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TERÇA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5796
Abaixo a repressão no Equador! Fora Lenín Moreno, Fora Bolsonaro! L
enín Moreno impôs uma ditadura militar no Equador, como única solução encontrada até agora pela burguesia equatoriana e o imperialismo para tentar conter a rebelião popular contra o governo traidor e suas medidas neoliberais.
Abutre, Ciro Gomes defende Globo e Dia 27: virar o jogo contra a direita Abril e ataca imprensa de esquerda Durante a II Plenária Nacional Lula Livre, que ocorreu na cidade de São Paulo no
dia 21 de setembro, representantes de comitês de luta contra o golpe, comitês Lula livre de todo o Brasil, sindicatos e centrais sindicais (CUT e CTB), movimentos sociais (CMP, MST) e partidos políticos (PCO, PT e PCdoB) se reuniram e deliberaram a realização de um grande ato nacional pela liberdade de Lula no dia 27 de outubro em Curitiba para comemorar o 74° aniversário do ex-presidente.
Ciro Gomes, candidato permanente à presidência da república, tem buscado se apresentar nos últimos anos como um nacionalista, quer dizer, como alguém de esquerda. No entanto, Ciro tem dado sucessivas demonstrações de direitismo. A mais recente delas foi um ataque aos jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil 247 e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.
Sob a cobertura da “defesa da mulher”, Damares quer mais repressão Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a ministra dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, quer proibir que agressores de mulheres exerçam funções públicas por cinco anos.
Todo apoio à luta do povo equatoriano! Desde a última semana, o Equador tem vivido uma situação de tipo insurrecional. O povo se levantou contra o presidente Lenín Moreno, que, tendo se apresentado como uma continuidade do governo
nacionalista burguês de Rafael Correa, traiu todos os compromissos assumidos e se vendeu ao imperialismo ao assumir o governo. A política de tipo neoliberal que Moreno está procurando aplicar
no Equador se assemelha à política que todos os governos golpistas da América Latina vêm tentando impor nos diferentes países. Uma política de brutais ataques à população.
Aonde vai Fernando Haddad? Já foram realizados mais de 40 cursos da Escola Marxista do PCO
Desde maio, o petista Fernando Haddad, que concorreu às eleições presidenciais de 2018, vem escrevendo semanalmente para o jornal golpista Folha de S. Paulo. No último sábado (12), foi publicada sua mais nova coluna, intitulada “Economia”.
Desde o dia 29 de setembro com a apresentação inicial do curso O Programa Para a Revolução Socialista nos Dias de Hoje, até esse último domingo (13), já foram realizados mais de 40 cursos em cidades diferentes de todas as regiões do País, reunindo algo em torno de 500 ativistas.
Qual é o jogo de Ciro Gomes? Em entrevista recente ao portal golpista UOL (pertencente ao Grupo Folha), o abutre Ciro Gomes fez fortes e covardes ataques contra a imprensa progressista, nominalmente os jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil 247, e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo.
2 | OPINIÃO E POLÊMICA GROSSOMODO EDITORIAL
Dia 27: virar o jogo contra a direita
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urante a II Plenária Nacional Lula Livre, que ocorreu na cidade de São Paulo no dia 21 de setembro, representantes de comitês de luta contra o golpe, comitês Lula livre de todo o Brasil, sindicatos e centrais sindicais (CUT e CTB), movimentos sociais (CMP, MST) e partidos políticos (PCO, PT e PCdoB) se reuniram e deliberaram a realização de um grande ato nacional pela liberdade de Lula no dia 27 de outubro em Curitiba para comemorar o 74° aniversário do ex-presidente. A situação política extremamente favorável para os movimentos de esquerda. As mensagens divulgadas pelo sítio The Intercept Brasil revelando a perseguição ao Partido dos Trabalhadores (PT) e, principalmente ao ex-presidente Lula, deixou claro que as eleições de que a operação Lava Jato, a prisão de Lula, as eleições de 2018 são uma enorme fraude da direita golpista. Essa situação que levou a fraude nas eleições deixou o governo Bolsonaro em uma enorme crise que tem se agravado sistematicamente e há uma enorme paralisia dentro do governo. Há um enorme repúdio a Bolsonaro e a direita, e uma tendência a mobilização em torno na liberdade de Lula. Há muitos sinais de mobilização da população pelo fora Bolsonaro e também pela liberdade de Lula no ato nacional convocado para o dia 27/10. Fato demonstrado na mobilização realizada em Curitiba, no dia 14 de
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setembro pelo PCO e pelo Comitês de Luta Contra o Golpe de todo o País, e diversas manifestações que estão ocorrendo posteriormente em todo o país como o ato realizado em Recife/PE no ultimo dia 11 e nos atos pela liberdade de Lula no último domingo (13/10), na avenida Paulista e na carreata em Brasília. Os atos estão demonstrando essa tendência e para as direções que há como mudar a situação de paralisia da esquerda na luta contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. É preciso concentrar todos os esforços das entidades que lutam pela liberdade de Lula e contra o golpe no ato do dia 27 e ocupar Curitiba pela Liberdade de Lula. O ato em Curitiba no dia 27 tem que ser um ponto de inflexão na luta contra a direita e de mudança no cenário político do país. É preciso concentrar as forças no local onde Lula encontra-se encarcerado pela direita golpista e impor uma nova etapa para derrotar o governo Bolsonaro. Há um enorme apelo entre a população explorada pela liberdade de Lula e é a maneira de aglutinar e organizar os trabalhadores para a luta para derrotar o governo Bolsonaro. A liberdade de Lula é uma poderosa alavanca para impulsionar a luta dos trabalhadores. As organizações e militantes devem organizar caravanas de todos os locais do País e ocupar Curitiba no dia 27 de outubro comemorar o aniversário de Lula e exigir a sua imediata liberdade.
COLUNA
Caso Preta Ferreira: libertar todos os presos políticos! Por Juliano Lopes
Na última semana, foi libertada Preta Ferreira, que já havia passado dezenas de dias na cadeia por conta de um processo ilegal de perseguição política às lideranças do movimento sem-teto do centro de São Paulo. A soltura se deu como resultado do julgamento de um Habeas Corpus, que, ao ser analisado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (conhecido popularmente por “câmara de gás), foi concedida a liberdade a Preta Ferreira, para que responda o processo em liberdade. Em primeiro lugar, é preciso destacar o caráter precário dessa liberdade, eis que, a depender do resultado do julgamento, Preta pode voltar rapidamente para a cadeia, e aí, definitivamente, como ocorre com milhares de pessoas perseguidas pelo sistema penal da burguesia. Por outro lado, é preciso observar que sua liberdade é uma conquista muito limitada, e que, na verdade, é preciso de uma ampla campanha para a anulação do processo de Preta Ferreira e dos demais perseguidos pelo regime golpista. “Responder em liberdade” é o mesmo que o regime golpista guardar uma carta na manga para que, se for preciso, prender Preta Ferreira novamente. Basta que ela se envolva com a luta por moradia, ou qualquer outra luta contra o regime golpista, que o sistema vai tentar prendê-la novamente. Ou seja, é uma ameaça constante esse tipo de processo. É praticamente o mesmo que se passa com o ex-presidente Lula, que, neste momento se encontra preso ilegalmente nas carceragens de Sérgio Moro, o juiz contratado pelos golpistas para encaminhar judicialmente os interesses do imperialismo no Brasil.
Para esses e outros casos é preciso aprofundar a luta contra o golpe de Estado, reivindicar, em todas as oportunidades, a anulação total dos processos de perseguição política, tais como o de Lula e outros perseguidos pela direita. Esses processos nem deveriam existir, precisam ser anulados, destruídos, e as pessoas acusadas, libertadas. É passo fundamental nessa luta a soltura de Lula, a anulação de todos os processos que o presidente responde, pois tudo não passa de uma farsa judicial para impor os interesses da direita golpista, que quer vender todo o patrimônio nacional e acabar com os mais elementares direitos democráticos. Essa luta coloca em questão a luta pela liberdade de todos os presos, pois, efetivamente, não é possível afirmar com toda a certeza que qualquer preso que seja está detido através dos meios legais, com a observação de todos os direitos democráticos. Pelo contrário, o mais correto a se concluir é que a quase totalidade dos 800 mil detentos brasileiros foram vítimas de alguma ilegalidade, de alguma arbitrariedade dos “sérgios moros” espalhados pelo sistema penal. Assim, é preciso libertar todos os presos do regime golpista, todos os presos da burguesia racista, que construiu um dos maiores sistemas repressivos de todo o mundo, prendendo 800 mil pessoas, pobres, negras e trabalhadoras, dando continuidade, afinal, à escravidão brasileira. E para isso, já temos uma data: 27/10, em Curitiba (PR), onde o povo organizado realizará uma grande manifestação pela soltura de Lula, em ato político que deve encampar todas as reivindicações do povo contra os golpistas.
POLÍTICA | 3
ALA DIREITA DO PT
Aonde vai Fernando Haddad? Em sua coluna mais recente no jornal golpista Folha de S. Paulo, Fernando Haddad criticou Dilma Rousseff e elogiou Fernando Henrique Cardoso. Em um domingo ensolarado, milharDesde maio, o petista Fernando Haddad, que concorreu às eleições presidenciais de 2018, vem escrevendo semanalmente para o jornal golpista Folha de S. Paulo. No último sábado (12), foi publicada sua mais nova coluna, intitulada “Economia”. No texto, Haddad procura analisar a situação econômica brasileira, creditando à política econômica do governo Dilma Rousseff a responsabilidade por ter afundado o país em uma grave crise. Fernando Haddad inicia assim sua análise: "Em 1998, diante da crise cambial brasileira, o FMI, em troca de um empréstimo de US$ 41,5 bilhões, impôs ao país uma mudança drástica da política econômica então vigente, qual seja, a adoção do chamado tripé macroeconômico: câmbio flutuante, superávit primário e meta de inflação. De lá para cá, cada governante lidou com esse tripé a sua maneira. FHC gerou superávit pelo aumento da carga tributária, mas não logrou cumprir as metas de inflação. Lula procurou compensar a valorização do real, acumulando reservas cambiais. Dilma, diante da perspectiva de desaceleração econômica, enfraqueceu a base fiscal."
Ao falar dos anos em que Dilma Rousseff esteve à frente da presidência da República, Haddad aponta que: "Em 2015, uma tempestade perfeita promoveu o colapso da economia. Em primeiro lugar, cumpre notar o desacerto da agenda adotada para estimular a economia. Fortemente influenciadas pela Fiesp, as desonerações fiscais, o Supersimples, a campanha pela redução artificial dos custos de energia etc. revelaram-se equivocadas." Ao indicar que a política levada por Dilma Rousseff era a política da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Fernando Haddad dá a entender que essa seria uma política impopular – isto é, a política da burguesia, contrária aos interesses dos trabalhadores. No entanto, a questão não é tão simples: a política do governo Dilma Rousseff buscava atender os interesses de setores que se contrapunham aos interesses do imperialismo – ou seja, era uma política que não seguia a “cartilha” do FMI. Essa política, por sinal, não contrasta com os governos petistas, que sempre buscaram formar alianças com setores minoritários da burguesia nacional, em
geral alocados em partidos como o PP, o PR e o MDB. A crítica de Haddad ao governo Dilma Rousseff é, portanto, uma defesa da política neoliberal. Afinal, conforme dito pelo próprio petista, o que ele defende é a política do FMI – a política fiscal do imperialismo, que tem como objetivo destruir a indústria nacional, causar mais desemprego e largar milhões de trabalhadores na miséria. Foi a política do governo Fernando Henrique Cardoso e é a mesma política do governo Macri, na Argentina, do governo Macron, na França, e a mesma política que os bancos estão tentando implementar por meio do governo Bolsonaro. O texto de Fernando Haddad, defendendo a política neoliberal e criticando Dilma Rousseff, vítima de um golpe de
Estado, mostra que a pressão da burguesia golpista está empurrando setores da esquerda nacional para a direita. Na medida em que o golpe de Estado se aprofunda, a burguesia procura pressionar os setores que compõem a oposição para que capitulem diante de seus interesses, sob pena de serem devorados por um regime político cada vez mais antidemocrático. A reação da esquerda perante as pressões impostas pelo regime político golpista, no entanto, não podem ser a da capitulação, da adaptação e da subordinação aos interesses do imperialismo. Na medida em que o regime evolui para uma ditadura explícita contra a população, é preciso intensificar a mobilização dos trabalhadores contra a direita. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula
O JOGO DA DIREITA
Qual é o jogo de Ciro Gomes? Abutre vigarista ataca novamente o PT e a imprensa de esquerda com o mesmo discurso moralista e mentiroso da extrema-direita Em entrevista recente ao portal golpista UOL (pertencente ao Grupo Folha), o abutre Ciro Gomes fez fortes e covardes ataques contra a imprensa progressista, nominalmente os jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil 247, e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo. “Se você olhar os sites 247, Diário do Centro do Mundo, é tudo picareta que o PT contrata nas piores escolas do jornalismo brasileiro e traz para servi-lo, fazendo a prática corrupta que fazia a serviço da direita bandida do Brasil para eles”, disse o pedetista. “Paulo Moreira Leite, quem é que não sabe de onde que vem? Esse Kiko Nogueira, quem é que não sabe de onde que vem? O Brasil vive de picaretagem, e a gente faz de conta que não sabe, um corporativismo exacerbado. O Kiko saiu do sistema Globo, da revista Época, banido porque estava fazendo picaretagem. O Moreira Leite foi demitido do Grupo Abril, onde fazia picaretagem a serviço da pior direita corrupta do Brasil”, continuou. “Estão a serviço, e por dinheiro. As migalhas que caíram do mensalão, do petrolão, são eles que estão comendo”, completou. Ciro Gomes tenta ligar os dois portais ao PT, demonstrando que seu ataque é muito mais profundo do que
parece. E mais: assim como a direita mais reacionária e fascista do Brasil, tenta vincular, tanto os dois sítios como o PT, à corrupção. Ou seja, ecoa a propaganda da extrema-direita e dá munição à perseguição de Bolsonaro aos petistas e também à imprensa progressista, tachando-a com todas as letras de corrupta. Mas o que Ciro Gomes fala da imprensa capitalista? Do monopólio criminoso que são os meios de comunicação da burguesia? Diz que fizeram o certo ao demitirem Kiko Nogueira e Paulo Moreira Leite, porque eles, supostamente, estariam fazendo “picaretagem”. Isto é, a Globo e a Abril – os dois monopólios mais corruptos e criminosos a serviço da propaganda da burguesia – são éticos, íntegros, já que lutaram contra a “picaretagem” dos dois jornalistas de esquerda. Essa tática de Ciro Gomes é velha. Sempre a usou para difamar seus adversários políticos da esquerda, principalmente do PT, em particular os que lutam contra o golpe e pela liberdade do ex-presidente Lula. Ciro Gomes difama os dois veículos de comunicação progressistas porque eles denunciaram o golpe e são contra o governo Bolsonaro. Ciro Gomes não é contra nada disso. Além do mais, são
dois jornais que mantêm um posicionamento favorável à liberdade de Lula, enquanto o abutre quer Lula preso até a morte. Ciro Gomes está completamente alinhado com a direita. Suas posições moralistas são idênticas às dos bolsonaristas. Não adianta mais fazer de-
magogia de que é de esquerda, a cada dia o abutre se mostra um vigarista da pior espécie, que queria desviar os votos da esquerda nas eleições para impedir uma vitória do PT e alçar Bolsonaro ao governo, como um garoto adestrado da burguesia e do imperialismo.
4 | POLÍTICA
CRESCIMENTO NO BOLSO DOS RICOS
0,07 de “crescimento”, segue fracasso do governo golpista na Economia A política econômica do governo Bolsonaro nunca favorecerá a classe trabalhadora, pois não passa de um compilado de ataques para beneficiar a burguesia A golpista e reacionária Folha de S. Paulo publicou nesta segunda-feira (14) uma matéria onde fala, de modo descarado, que a atividade econômica “cresceu” 0,07 no último mês de agosto, segundo o Banco Central. Reconhecendo que o suposto crescimento se deu num “ritmo bastante lento”, o jornal burguês fala como se fosse um grande crescimento, como se a economia estivesse finalmente prosperando para a população, quando, na verdade, a realidade é que a economia brasileira vai de mal a pior. Os dados são do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central e mostro o tal crescimento de 0,07% em agosto em comparação com o mês anterior, julho. Já em relação a agosto de 2018, esse índice do Banco Central teve uma queda de 0,73%. Para a imprensa burguesa, esse crescimento irrisório mostra a recuperação da indústria brasileira e o crescimento nas vendas de vareja. No entanto, para a
classe trabalhadora, esses número refletem apenas a situação precária que se instalou no País em relação a população pobre e a ausência de responsabilidade do Estado. Alguns dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o comércio fechou agosto com um avanço de 0,1% em relação a julho. Comparando com julho de 2018, o crescimento ficou na casa do 1,3%. São número baixíssimos e que não configuram, de forma alguma, uma melhora na economia. Muito pelo contrário, a população em geral está vivendo um dos maiores recessos econômicos do País, consequência do caráter recessivo da política dos golpistas na economia brasileira, que se mantém com a precarização dos postos de trabalho, como o aumento absurdo no número de motoristas de aplicativo, entregadores, empregos informais e sem nenhum benefício ou estabilidade, além da entrega do patrimônio nacional pa-
ra o imperialismo, como as privatizações, vide leilão do pré-sal. Em relação às vendas em supermercados, produtos alimentares, bebidas e fumo, o crescimento foi de 0,6% e artigos pessoais ou domésticos 0,2%. Já combustíveis, vestuário e calçado, móveis e eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos tiveram todos uma porcentagem negativa em relação às vendas. Isso se dá, principalmente, porque a população simplesmente não tem mais dinheiro. As contas estão cada dia mais apertadas, tudo muito caro, o desemprego atingindo níveis estratosféricos, os salários são praticamente uma piada com o trabalhador e, consequentemente, a economia fica estagnada assim. Nenhuma política econômica, nenhum pacote de medidas, nada que venha do governo dos golpistas será para beneficiar a classe trabalhadora. O objetivo deles é puro e simplesmen-
te encher os bolsos dos setores mais ricos da população, das classes dominantes e colocar a conta nas costas do trabalhador, que precisa fazer contorcionismo para sobreviver. O único caminho possível, para o povo viver de forma digna, é tirar Bolsonaro, Paulo Guedes e toda a corja direitista do poder.
CRESCIMENTO NO BOLSO DOS RICOS
Ato na Paulista mostrou disposição para grande mobilização no dia 27 No aniversário do ex-presidente Lula, ocupar a capital paranaense e realizar um grande ato pela sua liberdade e pela anulação da das condenações fraudulentas da lava jato O ato realizado na Avenida Paulista no último domingo mostrou , por um lado, uma enorme disposição de luta do ativismo dos Comitês e a a enorme simpatia que tem entre os militantes e trabalhadores de um modo geral a proposta de realizar um grande ato nacional em Curitiba, no próximo dia 27 de outubro, em Curitiba, pela liberdade de Lula já, pela anulação da lava jato. Por outro, o fato de que o ato tenha se realizado apenas em São Paulo e a pequena mobilização promovida pelos aparatos controlados pela esquerda, que tem centenas de cargos parlamentares, prefeituras, dirige milhares de sindicatos (mais de 500 deles em São Paulo), deixa evidente de que não há ainda, por parte da maioria das direções, uma ruptura com a politica de esperar pelo judiciário e fazer uma mobilização de baixo intensidade, apenas de aparência que, ademais, sirva como campanha eleitoral para futuras campanhas que são apresentadas por esses setores como a saída para a crise atual. Lula e o povo brasileiro, teriam que esperar por 2020, 2022 etc. não seria necessário uma ampla e combativa mobilização popular, neste momento. Nada poderia ser mais falso. Não há qualquer possibilidade de vitória dos explorados contra o golpe, não ha qualquer chance real de que Lula seja colocado em liberdade e reestabelecido seus direitos políticos sem que haja uma mobilização de características revolucionárias, com os trabalhadores
e a juventude e suas organizações de luta, colocando em ação a força da sua luta nas ruas. Assim, o ato da Avenida Paulista desse domingo (13), com milhares de pessoas, mesmo com a sabotagem de setores dirigentes da esquerda, mostra que é preciso intensificar e muito a agitação e a propaganda em torno do ato do dia 27. 1 milhão de panfletos Para impulsionar essa perspectiva, os Comitês de Luta contra o Golpe estão publicando um milhão de panfletos para serem distribuídos em todo o País, nas fábricas e outros locais de trabalho, nas estações de trem e metrô, nos terminais de ônibus, na entrada dos estádios de futebol, nos bairros operários, universidades e escolas etc. Estão sendo produzidos também dezenas de milhares de cartazes (foto) e organizada uma ampla campanha para organizar caravanas de todo o País, lotar centenas de ônibus, com a colaboração de todos os que queiram ver Lula livre já! e o que não faltam são apoiadores de Lula. Em todo País são inúmeros os sinais de que podemos ter no próximo dia 27 uma grande mobilização a favor da liberdade imediata do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, no dia do seu aniversário e essa pode ser a oportunidade de dar um grande impulso à campanha pela libertação
do ex-presidente, pela restituição dos seus direitos políticos, fazendo avançar também a luta pela derrubada do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. Cada dia fica mais evidente que nenhum medida decisiva em favor da liberdade de Lula virá da boa vontade e do reconhecimento dos direitos legais do ex-presidente por parte do judiciário golpista e de nenhuma instituição do regime golpista. Para uma expressiva parcela do ativismo das organizações ilações de luta dos explorados, dos comitês que levam adiante a mobilização com coleta de assinaturas, organização de atividades, fica claro que só com uma ampla mobilização, nas ruas, com os métodos próprios de luta da classe trabalhadora é que será possível derrotar a ofensiva contra Lula, contra a esquerda e contra os trabalhadores. Vamos cobrar dos sindicalistas, dos deputados, vereadores, daqueles que ocupam cargos nos Executivos municipais e estaduais, eleitos com o apoio de Lula, apresentando-se como candidatos do ex-presidente. Realizar uma intensa campanha de apoio entre os explorados de todo o País. É preciso deixar para trás todo tipo de vacilação e colocar em prática a proposta do PCO e dos Comitês de Luta contra o Golpe, aprovada na II Plenária Nacional Lula Livre, que reune dezenas de entidades, como partidos
de esquerda (PT, PCdoB, PCO, PSOL), organizações sindicais (CUT, CTB), Popular (CMP, MST e outras), da juventude (UNE, UBES etc.) e de todos os setores dos explorados e de defesa dos direitos democráticos, de realizar uma grande ato no dia 27, aniversário de Lula, em Curitiba, ganha cada dia mais força, cresce na adesão. É preciso intensificar a organização dessa mobilização. Ampliar a convocação, com uma intensa agitação, com centenas de ativistas nas ruas e locais de trabalho, estudo e moradia, realizando a convocação, recolhendo recursos para ocupar Curitiba dia 27. Dia 27, vamos todos à Curitiba. Por Lula Livre Já! Pela Anulação de todas as condenações da Lava Jato. Por Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Por novas eleições, livres e democráticas, com Lula candidato. Programação do dia 27 Confira a programação aprovada pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, com atividades desde as 9h da manhã: 9h00 da Manhã – Bom dia Presidente Lula! 10h00 – 12h00 – Shows Musicais 12h00 – 13h00 – Almoço 13h00 – Plenária dos Comitês 14h30 – Passeata até a Carceragem da Polícia Federal, onde Lula está preso 15h30 – Ato político com lideranças dos partidos e movimentos sociais 16h30 – Parabéns para Lula 19h00 – Boa noite presidente Lula
POLÍTICA | 5
MAIS UM ATAQUE AO TRABALHADOR
Direita apresenta PEC para acabar com Justiça do Trabalho Deputado do PSC quer destruir Justiça do trabalho, impedir que o trabalhador possa se utilizar das instituições para garantir seus direitos Apresentado pelo deputado federal Paulo Eduardo Martins do PSC, a proposta de Emenda Constitucional por ele colocada em discussão deseja extinguir a Justiça do Trabalho, colocando tudo nas mãos da Justiça Federal. Essa transferência representa uma manobra da burguesia para retirar toda e qualquer chance do trabalhador utilizar as instituições como meio de se defender. Se antes estas instituições já pouco davam alguma segurança na hora de ter seus direitos julgados, agora após o golpe de Estado, tudo piorou, e esta proposta de Emenda à Constituição veio para liquidar de vez a defesa do trabalhador por meio da justiça. A Justiça Federal, na qual seria posto o trabalhador, é um aglomerado geral de fascistas, responsáveis pelos ataques ao povo brasileiro e por garantir a prisão ilegal do ex-presidente Lula, tal como uma série de medidas responsáveis por firmar os interesses imperialistas no país.
De acordo com Paulo Eduardo, a Justiça do Trabalho não é mais necessária após a aprovação da Reforma Trabalhista de 2017, comprovando sem muitas dificuldades que esta é uma ação combinada com todos os outros ataques aos trabalhadores, concretizando a destruição, por meio do regime golpista servil aos interesses imperialistas, de todos os direitos básicos, até então concedidos à população. O deputado ainda precisa de mais 171 assinaturas para prosseguir com a PEC, no entanto, sua iniciativa já denota que as intenções da burguesia são de não por um freio aos ataques contra os trabalhadores, e sim, ampliar a onda de destruição por ela causada. Todos estes casos consolidam o regime político brasileiro como um regime da direita golpista, sobretudo do imperialismo, tendo como política fundamental desde seu principio a destruição da economia nacional, a pilhagem das riquezas nacionais e uma total entrega do país aos
grandes capitalistas estrangeiros. A burguesia brasileira já deixou amostra que não irá arredar o pé na destruição do País. Desde o golpe de Estado foi nos mostrado que as discussões na Câmara dos Deputados, Senado, ou seja qual for a instituição, estarão sempre dominadas pelos golpistas e ao seu favor. O brasileiro já viu que como resposta a organização política e a manifestação popular representam a alternativa no combate ao golpe.
Hoje, o trabalhador vê suas últimas esperanças nas ditas instituições “democráticas” da burguesia serem jogadas na lata de lixo, não resta mais espaço para a população esmagada na sociedade utilizar destes locais como forma de garantir sua sobrevivência e direitos básicos. Resta ao povo brasileiro o que sempre lhe teve como única alternativa real e garantida de defender sua existência: a rua, a mobilização das massas como única garantia na luta.
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6 | INTERNACIONAL
ABAIXO OS GOVERNOS GOLPISTAS!
Abaixo a repressão no Equador! Fora Lenín Moreno, Fora Bolsonaro! Moreno está impondo uma ditadura no Equador, assim como Bolsonaro quer fazer no Brasil; o povo brasileiro deve impor sua vontade nas ruas, como os equatorianos estão fazendo Lenín Moreno impôs uma ditadura militar no Equador, como única solução encontrada até agora pela burguesia equatoriana e o imperialismo para tentar conter a rebelião popular contra o governo traidor e suas medidas neoliberais. Na semana passada, foi decretado o Estado de exceção, mediante o qual os militares ganharam um poder imenso ao se espalharem pelas ruas de todo o país. Também foi estabelecido o toque de recolher em Quito, no mesmo dia em que milhares de indígenas chegaram à cidade, e que o povo ocupou o parlamento nacional. Isso obrigou Moreno a fugir para Guayaquil. Mais de mil pessoas foram feridas, outras cerca de quinhentas foram detidas e quase 20 foram assassinadas pelas forças de repressão, conforme as estatísticas mais confiáveis. Para confrontar essa preparação de um banho de sangue, a população começou a utilizar instrumentos rudimentares de autodefesa, como paus, pedras e lanças. Esses instrumentos só
são usados porque o povo, no Equador (assim como no Brasil), não tem o direito democrático ao armamento. Caso o contrário, é certo que utilizaria armas para se opor à repressão policial e militar. Nessa segunda-feira, o governo equatoriano, acuado pelas massas, anunciou o fim do estado de exceção e do toque de recolher, bem como a derrogação do cancelamento dos subsídios estatais aos combustíveis – principal medida que gerou a revolta popular. No entanto, o que o povo quer é o Fora Moreno, e é preciso continuar e intensificar a mobilização. O Equador serve como inspiração tanto para a direita como para a esquerda brasileira. Por parte da direita, a ditadura militar imposta por Moreno é exatamente o que Bolsonaro pretende implantar no Brasil, apenas não conseguiu acumular forças para isso. A burguesia não irá recuar e aceitar um governo democrático no País, pelo contrário: a tendência é um fechamento cada vez maior do regime, no
caminho para uma ditadura fascista acabada, que destrua as organizações operárias e permita a total submissão do Brasil ao imperialismo. A repressão que vemos no Brasil durante esse ano já é maior do que nos anos anteriores, mesmo no governo Temer. Bolsonaro já deixou claro, inúmeras vezes, com todas as suas apologias à ditadura militar, a Pinochet e a Stroessner, que irá implantar o terror contra a esquerda e o movimento popular. Assim como o governo Moreno, os bolsonaristas além da repressão estão privatizando, sucateando e entregando todos os recursos e riquezas nacionais nas mãos do imperialismo, retirando todos os direitos da população. E, assim como os equatorianos, os brasileiros também estão cada vez mais indignados. A palavra de ordem “Fora Bolsonaro” tem sido entoada cada vez mais e mais alto desde o início do ano. O povo já saiu às ruas em diversas oportunidades com a intenção de combater concretamente e
derrubar o governo. É preciso que a esquerda organize essa insatisfação no mesmo rumo tomado pelo povo equatoriano: a luta radicalizada, de massas, nas ruas, colocando a direita para correr e enfrentando com sua autodefesa organizada as forças de repressão. Se Bolsonaro quer impor o terror contra o povo, o povo deve incendiar o Brasil com protestos em todo o território nacional exigindo a sua derrubada. Tal como os equatorianos lutam pelo Fora Moreno, os brasileiros devem realizar a exigência popular pelo Fora Bolsonaro.
ARMAMENTO DA POPULAÇÃO
Protestos no Equador mostram a necessidade do armamento da população As massas populares têm o direito de se armar contra a burguesia e seu Estado Os gigantescos e massivos protestos insurrecionais de massas que ocorrem no vizinho Equador há mais de dez dias colocam para o conjunto dos movimentos e dos partidos representantes da esquerda latino-americana um conjunto de questões que exigem não só uma reflexão, como principalmente uma tomada de posição, ou melhor, uma mudança de postura, necessárias ao avanço da luta organizada da classe operária contra os seus algozes, seus inimigos, internos e externos, vale dizer, a burguesia dos próprios países e o inimigo maior comum a todos os povos oprimidos, o imperialismo mundial. As notícias e imagens que chegam do Equador em tempo real demonstram, sem disfarces e sem qualquer maquiagem, o que verdadeiramente está acontecendo no país andino, que não pode ser visto como outra coisa senão uma avassaladora rebelião popular, operária e indígena contra um governo que é, em todos os sentidos, um fantoche, um títere do imperialismo. O pacote de medidas baixado pelo governo de Lenin Moreno é a aplicação do receituário do FMI para o país. Um ataque em regra à economia do Equador, aos direitos e conquistas das massas populares, em favor dos bancos, da burguesia e das oligarquias reacionárias equatorianas. Uma das características que vem marcando os protestos que aconte-
cem nas principais cidades do país, mas principalmente na capital, Quito, são os violentos e contundentes enfrentamentos com as forças de segurança governamentais, a polícia e o exército equatoriano. De um lado centenas de milhares de populares, operários, camponeses, indígenas e outros setores da sociedade, mas em geral e em sua imensa maioria gente pobre, do povo, “armados” com o que encontram pela frente, paus, pedras, pneus e outros objetos. Do outro lado, armados de fato, estão as forças repressivas do Estado, com todo o armamento (revólveres, fuzis, metralhadoras, tanques, bombas, etc). A reflexão e discussão fundamental que se coloca diante dos acontecimentos que neste momento têm lugar e se desenvolvem no Equador diz respeito à necessidade de superação da politica infantil e pequeno-burguesa defendida por amplos setores da esquerda latino-americana, que é a recusa em defender o armamento da população, diante dos embates que a luta de classes coloca em relevo e que opõe os interesses irreconciliáveis das massas populares aos da burguesia continental. O que se pode constatar claramente nos acontecimentos que vem ocorrendo no país andino é que se as massas populares que estão nas ruas em confronto com as forças policiais estivessem exercendo o seu legítimo e
democrático direito ao armamento, o desfecho dos fatos e da luta social de massas no Equador estaria decidido em favor da vitória do povo, dos trabalhadores, dos operários, dos camponeses, dos indígenas. Mesmo estando em enorme desvantagem do ponto de vista do enfrentamento, uma vez que somente um lado encontra-se armado (as forças de repressão do Estado), o povo, ‘armado” com objetos não letais, já infligiu grandes derrotas às forças policiais, demonstrando a superioridade e legitimidade da luta do povo contra os opressores.
Portanto, o desenvolvimento da luta de classes coloca o armamento da população como um direito não só democrático, como absolutamente legítimo e necessário do povo diante do acirramento da luta social, da oposição entre os interesses da burguesia, do imperialismo e, no momento atual, da extrema direita e, de outro lado, os interesses da classe operária, dos trabalhadores e das massas populares. Se opor a este direito elementar é condenar os oprimidos ao massacre e ao banho de sangue que os inimigos do povo estão sempre prontos a promover.
INTERNACIONAL | 7
PREMIÊ ETÍOPE
Nobel da paz privatizador: quem é o neoliberal Abiy Ahmed? Primeiro-ministro da Etiópia aplica uma política neoliberal e de repressão étnica em seu país Na última sexta-feira (11), o Comitê Norueguês do Nobel entregou o Prêmio Nobel da Paz para o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, por supostamente elevar o nível de democracia no país africano e estabelecer um acordo que põe fim às hostilidades com a vizinha Eritreia. No entanto, é preciso ter em mente que tudo o que é feito pelo homem em uma sociedade de classes tem um caráter de classe. Nesse caso, o Nobel é entregue pelo comitê que é escolhido a dedo pelo parlamento norueguês, cuja maior bancada (disparada) é a governista, de direita, liderada pelo Partido Conservador. Como um prêmio entregue sob a proteção e indicação do imperialismo, dificilmente iria para alguma personalidade que estaria em contradição com os interesses imperialistas. Abiy Ahmed ganhou o Nobel porque é um funcionário do imperialismo. Premiê desde 2018, ele já anunciou a privatização da Ethiopian Airlines (maior e mais lucrativa empresa de aviação da
África) e que outras empresas estatais deveriam tomar o mesmo rumo. Chegou ao poder com a missão de promover a entrega em larga escala da economia de seu país aos grandes monopólios capitalistas internacionais, uma vez que boa parte da economia etíope sempre foi consideravelmente planejada em relação a outras da região. Ele prometeu entregar os serviços de telecomunicações, aviação, eletricidade e logística – que estavam nas mãos do Estado – à iniciativa privada. Em setores que não são essenciais para a economia do país, como operadoras ferroviárias, açúcar, parques industriais, hotelaria e manufatura, poderiam ser totalmente privatizados. Ainda em 2018, no mês de junho, Ahmed anunciou que poderia abrir uma bolsa de valores na Etiópia, obviamente a mando dos grandes banqueiros internacionais, que seriam assim beneficiados ao lado da privatização da economia etíope. Mesmo no âmbito dos tão propagandeados direitos humanos, o gover-
no de Ahmed não poderia ser considerado um verdadeiro apaziguador. Desde quando foi eleito, por volta de 1,5 milhão de cidadãos foram expulsos de suas casas por violência étnica, sendo este o maior número de deslocados internos no mundo inteiro em 2018. No sul do país, no distrito de Guji Oriental, por exemplo, mais de 800 mil etíopes da etnia gedeo foram expulsos de seus vilarejos pela perseguição da Frente de Libertação de Oromo. Há denúncias de que o governo de Ahmed ignorou a violência e impediu a ajuda aos refugiados. A verdade é que, como a maior parte dos governos dos países atrasados, o da Etiópia é um fantoche do imperialismo e suas políticas são dirigidas pelos grandes monopólios dos países avançados, a fim de atender sua necessidade de lucro, o que, invariavelmente, vai contra qualquer tipo de iniciativa que vise a paz para a população. Para enfatizar o caráter classista e imperialista do Nobel, basta lembrar
também alguns dos vencedores recentes desse prêmio, como o ex-presidente norte-americano Barack Obama (responsável pela devastação da Líbia) ou o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos (continuador da ditadura contra os camponeses e propagador da guerra contra a Venezuela).
POR LUTAREM PELA INDEPENDÊNCIA
Ditadura espanhola condena ativistas catalães a até 13 anos de prisão Mais uma vez o imperialismo espanhol demonstra que atua como uma verdadeira ditadura contra os países que lhe são submetidos Nessa segunda-feira (14), o tribunal supremo da Espanha condenou nove líderes independentistas catalães a sentenças que variam de nove a 13 anos de prisão por estarem à frente do processo de independência da Catalunha em 2017, que foi suprimido violentamente pelo governo central de Madri. As penas foram as seguintes: 13 anos para Oriol Junqueras (ex-vice-presidente do governo catalão); 12 anos para Raül Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa; 11 anos e seis meses para Carme Forcadell (ex-presidenta do parlamento catalão); 10 anos e seis meses para Josep Rull e Joaquim Forn; nove anos para Jordi Sànchez (líder da ANC) e Jordi Cuixart (líder da Òmnium Cultural). Além deles, sofreram multas os réus Carle Mundó, Meritxell Borràs e Santi Vila, acusados e culpados por desobediência ao participarem da realização da referendo independentista de outubro de 2017, proibido pelo governo espanhol mas cujo “sim” venceu e os separatistas declararam a independência do país. Por sua vez, o ex-presidente da Generalitàt (o governo catalão), Carles Puigdemont, recebeu novo mandado de prisão internacional “por crimes de sedição e desvios de recursos públicos”. Ele se encontra exilado na Bélgica, que tem sido refúgio de notáveis perseguidos políticos internacionais, como o ex-presidente equatoriano Rafael Correa.
Protestos contra as condenações O povo catalão reagiu às condenações protestando nas ruas. Em Barcelona, capital da região autônoma, três grandes ruas encheram de gente pedindo liberdade para os presos políticos. Milhares de pessoas também se deslocaram para o aeroporto de El Prat e outros para a frente da sede da Òmnium. Houve também bloqueio de vias nas cidades de Tarragona e Girona. Ditadura As condenações reforçam as denúncias de que a Espanha não passa de uma ditadura travestida de democracia. Quando o fascismo franquista
terminou, no final da década de 1970, as mesmas forças políticas que o sustentavam foram alçadas oficialmente ao poder. Diante da crise capitalista de 2008, a Espanha foi um dos países europeus mais atingidos, levando milhões de trabalhadores a uma situação degradante. Isso fez com que ressurgisse com maior força o movimento de independência dos países dominados por Madri, especialmente a Catalunha, que se tornou o coração da crise política espanhola. Finalmente, os catalães realizaram um referendo em outubro de 2017, proibido por Madri, no qual a vontade de se separar do resto da Espanha saiu vitoriosa. Os dias que antecede-
ram e se seguiram ao referendo foram regados a sangue pela forte repressão espanhola. Os líderes do referendo, em especial Puigdemont, desafiaram o regime do então primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy e decretaram a independência. Foram acusados de diversos crimes pelos tribunais franquistas de Madri e o exército espanhol quase realizou uma intervenção militar para estabelecer uma ditadura na Catalunha. Desde então, os principais dirigentes catalães têm sido perseguidos e os direitos políticos da região suprimidos na prática, embora as últimas eleições tenham mostrado um aumento na votação popular dos partidos independentistas.
8 | DIA DE HOJE NA HISTÓRIA E POLÊMICA
VÍTIMA DA DITADURA FRANQUISTA
15/10/1940: presidente da Catalunha é executado pelo regime franquista Em 1940, o presidente da Catalunha era fuzilado pelos fascistas de Franco após ser capturado em seu exílio por agentes da Gestapo. No dia 15 de outubro de 1940, era fuzilado pelo regime fascista de Franco o presidente da Catalunha Lluís Companys, após ser capturado em seu exílio na França por soldados nazistas da Gestapo em 13 de agosto daquele ano. Company foi um dos personagens centrais na Catalunha nos anos 30. Filho de camponeses, desde cedo Company se envolveu com política, sendo detido 15 vezes pela polícia em sua juventude. Já adulto e formado em direito, entrou para o partido Esquerda Republicana da Catalunha, partido que o levou a ser vereador da cidade de Barcelona em 1931. Nesse mesmo ano, depôs o prefeito da cidade junto de alguns camaradas, proclamando a
República da Catalunha, evento acompanhado em Madrid e que acabou por proclamar a Segunda República da Espanha. De 1931 à 1934 ocupou vários cargos na Catalunha, dentre eles, o de governador e presidente do parlamente. Em 1934, foi eleito Presidente da Generalidade da Catalunha, cargo no qual proclamou “Estado Catalão” dentro da República Federal Espanhola, sendo deposto e preso por um golpe de estado. Ficaria preso até 1936, sendo libertado após a vitória eleitoral da Frente Popular, voltando ao cargo ocupado antes de sua prisão. Em 1939, após a ocupação das tropas franquistas em
Barcelona, foge para a França, onde foi preso pela Gestapo em 13 de agosto de 1940 e entregue ao governo franquista 16 dias depois. No momento de seu fuzilamento, não permitiu que o vendassem os olhos. Suas últimas palavras foram: Assassineu un home honrat. Per Catalunya! (Assassinais um homem honrado. Pela Catalunha!). A Catalunha continua sofrendo a repressão contra a qual sempre lutou. Em 2017, após realizar um referendum sobre a separação da Catalunha, no qual o voto pela separação foi vitorioso, o presidente da Catalunha foi preso, demonstrando como a Espanha dita democrática, ainda é uma ditadura.
CIRO DEFENDE O PIG
A PEDIDO DA ESQUERDA?
Abutre, Ciro Gomes defende Globo e Abril e ataca imprensa de esquerda
Sob a cobertura da “defesa da mulher”, Damares quer mais repressão
Em entrevista para o sítio UOL, órgão da direita, Ciro Gomes ataca duramente Paulo Moreira Leite e Kiko Nogueira, do Brasil 247 e do Diário do Centro do Mundo.
A política de mais repressão se revela na proposta de Damares, maior inimiga das mulheres, de proibir agressores de assumirem funções públicas
Ciro Gomes, candidato permanente à presidência da república, tem buscado se apresentar nos últimos anos como um nacionalista, quer dizer, como alguém de esquerda. No entanto, Ciro tem dado sucessivas demonstrações de direitismo. A mais recente delas foi um ataque aos jornalistas Paulo Moreira Leite, do Brasil 247 e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo. Ciro afirmou que ambos são “picaretas”, e que foram demitidos da Abril e da Globo por que são corruptos, em entrevista para o UOL, um portal que pertence à direitista e golpista Folha. S. Paulo. Quer dizer, o pretenso esquerdista ataca dois dos principais órgãos de imprensa de esquerda no país, ao mesmo tempo em que defende a Globo e a Veja. Pela declaração do abutre Ciro, teríamos que concluir que ambas as empresas, profundamente direitistas corruptas, teriam demitido ambos os jornalistas por “corrupção”. É uma defesa do Partido da Imprensa Golpista, o PIG, que tem em seu currículo a defesa da criminosa ditadura militar e dos governos direitistas de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Temer e Bolsonaro, que promoveram em seu conjunto uma gigantesca destruição da economia nacional e das condições de vida dos trabalhadores. Foram, todos eles, governos profundamente corruptos, que favoreceram os maiores órgãos de imprensa no Brasil, como por exemplo a rede Globo, a editora Abril e a Folha de S. Paulo. Além disso, devemos observar também que os sítios da esquerda na internet, sobretudo o Brasil 247 e o Diário do Centro do Mundo, atacados por Ciro, tiveram e tem um papel muito im-
Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a ministra dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves, quer proibir que agressores de mulheres exerçam funções públicas por cinco anos. Segundo a informação, a proposta deve ser enviada à Casa Civil ainda essa semana para que seja encaminhada ao Congresso. A proposta valeria também para os concursados. Muito interessante a proposta com um teor aparente de defesa da mulher vinda de uma das maiores inimigas das mulheres, que integra o governo que é um declarado inimigo das mulheres. Essa é mais uma lei que visa aumentar a repressão, controle e a perseguição política sob a máscara moral da “defesa das mulheres”. É isso o que está por trás de tal projeto de Damares Alves. A não ser que fossemos ingênuos e acreditássemos que os bolsonaristas e o governo Bolsonaro se transformaram de repente em defensores dos direitos das mulheres. O mais interessante dessa lei é que revela o conteúdo real da política da esquerda pequeno-burguesa que tem se concentrado em exigir do Estado burguês, dominado pela direita golpista, leis repressivas em nome de todo o tipo de justificativa moral. O caso da criminalização da homofobia é um dos mais exemplares nesse sentido. Aprovada pelo ultra reacionário STF, tal lei foi comemorada por parte da esquerda. Na realidade, a burguesia tem muito interesse em criminalizar qualquer coisa, pois aumenta seu leque de oportunidades para perseguir o povo pobre. Ao propor um projeto que à primeira vista visa reprimir supostos agres-
portante na luta contra o golpe. Afinal, uma vez que o PT e outros partidos de esquerda como o PCdoB e o Psol não possuem uma imprensa própria e independente, a luta política e ideológica contra o golpe se deu por sítios como o 247 e o DCM, tanto, que foram apelidados pela direita de “blogs sujos”. É mais uma demonstração de que na realidade, Ciro Gomes é um elemento que trabalha para a direita que deu o golpe no Brasil. É preciso dissipar completamente qualquer ilusão no “esquerdismo” de Ciro Gomes. Afinal, sempre convém lembrar que trata-se de um elemento que começou sua carreira política no PDS, o partido da ditadura militar, e passou por mais sete partidos, todos eles burgueses e quase todos de direita, incluindo aí o PSDB, o PMDB e agora o PDT. Ciro também teve um papel fundamental nas eleições do ano passado, em que serviu para dividir os votos do PT e assim viabilizar a eleição de Bolsonaro, servindo como um abutre eleitoral de Lula, que lhe rendeu o apelido do título desta matéria. Ciro é um direitista e funcionário do golpe.
sores de mulheres, a extrema-direita bolsonarista não quer defender a mulher. Muito pelo contrário: a mulher continuará sendo cada vez mais oprimida enquanto os golpistas estiveram no governo e nas instituições e ao mesmo tempo esses mesmos golpistas terão mais um pretexto para a perseguição política. Podemos ter certeza: um bolsonarista dentro de qualquer função pública passará ileso pela lei de Damares, já um funcionário indesejado pela direita será o primeiro a ser acusado de agressão e perseguido, sem precisar ter sequer chegado perto de uma mulher. Quem tem alguma dúvida que é exatamente isso o que vai acontecer simplesmente não entendeu que o Brasil está há três anos sob um golpe de Estado dado pelos maiores inimigos do povo. Essa política da Damares é um pedido da esquerda pequeno-burguesa, que abandonou a política de defesa dos explorados e oprimidos, pela defesa de mais poder para o Estado capitalista reprimir o povo.
ATIVIDADES DO PCO | 9
NOTA OFICIAL DO PCO
Todo apoio à luta do povo equatoriano! Primeiro-ministro da Etiópia aplica uma política neoliberal e de repressão étnica em seu país Desde a última semana, o Equador tem vivido uma situação de tipo insurrecional. O povo se levantou contra o presidente Lenín Moreno, que, tendo se apresentado como uma continuidade do governo nacionalista burguês de Rafael Correa, traiu todos os compromissos assumidos e se vendeu ao imperialismo ao assumir o governo. A política de tipo neoliberal que Moreno está procurando aplicar no Equador se assemelha à política que todos os governos golpistas da América Latina vêm tentando impor nos diferentes países. Uma política de brutais ataques à população. O que ocorreu no Equador faz parte de uma política adotada pelo imperialismo, diante da grave crise econômica que eclodiu em 2008, que organizou uma série de golpes na região para retirar governos nacionalistas burgueses e substituí-los por governos totalmente submissos aos interesses imperialistas. Essa mobilização demonstrou sua força ao obrigar o presidente a mudar o governo de Quito para a cidade de
Guayaquil, claramente fugindo da população que está em pé de guerra. Lenín Moreno decretou estado de exceção e o governo está apoiado, nesse momento, sobre as forças armadas. A ação das forças repressivas do Estado já resultou em mortes, que, segundo alguns, já teria passado de uma dezena, além de centenas de feridos e mais de mil presos. O imperialismo e a direita latino-americana transformaram cinicamente a mobilização popular em golpe, enquanto que os verdadeiros movimentos golpistas, levados adiante pela classe média, seja no Brasil, seja na Venezuela, são apresentados como democráticos. Ou seja, enquanto o venezuelano Nicolás Maduro é apresentado como ditador, em razão das manifestações realizadas contra ele, Lenín Moreno é defendido. O fato de que setores da esquerda adotem essa mesma concepção, em particular no que diz respeito à Venezuela, mostra o nível de adaptação à política imperialista.
Assim, embora importante, a mobilização ainda não significa uma reversão da atual situação do continente. É uma ilusão a ideia de que a mobilização faria regressar à situação vivida no início do século, quando a política do imperialismo foi a de permitir a ascensão de governos nacionalistas para conter a revolta popular nos diversos países da América Latina. A atual etapa, de agravamento da crise capitalista, tende a acirrar as lutas sociais e políticas, com cada lado radicalizando suas posições. Assim, a direita vai procurar estabelecer regi-
mes cada vez mais autoritários para controlar a situação e poder aplicar sua política de entrega total dos países ao imperialismo. Na luta contra os governos golpistas, incluindo o do Brasil, não há caminho fácil para a vitória. Isto é, nem uma simples mobilização e muito menos as eleições são suficientes para atingir esse objetivo. É preciso uma luta firme e intransigente para derrotar esses governos. No Brasil, além do “Fora Bolsonaro”, é obrigatória a palavra de ordem de “liberdade para Lula”, sem a qual não pode haver derrota do golpe.
LEON TRÓTSKI
Já foram realizados mais de 40 cursos da Escola Marxista do PCO Programa de Transição – O Programa para Revolução Socialista nos dias de hoje Desde o dia 29 de setembro com a apresentação inicial do curso O Programa Para a Revolução Socialista nos Dias de Hoje, até esse último domingo (13), já foram realizados mais de 40 cursos em cidades diferentes de todas as regiões do País, reunindo algo em torno de 500 ativistas. O curso é a apresentação e discussão de capítulos do Programa de Transição, escrito pelo revolucionário russo Leon Trotski em 1938, o documento foi elaborado para o Congresso de fundação da Quarta Internacional – Partido Mundial da Revolução Socialista. A construção da IV Internacional foi a resposta dos revolucionários à absoluta falência da Terceira Internacional que sucumbiu diante da ascensão da burocracia stalinista, que, com a uma política de aberta traição ao movimento revolucionário abriu caminho para a ascensão do fascismo na Europa e à segunda guerra mundial. O Programa de Transição tem uma vigência nos dias de hoje. Primeiro, porque estamos no mesmo período histórico de profunda crise do capitalista. Como diz Trotski, “As premissas objetivas da revolução proletária não apenas ‘amadureceram’, como já começam a ficar um tanto podres. Sem uma revolução socialista, e isso no próximo período histórico, uma catástrofe ameaça a cultura da humanidade, como um todo”. Depois, porque o elemento central que impede o avan-
ço da revolução é que “A crise histórica da humanidade reduz-se à crise da direção revolucionária”. Os sucessivos golpes de Estado por todo o mundo e em particular na América Latina são a expressão cabal de que do aprofundamento da crise econômica mundial e a tentativa dos países imperialistas em impor aos países atrasados uma política de rapina na expectativa de uma sobrevida para um sistema moribundo. Na contrapartida da ofensiva imperialista, vemos
a esquerda em sua quase totalidade adaptada ou, quando muito, profundamente frouxa com relação a essa política. Para os marxistas, os revolucionários, o Programa de Transição é um programa de ação política para as massas. Como está escrito no documento, “ é preciso ajudar as massas, no processo da sua luta cotidiana, a encontrar a ponte entre as suas reivindicações atuais e o programa socialista da revolução”.
O PCO entende que o estudo e a compreensão do Programa de Transição são essenciais na luta política que travamos hoje contra a extrema-direita, o fascismo e o golpe. No total, o curso está programado para ocorrer em mais de 300 cidades e ainda em cerca de 150 universidades por todo o País. Procure o PCO para saber se vai haver curso em sua cidade. Caso não esteja programado, podemos organizar também em sua região.
10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
15 DE OUTUBRO
Dia do Professor deve ser um dia de luta Uma materia sobre a não comemoração e sim de luta no dia dos professores diante do desmonte e o sucateamento da educação No dia 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor, data bastante lembrada pela imprensa burguesa, que fala do professor por pura demagogia, pois, a mudanças levadas adiante pelos golpistas são no sentido da liquidação da profissão e na precarização do magistério. Infelizmente os professores não tem nada para comemorar, somente a lutar e se mobilizar contra o desmonte da educação promovido pelos golpistas e pelos governadores que estão promovendo o fim dos direitos. Os profissionais com ensino em todas as esferas tem sido duramente atacados pelos cortes de verbas, os diversos professores ganham menos que categorias como advogados, engenheiros, médicos e enfermeiros. Fala-se muito de valorização da profissão, porém os professores, por exemplo os de São Paulo, estão há cinco anos sem
reajuste salarial. O golpe e o seu projeto nefasto de fechamento de escolas vai deixar milhões de professores desempregados, a retirada de recursos e o congelamento dos gastos vai comprometer ainda mais os salários dos professores. Neste dia 15 de outubro, os professores precisam indicar uma grande mobilização para derrotar o golpe e colocar em xeque sua política de rapina. Os setores da educação, saúde, moradia serão seriamente açoitados pelos grandes capitalistas financiados pelo imperialismo. Sem essa luta, estará comprometido o futuro da Educação, do ensino público, dos professores e de todo o povo brasileiro. Para impulsioná-la, é preciso avançar na organização, multiplicando nas escolas, universidades e bairros, dos comitês de luta contra o golpe, para defender o ensino público, lutar pela
liberdade de Lula, pela derrota do regime golpista. Diante do dia do professor, mobilizar a categoria para lutar pelo Fora Bolsonaro! Por uma grande mobilização dos
trabalhadores da educação, comunidade escolar e os estudantes. Para impedir o retrocesso, defender o ensino público e gratuito, sair às ruas, contra os golpistas, pela liberdade de Lula.
PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS
PEC da privatização da ECT está em plena discussão no Congresso Proposta de Emenda Constitucional dos golpistas para privatização dos Correios está em plena discussão no Congresso Nacional
A GLOBO
A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), maior empresa de Correios da América Latina, está ameaçada de desaparecer com o governo golpista de Jair Bolsonaro. Os golpistas bolsonaristas apresentaram uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 149/19), assinada pelo general Padernelli do PSL, no corrupto Congresso Nacional, para autorizar o governo direitista tirar do povo brasileiro o patrimônio que é a ECT. A PEC está para ser discutida no mês de outubro na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para depois ser levada ao plenário, onde o governo golpista precisa de 308 votos dos deputados para cometer mais esse crime contra o povo que é a venda dos Correios. Segundo os golpistas, eles já possuem os votos de 50% dos deputados golpistas do Congresso. Para ser aprovado, o governo golpista precisa de 2/3 dos votos dos deputados do cor-
rupto Congresso para conseguir aprovar a privatização. Para viabilizar a privatização, os golpistas querem aprovar a quebra do monopólio dos Correios a fim de facilitar a sua aprovação no Congresso, já que a quebra do monopólio libera a venda da ECT com os votos só dos 50% dos deputados. Nesse sentido, o movimento dos trabalhadores dos Correios não pode cair no erro fatal de acreditar que a privatização será barrada por deputados no corrupto Congresso nacional. É preciso mobilizar os trabalhadores na base, através da organização de comitês de luta contra a privatização dos Correios. Os comitês devem organizar os trabalhadores na luta contra a privatização, levando em conjunto com essa luta a campanha pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais, liberdade para Lula com seus direitos políticos garantidos.
MENTE O DIÁRIO
DESMENTE CONTRIBUA COM O
MOVIMENTO OPERÁRIO | 3
ASSÉDIO MORAL
Ditadura nas agências do Itaú em São Paulo Banqueiros golpistas do Banco Itaú aterrorizam trabalhadores em agências de São Paulo Mais denúncias, de trabalhadores do Banco Itaú/Unibanco, em relação à política dos banqueiros de pressão e terrorismo contra a categoria para que a mesma cumpra as metas de venda de produtos. As denúncias partem dos bancários das agências subordinadas à diretoria “Coml 5” em São Paulo. Para os funcionários lotados nas agências subordinadas à diretoria acima mencionada, eles passam por um verdadeiro terror através da cobrança de cumprimento de metas com ameaças de demissões. Falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, assédio moral e péssimas condições de trabalho é o cotidiano desses trabalhadores. Além de tudo,
isso os funcionários estão sofrendo um sistemático assédio moral quando são submetidos, em reuniões, a constrangimentos e humilhações ao serem obrigados a simular atendimentos aos clientes. “Os funcionários denunciaram que o banco faz um verdadeiro terrorismo nas agências dessa diretoria. Os bancários são cobrados por metas dobradas e, caso não entreguem, são ameaçados de demissão. As metas devem ser batidas até a metade de cada mês e as avaliações são mensuradas nas entregas de três meses. Como essas metas aumentam descontroladamente, é praticamente impossível atingir os resultados”, conforme relato da dirigente do Sindicato e bancária do Itaú, Valeska Pincovai.
(site Sindicato dos Bancários de São Paulo e região) A cada dia fica mais claro para a classe trabalhadora que somente a mobilização poderá barrar a ofensiva dos banqueiros golpistas contra a categoria. Os banqueiros, financiadores do golpe de estado, estão na ponta de lança da ofensiva da direita golpista contra os trabalhadores. É urgente barra a política desses ataques à classe trabalhadora através dos métodos tradicionais de luta. Uma greve geral de toda a categoria, que tenha como um dos pontos principais barrar a política da direita reacionária que visa aumentar a exploração dos trabalhadores para manterem os seus super-lucros ano após ano; derrotar o representan-
te dos banqueiros no governo federal: pelo Fora Bolsonaro de todos golpistas, eleições gerais, Liberdade para Lula, Lula candidato.
ACIDENTES DE TRABALHO
Mais um vazamento de amônia em frigorífico no Paraná Mais um acidente com gás Amônia em frigoríficos, desta vez foi em Apucarana, no Paraná. Este tipo de acidente é rotineiro, o Amônia causa danos irreparáveis aos trabalhadores
No último dia 9, no município de Apucarana, cidade do Paraná, ocorreu um acidente com o gás amônia, em um frigorifico daquela região. O acidente ocorreu à noite, por volta de 21h40, quando os moradores que moravam próximos ao frigorífico começaram a sentir o odor muito forte do gás, começaram a fazer ligações ao corpo de bombeiros da região. No decorrer do ano, vários acidentes deste tipo ocorrem em vários frigoríficos por todos os cantos do Brasil, e as vítimas também têm sido a população que vive nas proximidades, a primeira a se comunicar o corpo de bombeiros. São incontáveis os casos, apesar de os responsáveis pelos frigoríficos serem obrigados a, imediatamente comunicar as autoridades. Conforme informações dos bombeiros, haviam dois pontos de vazamento que foram verificados e fechados, e que também abriram a ventilação do local para dissipar o gás.
A equipe do corpo de bombeiros teve que utilizar o equipamento de proteção completo, que os isolaram de qualquer contato externo, contaram, inclusive, com cilindros de oxigênio, para entrar no local onde a amônia era armazenada. Apesar das informações de que os trabalhadores não precisaram ser socorridos, não indica que os funcionários que ali estavam não tenham sentido nenhum efeito do gás amônia que, pode afetar, mesmo em pequena quantidade, vários órgão internos e externos, como também, os olhos, causar queimaduras, enfim uma quantidade enorme de sequelas no corpo. O Amoníaco, devido à liberação de Amônia, pode ser sufocante e de extrema irritação aos olhos, garganta e trato respiratório. Dependendo do tempo e nível de exposição, podem ocorrer efeitos que vão de suaves irritações à severas lesões no corpo, devido a sua ação cáustica alcalina.
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
12 | MOVIMENTO OPERÁRIO, CIDADES E CULTURA
FORA IMPERIALISMO
Relatório do Banco Mundial propõe destruir funcionalismo no Brasil Reduzir salários e transformar o funcionalismo público em empregos precários iguais aos do setor privado, esse é o objetivo do Banco Mundial. Os ataques do governo golpista de Jair Bolsonaro contra os trabalhadores é sistemático. Agora, o alvo da vez são os servidores públicos e a estabilidade de emprego que o funcionalismo público proporciona. Como bons capachos que são, a mando do Banco Mundial Jair Bolsonaro e seu ministro alucinado Paulo Guedes estudam fazer uma “reforma administrativa” no serviço público e que inclui medidas neoliberais, dentre elas a criação de um tipo de servidor público temporário. Para embasar essa ofensiva neoliberal disfarçada de proposta para melhorar a economia, a equipe de Paulo Guedes se escora num relatório feito pelo Banco Mundial, mostrando como estão os países que adotaram essas medidas no serviço público. O relatório é intitulado como “Gestão de Pessoas e Folha de pagamentos do
setor público brasileiro: o que dizem os dados” e, é claro, possui um diagnóstico final que todo governo neoliberal procura, geralmente baseado em dados que não condizem com a realidade e números maquiados, que aponta que o problema não é a quantidade de servidores públicos existentes, mas, sim, o valor de seus salários. Para o Banco Mundial, um dos maiores símbolos do imperialismo mundial e da falência dos países atrasados que aceitaram sua política, o Brasil precisa urgente e de forma imprescindível uma reforma administrativa, já que a União gasta quase 25% do orçamento para pagar servidores ativos (12%) e aposentados. O BM ainda apresenta, como se estivesse fazendo piada com a cara do trabalhador, três países que fizeram ou estavam para fazer essa reforma
administrativa e foram um “sucesso”: Portugal, Reino Unido e França. Não é preciso muito para ter claro que os três países são muito mais avançados do que o Brasil, são realidades completamente diferentes, então essa comparação é espetacularmente absurda. Em Portugal, por exemplo, para que um funcionário público seja contratado, dois precisam se aposentar, o que faz faria pouco sentido aqui no Brasil, tendo em vista que o problema não é o “excesso” de gasto com folha de pagamento, mas, sim, de péssima distribuição do dinheiro da União. Outro ponto importante é que a estabilidade de emprego estaria ameaçada, no caso de Portugal, o ponto da contratação baseada na aposentadoria de dois servidores seria um beco sem saída: ou você se aposenta ou é
demitido, tudo para dar lugar a um novo servidor que ganharia menos provavelmente. A progressão de carreira por tempo de trabalho também estaria liquidada, por mais que o servidor tenha dado grande parte da sua vida no serviço, isso não significaria um aumento salarial, nem progressão na carreira, nada. Isso porque esse mecanismo para a progressão seria substituído pelo nível de produtividade, ou seja, você precisaria produzir muito mais para alcançar novos cargos mais altos, o que é absurdo, já que pressiona o trabalhador a ponto de afetar até sua saúde mental. O Banco Mundial está louco para colocar as mãos na economia brasileira, explorá-la e afundá-la em dívidas depois, a fim de criar um ciclo de dependência da instituição. Querem reduzir
PSDB: SEM DIREITOS, SEM LAZER
DESCASO CONTRA A CULTURA
PSDB fecha piscinas do Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo
Cultura perde 17% do orçamento mirrado
Prefeitura tucana manda aterrar piscinas públicas e acabar com lazer de comunidade pobre na Zona Leste
O prefeito golpista de São Paulo, Bruno Covas, do PSDB, mandou aterrar as piscinas públicas localizadas no Parque Ecológico do Tietê, localizado na Zona Leste de São Paulo. Os moradores da região foram pegos de surpresa ao se depararem com os tratores do Departamento de Águas e Energia Elétrica fazendo o serviço, na quarta-feira, dia 2 de outubro. A ação causou revolta na comunidade próxima ao parque, uma vez que o local era a única opção de lazer que a população pobre da região dispunha. As piscinas estavam abandonadas a mais de quatro anos, todavia, ao invés de reformar o local, a prefeitura mandou os tratores acabarem de vez com o espaço de lazer da periferia. A ação é bem demonstrativa da política da direita golpista parar o povo, ou seja, fim dos direitos, fim do emprego, da cultura e do lazer, enquanto isso, os bancos, os grandes empresários capitalistas lucram às
custas da miséria cada vez maior da população. O governo tucano de São Paulo, principal representante dos vampiros capitalistas no país, é número um quando o assunto é destruir as condições de vida do povo. Em São Paulo, por exemplo, estado mais rico do país, há um surto de sarampo, a educação paulista é um caos completo, a PM tucana uma das que mais mata no país, entre outros exemplos. Covas recentemente já mandou fechar a entrada de um parque na zona norte da cidade para impedir os moradores pobres de entrarem, age com truculência contra os camelôs da cidade, deixou o povo morrer de frio nas ruas, entre outras atrocidades. Trata-se da política golpista, a mesma que é aplicada a nível federal pelo governo ilegítimo de Bolsonaro. A única forma de derrotar essa política é exigindo a queda desses governos. Fora Covas! Fora Bolsonaro!
Sorocaba (SP) tem queda de 10% na arrecadação, mas os cortes da cultura são maiores, e repasse ficará menor do que o mínimo previsto por Lei. Um jornal de Sorocaba (SP) denuncia o estado de abandono em que a cultura é deixada por parte dos seus governantes. Para 2020, Prefeitura e Câmara de Vereadores aprovaram um corte de recursos para a Secretaria da Cultura de 17% em relação a 2019. De 2018 para 2019, este orçamento já havia sofrido um corte de aproximadamente 15%. Estes cortes são ainda maior se adicionarmos a inflação dos respectivos períodos. O montante destinado para a Cultura fica, assim, abaixo do patamar mínimo, que exige da Prefeitura direcionar, pelo menos, 1% do orçamento para a Cultura. O corte também foi proporcionalmente maior do que a queda de
arrecadação do município – que ficou em cerca de 10%, aproximadamente R$ 20 milhões, do ano passado para este, ou cerca de 10%. Esta não é uma particularidade de Sorocaba, mas a situação de abandono que atinge a cultura em todo o país. É um verdadeiro retrocesso, onde a população cresce mas a destinação de recursos é cada vez menor. O fomento à cultura tende a ser abandonado antes dos demais, nas políticas neoliberais, pois envolve arte e expressão, setores com forte potencial de politização e organização popular. São setores odiados por regimes ultra-reacionários como os bolsonaristas.
MORADIA E TERRA E JUVENTUDE| 13
DEVASTAÇÃO DO MEIO-AMBIENTE
Mancha de óleo de 21km vai em direção a Bahia e governo não faz nada Governo golpista nada faz para evitar a destruição do meio-ambiente nacional e procura encobertar crime dos monopólios Duas manchas de óleo foram descobertas próximas ao litoral brasileiro, no estado da Bahia, foram descobertas por um satélite europeu na última sexta-feira. Uma das manchas possui 21 quilômetros quadrados, a outra possui 3,3 quilômetros. No momento em que foram identificadas, as manchas se encontravam a 100 quilômetros do litoral brasileiro. Mesmo após o aparecimento de óleo no litoral nacional, o que levará a danos ambientais e econômicos incalculáveis, o governo golpista de Bolso-
naro e seu ministro do meio ambiente, Ricardo Sales, nada fazem. Muito pelo contrário, buscam utilizar o desastre ambiental para lançar uma verdadeira campanha de ataque ao governo da Venezuela, demostrando mais uma vez, o seu caráter de verdadeiro capacho dos interesses imperialistas norte-americanos. O governo golpista procura também encobrir a possibilidade muito grande que o óleo vazado na costa brasileira seja da empresa Shell. Análise feita pela Universidade fe-
deral de Sergipe, na última sexta-feira, atestou que óleo que estavam em 03 barris encontrados nos litorais de Sergipe e Alagoas é o mesmo que polui as praias do nordeste desde o início de setembro. O óleo encontrado nas praias é o mesmo presente nos barris, Argina S3 30, produzido pela Shell. Como se pode verificar, ao que tudo indica, o desastre no litoral brasileiro é obra de um monopólio imperialista do ramo do petróleo. Vale destacar que a Shell teve e tem participação significa-
tiva no golpe de estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. A Shell, juntamente, com outras empresas do ramo, é uma das maiores interessadas em abocanhar o pré-sal, bem como a Petrobras. O governo Bolsonaro, aliado dos monopólios, dos bancos e dos grandes capitalistas, é um governo de destruição nacional, que precisa ser combatido. A única forma de evitar a devastação econômica, ambiental e social do país é por meio da derrubada do governo golpista. Fora Bolsonaro.
DESEMPREGO EM MASSA
Bolsonaro quer reduzir impostos de empresas que contratarem jovens Governo propõe iniciar um novo programa de escravidão moderna, diante do desemprego galopante O governo Bolsonaro, por meio do Ministério da Economia comandado pelo Chicago Boy e representante dos bancos Paulo Guedes, estuda propor uma nova modalidade de contrato de trabalho, chamada de Emprego Verde e Amarelo. O objetivo do governo é oferecer vantagens e isenções fiscais para as empresas contratarem pessoas jovens e que estão há anos desempregadas, porém com rebaixamento salarial e precário vínculo laboral. A medida valeria para os empregos de salários mais baixos. Os milhões de desempregados, na casa de 12 milhões de
pessoas, oferecem uma oportunidade para o governo neoliberal atacar os salários e as garantias trabalhistas e previdenciárias da classe trabalhadora em conjunto. A ideia é destruir o emprego tal como o conhecemos, a superexploração e os baixos salários, bem como impossibilitar qualquer reação organizada dos explorados por meio de suas organizações de luta, isto é, os sindicatos. O Emprego Verde e Amarelo é mais uma ofensiva da burguesia para esfolar a classe trabalhadora e resolver a crise econômica criada por ela mesma.
GENOCÍDIO DE POBRES NO RJ
Moradores fazem vaquinha para enterrar jovens assassinados pela PM Moradores organizam campanhas de doação para pagar enterro digno aos familiares mortos pela polícia assassina do Rio de Janeiro Apesar da discrição com que a imprensa burguesa trata os massacres policiais às minorias, uma colunista da Globo denunciou em sua própria rede social a “necropolítica” do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ao contrário de setores que tentam minimizar o genocídio a moradores pobres, inclusive jovens e crianças de colo – ou o que é pior, daqueles que acreditam que o povo da favela quer policiamento ostensivo em sua região – Flávia Oliveira também denuncia que se tratam de assassinatos cometidos pela polícia. Os moradores e organizações populares das favelas cariocas estão organizando campanhas de financiamento coletivo para pagar o enterro de parentes assassinados, a exemplo de Kelvin Gomes. É a triste política imposta por um bolsonarista e acolhida
por direções da esquerda pequeno-burguesa, sob o bonito discurso de que “não podemos passar a mão na cabeça de bandido” ou “não podemos fugir do debate sobre a segurança pública.” Pelas redes sociais os moradores têm conseguido organizar um enterro digno para estas mortes, que não podem passar em vão. Também são feitas campanhas de arrecadação de fundos para financiar advogados que defendam a comunidade. Entretanto, é preciso ter clareza que o Judiciário não tem feito mais do que “dourar a pílula” e está controlado por reacionários da mesma estirpe de Witzel. As comunidades precisam organizar a própria defesa, gerando um custo cada vez mais alto para o regime. Fascistas tentam governar pelo medo e só são vencidos pelo força.
14 | NEGROS
RACISMO NO FUTEBOL E NO BRASIL
Técnico do Bahia denuncia racismo Roger não deixa escapar os fatos que escancaram o racismo financiado pelo sistema capitalista no país e denuncia o racismo na elite do futebol brasileiro e no Brasil Neste sábado, 12 de outubro, a equipe do Bahia foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Fluminense pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2019. Os baianos foram derrotados fora de casa pelo placar de 2×0 (gols de Nenê e Daniel) e acabaram perdendo a chance de entrar de vez na briga por uma vaga na libertadores já nesta rodada. Já os cariocas espantaram o perigo de rebaixamento abrindo 4 pontos da zona da degola. Mas o que mais chamou atenção no evento foi a declaração do técnico do ‘Baêa’, Roger Machado, sobre o racismo no futebol e no Brasil. Em coletiva de imprensa após a partida, Roger foi perguntado sobre a campanha que encampou com o colega de trabalho, Marcão, contra o racismo. Os treinadores fortaleceram a campanha de luta e de denúncia contra o racismo utilizando camisas que estampavam a frase “contra o preconceito”. Roger e Marcão são os únicos técnicos de futebol negros na elite do futebol brasileiro, isso porque o técnico do Fluminense assumiu a equipe somente nas últimas rodadas. Em resposta ao jornalista, Roger aproveitou o momento para denunciar o racismo estrutural do Brasil e, consequente no futebol brasileiro. Destacou o fato de que há somente dois técnicos negros dentre os vinte na série A. “Com relação à campanha, não deveria chamar atenção ter repercussão grande dois treinadores negros na área técnica, depois de ser protagonistas dentro do campo. Essa é a prova que existe o preconceito, porque é algo que chama atenção. A medida que
a gente tenha mais de 50% da população negra e a proporcionalidade não é igual.” Roger Machado entende que esse é um cargo privilegiado dentro do futebol, e que requer qualidades técnicas capazes de disputar em alto nível o campeonato. Mas entende também que a proporcionalidade da população negra no país não bate e denuncia o racismo no futebol, além de que muitos e muitos atletas negros fizeram sucesso no campo, mas não recebem tantas oportunidades como técnicos. Hoje podemos lembrar facilmente de profissionais da área negros que mostraram grande potencial como Cristóvão Borges, Jayme de Almeida e Jair Ventura. O racismo presente no futebol é consequência social e histórica do Brasil ainda não superada. Roger não deixa escapar os fatos que escancaram o racismo financiado pelo sistema capitalista no país, e denuncia as condições de pobreza, miséria e escravidão que a burguesia impõe à classe trabalhadora e negra. Além disso, fala sobre a política de extermínio da população negra, da política de encarceramento racista que serve à burguesia e aos mais ricos no país. “Se não é há preconceito no Brasil, por que os negros têm o nível de escolaridade menor que o dos brancos? Por que a população carcerária, 70% dela é negra? Por que quem morre são os jovens negros no Brasil? Por que os menores salários, entre negros e brancos, são para os negros? Entre as mulheres negras e brancas, são para as negras? Por que que, en-
tre as mulheres, quem mais morre são as mulheres negras? Há diversos tipos de preconceito. Nas conquistas pelas mulheres, por exemplo, hoje nós vemos mulheres no esporte, como você, mas quantas mulheres negras têm comentando esporte? Nós temos que nos perguntar. Se não há preconceito, qual a resposta? Para mim, nós vivemos um preconceito estrutural, institucionalizado” É preciso saber, diante disso, que a luta contra o racismo no Brasil hoje está diretamente relacionada a expulsão do governo Bolsonaro. Está relacionada diretamente com a política autoritária da direita golpista no país, pois esta é a própria política dos golpistas: uma política autoritária, racista
e assassina. Figuras como Bolsonaro, Witzel, Dória, Zema demonstram isso claramente em seus atos grotescos de violência contra a população. Sabendo disso, é preciso que a população e os coletivos negros do país formem comitês de luta contra o golpe e pela derrubada do governo fraudulento e racista de Jair Bolsonaro. É preciso combater os golpistas que, aliados à burguesia racista e inimiga da luta do povo negro, massacra e tortura a vida da classe trabalhadora e do povo negro cotidianamente através da polícia, da censura às manifestações culturais, da expulsão das universidades e etc. Fora Bolsonaro! Eleições Gerais! Liberdade para Lula!
As denúncias e polêmicas que não saem nos outros jornais
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