Diário Causa Operário nº5798

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QUINTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5798

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STF não vai libertar e devolver direitos a Lula. Todos ao ato de 27/10

O

Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje três ações declaratórias de constitucionalidade (ADC’s) que reivindicam que sejam declaradas a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, que estabelece que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada

em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva” e – ainda que possa parecer incrível (para os que ainda se iludem de que estamos em um regime minimamente democráticos), para que a Suprema Corte, apontada como “guardiã da Constituição”, referende o que determina o texto constitucional que determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (conforme inciso LVII do artigo 5º da CF).

Ciro Gomes, Haddad, Rui Costa, Dino: Mutirões deste final de semana são como se arma o jogo dos golpistas a arrancada final para o dia 27 O governo Bolsonaro se encontra em uma crise cada vez mais profunda. A Operação Lava Jato, que é um dos principais pilares do bolsonarismo, se encontra aparentemente esgotada, a crise na Amazônia desmoralizou ainda mais o governo brasileiro perante o imperialismo europeu e nem mesmo seu partido – o PSL – conseguiu estabelecer uma unidade em seu apoio. Esse cenário poderia levar à conclusão precipitada de que a burguesia está decidida a abandonar o governo Bolsonaro. Seria essa, então, a oportunidade para que algum político da esquerda nacional viesse a governar o país?

Bolsonaro e militares: preparados para controlar toda a população

Um novo alerta sobre as pretensões do golpe de Estado no Brasil acaba de vir à tona com a divulgação pelo sítio Intercept da aprovação do presidente fascista Bolsonaro de dois decretos, os de números 10.046 e 10.047, que oficializam a criação de mecanismos de controle por parte do governo de toda a população brasileira.

A luta social de massas no país em defesa da liberdade do ex-presidente Lula entra em uma semana crucial e decisiva. Os fatos e acontecimentos que se sucederam no último período, não só com a intensificação das mobilizações que ocorrem nacionalmente com as campanhas que estão sendo levadas adiante, mas também pelo agigantamento da crise que corrói todo o conjunto do regime político golpista, onde são mais do que evidentes as fraturas no interior da burguesia e suas diversas frações, que se batem em desespero pelo controle dos principais ativos econômicos do Estado.

Crise no PSL, mais um episódio da crise do governo Nesta última terça-feira (15), logo após um ultimato da advogada de Bolsonaro ao presidente do PSL, Luciano Bivar, para que sejam abertas as contas da última campanha do partido


2 | OPINIÃO E POLÊMICA EDITORIAL

Ciro Gomes, Haddad, Rui Costa, Dino: como se arma o jogo dos golpistas O governo Bolsonaro se encontra em uma crise cada vez mais profunda. A Operação Lava Jato, que é um dos principais pilares do bolsonarismo, se encontra aparentemente esgotada, a crise na Amazônia desmoralizou ainda mais o governo brasileiro perante o imperialismo europeu e nem mesmo seu partido – o PSL – conseguiu estabelecer uma unidade em seu apoio. Esse cenário poderia levar à conclusão precipitada de que a burguesia está decidida a abandonar o governo Bolsonaro. Seria essa, então, a oportunidade para que algum político da esquerda nacional viesse a governar o país? Ciro Ferreira Gomes (PDT) Nos últimos dias, Ciro Gomes (PDT), que pretende concorrer às eleições presidenciais de 2022, voltou a ser um dos principais assuntos comentados na política nacional. Em entrevista recente ao portal UOL, Gomes declarou que Paulo Moreira Leite, do portal Brasil 247, e Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, teriam sido banidos das empresas em que trabalhavam por praticarem corrupção e que hoje seriam sustentados pelas “migalhas do mensalão e do petrolão”. Além disso, o pedetista saiu em defesa das Forças Armadas e da direitista Marina Silva. Flávio Dino (PCdoB-MA) Junto com Ciro Gomes, Flávio Dino foi um dos primeiros a declarar seu interesse em concorrer às próximas eleições presidenciais. Dino informou sua pretensão no início do ano, no mesmo momento em que a Venezuela estava sofrendo uma tentativa de invasão por parte do imperialismo norte-americano. Em suas últimas entrevistas, Flávio Dino revelou que Lula, perseguido pela direita há mais de cinco anos, deveria ser julgado novamente, que a PEC do Teto, que congelou os investimentos do Estado por vinte anos, foi necessária e que os servidores deveriam ser incluídos na reforma da Previdência. Rui Costa (PT-BA) Atual governador da Bahia, Rui Costa concedeu, há pouco mais de um mês, uma entrevista às páginas amarelas da Revista Veja. Na entrevista, Costa defendeu que o PT não defendesse a liberdade de Lula nas frentes que viesse a compor, que o governo venezuelano, vítima de um boicote gigantesco do imperialismo norte-americano, deveria ser criticado. Além disso, lançou sua pré-candidatura à presidência da República para as eleições de 2022. Fernando Haddad (PT) Candidato às eleições presidenciais de 2018 pelo PT, Haddad se tornou o principal representante da ala direita do PT, que pretende se adaptar ao regime político golpista, e não derrubá-

-lo. O petista já insinuou várias vezes que pretende ser candidato nas próximas eleições – defendendo, inclusive, que fosse formada uma frente de esquerda para isso. Em sua última coluna no jornal golpista Folha de S. Paulo, Haddad criticou a política econômica levada pelo governo Dilma Rousseff e elogiou a política fiscal do imperialismo – isto é, a política neoliberal, implementada ferrenhamente pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. O que querem os candidatos do “campo progressista” à presidência? A postura adotada por Haddad, Flávio Dino, Rui Costa e Ciro Gomes diante da crise do governo Bolsonaro é a mesma – se aproximar da direita golpista. A política econômica austera que Haddad e Flávio Dino defendem é a política dos bancos – isto é, dos donos do golpe -, enquanto que a política defendida por Rui Costa e Ciro Gomes, de alianças explícitas com a direita e de abandono da luta pela liberdade de Lula, é exatamente aquilo que a burguesia precisa para esfacelar a mobilização popular. O cálculo dos candidatos da esquerda nacional e de Ciro Gomes não é o de que a crise do regime pode ser aproveitada para derrotar os golpistas, mas sim o de que o naufrágio do governo Bolsonaro poderia levar a burguesia a aceitá-los como parte do regime político. Nesse sentido, não lutam pela derrubada do regime, mas sim competem pela vaga de administrador do golpe – isto é, procuram encabeçar um governo que tenha como objetivo manter o assalto dos capitalistas às riquezas do povo brasileiro. Embora Jair Bolsonaro não esteja conseguindo levar adiante a política neoliberal com a eficiência necessária, não há indícios de que a burguesia esteja disposta a pôr um fim em seu governo. Mesmo que a direita opte pela derrubada de Bolsonaro, no entanto, não há qualquer indício de que ela vá escolher um candidato alocado em algum partido de esquerda ou o próprio Ciro Gomes – no caso de o governo Bolsonaro fracassar, a burguesia ainda conta com uma série de representantes de sua maior confiança. Seja como for, a política que poderá levar os trabalhadores a impedir a ofensiva da direita golpista não é a de defender os interesses da burguesia, mas sim a da mobilização popular contra o golpe. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!

COLUNA

Bolsonaro & Bivar, briga de marido e marido Por William Dunne

Jair Bolsonaro ganhou as eleições fraudulentas de 2018. A burguesia tirou Lula das urnas, depois de tirar Dilma Rousseff do governo em 2016. A manobra de 2018 buscava fechar a crise aberta pela campanha golpista que levou ao impeachment de Dilma. Pelo caminho, a direita golpista acabou destruindo seus próprios partidos. Sobrou a improvisação com o inacreditável Bolsonaro, e seu PSL (Partido Social Liberal). E assim temos sido obrigados a ouvir o que essa figura abobalhada tem a dizer. O repertório é extremamente limitado. Exemplifico: aparentemente Bolsonaro conhece uma única metáfora para falar em rupturas políticas: o casamento. Segunda-feira (14) a retórica monótona de Bolsonaro voltou a subir ao altar. Dessa vez a referência nupcial foi utilizada para descrever a crise entre Jair Bolsonaro e o PSL, que por enquanto continua sendo seu partido. Durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, predestino porta-voz de Bolsonaro, apresentou o caso nos seguintes termos: “O presidente analisa a situação referente ao seu posicionamento em relação ao PSL dia a dia, e usa a metáfora que lhe é usual: ‘qualquer casamento é passível de divórcio'”. A vida amorosa de Bolsonaro Quando demitiu Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência, ainda no começo do governo, em fevereiro, Bolsonaro referiu-se à situação com essas palavras, durante um café da manhã com jornalistas: “lamento o ocorrido, mas não poderia ter tomado outra decisão. é quase um casamento que, infelizmente, prematuramente se desfez.” O próprio Bebianno, no começo da campanha eleitoral, declarou-se “apaixonado” por Jair, mas esclarecia que estava apaixonado de “forma hetero”.

Depois disso, em abril, Bolsonaro disse à imprensa que estava “namorando” Rodrigo Maia, presidente da Câmara, tentando disfarçar a briga entre os dois que se dava por meio de declarações à imprensa naquele momento. Também Paulo Guedes está “casado” com Bolsonaro, conforme uma postagem do presidente no Twitter feita em maio, em que ele diz que “nosso casamento [dele com Guedes] segue mais forte do que nunca kkkkk”. Divórcio litigioso O “casamento” de Bolsonaro com o PSL e o presidente da sigla, Luciano Bivar, está chegando ao fim de forma estrondosa. Essa semana, por coincidência, a Polícia Federal de Bolsonaro cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Bivar. E o presidente golpista pediu que o PSL abra suas contas, de forma “transparente”. Bivar respondeu divulgando um dado muito interessante: o PSL gastou R$340 mil com a advogada pessoal de Bolsonaro. Briguem! Enquanto a direita briga entre si e escolhe metáforas duvidosas, a esquerda pode alegremente torcer pela briga. No entanto, é importante não ficar apenas assistindo esse espetáculo deprimente. A crise da direita não derrubará o governo por si só, e se os golpistas tiverem a chance de superar essa crise, certamente exercerão uma intensa repressão contra os trabalhadores. É preciso aproveitar essa crise da direita para mobilizar contra o regime golpista. Por isso, dia 27 de outubro, daqui a 10 dias, é fundamental encher as ruas de Curitiba na defesa da liberdade de Lula, preso político há 558 dias. É preciso colocar esse regime golpista em xeque e derrotar a direita, aproveitando o momento propício.


POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO | 3

VEM AI A “MARMELADA”?

STF não vai libertar e devolver direitos a Lula. Todos ao ato de 27/10 Intensificar a mobilização pela anulação da criminosa operação lava jato e pela imediata liberdade de Lula, O Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje três ações declaratórias de constitucionalidade (ADC’s) que reivindicam que sejam declaradas a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, que estabelece que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva” e – ainda que possa parecer incrível (para os que ainda se iludem de que estamos em um regime minimamente democráticos), para que a Suprema Corte, apontada como “guardiã da Constituição”, referende o que determina o texto constitucional que determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (conforme inciso LVII do artigo 5º da CF). O “entendimento” da maioria ultradireitista do STF (uma interpretação de natureza claramente politica), permitiu a prisão política de Lula, depois do processo e condenação totalmente fraudulenta na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob o comando do ex-juiz Sérgio Moro, premiado com um “super ministério” e a promessa de um cargo vitalício no próprio STF; que foi referendada, em segunda instância, pelo super parcial plenário do Tribunal Federal de Recursos, de Porto Alegre, TRF-4, no caso do triplex de Guarujá. Para validar essas arbitrariedades, o STF aguardou o julgamento do recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e vem adiando o julgamento de todos os recursos da defesa de Lula, incluindo

o da suspeição de Sérgio Moro, o que poderia levar à anulação da condenação de Lula. O recente julgamento em que absurdamente se discutiu se a defesa teria o direito de se pronunciar por último após as acusações, como no caso das delações premiadas (quase sempre obtidas de forma ilegal), também foi suspenso, a pretexto de que se debata uma “dosimetria”, para ver como esse procedimento elementar não coloque Lula e outros presos políticos do regime em liberdade. Agora, a imprensa golpista e “analistas”. – que sempre pressionaram e endossaram violações da Lei para garantir a perseguição política contra Lula e outros adversários do regime – indicam que o STF se encaminha para uma revisão parcial do “entendimento” atual, o que não beneficiaria Lula com o reestabelecimento pleno de sua liberdade e de seus direitos políticos. Poderia ser mantida a situação atual ou tentar se impor uma situação em

que se d6e a aparência de que Lula foi beneficiado, mas na qual seus direitos direitos políticos não sejam restabelecidos. É evidente que essas manobras, da mesma forma como a proposta do MPF de Curitiba, de propor que Lula passe ao regime semiaberto expressam a violenta crise no interior do regime golpista e, particularmente, no MP e Judiciário, desmascarados diante da população, com as provas abundantes de que toda a operação de condenação e prisão Lula, não são mais do que parte de um esquema criminoso e golpista, orientado diretamente pelo imperialismo. Mostram também a uma certa “tremedeira” do regime golpista diante das tendências a uma grande mobilização contra toda essa farsa, como se expressa na crescente mobilização em favor da liberdade do ex-presidente e no apoio crescente que Lula desfruta entre a população; que cresce de forma diretamente pro-

porcional ao aumento da rejeição ao governo ilegítimo de Bolsonaro e da revolta contra seus ataques ao País e ao povo trabalhador. Para garantir os direitos democráticos de Lula e de milhares de presos e seus familiares e de todo o povo brasileiro, o caminho – sem dúvida alguma – não passa por esperar por decisões do judiciário que respeitem a Constituição. Independentemente do que se decida hoje no STF, não há outro caminho para fazer valer esses direitos democráticos e a vontade da maioria do povo que não seja o da mobilização nas ruas. Da mesma forma que no Equador ou na luta do povo Catalão por sua independência, não é possível impor uma derrota fundamental ao regime golpista por outro caminho que não seja o da mobilização popular. É preciso deixar para trás a atitude passiva de aguardar por novas medidas do STF e demais órgãos do judiciário golpista. É hora de intensificar a mobilização pela anulação da criminosa operação lava jato e pela imediata liberdade de Lula, por Lula Livre Já!. Que seja colocados em liberdade todos os presos políticos e todos os presos provisórios, que não tenham condenação definitiva. Essa mobilização é parte fundamental da luta para colocar abaixo o regime golpista, como o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, anulação das eleições fraudulentas de 2018, convocação de novas eleições livres e democráticas, com Lula livre e Lula candidato. Mãos-à-obra: organizar caravanas de todo o País, para ocupar Curitiba, no próximo dia 27.

MUTIRÕES EM DEFESA DE LULA

Mutirões deste final de semana são a arrancada final para o dia 27 Ativistas de todo o país se preparam para a arrancada final rumo à Curitiba A luta social de massas no país em defesa da liberdade do ex-presidente Lula entra em uma semana crucial e decisiva. Os fatos e acontecimentos que se sucederam no último período, não só com a intensificação das mobilizações que ocorrem nacionalmente com as campanhas que estão sendo levadas adiante, mas também pelo agigantamento da crise que corrói todo o conjunto do regime político golpista, onde são mais do que evidentes as fraturas no interior da burguesia e suas diversas frações, que se batem em desespero pelo controle dos principais ativos econômicos do Estado. As especulações surgidas em torno a possibilidade do STF suspender, em sessão marcada para esta semana, a decisão do início do cumprimento da prisão antes da conclusão do trânsito em julgado do processo, que poderia, em tese,

beneficiar o ex-presidente Lula gerou várias expectativas (ilusórias, na verdade) junto à comunidade jurídica do país, com ampla repercussão em diversos setores da esquerda nacional. Diante deste quadro, em todos os sentidos desfavorável a um desenlace pró-liberdade de Lula, a única perspectiva que se coloca como progressista e passível de vitória é a continuidade da luta em defesa da liberdade plena do ex-presidente, com a exigência inegociável que aponte para a restituição de todos os seus direitos políticos, ilegalmente cassados nos processos forjados pela operação “Lava-Jato”. Neste ambiente de desmoralização, crise e divisão das forças reacionárias e direitistas que arquitetaram e executaram o golpe de Estado de 2016 e que foram decisivas para a eleição do fraudulento governo Bolsonaro, assume importância fundamental e estra-

tégica a realização dos mutirões em todo o país, que já se tornaram, desde quando foram iniciados, um poderoso instrumento de agitação e propaganda na campanha contra a condenação e a prisão, arbitrária e ilegal, do companheiro Lula. Particularmente neste próximo final de semana os mutirões que se realizarão em centenas de cidades em vários pontos do país serão importantes por representar a arrancada final para a grande mobilização que está em curso nacionalmente na direção da organização das caravanas que estarão se dirigindo à Curitiba, para a realização de mais um grande ato em defesa da liberdade do ex-presidente, que ocorrerá no dia 27 de outubro, data natalícia da maior liderança operária e popular do país, o companheiro Luís Inácio Lula da Silva.

Portanto, a tarefa que se coloca para o momento, para este final de semana em particular, é a ampliação e a intensificação das mobilizações em todo o país com a realização dos mutirões para coleta de assinaturas nos abaixo-assinados que exigem a anulação de todos os processos – fraudulentos e ilegais – contra Lula. Neste sentido as centenas de milhares de ativistas espalhados pelas mais diversas regiões do país que lutam em defesa da liberdade do ex-presidente devem se empenhar ao máximo para participar dos mutirões e fazer desta atividade um ponto de apoio estratégico para arregimentar e organizar os que querem participar das caravanas que irão à Curitiba no dia 27 de outubro para participar do grande ato em defesa da liberdade de Lula, solidarizando-se e comemorando a passagem do seu aniversário.


4 | POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO

FORMAÇÃO POLÍTICA MARXISTA

Nova rodada da Escola Marxista reúne companheiros em 15 cidades No último fim de semana ocorreu a segunda rodada da Escola Marxista, curso de formação política organizado pelo PCO. Ao todo, foram 15 cidades onde reuniu-se cerca de 100 camaradas Tendo em vista a importância fundamental do problema da formação política para a militância de esquerda, o Partido da Causa Operária tomou como nova iniciativa a realização da Escola Marxista. São cursos de formação teórica marxista, ministrados presencialmente, em centenas de cidades por todo o país. O objetivo é contribuir positivamente para a formação de milhares de camaradas Brasil afora. A segunda rodada desta importante e ambiciosa escola de formação ocorreu em 15 cidades, e agrupou cerca de uma centena de companheiros. Em sua maioria, cidades de pequeno e médio porte, como Marília e Araraquara, no interior de São Paulo, Itamaraju e Santo Amaro, na Bahia, e Moreno, em Pernambuco. Os presentes tiveram a oportunidade de assistir a exposição, de cerca de 3 horas, e discutir os aspectos centrais do programa da revo-

lução socialista para os dias de hoje, baseado na obra marxista clássica “O Programa de Transição”, de Leon Trotski. Os companheiros que assistiram os cursos também puderam adquirir a brochura do “Programa de Transição”, traduzido pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, com comentários do mesmo. Um folheto da melhor qualidade, tanto no acabamento, quanto no trabalho de tradução e edição, e que vendeu dezenas de volumes. É mais um passo na construção de um amplo sistema educacional, para o estudo rigoroso, mas também prático, da doutrina marxista. Convidamos todos os interessados a comparecer e divulgar os cursos. Caso na sua cidade ainda não tenha nenhuma exposição da Escola Marxista agendada, procure os canais de comunicação do PCO, co-

mo este Diário, ou nossas páginas nas redes sociais que juntos organizamos a atividade. Os interessados no tema podem assistir também a primeira

parte do curso apresentado pela companheira Natália Pimenta, que serve de base para esta edição da Escola Marxista.

BOLSONARO “DEU O RECADO”

Crise no PSL, mais um episódio da crise do governo O uso da PF em uma disputa partidária é demonstração da total desagregação do regime político brasileiro.

Nesta última terça-feira (15), logo após um ultimato da advogada de Bolsonaro ao presidente do PSL, Luciano Bivar, para que sejam abertas as contas da última campanha do partido, a Polícia Federal cumpriu uma busca e apreensão de documentos na residência de Bivar, na sede do partido em Pernambuco e em uma gráfica utilizada pela legenda. O uso da Polícia Federal, por Bolsonaro, em sua disputa com Bivar pela

direção do PSL ficou evidente. O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, amigo de Bivar, chegou a dizer: “Só o Saci Pererê e o Papai Noel que não sabiam dessa operação da PF. Todo mundo sabia depois da fala do presidente na semana passada. Ele deu o recado.” E o “recado” claro de Bolsonaro é simples e direto. Sempre que o regime tiver interesse em alguma informação partidária, a ação será no melhor estilo fascista: a polícia irá simplesmen-

te bater a bota na porta do partido e extrair, à força, todas as informações que quiser. O PSL foi criado às pressas para servir de base política ao Bolsonaro. Um verdadeiro partido de aluguel, comum na direita, onde um pequeno grupo manda em toda a legenda, sem qualquer participação democrática real de seus membros na condução do partido. Construído a toque de caixa, o partido não tem coesão interna, fica tudo na base do oportunismo. Nesta condições, qualquer pressão leva o partido a desmoronar. Para Bolsonaro, o problema é que ele não está de fato no controle do PSL. Esbarra em Bivar e seu séquito que realmente têm nas mãos a legenda, o que implica em terem o controle sobre centenas de milhões de reais de Fundo Partidário, por exemplo, dinheiro imprescindível para o projeto de poder de Bolsonaro. Como Bivar não se mostra nem um pouco disposto a abrir mão sobre o poder do PSL, Bolsonaro passou da coação – mandando recados diretos ou indiretos de que iria tomar este poder à força – à ação direta, usando o aparato repressivo do Estado capitalista para pegar, na marra, as informações de que necessita para até mesmo chegar a levar Bivar para a cadeia, acaso não ceda ao bolsonarismo.

Trata-se de um episódio da mais clara demonstração da total desagregação do sistema político brasileiro. Ainda que o PSL, ou o PSDB, MDB e DEM sejam todos uma total bandalheira, como são todos os partidos burgueses, onde o que fala mais alto mesmo é a força do dinheiro, onde “laranjas” e candidatos “fantasmas” e venda de legendas sempre foram comuns, todos os partidos políticos são – ou deveriam ser – entidades privadas independentes, associações de cidadãos livres para levarem avante suas políticas, que não deveriam sofrer nenhuma interferência estatal, mas serem unicamente controladas por seus próprios membros. A independência partidária é uma das premissas mínimas da democracia. Quando o Estado intervém nos partidos, qualquer ação política que se contraponha aos interesses de quem tem o poder estatal na mão serão sumariamente perseguidas, como ocorreu com vários partidos da esquerda, na Lava-Jato, por exemplo. Usar a PF para assuntos relacionados ao Direito Eleitoral, mostra que Bolsonaro levou a intervenção do Estado sobre os partidos a um ponto crítico inaceitável. Quando chegamos ao ponto de a PF intervir em uma disputa partidária, não temos mais partidos, eles passam a fazer parte do Estado capitalista.


POLÍTICA | 5

GOLPE DE ESTADO

Bolsonaro e militares: preparados para controlar toda a população Governo ditatorial e fascista prepara a criação de um banco de dados para espionar todas as pessoas e com isso preparar uma repressão brutal contra o povo brasileiro

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ATO 27/10 LULA LIVRE JÁ! Um novo alerta sobre as pretensões do golpe de Estado no Brasil acaba de vir à tona com a divulgação pelo sítio Intercept da aprovação do presidente fascista Bolsonaro de dois decretos, os de números 10.046 e 10.047, que oficializam a criação de mecanismos de controle por parte do governo de toda a população brasileira. Os decretos, assinados no último dia 9 e publicados no mesmo dia, estabelecem a criação do Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados. Com a cínica justificativa de que se trata de um “Cadastro base facilitará acesso dos cidadãos a serviços públicos federais”, Bolsonaro e os militares que estão por trás do seu governo estabeleceram a criação de um verdadeiro “SNI digital”, um banco de dados, que concentrará informações de toda população do País, hoje já existentes e novas que estão sendo desenvolvidas. Segundo a reportagem publicada no Intercept, “Na prática, a canetada do presidente criou uma ferramenta de vigilância estatal imensa, que vai bem além de informações pessoais básicas como CPF, filiação, data de nascimento. Ela inclui também todas as informações laborais e biométricas. O governo deixou claro que pretende reunir “características biológicas e comportamentais mensuráveis” que “podem ser coletadas para reconhecimento automatizado” – palma das mãos, digitais, retina, íris, rosto, voz e maneira de andar”. Serão mais de 50 dados cadastrais que estarão computados no banco de dados. Além dos já citados, terão ainda, registro de veículos, informações

educacionais (dados do Prouni, Fies e Sisu), frequência escolar e informações de saúde, entre outros. As informações serão controladas pelo Comitê Central de Governança de Dados, que terão representantes apenas do Executivo: Ministério da Economia, Casa Civil, Controladoria Geral da União, Secretaria Especial de Modernização do Estado, Secretaria-Geral da Presidência da República e um da Advocacia-Geral da União. Sequer o arremedo de colocar representantes da “sociedade civil” foi uma preocupação para o governo de extrema-direita. Os decretos garantem, ainda, o repasse de informações para órgãos do governo e também para a iniciativa privada. Enfim, os dados de qualquer pessoa passam a ser de domínio de um aparato estatal que vai usá-lo, além, é óbvio, como controle policial da população, para favorecer determinadas empresas de acordo com interesses sabem-se lá quais. A política fascista do governo Bolsonaro e dos militares de controle da população é mais um alerta à esquerda que vive da fantasia da democracia. Mesmo a casca de “estado democrático de direito” que existiu após “a abertura democrática” foi enterrada com o golpe. A política do golpe e aqui não se trata só do fascista Bolsonaro e dos não menos fascistas da cúpula militar das Forças Armadas, é a política do imperialismo. É a política de criar as condições de absoluto terror contra a população. Vale aqui relembrar a teoria das “aproximações sucessivas” defendida do general Mourão. Eles estão no caminho e a esquerda?

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6 | POLÊMICA

A REBOQUE DA DIREITA

PSTU quer que Lula seja julgado por bandidos Desilusão com Moro, defesa da Lava Jato, do combate à corrupção e de novo julgameno para Lula, mostram o processo de dissolução da organização Nesta terça (15) o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) publicou matéria sob o título “Na justiça burguesa não tem mocinhos”, onde critica o ministro golpista Sérgio Moro por ele não combater à corrupção no governo golpista de Bolsonaro, tal como defende a Lava Jato, o “combate à corrupção” e que Lula seja julgado novamente. A matéria afirma: “Defendemos o combate à corrupção, que é uma bandeira democrática… Defender novo julgamento para Lula, com as garantias que a lei lhe assegura não pode ser confundido com a defesa da sua inocência. Nós não defendemos a inocência de Lula à priori, pelo contrário, achamos que os governos do PT estiveram envolvidos em um mar de corrupção. ” (PSTU) Não bastasse os anos de campanha do PSTU em apoio à Justiça burguesa e à Lava Jato na perseguição a adversários políticos, sobretudo a Lula e ao PT, a matéria busca remendar o apoio à operação. Através de uma espécie de crítica desiludida ao ministro Sérgio Moro – após o impacto dos vazamen-

tos do Intercept tornarem insustentável a farsa, escancarando os crimes do ex-juiz e da operação – o PSTU escolheu abandonar Moro e seguir com seu apoio à Lava Jato. Embarcou no “fora Moro, fica Lava Jato”. Mas só isso seria muito absurdo, então foi necessário para o partido formular a tese de que a luta contra a corrupção seria uma bandeira democrática. Os “revolucionários” do PSTU querem fazer os trabalhadores acreditarem que ter um mecanismo para perseguir adversários políticos por fora da política, como é o “combate à corrupção”, pode ser algo democrático. Faz parecer que os golpistas que perseguiram Getúlio, Jango, Juscelino, Dilma, Lula, estão na verdade numa luta democrática e não numa desculpa esfarrapada para anular politicamente seus adversários. Parece uma confiança na democracia burguesa tal qual ou pior que a dos reformistas. Lula e Lava Jato “O que sim achamos é que ele como qualquer outra pessoa tem direito a um julgamento regular, dentro da lei, como aliás, sempre dissemos.” (PSTU)

Após o partido ter feito campanha a favor da prisão de Lula, dada a situação atual de naufrágio da “luta contra a corrupção”, o PSTU mudou sua posição. Agora o partido “sempre defendeu” os direitos democráticos de Lula, o que é uma farsa, pois o texto procura igualar a defesa do direito às garantias individuais ao combate à corrupção, dizendo que é o “direito de não ser roubado”. Isso é feito para dizer que mesmo que os processos contra Lula sejam uma farsa e devam ser anulados, ainda assim ele não deve ter direito à liberdade porque “os governos do PT estiveram envolvidos em um mar de corrupção” Defender os “direitos democráticos” de Lula sim, mas não sua inocência, nem liberdade “A campanha Lula Livre não é uma campanha em defesa de que Lula tenha direito ao devido processo legal. Mas sim uma campanha que atesta a inocência de Lula, defende os governos do PT, o retorno dos governos de conciliação de classes e do lulismo, acoberta a corrupção…” (PSTU)

Qualquer defesa democrática que se queira fazer de Lula requer a anulação de todos os seus processos e da operação golpista Lava Jato. Qualquer outra posição, que tem aparecido por parte da esquerda inclusive, como “Lula semi-livre”, “novos julgamentos” é uma capitulação à burguesia e à direita. O PSTU entrou em frente única com a burguesia por Lula na cadeia e contra os direitos democráticos do povo. Inventou a tese de que o “direito” da burguesia perseguir seus adversários políticos para que “o povo não seja roubado”, está acima do direito à liberdade. Na verdade o que há é uma cobertura à perseguição que a burguesia faz contra seus adversários justamente para manter sua brutal exploração contra o povo. É uma loucura política que mostra o processo de dissolução da organização, imobilizada e indo à reboque da burguesia desde pelo menos o golpe de Estado. Vale lembrar que no congresso da CSP Conlutas, findado no último dia 6, o PSTU aprovou o “Fora maduro e Lula na cadeia”.

CENTRAL DE BRINQUEDO

O erro da Conlutas é o de existir Conlutas apareceu como uma política divisionista e oportunista do PSTU, sob uma cobertura ultraesquerdista O portal Esquerda Online, publicação da corrente psolista Resistência, grupo proveniente de um recente racha do PSTU, publicou matéria com um balanço do último congresso da CPS-Conlutas, ocorrido entre os dias 4 e 6 de outubro, com o título de “Congresso da CSP-Conlutas comete graves erros e aumenta a crise da central”. Os autores, membros da corrente Resistência que faz parte da Conlutas, procuram criticar as posições políticas levadas adiante pelo PSTU, grupo predominante na direção da organização, expondo sua completa crise e desmoralização. Entre os “erros” da Conlutas, apontados pelo Esquerda Online, estão a negação de faer a campanha democrática pela liberdade de Lula e a aprovação pelo congresso da palavra de ordem de “fora Maduro” na Venezuela. E por fim, o artigo conclui que “O não reconhecimento da piora da situação da classe trabalhadora brasileira, desde o golpe de 2016 até a eleição do Bolsonaro, somados aos graves erros do congresso ampliaram a crise da CSP-CONLUTAS.”. Para a central sindical de brinquedo, coerente com o que defende desde o golpe, nada mudou desde então, afinal “PT é igual ao PSDB”, “Lula e Dilma é igual a Aécio e Temer e Bolsonaro”. Tudo igual! Eis a política do PSTU e da Conlutas desde que a direita iniciou uma ofensiva para a derrubada do governo do PT para abrir o caminho para o ataque aos direitos dos trabalhadores.

Não há dúvida que essa posição política é errada, diríamos mais, é uma frente única com a direita golpista. Uma política criminosa contra os trabalhadores. Mas esse não é um erro pontual, não é um “erro de avaliação”, nem mesmo um desvio da política tradicional da Conlutas. O erro da Conlutas é existir! A criação da Conlutas, logo no início do governo Lula, foi uma manobra ultra-oportunista sob uma cobertura ultra-esquerdista por parte do PSTU e pequenos grupos que vivem em sua órbita para tentar capitalizar um setor da esquerda pequeno-burguesa e de

uma pequena parcela da burocracia sindical para a criação de uma panelinha sindical que se agrupasse à parte da CUT. A ideia era usar a presença do PT no governo para vincular a direção da CUT ao governo e assim criar a história de que a central teria se transformado – como num passe de mágica – em uma central pelega, patronal e “governista”. Sob essa cobertura, o PSTU se jogou na empreitada cujo único objetivo era uma disputa eleitoral – ainda que muito desproporcional – com o PT. A empreitada conseguiu apenas arrastar uma minúscula parcela da es-

querda, que durante esses anos todos viveu numa ilusão política. A Conlutas se transformou numa central de brinquedo, que nunca serviu para nada mais do que isso, para que o PSTU e seus aliados brincassem de ser uma central sindical, fingindo disputar espaço com a CUT. Como eplicou o companheiro Rui Costa Pimenta em sua Análise Política da Semana, o PSTU e os grupos da Conlutas vivem como peies no aquário. Pensam que estão no mar, mas na realidade estão presos num microclima, numa minúscula réplica do ambiente marinho. E eles brincam de acreditar em tudo isso. Todos os pequenos grupos que compõem a Conlutas viveram alegremente essa ilusão, até que o golpe de Estado polarizou a situação e acabou com a brincadeira. Diante disso, os grupos estão pulando fora do barco. As críticas da corrente do Psol, Resistência, aparecem como um sintoma dessa crise que é na realidade a dissolução da Conlutas. Não há mais espaço para brincar. O erro da Conlutas não é agora, mas sua própria existência. O PSTU e seus satélites defenderam a saída da CUT e a divisão da classe operária. Abandonaram a única central sindical do País, criando confusão em um setore dos trabalhadores. Sua política de agora é apenas um resultado dessa política divisionista e oportunista.


INTERNACIONAL | 7

FIM DA MOBILIZAÇÃO

Equador: vitória ou derrota? Governo e lideranças dos atos fizeram acordo que desmobilizaram a insurreição popular O movimento grevista e insurrecional que durou de 3 a 13 de outubro no Equador chegou ao fim com o acordo do governo reacionário de Lenín Moreno e as lideranças indígenas, estabelecido no início desta semana. Segundo o acordo, o governo cancela o fim do subsídio estatal aos combustíveis – impedindo, assim, a alta de seus preços. Por parte dos manifestantes, se comprometeram a encerrar as jornadas de mobilização que incendiaram o país. O fim do subsídio aos combustíveis era o principal ponto do pacote neoliberal imposto por Moreno, mas ele também incluía, dentre outras medidas, uma reforma trabalhista que reduz em 20% os salários dos trabalhadores terceirizados e de 30 para 15 dias o seu período de férias. Entretanto, ao contrário do que propaga a imprensa imperialista, as reivindicações da população não se reduziam a isso. Era evidente o clamor popular pela queda do governo, nos gritos, cartazes e faixas. O Fora Moreno estava na ordem do dia. E, certamente, mesmo com esse acordo, o povo continua desejando a saída de Lenín Moreno. Devido às mobilizações terem sido tão radicalizadas, com sequestro de

militares, utilização de instrumentos de autodefesa, incêndio de tanques do exército, e tão massivas, com protestos imensos em todo o Equador, o acordo foi uma derrota. Dada a intensidade das mobilizações, nessas condições ter feito o governo recuar no pacote econômico não é nenhuma vitória. Moreno recuou para obter um compromisso e dispersar a mobilização. As lideranças da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) acabaram, na prática, por serem cooptadas pelo governo, dividindo assim o movimento insurrecional. Foi uma grande capitulação, no momento em que o movimento popular tinha uma oportunidade real de derrubar o governo. Continuam denunciando a repressão sofrida pela população durante os dez dias que abalaram o Equador, mas esse acordo, que fez com que o movimento revoltoso se dispersasse, facilita a perseguição política seletiva a determinados setores mais frágeis ou mais perigosos para o governo. Isso é evidente ao se perceber o papel preponderante das forças armadas na vida política do Equador com a nova crise: o estado de exceção a

nível nacional e o toque de recolher em Quito revelaram que o país já vive uma ditadura, apoiada quase integralmente nas forças armadas e com total respaldo da burguesia e do imperialismo. Essa é justamente a tendência dos regimes golpistas da América Latina: a crise política imensa, com a movimentação das massas no sentido de derrubar os governos, que são levados a estabelecerem regimes cada vez mais ditatoriais para que a burguesia e o imperialismo mantenham o controle. Eles farão todos os esforços possíveis para evitar que a esquerda volte ao poder. E, nesse sentido, o Equador é outra referência para a região: o ex-presidente Rafael Correa (que pediu eleições antecipadas) está exilado na Bélgica, muitos de seus ex-funcionários foram presos e, nos protestos

recentes, quase 1.200 pessoas foram detidas, mais de 1.300 feridas e ao menos oito assassinadas (segundo cálculos oficiais). O Equador mostrou que a política de “resistência” a medidas parciais do governo é um barco furado. Se não se derruba o governo, as vitórias parciais não adiantam. Moreno pode muito bem recuperar as medidas do pacote econômico de maneira gradual, executando o aumento de uma tarifa, depois o corte de um subsídio, depois o fim de tal direito, até que o ataque brutal à população já foi restabelecido. Esse é um exemplo para o Brasil: a luta deve se centrar na palavra de ordem Fora Moreno (e no Brasil, Fora Bolsonaro), porque apenas derrubando o governo o povo poderá reaver seus direitos e abrir a possibilidade de impor a sua vontade.

De acordo com o último levantamento, do instituto Ipsos Bolivia, o atual mandatário teria 40% dos votos, contra 22% do opositor. Aparentemente, a situação política na Bolívia está estável, ainda mais em comparação com os outros países da América Latina, que sofreram golpes de Estado ou que vivem uma pressão golpista constante – como é o caso da Venezuela ou da Nicarágua. Porém, para quem acompanha o clima boliviano um pouco mais de perto, é visível que a situação é extremamente tensa. São frequentes as ações da direita para desestabilizar o governo de Evo Morales, geralmente se utilizando dos denominados “movimentos cívicos”, em especial nos departamentos onde a burguesia é mais forte (como Santa Cruz de la Sierra). Basta lembrar que, em 2008, o país quase entrou em guerra civil quando a direita que governava os departamentos do leste se insurgiu em ações de terror buscando separar essas regiões do resto da Bolívia. Naquele momento, após derrotar o golpe graças à mobilização popular de características semirrevolucionárias, o já presidente Morales expulsou o embaixador norte-americano na Bolívia, porque todo o golpe havia sido promovido pelo imperialismo. E as atividades golpistas do imperialismo continuam, principalmente através de supostas ONGs ligadas a

instituições como a USAID, a NED e a própria CIA, e que atuam em conjunto com políticos da direita boliviana. Morales acredita que, denunciando a tentativa golpista à OEA, isso o ajudará a derrotá-lo, caso ocorra. No entanto, é bem possível que a própria OEA esteja envolvida nessa golpe, uma vez que a Organização dos Estados Americanos é totalmente subordinada aos Estados Unidos e tem atuado de maneira contundente nas tentativas golpistas na Venezuela, na Nicarágua e em Cuba. O fato é que, mesmo que Morales vença as eleições do próximo domingo e não haja um golpe imediato, é garantido que a direita boliviana tentará derrubá-lo de alguma maneira. A política do imperialismo na atual conjuntura, particularmente desde a crise de 2008, é aplicar golpes de Estado e instaurar regimes de extrema-direita nos países da América Latina a fim de retirar a esquerda do poder para saquear as riquezas dessas nações. Embora Evo Morales tenha diversos acordos com a burguesia e com o imperialismo (como, por exemplo, ter entregue Cesare Battisti aos fascistas brasileiros e italianos e ter ido à posse de Bolsonaro), ele é um líder nacionalista, de esquerda e com uma base popular sólida. A burguesia e o imperialismo não admitem um governo dessa natureza e farão de tudo para derrubá-lo, mais cedo do que tarde.

ELEIÇÕES NESTE DOMINGO

Golpe de Estado na Bolívia? Direita civil e militar, com o apoio dos EUA, estaria planejando um golpe contra o governo de esquerda boliviano O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou em uma entrevista ao programa “Detrás de la verdad” (“Por trás da verdade”, na tradução em português) que dirigentes da direita e ex-militares preparam um golpe de Estado caso ele se reeleja, e que a embaixada dos Estados Unidos está envolvida diretamente com esse processo. “Alguns supostos comitês cívicos de Cochabamba ou de La Paz, com alguns ex-militares ou na reserva, com alguns membros do Comitê Cívico de Santa Cruz, se reuniram. Tenho gravações, querem queimar a Casa Grande do Povo [sede do governo desde 2018]”, afirmou Morales. “Quando chegarem os delegados observadores da OEA, da Europa, vamos dar toda a informação correspondente para que saibam como a direita conspira [contra] a democracia e o povo boliviano”, acrescentou. Na semana passada, durante o comício de encerramento da campanha eleitoral, partidários do atual presidente e seu Movimento ao Socialismo (MAS) foram atacados por direitistas, com insultos e pedras. Evo Morales, então, já começou a denunciar: “O que estão dizendo alguns grupos? Se Evo ganha vamos desconhecer [o resulta-

do eleitoral], se Evo ganha já planejam – quero que saibam – dar um golpe de Estado. Depois falam de democracia, depois nos acusam de ditadura, aí estão os grupos golpistas.” Sobre a participação do imperialismo norte-americano nessa tentativa golpista, ele citou o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos na Bolívia, Bruce Williamson. Ele estaria oferecendo serviços comunitários na zona das Yungas, no departamento de La Paz, em troca de que a população não vote na esquerda. “Na semana passada eu convoquei o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, demonstrei com documentos como este funcionário da embaixada dos EUA vai a Yungas oferecer pavimentação, asfaltamento, contanto que não apoiem o Evo”, disse na entrevista. “Creio que tenha se surpreendido, mas acreditado que ele saiba e se comprometeu a não se meter em temas eleitorais, espero que esteja cumprindo”, completou. Evo Morales tem tido uma vantagem folgada em todas as pesquisas de intenção de voto desde o meio do ano com relação ao segundo principal candidato, o ex-presidente Carlos Mesa.


8 | INTERNACIONAL E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA

PROTESTOS AVANÇAM NO HAITI

Protestos no Haiti entram na sexta semana Protestos no Haiti entram na sexta semana com confrontos entre a população e as forças de repressão do Estado. A onda de protestos avança no Haiti. Nesta segunda-feira (14), o povo compareceu às ruas a renúncia do presidente Jovenel Moïse (Parti Haïtien Tèt Kale). A marcha, dirigida aos bairros ricos, foi acompanhada de barricadas com pneus queimados. Já não é novidade que a população haitiana tem mostrado grande insatisfação com o governo. Os protestos entraram na sexta semana e prometem dar continuidade. Porto Príncipe, capital do país, tem se tornado, quase que diariamente, um campo de batalha entre a população e a polícia. Além da capital, em outras cidades e no campo, a interrupção das vias de transporte, empresas e escolas tem promovido uma mudança no cotidiano dos 11 mi-

lhões de habitantes do país. De acordo com a mídia, ao menos 18 pessoas já morreram em confrontos com a polícia. Os problemas relativos à falta de combustível, a alta inflação e a falta de água potável aliada à escassez de alimentos irrompeu a insatisfação popular, levando o povo às ruas. É sabido, também, que uma campanha em torno de uma suposta corrupção envolvendo a Petrocaribe – figura como tema central nos protestos; o que, naturalmente, levanta grandes suspeitas de uma ingerência do imperialismo para sabotar a tentativa da Venezuela e dos países caribenhos construírem uma relação econômica independente sob a base do petróleo.

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17/10/1945: ato massivo de trabalhadores exige liberdade para Perón Trabalhadores argentinos se unem e pedem a liberdade de Perón, que havia promovido inúmeros ganhos trabalhistas para a população do país. Em 1943, após um golpe de estado que depôs o presidente argentino Ramón S. Castillo, subiu à presidência o general José Félix Uriburu, que pôs fim a uma central sindical chamada CGT nº 2. Após a dissolução dessa central, os sindicatos a ela ligados acabaram por voltar à antiga central, a CGT nº 1. Como meio de se manter ativa, dirigentes da central resolvem fazer um pacto com a ala nacionalista dos militares, ala essa que havia tomado a presidência e em que se encontra Juan Domingo Perón. Seguindo sugestões dos sindicalistas, os militares criam uma nova secretaria, a Secretaria do Trabalho. Perón consegue o cargo de diretor do Departamento de Trabalho, nessa secretaria. Pouco tempo depois, a secretaria é elevada ao patamar de uma secretaria do estado argentino. Perón realiza uma serie de reformas trabalhistas em prol dos trabalhadores, como a criação do Tribunal do Trabalho, estende a lei de indenização à demissão dos trabalhadores do comércio para todos os trabalhadores do país e cria estatutos trabalhistas específicos. As leis em prol dos trabalhadores fortalecem os sindicatos que se unem em torno da CGT, que a essa altura tem fortes ligações com a Secretaria do Trabalho.

Em 12 de julho de 1945, há um grande ato no centro de Buenos Aires. Nesse dia, os trabalhadores ligados à CGT começam a gritar o nome de Perón e a pedir que ele se candidate à presidência. Em resposta a esse ato, setores pequeno burgueses e burgueses ligados à antiga presidência da república, e que contavam com apoio do imperialismo norte-americano, começaram a gritar o nome do militar Arturo Franklin Rawson. Perón acaba recebendo uma ordem de renuncia por parte do alto escalão

militar. Aderindo ao pedido, consegue a liberação para fazer um pronunciamento, em que aproveita para dizer seus futuros planos de avanço para os trabalhadores. Com medo do avanço dos trabalhadores, os militares decretam estado de sítio e prendem Perón no dia 12 de outubro. Já no dia 15, a organização Federación Obrera Tucumana de la Industria del Azúcar (FOTIA) organiza uma greve geral em Tucuman, somando-se a ela várias greves em várias cidades importantes, como La Plata, Buenos Aires e outras.

No dia 16, vários trabalhadores ficam indignados ao perceberem que não receberiam o valor destinado ao último feriado, o feriado de 12 de outubro, ou Dia de la Raza, dia que comemora o descobrimento da América na maioria dos países falantes de espanhol. O direito a receber pelo feriado havia sido conquistado durante os pacotes de reformas de Perón. Como resposta, é organizada uma paralisação para o dia 18. Já no dia 17, várias organizações de bairros pobres começam a tomar as ruas. Vários policiais favoráveis a Perón colaboraram para que com os trabalhadores, enquanto trocavam gritos de incentivo. Formou-se uma imensa multidão em frente à Casa Rosada pedindo a liberdade de Perón. Os militares consultaram Perón e pediram para que ele discursasse para o povo, pedindo que a manifestação se dispersasse. Perón, então, discursou para a multidão dizendo que continuaria na luta pelo direito dos trabalhadores. Cerca de 300 mil pessoas assistiram ao discurso, enquanto outras milhares o acompanharam pelo rádio. Perón foi solto e pôde concorrer às eleições, ganhando e declarando o dia histórico como feriado.


INTERNACIONAL | 9

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Hungria: extrema-direita perde prefeituras, mas mantém predomínio Em Budapeste, Fidesz perdeu para candidato “democrata” da burguesia e do imperialismo O último domingo (13) foi dia de eleições municipais na Hungria. Após seus resultados terem sido divulgados, elas foram consideradas a primeira derrota em dez anos do Fidesz, o partido governista de extrema-direita do país, mesmo partido do primeiro-ministro fascista Viktor Orbán. Dez das 23 maiores cidades do país foram parar nas mãos da oposição ao Fidesz. A mais importante delas, a capital Budapeste, teve uma disputa acirrada entre o atual prefeito, István Tarlós (Fidesz) e Gergely Karacsony (Diálogo para a Hungria). O opositor venceu com 50% dos votos, contra 46% do situacionista. Karacsony é um sociólogo ecologista considerado de “centro-esquerda”, que recebeu o apoio das mais variadas siglas partidárias contra Tarlós,

com exceção do Jobbik – um partido fascista, à direita do próprio Fidesz. Agora, o novo prefeito de Budapeste entra em cena para implementar a política da burguesia e do imperialismo, uma vez que a aliança que o levou à vitória nas eleições – ao contrário do

que propaga a esquerda internacional – não é nem de longe uma frente única antifascista, mas um “balaio de gato” com os principais partidos da burguesia. Alguns desses partidos fizeram coligação com o Jobbik em outras cidades, demonstrando que a burguesia não tem nenhum pudor em levar a extrema-direita ao poder quando quiser. O próprio Karacsony demonstrou ser um representante do imperialismo quando, durante a campanha eleitoral, teve um artigo de sua autoria publicado no destacado jornal britânico Financial Times, um dos mais importantes órgãos de imprensa do imperialismo mundial. É importante recordar que o regime de Orbán (no poder desde 2010) tem sido marcado pela intensa restrição às liberdades democráticas, dentre elas

a perseguição à esquerda e seus partidos e organizações, principalmente os comunistas. Mas também instituições típicas da própria democracia burguesa parlamentar têm sido atacadas, como o judiciário, a imprensa, o sistema educacional. Além disso, este ano impôs uma reforma trabalhista e pelo menos desde 2015 vem fechando o país cada vez mais para imigrantes. E essa derrota em Budapeste, apesar de ser a capital do país, não é tão significativa como se poderia imaginar para o Fidesz. O partido de extrema-direita continua forte a nível regional e dominando a maioria das principais cidades da Hungria. De fato, as eleições municipais do último domingo não acabaram com o predomínio que a extrema-direita tem da política nacional nos últimos dez anos.

DOMINAÇÃO DA EXTREMA-DIREITA

Direita no controle do parlamento na Polônia, mas eleição é polarizada O PiS, partido Lei e Justiça, obteve um excelente resultado nas eleições de domingo, a esquerda, por outro lado, chegou pela primeira vez em anos ao parlamento polonês Após as eleições polonesas do último domingo (13), houve um pequeno avanço da esquerda no parlamento, mas ainda predomina a direita na câmara dos deputados e no Senado. O partido que que elegeu o presidente e o primeira ministro da Polônia é o Lei e Justiça (PiS), também é o partido que tem maioria na câmara baixa e alta. O PiS é o partido da extrema-direita polonesa, cujo a composição se assemelha, em certa medida, ao PSL brasileiro. Um partido com elementos mais raivosos, e outros que aproveitaram a polarização para surfar na onda desses fascistas mais descontrolados. O partido foi rechaçado pela imprensa internacional por declarações homofóbicas de alguns membros do partido. Também está envolvido em polêmicas com o judiciário polonês e por usar os

canais de comunicações públicos para fazer propaganda pró-governo. O retorno da esquerda ao parlamento polonês para alguns foi uma grande conquista, mas diante a polarização do país deve ser interpretado como um avanço demasiado medíocre. A direita ganhou 410 assentos no parlamento de 460, sendo que 235 assentos só para o PiS, e 134 para a Coalizão Cívica (KO), o centrão polonês, 30 para Coalizão Polonesa (PSL + Kukiz’15), a bancada agrária e abertamente e antissistema, e por último 11 assentos para a Confederação, extrema-direita autodeclarada como ultranacionalista. A esquerda ficou somente com 49 assentos, assumidos pelo partido Lewica. No senado a situação foi apenas um pouco diferente, sendo menos favo-

rável para o PiS, porém com maioria de direita, e a esquerda, ao invés de ficar em terceiro, ficou em quarto. Lei e Justiça obteve 48 assentos, a Coalizão Cívica (KO) 43 assentos, a Coalizão Polonesa (PSL + Kukiz’15) 3 assentos, o Lewica 2 assentos, restando 4 para os independentes. Embora o PiS não tenha conseguido a maioria que precisava na câmara e muito menos no senado, o panorama traçado é um onde a direita domina totalmente a política polonesa, e o PiS, mesmo sem a maioria que “merecia” (segundo o líder do partido Jaroslaw Kaczynski), é indubitavelmente a maior força do país. Com o presidente eleito, Andrzej Duda, assim como o primeiro ministro, Mateusz Jakub, uma dominação na Câmara e no Senado, o PiS mostra

dominar totalmente a instituições poloneses. A esquerda deverá tomar as ruas para conter esse avanço, domingo foi a prova que nada mais podem esperar das eleições, que revelaram a polarização política uma vez que fazia tempo que a própria esquerda não ganhava cargos legislativos.


10 | INTERNACIONAL

A REAL SITUAÇÃO PORTUGUESA.

A geringonça portuguesa não é exemplo para o Brasil Após contar com o apoio da Geringonça, o Partido Socialista se destaca sozinho para se aproximar da direita. Após vencer as eleições e renovar o mandato do primeiro-ministro Antônio Costa, o Partido Socialista de Portugal (PSP) se destaca da Geringonça e pretende governar sem o tradicional apoio dos partidos de esquerda. Agora que os partidos que lhe davam sustentação encontram-se desgastados, o PSP se coloca à frente para cimentar a política direitista que lhe é inerente. Embora a vitória do PSP se apresente como um avanço diante do recrudescimento da extrema-direita em toda a Europa, é preciso desmistificar o entusiasmo que diversos setores da esquerda pequeno-burguesa tem apresentado em relação ao velho conhecido PSP. O jornal golpista Estadão chegou a publicar uma matéria nesta segunda-feira (14), buscando dar as coordenadas para a esquerda brasileira. Para os golpistas que sempre lutaram para enterrar a esquerda brasileira, uma geringonça seria muito bem-vinda. Em outras palavras, para o jornal da burguesia, uma aliança da esquerda. Essa política – velha conhecida da burguesia – tenta recompor seu capital político através da reciclagem

dos partidos burgueses tradicionais. Para isso, a direita recorre ao apoio da esquerda para que haja uma aproximação ao centro, evitando a polarização política, o que colocaria em xeque todo o golpe engendrado na derrubada da presidenta Dilma Rousseff (PT). É justamente essa política que está sendo levada adiante em Portugal. O acordo informal entre o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista (PC) – conhecido como Geringonça já ergueu a estrutura necessária para o PSP colocar em prática a sua política direitista e pró imperialista; agora que o BE e o PC estão desgastados perante a população, o PSP goza de autonomia e pode aproximar-se da direita sem que haja uma polarização capaz de combate-la. A matéria termina com a seguinte frase: “Mas toda e qualquer experiência que, antes e tudo, fuja de extremos e busque a conciliação é uma luz num cenário escuro”. Ou seja, a aposta da burguesia é em um governo que dê sustentação ao golpe e evite a polarização política, o que pode prejudicar o andamento dos ataques contra toda a

população. A fuga dos extremos – notoriamente exemplificada pela tentativa de formação de uma frente ampla, como o movimento “Direitos Já!”, constitui-se, para a esquerda, uma política liquidacionista, a qual só interessa à burguesia. Após utilizar a esquerda como eixo de sustentação, a direita tra-

dicional, novamente, se posiciona no centro da política – reciclada e pronta para impor sua política reacionária e golpista. É preciso, contudo, deixar claro que o jornal golpista não tem interesse algum em aconselhar a esquerda, pelo contrário, esses “conselhos” só servem para enterrá-la.

REPRESSÃO AO POVO CATALÃO

Ditadura da Espanha reprime brutalmente manifestações na Catalunha Manifestações na Catalunha e repressão do governo espanhol expressam crise política do regime político tradicional imperialista O governo espanhol mandou reprimir de maneira violenta as manifestações que vem ocorrendo na Catalunha desde da última terça-feira, 15. Os atos foram convocados em protesto contra a condenação das principais lideranças dos movimentos pela independência do território catalão. Nove lideranças foram condenadas na segunda-feira pelo Supremo Tribunal da Espanha a penas de até 13 anos de prisão. A condenação é referente a um referendo o pela independência da Catalunha, organizado em 2017. A condenação dos lideres políticos catalães pelo simples fato de terem organizado um referendo popular demonstra a verdadeira ditadura que é o Estado espanhol. Em nome de uma fictícia “unidade territorial” o governo espanhol impõe um verdadeiro regime autoritário contra o povo da Catalunha, por meio da repressão e do cerceamento do direito de auto-determinação e autonomia política. Isso ficou evidente nas manifestações de terça-feira, as quais levaram mais de 40 mil pessoas às ruas de Barcelona. A força policial espanhola interveio e ao todo 125 pessoas ficaram feridas e 55 foram detidas. Devido à repressão, as manifestações se radicalizaram com barricadas nas ruas e lixeiras queimadas. O governo espanhol, que hoje é formado por uma coalizão do Partido Socialista

com outros partidos da direita espanhola, como o Partido Popular, de origem franquista, estuda aprofundar a repressão aos manifestantes, caso as mobilizações continuem. O caso da Catalunha é mais uma demonstração da completa desagregação política do regime político tradicional do imperialismo na Europa

e no mundo inteiro. A crise política, que é um reflexo da crise econômica do capitalismo, leva a um desmantelamento do controle político exercido pelo imperialismo até então, o que é expresso, por exemplo, entre outros fatores, no crescimento da extrema-direita e na polarização política cada vez maior, como ocorre na Catalunha

onde a população sai às ruas para exigir o direito de independência da Espanha. Com os prognósticos de aprofundamento ainda maior da crise econômica, a tendência é que se acentue ainda mais a crise política em todos os países, o que levará ao acirramento da luta de classes em escala global.


ECONOMIA E CIDADES | 3

FORA IMPERIALISMO!

Funcionário dos EUA, Bolsonaro decreta a privatização da Casa da Moeda Se depender do governo golpista de Jair Bolsonaro, a soberania brasileira será dizimada pelo imperialismo dos EUA, que cada vez mais se infiltra no País Nesta terça-feira, o Diário Oficial da União publicou um decreto onde especifica que a Casa da Moeda será inclusa no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização (PND). O decreto assinado pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, o golpista Paulo Guedes, ainda determina que o BNDES acompanhará o processo de venda da empresa. Assim como os Correios, Telebras e Eletrobras, a Casa da Moeda será engolida pela privatização, mostrando o banditismo do governo golpista. Salim Mattar, secretário de Desestatização do Ministério da Economia, já afirmou no começo de outubro que o governo pretende vender muitas estatais até 2021, isso significa um

avanço nos processos de privatizações para sustentar um pacote de medidas neoliberais que irão auxiliar o roubo do País por parte do imperialismo. A Casa da Moeda é um setor estratégico no Brasil, produz 2,6 de cédulas e 4 bilhões de moedas por ano, o que é muito dinheiro. Entregá-la assim nas mãos do capital estrangeiro é sentenciar o País a uma dependência absurda do imperialismo, que vem usando o governo Bolsonaro como seu capacho. Mesmo que a Casa da Moeda esteja passando por algum tipo de crise, que o lucro líquido esteja caindo, o certo não é empurrá-la à privatização, mas sim ser subsidiada pelo Estado de uma forma que haja prioridade para o planejamento de caminhos para superar uma crise. Não faz o menor sentido o Brasil

deixar de imprimir seu próprio dinheiro, isso é abrir mão de qualquer controle sobre sua economia, algo que traria prejuízos irrecuperáveis pela entrega deste setor estratégico. Além do mais, as chances da CM privatizada ser utilizada para impressão ilegal de dinheiro é grande, principalmente porque não haverá nenhum tipo de controle por parte do Brasil, e na busca pelo lucro, a burguesia é capaz de tudo. De qualquer forma, o que fica claro é que Bolsonaro trabalha em absolutamente nada pelo crescimento do Brasil, ou pelo povo brasileiro, mas, sim, como um funcionário dos EUA pronto para abrir as portas da economia brasileira para encher o bolso da burguesia estrangeira. A soberania do País corre sérios riscos enquanto os

golpistas e entreguistas estiverem no poder, qualquer política vindo dessa corja capitalista é feita pensando mais em como tirar lucros do que em como irá favorecer ou não a população. O povo deve pressionar o governo a fim de impedir essa onda de privatizações, estimulada principalmente no governo FHC, e que hoje tem continuidade com Bolsonaro. As prováveis fraudes e o possível desemprego de centenas de funcionários da Casa da Moeda são motivos mais do que suficientes para mobilizar a população contra essa medida de privatizar a empresa, o Estado tem que ter o controle da sua produção de dinheiro, não outros países, principalmente imperialistas. Fora Bolsonaro e Fora Imperialismo do Brasil!

FMI AGENTE DO IMPERIALISMO

Mais “reformas” para roubar o povo brasileiro, orienta o FMI O FMI recomenda mais reformas porque é um dos principais representantes do capitalismo mundial e é assim que ele controla os países mais atrasados, afundando eles em reformas Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a projeção do PIB brasileiro para 2019 é positivo, porém mais ainda precisa ser feito para empurrar o País para a rota do crescimento. Para o órgão mundialmente conhecido como um dos principais representantes do capitalismo internacional, o Brasil precisa de mais reformas fiscais e estruturais, ou seja, apertar a corda no pescoço do trabalhador, intensificando a exploração que vai pagar a conta da burguesia. Gita Gopinath, a economista-chefe do FMI, disse nesta terça-feira (15) que o País “registrou alguma recuperação e melhora”, destacando o devastador avanço da reforma da Previdência, que para ela seria uma das peças-chave pa-

ra fazer a economia avançar. Contudo, se tratando de um órgão representante do imperialismo, genuinamente capitalista e responsável pelos pacotes de medidas neoliberais que destroem muitos países, é perceptível que o FMI procura envolver o Brasil num ciclo de pobre e dependência de países como EUA. Para a economista-chefe do FMI, a crise – forjada pela extrema-direita para chegar ao poder e aprofundada cada dia mais pelos golpistas – só será superada quando todas as reformas forem concluídas: “A reforma da Previdência está em progresso. Isso é bom mas, isso posto, mais precisa ser feito”, disse Gopinath numa coletiva em Washington. E concluiu: “Esperamos

que, com mais reformas, as perspectivas melhorem.” A pressão do FMI para que o governo roube os trabalhadores e o povo é o programa dos golpistas, que são serviçais deste órgão chave do capitalismo mundial. O Fundo Monetário Internacional funciona como um Ministério da Economia Mundial do capitalismo, que dá as diretrizes de como os governos devem conduzir a Economia para manter a super exploração dos trabalhadores. O governo neoliberal de Jair Bolsonaro, como mais um serviçal destes interesses, ainda está sendo criticado pelo órgão, principalmente quando afirmam que que os ataques mascarados de “reformas”, como a roubo da previdência, até então, são

insuficientes e que é necessário forçar a barra para a aprovação dessas reformas. Alguns investidores dos EUA chegaram a afirmar que não estão investindo no Brasil pois as reformas estão caminhando a passos muito lentos ainda no Congresso, e que é necessário acelerar esse resultado, caso o Brasil queira fazer negócio com eles. O Brasil não precisa da ajuda do imperialismo, mas, sim, de um fortalecimento da soberania nacional, fortalecimento da indústria nacional, das empresas estatais e, principalmente, lutar pela derrubada dos golpistas que estão no poder representando os interesses do imperialismo no País.

AVANÇO DO GOLPE E DO GENOCÍDIO

RJ e PA registram alta de mortes por policiais no 1º semestre Número de mortos pela polícia reflete o aprofundamento do golpe de estado, com as eleições fraudulentas O número de pessoas assassinadas por policiais aumentou 4% no país, no primeiro semestre em comparação ao ano de 2018. Foram 2886 execuções, contra 2766 do último ano. Os números refletem o avanço da política de extermínio do povo levada a diante, e de maneira consequente, pela direita golpista, após as eleições fraudulentas do último ano, que levaram ao poder o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro. O número de policiais mortos, ao contrário, diminuiu, a queda foi de 55%. De 187 em 2018, para 85 neste

ano. O que desmascara o discurso da direita de “confronto”. Não há qualquer confronto quando o número de mortos de um lado está na casa dos milhares e do outro em poucas dezenas, o que há, e os dados comprovam, é um verdadeiro extermínio do povo, um massacre aberto contra a população pobre e negra. Os estados com maiores altas números de execuções são o Pará e o Rio de Janeiro. No Pará foram 322 pessoas assassinadas pela PM, uma alta de 56%. Já no Rio de Janeiro a cifra che-

ga no número macabro de 885 pessoas executadas, 15% há mais que em 2018. O maior número desde o início deste levantamento em 1998. O Rio de Janeiro é o estado que exemplifica de maneira mais acaba a política da extrema-direita e da direita golpista, com seu governador genocida Wilson Witzel. O banho de sangue é cotidiano, com a morte, inclusive, de inúmeros jovens e crianças. São Paulo, no entanto, do governador tucano, João Dória, não fica atrás. Foram 426 pessoas assas-

sinadas, o segundo lugar, atrás apenas do Rio de Janeiro. O avanço do golpe é o avanço do extermínio do povo. Ou se derrota a direita golpista nas ruas, ou extermínio irá prosseguir e aumentar. É preciso mobilizar a população agora, levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Em conjunto, levantar a reivindicação democrática de dissolução da PM, verdadeiro instrumento de matar a população, criação das milicias populares controladas pelo povo.


12 | MOVIMENTO OPERÁRIO

BANQUEIROS QUEREM SANGUE

Banqueiros do Itaú degradam saúde dos trabalhadores Sindicato dos Bancários de BH fecha agência do Itaú A agência do Banco do Itaú/Unibanco no centro de Belo Horizonte (MG) continua fechada, desde o dia 8 de outubro, quando a diretoria do Sindicato dos Bancários da região atuou pelo o fechamento da dependência devido a mesma não apresentar condições de trabalho, devido às obras que estavam sendo realizadas mesmo com a presença de trabalhadores e clientes. Inicialmente a agência já havia sido fechada no dia 4 de outubro quando um funcionário havia dado entrada no hospital em decorrência da poeira no local. Mesmo depois desse acontecimento a gerência não providenciou nenhuma solução para resolver os problemas de segurança com a saúde

dos trabalhadores e clientes e, neste sentido a direção do sindicato foi acionada mais uma vez e, no dia 8 de outubro, sem que houvesse qualquer medida para sanar a questão por par-

te da direção do banco, a agência foi novamente fechada e permanece nessas condições até hoje. A situação, em mais uma das agências do Banco Itaú, é o reflexo da po-

lítica dos banqueiros golpistas, que a cada ano só vem aumentando os seus lucros às custas dos bancários e de toda a população. No atual processo de golpe de Estado por qual passa o País, os banqueiros estão se sentindo à vontade para aprofundar os ataques aos trabalhadores e de toda a população para satisfazer o seu apetite. A correta atitude da direção do Sindicato deve ser um exemplo a ser seguido. As organizações dos trabalhadores não devem aceitar a política de aprofundamento dos ataques dos banqueiros e seus governos. É preciso organizar imediatamente um movimento nacional dos bancários para barrar a ofensiva reacionária dos golpistas.

ACIDENTE COM AMÔNIA

FIM DA LICENÇA-PRÊMIO

Marfrig: funcionários ficam vulneráveis com troca de válvula de gás

No dia dos professores: Ratinho Jr. destrói direito da categoria

O frigorífico Marfrig, de Alegrete, RS, fez troca de válvula de cilindro de Amônia com seus funcionários na fábrica, um trabalhador foi vítima desse descaso dos patrões

O governador golpista do Paraná, Ratinho Júnior, quer destruir os poucos direitos dos professores da rede estadual

No dia 07 de outubro de 2019, na cidade de Alegrete, município do estado do Rio Grande do Sul, os trabalhadores foram pegos de surpresa quando chegaram para trabalhar. Ao chegarem nas instalações do frigorífico os funcionários foram avisados de que no setor onde se encontram os cilindros de Amônia seria feita a troca de uma válvula que não estava funcionando adequadamente, porém, os responsáveis, encarregados, gerentes, fizeram com que os trabalhadores realizassem o trabalho do turno normalmente, a partir das 18h00. Neste período, funciona o carregamento e a higienização. Com a troca da válvula houve vazamento do gás Amônia e os trabalhadores começaram a sentir os seus efeitos, um dos funcionários do frigorífico, do setor de higienização teve que ser socorrido e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada nas proximidades. Sabedores de que tais tipos de manutenção devem ser realizados quando não estiverem ninguém nas proximidades, devido ao alto risco, tanto de vazamento quanto de explosão, os donos dos frigoríficos através dos diretores, gerentes, encarregados, etc., não deram a mínima atenção aos seus funcionários, que são tratados como um objeto qualquer, que usa se e joga fora como e quando quiserem. Nunca é demais salientar que o gás amônia, mesmo quando se elabora um projeto, dos mais perfeito que se possa imaginar, mesmo nessas condições, é passível de vazamento, e nos frigoríficos a possibilidade é ainda

maior. E a primeira coisa a se fazer, mas nunca acontece, é o esvaziamento da fábrica, principalmente porque p vazamento nunca é em pequena proporção. Em vários casos os Bombeiros tiveram que isolar quarteirões, como o que ocorreu em Belho Horizonte (MG), neste ano, não só trabalhadores tiveram que ser socorridos, como vizinhos de bairros próximos que também foram hospitalizados. O odor do amônia é insuportável, a névoa, quando do vazamento e contato com o ar é densa e os estragos devido ao contato com a pele, olhos, e ingestão pelo ser humano são irreparáveis, podendo até matar. No caso do frigorífico do grupo Marfrig de Alegrete, no dia seguinte, os trabalhadores do setor de carregamento pararam as atividades por várias vezes até decidirem encerrar as atividades, porém, desta vez não foi para efetuar nenhuma troca, mas por outro motivo. Os frigoríficos estão em primeiro lugar em acidente de trabalho, contudo, as catástrofes ocasionadas pelos vazamentos de amônia ficam no esquecimento. Segundo pesquisas, este setor chega a mais de 37% dos acidentes e doenças de trabalho, ou seja, esse setor de produção sozinho corresponde a quase dois quintos dos acidentes e doenças no país, diante de milhares de outros setores de produção, podendo ser ainda maior se efetivamente forem registrados os casos envolvendo o gás amônia. Quer dizer, os patrões montaram uma verdadeira máquina de destruição de trabalhadores.

Depois da deposição de Dilma Rousself em 2016 e as eleições fraudulentas de Jair Bolsonaro em 2018, a educação tem sido o “bode expiatório” dos cortes de verbas e da campanha de desmonte da imprensa burguesa. Muitos dizem que defendem a educação e os professores, porém há mais de anos os profissionais da educação não tem aumento salarial; a perseguição ideológica também aumentou exponencialmente pelos gestores e chefes. No Paraná não é diferente, pois o governador é um defensor do fascista Bolsonaro e está tentando destruir a carreira do magistério no Estado, aprofundando as “maldades” promovidas pelo seu antecessor, Beto Richa. O governador inimigo da educação apresentou um projeto de lei que pretende acabar com a licença-prêmio dos professores e servidores do estado. De com o projeto, as licenças já vencidas serão pagas, porém será destruído um beneficio que é concedido aos professores mais assíduos.

De acordo com o golpista Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), as licenças-prêmio oneram o Estado. Uma mentira, pois o objetivo dos golpistas é tirar o quanto puder da educação, tirar todos os direitos dos servidores e com isso fechar escolas e promover um desemprego em massa. Atualmente há um clima de terror nas escolas, pois a “Escola com Fascismo” tem promovido uma vigilância entre os profissionais da educação. Os professores do Paraná tem que repetir o que foi feito em 2015 contra o fascista Beto Richa, pois somente o enfrentamento e a greve dos professores vai barrar todos as “maldades” promovidas pelos governos inimigos da Educação. Por uma greve geral que coloque em xeque todos os golpistas, pois, com essa política de rapina, a escola pública está ameaçada de ser extinta e a população brasileira chegar a níveis alarmantes de analfabetismo e miséria. Fora Ratinho Jr., fora Bolsonaro e todos os golpistas.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 13

PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS

Bolsonaro assina decreto que dá largada para entregar ECT O governo golpista de Jair Bolsonaro acaba de assinar decreto que dá início a privatização dos Correios Nesta terça-feira (15), o governo golpista de Jair Bolsonaro assinou um decreto presidencial que cria o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) da Presidência da República. O CPPI será formado por dois representantes bolsonaristas de cada ministério do governo golpista, Economia, Comunicação e Casa Civil. A ECT terá direito a indicar apenas um representante, já que os golpistas

não estão minimamente interessados na opinião dos trabalhadores dos Correios ou qualquer um que represente a empresa. O decreto golpista 10.066 de 15 de outubro de 2019 serve para iniciar o processo de entrega da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para os grandes capitalistas. O CPPI terá, a partir do dia 15 de outubro, 180 dias para entregar ao Congres-

so Nacional o projeto de entrega da ECT para os abutres do mercado postal. O movimento dos trabalhadores dos Correios têm 180 dias para derrotar os golpistas e seu projeto de destruição dos Correios. É preciso organizar a luta contra os golpistas pela derrubada do governo golpista de Jair Bolsonaro, exigindo nova eleições, com a liberdade de Lula, como forma de impedir a privatização da ECT.

FIM DA LICENÇA-PRÊMIO

DEPRESSÃO E SÍNDROME DO PANICO

Direção golpista da ECT cancela férias de novembro a janeiro de 2020

SP: Mais de 111 professores são afastados por doenças mentais

Trabalhadores dos Correios da área operacional têm suas férias canceladas do mês de novembro a janeiro de 2019 A direção golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anunciou nesta terça-feira (15/10), através de memorando, que estão canceladas as férias dos trabalhadores do setor operacional nos meses de novembro a janeiro de 2019. Os golpistas, para privatizar os Correios, mentiram o tempo todo dizendo que a empresa esta deficitária, ou seja, que está sem serviço, com poucas cartas para entregar e perdendo concorrência na entrega de encomendas. No entanto, no memorando da direção da ECT que cancela as férias dos trabalhadores operacionais no final de ano, o argumento utilizado, e esse sim real, é de que a ECT não está dando conta da demanda postal, com a quantidade de funcionários que a empresa possui. Os golpistas da ECT para entregar a empresa aos capitalistas do mercado postal não contrata por concurso des-

de 2012, estão procurando demitir os trabalhadores da empresa por todos os meios possíveis – PDV (Pedido de demissão voluntária), etc. Estão fechando agências e dizendo que precisam demitir mais 30 mil trabalhadores para agradar os privatizadores. O memorando da direção da ECT, que cancela as férias da categoria no final de ano, é uma prova que essa história de prejuízo nos Correios não passa de uma história para “boi dormir”. É preciso denunciar amplamente os golpistas e suas intenções criminosas de entregar um dos maiores patrimônios do povo brasileiro que são os Correios. É preciso derrubar os golpistas para impedir a privatização dos Correios, através da mobilização da categoria pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, com eleições gerais e liberdade para Lula.

Segundo dados obtidos pelo o Brasil de Fato, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), publicados no Dia do Professor, no portal 247, mais de 111 professores da rede estadual de São Paulo foram afastados por transtornos mentais ou comportamentais. No primeiro semestre ano de 2019 já soma 27 mil licenças médicas por depressão entre outros transtornos. Diversos professores estão afastados pelas condições insalubres que convivem na escola, pois nas escolas e principalmente nas salas é um barulho acima do permitido, numero excessivo de alunos, falta de ventiladores, falta de material didático e até carteiras. Na maioria das escolas faltam funcionários para limpar as salas em a troca de turnos, pois da manhã pra tarde só teriam 10 minutos para executar a tarefa. Um absurdo que estressa todos os funcionários da educação. Nos diversos municípios do Estado de São Paulo, os professores doentes não tem tratamento adequado nas especialidades de psiquiatria e psicolo-

gia. Na esmagadora maioria é atendido por clínicos e nunca fazem terapia. Um estudo revelou que 59% dos educadores com depressão não têm acompanhamento médico regular, o excesso de trabalho é um dos vilões. A maioria dos professores tem dupla ou tripla jornada de trabalho, muitas vezes ultrapassando 11 horas de trabalho com aluno e isso certamente não é recomendável. Esses dados são apenas um retrato da realidade, pois deve ter mais diversos professores que estão trabalhando doente ou se auto medicando. Tem muitos professores com doenças psicológicas que a secretaria de educação barra a licença ou apenas concede metade da licença, com isso, obriga uma parcela faltar muito por causa da doença ou abandonar a função. Diante de todas as barbaridades cometidas pelos golpistas contra os professores paulistas, devemos nos mobilizar para a assembleia do dia 18 de outubro e aprovar uma greve por tempo indeterminado. Fora Doria! Fora Bolsonaro!

ATO EM DEFESA DA CAIXA

Brasília sedia o pré-lançamento da campanha nacional #aCaixaétodasua Comitê em defesa das estatais organiza ato em Brasília na porta da Caixa Econômica Federal Nesta terça-feira (15) aconteceu em frente ao prédio do Ed. Sede Matriz 3 da Caixa Econômica Federal, na Capital Federal, o pré-lançamento da campanha, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das empresas Públicas, o ato contra a tentativa do governo golpista/ilegítimo, Bolsonaro, de privatizar a CEF. Contando com a participação dos trabalhadores da Caixa e representantes de outras empresas estatais, o ato foi organizado, além do Comitê Nacional em Defesa da Empresas Pú-

blicas, pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, conjuntamente com a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoa da Caixa). A atividade teve como fundamento chamar atenção dos trabalhadores e a população em geral para os perigos da privatização das empresas estatais, que estão na mira do governo golpistas neoliberal, capacho dos países imperialistas, especialmente do norte-americano, que tentam a todo o custo entregar o patrimônio do povo brasileiro para os capitalistas e banqueiros nacionais e

internacionais. Recentemente o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, durante a sua participação no Fórum de Investimentos Brasil, fez declarações que apontam no sentido de uma privatização em massa e pretende fazer isso o mais rápido possível acelerando o processo ao realizar diversas etapas das privatizações o mais rápido possível. Na Caixa Econômica, os prepostos do governo golpista à frente do banco estão pavimentando o caminho para

a sua privatização com a entrega da Lotex, seguradora, cartões, a transferência dos recursos do FGTS para os banqueiros privados, enxugamento do quadro funcional, fechamento de agências, etc. O ato do lançamento da campanha em defesa da Caixa 100% estatal visa organizar uma gigantesca mobilização contra a política da direita golpista e em defesa das empresas estatais. Neste sentido é necessário, além da radicalização da luta através dos métodos tradicionais dos trabalhadores – greves, ocupações -, organizar uma ampla campanha contra a política de terra arrasada do governo para os trabalhadores em favorecimento aos tubarões capitalistas: Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Eleições Gerais, Liberdade para Lula.


14 | MOVIMENTO OPERÁRIO

REGIME DE ESCRAVIDÃO

O governo golpista de Bolsonaro quer extinguir o FGTS Governo decretou, em Medida Provisória (MP) a extinção da multa adicional de 10% do FGTS, este ataque se extende ao bolsa Família e Minha Casa Minha Vida Governo ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro está criando uma Medida Provisória onde acaba com a multa dos 10% do fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), valor adicional que os patrões têm que pagar quando há demissões sem justas causa. Para disfarçar o roubo contra os trabalhadores com o congelamento dos salários, governo anteriores realizaram os Plano Bresser em 1987; Plano Verão em 1989; Plano Collor 1 em 1990 e Plano Collor 2 em 1991, com o confisco do FGTS – definiram que os patrões, que se beneficiaram (e muito) por não precisar incluir a inflação anterior ao congelamento na multa rescisória do FGTS pagassem um acréscimo ao governo. A partir do ano de 2001 foi estipulado que os patrões teriam de pagar 10% acima do valor da multa rescisória que é de 40% destinado ao trabalhador quando demitido sem justa causa, o percentual de 10% é, até agora

destinado ao governo. A justificativa, no entanto era de que o valor serviria para ressarcir às dezenas de milhões de trabalhadores pelas perdas dos planos Bresser e Collor, o que foi uma falácia; os trabalhadores nunca viram um centavo desse dinheiro. O que está por traz da extinção dos 10% dos patrões São várias medidas de conjunto que o governo ilegítimo e fascista de Bolsonaro pretende fazer, uma delas é a extinção total e completa do Fundo de Garantia por Tempo de serviço (FGTS), como o próprio secretário do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues disse: “Essa multa já cumpriu sua função, foi constituída na década de 1970. Ela onera o empregador e traz um incentivo não desejável ao mercado de trabalho”, afirma o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia.

E mais, extinção por completo do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, etc. Rodrigues não quis comentar quais são elas. Mas nos bastidores a equipe avalia o congelamento da progressão de cargos de servidores e suspensão

de contratações do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. (Folha de São Paulo – 14-10-2019) Este fascista quer levar o conjunto da população à escravidão, é necessário por esse fascista para fora do governo!

RESULTADO DO GOLPE!

“Reforma” Trabalhista: disparam contratos de jornada indeterminada Disparam o número de contratos de trabalho em jornada intermitente em 2019, situação de grande precariedade das condições de trabalho Avança a destruição das condições de trabalho no país. Segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do antigo MTE hoje Ministério da Fazenda, somente de Janeiro a Agosto desse ano o número de contratos de trabalho de jornadas intermitentes cresceu para 49 mil, sendo que eram 24,6 mil em 2018, dentro do total de postos de trabalho criados no ano, o que representa 9% do total de 501.800 vagas criadas. Chama a atenção o rápido crescimento deste tipo de contrato de trabalho, após às alterações promovidas na CLT em novembro de 2017 pelo governo do golpista Michel Temer, na chamada “Reforma trabalhista”. Em apenas 1,5 ano este tipo representa quase 10% dos postos de trabalho criados. A maior característica da jornada intermitente é que o empregador não possui qualquer obrigação de vínculo contínuo com o trabalhador, obrigando este a ficar constantemente disponível caso o patrão tenha interesse em lhe contratar por algum momento, que pode ser por alguns dias ou até por algumas horas. No restante do tempo, o trabalhador ficaria “livre” pra buscar outra ocupação. Um verdadeiro escárnio contra a classe trabalhadora, pois, primeiro

essa situação representa uma profunda insegurança para o trabalhador e sua família, que não sabe quando irá trabalhar nem ser remunerado e, se empregado, quanto tempo permanecerá nessa condição, não podendo portanto assumir obrigações cotidianas como o aluguel de uma casa, a escola das crianças ou outros compromissos rotineiros. Segundo que a situação econômica e, por conseguinte, do mercado de trabalho não possui essa oferta de trabalho que permitiria o trabalhador ter dois, três ou mais empregos para completar seu rendimento. Os números do desemprego batem recordes a cada mês, atingindo cerca 13 milhões de pessoas (agosto/19), combinado com a redução do parque industrial e falta de crescimento do PIB, não apresentam nenhum sinal de que o trabalhador vai achar vagas de trabalho para compensar a jornada intermitente. Esse é mais um resultado da política golpista inaugurada por Michel Temer, após à derrubada de Dilma Rousseff, que é está sendo levada mais adiante por Bolsonaro e Paulo Guedes. É a política neoliberal que visa destruir a economia nacional e entregar seus trabalhadores e os recursos naturais do país de “mão beijada” para os capitalistas internacionais.

A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade


CULTURA E MULHERES | 15

PERIFERIA

Morre o fundador da Cooperifa, o poeta Marco Pezão Cooperifa perde um dos seu cofundadores, de extrema-importância para a organização. Morreu nesta neste domingo(13) aos 68 anos o poeta e ativista cultural Marcos Pezão. O Poeta estava hospitalizado devido um câncer no figado. Ao lado do poeta Sérgio Vaz, Pezão foi fundador da Cooperifa, movimento que promove ações culturais na periferia de São Paulo. Um dos seus livros que mais marcou a cultura periférica foi “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio” O poeta também fundou o sarau “A pleno Pulmões” que acontece há quase dez anos na Casa das Rosas na Avenida Paulista. A morte do artista foi noticiada na página da Cooperifa pelo parceiro Sér-

gio Váz: “Marco Pezão, poeta, cofundador do Sarau da Cooperifa, fotógrafo, amante do futebol de várzea, da poesia, da rua, do teatro, acaba de nos deixar nesta manhã. Neste momento faltam palavras, mas nos falamos mais tarde. Vá em paz guerreiro, é uma honra que nossos caminhos tenham se cruzados. Gratidão por ter dado um pouco da sua existência ao meu lado. Grato pelas lições”, escreveu Vaz. “Foi e pra sempre vai ser um ponto de luminosidade em minha vida. Sigo na missão que aprendemos juntos. Obrigado.”

A Cooperifa é um movimento cultural que em outubro fez 18 anos de atividades poéticas na periferia de São Paulo, mais precisamente no bar do Zé Batidão. Dentro de muitas atividades se destacam Cinema na laje, Chuva de livros, Várzea poética, Poesia no ar, Ajoelhaço, Natal com livros, Mostra cultural, Sarau nas escolas, Canja poética, são algumas das intervenções culturais na zona sul na região. Para o grupo o “Sarau da Cooperifa é quando a poesia desce do pedestal e beija os pés da comunidade”

CULTURAL LOCAL

DEPUTADA CONSERVADORA

Brasileiro gosta de música brasileira

Para Tabata Amaral, a defesa da mulher não depende da defesa do aborto

Fortalecer as obras nacionais pode parecer bobagem, mas é de grande importância para a cultura e arte brasileira crescerem cada vez mais

A internet e as infinitas possibilidades vindas, principalmente, com a globalização, pode fazer com que muitos países absorvam a cultura de outros de forma mais intensa. No caso da música, por exemplo, é comum ouvir músicas em inglês aqui no Brasil, seja tocando no Youtube ou outras plataformas. Mesmo assim, depois de um levantamento feito pelo DeltaFolha e baseado nas músicas que mais são tocadas no Spotify – uma das principais plataformas de música atualmente -, se descobriu que o brasileiro ouve mais a música brasileira. Levando em consideração a política de puxa-saquismo que muita gente tem com a música em inglês, vinda dos EUA principalmente, essa é uma constatação interessante. Apesar de todo o ataque dos monopólios da indústria fonográfica, a tendência é do brasileiro dar preferência às faixas cantadas em português, mostrando um fortalecimento da cena local. Eduardo Vicente, doutor pela USP e pesquisador de música popular, explica esse fenômeno: “Seja porque nossa língua nos separa da América Latina, seja pelas nossas dimensões continentais, a música brasileira sempre foi muito mais importante do que qualquer outra para nós. Nenhum país na América Latina tem um percentual de consumo de repertório doméstico como o nosso. Podemos nos comparar

a Estados Unidos, Japão, países da Europa”. Essa constatação inédita mostra, também, que não é pela falta de hits estrangeiros que o brasileiro ouve mais a música nacional, mas pelo simples fato de preferir assim. Sobre alguns tipos específicos de música, o pesquisador diz que “Conseguimos criar um rock brasileiro, um rap e um funk brasileiro, e todos venderam muito. É possível que o punk nunca tenha chegado à massa, mas quem ouviu fez bandas punk brasileiras que chegaram a muita gente”. Ou seja, o brasileiro consegue fazer todo tipo de música aqui no País, por isso tende a depender menos do cenário internacional, utilizando-o, no máximo, como inspiração, já que absorver conteúdo é comum na cultural brasileira. O fato é que não tem influência dos países avançados que façam o Brasil passar a ouvir mais música em inglês do que em português, e também porque compreender o inglês é algo que um número muito limitado da população brasileira tem, dificultando a compreensão. A lição que que fica é a da valorização da cultura e da produção local, não é preciso buscar em outros países coisas que já tem aqui e com qualidade. Quanto mais a cultura e arte locais forem valorizadas, mais tendem a crescer, servindo até de exemplo para outros países da América Latina.

A deputada federal Tabata Amaral esteve nesta segunda-feira (14) no centro do programa Roda Vida, onde falou de diversos temas polêmicos, como sua relação estremecida com o PDT, principalmente por ter apoiado a reforma da previdência, medida que prejudica em muito as mulheres da classe trabalhadora. Tabata é conhecida por ter posicionamentos que num primeiro momento podem parecer progressistas, mas que, na verdade, são bem reacionários. Um bom exemplo disso se deu no programa, quando a deputada mostrou seu posicionamento em relação ao aborto. Pouco antes de 20 minutos de programa, Silvia Amorin questiona Tabata sobre a questão da mulher e como ela pode, ao mesmo tempo em que defende cota para mulheres no Senado, ser contra a descriminalização do aborto, já que também defende bandeiras como a do “feminismo”. A resposta da deputada explica bem de qual lado ela está: “para mim, a legislação que a gente tem hoje sobre o aborto é suficiente.” A legislação que Tabata afirma ser suficiente para ela é a mesma que a cada dois dias mata uma mulher por aborto clandestino, segundo dados do Ministério Publico. É a mesma que deixou, somente em 2015, cerca de 250 mil mulheres internadas em decorrência de aborto clandestino e totalmente inseguro. A legislação que Tabata afirma ser suficiente é válida somente para as mulheres mais pobres, negras, com baixa escolaridade e trabalhadoras, pois um aborto seguro no Brasil existe, mas custa, em geral, entre 5 e 10 mil reais em clínicas seguras em bairros nobres da cidade, algo que somente mulheres da classe média mais alta e burguesia podem pagar. Mas a deputada “feminista” não para por aí, ela continua tentando justificar sua falsa defesa da mulher afirmando que: “Tem a vida de uma mulher, mas

tem também a vida de um feto. Isso é um dilema ético pra mim, e não me faz menos feminista”. Esse comentário seria cômico se não fosse trágico, é como se ela afirmasse que defende as mulheres, mas que tudo bem se algumas morrerem em decorrência de aborto clandestino porque o Estado conservador não dá a mínima para a saúde das mulheres pobres e porque ela tem um dilema ético. O posicionamento dela é claro, defende cota para mulheres na política, algo que em geral é voltado para mulheres que já são bem de vida, mas é contra uma das principais pautas da defesa da mulher, que atinge principalmente mulheres negras e pobres, que é a descriminalização do aborto. Tabata trata a questão do aborto como se a opinião pessoal dela fosse relevante para o tema, quando, na verdade, o único fato relevante para o tema é a quantidade de mulheres que morrem ou tem graves complicações em aborto inseguro, ou seja, é um tema essencialmente ligado a saúde, nada tem a ver com a ética de Tabata. Aliás, para alguém que se diz defender o direito das mulheres, ela está se parecendo mais com um conservador, pois não há argumento que justifique esse posicionamento absurdo dela. A realidade é essa, Tabata é uma conservadora. Não tem como fazer uma defesa coerente das mulheres sem defender a descriminalização do aborto, essa é uma pauta essencial e que não deve ser barganhada em troca de nada. Envernizada por seu currículo da Harvard e por seu histórico de quem “veio da periferia”, Tabata acha que consegue enganar. Muito pelo contrário, cada dia fica mais claro o que e quem ela representa, que é a política da burguesia, do imperialismo e dos empresários que moldaram ela. Tabata não representa as mulheres trabalhadoras.


16 | MULHERES E JUVENTUDE

IMPRENSA GOLPISTA

“Mulher é pra tomar conta da casa”: é isso o que quer a direita O comentário de Daniel Campelo expressa bem o que pensa não só a direita, mas a política do governo golpista de Bolsonaro, que quer empurrar as mulheres para o serviço doméstico O governo do ilegítimo e golpista Jair Bolsonaro tem aberto as portas para a direita difundir seus pensamentos esdrúxulos sobre a classe trabalhadora e grupos oprimidos como mulheres, negros, LGBTs, etc. Assim fez o comentarista de futebol, Daniel Campelo, na Jovem Pan em Fortaleza, ao afirmar que “mulher deve tomar conta da casa, do marido e dos filhos”, expressando não só o que pensa a direita golpista, mas o que efetivamente a direita quer fazer com as mulheres: empurrá-las para o serviço doméstico, para serem donas de casa. O comentário atacando as mulheres foi falado ao vivo durante uma partida de futebol entre Ceará e Avaí, no último domingo (13). Para Campelo, lugar de mulher é em casa cuidando dos filhos e não participando de partidas de futebol. Na segunda-feira (14), o comentarista direitista foi questionado sobre os comentários reacionários sobre as mulheres no futebol, mas sua resposta foi tão repulsivo quanto a primeira: “Eu não disse brincando não. E repito aqui. Quem não gostar, tire a calcinha e pise em cima”.

A Jovem Pan já é mais do que conhecida como uma das porta-vozes do pensamento arrogante e conservador da direita que tomou conta do poder, desde o golpe de 2016 eles nunca pouparam palavras para caluniar a esquerda e dar apoio às políticas neoliberais que vem sendo aplicadas e intensificadas no Brasil. Dessa forma, fica óbvio que Daniel Campelo se sentiu mais do que a vontade para fazer um comentário daquele, já que a rádio, sendo parte intrínseca da imprensa golpista, não iria impedi-lo ou adverti-lo. Isso porque o pensamento dele é o pensamento da imprensa golpista, da direita e, especialmente, do governo Bolsonaro e de figuras como Damares Alves, a ministra conservadora que também acha que o papel da mulher é ficar dentro de casa. A ideia principal é reprimir não só as mulheres, mas a classe trabalhadora em geral, já que esse tipo de posicionamento é apenas uma porta para o enxame de posicionamentos direitistas contra a os trabalhadores, e que objetiva a exploração e opressão às ultimas consequências. Contudo, o combate a

esse tipo de discurso não pode ser via censura, pois, no fim das contas, essa política sempre acaba se voltando contra a esquerda. Campelo tem o direito de falar o que quiser e ninguém pode censurá-lo, principalmente o Estado, que já foi corroído há tempos pelos golpistas, sendo assim, nada aconteceria com a Jovem Pan, por exemplo. A política central de combate a esses grupos reacionários, que pregam

sem medo a opressão da mulher, deve vir da organização das mulheres, de forma independente, objetivando a derrubada dos golpistas que estão no poder, já que foi o golpe que abriu espaço para aberrações desse tipo. É só a partir da organização dos grupos oprimidos, seja em coletivos ou em grupos de autodefesa, que a emancipação dos grilhões da opressão vai se dar de forma efetiva.

FORA BOLSONARO

Ditadura bolsonarista nas universidades: intervenção geral Das 12 nomeações de reitores no governo Bolsonaro, 6 foram impostas, atropelando a escolha dos estudantes e professores. Declaradamente inimigo dos estudantes, dos professores e da produção científica, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro já promoveu inúmeros ataques à Educação em seus 10 meses de governo. Um deles, que mostra a tendência do regime político a evoluir para uma ditadura explícita contra a população, é a intervenção direta na escolha dos reitores das instituições federais. Desde que Bolsonaro assumiu o governo, 12 reitores foram nomeados. No entanto, em metade dos casos Bolsonaro desrespeitou as eleições internas para o cargo de reitor, nomeando candidatos que não foram os mais votados nas consultas entre os estudantes, professores e funcionários. Oficialmente, o Ministério da Educação (MEC), que é diretamente subordinado à presidência da República, tem o direito de indicar o reitor das instituições federais com base em uma lista tríplice extraída das próprias instituições. Isto é, em cada universidade ou instituto, havendo uma eleição, o reitor nomeado deverá constar na lista dos três primeiros colocados. O processo de escolha para reitor já é pouco democrático e colocado através de eleições locais controladas por um número muito pequeno de professores, uma parcela de funcionários e um número menor ainda de estudantes. Com o governo do golpista Michel Te-

mer, a direita criou condições que esse processo de escolha fosse ainda mais antidemocrático e, por fim, no governo Bolsonaro, nem mesmo a lista tríplice foi respeitada em todos os casos. Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), os reitores nomeados foram os últimos colocados na lista tríplice de cada universidade. Já na Universidade Federal do Ceará (UFC) e na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Bolsonaro nomeou o segundo colocado na lista tríplice. Na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), por sua vez, o MEC nomeou uma interventora: Mirlene Damázio, que não estava na lista tríplice da universidade. Como o Ministério Público Federal (MPF) abriu um processo para questionar a formulação da lista tríplice da UFGD, Bolsonaro encontrou uma justificativa para nomear, temporariamente, uma reitora que não estava na lista, até que as eleições sejam refeitas. O mesmo processo fraudulento da UFGD foi utilizado no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ), As eleições para reitor foram contestadas e, diante disso, o governo Bolsonaro nomeou Maurício Aires Vieira não tem vínculo acadêmico no Rio de Janeiro e que foi assessor

do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub. A intervenção direta nas universidades é uma demonstração de que o regime política avança rapidamente para uma ditadura explícita, que controle absolutamente todas as instituições, de modo a impedir que os trabalhadores e a juventude se mobilizem contra a política devastadora da direita. Por isso, é preciso levar adiante a mobilização pelo fora Bolsonaro, antes que a direita crie

condições de aprofundar os ataques à população. É preciso lutar pela total autonomia política e administrativa da universidade frente ao Estado golpista e pela sustentação integral da universidade pelo Estado. A figura do reitor deve ser eliminada e o controle da administração universitária por um conselho tripartite eleito proporcionalmente ao peso de cada setor em assembléias por faculdade e responsável diante da assembléia geral universitária.


JUVENTUDE | 17

CENSURA NAS ESCOLAS!

Belo Horizonte é a única capital a aprovar Escola Sem Partido Belo Horizonte é a primeira capital do Brasil a aprovar o Escola sem Partido na Câmara Municipal Na segunda-feira (14), durante uma reunião extraordinária na Câmara Municipal de Belo Horizonte, foi aprovado, em primeiro turno, o Projeto de Lei 274/17 sobre a Escola sem Partido. Não houve nenhuma abstenção. Foram 8 votos contrários e 25 favoráveis. A população foi impedida de acompanhar a reunião por um forte esquema de segurança, por causa de uma briga entre pessoas favoráveis e contrárias à Escola sem Partido na quarta-feira (9). Desde então, não deixaram a população acompanhar as plenárias na galeria da Câmara. Na segunda-feira, foi solicitado o isolamento da Câmara pela segurança da Casa e pelo chefe da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar. A bancada da esquerda conseguiu obstruir a votação durante 13 dias com o intuito de evitar que o projeto fosse votado. Os parlamentares de esquerda apresentaram dezenas de requerimentos com a solicitação de destacar determinados trechos do projeto

e votá-los por meio de um processo nominal. Também tentaram recorrer das decisões da Mesa Diretora, ocupar o microfone o máximo de tempo possível e encaminhar as votações de recursos. Apesar de todo este trabalho de obstrução legal, por meio de manobras regimentais, o projeto foi votado. O Projeto de Lei deve passar pelas comissões temáticas. Nesse processo, emendas podem ser acrescentadas ao texto. A votação em segundo turno está prevista para 2020. Em caso de aprovação, será encaminhado para a decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD). O governo Bolsonaro quer impor a Escola Sem Partido com o intuito de assediar professores, estudantes e trabalhadores da educação e colocá-los na defensiva. Diante desta situação, é imprescindível enfrentar a direita e colocar os fascistas para correr das escolas. Para tal, é necessária uma ampla mobilização contra estes ataques por parte de pais, mães, estudantes e educadores.

ORGANIZAR PARA A LUTA

BH ORGANIZA COMBATE À CENSURA

Em BH é hora de organizar a luta contra a “escola com fascismo”!

PUC/BH chama a todos para discutir o combate à “escola com fascismo”

O ataque dos fascistas contra aeducação brasileira deu mais um importante passo para a destruição do ensino, e a imposição de uma ditadura completa nas escolas. No estado de Minas Gerais, comandado pelo fascista Zema, sua capital Belo Horizonte aprovou na Câmara Municipal nesta segunda-feira (14), na primeira votação, o projeto Escola sem Partido. Este projeto “sem partido” é a conduta geral da direita golpista em busca de censurar tudo e todos, começando pelo ensino público, professores e o movimento estudantil, na prática o “sem partido”, como sempre, tornasse o “com fascismo”. De autoria do setor religioso da câmara, seguindo de acordo com 21 vereadores, a votação terminou favorável, porém, ainda passará por outras comissões, para avaliação de emendas, sendo apenas votado em segundo turno no ano que vem. A presidente da Câmara Municipal também impediu, aprofundando a censura até mesmo na escolha ou não do projeto, que os professores, maiores vítimas dos fascistas, tivessem sequer o direito de participar da votação. Além disso, os alunos também foram barrados, isso tudo após uma série de ataques já feitos em escolas de Ensino Médio no estado, tendo a censura de provas e textos utilizados em sala de aula, por simplesmente serem de autoria de pessoas contrárias ao governo golpista.

Na próxima sexta-feira, 18 de outubro, em Belo Horizonte (MG), será realizada um debate sobre o projeto de lei Escola Sem Partido. O projeto foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal da cidade na segunda-feira, 14 de outubro. O debate será realizado no Teatro de Arena campus PUC Coração Eucarístico e a proposta será refletir a respeito de como combater essa proposta da direita golpista. Segundo os organizadores, todos os cursos estão convidados a participar e discutir formas de barrar a medida fascista. É o primeiro passo em direção à bancarrota da extrema-direita que já se encontra de certa forma encurralada devido à não aceitação de suas propostas pela população. Por outro lado, a população dá mostras concretas de sua insatisfação com o governo em todos os lugares. Essa iniciativa é uma demonstração clara de que os trabalhadores estão a um passo de uma insurreição, assim como no Equador. É uma constituição gradual de uma política combativa em relação aos desmandos da direita. A luta pela democracia operária começa a tomar corpo no Brasil. O projeto do Escola Sem Partido é mais uma armadilha fétida da direita golpista. É uma tentativa clara de atacar qualquer pessoa que possa se identificar com a esquerda. A partir deste método de censura, é possível que professores que coloquem em suas aulas qualquer tipo de crítica ao sistema capitalista sejam perseguidos. Nesse sentido, não seria necessário

A revolta dos estudantes e professores é clara em todos os sentidos. A necessidade de dar um basta na ação dos fascistas em impor uma ditadura no ensino brasileiro é uma realidade a ser combatida. Os fascistas atacam o ensino não por acaso. As escolas e principalmente as universidades são no Brasil um dos principais pontos de encontro da população, sobretudo a parte mais revoltada, os jovens, em que gera minimamente uma troca de informações e possibilita uma base formadora de atividades políticas. Dessa forma, impor um estado ditatorial no ensino é uma medida audaciosa dos golpistas, em tentar atingir a coluna vertebral de parte expressiva da organização popular no país. Porém, para concretamente podermos realizar tal feito de derrotar os fascistas, precisamos primeiramente nos organizar em nossos locais de trabalho e estudo. No caso das escolas e universidades brasileiras, há a necessidade de se contrapor imediatamente aos golpistas, por isso, se faz necessário a formação de comitês de luta em todos os lugares, englobando alunos e professores, com o intuito de fortalece-los e derrotar finalmente o avanço fascista. Mobilizar contra o fascismo é um dever na defesa do ensino brasileiro e da população pobre. É preciso virar a mesa contra estes setores, e avançar pela derrubada do governo golpista de Jair Bolsonaro.

nem uma crítica contundente, mesmo os mais moderados dos sociais-democratas podem ser alvo de processos e perseguições. Se a cidade de Belo Horizonte já foi referência nacional em educação, hoje em dia vive sob a ameaça de censura da direta com seu discurso reacionário. O conservadorismo que tomou conta da câmara, nesse caso, só irá perecer uma vez que os estudantes e toda a comunidade escolar estabeleçam um debate sério a respeito da necessidade de barrar o projeto de lei e se conscientizem da necessidade urgente de enfrentar os fascistas nas ruas. Não há mordaça que resista ao grito da mobilização popular. Colocar o povo na rua e lutar pela liberdade de expressão é o passo primordial para a liberdade de ensino que possibilite uma educação pública e de qualidade. Diante disso, é preciso partir para a ofensiva. Uma vez que os estudantes tenham compreendido a necessidade de entrar em um embate sistemático e organizado com a direita golpista, as sustentações do regime irão ruir na luta.


18 | JUVENTUDE

A DESTRUIÇÃO TOTAL DO ENSINO

Weintraub quer obrigar universidades a gastarem menos com professores O projeto Future-se, apresentado por Abraham Weintraub, o fascista do MEC, expõe para todos o desejo real de destruir a educação O governo golpista, hoje presidido pelo fascista Jair Bolsonaro, teve muitas idas e vindas quando se tratava dos ataques à educação brasileira. Após a queda de muitos ministros nos últimos tempos, os golpistas finalmente conseguiram firmar um que pudesse dar cabo da política de massacre e imposição de uma ditadura na educação, como eles gostariam. O projeto Future-se é uma grande amostra deste caso, onde, apresentada por Abraham Weintraub, o fascista do MEC, expõe para todos o desejo real de destruir a educação e entregá-la nas mãos dos grandes capitalistas. Future-se é um projeto que a todo momento vem recebendo adições, uma mais criminosa do que a outra, expandindo assim o ataque contra a

educação. Recentemente, após fazer gigantescos cortes nas instituições de ensino como forma de pressionar a adoção das universidades federais pelo projeto, o governo Bolsonaro resolveu por intervir diretamente na escolha dos reitores de universidade, indicando interventores no lugar, agora, Weintraub anuncia uma nova incrementação que expande ainda mais a política de destruição do governo. Como forma de acabar por completo com o que resta de estudo no país, os golpistas anunciaram que as universidades que adotarem o projeto Future-se não terão apenas que sofrer com as medidas anteriores, mas também serão obrigadas a reduzir em grande quantidade os gastos envolvendo professores e funcionários, além de terem que aceitar pessoas com “notório sa-

ber” para assumir os cargos e reduzir todo investimento nas pesquisas em geral. Essa é mais uma atitude que fere drasticamente a autonomia universitária, pressionando os professores com a redução de seus salários e suas contratações, além de por, de forma criminosa, um “bônus” para aqueles que mostrarem “bons resultados” aos olhos dos fascistas. O programa atual adquire cada vez mais um caráter totalmente ditatorial e contra a própria nação em conjunto. As universidades brasileiras são o que restam no país na formação de pessoas e na realização de pesquisas científicas, já há muito tempo abandonadas pelos capitalistas. É isso que mantém o pequeno desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro nos últimos tempos, como

também, abre espaço o desenvolvimento cultural e social de todos. O ataque contra as universidades é um ataque à ciência, a cultura, e todo povo brasileiro. Uma política de completa destruição da nação, e uma entrega irrestrita para o imperialismo, os grandes banqueiros internacionais, pondo servilmente nas mãos dos capitalistas estrangeiros todo um povo e sua cultura. Manter os fascistas no poder e todo regime golpista é permitir a destruição do país, permitir o massacre de um povo e sua cultura. Como diz Trotsky, o capitalismo a cada passo que dá leva a humanidade e sua cultura à uma completa destruição, o regime golpista brasileiro é uma expressão deste problema, que se aprofunda a cada momento, exigindo um combate real da população contra os golpistas.

EDUCAÇÃO EM PERIGO

Estudantes, expulsar os interventores bolsonaristas das universidades! Bolsonaro quer acabar com a autonomia das universidades públicas colocando reitores bolsonaristas capachos da direita. Na manhã de 11 de julho, durante um encontro com os parlamentares da bancada evangélica, o presidente ilegítimo e fascista Jair Bolsonaro deu a linha sobre a escolha dos reitores das universidades, afirmando que lamenta o fato de que, por lei, o presidente deva escolher os nomes a partir das listas tríplices das instituições federais. Essas listas são uma maneira de tentar garantir a autonomia das universidades, já que essas são um dos principais alvos dos governos da direita. Nesse encontro, Bolsonaro tentou mostrar que pretende privilegiar candidatos que sejam conservadores e alinhados com sua política golpista de destruição das universidades públicas

e da educação em geral, sinalizando que pretende passar por cima das listas: “Ali virou terra deles, eles é que mandam. Tanto é que as listas tríplices que chegam pra nós muitas vezes não temos como fugir, é do PT, do PCdoB ou do PSOL. Agora o que puder fugir, logicamente pode ter um voto só, mas nós estamos optando por essa pessoa”. Esse posicionamento de Bolsonaro é o mesmo de seu ministro da Educação, Abraham Weintraub, que já havia afirmado que “Uma parte dos reitores veio do passado e tem ligação com PSTU, PSOL, PT, essas coisas maravilhosas. Mas tem uma parte que não é”. O objetivo dessa manobra é escolher reitores que sejam abertamente

bolsonaristas, a fim de facilitar as políticas de sucateamento das universidades públicas que Bolsonaro já está colocando em prática, sempre visando a privatização dessas instituições. Afinal, o lucro é o que importa para essa burguesia que só pensa em assaltar o bolso dos trabalhadores. Outro ponto em que Bolsonaro está pensando ao querer escolher os reitores, é para facilitar a adesão da plataforma Future-se nas universidades, como foi dito acima, o plano principal é forçar uma situação para que a privatização seja a única saída para essas instituições de ensino. Tudo isso faz parte do plano de afastar a população pobre do ensino superior público e privilegiar os filhos da burguesia.

Diante de tantos ataques, é imprescindível e urgente que os estudantes e a juventude em geral se organizem para barrar mais essa ofensiva da direita contra uma das principais bases da vida, a educação. O estudantes precisam se centralizar nos comitês de luta contra o golpe e contra o fascismo em todas as universidades para barrar essas intervenções. Somente uma luta contra todos esses golpistas e que objetive a derrubada deles pode salvar essas universidades, já que foi a partir do golpe que essas aberrações políticas passaram a se manifestar com mais intensidade. Fora todos os golpistas e Fora Bolsonaro das universidades.


JUVENTUDE | 19

UNE CONTRA A CENSURA

Censura Nunca Mais: evento de cultura da UNE será no próximo dia 25 UNE organiza evento contra a censura do governo golpista de Jair Bolsonaro. A União Nacional dos Estudantes (UNE) convoca a todos que lutam contra a censura à participar do evento cultural Seminário Nacional do CUCA da UNE no dia 25 de outubro, em São Paulo. O evento contará com estudantes de todo Brasil. Após a eleição – fraudulenta – de Jair Bolsonaro (PSL), a censura tornou-se o cavalo de batalha dos golpistas. A educação, a cultura, os sindicatos, os movimentos sociais etc. tem sofrido com a crescente ingerência da camarilha golpista que se arrebanhou no Estado. Bolsonaro e seus asseclas tem mostrado grande empenho em promover uma ditadura contra a liberdade de expressão e todos os que se colocam contra seu governo. O aparelhamento da ANCINE, das universidades – com seus reitores biônicos escolhidos a dedo por Bolsonaro, representam a escalada fascista dos golpistas. Foi preciso, portanto, alijar Lula de todo o processo eleitoral, mantendo-o na cadeia sem quaisquer provas

de crime cometido. Sem esse golpe, a direita e a extrema-direita não conseguiriam galgar a condição que mantém – com enormes dificuldades – visto a crise política em que se en-

contram. A luta contra a censura é a luta contra Bolsonaro e todos os golpistas, é a luta pela liberdade de Lula, que, inclusive, foi censurado de participar da última eleição presidencial.

A liberdade de Lula figura, ainda com mais intensidade, o ponto central da luta contra todo o golpe iniciado na derrubada da presidenta Dilma Rousseff (PT). Neste sentido, o evento apresenta-se como uma oportunidade de consolidar uma politica de combate aos desmandos do capitão boçal e sua política de recrudescimento do fascismo, como o caso do projeto Escola sem Partido – uma clara demonstração do caráter reacionário e despótico dos golpistas. Assim, como o evento da UNE, a ocupação de Curitiba no dia 27/10 pela liberdade de Lula representa uma possibilidade de impulsionar a luta contra golpe – justamente num momento de grande fragilidade do governo e as sucessivas revelações do caráter golpista da Operação Lava Jato, que, em todo caso, teve como objetivo central impedir Lula de se candidatar, além de destruir o PT e toda a economia nacional para colocar um capacho do imperialismo.

UNIVERSIDADES MEDIEVAIS

Weintraub quer punir quem for mal no Enade O ministro da Educação do governo Bolsonaro quer aumentar ainda mais as restrições sobre os alunos das universidades. Durante uma coletiva de imprensa em que foram divulgados dados sobre o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) de 2018, o ministro golpista da Educação, Abraham Weintraub, e sua equipe afirmaram que estão estudando um método de “melhoria” do ensino, que visa punir aqueles estudantes que não conseguirem acertar um mínimo de 10% das questões do exame. Segundo o ministro, a obrigatoriedade atual de se fazer a prova como condição necessária para se poder realizar a colação de grau faz com que o estudante não leve o exame a sério, e portanto aqueles que acertam menos de 20% das questões teriam supostamente “sabotado” o teste. Como se não bastasse apenas as incessantes ofensivas à educação superior, com a nomeação direta de reitores interventores e o projeto entreguista Future-se, o governo fascista agora quer apertar ainda mais a sua ofensiva contra os estudantes ao impor essa punição a todos aqueles que não tirarem uma nota mínima. O problema é que estes parâmetros são extremamente irreais: a vida de cada estudante é algo muito dinâmico e não pode ficar emperrada por causa de um mero documento, pois a impossibilidade de se obter o diploma pode, por exemplo, impedir o jovem a conseguir algum emprego no mercado de trabalho, o que já é difícil na atual conjuntura. Fora isso, o mesmo universitário já pode estar estagiando e trabalhando em determinada área, o

que faz, na prática, o seu diploma ser algo desnecessário, uma mera formalidade. Existe ainda o caráter persecutório da medida: quem garante que, em questões discursivas, o aluno que apresentar ideias progressistas, democráticas e ligadas mais à esquerda, não obterá uma nota inferior propositalmente? O estudante será coagido a responder às perguntas obedecendo apenas aquilo que o corpo da censura

universitária permitir para escapar da punição. O modelo educacional de ensino superior deve visar o esclarecimento, o questionamento, o debate amplo e irrestrito de ideias; só assim veremos transformações reais e práticas na sociedade. Atualmente, as universidades já são instituições decadentes que não se desgarram da ideologia igualmente falida da burguesia. As medidas defendidas pelo Ministério da Educação do

governo golpista de Jair Bolsonaro pioram a situação ao revelarem o caráter punitivista, medieval, fascista e obsoleto que se busca implementar como modelo educacional, onde não está garantida a melhora do ensino. Para impedir a implementação futura destas medidas, é necessário sair às ruas, em amplas mobilizações, pedindo a “Liberdade para Lula” e o “Fora Bolsonaro!”, antes que os golpistas decidam pelo retorno da palmatória.


20 | ESPORTES

MAIS UM CAPÍTULO DO VAR

Brasileirão: mais uma rodada de crise e interferência do VAR O arbitro de vídeo entrou em polêmicas em pelo menos três jogos da última rodada do campeonato brasileiro expondo mais uma vez a manipulação dos jogos Mais uma rodada do brasileirão acabou neste domingo, 13 de agosto, e com ela mais gasolina é jogada na fogueira do VAR. A crise que vem passando o assistente de vídeo só tem piorado a cada jogo em que entra em ação ou deixe de entrar. A população tem reclamado de forma veemente contra os erros do VAR. E, por incrível que pareça, eles só tem aumentado e piorado com o andar do campeonato. Agora, além da já habitual demora para gritar gol, ele tem se intrometido para manipular resultados descaradamente. Se nas últimas rodadas, Santos e Palemeiras acusaram a CBF de favorecer o líder do campeonato, Flamengo, através do instrumento de vídeo, desta vez o rubro-negro carioca foi

“operado” na arena da Baixada, contra o Athlético. Alguns lances polêmicos aconteceram durante o jogo. O principal deles foi um pênalti marcado no campo e anulado após revisão. Ao assinalar um pênalti contra o Furacão, por falta clara cometida em Lucas Silva dentro da área, o VAR entrou em ação e manipulou as imagens ao procurar o angulo que mais favorecesse a anulação do pênalti. Isso ficou comprovado nos áudios da cabine que foram divulgados pela CBF em que um dos presentes afirma que determinado angulo não servia para desmarcar o pênalti visto que seria “muito pênalti” segundo aquela imagem. No jogo entre Grêmio e Atlético, o oposto aconteceu. Após jogada de es-

canteio em que o jogador Luan do galo sofre leve puxão de camisa e se joga, mesmo com o árbitro afirmando que não havia falta na jogada, o VAR estraga a festa e resolve entrar em campo. Ao colocar a imagem em câmera lenta, a intensidade do puxão parece perder o sentido, não permitindo que fosse possível afirmar a carga aplicada sobre as costas do jogador. Diante disso, o árbitro mudou e ideia e marcou o penâlti. Nestes dois jogos os resultados finais não foram afetados, porém no jogo entra Chapecoense e Cruzeiro, o VAR pode ter manipulado visto que após o gol de empate da chape o resultado foi modificado. O gol foi marcado após o rebote de um cabeceio,

no entanto, a jogada gerou grande polêmica, visto que o zagueiro que supostamente deu condições de jogo estava atrás do atacante não sendo possível visualiza-lo na câmera. É neste último caso que o VAR apresenta sua maior característica, manipular os resultados dos jogos. Em todas as praças, bares, campos da várzea o VAR é ironizado e criticado por todos os trabalhadores. Mesmo a imprensa golpista diante de tanto erro grotesco é obrigada a participar das críticas. Mas não se deve enganar com a crítica demagógica da direita. O VAR é o próprio mecanismo da direita. É preciso retirar sua participação de todos os campeonatos a fim de redemocratizar o futebol.

NÃO AO FUTEBOL MODERNO

“Futebol brasileiro não é robô”, Luxemburgo defende o futebol arte Vanderlei Luxemburgo atacou a ideologia do futebol moderno, que castra a criatividade do jogador brasileiro O técnico do Vasco da Gama, Vanderlei Luxemburgo, vem se colocando como um dos principais porta-vozes da defesa do futebol brasileiro. Não só pela sua posição política a favor da liberdade de Lula, mas por seus posicionamentos em relação ao chamado futebol arte em contraposição ao futebol moderno. Depois do jogo em que o Vasco venceu o Fortaleza por 1 a 0, o técnico elogiou a bela jogada do jovem jogador Talles Magno, que deu uma carretilha sobre o zagueiro do Fortaleza: “Futebol brasileiro não é robô, não é esquema tático. Se dá ênfase a isso e esquece que o que o Talles fez hoje foi o futebol brasileiro. Ele não fez (lambreta) de palhaçada: ele tirou um jogador do adversário. Fiquei fe-

liz hoje porque vi um jogador fazer a arte de jogar futebol do Brasil. E nós estamos acabando com isso. Esquecemos de buscar a essência do futebol brasileiro, ter algo para criar. Saio feliz pela vitória e feliz porque vimos o menino indo para a Seleção amanhã e fazendo o futebol brasileiro da maneira como tem que ser feito”, completou.” A declaração de Luxemburgo é uma crítica frontal ao futebol moderno, difundido pelos europeus, cujo principal objetivo é castrar a criatividade dos jogadores brasileiros, e por consequência, do futebol brasileiro em geral. A imprensa capitalista, colonizada pelo imperialismo, faz a propaganda de que o que há de mais “eficiente” no mundo é copiar os europeus. Por

isso há uma campanha direcionada para divulgar os campeonatos e clubes europeus. É daí também que vem a propaganda de que o Brasil deveria colocar técnicos estrangeiros na Seleção e nos clubes, como se os brasileiros fossem “obsoletos”. Na realidade, o que existe é uma pressão ideológica sobre os técnicos que coloca uma falsa oposição entre “resultado, eficiência” e “jogar bonito”. A imprensa golpista, a serviço do imperialismo, convence o brasileiro de que “jogar bonito” não traz resultado e que seria preciso imitar as táticas europeias. Um debate falso, que na realidade, conforme bem afirmou Luxemburgo, procura substituir o jogo bem jogado, por esquemas matemáticos cristalizados. O que bem Luxemburgo

denomina como “robô”. O chamado futebol arte brasileiro não pressupõe a falta de tática, mas uma tática que procura utilizar a criatividade e o talento dos jogadores a serviço do jogo coletivo. A declaração de Luxemburgo não é isolada. O técnico também tem se colocado como um crítico aberto ao VAR, instrumento colocado no esporte para controlar por meio de fatores externos os jogos, servindo também como uma maneira de castrar o desenvolvimento do futebol. O caminho é denunciar toda a manipulação e defender o futebol brasileiro contra todos os ataques da imprensa venal e serviçal do imperialismo, ou seja, da ideologia do chamado futebol moderno.

ATAQUE AO FUTEBOL NACIONAL

Projeto de clube-empresa será apresentado no Senado Projeto é um verdadeiro ataque ao povo brasileiro, à participação popular nos jogos, às torcidas organizadas, jogadores, etc. O Senado Federal leu o Projeto de Lei 1822, o qual institui o chamado “clube empresa” no futebol nacional. A proposta visa transformar os times de futebol em sociedades anônimas, “sem fim lucrativos”. Ou seja, os clubes poderão ser administrados de maneira direta pelos grandes monopólios capitalistas. O modelo já vigora nos clubes europeus a décadas. Os times são administrados pelas empresas capitalistas, seja do ramo esportivo, das comunicações, de bebidas, da especulação financeira e assim por diante. Essa política é uma consequência direta do neoliberalismo, adotado a partir do final da década de

1970 na Europa, a partir do governo Thatcher na Inglaterra. A tentativa de passar o controle dos clubes brasileiros para as mãos dos capitalistas e banqueiros já vem de anos atrás. Com o golpe de estado e o avanço da política da direita golpista, a ameaça agora é eminente. O projeto consiste em um verdadeiro ataque ao futebol como um todo. Os clubes se tornarão de maneira acabada fonte de lucro para um punhado capitalistas, especuladores e banqueiros internacionais. Na prática, é a entrega do futebol nacional, um patrimônio do país, para as mãos dos grandes monopólios interna-

cionais, uma verdadeira política de rapinagem, tal qual fazem com as empresas nacionais e todo o patrimônio do país. Se de fato os golpistas conseguirem impor este projeto o futebol enquanto esporte popular, da classe trabalhadora, ficará ameaçado. As torcidas organizadas, o maior obstáculo contra o projeto poderão ser extintas, os preços dos ingressos encarecerão cada vez mais, o que resultará na completa exclusão da população pobre dos estádios, como já vem acontecendo nos últimos anos As categorias de base dos clubes se tornarão de maneira definitiva fonte de especulação nas mãos dos

banqueiros, o futebol se tornará uma exclusiva fonte de lucro, restrito para os empresários, às custas da exclusão e da repressão contra os torcedores e o povo pobre de um modo geral. É preciso organizar uma ampla campanha contra a proposta. Mobilizar as torcidas organizadas e a população de um modo geral contra a política de entrega do futebol brasileiro para as mãos dos banqueiros e dos grandes monopólios. Contra a política de clube-empresa, levantar a bandeira de luta por um esporte popular, dirigido pelas organizações populares, os torcedores, jogadores e funcionários.


ESPORTES| 21

MEDINA PODE SER TRICAMPEÃO.

Título antecipado: Medina prestes a ser tricampeão mundial de surfe Gabriel Medina pode levar para casa, já na 10º etapa do WSL, em Portugal, o tricampeonato mundial de surf!

Reconhecido como uma das maiores ou talvez a maior revelação do surfe brasileiro dos últimos tempos, Gabriel Medina faz parte do Brazilian Storm (Tempestade Brasileira) – termo

criado pela imprensa norte-americana se referindo aos principais atletas do surfe brasileiro na atualidade. Após ficar em 9º lugar em Hossegor, Medina se configura como o único com

chances matemáticas de sair de Peniche, em Portugal, com o troféu de campeão mundial na mão e garantir sua classificação para os jogos olímpicos de Verão de 2020, em Tóquio, combinado a estreia do surfe como esporte olímpico. A etapa de Portugal, que teve início às 4h de hoje, é a 10ª e penúltima da WSL, a Liga Mundial de Surfe. Assim como Medina (48.015 pontos), outros dois brasileiros disputam duas vagas para a Olimpíada de Tóquio. Com Filipe Toledo (45.730 pontos) na segunda colocação e Ítalo Ferreira na quarta (42.400 pontos)– após ter ficado em vice na França, os atletas têm mostrado alto nível e dado um verdadeiro caldo nos gringos. Embora oito surfistas ainda tenham, matematicamente, a chance de ganhar o título, considerando a atual fase de Medina, os cálculos podem não representar a dificuldade em que os rivais do brasileiro encontrarão pela frente. Para que Gabriel Medina seja cam-

peão em Peniche, a situação se resume da seguinte forma: Se Medina vencer a etapa de Portugal: – Filipe Toledo tem que ficar no máximo em 9º – Ítalo Ferreira tem que ficar no máximo em 3º – Jordy Smith (AFS) e Kolohe Andino (EUA) ficam fora da briga Se Medina for vice da etapa: – Filipe Toledo precisa ficar no máximo em 17º – Ítalo Ferreira tem que alcançar no máximo a 9ª colocação – Kolohe Andino (EUA) e Jordy Smith (AFS) precisam alcançar no máximo a 5ª colocação Caso Medina fique em 3º ou pior, a decisão do título vai para Pipeline, no Havaí.

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