobilizar a esquerda contra esse atentado ao trabalhador. A última ação das centrais sindicais foi anunciar que estariam em Brasília durante a votação da PEC da Reforma para tentar convencer os senadores a não votarem contra os trabalhadores. Algo chocante, não houve um ato, não se fez barulho, como se tivessem desistido da luta. Que aconteceu? Simples: o lobby das centrais foi absolutamente inútil. A reforma da Previdência foi aprovada no Senado Federal, em primeiro turno, com folga de votos: por 56 votos a 19, ou seja, 7 votos a mais do que seria necessário para aprovar a PEC. Assim, caso seja confirmado em segundo turno, a Previdência Social pública do Brasil será sepultada em 2019. A tendência é que todos os destaques que ainda restaram para ser apreciados sejam rejeitados. Até o momento, a única alteração acatada no Senado diz respeito a um destaque, supressivo, que retirou do texto um trecho aprovado pela Câmara sobre abono salarial[1]. O que mudará? A partir de sua promulgação, a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência, a idade mínima para aposentadoria sobre para 62 anos para mulheres e 65 anos homens, enquanto o tempo de contribuição será de, no mínimo, 15 anos para as mulheres e 20 anos para os homens Os Servidores públicos da União também foram atingidos em cheio. A partir da promulgação, a idade mínima será de 62 anos para as mulheres
e 65 anos para os homens. O tempo mínimo de contribuição ficou fixado em 25 anos, sendo obrigatório 10 anos no serviço público e cinco no cargo em que se pretende aposentar. Os trabalhadores do campo, embora com uma pequena redução, também tiveram alterações na idade mínima para aposentar (55 anos para mulheres e 60 anos para homens, com pelo menos 15 anos de contribuição, para ambos os sexos. Algumas categorias que hoje têm aposentadoria especial, como professores e policiais, também precisarão cumprir novos critérios. Para professores, a idade mínima passa a ser 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, com 25 anos de contribuição para ambos os sexos. Os policiais (federais, rodoviários federais e legislativos) agora precisam ter idade mínima de 55 anos, tanto homens como mulheres, com 30 anos de contribuição e 25 anos no exercício da função. O valor da aposentadoria também será afetado a partir da promulgação. Agora será calculado com base na média de todo o histórico de contribuições do trabalhador e, como acontece hoje, não se descartará mais as 20% mais baixas. Além disso, se o trabalhador atingir o tempo mínimo de contribuição – 15 anos para mulheres e 20 anos para homens terá direito a apenas 60% do valor do benefício integral. Esse porcentual subirá 2 pontos para cada ano a mais de contribuição. Dessa forma, a trabalhadora terá direito a 100% do benefício apenas quando somar 35 anos de contribuição, enquanto o trabalhador só terá direito a 100% do benefício quando tiver 40 anos de contribuição[2]. A reforma muda a cobrança da alíquota atualmente paga pelos trabalhadores. Assim, aqueles que recebem um salário maior vão contribuir com mais. Já os que recebem menos vão ter uma contribuição menor. Haverá a união das alíquotas do regime geral
– dos trabalhadores da iniciativa privada – e do regime próprio – aqueles dos servidores públicos. As novas alíquotas serão, a partir de agora, progressivas e serão calculadas apenas sobre a parcela de salário que se enquadrar em cada faixa[3]. Uma das crueldades da reforma diz respeito à aposentadoria por incapacidade permanente, que hoje é chamada de aposentadoria por invalidez. Atualmente o valor corresponde a 100% da média dos salários de contribuição para todos. Uma vez aprovada a reforma, esse valor passa a corresponder a 60% mais 2% por ano de contribuição que exceder 20 anos[4]. Após aprovação da reforma, o valor da pensão por morte ficará menor, seja para o setor privado, seja para o serviço público. O benefício familiar será de 50% do valor mais 10% por dependente, até o limite de 100% para cinco ou mais dependentes, sendo que o benefício será de pelo menos 1 salário mínimo em qualquer caso[5]. A reforma também estabelece que os beneficiários do salário-família e do auxílio-reclusão devem ter renda máxima de até R$ 1.364,43. Embora se tenha estabelecido 5 possibilidades de transição, a verdade é que todos são atingidos, principalmente quem estiver no meio do processo. Todos os trabalhadores, do campo e da cidade, além dos servidores públicos de todas as esferas, municipais, estaduais e federais, serão atingidos pela reforma e terão de trabalhar mais para ganhar menos na aposentadoria. A reforma só não atinge os militares e parcela do Judiciário. Entre todos, as mulheres serão as mais prejudicadas, os professores e policiais também sofrerão proporcionalmente mais em relação ao modelo atual. A continuar o processo, mesmo os que já se aposentaram ou são pensionistas hoje serão atingidos, com os reajustes desvinculados do salário mínimo[6].
Enfim, nunca foi tão fácil para a burguesia aprovar uma reforma da previdência contra os trabalhadores praticamente sem reação dos sindicatos e dos partidos de esquerda que se limitaram, basicamente, a lamentar. NOTAS: [1] Dessa forma, continua valendo a regra atual: o abono é pago para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 1.996,00) [2] Para os homens que já estão trabalhando, a Câmara modificou o texto inicial para reduzir o tempo mínimo de contribuição. Inicialmente a proposta era de 20 anos e foi reduzida para 15 anos, mas o aumento do porcentual mínimo, de 60% do benefício, só começará com 20 anos de contribuição. [3] Pelo texto, as alíquotas efetivas (percentual médio sobre todo o salário) devem variar entre 7,5% e 11,68%, conforme proposta originalmente apresentada pelo governo. Atualmente a variação vai de 8% a 11% no INSS, incidindo sobre todo o salário. Por sua vez, para os servidores públicos, as alíquotas efetivas devem variar de 7,5% a mais de 16,79%, enquanto hoje o setor público contribui com 11% sobre todo o salário, caso tenha ingressado antes de 2013 (aqueles que entraram após 2013 pagam 11% até o teto do INSS). [4] Se a invalidez for decorrente de acidente de trabalho, de doenças profissionais ou do trabalho, o cálculo do benefício não mudará. [5] Aqueles que, antes da promulgação, recebam a pensão por morte não devem ter o valor de seu benefício alterado. Por outro lado, os dependentes de servidores públicos que tenham ingressado antes da criação da previdência complementar terão o benefício calculado conforme o limite do teto do INSS. [6] o valor dos benefícios será atingido, além de ser mais permitida a acumulação de aposentadoria e pensão.
6 | POlÍTICA
“ASSESSORADO” POR GENERAL AJAX
Toffoli arma golpe contra Lula no STF Tese de orientação jurídica do presidente do STF orienta que sejam anulados apenas processos em que se demonstre prejuízo de delatados fazerem alegações finais depois de delatores Hoje (3) deve ser concluída a votação no STF sobre o que deve acontecer com Lula no processo relativo ao sítio de Atibaia depois da anulação da sentença proferida pelo ex-juiz Sérgio Moro contra Márcio de Almeida Ferreira, ex-gerente da Petrobras. Ontem (2), o STF concluiu a votação do recurso de Ferreira, decidindo, por 7 votos a 4, que o réu delatado tem o direito de fazer suas alegações finais depois de réus delatores. Essa decisão poderia afetar 90% das sentenças da Lava Jato, segundo os próprios procuradores envolvidos na operação. No entanto, há um golpe em curso dentro do tribunal que pode limitar o alcance dessa decisão. O motivo para toda essa manobra é a importância política de um dos réus: Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente condenado sem provas por Moro, preso político há 544 dias encarcerado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Como a decisão poderia beneficiar Lula no processo do sítio em Atibaia,
o ministro Dias Toffoli, presidente do STF “assessorado” por um general, Ajax Porto Pinheiro, tratou logo de apresentar uma manobra para impedir que isso aconteça. Tese de orientação jurídica Toffoli apresentou uma “tese de orientação jurídica” para orientar as instâncias inferiores sobre como proceder a partir da decisão do STF tomada ontem. É essa tese que deve ser votada hoje no Supremo. A tese consiste no seguinte: em primeiro lugar, seguindo a votação de ontem, os acusados delatados terão o direito de apresentar suas alegações finais após o acordo de delação dos réus delatores ter sido homologado, sob pena de o processo ser anulado; em segundo lugar, e é aqui que entra o golpe dirigido a Lula, nos processos em que já houve sentença o prejuízo terá que ser demonstrado caso a caso. Trata-se de mais uma manobra mon-
tada para que Lula não tenha reconhecida sua inocência em processos que foram totalmente viciados do começo ao fim, em uma farsa jurídica montada para persegui-lo politicamente. Todas as instâncias do Judiciário e o regime político de conjunto estão comprometidos em manter essa farsa contra Lula, com ajuda da imprensa capitalista. Mobilizar pela liberdade de Lula Diante de instituições como essas, tão comprometidas com a perseguição política contra Lula, é fundamental
levar adiante e ampliar a mobilização popular nas ruas em defesa do ex-presidente. Essa pauta confronta o regime político como um todo e dá uma perspectiva de saída à esquerda para a crise política do País. É uma pauta capaz de levar à derrota da direita e impor uma reversão dos ataques da direita contra os trabalhadores. Por isso, no próximo dia 27, quando haverá um novo ato pela liberdade de Lula em Curitiba, é necessário ir até lá para fazer uma grande demonstração em torno dessa reivindicação. Todos às ruas no dia 27! Liberdade para Lula!
CEARÁ
Governador de “esquerda” pede escolas militarizadas A adesão do governador “cirista”, filiado ao PT, evidencia a disposição desse setor de se aproximar do governo ilegítimo de Bolsonaro e de seus programas fascistas Terminou no último dia 27, o prazo dado pelo governo ilegítimo de Bolsonaro, por meio do Ministério da Educação (MEC), para adesão das unidades da Federação ao programa fascista de militarização das escolas denominado Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Segundo balanço divulgado pelo MEC, o governo de 15 Estados e do Distrito Federal, manifestaram interesse em aderir ao Programa, que o governo pretende impor em 54 escolas, como “modelos”, para servir de base a uma ampliação futura dessa política reacionária de colocar as escolas sob a tutela de instituições militares, como a Polícia Militar, responsáveis por levar adiante uma guerra contra a população pobre, trabalhadora e negra, de todo o País. Todos os governadores das regiões Centro-Oeste, Sul e Norte aderiram. No Sudeste, apenas Minas Gerais solicitou Participar e dos nove Estados do Nordeste, apenas o governo do Ceará, Camilo Santana (PT), mostrou interesse em apoiar a proposta fascista do governo Bolsonaro que, como declarou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, “é uma das bandeiras presentes no programa de governo do presidente Jair Bolsonaro”. O governo quer instalara duas escolas em cada Estado e no DF. Nos próximos dia (4 a 11/10), o MEC esta-
beleceu as prefeituras deverão solicitar participação, podendo, inclusive,se inscreverem, governos municipais direitistas dos Estados cujos governadores não solicitaram adesão. A adesão do governador cearense, um “cirista” filiado ao PT, evidencia a disposição deste setor de se aproximar do governo ilegítimo de Bolsonaro e de seus programas fascistas. Não se trata de uma exceção, o governador já solicitou apoio ao ministro fascista Sérgio Moro, para usar a Força
de Segurança Nacional na repressão nos presídios cearenses e seu padrinho político, Ciro Gomes – como outros políticos reacionários que se travestem de “esquerda” -, desejou sucesso ao presidente Bolsonaro e fez inúmeras declarações de ataque ao ex-presidente Lula e ao PT, se colocando ao lado da direita que defende a criminosa operação Lava Jato. Esses mesmos setores que endossam a escola com fascismo de Bolsonaro, apoiam a repressão de seu
governo, contra os trabalhadores e a juventude, querem se passar por lideranças de uma suposta frente ampla, que visa resgatar setores do centrão, como o DEM e o PSDB, profundamente desgastados diante da população por sua política de ataque aos trabalhadores, apoio ao golpe de Estado etc. É preciso denunciar essa política e superá-la por meio de uma intensa luta contra esse Programa reacionário do governo ilegítimo de Bolsonaro e pelo fim do seu governo.
ATIVIDADE DO PCO | 7
PALESTRA-DEBATE
3 anos do golpe: Rui Costa Pimenta faz balanço e aponta caminhos No próximo domingo, o PCO realizará uma atividade indispensável para a militância que luta contra o golpe No próximo domingo, dia 6, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, ministrará uma palestra com o objetivo de oferecer um balanço dos três anos do Golpe de Estado no Brasil, bem como de apontar as perspectivas da luta política para derrotá-lo. Sem falsa modéstia, é preciso dizer que ninguém mais do que o PCO tem autoridade para discutir e abordar o tema em questão. Desde os primeiros e não tão evidentes sinais do movimento da direita, desde as etapas mais precoces e iniciais da ofensiva golpista, desde os primeiros passos preparatórias do avanço do golpe, lá estava o PCO, denunciando, alertando, chamando a atenção das massas e, sobretudo, das direções políticas da esquerda, saindo às ruas, puxando e convocando mobilizações e, por fim, apontando a política capaz de levar o golpe de Estado à derrota. O PCO “viu” o golpe antes de todas forças políticas de esquerda porque se apoia tanto no método científico de análise da realidade — o marxismo — quanto na sua própria experiência política de quatro décadas, sem falar, é claro, na experiência política de todo o movimento operário e popular ao longo da história. O PCO, como partido revolucionário da classe operária, sabe que seu inimigo mortal é o imperialismo, o capitalismo dos monopólios internacionais, e que o imperialismo é um fenômeno mundial, que atua no Brasil, na América do Sul, em todo o continente americano, em toda a Eu-
ropa, na África, na Ásia e na Oceania. O PCO sabe, por isso mesmo, que a sorte do Brasil depende da sorte do resto do mundo. É um partido que não fica ensimesmado dentro do casulo nacional, mas que compreende a realidade nacional à luz da realidade internacional. É por isso que, quando da derrubada em 2009 do presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, por um golpe militar, o partido ligou o sinal de alerta e colocou as barbas de molho. Logo depois seguiu-se o golpe no Paraguai, em 2012, e era visível o aumento em escala exponencial da pressão direitista sobre os governos de esquerda (em geral, nacionalistas burgueses) na Argentina, no Equador, na Venezuela, na Bolívia, no Brasil etc. Com a intensificação em quantidade e qualidade dos ataques contra o governo do PT no Brasil, o PCO não demorou para tirar as conclusões necessárias decorrentes de suas perspectiva teórica e prática: estava em marcha um golpe de Estado no Brasil. O partido, porém, não se limitou ao papel de “profeta” ou “analista” do golpe. Desde o primeiro momento, chamou seus militantes a cerrarem fileiras ao lado das forças políticas e sociais realmente interessadas na derrota da direita golpista. Além de denunciar incansavelmente o caráter pró-imperialista da operação Lava Jato, coisa que boa parte da esquerda sequer cogitava, o partido participou ativamente da luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, aderindo e mobilizando suas forças
para atos e manifestações de rua; de maneira coerente, defendeu e agiu em defesa da anulação do impeachment da ex-presidente, quando quase toda a esquerda defendia o “Fora Temer” e “Diretas Já”; convocou toda a militância de esquerda a lutar contra os intentos ilegais e arbitrários da Lava Jato; chamou para mobilizações em Curitiba para que as massas impedissem as manobras potencialmente sujas dos golpistas nos agora conhecidos processos judiciais “lavajatistas”; dirigiu-se ao sindicato dos metalúrgicos de S. Bernardo, às vésperas da prisão de Lula, e defendeu que o povo não deixasse prender o principal dirigente político petista; promoveu ampla campanha de denúncia a respeito das ilegalidades de todos os processos da Lava Jato, em especial dos processos envolvendo o ex-presidente Lula, figura-chave da situação política; sustentou a necessidade de manter Lula dentro do jogo político-eleitoral, sob pena de mais uma derrota para as forças antigolpistas; diante do governo Bolsonaro, fruto da fraude eleitoral gerada pela retirada ilegal de Lula do páreo, apontou, ainda antes da vitória do candidato de extrema-direita, a necessidade da sua derrubada imediata pela mobilização popular, expressa na palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, e interveio no movimento de massas levando a sua própria política; realiza mutirões semanais para a coleta de assinaturas pela anulação dos processos contra Lula; organizou caravanas para Curitiba, vindas de toda o país,
para a realização de manifestação em defesa da liberdade do ex-presidente, e assim por diante. A palestra sobre os três anos do golpe é uma oportunidade ímpar para a avaliar a atual situação da luta de classes no Brasil. Nela serão discutidos os erros e acertos, as vitórias e derrotas, as várias linhas e tendências políticas das forças em luta. Trata-se de uma palestra destinada a fazer uma análise de mais largo alcance, uma análise mais panorâmica, que possa complementar e abranger as necessárias análises do dia-a-dia, feitas no calor dos acontecimentos. Tudo isso com a finalidade última de fortalecer a luta prática contra o golpe de Estado. Domingo, portanto, será uma excelente oportunidade de refletirmos sobre tudo isso e o que virá. A palestra, seguindo o modelo corrente, consistirá de uma exposição feita pelo companheiro Rui Costa Pimenta, seguida de um debate, com a participação da audiência. O evento ocorrerá no Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo (rua Serranos, 90, Saúde) e será transmitido pela Causa Operária TV para os CCBPs das outras capitais estaduais e sedes regionais do PCO, de onde as pessoas poderão participar do debate. Em todos esses locais, após a palestra e o debate, haverá um churrasco de confraternização para levantar recursos para os CCBPs. Veja mais detalhes e informações nos próximos dias no Diário Causa Operária e durante os programas da COTV.
ÀS SEGUNDAS-FEIRAS, ÀS 14H
Marxismo, por Rui Pimenta: novo programa da COTV tratará de teoria Novo programa trará temas teóricos da política e temas históricos, sob uma perspectiva marxista Na próxima segunda-feira, dia 7 de outubro, a Causa Operária TV estreará um novo programa em sua grade. Às 14h, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, apresentará o Marxismo, discutindo temas de teoria e temas históricos e políticos sob uma perspectiva marxista. Será mais um programa da COTV para contribuir com a formação política de militantes e simpatizantes do PCO, assim como do público interessado em geral. Quato Programa Esse será o quarto programa apresentado por Rui Costa Pimenta ao longo da semana, somando-se à Análise Política da Semana, que vai ao ar todos os sábados às 11h30 com um exame dos principais acontecimentos políticos e apresenta uma proposta de ação diante desses acontecimentos. Além da Análise Política da Semana, Rui Pimenta apresenta também a Análise Internacional, toda sexta-feira às 14h,
e, em parceria com a TV 247, a Análise Política, toda terça-feira às 16h. O novo programa, Marxismo, acrescenta uma reflexão mais abrangente, com uma perspectiva mais ampla, às análises dos últimos acontecimentos que vêm sendo feitas nos programas que Rui Costa Pimenta já apresenta. Como acontece com todos os outros programas, cursos e palestras apresentados por Rui Pimenta no canal da COTV no YouTube, todas as edições do programa ficarão disponíveis no canal para a acesso a qualquer momento, depois da transmissão ao vivo. Participe ao vivo no chat Durante a transmissão ao vivo, os espectadores poderão participar mandando seus comentários, debatendo entre si e mandando perguntas para serem respondidas ao vivo pelo companheiro Rui, enriquecendo o debate e esclarecendo as dúvidas que pos-
sam surgir ao longo da exposição. Portanto, não perca, na próxima segunda-feira, a estreia do novo programa de Rui Costa Pimenta na CO-
TV. É mais uma oportunidade para se esclarecer politicamente e se orientar diante da luta política em curso, com o Marxismo, às 14h.
8 | INTERNACIONAL
COLAPSO DO REGIME POLÍTICO
Peru: instituições em crise A dissolução do Congresso pelo presidente Martín Vizcarra abriu uma nova etapa de crise no seio das instituições do regime político peruano Nos últimos dias, a crise do regime político peruano atingiu um novo patamar. As contradições no interior da burguesia e da direita, expressas no pesado conflito entre instituições do Estado burguês peruano, acentuaram sobremaneira a instabilidade do regime, que deu, assim, mais um passo à frente no caminho da sua desintegração. Na segunda-feira (30), o presidente do país, Martín Vizcarra, anunciou a dissolução do Congresso, composto na maioria por fujimoristas, e convocou eleições legislativas antecipadas para janeiro de 2020. A medida do presidente, que assumiu o cargo em 2018, após a renúncia do presidente eleito Pedro Kuczynski, teve como pano de fundo a disputa em torno da indicação dos juízes para o Tribunal Constitucional, a Suprema Corte peruana. Vizcarra havia interposto uma “questão de confiança” junto ao Congresso com o objetivo de modificar o processo de escolha dos membros do Tribunal e, assim, impedir que a maioria parlamentar fujimorista indicasse a quase totalidade dos juízes da mais instância judiciária do país. Com a recusa do Congresso em votar o recurso, o presidente recorreu ao dispositivo constitucional que permite ao Executivo dissolver o Congresso e antecipar eleições se uma “questão de confiança” tiver sido rejeitada pelo menos duas vezes dentro do mesmo período de governo. Em resposta, ainda no mesmo dia, o Congresso aprovou a suspensão temporária por 12 meses do presidente por “incapacidade temporária”, com
os votos de 86 dos 130 deputados da Casa, e empossou a vice-presidente Mercedes Aráoz como interina. Vizcarra, por sua vez, contando com o apoio das Forças Armadas e da polícia, recusou-se a reconhecer a decisão dos parlamentares. O Peru, dessa maneira, terminava essa quente segunda-feira com dois presidentes. Curiosamente, a Organização dos Estados Americanos (OEA), braço do imperialismo norte-americano nos países latino-americanos, declarou que competiria ao Tribunal Constitucional decidir sobre a constitucionalidade da dissolução do Congresso, o que destoa, à primeira vista, da sua atitude costumeiramente intervencionista nos assuntos internos do continente, como se dá, por exemplo, no caso da Venezuela, onde participa ativamente da ofensiva golpista para derrubar o governo nacionalista burguês de Nicolás Maduro. Uma dias depois de empossada, no entanto, a vice-presidente Aráoz publicou carta anunciando a sua renúncia ao cargo de vice-presidente da República. Endereçada ao presidente Congresso, Pedro Olaechea, Aráoz afirma na carta que “A razão fundamental de minha renúncia é que a ordem constitucional no Peru foi quebrada”, e que, ante a posição da OEA de atribuir à Suprema Corte a tarefa de dirimir o imbróglio, “não há condições mínimas para o exercício da missão que me foi dada pelo Congresso da República”. “Espero que minha renúncia conduza à convocação de eleições gerais no menor prazo possível para o bem do
país”, anunciou Aráoz pelo Twitter, na mesma postagem em que compartilha a carta. O que acontece no Peru, com a crise permanente e cada vez mais aguda da institucionalidade burguesa, é mais uma manifestação dos efeitos do golpe de Estado promovido pelo imperialismo mundial, com o norte-americano à cabeça, nos países latino-americanos. O processo golpista no Peru, aliás, guarda muitas semelhanças e relações com o processo golpista no Brasil. Basta dizer que a operação golpista Lava Jato, um dos pilares centrais do golpe no Brasil, estendeu seus tentáculos por vários países da região, e um dos mais afetados, certamente, foi o Peru. Formou-se no país andino uma espécie de “Lava Jato peruana”. Essa verdadeira máquina de perseguição política travestida de operação de combate à corrupção vem causando uma feroz devastação em todo o regime político peruano, atingindo praticamente todos os partidos e políticos tradicionais do país. Ollanta Humula, do Partido Nacionalista Peruano, que o governou o país de 2011 a 2016, Alan García, do APRA, que cumpriu dois mandatos na presidência (1985-1990 e
2006-2011), e Pedro Pablo Kuczynski, do Peruanos por el Kambio (PPK), que ficou no cargo de 2016 a 2018 — todos foram alvos dos conhecidos processos jurídicos “lavajatistas” contra a corrupção e terminaram ou presos (Humula e Kuczynski), ou cometendo suicídio (García), ou renunciando à presidência ( Kuczynski). Keiko Fujimori, herdeira do ditador Alberto Fujimori e líder do partido Força Popular, também entrou na roda persecutória e acabou sendo presa. O golpe de Estado que se desenvolve em toda a América Latina é, antes de tudo, uma operação de largas proporções para alterar completamente o regime político dos países da região. Centra fogo, em primeiro lugar, nos partidos e lideranças de esquerda, com inclinações nacionalistas e populares, mas acaba atingindo também os partidos e lideranças da direita tradicional. O conflito entre o Executivo e o Congresso no Peru é uma expressão dessa luta entre os setores burgueses que servem de instrumento para a política do imperialismo e os setores burgueses que o imperialismo deseja descartar.
SOMENTE O SOCIALISMO RESOLVERÁ
Capitalismo agoniza: indústria dos EUA tem pior desempenho da década A crise do capitalismo atual vem desde o ano de 2008. Desde 2009 os EUA não tinham um índice tão ruim em industrialização. A indústria dos EUA obteve seu patamar mais baixo em setembro de 2019 se comparada com todos os meses desde junho de 2009. No índice que mede a movimentação industrial, em setembro os EUA obtiveram o índice de 47,8. O índice em junho de 2009 era de 46,3. Com isso podemos perceber que desde a crise de 2008, o capitalismo não conseguiu se reerguer, continuando nessa crise até agora. A crise do capitalismo que se estende desde 2008 demonstra como o capitalismo não pode mais avançar e continuar a produzir, por isso se intensificam os ataques imperialistas aos países atrasados, para que, com a destruição de sua indústria nacional, seja possível remanejar essa mesma indústria em outros locais e se criar a ilusão de que a produção cresce.
Foi assim por exemplo com a extinção do bloco dos países que possuíam estados operários, sobretudo no leste europeu. Com a queda da União Soviética, por exemplo, houve um grande avanço dos países imperialistas sobre as empresas que antes eram estatais desses países, o que justificou certo avanço econômico e a ideia de que existiria um livre mercado, o que na realidade já não existe desde a formação dos países imperialistas no final do século XIX. Antes de 2008 acontecer, o que puxava a economia mundial para cima era o crescimento da indústria da China. Após a crise e o início de um período em que a China não consegue manter um alto patamar de crescimento, a economia como um todo não consegue avançar no planeta.
A crise de 2008 nunca foi superada. As bolsas de todo o planeta vêm operando em negativo desde então. Temos a falência de inúmeras empresas imperialistas em países como a Inglaterra, como é o exemplo da empresa Thomas Cook, primeira empresa do ramo turístico do mundo, e que faliu recentemente. Essa crise demonstra como o capitalismo agoniza e como há a necessidade dos países imperialistas, que mandam no sistema capitalista, de dar golpes de estados em países que em alguma medida se oponham à sanha imperialista para tentar dar um fôlego a uma economia agonizante. Somente com toda a produção pensada para suprir as necessidades reais do ser humano, sem estar voltada para o interesse do lucro, é que a industria poderá crescer novamente.
POLÍTICA | 9
É PRECISO DEFENDER A VENEZUELA
Trump e União Europeia se unem contra Maduro Países imperialistas se unem na destruição da Venezuela. A União Europeia anunciou novas sanções contra a Venezuela na última sexta feira, segundo a desculpa de que o país latino-americano teria torturado e assassinado o oficial Rafael Acosta em 29 de junho. As sanções se aplicam contra sete membros das forças de segurança da Venezuela. As sanções implicam em proibições de viajar para países da União Europeia e o congelamento de contas. Já são 25 oficiais com sanções da UE. O presidente legítimo do país, Nicolás Maduro, disse que a Venezuela está rindo das novas sanções da União Europeia e que a Europa está se submetendo à politica de Donald Trump, presidente dos EUA, contra o país da America Latina. Na realidade, a União Europeia e os Estados Unidos estão juntos na empreitada de destruir a Revolução Bolivariana para poder voltar a comandar o país. A Venezuela é o país com maior número de barris de petróleo em todo o planeta. Os bloqueios econômicos contra a Venezuela demonstram uma forte
tendência de se intensificar a tentativa de controle da América Latina por parte dos países imperialistas. No caso venezuelano, isso não se dá com facilidade pois as tentativas de golpe foram fracassadas. Agora o imperialismo tenta gerar uma crise maior no país fazendo com que a população não consiga ter acesso a inúmeros produtos necessários para sua subsistência, como é o caso dos remédios. Já no caso de países como Brasil, Honduras, Paraguai e Peru, esse controle foi aumentado por meio de golpes de estado que resultaram em governos de direita subservientes ao imperialismo. É necessário se posicionar contra as empreitadas dos países imperialistas que tentam derrubar o governo legítimo de Nicolás Maduro. O povo Venezuelano tem o direito de ser soberano sobre seu país sem que nenhum outro país no mundo tente mandar em seu território, seus recursos, seu mercado e em seu povo. Por isso é tão necessária a solidariedade de todos os trabalhadores do mundo para com o país.
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10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
PARALISAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Em Sergipe, paralisam servidores federais e estaduais da educação Depois do golpe de Estado o setor que vem sendo atacado de forma paulatina e sistemática, por isso, diversos estados tem feito paralisação e dessa vez foi o Sergipe Depois da vitória do presidente golpista Jair Bolsonaro, a educação tem sido alvo de destruição e corte de verbas gigantescos. O objetivo dos golpistas é a privatização das universidades e das escolas públicas municipais e estaduais, e a principal forma de acabar é o corte de verbas. Os servidores federais e estaduais de Sergipe paralisaram as atividades nesta quarta-feira (2), a pauta é o fim dos cortes da educação e contra a Reforma da Previdência. A paralisação atingiu os nove cam-
pus do Instituto Federal de Sergipe (IFS), a Universidade Federal de Sergipe (UFS), no município de São Cristóvão, e os profissionais estaduais, os professores suspenderam as aulas e a comunidade acadêmica do IFS, se reuniu na sede do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), em Aracaju. A situação dos professores do Sergipe como do Brasil inteiro está cada dia mais complicada, por causa dos cortes de verba, pela perseguição da Escola
com Fascismo, o clima de terror das direções, as ameaças de demissão e salários baixíssimos. A política dos golpistas é atacar duramente o ensino médio e o próprio ensino público no País, expulsando os jovens das escolas públicas, demitindo professores e favorecendo os tubarões do ensino pago, que irão lucrar bilhões com o ensino privatizado. Os golpistas querem “jogar” os brasileiros na ignorância e no analfabetismo. Somente a luta de todos os setores da população para tirar os golpis-
tas do poder vai abrir a possibilidade de reverter todas as medidas que foram deferidas contra a educação pública. É preciso denunciar essa política e chamar os professores, estudantes e toda a comunidade escolar a se mobilizar contra a destruição da educação pública promovida pelo golpe de Estado. É preciso organizar os comitês de luta contra o golpe em todas as escolas e levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula.
FRIGORÍFICOS E AS QUEIMADAS
Para os frigoríficos, é preciso esconder as queimadas na Amazônia As queimadas criminosas realizadas pelos latifundiários, principalmente da agropecuária, estão fazendo os frigoríficos se justificarem com campanhas publicitárias As queimadas criminosas realizadas pelos latifundiários que vêm ocorrendo na Amazônia têm como objetivo a expansão das pastagens de gado que servirão aos frigoríficos, com a finalidade de aumentar a produção e dar conta, principalmente das exportações. Os donos dos frigoríficos que já realizam a compra de animais criados em terras de preservação, como o grupo JBS/Friboi, alvo de denúncias constantes. No ano de 2017 este grupo foi multado em 25 milhões, porém, com o vício de fazer suas próprias leis, a JBS/ Friboi persiste com a mesma prática. Em fiscalizações envolvendo a Organização Não Governamental (ONG) Repórter Brasil, The Guardian e do Bureau of Investigative Journalism, no sítio do repórter Brasil, em 02 de julho de 2019, foi desvendado a forma que se fazia para disfarçar a manobra, que significava a triangulação entre fazendas. Ou seja, os latifundiários criavam gados em áreas embargadas revelando uma prática que consiste na trian-
gulação entre fazendas para disfarçar a origem dos animais. Os bovinos crescem em uma área embargada, depois são encaminhados a uma fazenda “ficha-limpa”, ou seja, sem problemas ambientais, de onde são vendidos para os frigoríficos. O grupo JBS/Friboi dizia que tinha parado de comprar gados de empresas que agiam de forma ilegal, mas na investigação ficou comprovado que o que os donos do grupo JBS/Friboi persistiam com a mesma prática. Os outros dois grupos, Marfrig e Minerva não constam, no momento, nenhuma denuncia realizada contra eles, isso não significa que não têm irregularidades contra eles, assim como vários outros frigoríficos espalhados pelo Brasil. Diante do desmatamento desenfreado que vem ocorrendo no segundo semestre deste ano na Amazônia, os grupos como JBS/Friboi, Marfrig e Minerva estão se organizando para preparar campanhas institucionais individuais contra um possível boicote
de países e importadores da commodity brasileira em meio à crise provocada pelas queimadas na Amazônia. A Marfrig, por exemplo, fez há quase dois meses uma captação de US$ 500 milhões de títulos de dívidas ligados à sustentabilidade (greenbond). A JBS e a Minerva planejam abrir capital fora do País e uma crise neste momento pode afetar os planos. Anúncio em jornal dos EUA Na semana passada, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) considerou pagar um anúncio de página inteira nos jornais Financial Times e The New York Times para vir a público e explicar que os frigoríficos brasileiros cumprem os mais rígidos controles de qualidade e que não há risco de compra de matéria-prima de áreas de desmatamento e ilegais. (Exame – 27/09/2019) Segundo a reportagem, a Marfrig não comenta sobre o assunto, mas a
JBS/Friboi, que em julho foi investigada e constatada a prática irregularidades, disse que apoia a iniciativa da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e que não tem uma campanha isolada em relação a esse tema. Os donos dos frigoríficos, um dos setores industriais que financiaram o golpe no país e ajudaram a eleger através de uma fraude escancarada o ilegítimo Jair Bolsonaro, estão cobrando a dívida e, não basta fazer vistas grossas como vem fazendo a, também latifundiária golpista, criadora de gados, Tereza Cristina, ministra golpista da agricultura que tomou a decisão de deixar o setor livre para toda e qualquer irregularidade. Da mesma forma, o fascista Bolsonaro deixou os latifundiários livres para agirem, tanto para desmatarem, no caso, as quantidades imensas das queimadas, destruindo reservas inteiras e criando imensos campos de pastagens e, dizimando os índios, verdadeiros donos dessas terras e que nelas moram, para beneficiar os seus pares.
ATOS EM BRASÍLIA
Sindicato dos Bancários DF define atos em defesa dos bancos públicos Próximo dia 4 de outubro serão realizados atos em defesa dos bancos públicos Conforme deliberado pela Plenária Sindical Contra as Privatizações do governo ilegítimo, Bolsonaro, realizado na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília no dia 5 de setembro, que contou com a presença de vária lideranças sindicais das principais empresas públicas, tais como a Petrobras, Eletrobras, Telebras, Serpro, Dataprev, Ebc, Casa da Moeda, etc, além da presença do presidente da CUT nacional, Wagner Freitas e a presidenta do PT e deputada federal, Gleissi Roffmann, foi
aprovado um calendário de lutas em defesa das empresas estatais, pela defesa da soberania nacional, que estão sob intensas ameaças da direita neoliberal golpista de entrega do patrimônio nacional para os capitalistas imperialistas. Dentro desse calendário de lutas está marcado para o próximo dia 4 de outubro o Dia Nacional em Defesa dos Bancos Públicos. Em Brasília a diretoria do Sindicato dos Bancários definiu uma série de atividades que visa, além de mobilizar os
trabalhadores bancários, dos bancos públicos, contra as privatizações, chamar a atenção da população que a soberania do país está sob grave ameaça, com o governo pró-imperialista de Bolsonaro aplicando uma política abertamente antinacional, de entrega do patrimônio público e das riquezas nacionais. Estão marcadas atividades nas agências bancárias, em praças públicas e no terminal rodoviário, no horário de pico, onde há um grande fluxo de pessoas.
Para impedir os ataques e a entrega das estatais ao capital estrangeiro, ao imperialismo, é necessário intensificar as mobilizações e organizar uma greve geral das empresas estatais. A vitória dos trabalhadores somente poderá estar assegurada se houver uma radicalização da luta através das ocupações das empresas, como medida de força para impedir as privatizações das estatais e barrar a entrega do patrimônio do povo brasileiro pelo governo golpista, capachos dos banqueiros e capitalistas estrangeiros.
NEGROS | MULHERES | 11
“PELE NORMAL, BRANCA”
Itália: presidente da Lazio defende racismo no futebol Declaração do presidente da Lazio é explorada pela imprensa, que é igualmente racista, e pede mais repressão às torcidas Claudio Lotitto, presidente do Lazio Futebol Clube italiano e membro do Conselho da Série A do Campeonato Europeu, deu declarações típicas das elites mundiais, que tentam diminuir ou apagar o problema da opressão do povo negro. Confrontado sobre o debate a respeito dos xingamentos nos estádios, Lotitto respondeu que os ruídos e xingamentos que têm gerado controvérsia “não são necessariamente contra pessoas negras.” Entretanto, concluiu dizendo que “pessoas de pele normal, brancas, também são alvos dos mesmos xingamentos.” Este ato falho repercutiu em toda imprensa burguesa, que se aproveitou para posar de bastião da moral, defensora dos direitos dos povos oprimidos e, obviamente, pedir punições para os torcedores. É preciso compreender problemas como este para saber como se posicionar. É certo que não devemos esperar de um empresário do futebol uma de-
fesa engajada contra a opressão do povo negro. Lotitto é um capitalista, criado sob os valores da alta burguesia italiana, que pensa – toda ela – que as pessoas de pele normal seriam as brancas. A concorrência burguesa se acirra também nos esportes e aproveita todos os pretextos para atacar times adversários. Assim, quando surge a oportunidade de enfraquecer um time, a cartolagem se une sob quaisquer pretextos. Quantos times não teriam interesse em enfraquecer a Lazio no campeonato italiano, por exemplo, punindo sua torcida organizada? Por isso, a imprensa, controlada por empresários tão ou mais racistas que Lotitto, se empolgam com esse tipo de declaração, que lhes dá o pretexto para pressionar seus concorrentes e pedir mais repressão. Devemos ser terminantemente contra punição de torcidas organizadas com base em xingamentos. Este expediente dá uma ampla margem de manobra para aplicação de qualquer arbitrariedade contra torcidas e times
que se queiram atacar. Imagine-se a facilidade para culpar um grupo de milhares de torcedores de ter emitido uma palavra racista durante uma partida. É o expediente perfeito para interromper uma partida, multar clubes, proibir torcidas, fazer campanhas, aumentar a repressão. Os mesmos agentes, capitalistas, juízes, jornalistas, que não defen-
dem os africanos, árabes e outros povos da opressão que sofrem na Europa, não irão defendê-los dentro dos estádios, mas apenas dar continuidade à opressão. Que se criem impulsionem torcidas anti-racistas e anti-fascistas. A classe dos oprimidos está em maioria e sua organização é a condição para derrotar os opressores.
LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
1 em cada 5 mulheres opta pela dura jornada do aborto no Brasil Centenas de mulheres pobres, principalmente negras e indígenas, são as que mais morrem em decorrência de aborto clandestino, direito negado de forma vil pelo Estado O dia Latino-americano e Caribenho de luta pela descriminalização ocorreu neste último sábado, como todos os anos, no 28 de setembro, data em que diversos movimentos sociais tentam fazer com que a luta da mulher por condições justas de saúde seja protagonista nas pautas políticas. A questão do aborto no Brasil ainda é tratada como caso de polícia e passível de prisão, onde as mulheres que recorrem às formas ilegais de aborto não deixam de passar pelo crivo moralista e religioso dos conservadores. A última Pesquisa Nacional de Aborto, realizada em 2015, mostrou que a cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos, pelo menos uma já havia realizado um aborto até os 40 anos, totalizando quase 500 mil intervenções. A pesquisa, contudo, não abrangeu adolescentes e mulheres em áreas rurais, ou seja, essa totalidade pode ser ainda maior se acrescentar esses perfis à pesquisa. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, todos os dias pelo menos quatro mulheres morrem em decorrência de aborto mal sucedido, e pela lógica, são mulheres pobres que não podem pagar pelas clínicas luxuosas que as filhas da burguesia têm acesso. Como sempre as mulheres pobres pagam o preço da sociedade capitalista, ainda segundo a pesquisa, 24% das mulheres que abortam são indígenas, 15% negras, 14% pardas, 13% amarelas e 9% brancas.
Mesmo nas condições permitidas – a interrupção de gestação é legal se for decorrente de estupro, anencefalia do feto ou risco de morte da mãe – o aborto não é tratado como uma questão de saúde pública, principalmente na atual conjuntura política do Brasil, tomada por uma onda conservadora que chegou ao poder através de um golpe. As mulheres que mais aborta no Brasil são jovens que têm filhos e são católicas ou evangélicas, ou seja, nem mesmo o moralismo religioso dá conta da urgência desse debate. O medo ainda é um dos recursos que o Estado conservador utiliza para disseminar um discurso violento contra o aborto, colocando-o na posição de um trauma terrível que as mulheres devem carregar pelo resto da vida quando, na verdade, é um procedimento extremamente tranquilo quando feito de modo seguro, assim como acontece nos países em que o aborto não é crime de nenhuma forma. O trauma vem justamente pela criminalização do procedimento, que obriga as mulheres pobres, com baixa escolaridade, em sua maioria negras ou indígenas, a procurarem formas clandestinas e totalmente inseguras para abortarem, sendo maltratadas, machucadas, aviltadas de todas as formas pelas falsas moralidades das instituições. Mesmo nos casos previstos na lei, as mulheres enfrentam muitos obstácu-
los, muitas das vezes tendo seu direito negado. O aborto legal no caso de risco para a mulher, por exemplo, é algo bem confuso na legislação brasileira, pois o risco não é somente físico, mas também psicológico. Mulheres com laudo de depressão já tiveram seus pedidos negados quando levaram à justiça o pedido de aborto, o que é totalmente absurdo já que a saúde psicológica é imprescindível numa situação dessas. Algo que muita gente não percebe é que uma mulher quando decide fazer um aborto, é porque já está com o psicológico abalado, e vai fazer de tudo para conseguir abortar, sendo um claro estado de risco mental e físico para a mulher. Para o ginecologista e obstetra Jefferson Drezett Ferreira, ex-coordenador do Hospital Pérola Byington, “o Estado entende que é possível interromper uma gestação para que uma mulher não morra, mas não é possível se a gravidez provoca um dano à saúde física ou mental. O governo brasileiro acha razoável e tolerável que uma mulher perca a função dos rins, perca a visão, tenha uma grave complicação neurológica, mas que não faça o aborto. Ou seja, ele não é permitido para preservar a saúde da mulher.” E realmente, o governo brasileiro não se importa com a saúde da mulher, a sociedade capitalista ignora por completo que as mulheres precisam de autonomia sobre seus corpos, somente
uma mulher grávida pode decidir se ela está apta ou não a prosseguir com a gestação. A ONG Artigo 19 possui uma pesquisa recente que mostra a irracionalidade em sua forma mais genuína, dos 176 hospitais listados pelo governo brasileiro que realizam o aborto nos casos previstos em lei, somente 76 deles confirmaram que ofertam o serviço. Algumas das respostas dadas pelos hospitais, quando procurados pela ONG, são devastadoras: “Deus me livre!”, “Aborto é crime e aqui não defendemos direitos humanos para bandidos”, “Teria que a mulher provar que havia sido estuprada”. Essas são algumas das frases ditas pelos responsáveis pelos hospitais que deveriam garantir um direito da mulher que está previsto na lei. O Estado golpista desconsidera totalmente o direito da mulher, humilha, despreza, ignora de todas as formas as necessidades das mulheres e prefere dar voz aos conservadores, que prezam pelo controle da vida dos explorados. No cenário político atual, será necessário muita luta se a população quiser que as mulheres parem de morrer em decorrência de abortos clandestinos e inseguros, até que a questão seja encarada como saúde e não no âmbito das moralidades, católicas, evangélicas. Até lá, pobres e negras continuarão perdendo suas vidas pelas mãos do Estado.
12 | JUVENTUDE | MORADIA E TERRA
GREVE GERAL DA EDUCAÇÃO
Sair às ruas hoje contra o Future-se e pelo “fora Bolsonaro” Nos dias 2 e 3: impulsionar a luta pelo Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula Nestes dias 2 e 3 de outubro estão sendo convocados atos contra o desmonte das universidades públicas e contra o próprio governo Bolsonaro em todo o país. As mobilizações foram convocadas pelas organizações estudantis, como a União Nacional dos Estudantes, a UNE, e de professores, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, a CNTE e o ANDES. Um dos pontos centrais do ato é a luta contra o chamado projeto “Future-se”. O projeto anunciado pelo ministro golpista da educação, Abraham Weintraub, abre caminho para a privatização do ensino superior, uma das principais metas do golpe de estado. Além do corte de 30% das verbas destinadas à educação, do corte de milhares de bolsas, do fim dos programas de pesquisa, o atual governo golpista e ilegítimo quer entregar as universi-
dades públicas para iniciativa privada, transformando o ensino superior em um privilégio ainda maior, restrito somente para uma minoria burguesa, excluindo de vez a juventude pobre do ensino superior. O Future-se permite que as universidades sejam administradas por empresas privadas, estas poderão inclusive intervir na autonomia universitária, nomear campus e decidir sobre a administração da verba das universidades. Um ataque sem precedentes, visto que várias universidades em todo o país estão completamente paralisadas devido à falta de recursos básicos para o ensino. Demonstrando a profunda rejeição aos ataques do governo e tendência de mobilização contra os golpistas, o projeto já foi rejeitado em 29 universidades federais em todo país. A proposta é parte do pacote da política golpista
de impor uma verdadeira terra arrasada ao país, com fim de todos os direitos, como a aposentadoria, as privatizações das empresas públicas, o fim dos direitos trabalhistas, a destruição da indústria nacional, etc. Além, claro, da implacável perseguição política as organizações sindicais, movimentos sociais e suas principais lideranças, como é o caso do ex-presidente Lula.
Neste sentido, os dias 2 e 3 de outubro devem servir para impulsionar a luta de conjunto contra o governo golpista em todo o país. É preciso aproveitar a crise da direita golpista, do próprio governo Bolsonaro, e aprofundar a luta pela sua derrubada e de todo o regime golpista. Sair às ruas e levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula!
MAIS DE UM MÊS DE LUTA
LUTA PELA DEMARCAÇÃO DE TERRAS
Ato no CEFET do Rio contra intervenção do governo Bolsonaro
Indígenas Tupinambá são ameaçados por pistoleiros na Bahia
Ato nesta quinta-feira, 15h, no CEFET-Maracanã faz parte do calendário da Greve Geral.
Depois do golpe de Estado, a polícia e os capangas dos latifundiários estão reprimindo os trabalhadores do campo
Desde agosto, o CEFET do Rio de Janeiro resiste à nomeação de Maurício Aires Vieira para diretor-geral. Trata-se de uma intervenção de Bolsonaro, colocando no comando um quadro que não foi eleito e sequer faz parte da instituição. No dia 19 daquele mês, os estudantes fizeram uma barreira humana para bloquear o acesso à direção e impedir a nomeação ocorresse. Uma semana depois, interventor e direção tentaram fazer uma reunião fechada, o que desencadeou novos protestos. Mauricio chegou a chamar a polícia mas foi obrigado a sair do CEFET. Alguns dias depois, o interventor colo-
No dia 30 de setembro o sítio Acuípe Notícias publicou uma denúncia sobre um indivíduo que estava ameaçando a comunidade indígena de Acuípe de Baixo, em Ilhéus, sul da Bahia. A nota dizia que o rapaz já havia sido casado com uma indígena da aldeia, mas havia a expulsado de casa e agora ocupava uma parte do território já demarcado, fazendo ameaças com armas de fogo de alto calibre (rifles) à tribo, que é composta por 17 famílias. Os conflitos pela terra estão cada vez mais frequentes. Os pistoleiros, jagunços, latifundiários, depois do golpe de Estado, estão se sentindo cada vez mais a vontade para reprimir todos os tipo de movimento relacionado à luta pela terra, tendo inclusive ajuda de órgãos repressivos do estado, como a polícia militar.
cou grades para impedir a circulação da comunidade perto dos corredores da diretoria, mas os estudantes e professores removeram as barreiras. O Ministro da Educação bolsonarista, Abraham Weintraub, segue irredutível sem atender a demanda dos estudantes e professores, que é a nomeação do reitor eleito pela comunidade universitária. Devido ao impasse, o CEFET segue mobilizado e convoca uma mobilização para amanhã (03/10), que faz parte do calendário da Greve Geral. A concentração acontecerá às 15h CEFET Maracanã e segue em marcha pelas ruas do Rio.
Leia a seguir a nota do sítio: Índios Tupinambá de Olivença são ameaçados de morte na comunidade do Acuípe de Baixo em Ilhéus no Sul da Bahia. Todos os índios da comunidade do Acuípe de Baixo vem sendo ameaçado diariamente por não índio que se empossou das terras que esta dentro do processo de limites de demarcação do território indígena Tupinambá de Olivença, a referida Aldeia Tupã é uma retomada de 10 anos, que encontra-se em momento delicado de insegurança para as as 17 famílias que esta em risco de vida, entre elas são. Crianças, mulheres
grávidas, ancião e estudantes, portanto esse indivíduo que esta ameaçando a população indígena já foi agregado casado com uma índia por poucos tempos, e assim expulsando a sua companheira indígena para fora de sua residência causando conflitos e assim colocando-a mais não índios na aldeia Tupã e amedrontando os índios com arma de fogo, logo abaixo vocês vão ver nas imagens a seguir, pessoas não índio com arma de fogo de alto calibre (RIFLE) ameaçando todos os índios que ali se encontra, por tanto a Funai e o ministério Público Federal esta sendo comunicado sobre o conflito aqui na região Sul da Bahia e que as medidas cabíveis estão sendo tomadas pelo poder público Federal.
ESPORTES | 13
CUIDE-SE TORCEDOR
América-MG: mais uma vítima da demogogia de Bolsonaro, o “pé frio” Mostrando que futebol não é sua praia, o “mito” resolveu aparecer em público com as mais diversas camisas de clubes de futebol possíveis, ao ponto de dizer torcer rivais! Rei da demagogia, um primor em dar vexames, o “mito” vem ameaçando o famoso Mick Jagger como um dos maiores pé frios que o futebol já viu. Fruto da tentativa demagoga de se mostrar alguém do “povo”, o fascista utiliza o esporte que faz parte da cultura brasileira como forma de se dizer um sujeito popular. O problema para Bolsonaro, é que sua estratégia foi elaborada da pior forma possível. Mostrando que futebol não é sua praia, o “mito” resolveu aparecer em público em inúmeras situações com as mais diversas camisas de clubes de futebol possíveis, chegando ao ponto de ter fotos com a camisa do Flamengo, e no outro dia estar usando o manto botafoguense! Bolsonaro da maneira mais tosca possível mostra ao povo que no final das contas, nada gosta de futebol, igual o restante da burguesia. E, ao contrário de suas pretensões, suas tentativas na verdade tornaram-se mais um bom motivo para o povo brasileiro odiá-lo. Para entender bem, basta ver as repercussões super negativas que o fascista ganhou vindo de todas as torcidas que ele ousou manchar a imagem.
Ninguém tolera a demagogia de baixo nível feita por Bolsonaro, que além de fazer má propaganda à imagem do clube conseguiu ter a proeza de ser um baita pé frio. Toda vez que o sujeito põe em seu corpo o uniforme de um time, prepara-se torcedor, pois o próximo jogo não será dos melhores… A vítima da vez foi o América Mineiro. Lá ia o coelho, saltitando feliz após 12 jogos invictos no campeonato brasilei-
ro, até que Bolsonaro resolveu aparecer em público com a casa do time, proporcionando assim uma dura derrota para o Curitiba no placar de 2×1. Anteriormente o fascista já havia usado a camisa do Londrina, no mesmo dia, horas mais tarde, o clube seria goleado pelo São Bento, e de quebra perderia a rodada seguinte também. Além disso, o Palmeiras, até então líder do brasileirão, teve que contar
com a horrível presença de Bolsonaro em seu estádio. Tendo já em vista o desastre que iria ocorrer, a torcida xingou ele até não poder mais, o que ao menos fez com que o porco empatasse no sufoco contra o Vasco. Bolsonaro, assim como os coxinhas, não gostam de futebol e sequer o entendem. Seu negócio é a demagogia, é a tentativa de enganar o povo com uma falsa propaganda de algo que ele não é. Porém, felizmente os brasileiros estão muito treinados quando se trata de futebol, e Bolsonaro não terá vez em nenhum estádio que resolver pisar. Tais situações demonstram que povo brasileiro não suporta o fascista e seu governo. Bolsonaro é odiado onde quer que vá, independente da torcida, independente do local, o que denota uma tendência generalizada de se combater o governo golpista. O povo não perde a oportunidade de fazer o possível contra Bolsonaro, basta agora canalizarmos toda essa vontade em um eixo de luta, que de maneira mais do que óbvia encontra-se sob a palavra de ordem FORA BOLSONARO!
OKTOBER FEST
Alemanha rebaixada se salva no tapetão e desmascara “exemplo europeu” Campeões do Mundo escaparam da segundona A UEFA deve expandir o número de partidas disputadas na Liga das Nações, anunciou nesta terça-feira a entidade dirigente do futebol europeu e alegou que o motivo foi o sucesso da edição inaugural da competição internacional. As mudanças, reveladas na reunião do Comitê Executivo da UEFA em Liubliana, capital da Eslovênia, significam que a Liga A, atualmente com as 12 principais nações do continente, contará com 16 nações em quatro grupos de quatro quando o próximo torneio começar no outono de 2020. Isso significa mais jogos para cada equipe envolvida e também garante que a Alemanha seja salva do rebaixamento para a segunda divisão da Liga B. Os vencedores da Copa do Mundo de 2014 terminaram na parte inferior de sua seção e foram rebaixados junto com a Croácia, a Islândia e a Polônia. Fica evidente que a crença de que as maracutaias e corrupção são coisas que só acontecem no Brasil e que o futebol europeu deveria ser exemplo é pura propaganda imperialista. A “poderosa Alemanha” acaba de ser desmascarada. Aquela seleção foi apresentada como modelo de futebol, mas foi desclassificada na primeira fase da última Copa, na França (tendo sido campeã na anterior, no Brasil) perdendo pra Coreia do Sul!! Então, foi rebaixada da Liga das Nações (na
primeira edição desse torneio que foi criado para os europeus evitarem jogar contra os sul-americanos). A mudança nas negras do torneio, para o ano que vem, também significa que haverá 16 equipes nas Ligas B e C, com os sete países europeus restantes na Liga D.
A edição inaugural foi vencida por Portugal, que sediou as etapas finais de uma competição que gerou 500 milhões de euros (551 milhões de dólares) para a UEFA. Jogar mais partidas na próxima edição da Liga das Nações garantirá receitas ainda maiores e também terá o efeito
de reduzir ainda mais o número de partidas amistosas, preenchendo os espaços restantes no calendário lotado. O sorteio para a próxima Liga das Nações será realizado em Amsterdã, Holanda, em 3 de março do próximo ano.
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
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