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QUINTA-FEIRA, 10 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5791
Crise do PSL: é hora de avançar pelo Fora Bolsonaro! O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro pediu a um apoiador, na última terça-feira (8), para que “esquecesse” o PSL (Partido Social Liberal) e afirmou que o pernambucano Luciano Bivar, presidente nacional da sigla, estaria “queimado para caramba”. O PSL é o partido do próprio Jair Bolsonaro e tem servido de guarda-chuva para uma série de setores que apoiam o governo.
Após a declaração de Bolsonaro, várias figuras do PSL se manifestaram. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (senador pelo estado de São Paulo), se disse perplexo. Já o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), foi mais além: afirmou que o “quintal de Bolsonaro também está sujo”, uma vez que seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estaria sendo alvo de investigações.
Crise no Equador: golpistas não entregarão o poder pacificamente Na última terça-feira, centenas de manifestantes invadiram a Assembleia Nacional do Equador. No mesmo dia, o presidente Lenin Moreno, que traiu o movimento nacionalista liderado por Rafael Correa para seguir a política neoliberal imposta pelo imperialismo, operou a mudança da capital para a cidade de Guayaquil.
PCO participará de encontro anti-imperialista em Cuba No período de 01 a 03 de novembro, a capital cubana, Havana, estará sediando o Encontro Anti-imperialista de Solidariedade, pela Democracia e contra o Neoliberalismo. Durante três dias, representantes de vários países, ativistas, trabalhadores, estudantes, intelectuais e dirigentes políticos de
esquerda estarão discutindo e debatendo as questões mais candentes que permeiam os interesses e a luta política dos povos das Américas, buscando formas de enfrentamento ao inimigo comum de toda a região, vale dizer, o imperialismo estadunidense. Esta edição do evento realiza-se num
Local confirmado! Veja onde será o encontro de membros da COTV Quem é membro da Causa Operária TV, já sabe que no próximo dia 20 de outubro temos um encontro marcado em São Paulo com todos os camaradas que levam ao ar essa imprensa revolucionária e independente.
momento particularmente nevrálgico da conjuntura política, econômica e social do continente, marcado pelo acirramento das agudas contradições vivenciadas por todos os países latino-americanos, onde verdadeiras sublevações populares de massas estão em curso em todas as
regiões, na América do Sul, Central e no Caribe. A política de terra arrasada, pilhagem e devastação que o imperialismo vem impondo aos povos do continente está fazendo recrudescer, em todos os países, as mobilizações e levantes contra a dominação e o jugo dos opressores do Norte.
Programa de Transição: veja onde serão os cursos desta semana
Veja como funciona o curso dos 70 anos da revolução chinesa Trabalhadores do Equador fazem greve geral pelo Fora Lenín Moreno
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Crise no Equador: golpistas não entregarão o poder pacificamente Na última terça-feira, centenas de manifestantes invadiram a Assembleia Nacional do Equador. No mesmo dia, o presidente Lenin Moreno, que traiu o movimento nacionalista liderado por Rafael Correa para seguir a política neoliberal imposta pelo imperialismo, operou a mudança da capital para a cidade de Guayaquil. Há cerca de uma semana, os protestos do povo equatoriano contra o governo de Lenin Moreno vêm crescendo, sendo respondidos com a decretação de estado de sítio por parte da direita. A situação do Equador está demonstrando, na prática, quais são os planos do imperialismo para a América Latina. A política dos bancos
é tão impopular que, por mais que a direita tivesse tentado de todas as maneiras, não conseguiu vencer as eleições de 2017 com seu representante legítimo, Guillermo Lasso. Coube como alternativa corromper o candidato do correísmo, Lenin Moreno, para que este se tornasse o representante dos interesses da burguesia internacional. A política de ataque brutal do imperialismo aos direitos dos povos latino-americanos está se fazendo presente em todos os países do continente em que a direita conseguiu estabelecer seus títeres. Na Argentina, o presidente golpista Maurício Macri está levando o país a falência a passos largos. No
COLUNA
Como se o PSL fosse um partido Por William Dunne
O Partido Social Liberal (PSL) receberá R$ 359 milhões em 2020, considerando-se a soma do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Nenhum partido no Brasil receberá mais dinheiro do que isso. O partido de Bolsonaro, o ilegítimo, será o que mais vai receber dinheiro, entre todos os outros partidos. Apesar disso, Bolsonaro está ameaçando deixar a sigla. Terça-feira (8), Bolsonaro falou na entrada do Palácio do Planalto para um apoiador esquecer o PSL, dizendo que o presidente do partido está “queimado pra caramba”. Um dia depois, a revista Veja publicou uma reportagem afirmando que Bolsonaro já teria decidido sair e teria comunicado a decisão a “aliados mais imediatos”. As causas para isso podem ser a disputa pelo milionário fundo partidário ou a tentativa de Bolsonaro de se desvencilhar do escândalo do laranjal do PSL, que atinge seu ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Seja como for, chama atenção como os partidos de direita são descartáveis. Em 1989, Fernando Collor de Mello elegeu-se pelo Partido da Reconstrução Nacional, que antes se chamava Partido da Juventude e hoje se chama Partido Trabalhista Cristão. Seja com qual desses nomes for, o partido sempre foi inexpressivo, com exceção do momento em que sua legenda foi alugada pela candidatura de Collor, que consistia em uma grande manobra da burguesia para evitar a vitória de Lula naquele momento. O PSL tem a mesma característica. Existe desde 1994, mas nunca teve importância nenhuma. Até ser usado por Bolsonaro para participar das eleições do ano passado. Devido à manobra eleitoral montada para fraudar as eleições de
2018, com o apoio da máquina eleitoral de todos os partidos de direita para eleger Bolsonaro quando os golpistas perceberam que não seria possível eleger Geraldo Alckmin, o PSL acabou elegendo muitos parlamentares, e agora abocanhando a maior parte do dinheiro público destinado aos partidos. No entanto esse partido não tem nenhuma política definida, e está desmoronando diante de suas contradições internas apesar de seu sucesso artificial nas eleições. Na verdade nem se pode chamar essas siglas de partidos. Enquanto a burguesia cinicamente fala em reforma política, ela mantém partidos absolutamente artificiais disponíveis para suas manobras. Ao mesmo tempo, as regras cada vez mais rígidas para a formalização de novos partidos visam tirar dos cidadãos cada vez mais o direito de se organizarem em partidos que os representem. Bolsonaro se apresentava em sua campanha como o messias que combateria a “velha política”, porém nada é mais velho do que esse esquema para controlar as eleições. Para a burguesia é muito mais simples criar partidos do nada. Basta colocar muito dinheiro, seja privado ou público, e cria-se um partido do dia para a noite. No caso dos trabalhadores e dos setores populares, a criação de um partido que os represente é muito mais complexa e é o fruto de uma luta política. As regras criadas pelo regime para dar R$ 359 milhões para o PSL em 2020, sendo que o PSL sequer pode ser chamado de um partido político, são as mesmas que dificultam qualquer participação efetiva do povo nas eleições e visam justamente excluir os trabalhadores de qualquer representação no regime político.
Brasil, o desemprego e a desindustrialização é cada vez maior. A devastação dos países latinos, no entanto, não é possível sem que desperte uma onda de revolta a população desses países. Assim como a revolta contra o governo Bolsonaro é cada vez maior e é expressa até mesmo em festivais de música como o Rock in Rio, a insatisfação do povo equatoriano com a política neoliberal está levando a uma revolta cada vez mais generalizada contra o governo Lenin Moreno. Os trabalhadores do transporte foram os primeiros a se mobilizar contra o pacote de ajustes anunciado pelo presidente traidor do Equador, Lenin
Moreno. Em seguida, os indígenas se somaram à mobilização dos trabalhadores do transporte, elevando a luta política contra a direita no Equador a outro patamar. A adesão de outros setores é cada vez maior, o que torna a situação cada vez mais insustentável para o governo Moreno. A direita não vai entregar facilmente aos trabalhadores do Equador aquilo que necessitam: o fim da política de pilhagem do imperialismo. Por isso, a saída para os trabalhadores do Equador é a mesma que se aponta para os trabalhadores brasileiros: é preciso derrotar, nas ruas, Moreno e todos os golpistas que representam a política dos bancos no Equador.
POLÍTICA | 3
GOLPISTAS EM CRISE
Crise do PSL: é hora de avançar pelo Fora Bolsonaro! Na última terça-feira (8), Jair Bolsonaro declarou que o presidente de seu partido, o PSL, estaria “queimado” e pediu para que esquecesse o PSL O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro pediu a um apoiador, na última terça-feira (8), para que “esquecesse” o PSL (Partido Social Liberal) e afirmou que o pernambucano Luciano Bivar, presidente nacional da sigla, estaria “queimado para caramba”. O PSL é o partido do próprio Jair Bolsonaro e tem servido de guarda-chuva para uma série de setores que apoiam o governo. Após a declaração de Bolsonaro, várias figuras do PSL se manifestaram. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (senador pelo estado de São Paulo), se disse perplexo. Já o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), foi mais além: afirmou que o “quintal de Bolsonaro também está sujo”, uma vez que seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estaria sendo alvo de investigações. Luciano Bivar fundou o PSL em 1994 e tem sido, desde então, seu principal dirigente. A seu convite, Bolsonaro entrou na legenda nas vésperas das eleições de 2018, trazendo, consigo, uma série de elementos da extrema-direita nacional e de setores da burguesia que estavam demasiadamente desgastados por causa da aplicação da política neoliberal. O PSL é, portanto, uma agremiação artificial, impulsionada pela burguesia apenas para garantir que a fraude eleitoral de 2018 tivesse um resultado positivo para a direita. Afinal, mesmo após a prisão de Lula, que é o maior
líder popular do país, a burguesia não conseguiu emplacar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ou de Henrique Meirelles (MDB), que são representantes tradicionais dos interesses do imperialismo. Diante do fracasso da política econômica levada pelo governo Bolsonaro, a crise do regime político é cada vez maior. Os setores mais tradicionais da burguesia, representados pelos políticos do chamado “centrão” e pelas Forças Armadas, estão se chocando com os setores mais fisiológicos do governo Bolsonaro, que encontraram no PSL um trampolim para decolar suas carreiras políticas. Sob a base dessa pressão, as disputas no PSL estão mostrando que a burguesia não está unificada em nenhum partido, nem mesmo no partido do presidente da República e que se mostrou como o partido que mais cresceu nas eleições de 2018 e até mesmo nas eleições para conselho tutelar de 2019. A crise do regime político deve ser aproveitada pelos trabalhadores para organizar uma intervenção popular imediata na situação política. Diante da crise do PSL e de todo o regime político, que não conseguiu ainda se unificar para organizar uma ofensiva contra os trabalhadores, é preciso sair às ruas de maneira decidida pela derrubada imediata do governo Bolsonaro e pela liberdade incondicional do ex-presidente Lula.
FORA IMPERIALISMO!
O ataque de Bolsonaro aos servidores é a política do Banco Mundial O Banco Mundial, como representante do imperialismo, não deve ser levado a sério por nenhum país que queria manter sua soberania e dignidade ao povo Como sempre, o Banco Mundial vem meter o bedelho onde não foi chamado. Cheio de dar pitacos, a instituição vive a empurrar para verdadeiras ciladas os países que aceitam suas “dicas” e agora, a partir de um diagnóstico tirado de alguma análise inexistente ou, no mínimo, bem deturpada, apresentada na última quarta-feira (9), o BM recomendou que o governo brasileiro faça uma reforma administrativa, a fim de levar os gastos com servidores a um nível que seja sustentável. Resumindo, o Banco Mundial quer que o salário dos servidores seja reduzido ao nível do salário do setor privado, além de criar obstáculos à progressão de carreira. Não dá para dizer que o Banco Mundial não saiba como são as condições trabalhistas no setor privado, que costumam oferecer pouquíssimo ou quase nenhum benefícios, salários baixos, estabilidade zero e plano carreira bem limitado, para não dizer inexistente. Aliás, o BM tem um histórico de afundar em situações calamitosas os países que seguem à risca sua política neoliberal de destruir economias.
Desde as últimas eleições, que colocaram na presidência um homem fascista que reúne todas as características de uma pessoa de péssima qualidade, diversos “especialistas” tirados do bolso de algum banqueiro aparecem dizendo que é necessário cortar gastos ali, tirar verba daqui, que o dólar vai diminuir, o preço do gás vai baixar, mas nenhum desses diagnósticos deu bingo. E não será diferente com o diagnóstico do BM, que afirmou que o Brasil tem agora a possibilidade de abrir caminho para uma maior eficiência no gasto público, contato que corte os gastos com os servidores. O que parece não estar claro para o Banco Mundial, é que o Brasil não está – ou pelo menos não estava até antes do Bolsonaro adentrar e pisotear o País – quebrado, a previdência não está quebrada e não há nada de errado com a situação dos servidores públicos. O BM usa premissas falsas para influenciar decisões equivocadas nos países pobres e, assim, eles se endividam cada vez mais e depois acabam devendo a alma a esse tipo de institui-
ção. Os gastos, inclusive, são as coisas que menos acontecem no governo dos golpistas, muito pelo contrário, o que mais se vê é uma onda de cortes propositais para prejudicar a classe trabalhadora. A política utilizada pelos neoliberais que representam o BM só faz sentido para quem é rico. Para eles, o certo é diminuir o salário dos servidores públicos até os minguados salários do setor privado, ao invés de fazer justamente o contrário, aumentar o salário mínimo e igualar essas receitas. Aliás, muitas dessas empresas privadas, numa lógica fora do capitalismo, deveriam ser estatizadas para garantir ao trabalhador sua estabilidade de emprego. O estudo do Banco Mundial ainda reforça que a estrutura salarial deva se basear no desempenho do trabalhador, algo que por si só é absurdo, pois leva o trabalhador à exaustão, uma vez que precisa produzir cada vez mais para receber do salário minimamente suficiente. O Brasil não precisa dos pitacos que são verdadeiras armadilhas do
Banco Mundial, nem do FMI, nem de nenhuma dessas instituições que representam genuinamente o capitalismo. O que precisa é tirar os golpistas do poder e que tomaram o País de assalto, abrindo as portas para o capital estrangeiro entrar e fazer o que quiser, acabando com as empresas estatais, destruindo a indústria nacional e as riquezas naturais do País. Fora Banco Mundial e fora imperialismo do Brasil!
4 | ATIVIDADES DO PCO
DIAS 1, 2 E 3 DE NOVEMBRO
PCO participará de encontro anti-imperialista em Cuba PCO estará presente no Encontro Anti-imperialista que irá acontecer em Havana, Cuba No período de 01 a 03 de novembro, a capital cubana, Havana, estará sediando o Encontro Anti-imperialista de Solidariedade, pela Democracia e contra o Neoliberalismo. Durante três dias, representantes de vários países, ativistas, trabalhadores, estudantes, intelectuais e dirigentes políticos de esquerda estarão discutindo e debatendo as questões mais candentes que permeiam os interesses e a luta política dos povos das Américas, buscando formas de enfrentamento ao inimigo comum de toda a região, vale dizer, o imperialismo estadunidense. Esta edição do evento realiza-se num momento particularmente nevrálgico da conjuntura política, econômica e social do continente, marcado pelo acirramento das agudas contradições vivenciadas por todos os países latino-americanos, onde verdadeiras sublevações populares de massas estão em curso em todas as regiões, na América do Sul, Central e no Caribe. A política de terra arrasada, pilhagem e devastação que o
imperialismo vem impondo aos povos do continente está fazendo recrudescer, em todos os países, as mobilizações e levantes contra a dominação e o jugo dos opressores do Norte. É neste contexto de conflagração social e enfrentamento das massas com os governos fantoches direitistas sustentados pela Casa Branca e pelo Pentágono que o evento em Havana se realizará e deverá se pronunciar. É mais do que urgente um posicionamento de forma clara sobre a necessidade da intensificação da luta de classes em todo o continente, formulando uma política que delimite a estratégia de intervenção da esquerda continental, que não pode ser outra a não ser a ruptura com a política de colaboração de classes dos partidos e agrupamentos que dizem representar os interesses das massas populares, que neste momento encontram-se em estado de rebelião espontânea e semi-espontânea contra o imperialismo e seus representantes títeres em cada país.
Em Cuba, sede do evento, o imperialismo vem pressionando e ameaçando o país há 60 anos, onde impõe à ilha caribenha o mais longo embargo econômico da história, com graves consequências para a população, que resiste, consciente e mobilizada, às sanções e ameaças do imperialismo contra o país. O cerco do imperialismo se faz presente também na Venezuela, onde os falcões de Washington caluniam incessantemente o governo constitucional do presidente eleito Nicolás Maduro, hipotecando apoio a um fantoche da Casa Branca, Juan Guaidó, amplamente repudiado pela maioria da população, que segue apoiando massivamente o regime bolivariano-chavista. O imperialismo mantém sob a Venezuela um estado de permanente ameaça de intervenção, tendo aeronaves militares norte-americanas violado o espaço aéreo soberano do país por dezenas de vezes. No Equador, uma espetacular e gigantesca sublevação de massas está em curso
no país contra as medidas do governo golpista-traidor de Lenin Moreno que, à revelia da vontade popular, se ajoelhou diante dos inimigos exploradores do povo equatoriano. O país está, literalmente, em chamas, com barricadas nas ruas, enfrentamento com as forças policiais, prisão de militares pelos indígenas, ocupação da Assembléia Nacional, greves e paralisações. Neste Encontro em Havana, o Partido da Causa Operária se fará representar com uma política em defesa não somente de Cuba, seu povo e sua revolução, mas com um posicionamento claro e inequívoco em defesa de todos os povos latino-americanos que neste momento se irrompem em luta contra o imperialismo, a extrema direita e os regimes e governos fantoches da região. Nesta perspectiva, o PCO se dirigirá ao Encontro Latino-Americano com uma exortação no sentido da mais ampla unidade dos povos das Américas para que as jornadas de luta contra o imperialismo não somente se intensifiquem, mas que se ampliem para toda a região, única forma consequente para impor uma derrota de conjunto aos exploradores ianques.
EM SÃO PAULO
Local confirmado! Veja onde será o encontro de membros da COTV Encontro será no auditório de um dos maiores sindicatos brasileiros, o sindicato de professores estaduais de SP, a APEOESP Quem é membro da Causa Operária TV, já sabe que no próximo dia 20 de outubro temos um encontro marcado em São Paulo com todos os camaradas que levam ao ar essa imprensa revolucionária e independente. E como a influência da COTV cresce a cada dia, o nosso primeiro encontro já vai ocorrer em um local muito especial para a luta dos trabalhadores: será no auditório da APEOESP – Praça da República, 282, centro de São Paulo – o maior sindicato da América Latina e que mobiliza uma das categorias mais combativas do Brasil, os professores. Estarão presentes no encontro todos os companheiros que levam ao ar a programação da COTV, incluindo o companheiro Rui Costa Pimenta, Presidente do PCO, responsável pelo programa de maior impacto na esquerda brasileira, a Análise Política da Semana.
E além do Rui, estarão presentes os camaradas que você já conhece dos programas Reunião de Pauta, Na Zona do Agrião, TV Mulheres, Uzwela, Juventude Revolucionária, Samba Nzinga, Análise Sindical, entre tantos outros tantos programas desta TV que já se prepara para ter uma programação 24 horas por dia, sete dias por semana, no ar. Além de conhecer e trocar ideias diretamente com todos os nossos apresentadores, sugerir programação, tirar fotos, no encontro de membros vamos ter também muita música, dança, brincadeiras, distribuição de brindes, uma festa que você simplesmente não pode perder. Mas como tudo isto só estará disponível para quem é membro da COTV, se você ainda não é membro, não perca mais tempo! Torne-se imediatamente mais um membro desta TV de vanguarda, e
apoie a programação que mostra tudo o que realmente está acontecendo em nosso país e no mundo, sem o filtro da manipulação barata da imprensa capitalista, tudo isso clicando aqui A COTV já é um marco na luta do nosso povo por sua independência. É o canal dos debates, da mobilização, da politização, da polêmica, do aprofundamento marxista e onde tudo o que realmente pode mudar nossas vidas tem espaço certo de notícia, discussão e debate. Não podemos mais ficar na mão de uma imprensa burguesa, capitalista, voltada unicamente para a manipulação do povo, feita por golpistas com a única finalidade de levar a todos a uma passividade alienada e derrotista. Estamos em um momento em que, mais do que nunca, precisamos construir juntos a nossa imprensa inde-
pendente e popular, e que seja muito poderosa. Que possa ser conhecida e assistida por todo o povo trabalhador, que conquiste a confiança das massas e que esteja presente em todas as lutas e desafios que enfrentamos hoje. É exatamente no intuito de manter a independência política da COTV, que a nossa única fonte de recursos é o nosso próprio público. Por tudo isto, se você ainda não é membro da COTV, não perca mais nenhum segundo! Torne-se membro agora mesmo acessando: https://www.youtube.com/channel/ UCEaXaeR0DL62WwRlR2EMxEQ/join Garanta já a sua participação no encontro de membros e inscreva o seu nome entre aqueles que deram início a essa verdadeira revolução da imprensa popular no Brasil.
Mais e melhores programas: Causa Operária TV tem nova grade, veja só! Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
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8h - Primeiras Notícias 9h30 - Reunião de Pauta 12h - Colunistas COTV com João Silva 12h30 - Panorama Brasil 14h - Marxismo, com Rui Costa Pimenta 15h - Jornal das 3 16h - Programa de Índio 17h- Universidade Marxista 19h - Tição 20h30 - Resumo do Dia 22h - Colunistas da Noite com Renato Farac
8h - Primeiras Notícias 9h30 - Reunião de Pauta 12h - Colunistas COTV com Henrique Áreas 12h30 - Panorama Brasil 14h - Panorama Internacional 15h - Jornal das 3 16h - Análise Política na TV 247 com Rui Costa Pimenta 17h - Universidade Marxista 19h - COTV Entrevista 20h30 - Resumo do Dia 22h - Colunistas da Noite com Alexandre Flach
8h - Primeiras Notícias 9h30 -Reunião de Pauta 12h - Colunistas COTV com Antônio Carlos Silva 12h30 - Panorama Brasil 14h - Música ao Vivo 15h - Jornal das 3 16h - Conexão Caracas 17h - Universidade Marxista 19h - Uzwela 20h30 - Resumo do Dia 22h - Colunistas da Noite com Renan Arruda
8h - Primeiras Notícias 9h30 - Reunião de Pauta 12h - Colunistas COTV com Rafael Dantas 12h30 - Panorama Brasil 14h - Juventude Revolucionária 15h - Jornal das 3 16h - Samba Nzinga 17h - Universidade Marxista 19h - Na Zona do Agrião 20h30 - Resumo do Dia 22h - Colunistas da Noite com Expedito Mendonça
8h - Primeiras Notícias 9h30 - Reunião de Pauta 12h - Colunistas COTV com Natália Pimenta 12h30 - Panorama Brasil 14h - Análise Internacional 15h - Jornal das 3 16h - Música Clássica 17h - Universidade Marxista 19h - Cineclube Luís Buñuel 20h30 - Resumo do Dia 22h - Colunistas da Noite com Vitor Lara
Sábado 11h30 - Análise Política da Semana com Rui Costa Pimenta 18h - Análise Sindical
Domingo 12h - Colunistas COTV 18h - Discutindo a semana 19h - TV Mulheres 20h30 - Zona do Agrião
ATIVIDADES DO PCO | 5
NESTE FIM DE SEMANA
Programa de Transição: veja onde serão os cursos desta semana “O programa para a revolução socialista dos dias de hoje” é o curso que ocorrerá nos dias 12 e 13 de outubro como parte da II Escola Marxista do PCO. Confira os locais desta rodad Neste fim de semana ocorrerá mais uma rodada da II Escola Marxista do Partido da Causa Operária (PCO), com o curso “O Programa para a Revolução Socialista dos Dias de Hoje”. Levando o tema estudado na 44ª edição da Universidade de Férias para 300 no país todo, a II Escola Marxista, o curso é parte da iniciativa do partido em levar para o maior número possível de cidades o estudo de temas abordados historicamente pelo maiores líderes revolucionários da história. O curso é gratuito e para participar basta se inscrever com os responsáveis de cada região através dos contatos e páginas locais. A primeira aula do curso foi apresentada em São Paulo, com uma exposição da companheira Natália Pimenta, membro da direção nacional do PCO, no ultimo dia 30. Esta aula inaugural foi transmitida ao vivo pela Causa Operária TV. As Edições Causa Operária lançaram nesta segunda-feira (7) o texto do Programa de Transição em folheto, com tradução e notas de Rui Costa Pimenta. O Programa de Transição, de
12/10 RS-Alvorada do Sul, Caxias do Sul SC-Araranguá, Criciúma PR-Irati SP-Araraquara, Diadema, Marília, Ribeirão, Taubaté RJ-Nova Friburgo, Niterói MG-Delfim Moreira, Piranguçu DF-Alto Paraíso, Taguatinga BA-Santo Amaro, Itamaraju PE-Moreno CE-Crato PI-Piriri 13/10
Leon Trótski, é o guia para a ação para os partidos revolucionários, o marxismo para os dias de hoje. Os folhetos podem ser adquiridos na livraria do PCO, pela Internet e nas cidades que sediarão o curso. As notas de Rui Cos-
CURSO GRÁTIS DE UMA SEMANA
Veja como funciona o curso dos 70 anos da revolução chinesa De 28 de outubro a 3 de novembro, com transmissão pela COTV, apenas o material será pago. Entre os dias 28 de outubro e 3 de novembro, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, ministrará quase uma semana de aula do curso “70 anos da Revolução Chinesa”. A atividade é parte das atividades do próximo período de formação política dos militantes e simpatizantes do Partido da Causa Operária A compreensão do processo da revolução chinesa é muito importante, visto que essa foi a segunda maior revolução do século XX, ficando atrás apenas da revolução russa, e que ocorreu no país mais populoso do mundo. Além disso, apesar de ser um país atrasado, a China tem hoje um papel muito grande na economia mundial e influencia fortemente a política de todos os países do mundo. As aulas acontecerão no auditório Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo, localizado na rua Serranos, 90, próximo ao metrô Saúde, e também serão transmitidas pela Causa Operária TV. Os interessados no curso podem se inscrever e assistir presencialmente ou pela internet (podendo assistir nas sedes do PCO em outras
Quem tiver interesse em participar do curso ou organizar em sua cidade, confira as cidades que sediarão cursos neste fim de semana e entre em contato.
cidades e estados, em companhia de outros companheiros). O curso será transmitido gratuitamente. O que será cobrado é o material de apoio, a apostila com textos etc. Essa adesão custará R$ 75. Os membros da COTV têm desconto: pagarão R$ 50 pelo material. Para mais informações e inscrições entre em contato enviando um email à pco.sorg@gmail.com ou envie uma mensagem pelo WhatsApp (11 963886198, Vivo) para ter acesso a todos os materiais. Nas próximas edições do DCO, divulgaremos mais detalhes sobre essa atividade de formação política do PCO.
ta Pimenta contextualizam o programa, esclarecendo sobre acontecimentos históricos da época, e os debates que estavam em curso no momento em que o texto foi escrito, permitindo uma leitura mais precisa.
RS-Passo Fundo, Pelotas SC-Içara, Laguna PR-Pitanga SP-Araçatuba, Fernandópolis, Ibitinga, São Bernardo, Tremembé RJ-Maricá, São Gonçalo MG-Alfenas, São João del Rei DF-Samambaia (Acampamento Rosa Luxemburgo da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade-FNL), Unaí BA-Coração de Maria, Santa Cruz de Cabraria PE-Nazaré da Mata CE-Viçosa do Ceará
6 | INTERNACIONAL
SÉTIMO DIA DE PROTESTOS
Trabalhadores do Equador fazem greve geral pelo Fora Lenín Moreno Milhares de pessoas se mobilizaram de forma radicalizada, enfrentando a polícia, que prendeu mais de 100 manifestantes no dia de ontem Nessa quarta-feira (09), milhares de equatorianos saíram às ruas de todo o país em protestos radicalizados contra o governo traidor de Lenín Moreno, em uma greve geral nacional, preparada há uma semana. Desde o início do dia havia um clima de tensão no país tropical. Por um lado, o governo decretou o toque de recolher, das 5h às 20h – em meio ao estado de exceção imposto para reprimir brutalmente as jornadas de protestos. Por outro, os comércios, fábricas e escolas paralisadas. Mas já pela manhã começaram as concentrações de manifestantes em todo o território nacional. Em Quito, milhares de pessoas saíram em marcha para o Palácio de Carondelet (sede do governo), no centro histórico da cidade. Antes mesmo da chegada da marcha, a polícia começou a reprimir quem estava nas redondezas do local. Na última segunda-feira, Moreno fugiu para Guayaquil, transferindo temporariamente a sede do governo para a cidade litorânea. Isso se deu pelo medo da revolta popular, pois no mesmo dia uma multidão liderada por indígenas chegou a Quito, que ficou absolutamente convulsionada pela ira popular. Na terça, os manifestantes ocuparam a Assembleia Nacional (Parlamento), o que levou a uma violenta repressão da polícia. A Confederação de
Nacionalidades Indígenas (CONAI) denunciou a prisão “arbitrária e inconstitucional” de 72 ativistas que ocupação a sede do legislativo. Gás lacrimogêneo, bombas de fumaça e de efeito auditivo foram lançadas pelas forças de repressão contra os manifestantes, que reagiram com todos os meios que tinham, como paus e pedras. Até o início da tarde, um manifestante havia sido assassinado pela polícia – elevando para 16 o saldo de vítimas fatais do aparato repressivo de Moreno. Já na cidade de Guayaquil, o povo não poupou o presidente neoliberal, que pensou que encontraria refúgio na capital financeira do país. Uma forte mobilização foi iniciada desde cedo, com destino à Avenida 9 de Octubre (em homenagem à independência de Guayaquil). Também houve um intenso enfrentamento do povo com as forças armadas, com grande repressão. No entanto, a polícia deu um tratamento completamente diferente para o protesto reacionário a favor de Moreno, organizado pelos especuladores e pelos partidos de direita que têm controle absoluto do aparato político de Guayaquil. Foram mais de 100 pessoas detidas somente no dia de ontem pela polícia, em um processo escalado de repressão em meio ao toque de recolher em Quito e o estado de exceção a nível na-
cional, totalizando mais de mil pessoas detidas em sete dias de protestos. Em outras cidades do país o povo também saiu às ruas, como em Cuenca. Tachando de “medida ditatorial” o toque de recolher em Quito, o povo enfatizou que irá permanecer nas ruas pelo Fora Lenín Moreno. São evidentes também os gritos como os cartazes e faixas pedindo a derrocada do governo. A greve foi convocada pelas centrais sindicais e pela CONAI, tendo uma participação destacada das comunidades indígenas mas também da classe operária, do movimento estudantil, de camponeses e de mulheres.
Um fato de destaque foi a volta de Lenín Moreno de avião para Quito, na parte da tarde. As informações ainda eram vagas até o fechamento desta edição, mas a intenção do governo era entrar em um acordo com os manifestantes. É possível que parte da burocracia sindical e opositora possa tentar uma conciliação com o governo, impedindo a sua queda pela revolta popular, mas o povo dificilmente irá engolir a permanência de Moreno e dos golpistas equatorianos no poder. O povo pede claramente a queda de Moreno e a convocação de eleições antecipadas.
LIBERDADE DE FACHADA
Na terra da “liberdade”, operários pagam mais impostos que ricos A liberdade econômica que os neoliberais tanto defendem, usando os EUA como modelo, nada mais é do que fazer os trabalhadores pagarem a conta da burguesia O capitalismo é sempre implacável com os trabalhadores, colocando nas costas de quem produz a riqueza mundial o peso das crises. Assim mostra um estudo dos economistas Emmanuel Saez e Gabriel Zucman, publicado no livro “O triunfo da injustiça” e que analisa os impostos efetivos dos norte-americanos desde 1960, também de autoria deles. O estudo conclui que em 2018, a pequenina parcela bilionária da população dos EUA pagou menos taxas do que a classe trabalhadora. No último ano, a média de impostos pagos pelas 400 famílias mais ricas dos EUA era de 23%, ao passo que a média de impostos pagos pela classe trabalhadora ficou em 24,2%. Esse estudo sobre a carga tributária nos EUA não esconde a realidade do país, onde o capitalismo imperialista opera de forma genuína, algo que se reflete em todos os serviços privados e que deveriam ser públicos, como a saúde, onde as pessoas preferem não ir aos hospitais pois não têm dinheiro para pagar as contas absurdas no fim. Além do mais, não é surpresa os trabalhadores pagarem mais taxas e impostos do que os ricos, afinal, é assim
que a burguesia se sustenta, na exploração dos mais pobres. Os economistas ainda concluem que são as poucas famílias bilionárias que controlam uma parcela extremamente desproporcional da riqueza nacional, algo que também não é surpresa para quem está à esquerda desse debate ou que é trabalhador e sente na pele as oscilações da economia no neoliberalismo. Pelo que o estudo estudo indica, há 400 principais famílias nos EUA que detêm mais riqueza do que 60% da população trabalhadora estadunidense junta, enquanto os 0,1 mais bilionários do país possuem mais riqueza acumulada do que 80%
da classe trabalhadora. Essas análises são provenientes de pesquisas em cima dos impostos federais e corporativos sobre a renda, assim como os impostos pagos estadual e localmente. Essa discrepância em distribuição de renda no “país da liberdade” é exemplo claro da premissa de que não existe almoço grátis no capitalismo. Os EUA gostam de se exibir como país democrático, onde todos tem oportunidades, que a vida é mais fácil e leve, contudo, a realidade é bem ao contrário, essa democracia cinematográfica só serve para quem tem uma estabilidade financeira e é rico, do contrário, você será tratado como cachorro e o
máximo que vai conseguir é um subemprego em algum fast-food. O fato dos trabalhadores pagarem mais impostos do que os donos dos meios de produção mostra, explicitamente, que esse é o significado de “liberdade econômica”, em outras palavras, os capitalistas terem a liberdade de superexplorar e roubar os trabalhadores. A liberdade econômica que os neoliberais tanto pregam significa nada além de explorar e escolher a dedo quem pagará a conta da burguesia no fim da festa, ou seja, quanto mais a população trabalha, mais os ricos podem desfrutar de uma vida luxuosa e confortável, é uma lógica inerente ao capitalismo. Sem apertar a corda no pescoço de quem produz a riqueza e fazê-los pagar a mais por isso, além de receber baixos salários, não teria como a burguesia se sustentar. Por isso, o objetivo final da luta do proletariado deve ser pela derrubada do capitalismo, a fim de se livrar dos grilhões da exploração que estarão no caminho, e quanto mais os trabalhadores perceberem essas contradições, mais condições eles terão de se levantar para acertar as contas com as classes dominantes.
DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 7
FRANÇA E UK CAPITULAM.
10/10/1938: Alemanha nazista conclui a anexação dos Sudetos Depois de um acordo assinado com a Itália, o Reino Unido e a França, Hitler anexa os territórios da Tchecoslováquia conhecidos como Sudetos. Era 30 de setembro de 1938 em Munique, na Alemanha. Adolf Hitler, o líder nazista da Alemanha naquela ocasião, conversava com Neville Chamberlain (Primeiro-Ministro do Reino Unido), Édouard Daladier (Presidente do Conselho na França) e Benito Mussolini (Primeiro-Ministro da Itália e líder do partido fascista). O motivo da conversa era a reivindicação da Alemanha sobre os Sudetos da Checoslováquia, regiões do país vizinho que possuíam uma grande quantidade de descendentes de alemães. O encontro entre os líderes resultou no acordo conhecido como “Acordo de Munique”, que dava à Alemanha o direito de invadir a região. Em 1933 se estabelece nas regiões dos sudetos um partido dos alemães que lá viviam e que tinham o interesse de desmembrar esses territórios e os anexar ao Terceiro Reich. Esse partido possuía o nome de Partido Alemão dos Sudetos. Já em 1938, Alemanha em seu anseio de expandir seus domínios sobre o resto da Europa havia acabado de anexar a Áustria. Aumentando a pressão sobre os Sudetos em favor da separação da Checoslováquia. Tudo indicava uma invasão do país por parte dos alemães. No entanto, a Checoslováquia possuía acordos que obrigavam a França a auxilia-la caso entrasse em guerra. No entanto, a França não possuía tanto interesse em auxiliar a Checoslováquia. Tanto a França quanto o Reino Unido capitulam diante da situação e assinam o “Acordo de Munique”, em que fica determinado que a Alemanha
tem o direito de invadir a Checoslováquia e anexar os Sudetos ao seu território, desde que os nazistas aceitem não requisitar mais nenhum território. A Alemanha, então, começa a ocupação dos Sudetos no dia primeiro de setembro de 1938. Durante a ocupação, que termina no dia dez de setembro de 1938 (81 anos atrás), os nazistas expulsam a população tcheca da região e o Partido Alemão dos Sudetos se mescla ao Partido Nazista. Em março do ano seguinte os nazistas descumprem o acordo firmado e tomam todo o restante da Checoslo-
váquia. A invasão alemã ao território demonstra como tanto os países imperialistas ditos democráticos, quanto os países imperialistas ditos ditatoriais no fundo levam a mesma política de dominação contra o restante da população mundial. O que a França e o Reino Unido fizeram diante da situação nada mais foi do que uma tentativa de ceder uma parte dos territórios por eles dominados aos alemães, com o intuito de que assim pudessem manter seus domínios sobre os outros países sem serem incomodados pelos nazistas.
A conferência na qual os quatro países imperialistas decidiram que uma parte do território tcheco deveria ser invadido pelos alemães demonstra também como a Checoslováquia não estava sendo protegida por nenhum desses países no acordo que ficou conhecido por “Sentença de Munique”, mesmo com a Checoslováquia tendo um acordo de mútua proteção com a França. Fica a dica para aqueles que acreditam que Donald Trump defenderia os interesses do Brasil na convenção do G-8 que discutiu os problemas da Amazônia, convenção essa que o Brasil também não participou.
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8 | POLÊMICA
CRENÇA NAS INSTITUIÇÕES
Haddad e sua “defesa” de Lula e “denúncia” da Lava Jato Ex-candidato presidencial faz uma crítica que nem parece crítica à criminosa operação golpista Em coluna publicada no último dia 5 na Folha de S. Paulo, Fernando Haddad procura apresentar-se como denuncista da prisão ilegal de Lula e da criminosa Operação Lava Jato. Segundo o petista, ela tem uma “banda podre”, com agentes parciais. No entanto, a verdade é que, desde o início, a Lava Jato foi uma completa armação imperialista com o objetivo exclusivo de executar o golpe de Estado, derrubar a esquerda do governo e perseguir seus líderes, como Lula. Haddad afirma que “é possível dizer que a Lava Jato recuperou recursos públicos” mas que esses recursos são “uma fração diminuta da riqueza nacional que a Lava Jato destruiu”. Ora, portanto não é uma recuperação. Até porque, esse suposto dinheiro recuperado tem sido utilizado pelos próprios agentes da Lava Jato, como foi a tentativa de criar um fundo com bilhões de reais que, na prática, foram roubados das empresas nacionais pela operação, para benefício exclusivo dos fantoches do imperialismo. Essa “banda podre” da Lava Jato, que na verdade é a operação em sua totalidade, devastou completamente a economia nacional para entregá-la a seu criador, o imperialismo. E, para isso, deveria limpar o cenário político daqueles que poderiam interferir nesse processo, como é o caso de setores da burguesia nacional com interesses diversos e contraditórios aos do imperialismo, e, logicamente, a esquerda com base operária – afinal, o proletariado é o grande agente capaz de enfrentar o saque imperialista. Assim, a Lava Jato agiu, por meio de órgãos como a Polícia Federal, como uma verdadeira operação de perseguição política, e a PF se tornou de uma vez por todas em uma polícia
política inspirada na Gestapo. Logo, a corrupção era apenas uma desculpa para prender adversários. Quando Haddad fala que a Lava Jato “nem sequer puniu todos os corruptos que estavam ao seu alcance”, demonstra uma ilusão e ingenuidade imensas, uma crença na propaganda de que a operação realmente teria o objetivo de combater a corrupção. E se a Lava Jato tivesse punido os “corruptos” todos? Estaria Haddad feliz? Trata-se, assim, de um apoio mal velado à repressão lava-jatista, pedindo, na prática, mais e mais prisões com a mesma desculpa usada pela direita golpista: o combate à corrupção. E o ex-candidato presidencial reforça essa posição quando declara, no mesmo artigo, que “as críticas à operação não podem mais ser atreladas à defesa da impunidade”. Além de sua crença na propaganda enganosa anticorrupção, Haddad demonstra novamente a posição da ala direita do PT, mais precisamente da
ala jurídica – a mesma que disse que Lula seria solto em dez dias, ou, como o próprio Haddad falou, que seria solto em setembro último (!). “Procuradores e auditores estão sendo processados, alguns criminalmente. A suspeição de um juiz, ministro de um governo que ajudou a eleger, será avaliada pelo STF”, escreve Haddad. Essa seria a “banda podre” da Lava Jato, e quem atestaria essa podridão seria o Judiciário, o mesmo que foi fundamental para o golpe de Estado e a prisão de Lula. Os crimes dos agentes da Lava Jato (não a operação como um todo, na opinião de Haddad) seriam, portanto, de ordem moral apenas, jurídica, e não política e social. O STF, na visão de Haddad, não apenas poderia punir os criminosos da Lava Jato, mas também libertar Lula, fazendo com que o Brasil volte “à arena da livre disputa democrática”. Isso, caso o Supremo se liberte “das amarras que querem lhe impor”. Portanto,
não apenas a Lava Jato não seria integralmente golpista e irregular (apenas alguns agentes seus), como também o reacionário e golpista STF seria um escudo para defender a democracia, STF esse que tenta se defender de ataques de terceiros. É justamente essa crença nas instituições golpistas completamente dominadas pela direita que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, à prisão de Lula e sua manutenção até hoje nas masmorras de Curitiba, e à eleição fraudulenta de Bolsonaro. Essa é a mesma crença que visa impedir o desenvolvimento da luta popular, de massas e nas ruas, contra o golpe e o governo Bolsonaro. Essa crença é parte integrante da argumentação da esquerda parlamentar para se adaptar ao governo de extrema-direita e terminar por sustentá-lo, fazendo com que o povo seja esmagado pela ditadura bolsonarista que se aprofunda a cada dia.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
PROFESSORES/SP
Mais de 5 mil rejeitam ataque de BolsoDória e aprovam greve no dia 18 Educadores atendem a chamado do Sindicato e aprovam mobilização contra Portaria 6/2019 e outros ataques Diante da Portaria 6/2019 que estabelece regras sobre as inscrições dos professores em exercício na rede estadual de ensino de São Paulo para atribuição de aulas em 2020 totalmente contrárias aos interesses da categoria, impondo como parte da pontuação classificatória dos professores o tamanho da jornada do professor (quanto maior, mais pontos), o Sindicato da categoria (APEOESP) convocou, para o dia de ontem, ato público para cobrar da Secretaria da Educação a revogação da medida e a abertura de negociações sobre o tema e sobre as demais reivindicações do professorado paulista. A enorme revolta dos professores fez com que – mesmo sem uma convocação mais ampla e sem um esquema de transporte dos professores de regiões mais distantes, mais de 5 mil professores comparecessem à atividade, em frente à Secretaria, na Praça da República, na Capital. Além desse novo ataque, a categoria amarga cinco anos de salários congelados e o governo do Estado mais rico do País vem descumprindo até mesmo decisão judicial que de-
terminou o pagamento de reajuste de 10,15% sobre os salários a partir de janeiro de 2018, para cumprir com a “Lei do Piso”; diante do fato de que os governos tucanos arrocharam tanto os salários que estes ficaram abaixo do miserável piso nacional dos professores. Os professores rejeitaram a Portaria e deliberam que se a mesma não for revogada a categoria entrará em greve a partir do próximo dia 18, quando foi marcada nova assembleia, na Avenida Paulista(MASP), com passeata até a Praça da República. A mobilização e decisões dos professores evidenciam o clima de radicalização que se desenvolve não apenas entre os professores paulistas, mas também em todo o funcionalismo e demais setores explorados contar o governo reacionário deJoão Dória (PSDB), apoiador do presidente ilegítimo de Bolsonaro e continuador da obra tucana de destruição do ensino público, em mais de 24 anos de governos, que se intensificou com o golpe de Estado de 2016. A assembléia discutiu a proposta de realizar uma marcha dos educadores
ao Palácio dos Bandeirantes, diante da necessidade de realizar uma mobilização que enfrente diretamente o governo, a proposta foi votada, mas – de imediato -a maioria dos presentes votou por realizar o primeiro grande ato no MASP, no dia 18. De qualquer forma a ida ao Palácio ficou como uma alternativa, para uma nova etapa da mobilização que pode ser uma impor-
tante alavanca para uma onda de lutas contra os governo direitas. A tarefa agora é mobilizar nas Escolas para realizar uma grande mobilização para derrotar o governo direitista de “BolsoDória”, para a qual devem ser convocados estudantes e pais de alunos para engrossar as fileiras da luta contra os ataques aos professores e a destruição do ensino público.
13º CONGRESSO NACIONAL DA CUT
Bancários em Luta engrossam fileiras pelo Fora Bolsonaro no 13º CONCUT CONCUT: organizar a ofensiva dos trabalhadores contra a direita golpista A Corrente Sindical Nacional Bancários em Luta está presente neste 13º Congresso Nacional da CUT, que se realiza na cidade de Praia Grande, litoral do estado de São Paulo, entre os dias 07 e 10 de outubro. O governo ilegítimo, Bolsonaro, nada mais é do que um capacho do governo norte-americano e um produto do golpe de Estado, que tem como uma das premissas fundamentais a entrega total da riqueza nacional e a liquidação das conquistas e direitos dos trabalhadores para satisfazer os interesses dos banqueiros e dos grandes capitalistas nacionais e internacionais. Na categoria bancária a política dos neoliberais, liderada pelo Chicago Boy, Paulo Guedes, é de aumento sistemático dos lucros dos banqueiros e, de terra arrasada para a categoria bancária. Demissões em massa, arrocho salarial, o aumento extraordinário das doenças laborais, tanto físicas quanto psíquicas, ocasionadas pela carga excessiva de trabalho e pelo assédio moral, exercido pelos chefetes de ocasião, para que os trabalhadores atinjam metas de venda de produtos bancários, descomissionamentos são apenas algumas das consequências em que estão submetidos os trabalhadores bancários na atual etapa do golpe de estado. Nos bancos públicos, os trabalhadores passam por uma gigantesca ofen-
siva da direita golpista com vistas à privatização, através da entrega das suas subsidiárias, conforme aconteceu, recentemente, no acordo de “parceria” entre o Banco do Brasil e a empresa UBS Suíça na BB Investimentos, passando para a UBS o controle acionário da BBI; ou mesmo com o leilão do setor de loterias da Caixa Econômica Federal, etc.
É no sentido, da defesa da categoria bancária, de seus direitos, conquistados através de mais de cem anos de muitas lutas, que os delegados de Bancários em Luta se apresentam nesse Congresso Nacional da CUT a proposta de realizar, imediatamente, uma ampla campanha junto aos trabalhadores bancários, os demais trabalhadores e toda a população, através da
organização de plenárias e atividades, que vise barrar a ofensiva da direita golpista contra a classe trabalhadora e, em particular a categoria bancária. Construir comitês de luta contra as demissões, privatizações, terceirização, etc., em torno da palavra de ordem que unifique todas essas lutas, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Eleições Gerais, Liberdade para Lula.
10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
ACIDENTES DE TRABALHO
Condenação da JBS é aumentada por descumprimento de normas de saúde Frigorífico JBS/Friboi de Diamantina/MT tem sua condenação aumentada pelo Tribunal Regional do Trabalho para R$ 300.000,00, aumentado de cinco para 12 irregularidades O Tribunal Regional do Trabalho do Mato Grosso (TRT/MT) aumentou a condenação do Frigorífico JBS para 300 mil reais por dano moral, em virtude do descumprimento de normas de saúde e segurança. O Frigorifico, localizado na cidade de Diamantino, município do estado de Mato Grosso, também teve aumentada a lista de obrigações de cinco para 12, incluindo itens referentes à segurança do sistema de refrigeração por amônia, caldeiras e prevenção de incêndio. As investigações foram realizadas pela Superintendência regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT), em julho de 2014 e dezembro de 2015, comprovaram violações de normas relacionadas às condições físicas e instalações das áreas de apoio, estação de tratamento de esgoto, caldeira e sala de máquinas. Na época foram interditados torno mecânico, seladoras de
embalagens e cortadoras de tripas. (FTIAPR – 08/10/2019) O Tribunal elevou o valor de 200 mil reais para 300 mil considerando o tamanho do frigorífico, o número de funcionários e também pela reincidência. De acordo com os juízes, já ocorreram vários casos semelhantes julgados anteriormente. Os valores de das multas pelo descumprimento das obrigações foram modificados. Ficaram estipulados para o sistema de “refrigeração por amônia”, “caldeira e equipamentos”, multa diária de 10 mil reais, anteriormente era de 50 mil reais. Fica cada dia mais evidente de que os patrões do grupo JBS/Friboi de Diamantina, e não é caso isolado, não dão a mínima importância às condições de saúde e segurança de seus funcionários, principalmente porque a multa, para eles, diante dos altíssimos lucros representa um valor ínfimo, irrisório que já é com-
putado nas despesas, além do fato de poderem recorrer das sentenças e até revertê-las. Tanto é assim que, em média, durante o ano, foi realizado um levantamento e contatado que somente no grupo
JBS/Friboi eram registrados mais de 34 mil processos. Ou seja, para os trabalhadores as doenças, falta de proteção e incapacidade pelo restante de suas vidas e até morte, para os patrões o constante aumento de seus lucros.
PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS
Golpistas dos Correios falam em retirar 2 bilhões dos trabalhadores General golpista, presidente dos Correios anuncia que empresa precisa economizar mais de 2 bilhões até 2020 para agradar empresas que querer botar a mão na ECT Em matéria publicada pelo jornal golpista Valor Econômico, dirigentes da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anuncia que empresa precisa retirar mais de 2 bilhões dos Correios para entregar a empresa enxuta para capitalistas do mercado postal. Segundo os golpistas, a ECT é uma empresa deficitária, apesar dela ter dado lucro de quase 700 milhões de reais no ano de 2017, e quase 200 milhões em 2018 e para esse ano a empresa tinha a estimativa de lucrar mais de 500 milhões, no entanto, os golpistas gastaram cerca de 350 milhões com as demissões no PDI (Pedido de Demissão Incentivada). Todo esse desespero dos golpistas para enxugar a ECT faz parte da polí-
tica dos lesa-pátria do país, que estão acabando com as empresas nacionais para entregá-las quase de graça para os parasitas do mercado postal. Essa política tende a deixar no rastro da privatização milhares de trabalhadores desempregados, e a retirada de milhões de reais da economia brasileira, o que levará ao aumento da pobreza no país. Nesse sentido a luta contra a privatização dos Correios é uma luta de todos os brasileiros, e deve ser organizada através de comitês de luta contra os privatistas, através da palavra de ordem de “manutenção da ECT pública e estatal” pelo “fora Bolsonaro e todos os golpistas”, com eleições gerais e liberdade para Lula.
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
NEGROS E JUVENTUDE | 11
RACISMO NO PRÓPRIO TRABALHO
Deficiente auditivo é torturado em supermercado e chamado de macaco Em um supermercado da cidade de Caxias, Rio Grande do Sul, um funcionário foi preso na escada no estabelecimento, sendo humilhado em vídeo aos gritos de “mudinho” e “macaco”. O racismo na sociedade capitalista é vigente em toda parte do mundo. Muitos são os povos massacrados por duros períodos coloniais e de intervenção imperialista, na qual são colocados em uma situação social e econômica inferior aos demais, vindo a sofrer discriminação, racismo e ataques pela parte que se coloca como “superior” na sociedade. Com o avanço da extrema-direita no Brasil, após o golpe de Estado, temos no posto de presidente da república um fascista, declarado forte inimigo de toda a população, sobretudo daqueles grupos mais esmagados, como o indígena, a mulher, o LGBT e o negro. Este último, grupo que está longe de ser minoritário na sociedade brasileira, representa justamente o setor mais pobre da população, estando presente em grande número nas periferias e representando o maior alvo
da política de extermínio do aparato de repressão do Estado. Com a ofensiva dos fascistas, muito se vê no Brasil um estado de conforto da extrema-direita, que não sendo devidamente barrada pela esquerda, coloca-se ativamente em uma política contra a população. Um dos casos mais recentes, que denotam a forma com que a população negra é tratada no Brasil, é o que aconteceu a um funcionário de supermercado no estado do Rio Grande do Sul. A situação ocorreu quando dois funcionários de um supermercado amarram um outro funcionário, negro e surdo, em uma escada do estabelecimento no dia 26 de setembro, no bairro Lourdes em Caxias do Sul, tendo tudo sido gravado. O jovem de 22 anos teve seus pulsos amarrados e as costas presas ao corrimão, de uma escada que de acor-
do com os relatos indica ser a que leva ao depósito do supermercado. Além disso, os funcionários humilharam e iniciaram um estado de tortura com o jovem. Chamando-o de “mudinho” e exigindo que ele se rebaixasse frente as câmeras. Não sendo suficiente apenas te-lo atacado por sua deficiência física, o jovem foi chamado diversas vezes de “macaco” durante o vídeo, pondo o mesmo em uma situação em que encontrava-se preso e desesperado, sem receber qualquer ajuda enquanto era ameaçado. A vitima trabalhava no estabelecimento havia 5 anos, e de acordo com a mãe, já sofria diariamente no local todos os dias desde que entrou. O supermercado Andrezza apenas disse ser “lamentável” o ocorrido, demonstrando que a prática está longe de ser um real problema no local.
Enquanto este jovem é atacado em seu próprio local de trabalho no Rio Grande do Sul, tal prática não se mostra isolada no restante do Brasil. A única transformação que irá de fato resolver o problema do povo negro, junto as minorias presentes na sociedade, é a sua emancipação, destruindo a sociedade capitalista que o esmaga na miséria e na repressão, levando-o a superação das grandes diferenças sociais e econômicas presentes na sociedade. O governo operário é o único caminho que poderá solucionar o problema do negro, mas para tal precisamos derrotar o golpe e o governo Bolsonaro, soltar Lula e todos os presos políticos, em uma grande investida contra a burguesia. A palavra de ordem do povo negro é a mesma de todos os excluídos: Fora Bolsonaro, Liberdade para Lula e Eleições gerais. O primeiro passo na luta pela sua emancipação.
REPRESSÃO POLICIAL NA UFGD
MS: interventora bolsonarista vai militarizar universidade em Dourados Interventora Mirlene Damázio chama aparato policial para reprimir estudantes e professores em protesto na UFGD no Mato Grosso do Sul No último dia 26 fora realizada uma reunião do Conselho Universitário (Couni) na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Grosso do Sul, após pressão de estudantes e professores que pediam uma posição da universidade, em que rechaçar-se o projeto “Future-se” e a privatização do ensino. Liderado pela interventora Mirlene Damázio, escolhida a dedo, por fora das eleições, pelo Ministério da Educação, todo um aparato de repressão foi organizado para intimidar a comunidade acadêmica em que estava em protesto. Com o desenvolvimento da situação, os guardadas postos no local foram expulsos e a interventora se recusou a participar do conselho, se trancando em sua sala e reunindo-se com representantes da direção, indo totalmente contra a participação do público acadêmico no conselho, ferindo um direito básico na democracia da instituição. Os policiais foram novamente chamados, entrando na universidade, bloqueando todos toda a área em torno da sala da interventora. Tudo isso gerou forte represália contra o estudantes e professores presentes, que não intimidados pela ação da escolhida pelo governo do fascista Bolsonaro, resolveram iniciar e realizar todo o Couni sem a participação da interventora, escondida em sua sala com medo dos estudantes. No Couni foi deliberado por unanimidade contra o projeto “future-se”, além de novamente deixar claro que
não reconhece Mirlene como reitora da universidade. A ação em conjunto com a polícia nada mais foi que um projeto já encaminhado pela reitora dias antes. Demonstrando que a intenção do bolsonarismo é avançar na militarização das escolas e universidades, onde neste caso de Mato Grosso do Sul, a interventora fascista utiliza-se de todo aparato de repressão contra os estu-
dantes e professores, quebrando totalmente a independência acadêmica em relação ao estado e seus órgãos de repressão, que hoje estão cada vez mais controlando todas as instituição, consolidando a ditadura nas universidades. O governo liderado pelo fascista Jair Bolsonaro já interveio em dezenas de universidades por todo país, anulando as eleições internas de cada instituição
e barrando a voz da comunidade acadêmica na escolha de seus representantes. Esta política adotada junto ao MEC representa uma clara tentava de por efetivamente na mão dos golpistas todas as instituições brasileiras, colocando a Universidade, grande ponto de mobilização e troca de informações da sociedade, em um estado de puramente ditatorial, onde o estudante e nem o professor podem se expressar, muito menos protestar. Se o projeto “future-se” é um passo largo para a privatização total do ensino público no país, as intervenções representam nada mais que a formação da ditadura nas universidades. Em conjunto com a ditadura geral, que censura e impede protestos, temos um fortalecimento das atividades policiais e militares, na qual invadem as instituições ameaçando a comunidade acadêmica. Como isto não bastasse, a tendência é de total militarização do ensino, um gigantes golpe na educação brasileira, e uma retomada ao período militar, a ditadura generalizada em todos os locais. Devido a esta situação, os estudantes e professores devem avançar ainda mais na mobilização nacional contra o governo de Bolsonaro. O caminho dos atos já foi demonstrado como um importante passo na luta, agora precisamos unificar todos estes setores sob a mesma política, colocando abaixo o governo Bolsonaro, garantindo a defesa das escolas e universidades, e impedindo a ditadura que cresce em todo país após o golpe de Estado.
12 | MULHERES
NEM TODAS TÊM ACESSO À EXAMES
Aumento da desigualdade impede o acesso de mulheres pobres à saúde Golpistas são contra investir em saúde de qualidade e gratuita Como acontece todos os anos, durante o mês de outubro, o governo “investe” em campanhas do chamado “Outubro Rosa”, que se refere à luta das mulheres contra o câncer de mama e a importância de realizar os exames corretamente, além de saber identificar possíveis sintomas da doença. Mas, como tudo num sociedade desigual, nem todas as mulheres tem a oportunidade de se cuidarem. Essa afirmação se baseia na última Pesquisa Nacional de Saúde sobre o câncer de mama, em 2013, onde os resultados mostram que, levando em consideração somente as mulheres com nível superior, entre 50 e 69 anos, 80% já fizeram uma mamografia. Em relação às mulheres com baixa escolaridade, com nível fundamental incompleto ou sem nível superior, esse percentual cai para apenas 50%, sendo a região Norte do Brasil a que possui o número mais baixo de mulheres que já conseguiram fazer uma mamografia, chegando a somente 30%. Esses dados são mais do que preocupantes, principalmente porque somente em 2019, o número de casos de câncer de mama deve chegar a 60 mil no Brasil e grande parte das mulheres trabalhadoras não tem acesso aos exames preventivos necessários, muito menos à cartilhas que expliquem sobre a doença. Liz Almeida, chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do Instituto Nacional do Câncer (Inca), chama atenção para essa discrepância nos números, lembrando que: “em cada região pre-
cisamos dar uma atenção diferenciada a questões como grau de informação, qual é a possibilidade de acessar os exames preventivos e o tratamento. Temos que olhar de forma desigual para uma situação de desigualdade e tratar essa situação de forma desigual”. Como ela afirma, a questão regional pode ser decisiva na saúde da mulher, que constantemente sofre com a falta de recursos em cidades pequenas. Contudo, até em algumas capitais, a situação é absurda. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, de 2018, mostrou que menos de 70% das mulheres de
Boa Vista, Rio Branco, Fortaleza e Macapá haviam feito uma mamografia nos últimos dois anos. A faixa etária dessas mulheres é de 50 a 69 anos. E Salvador, esse percentual chega a 86%. Lembrando que quando diagnosticado em seu estágio inicial, o câncer de mama tem 90% de chances de cura, algo que possibilita tratamentos menos agressivos. Infelizmente, a prevenção é quase um luxo numa sociedade desigual como o Brasil, afundado em uma crise catastrófica, com um governo golpista que assalta o bolso dos idosos e da
classe trabalhadora, que retira direitos, que corta investimentos em áreas de suma importância como a saúde e que condena as mulheres pobres praticamente à morte. Não adianta todo ano o governo golpista investir em campanhas sobre exames que muitas das mulheres nunca nem poderão fazer. Enquanto todas as cidades, por menores que sejam, do País não tiverem acesso livre e gratuito à saúde de qualidade, essas campanhas de Outubro Rosa, especialmente vindas da direita golpista, não passarão de pura demagogia e cinismo.
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MORADIA E TERRA E ESPORTES | 13
VIOLÊNCIA CONTRA OS ÍNDIOS
Juiz bolsonarista quer expulsar índios Pataxó em Prado, na Bahia Decisão da justiça golpista deu aval para reintegração de posse contra os índios Pataxós da Bahia A comunidade indígena Cahy, localizada na Terra Indígena Comuruxatibá na Bahia, do povo Pataxó, está sob ameaça de uma reintegração de posse levada a diante pela justiça golpista. O juiz Guilherme Bacelar confirmou a sentença de mérito do processo de reintegração de posse da área no último dia 10 de setembro, o qual havia sido barrado pelo Supremo Tribunal Federal em 2017. A Terra Indígena, dividida em 14 aldeias, é composta por mais de 15 mil indígenas. A ameaça de reintegração de posse não é primeira contra os índios. Desde 2015, a comunidade indígena Pataxó vêm sendo ameaçada pelos interesses da especulação imobiliária. A Terra Indígena do povo Pataxó fica localizada na região da Mata Atlântica, a riqueza natural do local, como as praias, atraem o interesse dos vampiros do setor imobiliário. A ação contra os índios sempre foram violentas. Em 2015, por exemplo, um grupo armado invadiu a comunidade Cahy e queimaram uma maloca indígena que continham pertences do
índios. Logo em seguida, os índios foram atacados a tiros em outra ofensiva dos pistoleiros. Em 2016, em mais uma reintegração de posse, os índios tiveram suas casas, escolas e postos de saúde derrubados por tratores. No caso em questão, a reintegração de posse foi acompanhada por mais de 100 policiais federais, civis e militares. Trata-se de uma área tradicional dos índios Pataxó. Nos últimos anos, com o avanço da especulação imobiliária, o assédio contra os índios somente aumentou. O que ficou demonstrado na decisão do juiz federal favorável a reintegração de posse, mesmo o STF tendo já realizado julgamento contrário a reintegração. É preciso mobilizar os índios contra a reintegração de posse promovida pela justiça golpista, organizar os comitês de autodefesa nas comunidades para reagir as investidas dos empresários e seus lacaios. Mobilizar todas as comunidades indígenas do país, em conjunto com os outros setores populares, pela derrubada do governo Bolsonaro. Fora Bolsonaro!
CENSURA CONTRA AS ORGANIZADAS
Guerra contra as torcidas: Sport quer que organizadas não vão a jogo Aos poucos, as diretorias dos clubes tendem a suprimir as torcidas organizadas, principalmente por elas representarem algum tipo de organização da classe trabalhadora A direção do Sport Club de Recife, de forma completamente injusta, tentou atacar as torcidas organizadas tanto de seu time, quanto do time adversário, tentando impedi-las de irem ao jogo Sport x CRB, de Alagoas, na última segunda-feira (7). O estádio Rei Pelé, em Maceió, foi palco dessa 27º rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Segundo o comunicado da direção do Sport, com assinatura da vice-presidência, eles gostariam de “evitar confrontos entre torcidas (já ocorridos anteriormente), como forma de contribuir para o evento, em clima de segurança”, contudo, essa tentativa de afastar as torcidas organizadas mais parece um mecanismo de afastar do evento as pessoas mais pobres que, para as diretorias, não são polidas o suficiente para passarem um jogo inteiro sentadas. O clube ainda quis contornar a história, afirmando que o objetivo era, também, de evitar prejuízos para a instituição “decorrente de interpretações de responsabilidades inapropriadas”. Essa atitude é reflexo da situação onde os dirigentes estão indo cada vez mais contra os torcedores, já que as torcidas organizadas são, por excelência, um instrumento popular criado justamente para democratizar os clubes e combater as burocracias dirigentes. Há uma guerra aberta contra as organizadas em todo o País, principalmente em relação às torcidas orga-
que ele provavelmente não pensou é que principalmente os jovens vêem o futebol como lazer e cultura, e tirar isso deles é marginalizá-los, até por sua classe social. Aos poucos, as torcidas organizadas tendem a ser suprimidas pela burocracia dos clubes e estádios, quase como se fossem criminosas, e o que aparenta estar por trás é uma manobra política e de marginalização do povo, minando a participação popular em uma área que é uma das principais representantes da cultural brasileira, que é o futebol, principalmente pelo esporte ter uma carga política e de representatividade grande das classes mais pobres. Confira a nota da diretoria do Sport:
nizadas que possuem um tom político em suas manifestações futebolísticas, dentro ou fora dos estádios. Essa não é a primeira vez que o Sport tentou barrar as Torcidas Organizadas dos jogos do time, em 2016 o clube conseguiu banir uma das maiores Torcidas Organizadas deles, a Torcida Jovem, sendo obrigadas a fica de
fora de todos os jogos, dentro ou fora do País, incluindo amistosos e treinos. Naquela época, o presidente da instituição, João Humberto Martorelli, afirmou que: “estamos dedicando todos os nossos esforços para banir as torcidas organizadas violentas, sobretudo a Jovem, que tem um grande histórico de atos de vandalismo e criminal”. O
A Vice-Presidência da Torcida dá ciência aos desportistas e torcedores do Sport Club do Recife, que adotou providências no sentido de aconselhar as Torcidas Organizadas, a não comparecer ao Estádio Rei Pelé, no dia 07/10/2019 para assistirem ao jogo CRB X Sport, pelo Campeonato Brasileiro Série B – 2019, a fim de evitar confrontos entre torcidas (já ocorridos anteriormente), como forma de contribuir para o evento, em clima de segurança, e assim, concorrer para que não haja qualquer tipo de prejuízo para o Clube, decorrente de interpretações de responsabilidades inapropriadas.
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