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DOMINGO, 13 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5794
Todos à Paulista pela Liberdade de Lula já! A
partir das 14 horas de hoje, acontece na Avenida Paulista, no centro da Capital paulista, ato pela liberdade de lula convocado pelo Comitê Lula Livre-SP, pela Frente Brasil Popular, pela CUT-SP, partidos de esquerda, como o PT e PCO, e inúmeros Comitês de Luta Contra o Golpe e pela Liberdade de Lula e Comitês Lula Livre de todo o Estado, além de entidades dos movimentos populares.
Cresce a mobilização para o dia 27, por Lula Livre já Em todo País são inúmeros os sinais de que podemos ter no próximo dia 27 uma grande mobilização a favor da liberdade imediata do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, no dia do seu aniversário.
Estado vai pagar indenização a inocente torturado e preso por 18 anos Um reflexo da política que tritura a população pobre nos presídios são os frequentes casos de trabalhadores comuns, presos injustamente e que passam parte significativa de suas vidas encarcerados, em uma situação pior que a do inferno, nas prisões brasileiras.
Burguesia alimenta o caos e prepara massacres nos presídios
Governo fraco: até o PSL está rachando com Bolsonaro A direção do PSL (Partido Social Liberal), partido do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, anunciou que vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. O anuncio é uma reação ao fato de que o próprio Bolsonaro e mais e 21 parlamentares do Partido terem encaminhado um pedido
formal à legenda para que apresente documentos e informações sobre as contas do PSL ao longo dos últimos cinco anos, inclusive de 2019. Na solicitação, Bolsonaro e menos da metade dos deputados que ainda estão no Partido (que nas eleições fraudulentas de 2018, elegeu 58 deputados) pediram que a direção do PSL
informe: fontes de receitas e identificação dos doadores; relação de despesas e identificação dos prestadores de serviço; balanço patrimonial; lista de fundações ligadas ao partido; lista de funcionários, suas funções e salários; lista discriminada das atividades dos dirigentes partidários custeadas pelo Partido; entre outras coisas.
Golpistas podem Bolsonaro e Trump não são “malucos”, são a afastar Dallagnol para burguesia contra o povo salvar Lava Jato Em entrevista à imprensa burguesa, Elisabeth Segundo informações da Revista Forum (11/10/2019), Roudinesco, psicanalista e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) te- historiadora francesa resria acatado pedido da senadora do PDT de Tocantins, ponsável por biografias de Kátia Abreu, e deverá retirar o procurador Deltan Dallag- Freud e Lacan, afirmou que nol do controle da força tarefa de Lava Jato em Curitiba. as massas, em determinadas condições, podem eleger presidentes “malucos” como Bolsonaro e Trump, mas isso não vai durar. “No momento, temos o populismo. Quando os povos elegem presidentes como Bolsonaro e Trump, podemos nos desesperar.
Para se aproximar de neoliberais, Haddad critica Dilma
2 | OPINIÃO E POLÊMICA EDITORIAL
Cresce a mobilização para o dia 27, por Lula Livre já Em todo País são inúmeros os sinais de que podemos ter no próximo dia 27 uma grande mobilização a favor da liberdade imediata do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, no dia do seu aniversário. A proposta do PCO e dos Comitês de Luta contra o Golpe, foi aprovada na II Plenária Nacional Lula Livre, que reune dezenas de entidades, como partidos de esquerda (PT, PCdoB, PCO, PSOL), organizações sindicais (CUT, CTB), Popular (CMP, MST e outras), da juventude (UNE, UBES etc.) e de todos os setores dos explorados e de defesa dos direitos democráticos. A mobilização do dia 27, foi aprovada no Conselho Estadual do maior sindicato do País, a APEOESP – entidade que apoiou e participou de todas as atividades fundamentais da luta contra o golpe desde os primeiros momentos -, foi apoiada por centenas de delegados do congresso da maior organização sindical da América Latina, a CUT, sendo citada no discurso de posse do novo
presidente da CUT, o sindicalista metalúrgico Sérgio Nobre. Por todos os lados, multiplicam-se as reuniões de comitês para organizar caravanas para Curitiba; os companheiros da vigília Marisa Letícia, em Curitiba, já se preparam para receber milhares de manifestantes, há significativas declarações de apoio político e material para a realização da manifestação, como no caso dos companheiros petistas da liderança do PT na Câmara dos Deputados que ganharam na mega sena que anunciaram que vão contribuir para alugar 13 ônibus para levar trabalhadores e estudantes de Brasília para a manifestação. Também aumentam a participação nos mutirões que coletam assinaturas pela anulação da Lava Jato e pela libertação de Lula, crescem os festivais e ouras atividades culturais em favor dessa mesma causa, em como os atos, como o que ocorre hoje na Avenida Paulista com os mesmos eixos. Também estão se realizando faixas e outros tipos de manifestações em todo o País.
A programação já esta sendo discutida e com toda certeza, haverá a a participação dos manifestantes nas atividades já tradicionais do movimento de luta pela liberdade do ex-presidente, como no “bom dia presidente Lula”, logo cedo, às 9h da manhã, e o encerramento com o “boa noite presidente Lula”, em frente à carrearem da Polícia Federal. Muitos grupos musicais, de diversas regiões do País, estão se organizando para apresentações musicais (como uma “orquestra” que vai toca o “Lula lá” e o “Parabéns pra você”, para a maior liderança popular do País que completará 74 anos). É claro que não vai faltar passeata – com muitas bandeiras, faixas e camisetas vermelhas – e Ato Político. Mas desta vez vai ter também bolo gigante de aniversário, fogos e tudo mais para celebrar o aniversário de Lula e nossa luta pela sua liberdade, pela anulação de todas as condenações fraudulentas que lhe foram impostas e pela soltura de todos os presos políticos do regime golpista. Nessas duas semanas que nos separam da “ocupação de Curitiba”, é pre-
ciso intensificar a propaganda e agitação em torno dessa atividade central para todo o movimento de luta de luta contra o regime político e de defesa das reivindicações dos explorados em geral. Diante do agravamento da crise do governo e da violenta degradação das condições de vida do povo pobre e trabalhador, mais do que nunca a luta pela liberdade de Lula é uma questão central e o ato do dia 27. Ela só poderá ser conquistada por meio de grandes mobilizações populares, com o povo nas ruas. O dia 27 pode ser um momento de dar um novo salto no sentido de impulsionar uma nova etapa, na qual a revolta crescente e majoritária da população contra o governo ilegítimo de Bolsonaro se unifique em torno da defesa da liberdade da liderança capaz de “mudar a correlação de forças” em favor dos explorados, como assinalou a ex-presidenta Dilma. Mão à obra. É hora de transformar a disposição de luta que se expressa pelo País afora em uma grande mobilização no dia 27, por Lula Livre, Já!
COLUNA
CUT e Conlutas: diferenças às claras Por Renan Arruda
Nos primeiros dias do mês de outubro tive a oportunidade de acompanhar e participar de duas atividades significativas do ponto de vista da evolução da situação política do País, da luta de classes e, consequentemente, da luta contra o golpe de Estado no Brasil: os congressos da Conlutas e da CUT. O primeiro deles, o da Conlutas. Congresso que precedeu o da CUT em alguns dias, foi, digamos assim, quase que um atestado de óbito para um arremedo de central que se propunha “superar a CUT”. Aqui não se trata de um regozijo de fundo moral, mas do entendimento do ponto de vista da luta de classes, da profunda confusão que a política pseudo-esquerdista dos diversos agrupamentos pequenos-burgueses, a começar pelo setor majoritário, o PSTU, que compõem a “Central”, causam no interior da esquerda e por consequência no próprio movimento dos trabalhadores. Quando falo em confusão, não é que esses grupos em si, tenham um significado na vida do movimento operário brasileiro, mas é que suas posições políticas com aparência esquerdista se fundem com as posições mais direitistas e conciliadoras de todo um setor pequeno-burguês e direitista da esquerda brasileira. Para ficarmos apenas nas questões cruciais que marcaram ambos os congressos, um pela negativa e o outro pela positiva, cito as questões-chave da situação política brasileiro e tam-
bém latino-americana: Lula, Bolsonaro e Venezuela. Nos três casos, as resoluções do Congresso da Conlutas apontam uma verdadeira frente única com o imperialismo. Nada de defesa da liberdade de Lula, nada de fora Bolsonaro e tudo de fora Maduro. Não vou entrar no mérito das “justificativas”, pois já estão polemizadas fartamente neste DCO e na imprensa do PCO em geral, mas, justamente em como essa política alimenta e se funde com os setores mais direitistas da esquerda brasileira e latino-americana, causando uma enorme paralisia e vacilação que se expande para diversas organizações políticas a começar pelo PT. A burguesia, o imperialismo, tem consciência mais do que qualquer outra classe social do seu estágio ter-
minal. Nos casos brasileiro e latino-americano isso é patente. Espalharam golpes por todos os países e mesmo assim não encontram uma saída de um ponto de vista econômico e consequentemente político, que permita estabilizar os golpes, muito ao contrário. É nesse quadro que a direita se utiliza da esquerda como uma correia de transmissão a fim de conter o aumento exponencial da polarização política entre as classes sociais. No Brasil um bloco que vai da direita do PT, passa pelo Psol, PCdoB, partidos da esquerda burguesa e vai até os partidos linha de frente do golpe, como o PSDB e o DEM, buscam canalizar a insatisfação popular para as instituições golpistas, em particular o Congresso Nacional, e ao calendário eleitoral, através do movimento “Direitos Já”.
É nesse ponto que se fundem as políticas pequeno burguesas da esquerda direitista e da ultra-esquerda, que, também, é direitista. Ambas, cada uma a seu modo, são como correia de transmissão, da política do imperialismo. Por isso, nada de fora Bolsonaro, nada de liberdade para Lula e tudo pelo Fora Maduro. Em oposição a essa política de frente única com o imperialismo, o Congresso da CUT expressou as tendências à mobilização presentes na situação política e que em alguns países já se expressam com revoltas populares, como é o caso do Equador. Não porque a maioria dos dirigentes estejam convencidos da necessidade de um movimento de enfrentamento com o golpe, mas, porque a CUT e os seus sindicatos são muito mais permeáveis à pressão de suas bases. O Fora Bolsonaro, a Liberdade para Lula, a denúncia da fraude eleitoral que levou o fascista Bolsonaro ao governo, a convocação de novas eleições com Lula candidato, foram a tônica do Congresso e representam os anseios da esmagadora maioria da população brasileira. Esses eixos políticos são poderosas alavancas para impulsionar o movimento de luta no País e colocar, assim como no Equador e em toda a América Latina, a derrota do golpe e a luta por governos dos trabalhadores da cidade e do campo como uma condição fundamental para a luta anti-imperialista em toda a América Latina.
POLÍTICA | 3
NESTE DOMINGO
Todos à Paulista pela Liberdade de Lula já! Alavancar a mobilização rumo à Curitiba, no dia 27/10, no aniversário de Lula, pela sua liberdade, pela anulação da Lava Jato A partir das 14 horas de hoje, acontece na Avenida Paulista, no centro da Capital paulista, ato pela liberdade de lula convocado pelo Comitê Lula Livre-SP, pela Frente Brasil Popular, pela CUT-SP, partidos de esquerda, como o PT e PCO, e inúmeros Comitês de Luta Contra o Golpe e pela Liberdade de Lula e Comitês Lula Livre de todo o Estado, além de entidades dos movimentos populares. A Avenida, que há cerca de três meses recebe – todos os domingos – os mutirões de coleta de assinaturas pela
anulação da criminosa operação lava jato e pela liberdade imediata do ex-presidente e maior liderança popular do País, vai receber a manifestação que terá a presença do trompetista Fábio Leitão, o grupo Mistura Popular, além de artistas populares e lideranças sindicais e políticas, preparando a grande mobilização marcada par o próximo dia 27 de outubro, em Curitiba. O ato se soma a outras atividades que estão se realizando em todo o País, como o ato de Recife, nesta última sexta feira, e a carreata convocada
para a Brasília, neste domingo, a partir das 9 horas. Na Paulista e e outras atividades pelo País estarão sendo feitas as inscrições para o ato de Curitiba, no dia do aniversário de Lula, 27/10, o que também já está sendo feito nos mutirões que acontecem pelo País, todos os domingos em locais de grande concentração de centenas de cidades, e nas universidades, nas quartas feiras. É preciso levar essa campanha também para as fabricas e bairros operários, como deliberado na II Plenária Nacional Lula Livre.
Ganhar as ruas em defesa dos direitos democráticos do ex-presidente e de todo o povo brasileiro e lutar pela derrubada do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro é o único caminho real para barrar a ofensiva da direita e conquistar a liberdade de Lula e as reivindicações da população trabalhadora diante da crise. Por isso nesse domingo, vamos todos à Avenida Paulista, Vista sua caminha vermelha e venha com o PCO e os Comitês de Luta Contra o golpe, gritar “Fora Bolsonaro” e por “Lula Livre Já!”.
CRISE POLÍTICA
CRISE DO REGIME
Governo fraco: até o PSL está rachando com Bolsonaro
Golpistas podem afastar Dallagnol para salvar Lava Jato
Comentaristas políticos da burguesia já anunciaram que o presidente prepara uma possível ruptura com o Partido, diante da perda do controle do mesmo.
Diante da crise da Lava Jato, a burguesia está pensando em rifar um de seus principais mandantes, Deltan Dallagnol. Uma tentativa de salvar a operação golpista.
A direção do PSL (Partido Social Liberal), partido do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, anunciou que vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. O anuncio é uma reação ao fato de que o próprio Bolsonaro e mais e 21 parlamentares do Partido terem encaminhado um pedido formal à legenda para que apresente documentos e informações sobre as contas do PSL ao longo dos últimos cinco anos, inclusive de 2019. Na solicitação, Bolsonaro e menos da metade dos deputados que ainda estão no Partido (que nas eleições fraudulentas de 2018, elegeu 58 deputados) pediram que a direção do PSL informe: fontes de receitas e identificação dos doadores; relação de despesas e identificação dos prestadores de serviço; balanço patrimonial; lista de fundações ligadas ao partido; lista de funcionários, suas funções e salários; lista discriminada das atividades dos dirigentes partidários custeadas pelo Partido; entre outras coisas. Comentaristas políticos da burguesia já anunciaram que o presidente prepara uma possível ruptura com o Partido, diante da perda do controle do mesmo, em meio ao avanço da crise politica e dos preparativos para as eleições do próximo ano. Assim o pedido de “esclarecimentos”. à direção partidária seria a preparação de estabelecer pretextos que possas ser usados em uma possível ruptura e saída de deputados do partido, para impedir que perdem o mandato e possam levar para a legenda para onde forem parte dos fundos partidários a que o PSL tem direito (R$ 110 milhões em 2019), por conta do tamanho de sua bancada, menos apenas que a do PT. A alegada falta de transparência com recursos do fundo partidário seria uma possível alegação para a desfiliação do grupo por “justa causa”, criando condições para que o TSE pu-
desse dar uma decisão favorável para Bolsonaro e seu grupo não perderem o mandato nem o fundo. O PSL tem como presidente o deputado federal Luciano Bivar (PE) e durante a campanha presidencial foi presidido por que chegou a ocupar a Secretaria-Geral da presidência da República, mas foi demitido por Bolsonaro em meio a umas primeiras grandes crise do governo, quando se atritou com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República. Ao longo da última semana, Bolsonaro e Bivar se atritaram publicamente em uma nova etapa da crise do PSL que já perdeu deputados e uma senadora, neste ano. O estopim dessa nova crise foi a declaração presidencial aconselhando a um apoiador que esquecesse seu partido. Os ataques contra Bolsonaro vieram de diversos parlamentares do Partido, como o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, que rebateu Jair Bolsonaro, que disparou contra o presidente: “como você fala do quintal alheio se o seu quintal está sujo? As candidaturas em Minas Gerais e Pernambuco estão sendo investigadas. Mas o filho do presidente também”. Diferentemente do que anunciam “analistas” da imprensa burguesa e até certos setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, a crise é uma demonstração inequívoca da fragilidade do governo importado de Bolsonaro que não para de crescer. Nem os aliados do golpe de Estado, da fraude eleitoral, do partido do próprio presidente se mostram dispostos a defender o governo incondicionalmente diante da enorme rejeição popular e das tendências a uma mobilização contra o governo. O governo pode ser derrubado. É preciso levar para as ruas a campanha Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
Segundo informações da Revista Forum (11/10/2019), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) teria acatado pedido da senadora do PDT de Tocantins, Kátia Abreu, e deverá retirar o procurador Deltan Dallagnol do controle da força tarefa de Lava Jato em Curitiba. O pedido de Abreu teve o apoio de setores do centrão no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso, revelando uma verdadeira crise política no interior da burguesia golpista. A senadora relembrou a derrota da Lava Jato com a tentativa de criar um fundo da Lava Jato com o dinheiro “recuperado” da Petrobras – medida que foi proibida pelo STF, na época. Proteger a Lava Jato Porém, como afirma a própria senadora, trata-se de uma medida para “salvar a Lava Jato”. Dallagnol está totalmente queimado por conta dos vazamentos de conversas entre ele, Sérgio Moro e outros procuradores da Lava Jato, em que fica explícita a fraude que foi a operação que prendeu Lula. Entre outras coisas, além de ter atuado junto ao juiz Moro, Deltan também procurou enriquecer com a prisão do ex-presidente e buscou acordo com instituições financeiras, mostrando a parcialidade da operação.
Desta forma, a burguesia, para manter a Lava Jato, poderá abrir mão de uma das principais figuras da operação golpista justamente para protegê-la. Setores da burguesia, com a inevitável crise da Lava Jato, querem salvá-la, apresentando que são apenas alguns elementos da operação que são ruins – Moro, Dallagnol, etc. Isto é, querem uma Lava Jato sem os setores em que está focalizada a crise, porque querem manter a política de perseguição a esquerda e a setores da burguesia nacional. Burguesia ainda aposta em Dallagnol A revista golpista, porta-voz dos interesses da direita, Veja, declarou que “Deltan Dallagnol será mesmo retirado do comando da Lava-Jato. O Conselho Nacional do Ministério Público topou fazer o serviço encomendado por uma ala de senadores e ministros do STF.” Ou seja, é fato consumado. Porém, deixam muito claro que a burguesia ainda aposta em Dallagnol, por conta do trabalho sujo já realizado pelo procurador. Segundo a revista, “o procurador-geral da República Augusto Aras estuda convidá-lo a chefiar uma força-tarefa de combate ao narcotráfico”, um dos principais pretextos do Estado burguês para o aumento da repressão contra a população. A ideia, porém, ainda gera crises no interior da burguesia. A revista afirma que “a ideia inicial era tentar levar Deltan para Brasília, onde ele atuaria na própria PGR. Mas os defensores dessa saída foram logo convencidos pelos adversários de Deltan de que sua presença poderia causar problemas com o STF”. Estão buscando uma solução para Dallagnol, afinal ele cumpriu seu dever prendendo Lula e dando o golpe.
4 | POLÍTICA
CINISMO DE EXTREMA-DIREITA
Devastador, governo responsabiliza Venezuela por manchas de petróleo Sem qualquer prova concreta, governo golpista de Bolsonaro segue atendendo os interesses do imperialismo dos EUA na tentativa de derrubar o governo da Venezuela Na última quarta (9), o governo Bolsonaro, através do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, acusou a Venezuela de ser responsável pelo vazamento de óleo na região do nordeste brasileiro. Sem qualquer prova concreta, o governo golpista brasileiro segue atendendo os interesses do imperialismo dos EUA para o aprofundamento da crise na Venezuela e a derrubada do governo Maduro. De acordo com o ministro golpista, “muito provavelmente” o óleo veio da Venezuela. Esta tese tem sido defendida pela imprensa capitalista golpista e pelo governo Bolsonaro. No entanto, como o óleo venezuelano teria chegado às praias do Brasil sem afetar a costa dos países que estão entre a Venezuela e o Brasil? Segundo o professor Miguel Jaimes, autor dos livros “Petrocaribe: a geogerência petroleira” e “O Poder Oculto de PDVSA: abertura petroleira”, consultado pelo jornal Brasil de fato, diz que seria impossível afirmar que os resíduos de óleo tenham origem na Venezuela. Conforme ele explica, se o vazamento viesse da Venezuela, teria atingido locais do próprio país e ilhas do Caribe, antes de chegar ao Brasil. Para criar um clima acusatório em relação à Venezuela, o governo Bolsonaro não executou o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional, aprovado desde 2013. Esperou um mês para depois procurar um culpado externo: a Venezuela.
O ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, rebateu em seu twitter as acusações do governo Bolsonaro: “Condenamos estas acusações infundadas, cujo objetivo é aprofundar as agressões unilaterais coercitivas contra o povo venezuelano. Ratificamos nosso compromisso de preservar a vida na Mãe Terra, tal como estabelece a Constituição
da República Bolivariana da Venezuela e a Lei do Plano da Pátria” Para criar um clima acusatório em relação à Venezuela, o governo Bolsonaro não executou o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional, aprovado desde 2013.
O ex-ministro do meio ambiente, Carlos Minc também denunciou: “No dia seguinte, o ministério deveria solicitar as fotos do Inpe, as fotos dos satélites e a marinha tinha que ver as rotas dos navios na região. Não era para ver isso um mês depois, mas sim no dia… Ao invés de colocar esse plano em prática, eles começaram, cinco semanas depois, a colocar todas as fichas em cima de um inimigo externo. Isso parece ser uma obsessão desse governo. Então, ele esvazia e desacredita os órgão [de fiscalização]. Eles tinham que ter chamado os cientistas e os oceanógrafos para um comitê de crise. O Salles não sabe de nada. No decreto de 2013, eu contei onze pontos que não foram cumpridos.” Quevedo denuncia que a prática do governo Bolsonaro em atacar a Venezuela corresponde à política dirigida pelos serviços de inteligência dos EUA, que atua para desestabilizar as relações entre os países latino-americanos e impulsiona o boicote de países da América do Sul contra a Venezuela. Portanto, essa manobra do governo golpista em atacar a Venezuela é mais uma investida do imperialismo norte-americano para enfraquecer as relações da Venezuela com seus países vizinhos, para o aumento das tensões e uma possível invasão da república bolivariana. É mais um ataque à soberania dos povo latino-americano e deve ser denunciada como mais uma tentativa de desestabilização do governo Maduro e de invasão do País.
GOVERNO INIMIGO DO POVO
Vazamento de óleo no Nordeste: um mês e governo não tomou nenhuma ação Em um mês de vazamento de óleo no mar do Nordeste, o governo Bolsonaro não tomou nenhuma providência, mas acusa demagogicamente a Venezuela de ter sido responsável. Nas últimas semanas, o vazamento de petróleo no mar do Nordeste brasileiro tem tido muita repercussão. A catástrofe ambiental deixou o oceano repleto de óleo, há um mês, sendo que nenhum tipo de providência foi tomada. Mais de um mês as praias do nordeste estão sendo contaminadas com vazamento de óleo e o governo Bolsonaro e Ministério do Meio Ambiente não fazem absolutamente nada. Um mês após o inicio do desastre, o governo agora acusa a Venezuela do vazamento. Bolsonaro quer esconder que governo não faz nada para conter o vazamento e acusa o governo Maduro para desviar a atenção. A substância alcançou as praias pernambucanas de Piedade, Boa Viagem, Del Chifre, Cupe e Tamandaré. Passados mais de 30 dias, já são 132 praias do Nordeste atingidas pelo que se descobriu ser petróleo cru. Além dos mencionados, também foram atingidos Alagoas, Sergipe, Ceará, Piauí e Maranhão.
O presidente golpista e fascista Jair Bolsonaro acusa a Venezuela de ter liberado no mar o óleo, de forma criminosa para se livrar de sua responsabilidades. Empresas petroleiras de todo o mundo costumam em sujar o mundo com petróleo. O eixo do problema é o sistema capitalista, que tem no imperialismo o controle dos países menos desenvolvidos. O vazamento está sendo aproveitado de forma demagógica pelo governo golpista para se isentar de suas responsabilidades, não perdendo tempo em atacar a Venezuela. É preciso compreender que o imperialismo é uma ameaça à autonomia dos povos em todo o mundo. Não haverá real independência, principalmente para os países oprimidos, cheios de necessidades sociais e econômicas, enquanto houver a ameaça dos países imperialistas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Fora imperialismo da América Latina!
POLÍTICA | 5
DITADURA DA BURGUESIA
Estado vai pagar indenização a inocente torturado e preso por 18 anos Acusado de um crime que não cometeu, um ex-presidiário será indenizado por ter sua liberdade privada e ter sido torturado pelo Estado. Um reflexo da política que tritura a população pobre nos presídios são os frequentes casos de trabalhadores comuns, presos injustamente e que passam parte significativa de suas vidas encarcerados, em uma situação pior que a do inferno, nas prisões brasileiras. Raramente mostrados na imprensa burguesa, pessoas como o artista plástico mineiro, preso por 18 anos condenado pelo crime de estupro, sem nunca te-lo cometido. Hoje, libertado e já com mais de 60 anos, a vítima dos aparatos de repressão do estado vive com o fato de não apenas ter perdido parte de sua vida, mas também, de sofrer com a tortura diária no presidio e com aquela que lhe fez “confessar”, sob a pressão dos policiais, um crime que nunca cometeu. O verdadeiro culpado pelo crime fora encontrado em 2012, naquela época a justiça mesmo assim decidiu por manter ambos presos, ao ponto que hoje o ministério público deve milhões em indenização pelos danos causados.
Este caso no estado de Minas Gerais é apenas um entre os milhares que existem por todo país. A esquerda, seguindo a propaganda da burguesia, aparece frequentemente com a ideia de aumentar as penas, aumentar o número de crimes, declarando como alternativa ao ataque as mulheres, LGBTs ou qualquer outro setor massacrado. Porém, a realidade sempre demonstra que o aumento das penas ou a criação de novos crimes servem unicamente para fortalecer os órgãos de repressão do estado, aumentar o poder do judiciário é aumentar o massacre da população pobre nas prisões. Mesmo em relação ao caso de Minas Gerais, onde o preso fora acusado de estupro, deve-se acima de tudo prevalecer os direitos democráticos de todo cidadão. Um doente por exemplo, não deve ser esmagado nas prisões e torturado por isso, e sim tratado. Na sociedade brasileira, o pobre é esmagado e torturado pelo crime mais básico possível, quando ainda de fato há algum crime.
Por isso, em vez de cairmos na campanha da burguesia, que prega o esmagamento da população como alternativa ao crime, devemos defender os direitos do povo e entender algo que
a esquerda aparentemente esqueceu, que os crimes são gerados por fatores sociais e por isso, para solucionar esses problemas, precisamos resolver o problema pela raiz.
MÁQUINA DE MOER POBRES
Burguesia alimenta o caos e prepara massacres nos presídios Hoje, o Brasil já é o país com a terceira maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, países com uma população muito superior
Uma matéria recente da Folha de S. Paulo dá uma ideia da crise generalizada do sistema prisional brasileiro. Esta matéria cita o Funpen, Fundo Penitenciário Nacional, anunciado pelo ministro Sérgio Moro como a “salvação da lavoura” dos precários investimentos prisionais e revela o quão falido está este sistema no país. Hoje, o Brasil já é o país com a terceira maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos Es-
tados Unidos e da China, países com uma população muito superior à brasileira. Até mesmo os EUA, principal país capitalista do mundo, tem dificuldades em administrar a sua população carcerária de impressionantes 4 milhões de presos. Já no caso do Brasil, país atrasado, temos 800 mil presos, sendo que a grande maioria são pessoas que sequer têm documentos, quer dizer, o grosso da nossa população carcerária é composta pela camada mais baixa
da classe operária do país. Além disso, são muitos os que estão presos por um crime que é em grande medida fictício, o tráfico de drogas. É evidente que um país como o nosso não tem condições de manter um sistema prisional deste porte. Quem conhece minimamente a classe operária brasileira sabe as condições degradantes das penitenciárias do Brasil: são um verdadeiro inferno na terra. Presídios com uma população muitas vezes superior à sua capacidade, o que obriga os presos a fazer um “rodízio” para dormir, comida que mais parece lavagem para porcos e um regime ditatorial que se impõe aos presos. Além de todas as arbitrariedades que são cometidas contra os prisioneiros, as condições subumanas dos presídios por si só constituem um crime gravíssimo. Se o Estado não possui recursos para manter os presos em condições minimamente dignas, ele não deveria nem prende-los. Não é por que um indivíduo supostamente cometeu um crime que ele merece viver em condições inferiores às de um animal de zoológico. Neste sentido, a matéria da Folha é muito educativa. Ela mostra a total falência deste sistema prisional no país com riqueza de detalhes. No final das contas, se a burguesia quer manter um amplo sistema penitenciário no Brasil, ela deveria ao menos arcar com os custos disso. No entanto, conforme mostra a matéria da Folha, os cortes de verbas vão criando
condições ainda mais desumanas, que estimulam todo tipo de revolta e inclusive os massacres que temos visto nos presídios. É um plano premeditado da direita, que por um lado procura aumentar os massacres e as mortes da população operária que está presa, e por outro aponta inclusive para a “necessidade” de privatizar as penitenciárias no Brasil, já que o Estado não tem os recursos necessários para manter esta gigantesca máquina de moer pobres. A privatização dos presídios e a liberação de trabalhos forçados na legislação brasileira é uma ameaça gravíssima, que pode levar o Brasil a se transformar em uma gigantesca cadeia, onde a população operária brasileira estaria fadada a trabalhar como escravos em presídios por todo o país. A crise nas penitenciárias e o completo fracasso do sistema prisional brasileiro são de total responsabilidade da direita e da burguesia, e servem somente para esmagar a classe operária mais pobre do Brasil. A esquerda não pode compactuar de forma alguma com essa política “chave de cadeia”. Devemos exigir o desmantelamento deste sistema penitenciário e lutar pela libertação dos presos por tráficos de drogas, os que ainda não foram julgados e condenados mas que no entanto já cumprem “pena”, dos que não tem sequer documentos e dos que estão presos em condições subumanas: enfim, pela destruição do sistema penitenciário no Brasil.
6 | CIDADES
FORA WITZEL
PM mata mais um jovem e população protesta no Rio Na última sexta-feira (10), moradores e familiares de Kelvin Gomes, assassinado pela PM, fizeram um protesto em seu enterro. Na última quinta-feira (10), durante uma operação na comunidade Para-Pedro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Polícia Militar matou uma pessoa e deixou outra ferida. Em resposta, moradores interditaram a Av. Pastor Martin Luther King, ateando fogo em pneus.
do disparo foi preso em flagrante. Em um dos vídeos gravados no protesto, um policial aparece chutando um dos manifestantes. Durante o ato, que interditou a Estrada do Colégio, entre a Av. Pastor Martin Luther King Jr. e a Av. Monsenhor Félix, um grupo chegou a depredar um ônibus.
ram que o jovem não tinha envolvimento com qualquer tipo de crime. Mais uma vez, portanto, fica demonstrado que a política de “bandido bom é bandido morto” não passa de pura demagogia para massacrar os setores mais pobres e oprimidos da população. Na mesma barbearia em que Kelvin estava, Lucas Souza, de 19 anos, foi atingido pelos disparos da PM, ficando ferido no peito e no braço. Seu tio, Valdemir Menezes, expressou a revolta dos moradores com a matança provocada diariamente pela PM: "Como é que pode uma pessoa sair para cortar o cabelo e, de repente, ser alvejada por dois tiros? Esse tiro poderia ser para a morte, nós estamos cansados disso. Não aguentamos mais."
Kelvin e Lucas
Witzel, assassino de crianças
Em depoimentos à imprensa burguesa, os familiares de Kelvin fala-
Desde que Wilson Witzel (PSC-RJ) assumiu o governo do Rio de Janeiro, no
Protesto no enterro A nova vítima da PM carioca foi o mototaxista Kelvin Gomes Cavalcante, de 17 anos – mais um jovem assassinado pelo governo Witzel. Kelvin estava em uma barbearia quando foi baleado durante a operação na comunidade Para-Pedro. Na sexta-feira (11), em seu enterro, moradores e familiares organizaram um protesto contra a PM fascista do Rio de Janeiro. No protesto feito durante o enterro de Kelvin Gomes, um policial militar que estava presente atirou duas vezes para o alto com um fuzil. O autor
início de 2019, ao menos cinco crianças já foram abatidas pela Polícia Militar e outras onze foram baleadas. A morte da quinta criança, Ágatha Félix, deu origem a uma série de protestos contra a política assassina da extrema-direita. Fora Witzel! A política do governo Witzel, que é a mesma política de massacre defendida pelo governo Bolsonaro, está levando a um colapso social. A Polícia Militar e a Polícia Civil estão atuando com cada vez mais brutalidade e impunidade – afinal, para a burguesia, é preciso endurecer a repressão contra os trabalhadores na medida em que vai sendo implementada a política neoliberal. Diante disso, é preciso dar um basta, é preciso impedir que a extrema-direita continue matando a população. Fora Witzel, Bolsonaro e todos os golpistas!
PM APONTA FUZIL AO POVO
MAIS UMA DA PM NO RIO
Polícia reprime população a tiros de fuzil no enterro de Kelvin Gomes
Familiares de jovem preso pela PM no Rio protestam pela sua liberdade
Policial aponta fuzil, dá tiros para o alto e chuta manifestantes que protestavam contra a violência policial e contra Witzel.
Ryan Dias, estudante do ensino médio e morador da Favela do Dique, fora preso ilegalmente no último dia 4, enquanto se escondia de um tiroteio feito pela PM contra os moradores.
Nesta sexta-feira (11) ocorreu o velório do jovem Kelvin Gomes, de 17 anos, morto um dia antes por tiros da polícia, enquanto cortava o cabelo numa barbearia na comunidade Para-Pedro. O tiroteio atingiu pelo menos outros 4 moradores. Revoltada, a população fez protestos no próprio dia, ateando fogos em pneus para fechar ruas. Após o enterro, a população fez um novo protesto pelas ruas da comunidade, contra a violência da “polícia pacificadora” e de outras milícias mercenárias que executam a política genocida do governo bolsonarista. Palavras de ordem pelo “Fora Witzel” e pelo fim da polícia militar fora ouvidas.
Na tentativa de reprimir a manifestação, um policial aponta o fuzil para o grupo, chuta um dos manifestantes e dá tiros para o alto. No link abaixo é possível ver o vídeo do momento em que o PM ataca os manifestantes. Nas redes sociais se observam comentários sobre o policial estar “desequilibrado”, mas este argumento sobre “despreparo policial” é falacioso. O caso abaixo não se trata de uma exceção, mas de regra. Outros policiais podem agir com mais calma ou discretamente, mas seu fim é exatamente o mesmo: intimidar a expressão popular, impedir que o povo se organize politicamente, reprimir e matar.
É cada vez mais comum, após o golpe de estado e o inicio do mandato de Witzel no Rio de Janeiro, a aparição de casos e mais casos envolvendo a prisão, assassinato, desaparecimento e tortura de moradores, muitas vezes jovens e negros, das periferias do estado pelas mãos dos policiais. Após o caso da menina Ágatha, entre tantos outros, a revolta presa na garganta da população esmagada começou a se manifestar em todos os locais e, mais uma vez, devido a repressão policial, ela voltou a ser manifestada, com a prisão de um jovem negro, de apenas 18 anos, acusado de portar drogas, quando nada se tem de provas e todas as testemunhas denunciam o fato como uma armação. A PM forjar provas para incriminar moradores pobres não é nenhuma surpresa, principalmente depois do aval dado pelos fascistas que comandam o estado do Rio e o próprio Brasil, liberando o massacre generalizado. Dessa forma, Ryan Dias, estudante do ensino médio e morador da Favela do Dique, fora preso no último dia 4, enquanto se escondia de um tiroteio feito pela PM contra os moradores, em mais uma operação criminosa nas favelas cariocas. Ryan, como todos os cidadãos que vivem sob estas condições, sabe o que representa os órgãos de repressão do estado nas comunidades. O mesmo já anteriormente havia denunciado nas
redes sociais estas operações, sendo que dessa vez, ele tornou-se a vítima. O jovem tinha pretensões em cursar uma faculdade, fazer o ENEM, etc. Todas essas metas, de acordo com a mãe, manchadas por causa de sua prisão. O impacto do ocorrido foi grande, a comunidade, familiares, colegas de escola e professores estão desde então se mobilizando, protestando em todos os meios possíveis defendendo sua liberdade, pois o jovem garoto é mais uma vítima do estado brasileiro. Ryan, Ágatha, e tantos outros, são representações extremas que chegam a superfície e aparecem minimamente na imprensa nacional. Além destes, muitos são aqueles que são assassinados, tem suas prisões forjadas e sofrem de tortura nas mãos das policias brasileiras, pessoas essas que, como no período da ditadura, talvez nunca venhamos a de fato conhecer. A política de repressão no estado do Rio de Janeiro é uma bomba relógio. O estado passa por uma enorme crise política e social, sua população cada dia mais esmagada está a ponto de explodir, as ocupações militares se mostraram insuficientes para contar a revoltar popular e as amplificaram. Hoje não quem diga que o povo não está revoltado, basta agora as direções da esquerda mostrarem o caminho da mobilização, concentrarem essa revolta nos inimigos do povo, Witzel, Bolsonaro e todos os golpistas.
POLÊMICA | 7
HADDAD DEFENDE O “TRIPÉ”
Para se aproximar de neoliberais, Haddad critica Dilma Em artigo para o jornal Folha de S. Paulo, Fernando Haddad defende o tripé econômico e a política neoliberal, além de criticar Dilma. É um movimento de aproximação da direita. Membro da ala direita do PT, o ex-candidato à presidência Fernando Haddad publicou uma matéria no jornal direitista Folha de S. Paulo que é digna de nota. No artigo, que tem o título enigmático Economia, Haddad defende explicitamente a política do chamado tripé econômico, ou seja, a política neoliberal. O chamado tripé econômico, que é defendido com unhas e dentes pelos economistas neoliberais e pela direita, prevê o câmbio flutuante, o superávit primário e a meta de inflação. Em suma, amarrar completamente a economia do país aos interesses do imperialismo estrangeiro. Ao defender o tripé, o professor destaca que tanto FHC, quanto Lula e Dilma obedeceram à esta política. O que ele não diz é que os governos do PT mantiveram o tripé por que são governos de conciliação de classe. E que se por um lado os governos petistas tenham aplicado de fato uma política neoliberal na economia, isto se dava em uma escala bem menor que no governo tucano anterior, ao passo que os programas sociais implementados pelo governo atenuavam os impactos dessa política. Tanto é assim que os
grandes capitalistas logo impuseram Henrique Meirelles para o comando da economia logo no primeiro mandato de Lula. Era a garantia de que o governo do PT não faria nenhuma “loucura” que desagradasse os interesses fundamentais do imperialismo. Embora aparentemente tenha mudado suas considerações à respeito do impeachment de Dilma, afinal, Haddad dizia que golpe era uma palavra muito forte, o intelectual ainda critica no artigo a presidenta golpeada. Para Fernando Haddad, o erro de Dilma foi enfraquecer a base fiscal, o que teria quebrado o “sagrado” tripé econômico. Assim, a política de desonerações fiscais, como o chamado Supersimples, a recusa de Dilma de aumentar as tarifas energéticas, etc., foi um erro. Quer dizer, para Haddad, ao invés de favorecer empresas nacionais, através da redução de tarifas e impostos, quem sabe Dilma devesse ter mantido uma política neoliberal, favorecendo ainda mais os grandes capitalistas internacionais. Não se trata aqui de defender a política implementada à época por Dilma; para o PCO, um Partido comunista e revolucionário, a tarefa na
realidade é quebrar o tripé econômico e a política neoliberal imperialista no Brasil de conjunto. No entanto, devemos observar que a política defendida por Haddad está claramente à direita da defendida por Dilma, mesmo que em ambos os casos sejam tentativas de administrar o Estado capitalista. Finalmente, se a culpa é de Dilma, deveríamos colocar na conta dela a própria crise capitalista de 2008, o que é evidentemente uma conclusão cretina. Não se pode imaginar que se tratava de
um problema administrativo, que enfraqueceu o governo Dilma e que finalmente levou ao golpe de 2016. A crise econômica fez com que o imperialismo resolvesse derrubar não só o governo do PT mas diversos governos nacionalistas mundo afora. Ao defender de forma explícita o tripé econômico e a política neoliberal, e ao mesmo tempo atacar o próprio governo petista, Haddad busca aprofundar a sua política de aproximação dos neoliberais, tucanos e outras espécies do gênero.
FASCISMO, UM PROJETO BURGUÊS
Bolsonaro e Trump não são “malucos”, são a burguesia contra o povo Um fundamento idealista e individualista de pensamento, não é capaz, nem de longe, de dar conta da realidade histórica da sociedade atual e de suas contradições. Em entrevista à imprensa burguesa, Elisabeth Roudinesco, psicanalista e historiadora francesa responsável por biografias de Freud e Lacan, afirmou que as massas, em determinadas condições, podem eleger presidentes “malucos” como Bolsonaro e Trump, mas isso não vai durar. “No momento, temos o populismo. Quando os povos elegem presidentes como Bolsonaro e Trump, podemos nos desesperar. É verdade que as massas elegem malucos, ditadores. Mas isso não pode durar. É uma conjuntura particular, com o aumento das desigualdades. Existe o desgosto do mundo com a classe política. Isso dá a impressão de que o povo quer um poder forte. Mas é uma ilusão.” A historiadora não esconde o fundamento idealista e individualista de seu pensamento, em uma base teórica que, como se percebe, não é capaz, nem de longe, de dar conta da realidade histórica da sociedade atual. Para Roudinesco, presidentes como Bolsonaro e Trump são fenômenos relacionados a um determinado impressionismo individual que se generaliza nas massas. São resultado de uma mórbida vontade popular, pessoas individuais que, num tipo de surto coletivo, passam a querer um “poder forte”. E tudo por conta de um simples
“desgosto com a classe política” criado pelo “aumento das desigualdades”. No fim das contas, a culpa por termos um Bolsonaro no poder, por exemplo, é toda do povo. Nada mais longe da realidade. Bolsonaro, Trump e o avanço da extrema-direita pelo mundo inteiro, hoje e nos anos 20 e 30 do século XX, longe de serem fenômenos isolados ou simples produto de uma obscura necessidade popular por um “poder forte”, são resultados simples e diretos de um projeto de poder da classe dominante mundial, a burguesia. Um produto de classe, cujo objetivo, ainda mais simples, é o de aniquilar toda e qualquer organização popular, mesmo aquelas que ainda possuam alguma ligação de dependência com a burguesia, como os partidos reformistas, por exemplo. Longe de serem frutos desta sinistra vontade popular por ditadores, os governos fascistas enfrentam enorme resistência popular, e, não fosse o completo ensurdecimento de toda e qualquer oposição – como ocorre quando são completamente bem-sucedidos, como no caso de Hitler – o que há é a explosão da impopularidade, revolta e rebelião popular em todos os países onde estes monstros da burguesia – e não simples “malucos” – chegam ao poder.
Considerar que Bolsonaro, por exemplo, é fruto dessa espécie de “pulsão” por um poder forte, é demonstrar completo desconhecimento de todo o processo golpista que o elegeu, desde o impeachment de Dilma até a prisão de Lula, retirando-o na marra das eleições. Para obter este resultado, a burguesia produziu toda uma campanha difamatória através de toda a mídia capitalista, construiu manifestações de rua artificiais, gastou milhões para comprar deputados e senadores para depôr a presidenta que nada devia, cooptou diversos setores do judiciário, que, à base de todo tipo de fraude, que vão desde torturas psicológicas até sentenças sem qualquer fundamento, passando pela total subversão do processo, até torná-lo uma simples inquisição medieval, conseguiram condenar Lula, sem provas e sem crime. Embora “malucos” sempre possam existir, os próprios fatos pelos quais passou o Brasil até chegarmos nas eleições de 2018, por exemplo, demonstram que aquele pleito não foi manifestação de nenhuma vontade popular por ditadores, nenhum gosto especial por termos um cabresto, um chicote ou uma metralhadora apontada contra nossas próprias cabeças. O que houve foi um evidente projeto de endurecimento do poder de repres-
são burguês contra o povo, aliado a uma debilidade das lideranças de esquerda, que, muitas inclusive, justamente caíram no mesmo tipo de ilusão para a qual a autora se dirige, ao considerar que tudo se trataria de uma fase, e que não iria durar. O projeto fascista sempre está à mão da burguesia. Sempre que ela precisar impôr a exploração em níveis inaceitáveis, ela lançará mão do fascismo. Destruirá sem titubear qualquer aparência de democracia, e irá fazer tudo o que puder para acabar com toda e qualquer forma de liberdade ou de organização popular. Para compreender o que ocorre hoje no mundo, em que a luta de classes se acirra e o jogo de forças chega a suas vias mais brutais, a visão amorfa de sociedade como simples conjuntos de pessoas individuais não é mais suficiente. Para dar conta de nossa realidade, é necessário ter como base a teoria que se funda nas classes sociais que são produzidas necessariamente pela sociedade. A única teoria que leva este pensamento a fundo é o marxismo. Através do marxismo, a causa da extrema-direita chegar ou aproximar-se do poder no mundo inteiro fica simples e clara: o fascismo não é obra passageira de “malucos”, nem fruto de uma difusa morbidade popular, é a ameaça permanente de monstros, da burguesia.
8 | POLÊMICA E MOVIMENTO OPERÁRIO
LADO A LADO COM A DIREITA
Conlutas: a “vitória” que vai levar à sua liquidação PSTU comemora o aprofundamento da política direitista da Conlutas, que será também a sua liquidação A CSP-Conlutas, organização sindical controlada pelo PSTU, realizou no final de semana passado seu congresso. Dias depois, Zé Maria, presidente nacional do PSTU, publicou em seu site um balanço do que foi o congresso de sua “central’ sindical de brinquedo em que chama de “vitória”: “o 4º Congresso da CSP-Conlutas, que se encerrou no domingo (6) foi uma vitória importante desta central, que se consolida e amplia sua influência.” A vitória, segundo o balaço apresentado, seria que a Conlutas “expressou o avanço da construção de um polo de luta e de independência de classe em nosso país”. Nada poderia ser mais distante da realidade. O que Zé Maria apresenta como uma vitória, é na realidade a demonstração
de falência completa dessa organização e uma mostra da completa distância do PSTU e seus grupos satélites da realidade política e social do País. Zé Mari tenta explicar que a resolução aprovada no congresso de que não se deveria fazer campanha pela liberdade de Lula não seria uma resolução em defesa da prisão de Lula e do golpe contra o PT. Claramente um embuste para enganar os tolos. Trata-se obviamente, de uma política que coloca o PSTU e a Conlutas lado a lado com a direita e com Jair Bolsonaro. Dizer que não se deve fazer campanha pela libertação de Lula pois não se deve dar um “atestado de inocência para Lula e o PT”, conforme indicado em suas resoluções, é na prática dizer que Lula pode muito bem continuar preso.
BELO HORIZONTE
Não existe meio termo para tal questão. Pode-se discordar politicamente de Lula e do PT. Mas não se pode defender – e mesmo que acreditássemos que a posição da Conlutas é uma espécie de abstencionismo diante da questão também seria a mesma coisa – que os direitos democráticos mais fundamentais do povo sejam destruídos para que a direita coloque um líder da esquerda na cadeia. Não existe meio termo também em outra resolução do congresso que chamou a atenção da esquerda. A defesa de que se deveria lutar para derrubar o presidente venezuelano Nicolas Maduro, inclusive chamando o governo de “ditadura chavista”, exatamente como fazem a direita golpista brasileira, os bolsonarista e o imperialismo. Nes-
se ponto, aparece mais um embuste. Segundo a resolução da tão combativa Conlutas não se trata apenas de pedir a derrubada de Maduro, mas também ser contra Guaidó. Tudo isso não passa de pura enrolação. Diante de uma ameaça de intervenção imperialista, qualquer organização que se diz de esquerda e dos trabalhadores não deve ter a menor vacilação: é preciso defender o direito do povo contra o imperialismo e contra a direita que quer derrubar o governo para escravizar os venezuelanos. Essas resoluções se colocam frontalmente contra os interesses dos trabalhadores. Com mais “vitórias” como essas em seu congresso, a Conlutas aprofunda sua dissolução. É um caminho sem volta para a liquidação completa como organização.
MAIS ATAQUES AOS POBRES
Ordem é bater em professor que luta Governo estuda “contrato diferenciado” para aumentar a escravidão contra a escola com fascismo O governo golpista quer criar o contrato de trabalho dos pobres. Contra o desemprego, só a luta pela jornada de 35 horas semanais resolve.
Durante a votação do PL 274/17, na última quinta-feira (09) estudantes e trabalhadores foram brutalmente reprimidos pela guarda municipal e por seguranças da casa, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, ao se manifestarem contra mais uma tentativa de aprovar o projeto Escola sem Partido. A presidente da Câmara, vereadora Nely Aquilo (PRTB), fez uso de forte aparato de repressão para expulsar os manifestantes do prédio, deixando pelo menos cinco pessoas feridas. O diretor Clayton Santos foi encaminhado à UPA e depois ao Hospital João XXIII após ser asfixiado por seguranças durante a expulsão dos presentes. Em uma investida altamente anti-democrática a Câmara, que deveria representar os interesses do povo, teve que expulsar os trabalhadores para que pudesse então aprovar um projeto contra os mesmos. Mais um episódio da ofensiva fascista contra a educação pública, que tem também como consequências a militarização das escolas com o pro-
jeto nacional de gestão “cívico-militar”, assim como os cortes no orçamento das universidades federais e projeto Futura-se, políticas levadas a frente pelo ministro golpista de Bolsonaro, Weintraub. O projeto “Escola com Fascismo”, apesar de ter sido amplamente rejeitado e combatido nas escolas pelo país, ainda é um política que a direita insiste em impor, com intuito de reprimir e censurar parcelas com ampla participação na luta contra o golpe, englobando a juventude e os trabalhadores da educação. Para garantir a aprovação do projeto, a violência policial é mais uma vez usada contra a população, como tem sido frequente em tantas outras situações. A perseguição à esquerda, aos movimentos sociais e inúmeros ataques aos trabalhadores demonstram que o governo Bolsonaro não pode ser tolerado e deve ser derrubado, pois a tendência é o aumento constante da violência contra as organizações dos trabalhadores e o deterioramento das condições de vida da população.
O Ministério da Economia anunciou nesta sexta-feira (11) que irá propor novas alterações nas leis trabalhistas, criando um assim chamado “contrato diferenciado” que só vai valer para quem tem salários abaixo dos R$2000,00 mensais. Seria o contrato de trabalho dos pobres. Como o desemprego e o subemprego crescem em todo o país, o governo golpista quer usar a situação de fragilidade destes trabalhadores, justamente os mais expostos à exploração do capital, para abrir caminho para levar o brasileiro pobre a um regime análogo à escravidão. Desde a reforma contra os direitos e garantias trabalhistas do golpista Temer, aquela mentira de que facilitar a exploração traz aumento de empregos, como era de se esperar, jamais se cumpriu. Com a economia em frangalhos diante da crise terminal do capitalismo, é óbvio que retirar salvaguardas jurídicas, principalmente dos mais pobres, não vai levar a nenhum aumento no número de empregos, mas a pura e simples superexploração, situação tão desejada pelo grande capital, como única forma de arrastar por mais algum tempo o falido sistema econômico mundial da burguesia. Não resta dúvida de que o povo tem que lutar contra mais este ataque, e lutar já. A única saída para o desemprego nestas épocas de fim do capitalismo é a luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários. Trabalhar menos horas, para que trabalhem todos.
Neste sentido, o Partido da Causa Operária lançou, no último Congresso da CUT, que terminou nesta última quinta-feira (10), todo um plano de lutas que coletou mais de mil assinaturas entre os delegados presentes, e onde se inclui uma proposta séria da classe trabalhadora contra o desemprego. Assim diz o plano: “Contra o flagelo do desemprego, lutar pela redução da jornada máxima para 35 horas semanais O desemprego é a maior, das aflições que podem atingir um trabalhador sob o capitalismo. No governo fascista de Bolsonaro, essa política nociva está sendo estimulada com a destruição da economia nacional, privatizações, terceirizações, extinção de cargos e congelamento de concursos públicos, implementação da reforma trabalhista etc. É preciso lutar pela adoção de um plano de emergência de combate ao desemprego sob o controle das organizações operárias, pela estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, escala móvel das horas de trabalho, pela imediata redução das jornadas de trabalho para 35 horas semanais, sem redução dos salários, pelo salário desemprego igual ao dos trabalhadores da ativa; por um plano nacional de obras públicas sob o controle dos trabalhadores e das suas organizações de luta. Contra o desemprego, reduzir já a jornada de trabalho para 35 horas!” A burguesia incompetente que pague as contas de seu sistema destruído. Chega de jogar o prejuízo nas contas do povo. É hora de organizar essa luta por todo o Brasil.
ATIVIDADES DO PCO | 9
MARXISMO
Escola Marxista realizou cursos em 21 locais O Partido da Causa Operária, através da II Escola Marxista, organizou cursos em 21 municípios sobre o Programa de Transição, do revolucionário Leon Trostsky. Neste sábado (12/10) foi realizada mais uma rodada da Escola Marxista com o tema “O programa de transição da IV Internacional: o programa para a revolução socialista dos dias de hoje”. Foram 21 municípios em 11 Estados em que militantes e ativistas organizaram os cursos. Ocorreram nos municípios de Alvorada do Sul (RS), Caxias do Sul (RS), Araranguá (SC), Criciúma (SC), Irati (PR), Araraquara (SP), Diadema (SP), Marília (SP), Ribeirão (SP), Taubaté (SP), Nova Friburgo (RJ), Niterói (RJ), Delfim Moreira (MG), Piranguçu (MG), Alto Paraíso (DF), Taguatinga (DF), Santo Amaro (BA), Itamaraju (BA), Moreno (PE), Crato (CE) e Piri-piri (PI). Foram centenas de pessoas que participaram para estudar uma das mais importantes obras do marxismo e guia para ação dos partidos revolucionários, O Programa de Transição, de Leon Trótski. A Escola Marxista não é organizada apenas para debater obras importan-
tes do marxismo de uma maneira acadêmica e sem uma intervenção política na situação atual. É um curso que visa aprofundar o conhecimento teórico dos militantes para uma orientação prática para intervir na vida política existente no país. Para a orientação do curso e realização de uma campanha financeira para a atividade em todos os locais, o Partido da Causa Operária elaborou e lançou o texto do Programa de Transição em folheto, com tradução e notas de Rui Costa Pimenta, se orientando atráves das versões francesa, norte-americana e russa. Os folhetos podem ser adquiridos na livraria do PCO (www. lojadopco.com), pela Internet e nas cidades que sediarão o curso. O objetivo da Escola Marxista é realizar o curso em 300 cidades em todos os Estados do país e atingir o maior número de pessoas. Veja a programação dos cursos e participe.
FORMAÇÃO POLÍTICA
Participe dos cursos da Escola Marxista neste domingo Neste domingo (13), o PCO organizará o curso sobre o Programa de Transição em várias cidades do país. Neste domingo (13), o curso sobre o Programa de Transição da Escola Marxista nº 2 será promovido em 20 cidades do Brasil. O curso, que está sendo organizado pelo Partido da Causa Operária (PCO) e ministrado por seus militantes, será dado em 300 cidades até o fim do ano. O curso sobre o Programa de Transição tem uma carga horária de cinco horas e trata do programa para a revolução socialista para os dias de hoje. O texto que é utilizado como base para o curso é o Programa de Transição de Leon Trótski, escrito em 1938. Os cursos da Escola Marxista são um instrumento fundamental para a luta contra o golpe. Abordados sob um ponto de vista científico, os cursos buscam estudar a realidade para uma intervenção na luta de clas-
ses real. Nesse momento, em que a América Latina se encontra em ebulição e a liberdade de Lula e a derrubada de Bolsonaro estão colocadas na ordem do dia, a discussão sobre o programa da revolução socialista para os dias de hoje se faz mais atual que nunca. É preciso que a esquerda levante um conjunto de reivindicações que permitam desenvolver o movimento de luta contra o golpe no sentido de se chocar com a direita golpista. Para isso, reivindicações como a redução de jornada de trabalho, em resposta ao desemprego, são essenciais para que os trabalhadores se mobilizem para tomar o poder. Para se armar contra a direita e fortalecer o movimento pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula, participe da Escola Marxista! Saiba onde
NA ZONA DO AGRIÃO
Programa de esportes é destaque na programação da COTV de hoje Neste domingo (13), o PCO organizará o curso sobre o Programa de Transição em várias cidades do país. Não perca o programa de esportes da Causa Operária TV: Na Zona do Agrião, todo domingo às 20h30. Política e esporte discutidos de um ponto de vista marxista. Com Henrique Áreas, Edson Dorta, Juliano Lopes e Expedito Men-
donça. Veja um programa sobre futebol e esportes diferente daqueles apresentados pela imprensa burguesa. O programa tem se destacado pela defesa do futebol Brasileiro e pela denúncia do futebol moderno e do VAR.
acontecerá o curso neste domingo e não fique de fora: Região Sul Porto Alegre Passo Fundo Pelotas Santa Catarina Içara Laguna Paraná Pitanga Região Sudeste São Paulo Araçatuba Fernandópolis Ibitinga São Bernardo Tremembé
Rio de Janeiro Maricá São Gonçalo Minas Gerais Alfenas São João del Rei Região Centro-Oeste Distrito Federal Samambaia Unaí Nordeste Bahia Coração de Maria Santa Cruz de Cabrália Pernambuco Nazaré da Mata Ceará Viçosa
10 | INTERNACIONAL
TURQUIA ATACA TROPAS CURDAS
Abandono dos curdos pelos EUA mostra fraqueza do imperialismo Com a decadência do imperialismo, EUA só colhem derrotas no Oriente Médio A retirada das tropas estadunidenses da Síria e a continuidade da instabilidade social naquela região evidencia a grande crise na qual se encontra o imperialismo, liderado pelos EUA. Com olhos na corrida eleitoral, já enfrentando processo de impeachment, e com um Estado altamente endividado, Trump quer evitar mais custos políticos e econômicos de manter uma guerra. A decisão, naturalmente, irritou seus rivais do Partido Democrata, e também os setores dominantes do imperialismo, que gostariam de manter a continuidade da destruição até encontrarem condições de controlar uma região. Tudo isso é resultado das dificuldades crescentes do principal país imperialista de manter seu controle sobre o Oriente Médio. Na Síria, ao longo dos últimos anos, os EUA precisaram financiar grupos curdos e árabes, como as “Forças Democráticas Sírias” (FDS) na tentativa sem sucesso de derrubar Bashar Al-Assad. Com a retirada das tropas estadunidenses, o presidente turco Erdogan aproveitou para iniciar uma ofensiva nas fronteiras.
Erdogan pretende avançar 38km para dentro da fronteira síria. Seu plano é desmobilizar as FDS e povoar a região com os refugiados sírios que entraram no país ao longo dos últimos 5
anos de guerra imperialista. Erdogan também se preocupa com a presença de curdos armados perto da fronteira turca, que podem se juntar aos curdos turcos que fazem oposição ao seu go-
verno. O Governo Sírio, por sua vez, não está fazendo nada para resistir à invasão turca, já que também tem interesse no enfraquecimento das FDS. A saída também fortalece o Estado Islâmico (ISIS), que controla a metade oriental da Síria, e vinha perdendo espaço para as forças imperialistas. Um estudo da Brown University concluiu que só os EUA já gastaram quase 6 trilhões de dólares nas campanhas militares do Afeganistão, Iraque, Síria e Paquistão, desde 2001. Em nenhuma delas, o imperialismo conseguiu ganhar posição de controle sobre as áreas invadidas. Pelo contrário, deixou-se basicamente um rastro de caos e destruição. Cada vez mais, não resta ao imperialismo outra coisa a não ser entrar em guerras para perder. Esta é uma tentativa desesperada das burguesias tentarem se manter, num capitalismo em fase terminal. Incapazes de levar progresso às regiões aonde chegam, os grandes capitalistas levam apenas forças militares, na tentativa de impedir ou adiar o surgimento de concorrentes à altura.
TRUMP PISA NO FREIO
EUA X China: acordo parcial não detém guerra comercial Acordo pretende colocar panos quentes na guerra comercial entre EUA e China. Em meio a crise política, Trump começa a ceder e fecha acordos com a China. A aproximação se deu na perspectiva de segurar uma catástrofe econômica global. A situação, porém, ainda está longe do grande tratado comercial que o mandatário estadunidense esperava; no entanto, espera-se que seja capaz de apaziguar uma guerra tarifária que já perdura por 15 meses. O encontro entre Donald Trump e Liu Hei, vice-primeiro-ministro chinês, demonstrou a sinuca de bico em que o presidente dos EUA se encontra. Nas palavras de Trump: “um acordo substancial na primeira fase”. Os resultados, entretanto, levaram três semanas para serem colocados no papel. A questão da propriedade intelectual, os serviços financeiros e taxas de câmbio, bem como a compra de produtos agrícolas norte-americanos num valor de 50 bilhões de dólares, estão na ordem do dia e conferem ao acordo uma tentativa de suavizar a tensão entre os dois países. Desta forma, as tarifas previstas para entrarem em vigor na próxima terça-feira, 15, não se consolidarão. Já a “segunda fase”, “começaria imediatamente depois que o primeiro pacto preliminar estiver assinado”, complementa Trump. Embora Trump tenha citado uma terceira fase, o mandatário se limitara a dizer que houve avanços no âmbito das transferências tecnológicas.
Steven Mnuchin, secretário norte-americano do Tesouro, não obstante, comentou que “há um entendimento em questões fundamentais, mas ainda “resta muito trabalho por fazer”. Ademais, Mnuchin comentara a cerca da suspensão na implantação de novas tarifas, informando que, por enquanto, o aumento segue o previsto para semana que vem, sendo assim, não interfere neste momento na designação da China como país manipulador do câmbio.
Trump, por sua vez, tem se mostrado festivo nas redes sociais, declarou que houve “coisas boas nas conversas comerciais com a China”, e que, inclusive, se sentia como nos velhos tempos. Enquanto isso, os indicadores de Wall Street atingiram quase 2% na sessão, mesmo assim, fechou em alta moderada após a circulação dos detalhes do acordo.”É importante para os EUA, a China e para o mundo inteiro”, disse Trump aos jornalistas. “Estamos muito contentes.”, complementou.
Por outro lado, o governo chinês se manteve muito reticente quanto às reformas exigidas pelo imperialismo estadunidense, que, em todo caso, exige uma reforma na política industrial da China. Em suma, além de tentar deter a crise internacional, Trump também tenta diminuir a crise interna, pressionado pelo impeachment e já com um olho na campanha eleitoral. Mas a crise não é um problema de acordos, é uma crise histórica do capitalismo, uma crise de superprodução.
INTERNACIONAL E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 11
LENÍN MORENO ENCURRALADO
Indígenas que se mobilizam no Equador já derrubaram dois presidentes No Equador ppulação toma as ruas e exige a saída de Lenín Moreno juntamente com a política do FMI. Há 20 anos, os equatorianos já derrubaram dois presidentes. A mobilização dos indígenas foi determinante para a derrubada dos presidentes Abdalá Bucaram e Jamil Mahuad. A última vítima foi Lucio Gutiérrez em 2005. Por conseguinte, chegou ao poder Rafael Correa, dois anos após a derrubada de Gutiérrez. De um lado, o aparato repressivo do Estado e, do outro, milhares de manifestantes que exigem que a saída do presidente Lenín Moreno. A força da mobilização popular pode ser medida pela transferência da sede do governo de Quito para Guaiaquil. Após dias de intensa repressão do Estado através da polícia e das forças armadas, a população se declara disposta a radicalizar os protestos. De acordo com a mídia burguesa, pelo menos cinco pessoas morreram durante os dias em que os protestos tomaram as ruas. Os protestos se deram há uma semana, logo depois do anúncio de um pacote de medidas que inclui um aumento no preço da gasolina de 50 centavos de dólar por galão (quase quatro litros). Diante das medidas neoliberais do – golpista – Lenín Moreno, a Confederação de Nacionalidades Indígenas
(CONAIE) tem buscado aumentar a pressão. Uma greve nacional foi realizada na quarta-feira (9), na tentativa de colocar a política entreguista e de submissão de Moreno abaixo; todavia, a repressão por parte do governo foi intensa e aconteceram duros confrontos entre a polícia e a população. Após a marcha contra os pacotes neoliberais, o Defensor do Povo confirmou a
morte do dirigente Inocencio Tucumbi. “Vivemos dias de muita agitação, nos surpreendemos com nossa capacidade de luta e resistência, mostramos ao mundo que o movimento indígena e o povo equatoriano são um só punho, e o lugar que a história nos deu. Fizemos tremer o poder. Nossa palavra está colocada: isto não para até que o FMI saia do Equador”, afirmou, Jaime Var-
gas, presidente de uma das organização populares. A submissão ao Fundo Monetário Internacional levou a um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares (cerca de 17, 2 bilhões de reais) acordado em fevereiro em troca da destruição da economia equatoriana em benefício dos bancos internacionais. “Queremos que o Governo saia daqui”, afirmou José Jacho, de 29 anos, um dos muitos que viajaram a Quito com a família para protestar contra o governo golpista de Moreno. Jacho saiu da província de Cotopaxi, no centro do país. “Estamos cansados, com o combustível tudo sobe, também as sementes, o fertilizante. Por isso estamos organizando estas greves”, concluiu. Vale lembrar que o governo golpista de Lenín Moreno se sustenta na burguesia e no imperialismo. Vice-presidente do país entre 2007 e 2013, período em que Rafael Correa assumia o posto de mandatário, Moreno aproveitou a política nacionalista de Correa e sua aprovação popular e, assim que assumiu o poder, deu uma guinada à direita e caiu nos braços do FMI. A partir de então, tem servido como um vassalo do imperialismo.
SEQUESTRO CONTRA IMPERIALISMO
13/10/1977: Sequestro do voo Lufthansa pela FPLP da Palestina Membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram voo que ia da Espanha à Alemanha pedindo a libertação de presos políticos de seu grupo e da RAF da Alemannha. No dia 13 de outubro de 1977, 4 membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) sequestraram um avião da Lufthansa em apoio ao grupo alemão RAF, mais conhecido como Grupo Baader-Meinhof. Os sequestradores pediam a libertação de 11 presos políticos ligados ao grupo alemão, entre eles seus líderes, de dois palestinos presos e mais 15 milhões de dólares. O sequestro iniciou-se 30 minutos após a decolagem do voo 181 da Lufthansa que partia de Palma de Maiorca, na Espanha, em direção a Frankfurt, na Alemanha. O avião se manteve em voo de país em país, passando por Roma, Chipre, Bahrain, Dubai e Aden, até chegar a Mogadíscio, na Somália, onde foi invadido por um comando anti-terrorista alemão, que matou 3 dos 4 sequestradores. O sequestro do avião fez parte de um conjunto de ações orquestradas pelo gruo RAF, conhecido posteriormente como “Outono Alemão”. Dentre o conjunto de ações, foi realizado o sequestro de Hanns-Martin Schleyer, homem forte do imperialismo alemão e que era considerado o grande capitalista do país. Schleyer havia feito parte do regime nazista, tendo sido segundo-tenente da SS. Após o fim da segunda guerra, o então nazista havia
sido preso por 3 anos. Após sair da cadeia, enriqueceu dentro do mundo corporativo, muito por conta de seus contatos da época nazista. Um dos principais motivos que levavam o RAF a organizar a luta armada contra o imperialismo alemão era o fato de que o estado alemão havia se mantido praticamente o mesmo após a queda do regime nazista, fazendo com que muitas das personalidades que antes usavam a suástica tivessem enriquecido dentro do estado dito democrático. Após o imperialismo ter conseguido resgatar o avião 181 da Lufthansa, o estado imperialista alemão assassinou 3 dos 4 líderes da RAF presos, Andreas Baader morto com um tiro na nuca, Gudrun Ensslin enforcada, Jan-Carl Raspe morto também com um tiro. A única sobrevivente foi Irmgard Möller, que levou 4 facadas no corpo mas sobreviveu. Irmgard diz que os 4 foram sedados dentro de suas celas para serem mortos. O estado alemão nega e prefere jogar a culpa nos presos, dizendo que houve um suicídio coletivo, aos moldes da ditadura militar brasileira com o caso Vladimir Herzog. A RAF terminou por fuzilar o empresário nazista Hanns-Martin Schleyer, deixando o seguinte recado junto ao corpo: “Após 43 dias, acabamos com a existência corrupta e patética de Hanns
Martin Schleyer. A luta apenas começou. Liberdade por meio da luta armada antiimperialista.”. Tanto a luta da RAF quanto da FPLP demonstram como age a mídia burguesa imperialista nos casos ditos terroristas. Os grupos são apresentados até hoje como perversos e demoníacos enquanto que o estado que assassinou os membros da RAF na prisão, e que permitiu que pessoas como Hanns-Martin Schleyer e outros nazis-
tas tenham ficado milionários após a segunda guerra, nunca é julgado. O FPLP luta até hoje pela libertação de seu país da destruição imposta pelos países imperialistas com a criação do estado fictício de Israel, que nada mais é do que uma maneira de o imperialismo se infiltrar no oriente médio, onde causa destruição e leva a população local à extrema pobreza e a ter que viver todos os dias sob a mira dos fuzis israelenses.
12 | JUVENTUDE E MULHERES
AMÉRICA LATINA PEGANDO FOGO
Estudantes protestam contra cortes de governo diretista da Colômbia Semelhante ao que vem ocorrendo no Brasil, a ditadura Colombiana, financiada pelo imperialismo, vem fazendo duros ataques a educação do país, e o povo quer dar um basta a isso. Semelhante ao que vem ocorrendo no Brasil, a ditadura Colombiana, financiada pelo imperialismo, vem fazendo duros ataques a educação do país, destruindo as instituições educacionais, o que impacta na vida de toda população. No caso colombiano, o governo não cumpriu uma série de acordos firmados no ano anterior, que previam aumentar os investimentos na educação, reduzindo assim na prática a verba destinada ao ensino público, o que gerou revolta na população. Por isso, milhares de estudantes saíram as ruas na Colômbia, com destaque para o gigantesco protesto feito em Bogotá, capital do país, neste último dia 10 de outubro. Os países latino americanos, sobretudo Brasil e Equador, tem em seu interior uma grande revolta popular pronta para implodir a qualquer momento. Vemos nas manifestações que percorrem todo o calendário brasilei-
ro, tal como a fortíssima mobilização do povo equatoriano, contra o governo de Moreno, surgido pela recente onda de golpes na América Latina. A ditadura colombiana é muitas vezes usada pela imprensa imperialista como modelo de país, um antagonismo à “di-
tadura bolivariana” supostamente presente na Venezuela. Enquanto a imprensa acusa Maduro de ser ditador, seu governo, mesmo com os duros ataques do imperialismo e uma série de boicotes, foi responsável por bater recordes quando se trata de educação. Recentemente, o governo bolovariano conquistou a façanha de pôr mais de 8% da população no ensino superior, um número que represente cerca de três vezes mais do que as estatísticas brasileira, próxima aos três por cento. Dessa forma, enquanto a “democracia” colombiana, país chave do imperialismo na região, ataca seu próprio povo e o priva de uma educação pública de qualidade. A “ditadura” de Maduro é responsável por dar a população uma chance de progredir nos estudos, acessar uma universidade e ter seus direitos garantidos. Fica claro que a Colômbia, como todos os outros países latino americanos, está a ponto de explodir. Sua po-
pulação está revoltada com as fortes políticas de esmagamento do povo, e da pilhagem imperialista promovida e liberada livremente por seus governos capachos. O estado semi-colonia em que estes países são postos é a principal fonte da destruição causada no sistema educacional, nas políticas públicas e nos direitos democráticos. A Venezuela, ao contrário do que o imperialismo diz, representa que o caminho necessário a ser seguido é a da mobilização. Se por um lado Lenin Moreno decreta toque de recolher em Quito, pondo o exército nas ruas contra seu próprio povo revoltado, por outro a população latino americana da um fundamental recado ao imperialismo e as direções da esquerda pequeno-burguesas. Pondo em cheque a política conciliadora e meramente eleitoral, deixando evidente que os trabalhadores estão dispostos a conquistar seus diretos com suas próprias mãos.
LUTA CONTRA A DIREITA
SAÚDE DAS MULHERES
É assim que se faz: estudantes expulsam direitistas do Pedro II
Para Bolsonaro, violência contra a mulher não precisa ser notificada
Deputados fascista tentam realizar “vistoria” no Colégio Pedro II para perseguir a esquerda, no Rio de Janeiro, e são expulsos pelos estudantes.
Golpistas empurram as mulheres trabalhadoras para a morte ao fecharem os olhos para a falta de atendimento de saúde básico a elas
A “vistoria” apresentada pelos fascistas era para observar materiais e colocações com conotações políticas ligada a esquerda. Os dois deputados constantemente atacam a esquerda e suas organizações, como uma forma de intimidação. Os fascistas na campanha eleitoral quebraram placas em homenagem a vereadora do Psol, Marielle Franco, assassinadas por policiais militares que formam as milícias do Rio de Janeiro. Em março, o deputado fascista Rodrigo Amorim tentou fazer a mesma intimidação na Aldeia Maracanã, no município do Rio de Janeiro e foi expulso pelos indígenas. O colégio Pedro II foi palco de protestos e confrontos entre os estudantes e a extrema direita. Estudantes e professores se levantaram contra a censura e a perseguição política da escola sem partido, onde o Movimento Brasil Livre (MBL) foi expulso pelos estudantes e tiveram que fugir para não apanhar. Agora, diante da mesma política de deputados fascistas do PSL, os estudantes colocaram novamente a direita para correr. Os deputados foram vaiados e os ânimos esquentaram até que tiveram que se retirar do Colégio Pedro II. A “vistoria” realizada pelos deputados é uma tentativa de intimidar e perseguir estudantes e professores
de esquerda que estão lutando contra os ataques do governo Bolsonaro. Essa é um bom exemplo da política da extrema direita para a educação: destruição da educação e campanha de perseguição aos movimentos de esquerda e populares. Não é possível conviver com movimentos de direita, pois não estão para debater idéias ou formas de melhorar a educação. Estão para perseguir, intimidar e destruir o movimento estudantil e sindical. O que os deputados fascistas querem é implantar uma ditadura contra os estudantes para realizar os ataques contra a educação pública. Por isso, seguir o exemplo dos estudantes do Colégio Pedro II em expulsar os fascistas e sua perseguição. É preciso expulsar a direita de maneira que nunca mais volte para perseguir o movimento estudantil.
A condição das mulheres na sociedade capitalista é uma das piores possíveis, tanto em questão de segurança e educação, quanto em relação a saúde e ao acesso a exames básicos e essenciais. Todo ano, no mês de outubro, o governo e diversas instituições investem em propagandas do chamado Outubro Rosa, que incentiva às mulheres a realiazar mamografias, a fim de intensificar a prevenção ao câncer de mama. Contudo, o número de mulheres que tem acesso a hospitais que possuem esse tipo de equipamento ainda é precário. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia mostra que em 2018, o número de mamografias feitas pelo SUS foi o menor dos últimos cinco anos. A faixa etária dessas mulheres é entre 50 e 69 anos. Ruffo de Freitas Júnior, direitor da Sociedade Brasileira de Mastologia afirma que essa realidade é decorrente da insuficiência do número de mamógrafos no país: “O número de mamógrafos no país é suficiente. A grande questão é que eles estão mal distribuídos. E o pior: essa pesquisa mostrou que a grande maioria deles é subutilizada. Para você ter uma ideia, apenas 40% da nossa capacidade de mamografias, no Brasil, é utilizada hoje”. Muitas cidades pequenas, principalmente no interior do Norte e Nordeste são muito precárias em relação a esses exames, as mulheres pobres muitas vezes precisam se des-
dobrar em mais de um emprego, bem desgastantes em geral, sem poder se ausentar para cuidar da saúde pois ainda correm o risco de serem demitidas e o Estado simplesmente fecha os olhos para esse tipo de situação. A prova dessa pressão em cima das mulheres e de sua produtividade fica expressa nos números. Na Santa Casa de Belo Horizonte, por exemplo, desde o início deste ano, foi registrada uma queda no número de atendimentos. Há alguns meses, pelo menos 50 mulheres procuravam a mamografia no local, hoje esse número é de apenas 30 mulheres. O governo golpista é um dos principais responsáveis por essa piora na saúde das mulheres, pois oferece absolutamente nenhum tipo de apoio ou garantia de direitos para essas mulheres. Um dos principais objetivos dos golpistas é atacar cada dia mais as condições de vida das mulheres, a fim de escraviza-las não só nos subempregos mas, principalmente, empurrá-las para o serviço doméstico, objetivando sempre controlar essas mulheres para evitar uma possível revolta popular. O caminho para que as mulheres tenham uma vida digna, com acesso pleno à saúde, educação, emprego, é a derrubada do governo dos golpistas e, consequentemente, a queda desse modo de produção capitalista que empurra a população trabalhadora para a morte, pois sabem que sempre terão mão-de-obra barata para se aproveitarem.
CULTURA E ESPORTES | 13
FESTIVAL DE TEATRO GRATUITO!
Termina hoje festival de Teatro em Duque de Caxias Ainda dá tempo de comparecer ao 16º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias, neste domingo (13/10)! Neste domingo (13), acontece o último dia do 16º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias. O Festival é organizado pelo Centro de Pesquisas Teatrais (CPT-DC) trouxe à população da Baixada Fluminense cerca de 35 espetáculos gratuitos voltados a todos os públicos, crianças, jovens, adultos, com a participação de companhias de teatros e atores de todo o país. O festival, que teve apresentações em vários teatros da cidade, neste domingo tem como palco principal o Teatro Municipal Raul Cortez na Praça do Pacificador, Centro de Duque de Caxias, e tem como atração principal shows musicais às 17 horas e a cerimônia de premiação às 18h30, quando serão premiadas as melhores peças infantis e as melhores adultas. O festival é uma excelente oportunidade para a comunidade de toda a região comparecer e prestigiar peças
de qualidade e livre da exploração comercial, comum em teatros caros localizados nas áreas nobres das grandes cidades. Em entrevista ao Jornal O Dia de Duque de Caxias, antes do início do festival, o professor e diretor Guedes Ferraz, um dos organizadores, declarou: “Para esta edição 2019 recebemos inscrições de grupos, não só do estado do Rio de Janeiro, mas de São Paulo, Amazonas, Paraná e Rio Grande do Sul. É um projeto que tem alma e diferencial. Trabalhamos muito para trazer espetáculos de qualidade para agradar todos os públicos”. PROGRAMAÇÃO DESTE DOMINGO: 13/10 – Domingo 17h – Coletivo Musical Paraquedas / Kabal: O Show / Grupo Taiga / Estúdio de Dança Luciana Archanjo 18h30 – CERIMÔNIA DE PREMIAÇÃO
PROTESTOS PARAM A CAPITAL
RACISMO
Revolta popular faz “melhor do Rock in Rio” cancelar show no Equador
Série A do brasileirão tem apenas dois técnicos negros
No oitavo dia de protestos cada vez mais radicalizados no Equador, a banda Scorpions cancela o show que faria em Quito.
Dois técnicos negros irão participar do jogo Fluminense e Bahia, neste sábado.
Depois da aclamada passagem pelo Rock in Rio, a Banda Scorpions cancelou o show que estava marcado para esta sexta-feira (11) em Quito, capital do Equador. Em comunicado, a banda informa que o motivo é “a intensificação dos protestos dos últimos dias, para garantir a segurança da equipe técnica e dos fãs. Novas informações serão dadas em breve.” Dezenas de milhares de manifestantes aumentam a ofensiva e ganham espaço em direção ao Palácio Nacional de Quito. A população não pretende abandonar a luta até que o presidente Lenin Moreno revogue o pacote
que encarece os preços de combustíveis, reduz pela metade as férias dos trabalhadores e adota outras medidas neoliberais contra o povo. A repressão policial aumenta e o governo já decretou Estado de Sítio. Com a cidade sitiada e praticamente parada, a banda considerou estar sem condições para organizar o show normalmente. Há que se lembrar, além do mais, que se a plateia do Rock in Rio já manifestou seu desagrado por Bolsonaro, as chances eram grandes de que o show do Scorpions desse oportunidade a protestos contra Lenin Moreno.
Um dos problemas mais intensos e recorrentes na sociedade capitalista é o racismo, que empurra a população negra, principalmente pobre, para os subempregos, serviços precários, sem garantias ou estabilidade. Quando se trata de trabalhos mais significativos, em muitos momentos em relação aos meios de comunicação, por exemplo, os negros quase não aparecem como protagonistas. Um exemplo disso é a quantidade de técnicos negros no futebol brasileiro. De forma inédita, neste sábado dois técnicos negros estarão presentes no jogo deste sábado, às 19h, entre Fluminense e Bahia, no Maracanã. Esses são os únicos dois treinadores negros da série A do Campeonato Brasileiro. Um deles ainda está iniciando sua carreira, Marcão, do tricolor carioca, enquanto Roger Machado já possui uma trajetória um pouco mais longa e consolidada, porém, de certa forma, sempre de maneira instável, principalmente por ser negros, já que o racismo vigente no capitalismo tende a limitar o espaço e a visibilidade de pessoas negras. Claro que, dentro do capitalismo, nada é feito sem a perspectiva de lucrar. Diversas empresas costumam nadar na onda das pautas identitárias utilizando negros para mostrar como são “progressistas” e que estão ao lado da luta contra o racismo. Contudo, os negros dentro do capitalismo só servem para duas
coisas: gerar lucro para empresas que querem se mostrar mais “humanistas” ou como mão-de-obra barata. Marcão, do tricolor carioca, ainda disse que: “eu vejo isso como um marco. Será que já tivemos mais de três treinadores na série A ou B ao mesmo tempo? Isso é pouco, bem pouco, mas vamos tomar isso como um marco para mudança. O mercado é fechado, pois o círculo é vicioso. Sai um e entra o mesmo de antes em seguida. Não muda. A cultura de resultados do futebol brasileiro é o que distribui as cartas de oportunidades. Nós vivemos fases. Porque se você reparar, há um ano e meio atrás, a nova geração estava a mil. Treinadores com muito conhecimento estavam nos clubes de ponta do Brasil. Eduardo Baptista, Jair Ventura, Thiago Larghi, Zé Ricardo, Rogério Ceni.. Mas a cultura de resultados foi minando o trabalho. Uns estão fora do mercado porque para alguns, os treinadores jovens não servem mais. Nem tanto ao céu nem tanto ao inferno. Tem vaga para todo mundo” O negros nunca terão posições de respeito enquanto o capitalismo não for derrubado. Até lá, o processo é longo e demanda organização dos movimentos sociais em torno da luta pela emancipação da classe trabalhadora em geral, em comitês de autodefesa e na constante luta pela retirada de todos os golpistas que estão no poder.
14 | ESPORTES
NOVAMENTE O ASSUNTO É NEYMAR!
Seleção joga em meio a novo ataque da imprensa golpista a Neymar Neste domingo o Brasil enfrenta a Nigéria em Singapura, porém, o fato mais importante não é o jogo, mas o que diz Neymar. Imprensa cria mais uma polêmica. Neste domingo (13/10) o Brasil enfrenta em amistoso a seleção da Nigéria, às 9 horas no horário de Brasília, em Singapura, como parte da preparação para as eliminatórias da copa de 2022. Porém, o assunto mais importante para mídia nacional, parece não ser o jogo, nem a preparação, mas sim declarações de Neymar. A tal polêmica, tem origem numa frase proferida pelo camisa 10 durante entrevista coletiva na última quarta-feira (09/10). Ao responder uma pergunta cheia “meia voltas” de um jornalista da Globo, se ele seria protegido pelo Tite, Neymar respondeu, entre outras coisas: “estou na Seleção há 10 anos. Sempre fui um dos principais nomes e um dos que carregava tudo nas costas. Nunca fugi disso. Sempre desempenhei meu papel muito bem na Seleção. Quando um atleta atinge um nível desse, é normal ter um tratamento diferente. No Barcelona, o Messi tem um tratamento diferente. É porque ele é mais bonito? Não. É por tudo que ele faz. Não digo só de mim, mas de todo mundo que mostra um futebol nesse nível. É normal no futebol, faz parte.” Assim, a expressão “…sempre fui um dos principais nome e um dos que carregava tudo nas costas”, foi a senha para mais um capítulo da campanha de difamação do atleta e, que visa prejudicar a seleção e o futebol brasileiro. Neste sábado (12/10), a assessoria de imprensa de Neymar chegou a publicar uma resposta em sua conta no Instagram: “o que eu quis dizer e o que
parte da imprensa – a turma dos que não quer entender – não admite é que tudo o que acontece de ‘ruim’ na seleção brasileira nos últimos anos cai nas minhas costas. Mas já me acostumei com isso e sei que, enquanto estiver servindo a seleção brasileira, sou o alvo predileto. Não tenho a menor pretensão de ‘carregar a seleção nas costas’. Sei da minha importância, sei das minhas responsabilidades, mas nunca me vi nesse papel. Mas fico tranquilo. A maioria entendeu! O recado foi pra alguns mal informados da ‘imprensa’ mesmo… rsrsrs. E eu entendo que sempre, tudo o que eu falar, vão levar pro lado errado”.
Parece até brincadeira, mas a grande mídia venal prefere “perder tempo” noticiando o que um jogador disse sobre si. Como se a burguesia proprietária dessa imprensa realmente se importasse com a opinião de um jogador ou a opinião da população. Nem o fato de Neymar completar 100 jogos e se tornar um dos principais jogadores da história da seleção, é mais relevante. Na verdade, o que está por trás da “polêmica” é mais um capítulo da campanha de ataque ao futebol brasileiro. Atacar Neymar é uma via para atacar a seleção brasileira, que é o maior símbolo do futebol brasileiro, o reconhecido mundialmente futebol arte. Atacar
o craque do time é o maior exemplo disso, o principal jogador da equipe (o que é reconhecido inclusive pelos próprios jogadores) já tem uma grande pressão natural, toda a indústria do entretenimento amplia isso e pra completar a perseguição, em tudo e que é dito e feito é praticamente desumana. O futebol brasileiro é o maior celeiro de jogadores há muitas décadas, os jogadores brasileiros são uma commoditie no mercado internacional e a campanha contra o futebol brasileiro tem também o objetivo de facilitar a ação especulativa dos financistas atuantes neste mercado. O próprio Neymar foi alvo recente de uma campanha midiática sobre o caso com a modelo Najila Trindade, que o declarou culpado de uma denúncia de estupro, que no final se mostrou infundada. Mas, o estrago já estava feito, o caso serviu para que especuladores barganhassem a transferência do jogador para outros times da Europa. Durante o caso, houve toda uma novela “para onde iria o Neymar”, que até o momento permanece no PSG e o seu o valor do seu passe teve uma grande desvalorização. Os brasileiros não podem ver essas situações como naturais e, muito menos, culpar os atletas por dizerem ou fazerem determinadas coisas. Eles são cidadãos e trabalhadores também, porém, devido ao potencial econômico que representam, são explorados ao máximo pelos capitalistas, mas não deixam de ser cidadãos e devem ter seus direitos individuais respeitados.
ECONOMIA E MORADIA E TERRA | 15
HUMILHAÇÃO BOLSONARISTA!
Bolsonaro abre mão de status na OMC e não ganha nada do imperialismo Apesar da “festa” feita por Bolsonaro em Março, em carta de Agosto, EUA afirmam que apoiam a entrada da Argentina e da Romênia somente. Esta semana o governo de Donald Trump “jogou água” no chope do governo Bolsonaro, ao formalmente, negar a participação do Brasil na OCDE. Em carta enviada à OCDE em agosto, vazada esta semana, o secretário de estado estadunidense, Mike Pompeo, ratificou o apoio à entrada da Argentina e da Romênia somente, países que estariam à frente na aplicação das medidas neoliberais exigidas pelo país. Em Março último, Bolsonaro em visita à Casa Branca em Washington (EUA) anunciou festivamente o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) como uma grande conquista de seu governo. O apoio viria em detrimento do status “país em desenvolvimento” do Brasil na OMC (Organização Mundial de Comércio). DISCURSO X PRÁTICA Após o vazamento da carta, M. Pompeo e Trump, foram às redes sociais tentar desmentir o ocorrido e disseram “apoiar com todo o entusiasmo a candidatura brasileira”. Em primeiro lugar é importante destacar que tanto Trump como as principais figuras do seu governo fazem bastante uso das redes sociais para emitir opiniões e fazer propaganda ideológica, o que foi prontamente copiado por Bolsonaro e pelas principais figuras do seu governo, uma das ferramentas trazidas por Steve Banonn para a campanha eleitoral em 2018. Periodicamente através, principalmente do Twitter, Bolsonaro faz a demagogia característica da extrema direita e joga a esquerda pequeno-burguesa em debates moralistas e inócuos. Porém, essa demagogia não é inofensiva e cria problemas reais à economia do país. Já houve os problemas com as exportações de frango para os países árabes, milho, soja e carne para o Irã,
e mais recentemente, os ataques à política ambiental da Alemanha e França, o que abriu a porta para a intervenção imperialista na Amazônia. Aqui novamente, na pretensa oportunidade de integrar a OCDE, Bolsonaro faz demagogia nas redes sociais ao praticamente afirmar que está certo este ingresso e, não se preocupa minimamente em medir quais as possibilidades para isso e qual seria o ganho entre manter o status na OMC e a OCDE. Tudo isso apoiado por uma chancelaria praticamente amadora de Ernesto Araújo, que segundo ex-diplomatas, não possui nem o currículo, nem a experiência necessária, além de ter feito “uma limpa” no Itamarati desde o começo do ano, afastando figuras experientes com vasta prática na diplomacia internacional. “A tal” entrada na OCDE, não passou de propaganda em redes sociais de Bolsonaro e Trump. Na prática, o que houve foi um indicativo contrário dos EUA. O que aliás, guarda consonância com a postura restritiva do país em relação à entrada de novos membros no clube e contrária a uma suposta multipolaridade na política internacional. O QUE O BRASIL GANHA E PERDE A proposição do governo Bolsonaro à OCDE é algo antigo e que, na verdade, serve como ferramenta utilizada pelo imperialismo para “ajudar” países de capitalismo atrasado como o Brasil a colocar a corda no próprio pescoço, ao aprofundar a aplicação da política neoliberal propagandeada e receitada pelo FMI e Banco Mundial em nome das potências imperialistas. Em anos anteriores, durante os governos do PT, a proposição foi oferecida ao Brasil que rejeitou corretamente. Ao contrário do que está sendo propagandeado, a entrada à OCDE não traria benefícios diretos ao país, tudo que há são suposições. A OCDE, uma
organização criada à partir dos acordos de Bretton Woods, tem se caracterizado por ser um clube de países ricos que visam defender os pilares da política econômica neoliberal das praças financeiras de Wall Street e Londres, principalmente, e agem para “empurrar” outros países para adotar estes preceitos. Assim, nas palavras dos próprios financistas, ao estar na OCDE o Brasil ganharia uma espécie de selo de economia adequada a receber os recursos dos ditos investidores internacionais. Por outro lado, a OMC é uma organização que atua intermediando relações de comércio internacional entre os países membros, resolvendo disputas e até arbitrando conflitos em negociações. Apesar de também ser uma organização onde os países imperialistas têm um peso desproporcional, algo de certo modo natural, a OMC tem se mostrado mais efetiva no sentido de produzir algumas vitórias em disputas comerciais ao Brasil, como as disputas pelo fim de subsídios ao algodão e ao açúcar pelos países desenvolvidos. Ao abrir mão do status de país “em desenvolvimento” o Brasil perderia privilégios em relações comerciais com países desenvolvidos e até prazos mais flexíveis para pagamentos em futuras negociações. Ou seja, falando somente no âmbito econômico, não há qualquer ganho real na pretensa proposta de adesão à OCDE. Assim, é fundamental destacar o problema no âmbito político. NEGOCIANDO COM O IMPERIALISMO Este episódio de “negociação” do governo Bolsonaro com os EUA, em pouquíssimo tempo, deixa claro como é aplicada a política imperialista. Mesmo o governo Bolsonaro abrindo todas as portas aos tubarões de Wall Street, “rezando” a cartilha de Washington e
fazendo declarações de amor aos Ianques, estes pegam tudo o que lhes interessam e não lhe dão nada em troca. E, se não for oferecido, será tomado à força. Essa é apolítica imperialista, principalmente, para países ricos em recursos como Brasil e a Venezuela, por exemplo. A “porta aberta” por Bolsonaro à intervenção imperialista com a questão ambiental na Amazônia, é outro episódio que pode trazer mais problemas ao Brasil, inclusive evoluir para uma intervenção real no território. A Amazônia é a região que concentra a maior quantidade de riquezas naturais no mundo e historicamente é alvo de cobiça das potências imperialistas. Bolsonaro e os militares que o dão suporte fazem campanha de nacionalistas, mas dia após dia fica claro que estão é entregando o país aos vampiros capitalistas, e sem que o país receba nada em troca. Tanto Bolsonaro como seu vice, Hamilton Mourão, já declararam que a Amazônia não é brasileira e que poderia ser vendida. Esse é o discurso “nacionalista” da extrema direita brasileira, que foi colocada no poder por uma aliança entre a burguesia nacional e o imperialismo, tem “se rastejado” na política internacional pelo apoio dos EUA e das demais potências, mas claramente não receberá nada em troca, ou melhor, receberá sim a sanha insaciável dos especuladores internacionais, e que deixarão o país em situação de “terra arrasada” como despojo de guerra para a população. A única forma de impedir a destruição da economia nacional, espoliação dos recursos naturais e esfolamento do trabalhador, é ir às ruas combater a política golpista. E a política que leva a isso é entoar o Fora Bolsonaro! Este é o momento de defender o país, enquanto resta “pedra sobre pedra”, ou melhor, existem recursos naturais e uma economia que pode vir a gerar empregos e criar bem-estar para os brasileiros.
EXTREMA-DIREITA NO CAMPO
Latifundiários atacam comunidade tradicional em Gilbués no Piauí Latifundiários atacaram comunidades tradicionais Lagoa dos Martins e Brejo do Miguel, que vivem da coleta de frutos do Cerrado. O povo pobre vive em constante ataque do governo golpista ilegitimo de Jair Bolsonaro, que foi colocado para aniquilar a soberania nacional. Ao longo desses 8 meses, os golpistas continuam rasgando a Constituição com suas ações antipopulares, aprofundaram a Operação Lava Jato, que mantem preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, como se tudo não bastasse, estão facilitando para que o agronegócio destrua as conquistas do povo ribeirinhos brejeiros, onde suas terras estão sendo invadidas por grileiros e jagunços.
Essa política de concessão ao latifundiários incentiva grileiros invadirem terras do povo camponês, que vive da coleta de frutos, há várias gerações, para sua subsistência. Dessa vez, os territórios atacado foram duas comunidades, Lagoa dos Martins e Brejo do Miguel, que vivem da coleta de frutos do Cerrado, principalmente Buriti e Macaúba, como também da produção de alimentos e da criação de animais em sistema de uso coletivo da terra. A biodiversidade da região tem atraído os capitalistas para especulação e produção de matérias-primas para a expor-
tação. Toda riqueza natural está sendo substituída pelos monocultivos transgênicos da soja, do algodão, do eucalipto e do milho. Para que esse projeto de terra arrasada e de extermínio do povo ribeirinho aconteça, os latifundiários agem com ações violentas e de repressão de grileiros e jagunços que utilizam motosserras e destroem tudo que estiver na frente. A comunidade mora numa área difícil acesso, dificultando a comunicação e a execução das denuncias com rapidez. É preciso organizar comitês de luta contra o golpe, organizar associações dentro dessas comunidades e impul-
sionar o povo a tomar as ruas, se armar de todos os instrumentos necessários e avançar contra esse governo fascista que só quer exterminar a população brasileira. É preciso gritar cada vez mais forte, nas ruas, o Fora Bolsonaro e todos os golpistas e Liberdade para Lula!
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar