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SÁBADO, 5 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5786
PCO lança Programa de Transição em folheto e curso sobre o tema As Edições Causa Operária lançarão na segunda-feira (7) o texto do Programa de Transição em folheto, com tradução e notas de Rui Costa Pimenta. O Programa de Transição, de Leon Trótski, é o guia para a ação para os partidos revolucionários, o marxismo para os dias de hoje.
Programação do CCBP no final de semana A programação do Centro Cultural Benjamin Perét (CCBP) de São Paulo desse fim de semana está intensa. No sábado musical, que será neste dia 5 de outubro, teremos a presença do artista Renato Dias tocando o melhor do samba afro paulista.
EUA: Monopólios da tecnologia contra candidatos de esquerda Durante reunião com seus funcionários, Mark Zuckerberg, presidente da rede social Facebook, apresentou suas preocupações aos funcionários e intenções sobre como manter o monopólio do Facebook fraudando as eleições presidenciais.
Arregou: Jonhson não vai sair sem acordo da UE; dizem documentos O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, segundo documentos do próprio governo, irá enviar uma carta à União Europeia pedindo um adiamento do processo do Brexit, caso não haja uma proposta oficial de separação até o dia 19 de Outubro. Parlamentares de oposição e membros do próprio Partido Conservador, ao qual Johnson faz parte, já haviam aprovado uma lei que extendia o prazo final do Brexit, mas o primeiro-ministro diz optar por cumprir o referendo e o prazo estipulado anteriormente para o dia 31 de Outubro, havendo acordo oficial ou não.
Frigorífico do Sul é interditado por péssimas condições de trabalho O frigorífico do Sul Ltda, do município de Passo do Sobrado, Rio Grande do Sul, foi interditado por irregularidades contra 116 trabalhadores, 15 máquinas e 11 setores envolvidos
Atos marcam dia de defesa dos bancos públicos em Brasília
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
2 | ATIVIDADES DO PCO
FORMAÇÃO POLÍTICA
PCO lança Programa de Transição em folheto e curso sobre o tema Folheto traz o texto de Trótski com tradução e notas de Rui Costa Pimenta, presidente do PCO As Edições Causa Operária lançarão na segunda-feira (7) o texto do Programa de Transição em folheto, com tradução e notas de Rui Costa Pimenta. O Programa de Transição, de Leon Trótski, é o guia para a ação para os partidos revolucionários, o marxismo para os dias de hoje. Os folhetos poderão ser adquiridos na livraria do PCO e pela Internet. As notas de Rui Costa Pimenta contextualizam o programa, esclarecendo sobre acontecimentos históricos da época e os debates que estavam em curso no momento em que o texto foi escrito, permitindo uma leitura mais precisa. O Programa de Transição também será tema de um curso que o PCO levará nos próximos meses para mais de 300 locais. Uma atividade que visa aprofundar o conhecimento teórico de militantes e simpatizantes, para orientar a ação, na prática, diante da luta política que desdobra hoje. Um conhecimento teórico vivo, ligado à prática revolucionária da militância partidária, à intervenção política nos acontecimentos do País. A primeira aula do curso foi apresentada em São Paulo, com uma ex-
posição da companheira Natália Pimenta, membro da direção nacional do PCO, no ultimo dia 30. Essa aula inaugural foi transmitida ao vivo pela Causa Operária TV e está disponível no YouTube. Dadas as condições atuais, a utilização do Programa de Transição constitui um elemento indispensável, o único capaz de elevar, através da experiência prática, a consciência do proletariado. O Programa desenvolvido por Trótski constituiu a diretriz da IV Internacional de 1938 e encontra-se, hoje em dia, sua completa coerência e aplicabilidade. A opressão e exploração do imperialismo; o papel dos bancos privados e sua ingerência nos Estados, sobretudo os mais debilitados; a situação dos sindicatos em época de crise econômica; as reivindicações transitórias ante governos de caráter fascista; a luta contra o oportunismo e o revisionismo sem princípios; a liderança do proletariado etc. todas as condições que, desde a época da sua formulação, mantém-se em voga no sistema capitalista, necessitam ser discutidas minuciosamente pelo proletariado de hoje.
CULTURA E DEBATE
Programação do CCBP no final de semana Neste fim de semana o CCBP-SP está com uma recheada programação de atividades culturais A programação do Centro Cultural Benjamin Perét (CCBP) de São Paulo desse fim de semana está intensa. No sábado musical, que será neste dia 5 de outubro, teremos a presença do artista Renato Dias tocando o melhor do samba afro paulista. A atividade, que ocorre às 14h, será precedida da Análise Política da Semana, apresentada por Rui Costa Pimenta, às 11h30, no mesmo local. Aproveite para conhecer nossa livraria com um acervo diverso do melhor da leitura marxista e também experimentar ótimas bebidas e petiscos no Jacobinos Bar. Já no domingo (6), às 10h, o presidente nacional do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, apresentará uma palestra sobre o 3 anos do golpe do Estado no Brasil. A atividade contará também com um churrasco para confraternização dos presentes. No CCBP-SP, haverá samba com integrantes da ala musical do Vai Vai durante o churrasco. A palestra será transmitida ao vivo na Causa Operária TV e contará com transmissões em todas as regionais do partido. Confira a lista com endereços outras informações de todos CCBPs do país: Rio de Janeiro No Rio de Janeiro, também há CCBP. Ele estará aberto no sábado às 11h e no domingo 14h lá os companheiros
cariocas poderão interagir com os militantes do PCO-RJ, assistir à Análise Política da Semana, debater os temas tratados por Rui Costa Pimenta e também ter acesso aos produtos da Loja do PCO. End: Rua Taylor, 47, Lapa – telefone: (21) 3258-6232 Salvador Os militantes do PCO de Salvador exibem a Análise Política em um telão no CCBP-BA, que abre a partir das 10h30. Após o programa, costuma haver eventos como a exposição de fotos ou mesmo refeições. Neste domingo também estará aberto para a transmissão da palestra debate sobre os 3 anos do golpe que acontece às 10h seguido de churrasco. Endereço: Rua Carlos Gomes, 901, Centro, próximo ao Posto BR. Curitiba Desde sua inauguração, em março, o CCBP-PR recebe visitantes na sua sede, que podem participar de palestras e debates, além de assistir à Análise Política da Semana junto com os militantes do PCO de Curitiba. Neste domingo tem transmissão da palestra debate sobre os 3 anos do golpe.( Será servido um delicioso churrasco). Endereço: Rua dos Josefinos, 36, Água Verde
Blumenau Todos os sábados, a partir das 11h, os militantes do PCO de Blumenau (SC) abrem as portas para uma confraternização e convivência socialista. Servimos petiscos e bebidas durante e depois a Análise. Neste domingo tem palestra debate sobre os 3 anos do golpe e churrasco e como não poderia deixar de faltar, teremos a nossa deliciosa cerveja artesanal “Liberdade para Lula. Endereço: Centro Cultural Benjamin Péret – SC Endereço: R. João Pessoa, 707 – Velha Blumenau – SC A palestra também será transmitida nas seguintes cidades: RS-Porto Alegre RS-Santa maria SC-Blumenau SC-Chapecó SC-Criciúma SC-Florianópolis SC-Palhoça PR-Curitiba PR-Londrina PR-Paranavaí PR-Pitanga RJ-Capital RJ-Nova Friburgo RJ-Petrópolis RJ-Rio das Ostras RJ-Volta Redonda MG-BH MG-Uberlândia MG-Ouro Preto
SP-Capital SP-Campinas SP-Araraquara SP-Assis SP-Marília DF-Plano Piloto BA-Salvador BA-Porto Seguro BA-Feira de Santana SE-Aracaju AL-Maceió PE-Recife PE-Olinda PE-Caruaru RN-Natal CE-Fortaleza CE-Juazeiro PI-Teresina AP-Macapá AM-Manaus
INTERNACIONAL | 3
FACEBOOK CONFESSA FRAUDE
EUA: Monopólios da tecnologia contra candidatos de esquerda Em duas horas de reunião, Mark Zuckerbert exige dos funcionários do Facebook que travem uma batalha contra os críticos, competidores e contra o governo. Durante reunião com seus funcionários, Mark Zuckerberg, presidente da rede social Facebook, apresentou suas preocupações aos funcionários e intenções sobre como manter o monopólio do Facebook fraudando as eleições presidenciais. Recentemente, uma das pré-candidatas do Partido Democrata às eleições estadunidense – Elizabeth Warren – afirmou que monopólios da tecnologia como Amazon, Google e Facebook estão impedindo o desenvolvimento de outras empresas e, consequentemente, travando o desenvolvimento tecnológico. Não há nada de novo nesta afirmação, já que a busca do capitalista pela posição monopolista é justamente esta – barrar a concorrência, podendo lucrar mais confortavelmente, sem pressão para oferecer maior qualidade e menor preço. Em sua denúnica, Warren afirma que irá trabalhar para desmembrar estas grandes corporações
Em resposta a isso, Zuckerberg orientou seus funcionários sobre a ameaça as seus interesses que poderia representar a eleição de Warren e de como a empresa precisa partir para a briga. O presidente da maior rede social do mundo faz uma crítica ao desmembramento na qual admite que as mesmas trabalham para interferir os resultados eleitorais. Para ele, o desmembramento faria com que a manipulação das eleições fosse maior, pois as empresas teriam maior dificuldade de coordenar suas ações. Trata-se de uma confissão e tanto, na qual Zuckerberg reconhece que os grandes monopólios de tecnologia nos EUA não apenas manipulam a informação a respeito das eleições, como também coordenam ações entre si, neste sentido! O presidente enfatizou novamente a importância do segredo que exige de seus 30 mil moderadores, contratados para definir o que pode ou não ser
publicado nas redes. Segundo ele, se trata de proteger a segurança de seus moderadores, sem explicar qual é o problema em revelar as suposta “política de privacidade da comunidade”. Em outras palavras, o Facebook proíbe seus moderadores de revelar o que
eles moderam. Eis mais uma evidência de como os grandes monopólios capitalistas agem contra a população. É preciso lutar pela quebra desses monopólios e seu controle por parte das organizações de trabalhadores.
O FANTOCHE DA BURGUESIA
Arregou: Jonhson não vai sair sem acordo da UE; dizem documentos Primeiro-Ministro do Reino Unido tenta a todo custo evitar o Brexit. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, segundo documentos do próprio governo, irá enviar uma carta à União Europeia pedindo um adiamento do processo do Brexit, caso não haja uma proposta oficial de separação até o dia 19 de Outubro. Parlamentares de oposição e membros do próprio Partido Conservador, ao qual John son faz parte, já haviam aprovado uma lei que extendia o prazo final do Brexit, mas o primeiro-ministro diz optar por cumprir o referendo e o prazo estipulado anteriormente para o dia 31 de Outubro, havendo acordo oficial ou não. Johnson, que é uma espécie de representante mais direitista da burguesia do Reino Unido, diz defender o Brexit a qualquer custo até o fim do prazo, tentando assim manter a preferência da população britânica, que escolheu pela saída da União Europeia. A gigantesca demagogia que o primeiro-ministro do Partido Conservador faz busca atacar a esquerda em favor dos capitalistas, uma vez que os cidadãos do Reino Unido apresentavam um deslocamento político natural à esquerda e uma preferência eleitoral pelo Partido Trabalhista, em especial o setor que apóia o líder da oposição Jeremy Corbyn, que genuinamente defende o Brexit com insistência. A pretensa manobra política demonstra, na realidade, que o principal setor da burguesia britânica se opõe à saída do Reino Unido da União Europeia. Johnson, ao adiar o prazo do Brexit por meio de tratados oficiais,
busca defender e manter os interesses dos grandes capitalistas que muito se beneficiam com os acordos comerciais já estabelecidos com os países do continente europeu por meio da união. A extrema-direita, embora faça demagogia para convencer os setores mais conservadores da pequena-burguesia e das classes médias contra o “sistema”, são, na realidade, verdadeiros serviçais do grande capital contra
a esquerda. Historicamente, os líderes mais reacionários sempre foram apoiados pela burguesia, que desesperada com o desenvolvimento da população para a esquerda, movimenta a máquina fascista para destruir as conquistas democráticas e as conquistas dos trabalhadores, realizando assim de tempos em tempos, uma manutenção pela existência de um capitalismo falido e moribundo.
O primeiro-ministro do Reino Unido, que é a manifestação de um deslocamento necessário à direita do próprio Partido Conservador, cumpre bem o seu papel de agente policialesco contra o deslocamento político da população britânica à esquerda. Portanto, é importante deixar claro que a promessa de Boris Johnson de cumprir o prazo final do Brexit é uma farsa total.
4 | DIA DE HOJE NA HISTÓRIA
IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
5/10/1910: monarquia de Portugal é derrubada e República é proclamada Após duas décadas de decadência da monarquia portuguesa, republicanos chegam ao poder por meio de uma revolução em Portugal. No dia 5 de outubro, se celebra em Portugal a Implantação da República, feito que ocorreu em 1910, tendo como principal agente o Partido Republicano Português (PRP). O levante que culminou no fim da monarquia constitucional, no entanto, havia começado no dia 3 de outubro daquele ano, e possui os motivos da revolta no fim do século anterior. No final do século XIX, Portugal requisitava para si o domínio de uma região na África que se estendia da costa de Moçambique no Oceano Índico à costa angolana no Oceano Atlântico. Essa região ficou conhecida por “Mapa Rosa”. No entanto, em 1890, para resolver um suposto conflito entre Portugal e uma tribo africana conhecida como Makolo, o governo britânico de Lord Salisbury exigiu que Portugal retirasse suas tropas da região que hoje compreende a Zâmbia e o Zimbábue, em um movimento conhecido como Ultimato Britânico. O governo português aceitou o ultimato imediatamente, o que fez com que se gerasse uma crise com a burguesia portuguesa que desejava a região, resultando na queda do então primeiro ministro e fazendo com que D. Carlos, rei de Portugal, fosse considerado o culpado pela humilhação e perda do país. Somasse a isso uma crise financeira em 1890-1891 por conta da crise do encilhamento que acontecia no Brasil com a proclamação da República. A própria proclamação da República no Brasil foi um incentivo para os partidários republicanos em Portugal. A partir então do último decênio do século XIX e do primeiro do século XX, o PRP começou a se organizar melhor, possuindo jornais que o apoiassem e conquistando o apoio da população. Vendo que o partido representava uma ameaça ao regime, iniciou-se um processo de repressão contra seus membros, que no entanto conseguiram dar continuidade a seu projeto político. No ano de 1908 o rei D. Carlos e o príncipe Luís Filipe são assassinados na Praça do Comércio de Lisboa. O assassinato foi atribuído ao fato de o rei ter fechado o parlamento para colocar no governo uma figura que se tornaria um ditador entre 1906 e 1908, João Franco, além do grande desgaste que a monarquia vinha sofrendo desde o final do século anterior. O regicídio coloca o fim à ditadura de João Franco e alça ao trono D. Manuel II. Com isso os partidos monárquicos se lançam uns contra os outros, abrindo o caminho para o fim da monarquia. Nas eleições legislativas de 1908 o PRP consegue 7 parlamen-
tares. Nas de 1910, consegue 14. Porém, ainda assim, a ala revolucionária do PRP ainda requisitava a luta armada como forma de colocar fim ao regime, sendo essa ala a vitoriosa em um congresso realizado em 1909. A revolução explode no dia 03 de outubro de 1910, após um período de inquietação política e de vários avisos de insurreição, fazendo com que o exército português ficasse de prontidão esperando pela revolta. No entanto, os revolucionários conseguem articular um ótimo plano para a tomada de poder, cortando linhas férreas e telefônicas para impedir a chamada de reforços, como impedir que os reforços chegassem a tempo, além de conseguir dominar o mar. No dia 04 o rei resolve sair do país, fazendo com que boa parte de seu exército se sinta desamparada. Praticamente não há combate, há não ser durante poucos momentos, como a madrugada do dia 04 para o dia 05, quando um destacamento do exército monárquico e outro dos revolucionários se enfrentam com bombas. No entanto, o exército monárquico, que deveria voltar a bombardear na manhã do dia 05, se sente desamparado. Um diplomata alemão que chegava recentemente à cidade pede para que o exército monárquico peça um tempo de cessar fogo, tendo em vista que poderiam evacuar os estrangeiros durante esse período e esperar reforços vindos do interior. No entanto, no momento em que os combatentes republicanos veem o alemão com a bandeira branca, pensam que as forças monárquicas estão se rendendo. Nesse momento os republicanos e a maioria da população tomam as ruas para comemorar a proclamação da república. Vendo isso, as forças monárquicas não se opõem e, às 9 horas da manhã, o republicano José Relva proclamava a República na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa.
Reunião do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo Todos os sábados às 16h
Local: Centro Cultural Benjamin Perét Rua Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde - São Paulo - SP Entre em contato conosco: • telefone/whatsapp: (11) 98192-9317 • facebook: @coletivorosaluxemburgo • Se você não for da cidade de São Paulo, participe a distância via Skype. Contato no Skype: mulheres_8
MOVIMENTO OPERÁRIO | 5
ACIDENTES DE TRABALHO
Frigorífico do Sul é interditado por péssimas condições de trabalho O frigorífico do Sul Ltda, do município de Passo do Sobrado, Rio Grande do Sul, foi interditado por irregularidades contra 116 trabalhadores, 15 máquinas e 11 setores envolvidos O Frigorífico do Sul Ltda, localizado no município do de Passo de Sobrado, cidade do estado do Rio Grande do Sul, foi interditado por manter inúmeras irregularidades quanto às condições de trabalho dos funcionários. Foram interditados 15 máquinas, vários setores foram atingidos pelas péssimas condições de trabalho de 116 funcionários. Conforme fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul de 9 de agosto de 2019, foram identificados 57 acidentes e adoecimentos de trabalho sem emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Foram interditadas nove máquinas/ equipamentos: uma caldeira para produção de vapor, um vaso de pressão de acúmulo de ar comprimido, modelo multiplicador de pressão horizontal, uma centrífuga de limpeza de buchos, dois helicóides operados na sala de miúdos – rosca sem fim – e na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e quatro serras (uma do chifre, uma do peito e uma da carcaça – as três do setor de abate – e uma do dianteiro. Também foram interditados seis setores / atividades: abate – atividades de
insensibilização (dois postos de trabalho, um externo à edificação e outro interno), movimentação manual de cargas em diversos setores, abate sujo – atividade de descoureamento do matambre, abate – atividade de abertura de mandíbula, desossa – atividade de retirada do osso da alcatra, e expedição – atividade de carregamento manual de peças de carne in natura (com osso). Foram constatadas 11 áreas do frigorífico com irregularidades: atordoamento, abate, sala de miúdos, sala de cabeças, desossa, embalagem secundária, bucharia suja, quarteio, paletização, sala de máquinas e sistema de detecção precoce de vazamento de amônia, mais lavanderia. Como procede nos demais frigorificos do país, os patrões do Frigorífico do Sul procuram a todo o custo ocultar o tamanho dos estragos causados aos trabalhadores e a falta de condições mínimas para que possam realizar suas atividades. Não há segurança, e muito menos condições mínimas de saúde, não existem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), muito menos proteção dos maquinários, o limite da jornada de trabalho
é totalmente desrespeitado, ou seja, os patrões exploram ao extremo seus funcionários fazendo com que haja um esgotamento, tanto físico quanto mental. Apesar de os patrões do frigorífico se comprometerem com o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o que,
invariavelmente não cumprem, a única segurança que os trabalhadores têm é a de se mobilizarem contra tamanha tragédia cotidiana dentro de suas instalações e, desta forma, se organizando junto aos sindicatos combativos e de luta, organizar mobilizações, paralizações e até a ocupação da fábrica.
PARALISAÇÃO DA EDUCAÇÃO
PRIVATIZAÇÃO
MS: paralisação atinge 90% das escolas estaduais
Atos marcam dia de defesa dos bancos públicos em Brasília
Seguindo a política tirada pelos estudantes, os professores do MS paralisaram suas atividades nos dias 2 e 3 de outubro. Com apenas 10 meses do governo golpista Jair Bolsonaro, a educação tem sido alvo de destruição e corte de verbas gigantescos. O objetivo dos golpistas é a privatização das universidades e das escolas públicas municipais e estaduais, e a principal forma de acabar é o corte de verbas, a ameaça do fim da estabilidade e a política de terror promovida nas escolas. Diante disso, os professores da rede estadual de Mato Grosso do Sul paralisaram dias 2 e 3 de outubro. No estado são 362 colégios, com 230 mil estudantes, a paralisação massiva fortalece a categoria para possíveis paralisações futuras. O sindicato estima que quase 100% dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) paralisaram no primeiro dia de paralisação os professores fizeram panfletagem e conversam com a população, pois a comunidade é a maior interessada. Em outros estados, também ocorreram diversas paralisações, pois a política de rapina promovida pelos golpistas está colocando em xeque a
educação pública em seu conjunto, professores estão há algum tempo sem reajuste e o corte de bolsas na universidade é imensa. A política dos golpistas é atacar duramente o ensino médio, superior e básico no país, expulsando os jovens das escolas públicas, demitindo professores e favorecendo os tubarões do ensino pago, que irão lucrar bilhões com o ensino privatizado. Os golpistas querem “jogar” os brasileiros na ignorância e no analfabetismo. Somente a luta de todos os setores da população para tirar os golpistas do poder vai abrir a possibilidade de reverter todas as medidas que foram deferidas contra a educação pública. É preciso denunciar essa política e chamar os professores, estudantes e toda a comunidade escolar a se mobilizar contra a destruição da educação pública promovida pelo golpe de Estado. É preciso organizar os comitês de luta contra o golpe em todas as escolas e levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula.
Trabalhadores organizam atos em defesa dos bancos públicos em Brasília No dia 4 de outubro, conforme deliberado pela Plenária Sindical Contra as Privatizações, aconteceram atos, organizado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, em defesa dos bancos públicos. Além das panfletagens nas agências bancárias, principalmente no Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Regional de Brasília, em que os militantes chamavam a atenção dos bancários e dos clientes da ameaça da privatização dos bancos por parte do governo Bolsonaro, aconteceram atos públicos na praça do Trabalhador, localizada no Setor Comercial Sul, no centro da Capital Federal e, no final da tarde, na plataforma da rodoviária do Plano Pilotom onde há um grande fluxo de pessoas que se dirigem para suas casas depois de um dia de trabalho. Os bancos públicos estão na mira da direita golpista, tanto dos governos golpistas a nível federal, quanto estadual (o governador do Distrito Federal, Ibaneis, já declarou que pretende privatizar o Banco de Brasília). Não é por acaso que as direções golpistas do BB e da CEF estão entregando para os capitalistas estrangeiros as suas subsidiárias, reduzindo, drasticamente, o quadro funcional, fechando centenas de agências, tentati-
va de liquidar com os planos de saúdes dos funcionários, etc. Recentemente, o neoliberal Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou uma lista de 17 estatais para venda, e o preisdente ilegítimo Bolsonaro declarou que as privatizações estão muito demoradas, que seria preciso privatizar uma estatal por dia. Na verdade, o que está por trás das privatizações é a entrega do patrimônio do povo brasileiro para meia dúzia de banqueiros e capitalistas em crise. Os atos que aconteceram em Brasília, e no país inteiro, em defesas das empresas estatais devem ser intensificados para a organização de uma gigantesca mobilização para organizar a greve geral das estatais. A vitória dos trabalhadores somente poderá estar assegurada se houver uma radicalização da luta através das ocupações das empresas, como medida de força para impedir as privatizações das estatais e barrar a entrega do patrimônio do povo brasileiro pelo governo golpista, capachos dos banqueiros e capitalistas estrangeiros. Essa vitória só estará assegurada com a derrubada do governo golpista. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula! Eleições Gerais!
6 | MULHERES, JUVENTUDE E NEGROS
ATAQUE ÀS CONDIÇÕES DE VIDA
Quase metade das crianças negras vivem sem saneamento básico Haiti, Honduras, Colômbia, Equador, Argentina, Paraguai, Brasil: uma desestabilização da ofensiva direitista na América Latina De acordo com os dados apresentados no VII Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, evento que reuniu profissionais da área de saúde, economia e educação em São Paulo na quinta e sexta-feira (3 e 4), no Nordeste brasileiro, 28,4% das famílias com crianças de 0 a 6 anos vivem na extrema pobreza. Deste total, a pesquisa apontou que a desigualdade é maior na população negra. Aproximadamente 49,4% das meninas negras ou pardas vivem em
locais sem saneamento básico e enfrentam o problema da falta de moradia. Em relação à população branca, estes números caem para 32,2%. A ausência de proteção social atinge 16,2% de meninos negros e pardos. Os dados mostram como a população negra se encontra sabotada pelo Estado burguês, que não tem interesse algum em promover a igualdade racial. Muito pelo contrário: desde o golpe de Estado de 2016, quando a burguesia aprofundou ainda mais seu
SABOTAGEM À EDUCAÇÃO
controle sobre o regime político, os ataques às condições de vida aumentaram de maneira exponencial. Ao mesmo tempo em que o governo Witzel está dizimando o povo negro no Rio de Janeiro por meio da Polícia Militar e da Polícia Civil, a política neoliberal está empurrando uma parcela gigantesca da população para a extrema pobreza e para o desemprego. Como os negros são um setor ainda mais explorado dentro da sociedade capitalista, são os mais atingidos pelos ataques da direita, que,
nesta etapa de decadência do capitalismo, está buscando saquear todo o patrimônio dos povos para impedir que os bancos decretem falência. Diante disso, é preciso que o movimento negro, em conjunto com os trabalhadores e a juventude, organizem um amplo movimento pelo “fora Bolsonaro e todos os golpistas”. É preciso derrubar imediatamente o regime político golpista, antes que Bolsonaro e a burguesia que o sustenta acabem com o país.
MEIO AMBIENTE
Em Pernambuco, estudantes tem de Trabalhadoras rurais realizam atividade protestar até por falta de uniforme de luta por espaço de trabalho Estudantes da rede pública de ensino estão desde o começo de 2018 sem receber os uniformes para frequentarem a escola Estudantes da rede pública de educação do estado de Pernambuco protestaram durante a semana na frente de escolas na cidade de Recife. Ainda segundo esses, o problema não se restringe a uma unidade de educação da capital, mas em diversas escolas da região metropolitana da cidade. Tais denúncias tem circulado pelas redes sociais e aplicativos de mensagens durante algum tempo e ultimamente tem sido foco de reportagens, inclusive da imprensa burguesa. Alguns alunos entrevistados afirmaram que são obrigados a utilizar roupas brancas, tendo de se adaptar ao regime escolar de vestimenta. Tendo em vista que o Estado, por força da lei, é obrigado a disponibilizar o uniforme aos alunos da rede pública, esse sucateia a cada dia as escolas de todas as formas possíveis. Nesse sentido a política neoliberal continua sendo a mais perversa possível. Enquanto os pais dos alunos muitas vezes estão desempregados, ou subempregados, o governo se esquiva de sua obrigação e aumenta a pressão nas costas do trabalhador, que precisa lidar com mais uma exigência das escolas. Portanto, a política neoliberal se apresenta como um ataque total aos trabalhadores. Mais do que a opressão dos trabalhadores, a política neoliberal da extrema direita visa diminuir cada vez mais a estrutura da educação pública a fim de sucateá-la, de modo a fazer propaganda pela privatização – isto é, a completa entrega das escolas aos capitalistas. Como consequência inevtável, a política neoliberal leva a uma elitização do acesso ao ensino, uma política da extrema direita que visa aumentar ainda mais as desigualdades sociais através do empobrecimento das classes operárias e camponesas. É através desta estratégia da cobrança de mensalidades nas escolas públicas que será possível sobrar mais dinhei-
ro para o Estado financiar os grandes empresários e burgueses. Em entrevista o procurador do Ministério Público de Contas, Cristiano Pimentel, afirmou que os casos de compras de uniformes escolares devem ser feitos com antecedência de pelo menos seis meses pois é o tempo que um processo de licitação costuma demorar. Nesse sentidom o último processo estava sendo feito entre o natal e ano novo do ano passado, gerando desconfiança do Tribunal de Contas do Estado sobre superfaturamento e por isso foi cancelado. De qualquer forma, uma nova licitação deveria ter sido feita para que os materiais chegassem pelo menos a partir de julho, o que aparentemente não aconteceu, visto que no começo de outubro as denuncias a respeito do caso continuam sem que os alunos tenham descrito mudança na situação. É preciso que o movimento estudantil se mobilize para pressionar as autoridades contra as políticas neoliberais da extrema direita e a omissão do estado.
O trabalho das mulheres, de uma forma geral, é sempre visto como não tão necessário. Por isso, essas trabalhadoras rurais se juntaram para mostrar a importância de suas atividades Nesta terça-feira (1), trabalhadoras rurais iniciaram uma campanha chamada Mulheres Rurais, Mulheres com Direitos, que se estenderá por 15 dias, a fim de dar maior visibilidade ao trabalho das mulheres do campo e para desenvolvimento sustentável. O conteúdo da campanha irá abordar diferentes temas, todos relacionados à imprescindível atividade das mulheres na produção de alimentos saudáveis, como líderes e empreendedoras. O tema dessa quinzena de atividades é “O futuro é junto com as mulheres rurais”. Logo no primeiro dia de atividades, a campanha mostra a desigualdade de oportunidades de trabalho no campo, deixando claro que é preciso acabar com esse obstáculo, principalmente porque as mulheres representam metade da população da América Latina e Caribe. Mas, mesmo as mulheres sendo responsáveis pela produção de 60% a 80% dos alimentos que são consumidos na região, o acesso aos recursos produtivos é bem menor, como crédito e assistência técnica. O International Finance Corporation fez um levantamento que mostra que, em nível mundial, existe uma brecha de apenas US$ 287 milhões para o financiamento de pequenas e médias empresas comandadas por mulheres. Essa campanha, coordenada pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ainda tem, como principal objetivo, expor a importância do trabalho realizado por pescadoras, agricultoras, extrativistas, indígenas e afrodescendentes. Tudo isso em parceiria com a FAO, a ONU Mulheres, a Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf) e a Direção-Geral do Desenvolvimento Rural
do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai. O que essas mulheres pretendem buscar, além da afirmação de seus direitos como trabalhadoras rurais, se resume às condições para que haja igualdade de gênero nesses serviços, além do fim da pobreza rural e o fácil acesso delas em questão de recursos financeiros, para que as mulheres do campo tenham mais participação na ciência e no uso de novas tecnologias. Muitas vezes, a sociedade acaba por invisibilizar a existência das mulheres que trabalham no campo, além de suas necessidades específicas que diferem um pouco das trabalhadoras urbanas, daí a importância dessa atividade, já que as mulheres são parte essencial do mercado de trabalho. Para isso, algumas metas foram estabelecidas para os próximos dez anos, como “criar um ambiente político propício para fortalecer a agricultura familiar, fomentar a igualdade de gênero e o papel das mulheres rurais, impulsionar as organizações de produtores, melhorar a inclusão socioeconômica, a resiliência e o bem-estar dos agricultores, famílias e comunidades rurais e inovar em favor do desenvolvimento territorial e sistemas alimentares que protejam a biodiversidade, o meio ambiente e a cultura”. É de extrema importância que as trabalhadoras do campo se juntem numa luta que busque maior visibilidade e fomento do Estado para suas atividades tão necessárias para a América Latina, e para que essas metas sejam possíveis, contudo, é importante que haja uma luta contra o governo reacionário que está no poder e que vem favorecendo as empresas estrangeiras, ao invés de levantar a economia brasileira, numa clara política que visa transformar o Brasil numa colônia de exploração do imperialismo.
ESPORTES| 7
TORCEDORES VERSUS CAPITALISTAS
Torcedores têm interesses conflitantes com empresários do futebol O domínio crescente dos grandes empresários sobre o futebol resulta no ataque contra os interesses dos torcedores Em estudo recente, publicado na Revista Economia, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), dois pesquisadores, Marcelo Griebeler e Diego Baldusco, buscaram explicar teoricamente o problema da divergência e dos conflitos entre torcedores e dirigentes no futebol brasileiro. Os autores do artigo, dois economistas burgueses neoliberais, entendem a relação entre torcedores e dirigentes como uma relação de agente-principal: “O principal, a torcida, delega para o agente, o dirigente, a tarefa da produção de vitórias e resultados positivos. Contudo, nem sempre o dirigente do clube deseja maximizar o número de vitórias. Entre seus objetivos podem estar manter o orçamento do clube equilibrado ou obter mais sócios, por exemplo.” Sem entrar no mérito do estudo para analisar suas premissas teóricas e suas implicações práticas, o que queríamos destacar como verdadeiro é o pressuposto do qual partem os autores, vale dizer, que torcedores e dirigentes possuem interesses conflitantes. É bastante evidente que a estrutura dos clubes no Brasil (aliás, não só no Brasil, mas no mundo inteiro) reflete, de maneira mais ou menos perfeita, as relações de classe presentes na sociedade. As diretorias, os conselhos deli-
berativos, os órgãos de comando dos clubes estão quase sempre nas mãos de membros provenientes da burguesia ou da pequena-burguesia mais abastada. Por outro lado, as torcidas, em especial seus setores organizados, recrutam seus membros, sobretudo, das camadas pobres, operárias e negras da população. O caráter social antagônico de dirigentes e torcedores está na raiz dos seus interesses conflitantes. A burguesia e seu apêndice pequeno-burguês e as camadas operárias e populares mantêm uma relação completamente com o futebol. Nem é preciso dizer que o bloco burguês se interessa pelo futebol enquanto um negócio, uma fonte de lucro, um ramo da economia que movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano. A burguesia, antes de qualquer outra coisa, vê o futebol sob a óptica dos milionários contratos de patrocínio, das volumosas verbas dos contratos de transmissão televisiva, das fabulosas quantias do mercado de transação de jogadores, das gordas receitas dos clubes etc. Para as massas populares, em contrapartida, o futebol não é senão uma das principais expressões de seu próprio ser, uma forma importante de manifestação da sua cultura, uma maneira consagrada de autoafirmação. Fundamen-
talmente, são as massas populares que praticam o futebol, são elas que abastecem o futebol com os seus melhores jogadores, são elas que desenvolveram a técnica, o estilo e os dribles inovadores do jogo, são elas que criaram os cânticos, as festas nas arquibancadas e as formas de torcer que se espalharam pelo mundo, são elas, em suma, que transformaram o futebol num esporte popular e representativo da cultura nacional. Esse antagonismo de interesses inevitavelmente se acentuará caso avance o projeto direitista do chamado “clube-empresa”. A transformação dos clubes de associações sem fins lucrativos em sociedades anônimas ou limitadas resultará num controle ainda maior dos seus órgãos de direção pelos setores burgueses, ou melhor, pelos grandes setores burgueses, tanto nacionais como, especialmente, internacionais. As consequências desse processo já podem ser vistas no continente europeu, onde o domínio dos grandes monopólios capitalistas sobre os clubes adquiriu uma dimensão sem precedentes. Por lá, o futebol, agora, encontra-se totalmente elitizado, as massas operárias e populares foram expulsas dos estádios em razão do encarecimento extraordinário dos ingressos, as torcidas organizadas foram reprimidas ou extintas e,
acompanhando tudo isso, os estádios perderam seu caráter original e foram convertidos nas conhecidas “arenas”, uma mistura de shopping center com quadra de tênis, na qual são proibidas as festas e as manifestações tradicionais dos torcedores. Para conseguirem dominar totalmente os clubes, os capitalistas sabem que é preciso acabar com qualquer vestígio de democracia, de participação popular, expressa na organização das torcidas dos clubes. As torcidas organizadas, como organizações do povo pobre e trabalhador, constituem um obstáculo real para os planos da burguesia, na medida em que se opõem às tendências nefastas da “empresarização”. Nesse sentido, contra o “clube-empresa”, é preciso defender o controle dos clubes, das federações e das confederações pelos torcedores em geral e pelas torcidas organizadas em particular. Um programa verdadeiramente democrático para os clubes e associações esportivas passa pelo seu controle pelas massas populares organizadas. Essa é a saída para que, de fato, os clubes estejam nas mãos daqueles que são os verdadeiros interessados no futebol — os torcedores, o povo brasileiro. Abaixo o clube-empresa! Pelo controle dos clubes e demais entidades esportivas pelos próprios torcedores!
VAR ABRE CRISE NO FUTEBOL
“Desculpas”: cinicamente, CBF reconhece “erro” do VAR Ditadura do árbitro de vídeo aumenta a crise e a rejeição ao instrumento de manipulação de resultados No último dia 3, a Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, admitiu um erro do arbitro de vídeo, o VAR, em jogo disputado entre Internacional e Palmeiras, pelo campeonato brasileiro, no último dia 29 de setembro. Durante a partida, o time paulista teve um gol anulado, após o juíz do jogo, Braulio da Silva Machado, anular o que seria gol da virada palmeirense, tendo como auxilio o VAR. A reclamação partiu da direção do clube paulista, de seu presidente Maurício Galiote, que chegou a participar de uma reunião na CBF com o chefe da arbitragem da entidade, Leonardo Gaciba. A reclamação do clube paulista é de que o juíz, além de anular o gol, teria dado posse de bola para o clube gaúcho, quando na realidade deveria ter anotado falta para o time alviverde, o que foi reconhecido pela CBF. Fato é que o caso é mais uma demonstração da verdadeira farsa que é o VAR. Implementado com o objetivo de impor a “ética” no futebol, acabar com os “erros”, etc, o VAR, na realidade tem atuado de forma completamente oposta, como não poderia deixar de ser. Trata-se de uma verdadeira ingerência externa sobre o jogo que é disputado
nas quatro linhas. Casos absurdos e grotescos, como o da última partida da semi-final da Libertadores da América, onde o Flamengo teve três gols anulados pelo arbitro de vídeo, estão virando moda. O que na prática só contribui para aumentar a crise e a rejeição de jogadores, treinadores, torcedores ao controle imposto pelo VAR.
Muito longe de estabelecer uma ética no futebol, o VAR abre caminho para a manipulação escancarada dos resultados. Vale lembrar que o VAR não é uma entidade isenta de controle e interesses. Ele está diretamente submetido aos interesses daqueles que setores que comandam economicamente e politicamente o futebol,
como as grandes empresas do setor, além dos meios de comunicação. Isso ficou evidente, por exemplo, na Copa do Mundo, na qual a seleção francesa foi diretamente beneficiada, não pela atuação de seus jogadores, mas pela presença marcante do VAR em todos os seus jogos. É preciso ter claro que o futebol é um dos esportes mais lucrativos do mundo atual, neste sentido a luta pelo controle dos lucros bilionários gerados por este esporte é cada vez mais intensa, uma luta travada pelos monopólios do ramo de materiais esportivos, pelos bancos, pelas empresas de comunicação, etc. Nada mais conveniente para estes setores do que utilizar o discurso de “combate à fraude” no futebol para impor justamente um instrumento de controle que ajude a fraudar de maneira “legalizada” as partidas em prol de seus interesses. O controle do VAR sobre as partidas é uma verdadeira ação ditatorial que precisa ser combatida. É necessário impulsionar uma campanha contra a utilização deste instrumento nos jogos. Mobilizar torcedores e jogadores pelo Fim do VAR no futebol.
8 | CIDADES
ATAQUE AO PATRIMÔNIO PÚBLICO
SP: Covas quer privatizar crematórios O governo municipal de São Paulo quer entregar o lucro fácil para grupos privados do setor funerário. Uma consulta pública foi lançada pela prefeitura da cidade de São Paulo nesta última quarta-feira (2) para a concessão de 22 cemitérios e crematórios da cidade. Ao todo, serão dados 35 anos de concessão para os cemitérios da cidade colocados na disputa, que foram divididos em quatro lotes da seguinte forma: Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa 1 e 2 e Vila Mariana; Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha; Campo Grande, Lageado, Lapa, Parelheiros e Saudade; e Freguesia do Ó, Itaquera, Penha, São Luiz, São Pedro e Vila Alpina. Cada lote será colocado em leilão para a disputa do grupo privado que terá o direito de explorar os espaços. A proposta lançada pela gestão do prefeito direitista Bruno Covas é mais um ataque contra o patrimônio público, que já sofre em diversos outros setores e agora se prepara para avançar contra os serviços funerários. Como se já não bastasse as políticas de privatização de grandes empresas estatais, de nível nacional, como os Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e a Petrobras, o entreguismo também vai atingir os serviços municipais, que atuam em menor escala,
como é o caso dos cemitérios e crematórios. A iniciativa demonstra que no momento existe um verdadeiro programa de privatizações do patrimônio público em diversas escalas, no qual a direita entreguista, aliada e representativa do capital privado, concede a exploração de serviços e espaços públicos para aumentar a lucratividade de grupos particulares. Fazem isso em nome da “concorrência”, da “quebra do monopólio”, que supostamente melhorariam os serviços, mas que na realidade são justificativas falsas para simplesmente aumentar o faturamento das empresas interessadas, onde as mesmas colocam preços mais abusivos, dificultam o acesso da população ao serviço, precarizam a qualidade da infraestrutura, exploram a mão-de-obra e cortam gastos que são necessários para garantir o bom funcionamento das atividades. A situação é tão grotesca que chegamos ao ponto de privatizar cemitérios e crematórios. A má gestão privada deste tipo de atividade pode levar os locais determinados a terem problemas de salubridade, poluição de terrenos, esgotamento de túmulos, exumações indevidas, erros de catalogação das ossadas e restos mortais de fami-
liares, dentre outros problemas. Há ainda o agravante de que as pessoas naturalmente morrem, sendo necessário dar fim ao corpo do falecido, e a alternativa encontrada provavelmente não será das mais baratas. Diante de todos os ataques ao setor público, o entreguismo a nível nacio-
nal da direita também atinge aos serviços menores e mais específicos, como nestas privatizações dos cemitérios e crematórios. O prefeito Bruno Covas faz juz ao seu sobrenome e quem acaba perdendo com essas ofensivas é a população, que ao contrário dos mortos, não consegue descansar em paz.