TERCA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5789
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A CUT precisa aprovar uma grande mobilização dos sindicatos Publicamos abaixo, na íntegra, documento que está sendo distribuído no Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores pelos delegados da Corrente impulsionada pelo Partido da Causa Operária (PCO)
Unificar a luta em Curitiba Dia 27 todos devem ir a Curitiba exigir a liberdade do ex-presidente Lula, preso político há 549 dias. Continuando a mobilização do último dia 14, o protesto do próximo dia 27 levará militantes do País inteiro para defender Lula, perseguido político pela direita.
Lula na RT: só saio se for inocentado O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista no início deste mês à rede de televisão russa RT, na qual denunciou o processo criminoso que vem sofrendo por parte da ditadura golpista, que o mantém preso há 549 dias.
Huck se prepara para ser presidente, mas será que é só para 2022? Portugal: socialistas vencem, mas extremadireita entra no Parlamento O resultado das eleições portuguesas pode turvar um pouco mais a visão da esquerda brasileira sobre uma saída eleitoral para a crise política. Olhando-se a votação mais de perto, no entanto, temos aí um novo sinal de alerta. O Partido Socialista, do primeiroministro António Costa, com 36,65% do total de votos,
Trump é denunciado pela 2ª vez; será despejado da Casa Branca? Uma segunda denúncia de um funcionário de Inteligência do Estado norteamericano pode complicar mais a situação do presidente dos EUA Donald Trump. No Congresso, Trump enfrenta um processo de impeachment, denunciado por ter pedido a um governo estrangeiro que interferisse em assuntos domésticos dos EUA. Uma ligação mostra Trump pedindo ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que investigasse o ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho, Hunter Biden, por suas atividades no País.
2 | MOVIMENTO OPERÁRIO
13º CONCUT – “LULA LIVRE”
A CUT precisa aprovar uma grande mobilização dos sindicatos Corrente Sindical Nacional Causa Operária propõe que a CUT organize a luta pela redução da jornada, contra as privatizações, pela liberdade de Lula e pelo “Fora Bolsonaro” Publicamos abaixo, na íntegra, documento que está sendo distribuído no Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores pelos delegados da Corrente impulsionada pelo Partido da Causa Operária (PCO) “Declaração da Corrente Sindical Nacional Causa Operária aos delegados do 13º Concut – Congresso Lula Livre Por uma grande mobilização dos sindicatos Pela redução da jornada, contra as privatizações, pela liberdade de Lula e pelo “fora Bolsonaro” O 13º CONCUT – Congresso Lula Livre, se realiza em meio a um enorme agravamento da crise econômica e política em nosso País, no qual a classe trabalhadora sofre os mais duros ataques das últimas décadas, resultados do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e impôs uma violenta perseguição à organização dos trabalhadores, destacadamente, com a condenação fraudulenta e prisão política do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Os resultados dessa ofensiva são, entre outros, recorde de desemprego com mais de 28,5 milhões de desempregados, “desalentados” e subempregados, mais de 54 milhões de trabalhadores trabalhando sem carteira assinada; um rebaixamento geral dos salários, o roubo de mais de R$ 1 trilhão por meio da “reforma” da Previdência que está em fase final de aprovação no Senado, o retrocesso geral nas condições de vida da imensa maioria da população, com pesados ataques à Educação e Saúde públicas, cortes em todos os gastos públicos, volta de epidemias do século passado etc. etc Toda essa ofensiva vem se aprofundando no governo ilegítimo da Jair Bolsonaro, imposto por meio de eleições fraudulentas, nas quais o candidato apoiado pela CUT e pela imensa maioria das organizações de luta dos explorados, foi impedido de concorrer como parte de um processo de perseguição política e da operação golpista que visa excluir os trabalhadores da participação política e destruir suas organizações, começando por um duro ataque aos sindicatos como se vê em medidas como o fim da contribuição sindical e a proposta de acabar com a unicidade sindical em discussão. Diante dessa situação, o 13º CONCUT precisa aprovar um resoluções que sirvam para unificar os trabalhadores e a maioria de suas organizações em torno da luta contra o regime golpista e seus ataques e em defesa das reivindicações fundamentais para os trabalhadores, dentre as quais destacamos:
O desemprego é a maior, das aflições que podem atingir um trabalhador sob o capitalismo. Além impedir que ele garanta o sustento mínimo necessário para ele próprio e sua família, faz com que o trabalhador se desprenda do conjunto de sua classe, fique fora da luta diária dentro do seu local de trabalho e desfalque a organização de sua categoria para conquistar os direitos da classe trabalhadora. No governo fascista de Bolsonaro, essa política nociva está sendo estimulada com a destruição da economia nacional, privatizações, terceirizações, extinção de cargos e congelamento de concursos públicos, implementação da reforma trabalhista etc. É preciso lutar pela adoção de um plano de emergência de combate ao desemprego sob o controle das organizações operárias, pela estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, escala móvel das horas de trabalho, pela imediata redução das jornadas de trabalho para 35 horas semanais, sem redução dos salários, pelo salário desemprego igual ao dos trabalhadores da ativa; por um plano nacional de obras públicas sob o controle dos trabalhadores e das suas organizações de luta. A jornada máxima de 35 horas semanais, abriria caminho para a criação em curto prazo de 7 milhões de novos empregos. Essa campanha precisa ser levada a todos os locais de trabalho e servir também para agrupar também, nos sindicatos, milhares de trabalhadores de desempregados, para garantir a unidade dos trabalhadores empregados e desempregados. Contra o desemprego, reduzir já a jornada de trabalho para 35 horas!
Contra o flagelo do desemprego, lutar pela redução da jornada máxima para 35 horas semanais
Contra as privatizações, mobilizar os trabalhadores e ocupar os Correios e demais estatais
O governo entreguista de Bolsonaro anunciou a decisão de privatizar os Correios e mais 17 empresas estatais, algumas delas estratégicas para o País, como o Serpro e a Dataprev que detêm e manipulam informações sobre toda população brasileira. O objetivo dos golpistas é entregar também toda a Petrobras, a CEF e o Banco do Brasil, completando a obra de destruição do famigerado governo FHC. As consequências para os trabalhadores dessas empresas e para todo o povo brasileiro são drásticas e as privatizações não podem ser derrotadas por meras iniciativas parlamentares e discursos, inúteis atos nos dias de leilões etc. É preciso colocar em movimento a força da CUT e dos sindicatos, a força da mobilização dos trabalhadores. É preciso realizar uma ampla campanha junto aos trabalhadores e à população; realizar plenárias e atividades unificadas dos trabalhadores das estatais e das suas organizações, construir comitês de luta contra a privatização e, principalmente, organizar a ocupação das empresas ameaçadas, como no caso dos correios. Realizar uma ampla campanha dos sindicatos pela imediata libertação do ex-presidente Lula Há cerca de 550 dias, a operação golpista Lava Jato, criada pelo imperialismo, mantém preso em Curitiba o maior líder político do Brasil, o ex-presidente Lula. Condenado em um processo farsa, como comprovado pelos recentes vazamentos divulgados na imprensa. No último dia 14, realizamos, em Curitiba, junto com o PCO, os Comitês de Luta Contra o Golpe e companheiros de Comitês Lula Livre, do PT e de toda a esquerda de diversas regiões do País, um combativo Ato pela Anulação da Lava Ja-
to e pela liberdade de Lula, que mostrou a enorme disposição de luta do ativismo e a popularidade cada dia maior da luta pelos direitos democráticos do ex-presidente, que é parte fundamental da luta pelas reivindicações fundamentais de todos os trabalhadores. Como afirmou a ex-presidenta Dilma, a liberdade de Lula muda a correlação de forças em favor dos trabalhadores, e – por isso mesmo – deve ser uma questão central para a CUT e para todo o movimento de luta dos explorados. A II Plenária Nacional Lula Livre, aprovou intensificar a mobilização, ampliando os mutirões de coleta de assinaturas e realizando uma jornada de luta nesse mês de outubro, com um novo Ato Nacional, no dia 27 de outubro, data oficial do aniversário de Lula, em Curitiba, pela liberdade de Lula. Foi aprovado também realizar uma campanha de contribuições junto às diretorias dos sindicatos e nas bases das categoria para levantar os recursos necessários para sustentar e ampliar essa luta. A CUT deve se posicionar a favor dessas deliberações e de outras que impulsionem – de fato – uma efetiva mobilização dos sindicatos em favor da liberdade da maior liderança operária do País. A CUT deve tomar a dianteira e convocar a mobilização pelo FORA BOLSONARO A CUT foi uma organização fundamental na luta contra o golpe, tendo tomado a dianteira na necessária mobilização dos trabalhadores contra a derrubada da presidenta Dilma, organizada pelo imperialismo e pela burguesia “nacional”, com apoio de organizações sindicais a eles subordinadas, como a Força Sindical, UGT, Conlutas etc. que direta ou indiretamente apoiaram o golpe dos algozes dos trabalhadores. O governo enfrenta uma profunda crise embalada pelo avanço da crise econômica (que tende a se agravar no próximo período) e pela enorme rejeição que o governo enfrenta por parte dos trabalhadores e da juventude, como se vê nas manifestações espontâneas no carnaval, nos atos públicos, nos shows etc. nos quais o “fora Bolsonaro” aparece como o grito mais popular ao lado do “Lula livre”. A CUT, maior organização dos trabalhadores do País, além de se posicionar pelo “fim do governo Bolsonaro” deve convocar e organizar a mobilização pela derrubada do governo, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela convocação de novas eleições gerais, com Lula livre e Lula candidato. São Paulo, 7 de outubro de 2019. Corrente Sindical Nacional Causa Operária (militantes e simpatizantes do PCO)”
MOVIMENTO OPERÁRIO E OPINIÃO| 3
ACIDENTES EM FRIGORÍFICOS
Péssimas condições de trabalho faz o frigorífico pagar R$ 150 mil Frigorífico do Sul Ltda, de cidade do Rio Grande do Sul terá que pagar R$ 150.000,00 por manter a fábrica em péssimas condições de trabalho Nesta segunda-feira (07) o Frigorífico do Sul, localizado na cidade Passo do Sobrado, no estado do Rio Grande do Sul, que sofreu investigação no segundo semestre e culminou com sua interdição pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), foi condenado a pagar R$ 150.000,00 por manter suas instalações em péssimas condições de trabalho. A total irresponsabilidade quanto ao tratamento de seus funcionários no que se refere a saúde e condições de trabalho onde os fiscais do Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio Grande do Sul conseguiram identificar 57 acidentes e doenças dos funcionários sem a devida emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Além da situação de penúria em que os patrões do frigorífico impunham aos trabalhadores, o que fez com que
ocasionasse a paralização de praticamente todas as atividades da produção, foram interditadas 15 máquinas e interditado 11 setores. Conforme o Ministério Público, os
patrões terão que promover alterações que abrangem aspectos de ergonomia, segurança de máquinas e equipamentos, além da reformulação de programas preventivos.
No dia 30 de setembro, o Frigorífico do Sul firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) onde se compromete a regularizar aspectos de saúde e segurança do trabalho em sua estrutura física, porem como se sabe, os patrões são os que mais dão calote. Recentemente, em uma investigação realizada entre outros grupos, com a Organização Não Governamental (ONG) denunciando que o grupo JBS/Friboi devia 25 milhões de multa, mas nunca pagou, ou seja, é a pratica constante dos patrões incluindo os dos frigoríficos. O valor se refere a multa por danos morais coletivos, tendo, ainda, assumido a obrigação de emitir todas as Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) referentes a acidentes ocorridos na empresa.
DIA 27
TODOS A CURITIBA, DIA 27/10!
Unificar a luta em Curitiba
Movimento negro precisa tomar Curitiba pela liberdade de Lu
É hora de unificar todas as lutas em torno das grandes palavras de ordem relativas ao poder e ao destino do regime político diante da crise política aberta pelo golpe Dia 27 todos devem ir a Curitiba exigir a liberdade do ex-presidente Lula, preso político há 549 dias. Continuando a mobilização do último dia 14, o protesto do próximo dia 27 levará militantes do País inteiro para defender Lula, perseguido político pela direita. A luta pela liberdade de Lula é fundamental porque concentra uma oposição às políticas do regime golpista como um todo. Da mesma forma que o “fora Bolsonaro!”, palavra de ordem mais popular do país, exigir liberdade para Lula confronta o regime político e pode colocar a direita golpista em xeque. Por isso é hora de redobrar os esforços para encher mais uma vez a capital paranaense. Desde o golpe de Estado de 2016 os trabalhadores vêm sendo atacados de forma brutal pelos governos da direita que usurparam o poder. Primeiro, Michel Temer aprovou uma reforma trabalhista catastrófica para os trabalhadores. Depois, o golpista e ilegítimo Jair Bolsonaro chegou para aprovar a reforma da Previdência e continuar várias políticas de Temer. Bolsonaro também quer vender todo o patrimônio nacional a preço de banana, em uma verdadeira política de vandalismo contra as riquezas nacionais. E para implantar essa política de forma contínua pelos próximos anos, o que levará a um inevitável enfrentamento com a população, Bolsonaro também está procurando anular a capacidade de a população resistir. Por isso ataca as organizações populares e operárias, como os sindicatos, a UNE e partidos de esquerda, visando
neutralizar a capacidade do povo de reagir por meio de suas organizações contra a política neoliberal. Diante de todos esses ataques, está ficando cada vez mais claro que não será fácil impedir o avanço da direita, apesar de toda a crise do governo Bolsonaro, combatendo-se isoladamente determinadas políticas bolsonaristas, em torno de determinadas pautas parciais. É hora de unificar todas as lutas em torno das grandes palavras de ordem relativas ao poder e ao destino do regime político diante da crise política que se abriu desde a campanha para derrubar Dilma Rousseff. Fala-se muito em unidade da esquerda, mas pouco se fala sobre para que seria essa unidade. Essa unidade só pode se dar em torno de alguma coisa concreta, como a luta por determinadas pautas que possam verdadeiramente colocar a direita na defensiva e que possam levar à derrota da direita. Por isso é hora de todos pedirem: liberdade para Lula! Mobilizar o maior número de pessoas para irem a Curitiba dia 27, para derrotar a direita golpista e começar a reverter os retrocessos impostos pelos golpistas.
É preciso que o povo negro organizado tome a cidade, em torno de suas reivindicações No próximo dia 27, em Curitiba (PR), será realizado um ato que está sendo convocado por diversas organizações da esquerda, especialmente pelo Partido da Causa Operária, que pretende marcar a data de aniversário o ex-presidente Lula, e protestar pela sua liberdade. É um ato nacional, que deve reunir milhares de pessoas na cidade onde Lula se encontra preso. Essa é a única alternativa para tirar Lula, um preso político, das masmorras de Sérgio Moro, que prendeu o líder máximo do PT sem prova alguma. No último dia 14, milhares de pessoas estiveram em Curitiba para lutar pela liberdade de Lula, e o próximo ato, no dia 27, é mais um marco, fundamental, na luta contra os golpistas, contra a direita, que tomou de assalto o governo federal e uma série de governos estaduais. A luta pela liberdade de Lula é uma luta do povo, especialmente do povo negro, que sofre dos mesmos procedimentos adotados no caso Lula. Processos sem provas, penas sem
sentenças em última instância, enfim, tudo que o Poder Judiciário faz contra a população pobre e negra brasileira. Lutar pela liberdade de Lula é lutar contra o Judiciário racista, que mantém mais de 800 mil pessoas encarceradas no País, e que pretende aumentar esse número, aumentar as penas e criar novos crimes, para manter o povo reprimido pelas forças policiais dos estados. É uma forma de controle social e racial que o regime golpista quer aprofundar. Depois do golpe de Estado, toda a direita racista, encastelada no sistema repressivo e no Poder Judiciário, pretende aprofundar ainda mais a repressão. Libertar Lula é passo fundamental para impor uma dura derrota aos golpistas, aos amantes da repressão do Estado. Todos à Curitiba no próximo dia 27, organizar blocos do povo negro, com suas reivindicações, liberdade para Lula, dissolução da PM, direito a autodefesa, enfim, impor uma derrota ao regime repressivo de Bolsonaro.
4 | POLÍTICA
LIBERDADE TOTAL PARA LULA!
Lula na RT: só saio se for inocentado É preciso ampliar as manifestações em escala nacional pela liberdade do ex-presidente, preso político dos golpistas O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista no início deste mês à rede de televisão russa RT, na qual denunciou o processo criminoso que vem sofrendo por parte da ditadura golpista, que o mantém preso há 549 dias. A respeito da possibilidade de ir para o regime semiaberto, que apareceu na semana passada mas foi rechaçada por ele, Lula afirmou na entrevista: “Eu não recuso minha liberdade (…) O que não posso aceitar é a tese de que estou recebendo uma progressão porque cometi um crime e já cumpri um sexto da pena. Eu quero sair daqui com minha inocência 100% comprovada. Eu quero que aqueles que mentiram ao povo brasileiro se submetam ao julgamento do povo brasileiro!” A tentativa de colocar Lula em regime semiaberto foi uma manobra da totalmente desprestigiada Operação Lava Jato, com o objetivo de esvaziar a campanha pela liberdade do líder petista. Assim, os golpistas poderiam propagar mentirosamente que, no se-
miaberto, Lula já estaria livre e, portanto, não haveria mais motivo para a revolta popular e os protestos em defesa de sua liberdade. Mas Lula continuaria sendo vítima da ditadura golpista, uma vez que, sendo inocente, deveria estar em completa liberdade – obviamente, mesmo no semiaberto, não teria a menor possibilidade de desfrutar seus direitos políticos, continuaria sendo violentamente perseguido pela direita e impedido de participar minimamente da vida política nacional. No entanto, esse golpe não foi concretizado. A posição de Lula demonstra, novamente, que é necessária uma grande mobilização popular por sua liberdade. É preciso que a esquerda que continua paralisada efetue amplos esforços para mobilizar as massas proletárias, que estão por todos os cantos do País exigindo a liberdade do ex-presidente, mas, de modo geral, de maneira desorganizada. O ato do dia 14 de setembro em Curitiba, que levou mais de mil pessoas de todo o território nacional para a capital paranaense, representou
uma quebra dessa paralisia. Mostrou a disposição de centenas de militantes de esquerda de lutarem arduamente pela liberdade de Lula, e irá se repetir em diversos outros estados. É preciso que haja cada vez mais e mais atos políticos de rua pela total liberdade de Lula, mesmo que não sejam atos gigantescos. Certamente isso é melhor do que atos a conta-gotas, que não impulsionam efetivamente a luta popular.
Por isso, já está marcado o próximo ato nacional pela liberdade de Lula, novamente em Curitiba, no dia 27 de outubro. Esse será muito maior do que o primeiro ato, do dia 14 de setembro, porque é nítida a tendência do povo à mobilização, e a militância de base de esquerda começa a desafiar as próprias burocracias de suas organizações – que, em muitos casos, como o dos mandatos parlamentares, agem, de fato, para boicotar essa mobilização.
MANOBRA DA DIREITA
Huck se prepara para ser presidente, mas será que é só para 2022? Direita golpista prepara opções para o caso de ter que substituir Bolsonaro, é preciso derrubar o governo nas ruas antes que a direita dê sua própria saída para a crise entre muitos outros. Procurando apresentar como notícia, a imprensa está fazendo uma enorme campanha em torno de Huck. Ainda estamos em 2019, no entanto, e por isso cabe a pergunta: estará a burguesia preparando Huck apenas para uma campanha eleitoral no distante ano de 2022. Estariam os donos do regime político com a mesma política da esquerda pequeno-burguesa de “esperar 2022”? Aparentemente, é muito cedo para que se trate apenas disso. A burguesia está preparando um candidato para antes de 2022, porque Bolsonaro está em uma crise profunda e pode cair muito antes do final de seu mandato. Portanto, Huck não é candidato para 2022, mas para já. A esquerda está dormindo
A imprensa capitalista está promovendo toda semana o nome de Luciano Huck, apresentador da Rede Globo, como candidato à presidência da República. Sábado, dia 4 de outubro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem com o seguinte título sobre
o assunto: “‘É uma espécie de chamado’, diz Angélica sobre eventual candidatura de Huck”. A própria reportagem repercutia outra aparição de Huck como candidato na imprensa burguesa: uma entrevista da esposa de Huck à revista Marie Claire. Esses são dois exemplos
Enquanto a burguesia começa a preparar publicamente possíveis saídas para a crise política da direita golpista, a esquerda dentro do regime não intervém na situação. Fica assistindo os acontecimentos, recusando-se a levantar palavras de ordem como Fora Bolsonaro! e Liberdade para Lula!, que são populares e têm o potencial de colocar a direita golpista na defensiva. Essa omissão poderá custar caro em breve, com a direita manobrando mais uma vez para continuar no poder, tentando contornar a turbulência política enquanto continua levando adiante as
políticas neoliberais contra a população. A direita manobrou quando deu o golpe de Estado em 2016, procurando apresentar o impeachment como um processo normal, e Temer como o legítimo presidente depois de assumir, sendo vice de Dilma até o golpe. A legitimidade de Temer rapidamente desmoronou, mas foi o tempo para aprovar a reforma trabalhista e fazer outros ataques contra a população. Com a fraude eleitoral do ano passado, mais uma vez a direita manobrou para apresentar um golpista como alguém que tivesse sido democraticamente eleito. Essa farsa também durou pouco, e Bolsonaro já aparece como extremamente impopular. Por isso a direita já prepara uma nova manobra. É preciso apresentar uma saída à esquerda para a crise Não podemos permitir que a direita resolva a crise política com mais uma saída à direita. É preciso aproveitar a crise do governo e a disposição de mobilizações para ir para cima da direita com grandes protestos pela derrubada de Bolsonaro e pela libertação de Lula. Antes que a própria direita remova Bolsonaro e venha com mais uma manobra, do tipo que estão ensaiando ao apresentarem Luciano Huck como candidato persistentemente, em uma grande campanha eleitoral antecipada.
INTERNACIONAL | 5
A POLÍTICA DA DIREITA
Vice de Macri na Argentina quer dinamitar favelas Miguel Pichetto demonstra que a direita argentina, e do mundo todo, tem a mesma política repressiva contra os pobres do que a direita brasileira O senador Miguel Pichetto, candidato a vice-presidente na chapa do atual mandatário argentino Maurício Macri, declarou na semana passada em uma entrevista que, para combater o tráfico de drogas em seu país, é preciso dinamitar as favelas. “Na verdade, seria preciso dinamitar tudo, fazer tudo voar pelos ares!”, disse. O comentário foi feito a respeito de uma reportagem televisiva que mostrou imagens de uma alegada fila de pessoas, de setenta metros de comprimento, para comprarem drogas na Villa 1-11-14, uma das maiores favelas de Buenos Aires, com 26 mil moradores, que fica em frente ao estádio do San Lorenzo, no bairro de Nuevo Gasómetro. Tentando fazer uma demagogia barata e consertar o que disse para não ficar tão feio, Pichetto afirmou dias depois que ele sugeriu dinamitar apenas os locais onde as drogas ficam escondidas, e não a favela inteira. No entanto, esses locais ficam colados a moradias e dezenas de famílias habitam suas proximidades – logicamente seriam vítimas, fatais ou materiais, das possíveis explosões. Na mesma entrevista, Pichetto demonstrou a face de extrema-direita
dos neoliberais macristas, ao culpar os imigrantes pelo tráfico de drogas. “A Argentina é um país muito generoso, as pessoas vêm para cá e o que fazem? Viram vendedores ambulantes, depois contrabandistas e, em seguida, terminam por vender droga. (…) Em uma favela aqui, havia duas filas. Uma que servia ao narcotráfico paraguaio (…) Não vou classificar a nacionalidade, senão depois vão ficar bravos comigo… Uma certa nacionalidade que tem ligação com a maconha faz a venda da maconha. Outros jovens de fora do país, que também vieram a este país tão generoso, vendiam cocaína na outra fila”, declarou. A semelhança com o que faz Wilson Witzel no Rio de Janeiro, João Doria em São Paulo, Romeu Zema em Minas Gerais ou Bolsonaro em escala nacional no Brasil, não é mera coincidência. Essa é a política da direita em relação ao tráfico de drogas: massacrar os pobres, os moradores das favelas, os negros – no caso da Argentina, os mestiços e imigrantes paraguaios e bolivianos. Witzel atira de helicóptero nas favelas cariocas, Zema tenta imitar em seu estado, Doria reforça o aparato repressivo da PM em SP. E o candidato a vice de Macri quer simplesmente ex-
plodir as moradias dos pobres, de preferência com os pobres dentro. Afinal, é assim que a direita combate a pobreza: eliminando fisicamente os pobres. Vale lembrar que Pichetto passou a integrar a chapa de Macri em junho deste ano, após se desfiliar do Partido Justicialista – o mesmo de Cristina Kirchner, ex-presidenta de esquerda da Argentina, e candidata a vice na chapa opositora, de Alberto Fernández. O senador sempre foi um representante de peso da ala direita do peronismo. Por sua vez, Alberto Fernández, que
está na frente em todos os prognósticos para a disputa eleitoral que ocorrerá este mês, vem apresentando uma postura cada vez mais direitista – distanciando-se do que foi a política nacionalista de Cristina Kirchner em seu governo. A aposta da burguesia imperialista na Argentina continua sendo Macri, mas, diante da possível vitória de Fernández, ela já dá a sua bênção ao candidato peronista, para que seu possível governo não passe de uma versão do atual governo neoliberal de Mauricio Macri.
REINO UNIDO
Contra a UE: Johnson quer apontar fascista para comandar o Brexit Nigel Farage, líder do Partido do Brexit, pode ser o representante britânico na União Europeia caso o Brexit não seja aprovado este mês
Caso seu governo não consiga se desligar definitivamente da União Europeia até 31 de outubro, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, planeja executar medidas para boicotar o funcionamento do bloco continental. É o que revela uma reportagem do jornal The Sunday Telegraph. De acordo com o periódico britânico, dois funcionários do gabinete de Johnson teriam informado que ele pretende bloquear o orçamento referente ao período de 2021-2027 do Reino Unido para a UE, que está previsto para ser assinado no início do ano que vem.
Entretanto, a principal “vingança” do premiê seria a nomeação de Nigel Farage como comissário da ilha em Bruxelas. Farage é um líder de extrema-direita do Partido do Brexit e que, como o próprio nome de seu partido já indica, é um defensor ferrenho da saída direta, sem negociação, do Reino Unido da União Europeia. Provavelmente, o Parlamento Europeu recusaria a indicação de Farage. Essa possibilidade de colocar Farage como comissário e bloquear o orçamento britânico para a União Europeia é mais um episódio da guerra travada entre o seu governo conservador e o
bloco europeu, pela permanência ou não da ilha na União. Demonstra que a extrema-direita tem todas as intenções de sair do bloco e, caso não consiga, trabalhará para boicotá-lo. Isto se deve ao fato de a extrema-direita, representada pela ala mais reacionária do Partido Conservador e por Farage, ser controlada por um setor da burguesia britânica que perdeu mercado para os grandes monopólios europeus com a abertura comercial representada pelo ingresso de todos os tipos de produtos europeus na Grã-Bretanha, facilitada pela política neoliberal da União Europeia e que, com a crise de 2008, fez desabar os negócios dos pequenos e médios capitalistas ou mesmo de setores mais importantes, porém não especulativos, da burguesia. O Brexit é sintoma da maior crise política vivida pelo Reino Unido em séculos, produto direto da crise econômica do capitalismo, aprofundada a partir de 2008. E é reflexo do fracasso da política neoliberal, levada a cabo tanto pelo Partido Conservador como pelo Partido Trabalhista a partir de Tony Blair – quando o histórico partido de esquerda passou a ser rotulado de New Labor, uma transformação neoliberal da agremiação.
Essa política ruiu e com a crise foi gerada uma intensa polarização política. De um lado, o Partido Conservador se enfraqueceu brutalmente e sua ala de extrema-direita vem ganhando cada vez mais força (como mostra a vitória de Johnson para o cargo de primeiro-ministro). De outro, o Partido Trabalhista deu uma guinada à esquerda com a eleição de Jeremy Corbyn para secretário-geral graças à pressão da base sindical que levou o político a ter posições em defesa de reformas socializantes. Essa polarização ganha mais um episódio com a possibilidade de indicação de Farage – um verdadeiro fascista – para representante de Londres na União Europeia. São reais, ainda, as chances de um avanço ainda mais à direita do governo britânico de Boris Johnson, diante do aprofundamento da crise e da ameaça de os trabalhistas, liderados por Corbyn, ganharem mais força e, eventualmente, chegarem ao poder no país – o que representaria um duro golpe aos interesses da burguesia britânica, europeia e mundial de conjunto, uma vez que a possibilidade de conciliação de classes, na conjuntura atual, está descartada pelo imperialismo, que emprega uma política de cada vez mais força repressiva e exploradora contra o movimento operário.
6 | POLÊMICA
LIBERDADE PARA LULA
Lula não pode esperar 3 anos preso Na última quinta-feira (3), o secretário-geral da CUT Sérgio Nobre pediu para que Lula aguardasse mais três anos preso, quando supostamente a esquerda ganharia as eleições. Na última quinta-feira (3), o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, visitou o ex-presidente Lula no prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde se encontra preso ilegalmente há mais de 500 dias. Após a visita, Nobre fez algumas considerações sobre o 13º Congresso Nacional da CUT e mandou o seguinte recado ao ex-presidente: "Resiste aí, presidente, que nós vamos fazer a luta aqui e, com certeza, daqui a três anos, subiremos juntos, novamente, a rampa do Palácio do Planalto." Ao declarar que Lula deveria aguardar três anos para ver a esquerda vencer as eleições presidenciais, Sérgio nobre está se mostrando partidário de uma política de paralisia do movimento operário. Afinal, considerar que o governo Bolsonaro e a prisão de Lula são problemas que só poderão ser resolvidos em 2022 não coloca, para nenhuma organização, uma perspectiva de luta. A luta contra o golpe, que vem adquirindo uma dimensão massiva desde 2015, está crescendo na medida em que se aprofundam os ataques da direita aos trabalhadores. Em 2016, quando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff estava cada vez mais próximo de ser conquistado pela direita, vários atos nacionais foram convocados pela CUT, pelos sindicatos e pela esquerda em geral. No fim do ano, estudantes ocuparam universidades e escolas no país inteiro. Em 2017, militantes de todo o país
foram até Curitiba para impedir que Lula fosse preso enquanto estivesse prestando depoimento ao então juiz Sérgio Moro. Pouco tempo depois, um grande ato em Brasília convocado pela CUT levou os trabalhadores e a população em geral a se enfrentar com o Exército, que havia sido acionado pelo governo Temer. Em 2018, milhares de militantes e ativistas foram até o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo para impedir que a ordem de prisão dada a Lula por Sérgio Moro fosse cumprida, o que causou um grande impasse no regime político. Pouco tempo depois, os caminhoneiros pararam o país, deixando o governo Temer no ponto de ser liquidado por uma greve geral dos trabalhadores, que não foi desenvolvida a tempo. Em maio de 2019, mais de um milhão de pessoas foram às ruas para contestar o governo Bolsonaro, em atos convocados contra os cortes na Educação. Todo esse histórico de luta apresentado só aconteceu porque a política que guiava esses movimentos era uma política de choque contra as instituições. Os trabalhadores não foram até São Bernardo para vencer uma eleição, mas sim para impedir, na marra, que Lula fosse preso. A política de aguardar três anos para que uma eleição seja realizada não irá colocar nenhum setor fundamental da luta contra o golpe em movimento. As condições para se desenvolver uma luta ampla e com reivindicações imediatas estão dadas. O governo Bol-
sonaro se encontra em uma crise profunda, uma vez que não consegue dar continuidade ao programa econômico da burguesia e é contestado diuturnamente nas ruas. Somente no festival Rock in Rio, cem mil pessoas gritavam em coro pelo fim do governo. Como resultado da crise do governo Bolsonaro, a farsa que foi montada para colocar o ex-presidente Lula na cadeia está cada vez mais escancarada. Em mais de cinco anos de perseguição, a Polícia Federal não encontrou uma única prova de que o maior líder popular do país tenha cometido algum crime. Por outro lado, são inúmeras as provas de que a Lava Jato não passa de uma conspiração teleguiada pelo imperialismo contra os interesses do povo brasileiro. Várias figuras públicas da direita brasileira, que estão profundamente comprometidas com o golpe, como é o caso do jornalista Reinaldo Azevedo e do ministro do STF Gilmar Mendes, já estão denunciando os crimes da Lava Jato, em uma tentativa de salvar sua imagem diante da impopularidade à qual o combate à corrupção foi relegado. Além de a política de aguardar até 2022 para ver alguma perspectiva de melhora das condições de vida de um povo que está sendo governado por uma corja de golpistas não apontar uma perspectiva de luta para o movimento e de ser contrária às tendências fortíssimas à revolta da população diante da crise do regime político, é necessário considerar que as eleições não estão garantidas. O governo Bol-
sonaro foi imposta para travar uma política de guerra contra toda a população – e, diante disso, utilizará todos os mecanismos necessários para manter a direita no poder. Se a esquerda não aproveitar o momento para derrotar a direita agora, enquanto está em crise, a burguesia irá encontrar uma forma de reorganizar uma ofensiva duríssima contra a população. Como o próprio Bolsonaro já declarou várias vezes, ao elogiar torturadores como Pinochet e Carlos Brilhante Ustra, se a extrema-direita tiver condições, irá instaurar um clima de terror para conseguir implementar a agenda neoliberal dos bancos. E isso não vai ser impedido por meio de uma eleição. Por fim, pedir que Lula aguarde mais três anos na prisão é ignorar que os direitos democráticos do maior líder popular do país estão sendo rasgados – e, consequentemente, os direitos políticos de toda a população. A tarefa de qualquer organização de esquerda e dos setores democráticos não pode ser, portanto, permitir que a direita destrua os direitos políticos do povo. É preciso tirar Lula da cadeia imediatamente, sem quaisquer condicionantes. Para isso, é preciso organizar um grande movimento pela liberdade de Lula, dirigido pelos trabalhadores e que coloque em xeque o regime político golpista. Nesse sentido, é fundamental que o 13º Congresso da CUT se proponha a impulsionar essa mobilização. Liberdade para Lula já! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
CULTURA E JUVENTUDE | 7
FORA BOLSONARO
Rock in Rio: um festival pelo Fora Bolsonaro “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”, o coro que contaminou a platéia do Rock in Rio. Nervosa no Rock in Rio: orgulho da platéia que grita “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c…” Show do Nervosa no Rock in Rio teve o coro que marcou o evento gritado por milhares de jovens: “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”. A baixista Fernanda Lira disse ter “orgulho” da plateia, noticiou em 05/10/2019, o 247. O trio de Thrash Metal Nervosa, formado por Fernanda Lira, Prika Amaral e Luana Dametto chacoalhou o Rock in Rio na tarde desta sexta. A platéia veio abaixo aos gritos de “Ei, Bolsonaro, VTNC”. Fernanda Lira exclamou: “que or-
gulho dessa plateia”. No início do ano no show de Baiana System, no circuito da Barra, no Carnaval de Salvador, um recado para o presidente, “Ei, Bolsonaro, VTNC”. E assim começa o carnaval da Bahia, anunciava Pedro Zambarda de Araújo em 28 de fevereiro, no Diário do Centro do Mundo. Em 7 de março, repetia-se o coro de “Ei, Bolsonaro, VTNC”, entrava ao vivo na GloboNews e a repórter global Leilane Neubarth mal conseguia conter o riso, publicava Walter Atsushi Niyama, no Diário do Centro do Mundo.
Manifestações na Paulista contra os cortes das verbas da educação, corte das verbas das universidades ou contra a reforma da Previdência, o que mesmo empolgava o público era o Fora Bolsonaro. Greves Gerais contra a reforma da Previdência, festivais Lula Livre, mesmo debaixo de chuva, novamente o “fora Bolsonaro”, na popular designação escrachada sem maiores rodeios, “ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”, rouba todas as cenas. Em 28/09/2019, o 247, de novo, constatava que o famoso grito que se
alastrou pelo carnaval de 2019 no Brasil: “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c…”, ganhou, agora, o público do Rock in Rio. Quando o DJ Alok sugeriu “vamos excluir tudo o que há de ruim nas nossas vidas”, a multidão entoou o tradicional grito antifascista. O fora Bolsonaro foi o mais cantado em todos os palcos. Artistas, como a baixista Fernanda Lira, do trio Thrash Metal Nervosa, na última sexta feira, 04 de Outubro, que não se conteve, “orgulho” dessa platéia, em mais uma demonstração da rejeição a Bolsonaro: “Ei, Bolsonaro, VTNC”.
PARTIDO NÃO QUER LUTAR.
PSOL, ao invés de lutar, apresenta PL para impedir escolas militares O PSOL tenta mais uma vez manobrar por dentro das instituições tomadas pela extrema-direita para barrar o projeto de Bolsonaro. Partido se nega a lutar junto da população. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mais uma vez dá mostras de que não pretende lutar contra a ditadura de extrema-direita que vem se instalando no Brasil desde a eleição ilegítima de Jair Bolsonaro. Dessa vez, o que o PSOL faz é apresentar um projeto de decreto legislativo para barrar o decreto do presidente fascista Jair Bolsonaro, chamado de “Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares”. O PSOL é um dos partidos que após o golpe de estado de 2016 mais acreditaram nas fajutas instituições brasileiras que participaram ativamente do golpe de estado. Está claro que o congresso formado essencialmente por apoiadores de Bolsonaro irá levar adiante o projeto de militarização das escolas. Nem o congresso, nem o STF e nenhuma outra instituição brasileira irá barrar algum projeto de Jair Bolsonaro, visto que todas essas instituições agiram em favor do golpe de 2016 e acabaram por levar a extrema-direita ao poder. O PSOL deveria perceber isso,
pois praticamente todos os projetos da extrema-direita vem sendo colocados em prática, sem que o congresso consiga ou ao menos faça algum esforço para barrá-los. Foi assim com a reforma da previdência, por exemplo. A luta contra a criação de escolas militares não tem que se dar por projetos no congresso, mas tem que ser feita nas ruas, mobilizando e organizando a juventude e os trabalhadores contra o projeto de Bolsonaro e pela derrubada deste governo ilegítimo, fruto de uma fraude e de um golpe de estado que promete destruir o país em favor da política imperialista. Tentar criar projetos dentro do congresso é apenas uma maneira de tentar legitimar as instituições que estão sendo comandadas pelos fascistas que chegaram ao governo. Somente a derrubada do governo fascista, com novas eleições gerais em que todos possam concorrer é que poderá salvar os direitos da população brasileira.
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
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