SEXTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5799
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Lula diz que segunda instância não resolve: dia 27, todos a Curitiba!
L
uís Inácio Lula da Silva não poderia ser mais contundente. Lula tem razão. Se o Superior Tribunal Federal vai julgar ou não a condenação e prisão em 2ª Instância, isso não altera, no fundamental, a sua condição de preso político do golpe de Estado no Brasil. Lula já foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça, que corresponde à 3ª Instância. No máximo, então, poderia ser “beneficiado” porque ainda não houve o “trânsito em julgado”, devido a recursos interpostos pela sua defesa. Nessa condição teríamos ainda a situação em que Lula poderia sair da prisão em um dia e em seguida retornar, com os julgamentos negativos dos seus recursos.
Novamente, o STF e os militares Às vésperas de mais uma sessão do Supremo Tribunal Federal, que tem na pauta a discussão (que, a rigor, nem deveria haver) acerca da revogação ou não de uma das mais grotescas violações da carta constitucional (a prisão de réus depois da condenação em segunda instância, antes da condenação em terceira instância e da conclusão do trânsito em julgado do processo) perpetrada pelos próprios senhores ministros da casa, os militares, na pessoa do excomandante do Exército, o vetusto general Eduardo Villas Boas, voltaram a se manifestar.
Mutirões são o principal instrumento de convocação do dia 27 A campanha nacional realizada pelos militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe de recolher assinaturas pela liberdade de Lula em mutirões semanais tem se destacado como a principal forma de mobilização, agitação e propaganda pela libertação do ex-presidente.
Escola Marxista: dezenas de cursos realizados, mais de 300 marcados Até o começo de dezembro o PCO estará realizando mais uma Escola Marxista, dessa vez com um curso sobre o Programa de Transição, Leon Trótski, que consiste no programa para a revolução socialista nos dias de hoje. A aula inaugural do curso foi ministrada por Natália Pimenta no Centro Cultural Benjamin Péret, no dia 29 de setembro, em São Paulo, e está disponível no canal Causa Operária TV no YouTube.
Curso: Rui Costa Pimenta explica tudo sobre a Revolução Chinesa A China, com sua história milenar, conheceu pelo menos 3 momentos revolucionários no século XX. A revolução de 1949 continua a nos ensinar. Participe de nosso curso.
Olavo de Carvalho faz chamado para um golpe militar A ameaça de Olavo de Carvalho não pode ser encarada como uma excentricidade de um velhinho foragido do hospício, é parte de uma investida da direita
2 | OPINIÃO E POLÊMICA EDITORIAL
COLUNA
Novamente, o STF e os militares
Veja a programação do CCBP do Rio de Janeiro e venha nos visitar! Por Vitor Lara
Às vésperas de mais uma sessão do Supremo Tribunal Federal, que tem na pauta a discussão (que, a rigor, nem deveria haver) acerca da revogação ou não de uma das mais grotescas violações da carta constitucional (a prisão de réus depois da condenação em segunda instância, antes da condenação em terceira instância e da conclusão do trânsito em julgado do processo) perpetrada pelos próprios senhores ministros da casa, os militares, na pessoa do ex-comandante do Exército, o vetusto general Eduardo Villas Boas, voltaram a se manifestar. Villas Boas, que depois da aposentadoria no Exército agora presta serviços (golpistas) na presidência da república, “assessorando”, no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o não menos golpista e fraudulento presidente Bolsonaro, compareceu à uma rede social para novamente – a exemplo do que fez em abril de 2018 quando também se manifestou às vésperas de um julgamento de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Lula – ameaçar não somente o STF, mas toda a nação, publicando uma declaração em sua conta, com um claro e indisfarçável conteúdo golpista. A ditadura civil implantada no Brasil como resultado do golpe de Estado de 2016, neste sentido, nada mais é do que um regime onde estão presentes todos os elementos que se identificam abertamente com uma ditadura, sob o manto de uma caricatura de democracia, tutelada e controlada diretamente pela caserna e os generais golpistas, que hipotecam apoio e dão sustentação a uma camarilha usurpadora e corrupta, que atua à margem das instituições, esmagando e condenando milhões de brasileiros à miséria e ao sofrimento. Cinicamente, os generais falam em defesa da Constituição Federal e da “democracia”; que o Exército e as Forças Armadas estão atentos aos movimentos dos que desejam a “volta ao passado”; que a sociedade não tolera mais os “desmandos da corrupção”. Não pode haver desfaçatez maior, pois são eles (os militares) os primei-
ros a violarem escancaradamente os dispositivos constitucionais, quando se pronunciam sobre matéria que não lhes é da competência. Isso demonstra cabalmente que não há em vigor no país qualquer ideia minimamente próxima de regime constitucional; qualquer mínima ideia de “Estado Democrático de Direito”, mas única e tão somente formalidades jurídicas inscritas nos livros de “Direito Constitucional” que figuram como letra morta para os generais, para os capitalistas, para a extrema-direita e a burguesia em seu conjunto que, uma vez ameaçados em seus privilégios e interesses, não hesitam em fazer uso da ameaça, da força, da intimidação e da violência contra a população desarmada e indefesa. A vinda a público do general Villas Boas para ameaçar o país e colocar uma espada sobre a cabeça de toda a nação evidencia também que não há limites para a disseminação do ideário golpista por parte da caserna. O fato é que mesmo sem estar ocupando qualquer posição de destaque dentro das FFAA, o general golpista Villas Boas – que muitos o viam como um militar representante da “ala profissional do Exército” (portanto, sem inclinações golpistas) – se manifesta publicamente sobre questões políticas, com uma posição não só ameaçadora, como abertamente reacionária e direitista. A “aposentadoria” das fileiras do Exército, com a ida para a “reserva” não impediu o moribundo general de reaparecer em público, desejando ver tanques e fuzis nas ruas do país para a implantação de uma ditadura e o esmagamento da população. Os trabalhadores, os movimentos sociais e as massas populares devem se mobilizar para responder energicamente às investidas golpistas dos generais reacionários e suas ameaças. A luta pela derrota do golpe e dos militares que dão sustentação ao regime fraudulento existente no país é a tarefa imediata mais importante para a esquerda, as massas populares e os ativistas que se organizam e lutam em torno à liberdade do ex-presidente Lula.
Uma das maiores demonstrações do desenvolvimento do Partido da Causa Operária é o crescimento dos Centros Culturais do Partido, o Centro Cultural Benjamin Péret, por todo o país. Além do conhecido CCBP original, que fica na rua Serranos 90, atualmente há também CCBPs no Rio de Janeiro, na Bahia, em Santa Catarina e no Paraná. Os Centros, que homenageiam o poeta surrealista Benjamin Péret, são espaços de convivência política, cultural e de descontração entre companheiros, que em sua maioria estão juntos nas lutas e mobilizações. No Rio de Janeiro, o CCBP fica na rua Taylor 47, no boêmio bairro da Lapa. O espaço, que conta com um auditório e salão nobre, permite a realização de diversos tipos de atividades. A mais tradicional delas, que já é realizada aqui no Rio há mais de um ano, é a exibição da Análise Política da Semana no Telão. Todos os sábados, a partir das 11:30, abrimos as portas do CCBP do Rio para recepcionar os companheiros e exibir a análise apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, que é projetada no telão. Em seguida, servimos uma deliciosa refeição, preparada pelos militantes do Partido no Rio. Ao som de sambas e outras músicas da melhor qualidade, os companheiros apreciam bebidas e outros lanches, na parte da tarde. Ainda no sábado, já às 16 horas, são organizadas as reuniões dos Coletivos do Partido. Os coletivos Rosa Luxemburgo, a Aliança da Juventude Revolucionária, a Corrente sindical Causa Operária e o coletivo de negros João Cândido reúnem os companheiros para as reuniões de trabalho. Ao final do dia, por volta das 18 horas, as atividades normalmente se encerram. No entanto, eventualmente nos sábados a noite sobem
CHARGE
ao palco do CCBP do Rio cantores e compositores do estado, tais como Antônio Carlos Mariano, Henrique Silva e Roberto Lara, além de outras atividades, tais como plenárias. Na próxima segunda-feira, dia 21 de outubro, vamos trazer novamente para o CCBP do Rio o CineMarx: um cineclube de exibição de filmes políticos, de temática revolucionária e de esquerda. A iniciativa agora é retomada com força total. Agora, todas as segundas, a partir das 16 horas, pela módica quantia de 5 reais, você está convidado a assistir um filme com a gente. Após a exibição de cada filme, realizaremos um debate a respeito do tema, regado a bebidas, e é claro, com direito a muita pipoca! O auditório do CCBP do Rio de Janeiro leva o nome Fernando Fagundes Ribeiro, em homenagem ao nosso falecido companheiro, que nos deixou há pouco mais de um ano, no dia 5 de outubro de 2018. É ao mesmo tempo uma homenagem e o reconhecimento e profunda admiração pelo companheiro Fernando, que teve um papel fundamental no desenvolvimento do PCO no Rio de Janeiro e na própria conquista, que é o nosso CCBP do Rio. A nossa meta é expandir a programação do CCBP do Rio de Janeiro, de modo que o Centro fique de portas abertas para o público todos os dias da semana, em horário comercial. Mas para isso, é fundamental a sua ajuda. Ajude divulgando o nosso Centro nas redes sociais e compareça às nossas atividades! Gostaria de terminar pedindo também a sua ajuda na campanha financeira de sustentação do CCBP do Rio de Janeiro. A sua contribuição é muito importante. É possível contribuir com diversas quantias, por isso, seja com 5 ou com 500 reais, nos ajude a fortalecer o CCBP e o PCO no Rio de Janeiro!
POLÍTICA E ATIVIDADES DO PCO | 3 COLUNA
A censura nunca foi a arma da esquerda Por Henrique Áreas de Araujo
DERROTAR O GOLPE
Lula diz que segunda instância não resolve: dia 27, todos a Curitiba! Apenas a mobilização popular pode garantir a liberdade plena de Lula “Não estou reivindicando essa discussão de segunda instância. Não estou interessado nisso. Eu estou interessado na minha inocência”. Lula
Reportagem publicada no sítio da revista Rolling Stone no último dia 16/10 dá conta de que o deputado Charlles Evangelista, do PSL em Minas Gerais, apresentou um um Projeto de Lei em setembro que visa criminalizar estilos musicais. Segundo as informações, o objetivo é censurar músicas que trazem conteúdo considerado “ofensivo”, contendo palavrões e xingamentos. Mais ainda, o Projeto prevê a censura prévia dos estilos musicais considerados ofensivos, citando o rock, o funk e o rap. Logicamente que podendo ser ampliado para outros gêneros musicais. O deputado afirma que esses estilos não costumam poupar “expressões pejorativas ou ofensivas” nas composições. A notícia é mais um exemplo da política obscurantista da direita golpista, que visa controlar a população. Até aí, não há muita novidade Mas o mais interessante é que a justificativa usada pelo deputado da extrema direita é a mesma usada pela esquerda pequeno-burguesa quando defende a censura contra aquilo que ela considera “ofensivo”. Tem sido assim, por exemplo, na defesa da censura contra opiniões consideradas “homofóbicas”, “machistas”, “racistas”. A diferença é que justamente a esquerda usa outros pretextos morais, mas são igualmente morais. Mas como tudo o que é moral, é subjetivo. Se o Estado capitalista pode censurar algo considerado ofensivo para um, também poderá censurar para o outro caso. E quem se dará mal nessa balança: a esquerda, é claro. Por isso, é um erro pedir a censura, pedir que o Estado capitalista aumente a repressão sobre o cidadão não importa sob qual pretexto. É melhor deixar falar e defender que cada um fale o que quer e o outro também responda o que quiser. Melhor deixar a máquina de repressão estatal fora disso.
Luiz Inácio Lula da Silva não poderia ser mais contundente. Lula tem razão. Se o Superior Tribunal Federal vai julgar ou não a condenação e prisão em 2ª Instância, isso não altera, no fundamental, a sua condição de preso político do golpe de Estado no Brasil. Lula já foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça, que corresponde à 3ª Instância. No máximo, então, poderia ser “beneficiado” porque ainda não houve o “trânsito em julgado”, devido a recursos interpostos pela sua defesa. Nessa condição teríamos ainda a situação em que Lula poderia sair da prisão em um dia e em seguida retornar, com os julgamentos negativos dos seus recursos. A declaração de Lula em entrevista ao sitio UOL é ainda importante, porque “deita por terra” uma campanha ilusória, incentivada pelos setores mais direitistas da esquerda, que há todo momento, desde que Lula foi preso, alimenta junto aos ativistas que querem lutar efetivamente pela sua liberdade, que Lula está prestes a sair da prisão por “obra e graça” do STF. Nada mais enganoso, nada mais falso. No final das contas essa é a políti-
ca que atende aos interesses do golpe, pois é um fator fundamental de desmobilização. Para que mobilizar o povo se amanhã, daqui dez dias, no próximo mês, Lula será solto? Nesse jogo de ilusão, já são mais de 18 meses, mais de 550 dias, que o principal líder popular do País está confinado em uma masmorra em Curitiba, por obra de uma operação criminosa, de um juiz fascista, um funcionariozinho medíocre do governo norte-americano, mas que tem o respaldo da “lei”, das instituições brasileiras, todas, sem exceção, curvadas ao imperialismo e aos seus objetivos de liquidar com o Brasil. Um problema crucial da situação política não é simplesmente que Lula é um preso político. Ele é o preso político. A liberdade de Lula representa uma derrota determinante do golpe e é por isso os golpistas querem evitar a todo custo, mesmo numa situação limitada como a que está em discussão no STF, e que se expressou em uma nova ameaça do general Villas Boas ao Tribunal. Lula solto, mesmo em condições limitadas, com liberdade provisória e sem direitos políticos, representaria para as amplas massas que o apoia uma vitória e, em contrapartida, uma derrota do governo e do golpe. Sem sombras de dúvidas, essa situação
tenderia a impulsionar fortemente a mobilização popular. É isso o que a burguesia, os militares, as instituições, enfim todos os golpistas tanto temem. Por isso, mesmo com toda a divisão interna do STF, que reflete a crise do regime político golpista, não é possível alimentar a crença que haja um desenlace positivo do julgamento. Lula apontou o caminho. Ele quer a sua liberdade plena! A palavra-de-ordem central é mobilizar o povo pela Liberdade de Lula e isso não será feito em pequenos atos, em dias de votação, na porta do STF. Se a esquerda, a começar pelo próprio PT querem, de fato, “Lula-livre”, isso só pode se dar por uma grande mobilização popular, que coloque a militância, as dezenas de milhões de brasileiros que apoiam Lula, nas ruas. Nesse sentido, o ato do dia 27 em Curitiba cumpre um papel fundamental no caminho de uma grande mobilização nacional. Um ato expressivo apontará no sentido de uma campanha em defesa da liberdade de Lula de um ponto de vista independente, ou seja, por fora da crença que Lula será solto “por uma tomada de consciência” do Judiciário, mas apenas na força da mobilização das amplas massas. Portanto, dia 27 de outubro, no aniversário de Lula, todos a Curitiba!
COLETA DE ASSINATURAS
Mutirões são o principal instrumento de convocação do dia 27 Os mutirões são realizados duas vezes por semana para colher assinaturas pela liberdade do expresidente Lula A campanha nacional realizada pelos militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e dos Comitês de Luta Contra o Golpe de recolher assinaturas pela liberdade de Lula em mutirões semanais tem se destacado como a principal forma de mobilização, agitação e propaganda pela libertação do ex-presidente. Até o momento, mais de 30 mil assinaturas foram colhidas nesses mutirões. Não apenas a população tem assinado, mas de maneira animada, demonstrando de forma contundente e enfática a disposição em lutar para que o ex-líder operário saia da prisão onde foi jogado de modo completamente ilegal. Os mutirões são realizados todos os domingos em todo o território nacional, desde as capitais dos estados até cidades pequenas. Em feiras, praças, comércios, locais de grande movimentação de pessoas, há militantes nos domingos colhendo assinaturas.
Às quartas-feiras, os militantes também começaram a realizar mutirões nas universidades públicas do Brasil inteiro, para reforçar essa campanha de massas. Eles foram fundamentais para a convocação do ato nacional do último dia 14 de setembro em Curitiba, no qual mais de mil pessoas viajaram de todas as partes do Brasil para demonstrar o repúdio popular aos golpistas e a vontade geral da população pela liberdade do ex-presidente Lula. Aquele foi apenas o primeiro de muitos grandes atos que devem (que precisam) ser organizados pela esquerda. Já está marcado, inclusive, o segundo grande ato, também na capital paranaense. No próximo dia 27 de outubro, milhares de pessoas se deslocarão das mais diversas regiões do País para exigir novamente a justiça para Lula, que é sua liberdade imediata e anulação de todos os processos
da grande farsa que é a Operação Lava Jato. E os mutirões que o PCO e os Comitês de Luta Contra o Golpe estão realizando são, novamente, o principal instrumento de convocação para esse ato, que promete ser muitas vezes maior do que o ato do dia 14. Todos os militantes do PCO, dos Comitês e da esquerda que luta pelos direitos democráticos e contra o golpe devem participar ativamente dos mutirões. Devem colher as assinaturas, distribuir os panfletos convocando o ato, e todos os materiais já produzidos pela campanha de liberdade do ex-presidente Lula. É preciso, também, conjuntamente, convidar a população a participar das caravanas para Curitiba, a fim de que o ato do dia 27 seja uma grandiosa demonstração de força das massas populares e proletárias que faça tremer a burguesia e o governo golpista e ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro.
4 | ATIVIDADES DO PCO
PROGRAMA DE TRANSIÇÃO
Escola Marxista: dezenas de cursos realizados, mais de 300 marcados Texto de Trótski estudado no curso apresenta o programa para a revolução nos dias de hoje Até o começo de dezembro o PCO estará realizando mais uma Escola Marxista, dessa vez com um curso sobre o Programa de Transição, Leon Trótski, que consiste no programa para a revolução socialista nos dias de hoje. A aula inaugural do curso foi ministrada por Natália Pimenta no Centro Cultural Benjamin Péret, no dia 29 de setembro, em São Paulo, e está disponível no canal Causa Operária TV no YouTube. Depois dessa aula inaugural, o curso, que oferece uma ferramenta teórica fundamental para a militância intervir politicamente nos acontecimentos hoje, foi levado para dezenas de cidades em todo o país e já foi realizado em mais de 40 locais. Até o começo de dezembro, a Escola Marxista com o tema do Programa de Transição já terá sido realizada em mais de 300 locais. Como participar? Para participar em um dos muitos cursos que ainda serão realizados em todo o Brasil, basta entrar em contato pelo número (11) 96388-6198, ou pelo email pco.sorg@gmail.com. O curso é gratuito e basta comparecer no local em que o curso acontecer na sua cidade, na hora marcada. Caso sua cidade não esteja entre os locais listados para receber o curso, é possível organizar para que o curso seja realizado. Quais são as próximas cidades em que o curso será realizado? A seguir, veja a lista das cidades em que o curso ainda será realizado. Para mais informações sobre a realização do curso em sua cidade, entre em contato pelo número de telefone divulgado acima. Confira os locais dos próximos cursos: 19/10 RS-Gravataí RS-Osório SC-Blumenau SC-Timbó PR-Cascavel SP-Assis SP-Campinas SP-Guarulhos SP-S. Vicente SP-Sorocaba RJ-Natividade RJ-Santo Antônio de Pádua MG-Juiz de Fora DF-Estrutural DF-Valparaíso BA-Cachoeira BA-porto seguro PE-Jaboatão CE-Juazeiro MA-Aldeias Altas 20/10 RS-Canoas RS-Guaporé SC-Brusque SC-Itajaí PR-Ampére SP-Botucatu
SP-Cubatão SP-Itapeva SP-Jundiaí SP-Vargem Grande RJ-Pinheiral RJ-Volta Redonda Montes Claros ES-Iconha DF-FNL (Assentamento Che Guevara) BA-eunapolis AL-Arapiraca PB-Patos RN-Natal 26/10 SP-Américo Brasiliense SP-Barra Bonita SP-Itanhaém SP-Piracicaba SP-Pirassununga RJ-Barra Mansa 9/11 RS-Viamão RS-Rio Grande SC-Imbituba SC-Palhoça PR-Maringá SP-Catanduva SP-Carapicuíba SP-Franca SP-S. J. Rio Preto SP-Taquaritinga RJ-Cabo Frio RJ-Itaboraí MG-Uberlândia DF-Paranoá GO-Jataí GO-Itumbiara BA-eunapolis AL-Palmeira dos Índios PE-Olinda PB-João Pessoa RN-Alexandria 10/11 RS-Gravataí RS-Quaraí RS-Santa cruz
SC-Sombrio PR-Paranaguá SP-Campo Limpo SP-Guará SP-Santo André SP-Vargem Grande Paulista SP-Votorantim RJ-Nova Iguaçu MG- Uberaba DF-Gama (assentamento FNL) GO-Jaraguá GO-Novo Gama BA-porto seguro BA-teixeira de freitas PE-Camaragibe 23/11 RS-Santa Cruz do Sul RS-Triunfo SC-Balneário Camburiu SC-Joinvile PR-Guaratuba SP-Caieiras SP-Cajamar SP-Jabotical SP-Rio Claro SP-Praia Grande RJ-Itaguai RJ-Piraí MG-Conselheiro Lafaiette MG-Ribeirão das Neves DF-Planaltina MS-Aquidauana GO-Porangatu BA-Coribe BA-porto seguro PE-Gravatá PB-Campina Grande RN-Macaiba 24/11 SC-Tubarão PR-Campo Mourão PR-Guarapuava PR-Londrina PR-Matinhos SP-Caraguatatuba SP-Cosmópolis SP-Ilhabela
SP-Reginopolis SP-Suzano RJ-Campos dos Goytacazes RJ-Rio das Ostras MG-Ponte Nova MG-Ouro Preto DF-Ceilândia MS-Dourados MT-Cuiabá BA-Vitória da Conquista PE-Ocupação PE-Santo Agostinho RN-Parnamirim 30/11 RS-Porto Alegre RS-Santa maria SC-Florianópolis PR-Curitiba PR-Pontal do Paraná SP-Jandira SP-Pindamonhangaba SP-Lençóis Paulista RJ-Capital MG-BH ES-Vitória DF- Brasília (Plano Piloto) MS-Campo Grande GO-Anápolis BA-Salvador AL-Coruripe PE-Recife CE-Fortaleza PI-Teresina 01/12 RS-Novo hamburgo RS-Sapucaia do Sul PR-Paranaguá RJ-Teresopolis MG- Contagem MG-Nova Serrana ES-Linhares GO-Goiânia BA-Feira de Santana AL-Maceió SE-Aracaju MA-São Luís
ATIVIDADES DO PCO | 5
A REVOLUÇÃO QUE AINDA INSPIRA
Curso: Rui Costa Pimenta explica tudo sobre a Revolução Chinesa A China, com sua história milenar, conheceu pelo menos 3 momentos revolucionários no século XX. A revolução de 1949 continua a nos ensinar. Participe de nosso curso. A China tem uma história que remonta ao Período Neolítico, quando agricultores estabeleceram-se no vale do rio Amarelo (Huang-Ho). Já em torno de 3.000 a.C., temos notícias da presença de comunidades agrícolas sofisticadas no atual território chinês e, por volta de 1600 a.C., será constituída a primeira dinastia chinesa – a Shang. Foram necessários mais de 3000 anos para que a estrutura dinástica tivesse fim. Aquela que é considerada a primeira Revolução Chinesa ocorreu em 1911, e pode ser chamada de uma revolução republicana, mas não verdadeiramente proletária. Nesse momento, a última dinastia chinesa, a Qing, foi derrubada por um movimento armado e altamente organizado, com financiamento do exterior e uma ideologia baseada no nacionalismo republicano. Essa “revolução republicana” estourou em 10 de outubro de 1911, em Wuchang, capital da província de Hubei, e foi precedido por numerosas revoltas abortivas e protestos organizados dentro da China. Em 12 de fevereiro de 1912, a então criança imperadora, de 6 anos, da dinastia Qing, abdicou do trono e, assim, encerrou-se mais de 2.000 anos de domínio imperial na China. Em 10 de março, em Pequim, Yuan Shikai foi empossado como presidente provisório da (nova) República da China. Para muitos, a primeira Revolução Chinesa, verdadeiramente proletária, teria iniciada em 1925, mas, por divergências quanto ao sentido das políticas de Stalin e Bukharin, dirão alguns, ela foi literalmente abortada e o Partido Comunista Chinês foi dissolvido.
Os erros das lideranças comunistas teria sido responsável por uma derrota catastrófica em 1927, com o massacre dos comunistas em Xangai – organizado por Chiang Kai-shek, um ‘democrata’ burguês. Por outro lado, avalia-se que o posterior esmagamento da classe trabalhadora chinesa foi determinante para o formato que viria a tomar a Revolução de 1949. Os remanescentes do Partido Comunista teriam fugido para o interior, onde começaram a organizar a guerrilha, tendo como base o campesinato. Isso mudaria de forma absoluta o curso da Revolução.
Em 1 de outubro de 1949, o líder comunista chinês Mao Zedong declara a criação da República Popular da China (RPC). O anúncio marca o fim da guerra civil no país, que teve como protagonistas principais o Partido Comunista Chinês (PCC) e o Partido Nacionalista (Kuomintang) (KMT), e que explodiu como um conflito de larga escala logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Que processo foi capaz não só de obter sucesso na derrota da burguesia chinesa, mas ocorrendo no país mais populoso do mundo, um país atrasado, levou a China a ter hoje o
papel relevante que tem na economia mundial, de forma a influenciar a política de todos os países do mundo? Para compreender o que levou ao sucesso da Revolução Chinesa, e o que mantem a China governada por um partido comunista, por 70 anos, é que o Partido da Causa Operária vai oferecer, entre os dias 28 de outubro e 3 de novembro, o curso “70 anos da Revolução Chinesa”, a ser ministrado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO. Essa é uma atividade que compõe o próximo período de formação política, para militantes e simpatizantes do Partido da Causa Operária. As aulas acontecerão no auditório Centro Cultural Benjamin Péret, em São Paulo, localizado na rua Serranos, 90, próximo ao metrô Saúde, mas também serão transmitidas pela Causa Operária TV. Os interessados no curso podem se inscrever e assistir presencialmente ou pela internet (podendo assistir nas sedes do PCO em outras cidades e estados, em companhia de outros companheiros). O curso será transmitido de forma gratuita, mas o material de apoio (a apostila com textos etc), será cobrado junto com a adesão ao curso, no valor de R$ 75. Os membros da COTV têm desconto: pagarão R$ 50 pelo material. Para mais informações e inscrições, entre em contato enviando um e-mail à pco.sorg@gmail.com ou uma mensagem pelo WhatsApp (11 963886198, Vivo) para ter acesso a todos os materiais.
6 | POLÍTICA
EX-ASTRÓLOGO
Olavo de Carvalho faz chamado para um golpe militar A ameaça de Olavo de Carvalho não pode ser encarada como uma excentricidade de um velhinho foragido do hospício, é parte de uma investida da direita em toda a América do Sul Olavo de Carvalho, o guru de Jair Bolsonaro, foi ao Twitter pedir um golpe militar. Direto dos EUA, o ex-astrólogo publicou um texto afirmando o seguinte: “Só uma coisa pode salvar o Brasil: a união indissolúvel de povo, presidente e Forças Armadas”. Um claro chamado para que os bandoleiros de extrema-direita, que o Rasputin bolsonarista chama de “povo” embora cheguem a no máximo cerca de 10% da população, passem a apoiar e se mobilizar por um golpe militar em defesa de Bolsonaro. Esse é o sentido de “união indissolúvel de povo, presidente e Forças Armadas”, no momento em que o governo está quase caindo de podre, afogado em suas próprias contradições e na crise interna da extrema-direita. A ameaça é real A ameaça de Olavo de Carvalho não pode ser encarada como uma excentricidade de um velhinho foragido do hospício. O “professor” é um importante agente de aglutinação e agitação da extrema-direita no Brasil. Trata-se de uma investida real da extrema-direita em direção a um golpe de Estado feito de forma aberta. E essa não é a primeira vez que bolsonaristas aparecem com ameaças desse gênero.
Em entrevista para a TV, Bolsonaro já defendeu que o Congresso teria que ser fechado e que seria necessário “matar 30 mil”. Uma semana antes do segundo turno nas eleições do ano passado, o golpista afirmou que mandaria toda a esquerda para a “ponta da praia”, uma referência às execuções na ditadura militar. Durante aquela mesma campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que iria “metralhar a petralhada”, divertindo-se com a ideia de um genocídio político para exterminar a oposição. Pela mesma época, Eduardo Bolsonaro, filho do golpista ilegítimo, falou que para fechar o STF bastariam um cabo e um soldado.
Já no governo, Bolsonaro fez repetidos elogios a ditadores latino-americanos, como o paraguaio Alfredo Stroessner e o chileno Augusto Pinochet. Não se tratava de afirmações afrontosas feitas pelo mero gosto de provocar. São ameaças concretas, apontando regimes autoritários como um modelo a ser seguido pela extrema-direita no governo. Especialmente em um cenário em que a política nacional já está em grande medida sob o domínio de militares, com o STF sob tutela e com o general Eduardo Villas-Bôas fazendo mais uma ameaça ao tribunal. Nesse ponto é oportuno lembrar as palavras de outro general sobre um possível golpe militar. Em 2017, o então general Hamilton Mourão, hoje vice-presidente, deu uma palestra para a Maçonaria em que afirmou que o Exército agiria na política por “aproximações sucessivas”, rumo a um golpe militar. Cenário internacional Além de todas essas declarações que mostram as intenções da extrema-direita de realmente dar um golpe militar, há ainda a evidência fornecida pelo cenário internacional. Ainda essa semana o presidente
da Bolívia, Evo Morales, denunciou uma tramoia em seu país entre militares que pretendiam dar um golpe, capturada em uma escuta. No Equador, Lenín Moreno colocou as forças armadas nas ruas para esmagar a população que se revoltou com seu programa político de submissão ao FMI. São dois exemplos contundentes, entre outros exemplos possíveis na região, de que a direita ligada ao imperialismo está em preparação para estabelecer uma série de regimes militares. É preciso reagir rápido Apesar do imenso perigo que ronda hoje o País, contra a população, contra os trabalhadores, há uma grande tendência à mobilização contra o governo golpista que deve ser aproveitada o quanto antes. É hora de levantar nas ruas as palavras de ordem que confrontam o regime político e podem levar à derrota do golpe e da direita. É hora de levantar o Fora Bolsonaro! e Liberdade para Lula! Dia 27 será realizado um grande ato em Curitibas para defender a liberdade do ex-presidente, preso político há 559 dias. É preciso tomar a cidade e exigir a liberdade do líder petista. Todos a Curitiba dia 27! Liberdade para Lula!
A REBOQUE DOS GOLPISTAS
O amor do Psol pela extrema-direita não tem fronteiras O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) tirou uma foto em que David Miranda (PSOL-RJ) aparece sorrindo ao lado do golpista Alexandre Frota (PSDB-SP). Na última quarta-feira (16), o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) divulgou, em seus perfis nas redes sociais, uma foto em que aparece sorrindo ao lado do também deputado federal David Miranda (PSOL-RJ). A foto, que foi tirada pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), chamou bastante atenção, uma vez que Miranda e Frota estariam atuando, supostamente, em campos opostos da política nacional. Alexandre Frota, que se tornou uma sub-celebridade devido a sua carreira como ator da indústria pornográfica, foi um dos principais cabos eleitorais do fascista Jair Bolsonaro, hoje presidente da República. Frota iniciou sua carreira como deputado no mesmo partido que Bolsonaro – o PSL – e fez intensa campanha em favor do golpe de Estado de 2016. Já David Miranda é filiado ao PSOL, que se autointitulou como “partido número 1 na resistência ao governo Bolsonaro”, e assumiu o mandato de deputado federal após seu colega de legenda, Jean Wyllys, decidir fugir do país por se sentir ameaçado pela extrema-direita. O aparente paradoxo, no entanto,
não passa de uma política do PSOL, que tem em Marcelo Freixo o seu principal propagandista. Há muito tempo, em nome da “arte de dialogar”, o PSOL vem se aproximando e até mesmo defendendo a extrema-direita nacional. Veja abaixo alguns casos: 1 – “Tchelo e Jana” Em um dos casos mais escandalosos da aproximação do PSOL com a extrema-direita, Marcelo Freixo, que é um dos principais dirigentes nacional do partido, decidiu participar de uma entrevista junto com a fascista Janaína Paschoal, que foi a autora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. Na entrevista, ambos chegaram a trocar elogios. 2 – Chico beija-mão Outro dirigente histórico do PSOL, Chico Alencar, não teve qualquer pudor em indicar à sua base a política de colaboração com a direita que defende. Em 2017, Alencar beijou a mão do então senador Aécio Neves e falou que o PSDB não era tão corrupto co-
mo o PMDB. Na época, o PSDB era o principal partido do golpe e responsável pela organização da extrema-direita nacional. 3 – Heloísa Helena de Calcutá Nas eleições presidenciais de 2006, o PSOL lançava seu primeiro candidato a presidência da República: a alagoana Heloísa Helena. Impulsionada pela burguesia, a psolista alcançou milhões de votos. A que troco? Helena se tornou a principal liderança de uma campanha ultra-reacionária, a campanha pela criminalização do aborto. 4 – Frente única pelo fim do foro privilegiado No início de seu mandato, o deputado federal David Miranda, que apareceu ao lado de Alexandre Frota na foto, declarou que gostaria de trabalhar junto com Carlos Bolsonaro pelo fim do foro privilegiado. O fim do foro é um dos objetivos da direita golpista, que procura criar condições para que o imperialismo esmague seus inimigos com maior eficiência.
O “amor” que não salva A política de aproximações com a extrema-direita é inevitavelmente desastrosa. Afinal, por mais que o PSOL esteja disposto a “dialogar” com a extrema-direita, a burguesia não quer diálogo algum com a esquerda. Assim que tiver a oportunidade, os golpistas que hoje são afagados pelo PSOL puxarão seu tapete. Aconteceu, por exemplo, com Marcelo Freixo, que pouco depois de aparecer em uma entrevista com Janaína Paschoal, a viu ir a público dizer que a esquerda era “maldade e ditadura”. A única maneira de fazer com que os trabalhadores tenham suas reivindicações atendidas pelo regime golpista é por meio da mobilização popular. Em vez de “amar” e “dialogar” com a direita, é necessário derrubar imediatamente o governo Bolsonaro e todos os golpistas.
POLÍTICA, POLÊMICA E ECONOMIA | 7
VELHA POLÍTICA
Bolsonaro oferece favores para filho ser líder do PSL Bolsonaro articulou para derrubar a liderança do Delegado Waldir e colocar seu filho na liderança do PSL na Câmara de Deputados. A campanha de Bolsonaro contra a velha política não passa de demagogia. Na noite desta quarta-feira (16), a Revista Época e a Cruzoé divulgaram um áudio de Bolsonaro em que ele oferece favores e articula com deputados votos a favor de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para que o este se torne líder do PSL na Câmara. A gravação é um telefonema do presidente ilegítimo com um interlocutor, antes de a ala fiel ao presidente no partido protocolar uma lista de assinaturas para destituir o Delegado Waldir (PSL-GO) da liderança e colocar o filho de Bolsonaro no lugar. No áudio, Bolsonaro afirma: “Estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder, e colocar o outro. A gente acerta. Entrando o outro
agora, dezembro tem eleições para o futuro líder. A maneira como tá, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? O poder de indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições, é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras de uma hora para a outra muda”, “Numa boa, porque é uma medida legal… Eu nunca fui favorável à lista não, sou favorável a eleição direta, mas no momento você não tem outra alternativa, só tem a lista”. Bolsonaro disse que ligou para deputados insatisfeitos de seu partido: “Aqui tem 25 (assinaturas) , já falei com o (deputado General) Peternelli, vou ligar para outras pessoas. Até quem sabe que passe aí de uns números… Se fechar agora, já tem o suficiente”.
DESIGUALDADE ALARMANTE Metade do País vive com R$ 413 ou menos Renda do 1 % mais rico é 34 vezes maior que dos 50 % mais pobres A nova Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) dá conta de que a desigualdade social no Brasil aumentou e alcançou o seu recorde histórico desde que o levantamento começou a ser realizado, em 2012. De acordo com o estudo, em 2018 metade da população (104 milhões) recebia apenas R$ 413,00 por mês. Isso, considerando todas as fontes de renda. Além disso, 10,4 milhões de brasileiros (o equivalente a 5% da população) tentava sobreviver com escandalosos e dignos de revolta R$ 51,00. Os 30% mais pobres do País – 60,4 milhões de pessoas – tinham uma renda média individual de míseros e vergonhosos R$ 269,00. Algo para desencadear uma revolta geral dos explorados. Enquanto isso, o 1% mais rico da população (2,1 milhões de pessoas) – conta com uma renda média de R$ 16.297,00 (estando a pequena-burguesia inclusa nessa faixa). Assim, o 1% mais rico (que não inclui apenas a burguesia) ganhava quase 40 vezes mais do que os 50% mais pobres, metade da população. Essa desigualdade aumentada tem relação direta com o golpe de Estado e a situação calamitosa que na qual a direita jogou o Brasil. De 2017 para 2018, a renda per capita dos 5% mais pobres sofreu uma queda de 3,8%, enquanto a dos 1% mais ricos aumentou 8,2%. Como diz a música “Xibom Bombom”, “o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre”. É exatamente isso: os governos da direita, ainda mais em uma conjuntura de crise capitalista mundial, são impostos pela burguesia para que o de cima suba e o de baixo desça – parafraseando a mesma música. Como exemplo a ser citado, até mesmo pela própria agência de notí-
cias do IBGE, estão os programas sociais do governo do PT, que têm sido sistematicamente atacados e destruídos por Temer e agora por Bolsonaro. O Bolsa Família atendia 15,9% de domicílios em 2012 e, em 2018, passou a atender somente 13,7%. Essa é a exata política da direita, atendendo ao objetivo da burguesia e do imperialismo de saquear o País, destruindo todos os direitos da classe trabalhadora, incluindo seu direito a um salário digno (coisa que os brasileiros nunca tiveram). De acordo com o próprio Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ser de cerca de R$ 5.000,00. Entretanto, como mostrou a última Pnad, metade da população recebe menos da metade do salário mínimo atual que já é absurdamente risível, de R$ 998,00. O capitalismo em fase de total degeneração suga o fruto do trabalho, os direitos e a vida da classe operária, um sistema voltado cada vez mais para salvar os lucros da burguesia em decadência por meio da força. Por isso o imperialismo instalou no poder no Brasil o fascista Jair Bolsonaro, cuja missão é levar a fome e a miséria a todo o povo brasileiro, diminuindo cada vez mais seu salário, sua renda e todos os seus direitos, para entregar o País de bandeja para seus patrões, os grandes monopólios internacionais. Contra o absurdo que é um trabalhador ganhar R$ 51,00 por mês, ou mesmo R$ 269,00 ou mesmo R$ 413,00… ou mesmo R$ 998,00, é preciso colocar abaixo o governo ditatorial de Bolsonaro e todo o regime golpista, recompor os direitos da classe operária e colocar um governo dos trabalhadores no poder.
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
8 | POLÊMICA
MISTURANDO ÁGUA E AZEITE
Para ex-deputado do PSOL, fascista Mises não é incompatível com Marx “Esquerdista” fez um claro embelezamento da teologia ilusionista do teórico liberal e nazista exaltado pelos bolsonaristas Como relembram as imagens aqui publicadas, a campanha em favor do teologia ilusionista do economista de nacionalidade austríaca e, posteriormente, norte-americana, Ludwing Von Mises (1881-1973), ganhou destaque entre os ultra-reacionário direitistas, defensores do golpe de Estado que, em 2016, derrubou a presidenta Dilma Rousseff para impor ao Resultado de imagem para menos marx mais misesum profundo ataque à economia nacional e fazer retroceder – como nunca – as condições de vida da maioria da população em favor do imperialismo, destacadamente, o norte-americano, um dos principais patrocinadores da operação golpista. Simpatizante do nazismo, Mises é autor de “pérolas” tais como sua tese de que o trabalho humano não produz valor, mas o que produz valor é a máquina. Em um verdadeiro “achado”, chegou à redação desse Diário. o link de uma matéria, de 2016, enviado por um nosso leitor, em que o então deputado estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Edilson Silva, fundador e presidente estadual do PSOL-PE, pelo qual também disputou as eleições para governador (2006 e 2010), para a Prefeitura do Recife (2008)e para o Senado Federal (2018), assinala que “Marx e Mises não são incompatíveis”. Estariam errados, então os “coxinhas” que clamavam por “Menos Marx, Mais Mises”? Segundo Edilson Silva (que recentemente se retirou do PSOL com acusações de perseguição contra ele e seus aliados por parte da direção daquele partido e afirmando que a legenda “tornou-se assim um ambiente tóxico para os que estão desalinhados”), “Mises (sim, ele mesmo), apesar das importantes diferenças existentes com o pensamento socialista, não era um monstro liberal, mas sim um intelectual refinado e radical, no melhor sentido da palavra, a quem a história do século XX conferiu vários consentimentos”. Ao mesmo tempo, o psolista escreveu que “o século XX desautorizou grande parte das experiências que se disseram inspiradas no socialismo científico inaugurado por Marx e Engels“ Em sua “salada”, ele acrescenta que “Marx nunca esteve tão atual como neste século XXI” e chama os militantes da direita fascista que apoiam Mises e da esquerda revolucionária – que se orientam pelo marxismo – de “torcidas organizadas” que, segundo o pseudo marxista (ele se diz marxista, mesmo sem ser capaz de se ater à realidade, ao materialismo, em suas “teses”), “há tempos abdicou da condição de reflexão crítica“. Falsificando a realidade, o fundador e então dirigente do PSOL, afirma que “Lênin patrocinou mais um “encontro” entre Marx e Mises. Em 1921, após perceber que os camponeses não se adaptavam à produção coletiva e voluntária para abastecer as demandas do povo
russo, Lênin elaborou e liderou a implementação da NEP, Nova Política Econômica, que consistia em permitir e incentivar o funcionamento de mecanismos de mercado na economia russa“, ocultando o fato de que o governo soviético adotou a NEP por conta do isolamento da revolução russa, no cenário internacional, que criava profundas limitações para a economia planificada, e que o fazia em caráter provisório, tendo claro que era impossível estabelecer o “socialismo em um só País”, como depois afirmaria o chefe da reação burocrática, Josef Stálin. Mente também quando afirma que “além de “Paz, Pão e Terra” e “Todo poder aos soviets”, a Rússia Revolucionária conheceria mais uma palavra de ordem impulsionada pela cúpula dos bolcheviques: “Camponeses, enriquecei-vos”., apresentando-as como se tivessem sido empregadas todas ao mesmo tempo e como se essa última não fosse o resultado do cerco realizado pelo imperialismo à URSS, inclusive, com a invasão do País por 14 exércitos, para derrotar a jovem república soviética, sem que tivessem sucesso, mas com enormes estragos provocados à vida de milhões de pessoas. Em seu afã de contemporizar com a direita, o psolista reafirma as calúnias dos fascistas, dos nazistas e da imprensa burguesa contra Stalin acusando-o de impor “uma das páginas mais trágicas da história daquele século e talvez da humanidade“. Reforçando a acusação do imperialismo de que Stalin foi pior do que Hitler, a carnificina gerada pelas primeira e segunda guerras mundiais, todas “obras” do imperialismo. Em suas verdadeiras miragens, o “marxista” Edilson vislumbra na NEP da Rússia revolucionária e no keynesianismo, adotado pelo imperialismo na Europa Ocidental, “uma inspiração em comum: encontrar uma economia e uma sociedade livres, que atendesse ao interesse das maiorias sociais”.
Assim depois de ter, de fato, apoiado a ascensão do nazismo e do fascismo contra a classe trabalhadora e a revolução, o imperialismo teria – milagrosamente -se convertido à necessidade de atender “ao interesse das maiorias sociais”. Delírio total! Silva “viaja” por um suposto “encontro entre Marx e Mises”que segundo ele estaria “levando-nos a uma nova consciência social, a uma nova ética inclusive nas relações econômicas”. Isso quando a esquerda e setores que defendem os interesses dos explorados e até mesmo os direitos democráticos do povo brasileiro (mesmo sem ser socialistas ou assim se declararem para ganhar votos) estavam se enfrentando nas ruas, diante da ofensiva direitista para derrubar o governo eleito pela maioria da população brasileira, rasgar a Constituição e impor o maior retrocesso nas condições de vida do povo trabalhador da historia do País, das última décadas. É claro que fez isso tudo (e muito mais) estando em um Partido que não se opôs ao golpe de Estado, que apoiou (e em parte continua apoiando) a criminosa operação lava jato, em nome desses supostos interesses comuns entre a direita e a “esquerda”. Parafraseando o nome do seu partido, Silva encerra o texto afirmando que “Socialismo com liberdade é assim!”. Esclarecedor das posições oportunistas e contra-revolucionárias do PSOL, que revela que tipo de políticos pequeno burgueses que dominam o PSOL (ou disputam o seu domínio), bem como a canina política de conciliação com os direitistas mais reacionários, de gente que – entre tantas tolices – defende que “fome, miséria e extermínio em massa humaniza o ser humano“. Como afirmamos em refutação aos seguidores de Mises no Brasil, aqui nesse Diário, “se o capitalismo levasse a uma progressiva humanização de nossa sociedade, não teríamos hoje a destrui-
ção de países inteiros como a Síria, Iraque e Palestina. Não teríamos a fome e violência social generalizada pelos continentes sul-americano e africano. Não teríamos um golpe atrás do outro, em países como a Honduras, Paraguai e Brasil, gerando mais e mais pobreza, inclusive com emigrações em massa e refugiados por todos os lados, como observamos hoje“. Edilson Silva, os muitos psolistas que acompanham suas idéias e não enxergam (porque não querem) é que não há a menor compatibilidade das teses absurdas de Mises no sentido da “humanização’ do capitalismo, com a as conclusões de Marx a cerca da inevitabilidade do socialismo, como forma de superação da sociedade de exploração do homem pelo Home, de fome e miséria que o atual sistema dominante representa. Da passagem do regime de acumulação dos monopólios, de fome e miséria para a maioria para um regime no qual é suprimida a acumulação de capital, toda a riqueza produzida não tem outro destino que não o de voltar diretamente para a sociedade, ou como incremento dos meios de produção ou diretamente através dos produtos gerados pela própria sociedade em seu benefício. Proporcionando uma situação na qual “ao contrário do que ocorre no capitalismo, os avanços de produtividade geram a necessidade de menores jornadas de trabalho ao mesmo tempo que levam a uma sociedade cada vez mais rica“. O ex-deputado e seu ex-partido negam isso por que se opõem terminantemente, de todas as formas, à ideia de que “precisamos da luta da classe revolucionária que é a classe operária para exterminar o capital e a burguesia parasitária da humanidade. Precisamos do socialismo” e defendem um regime de colaboração e convivência com o grande capital golpista e explorador que seja capaz de satisfazer os seus próprios interesses.
INTERNACIONAL | 9
UMA GRANDE DERROTA
Equador: depois do “acordo” vem a repressão O governo continua a perseguir opositores, demonstrando que as lideranças dos protestos erraram redondamente ao aceitar um acordo para desmobilizarem as massas A capitulação das lideranças dos protestos recentes no Equador diante da pressão do governo de Lenín Moreno, com um “acordo” que não beneficia a população, não deteve a forte repressão da ditadura estabelecida pelo presidente traidor. No início da semana, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) aceitou acabar com as gigantescas manifestações populares que duraram de 3 a 13 de outubro, porque o governo cancelou o fim do subsídio estatal aos combustíveis. No entanto, para um movimento insurrecional que pedia a derrubada de Moreno, essa “conquista” absolutamente parcial é, na verdade, uma grande derrota. Tamanha capitulação, todavia, não fez com que o governo diminuísse a repressão brutal que já vinha desencadeando contra os manifestantes e o movimento popular. Segundo dados da Procuradoria equatoriana, 1.192 pessoas foram detidas, 1.340 feridas e oito mortas pela repressão – isso, conforme um órgão institucional, do governo, mas as denúncias dão conta de índices muito maiores para as três categorias. Na madrugada de domingo para segunda-feira (14), as forças policiais prenderam a governadora da província de Pichincha, Paola Pabón. Ela é
um dos quatro integrantes do partido opositor Revolução Cidadã (formado por militantes de esquerda que integravam a Aliança País, então partido do ex-presidente Rafael Correa, e que deixaram a organização após esta ter sido tomada pela direita liderada por Moreno) que foram detidos em meio aos protestos. Os outros são Yofre Poma (dirigente, detido no dia 8), Alexandra Arce (ex-prefeita de Durán, detida no dia 13) e Cristián González (colaborador de Pabón, detido junto com ela).
Além disso, a ex-presidenta da Assembleia Nacional, Gabriela Rivadeneira, teve de pedir asilo e permanecer na embaixada do México em Quito para não ser presa, acusada de terrorismo e instigamento à rebelião. Na última terça-feira, também, quando o “acordo” já havia sido oficializado, os escritórios do Revolução Cidadã foram invadidos pelos agentes do Ministério Público que buscavam o secretário do partido, Virgilio Hernández, e também o marido de Rivadeneira. A repressão vem sendo denunciada
por diversas organizações. Além do próprio Revolução Cidadã, o Grupo de Puebla (formado por líderes progressistas da América Latina e da Europa) pediu na quarta-feira o fim “imediato” da repressão contra dirigentes da oposição. Seu conselho assessor para temas jurídicos denunciou que o governo busca criminalizar “a oposição política e os líderes sociais”. “O governo deve deter o uso seletivo e arbitrário do direito contra líderes políticos, indígenas e sindicais e proceder à libertação dos detidos”, concluiu. A CONAIE também tem denunciado a repressão. No entanto, ela é responsável indireta por isso, porque o acordo que fez com o governo dividiu o movimento popular, desmobilizando a insurreição e facilitando justamente a repressão seletiva do governo. Moreno está impondo uma ditadura no Equador e a única força capaz de deter e derrotar isso é a mobilização popular. Os trabalhadores e as massas populares continuam totalmente insatisfeitas com o governo e querem a sua queda. Precisam passar por cima das direções capituladoras e continuar a luta radicalizada que estavam travando, em direção ao Fora Moreno, para derrotar a repressão formando comitês de autodefesa e lutando por seu armamento – como já vinham esboçando ao sequestrarem militares e utilizarem lanças como proteção.
DITADURA DA ESPANHA
Catalunha em chamas: todo apoio à independência Unidade territorial da “Espanha” é artificialmente mantida sob uma brutal ditadura que oprime as nacionalidades dentro de seu território saiu às ruas, evitando a independência à força, com respaldo de uma decisão do mesmo Supremo Tribunal que agora condena os independentistas. Extrema-direita
Segunda-feira (14) o Supremo Tribunal espanhol condenou 9 líderes independentistas da Catalunha a penas que vão de 9 a 13 anos de prisão, sob a acusação de sedição. A pena maior, de 13 anos, foi para o ex-vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras. Desde então, a Catalunha passou por quatro noites seguidas de protestos e se prepara para continuar hoje. Na noite de quarta-feira (16), houve uma repressão intensa aos manifestantes da parte da polícia espanhola. Pelo menos 97 pessoas foram detidas, segundo dados da polícia. O aeroporto
de Barcelona foi tomado pelos manifestantes, e 42 voos foram cancelados. Na quinta-feira, estradas e trens amanheceram bloqueados, enquanto os protestos se espalhavam por toda a Catalunha. Ditadura espanhola Em 2017, a população da Catalunha decidiu por meio de um referendo tornar-se independente da Espanha. O governo central, no entanto, à época com Mariano Rajoy, do Partido Popular, à frente, ordenou uma intervenção no país e reprimiu a população que
Como em outros países da Europa, na Espanha também há uma ascensão da extrema-direita, que começa a tomar espaços institucionais por meio do crescimento eleitoral. É um sintoma de desagregação do regime político, acompanhado pelo declínio dos partidos tradicionais. No caso da Espanha, um dos fatores de mobilização da base dessa extrema-direita é justamente a opressão das nacionalidades esmagadas pela opressão espanhola. É uma pauta típica da extrema-direita franquista. Durante os protestos na Catalunha, além da opressão policial, os manifestantes têm sido alvo de ataques de grupos fascistas. Crise do imperialismo Há uma série de sinais de desagregação no território da União Europeia,
que expressa a crise da burguesia imperialista na região, resultado da grande recessão de 2008, em que se abriu uma nova etapa da crise capitalista. Além da ascensão da extrema-direita, outro sinal é a desagregação do próprio território dos países imperialistas. Por muito pouco a Escócia não decidiu pela independência do Reino Unido em 2014. Agora o próprio Reino Unido deixa a União Europeia por meio do Brexit. Na “Espanha”, essa crise aparece com um novo ímpeto separatista das nacionalidades oprimidas dentro do território “espanhol”, como uma crise de uma unidade territorial artificial mantida à força por uma ditadura. Todo apoio à independência da Catalunha! A reivindicação nacional do povo catalão é democrática, legítima e consiste em uma reação à opressão do imperialismo espanhol. É uma luta que merece toda a solidariedade dos trabalhadores em todo o mundo. todo apoio à independência da Catalunha!
10 | INTERNACIONAL
OS GOLPISTAS NÃO CANSAM…
Maduro denuncia novos protestos contra ele O presidente Maduro denunciou que a oposição planeja realizar ações violentas contra o povo venezuelano Nessa quarta-feira (16), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou que a oposição planeja realizar protestos violentos no mês de novembro. Os protestos, que em 2014 e 2017 ficaram conhecidos como “guarimbas”, é uma ação planejada e incentivada pelos grandes imperialistas, principalmente pelos EUA. Só em 2017 o saldo foi de centenas de mortos e feridos. O objetivo da ação é derrubar o presidente Maduro, reeleito com quase 70% dos votos. Mesmo com a vitória do presidente que representa os interesses da maioria da população venezuelana, a crise política parece não ter fim no país, já que o imperialismo
não aceita que parte significativa da produção mundial de petróleo esteja nas mãos de um governo nacionalista apoiado pelos trabalhadores. Maduro anunciou que deve tomar as medidas necessárias contra essa oposição fascista que está promovendo ações violentas contra o povo. “Eles devem esperar a prisão” disse o presidente venezuelano. Como estamos vendo, no mundo todo, opositores ao imperialismo estão sendo ameaçados de Golpe de Estado. Para conseguir exercer o domínio dos países atrasados, os golpistas usam essa tática já bem conhecida, invadem, matam, fazem um completo terror no país.
FRAUDE A VISITA
Argentina, nas vésperas da eleição, está sem pesquisas eleitorais Burguesia argentina impede a realização de pesquisas eleitorais nas vésperas das eleições. No momento a população não sabe quem poderá ganhar, abrindo espaço para uma enorme fraude Vítima da onda de golpes dados pelo imperialismo em toda América Latina, a Argentina foi um dos primeiros grandes países a serem levados ao caos econômico e social devido a política de destruição nacional e subserviência aos grandes capitalistas estrangeiros. Tal crise culminou na enorme queda, da já pequena, popularidade do governo neoliberal de Macri, financiado pelo imperialismo, agindo contra o povo argentino. Se a política de Macri foi capaz de por o país em uma situação de calamidade, era de se esperar que a reação popular não demoraria a vir. Já no meio de seu governo, Macri, o queridinho da imprensa capitalista e figura de inspiração da extrema direita, viu se formar uma revolta dos trabalhadores que se espalhou por toda Argentina. Seu governo estava na lona, tendo que recorrer ao FMI como forma desesperada de se manter economicamente, enquanto o mesmo significava o aumento da exploração do povo. O desenvolvimento da situação, deixou evidente que o povo argentino não suportava mais Macri, algo bem parecido com o que ocorre hoje com o governo Bolsonaro. Porém, as direções de esquerda resolveram postergar a luta para as eleições, atrasando a mobilização dos
trabalhadores e jogando todas as fichas em algo que tem tudo para ser fraudado. Inicialmente, devido a enorme pressão popular, Cristina Kirchner tornou-se novamente a principal candidatura da esquerda, uma contraposição ao macrismo. No entanto, sua candidatura foi duramente atacada pela burguesia argentina, e por fim, veio a desistir de ser a cabeça da chapa, colocando Alberto Fernández, representante de uma ala direitista do peronismo, como candidato à presidência.
Devido a grande crise em que o governo Macri se encontrava, todas essas manobras da burguesia não foram o suficiente para impedir que a chapa de oposição tornasse de longe a favorita a ganhar o cargo. Ao chegar as primárias, Fernández saiu com uma vitória acachapante sobre Macri, tendo todas as espectativas voltadas a sua suposta eminente vitória. Porém, a burguesia argentina não está disposta a ceder um único espaço no governo para uma política que não seja a desejada pelo imperialismo.
Por isso, em pleno auge das eleições nacionais, foram completamente abolidas as pesquisas de opinião, uma forma descarada de se impedir que fique a mostra a grande falta de popularidade do governo Macri. Esses tipos de pesquisa, como muito já denunciado neste jornal, sempre representaram uma tentativa fraudulenta da se influenciar os resultados eleitorais, justificando fraudes e interferindo nas escolhas da população. Contudo, se estamos em um ponto onde estas ferramentas de manipulação não estão sendo nem usadas pela burguesia, significa que a distância entre os dois candidatos é tão grande, que mesmo as fraudando, o resultado não teria como ser diferente, apontando uma enorme vitória de Fernández sobre Macri. Agora, com esta modificação, as eleições argentinas encontram-se em um estágio de suspense. É claro que a oposição é muito favorita a ganhar, porém, está ainda mais fácil da burguesia fraudar o processo eleitoral, pois não há mais nenhuma base de referência que indique a vitória de um ou do outro, neste momento, fica ainda mais difícil de saber quem que irá sair na frente quando as urnas abrirem e até que ponto a burguesia poderá agir em cima.
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HISTÓRIA E TEORIA | 3
POSTO PARA CORRER
18/10/2003: povo boliviano expulsa presidente neoliberal do país Presidente neoliberal e capacho dos EUA é colocado para correr pelo povo boliviano que não aguentava mais o desmonte do estado. A Bolívia vinha de um período de vários governos neoliberais, como o governo de Gonzalo Sánchez de Lozada y Sánchez Bustamante (1993-1997) que privatizou praticamente todas grandes indústrias de minério do país, de Hugo Banzer (1997-2001) que privatizou a água dos Bolivianos, gerando uma imensa revolta e de Jorge Fernando Quiroga Ramírez (2001-2002) que já vinha enfraquecido pela queda de Hugo Banzer, mas tentava vender o gás boliviano descoberto na década de 1990. A tentativa de privatização total do gás recentemente descoberto, assim como o que vem acontecendo com o petróleo do pré-sal brasileiro, aumentou a polarização do país que recentemente havia revertido a privatização da água durante o governo de Hugo Banzer. Para não ser derrubado e poder tentar se eleger em futuras eleições, Fernando Quiroga deixou para o governo futuro a construção de um gaseoduto em direção ao Chile, para que de lá o gás fosse vendido aos EUA e ao México. Essa verdadeira entrega do gás manteria o país em uma pobreza extrema, pois o tipo de contrato feito faria a Bolívia ficar com 18% de lucro sobre o gás, o que representaria um ganho de mais ou menos 180 milhões de dólares por ano. Após as eleições de 2002, o candidato vitorioso foi Gonzalo Sánches de Lozada, que já havia sido presidente. Apoiado pelo imperialismo dos EUA, decide construir o gaseoduto sem grandes alardes, para não mobilizar a população. Junto a isso, cria todo um planejamento militar para enfrentar a população em caso de revolta e impedir uma nova vitória como a que havia ocorrido em 2000 por parte da população. O governo inicia seus planos de desmonte e, em setembro, cria um imposto sobre os salários, o que leva a polícia a ser contra a medida, gerando um conflito contra as forças armadas e que faz com que Lozada volte atrás e perca apoio político. Logo em setembro e outubro, sobre suspeita de que a construção do gaseoduto ao Chile aconteceria, o que nunca era negado pelo presidente, a população começa a se mobilizar e a realizar greves, tendo a cidade de El Alto muita importância na Mobilização. A população dessa cidade bloqueou sua ligação com La Paz, seguida de outras cidades. Como resposta, o presidente
usou a repressão das forças armadas. No dia 13 de outubro, sobre a justificativa de levar ajuda humanitária à cidade de El Alto, pois o governo havia cortado o abastecimento de insumos da cidade, militares começam a atirar sobre a população, de helicóptero (ao modo do governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Witzel) e nas ruas. A população responde à violência com paus, pedras e demais ferramentas. Durante à ofensiva dos militares contra a população, uma criança de 5 anos que sai à rua é assassinada friamente por um tiro de fuzil. O país explode e a mobilização aumenta, com greves gerais e participação de grupos e partidos políticos de esquerda, levando o o presidente neoliberal a renunciar em 17 de outubro de 2019, fugindo para a terra de seus patrões, os EUA, no dia 18. O vice-presidente Carlos Mesa assume e, em 2005, como tentativa de conter a mobilização popular, propõe uma assembleia constituinte com um referendum sobre a capitalização de mais impostos para o país sobre o gás. A burguesia nacional se opõe a isso, dizendo que gostariam de manter o lucro do estado em 18%.
Ao mesmo tempo, os grupos de esquerda, em que se sobressai Evo Morales, aponta que o caminho é a estatização total do gás natural. Carlos Mesa, assim como o último governo, já havia chegado ao governo destruído pela mobilização popular, mas ainda assim tentou levar uma política neoliberal, gerando uma segunda guerra do gás em 2005, que o depôs. Nas eleições de 2005 a população elege Evo Morales com mais de 50% dos votos, uma vitória historica pois constitui pela primeira vez um governo sem necessidade de alianças com outros partidos, o que leva Evo e a população boliviana à vitória, nacionalizando o gás boliviano. A situação da Bolívia, assim como as mobilizações atuais no Equador, são exemplos para a situação brasileira. Os ataques que o governo fascista e ilegítimo vem fazendo à população brasileira só podem ser contidos na mobilização que vise a sua derrubada. O medo de que um governo pior possa vir não é desculpa, pois o caso boliviano nos mostra como os governos vindos após intensa mobilização da classe trabalhadora, e que tenham
a mesma intenção de promover ataques aos direitos da população, não tem possibilidade de levar uma política neoliberal. Os Bolivianos derrubaram Hugo Banzer, o governo de seu vice não conseguiu fazer as reformas pretendidas deixando-as nas mãos do próximo governo, que também foi derrubado, resultando no governo de Carlos Mesa que não conseguiu levar a política neoliberal para a frente, o que resultou no governo de Evo. Agora, o presidente Evo Morales está prestes a se reeleger. Porém, deu uma entrevista na qual indica que esteja em curso outro golpe de estado planejado pelos EUA caso sua reeleição seja confirmada( Você pode acompanhar sua declaração aqui no Diário Causa Operária.). Por isso é de extrema importância que nós, no Brasil, lutemos contra o golpe de estado local, colocando Bolsonaro para correr como fizeram nossos irmãos bolivianos e libertando o companheiro Lula, que está preso como parte do golpe. Caso deseje mais informações sobre os processos políticos que resultaram hoje no governo de Evo Morales e que fazem da Bolívia o país que mais cresce na América Latina
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12 | HISTÓRIA E TEORIA
TRANSFORMAR O MUNDO!
Teses sobre Feuerbach, por Karl Marx A principal insuficiência de todo o materialismo até aos nossos dias é que as coisas são tomadas apenas sobre a forma do objeto mas não como atividade sensível humana.
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A principal insuficiência de todo o materialismo até aos nossos dias – o de Feuerbach incluído – é que as coisas [der Gegenstand], a realidade, o mundo sensível são tomados apenas sobre a forma do objeto [des Objekts] ou da contemplação [Anschauung]; mas não como atividade sensível humana, práxis, não subjetivamente. Por isso aconteceu que o lado ativo foi desenvolvido, em oposição ao materialismo, pelo idealismo – mas apenas abstratamente, pois que o idealismo naturalmente não conhece a atividade sensível, real, como tal. Feuerbach quer objetos [Objekte] sensíveis realmente distintos dos objetos do pensamento; mas não toma a própria atividade humana como atividade objetiva [gegenständliche Tätigkeit]. Ele considera, por isso, na Essência do Cristianismo, apenas a atitude teórica como a genuinamente humana, ao passo que a práxis é tomada e fixada apenas na sua forma de manifestação sórdida e judaica. Não compreende, por isso, o significado da atividade “revolucionária”, de crítica prática.
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A questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na práxis que o ser humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e o poder, o carácter terreno do seu pensamento. A disputa sobre a realidade ou não realidade de um pensamento que se isola da práxis é uma questão puramente escolástica.
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A doutrina materialista de que os seres humanos são produtos das circunstâncias e da educação, [de que] seres humanos transformados são, portanto, produtos de outras circunstâncias e de uma educação mudada, esquece que as circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres humanos e que o educador tem ele próprio de ser educado. Ela acaba, por isso, necessariamente, por separar a sociedade em duas partes, uma das quais fica elevada acima da sociedade (por exemplo, em Robert Owen). A coincidência do mudar das circunstâncias e da atividade humana só pode ser tomada e racionalmente entendida como práxis revolucionante.
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Feuerbach parte do fato da auto-alienação religiosa, da duplicação do mundo no mundo religioso, representado, e num real. O seu trabalho consiste em resolver o mundo religioso na sua base mundana. Ele perde de vista que depois de completado este trabalho ainda fica por fazer o principal. É que o fato de esta base mundana se destacar de si própria e se fixar, um reino autônomo, nas nuvens, só se pode explicar precisamente pela autodivisão e pelo contradizer-se a si mesma desta base mundana. É esta mesma, portanto, que tem de ser primeiramente entendida na sua contradição e depois praticamente revolucionada por meio da eliminação da contradição. Portanto, depois de, por exemplo a família terrena estar descoberta como o segredo
da sagrada família, é a primeira que tem, então, de ser ela mesma teoricamente criticada e praticamente revolucionada.
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Feuerbach, não contente com o pensamento abstrato, apela ao conhecimento sensível [sinnliche Anschauung]; mas, não toma o mundo sensível como atividade humana sensível prática.
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Feuerbach resolve a essência religiosa na essência humana. Mas, a essência humana não é uma abstração inerente a cada indivíduo. Na sua realidade ela é o conjunto das relações sociais. Feuerbach, que não entra na crítica desta essência real, é, por isso, obrigado: 1. a abstrair do processo histórico e fixar o sentimento [Gemüt] religioso por si e a pressupor um indivíduo abstratamente – isoladamente – humano; 2. nele, por isso, a essência humana só pode ser tomada como “espécie”, como generalidade interior, muda, que liga apenas naturalmente os muitos indivíduos.
O máximo que o materialismo contemplativo [der anschauende Materialismus] consegue, isto é, o materialismo que não compreende o mundo sensível como atividade prática, é a visão [Anschauung] dos indivíduos isolados na “sociedade civil”.
Feuerbach não vê, por isso, que o próprio “sentimento religioso” é um produto social e que o indivíduo abstrato que analisa pertence na realidade a uma determinada forma de sociedade.
O ponto de vista do antigo materialismo é a sociedade “civil”; o ponto de vista do novo [materialismo é] a sociedade humana, ou a humanidade socializada.
A vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que seduzem a teoria para o misticismo encontram a sua solução racio-
Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo.
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nal na práxis humana e no compreender desta práxis.
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Notícia se encontra em qualquer lugar Análise consequente e um plano de ação só no Diário Causa Operária
MOVIMENTO OPERÁRIO | 13
DEMISSÕES NA EMBRAER
Embraer: ocupar a fábrica contra as demissões! Embraer: ocupar a aviação do Brasil, que hoje é da norte-americana Boeing prepara demissão em massa, retomar a greve de setembro com ocupação de todas as suas unidades Em negociação coletiva dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), na última quarta-feira (16), a empresa não ofereceu nada de reajuste salarial e está impondo aos trabalhadores férias coletivas para os dias seis até o dia 20 de janeiro de 2020. A Embraer usa o nome da Boeing Brasil – Commercial que se apoderou de 80% da empresa brasileira. A empresa tinha até 2018 mais de 17 mil trabalhadores e de lá para cá, quase 10%, cerca de dois mil de seus funcionários demitidos. Os trabalhadores da Embraer estão apreensivos diante da situação em que se encontra a empresa comprada pelos abutres norte-americanos da Boeing e temem demissão em massa. Em nota, a empresa informou que o objetivo da paralisação é “implementar a segregação interna do negócio de aviação comercial da companhia,
o qual permanecerá integralmente na Embraer até a obtenção de todas as aprovações das autoridades concorrenciais”. (GGN – 16-10-2019) Os trabalhadores recentemente realizaram uma greve que foi quebrada pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos que é dirigido pelo PSTU/Conlutas. Conforme matéria do Diário Causa Operária online de quinta-feira (17), “no final de setembro deste ano, os trabalhadores da Embraer entraram em greve por aumento real de salário e renovação de todos os direitos da Convenção Coletiva. Tratava-se da primeira paralisação da fábrica nos últimos cinco anos, fruto da pressão das bases operárias, profundamente insatisfeitas com paralisia da direção do sindicato controlado pelo PSTU/ Conlutas. Diante da greve, o comando da empresa convocou a Tropa de
DESTRUIÇÃO DOS CORREIOS
Choque, que prontamente atendeu ao chamado. Logo no segundo dia de greve, dia 25 de setembro, policiais mascarados realizaram um “corredor polonês” para garantir que os trabalhadores pelegos pudessem entrar na fábrica normalmente. Além disso, com a habitual truculência, reprimiram a Assembleia dos trabalhadores que estava sendo realizada no local. Ante tudo isso, qual foi a atitude do sindicato dos metalúrgicos? Simplesmente, suspender a greve e reafirmar a disponibilidade do sindicato em “manter o diálogo”, apesar da intransigência da empresa!” “Em São José dos Campos, este Sindicato, há décadas dirigidos pelo PSTU/Conlutas, que não organizou qualquer luta real contra a privatização da Embraer, também não organizou qualquer mobilização real contra a compra da empresa pela norte-ameri-
cana Boeing. A única “iniciativa” tomada pelo sindicato foi assinar um documento com os sindicatos dos metalúrgicos de outras cidades, documento no qual, singelamente, “reafirmam seu posicionamento contrário à entrega da Embraer” e exigem que “O governo federal, seja o atual [Temer] ou o futuro [Bolsonaro], tem de agir em defesa da Nação.” Sem oferecer nenhuma luta, nenhuma resistência à entrega da empresa nacional ao monopólio capitalista estrangeiro, a direção sindical do PSTU apenas assistiu passivamente à conclusão do negócio, já no governo Bolsonaro.” (Coonline – 17-10-2019) Aos cerca de 15 mil trabalhadores só há uma medida a ser tomada nesta situação, a de retomar a greve ocorrida em setembro e ocupar as instalações de todas as unidades. Nenhuma demissão aos trabalhadores da Embraer!
HOJE: 18 DE OUTUBRO
Golpistas da ECT cancelam encomendas SP: todos à assembleia dos na região de Presidente Prudente professores no Masp! A direção golpista da ECT, para mostrar que o projeto dos golpistas do governo de Jair Bolsonaro é destruir os Correios, decidiu acabar com a entrega de cartas em vários distritos.
No último ato convocado pelo Conselho de Representantes, dia 9 de outubro, apesar de toda á sabotagem reuniu mais de duas mil pessoas na Praça da República, foi marcada á assembleia
A direção golpista da ECT, para mostrar que o projeto dos golpistas do governo de Jair Bolsonaro é destruir os Correios, decidiu acabar com a entrega de cartas em vários distritos de Presidente Prudente. Os golpistas anunciaram que os distritos de Ameliopolis, Eneide, Floresta do Sul e Montalvão na cidade de Presidente Prudente não terão mais o direito a receber correspondências pelos Correios. Mostrando que os golpistas não se importam minimamente com os di-
No último ato da categoria dos professores paulistas, no dia 9 de outubro, a reivindicação principal era as mudanças nefastas na atribuição de aula de 2020. Diante da pressão dos docentes e a grave situação do magistério paulista, a assembleia de 26-10 foi antecipada para o dia 18 de outubro. É o momento de avançar na construção da greve dos professores para enfrentar e derrotar os ataques dos da direita fascista, discípulo do golpista Jair Bolsonaro (PSL) e do fascista João Dória (PSDB). Como em outros momentos de grande crise no País, a mobilização dos educadores do maior sindicato do País, pode desemprenhar um papel importante no sentido de impulsionar uma mobilização mais ampla, que derrote essa ofensiva e ponha abaixo o governo ilegítimo de Bolsonaro e todos os golpistas. A categoria conhece muito bem o projeto neoliberal dos tucanos (formulado pelo Banco Mundial e o FMI) para a destruição da educação pública. São quase 25 anos de sistemático sucateamento da infraestrutura escolar, transferência de dinheiro público para os conglomerados internacionais da Educação, via Parcerias Público-Privadas (PPPs), terceirizações de serviços, rebaixamento salarial e retirada de direitos trabalhistas (caso dos professores cate-
reitos constitucionais do povo brasileiro, acabaram de forma ilegal com a entrega de correspondência nessas regiões. Jogaram para prefeitura a responsabilidade de entregar as cartas, avisando o prefeito de Prudente que ele que terá que organizar a entrega. Essas medidas mostram que a destruição dos Correios segue a passos largos, e que somente a mobilização da categoria através da derrubada do governo Bolsonaro.
goria “O”), autoritarismo das diretorias de ensino, repressão administrativa e policial e de imposição de duras condições de vida e trabalho aos docentes, ao longo dos seguidos governos tucanos. A direita fascista avança sobre os direitos democráticos da população. Os professores estão na linha de frente do ataque. O projeto “Escola com Fascismo” já é uma realidade, na medida em que a perseguição política se intensifica com o pretexto de que ocorre uma “doutrinação comunista” nas escolas. Em nível nacional, a categoria, de maioria feminina (80%), está ameaçada pelo projeto de roubo da Previdência que Bolsonaro e todos os golpistas que desejam aprovar o fim da aposentadoria para os professores e igualando a idade mínima para aposentadoria de professoras e professores, entre outros crimes que atingem a todos os trabalhadores. A greve dos professore estaduais é fundamental e necessária na atual etapa, pois o desmonte e a perca de direitos é exponencial. Diante da crise do governo e da direita, com as diversas alas da burguesia claramente divididas, os professores devem impulsionar uma mobilização nacional, a necessária greve geral. Todos ao MASP no dia 18 de outubro.
14 | MOVIMENTO OPERÁRIO
BURGUESIA CELEBRA O DESEMPREGO
Governo destrói empregos formais e obriga trabalhadores a “empreender” O cinismo da imprensa capitalista retrata uma classe trabalhadora que sofre com o desemprego e a redução da renda como se fossem “empreendedores”. A burguesia, por meio de sua imprensa, gosta de celebrar o desemprego, situação que pressiona para baixo os preços dos salários. Tentam apresentar positivamente uma situação drástica para a classe trabalhadora, normalmente, através de duas vertentes: ou dão vivas aos trabalhadores que agora se tornam “empreendedores”, ou jogam a culpa sobre a “baixa qualificação” da força de trabalho. O discurso do empreendedorismo é tão falso quanto o terraplanismo. Trata-se da campanha permanente para que a classe trabalhadora se sujeite a condições de trabalho cada vez mais difíceis. Sem direito a salário fixo, férias, décimo terceiro, seguro desemprego, licença maternidade, auxílio saúde, alimentação entre outros. Sem condições de organização e sindicalização. Um trabalhador que acorde desempregado diariamente, “livre” para
aceitar a superexploração ou morrer de fome – este é o sonho do capitalista. No caso brasileiro, por exemplo, chamam de empreendedores os trabalhadores que vivem de bicos, para dizer que o “empreendedorismo aumentou”, quando a realidade é que a renda desses trabalhadores diminui. Os indicadores econômicos mostram um desemprego na casa dos 12%, mas que deve ser acrescentado a um número cada vez maior de pessoas que trabalham na informalidade ou desistiram de procurar empregos. A imprensa ensaia timidamente um otimismo de que a economia irá melhorar, sem explicar como. No último ano sofremos novamente a redução dos salários e dos investimentos públicos sobre a classe trabalhadora. Tudo isso empurra a economia em direção à recessão e a população em direção à fome.
FALÊNCIA DE EMPRESAS NO BRASIL
ATO EM CURITIBA
Programa golpista: mais de 3 milhões de demissões em 4 anos
Bancários de todos país irão a ato pela Liberdade de Lula
Nos anos de 2014 a 2017, o Brasil perdeu várias empresas, fruto do planejamento dos golpistas.
Bancários se organizam para o Ato pela Liberdade de Lula
Dados levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta última quinta-feira (17) demonstram que durante o período dos anos de 2014 e 2017, o Brasil perdeu cerca de 316.680 empreendimentos. O levantamento, feito pelo estudo Demografia das Empresas e Empreendedorismo 2017 demonstra que mais empresas foram fechadas do que abertas, estabelecendo um saldo geral negativo no panorama de empresas brasileiras. A extinção de negócios afeta também os trabalhadores com carteira assinada, o que levou mais de 3,3 milhões de empregados assalariados a serem demitidos no setor formal. Somente no ano de 2017, 22.932 empreendimentos encerraram as atividades, o que representou cerca de 15,7% do total; e cerca de 135 mil postos de trabalho foram perdidos. O levantamento demonstra muito claramente o plano da direita para o Brasil: acabar com boa parte dos empregos e impedir o desenvolvimento econômico das empresas brasileiras. Para isso, utilizam da máquina de propaganda da burguesia para imbuir a ideologia do empreendedorismo, em que supostamente daria para se ganhar mais dinheiro e trabalhar menos, mas os fatos apontam justamente no sentido oposto: acabam-se os empregos e empresas são esmagadas e colocadas em situação de falência. O chamado empreendedorismo que é vendido como solução para os trabalhadores mantém os mesmo na situação anterior de explorados e até pior:
coloca-os concordando com esta falsa ideologia, iludindo-os com promessas de sucesso e riqueza, além de possibilitar retirar dos empregados a proteção dos resquícios da legislação trabalhista. É necessário sempre lembrar que essa situação ataca o próprio pequeno empreendedor brasileiro, que já possui um capital irrisório e precisa enfrentar os grandes tubarões do mercado que ainda contam com a ajuda do estado e do imperialismo através de medidas ditadoriais vindas dos representantes da burguesia por meio de leis, medidas etc. No fim das contas, o pequeno empreendedor também acaba esmagado, sua empresa vai à falência e aqueles poucos que conseguiam manter um pequeno grupo de trabalhadores são obrigados a demitir o seu corpo de empregados. Os golpistas, de conjunto, já atacaram as leis trabalhistas, a previdência, a indústria nacional, as empresas estatais, os monopólios privados brasileiros, dentre outras medidas destrutivas. Obviamente, pela lógica, se os poucos grandes perecem nesta jornada de agressões, os menores sucumbirão em maior número. Os dados apresentados por esta pesquisa do IBGE são a prova cabal do plano de ataques à economia brasileira. No fim das contas, aquele que sempre será mais esmagado, é o mais frágil e portanto, mais explorado: o operário brasileiro. A única forma de contornar a situação é frear o golpe, convocar uma ampla massa de pessoas para irem às ruas, pedindo pelo “Fora Bolsonaro!” e a “Liberdade Para Lula”.
A categoria bancária está sendo duramente atingida pela política neoliberal adotada pelo governo ilegítimo, Bolsonaro, que só chegou ao poder fruto de um golpe de estado. Para isso, a direita golpista, armou um processo farsa (está aí para todo mundo ver as revelações do Intercept) para prender o ex-presidente Lula, que segundo as pesquisas ganharia as eleições já em primeiro turno. Os banqueiros nacionais e internacionais foram fundamentais no quesito financiamento do golpe e agora estão à vontade para desfechar um duro golpe na categoria e em toda a população. Com o golpe com a intensão clara de aumentar a superexploração da categoria bancária para manterem os lucros às custas da miséria dos trabalhadores. Isso é bem claro com as medidas de ataque à categoria: nunca na história deste país se demitiu tanto bancário e se fechou tantos postos de serviços; aumentou exponencialmente no último período os casos de adoecimentos por motivos psicológicos, tais como depressão, stress, etc. em consequência à política dos banqueiros de assédio moral como forma de pressão para que o bancário atinja as metas de venda de produtos bancários. Nos bancos públicos há as ameaças de privatizações e já começaram a fazê-lo com a venda das subsidiárias, ataques aos planos de saúde e de pensão dos funcionários. É no sentido, da defesa da categoria bancária, de seus direitos, conquista-
dos através de mais de cem anos de muitas lutas, que os bancários de todo o país estão se mobilizando para participar do ato em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a maior expressão da luta contra o golpe de estado. O ato do dia 27 em Curitiba deve servir para dar um maior impulso uma ampla campanha junto aos trabalhadores bancários, os demais trabalhadores e toda a população, através da organização de plenárias e atividades, que vise barrar a ofensiva da direita golpista contra a classe trabalhadora e, em particular a categoria bancária. Construir comitês de luta contra as demissões, privatizações, terceirização, etc., em torno da palavra de ordem que unifique todas essas lutas, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Eleições Gerais, Liberdade para Lula.
CIDADES E CULTURA | 15
TRAGÉDIA NO CEARÁ
Fortaleza: prédio desaba e revela descaso dos capitalistas Desabamento de prédio em Fortaleza deixa evidente a política predatória dos capitalistas contra o povo Na manhã desta terça-feira, um prédio residencial desabou na capital do Ceará, Fortaleza, deixando até o momento cinco pessoas mortas. O prédio residencial localizava-se no bairro Dionísio Torres. Até o momento cinco pessoas morreram no desabamento e outras cinco estão desaparecidas. A tragédia revela o descaso com os direitos mais elementares do povo, como é o caso do direito a moradia. Imagens que circulam na internet demonstram que o prédio estava em situação crítica. As colunas de sustentação estavam gastas, era necessário
uma reforma por completa. Todavia, nada foi feito o que resultou no desabamento e na morte de pessoas. O único objetivo dos empresários é obter o máximo lucro, mesmo às custas da vida do povo. Somado a isso está a especulação imobiliária, que além de sucatear as moradias, na maioria das vezes deixam os prédios abandonados, isso em um país onde milhares de pessoas não tem um teto para morar. A luta pela derrota da direita golpista, do golpe de estado, é a luta em defesa dos direitos básicos do povo, como é o direito à moradia.
PETROBRÁS RETIRA 100% DA VERBA
Em meio a cortes, mostra internacional de cinema começa em São Paulo A política neoliberal tem retirado o fomento a diversos projetos culturais no cinema, música e teatro. Com o aparelhamento da Petrobrás por parte dos neoliberais, as políticas de fomento da estatal para a cultura sofre com o sucateamento. Um dos eventos que sofreu cortes foi a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Sua 42ª edição, no ano passado, havia sofrido um corte de 50% das verbas. Já a edição que começou esta semana teve total do apoio. Isso obrigou a equipe a correr atrás de outros patrocínios. Outra vítima desses cortes foi o tradicional Festival da Música Brasileira, que precisou ser cancelado pela primeira vez em 3 décadas. A Mostra de Cinema não pre-
cisou ser cancelada, felizmente, mas obrigou sua equipe a reduzir o tamanho do evento. Ao invés de direcionar os esforços para engrandecer o evento, a política bolsonarista é de fazer a cultura brasileira dar um passo atrás. A política de cortes imposta pelos Bolsonaristas fez com que a Petrobrás, apenas, se retirasse de 13 projetos culturais, nas áreas do cinema, música e teatro. Além disso, há uma política aberta de censura às manifestações artísticas, que por sua natureza, expressam o pensamento acerca do presente, e desafiam o reacionarismo que tomou conta do governo.
VENHA CONHECER O CCBP
Neste sábado no CCBP tem Análise Política e samba na hora do almoço Venha até o CCBP prestigiar ao vivo a Análise Política da Semana e outras atividades do PCO. Todo sábado, o Partido da Causa Operária oferece uma programação especial a todos aqueles que acompanham as nossas atividades. É o dia em que é realizada a Análise Política da Semana, com o companheiro Rui Costa Pimenta falando sobre os acontecimentos mais importantes que ocorreram na política do Brasil e no mundo. A Análise Política da Semana, vai ao ar todos os sábados as 11:30 da manhã, com exposição do presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta. O programa vem sendo transmitindo há anos e é um instrumento fundamental para a orientação política para o movimento de luta contra o golpe. É possível assisti-lo ao vivo, presencialmente, no CCBP (Centro Cultural Benjamin Péret) de São Paulo, o que transforma
o evento também em uma oportunidade de todos se reunirem para que possam se encontrar e prazerosamen-
te agrupar-se para discutir, sob a base do marxismo, a realidade política do Brasil e do mundo.
A programação do CCBP não para por aí: além da análise política apresentada, é sempre servido um almoço e com a apresentação de samba para deixar o ambiente mais agradável a todos aqueles que se interessarem. Logo depois, há ainda as reuniões dos vários coletivos do partido, que são mais uma forma de interação que simpatizantes e militantes políticos possam discutir diversos assuntos e projetos. Todos aqueles que acompanham o PCO pela imprensa e nas manifestações também podem participar desta programação do sábado: basta ir até ao CCBP, localizado na Rua Serranos, nº 90, próximo à estação de metrô Saúde, em São Paulo, capital. Aguardamos ansiosamente a sua visita!
16 | JUVENTUDE
LIBERDADE PARA LULA!
Mutirão na USP: universidade se mobiliza para o dia 27 em Curitiba Militantes em todo o país também realizaram atividades pela liberdade de Lula nas universidades. Na última quarta-feira (16), a Aliança da Juventude Revolucionária do Partido da Causa Operária (AJR-PCO) realizou mais um mutirão pela liberdade de Lula na Universidade de São Paulo (USP). Desta vez, além da tradicional banquinha e da venda do jornal Causa Operária, os militantes da juventude passaram em salas de aula para recolher assinaturas do abaixo-assinado que pede anulação de todos os processos contra p ex-presidente e pa-
ra pegar inscritos para as caravanas que sairão da USP rumo a Curitiba no dia 27/10, quando será realizado um grande ato pela liberdade de Lula em frente à sede da Polícia Federal, onde ele está preso. Todas as quarta-feiras, os militantes da AJR-PCO realizam atividades nas universidades de todo o país. Os mutirões são os principais motores da campanha pela liberdade de Lula e, portanto, do ato do dia 27. Por isso, toda força aos mutirões!
CAMPANHA DO DIA 27/10
UFRRJ ALEGA FRAUDE NAS COTAS
Comitê contra o Golpe da USP: estudantes pela liberdade de Lula
UFRJ começa a cortar matrícula de cotistas, alegando fraude
Estudantes e funcionários se reuniram na USP para discutir a campanha de mobilização pelo dia 27/10 em Curitiba pela liberdade do ex-presidente Lula
Embora haja fraudes nas cotas, é preciso evitar que a situação se torne objeto de campanha da direita golpista que sempre foi contra as cotas.
Pelo menos dez pessoas participaram nesta quinta-feira (17) da reunião do comitê de luta contra o golpe da USP. A reunião teve a participação não só de estudantes, como também de funcionários da USP, organizados no SINTUSP. Dentre os temas debatidos, foi discutido a campanha pela liberdade de Lula, pelo Fora Bolsonaro e a publicação de um jornal da USP – com a formação de um grupo de denúncias nas redes sociais para fomentar as notícias do jornal, que deverá ser semanal. Após a reunião, membros do comitê
A questão das cotas, desde o início, tem gerado muita polêmica e discussões. Tanto em vestibulares como em concursos para estatais, há diversos casos em que as cotas são utilizadas por pessoas que não condizem com as condições necessárias para obtê-las. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, tem tido problemas relacionados a essa questão. Para averiguar a possibilidade do candidato entrar como cotista, foi criada em 2019, uma Comissão de Heteroidentificação que, atualmente, analisa 230 denúncias de fraudes nas autodeclarações raciais. A situação se agravou após uma ação feita de modo anônimo onde cartazes foram pendurados com as fotos e nomes de dezenas de estudantes nas paredes de um dos edifícios da Faculdade Nacional de Direito. A exposição dos alunos que se autodeclararam pretos, pardos ou índios para ingressar na faculdade, entretanto, exemplificava a tentativa de utilizar a cota sem as condições necessárias para utilizá-las. Foi visto claramente nos cartazes, que muitos cotistas eram brancos e alguns até louros com olhos azuis.
passaram em salas de aula no prédio de Letras para recolher assinaturas do abaixo-assinado pela liberdade de Lula e inscrever nomes para a caravana da USP que sairá no dia 26 para participar do ato pela liberdade do ex-presidente no dia 27 de outubro, em Curitiba. Os comitês são de fundamental importância na luta contra o golpe e, por isso, cada vez mais pessoas estão se somando à iniciativa. Mais de 50 nomes foram coletados expressando uma tendência de luta dos estudantes para a luta contra os ataques da direita.
Contudo, além das denúncias dentro da própria faculdade, os alunos que se autodeclararam cotistas, mas que, portanto, não se enquadram, estão sendo denunciados para o Ministério Público Federal. Como solução, a universidade está averiguando as possíveis sanções que serão regulamentadas pelo Conselho de Ensino de Graduação (CEG) e pela Procuradoria Federal da UFRJ. A reitoria, por sua vez, informou ainda que, a partir de 2020, após as provas, os que optarem pelas cotas terão de ser aprovados pela comissão para, aí assim, ingressarem por meio de ações afirmativas. Nesse sentido, só terão direito à matrícula os que forem aprovados nessa fase. Caso contrário, serão eliminados. Embora haja fraudes, a questão, naturalmente, abre brechas para uma intensa campanha da direita para acabar com as cotas. É importante, no entanto, que se avalie as condições das cotas para que fraudes não aconteçam. Para isso, a própria comunidade acadêmica precisa aprimorar uma comissão para que a situação não entre como combustível para a direita incendiar todo o programa de cotas implementado.
NEGROS E MORADIA E TERRA| 17
CONTROLE NO FUTEBOL
Futebol: a luta contra o racismo não pode servir aos capitalistas A imprensa burguesa internacional defende os métodos intervencionistas da UEFA. A imprensa burguesa há muitos anos vêm dando destaque aos casos de racismo no futebol. O foco maior tem sido aqueles casos que acontecem nos gramados europeus, nas ligas mais endinheiradas. A burguesia exerce uma pressão pela moralização constante de tudo que exista. É por isso que, pela não manifestação do fenômeno nestes campos tão rentáveis, a entidade maior do futebol na Europa, UEFA, definiu diretrizes para que os árbitros lidem com essas situações dentro do estádio. A proposta seria, de acabar com o jogo nos lugares em que a torcida expresse qualquer comportamento que possa ser considerado racista. Através de diretrizes oficiais definidas em uma reunião do Comitê Executivo da entidade em 2009 foi definido um protocolo em três passos. O primeiro passo seria que o árbitro paralisasse o jogo. Em seguida ele deveria solicitar que a instalação sonora do estádio faça um comunicado pedindo o fim destas manifestações. Em seguida, define, em caso reincidência, que o jogo seja paralisado por 5 à 10 minutos. Nesse momento os jogadores devem se dirigir aos vestiários e um novo comunicado será feito.
Após estas duas tentativas, o árbitro – auxiliado por quarto árbitro e delegado da UEFA presente no local – pode finalizar o jogo independentemente do resultado, mesmo sem consentimento dos jogadores e técnicos. Essa política leva a impossibilidade de ambos os times buscarem o resultado esperado, além de possibilitar a manipulação. Pois é através de uma análise subjetiva do delegado que a orientação virá. Um delegado mal intencionado, por exemplo, pode pressionar o árbitro e este pode capitular em favor de determinado resultado. Diante da crise política do VAR, a burguesia tenta empurrar de toda forma o controle do futebol por tecnologias. A questão é que essas tecnologias não impedem que ações anti desportivas aconteçam. Da mesma forma, também não acabam com o racismo. O fenômeno do racismo é anterior ao capitalismo, mas foi incorporado pela burguesia que se constitui também através da escravização dos povos africanos, não se limitando a isso. É tentar tapar o sol com a peneira tomar esse tipo de atitude de controle do jogo. Nesse sentido, incentiva a burocratização e elitização do futebol. Esta propaganda faz com que aos poucos
a população tenda a se acostumar com o controle absoluto do esporte. Não é aceitável que a população engula esse tipo de campanha falsa a respeito do racismo. É uma tentativa de confundir a população a respeito de quem explora e mata o povo negro há séculos para dar uma reciclada no capitalismo através destas campanhas. Por isso é preciso que a população rejeite completamente estes controles
do esporte mais democrático e mais popular do mundo. Não se confundir com campanhas demagógicas da direita é o primeiro passo. O racismo, por ser parte consolidada do sistema capitalista, não irá acabar sem que o socialismo seja alcançado. Em seguida, é preciso que hajam campanhas para o fim destes retrocessos no futebol, unificando torcedores de todos os times para combaterem os desmando das instituições burguesas do futebol.
PAÍS SOFRE COM NEOLIBERALISMO
Direita acaba com bases de combate a derramamentos de óleo no Brasil Enquanto o governo brasileiro tenta colocar a culpa da exploração capitalista no governo venezuelano prepara a privatização da Petrobras reduzindo custos com atuação ambiental Antes mesmo que os derramamentos de petróleo começassem no nordeste brasileiro, afetando diversas praias e todo o ecossistema local, o governo ilegítimo de Bolsonaro já havia definido o fechamento dos Centro de Defesa Ambientais (CDAs). Através de ato administrativo, a Petrobras definiu o fechamento destes centros. Por meio de seus novos diretores indicados por Bolsonaro a política da terra arrasada foi implementada. Estes CDAs são bases estrategicamente posicionadas em território nacional e preparadas para cada tipo de derramamento, seja petróleo ou qualquer um de seus derivados. Além disso, o pessoal que lá trabalha tem equipamento e treinamento específico. O funcionamento, inclusive, até agora é integral durante todo o ano. Nesse momento são cerca de cento e trinta praias afetadas em nove estados no nordeste do país e a omissão que o governo pratica é criminosa. É deste modo que o governo de Bolsonaro planeja administrar o país até 2022, através da destruição de todo patrimônio público – natural, cultural ou estatal. Não se trata, portanto, de construir um país melhor. A proposta do estado mínimo é a forma como os liberais encontraram de lucrar cada vez mais
sem se preocupar com o impacto de sua exploração. Uma vez que a única responsabilidade que os capitalistas tem é com os próprios lucros. É nesse sentido que a proposta de privatizar a Petrobras se encaminha. Ao diminuir custos com as políticas de preservação ambiental o governo procura baratear os custos para o capitalista mais vil. Mais do que a própria omissão, o governo utiliza cada problema ambiental por ele criado para, através da mentira e distorção de fatos, colocar a culpa
em seus opositores. O que ele fez dessa vez foi colocar a culpa do derramamento de óleo no nordeste nos companheiros governados por Maduro. A política é claramente uma pretensão de colocar em foco o governo venezuelano para assim colocar a opinião pública a favor de uma invasão. Portanto, é uma determinação da política imperialista em que o capacho Bolsonaro insiste em seguir. Nesse sentido, é uma distorção enorme, em que se pretende colocar a culpa dos
problemas do capitalismo na esquerda. Mais uma mentira dos governos da extrema direita, criar inimigos que se pretende destruir. Por isso, apesar do trabalho dos funcionários da Petrobras durante o caso atual, o próximo já pode não ter o mesmo esforço. Por isso, combater Bolsonaro – organizar a população para grandes mobilizações – é essencial. O governo não pode permanecer até 2022, o país não resistirá até lá. É preciso romper o imobilismo político.
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