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SEXTA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5792
Fora Moreno! Fora Bolsonaro!
O
povo equatoriano se levantou contra seu presidente ilegítimo. Lenín Moreno foi eleito somente graças ao apoio que recebeu do ex-presidente Rafael Correa, seu partido e sua base social de trabalhadores, juventude, indígenas e camponeses. Foi eleito para ser a continuidade do nacionalismo burguês progressista, mas simplesmente traiu completamente seus compromissos e vem implementando uma política abertamente neoliberal e reacionária.
PSTU/Conlutas e suas posições bolsonaristas Entre os dias 3 e 6 de outubro ocorreu o 4º Congresso da CSP-Conlutas na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo, e ao final do congresso, ficou evidente uma posição política suicida com a aprovação de resoluções com as mesmas posições do imperialismo e dos bolsonaristas.
Bolsonaro culpa Maduro por derramamento de óleo no Nordeste Há cerca de um mês, começou a surgir manchas de petróleo no litoral da região Nordeste do Brasil. Há divulgação dessas manchas de óleos em algumas praias de Sergipe e Alagoas foram minimizadas pelos órgãos oficiais do governo Bolsonaro. Um mês passado do surgimento dos primeiros sinais de contaminação, todos os Estados do Nordeste já apresentaram sinais graves de contaminação e que já confirmadas em mais de 120 praias. As estimativas mais “otimistas” apresentam pelo menos 100 toneladas de petróleo em estado bruto em todo litoral nordestino e está se configurando como um grande desastre ambiental.
Temer também quer “Direitos Já” Terça-feira (8), o tucano Fernando Guimarães, que coordena a frente Direitos Já, divulgou em sua conta no Facebook que teve um encontro o usurpador golpista Michel Temer. Fernando Guimarães
A Folha não falhou, sempre foi reacionária Domingo (6), a Folha de S. Paulo publicou o que seria sua autocrítica em relação à cobertura do jornal sobre a operação Lava Jato. Sob o título “A Folha faz autocrítica”, a ombudsman do jornal, Flávia Lima, publicou o que seria o reconhecimento de um “erro”.
anunciou alegremente que Michel Temer, uma das principais figuras do golpe de 2016, “manifestou integral apoio ao Direitos Já! Fórum pela Democracia”. Essa é mais uma aliança que demonstra o caráter
da frente Direitos Já!, lançada mês passado com um encontro no teatro TUCA, da PUC, em São Paulo. Trata-se de uma frente com o chamado “centrão” e com a direita tradicional do regime político.
Moro encobre tortura de presas no Pará Maycon Cesar Rottava, coordenador da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, foi afastado, na sextafeira (4) de suas funções pela justiça por causa de uma denúncia do Ministério Público Federal de que seus agentes torturaram detentos no Pará. O afastamento foi publicado no Diário Oficial da União.
Congresso da CUT evidencia tendência de luta e polarização Terminou nessa quinta, dia 10, o 13º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT) – denominado “Congresso Lula Livre”, realizado em Praia Grande, e iniciado no último dia 7.
2 | OPINIÃO E POLÊMICA
ESQUERDA BOLSONARISTA
PSTU/Conlutas e suas posições bolsonaristas As posições tomadas no Congresso da Conlutas são as mesmas posições dos bolsonaristas e do imperialismo em questões fundamentais da situação política atual Entre os dias 3 e 6 de outubro ocorreu o 4º Congresso da CSP-Conlutas na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo, e ao final do congresso, ficou evidente uma posição política suicida com a aprovação de resoluções com as mesmas posições do imperialismo e dos bolsonaristas. O Congresso realizado em um momento de agravamento da crise e de aumento da polarização política demonstrou a completa falência da Central Sindical. Dominado pelo PSTU, a situação política forçou os delegados a discutir questões como o fora Bolsonaro, a liberdade de Lula, operação Lava Jato e sobre a Venezuela, aprovando resoluções que colocam a Central Sindical CSP-Conlutas extremamente alinhada com posições defendidas pelo governo Bolsonaro. Uma primeira constatação do congresso é que durante todo o evento a luta pela derrubada do governo Bolsonaro foi pouco discutida e o Fora Bolsonaro foi apresentado apenas por um grupo minoritário de maneira muito envergonhada. A posição foi amplamente rejeitada pelo PSTU e seus grupos, tanto que não aparece nas resoluções. A justificativa apresentada por representante do PSTU e da centra sindical é que os trabalhadores estão se aproximando do Fora Bolsonaro, mas que estes ainda não fizeram a experiencia com o governo. Outro ponto de convergência com os bolsonaristas foi a aprovação de uma resolução que defende a conti-
nuidade da prisão de Lula e contra a entrada na campanha pela liberdade de Lula. A resolução diz “não nos somaremos à Campanha Lula Livre (que o PT tem todo o direito de fazer), pois ela visa na verdade dar um atestado de inocência a Lula e ao PT, em uma campanha eleitoral antecipada em defesa de um novo projeto de conciliação de classes, e porque divide o movimento de massas”. A resolução é o mesmo posicionamento da direita que afirma apesar dos “excessos” da operação Lava Jato, mas que Lula tem que ser julgado, pois existem denúncias. A resolução esconde que as mensagens divulgadas pelo sítio The Intercept Brasil revelam justamente o contrário. Mostram que o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da operação Lava Jato forjaram provas, depoimentos e testemunhas para incriminar Lula e o PT. Há ainda a aprovação de uma resolução favorável a luta contra a corrupção poderia ser aprovada no congresso do Movimento Brasil Livre (MBL). Apresentam a luta contra a corrupção como uma necessidade e como reivindicação da maioria da população, muito similar a ideia propagada e repetida pela imprensa golpista. A resolução apresenta de maneira genérica “defender a luta contra a corrupção com a prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores” e que “a luta contra a corrupção e a exigência de prisão de todos os corruptos
e corruptores são exigências legítimas e democráticas da ampla maioria da população, principalmente num país como o Brasil em que reina a impunidade aos ricos e poderosos, enquanto a justiça burguesa é conivente com o genocídio e o encarceramento em massa do povo pobre.” A central sindical comandada pelo PSTU, se esquece que os países imperialistas se utilizam da suposta luta contra a corrupção para derrubar governos nacionalistas em países atrasados para impor seus interesses. Tanto é verdade que a operação Lava Jato serviu para justificar a privatização da Petrobrás, destruir empresas brasileiras que estavam entrando em mercados internacionais, como a empreiteira Odebrecht e outras de menor porte, em países como Peru, Venezuela, Equador e outros. Ou seja, a operação Lava Jato e toda a luta contra a corrupção não passou de uma ferramenta do imperialismo para intervir diretamente no Brasil e colocar em marcha um plano de destruição da economia nacional, entrega das riquezas do país e de retirada dos direitos da população. Sobre a situação internacional, as resoluções aprovadas no congresso seguem a mesma posição da direita. A mais gritante é a resolução sobre a Venezuela. Segundo a resolução toda a culpa da situação atual da economia venezuelana, assassinatos de sindicalistas e lideranças do campo são culpa das ditaduras chavistas que possuem um governo neoliberal.
“Não há mais dúvidas que, além da exploração econômica e crise social por quer passam os venezuelanos, também as suas liberdades democráticas estão suprimidas, ou profundamente ameaçadas. Não há nada de progressivo a defender no governo da Venezuela. É um governo neoliberal e, há alguns anos, ditatorial, que precisa ser derrubado urgentemente!”. É lamentável a posição, e também esconde que a crise da economia venezuelana tem origem, principalmente, no bloqueio econômico imposto pelos EUA e outros países imperialistas. Apesar de absurdas, não é de se estranhar essas posições do PSTU e da Conlutas. Durante todo o processo de golpe de Estado, prisão de Lula e que levaram Bolsonaro a presidência, se colocaram na mesma posição da direita golpista. Colocaram as palavras de ordem “não teve golpe” a defesa do “Fora todos”, “Fora Dilma” e “Lula é culpado”, e agora continuam nesse processo de aproximação do imperialismo e da política do Bolsonaro. Com essa política suicida, a Conlutas revela uma política extremamente confusa e reacionária, que nem conseguem apresentar mais propostas direitistas com verniz de esquerda diante do acirramento da polarização política. Se afundam até o pescoço em posições que estão levando a central sindical e seus partidos e grupelhos a falência.
COLUNA
O Partido da Imprensa Golpista contra Neymar Por Henrique Áreas de Araujo
Não é surpresa que o retorno de Neymar à Seleção Brasileira fosse acompanhado por nova carga de ataques contra o principal jogador do Brasil. Comemorando sua 100ª partida pelo escrete canarinho no jogo desta quinta-feira (10) contra Senegal, que terminou empatado em 1 a 1, em Cingapura, o atacante brasileiro voltou a ser alvo da imprensa golpista brasileira. O conteúdo do ataque contra o brasileiro é muito significativo pois coloca às claras que há uma campanha sistemática e articulada contra ele. Para quem ainda nutria – ou nutre – alguma dúvida sobre tal campanha – que este Diário vem denunciando há muito tempo – uma análise do comportamento da imprensa capitalista nas últimas notícias sobre Neymar e a Seleção são bastante esclarecedores. Vamos aos fatos. Neymar concedeu entrevista coletiva na véspera do jogo contra o Senegal. Até aí, tudo poderia ser normal,
mas não foi. As manchetes procuraram mostrar um Neymar arrogante por ter falado que dito que é normal um jogador decisivo como ele deveria ter “privilégios”. O “privilégio” é o simples fato de que Tite convocou o jogador como titular mesmo após os meses de lesão. Só mesmo uma criança poderia pensar que a imprensa capitalista é neutra. É o “Partido da Imprensa Golpista” muito bem difundido pelos jornalistas independentes. Mas esse partidarismo da imprensa não se dá apenas no terreno estritamente político, seria muita ingenuidade acreditar em algo desse tipo. Em todas as esferas, a imprensa cumpre seu papel de propagandista ideológica, a serviço de poderosos interesses econômicos. Deveria ser óbvio que o apanhado de matérias, notícias e colunas apresentando Neymar, Tite, a Seleção e o próprio futebol brasileiro de uma maneira padrão faz parte de
uma campanha articulada pelo PIG. Nesse sentido, o menos importante, para não dizer completamente irrelevante, é a posição política de indivíduos. O que Neymar pensa sobre Bolsonaro e a política nacional só serve para confundir o problema político geral. Para a esquerda pequeno-burguesa, que cai sistematicamente na campanha da imprensa pró-imperialista, é preciso fazer uma advertência: analisar um problema político geral a partir de um posicionamento de um ou vários indivíduos é não apenas um erro, é anticientífico e anti-marxista. Dito isso, temos duas hipóteses diante da campanha da imprensa, que são excludentes. A primeira: deveríamos crer que a imprensa capitalista, que em todas as esferas da vida social obedece aos interesses econômicos mais poderosos, está correta apenas no caso específico de Neymar e a Seleção. Ou seja, pela primeira
vez e talvez única vez a imprensa capitalista está em contradição absoluta com os interesses econômicos. A segunda hipóteses é que existe uma força econômica poderosa que visa, através da imprensa capitalista, colocar em marcha um ataque contra o futebol brasileiro e o próprio Neymar. A não ser que sejamos crianças, é óbvio que só podemos chegar à segunda conclusão. O que está em jogo é uma campanha articulada contra Neymar. Mas o alvo principal não é o craque brasileiro, mas o futebol brasileiro como um todo. Ataca-se Neymar e Tite para desestabilizar a Seleção. Não iremos repetir aqui todos os motivos que o imperialismo tem em atacar o futebol brasileiro. Mas de um ponto de vista geral apenas vamos dizer que o futebol é um bilionário negócio e os principais monopólios imperialistas não podem suportar que um país atrasado como o Brasil tenha qualquer domínio no esporte.
OPINIÃO| 3 COLUNA
Lula, entre o Nobel e París! Coluna de Carlos Lungarzo, colaborador do DCO
Partidários do PT e da esquerda amiga manifestam nas redes sociais e na mídia progressista expectativas e interrogantes sobre o prêmio Nobel da Paz ao qual Lula é candidato. A presidenta Comitê Nobel da Noruega, a advogada e ex ministra de justiça Berti Reiss-Andersen, anunciará o resultado à imprensa credenciada nesta próxima sexta feira. Por outro lado, a prefeitura de París concedeu a Lula a cidadania de Honra, como reconhecimento a sua luta contra racismo e seus programas sociais que tiraram 30 milhões de pessoas da miséria absoluta. https://www.lexpress.fr/actualite/ societe/l-ancien-president-bresilien-lula-fait-citoyen-d-honneur-de-la-ville-de-paris_2101448.html Neste artigo quero discutir as expectativas sobre o prêmio Nobel, e comparar com a distinção dada pela cidade de París há 4 dias. O Prêmio Nobel da Paz É literalmente impossível fazer uma predição razoável sobre quem ganhará o Nobel, mesmo aceitando uma margem de erro grande. O máximo que é possível suspeitar é quem será excluído. Os milhares de “apostas” que aparecem na Internet são simples chutes que podem dar certo por um acaso (não com base na probabilidade) ou podem dar errado, como aconteceu muitas vezes na escolha dos Prêmios Nobel ao longo da história. As dificuldades para dar um palpite aproximado são várias. 1) O quase total sigilo que o Comitê mantém sobre estes dados: O nome dos candidatos indicados. O nome dos indicadores principais, que são pessoas ou instituições de grande prestígio, alguns já merecedores do Nobel. O nome dos indicadores menores, que são especialistas em temas afins de diversos países do mundo, cujo número [o dos países] também é sigiloso. Os candidatos cujo nome se conhece, como no caso de Lula, Raoni, Greta, Merkel e vários outros foram divulgados pelos próprios especialistas que os recomendaram. O sigilo é do Comitê Nobel, pois ele não publica absolutamente nenhum elemento que permita identificar os candidatos. Mais ainda, após terminado o processo e publicada a escolha dos ganhadores, os detalhes das deliberações ficarão arquivados durante 50 anos. As leis escandinavas protegem a privacidade das pessoas. 2) As únicas duas informações publicadas pela Fundação Nobel são: (a) O número de candidatos recomendados, que, para o caso da Paz de 2019 são: total: 301; indivíduos: 223; instituições: 78. (b) O nome e perfil dos cinco jurados do prêmio, que são escolhidos pelo Parlamento Norueguês
por mandatos de seis anos. Falarei deles em seguida. 3) Outro fator de sigilo é o mutismo dos jurados. Apesar das diferentes ideologias, pontos de vista e qualidade técnica dos jurados, todos eles coincidem na disciplina do sigilo. Então, é impossível qualquer furo da mídia. 4) O isolamento dos jurados. Entre Fevereiro e Março, o Comitê faz uma lista curta, com os candidatos que chegarão ao final. Entre Março e Agosto, há uma revisão geral por assessores. Finalmente, no começo de outubro, o Comitê faz as escolhas. Em tese, esses jurados não se expõem à pressão da opinião pública, embora ninguém saiba se são influídos ou não por opiniões publicadas que estão bem fundadas, ou se restringem aos dados que eles mesmos obtiveram. Talvez a opção da fonte seja exclusivamente um assunto pessoal. A Folha Corrida dos Jurados Os cinco jurados/as deste ano são os/as seguintes: • A presidente do Comitê Berti Reiss-Andersen é membro destacada do Partido dos Trabalhadores norueguês (Arbeidarpartiet), pelo qual foi secretária de Estado do Ministério da Justiça e é coautora de dois livros de romances policiais. Ela foi defensora pública do distrito de Oslo. Muito comprometida com as causas dos perseguidos, chegou a entrar em conflito com a primeira ministra conservadora, quando esta recusou a somar-se a condenação da ditadura
chinesa quando o Nobel Liu Xiaobo morreu numa prisão. Ela teve seu pedido de visto recusado pelos chineses quando quis comparecer ao funeral do ativista morto. • Thorbjørn Jagland: Também membro do PT da Noruega, foi 1º ministro (primeiro- ministro (1996 a 1997), Ministro Relações Exteriores (2000-2001) e presidente do Parlamento (2005-2009) e (2005-2009). Ambos seriam favoráveis a votar num candidato de esquerda, mas, mesmo no caso do Brasil, haveria dois candidatos, Raoni e Lula. Não sabemos todos os candidatos de esquerda que possa haver nos outros países, mas podem ser muitos. Além disso, o perfil que conheço deste dois jurados não me permite discernir se prefeririam votar por indivíduos ou por instituições, já que seus votos anteriores não são conhecidos, como fica claro da condição de privacidade. • O vice presidente do Comitê é HENRIK SYSE (n. 1966) um professor, educador, escritor e filósofo, sendo atualmente pesquisador de alto nível do Instituto de Pesquisa sobre a Paz de Oslo (PRIO), considerado o mais respeitável instituto sobre a Paz a escala mundial. Ele também é radialista e conduz um programa sobre Os Beatles. Junto com outros dois autores, escreveu um livro de fontes clássicas sobre Religião, Ética e Guerra, em inglês: https://www.amazon.com/ Religion-War-Ethics-Sourcebook-Traditions/dp/052173827X. Ele é tido como um bom conhecedor da filosofia de Santo Agostinho, e se especializa
na relação entre ética e a vida cotidiana. Ele declara não ser oposto ao capitalismo. Do pouco que li de sua autoria não posso deduzir sua posição ideológica, mas acredito seja um luterano de centro, com ideias semi-conservadoras porém solidárias e pacíficas. Seus colegas americanos o consideram anti-capitalista, porque critica a voracidade financeira. Pode ser uma mentalidade afim com a de Lula, mas provavelmente ele nunca descubra. • ANNE ENGER (n. 1949) membro do Parlamento, foi líder do Partido do Centro de 1991-1999, de crenças conservadoras, e definidamente eurocética. Foi a principal dirigente da campanha contra a UE de 1994, e se lhe atribui o “triunfo” de que a Noruega se mantenha fora dessa comunidade. É contrária aos direitos reprodutivos femininos. Os analistas de esquerda a chamam de “Salvini de saia”. A acusam de fascista, xenófoba e racista. Veja este texto traduzido por computador. https://translate.google.com.br/ translate?hl=pt-BR&sl=no&u=https:// resett.no/2019/05/24/matteo-salvini-er-vare-dagers-anne-engerlahnstein/&prev=search • ASLE TOJE (n. 1974) é um investigador em política internacional, ou, mais precisamente, um propugnador de políticas defensivas e militaristas. Ele apoia o mercado sem limites, o estado mínimo, a aliança com os EUA e o conservadorismo de costumes. Mantém analogia ideológica com a direita polonesa. Deixando de lado a ideologia, sua produção intelectual é
4 | OPINIÃO escassa e medíocre, tratando quase sempre de generalidade e assuntos vagos, muito cheios de retórica e sem propostas concretas. Seu discurso é alicerçado por opiniões de senso comum da direita, especialmente da americana. Seu livro The European Union as a small power – after the post Cold War, https://www.amazon. com.br/dp/B009ATD2FM/ref=dp-kindle-edirect?_encoding=UTF8&btkr=1, é muito elogiado por alguns periódicos destinados a executivos e operadores do mercado financeiro. O livro está baseado em algumas entrevistas nos maiores países da EU, e contém em sua primeira parte um histórico da formação de Europa com base na organização das pequenas potências desde a Idade Média até o fim da 2ª guerra. As predições que ele faz para o século XX podem ser prováveis, mas não estão fundamentadas, e tudo indica que sugere uma fusão entre o poder militar e econômico europeu mais o americano. Sua propostas são bem recebidas na direita do partido Democrata, em especial dos consultores de Hillary Clinton, e também pelos Republicanos, mas não da fação do Trump. ********* O prémio Nobel tem um grande prestígio por ser o primeiro atribuído por regras que (apesar de permitir algumas arbitrariedades por parte dos jurados) possui um esquema disciplinado e uma metodologia explícita de aplicação. Antes de que fosse instituído, os únicos “prêmios” que existiam eram “benções” que os poderosos davam a seus subordinados, como condecorações, medalhas e outros fetiches, outorgados por aristocratas, monarquias, imperadores, ordens religiosas e militares. Alfred Nobel e sua amiga, a baronesa Bertha von Suttner, uma pacifista radical, criaram a única distinção que, em tese, se fundamentou em considerações humanistas e culturais, e foi concedida por um comitê de especialistas “imparciais”. Foi o única que, ao ser lançada, abrangia as disciplinas principais do começo do século XX, salvo música e artes plásticas (literatura, física, medicina, química e paz), que poderiam ser consideradas fundamentais para a felicidade humana. Após a Segunda Guerra, o Nobel foi o principal prêmio que estimulou a defesa dos direitos humanos e ignorou os privilégios de classe e o racismo. Apesar disso, o prêmio da paz teve vários premiados aberrantes, como o açougueiro de Kampuchea, Henry Kissinger e o político israelense Shimon Peres, que provocaram a renúncia de vários membros do comitê vigente naquela época, e abalaram a capacidade de julgamento dos membros da banca. Também o Nobel de Literatura foi bastante arbitrária, mas muito menos que o Nobel da paz, que está totalmente politizado.; O próprio Obama reconheceu que ele não merecia esse prêmio, pois estava liderando uma guerra. Um caso ainda mais escandaloso foi o de San-
tos, o presidente da Colômbia, um país em permanente estado de genocídio. A criação em 1968 do Nobel de economia (com o objetivo de agradar os banqueiros suecos que financiavam a Fundação) foi um aberto desafio ao testamento do fundador e à vontade da família Nobel, cuja quarta geração é muito ciosa da fidelidade aos princípios de humanismo e paz. Em 2001, o sobrinho bisneto da Alfred, Peter Nobel, tentou impedir que o prêmio para os gamblers neoliberais continuasse vinculado com o sobrenome “Nobel”, mas não teve sucesso. https://www.independent.co.uk/ news/world/europe/take-the-nobel-name-off-economics-prize-say-relatives-9169672.html Apesar de todo isto, o prêmio continua permanecendo no imaginário da burguesia que se acha culta e informada, e ainda é um dos carimbos preferidos para qualificar as pessoas públicas. ********* Um fato que faz notar Breno Altman no programa do canal 247 é que a condição recente de citoyen d'honneur de la Ville de Paris pode induzir a simpatia necessária para que a proposta de Lula como premiado possa ser aceita pela direita que está no júri. Apesar disso, ele acha pouco provável a nomeação. ********* Mesmo sabendo apenas a identidade de aqueles que foram já publicitados, isso não é suficiente para fazer qualquer conjectura justificada. Em meu caso, não tenho ideia de 80% dos candidatos. Há várias instituições com trajetórias impecáveis, como o ACNUR, porém, nem todos os julgadores têm perfil de aceitar instituições democráticas e altruístas. Minha principal incógnita é Henrik Sise. Ele parece um pacifista, mas não se mostra categórico contra a guerra; apenas diz, referindo-se a Santo Agostinho “… as guerras justas, se é que elas existem mesmo!”. A senhora Anne é claramente fascista, o que é infrequente nas instituições escandinavas, de acordo com as estatísticas. O “pesquisador” Asle é um burocrata com um estilo tendencioso e anticientífico, e uma pessoa da direita “institucional”, tipo o pessoal tucano no Brasil. Os únicos que parecem consistentemente de esquerda são os dois membros do PT. Mas, mesmo se Lula ganhasse o Nobel, não é fácil avaliar qual seria o peso que essa condição acrescentaria ao pessoa da solidariedade prestado por Paris. É sobre este assunto que desejo falar na última parte. ********* A Cidadania de Honra de París A cidadania de honra da cidade de París (que já havia sido concedida a
outro brasileiro célebre, o cacique Raoni) foi oferecida a Lula com o voto do Conselho (equivalente da câmara municipal) e encaminhado pela combativa Anne Hidalgo, uma defensora dos direitos humanos e ativa militante socialista, da aquela linhagem que transformou a França, em certas épocas, no centro da proteção mundial aos direitos humanos. (Me refiro a Léon Blum, Jean Jaures, Léon Bourgeois, François Mitterand e outros.) A cidadania de honra foi concedida também a um militante Black Panther, Mumia Abu-Jamal, que foi condenado a morte (depois comutada) por causa de uma falsa acusação de homicídio. Também a um fotógrafo prisioneiro da ditadura Ucraniana, e a outras figuras reconhecidas por serem resilientes à barbárie persecutória. Dois casos célebres foram o da livre pensadora bengali Talisma Nasrin, e o pavoroso episódio de fanatismo religioso representado pelo massacre do staff da revista Charlie Hebdo. www.wikiwand.com/fr/Liste_des_ citoyens_d%27honneur_de_la_Ville_ de_Paris O documento onde Anne Hidalgo defere a distinção a Lula mostra um claro conhecimento dos méritos do governo do PT e, ainda de maneira mais patente, denuncia a tramoia do criminoso sistema jurídico da Lava Jato e seus cúmplices. https://www.bfmtv.com/politique/l-ancien-president-bresilien-lula-fait-citoyen-d-honneur-de-la-ville-de-paris-1780318.html Pode traduzir-se o texto com o Google ou com o Word. A sintaxe do texto é simples e o resultado será planamente compreensível. Paris talvez seja a cidade mais interessante de nosso planeta, mas a cidadania de honra que ela concede não é bem entendida por todos. É preciso que expliquemos aos possíveis simpatizantes do PT que a cidadania de París não é apenas uma prêmio. É também, e sobretudo, um ato de solidariedade contra a perseguição. Esta solidariedade foi brindada a pouquíssimas pessoas, apenas 17, contando todas as vítimas do massacre de Charlie Hebdo. É preciso que nossa militância aprecie esta distinção e a faça conhecer em todos os setores sociais. Todo mundo ouviu falar de París, ou viu a Torre Eiffel em alguma foto, vídeo ou filme. Portanto, devemos explicar com capricho às pessoas indecisas: “Esses franceses fizeram a terceira revolução da história e a primeira de repercussão internacional; redigiram a declaração, mesmo incompleta, dos direitos humanos; inventaram o cinema; tiveram a melhor literatura de sua época; lutaram durante dois séculos contra o obscurantismo; tiveram a coragem de acabar com a monarquia. Aliás, foram capazes de lutar em condições dificílimas contra os nazistas de seu próprio pais; e já antes disso haviam ajudado o povo espanhol na mais brutal luta de história da época: a batalha contra o franquismo.” Acredito que muitos dos militantes poderiam traduzir estas ideias a uma
linguagem simples e fazer com que a verdade sobre o caso Lula seja multiplicada entre os setores mais alienados por nossa mídia trash. Ainda podemos dizer a nossos companheiros. Quando vocês andam por Paris, em vez de ver as propagandas do governo nos edifícios públicos, você encontra três antigas palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Pois é: esse povo, complexo, mas maravilhoso, apoia nosso Lula. Por esse motivo, o fato de a democracia brasileira ter de seu lado a prefeita de Paris (o que significa, sem dúvida, ter também a seu favor quase toda a esquerda francesa), justifica que a esquerda brasileira articule a colaboração com os países democráticos que não apenas são solidários conosco por causa da generalizada barbárie dos poderes públicos brasileiros, mas também são, junto conosco, co-vítimas de uma legião de sanguinários psicopatas que coloca 20% da população mundial em perigo. Desde os tempos do tirano Nero e, mais recentemente, desde setembro de 1812, quando o czar Alexandre tocou fogo em Moscou para não deixar a cidade nas mãos Napoleão, o Brasil é o único país que se “incendeia a si mesmo”. Mas, a situação agora é bem pior, porque o incêndio da Amazônia afetará uma quinta parte de planeta. Por termos sido colonizados pelas potências socialmente mais atrasadas da época, e por ter uma tradição única de etnocídio (e ao dizer única, incluo também a África, pois, a despeito do sofrimento terrível dos povos negros, esse sofrimento foi maior em nosso continente que no continente deles), nós, Latinoamericanos, temos desenvolvido desconfiança contra os europeus. Porém, Europa não é toda Imperialista. Ela inventou não apenas o fascismo, a Inquisição e a maçonaria, mas também o Iluminismo, o Humanismo Jurídico, as revoluções Burguesas, e a própria esquerda. Seja que Lula ganhe ou não o Nobel, todos sabemos que ele é o único líder político que poderia derrotar a direita em eleições limpas, e que a aliança entre ele e o movimento indígena e afro-brasileiro é umas das poucas chances de diminuir o holocausto ao qual estamos dirigidos e, eventualmente, de impedi-lo. Devemos devolver o abraço que nos manda Paris, e fortificar o movimento Lula Livre na Europa a partir da iniciativa de Rebeca Rô e outros ativistas exemplares que operam desde a França. Se Lula ganha o Nobel, esse será um salto qualitativo, mas, se não acontecer, há muito que podemos fazer. Salvo o Vaticano, todos os estados mundiais, até os mais pequenos, estão divididos pelas classes sociais. Pretender a unidade com nossos inimigos ou com os negociadores é nos identificarmos com o pior que a humanidade produziu desde 1919. Pensemos que ainda somos mais da metade do país. É necessário que essa metade se mobilize, e lembrar que nenhum movimento progressista foi jamais ganho sem a solidariedade internacional.
POLÍTICA | 5
SEGUIR O EXEMPLO DO EQUADOR
Fora Moreno! Fora Bolsonaro! Os dois presidentes golpistas aplicam a mesma política; assim como os equatorianos tentam colocar abaixo seu governo, no Brasil é preciso sair às ruas e derrubar Bolsonaro na marra O povo equatoriano se levantou contra seu presidente ilegítimo. Lenín Moreno foi eleito somente graças ao apoio que recebeu do ex-presidente Rafael Correa, seu partido e sua base social de trabalhadores, juventude, indígenas e camponeses. Foi eleito para ser a continuidade do nacionalismo burguês progressista, mas simplesmente traiu completamente seus compromissos e vem implementando uma política abertamente neoliberal e reacionária. Lenín Moreno, possivelmente, desde a campanha presidencial de 2017, já estava comprado pelo imperialismo para se eleger e dar um giro na política esquerdista que era executada por Correa. Implementou profundos cortes nos programas sociais que haviam melhorado a vida de milhões de cidadãos, iniciou a privatização de importantes setores econômicos, fez um enxugamento da máquina estatal para entregá-la à direita e aos grandes capitalistas, eliminou os subsídios a serviços básicos para a população – como os combustíveis -, rasgou direitos trabalhistas e diminuiu o espaço democrático e popular que havia sido aberto durante o governo de Correa. Na política internacional, ajoelhou-se diante do governo dos Estados Uni-
dos, servindo como mais um capacho dos norte-americanos na América Latina, reunindo-se servilmente com os funcionários de Washington e abandonando as alianças com os governos nacionalistas que haviam sido estabelecidas nos mandatos anteriores. Como exemplo, passou a ser um inimigo declarado do governo venezuelano, contribuindo diretamente com todos os boicotes dos fantoches do imperialismo a Nicolás Maduro. Além disso, a repressão no governo Moreno é digna de um regime de extrema-direita. Inúmeros opositores têm sido perseguidos e presos, com destaque para o próprio Correa – que não pode voltar para o Equador, se não será preso – e seu ex-vice-presidente, Jorge Glas, que se encontra preso desde o ano passado, sofrendo um tratamento desumano e quase tendo morrido na cadeia. O governo de Lenín Moreno, tendo em vista todo esse histórico, lembra inclusive o próprio governo de características fascistas que é o de Jair Bolsonaro no Brasil. Trata-se do mesmo programa neoliberal, entreguista e repressor amplamente repudiado pela população de ambos os países. Há nove dias o povo equatoriano convulsiona todo o seu país, demons-
trando o tamanho da ira popular contra o programa executado por Moreno e imposto pelo Fundo Monetário Internacional. Quito foi ocupada pelos milhares de manifestantes, dentre eles indígenas, operários, camponeses, estudantes e mulheres. O governo foi obrigado a fugir e mudar sua sede para Guayaquil. Mas lá também as ruas ficaram repletas de gente exigindo a queda do governo e eleições antecipadas. Por todo o país o povo não aceita a brutal repressão da polícia e do exército – já são quase 20 mortos e 500 feridos, além de mais de mil pessoas detidas. Os manifestantes respondem às forças repressivas com o que têm em mãos: paus, pedras, lanças, coquetéis molotov. Tanques do exército também já foram incendiados. Essa tem sido, até o momento, a resposta mais contundente ao golpismo latino-americano. Os equatorianos es-
tão mostrando qual é o único caminho a ser seguido pelos oprimidos por um regime cada vez mais ditatorial, como são os regimes golpistas da América Latina. Estão colocando o governo contra a lone, a ponto de nocauteá-lo. Esse é um exemplo para os trabalhadores brasileiros, que desde o começo do ano pedem de maneira mais e mais enfática o Fora Bolsonaro. Com o povo na rua, em massa, radicalizado e utilizando todos os meios práticos e eficientes de protesto, é possível derrubar Bolsonaro e derrotar o golpe. O povo brasileiro está a ponto de se indignar do mesmo nível que o equatoriano. É preciso, portanto, organizar essa insatisfação nas ruas, por todo o País, fazendo uso dos mesmos métodos dos equatorianos. É preciso incendiar o País com a cólera popular para colocar abaixo o governo ditatorial de Bolsonaro.
DERRAMAMENTO DE ÓLEO
Bolsonaro culpa Maduro por derramamento de óleo no Nordeste Um mês após o início do desastre ambiental que atinge todos os Estados do Nordeste, o governo Bolsonaro apenas culpa a Venezuela Há cerca de um mês, começou a surgir manchas de petróleo no litoral da região Nordeste do Brasil. Há divulgação dessas manchas de óleos em algumas praias de Sergipe e Alagoas foram minimizadas pelos órgãos oficiais do governo Bolsonaro. Um mês passado do surgimento dos primeiros sinais de contaminação, todos os Estados do Nordeste já apresentaram sinais graves de contaminação e que já confirmadas em mais de 120 praias. As estimativas mais “otimistas” apresentam pelo menos 100 toneladas de petróleo em estado bruto em todo litoral nordestino e está se configurando como um grande desastre ambiental. O que chama a atenção dessa situação é a completa paralisia do governo Bolsonaro diante dessa enorme crise ambiental e a tentativa de dissimular o ocorrido e as consequências do derramamento de petróleo. Fica evidente com as declarações do primeiro momento que era apenas um navio que havia lavado seu tanque, e após as evidências das grandes proporções do desastre, o governo Bolsonaro está jogando a culpa na Venezuela e o governo de
Nicolas Madura, de maneira totalmente descarada. É uma clara tentativa de esconder o tamanho do desastre e que o governo acabou com todos os meios para combater o desastre ambiental, cortando recursos, efetivo de pessoas e órgãos que serviam para evitar essa situação. A Petrobras sob comando dos bolsonaristas, por meio de ato administrativo decidiu pelo fechamento de suas bases dos Centros de Defesa Ambiental (CDA’s). Os CDA’s são bases estrategicamente posicionadas no território nacional para atuar em casos de derramamento de petróleo e seus derivados, como gasolina e diesel, reduzindo os danos ao meio ambiente e à sociedade causados por acidentes onde há poluição por óleo. Esse é o resultado do governo Bolsonaro. Em um desastre ambiental que afeta o ambiente e populações que dependem de turismo, pesca etc, as medidas apresentadas pelos bolsonaristas é colocar a culpa na Venezuela e acabar com os meios necessários para combater e reverter as consequências dessa situação. É preciso derrotar o governo Bolsonaro e sua política de terra arrasada.
6 | POLÍTICA
RECICLAGEM DA DIREITA GOLPISTA
Temer também quer “Direitos Já” O objetivo de uma frente como essa é reciclar a direita tradicional, que se afundou completamente com a campanha golpista que levou à queda de Dilma e à eleição de Bolsonaro Terça-feira (8), o tucano Fernando Guimarães, que coordena a frente Direitos Já, divulgou em sua conta no Facebook que teve um encontro o usurpador golpista Michel Temer. Fernando Guimarães anunciou alegremente que Michel Temer, uma das principais figuras do golpe de 2016, “manifestou integral apoio ao Direitos Já! Fórum pela Democracia”. Essa é mais uma aliança que demonstra o caráter da frente Direitos Já!, lançada mês passado com um encontro no teatro TUCA, da PUC, em São Paulo. Trata-se de uma frente com o chamado “centrão” e com a direita tradicional do regime político. O propósito oficial é unir a “oposição” a Bolsonaro, no entanto,, devemos denunciar que essa é mais uma manobra da direita golpista. Reciclagem O objetivo de uma frente como essa é reciclar a direita tradicional, que se afundou completamente com a
campanha golpista que levou à queda de Dilma Rousseff e à eleição de Bolsonaro. Esses setores foram os principais responsáveis pela organização da extrema-direita, que se aglutinou em torno da campanha pela derrubada de Dilma e agora serve de base de sustentação do governo ilegítimo e golpista de Bolsonaro. Ao longo dessa campanha, a direita tradicional do regime se desgastou muito mais do que os próprios alvos da campanha, o que se refletiu também nas eleições, com o desempenho pífio dos partidos de direita, em especial do PSDB, que se afundou. O desgaste deve-se ao fato de que esses partidos tiveram uma atividade golpista e que levou à eleição de Bolsonaro. Agora com essa frente, esses partidos de direita procuram se reciclar com a ajuda da esquerda. A esquerda teria nessa frente o papel de limpar a imagem desses partidos de direita, que participaram do golpe e agora querem aparecer como “opo-
sição” ao bolsonarismo. É uma farsa completa, não serve para combater o governo Bolsonaro e pode levar a uma recuperação desses partidos da direita nas próximas eleições, enquanto a esquerda não tem nada a ganhar com essa frente. Contra Bolsonaro é preciso dizer Fora Bolsonaro! Essa suposta “oposição” a Bolsonaro não vai derrubar Bolsonaro, e, no momento em que a população espontaneamente diz Fora Bolsonaro a
cada nova manifestação, trata-se na verdade de uma sustentação a um governo que está caindo aos pedaços. A oposição a Bolsonaro deve ser feita de forma independente, não com Michel Temer ou o PSDB. Fernando Haddad quase teria comparecido ao primeiro encontro do Direito Já!, tendo desistido de última hora. Essa política é um perigo para a esquerda, pode levar Bolsonaro a fazer seu governo antipopular tranquilamente e pode reerguer o PSDB. A hora agora é de levantar o Fora Bolsonaro!, aproveitando a tendência que já está nas ruas.
“AUTOCRÍTICA”?
A Folha não falhou, sempre foi reacionária Assim como Temer e Reinaldo Azevedo, agora a Folha de S. Paulo tenta fingir reconhecer “erros” para se recliclar Domingo (6), a Folha de S. Paulo publicou o que seria sua autocrítica em relação à cobertura do jornal sobre a operação Lava Jato. Sob o título “A Folha faz autocrítica”, a ombudsman do jornal, Flávia Lima, publicou o que seria o reconhecimento de um “erro”. Ela relata um almoço com ex-ombudsmans da Folha em que o diretor de redação, Sérgio Dávila, teria admitido que “o espaço dado pelo jornal às denúncias vazadas [relativas à Lava Jato] pela procuradoria é merecedor de críticas”. Aparentemente, poderia parecer que a Folha está reconhecendo um erro. O problema é que a imprensa capitalista sequer acredita que houve um erro. A campanha pelo golpe de Estado era proposital e conscientemente dirigida ao propósito de perseguir o PT e a esquerda em geral, em benefício da direita golpista. Foi a campanha da Folha, junto com outros jornais reacionários, canais de TV e de rádio da direita, além de portais da internet, que alimentou a extrema-direita ao longo do golpe que levaria à derrubada de Dilma Rousseff, e que depois tiraria Lula das eleições fraudulentas de 2018, possibilitando a eleição de Jair Bolsonaro. Imprensa foi cúmplice da Lava Jato Mais adiante no texto, Flávia Lima afirma o seguinte: “Falando especificamente da Lava Jato, é possível dizer que a imprensa foi transformada, muitas
vezes, em linha auxiliar da operação como uma estratégia de angariar suporte.” Essa consideração também visa confundir a realidade. A imprensa não “se transformou” em aliada da perseguição política realizada pela Lava Jato, e muito menos era uma “linha auxiliar”. Imprensa, juízes e procuradores agiam em conluio na perseguição política à esquerda e, especificamente, ao PT. A imprensa tinha o objetivo golpista de derrubar Dilma, de apoiar a prisão de Lula com uma campanha implacável e permanente, e de ajudar a fraudar as eleições de 2018, dando ares de legitimidade à farsa golpista. Portanto, de forma alguma pode-se dizer que a imprensa burguesa foi sim-
plesmente “linha auxiliar” da operação Lava Jato e de suas inúmeras ações arbitrárias, que destruíram qualquer possibilidade de alguém ainda ousar dizer que vivemos em um estado democrático de direito, sob pena que cair no ridículo. A Lava Jato estabeleceu o reino da arbitrariedade absoluta para a perseguição política golpista, e a imprensa foi cúmplice dessa operação. Imprensa, promotores e juízes tinham os mesmos propósitos e agiram de acordo com eles. Reciclagem O que a Folha de S. Paulo está fazendo é a mesma operação de tentativa
de reciclagem que figuras da imprensa burguesa e determinados políticos também estão procurando fazer. No caso da imprensa, usou-se a parceria com o sítio The Intercept Brasil para a operação de reciclagem. A própria Folha, a revista Veja e Reinaldo Azevedo publicaram vazamentos em parceria com o Intercept para tentarem, depois de tudo que fizeram, aparecerem como democráticos. Do mesmo jeito, Michel Temer aparece chamando o golpe pelo nome: golpe. E assim por diante. Frente à possibilidade de queda do ilegítimo Jair Bolsonaro, esses setores se preparam para tentar se desvencilhar do golpe que promoveram no Brasil.
POLÍTICA | 7
MORO MENTE
Moro encobre tortura de presas no Pará Ministro considera que não é tortura as detentas serem obrigadas a sentar em formigueiro Maycon Cesar Rottava, coordenador da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, foi afastado, na sexta-feira (4) de suas funções pela justiça por causa de uma denúncia do Ministério Público Federal de que seus agentes torturaram detentos no Pará. O afastamento foi publicado no Diário Oficial da União. Em visita a presídios de Ananindeua (PA), na segunda-feira (7), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fez questão de prestigiar Rottava, que o acompanhou durante o roteiro, alegando que que a situação não passava de um “mal-entendido”. Moro disse que a “disciplina em presídios” que vem sendo aplicada pelos seus subordinados “é imprescindível e inegociável”. Mas as 700 detentas do Centro de Reeducação Feminino (CRF) de Ananindeua relatam terem sido espancadas e obrigadas a sentarem apenas de calcinha em cima de um formigueiro, como mostram vídeos com relatos das presas à OAB do Pará obtidos com exclusividade pelo The Intercept Brasil. Por outro lado, Rottava registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Geral de Belém contra nove integrantes da comitiva de Direitos Humanos da OAB no estado por terem entrado “portando seus aparelhos celulares” em uma unidade durante uma vistoria. Se não fossem eles fazerem isso, o mundo jamais saberia o que acontece lá dentro.
Além de situações de tortura, assédio e humilhação, as presas também foram mantidas incomunicáveis por uma semana, sem acesso tanto aos familiares quanto aos seus defensores. A tal Força-Tarefa foi chamada, em agosto, pelo governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), depois que uma disputa entre facções resultou na execução de 62 presos, muitos degolados, em um presídio em Altamira, no oeste do estado — o maior massacre em prisão desde o do Carandiru, em 1992. Moro visitou o Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel, maior do Pará, com cerca de 6 mil detentos, que também está só intervenção federal, além do CRF e outros dois presídios para homens na região metropolitana de Belém. Segundo reportagem do Intercept Brasil, desde 2017, quando foi criada pelo Ministério da Justiça, a Força-Tarefa acumula denúncias de prática de tortura e humilhações contra presos no Rio Grande do Norte, Ceará, Amazonas e Roraima. As 700 presas do CRF relatam nos vídeos que logo que a FTIP chegou, elas foram acordadas aos gritos às 4h para tirarem a roupa e sentarem no chão. Algumas afirmam ter apanhado com cassetete e terem sido atingidas com spray de pimenta. Várias detentas têm marcas de hematomas nos braços e no rosto. Além da violência, a rotina
mudou: comida e produtos básicos de higiene viraram luxo. Mulheres menstruadas afirmam terem sido obrigadas a se agachar com as pernas abertas, sem calcinha ou absorvente íntimo. Desde a intervenção, que começou em agosto nos presídios masculinos e dia 4 de setembro no centro feminino, os detentos estavam impedidos de receber visitas de familiares e advogados. Até a OAB e o Copen, órgão de controle prisional, tiveram a entrada barrada nas unidades, sem nenhuma justificativa. Foi preciso uma ação civil pública apresentada pelo MPF contra o estado e a União para mudar a situação. A equipe de peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura visitou os presídios de Altamira e Belém em setembro e pediram com urgência exame de corpo de delito em uma detenta devido à gravidade de seus ferimentos, além de médicos para outras 22 mulheres e 12 exames de corpo de delito e 80 exames médicos. Nos vídeos captados pelos celulares dos advogados, uma idosa portadora de HIV aparece deitada no chão de uma cela, sem forças para se levantar, sendo cuidada por outras detentas. Em outro vídeo, algumas mulheres citam que uma presa estava grávida e perdeu o filho por causa da violência da operação do primeiro dia da intervenção federal na unidade.
A FTIP foi criada para “guarda, vigilância e custódia de presos” por uma portaria ministerial do então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, hoje integrante do Supremo Tribunal Federal. Moro ampliou suas funções adicionando “atividades de inteligência de segurança pública”, o que, na prática, passou a controlar toda a administração operacional, decidindo quem poderia entrar ou sair, e os horários de alimentação e revista. A intervenção no Pará está prevista para encerrar no dia 27 de outubro. Por meio de uma nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a força-tarefa tem como “objetivo a garantia da humanização da pena com a igualdade de direitos das pessoas presas e o devido cumprimento da Lei de Execução Penal”. É um escárnio. Moro é um fascista que está tentando aumentar a repressão policial e do judiciário contra o povo pobre. Os presídios são máquinas de moer pobre. Não cumprem a sua função de reabilitação e reintegração à sociedade, como consta na constituição e são verdadeiros depósitos humanos. E o Brasil é um dos países do mundo com o maior número de presos, caminhando para ter quase um milhão de detentos, atrás apenas dos EUA e da China.
8 | MOVIMENTO OPERÁRIO
13º CONCUT
Congresso da CUT evidencia tendência de luta e polarização Encontro da maior organização de trabalhadores do País, aprovou luta pelo fim do governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula e plano de lutas contra o desemprego e as privatizações Terminou nessa quinta, dia 10, o 13º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT) – denominado “Congresso Lula Livre”, realizado em Praia Grande, e iniciado no último dia 7. O Encontro contou com a participação de cerca de 1700 delegados e observadores de todos os Estados do País. O último dia do Encontro foi dedicado ao debate sobre propostas de pequenas mudanças estatutárias, ao Plano de Lutas e a eleição da nova Executiva Nacional da CUT. Fora Bolsonaro e Liberdade de Lula Realizado em meio ao avanço da crise do governo Bolsonaro e do conjunto do regime golpista no País, o CONCUT expressou a tendência crescente a uma radicalização politica no País e do deslocamento à esquerda das organizações dos trabalhadores, sob a pressão da revolta crescente dos explorados contra os ataques dos golpistas às suas condições de vida, ainda que com limitações pela sua estrutura com importantes limitações burocráticas, como o reduzido numero de delegados em relação ao tamanho da Central, com mais de 4 mil sindicatos
filiados, e o inexpressivo número de trabalhadores de base, em um congresso formado majoritariamente por dirigentes sindicais com vários anos de mandatos em diretorias sindicais. Expressando estas tendências a maior organização sindical do País e da América Latina – e uma das maiores do mundo – aprovou Eixos como a Luta por “derrotar a coalizão de forças golpistas” no qual propõe “a luta pelo fim do governo Bolsonaro, que significa a queda do bloco político que o sustenta, e não só o presidente. E a luta pela consequente restituição da soberania popular com novas eleições livres e plenamente democráticas, que só podem acontecer com Lula livre e participando ativamente do processo político””. A resolução do Congresso desataca ainda a “luta pela libertação de Lula e anulação de sua pena” como sendo de “importância estratégica para a CUT. Plano de Lutas e nova Executiva No debate sobre o Plano de Lutas o Congresso adotou um conjunto de resoluções sobre os temas centrais para a luta dos trabalhadores, inclusive incorporando- com pequenas aterações – as propostas de emendas apresentadas
pela Corrente Sindical Nacional Causa Operária sobre a luta contra o desemprego e contra as privatizacões, que receberam mais de 500 assinaturas de apoio de delegados do Congresso. A presidência da Central Única dos Trabalhadores passa a ser ocupada pelo dirigente sindical dos metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre (foto). O vice-presidente será o bancário Vagner Freitas (do Sindicato dos Bancários de São Paulo) , que exerceu a presidência da CUT dois mandatos consecutivos, nos últimos sete anos. Na Secretaria-Geral, estará a representante dos tra-
balhadores rurais, Carmen Foro (do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Igarapé-Mirim/PA) e a Secretária de Finanças, será comandada pelo professor estadual Ariovaldo de Camargo (da APEOESP). A Executiva passou a ser formada por 50 sindicalistas e a direção da Central, será completada com as indicações dos Ramos de Atividades em que a Central tem organização nacional e pelos Congresso Estaduais da entidade que acontecem a partir da segunda quinzena de outubro até a primeira quinzena de dezembro.
“em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial”, que não pode ser menor do que um município. Na PEC 161, a Constituição, que já vem sendo cortada aos pedações no que diz respeito aos trabalhadores e seus representantes, será totalmente extinta por este projeto contra o conjunto da classe trabalhadora. A PEC é do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que foi deputado estadual (pelo PSB) e vereador em Manaus (pelo PCdoB). Utilizando-se do mesmo argumento de modernização das Normas Regulamentadoras (NRs) do fascista Bolsonaro, afirma ainda que é preciso amadurecer e constitucionalizar a atividade sindical. Na PEC se propõe que “os trabalhadores e empregadores, sem distinção de qualquer espécie, poderão consti-
tuir organizações sindicais de sua escolha”. Ou seja, além de acabar com a unicidade, também abole o conceito de categoria profissional. (Rede Brasil Atual – 09-10-2019) Uma questão importante a se debater é que, além do governo ilegítimo do Bolsonaro, bem como o Congresso golpista, também tem o Mussolini de Maringá, o Sérgio Moro como Ministro da Justiça, e é ele o responsável pela liberação de cartas sindicais. Resta somente aos trabalhadores, à população explorada, à juventude de todo o país, nos estados, municípios, bairros, fábricas etc., se unirem e lutarem através de comitês de luta contra o golpe. para impor a derrota de todos os golpistas. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais!
ATAQUE À REPRESENTAÇÃO
O que é a reforma sindical? Congresso golpista começa a discutir mais um ataque ao conjunto dos trabalhadores, a extinção dos sindicatos classistas e de luta, querem impor sindicatos dos patrões O congresso golpista começa a discutir mais um ataque ao conjunto dos trabalhadores, à Consolidação das Leis do Trabalho, bem como ao artigo 8º da Constituição da República Federativa do Brasil, apesar de dizer que são algumas alterações. O governo, bem como o congresso golpista, já vem realizando ataques ao conjunto dos trabalhadores desde o golpe de 2016, quando da retirada da Dilma Rousseff, através do impeachment. Em 2018 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) foi condenado e preso sem provas e está até hoje na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, como parte do golpe. A reforma trabalhista, uma das consequências desse golpe, retirou inúmeras conquistas dos trabalhadores, como o aumento da terceirização, a adoção do trabalho intermitente, no qual o trabalhador só recebe quando trabalha, sem todos os benefícios, tanto férias, quanto décimo terceiro e mesmo o depósito de Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS.) E, como forma de quebrar os sindicatos, já começaram com a retirada do imposto sindical, uma contribuição que ajudava na manutenção e demais despesas etc.
O governo golpista e seu congresso vem, de todas as formas, procurando destruir as organizações de luta dos trabalhadores. Já estão extinguindo as Normas Regulamentadoras de Proteção e de Segurança, utilizando o mesmo argumento de que é preciso modernizar. No setor agropecuário, através da Ministra da Agricultura, latifundiária e golpista, Tereza Cristina, deliberou-se que os patrões podem ficar livres para eles mesmos se fiscalizarem e querem, inclusive, impor o não desconto em folha de pagamento das mensalidades sindicais. A extinção dos sindicatos a passos largos A reforma sindical significa que os sindicatos de classe e de luta dos trabalhadores vão acabar sendo extintos e os patrões criarão sindicatos em sua substituição, uma vez que acabe a unicidade sindical, como consta do artigo 8º da Constituição Federal. Um dos itens controversos refere-se ao fim do princípio da unicidade sindical. Hoje, pela Constituição, é proibido criar mais de uma organização
MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
CONVOCAÇÃO DA APEOESP
Novos ataques aos professores paulistas, responder com a greve geral Doria, com apenas dez meses de mandato já fez mudanças profundas na educação paulista, jogando os professores no desespero e no desemprego Os professores paulistas têm sofrido nos últimos anos com diversas derrotas promovidas pelos sucessivos governos do PSDB. Atualmente, é o fascista João Doria. Durante um ano da sua gestão, já mudou a vida de milhões de professores, distribuindo o terror no magistério paulista. Uma das mudanças é a criação da sétima aula, que penaliza professores e alunos com o aumento da jornada e sem aumento salarial. Vai fracionar as férias em 4 períodos, mudando radicalmente as férias de julho e janeiro, onde já é tradicional às famílias juntarem-se para viajar, principalmente em janeiro. Outra medida que vive em discussão é a mudança do ATPL (Trabalho Pedagógico Livre). O governador golpista quer tornar o cumprimento do ATPL obrigatório nas escolas, deixando de ser livre. Outra mudança profunda é o fim da estabilidade dos professores, pois
os professores terão uma avaliação anual de produtividade e também terão suas faltas controladas. Isso poderá acarretar sua exoneração do cargo ou função. Outra medida é a perseguição aos professores doentes: quando tiram licença médica, são perseguidos por gestores e seus puxa-sacos. Doria mudou as regras de atribuição de aulas, penalizando os professores mais antigos e os professores que acumulam cargo. Quer fechar cursos noturnos e diversas salas no estado. Finalmente, com o golpe, a burguesia tirou de vez a carapuça e, com a fraude e a manipulação escancaradas, alçou o fascista Doria da prefeitura para o governo do Estado, a fim de produzir em escala muito maior as barbaridades perpetradas na cidade de São Paulo. No dia 9 de outubro, diante do clamor dos docentes paulistas, a Apeoesp acertadamente marcou um assembleia para o dia 18 de outubro para começamos um greve que coloque em
CORREIOS
xeque o governo Doria. A mobilização deve se espalhar pelos diversos servidores estaduais para discutir um greve geral contra o governo golpista de João Doria, para pedir a sua saída. É preciso que todas as cate-
gorias saiam às ruas para derrotar os ataques da direita. Os governos que estão no poder são inimigos dos trabalhadores e por isso é preciso sair às ruas e dizer “Fora Bolsonaro, Fora Doria, Fora Covas!”
PATRIMÔNIO SOB AMEAÇA
Pais/mães de ecetistas tem seus Mais ataques dos golpistas aos fundos tratamentos de saúde cortados pela ECT de pensões dos trabalhadores Direção golpista da ECT, está passando por cima da decisão do TST de manter o tratamento de saúde dos pais e mães de funcionários dos Correios que precisam de atendimento contínuo
O objetivo do governo ilegítimo é liquidar esses fundos para entregar um patrimônio de centenas de bilhões de reais nas mãos dos banqueiros nacionais e internacionais.
A campanha salarial da ECT (Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos) terminou com o julgamento do dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), no dia 2 de outubro. Na decisão, os ministros golpistas do TST, apesar de determinarem um fim no benefício dos funcionários dos Correios de poderem colocar seus pais e mães no plano de saúde da Postal Saúde, a sentença adenda a decisão com a obrigatoriedade da empresa manter os pais e mães dos funcionários que já estão sendo atendidos através do plano, em processo de tratamento contínuo, que possam correr risco de vida se o benefício for cancelado imediatamente. Mostrando que os golpistas dos Correios estão pouco se lixando com a vida dos pais e mães dos trabalhadores dos Correios, a direção da ECT não esperou um único dia depois da sentença para orientar a Postal Saúde a cancelar esses benefícios. São vários trabalhadores que estão vendo seus pais e mães, que precisam de tratamento contra o câncer, pós operatório, tratamento do coração, derrame vascular que estão sendo proibidos de continuarem seu tratamento. Além de mostrarem o caráter desumano da direção da ECT, os golpistas
Intensificam os ataques da direita golpista às entidades dos trabalhadores através dos processos farsa da Operação Lava Jato. Desta vez, a farsa vem travestida de operação Greenfield, que investiga corrupção nos fundos de pensão dos trabalhadores das estatais. Dentre esses fundos investigados pelo golpista Ministério Público Federal, se encontra a Funcef (Fundo de Pensão dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal) que, além de outras entidades dos trabalhadores, como a Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social) e Postalis (Fundo de Pensão dos Correios) está sob uma forte ofensiva do governo ilegítimo/ neoliberal de Bolsonaro, de liquidação desses fundos para entregar um patrimônio de centenas de bilhões de reais nas mãos dos banqueiros nacionais e internacionais. A operação farsa nos fundos de pensão das estatais está alinhada com o pacote de medidas que o Chicagoboy, Paulo Guedes, está preparando no país com a Medida Provisória para o setor de fundos de pensão do País. O objetivo é criar uma super agência para regular as atividades do setor, tanto dos fundos privados quanto estatais, para colocar nas mãos dos banqueiros e dos especuladores do mercado financeiro os gigantescos re-
estão se colocando na condição de assassinos, caso algum pai ou mãe de funcionário venha a falecer. É preciso uma luta de vida ou morte contra o governo golpista de Jair Bolsonaro, que tem uma política de atacar os trabalhadores do país, a ponto de levar à morte a classe trabalhadora brasileira, a fim de facilitar a entrega do patrimônio nacional que é a ECT, através da privatização dos Correios. A luta contra a privatização da ECT, impedindo as consequências dessa entrega, que é a retirada de direitos e benefícios e o próprio emprego, exige a formação de comitês de base na luta contra a privatização, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, com a liberdade de Lula e novas eleições.
cursos dos fundos de pensão das empresas estatais. As revelações do Intercept deixaram claro que a Operação Lava Jato, o TR4, a imprensa golpista e o golpe de Estado são tudo a mesma coisa, sócios do mesmo empreendimento. Um complô para destruir a economia nacional em benefício dos países imperialistas, os verdadeiros donos do golpe, além de ser uma justificativa, em nome do “combate” à corrupção para atacar as entidades dos trabalhadores. O fundo de pensão dos trabalhadores da CEF é o terceiro maior fundo do Brasil, com um patrimônio em ativos no valor de R$ 65,8 bilhões, com aproximadamente 134 mil participantes, dentre associados e dependentes. A venal imprensa burguesa vem sistematicamente dando destaque referente à “corrupção” do fundo com o claro intuito de aumentar a propaganda da direita para privatizá-lo. Os parasitas capitalistas em crise estão de olho neste fabuloso patrimônio.
10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
LUTA CONTRA A EXTREMA DIREITA
Direita persegue professor da UnB: ofensiva ideológica na universidade Professor da UnB é chamado a dar explicações por suas posições políticas A ofensiva ideológica da extrema direita no país contra principalmente a liberdade de expressão, mas que avança em todos os terrenos da sociedade onde encontra não só espaço, mas também uma ausência de reação por parte dos movimentos sociais organizados e da esquerda nacional, é preocupante e merece, por parte da luta social de massas e do conjunto das forças progressistas nacionais, uma resposta contundente e decidida. Um dos espaços mais atacados pela extrema direita reacionária vem sendo, no último período, as universidades púbicas, ambiente tradicionalmente ligado à resistência e luta contra o obscurantismo e o medievalismo político-ideológico. O fraudulento e ilegítimo governo Bolsonaro, através do seu ministro reacionário e direitista, Abraham Weintraub vem desencadeando, uma hedionda campanha contra as instituições de ensino superior no país, onde não faltam os ataques às opiniões dos docentes e dos alunos, com o claro e indisfarçável propósito de encurralar e fazer recuar a luta da comunidade universitária contra os planos de destruição da universidade pública e do ensino público de uma forma geral. O obscurantismo ideológico vem se colocando mais explicitamente e de forma preocupante não somente pelas ideias(!!!) dos arautos do medievalismo, mas porque já extrapolou a esfera do embate meramente verbal para a ação objetiva, concreta, por parte dos representantes do bolsonarismo nas instituições de ensino superior. Em uma das mais importantes universidades públicas do país, a Universidade de Brasília (UnB), o professor Luis Felipe Miguel foi alvo da perseguição política ostensivo por parte de um grupo que se autointitula “Docentes pela
Liberdade”, um agrupamento reacionário-direitista que se ocupa não com as atividades acadêmicas e a garantia do livre pensamento e do direito à livre expressão, mas atua como milícia ideológica, perseguindo e ameaçando os que se posicionam de forma contrária, dentro do espaço acadêmico, aos “valores morais e políticos” do bolsonarismo. O professor Luiz Felipe Miguel, depois de explicitar uma opinião que deixou indignados os docentes bolsonaristas, onde ridiculariza um professor do grupo “Docentes pela Liberdade”, recebeu em sua casa a “visita” de oficial de justiça que lhe entregou uma
interpelação para que o docente prestasse explicações. “Recebi a visita de um oficial de justiça – um rapaz muito gentil, muito bem-educado – que me apresentou uma intimação. Na verdade, não é uma queixa-crime, só uma interpelação, um pedido de “esclarecimentos”, que posso ou não atender”. O documento chega a ser patético. O alvo é uma postagem minha, velha já de meses, em que falo de “um elitista agressivo, que se tornou folclórico no campus”. “O professor quer saber se é dele mesmo que eu estava falando”. “Aproveita e pede explicações sobre meus posicionamentos políticos. Por exemplo, quer que eu justifique por que digo que o governo Bolsonaro
tem “uma catinga fascista”. “Não podia ser mais evidente o caráter autoritário da investida, seu desejo de calar as críticas, seu ataque à liberdade de expressão política”. (Pragmatismo Político, 04/10). Não há outra forma de combater a extrema direita, onde quer que ela esteja e se manifeste, a não ser com uma campanha não só de denúncia das posições reacionárias desta, mas principalmente através de uma ação política que impeça esses agrupamentos de se colocarem e agirem contra a comunidade universitária, os professores, alunos e funcionários das instituições de ensino público em todo o país.
Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
INTERNACIONAL | 11
8º DIA DE PROTESTOS
Povo equatoriano nega acordo com o governo e quer a sua queda O povo do Equador não quer sair das ruas enquanto o governo não caia; pedem claramente o Fora Lenín Moreno Ontem (10) foi o oitavo dia de atos nacionais pela queda do governo liderado pelo presidente Lenín Moreno no Equador. Ao contrário do que tentou passar a propaganda da direita, os manifestantes – particularmente os indígenas – não aceitaram nenhum tipo de negociação com o Estado e garantem que não sairão das ruas enquanto suas exigências não sejam cumpridas. “Diante da campanha midiática de desprestígio, circulação de informação falsa, mal-intencionada e descontextualizada esclarecemos às nossas bases e aos cidadãos que não negociamos nem chegamos a nenhum acordo com esse governo repressor e criminoso”, publicou a Confederação Nacional Indígena do Equador (CONAIE) em sua conta no Twitter. Essa foi uma resposta a declarações de funcionários do governo que indicaram que teria havido um acordo inexistente com as lideranças populares para acabar com as mobilizações. O próprio Moreno emitiu declarações enganosas no mesmo sentido. ““Vim para a cidade de Quito com a finalidade de estender minha mão e poder manifestar que já temos bons resultados em relação ao diálogo com os irmãos indígenas”, disse. O presidente da CONAIE, Jaime Vargas, no entanto,
afirmou que os protestos e passeatas continuarão por tempo indeterminado em Quito. Na segunda-feira, uma multidão entrou na cidade após alguns dias de marcha, obrigando o presidente Moreno a fugir e transferir temporariamente a capital para Guayaquil, um polo financeiro no estado de Pichincha, onde a burguesia é mais forte e mantém uma ditadura, um estrito controle sobre a máquina estatal. Entretanto, não adiantou a mudança. Na terça-feira, a cidade também foi inundada por uma onda gigantesca
de manifestantes, que se enfrentaram com a polícia e as forças armadas exigindo a queda do governo e de todas as medidas neoliberais e repressivas, particularmente o mais novo pacote de ajustes ordenado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Além dos atos de rua em Quito, Guayaquil e nas principais cidades do País, bem como o fechamento de vias, o povo equatoriano tem realizado uma série de ocupações como parte das greves que os trabalhadores, camponeses, estudantes e indígenas deflagraram, especialmente na últi-
ma quarta-feira. Como exemplo, nove poços de petróleo estão paralisados. Essa ação impacta tremendamente os negócios da burguesia e do imperialismo, uma vez que grande parte da economia equatoriana gira em torno desse hidrocarboneto. Deixaram-se de ser produzidos 230 mil barris de petróleo nos últimos dias, graças às ocupações das instalações petrolíferas. Emissoras de televisão e rádio também foram ocupadas por manifestantes. Outras, que, supostamente, seriam a favor dos protestos, foram atacadas pelas forças da repressão, que intervieram no direito à liberdade de informação e expressão, demonstrando que o estado de exceção decretado por Moreno transformou o Equador em uma ditadura militar – que pode se aprofundar ainda mais, ao menos esse parece ser o desejo do imperialismo para evitar que o povo derrote o regime golpista. O povo pede o Fora Moreno. E não parece estar disposto a aceitar qualquer coisa que não seja a queda do governo. Os protestos radicalizados mostram qual deve ser o caminho para conseguir esse objetivo: a luta radical, de massas, nas ruas, com uma grande avalanche popular que esmague a repressão estatal e estabeleça a vontade das classes populares.
REINO UNIDO
Crise no Brexit: 5 ministros de Johnson ameaçam deixar o governo Parlamentares conservadores também ameaçam sair de seus cargos caso não haja negociação para a saída da União Europeia A crise no governo britânico se aprofunda a cada dia que falta para o término do prazo máximo para a saída do Reino Unido da União Europeia, em 31 de outubro. De acordo com a edição da última quarta-feira (09) do jornal norte-americano The New York Times, cinco secretários de Estado estão ameaçando deixar o governo do primeiro-ministro Boris Johnson caso o país saia do bloco continental sem nenhum acordo. São eles: Nicky Morgan (secretário de Cultura), Julian Smith (ministro para a Irlanda do Norte), Robert Buckland (secretário de Justiça), Matt Hancock (secretário da Saúde) e Geoffrey Cox (procurador-geral). Eles teriam aconselhado Johnson a respeito do grave risco em relação à Irlanda do Norte. A metade norte da ilha da Irlanda é submetida ao domínio do imperialismo britânico e, caso o Reino Unido saia da União Europeia, Londres teme que esse domínio tenha seus dias contados porque os norte-irlandeses poderiam aumentar os clamores por independência para poderem voltar à UE. Isso enfraqueceria de maneira absurda o já decadente imperialismo britânico, perdendo mais uma colônia. Essa independência, logicamente, serviria de inspiração para as outras na-
ções oprimidas por Londres, como o País de Gales e a Escócia (cujo povo já demonstrou em anos anteriores). Além dos secretários e do procurador-geral, deputados do governante Partido Conservador (o mesmo de Johnson) pretenderiam renunciar a seus cargos caso ocorre um Brexit sem acordo.
Essa crise expressa a clara divisão dentro do governo britânico e do Partido Conservador. Logo quando Johnson foi eleito premiê, em julho deste ano, diversos políticos do partido ameaçaram deixar a agremiação devido à sua postura radical em relação ao Brexit.
Mas também expressa uma divisão dentro da própria burguesia britânica. Setores que tiveram seus negócios prejudicados com a concorrência com as companhias europeias a partir da abertura comercial para a UE – e, especialmente, desde a crise de 2008 – não querem mais essa concorrência desleal, e buscam salvar seus lucros por meio de uma política mais protecionista do governo de Johnson, que eles apoiam. Do outro lado, a grande burguesia britânica – particularmente, os banqueiros da City de Londres – e europeia e mundial defendem a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia, para que continue aberto o mercado britânico aos grandes monopólios internacionais. E utilizam todo o seu poder para controlar políticos opositores e governistas, até mesmo os do próprio gabinete do primeiro-ministro. Essa é a maior crise no país ao menos desde a Segunda Guerra Mundial e a perda de inúmeras colônias por parte do imperialismo britânico. Ela é um dos reflexos mais importantes da crise geral do capitalismo, aberta principalmente desde a crise econômica de 2008, e que mostra que o capitalismo não encontra saída alguma.
12 | INTERNACIONAL
EUA ABANDONA CURDOS
Fim da “libertação” imperialista A aliança entre curdos e norte-americanos mantida desde 2016 foi desfeita na última segunda feira (7), deixando os curdos desavisados e desprotegidos Segunda-feira (7), as forças armadas dos Estados Unidos retiraram-se da fronteira entre a Turquia e a Síria, um ordem vindo diretamente de Donald Trump. O exército imperialista, altamente enfraquecido pela sucessivas derrotas sofridas contra Bashar al-Asaad, que conta com o apoio da Rússia e do Irã, não conseguia mais manter suas ativadas militares na região. Parte da propaganda que tentava justificar a guerra na Síria alegava que os Estados Unidos estaria ajudando na luta dos curdos contra o Estado Islâmico, uma alegação um tanto quanto absurda levando em conta que a organização terrorista é fruto dos laboratórios europeus e norte-americanos; para eles trata-se nada mais nada menos que de um ferramenta bélico-política. A propaganda caiu por terra agora que o governo turco aproveitou a retirada dos ianques de suas fronteiras para dar início a uma feroz ofensiva contra as milícias curdas, como as Uni-
dades de Proteção Popular (YPG) e as Forças Democráticas da Síria (FDS). A aliança entre americanos e curdos se deu tão somente para enfraquecer o governo sírio. Os curdos, através de diversos grupos diferentes, lutam para conquistar seu próprio território. A distribuição espacial do que reclamam hoje como o Curdistão situa-se entre a Síria, Turquia, Azerbaijão, Armênia, Irã e Iraque. Após o fim dos impérios Turco-Otomano e Persa, seus respectivos territórios foram repartidos em diversos países passando por cima da distribuição prévia entre o povos que ali habitam, os curdos ficaram de fora dessa partilha. Atualmente o principal grupo organizado é o YPG, e situa-se na fronteira da Síria com a Turquia. Sua disputa contra o governo de Erdogan é pela terra. O YPG reclamam parte do território que hoje pertence a Turquia. É uma disputa ferrenha pois o território também conta com a presença do Estado Islâmico.
Desde de 2016, os norte-americanos haviam estabelecido uma aliança com os curdos, apresentada internacionalmente como uma frente de combate contra a ISIS. Fica evidente agora que a aliança não passou de uma fachada ,e a real intenção nunca foi de lutar contra o terrorismo, pois com a retirada de seus exércitos, os americanos não moveram sequer um dedo para abastecer os curdos contra o EI. Somente sairam em defesa de seus antigos
“aliados” na tentativa de enfraquecer politicamente Erdogan e al-Asaad, dois governos onde os golpes imperialistas fracassaram, e mesmo assim deu-se através da OTAN que pediu somente “moderação” por parte dos turcos. Torna-se então evidente o erro de se aliar, mesmo que esporadicamente, com os norte-americanos, pois a tal aliança se desfez do dia pra noite deixando a população curda com uma mão na frente e outra atrás.
CAPACHO
Trump enganou Bolsonaro, EUA não apoiarão Brasil na OCDE Bolsonaro apontava esse apoio dos EUA ao Brasil na OCDE como principal conquista de sua visita a Washington em março, agora não sobrou nada para apresentar
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
O presidente dos EUA, Donald Trump, deixou o golpista ilegítimo Jair Bolsonaro na mão. A notícia é boa para o Brasil, mas ruim para o capacho Bolsonaro: Trump não vai mais apoiar a candidatura do Brasil para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os EUA apoiarão as candidaturas de Romênia e Argentina. A notícia foi divulgada pela Bloomberg, com base em uma carta do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. I love you Bolsonaro procura apresentar seu capachismo diante do imperialismo como algo positivo. Ao cruzar com Trump na ONU declarou: “I love you” (eu te amo). A propaganda é de que o Brasil tiraria vantagens de uma relação como essa. De modo que em março, durante sua visita a Casa Branca, Bolsonaro apresentou o apoio dos EUA a entrada do Brasil na OCDE como principal conquista da visita. Eis que agora o governo dos EUA não apoiará a candidatura do Brasil, e Bolsonaro não tem nada para apresentar. Em maio, o Itamaraty publicou em rede social que os EUA iriam apoiar a
entrada do Brasil na OCDE, em uma portagem que foi reproduzida pela embaixada dos EUA em Brasília. Os bolsonaristas, por alguma razão que ninguém imagina qual seria, ficaram contentes com isso. Agora ficaram sem motivos para essa alegria. O Brasil sai ganhando, como normalmente acontece quando Bolsonaro sai perdendo. Fora Bolsonaro! A política de Bolsonaro é entreguista e totalmente submissa aos interesses do imperialismo no Brasil. Não é por acaso que quando candidato o golpista bateu continência para a bandeira dos EUA. Essa política entreguista é uma agressão permanente à soberania nacional e um risco permanente para o Brasil. Sob Bolsonaro já foi entregue a base de Alcântara e está sendo planejada uma entrega da Amazônia, como Bolsonaro revelou ao dizer que Trump seria o representante do brasil no G7. Diante dessa política antinacional, cada dia a mais de governo Bolsonaro é um risco para o País. Frente a essa situação, é necessário levantar a palavra de ordem: fora Bolsonaro!
DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 13
FAMÍLIA REAL CURTE A SUÁSTICA
11/10/1937: Eduardo VIII do Reino Unido visita a Alemanha Nazista Em 1937, Eduardo VIII, que havia acabado de abdicar do trono do Império Britânico, visitava a Alemanha nazista, fazendo saudações nazis e se encontrando com Hitler.
Todos sabemos que a família real britânica não é flor que se cheire. Apesar da propaganda de seus casamentos (com cobertura ao vivo da Rede Globo) e da expectativa gigantesca que alguns nutrem em saber qual é o sexo de seus bebês, sabemos que não se trata de uma família boazinha e fofinha como a mídia pinta. O que pouca gente sabe é do flerte e admiração que alguns membros dessa família nutrem pelo nazismo. A história de hoje trata de um dos acontecimentos mais bizarros (pelo menos para os mais incautos) daquilo que foi o pré-Segunda Guerra Mundial. O dia em que o Duque e a Duque-
sa de Windsor visitaram a Alemanha Nazista. Eduardo Alberto Cristiano Jorge André Patrício Davi, mais conhecido como Eduardo VIII, era o rei do Império Britânico até 11 de dezembro de 1936, quando resolveu abdicar do trono para se casar com a socialite Wallis Simpson, que na época era casada e já havia se divorciado em outro casamento. Como não pegava bem para a coroa britânica ter um rei (e chefe supremo da Igreja da Inglaterra) casado com uma mulher já divorciada, o que poderia também levar a uma crise generalizada, que poderia contestar o regime político da época, Eduardo VIII
abdicou, tornando-se Duque de Windsor. Nem dez meses após ter abdicado do trono, Eduardo visitava a Alemanha Nazista na presença de sua esposa, Wallis Simpson. Os dois passearam pelo país na companhia do mais alto escalão do Partido Nazista, inclusive com encontros entre o duque e Hitler. A visita não foi vista com bons olhos pelo governo britânico, que havia aconselhado o ex-rei a não visitar a Alemanha. No entanto, duque e duquesa andaram por vários lugares entre os dias 11 e 23 de outubro, sendo recebidos com o Hino Britânico e saudações nazistas, saudações essas que
também eram feitas pelo casal. Após a visita, os dois se estabeleceram na França, tendo fugido de lá após a invasão dos nazistas. Os dois teriam sido enviados pelo governo britânico às Bahamas, pois o clima de guerra na Inglaterra poderia leva-los a apoiar os nazistas em algum sentido. Nas Bahamas o Duque não sossegou, chegando a dizer que o país se tratava de uma colônia de terceira classe e protestou para acabar com a pobreza na ilha, apesar de que lutasse somente contra a pobreza dos brancos da ilha e desdenhasse dos moradores negros (Eduardo nutria uma certa raiva dos negros e dos judeus). Alguns depoimentos e algumas cartas da época dizem que a visita não foi por pura inocência de quem apenas quer viajar, mas sim, que Eduardo e Wallis eram grandes admiradores da ideologia nazi e pessoalmente de Hitler, que na visão dos dois havia colocado em ordem a economia da Alemanha e tinha sabido lidar com o comunismo. Outras fontes mostram que Hitler considerava Eduardo como um aliado, e que pretendia colocá-lo novamente no trono do Império Britânico caso conquistasse as ilhas britânicas. Após o fim da guerra, Eduardo VIII chegou a declarar a um amigo seu que nunca havia pensado que Hitler fosse um mau sujeito. O curioso é que Eduardo não é o único a ter uma admiração pelos nazistas dentro da família real. Em 2015 um tabloide inglês publicou uma foto da Rainha Elizabeth II fazendo a saudação nazista com sua família enquanto criança. Sim, a rainha Elizabeth II já foi criança, e fazia a saudação nazista. Já o príncipe Harry, em 2005, utilizou um uniforme nazi em uma festa a fantasia.
Toda sexta-feira às 14h na Causa Operária TV no youtube
14 | ECONOMIA E CIDADES
RICOS CADA VEZ MAIS RICOS
“Liberdade econômica”: cresce o número de ricos acima dos U$33 milhões Após tantas crises históricas do regime, não é mistério nenhum a situação de miséria posta a grande maioria da população em paralelo ao enriquecimento da burguesia imperialista. Uma das frases mais conhecidas da história do marxismo, é aquela que conclui a prova de que cada vez mais os ricos ficarão mais ricos e o pobres mais pobres, denotando o desenvolvimento do capitalismo, um sistema que, a cada passo dado, move a humanidade ao abismo, seja social, cultural ou econômico. Com a decadência do sistema capitalista na virada do século XIX para o XX, restou à burguesia, ocupante do cargo de classe social parasitária, a política de extermínio da população mundial, a pilhagem desenfreada dos países atrasados, como forma de sobreviver, esmagando cada vez mais a classe trabalhadora, sobretudo aquela presente fora dos países imperialistas. Atualmente, após tantas crises históricas do regime, não é mistério para ne-
nhum cidadão normal a situação de miséria posta à grande maioria da população, e que boa parte do dinheiro mundial está concentrado na mãos de pouquíssimas famílias, “ultra ricos” que detêm em seus bolsos poços de dinheiro. Exemplificando estes fatores, a própria imprensa burguesa se vê obrigada a fazer uma vez ou outra alguma matéria sobre o assunto. Recentemente, foi posto às claras que 1,2% da população mundial possuem juntos um total de 33,2 trilhões de dólares, correspondendo a uma somatória equivalente a mais do que 16 brasis! Estes figurões do capital internacional encontram-se, em grande maioria, na América do Norte, Europa e Ásia, especificamente nos grandes países imperialistas, saqueadores de todo o mundo.
Eles estão, sobretudo, ligados aos bancos e setor financeiro em geral, além dos típicos conglomerados industriais, correspondendo à política geral dos capitalistas, que enriquecem das mais diversas formas sobre o suor do trabalhador. Atualmente, com a crise mundial batendo novamente na porta de todos, o número dos “ultra ricos” vem oscilando à medida em que o empobrecimento geral da população aumenta a cada dia. Muitos fatores pode ser levados em conta, mas é visível que na situação atual, a concentração de grandes fortunas está cada vez mais indo em direção aos países imperialistas, ainda mais nas mãos de poucos grupos, derrubando a propaganda capitalista de que a riqueza está crescendo em todos os lugares.
Os próprios capitalistas temem que sua riqueza suma de um dia para o outro, devido à grande quantidade de dinheiro especulativo no mercado e grande crise financeira, por isso, adotam com mais intensidade sua política predatória contra tudo e todos, afundando a humanidade no processo. O único caminho que salvará a civilização de um estado de maior calamidade é a derrubada do capitalismo, a expropriação dessa classe parasitária que suga o sangue dos trabalhadores e destrói incessantemente o mundo. Para por um fim às invasões dos países atrasados, o extermínio dos trabalhadores do campo e da cidade, além da pobreza generalizada, precisamos derrotar o imperialismo mundial e com ele todo o sistema capitalista, fruto do estado calamitoso presente na sociedade em que vivemos.
MATAR TAMBÉM DE FOME
RJ: governo quer cortar alimentação de presos Política nazista de Witsel pretende recriar os campos de concentração nazistas no Brasil contemporâneo A política de Wilson Witsel, governador do Rio de Janeiro, tem se apresentado cada dia mais nefasta. O fascista tem atirado na população e fomentado que os policiais do estado atinjam a “cabecinha” da população. Enquanto isso, para cobrir o rombo das contas públicas, pretende diminuir os valores gastos com a comida da população carcerária para “compensar” o aumento nos gastos com servidores públicos. O Rio é um dos estados com os maiores rombos orçamentários de todo o país. No entanto, ao encarcerar em massa sua população trabalhadora ou fuzila-la, Witsel, pretende recriar os campos de concentração nazistas no Brasil. Ao diminuir os gastos com alimentação, pretende-se levar à morte grande parte da população de pre-
sos ou colocá-los em condições tão degradantes, que para ocorrer uma rebelião seria questão de dias. Nesse caso, suas milícias estariam a postos para massacrar todos os rebeldes. Ou seja, para cumprir com a reestruturação do plano de carreira dos servidores da UERJ relativo aos inativos, seria preciso reduzir gastos com a alimentação dos explorados pelo sistema capitalista. Portanto, é mais uma política de ataque à população periférica, que a cada novo dia é enjaulada e amontoada no sistema prisional estadual de modo sistemático. A população prisional do estado que, no ano passado chegou a quase 200% de sua capacidade, já é uma das em situação mais crítica do País. Os números, esse ano, tendem a au-
mentar, a menos que os abates sejam superiores ao número de presos. Nesse caso, a resposta da extrema direita é atacar todos os trabalhadores, inclusive jogando-os uns contra os outros. Sendo coniventes com a organização de facções, cria-se mais um pretexto para a execução destes apenados. É importante refletir que a maioria destes presos sequer teve direito a um julgamento justo, visto que 80% da população prisional do país sequer tem documento de identificação. Além disso, estes não têm qualquer garantia de ressocialização, uma vez que não podem estudar, mesmo que haja uma escola dentro do presídio, pois não podem se matricular. É uma política de choque. Ao colocar todo o peso
da crise do capitalismo que se arrasta há anos, os fascistas buscam subjugar os trabalhadores para explorá-los ao máximo. Para combater esse regime, portanto, é preciso que a população em geral, incluindo aí a prisional, se organize para exigir que seus direitos sejam respeitados. Garantir seus direitos e fazer com que a burguesia pague pela falência do sistema econômico imposto por eles e reafirmar a luta de classes de forma que o povo se torne soberano sobre suas vidas e organizações. É o princípio para a transição para o socialismo. Por isso, é preciso exigir fora Witsel e fora Bolsonaro, liberdade para Lula e eleições gerais com Lula candidato. Só assim será possível derrotar o golpe de Estado.
JUVENTUDE | 15
FORA FASCISMO
Belo Horizonte: abaixo o escola sem partido! Educadores deixam claro: Fascistas não passarão! Abaixo o escola sem partido! Após intensa confusão, Guarda Municipal entra em cena para reprimir professores. Após mais uma tentativa de impor a mordaça nas escolas, os golpistas morderam o próprio rabo. Em plena votação do Projeto de Lei 274/17 – conhecido como “escola sem partido”, um tumulto tomou conta da sessão na Câmara de Belo Horizonte-MG. A rejeição foi enorme, troca de socos, empurrões e intensa gritaria denotaram a repulsa da população quanto à política fascista de Bolsonaro (PSL) e seus asseclas golpistas. O início da confusão se deu quando, durante o discurso do vereador Gilson Reis (PCdoB), um apoiador da política fascista “escola sem partido” fez sinal de arminha com as mãos (o mesmo gesto que o capitão boçal utiliza para
propagandear sua política fascista). Por conseguinte, a vereadora Nely Aquino (PRTB), presidenta da casa, suspendeu a sessão e determinou que se fizesse o esvaziamento do local. A partir daí uma enorme confusão se estabeleceu. A Guarda Municipal, por sua vez, cumpriu seu papel e atacou os professores que, corretamente, se manifestaram contra os direitistas e sua política reacionária. “Ele foi enforcado e desmaiou durante a abordagem. Agora, está no (Hospital de Pronto-Socorro) João XXIII, mas detido”, afirmou Cláudia Lopes da Costa, diretora do sindicato dos Trabalhadores da Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte
ELEIÇÃO E NOMEAÇÃO DE REITOR
UFPE: apenas a mobilização será capaz de derrotar a extrema-direita Extrema-direita se mostra contra eleição na UFPE e entra com ação para impedir novo reitor eleito. A extrema-direita ataca as eleições na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tenta articular, por meio da justiça golpista, uma ação para suspender a lista tríplice de candidatos à reitor da UFPE. O grupo intitulado Docentes pela Liberdade declararou que não aceita a atual gestão e, por isso, reivindica a nomeação de um reitor temporário, ficando este no cargo por até seis meses até os golpistas encontrarem um meio de impor, por meio de uma fraude, alguém que coloque em prática a política bolsonarista. A ação, que já tramita na 1ª Vara Federal do Recife, conta com o apoio de cerca de 200 docentes e pessoas de fora da comunidade acadêmica. De acordo com os golpistas, houve fraudes no processo que resultou na escolha do professor Alfredo Gomes para encabeçar a lista tríplice, encaminhada em junho de 2019 ao Ministério da Educação (MEC). Um dos proeminentes da tentativa de golpe, Coronel Meira, que foi candidato a deputado federal em 2018, é ligado ao governo Bolsonaro, e, portanto, um dos sequazes que compunha o grupelho golpista. De acordo com o tratante, o mesmo recebera da Casa Civil a “missão de ajudar os docentes a combater as fraudes no processo de escolha do reitor”. A Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) rejeitou a ação dos golpistas e se mostrou indignada com a ação, e, nas palavras do presidente, professor Edeson Siqueira, o estratagema dos golpistas fere a autonomia da universidade e ignora um processo democrático. “A comunidade acadêmica foi consultada, optou por um nome, e o Conselho Universitário aprovou. Não há questionamentos do Ministé-
rio da Educação sobre o processo e já se passaram quase três meses desde que a lista foi enviada. Não vejo sentido e nem legitimidade em meia dúzia de pessoas, muitos inclusive que não fazem parte da comunidade acadêmica, quererem interferir”, concluiu. O posicionamento contra os golpistas foi reforçado pela vice-presidente da União Nacional dos Estudantes em Pernambuco, Débora Karolayne: “Não vamos permitir que a universidade sirva de fantoche para aqueles que não ousaram se candidatar e disputar as eleições pela base. Queremos um reitor com a cara da UFPE, que conheça os projetos, que conheça os centros, os técnicos, os professores, os alunos e que conheça nossa história, porque é através dela que hoje somos reconhecidos no mundo todo. Não ao interventor!”, afirmou. Ao contrário do que fez em outra universidade, Bolsonaro nomeou o reitor eleito pela comunidade acadêmica da UFPE. No entanto, isso não é uma vitória da esquerda. A extrema-direita organizou um grupo para tentar impedir essa nomeação. Se não conseguiram agora, esse grupo será utilizado para atacar o movimento estudantil e a própria gestão do reitor no futuro. É preciso organizar os estudantes para destruir a extrema-direita, expulsando-a da UFPE com os meios que se fizerem necessários.
(Sind-Rede/BH), ao se referir ao colega de trabalho que, inclusive, chegou a ser detido pela Guarda Municipal. Mediante o ocorrido, Cláudia se deslocou à Central de Flagrantes (ceflan) 1, no Bairro Floresta, Região Leste de BH, e registrou um Boletim de Ocorrência. “Eu fui empurrada e puxada várias vezes pelos seguranças. Desde que a gente chegou, foi montado um aparato de segurança muito além do normal da Câmara. Parece que eles já estavam prontos para fazer algo”, relata Cláudia. “Estudantes, idosos e mulheres correram risco lá. Ninguém se feriu, mas o perigo foi grande”, completou. Vale salientar que a direita tem encontrado uma barreira para aprovar
sua política reacionária. Um setor contrario à política reacionária tem obstruído a bancada golpista. O texto, de autoria da bancada religiosa, tem 21 assinaturas, todavia, devido às manobras regimentais, não tem conseguido ser apreciado em 1º turno, e encontra-se há 10 dias engavetado. Diante dessa investida contra a educação, é preciso levantar a palavra de ordem: abaixo o escola sem partido! A atuação dos professores que se opuseram à política da “escola sem partido”, que na verdade é “escola com fascismo”, foi legítima e precisa ser incentivada e apoiada por todos os educadores e pela população de conjunto.
Participe dos mutirões da AJR-PCO nas universidades Os militantes da AJR (Aliança da Juventude Revolucionária), junto com os companheiros dos comitês de luta contra o golpe e de vários setores da esquerda, convidam todos que estão dispostos a lutar contra o golpe, lutar pela liberdade do ex-presidente Lula e pela anulação de todos os processos da operação criminosa Lava Jato e, claro, pela derrubada do governo fascista de Jair Bolsonaro, a participarem dos mutirões nas universidades (públicas e privadas) que acontecem toda quarta-feira no país todo. Na atividade, os militantes coletam assinatura pela liberdade do ex-presidente Lula e de todos presos políticos pelo regime golpista, vendem o tradicional Jornal Causa Operária, além de realizarem importantes debates so-
bre a atual situação política em que o País se encontra. Assim como nos mutirões que acontecem aos domingos, os militantes estão inscrevendo interessados em participar da caravana a Curitiba, para o ato nacional que será realizado no dia 27 de outubro, em frente à sede da polícia federal em Curitiba. Para ajudar a ampliar esse trabalho fundamental na luta contra o golpe, junte-se a nós nas quartas-feiras ou organize um mutirão em alguma universidade do seu munícipio. Para maiores informações entre em contato com a coordenação dos Comitês pelo telefone (11) 963886198 ou ainda pelo e-mail pco.sorg@gmail.com. LIBERDADE PARA LULA, FORA BOLSONARO!
“Bolsonaro é exterminador da juventude”, afirma advogado O advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, declarou que o atual presidente golpista, Jair Bolsonaro, é um “extermindador do futuro da juventude e da infância brasileira”. A declaração ocorreu após o presidente golpista e ilegítimo vetar o Projeto de Lei 3688, de 2000, que tornava obrigatório os serviços de psicologia e assistência social nas escolas públicas do país. A proposta de lei foi vetada por Bolsonaro, tendo como desculpa que implicava em uma criação de despesas para o Poder Executivo sem que uma fonte de receita fosse indicada. O veto de Bolsonaro é mais uma demonstração de que se trata de um governo golpista, inimigo da juventude brasileira. O mesmo presidente golpista cortou cerca de 30% das verbas destinadas as universidades e agora quer impor uma verdadeira política
de privatização do ensino, a começar pelo ensino superior, por meio do projeto “Future-se”. Vale destacar que um dos principais aliados de Bolsonaro, o governador fascista Witzel, do Rio de Janeiro, vem impondo uma política de terror nas comunidades cariocas, com a morte de várias pessoas, incluindo crianças pelas mãos da PM. Trata-se, portanto, de um governo de guerra contra a juventude e toda a classe trabalhadora. Bolsonaro e seus capachos estão a serviço dos banqueiros e grandes capitalistas, desse modo, sua política é de terra arrasada contra toda a população brasileira. A única forma de colocar um fim a essa ofensiva contra o povo brasileiro, os jovens e demais setores, é por meio da queda do governo Bolsonaro e de todos os golpistas. É preciso impulsionar a luta pelo Fora Bolsonaro!
16 | CULTURA
PODE EXIBIR ATÉ FILMES EM 3D
Cinema da Universidade Federal de Pernambuco é reinaugurado em Recife Instituição reinaugura a sala de cinema e apresenta curtas de alunos recém formados Na última quarta-feira, 9 de outubro, o cinema da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) foi reinaugurado. Isso foi um grande avanço para a comunidade acadêmica que esperou o evento pelo prazo de 8 anos. É um espaço que será a primeira sala de cinema na zona oeste da cidade e irá compor o circuito alternativo do Recife com outras atrações culturais. O circuito é composto também pelo cinema São Luiz, o cinema da Fundação Joaquim Nabuco e o Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte. No evento, estiveram presentes cerca de 180 pessoas entre estudantes e pessoas da comunidade externa. Na sessão, foram apresentados os curta metragens “Gerônimo”, de Anny Stone, e “Disforia Urbana”, de Lucas Simões, ambos ex-alunos recém formados da instituição. O fomento das apresentações de ex-alunos é importante, principalmente para incentivar a produção cultural fora do eixo das produtoras golpistas da burguesia nacional.
O reitor da UFPE ressaltou a importância do espaço na universidade para os alunos e para a comunidade externa que reside próximo à instituição. Segundo ele, “o cinema daqui volta-se para a Região Oeste da cidade. As pessoas dos bairros vizinhos estarão presentes aqui, além dos nossos estudantes”. É importante possibilitar essa integração para que as pessoas pos-
sam se organizar, trocar informações, experiências etc. O cinema tem 178 poltronas. Além disso, conta também com lugares para cadeirantes e pessoas obesas, garantindo um projeto democrático de acesso. Adicionalmente, o espaço projeta os filmes na qualidade de exibição mundial, com projetor na resolução 4k, além de áudio Dolby Digital 5.1, não fi-
cando atrás dos melhores cinemas do mundo. A tecnologia é tanta que pode exibir tanto filmes em 2D como em 3D. Para a comunidade em geral, é um importante avanço na reprodução da cultura local e fomento das produções independentes, além de se apresentar como um espaço privilegiado para o debate após a exibição, reunindo diversas camadas populares com a finalidade de avanço na luta democrática por acesso à cultura. Nesse sentido, ao final do espetáculo, a fim de manter o espaço readquirido e reivindicar a reabertura de outros espaços culturais da universidade, alguns estudantes fizeram uma manifestação democrática afirmando à reitoria essas necessidades da comunidade de manter estes espaços. Por isso é importante que os estudantes se organizem. Além disso, é preciso que se aliem aos trabalhadores dos arredores e em conjunto lutem pela manutenção de seus espaços de confraternização.
A CONTRA REPÚBLICA DE CURITIBA
Filme contra a Lava Jato, de Carlos Pronzato, estreia na Bahia O documentário não deixa dúvidas de que Lula é um preso político e o Brasil é vítima de um golpe. No dia 17 desse mês será o lançamento do Filme “A Contra Republica de Curitiba” em Salvador (Ba), de Carlos Pronzato. O estreia do filme, que será exibido no Espaço Itaú de Cinema- Glauber Rocha, na Praça Castro Alves s/n, Centro, será às 20h, e a entrada será franca.
O cinema Glauber Rocha é um espaço cultural, que recebe sempre, dentre tantos, filmes que retratam aspectos sociais, políticos e econômicos do Brasil. É um espaço localizado no centro da cidade que garante a todos um fácil acesso. O filme é mais um informe garanti-
do de que a prisão de Lula está sendo um golpe e que Lula é um preso político. Livros, redes sociais, filmes, documentários e pessoas já se convenceram que Lula está preso injustamente e que o fascismo continuará mantendo-o preso nas masmorras de Curitiba se todos e todas não se levan-
tarem nas ruas e colocarem abaixo o governo golpista ilegítimo de Jair Messias Bolsonaro. A cultura é garantida a todos os trabalhadores. Aproveitar e levantar as palavras de ordem “Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro” contra os ataques aos direitos do povo trabalhador.
MULHERES | 17
PODEM SE ALISTAR E MORRER
Opressão camuflada: agora mulheres sauditas estão nas forças armadas O braço do imperialismo no Oriente Médio concedeu o direito das mulheres se alistarem nas Forças Armadas do país, mas essa atitude é pura demagogia O Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou nesta quarta-feira (9) que, pela primeira vez, as mulheres sauditas estão autorizadas a se alistar nas forças armadas do país, que ainda hoje se escora num regime ultraconservador, principalmente na questão das mulheres. Ainda assim, ao passo que medidas como essas são tomadas, o país segue uma política de repressão contra grupos de ativistas feministas e de direitos humanos, enquanto aplicam o Islã em seu formato mais rigoroso. É verdade que nos últimos anos a Arábia Saudita tem concedido direitos às mulheres, como permissão para dirigir e a possibilidade da mulher poder viajar sem que precise do consentimento do homem da família. Essas políticas parecem absurdas olhando do lado de cá do mundo, mas é assim que se comporta um dos principais braços dos EUA no Oriente Médio. O Ministro das Relações Exteriores do Reino Saudita fala como se fosse um grande avanço para as mulheres, como se o país tivesse resolvido levar em consideração a existência e necessidades das mulheres, como sujeitos de suas próprias vidas, mas nos bastidores a história é bem diferente. Em 2018, logo após o país permitir que as mulheres pudessem dirigir, a ativista Loujain al-Hathloul foi presa e torturada. Após a repercussão desse fato lastimável na imprensa, o governo saudita tentou forçá-la a negar as
torturas em troca de soltá-la, porém a ativista se recusou a aceitar essa armadilha disfarçada de acordo. Lujain segue presa até hoje e, é claro, a imagem da Arábia Saudita ficou bem queimada com a imprensa mundial, afinal, ficou claro que esses “avanços” não passam de pura demagogia para que pareçam bonzinhos agora. O país saudita, após passar por uma queda no preço do petróleo no mercado internacional, agora tenta suavizar sua imagem para os estran-
geiros a fim de atrair investidores e turistas, principalmente para tentar diversificar a economia e depender menos dos recursos provenientes dos combustíveis fósseis. O governo saudita está usando as mulheres como isca para investimentos, é claro. Além do mais, não há nada de muito emancipador em mulheres poderem se alistar no exército, até porque a Arábia Saudita compra brigas do imperialismo e empurra sua população para a morte.
No meio de tanta opressão às mulheres, aos direitos humanos, às minorias em geral, não se vê os EUA fazendo campanha contra o país saudita, nem querendo mandar ajuda humanitária, exército, nada, ao contrário do que se faz, por exemplo, com o Irã e Venezuela. Isso se dá, principalmente, porque os EUA fazem sua política baseada em demagogia pura. O berço do imperialismo, o país da liberdade e democracia só quer levar suas políticas de libertação aos países que lhe convém. A Arábia Saudita é capacho dos estadunidenses, aliás, os EUA fazem de tudo para manter a aliança estratégica com o país saudita, a ponto de fechar os olhos para as atrocidades cometidas. Fica claro que é justamente o controle do imperialismo sobre esses países que os faz serem atrasados e tiranos, que os impedem de avançar nos direitos das mulheres no mundo inteiro, já que essa luta poderia ser potencialmente prejudicial aos países imperialistas. As conquistas no Estado burguês não vão emancipar as mulheres das correntes de exploração e opressão, muito pelo contrário: a qualquer momento a burguesia pode apertar as cordas, como já vem fazendo em lugares como o Brasil, para controlar a revolta popular. As mulheres precisam perceber as contradições e lutar pela derrubada do capitalismo, por direitos reais e contra toda forma de opressão contra qualquer pessoa.
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18 | MORADIA E TERRA
AVANÇO DO LATIFÚNDIO
Milícias atuam como empresas de segurança no Pará Empresas de segurança são contratadas para expulsar camponeses e expandir fazendas. Famílias camponesas das comunidades Flor do Brasil e Assentamento Diamante, na região paraense conhecida como Lago dos Macacos, estão desesperadas com a atuação das milícias privadas que as ameaçam. E denunciam que as empresas de “segurança” da região se prestam para este serviço. Nada disso deveria ser surpresa, já que estas empresas têm o aparato técnico e algum respaldo legal para o uso da violência. Fazendeiros interessados em expandir suas áreas, contratam estes vigilantes para intimidar, agredir e expulsar os camponeses que fazem da terra seu sustento. Nas operações, enquanto os “seguranças” expulsam as famílias de suas casas, outros ateiam fogo nas estruturas e construções, en-
quanto tratores destroem as plantações. Uma denúncia chegou ao Ministério Público local, que ajuizou pedido de suspensão da empresa de vigilância denunciada e paralisou os processos de expansão de fazendas na região. Entretanto, não é possível esperar uma política realmente efetiva dessa instância para barrar os ataques. Eventualmente, um abuso aqui e ali é denunciado, para mostrar serviço. Mas estamos falando de um governo e um projeto político que chegaram o poder graças à cooperação integral do próprio Ministério Público. Só a autodefesa organizada pelos camponeses pode oferecer alguma resistência ao avanço criminoso dos ruralistas sobre suas terras.
PELO ARMAMENTO DOS INDÍGENAS!
Latifundiários destroem base da Funai em Rondônia Como acontece em todo país devido a política de esmagamento do povo organizada pelo golpe, os Karipunas sofrem diariamente pela invasão de suas terras. Pelo direito ao armamento! Em 1998 os Karipunas receberiam a notícia de que seu território, equivalente a 153 mil hectares, havia sido homologado pelo governo federal. Porém, como acontece com toda a população indígena no Brasil, não tardou para que os ataques, invasões e outras ações criminosas passassem a ocorrer no território. De acordo com o MPF, 11 mil hectares do local já foram devastados por madeireiras e grileiros, sendo denunciados até mesmo na ONU pelos indígenas, como resultado do grande risco de genocídio provocado pela invasão do território. Os karipunas são destaque nacional quando se trata das queimadas em sua região, contendo o território mais ameaçado do Brasil em relação ao número de focos de queimadas, em um raio de até 5 quilômetros de demarcação. A área demarcada, como não bastasse sofrer de ataques pontuais, é periodicamente invadida a mando dos latifundiários da região. Tal ação é decorrente do aval dado pelo governo golpista, hoje comandado pelo fascista Jair Bolsonaro, para a invasão de terras, o massacre da população indígena e a tomada para as mãos dos latifundiários e grandes capitalistas dos territórios que hoje pertencem por direito as tribos. Em relação aos Karipuna, nem mesmo o prédio da Funai salva-se. Os madeireiros e garimpeiros destruíram toda a base, doada em 750 mil reais como compensação a tomada de parte do território por uma hidrelétrica. O imóvel tinha uma função básica: ajudar e defender a aldeia de ataques, porém de acordo com os karipunas, os fiscais chegaram a trabalhar apenas nos primeiros meses e, por falta de
verbas, o prédio logo veio a ser abandonado. Após isso, os geradores de energia foram furtados, o prédio fora queimado e depredado, e a floresta em volta toda queimada, provocando uma grande devastação. Agora, com a área menor que a inicial, a aldeia se vê esmagada, comportando duas dezenas de pessoas, que sofrem diariamente nas mãos dos latifundiários, que além de tomar a região em busca de devastar e retirar recursos, também buscam lotear de forma criminosa o que é território indígena. Os Karipunas já encontraram e destruíram diversos acampamentos de
invasores, contendo muitos materiais usados como base para as invasões e destruição da região. Além disso, como demonstrado por sua organização, os Karipunas não estão dispostos, mesmo em pequeno número, a ceder um único centímetro de seu território. Articulados em estratégias de autodefesa da aldeia, os indígenas são os únicos responsáveis pelo impedimento provisório da ação dos latifundiários, explicitando que o governo federal é um dos maiores responsáveis por tudo que está acontecendo, como indicam todos os números no pós golpe, em que inegavelmente provam o aumento da perseguição aos indígenas
e a destruição generalizada de seus territórios. A política correta, e muitas vezes já compreendida por estes grupos, é que os únicos que, de fato, defenderão o povo indígena serão eles mesmos. Devido a isto, os indígenas, como já revindicam em outras regiões do Brasil, devem, junto ao restante da esquerda, exigir o armamento do seu povo, o direito à autodefesa, pois apenas dessa forma os Karipunas ou qualquer outro grupo terão a minima chance de sobreviver aos latifundiários e ao Estado. A defesa da população esmagada passa necessariamente pelo seu direito à autodefesa.
ESPORTES | 19
AMISTOSO DA SELEÇÃO
Brasil empata com Senegal Em jogo morno, Brasil abriu o placar, mas Senegal reagiu e empatou Nesta quinta-feira (10), a seleção brasileira de futebol fez o primeiro dos dois amistosos a serem realizados em Cingapura no mês de outubro. Contra Senegal, principal seleção africana do momento, o Brasil abriu o placar, com gol de Roberto Firmino, logo nos primeiros minutos de jogo. A seleção africana, porém, não se intimidou e foi para cima do Brasil em busca do empate. E conseguiu. No final do primeiro tempo, aos 45 minutos, Diédhiou marcou em cobrança de pênalti. No segundo tempo, as equipes não conseguiram ampliar o placar, apesar de algumas poucas chances criadas por ambas as equipes. Everton entrou aos 14 minutos do segundo tempo, no lugar de Gabriel Jesus. O atacante do Grêmio foi posicionado por Tite na função em que gosta de atuar, pelo lado esquerdo. Mostrou a personalidade de sempre, chamando a responsabilidade e tentando jogadas individuais. Mas não
teve tempo para fazer muita coisa. A entrada de Neymar mudou o ritmo de jogo da Seleção, que voltou a atacar mais no segundo tempo. Já Matheus Henrique foi colocado em campo aos 20 minutos do segundo tempo, na vaga de Arthur. Desta maneira, não foi possível ver os dois jogadores revelados pelo Grêmio juntos no time brasileiro. Matheus também mostrou personalidade, mas apareceu menos. Foi eficiente nos desarmes e nos passes curtos. Também não teve tempo para fazer muita coisa. A expectativa é que eles possam receber uma oportunidade para jogar mais tempo no próximo domingo, às 9h, contra a Nigéria, também em Singapura. Neymar completará 100 partidas com a camisa do Brasil no amistoso contra Senegal. Além da marca atingida pelo atacante, Thiago Silva chega a 87 jogos pela seleção e se torna o segundo zagueiro com mais atuações, ao lado de Aldair e atrás apenas de Lúcio.
FOOTBALL
Imperialismo inglês está no controle dos jogos da Seleção Com direito de comercialiar os amistosos da seleção brasileira, empresa capitalista inglesa manda e desmanda nos rumos do time canarinho Nesta quinta-feira (10), a seleção brasileira jogou o primeiro dos dois amistosos que fará em Cingapura, no mês de outubro. A partida contra Senegal terminou empatada em 1 a 1 e o Brasil não fez uma de suas melhores apresentações. O que chamou a atenção, no entanto, foi o baixo público que compareceu ao estádio do jogo: 20.621, número que é inferior à média de público do Campeonato Brasileiro deste ano, que é de 21.663 torcedores. Público baixo, gramados em péssimas condições de jogo, operações logísticas que atrapalham os treinamentos, estádios acanhados, entre outras coisas, têm acompanhado a seleção brasileira nos períodos de data FIFA, destinados a amistosos. Há muitos anos a situação é assim, mas agora, com a continuidade e mesmo a piora das inadequadas condições dos amistosos da seleção, o técnico Tite não se conteve e resolveu apontar os problemas. Na véspera da partida contra a seleção senegalesa, o treinador brasileiro expôs todo o seu descontentamento: “O que mais me deixou chateado foi a falta de respeito da Pitch para com a seleção brasileira e a de Senegal. Ela não nos proporcionou trabalhar no campo de jogo. Isso me deixou descontente, me deixou desconforme. Atletas de alto nível como a gente e Senegal, eles merecem a chance de treinar no campo de jogo”. “Basicamente a gente quer campo e, nesta situação, ela nos
atende. Não é o ideal, mas nos atende. O problema maior é o respeito. As seleções merecem ter mais respeito. Senegal é 20º do mundo e, nos últimos anos, é a seleção referência na África. Tem atletas de alto nível na partida.
Ela [Pitch] deveria nos proporcionar a oportunidade de treinar no campo de jogo”, complementou Tite. Mas quem é a Pitch, afinal de contas?
Pitch é a empresa inglesa que operacionaliza os amistosos da seleção. É ela a principal responsável por escolher adversários e locais para os amistosos, além de programar parte da logística de viagens da delegação brasileira, negociar os direitos de transmissão dos jogos, negociar os patrocínios nas placas de publicidade, determinar o preço dos ingressos e intervir em outros acordos comerciais. Ligada a um conglomerado árabe — o grupo saudita Dallah Al Baraka e sua subsidiária ISE Sports — que, desde 2006, detém a exclusividade de comercializar os amistosos do Brasil, a Pitch International, em troca de pagar um valor fixo para a CBF (2,1 milhões de dólares, completados por outros 1,05 milhão dos sauditas), abocanha toda a renda da bilheteria dos jogos e da venda de transmissão dos amistosos para TV. Nem é preciso dizer que em todas as decisões sobre os amistosos do Brasil, o único critério adotado pela empresa capitalista inglesa é o comercial, o da lucratividade. A partir disso, fica fácil entender por que a seleção realiza amistosos em estádios de futebol americano, com estruturas impróprias para a prática do esporte bretão, com gramados que não deixam a bola rolar etc. Trata-se do imperialismo inglês se apoderando de um grande patrimônio cultural do povo brasileiro e comercializando-o — uma manifestação particular do domínio do imperialismo europeu sobre o futebol brasileiro e mundial.
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
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